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CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO DE SANTA CATARINA
CURSO DE FISIOTERAPIA
DISCIPLINA DE ELETROTERMOