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9/15/22, 6:08 PM UNINTER
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 1/18
FINANCIAMENTO EM
COMÉRCIO
INTERNACIONAL
AULA 1
Prof. Joni Tadeu Borges
9/15/22, 6:08 PM UNINTER
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 2/18
CONVERSA INICIAL
É muito comum e necessário que as empresas recorram às instituições financeiras em busca
de recursos para manter ou expandir suas atividades comerciais e industriais. Portanto, a nossa
conversa estará pautada nos diversos tipos de financiamentos, identificadas as aplicabilidades e
características de cada um. São operações financeiras totalmente vinculadas às operações
comerciais de exportação e importação. E é o gestor da empresa que decide se faz ou não um
financiamento, e para decidir, é preciso ser subsidiado com informações corretas. Desta maneira,
os profissionais envolvidos devem ter o conhecimento amplo sobre os temas ligados ao comércio
exterior para apresentar à diretoria da empresa e os fatos relevantes para a contratação do
financiamento. Os financiamentos envolvem riscos para o financiador (banco) e para o exportador
ou importador (clientes). O banco tem instrumentos e expertise para proteger os seus ativos. Já as
empresas, nem todas apresentam condições de avaliar uma situação de risco, principalmente as
pequenas. Relacionaremos alguns tipos de riscos presentes nas operações de financiamentos,
sejam eles para o banco ou para o cliente.
Bons estudos!
CONTEXTUALIZANDO
São muitos os fatores envolvidos na contratação do financiamento ao comércio exterior.
Começando pelo planejamento, mesmo antes da empresa receber o crédito, até o efetivo
pagamento da dívida. Primeiro, vamos saber porque a empresa precisa do financiamento e como
ela pode usar os recursos. Em seguida, apresentaremos temas relacionados ao comércio exterior
que devem ser de conhecimento dos profissionais envolvidos na contratação de um financiamento.
O terceiro tópico apresenta uma visão geral sobre a análise de crédito do cliente, o banco avalia se
o cliente tem ou não condições de pagar a dívida nos prazos estabelecidos. E os dois tópicos,
importantíssimos, são sobre os riscos envolvidos nas operações de financiamentos, riscos
avaliados pelo banco na análise de crédito. Mesmo o banco tendo a responsabilidade de avaliar os
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riscos, o cliente também deve se preocupar em entendê-los para traçar suas estratégias
financeiras.
TEMA 1 – INTRODUÇÃO AO FINANCIAMENTO AO COMÉRCIO
EXTERIOR
As empresas participantes do comércio exterior brasileiro também sentem o impacto
econômico interno e externo causado em suas atividades produtivas e comerciais.
Um cenário pessimista no mercado interno, no qual a taxa de juros e o índice inflação são
altos, fatores que provocam a perda do poder de compra do consumidor e levam o empresário a
reajustar os preços dos produtos devido ao aumento de todos os custos nos processos de
produção, transporte e comercialização.
No ambiente externo, acrescentam-se a alta da taxa de juros de outros países, a alta do preço
do petróleo, pandemia, guerras que impactam negativamente o mercado global e atingem
diretamente os negócios das empresas brasileiras com outros países.
Desta maneira, fatores internos e externos desfavoráveis provocam um desaquecimento no
comércio global impactando diretamente as empresas brasileiras.
Por outro lado, quando o mundo convive dentro de um cenário otimista, as empresas procuram
expandir suas atividades: comprar mais matéria-prima, modernizar o parque fabril, adquirir novas
tecnologias, contratar mão de obra e consequentemente aumentar as vendas.
Tanto no cenário pessimista como no otimista, as empresas precisam de recursos para se
manter ou crescer no mercado. Recursos que podem ser obtidos por meio de empréstimos ou
financiamentos no Brasil ou no exterior. No comércio exterior, as empresas brasileiras participantes
das compras ou vendas de produtos e serviços com outros países têm à disposição várias linhas
de financiamentos ofertadas pelas instituições financeiras.
Vale destacar a diferença entre financiamento e empréstimo. O financiamento é uma linha de
crédito que apresenta uma finalidade específica. Já os recursos obtidos por meio de um
empréstimo, podem ser utilizados para qualquer finalidade.
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Os financiamentos ao comércio exterior são específicos para empresas exportadoras e
importadoras alavancarem os seus negócios internacionais. Os financiamentos ao comércio
exterior proporcionam para o tomador do crédito vantagens financeiras e adequação ao fluxo de
caixa. Mesmo com os vários problemas estruturais existentes no país e as influências externas que
afetam diretamente a economia, fatores considerados relevantes para qualquer nação, o Brasil
continua sendo um player no mercado internacional.
Tabela 1 – Balança comercial Brasil
ANO US$ FOB EXP US$ FOB IMP SALDO US$ FOB CORRENTE US$ FOB
2021 280.814.577.460 219.408.049.180 61.406.528.280 500.222.626.640
2020 209.180.241.655 158.786.824.879 50.393.416.776 367.967.066.534
2019 221.126.807.647 185.927.967.580 35.198.840.067 407.054.775.227
2018 231.889.523.399 185.321.983.502 46.567.539.897 417.211.506.901
Fonte: Brasil, 2022.
A Tabela 1 apresenta quatro anos de comércio exterior brasileiro. Analisando o ano de 2021, o
Brasil exportou US$ 280,8 bilhões e importou US$ 219,4 bilhões, obtendo um superávit de US$
61,4 bilhões. A soma das exportações com as importações, denominada corrente de comércio, foi
de US$ 500,2 bilhões. Por trás de todos os números apresentados, há milhares de empresas,
desde as pequenas às grandes, que utilizam o financiamento ao comércio exterior. Contudo, como
se trata de recursos obtidos de terceiros, é necessário que o profissional esteja preparado para
saber qual tipo de financiamento está mais adequado às necessidades da empresa e onde buscar
a linha de crédito, fatores determinantes para a escolha certa e sucessos nos negócios.
Normalmente, o profissional que negocia o financiamento ao comércio exterior atua na área
financeira da empresa, condição que exige o conhecimento dos temas e práticas do comércio
exterior.
TEMA 2 – CONHECENDO O COMÉRCIO EXTERIOR
De maneira superficial, mas não menos importante, apresentaremos temas da exportação e
importação brasileira totalmente relacionados aos financiamentos de comércio exterior.
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2.1 COMÉRCIO EXTERIOR NO BRASIL
As realizações do comércio exterior brasileiro devem ser acompanhadas no dia a dia do
profissional da empresa. São várias informações disponíveis em fontes institucionais (oficiais) que
auxiliarão na preparação do planejamento para atuar no mercado internacional.
Consultar a balança comercial brasileira, ferramenta que oferece o volume de exportação e
importação realizado em determinado período, destinos e origens dos produtos negociados e
muitas outras informações proporcionam uma visão geral das negociações comerciais brasileiras
com outros países.
O mercado cambial, outro ponto de destaque, principalmente porque envolve “dinheiro”, valor
que a empresa recebe ou paga em moeda estrangeira. Variação da taxa de câmbio, prazos,
contratos, legislações, riscos, endividamento, garantia são alguns dos itens presentes nos
financiamentos.
Acompanhar as políticas de comércio exterior implementadas pelo governo podem trazer
benefícios tributários ou financeiros à empresa.
Índices econômicos, como: taxa de crescimento, taxa inflação, taxa de juros interna e externa
configuram o cenário atual e futuro permitindo uma visibilidade dos negócios.
2.2 PORTAL ÚNICO DE COMÉRCIO EXTERIOR
Conhecer o sistema de comércio exterior facilita compreender os fluxos das operações de
exportação e importação. Conciliar prazos e documentos dos processos registrados no Portal
Único são pertinentes aos processos de financiamentos.A página oficial do Siscomex (Brasil,
2022) apresenta o objetivo do Portal Único do Comércio Exterior: “A criação do Programa Portal
Único de Comércio Exterior – Portal Siscomex é uma iniciativa do Governo Federal com vistas a
reduzir a burocracia, o tempo e os custos nas exportações e importações brasileiras. Foi lançado
em 2014 com o objetivo de atender com mais eficiência às demandas do comércio exterior
brasileiro de hoje e dos próximos anos, de modo a fazer com que o Siscomex se mantenha uma
ferramenta efetiva. Os principais objetivos do Programa são reformular os processos de
exportações e importações, tornando-os mais eficientes e harmonizados, e criar um guichê único
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para centralizar a interação entre o governo e os operadores privados atuantes no comércio
exterior”.
O Portal Único compreende três pilares:
Integração: entre setores públicos e privados;
Redesenho dos processos: participam vários agentes do comércio exterior;
Tecnologia da informação: aplicar novas tecnologias.
São gestores do Portal Único de Comércio Exterior a Secretaria da Receita Federal (SRF) e a
Secretaria Especial de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais (SECINT).
O objetivo do Portal Único é reduzir prazos, custos e proporcionar transparência e
previsibilidade nas operações de comércio exterior. Sistema Câmbio.
O Banco Central do Brasil (BACEN), órgão responsável pela regulamentação do mercado
cambial, utiliza com os agentes autorizados em operar com câmbio no Brasil o sistema Câmbio
para troca de mensagens (Brasil, 2022), “o sistema Câmbio implementou em outubro de 2011 a
sistemática de troca de mensagens entre as instituições financeiras autorizadas a operar ou
intermediar operações de câmbio e o Banco Central do Brasil. Cada instituição autorizada é
responsável pela implantação do mecanismo de geração das mensagens a serem enviadas ao
Banco Central e de leitura das mensagens recebidas” e o Sistema de Informações do Banco
Central (Sisbacen), para registrar as operações de compra e venda de moeda estrangeira e outras
funcionalidades relacionadas ao mercado cambial e financeiro. Desta maneira, a SRF, a SECINT e o
BACEN são os três grandes agentes públicos que conduzem as políticas de comércio exterior e
câmbio no país.
2.3 MODALIDADES DE PAGAMENTO
A modalidade de pagamento estabelece a condição de pagamento do importador ao
exportador referente a uma operação comercial. A escolha da modalidade é importante, pois atribui
o risco que as partes assumirão na negociação. O exportador precisa da segurança do
recebimento do valor pela venda, em contrapartida, o importador quer receber o produto
comprado. No mercado internacional, praticam-se quatro modalidades de pagamento: pagamento
antecipado, remessa sem saque, cobrança documentária e carta de crédito.
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2.4 DOCUMENTOS
As operações mercantis internacionais são formalizadas por meio de diversos documentos,
muitos deles obrigatórios. A necessidade ou não de ter determinado documento na operação
comercial depende das características da negociação e países envolvidos. Listamos alguns
documentos utilizados no comércio exterior: fatura proforma, fatura comercial, conhecimento de
embarque, packing list, certificado de origem, letra de câmbio, contrato de câmbio e outros.
2.5 INCOTERMS
Os termos internacionais de negócios (incoterms) definem a responsabilidade do exportador e
importador em relação ao transporte, seguro de transporte internacional e a entrega da carga. Os
incoterms são termos padronizados pela Câmara de Comércio Internacional (CCI) e atualmente
está em vigor a versão 2020 ou a Publicação 723-E.
A empresa, ao contratar um financiamento ao comércio exterior, passará por todos os temas
aqui mencionados e muitos outros.
TEMA 3 – ANÁLISE DE CRÉDITO
Toda empresa que precisa recorrer a um financiamento deve estar preparada para ser
avaliada. Antes da aprovação do financiamento, a instituição financeira faz a análise de crédito por
um simples motivo: precisa ter a garantia de que vai receber o valor liberado no financiamento do
tomador do crédito.
A partir da análise de crédito, o banco identifica o grau dos vários riscos existentes no
segmento de atuação do cliente e o próprio risco que envolve o financiamento.
Na análise de crédito, os bancos avaliam a capacidade econômica, financeira e outras
informações inerentes a cada empresa. Após, atribuem uma classificação à empresa identificando
o seu grau de risco, menor ou maior.
Com base na análise de crédito, os bancos decidem se estão dispostos ou não a conceder o
crédito. Se concederem, ainda especificarão em quais condições, como: nível de taxa de juros,
prazo máximo para o financiamento, condicionamento de garantia para a operação.
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Os bancos recorrem ao instrumento clássico para avaliar o cliente, normalmente aplicam os 5
Cs do crédito nas análises de crédito para as pessoas físicas e jurídicas, com base em
metodologias objetivas e subjetivas, sendo:
Caráter;
Condições;
Capacidade;
Capital;
Colateral.
Veja na prática a aplicação dos 5 Cs do crédito quando simulamos um financiamento à
importação.
Situação: Determinada empresa atua no segmento automotivo e atua no mercado a um ano.
Nos doze meses de atividade obteve um faturamento de R$ 4,8 milhões. Até o momento, a
empresa não tem restrições e endividamento no mercado financeiro. Tem compromissos
regulares com fornecedores no mercado interno e outros gastos fixos e variáveis, perfazendo
um total de R$ 200 mil mensais. O imóvel utilizado pela empresa é alugado. A empresa
(pessoa jurídica) não possui outros patrimônios. Os três dirigentes da empresa (pessoas
físicas) possuem bens e imóveis em valores acima de dois milhões de reais, cada um. A
empresa tem o interesse na compra de uma máquina injetora de tinta automotiva no valor de
EUR 250 mil de um fornecedor italiano. A condição de pagamento é à vista, no máximo até 10
dias após a data do embarque da máquina no porto italiano. A empresa considerou a
proposta excelente, porque conhece a procedência do produto e o preço é atrativo, fica em
média 30% menor comparado aos preços de máquinas similares. Com a máquina, a empresa
pretende aumentar o seu faturamento em 20%.
Problema: A empresa não tem recursos para pagar a máquina à vista. Considerando a taxa do
Euro no valor R$ 6,00, o valor total, considerando a carga tributária na importação (40%),
ficaria em torno de R$ 2,1 milhões (R$ 1,5 milhões + R$ 0,6 milhões).
Solução: Recorrer a uma instituição financeira para solicitar um financiamento à importação.
Com base na proposta de financiamento apresentada pela empresa, o banco desenvolverá a
análise de crédito para saber se concede ou não o financiamento. Para cada critério analisado, o
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banco emite uma nota positiva ou negativa, se ao final da análise os pontos positivos se
sobrepuserem aos negativos, é possível que conceda o crédito à empresa.
Outro detalhe, o banco confronta as informações apresentadas com os documentos contábeis
da empresa e outras fontes seguras.
3.1 ANÁLISE DOS 5 CS
Caráter: aplica-se uma nota positiva. Apesar de pouco tempo de atividade, a empresa sempre
pagou seus compromissos em dia, fator que demonstra a intenção da empresa pagar a
dívida.
Capacidade: a empresa tem pouco tempo de atividade, não tem o conhecimento ou tradição
de trabalhar no comércio internacional. O valor total da importação de R$ 2.100.000,00,
equivale a 5,25 meses de faturamento. Somente o valor para nacionalizar a máquina é de R$
600 mil (impostos), representa um mês e meio do faturamento. Considerando a receita atual
mais o incremento de 20%, a receita ficaria R$ 480 mil mensais. Os gastos atuais e
projetando o gasto coma importação, a empresa assumiria um compromisso de R$ 375 mil
mensais. A sobra prevista fica em R$ 105 mil mensais. Ainda deve ser considerada a taxa de
juros do financiamento, tributação sobre a taxa de juros, variação da taxa cambial, outros
gastos não previstos no planejamento da empresa. Provavelmente a nota seria negativa se
considerar um financiamento de curto prazo. Já, para um financiamento a longo prazo (3
anos) com pagamento das parcelas semestralmente (comum nas operações de
financiamento à importação), a capacidade de pagamento melhoraria, assim poderia melhorar
a nota deste quesito
Condições: os aspectos analisados estão relacionados ao momento atual da empresa e ao
cenário do segmento em que a empresa está inserida (automotivo), se as perspectivas são de
crescimento, estagnação ou queda. Considerando um cenário positivo para os próximos anos
e que atualmente a empresa tem uma sobra de R$ 200 mil mensais, é possível estabelecer
uma nota positiva no quesito.
Capital: representado pelo potencial financeiro da empresa, principalmente pelo patrimônio
líquido da empresa e dos sócios. Para pontuar este quesito, seria necessário analisar os
demonstrativos contábeis da empresa.
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Colateral: está na possibilidade de o tomador do crédito oferecer garantias para o banco
financiador. Mesmo a empresa não tendo imóvel próprio, os dirigentes têm recursos
patrimoniais para oferecer garantias pessoais ao financiamento.
As considerações apontadas sobre a análise de crédito, representam somente uma ideia
preliminar de como os bancos analisam o crédito para uma empresa. Em situação real, os bancos
dispõem de modelos apropriados e programas automatizados de análise e gerenciamento de
crédito, dispositivos que permitem os bancos trabalharem com segurança na avaliação de crédito e
de risco de seus clientes.
TEMA 4 – RISCO DE CRÉDITO, MERCADO E LIQUIDEZ
Toda empresa está sujeita aos vários tipos de riscos presentes no mercado financeiro. Para
mitigar a possibilidade de sofrer com impactos não desejados ou não previstos, a empresa deve
manter um planejamento constante e sustentado em critérios confiáveis. Desta maneira, aumenta a
possibilidade de enfrentar ameaças futuras.
Ao relacionar os riscos às operações de financiamentos ao comércio exterior, veremos que o
cedente e o tomador do crédito estão sujeitos a vários tipos de riscos.
O risco de crédito, basicamente, é a possibilidade de o tomador de crédito não honrar o
pagamento na data e condições previstas na linha de crédito. Segundo Pinheiro e Oliveira (2018, p.
158) reforça a responsabilidade do tomador de crédito “risco de crédito do tomador significa a
possibilidade de não cumprimento (inadimplência total ou default), pelo tomador final do crédito
(pessoas físicas, jurídicas – nestas incluídas as pessoas jurídicas de direito público), de obrigações
relativas à liquidação de operações de crédito”.
Além do risco que o tomador do crédito pode oferecer à instituição financeira, existe outro que
independe do controle da gestão da empresa. Salanek Filho (2020, p. 67), expõe o conceito de
risco de mercado, “é o mais externo de todos e também sobre o que o gestor possui menor
capacidade de influência, alteração e gestão. Envolve os fatores mercadológicos e são
considerados como um risco de conjuntura incontrolável. O risco de mercado também é definido
como a probabilidade de ocorrerem prejuízos resultantes de movimentações mercadológicas
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relacionadas à variação cambial, taxa de juros e variação significativa nos preços, entre outras
variáveis de amplitude política ou econômica”.
Antes de liberar um financiamento, o banco faz a análise de crédito e estabelece o valor do
limite de crédito para uma empresa. Determina o prazo do limite que em regra geral é de um ano.
Classifica a empresa em determinado grau risco, menor ou maior. Porém, os elementos definidos
na análise de crédito inicial podem ser alterados com o surgimento de novos fatos que impactam o
desempenho da empresa.
No risco de crédito, pelo acompanhamento gerencial sobre determinada empresa, fica muito
claro constar se existe ou não o risco.
Vamos considerar que uma empresa contratou um financiamento à exportação, o
adiantamento de contrato de câmbio (ACC) no valor de US$ 100.000,00, por um prazo de 180 dias.
Conforme o contrato de ACC, a empresa teria 180 dias para embarcar a mercadoria ao exterior
e liquidar a dívida com a moeda estrangeira recebida do importador.
No prazo inicialmente concedido no financiamento, a empresa não conseguiu embarcar a
mercadoria devido à desistência da compra por parte do importador. No ACC, não há a
necessidade de informar para quem se destina a mercadoria. Portanto, a empresa pode procurar
outro comprador (importador) para realizar a exportação.
Porém, precisaria de mais prazo para negociar e embarcar a mercadoria para um novo
comprador. Desta maneira, a empresa solicitou prorrogação do prazo do contrato por mais 180
dias, o novo prazo total ficou em 360 dias.
Faltando 30 dias para o novo vencimento da dívida (360 dias), o banco financiador constatou
que a empresa ainda não havia exportado a mercadoria e pior, não havia o produto para ser
exportado.
Fica evidente que existe o risco de crédito, porque há uma grande probabilidade da empresa
tomadora do crédito (exportador) não honrar o compromisso na data acordada. Situação que leva o
banco a aplicar novas medidas para recuperação do valor financiado.
Um dos fatores que determina o risco de liquidez é o descasamento de valores e prazos no
fluxo de caixa de ativos e passivos financeiros da empresa. Outro fator, é a possibilidade de a
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empresa não transformar em dinheiro, determinado ativo que possua. Confirmando estas
possibilidades, o devedor encontrará dificuldades para honrar as operações financeiras previstas e
imprevistas.
Para exemplificar o risco de liquidez, consideremos que a empresa Comex Ltda. realizou um
negócio com um exportador chinês. Comprou a mercadoria e pagou à vista, dez dias após a data
de embarque.
A mercadoria estará disponível para venda em 90 dias após a data do embarque. A política de
venda da empresa importadora estabelece um prazo médio de 90 dias de pagamento para o
comprador. Considerando os prazos adotados nas negociações, o importador receberá os
recursos da venda da mercadoria no mercado interno entre 160 e 180 dias da data do embarque.
Com certeza, em algum momento, haverá um descasamento entre o pagamento e o
recebimento, ocasionando um risco de liquidez. Caso esta empresa solicite um financiamento ao
banco, provavelmente o banco irá orientá-la para ajustar o fluxo de caixa, antes de conceder o
crédito.
A prevenção contra outros riscos, como: risco comercial, risco operacional, risco de imagem,
risco legal, risco país, são de extrema importância na condução das atividades de qualquer
empresa.
TEMA 5 – RISCO CAMBIAL E DE TAXA DE JUROS
Se observamos o conceito de risco de mercado exposto anteriormente, veremos que a taxa de
câmbio e a taxa de juros, entre outros índices, impactam diretamente nas atividades empresariais.
No comércio exterior, principalmente em financiamentos em moeda estrangeira, câmbio e
juros são as grandes preocupações dos envolvidos, seja a instituição financeira que cede o crédito
ou exportador e importador tomadores do crédito.
O risco cambial está presente em todos os países que adotam o regime de câmbio flutuante. A
oferta e demanda da moeda estrangeira são influenciadas pela variação da taxa de juros, taxa de
inflação, interesse dos investidores direcionar os seus recursos para determinados países, preço
das commodities, políticas econômicas interna e externa, e crises internacionais. Portanto, se
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houver mais moeda estrangeira em um determinado mercado, o preço deste ativo tende a ser
menor. Ao contrário, se houver menor quantidade de moeda estrangeira, o preço do ativo será
maior.
O mercado de câmbio no Brasil é regulamentado pelo Bacen. Desde 1.999, convivemos com o
regime de câmbio flutuante, também denominado de mercado de câmbio livre.
No entanto, o Bacen pode intervir fazendo leilões de compra ou de venda do dólar americano,
principal moeda estrangeira utilizada pelo país, quando considerar a oscilação do preço do dólar
ficar fora dos padrões esperados para a economia brasileira.
Figura 1 – Variação do dólar: 27/05/2021 a 27/05/2022
Fonte: Elaborado com base em Uol, 2022.
Figura 2 – Variação do euro: 27/05/2021 a 27/05/2022
Fonte: Elaborado com base em Uol, 2022.
Nas figuras 1 e 2, observamos a variação das duas principais moedas (período de um ano)
utilizadas nos financiamentos de comércio exterior, moedas aceitas em quase todos os países do
mundo. Fica simples entender que o mercado de câmbio no Brasil é totalmente volátil.
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Desta maneira, o risco cambial está presente para todas as pessoas físicas ou jurídicas que
possuem ativos ou passivos em moeda estrangeira.
O exportador ou importador brasileiro que negocia a venda ou compra com empresas de
outros países na condição de pagamento a prazo, está sujeito ao risco cambial. A mesma situação
ocorre no financiamento ao comércio exterior, uma vez que é estabelecido um prazo para a
liquidação da operação.
As empresas que utilizam o financiamento ao comércio exterior, assim como o próprio
mercado, não podem prever como estará a taxa de câmbio no futuro. O que se pode fazer é adotar
estratégias direcionadas para cenários positivos e negativos.
E uma delas é utilizar os vários mecanismos de proteção contra a variação da taxa de câmbio,
podendo ser por meio das próprias operações de câmbio ou dos diversos tipos de derivativos.
Na prática, a variação cambial pode impactar de maneira positiva ou negativa nas operações
de financiamentos ao comércio exterior.
Uma empresa faz um financiamento à importação no valor de US$ 100.000,00 pelo prazo de
180 dias com pagamento em uma única parcela no vencimento. A taxa de câmbio na data da
contratação está R$ 5,00, significa que a dívida iniciou com R$ 500.000,00. No vencimento, 180
dias após a contração, a taxa de câmbio poderá estar maior ou menor, caso esteja R$ 5,50, o
endividamento seria de R$ 550.000,00, representando uma variação cambial de 10%. Ou, a taxa de
câmbio poderia estar R$ 4,80, a dívida em reais diminuiria para 480 mil. No exemplo, foi aplicada a
variação cambial somente sobre o capital, ainda teria que aplicar a variação cambial ao valor dos
juros sobre o financiamento.
Outro componente de risco presente nos financiamentos ao comércio exterior é a taxa de
juros. Quando os bancos financiam seus clientes, utilizam recursos captados no exterior. De
maneira mais simples, os bancos brasileiros emprestam recursos em moeda estrangeira de bancos
no exterior, mediante o pagamento de juros. Com estes recursos, financiam as empresas
exportadoras e importadoras. O risco da taxa de juros está na possibilidade de haver um aumento
neste índice, desta maneira compromete o valor dos juros a ser pago pelo financiado.
Podemos comparar a variação da taxa de juros externa com a taxa de juros interna. Por
exemplo, um financiamento no mercado interno no qual a taxa de juros praticada seja de (Selic +
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3,0 a.a.). O valor dos juros dependerá da variação da taxa Selic.
Tabela 2 – Taxa Selic
Taxa Selic
Data % a.a.
mai/21 3,5%
mai/22 12,75%
Fonte: Brasil, 2022.
A taxa de juros Selic é a taxa base oficial definida pelo Comitê de Política Monetária (COPOM)
e é apresenta em (Brasil, 2022) como: “Define-se Taxa Selic como a taxa média ajustada dos
financiamentos diários apurados no Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic) para
títulos públicos federais. Para fins de cálculo da taxa, são considerados os financiamentos diários
relativos às operações com títulos públicos federais custodiados no Selic, registradas e liquidadas
no próprio Selic e em sistemas operados por câmaras ou prestadores de serviços de compensação
e de liquidação de que trata a Lei n. 10.214, de 27 de março de 2001 (art. 1º do Regulamento anexo
à Resolução BCB n. 61, de 13 de janeiro de 2021)”.
No exemplo, caso o tomador de crédito tivesse contratado o financiamento em maio de 2.021,
sofreria um grande impacto financeiro, a taxa de juros começaria com 6,5% a.a. e após o período
de um ano estaria 15,75% a.a.
A vantagem é que os indexadores (taxas de juros internacionais), em regra geral, são menores
e têm pequenas variações. Mas, continua sendo um risco que deve ser gerenciado.
TROCANDO IDEIAS
Verifique no seu local de trabalho:
os riscos que impactam a área financeira da empresa.
como a administração da empresa gerencia os riscos?
Comente com uma pessoa próxima.
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NA PRÁTICA
A empresa fez uma exportação de US$ 100 mil em 20/02/202X, quando a taxa do dólar estava
a R$ 5,50. A venda foi a prazo de 180 dias a partir da data de embarque. Se a empresa recebesse o
equivalente, em reais, no mesmo dia da exportação (data de embarque), receberia R$ 550 mil. No
vencimento, 20/08/202X a empresa receberá os US$ 100 mil do importador.
Quanto estará a taxa de câmbio em 20/08/202X?
Há risco cambial?
O que o exportador deve fazer?
*A resposta está na seção Gabarito, após as Referências.
FINALIZANDO
Percebemos a importância do financiamento às empresas exportadoras e importadoras para
se manterem no mercado competitivo interno e externo. Os financiamentos direcionados ao
segmento exportador e importador são vantajosos porque proporcionam vantagens financeiras,
taxas de juros menores e prazos para o pagamento. Observamos alguns detalhes que estão
presentes na condução do financiamento ao comércio exterior. Conhecer o mercado e as práticas
do comércio exterior são fatores determinantes para a tomada de decisão do gestor, contratar ou
não um financiamento. Não é qualquer empresa exportadora ou importadora que pode se
beneficiar do financiamento, os bancos fazem uma análise de crédito crítica sobre a situação
econômico-financeira para decidir sobre a liberação ou não do crédito à empresa. Também,
comentamos sobre os riscos que estão presentes nas operações de financiamentos ao comércio
exterior.
REFERÊNCIAS
BANCO CENTRAL DO BRASIL. Bcb.gov.br. Disponível em:
<https://www.bcb.gov.br/controleinflacao/historicotaxasjuros>. Acesso em: 25 jul. 2022.
_____. Bcb.gov.br. Disponível em: <https://www.bcb.gov.br/acessoinformacao/legado?
url=https:%2F%2Fwww.bcb.gov.br%2Fhtms%2Fselic%2Fconceito_taxaselic.asp>. Acesso em: 25
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jul. 2022.
BRASIL. Ministério da Economia. Balança Comercial - Dados consolidados. Disponível em:
<https://www.gov.br/produtividade-e-comercio-exterior/pt-br/assuntos/comercio-
exterior/estatisticas/balanca-comercial-brasileira-acumulado-do-ano>. Acesso em: 25 jul. 2022.
O PROGRAMA Portal Único de Comércio Exterior. Siscomex. Disponível em:
<https://www.gov.br/siscomex/pt-br/conheca-o-programa/o-programa-portal-unico-de-comercio-
exterior>. Acesso em: 25 jul. 2022.
PINHEIRO, J. L.; OLIVEIRA, V. I. de. Gestão de riscos no mercado financeiro: uma abordagem
prática e contemporânea para as empresas. São Paulo: Saraiva Educação, 2018.
SALANEK FILHO, P. Análise de Crédito e Risco (recurso eletrônico). Curitiba: Contentus,
2020.
UOL Economia. Uol.com.br. Disponível em: <https://economia.uol.com.br/cotacoes/cambio/>.
Acesso em: 25 jul. 2022.
GABARITO
A empresa exportadora realizou a venda a prazo, muito comum no mercado brasileiro. Na
vendaa prazo, independentemente do prazo de pagamento negociado entre as partes, sempre
haverá o risco cambial. No vencimento, a taxa de câmbio poderá estar mais alta ou mais baixa do
que a taxa do dia do embarque da mercadoria. Portanto, não há como saber quanto estará a taxa
do dólar em uma data futura. Sim, há o risco cambial. E a empresa pode ficar exposta à variação
cambial e receber mais ou menos reais equivalentes aos US$ 100 mil ou fazer a proteção cambial,
medida mais adequada.
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FINANCIAMENTOEM
COMÉRCIO
INTERNACIONAL
AULA 2
Prof. Joni Tadeu Borges
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CONVERSA INICIAL
O financiamento ao comércio exterior é um importantíssimo instrumento colocado à
disposição dos exportadores brasileiros. Há vários tipos de financiamentos para atender a
empresas de todos os tamanhos e segmentos. Cada tipo de financiamento apresenta
características próprias, podendo ser realizado em moeda estrangeira ou em reais, em curto ou
longo prazo, na fase pré ou pós-embarque. Os financiamentos ao comércio exterior oferecem
vantagens aos exportadores. Por meio do financiamento, empresas exportam mais, fator
interessante para a economia do país, pois gera renda, emprego e divisas. Às empresas,
proporcionam-se, assim, melhores condições de elas competirem no mercado global.
O adiantamento sobre contrato de câmbio (ACC) é um financiamento com custo relativamente
baixo, em relação aos outros tipos de financiamento praticados no mercado interno. O exportador
precisa conhecer os seus procedimentos para ter acesso aos financiamentos dessa modalidade e
usá-los, quando necessário.
CONTEXTUALIZANDO
As empresas exportadoras, na sua maioria, dependem de recursos de terceiros para
permanecerem atuando no mercado global. O segmento exportador do Brasil demonstra números
relativamente interessantes, para a economia brasileira. Os países precisam gerar renda, emprego
e divisas. Por isso, é fundamental o apoio dos governos, em forma de suas políticas de comércio
exterior; e, de certa maneira, das instituições financeiras, ao oferecerem linhas de crédito
diferenciadas para esse público. O Banco Central do Brasil (Bacen) permite aos bancos brasileiros
captarem recursos no exterior e os repassarem, em forma de financiamento, aos exportadores a
um custo mais acessível.
A empresa exportadora tem, com isso, a sua disposição financiamentos de curto ou longo
prazo, recursos para serem aplicados na fase pré-embarque (produção) ou na fase pós-embarque
(comercialização) de mercadorias. O exportador precisa saber o que é melhor para sua empresa.
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Mas, nem toda empresa consegue as linhas de crédito, por não atender a alguma das condições
exigidas pelo financiador ou não conhecer as práticas de mercado em relação aos financiamentos.
Iniciaremos nossa abordagem com o ACC, financiamento mais utilizado pelos exportadores,
apresentando seu conceito e os custos envolvidos na operação.
TEMA 1 – PANORAMA DAS EXPORTAÇÕES NO BRASIL
É importante se conhecer a realidade do comércio exterior brasileiro, entender as políticas
direcionadas à exportação, a legislação vigente, as práticas adotadas pelo mercado internacional
para saber se as instituições financeiras privadas ou o próprio governo têm interesse em
disponibilizar recursos para financiar uma exportação.
Para as instituições financeiras privadas, o financiamento de exportação é mais uma linha de
crédito, como qualquer outra operação bancária. O seu objetivo é atender ao cliente e ter o retorno
financeiro esperado, sobre o financiamento. Existe uma estratégia, adotada pelo setor privado, que
pode representar maior ou menor interesse em financiar o comércio exterior, em relação à margem
de lucratividade sobre o financiamento à exportação.
Por outro lado, os bancos públicos ou estatais atendem ao segmento exportador com o
objetivo de mantê-los no mercado e, principalmente, alavancar as vendas dos produtos nacionais
para outros países. Isso não significa que realizam as operações de financiamentos com prejuízo,
mas sim em condições mais atrativas para o exportador, consequentemente recebendo uma menor
rentabilidade sobre as operações financeiras.
Gráfico 1 – Balança comercial brasileira em 2021
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Empresas exportadoras 2021
Faixa de valor exportador Quantidade
Acima de US$ 100 milhões 478
Entre US$ 50 e US$ 100 milhões 432
Entre US$ 10 e US$ 50 milhões 1.510
Entre US$ 5 e US$ 10 milhões 1.037
Entre US$ 1 e US$ 5 milhões 3.595
Até US$ 1 milhão 24.957
32.009
Fonte: Balança, 2022.
O Gráfico 1 representa as exportações brasileiras mensais no ano de 2021, com valores que
variam de 15 a 28 bilhões de dólares, números interessantes para as instituições que ofertam
crédito aos exportadores. E é claro que, por trás dos números, existe toda uma conjuntura
analisada pelos bancos, levando em conta, principalmente, o custo da captação de recursos
externos para financiar o comércio exterior.
Mas, quem são essas empresas que exportaram US$ 280,4 bilhões no ano de 2021? São
empresas que atuam nos mais diversos tipos de atividades, desde as grandes indústrias aos
pequenos produtores; empresas com 9 empregados ou mais de 500; empresas que exportaram
US$ 5 mil ou mais de US$ 100 milhões por ano.
Tabela 1 – Empresas exportadoras, por faixa de valores
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Total
Fonte: Lista, 2022.
Há uma proporção inversa: menos empresas exportam mais de US$ 100 milhões por ano e
mais empresas exportam menos do que US$ 1 milhão. Apesar do valor menor, vale destacar que
quase 25 mil empresas dessas empresas que exportam valores menores estão gerando emprego e
renda, algo fundamental para o desenvolvimento de um país.
Saiba mais
Os números informados no Gráfico 1 e na Tabela 1 se referem ao ano de 2021. A qualquer
momento, porém, você pode consultar as informações atualizadas nos sites oficiais do
governo federal.
As linhas de crédito são disponibilizadas para empresas de qualquer porte; porém, as grandes
empresas estão mais preparadas para obter os recursos. Em pleno momento em que as
informações são disponibilizadas em várias fontes de consulta, ainda há empresas exportadoras
que desconhecem as variedades das linhas de financiamentos específicos à exportação e, para
suprirem sua necessidade financeira, contratam outros tipos de crédito, em condições mais
desvantajosas.
Para realizar a exportação, a empresa ou pessoa física precisa se registrar/habilitar como
declarante da mercadoria. A Instrução Normativa n. 1.984/2020 da Receita Federal do Brasil (RFB)
dispõe sobre a habilitação de declarantes de mercadorias para atuarem no comércio exterior,
estabelecendo alguns critérios (Brasil, 2020), como:
quem pode ser declarante de mercadoria;
quem pode atuar em nome dos declarantes de mercadoria;
as modalidades de habilitação dos declarantes de mercadoria;
os limites de operação, de acordo com a modalidade de habilitação dos declarantes de
mercadoria;
as situações em que há dispensa de habilitação dos declarantes de mercadoria, para atuarem
no comércio exterior.
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A empresa habilitada para exportar, pela Receita Federal, deve realizar as suas exportações e
manter conta bancária em instituição financeira para ter acesso a várias linhas de crédito
disponíveis para o comércio internacional.
TEMA 2 – VANTAGENS DO FINANCIAMENTO À EXPORTAÇÃO
O mercado global possui economias diferentes: tem países que precisam comprar produtos
para suprir suas necessidades internas e países produtores que podem fazer isso e ainda vender
seus produtos. Aquelesque desenvolveram suas indústrias ou outras atividades podem ampliar
seus negócios, expandindo o seu comércio para além das suas fronteiras.
O Brasil, com uma população estimada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), em junho de 2022, de quase 215 milhões de habitantes, tem um mercado interno que não
pode ser desconsiderado (IBGE, 2022). Logo, muitas empresas priorizam o mercado doméstico
para vender seus produtos, por isso ser mais prático. Por outro lado, empresários brasileiros
projetam nas exportações cenários estratégicos para incrementar seus negócios e, principalmente,
para manter a sustentabilidade de seus empreendimentos. Portanto, buscar o caminho da
exportação não é mais uma característica só das grandes empresas e, sim, de empresas que veem
nessa forma de comércio um modo de se manter em atividade.
Nesse cenário é que entram os financiamentos à exportação. Os bancos disponibilizam
numerosos tipos de financiamento à exportação para atender à necessidade do exportador
brasileiro. Com recursos mais baratos, o exportador pode reduzir a formação de preço final do seu
produto e negociá-lo no mercado externo com maior competitividade. Assim, com a possibilidade
de ter um financiamento, o exportador deixa de perder negócios no exterior, uma vez que dispõe
de recursos para financiar o seu processo de produção ou comercialização e atender com
qualidade aos seus clientes externos.
A empresa brasileira pode financiar a sua exportação de duas maneiras: obtendo recursos do
importador, por meio de um pagamento antecipado, situação em que o exportador utiliza os
recursos recebidos pela venda no seu processo produtivo, podendo até dar um desconto ao
importador, não precisando recorrer aos bancos e deixando o risco do negócio com o importador,
que lhe paga antes de receber a mercadoria; ou, a mais comum, obtendo financiamentos
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realizados pelas instituições financeiras para garantir os recursos necessários para produzir sua
mercadoria e exportá-la.
Os financiamentos à exportação têm várias formas de classificação. Em relação aos prazos,
temos:
financiamentos de curto prazo e longo prazo;
financiamentos em fase pré e pós-embarque.
Figura 1 – Tipos de financiamento em relação ao prazo
Crédito: Joni Tadeu Borges.
Uma das vantagens presentes no financiamento à exportação é o seu menor custo financeiro,
se comparado às linhas de crédito praticadas no mercado interno. A referência da taxa de juros nas
operações financeiras no Brasil é a taxa do Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic),
ambiente em que os títulos do Tesouro Nacional são negociados. Os recursos utilizados nos
financiamentos à exportação, na sua maioria, são captados em moedas estrangeiras, no exterior, a
uma taxa de juros internacional. Desse modo, fica muito mais atrativo para o exportador o
financiamento indexado à taxa de juros internacional.
Figura 2 – Taxas de juros praticadas pelos Bancos Centrais no mundo, em junho de 2022
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Fonte: Bancos, 2022.
É simples entender por qual motivo o financiamento ao comércio exterior é mais vantajoso. Na
Figura 2 estão as taxas de juros oficiais das principais economias do mundo. O banco brasileiro,
quando financia uma empresa no mercado interno, acrescenta um spread sobre a taxa de juros
para cobrir os custos operacionais e administrativos da operação, o pagamento de tributos, os
riscos em relação à inadimplência e ainda a sua margem de lucro. Mesma situação ocorre quando
um banco brasileiro capta (empresta) recursos de um banco alemão, por exemplo. O banco alemão
não vai emprestar esses recursos a um custo de 0%, taxa de juros oficial do Banco Central
Europeu: ele vai estipular um percentual para cobrir os custos da operação e a sua margem de
lucro. Portanto, no financiamento à exportação, o banco brasileiro capta recursos a uma taxa de
juros menor e a repassa para o exportador. Outra vantagem das operações de financiamento à
exportação é a não incidência de Imposto de Renda (IR) e de Imposto sobre Operações de Crédito,
Câmbio e Seguro ou Relativas a Títulos Imobiliários (IOF), diferentemente do que ocorre em linhas
de crédito do mercado interno.
A redução do custo financeiro para o exportador se torna um suporte para as empresas se
manterem ativas e evoluírem cada vez mais no mercado globalizado.
TEMA 3 – DIFICULDADES PARA SE FINANCIAR UMA EXPORTAÇÃO
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Percebe-se que o financiamento à exportação proporciona vantagens para as empresas
atuantes no comércio exterior, que podem fazer com que elas ofereçam melhores condições
quando negociarem com o importador, como menores preços e maiores prazos de pagamento.
Mas, nem todas as empresas conseguem obter uma linha de crédito. Algumas encontram
dificuldades para atender às condições requeridas pelas instituições financeiras e perdem a
oportunidade de vender sua mercadoria ao exterior.
Em geral, os bancos são bem criteriosos para liberarem qualquer linha de crédito,
especificamente a linha de crédito destinada à exportação, que tem algumas características
diferenciadas. Em primeiro lugar, o banco realiza uma análise de crédito para estabelecer os
parâmetros pelos quais poderá ou não conceder o crédito para uma determinada empresa
exportadora. Para isso, serão considerados, além dos critérios utilizados para qualquer empresa
que trabalha somente no mercado interno, outros aspectos sobre a atuação da empresa no
mercado internacional, como:
Performance de exportação :esse parâmetro demonstra qual é o volume de exportação da
empresa em determinado período (mensal ou anual). É possível obtê-lo em sistemas oficiais
do governo. Dessa maneira, a instituição financeira verifica se é a primeira exportação ou se a
empresa já atua no mercado internacional. Provavelmente, se se tratar de uma primeira
exportação ou constar na informação coletada que a empresa tem uma performance baixa de
exportação, ficará mais difícil o banco liberar o limite de crédito que atenda à necessidade da
empresa. Exemplo: determinada empresa tem US$ 60 mil de performance de exportação
anual e recebeu uma proposta de um importador estrangeiro que tem o interesse em comprar
dela US$ 180 mil, em mercadorias. Portanto, uma única compra equivale a três vezes mais o
volume exportado pela empresa em um ano. O exportador conseguiria fechar o negócio com
o importador se conseguisse um financiamento. Porém, mesmo que a empresa estivesse
devidamente capitalizada e que seu produto fosse de qualidade comprovada no mercado
interno, dificilmente o banco liberaria um limite para a empresa fazer um financiamento de
US$ 180 mil.
Tempo de atividade: empresas com pouco tempo de atividade, um ou dois anos, têm maior
dificuldade de obter financiamentos. Nesse caso, mesmo que a empresa tenha toda a sua
documentação em ordem, não tenha restrições no mercado financeiro, não há como o banco
avaliar alguns critérios para liberação do crédito pretendido.
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Garantias: o banco, ao financiar uma empresa, além de fazer a análise de crédito para avaliar
as suas condições econômico-financeiras e demais riscos, certifica-se que o tomador do
crédito possa conceder garantias para a operação. Caso o tomador do crédito (exportador)
não honre o pagamento nas condições previstas no contrato, o banco aciona essas garantias.
Exemplo: a empresa tem um volume de exportação mensal de US$ 300 mil e sempre utilizou
recursos próprios, nos seus processos de venda ao exterior. Em determinado momento,
precisou de capital de terceiros e, mesmo tendo uma boa performance de exportação e
experiência no mercado internacional, não tinha garantias a oferecer em contrapartida a um
financiamento. Nesse caso, a falta de garantia pode setornar um impeditivo para ela obter o
financiamento.
Situação cadastral dos sócios: uma situação irregular no cadastro da pessoa física do
dirigente da empresa pode impedir que a instituição financeira conceda crédito à empresa.
Exemplo: a empresa cumpre todos os requisitos para obter um financiamento e precisa
financiar US$ 100 mil referentes à venda de seus produtos para um novo comprador
estrangeiro. Essa empresa precisa dos recursos imediatamente pois, assim, poderia fechar o
contrato concedendo melhor prazo de pagamento para o importador. Ao pedir o
financiamento ao banco, contudo, constata-se que um dos sócios tem uma restrição
impeditiva no mercado financeiro. Com isso, enquanto esse sócio não regularizar a sua
pendência, o banco não libera o crédito para a empresa. O prazo para baixar uma restrição é
de 5 a 10 dias, prazo suficiente para o exportador perder a venda para a empresa estrangeira
por conta da não obtenção de um financiamento.
Procedimentos operacionais: algumas opções de financiamento são muito simples de se
operacionalizar e, no mesmo dia que a empresa solicita o financiamento, o crédito é liberado
para o exportador; outras, porém, são mais burocráticas e envolvem muitas exigências como
apresentação de documentos, preenchimento de propostas e informações adicionais,
diversas alçadas de deferimento etc. e podem, por isso, levar de um a dois meses para serem
liberadas.
Destino do produto exportado: quando uma empresa concentra as suas exportações em
único país, corre o risco de não obter o financiamento caso o país de destino sofra algum tipo
de embargo econômico da Organização das Nações Unidas (ONU) ou, isoladamente, de
algum outro país. O risco-país é medido pelas agências de rating que estabelecem o grau de
confiança que os países apresentam em relação às suas atividades econômicas e financeiras
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e serve de parâmetro para os investidores destinarem recursos para determinado país.
Quanto mais alto for o risco-país, maior a probabilidade de o país não pagar suas dívidas. Por
esse motivo, os bancos deixam de financiar as empresas quando há o risco iminente de ser
bloqueada a saída de divisas do país importador, consequentemente com o importador não
conseguindo efetuar o pagamento devido e o exportador não recebendo os valores para
honrar o seu compromisso de financiamento.
Desconhecimento do exportador: presente principalmente nas pequenas empresas. O
motivo de não conhecer as linhas de créditos disponíveis, no mercado, para a exportação
brasileira leva o exportador a recorrer a financiamentos ou empréstimos com uma taxa de
juros maior.
As empresas participantes do mercado internacional precisam estar preparadas e disporem de
profissionais capacitados para definirem a melhor opção de financiamento, que atenda à
necessidade de seus negócios, saberem em qual banco buscar a linha de crédito pretendida e
como negociar as condições propostas. Somente dessa maneira a empresa poderá usufruir dos
benefícios que os financiamentos à exportação oferecem.
TEMA 4 – ADIANTAMENTO SOBRE CONTRATO DE CÂMBIO (ACC)
O ACC é o financiamento à exportação mais utilizado pelo segmento exportador. Seu modo de
formalização do contrato é simples e ele atende à necessidade do exportador que precisa
imediatamente dos recursos, que creditados, em reais, na sua conta corrente no mesmo dia da
contratação. É interessante lembrar que, previamente à contratação do ACC, o banco analisa os
fatores econômicos e financeiros e estabelece um limite de crédito para a empresa atuar na área
internacional, inclusive definindo a garantia que será vinculada à operação. Podemos comparar tal
operação com o uso do cartão de crédito por parte de um cliente. Previamente, o banco analisa o
cadastro do cliente, com base em critérios de análise de crédito e risco, e estabelece um limite
para ele usar. A qualquer momento, o cliente pode utilizar o limite de crédito estabelecido para
fazer compras, dentro do prazo de validade do cartão.
O ACC consiste na: “[...] antecipação parcial ou total por conta do preço em moeda nacional
da moeda estrangeira comprada para entrega futura, podendo ser concedido a qualquer tempo, a
critério das partes.” (Brasil, 2013). Ele é formalizado por meio do contrato de câmbio de compra,
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como o próprio nome o define. Seguindo a legislação cambial, “Contrato de câmbio é o
instrumento específico firmado entre o vendedor e o comprador de moeda estrangeira, no qual são
estabelecidas as características e as condições sob as quais se realiza a operação de câmbio”
(Brasil, 2013).
De maneira prática, Borges (2017, p. 113) assim comenta a aplicabilidade do ACC:
O ACC é utilizado pelo exportador na fase pré-embarque e tem a finalidade de financiar a
produção de mercadoria ou serviço a ser exportado. Os recursos provenientes do
financiamento são utilizados como um capital de giro e empregados na compra de matéria-
prima, pagamento de mão de obra e outros custos envolvidos na produção.
O prazo máximo do ACC estabelecido pelo Bacen é de até 1,5 mil dias entre a contratação e a
liquidação do contrato de câmbio. Portanto, a legislação permite a contratação do ACC em
qualquer momento antes de o exportador embarcar a mercadoria com destino ao exterior,
respeitado esse limite máximo. Mas, ainda que a legislação permita o prazo de até 1,5 mil dias, é a
instituição financeira que vai estabelecer o prazo máximo do ACC, de acordo com as
características de seus clientes – dificilmente o banco concederá o prazo total permitido, na
contratação do financiamento. Na prática, o banco analisa previamente a atividade do cliente,
verifica seu fluxo e prazos no processo produtivo e de negociação e, após isso, define, com uma
certa margem adicional sobre esse fluxo, o prazo do contrato de financiamento. Por exemplo:
determinada empresa tem o prazo médio de 60 dias para produzir. Considerando 20 dias de
trâmites aduaneiros e para embarque da mercadoria e mais 10 dias, após o embarque, para
pagamento da mercadoria pelo importador. Somando-se esses prazos, estima-se então que, em
90 dias, o exportador produz, embarca a mercadoria e recebe o pagamento do importador por ela.
Nessa situação, o banco considera que pode haver algum atraso em uma das etapas da
exportação, aplica uma margem e concede então um prazo de ACC de 120 dias, no máximo 150
dias.
Figura 3 – Prazo do ACC
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Crédito: Joni Tadeu Borges.
A negociação do ACC ocorre na mesa de câmbio dos bancos autorizados a operar com câmbio
pelo Bacen. A mesa de câmbio é o local (setor) da instituição financeira no qual se realizam as
negociações de compra e venda de moeda estrangeira. Normalmente, nesse ambiente, as
negociações são de valores expressivos e por isso o cliente recebe um atendimento personalizado
e até mesmo condições mais favoráveis nas operações de câmbio. Também pode acontecer, de
maneira padronizada, porém com níveis diferenciados de deságio, de acordo com a característica
de cada cliente, de as operações de ACC serem contratadas no portal de negócios de cada banco,
via internet.
São negociados, no ACC, o prazo do financiamento, a taxa de câmbio e o deságio. O banco, ao
comprar a moeda estrangeira que receberá em uma data futura, do exportador, e lhe adiantar os
reais equivalentes, cobra o deságio (os juros) sobre a operação. O exportador tem a vantagem do
custo menor, no financiamento. No entanto, ao contratar o ACC, o exportador assume a
responsabilidade de embarcar a mercadoria no prazo previsto no contrato de câmbio e receber o
pagamento em moeda estrangeira, do importador, para liquidar a sua dívida. Caso isso não ocorra,
o exportador precisará regularizar o contrato de câmbio conforme as normas vigentes. O contrato
de câmbio não pode ficar em situação irregularperante o Bacen. Se não for possível essa
regularização, o exportador sofrerá as penalidades previstas na regulamentação pertinente.
TEMA 5 – CUSTOS DO ACC
Os recursos usados no ACC, assim como em outros financiamentos à exportação, podem ser
repassados pelo governo federal aos bancos mediante a cobrança de uma taxa de juros menor; ou
captados no exterior, por bancos brasileiros. O governo repassa linhas de crédito para a
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exportação, normalmente quando há dificuldades de os bancos brasileiros captarem recursos no
exterior.
A captação de recursos no exterior por bancos brasileiros, de maneira simplificada, tem a
seguinte estruturação:
a. O banco brasileiro negocia o empréstimo (a linha de crédito) com um banco estrangeiro. Para
exemplificar, vamos quantificar a operação: US$ 50 milhões, com prazo de 1 ano e taxa de
juros de 2% a.a.
b. O valor captado pelo banco brasileiro pode ficar depositado no próprio banco que cedeu o
empréstimo ou ser transferido para a conta do banco brasileiro no exterior, em regra geral
localizado em Nova York.
c. O valor da linha de crédito pode ser aplicado nos vários tipos de financiamento à exportação.
d. Com os recursos, o banco brasileiro financia vários exportadores, mediante operações com
prazo de até 360 dias (prazo da linha de crédito) e com deságios (taxas de juros) mais
favoráveis para os clientes. Por exemplo: para determinado cliente contratar um ACC de US$
2 milhões, o banco irá lhe cobrar 2% de deságio sobre a operação, sem obter rentabilidade
em relação aos juros. Porém, poderia fazer 20 operações de US$ 100 mil, a uma taxa de juros
anual de 6%.
e. Nesse período, o banco brasileiro recebe os dólares do exportador e, no vencimento, liquida a
dívida com o banco estrangeiro.
No ACC, o principal custo para o exportador é o deságio (a taxa de juros), formado por vários
componentes, entre os quais estão:
custo da captação de recursos no exterior (com base em juros internacionais);
spread do banqueiro estrangeiro;
prazo do financiamento ao exportador;
valor do financiamento ao exportador;
spread do banco brasileiro.
A metodologia de cálculo dos juros no ACC é diferente da metodologia aplicada nos
financiamentos utilizados para o mercado interno. No ACC, aplicam-se os juros simples, sob a
fórmula:
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onde: J = juros; C = capital (valor do financiamento); i = taxa de juros (deságio); t = tempo.
O deságio tem a referência anual (X% a.a.) e o seu prazo é considerado em dias. Para facilitar
o cálculo dos juros, o mercado adota a seguinte fórmula:
Dessa maneira, a fórmula está pronta para ser usada, bastando substituir os dados da
operação do ACC. Primeiro, então, o deságio é calculado em moeda estrangeira e depois
convertido em reais com base na taxa de câmbio do dia do pagamento. O deságio é classificado
em:
Antecipado: o pagamento do deságio ocorre no dia da contratação do câmbio.
Postecipado: o pagamento do deságio ocorre no dia da liquidação (pagamento) do ACC.
Estanque: o pagamento do deságio ocorre periodicamente durante a vigência do contrato de
ACC, por exemplo: um ACC de 360 dias, com pagamento do deságio em 90, 180, 270 e 360
dias. Nesse caso, o deságio é cobrado proporcionalmente ao prazo utilizado.
Exemplo de cálculo do deságio : determinada empresa contratou um ACC de US$ 100 mil
por um prazo de 180 dias. A taxa de deságio é de 6% a.a. O deságio é antecipado e com taxa de
câmbio de US$ 1,00/R$ 5,00, no dia da contratação. Temos, nessa operação:
a. Valor do adiantamento em reais para o exportador: é o valor do financiamento, em moeda
estrangeira, convertido em reais com base na taxa de câmbio do dia da contratação
(considera-se a taxa de câmbio do momento do fechamento do contrato de câmbio). Logo,
valor do adiantamento = US$ 100.000,00 x 5,00 = R$ 500.000,00.
b. O exportador recebe o crédito de R$ 500 mil, na sua conta corrente, no dia da contratação do
câmbio (ACC) e tem o compromisso de entregar US$ 100 mil ao banco, no prazo acordado
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(180 dias).
c. Como o deságio é antecipado, no mesmo dia da contratação o banco debita da conta-
corrente do exportador o valor do deságio: deságio = (C . i . t) / 36.000; deságio =
(100.000,00 . 6 x 180) / 36.000; deságio = US$ 3.000,00; deságio em reais = US$ 3.000,00 x
5,00 = R$ 15.000,00.
d. Valor líquido em reais recebido pelo exportador: R$ 485.000,00.
e. Até o vencimento do ACC, o exportador precisará receber os US$ 100 mil do importador para
liquidar a dívida em moeda estrangeira.
O cálculo do deságio é simples. O importante é se estabelecer o prazo adequado para o ACC e
conhecer os fatores que deixam a taxa de deságio maior ou menor.
TROCANDO IDEIAS
Pesquise, nas empresas exportadoras da sua região, quais delas utilizam o ACC. Qual o prazo
e quais as taxas de deságio usados na operação e qual o benefício que a empresa identificou após
o uso da linha de crédito? Comente-o no fórum da disciplina.
NA PRÁTICA
A empresa Export Ltda. contratou um ACC no valor de US$ 75.415,50, valor da exportação
para o cliente chileno. O prazo do ACC é de 135 dias, a um deságio de 5,43% a.a., com pagamento
postecipado. A taxa de câmbio na data da contratação estava US$ 1,00/R$ 5,455 e, na data da
liquidação (vencimento do ACC), US$ 1,00/R$ 5,25. Assim sendo:
a. Calcule o valor do adiantamento, em reais, creditado na conta corrente de exportador.
b. Calcule o valor do deságio, em dólares, a ser pago pelo exportador, quando da liquidação do
ACC.
c. Qual o valor da dívida assumida pelo exportador?
d. Calcule o valor do deságio, em reais, que o exportador pagou no vencimento do ACC.
FINALIZANDO
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Vimos, nesta abordagem, a importância e as vantagens dos financiamentos à exportação para
a atividade econômica das empresas exportadoras. Os financiamentos à exportação contribuem
para a sustentabilidade da empresa e o crescimento econômico do país e geram riquezas. O
destaque desta abordagem foi o ACC: vimos a sua aplicabilidade e como é calculado o deságio,
nessa modalidade de financiamento à exportação. Com os ensinamentos apresentados, é possível
identificar, por meio de um planejamento, a melhor opção e as melhores condições para a empresa
buscar o financiamento à exportação que supra as suas necessidades.
REFERÊNCIAS
BALANÇA comercial e estatísticas de comércio exterior. Ministério da Economia, maio 2022.
Disponível em: <https://www.gov.br/produtividade-e-comercio-exterior/pt-br/assuntos/comercio-
exterior/estatisticas >. Acesso em: 30 jun. 2022.
BANCOS Centrais. Investing, 2022. Disponível em: <https://br.investing.com/central-banks/>.
Acesso em: 1 jul. 2022.
BORGES, J. T. Financiamento ao comércio exterior: o que uma empresa precisa saber. 2. ed.
Curitiba: InterSaberes, 2017.
BRASIL. Ministério da Economia. Banco Central do Brasil. Circular n. 3.691, de 16 de dezembro
de 2013. Diário Oficial da União, Brasília, 17 dez. 2013. Disponível em:
<https://normativos.bcb.gov.br/Lists/Normativos/Attachments/48815/Circ_3691_v26_P.pdf>.
Acesso em: 1 jul. 2022.
BRASIL. Ministério da Economia. Secretaria da Receita Federal. Instrução Normativa n. 1.984,
de 27 de outubro de 2020. Diário Oficial da União, Brasília, 29 out. 2020. Disponível em:
<http://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/link.action?visao=anotado&idAto=113361>.
Acesso em: 1 jul. 2022.
LISTA de empresas brasileiras exportadoras e importadoras. Ministério da Economia, 7 fev.
2022. Disponível em: <https://www.gov.br/produtividade-e-comercio-exterior/pt-
br/assuntos/comercio-exterior/estatisticas/empresas-brasileiras-exportadoras-e-importadoras>.
Acesso em: 1 jul. 2022.
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RESPOSTAS
a. Valor do adiantamentoem reais = US$ 75.415,50 x 5,455 = R$ 411.391,55.
b. Deságio = (C. i. t) / 36.000; deságio = (75.415,50 x 5,43 x 135) / 36.000; deságio = US$
1.535,65.
c. US$ 75.415,35 (independentemente de quanto estiver a taxa de câmbio na liquidação do
contrato, o exportador saldará a dívida com os dólares recebidos do importador).
d. US$ 1.535,65 x 5,25 = R$ 8.062,16.
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FINANCIAMENTO EM
COMÉRCIO
INTERNACIONAL
AULA 3
Prof. Joni Tadeu Borges
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CONVERSA INICIAL
O exportador brasileiro fica mais competitivo quando concede prazo para o importador pagar
em suas vendas internacionais. É um diferencial para o importador, pois ele recebe e comercializa o
produto no mercado interno, para depois pagar o exportador. Por outro lado, o exportador,
vendendo a prazo, pode enfrentar dificuldades no fluxo de caixa, tendo de recorrer a bancos para
obter recursos.
Um dos itens negociado entre exportador e importador é o prazo de pagamento. Caso o
exportador deixe de vender a prazo, o importador poderá deixar de comprar, procurando outro
vendedor que atenda a sua necessidade. Ao vender a prazo, o exportador deve se preocupar com
a possibilidade de que o importador não vai honrar o pagamento na data acordada, pois o risco de
crédito é inerente às operações a prazo. Com isso, o exportador, antes de fechar o negócio, deve
consultar as informações do importador.
Com a venda a prazo, o exportador precisará de recursos para pagar os seus fornecedores no
mercado interno. O Adiantamento de Cambiais Entregues (ACE) é o financiamento que apresenta a
condição de o exportador adiantar o recebimento em seu banco. O ACE, financiamento utilizado na
fase pós-embarque, será um dos tópicos da nossa etapa. Veremos como e por que as empresas
exportadoras utilizam essa linha de financiamento, com as suas principais características, incluindo
processo documental, garantias e aplicabilidade.
CONTEXTUALIZANDO
Na etapa de hoje, vamos estudar a alternativa de financiamento à exportação para situações
de vendas a prazo. O ACE, financiamento na fase pós-embarque, possibilita ao exportador adiantar
os recursos que receberia do importador no vencimento. Vamos analisar como a empresa pode
fazer um ACC e transformá-lo em ACE. Nesse caso, o exportador obtém o financiamento na fase
pré-embarque e concede um prazo para o que importador efetive o pagamento. Veremos as
principais características do ACC e do ACE. Vamos ainda descrever as garantias tradicionalmente
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utilizadas e as exigência dos bancos ao conceder um financiamento. Por último, destacaremos a
aplicabilidade da letra de câmbio, documento muito utilizado em operações comerciais
internacionais.
TEMA 1 – ADIANTAMENTO SOBRE CAMBIAIS ENTREGUES
O Adiantamento sobre Cambiais Entregues (ACE) é um instrumento que serve para financiar
exportações com mercadorias já embarcadas. A Circular Bacen n. 3.691 (BCB, 2013), especifica: “
O adiantamento sobre contrato de câmbio constitui antecipação parcial ou total por conta do preço
em moeda nacional da moeda estrangeira comprada para entrega futura, podendo ser concedido a
qualquer tempo, a critério das partes”. A concessão do financiamento, portanto, pode ser
concedida antes ou depois do embarque da mercadoria para o exterior.
Na prática, o exportador realiza uma venda a prazo para o importador estrangeiro e, entre a
data de embarque da mercadoria e a data de vencimento do pagamento, caso o exportador precise
adiantar os recursos que receberá do importador, ele pode solicitar adiantamento do contrato de
câmbio ao seu banco de relacionamento.
Com a possibilidade de contratar o ACE, o exportador obtém uma vantagem competitiva. Em
qualquer mercado comercial, seja interno ou entre países, uma das condições desejadas pelo
comprador é a realização de pagamento a prazo.  Dessa maneira, se o exportador brasileiro não
apresenta essa opção, com certeza o importador vai procurar um outro vendedor.
A liberação do financiamento (crédito) para o exportador por meio do ACE apresenta um
procedimentos semelhantes ao ACC. Previamente, o banco financiador faz a análise de crédito e
risco do cliente, observando:
documentos de constituição da empresa; 
segmento de atuação da empresa;
faturamento da empresa;
tempo de atividade da empresa;
experiência da empresa no mercado internacional;
volume de exportação (performance);
destino das exportações;
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se há restrições por parte da empresa e de seus dirigentes;
garantias e outros fatores pertinentes.
Com o crédito aprovado pela instituição financeira, o exportador pode fazer a venda a prazo e
solicitar o adiantamento dos reais, vendendo os dólares que receberá em uma data futura.
A formalização do ACE é feita por meio da contratação do câmbio de compra. O exportador
vende a moeda estrangeira ao banco para entregá-la em uma data futura. Por outro lado, o banco
adianta os reais equivalentes, creditando o valor na conta corrente do exportador. Na negociação
do ACE entre banco e exportador, ficam definidos:
valor do contrato de câmbio (financiamento);
prazo do financiamento;
taxa do deságio (juros);
taxa de câmbio;
garantias.
O prazo máximo permitido pelo Bacen para a contratação do ACE é de 360 a 390 dias. É
importante ressaltar que o prazo do ACE inicia na data da contratação do financiamento e termina
no vencimento, prazo estabelecido para que o importador realize o pagamento.
Exemplificando: a empresa Finex Exportação Ltda fez uma venda a prazo de 180 dias para um
importador da Austrália. O valor da exportação é de USS 100.000,00. Portanto, no período entre a
data de embarque e a data do pagamento, o exportador utilizará recursos próprios para manter as
atividades da empresa. Porém, 60 dias após a data de embarque da mercadoria, ocorreu um
imprevisto financeiro na empresa, e o exportador precisou de capital de giro para cumprir alguns
compromissos no mercado interno. Não seria possível esperar mais 120 dias para receber do
importador. A solução foi contratar um ACE em seu banco de relacionamento. 
Figura 1 – ACE
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Acompanhe as considerações sobre a operação de ACE:
Exportação a prazo de 180 dias da data do embarque.
O prazo de pagamento deve constar nos documentos representativos da exportação (fatura
comercial e outros).
O exportador deverá emitir um saque (letra de câmbio) em que conste o valor da exportação
e a data de vencimento, caso a modalidade seja a cobrança documentária.
Se a modalidade de pagamento for a remessa sem saque, a fatura comercial e o
conhecimento de embarque são documentos suficientes para determinar o prazo do ACE.
Para este exemplo, o prazo do ACE será de 120 dias.
Na data da contratação do ACE, 60 dias após a data de embarque, o banco adianta o valor
em reais, equivalentes a US$ 100.000,00. A taxa de câmbio para conversão considera o
momento da contratação do câmbio.
Pelo adiantamento dos reais, o banco cobrará o deságio (juros) do exportador referente ao
valor financiado (US$ 100.000,00) no período de 120 dias.
O valor do deságio será cobrado na data da contratação (antecipado) ou na data da
liquidação (postecipado).
No prazo acordado, 180 dias após a data do embarque, o importador paga US$ 100.000,00
ao exportador.
O exportador recebe os US$ 100.000,00 e liquida (paga) o ACE ao banco financiador.
TEMA 2 – TRANSFORMAÇÃO DE ACC EM ACE
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O ACC e o ACE são financiamentos à exportação regulamentados pela legislação cambial. São
formalizados por meio do contrato de câmbio de compra, no qual são adicionadas cláusulas
específicas ao financiamento.
O prazo do ACC e o ACE podechagar a 1500 dias, entre a contratação e a liquidação do
contrato de câmbio de exportação. Teoricamente, uma empresa poderia contratar um ACC por um
prazo de 1500 dias ou um ACE de 360 a 390 dias. Ou, ainda, iniciar um financiamento de ACC com
1140 dias e depois transformá-lo em um ACE com mais 360 dias, perfazendo um prazo total de
1500 dias.
Em situações reais, os bancos financiam por um prazo menor. As instituições financeiras
analisam os riscos envolvidos na operação. Considere que determinado banco concede um prazo
inicial de 1500 dias para um ACC, prazo superior a 4 anos. O banco adiantaria os reais para a
empresa e no período estabelecido a empresa teria que produzir, exportar e receber o pagamento
do importador. Fica a incerteza. Será que a empresa ainda vai estar em atividade depois de quatro
anos? Será que o importador vai realizar o pagamento? São vários riscos envolvidos.
Provavelmente, o banco começaria o ACC com um prazo de 1 ano e, se necessário, poderia
prorrogar o contrato por mais um ano, mediante nova análise de crédito da empresa exportadora.
No dia a dia, os profissionais do mercado que negociam o ACC ou o ACE estabelecem outras
denominações para os financiamentos. O ACC pode ser identificado como financiamento na fase
pré-embarque ou financiamento para produção. Já, o ACE é conhecido como financiamento na
fase pós-embarque ou financiamento para comercialização.
O ACE pode ser contratado independentemente, por meio da contratação do câmbio de
exportação após o embarque da mercadoria. A operação pode ainda ter início mediante
contratação do ACC, que depois se transforma em um ACE.
Vejamos uma situação prática. Uma empresa exportadora negociou a venda de US$
100.000,00 em mercadorias para o exterior, concedendo 180 dias a partir da data do embarque
para que o importador faça o pagamento. O exportador precisa de 120 dias para produzir e
embarcar a mercadoria. Na fase de produção, precisará de capital de giro para pagar os gastos
envolvidos no processo produtivo. Portanto, a empresa terá o prazo de 300 dias entre o início da
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produção até o pagamento do importador estrangeiro. Vamos considerar que a empresa
exportadora contrata o financiamento na data inicial “data zero”.
Vejamos algumas considerações sobre o que ocorre nas datas indicadas. Data 0 (zero):
Empresa exportadora fecha a venda de US$ 100 mil com o importador estrangeiro.
Contratação do ACC de US$ 100 mil por um prazo total de 300 dias.
Na data da contratação, o exportador informa ao banco que terá 120 dias para embarcar a
mercadoria e 180 dias para receber o pagamento do importador. Prazo total de 300 dias.
Na negociação do ACC com a empresa, o banco considera o prazo de 300 dias para
estabelecer a taxa de deságio (juros).
O banco adianta ao exportador os reais equivalentes aos US$ 100 mil (valor da exportação).
Caso o deságio seja antecipado, o banco cobra o valor do deságio referente à operação.
Assinatura do contrato de câmbio de exportação pelas partes.
Observação: não há a necessidade de que a contratação do financiamento seja feita na mesma
data em que o exportador fechou o negócio com o importador, pois tudo depende da urgência
(necessidade) do exportador de receber o adiantamento dos reais para saldar os seus
compromissos.
Data 120:
O exportador apresenta os documentos representativos da exportação ao banco,
comprovando o embarque da mercadoria ao exterior;.
O banco transforma o ACC em ACE por meio de um registro no Sistema Câmbio.
Observação: o embarque da mercadoria pode ocorrer antes ou depois da data preestabelecida
(120 dias). Nesses casos, é feito um ajuste nos prazos.
Data 300:
O importador paga US$ 100 mil ao exportador.
O exportador liquida (paga) a dívida com o banco financiador.
Caso o deságio seja postecipado, o banco cobra o valor do deságio referente à operação.
No ACE, o deságio (juros) é calculado da mesma forma que o cálculo do ACC. Lembrando que
a taxa de juros aplicada no ACC/ACE tem como referência as taxas de juros internacionais. 
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TEMA 3 – CARACTERÍSTICAS DO ACC E DO ACE
O ACC e o ACE são financiamentos mais práticos usados pelos exportadores brasileiros.
Apresentam vantagens financeiras em termos de custo. Os recursos podem ser usados como
capital de giro nos empreendimentos da empresa. Várias características presentes nos
financiamentos devem ser de conhecimento das empresas exportadoras:
Previamente à contratação do ACC/ACE, a instituição financeira estabelece o limite de crédito
que a empresa pode usar em operações de financiamento à exportação.
A instituição financeira também indica quais garantias o exportador pode oferecer, vinculadas
às operações de financiamentos.
Para o ACC, as garantias podem ser pessoais ou reais.
Para o ACE, as garantias podem ser pessoais, reais, carta de crédito, seguro de crédito à
exportação e cambiais.
Após definidos o limite de crédito e garantias, a empresa pode contratar o ACC/ACE a
qualquer momento.
O financiamento é formalizado por meio do contrato de câmbio de compra.
Na contratação do ACC/ACE, são definidos: valor do ACC/ACE, prazo, taxa de câmbio, taxa e
tipo de deságio.
A contratação do câmbio, ACC/ACE, pode ser feita pela mesa de câmbio ou pela plataforma
digital da instituição financeira.
Ao contratar o ACC/ACE, o exportador assume uma dívida em moeda estrangeira com o
banco financiador, que deve ser liquidada com a moeda estrangeira originada pelo
pagamento do importador.
O financiamento pode ser de até 100% da exportação.
Financiamento concedido na fase pré-embarque – ACC.
Financiamento concedido na fase pós-embarque – ACE.
Não há restrições quanto ao tipo de mercadoria exportada, desde que respeitadas as
legislações vigentes.
Na contratação do ACC, não é necessário informar o importador e nem oferecer documentos
que comprovem a operação comercial com a empresa estrangeira. Esse procedimento deve
ser realizado na liquidação do contrato.
No ACC, o exportador tem a responsabilidade de comprovar o embarque da mercadoria.
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O prazo do ACC pode ser de até 1500 dias antes da data de embarque da mercadoria. Na
prática, o prazo é estabelecido com base no ciclo de produção da empresa exportadora.
Na liquidação do contrato do ACC, a moeda estrangeira utilizada pode ser aquela do
pagamento de diversos importadores.
O prazo do ACE pode ser de 360 a 390 dias após a data de embarque.
Na contratação do ACE, é obrigatório que o exportador apresente os documentos
comprobatórios da exportação.
Na liquidação do contrato e ACE, a moeda estrangeira utilizada tem que ser a do importador,
conforme documentos de exportação apresentados na contratação do câmbio.
O exportador recebe o adiantamento em reais na data da contratação do câmbio D-O ou em
D-1 ou D-2, conforme a sua preferência. O adiantamento é feito por meio de crédito em conta
corrente do exportador no banco financiador, após a assinatura do contrato de câmbio.
Caso o exportador não consiga cumprir os prazos preestabelecidos nos contratos de
ACC/ACE, é possível regularizar a operação por meio de prorrogação ou cancelamento do
contrato.
Pela contratação do ACC/ACE, o exportador trava a taxa de câmbio e se protege da variação
cambial.
O exportador também pode se beneficiar ao contratar o ACC/ACE, quando a taxa de câmbio
está valorizada.
Não há incidência de IR e IOF nas operações de ACC/ACE, desde que sejam liquidadas dentro
do prazo estabelecido em contrato.
O conhecimento das características apresentadas é fundamental para a formulação do
planejamento financeiro da empresa. A empresa exportadora precisa estar preparada, caso tenha
de recorrer aos financiamentos de exportação.
TEMA 4 – GARANTIAS UTILIZADAS EM ACC E ACE
Quando a instituição financeira libera recursos para umaempresa, seja por meio de
empréstimo ou financiamento, procura diminuir ao máximo os riscos envolvidos na operação de
crédito.
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Primeiramente, a instituição financeira verificará a capacidade econômico-financeira por meio
de uma análise de crédito da empresa, para depois estabelecer o limite de crédito disponível ao
cliente. Porém, mesmo que a empresa tenha um limite de crédito aprovado, com uma boa
classificação de risco, ainda existe a possibilidade de que cliente não honre o compromisso de uma
possível dívida na data acordada.
Para eliminar o risco de crédito, a instituição financeira condicionará a liberação de recursos
em contrapartida à vinculação de garantia fornecida pelo financiado.
Tavares (2014, p. 222) confirma a necessidade de que o financiado apresente garantias ao
financiador.
As garantias representam a vinculação que assegurem a liquidação da operação de crédito. Ao
analisar as alternativas de empréstimos e financiamentos, a empresa deve levar em
consideração a necessidade de oferecer garantias às instituições financeiras. A exigência de
garantias pode encarecer a operação de crédito ou, em alguns casos, requer que os sócios
comprometam parte de seu patrimônio particular.
No caso do ACC e do ACE, não é diferente, pois a instituição financeira financiadora exigirá do
exportador garantias para se resguardar de uma possível inadimplência da empresa financiada.
Para a instituição financeira, a garantia é um atributo acessório à operação de financiamento. O
objetivo do banco é receber o valor financiado nos prazos acordados. Já para a empresa
financiada, a garantia constituída aumenta o compromisso de honrar a dívida.
A instituição financeira, ao estabelecer a garantia para o financiado, cumpre dois critérios
principais: liquidez e suficiência.
A liquidez representa o tempo ao longo do qual a garantia pode ser convertida em dinheiro. Por
exemplo, a carteira de cobrança ou uma aplicação financeira apresentam alta liquidez. Já um
imóvel oferecido em hipoteca tem baixa liquidez.
O termo suficiência está relacionado ao valor da garantia, que deve ser o suficiente para cobrir
a dívida e todos os encargos relacionados à operação de financiamento.
No ACC, em geral, os bancos trabalham com dois tipos de garantias: a pessoal e a real.
A garantia pessoal, ou fidejussória consiste na obrigação de que o coobrigado, pessoa física,
honre a dívida com recursos provenientes do seu património, caso a empresa financiada
(devedora) não o faça. São exemplos de garantias pessoais: aval, fiança, caução.
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A garantia real ocorre quando o ativo oferecido em garantia fica vinculado à operação de
financiamento. O bem colocado em garantia não pode ser negociado enquanto a dívida não for
liquidada. São exemplos de garantias reais: penhor, hipoteca e alienação fiduciária.
Podem ser aceitas, ainda, outras garantias emitidas no exterior, como carta de crédito standby,
aval ou fiança bancária.
Para os financiamentos realizados por meio do ACE, além das garantias utilizadas no ACC,
podem ser aceitas as garantias de carta de crédito e de seguro de crédito à exportação.
A carta de crédito, segundo Fontes (2020, p. 143):
A carta de crédito, em inglês, letter of credit ou L/C, é uma modalidade de pagamento muito
difundida e utilizada no comércio internacional na aquisição de bens e mercadorias. Constitui-
se de um contrato, por escrito, emitido por um banco geralmente no país do importador,
considerado o “banco emissor”, com o aval de outro banco no país do exportador, sendo o
“banco avisador” em nome de um “beneficiário”, que é o exportador, por solicitação e devidas
instruções de um importador denominado “tomador”.
Na prática, a carta de crédito é aceita como garantia porque o banco financiador do ACE tem o
respaldo do banco emissor. O banco emissor tem o compromisso de honrar o pagamento ao
exportador, mesmo que o importador não o faça. Dessa maneira, a carta de crédito é uma garantia
de alta liquidez, desde que os procedimentos de embarque da mercadoria sigam as instruções da
carta de crédito.
O seguro de crédito à exportação é outra opção de garantia para o ACE. A seguradora de
crédito indeniza o exportador caso o importador não realize o pagamento. Fontes (2020, p. 138)
descreve: “O Seguro de Crédito à Exportação, também conhecido como SCE, é uma maneira de o
exportador se resguardar quanto aos riscos inerentes ao recebimento do pagamento do exterior,
no caso de o comprador não honrar com seus compromissos previamente acordados”.
Considerando que o SCE é aceito como garantias pelas instituições financeiras, reconhecemos
que ele facilita o acesso a financiamentos, como ACE, BNDES/EXIM e PROEX. De modo similar à
garantia da carta de crédito, os bancos ficam mais confortáveis em receber a garantia do SCE. Se o
importador não efetua o pagamento, a seguradora de crédito indeniza o banco financiador, uma
vez que o exportador, ao contratar o ACE com a garantia do SCE, inclui na apólice de seguro uma
cláusula que estabelece que o banco financiador é o beneficiário.
Portanto, para liberar qualquer financiamento, em regra geral, as instituições financeiras
exigem do financiado uma vinculação de garantia. Cabe à empresa exportadora oferecer a opção
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mais adequada ao tipo de operação.
TEMA 5 – LETRA DE CÂMBIO
A letra de câmbio é um documento de uso internacional nas operações comerciais. Borges
(2017, p. 72) contextualiza o uso da letra de câmbio: “Equivalente a uma duplicata utilizada no
mercado interno, a letra de câmbio é emitida pelo exportador (sacador) contra o importador
(sacado). O Sacado deverá pagar o valor ao beneficiário indicado no próprio documento em data e
local especificados”.
A letra de câmbio é encaminhada com os demais documentos representativos da exportação,
a pedido do exportador, para o banco indicado pelo importador. A carta de cobrança, ou borderô
de cobrança, estabelece como o banco do importador pode liberar os documentos ao sacado: se a
exportação for feita com pagamento à vista (letra de câmbio à vista), o importador recebe os
documentos para liberar a mercadoria, mediante o pagamento do valor especificado na letra de
câmbio. Se a exportação for feita com pagamento a prazo (letra de câmbio a prazo), o importador
retira os documentos para liberar a mercadoria mediante aceite na letra de câmbio. Ou seja, o
importador, a partir do seu aceite, reconhece a dívida e o fato de que a letra de câmbio deve ser
paga ao sacador (exportador) na data e no local especificados. Se o importador não realizar o
pagamento na data acordada, o exportador pode solicitar o protesto da letra de câmbio.
Para garantir que tudo isso ocorra no mercado global, o Decreto n.  57.663, de 24 de janeiro de
1966, promulgou os temas acordados nas Convenções Internacionais, para uniformizar o uso de
letras de câmbio e notas promissórias, com o objetivo de evitar situações contrárias, por conta das
várias legislações existentes nos países, considerando como as letras de câmbio são negociadas.
Dessa maneira, visa padronizar e garantir maior segurança às operações de comércio
internacional. Consta no Anexo I do referido Decreto (Brasil, 1966) a forma de emissão da letra de
câmbio:
A palavra "letra", no próprio texto do título, expressa na língua empregada para a redação
desse título.
O mandato puro e simples de pagar uma quantia determinada.
O nome daquele que deve pagar (sacado).
A época do pagamento.
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A indicação do lugar em que o pagamento deve ser efetuado.
O nome da pessoa a quem (ou à ordem de quem) deve ser paga.
A indicação da data em que (e do lugar onde) a letra é passada.
A assinatura de quem passa a letra (sacador).
Não é considerada umaletra de câmbio quando não constam algum dos requisitos
relacionados anteriormente, a não ser nas seguintes situações:
a letra de câmbio que não apresenta a informação da data de pagamento será
considerada pagamento à vista;
na falta de indicação especial para o local de pagamento, considera-se a praça
(domicílio) do sacado;
na falta da indicação do local onde foi emitida a letra de câmbio, considera-se a praça
(domicílio) do sacador.
Figura 2 – Letra de câmbio
Legenda:
�. Número da letra de câmbio
�. Vencimento da letra de câmbio
�. Valor em moeda estrangeira
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�. Local e data de emissão
�. Prazo de pagamento
�. Beneficiário (sacador)
�. Documento que originou a letra de câmbio
�. Nome e endereço do sacado – importador (drawee)
�. Nome e assinatura do sacador – exportador (drawer)
��. O importador (sacado) deve dar o aceite no verso da letra de câmbio
Há outros detalhes que não foram mencionados. Assim, deixo como sugestão a leitura do
Decreto n. 57.663, que apresenta todas os aspectos relevantes à aplicabilidade do documento.
TROCANDO IDEIAS
Nesta etapa, definimos que o ACC e o ACE são financiamentos à exportação, formalizados por
meio do contrato de câmbio. São operações semelhantes, porém alguns pontos que as
diferenciam. Em relação à garantia fornecida pelo exportador, explique por que a carta de crédito
não serve como garantia para o ACC, e quais são as condições para que um banco aceite a carta
de crédito no ACE.
NA PRÁTICA
Calcule o valor do deságio em dólares para o ACE contratado pela empresa Comex Ltda., com
base nas seguintes informações:
Valor da exportação: US$ 100.000,00
Condição de pagamento: 180 dias da data do embarque
Data do embarque: 10/04/202X
Vencimento: 10/10/202X
Contratação do ACE: 30/04/202X
Taxa de deságio: 5% a.a.
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FINALIZANDO
A linha de crédito em destaque nesta etapa foi a de adiantamento de cambiais entregues,
financiamento necessário às empresas exportadoras que vendem a prazo. Os exportadores têm a
vantagem de obter o financiamento a um custo interessante, o que garante maior competitividade
no mercado internacional. Com o ACE, o exportador aumenta a sua capacidade de venda e ainda
pode usar outras garantias não permitidas para o ACC. É o caso da carta de crédito e do seguro de
crédito à exportação. Porém, como acontece em qualquer linha de financiamento à exportação, é
fundamental que o exportador tenha o conhecimento de procedimentos, legislações relacionadas e
práticas de mercado.
GABARITO
O cálculo do deságio do ACE é igual ao ACC, com base na aplicação de juros simples. O prazo
entre 30/04/202X e 10/10/202X é de 163 dias.
Assim, o deságio é: (100.000,00 x 5 x 163) / 36.000 = US$ 2.263,89.
REFERÊNCIAS
BCB – Banco Central do Brasil. Circular n. 3.691, de 16 de dezembro de 2013. Diário Oficial da
União, Brasília, DF, 17 dez. 2013.
BORGES, J. T. Financiamento ao comércio exterior: o que uma empresa precisa saber.
Curitiba: InterSaberes, 2017.
BRASIL. Decreto n. 57.663, de 24 de janeiro de 1966. Diário Oficial da União, Poder
Legislativo, Brasília, DF, 31 jan. 1966.
FONTES, K. Exportação descomplicada: o seu produto além das fronteiras brasileiras. São
Paulo: Labrador, 2020.
TAVARES, R. Operações de crédito: produtos e serviços bancários. Curitiba: InterSaberes,
2014.
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FINANCIAMENTO EM
COMÉRCIO
INTERNACIONAL
AULA 4
Prof. Joni Borges
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CONVERSA INICIAL
Nesta etapa, trataremos da condução do financiamento à exportação formalizado por meio do
contrato de câmbio, o ACC e ACE. Uma das condições negociadas e que deve ser de total
acompanhamento por parte do exportador é o prazo definido para entregar os documentos e
liquidar o contrato. O contrato de câmbio não pode ficar em situação irregular. Dessa maneira, se
houver a percepção de que os prazos inicialmente acordados não serão respeitados, o exportador
e o banco financiador devem negociar novas condições para manter o contrato de câmbio
(financiamento) em situação regular. O Banco Central do Brasil (Bacen) permite a regularização do
contrato de câmbio por meio da liquidação, prorrogação, cancelamento ou baixa. Cada situação de
regularização cambial é analisada de maneira particular por parte do financiador. É fundamental
que o exportador realize um planejamento para operar com linhas de crédito à exportação. No
planejamento devem constar situações possíveis de ocorrer que sejam alheias à vontade do
exportador.
CONTEXTUALIZANDO
Vamos conhecer conceitualmente os tipos de regularização cambial e, em seguida, vamos
apresentar situações práticas vivenciadas pelas empresas exportadoras, desde a prorrogação do
contrato de câmbio, fator que deixa o contrato regular perante o Bacen, ainda que haja uma
majoração na taxa de deságio. No cancelamento do contrato de câmbio, o exportador tem que
devolver o adiantamento recebido ao banco financiador com o pagamento de encargos financeiros,
caso a mercadoria não tenha sido embarcada. A baixa do contrato de câmbio, medida tomada
unilateralmente pelo banco financiador caso o exportador não tenha como liquidar ou cancelar o
contrato de câmbio, implica que o exportador deve entregar as garantias oferecidas vinculadas à
operação de financiamento. Nem sempre é um processo amigável, pois normalmente envolve
aspectos judiciais que encarecem e prejudicam as atividades do financiado. Vamos conversar
sobre a compra de performance de exportação, uma alternativa para que o exportador honre seus
compromissos com gastos financeiros menores em relação ao cancelamento de contrato de
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câmbio. Por fim, não há como não abordar as modalidades de pagamento que estão relacionadas
diretamente ou não com os financiamentos de comércio exterior.
TEMA 1 – REGULARIZAÇÃO DOS CONTRATOS DE ACC/ACE
Sabemos que a formalização dos financiamentos à exportação nas modalidades de ACC e ACE
se dão por meio do contrato de câmbio. Devido à praticidade operacional e negocial para a
empresa contratar a operação, muitas vezes, o exportador contrata um ACC na expectativa de que
vai exportar os seus produtos em determinado prazo, mas, posteriormente, vê-se obrigado a
reconsiderar as condições inicialmente pactuadas no contrato de câmbio, seja por motivo alheio a
sua vontade ou por falta de um planejamento adequado à exportação.
Na formalização do ACC e ACE ficam definidas as condições contratuais, entre elas a data da
entrega dos documentos e a data de liquidação do contrato. A data de entrega de documentos,
como o próprio nome indica, é a data em que o exportador deve entregar (apresentar) os
documentos representativos da exportação ao banco financiador. A data de liquidação vincula a
data em que o exportador deve entregar a moeda estrangeira ao banco financiador para pagar o
financiamento. Essa etapa só ocorre após o importador pagar o exportador.
Os financiamentos de ACC e ACE não podem ficar em situação irregular perante o Bacen.
Dessa maneira, o banco financiador controla os prazos de vencimentos estipulados no contrato
para evitar as penalidades previstas na legislação. Para que o ACC e ACE não fiquem irregulares, é
necessário liquidar o financiamento, prorrogar o prazo de entrega dos documentos e liquidação do
financiamento, cancelar o financiamento ou proceder à baixa do contrato de câmbio.
1.1 LIQUIDAÇÃO DO CONTRATO DE CÂMBIO
Consta no art. 69 da Circular Bacen n. 3.691 (Bacen, 2022): "A liquidação de contrato de
câmbio ocorre quando da entrega de ambas as moedas, nacional e estrangeira, objeto da
contratação ou de títulos que as representem". No ACC e ACE,quando o banco financiador faz o
adiantamento ao exportador, significa que entregou a moeda nacional, valor equivalente à moeda
estrangeira ao exportador. No vencimento do financiamento, o exportador deve entregar a moeda
estrangeira ao banco financiador para liquidar o contrato de câmbio. A liquidação do contrato de
câmbio ocorre somente com a entrega da moeda estrangeira por parte do exportador.
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1.2 PRORROGAÇÃO DO CONTRATO DE CÂMBIO
A prorrogação do contrato de câmbio ocorre quando o exportador não consegue cumprir os
prazos inicialmente pactuados no contrato de câmbio (prazo de entrega de documentos e
liquidação). O exportador pode solicitar a prorrogação do ACC ou ACE quantas vezes forem
necessárias, desde que não ultrapasse o prazo máximo permitido pelo Bacen. A prorrogação do
contrato de câmbio envolve uma nova etapa de negociação entre o financiador e exportador. No
processo de prorrogação de contrato de câmbio é analisada a justificativa do exportador (porque
está solicitando maior prazo). Uma vez aceita a justificativa por parte do financiador, ficam
definidos os novos prazos e a nova taxa de deságio para o período adicional. A prorrogação dos
prazos é formalizada pela alteração do contrato de câmbio registrado no Sistema Câmbio. A
alteração do contrato gera um novo contrato de câmbio que deve ser assinado pelas partes.
1.3 CANCELAMENTO DO CONTRATO DE CÂMBIO
O cancelamento do contrato de câmbio é necessário quando o exportador não cumprir uma
das obrigações estabelecidas nas condições do financiamento, tais como não embarcar a
mercadoria ou não entregar a moeda estrangeira no prazo acordado. Para haver o cancelamento
do contrato de câmbio é necessário o consenso das partes. Para o exportador, isso implica
devolver o adiantamento em reais e pagar os encargos financeiros. O cancelamento é formalizado
por meio de um contrato de câmbio de cancelamento. O cancelamento do contrato de câmbio não
gera uma restrição cadastral para o exportador, desde que não se caracterize uma prática habitual.
Porém, há uma penalidade financeira ao exportador. A finalidade do financiamento é a exportação,
e havendo o cancelamento do contrato de câmbio, o exportador deixa de cumprir o que era
obrigatório, exportar. Portanto, terá o encargo financeiro sobre a operação cancelada. Ao cobrar o
encargo financeiro, o Bacen equipara o custo do financiamento à exportação (ACC) que tem a taxa
de juros bem menor comparada às linhas de financiamentos praticadas no mercado interno. No
cancelamento do contrato, o exportador ainda deve recolher o IR e o IOF, tributos isentos se a
empresa realizasse a exportação. No caso do cancelamento de um ACE, fase pós-embarque, os
procedimentos são semelhantes.
A diferença é que não há a cobrança dos encargos financeiros IR e IOF em decorrência de já
ter ocorrido o embarque da mercadoria. O exportador fez a parte dele, exportou.
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1.4 BAIXA DO CONTRATO DE CÂMBIO
A baixa do contrato de câmbio ocorre quando esgotadas todas as possibilidades de
regularização cambial: prorrogação, cancelamento ou liquidação. É a pior situação para o
exportador que contratou um ACC e não embarca a mercadoria. Não há como prorrogar o contrato,
não há expectativa de realizar a exportação e não há recursos (reais) para devolver o adiantamento
ao banco financiador. Dessa maneira, o banco financiador, unilateralmente amparado na legislação
cambial, solicita a baixa e protesta o contrato de câmbio, cobrando, ainda, as garantias fornecidas
pelo exportador vinculadas ao contrato de financiamento.
TEMA 2 – REGULARIZAÇÃO CAMBIAL SITUAÇÃO PRÁTICA (1)
Vamos analisar situações que ocorrem na prática após a contratação de um financiamento à
exportação por meio do ACC e quais são as alternativas para manter o contrato de câmbio regular.
2.1 CASO: EXPORTAÇÃO DE MÓVEIS DE MADEIRA
A empresa Móveis Lar Ltda. fechou a venda de 100 unidades (jogos de quarto) para uma
empresa mexicana. O valor total da venda corresponde a US$ 100.000,00 FOB Paranaguá. A
empresa Móveis Lar Ltda. precisa de um prazo para preparar/finalizar a produção dos móveis para
embarcar a mercadoria. A empresa também necessita de recursos para pagar os compromissos no
mercado interno relacionados à produção dos móveis. O exportador tem o conhecimento das
linhas de financiamentos à exportação disponíveis no mercado e solicitou ao seu banco de
relacionamento o adiantamento dos reais por conta da exportação que iria realizar. O banco
previamente analisou a situação cadastral da empresa, estabeleceu um limite de crédito e as
garantias para vincular a operação de financiamento.
Condições negociadas no ACC:
Valor do ACC = US$ 100.000,00
Prazo = 180 dia
Deságio = 5,0% a.a. (postecipado)
Taxa de câmbio da contratação = US$ 1,00 = R$ 4,9000
Data da contratação = 20/04/202X
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Data da liquidação (vencimento) = 17/10/202X
Figura 1 – Caso
Situação 1:
A Móveis Lar Ltda. comprou a madeira para produzir os móveis de um fornecedor no mercado
interno. Porém, o fornecedor não conseguiu entregar as peças de madeira para a montagem dos
móveis no prazo determinado. Consequentemente, a empresa Móveis Lar Ltda não conseguiu
finalizar a produção dos móveis e não poderia embarcar a mercadoria para o importador no prazo
inicialmente acordado. Com base nos acontecimentos, o contrato de câmbio caminharia para uma
situação irregular. Quais seriam as soluções para o exportador evitar possíveis problemas?
Solução
O exportador, ao perceber a possibilidade de atraso do embarque da mercadoria, deve
renegociar o prazo de entrega do produto com o importador mexicano;
O importador, aceitando as novas condições de entrega, permite ao exportador solicitar a
prorrogação do prazo do contrato de financiamento (ACC) com o banco financiador;
Inicialmente, o contrato é prorrogado por mais 180 dias, a uma nova taxa de deságio de 6%
a.a. Em regra geral, na prorrogação, o banco financiador aumenta a taxa de deságio. No
exemplo, houve 1% de aumento para o novo período;
Na prorrogação é comum o deságio ser cobrado antecipadamente. Considerando uma taxa
de câmbio de US$ 1,00 = R$ 5,10 na data da prorrogação do contrato, o exportador pagaria
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US$ 2.500,00 = R$ 12.750,00 (referente ao primeiro período) e US$ 3.000,00 = R$ 15.300,00
(referente ao período da prorrogação).
Considerações sobre a prorrogação
�. O prazo máximo permitido pelo Bacen é de 1500 dias entre a data da contratação e a data da
liquidação;
�. Pode haver várias prorrogações, desde que não ultrapassem o prazo máximo permitido pelo
Bacen e que seja de interesse da empresa e do banco financiador;
�. A cada prorrogação, o deságio e as garantias serão renegociadas;
�. Ao final do último prazo concedido, o exportador deve comprovar o embarque da mercadoria
e liquidar o financiamento com moeda estrangeira recebida do importador.
TEMA 3 – REGULARIZAÇÃO CAMBIAL SITUAÇÃO PRÁTICA (2)
Vamos considerar uma nova situação para a empresa Móveis Lar Ltda. em relação à
negociação com a empresa mexicana.
Situação 2
Após a remarcação de uma nova data para embarque da mercadoria, o exportador encontra
outras dificuldades para produzir os móveis encomendados pelo importador mexicano e
novamente não conseguirá honrar o contrato. A empresa mexicana aplica seus direitos previstos no
contrato comercial entre as partes e cancela a compra com a empresa brasileira. O que o
exportador pode fazer para regularizar o contrato de câmbio (ACC), considerando que faltam
alguns dias para o vencimento?
Solução 1
Como não é necessário identificar o importador ao contratar o ACC, o exportador não fica
obrigado (amarrado) a exportar para o importador mexicano. Com o cancelamento da compra peloimportador mexicano faltando alguns dias para o vencimento do ACC, o exportador teria como
alternativa solicitar a segunda prorrogação do ACC para o banco financiador, justificando o
ocorrido, renegociar a taxa de deságio e buscar no mercado internacional um novo comprador para
o seu produto. O novo comprador pode ser de qualquer país que não tenha restrições comerciais
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com o Brasil. O novo prazo de prorrogação deve ficar dentro do prazo máximo estabelecido pelo
Bacen e de acordo com a negociação com o banco financiador.
Considerações sobre a prorrogação
�. Após o cancelamento do contrato comercial com a empresa mexicana, o exportador está livre
para fazer outra negociação com um novo comprador estrangeiro. Por exemplo, pode vender
outros modelos de móveis e a outros preços. Pode fazer exportações para um ou mais
importadores;
�. O exportador não pode desconsiderar a dívida de US$ 100.000,00 para pagar ao banco
financiador. E essa dívida tem que ser liquidada com moeda estrangeira paga pelo(s)
importador(es);
�. Ao contratar o ACC, o exportador assumiu a responsabilidade de exportar US$ 100.000,00.
Solução 2
Devido ao cancelamento do contrato comercial com o importador mexicano, o exportador não
tem perspectiva de vender o seu produto para o mercado externo. Nesse caso, o exportador deve
solicitar o cancelamento do ACC ao banco financiador o quanto antes, devolver em reais o valor
equivalente a US$ 100.000,00, a taxa de câmbio do dia do cancelamento do contrato de câmbio e
assumir as penalidades previstas no contrato: pagar os encargos financeiros, recolher o IR e o IOF.
Considerações sobre o cancelamento
�. O cancelamento do contrato de câmbio não é fator negativo para a empresa contratar futuras
operações de ACC. Porém, não pode ser algo habitual;
�. O exportador terá um gasto financeiro maior para cancelar o ACC;
�. A garantia fornecida inicialmente pelo exportador contratar o ACC fica desvinculada da
operação.
Solução 3
Se após as prorrogações, o exportador não liquidar a dívida com moeda estrangeira ou não
tiver os reais para devolver o adiantamento ao banco financiador, não haverá alternativa. O banco
unilateralmente fará a baixa do contrato de câmbio, regularizando-o perante o Bacen, e acionará
juridicamente o exportador para cobrar as garantias vinculadas à operação de AC.
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Considerações sobre a baixa de contrato de câmbio
�. Pior cenário para a empresa exportadora, pois com a baixa do contrato de câmbio, o
procedimento é registrado no sistema câmbio, e o exportador fica com restrições para fazer
qualquer operação de crédito no mercado financeiro.
TEMA 4 – COMPRA DE PERFORMANCE DE EXPORTAÇÃO
A compra de performance de exportação não consiste numa regularização cambial, pois não
consta da regulamentação do mercado de câmbio. Porém, é uma operação legal que apresenta
vantagem para uma empresa que contrata um ACC e não tem mercadorias para exportar dentro do
prazo previsto no financiamento à exportação.
A operação de performance de exportação ocorre quando uma empresa exportadora vende o
direito de exportar a uma empresa que não tem mercadoria para embarcar. A formalização ocorre
por meio de um contrato de compra/venda de performance de exportação no qual ficam definidas
as condições da negociação.
A empresa vendedora da performance de exportação, empresa que tem o produto para
exportar, realiza a exportação em nome da empresa compradora da performance exportação. A
documentação representativa da exportação (fatura comercial, paking list e outros) é emitida em
nome da empresa compradora da performance.
Na prática, quem faz todo o processo documental, de negociação e logístico em relação ao
embarque da mercadoria é a empresa vendedora da performance. A empresa compradora da
performance tem seu nome nos documentos, portanto, tem direito sobre a mercadoria a ser
exportada.
Como os documentos da exportação estão em nome da empresa compradora da
performance, será ela a beneficiária do crédito, a empresa que receberá o pagamento do
importador estrangeiro. Está previsto no contrato de performance de exportação que a empresa
compradora da performance faz o pagamento em reais para a empresa vendedora da performance
(valor equivalente ao valor da exportação em moeda estrangeira). Em regra geral, dois dias úteis
após receber os reais, a empresa vendedora da performance autoriza o importador estrangeiro a
transferir a moeda estrangeira para a empresa compradora da performance.
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Normalmente, quem intermedeia a operação são empresas especializadas na compra e venda
de performance ou corretoras de câmbio. A empresa, ao vender uma performance de exportação,
cobra um percentual chamado de prêmio, e a corretora cobra uma comissão por intermediar o
processo.
Para o exportador, isso é vantajoso porque, se ele cancelasse um contrato de ACC, teria um
custo adicional em torno de 30% sobre o valor do contrato em multas, encargos financeiros,
impostos e outras taxas. Já na compra de uma performance, pagaria de 3% a 8% sobre o valor.
Vale lembrar que os custos citados são indicativos, os custos adicionais dependem do valor da
operação, das empresas envolvidas, prazos etc.
Ao comprar uma performance de exportação, além de ter um custo financeiro menor, a
empresa pode continuar operando no mercado de crédito sem problemas. Para o banco
financiador, também é uma solução interessante, porque a empresa não ficará devedora. Vamos
aplicar o uso da performance de exportação na situação da empresa Móveis Lar Ltda.:
Empresa Móveis Lar Ltda.: tem um ACC de US$ 100.000,00 aberto e não embarcará a
mercadoria porque não encontrou novo comprador para negociar;
Empresa Projetos e Decorações S.A.: é uma empresa que exporta em média US$ 2 milhões
por ano;
Corretora de Câmbio Trade Ltda: empresa intermediadora na compra/venda de performance.
A Móveis Lar Ltda. procura a Corretora Trade e informa a necessidade de comprar US$
100.000,00 em performance de exportação. A Corretora Trade oferece uma proposta para a
empresa Projetos e Decorações S.A, que aceita vender o direito de exportar.
A Corretora Trade fica responsável por elaborar o contrato de compra/venda de performance
entre as partes. No contrato, constarão todos os atributos relacionados à negociação: valor em
moeda estrangeira, valor em moeda nacional, prazo de entregas das moedas, emissão dos
documentos representativos da exportação, valor do prêmio, valor da comissão e outras
particularidades relacionadas à operação.
Assinado o contrato de performance entre as partes, a corretora de câmbio providenciará a
emissão dos documentos (invoice, paking list, conhecimento de embarque) em nome da empresa
Móveis Lar.
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Vale ressaltar que a mercadoria a ser embarcada é de produção da empresa Projetos e
Decorações S.A. que passou o direito de exportar à Móveis Ltda. Após o embarque da mercadoria,
a empresa Móveis Lar efetua o pagamento em reais, valor equivalente a US$ 100.000,00 para a
empresa Projetos e Decorações S.A., paga o valor do prêmio (percentual sobre o valor da
exportação) para a empresa Projetos e Decorações S.A. e a comissão pela intermediação da
negociação para a corretora.
Na sequência, a empresa Projetos e Decorações autoriza o importador estrangeiro a transferir
os US$ 100 mil para a empresa Móveis Lar Ltda. Com o valor recebido em moeda estrangeira, a
empresa Móveis Lar Ltda liquida o contrato de ACC.
TEMA 5 – MODALIDADES DE PAGAMENTO NOS FINANCIAMENTOS
O comércio global envolve o fluxo financeiro para pagar as compras de mercadorias entre
empresas de países diferentes. A maneira como o comprador vai pagar o vendedor depende de
vários fatores, principalmente o risco queas partes estão sujeitas a assumir. Para a escolha da
modalidade de pagamento, também devem ser considerados:
Valor da negociação;
Tipo de mercadoria;
Países envolvidos;
Empresas envolvidas;
Acordos comerciais.
Em relação aos tipos de financiamentos disponíveis ao comércio exterior, uma outra
modalidade de pagamento pode ser condição de exigência para liberação dos recursos para o
exportador ou importador. De maneira resumida, vamos expor as quatro modalidades de
pagamento usuais no comércio internacional:
Pagamento antecipado:
É a modalidade de pagamento que apresenta maior risco para o importador, uma vez que o
comprador faz o pagamento antes do exportador embarcar a mercadoria.
São características para a utilização do pagamento antecipado:
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a. operações de pequeno valor: caso o comprador efetue o pagamento e não receba a
mercadoria, o prejuízo não será tão grande;
b. países que apresentam produtos com preços baixos: a China é um exemplo, há uma grande
procura pelos produtos chineses, como a procura é maior que a oferta, o exportador chinês
se vê na condição de impor a condição de receber antecipado;
c. cabe ao importador, antes de fechar o negócio, pesquisar sobre a idoneidade do exportador.
O mercado dispõe de várias práticas para obter informações cadastrais sobre fornecedores;
d. os bancos envolvidos são utilizados para fazer a transferência do valor;
e. a legislação cambial prevê o prazo máximo no pagamento antecipado para a importação e
exportação brasileira.
Etapas do pagamento antecipado:
�. Negociação entre exportador e importador;
�. Importador faz o pagamento ao Exportador;
�. Exportador embarca a mercadoria;
�. Exportador envia os documentos originais para o importador;
�. Importador recebe os documentos e libera a mercadoria na alfândega de seu país.
Remessa sem saque: ao contrário do pagamento antecipado, a modalidade apresenta maior
risco para o exportador. O exportador faz o embarque e depois recebe o pagamento. São
características para a utilização da remessa sem saque:
a. o nome sem saque refere-se a não exigência do documento “saque ou letra de câmbio” na
operação comercial;
b. operações realizadas com empresas do mesmo grupo ou que tenham um bom grau de
relacionamento;
c. o exportador envia os documentos originais representativos da exportação diretamente ao
importador;
d. a remessa sem saque pode ser à vista ou a prazo;
e. os bancos envolvidos são utilizados para fazer a transferência do valor.
Etapas da remessa sem saque:
�. Negociação entre exportador e importador;
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�. Exportador embarca a mercadoria;
�. Exportador envia os documentos originais para o importador;
�. Importador recebe os documentos e libera a mercadoria na alfândega de seu país;
�. Na data acordada, o importador faz o pagamento ao exportador.
Cobrança documentária: modalidade de pagamento que apresenta risco mediano para o
exportador, pois os documentos originais necessários para o importador retirar a mercadoria no
país de destino são enviados em cobrança para o banco de relacionamento do importador. Esse
banco só entrega os documentos ao importador após o importador cumprir as instruções contidas
na cobrança.
São características para a utilização da cobrança documentária:
a. Fazem parte dos documentos representativos da exportação o “saque ou letra de câmbio” e o
borderô de cobrança, documento no qual constam as instruções de cobrança impostas pelo
exportador;
b. operações realizadas por exportadores que querem diminuir o risco de receber por sua
venda;
c. o exportador envia os documentos originais representativos da exportação para o banco do
importador;
d. a cobrança documentária pode ser à vista ou a prazo;
e. a cobrança documentária não elimina totalmente o risco para o exportador. Numa cobrança à
vista, se o importador não efetuar o pagamento, não consegue os documentos originais,
portanto, não terá a mercadoria. Cabe ao exportador vender a mercadoria para outro
comprador ou solicitar o retorno da mercadoria para o país de origem. Tudo isso envolve
custos adicionais para o exportador. Se for uma cobrança a prazo e o importador não efetuar
o pagamento na data acordada, o exportador solicita o protesto da letra de câmbio, ou seja,
do importador;
f. os bancos envolvidos devem cumprir as instruções contidas no borderô de exportação,
principalmente em relação à entrega dos documentos ao importador.
Etapas da cobrança documentária:
�. Negociação entre exportador e importador;
�. Exportador embarca a mercadoria;
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�. Exportador envia os documentos originais para o banco do importador;
�. A instrução para o pagamento à vista é entregar os documentos originais ao importador
mediante pagamento;
�. As instruções para o pagamento a prazo são entregar os documentos originais ao importador
mediante aceite no saque e protestar a letra de câmbio, caso não haja o pagamento;
�. Na data acordada, o importador faz o pagamento ao exportador.
Carta de crédito:
A carta de crédito é uma garantia que o exportador vai receber por sua venda, desde que o
exportador cumpra as instruções contidas na carta de crédito. Para o importador, também não
deixa de ser uma garantia, pois a mercadoria deverá ser embarcada conforme negociação entre as
partes e descritas na carta de crédito.
A solicitação da carta de crédito é feita pelo importador (tomador do crédito) junto ao seu
banco de relacionamento (Banco Emissor). O Banco Emissor é responsável por honrar o
pagamento ao exportador na data definida. Mesmo que o importador não o faça, caso isso ocorra,
o Banco Emissor paga o exportador e, depois, aciona as garantias fornecidas pelo importador
vinculadas à carta de crédito.
O exportador (beneficiário do crédito) receberá pela exportação desde que cumpra todas as
instruções da carta de crédito. O Banco Designado negocia os documentos de exportação
recebidos do exportador e mencionados na carta de crédito. Ainda há as figuras do Banco Avisador
e Banco confirmador. A carta de crédito é modalidade que envolve muitos procedimentos e exige a
atenção de todos os envolvidos. É um tema que pode ser explanado em várias etapas devido a sua
complexidade, inclusive há uma publicação internacional específica para a carta de crédito.
TROCANDO IDEIAS
Pesquise junto às empresas exportadoras da sua região que contratam o financiamento para a
exportação nas modalidades de ACC ou ACE: quais são os principais motivos pelos quais é
necessária a regularização das condições inicialmente previstas no contrato de câmbio; e quais são
os gastos adicionais para regularizar um contrato de ACC ou ACE?
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NA PRÁTICA
A empresa Compensados Ead Ltda. vendeu para um importador americano US $ 200.000,00
em compensados. O exportador precisa de capital de giro para utilizar no processo produtivo e,
para isso, contratou um ACC com prazo de 360 dias pelo mesmo valor da exportação a realizar.
Informações sobre a negociação do ACC:
Valor: US$ 200.000,00
Deságio: 5,0% a.a.
Data da contratação: 20/06/2022
Data da liquidação (vencimento): 20/06/2023
Situação 1. Considere que o exportador fez a exportação de US$ 200 mil dentro do prazo de
validade do ACC e o importador pagou no prazo acordado.
�. Pergunta 1. Quais são os procedimentos que o exportador deverá fazer com o banco
financiador em relação ao ACC?
Situação 2. Considere que o exportador fez a exportação de US$ 200 mil dentro do
prazo do ACC e o importador não realizou o pagamento no prazo acordado.
�. Pergunta 2. Quais os procedimentos que o exportador deverá fazer com o banco
financiador em relação ao ACC?
Situação 3. Considere que o exportador não realizará de maneira alguma a exportação
de US$ 200 mil noprazo acordado.
�. Pergunta 3. Quais os procedimentos que o exportador deverá fazer com o banco
financiador em relação ao ACC?
Situação 4. Considere que o exportador não realizará a exportação de US$ 200 mil e não
tem como devolver os reais ao banco financiador.
�. Pergunta 4.Quais os procedimentos que o banco financiador deverá fazer com seu
cliente em relação ao ACC?
FINALIZANDO
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Nesta etapa, aprendemos que o financiamento para a exportação por meio do ACC e ACE são
importantes para as atividades empresariais do exportador brasileiro. Por outro lado, ao contratar
um financiamento, o exportador está assumindo a responsabilidade de exportar. Caso isso não
ocorra, estará sujeito a arcar com gastos financeiros que impactarão o fluxo de caixa da empresa.
Importante que o exportador conheça as legislações pertinentes aos financiamentos e riscos
envolvidos na operação, mesmo aqueles que independam da sua vontade.
REFERÊNCIAS
BACEN – Banco Central do Brasil. Circular n . 3.691, de 16 de dezembro de 2013.
Regulamenta a Resolução nº 3.568, de 29 de maio de 2008, que dispõe sobre o mercado de
câmbio e dá outras providências. Brasília, DF, 16 dez. 2013. Disponível em:
<https://normativos.bcb.gov.br/Lists/Normativos/Attachments/48815/Circ_3691_v26_P.pdf>.
Acesso em: 20 jul. 2022.
GABARITO
�. O exportador deve solicitar a liquidação do contrato de câmbio.
�. Cobrar o pagamento do importador e solicitar a prorrogação do ACC.
�. O quanto antes solicitar o cancelamento do contrato de ACC, devolver o adiantamento ao
banco financiador e pagar os encargos financeiros.
�. O banco financiador solicita a baixa do contrato de câmbio perante o Bacen e aciona a
cobrança das garantias vinculadas à operação do exportador.
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FINANCIAMENTO EM
COMÉRCIO
INTERNACIONAL
Aula 5
Prof. Joni Tadeu Borges
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CONVERSA INICIAL
Nesta abordagem, conversaremos sobre alguns tipos de financiamentos à exportação,
principalmente aqueles disponibilizados com recursos públicos. As empresas exportadoras
brasileiras, em regra geral, precisam de capital de giro, seja na fase pré ou pós-embarque. O
governo, cumprindo a política de comércio exterior, atua de forma relevante, colocando à
disposição das empresas exportadoras linhas de crédito por meio dos seus agentes financeiros,
principalmente o BNDES e o Banco do Brasil. O BNDES tem em seu portfólio de produtos inúmeros
tipos de financiamentos à exportação, que atendem empresas de todo o porte. Já o Banco do
Brasil atua com o PROEX, financiamento que apresentam várias vantagens para o exportador
brasileiro. As linhas de crédito são disponíveis na fase pré e pós-embarque, no curto e longo prazo,
com ou sem limitação de valores e com diversos parâmetros de custos. É importante o exportador
desempenhar com eficácia os assuntos referentes à área financeira da empresa. Torna-se
obrigatório buscar o melhor tipo de financiamento que se ajuste à necessidade do exportador. Para
isso, é imprescindível o conhecimento da prática de mercado e das legislações vinculadas aos
financiamentos.
CONTEXTUALIZANDO
Primeiro, vamos apresentar alguns números da exportação brasileira no cenário nacional e
internacional e como o governo, com sua estrutura administrativa, define as estratégias para o
financiamento à exportação. Em seguida, conceituaremos o financiamento de Pré-pagamento
Exportação, importante para as grandes empresas reduzirem o custo financeiro. Nos dois tópicos
seguintes, trataremos do PROEX, financiamento com várias características que atendem empresas
exportadoras de todos os portes. O PROEX financiamento será o destaque, pois está ao alcance
das maiorias das empresas exportadoras. Por último, destacamos o BNDES, banco que fomenta a
exportação pelas várias modalidades de financiamentos à exportação. Cada uma das suas linhas
tem características diferenciadas, e assim podem atender à microempresa e à grande empresa de
forma direcionada. Vamos nos concentrar em uma modalidade de financiamento.
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Bons estudos!
TEMA 1 – POLÍTICAS DE FINANCIAMENTO À EXPORTAÇÃO
Mensalmente, a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), divulga os números da balança
comercial. Em 01/08/2022 apresentou os números referentes ao mês de julho de 2022.
Tabela 1 – Balança comercial 2022
US$ bilhões Jul Jan-Jul
Exportação 29,9 194,1
Importação 24,5 154,3
Saldo 5,4   39,8
Corrente de Comércio 54,4 348,4
Fonte: Ministério da Economia (2022a).
Em relação ao comércio global, o Brasil alcançou uma posição melhor no ranking dos países
exportadores. Uma reportagem mostra a melhora das exportações brasileiras:
O Brasil subiu uma posição e tornou-se o 25º maior exportador mundial de mercadorias,
segundo relatório anual divulgado nesta terça-feira (12) pela Organização Mundial do
Comércio (OMC), com base nas transações globais de 2021. As exportações brasileiras
somaram US$ 281 bilhões em 2021, o que correspondeu a uma alta de 34% na comparação
com o ano anterior (US$ 210 bilhões). Com o resultado, o Brasil aumentou a sua participação
nas vendas globais para 1,3%. Em 2020, tinha ficado na 26ª posição, com fatia de 1,2%. (G1,
2022)
À frente do Brasil estão a China, com participação de 15,1%, Estados Unidos, com 7,9%, e na
sequência outros 22 países. Ainda, segundo a OMC, 80% do comércio global é financiado por
algum tipo de crédito ou seguro de crédito.
No mercado de crédito brasileiro, há uma variedade de financiamentos que proporcionam ao
exportador atuar no comércio internacional com maior competitividade.
As instituições financeiras privadas têm uma participação importante no financiamento à
exportação e o objetivo de alcançar uma receita suficiente para gerar lucro e cobrir os custos
operacionais e administrativos da linha de crédito.
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O Bacen autoriza os bancos privados a captar recursos no exterior. A taxa de juros praticada
em empréstimos realizados em bancos no exterior é bem menor do que o custo de captação de
recursos no mercado interno.
Os bancos públicos têm o papel fundamental nos financiamentos de comércio exterior,
principalmente o BNDES e o Banco do Brasil que atuam como agentes do governo para financiar as
exportações das empresas brasileiras. Os financiamentos atendem desde a microempresa até a
grande empresa e têm como finalidade promover o desenvolvimento da economia e alavancar o
comércio exterior brasileiro.
No âmbito do governo federal, cabe à Câmera de Comércio Exterior (CAMEX) implementar a
política de financiamento à exportação. A CAMEX faz parte da estrutura administrativa do
Ministério da Economia (ME) e tem como função (Ministério da Economia, 2022b):
Camex tem a atribuição de formular, adotar, implementar e coordenar as políticas e atividades
relativas ao comércio exterior brasileiro, à atração de investimentos estrangeiros diretos, a
investimentos brasileiros no exterior, aos temas tarifários e não tarifários e ao financiamento às
exportações com o objetivo de promover o aumento da produtividade e da competitividade
das empresas brasileiras no mercado internacional.
A exportação é importante para o país porque torna as empresas brasileiras mais qualificadas
e amplia os mercados de atuação trazendo benefícios para a economia nacional.
Portanto, a política pública ao financiamento à exportação é estratégica e faz o Brasil ganhar
mais espaço no cenário comercial global. A atuação da CAMEX em relação ao financiamento à
exportação estabelece (Ministério da Economia, 2022c):
A política brasileira de financiamento e garantia às exportações faz parte do esforço do
governo brasileiro empromover a atividade exportadora, considerada importante vetor do
desenvolvimento ao:
garantir a geração de renda e emprego no país;
promover ganhos de produtividade e escala;
estimular a inovação e a qualificação da mão de obra;
fortalecer as condições de concorrência e de resiliência econômica das empresas
envolvidas; e
gerar externalidades positivas para a economia como um todo”.
Cabe ao exportador, pesquisar, conhecer e planejar a maneira adequada de utilizar os recursos
obtidos com os financiamentos disponíveis no mercado para se tornar mais competitivo no
mercado internacional.
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TEMA 2 – PRÉ-PAGAMENTO EXPORTAÇÃO
Os exportadores brasileiros sabem que o processo de exportação começa bem antes da
negociação e pode terminar muito após o importador receber a mercadoria. Antes da negociação,
porque deve haver o planejamento estabelecendo todos os procedimentos da operação. Após a
entrega da mercadoria, tendo em vista o fluxo financeiro que envolve o pagamento da exportação
pelo importador ou a liquidação total de uma operação financiada.
Antes de explorarmos as linhas de crédito ofertadas com recursos públicos (linhas do BNDES
e PROEX), vamos apresentar o financiamento Pré-pagamento exportação, linha de crédito
utilizada, em regra geral, pelas grandes empresas exportadoras.
O Pré-Pagamento Exportação (PPE) consiste na antecipação de recursos em moeda
estrangeira pelo importador, instituições financeiras ou outras pessoas jurídicas no exterior ao
exportador brasileiro. O desembolso do pagamento ao exportador deve ocorrer antes do embarque
da mercadoria.
A finalidade do financiamento é disponibilizar capital de giro à empresa exportadora para
utilizar em todo processo produtivo, desde a compra da matéria-prima até o uso da logística para
transportar o produto exportado até o local de destino.
O PPE se diferencia do pagamento antecipado devido à origem dos recursos. No pagamento
antecipado, o importador paga o exportador com recursos próprios. Já no PPE, o importador
financia os recursos junto ao seu banco de relacionamento no exterior para pagar o exportador
brasileiro ou o exportador brasileiro negocia diretamente com o banco no exterior para receber os
recursos antecipados, sendo que os recursos pagos pelo importador serão destinados para pagar
o banco financiador.
As características do PPE, são:
contempla a exportação de bens e serviços;
valor financiado pode ser até 100% do valor da exportação;
financiamento pode ser de curto ou longo prazo;
incidência de IOF e IR sobre os juros, dependem do prazo do financiamento;
custos: juros compatíveis com as taxas de juros praticadas no mercado internacional;
custos: spread, comissões e tarifas bancárias.
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O ingresso dos recursos em moeda estrangeira no Brasil é convertido em reais por meio da
formalização do contrato de câmbio de compra entre o exportador e o seu banco de
relacionamento. O exportador recebe os reais equivalentes e assume a responsabilidade de
embarcar a mercadoria dentro do prazo previsto no contrato de PPE.  No prazo previsto para o
pagamento de juros, o exportador contrata um câmbio financeiro para fazer a remessa dos juros ao
banco financiador. Interessante, no PPE, o exportador pode pagar os juros (valor equivalente) com
a exportação de mercadorias.
O PPE é liquidado com o pagamento do valor efetuado pelo importador ao banco financiador.
Porém, se por algum motivo, o exportador não embarcar a mercadoria dentro do prazo previsto no
contrato, o valor deverá ser devolvido ao banqueiro no exterior. Também há a possibilidade, desde
que autorizado pelo importador, que o valor devido seja transformado em investimento direto de
capital ou empréstimo em moeda estrangeira.
Figura 1 – Fluxo do Pré-pagamento Exportação
Crédito: Joni Tadeu Borges.
�. Negociação entre exportador e importador(assinatura do contrato comercial);
�. Banco brasileiro intermedeia a operação dePPE com o exportador;
�. Exportador e banco do exterior assinamcontrato de PPE;
�. Banco do exterior transfere o valor em moedaestrangeira para o banco brasileiro;
�. Contrato de câmbio, exportador recebe osreais equivalentes à moeda estrangeira;
�. Exportador embarca a mercadoria;
�. Exportador entrega os documentosrepresentativos de exportação ao banco brasileiro;
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�. Importador liquida o PPE com o banco do exterior;
�. Nas datas previstas, o exportador, contratao câmbio para o pagamento de juros;
��. Banco brasileiro repassa os juros para obanco do exterior.
TEMA 3 – PROEX (1)
O Programa de Financiamento às Exportações (PROEX), criado em 1991, é um programa do
Governo Federal com a finalidade de apoiar as exportações brasileiras de mercadorias e serviços.
Os recursos utilizados na linha de crédito oriundos do Tesouro Nacional, dependem da aprovação
anual do Orçamento da União pelo Congresso Nacional, sendo o Banco do Brasil o agente
exclusivo da União para operar a linha de crédito.  Os recursos da União são direcionados para a
Secretaria do Tesouro Nacional que tem como história e atribuições (Tesouro, 2022):
A Secretaria do Tesouro Nacional (STN) foi criada em 10 de março de 1986, por meio
doDecreto n. 92.452, para assumir as atribuições da Comissão de Programação Financeira e
da Secretaria de Controle Interno do Ministério da Fazenda, incorporando, também, as funções
fiscais até então exercidas pelo Banco Central e pelo Banco do Brasil. [...] Além disso, o
Tesouro Nacional foi assumindo novas atribuições, fundamentais para o atingimento de seus
objetivos, como, por exemplo, a programação financeira da União alinhada à Lei de
Responsabilidade Fiscal, a administração da dívida interna e externa da União, o
relacionamento financeiro do Governo Federal com estados e municípios, a gestão de fundos
e de ativos da União e a consolidação e divulgação das estatísticas fiscais do setor público.
São duas modalidades de linhas de crédito: PROEX financiamento e o PROEX equalização. Em
nosso estudo, vamos dar ênfase ao PROEX financiamento, devido a sua maior abrangência junto às
empresas exportadoras.
O PROEX financiamento oferece diversas vantagens ao exportador brasileiro:
taxa de juros do financiamento equiparadas às taxas de juros praticadas no mercado
internacional;
realizar uma venda a prazo e receber à vista;
alavancar as exportações para diversos países;
não incide IR e IOF;
não há tarifas bancárias.
O importador estrangeiro também tem a vantagem ao negociar com o exportador brasileiro. O
comprador ganha maior prazo para pagar a importação, pagará taxa de juros semelhantes às
praticadas no mercado internacional, poderá fazer o pagamento do principal e juros em parcelas
semestrais e se o financiamento for até 360 dias, poderá pagar em uma única parcela.
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Além das vantagens para o exportador e importador, o PROEX apresenta benefícios para o
país e tem como objetivo:
aumentar as exportações;
gerar emprego e renda;
inserir novas empresas no mercado internacional;     
proporcionar maior competitividade aos exportadores.
O PROEX financiamento se enquadra na fase pós-embarque, isto é, o desembolso para o
exportador é à vista (após o embarque) e o importador faz o pagamento conforme prazo acordado
entre as partes (exportador e importador), respeitando os critérios estabelecidos na linha de
crédito.
Para ter acesso à linha de crédito, o exportador deve cumprir os pré-requisitos estabelecidos
para a linha de crédito:
o Programa beneficia as empresas com faturamento bruto anual de até R$ 600 milhões
(Micro e pequenas empresas exportadoras, trading companies e comerciais exportadoras);  
a empresa não pode estar em débito com a União, tem que estar em situação regular com o
Instituto Nacionaldo Seguro Social(INSS), Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS),
Receita Federal do Brasil (RFB), Cadastro Informativo de Créditos não Quitados do Setor
Público Federal(CADIN) e não constar dos Cadastro Nacional de Empresas Punidas (CNEP) e
Cadastro Nacional de Empresas Inidôneas e Suspensas (CEIS) da Controladoria-Geral da
União (CGU).
estão contempladas as exportações de bens e serviços listados nos Anexos I e II à Resolução
Gecex n. 166, de 23 de março de 2021;
o exportador deve apresentar como garantia à operação de crédito: Carta de Crédito, Aval,
Fiança de banco de primeira linha ou Seguro de Crédito à Exportação. As garantias devem ser
analisadas e aprovadas pelo Banco do Brasil.
O PROEX financiamento tem características ou condições que o diferencia das demais linhas
de financiamentos à exportação:
não há restrições quanto ao valor financiado;
financia até 100% do valor da exportação para o prazo de até dois anos;
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financia até 85% do valor da exportação para prazos maiores de 2 anos;
financia qualquer incoterm;
não financia a comissão de agente;
exportação para o Mercosul, tem tratamento diferenciado em relação aos produtos elegíveis;
a taxa de juros aplicada é a Commercial Interest Reference Rate (CIRR), o mesmo que Taxas
de Juros Comerciais de Referência. A CIRR varia de acordo com o prazo e moeda estrangeira.
Sempre é divulgada no dia 15 de cada mês com validade até o dia 14 do mês subsequente. 
Para o dólar americano, no período de 15/07/2022 a 14/08/2022 a CIRR para operações com
prazo menores de 5 anos estava cotada em 4,15% a.a.;
financiado em qualquer moeda conversível.
O comércio exterior brasileiro dinâmico está amparado em legislações estabelecidas de
acordo com a política pública de cada governo. Desta maneira, é necessário consultar sempre os
procedimentos, normas e leis em fontes oficiais para saber se não houve alterações.  
TEMA 4 – PROEX (2)
Apresentaremos de forma simplificada os procedimentos e fluxo que o exportador realiza ao
solicitar o PROEX financiamento. Principalmente, deve estar atento à preparação dos documentos
representativos da exportação, conforme negociação firmada com o importador.
Para a liberação do financiamento, o exportador, primeiro deve registrar as Licenças,
Permissões, Certificados e Outros Documentos (LPCO) no Portal Único de Comércio Exterior.  No
módulo de LPCO são registradas (Siscomex, 2022a):
As licenças, autorizações, certificados e outros documentos públicos exigidos para a
realização de uma exportação, exceto os de natureza aduaneira, serão solicitados e emitidos
pelo módulo de Licenças, Permissões, Certificados e Outros Documentos (LPCO), do Portal
Único de Comércio Exterior a que se refere o art. 9º-A do Decreto n. 660, de 25 de setembro
de 1992.
O exportador registra no módulo LPCO as informações relacionadas à operação comercial
(valor, identificação do importador, cronograma de embarque, tipo de garantia, comissão do
agente, tipo de taxa de juros, entre outras). Após, aguarda a análise e deferimento da LPCO pelo
Banco do Brasil.
4.1 ETAPAS DO PROCESSO DE FINANCIAMENTO À EXPORTAÇÃO PROEX
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�. Classificação do produto a exportador: Identificar a Nomenclatura Comum do Mercosul
(NCM);
�. Consultar seo produto (NCM) é elegível;
�. Verificar oprazo máximo de pagamento permitido negociar com o importador de acordo com
o produto (NCM);
�. Definir agarantia da operação. Para a carta de crédito, o exportador deve instruir o importador
a abrir a carta de crédito em um banco primeira linha. Para o seguro de crédito à exportação,
o exportador deve verificar quais as seguradoras estão aptas a fazer o seguro para garantir
operações do PROEX;
�. Negociaçãocomercial entre exportador e importador: define-se a quantidade, preço unitário,
preço total, incoterm, modalidade de pagamento, prazos etc. O prazo de pagamento não
pode ser maior do que o permitido para a NCM;
�. O exportadorpreenche a LPCO com o enquadramento do PROEX e solicita a aprovação do
Banco do Brasil. A LPCO pode ser registrada diretamente pelo exportador ou por seu
representante legal no SISCOMEX;
�. O exportadorregistra o Documento Único de Exportação (DU-E) no Portal Único SISCOMEX,
vinculando-o à LPCO aprovada;
�. O exportadorprepara os documentos de embarque da exportação;
�. O exportadorembarca a mercadoria para o exterior;
��. O exportador entrega os documentos representativos da exportação ao Banco do Brasil:
borderô de exportação, fatura comercial, conhecimento de embarque, letra de câmbio,
certificados e outros exigidos na negociação.
��. O Banco do Brasil analisa os documentos conforme o tipo de garantia apresentada, carta de
crédito ou seguro de crédito à exportação, se estiver tudo em ordem, solicita o recurso para o
Tesouro Nacional;
��. O exportador, para receber o valor da exportação (desembolso), não pode estar em situação
irregular com o INSS, FGTS, RFB, CADIN, CNElie CEIS.
��. O Banco do Brasil faz o desembolso em reais no valor correspondente da moeda estrangeira
(valor da exportação);
��. Na data acordada, o importador faz o pagamento ao exportador;
��. O exportador repassa o valor para o Banco do Brasil, que por sua vez, repassa ao Tesouro
Nacional.
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Relatamos que a LPCO deve ser vinculada à DU-E (Siscomex, 2022b)
A Declaração Única de Exportação (DU-E) instituída pelaPortaria Conjunta RFB/SECEX n. 349,
de 21 de março de 2017,consiste em um documento eletrônico que define o enquadramento
da operação de exportação e subsidia o despacho aduaneiro de exportação. Compreende
informações de natureza aduaneira, administrativa, comercial, financeira, fiscal e logística, que
caracterizam a operação de exportação dos bens por ela amparados.
O PROEX equalização, outra modalidade de financiamento, ocorre quando o exportador
brasileiro realiza uma venda a prazo e cobra juros do importador, parte desses juros é pago pelo
Tesouro Nacional.
Exemplificando, o exportador realiza uma venda a prazo e negocia com o importador a
cobrança de juros de 5% anual. Dos 5% a.a., o importador pagaria 3% e o Tesouro Nacional 2%.
Desta maneira, o importador precisaria menos recursos para pagar a compra realizada da empresa
brasileira.
O Proex financiamento é uma linha de crédito mais praticada pelos exportadores brasileiros,
devido as suas características em relação ao Proex equalização, que atende as grandes empresas
brasileiras negociadoras de altos valores de exportação.
TEMA 5 – LINHAS DE FINANCIAMENTOS – BNDES
O governo brasileiro considera o segmento exportador um grande canal para direcionar o país
ao desenvolvimento, pois com a exportação são gerados empregos, renda e divisas.
O crédito ao exportador é necessário para dar melhores condições às empresas brasileiras
competir com seus produtos no mercado global. Desta maneira, a atuação de um banco público é
fundamental.
Na página oficial do banco (BNDES, 2022), está destacada a identificação da instituição:
Somos o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), fundado em 20 de
junho de 1952, uma empresa pública federal vinculada ao Ministério da Economia, sendo o
principal instrumento do Governo Federal, nosso único acionista, para financiamento de longo
prazo e investimento nos diversos segmentos da economia brasileira.
No comércio exterior brasileiro, o BNDES financia a exportação de mercadorias e serviços nas
fases pré e pós-embarque. São linhas de financiamentos com características diversas:
curto e longo prazo;
taxas de juros diferenciadas;
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os produtos elegíveis se enquadram em grupos de mercadorias;
são beneficiadas empresas de qualquer porte;
participação total ou não do BNDES;
várias opções de garantias.
O tipode linha de crédito e características podem ser alterados de acordo com o interesse do
governo em financiar a exportação. A empresa exportadora deve consultar previamente as linhas
que estão disponíveis e as condições negociais apresentadas para cada uma.
As opções, tradicionalmente, apresentadas pelo (BNDES, 2022), são:
BNDES Exim Automático: Financiamento à comercialização de bens brasileiros no exterior, por
meio de bancos estrangeiros.
BNDES Exim - Crédito Exportação Pré-Embarque: Financiamento para viabilizar a produção de
bens para a exportação. Pode ser realizado diretamente com o BNDES ou via agente financeiro
parceiro.
BNDES Exim Pré-embarque via Parceiros
BNDES Exim Pré-embarque Direto
BNDES Exim - Crédito Exportação Pós-Embarque: Financiamento para viabilizar as
exportações de bens ou serviços de sua empresa. Exclusivo para bens e serviços brasileiros.
BNDES Exim Automático
BNDES Exim Pós-embarque Aeronaves
BNDES Exim Pós-embarque Bens
BNDES Exim Pós-embarque Serviços”.
Dentro das modalidades pré e pós-embarque, as linhas de financiamentos são diferenciadas
para atender a necessidade específica do exportador.
Para exemplificar, vou apresentar somente as características de uma linha de crédito, a linha
de crédito BNDES Exim Pré-embarque via Parceiros. As demais poderão ser consultadas no site do
BNDES.
5.1 BNDES EXIM PRÉ-EMBARQUE VIA PARCEIROS
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O financiamento é realizado por meio de um agente financeiro parceiro do BNDES, em regra
geral, são os bancos brasileiros que atuam no mercado financeiro.
Podem se beneficiar do financiamento empresas produtoras e exportadoras de todos os
portes que estejam sediadas no Brasil.
Tabela 2 – Classificação de porte de empresa
Classificação Receita Operacional Bruta Anual
Microempresa Menor ou igual a R$ 360 mil
Pequena empresa Maior que R$ 360 mil e menor ou igual R$ 4,8 milhões
Média empresa Maior que R$ 4,8 milhões e menor ou igual a R$ 300 milhões
Grande empresa Maior que R$ 300 milhões
Fonte: BNDES (2022).
Nesta modalidade, podem ser beneficiadas as empresas comerciais exportadoras ou trading,
conceituadas como empresas âncoras que realizam a exportação de mercadorias produzidas por
outras empresas. A exportação direta ou pela empresa âncora tem as mesmas condições.
A taxa de juros aplicada ao financiamento é composta pela soma de:
Figura 2 – Composição da taxa de juros de financiamento
O custo financeiro pode ser a taxa Selic, taxa de longo Prazo (TLP), taxa fixa do BNDES (TFB)
ou uma taxa juros de referência internacional. A taxa do BNDES pode variar entre 1,20% a.a. a
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1,45% a.a., e a taxa do agente financeiro é negociada entre a empresa exportadora e o banco. As
condições informadas se referem ao mês de agosto de 2022, podem ser alteradas conforme as
condições econômicas do país e internacionais. Ainda, para a composição da taxa de juros deve
ser observado o porte da empresa e a qual grupo pertence a mercadoria a ser exportada.
Tabela 3 – Grupo de mercadorias
Grupo I (Bens de capital): máquinas, equipamentos, ônibus, caminhões, entre outros.
Grupo II (Bens de consumo): calçados, vestuário, móveis, entre outros.
Grupo III (Bens sob consulta): automóveis e motocicletas, equipamentos de defesa, entre outros.
Fonte: BNDES (2022).
Para as micro, pequenas e médias empresas, o BNDES pode financiar até 100% do
compromisso da exportação do valor FOB, em dólares ou euro. Já, para as grandes empresas o
limite se estabelece em 80%.
Tabela 4 – Prazos
Prazo máximo de financiamento Prazo máximo de embarque Prazo Máximo de amortização
Grandes empresas 4 anos 4 anos 3 anos
Demais empresas 3 anos 3 anos 2 anos
Fonte: BNDES, 2022.
Os prazos são estabelecidos de acordo com o porte da empresa. E por fim, sobre as garantias,
o exportador negocia diretamente com o agente financeiro. Sendo que para as micro, pequenas e
médias empresas podem utilizar o Fundo Garantidor do Investimento (BNDES FGI), caso seja
necessário complementar a garantia oferecida ao banco.
TROCANDO IDEIAS
Como o BNDES disponibiliza vários tipos de financiamentos à exportação, solicito que você
consulte na página oficial do Banco a modalidade BNDES Exim Automático e verifique quais são as
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principais características da linha. Após troque ideia sobre o tema com seus colegas no fórum da
aula.
NA PRÁTICA
Ao longo dos conteúdos, comentamos diversas vezes sobre os financiamentos ao comércio
exterior, sejam eles de importação ou exportação, que têm os juros indexados às taxas de juros
praticadas no mercado internacional.   Entre os vários tipos de taxas existentes, pesquise o
comportamento (oscilação) das taxas de juros indicadas durante os últimos 12 meses:
Secured Overnight Funding Rate (SOFR)
Commercial Interest Reference Rate (CIRR)
Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (SELIC)
Após, compare-as e conclua porque o uso delas são importantes no financiamento ao
comércio exterior brasileiro.
CONVERSA FINAL
A escolha da linha de financiamento correta pelo exportador brasileiro proporciona um menor
custo, consequentemente resulta maior retorno financeiro nas atividades empresariais. É
fundamental conhecer as principais linhas de financiamentos disponíveis no mercado, sejam elas
oferecidas por meio de recursos privados ou públicos.  Pesquisar a melhor proposta de
financiamento das instituições financeiras, nesse quesito leva-se em conta o grau de
relacionamento entre a empresa e o banco.  Outro fator importante, conhecer o processo
operacional (fluxo) de um financiamento, facilita e agiliza todas as etapas para a liberação dos
recursos. O exportador muitas vezes tem a opção de usar as linhas do BNDES ou do Banco do
Brasil, linhas de financiamento com recursos do governo federal que proporcionam condições
favoráveis para o segmento exportador.  Além disso, a participação do profissional qualificado na
área para acompanhar o mercado, as legislações e as oportunidades de negócios facilitarão na
condução das operações de financiamentos.
REFERÊNCIAS
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BNDES – Banco Nacional do Desenvolvimento. Quem somos. 2022a. Disponível em:
https://www.bndes.gov.br/wps/portal/site/home/quem-somos. Acesso em: 22 ago. 2022.
_____. Financiamento. 2022b. Disponível em:
https://www.bndes.gov.br/wps/portal/site/home/financiamento. Acesso em: 22 ago. 2022.
_____. BNDES Exim Pré-embarque via Parceiros. 2022c. Disponível em:
https://www.bndes.gov.br/wps/portal/site/home/financiamento/produto/bndes-exim-pre-embarque.
Acesso em: 22 ago. 2022.
G1. Brasil sobe em ranking de maiores exportadores; participação nas vendas globais é
de 1,3%. 2022. Disponível em: <https://g1.globo.com/economia/noticia/2022/04/12/brasil-sobe-
em-ranking-de-maiores-exportadores-e-agora-tem-participacao-de-13percent-nas-vendas-
globais.ghtml>. Acesso em: 22 ago. 2022.
Ministério Economia. Corrente de comércio brasileira alcança US$ 54,465 bilhões em
julho. 2022a. Disponível em: https://www.gov.br/economia/pt-
br/assuntos/noticias/2022/agosto/corrente-de-comercio-brasileira-alcanca-us-54-465-bilhoes-
em-julho . Acesso em: 22 ago. 2022.
Ministério da Economia. Sobre a Comex. 2022b. Disponível em:
https://www.gov.br/produtividade-e-comercio-exterior/pt-br/assuntos/camex/sobre-a-
camex/sobre-a-camex. Acesso em: 22 ago. 2022.
Ministério da Economia. Financiamento e garantia às exportações. 2022c. Disponível em:
https://www.gov.br/produtividade-e-comercio-exterior/pt-br/assuntos/camex/financiamento-ao-
comercio-exterior. Acesso em: 22 ago. 2022.
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FINANCIAMENTO EM
COMÉRCIO
INTERNACIONAL
AULA 6
Prof.Joni Borges
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CONVERSA INICIAL
O governo precisa incentivar a exportação brasileira, pois, por meio dela, há a geração de
emprego, renda e divisas. Por outro lado, o atual cenário do comércio internacional exige o
intercâmbio comercial. O país que exporta, também tem que importar. Para o Brasil a importação é
e ainda será muito importante por diversos fatores, e, consequentemente, sempre haverá a
necessidade de comprar produtos de outros países. Para efetuar os pagamentos das importações,
as empresas têm a alternativa de usar os instrumentos financeiros disponibilizados no mercado
bancário. Nem sempre o importador brasileiro tem recursos suficientes para pagar o exportador
estrangeiro antecipado ou à vista. Outras vezes, não é interessante retirar o capital da empresa e
gerar dificuldades para manter o fluxo de caixa equilibrado. Nestes casos, o importador precisa
recorrer ao financiamento à importação e buscar a melhora alternativa no mercado financeiro. A
empresa que utiliza ou venha a utilizar o financiamento à importação deve conhecer as práticas de
mercado, legislações e os riscos envolvidos.
CONTEXTUALIZANDO
Começaremos com a abordagem conceitual sobre os temas que envolvem o financiamento à
importação. É importante conhecer a política de comércio exterior que o país adota, quais as fontes
de recursos utilizadas e os motivos que levam a empresa importadora a contratar um
financiamento.  O financiamento à importação está totalmente relacionado com a operação
comercial de importação. Portanto, os profissionais responsáveis pela área financeira da empresa
precisam conhecer os procedimentos da importação de mercadorias. As características e
modalidades dos financiamentos serão pontos de destaque em nossa etapa. Existe o
financiamento nas modalidades repasse e direto, os dois tipos de financiamentos exigem a
intermediação dos bancos no Brasil. Ainda, o importador pode contratar um financiamento
diretamente com um banco no exterior. Apresentaremos o fluxo básico e comentado de um
financiamento à importação, assim como os principais custos envolvidos no processo, custos estes
que o importador deve pagar para obter o financiamento.
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Bons estudos!
TEMA 1 – ABORDAGEM INICIAL AO FINANCIAMENTO À
IMPORTAÇÃO
O financiamento à importação é uma linha de crédito ofertada pelas instituições financeiras às
empresas importadoras que precisam adquirir um produto no exterior.
Figura 1 – Importação brasileira 2021
Fonte: Ministério da Economia, 2022.
Entre os bilhões de dólares importados em 2021 pelas empresas brasileiras estão a matéria-
prima utilizada na indústria, máquinas, equipamentos e produtos acabados para a revenda no
mercado interno.
O importador brasileiro pode comprar o produto no exterior em várias condições negociadas
com o exportador, e, em relação ao prazo, poderá fazer o pagamento antecipado, à vista ou a
prazo.
Muitas vezes o prazo acordado com o exportador não atende a situação financeira da empresa
importadora. Por exemplo, o exportador tem como política de venda, vender seus produtos
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somente na condição à vista. Por outro lado, o importador não tem recursos para pagamento na
condição proposta ou talvez não seja interessante usar os recursos próprios de imediato.
Portanto, a empresa importadora que necessita alongar o prazo de pagamento recorre ao
financiamento à importação, assim o exportador estrangeiro recebe no prazo pretendido e o
importador faz o pagamento ao financiador dentro das condições estabelecidas no contrato de
financiamento.
Na página oficial do Banco Central (Bacen, 2022) encontramos a definição do financiamento à
importação:
“Como o próprio nome indica, é a operação por meio da qual um importador adquire bens
(máquinas, equipamentos, bens e consumo etc.) no exterior, para            pagamento a prazo,
diferido no         tempo. Tem-se, assim, nesse caso, uma operação de comércio exterior,
caracterizada pela importação de bens, associada a uma operação financeira, creditícia, de
pagamento a prazo do valor da importação. O financiamento de importação pode assumir
duas formas básicas, a do supplierʼs credit, por meio da qual o fabricante ou o exportador
concedem financiamento ao importador situado em outro país, e a do buyerʼs credit, quando o
financiamento da importação é concedido por um terceiro, geralmente um banco do exterior
em relação ao domicílio do importador”. 
Podemos perceber alguns termos novos no conceito apresentado pelo Bacen, que serão
abordados detalhadamente no decorrer desta etapa.
O importador procura obter as seguintes vantagens ao contratar o financiamento à
importação:
✔ Alongar o prazo de pagamento;
✔ Não utilizar capital próprio para não descasar o fluxo de caixa;
✔ Aumentar o potencial de produção ou comercialização;
✔ Negociar taxas de juros similares às praticadas no mercado internacional;
✔ Manter-se competitivo no mercado interno ou externo para aquelas que se beneficiam
do drawback;
✔ Não pagar o IOF em determinadas linhas de financiamento. 
O importador, ao contratar o financiamento à importação assume uma dívida (passivo) em
moeda estrangeira. Desta maneira, é importante reconhecer que existe o risco cambial devido à
desvalorização do real frente à moeda estrangeira e que existem no mercado financeiro vários
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instrumentos de proteção cambial (hedge) que permitem fixar o preço da taxa de câmbio para uma
data futura. 
O financiamento à importação pode ser obtido em três fontes:
�. Exportador:Ocorre quando o exportador dá o prazo para o importador brasileiro pagar. Para
que isto aconteça, o exportador deve ter confiabilidade na relação com o importador ou
possuir um seguro de crédito à exportação.Quando o prazo de pagamento é de curto prazo,
ou seja, até 360 dias, na prática o exportador não aplica a cobrança de juros separadamente
do valor principal. Como o mercado internacional trabalha com uma taxa de juros muito
menor do que no Brasil, o custo financeiro está inserido no preço da mercadoria. Já, para as
operações de longo prazo, acima de 360 dias, deve ter a indicação do percentual da taxa de
juros negociada entre as partes nos documentos representativos da operação comercial. 
O financiamento no qual o exportador concede o prazo é conhecido no mercado internacional
como Supplierʼs Credit.
�. Instituições financeiras no Brasil: É o procedimento mais comum. Os bancos brasileiros
autorizados pelo Bacen podem captar recursos no exterior para financiar as importações das
empresas brasileiras. O financiamento realizado pelos bancos pode ser classificado em
financiamento de repasse ou financiamento direto. Cada banco tem a sua particularidade em
fazer um financiamento à importação. Mas, em comum, o banco brasileiro paga diretamente o
exportador no exterior e dá prazo para o importador pagar o financiamento. Este tipo de
financiamento é conhecido no mercado internacional como Buyerʼs Credit.
�. Instituições financeiras no exterior:  O Bacen permite às empresas brasileiras contratar o
financiamento à importação em qualquer banco diretamente no exterior. Na prática, são as
grandes empresas que têm condições de negociar diretamente com um banco no exterior.
Similar aos procedimentos de crédito no mercado interno, os bancos no exterior analisam o
crédito da empresa brasileira. As empresas de menor porte encontram dificuldades ao acesso
à linha de crédito diretamente em bancos estrangeiros, devido aos vários critérios de abertura
de conta, documentais, de crédito e garantias que devem ser providenciados como
condições para obter o financiamento.
TEMA 2 – CARACTERÍSTICAS DO FINANCIAMENTO À IMPORTAÇÃO 
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O financiamento à importação é uma linha de crédito disponível para as empresas que
compram produtos no exterior.  O sistema bancário segue as normas estabelecidas pelos órgãos
regulamentadores do Brasil e algumas recomendações internacionais para conduzir as operações
de financiamentos à importação.
Há diversas modalidades de financiamentos e cada banco pode adotar procedimentos
diferentes para operacionalizar a linha de crédito.
São várias características presentes no financiamento à importação:
Origem dos recursos: Os recursos utilizados para os financiamentos são captados no exterior
pelos bancos privados e públicos, e, dificilmente utiliza-se recursos do governo.  
Prazo: Os financiamentos podem ser de curto ou longo prazo. Considera-se operações de
curto prazo até 360 dias contados da data do desembolso, do embarque da mercadoria no exterior
ou da nacionalização da mercadoria importada. Para os financiamentos com prazo superior a 360
dias são os considerados de longo prazo. O prazo do financiamento é definido pelo banco e
importador e depende de alguns fatores como:
✔ valor do financiamento;
✔ produto importado;
✔ critério de crédito estabelecido pelo banco;
✔ tipos de garantia exigidas para o financiamento.
Valor do financiamento: o valor do financiamento pode ser até 100% do valor da importação.
É possível financiar mais do que uma fatura comercial e de exportadores diferentes, veja o
exemplo:
A empresa Comex Ltda. tem três importações:
Importação A - EUR 150.000,00 com o exportador da Holanda;
Importação B - EUR 100.000,00 com o exportador de Portugal;
Importação C - EUR 130.000,00 com o exportador da Alemanha.
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Na negociação, o importador Comex Ltda. pagou 30% antecipado para cada exportador. O
saldo de 70% financiou com o seu banco de relacionamento. Desta maneira, a empresa Comex
Ltda. pagou com recursos próprios EUR 45 mil para o exportador da Holanda, EUR 30 mil para o
exportador português e EUR 39 mil para o exportador da Alemanha. Para o saldo de EUR 266 mil,
faz um único financiamento com seu banco de relacionamento. Por sua vez, o banco de
relacionamento efetuará o desembolso (pagamento) para cada exportador, sendo: EUR 105 mil
para a empresa da Holanda, EUR 70 mil para a empresa de Portugal e EUR 91 mil para o exportador
da Alemanha.
Produto: o financiamento à importação pode ser aplicado a qualquer produto constante na
lista da Tarifa Externa Comum (TEC), são quase todas as NCM s̓, desde que atendam às
normas administrativas do Comércio Exterior Brasileiro, conforme disciplina a Portaria SECEX
n.º 23, de 14 de julho de 2011. Para alguns produtos, pode haver exigências diferenciadas de
acordo com as características da linha de crédito. Por exemplo, há linhas de crédito para
financiamento à importação somente para máquinas e equipamentos.
Modalidades de pagamento: o financiamento à importação independe da modalidade de
pagamento negociada entre o importador e o exportador. O financiamento pode ocorrer nas
seguintes modalidades de pagamento:
✔ pagamento antecipado;
✔ remessa sem saque;
✔ cobrança documentária;
✔ carta de crédito.
Incoterms:o financiamento pode ocorrer em qualquer condição de venda (incoterms)
negociada entre as partes, desde que esteja declarado nos documentos comerciais. 
International Commercial Terms (Incoterms) ou Termos Internacionais de Comércio, são um
conjunto de regras básicas e padronizadas que orientam as operações comerciais
internacionais. O incoterm estabelece onde termina a responsabilidade do exportador e
começa do importador quanto à entrega da mercadoria.
Forma de pagamento: o importador, ao assumir a dívida de um financiamento à importação,
poderá pagá-la em parcelas trimestrais, semestrais, anuais ou em uma única parcela. O prazo
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para pagamento depende da negociação entre banco financiador e empresa.
Dívida em moeda estrangeira: ao contratar um financiamento à importação, o importador
assume uma dívida em moeda estrangeira, normalmente o dólar americano ou euro, portanto,
está sujeito ao risco da variação cambial. No vencimento do compromisso, o importador
contrata o câmbio para comprar a moeda estrangeira e pagar a dívida. A operação de câmbio
é classificada como um "contrato de câmbio de venda" porque o banco vende a moeda
estrangeira ao importador.
Garantias: as garantias utilizadas dadas pelo importador nos financiamentos à importação
são as tradicionalmente utilizadas no mercado bancário.
As características presentes nos financiamentos à importação podem ser aplicadas conforme
os procedimentos de crédito de cada instituição financeira, respeitando as legislações vigentes.
Por exemplo, determinado banco financia a importação a longo prazo, outro pode financiar
somente no curto prazo. Há bancos que financiam o pagamento antecipado, outros não. Isto é,
liberam o recurso financiado para pagar o exportador antes do embarque da mercadoria.
Dessa maneira, o importador deve analisar os tipos de financiamentos à importação que cada
banco tem a oferecer e escolher a melhor alternativa que atenda a sua necessidade.
TEMA 3 – MODALIDADES DE FINANCIAMENTOS À IMPORTAÇÃO –
PARTE 1
Entre as linhas de créditos disponíveis para o financiamento à importação, existem duas
modalidades mais utilizadas pelos bancos brasileiros; a modalidade direta e a modalidade por meio
de repasse.
Na modalidade direta, a instituição que financia o importador brasileiro é um banco no exterior,
normalmente um banco brasileiro com sede no exterior. Já no financiamento repasse, é o banco
brasileiro (no Brasil) que financia o importador.
3.1 BANCO DO EXTERIOR FINANCIA DIRETAMENTE O IMPORTADOR
BRASILEIRO (MODALIDADE DIRETA)
A modalidade direta estabelece que o financiamento será realizado diretamente entre um
banco no exterior e o importador brasileiro. A intermediação da operacionalização do
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financiamento é realizada por um banco com sede no Brasil.
Como a operação de crédito ocorre no exterior, sustentadas nas legislações do país em que o
banco está localizado, não há incidência de IOF. Fator diferencial no custo total da operação porque
reduz, atualmente, 1,856% para operações com 360 dias de prazo.
Assinam o contrato de financiamento à importação o importador e o representante do banco
no exterior.
3.2 BANCO NO EXTERIOR FINANCIA O BANCO NO BRASIL QUE REPASSA PARA
O IMPORTADOR BRASILEIRO (MODALIDADE REPASSE)
O financiamento é formalizado entre o importador brasileiro e o seu banco de relacionamento
no Brasil, e as condições são muitos semelhantes à modalidade direta. Porém, como o contrato de
financiamento formalizado respeitando a legislação brasileira, nesse caso, há a incidência do
Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguros (IOF). Atualmente a alíquota do IOF é de
0,38% na abertura da operação de crédito e 0,0041% ao dia sobre o saldo devedor do
financiamento, limitando-se ao prazo máximo de 360 dias.
Na modalidade repasse, após a formalização do contrato de financiamento à importação, o
banco de relacionamento do importador no Brasil solicita ao banco no exterior que pague (repasse)
o valor do financiamento ao banco do exportador. O contrato de financiamento é assinado pelo
importador brasileiro e o representante do seu banco de relacionamento no Brasil.
3.3 CONTRATO DE FINANCIAMENTO À IMPORTAÇÃO
O contrato de financiamento à importação é formalizado por meio de um instrumento
particular de crédito e nele deve constar os dados da negociação, direitos e obrigações das partes
contratantes. No contrato deve constar:
✔ Identificação e domicílio das partes: Banco Financiador e o Tomador do Crédito
(importador);
✔ Identificação e domicílio dos avalistas, se houver, e dos respectivos cônjuges;
✔ Valor do financiamento em moeda estrangeira;9/21/22, 3:01 PM UNINTER
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✔ Data de desembolso no exterior (data que o valor estará disponível no banco do
exportador);
✔ Identificação dos documentos representativos da operação comercial: fatura
proforma, fatura comercial, conhecimento de embarque ou outros, conforme o caso;
✔ Comprovação da contratação de seguro de transporte internacional com cláusula
beneficiária ao Banco Financiador;
✔ Taxa de juros, percentual ao ano, que poderá ser fixa ou variável;
✔ O spread, percentual ao ano, se a taxa de juros for variável (Ex.: taxa de juros
internacional + 3,0%, os 3,0% equivalem ao spread);
✔ Comissão flat, percentual sobre o valor do financiamento (comissão cobrada pelo
banco);
✔ Que o tomador tem a obrigação de recolher os tributos incidentes no financiamento
(IR, IOF);
✔ Data de vencimento do principal e dos juros;
✔ Forma de como são aplicados os juros;
✔ Que o tomador (importador) deve pagar o valor em reais equivalentes ao valor da
dívida em moeda estrangeira dois dias úteis antes do vencimento da dívida (contratar o
câmbio);
✔ Que se não houver o pagamento conforme mencionado no item anterior, o banco
poderá cobrar acréscimos de qualquer natureza ou despesas com a operação;
✔ Que o banco fica autorizado a debitar na conta corrente do importador os valores que
se tornarem devidos pelo tomador;
✔ As penalidades, caso o importador não efetue o pagamento na data acordada: multa e
juros de mora;
✔ A obrigatoriedade do tomador (importador) apresentar ao banco os documentos
relacionados aos desembaraços aduaneiros;
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✔ A assinatura das partes contratantes, banco e o tomador do crédito.
3.4 PRÉ-REQUISITOS PARA O IMPORTADOR OBTER O FINANCIAMENTO
Analise o crédito: previamente à negociação do financiamento à importação, o banco analisa
o crédito de seu cliente, estabelece parâmetros para atuar com operações consideradas da
área internacional, levando em conta o faturamento da empresa, tempo de atividade no
mercado interno e internacional, se tem ou não restrições no mercado financeiro etc.
Garantias: o importador deve apresentar garantias a critério do banco, compatíveis com o
valor do financiamento.
O importador, para realizar uma boa negociação, deve ter o conhecimento da prática de
mercado para estabelecer parâmetros de custos e condições do financiamento.
TEMA 4 – MODALIDADES DE FINANCIAMENTOS À IMPORTAÇÃO –
PARTE 2
Vamos apresentar o fluxograma do financiamento à importação na modalidade repasse. É um
fluxo básico, de forma simplificada de como ocorre a condução de um financiamento à importação,
desde a captação (empréstimo) de recursos pelo banco brasileiro ou seu correspondente no
exterior, até a liquidação (pagamento).
Vale ressaltar que o fluxo apresentado é somente ilustrativo, podendo haver situações
diferenciadas conforme os países envolvidos e as modalidades de pagamento negociadas entre
exportador e importador.
Legendas:
Banco A = Banco de relacionamento do importador;
Banco B = Banco correspondente do Banco A no exterior, podendo ser uma agência do banco
brasileiro no exterior;
Banco C = Banco que empresta recursos (US$) para o Banco B;
Banco D = Banco de relacionamento do exportador.  
O Banco B, o Banco C e o Banco D podem estar sediados em países diferentes.
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Figura 2 – Fluxo do financiamento (modalidade repasse)
Fonte: Borges, 2022.
�. O Banco B empresta recursos em moeda estrangeira, dólar americano ou euro, do Banco C. O
Banco C cobrará pelo empréstimo, juros mais spread. Por exemplo, uma linha (empréstimo)
de US$ 10.000.000,00, prazo de 2 anos à taxa de juros internacional + 1,0% a.a.;
�. O Banco C credita o valor correspondente ao empréstimo em moeda estrangeira no Banco B;
�. O Banco B comunica ao Banco A sobre a disponibilidade de uma linha de crédito para
financiar as importações de empresas brasileiras;
�. Importador negocia as condições da operação comercial com o exportador. Por exemplo,
US$ 500.000,00 pagamento à vista;
�. Importador não tem disponibilidades ($) para pagar à vista o exportador, ou não tem interesse
em utilizar recursos próprios. Solicita ao Banco A um financiamento à importação no valor de
US$ 500 mil por um prazo de 360 dias;
�. O Banco A, após a análise de crédito e risco em relação ao seu cliente, análise documental e
negocial, formaliza o contrato de financiamento à importação. As partes assinam o contrato
de financiamento. Vamos considerar que o custo da operação ficou: 3,0% de comissão flat,
juros internacionais + 3,0%, IR sobre juros e IOF;
�. Exportador prepara os documentos representativos da exportação e libera a mercadoria na
alfândega de seu país;
�. Mercadoria segue para o destino, país do importador, Brasil;
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�. Exportador envia uma cópia do conhecimento de embarque para o importador, pode ser por
e-mail;           
��. Importador comprova ao Banco A, por meio da cópia do conhecimento de embarque, que a
mercadoria foi embarcada e solicita o pagamento (desembolso) para o exportador;
��. Banco A solicita para o Banco B creditar o Banco D o valor correspondente ao financiamento
à importação para pagar o exportador;
��. Banco B credita o valor do financiamento à importação no Banco D;
��. O Banco D paga o exportador o valor correspondente da exportação;
��. O exportador, após receber o valor referente a sua venda, envia os documentos originais
representativos da exportação para o importador;
��. O importador, de posse dos documentos originais, libera a mercadoria na sua alfândega;    
��. Na data acordada, o importador paga o financiamento (principal e juros), por meio da
contratação de câmbio de venda junto ao seu banco de relacionamento;
��. Banco A comunica e credita o Banco B o valor em moeda estrangeira referente ao
financiamento à importação;
��. O Banco B, na data acordada, paga o Banco C.
Os US$ 10 milhões captados pelo Banco B pelo prazo de 2 anos poderiam financiar as
importações de várias empresas brasileiras. No exemplo, como financiou uma operação de US$
500 mil pelo prazo de 1 ano, teria disponível ainda US$ 9,5 milhões.
TEMA 5 – CUSTOS RELACIONADOS AO FINANCIAMENTO À
IMPORTAÇÃO
A empresa brasileira que financia a compra de produtos no exterior precisa conhecer os
procedimentos operacionais, negociais e legais que envolvem o financiamento à importação.
Previamente à contratação da linha de crédito deve estar ciente de todos os componentes que
formarão o custo final do financiamento.
Na prática, as instituições financeiras trabalham de maneiras semelhantes, uma vez que estão
sujeitas às mesmas regras impostas pelas autoridades monetárias.
Principalmente, os custos presentes são:
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✔ comissão de financiamento (comissão flat);
✔ juros
✔ impostos
Ainda pode haver outras comissões ou denominações diferentes a critério de cada instituição
financeira. Mas, o importante é que o importador saiba exatamente o que vai pagar pelo
financiamento.
A taxa de juros praticada na linha de crédito tem como base o custo da captação dos recursos
no exterior mais o spread. Para calcular o valor dos juros, aplica-se a taxa de juros sobre o saldo
devedor do financiamento utilizando a metodologia de cálculo dos juros simples.
Os outros custos, como o imposto de renda sobre o valor dos juros e o IOF, são calculados
conforme a legislação prevista pela Receita Federal. Também, podem ser cobradas outras
comissões de financiamentos, normalmente aplicando-se um percentual sobre o valor do
financiamento.
O importador ainda tem que considerar a variação cambial, uma vez que a dívida é em moeda
estrangeira, a variação pode ser positiva ou negativa.
Somados todos os custos conhecidos que incidem na operaçãode financiamento, o custo final
pode ficar menor se comparado aos custos praticados em financiamentos do mercado interno.
Vamos simular o custo do financiamento à importação de uma empresa que contratou o valor
de US$ 100.000,00 nas seguintes condições:
✔ Modalidade do financiamento: Repasse.
✔ Valor do financiamento: US$ 100.000,00.
✔ Prazo: 360 dias.
✔ Forma de pagamento do principal: em 02 parcelas iguais, semestrais e consecutivas  .
✔ Forma de pagamento dos juros: junto com o principal.
✔ Comissão flat = 4,0% (pagamento na contratação).
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✔ IOF crédito = 0,38% (pagamento na contratação).
✔ IOF diário = 0,0041% a.d. (pagamento na contratação).
✔ Juros = Taxa SOFR + spread (pagamento no vencimento das parcelas).
✔ SOFR anual = 1,53% a.a. (taxa em 28/07/2022).
✔ Spread= 3,0% a.a.  
✔ Juros = 1,53 + 3,00 = 4,53% a.a.
✔ Imposto de Renda sobre os juros = 15% (pagamento no vencimento das parcelas)
Cálculo dos custos:
a) Comissão flat:  a comissão flat é o percentual calculado sobre o valor do financiamento e
cobrada do importador na data da contratação.
Comissão flat = US$100.000,00 x 4,0%
b) IOF: como trata-se de um financiamento na modalidade de repasse, há a incidência do IOF
e cobrado do importador na data da contratação.
b.1) IOF crédito: aplica-se a alíquota sobre o valor do financiamento (crédito).
US$ 100.000,00 x 038% = US$ 380,00.
b.2) IOF diário: aplica-se a alíquota sobre o saldo devedor do financiamento referente aos
dias utilizados.
IOF diário 1 = Saldo devedor referente a 180 dias.
IOF diário 1 = US$ 100.000,00 x 0,0041% x 180 dias = US$ 738,00
IOF diário 2 = Saldo devedor referente a 360 dias.
IOF diário 1 = US$ 50.000,00 x 0,0041% x 360 dias = US$ 369,00
IOF total = US$ 380,00 + US$ 738,00 + US$ 369,00
IOF total = US$ 1.487,00
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c) Juros: O valor dos juros é calculado sobre o saldo devedor da dívida e aplicado à taxa SOFR
mais o spread aplicado pelo banco.
c.1)Juros sobre a parcela 1
Juros = Saldo devedor x taxa de juros x prazo
Juros = US$ 100.000,00 x 4,53% x 180 dias
Juros = US$ 100.000,00 x 4,53/100 x 180/360
Juros = US$ 2.265,00
c.2) Juros sobre a parcela 2
Juros = Saldo devedor x taxa de juros x prazo
Juros = US$ 50.000,00 x 4,53% x 180 dias
Juros = US$ 50.000,00 x 4,53/100 x 180/360
Juros = US$ 1.132,50
A taxa SOFR, conforme citada em (Global-rates, 2022) é: “SOFR (Secured Overnight Financing
Rate), uma taxa de juros publicada pelo Federal Reserve Bank of Nova York. SOFR pode ser visto
como a taxa de juros média para empréstimos garantidos emitidos em dólares dos Estados Unidos
(USD) com prazo de 1 dia (overnight). SOFR é uma taxa de juros de referência e uma alternativa
àtaxa LIBOR do dólar americano”.
A taxa LIBOR (London Interbank OfferedRate) ou taxa interbancária de Londres foi referência
por mais de 30 anos para as operações financeiras internacionais e desde 01/20/2022 está sendo
substituída por outras taxas.
Figura 3 – Taxa de juros internacionais
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Fonte: Banco do Brasil, 2022.
d) Imposto de Renda: aplica-se, em regra geral, a alíquota de 15% sobre o valor dos juros.
d.1) IR para a parcela 1
IR = US$ 2.265,00 x 15%
IR = US$ 339,75
d.2) IR para a parcela 2
IR = US$ 1.132,50 x 15%
IR = US$ 169,88
Tabela resumo dos custos (valor em US$)
Data (dias) Valor Principal Comissão Flat Juros IR IOF Total
0 0,00 4.000,00 0,00 0,00 1.487,00 5.487,00
180 50.000,00 0,00 2.265,00   339,75  0,00 52.604,75
360 50.000,00 0,00 1.132,50 169,88 0,00 51.302,38
Total 100.000,00 4.000,00 3.397,50 509,63 1.487,00 109.394,13
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Estes seriam os valores que o importador precisaria desembolsar nas datas 0, 180 e 360 do
cronograma de pagamentos do financiamento à importação. Ressaltamos que os valores estão em
dólares americanos e a cada pagamento, deve ser realizada a conversão para o real à taxa de
câmbio do dia do pagamento.
No exemplo, ainda o importador deve pagar 4 tarifas de fechamento de contrato de câmbio,
pois são dois contratos de câmbio para o fechamento do valor principal e dois contratos de câmbio
para o fechamento do valor dos juros.    Sem considerar os valores das tarifas sobre contrato de
câmbio, o importador pagaria US$ 9.394,13 de custos, equivalente a 9,39% do valor financiado.
Percentual que deve ser comparado à taxa de juros praticada nas operações do mercado interno
para verificar a viabilidade do financiamento à importação.
TROCANDO IDEIAS
Pesquise junto às empresas importadoras e obtenha informações sobre a contratação do
financiamento à importação:
✔ Quais são os procedimentos operacionais e negociais?
✔ Em média, qual é o prazo do financiamento e custos envolvidos?
✔ Qual o prazo para a liberação do financiamento, desde a apresentação da proposta por
parte da empresa importadora?
Após, apresentem e discutam as respostas com alguém da sua comunidade.
NA PRÁTICA
Calcule o custo total de um financiamento à importação na modalidade repasse, considerando
as informações a seguir:
✔ Valor do financiamento: USD 100.000,00.
✔ Prazo: 360 dias.
✔ Pagamento do principal e juros em uma única parcela no final.
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✔ Comissão flat: 2,00%. 
✔ Juros fixo (Pré): 4,00% a.a.
✔ IR sobre juros: 15%.
✔ IOF: 0,38%.
✔ IOF diário: 0,0041% a.d.
Forma de pagamento dos custos:
✔ Comissão flat no desembolso;
✔ IOF no desembolso;
✔ Principal no vencimento;
✔ Juros no vencimento;
✔ IR no vencimento.
FINALIZANDO
Espero que você tenha gostado e aprendido um pouco mais sobre o Comércio Exterior. Vimos
que, as empresas brasileiras precisam de prazo para pagar as compras realizadas no exterior e
podem conseguir esta condição por meio do financiamento à importação.  O mercado financeiro
disponibiliza várias linhas de crédito com a finalidade de financiar a importação. Há linha de crédito
em reais, por não ser muito praticado e custo ser semelhante aos financiamentos do mercado
interno, nem abordamos em nossa etapa. Mas, temos os financiamentos em moeda estrangeira na
modalidade repasse e direta. Estes, bastante utilizados pelos importadores, sendo que o
financiamento na modalidade direta não incide o IOF, fator importante na redução do custo.
Considerando que o Brasil ainda tem grande necessidade de importar produtos por diversos
motivos, é certo que a demanda pelo financiamento à importação deve continuar. Cabe ao
importador conhecer as legislações e as práticas de mercado, assim poderá usufruir das vantagens
que a linha de crédito oferece.
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REFERÊNCIAS
BACEN. Glossário. Disponível em: <https://www.bcb.gov.br/acessoinformacao/legado?
url=https:%2F%2Fwww.bcb.gov.br%2Fhtms%2Ffirce%2FConceitos.asp#t34>. Acesso em: 4 ago.
2022.
BANCO DO BRASIL. Entenda a transição da Taxa LIBOR. Disponível em:
<https://www.bb.com.br/pbb/pagina-inicial/empresas/produtos-e-servicos/comercio-
exterior/entenda-a-transicao-da-taxa-libor#/>. Acesso em: 4 ago. 2022.
GLOBAL-RATES.2022. Taxa de juros SOFR. Disponível em:<https://www.global-
rates.com/pt/taxa-de-juros/sofr/sofr.aspx>. Acesso em: 4 ago. 2022.
MINISTÉRIO DA ECONOMIA. Balança Comercial Brasileira: Acumulado do Ano. Disponível
em: <https://www.gov.br/produtividade-e-comercio-exterior/pt-br/assuntos/comercio-
exterior/estatisticas/balanca-comercial-brasileira-acumulado-do-ano>. Acesso em: 4 ago. 2022.
GABARITO
Data (dias) Valor Principal Comissão Flat Juros IR IOF Total
0 0,00 2.000,00 0,00 0,00 1.856,00 3.856,00
360 100.000,00 0,00 4.000,00   600,00  0,00 104.600,0
Total 100.000,00 2.000,00 4.000,00 600,00 1.856,00 108.456,00

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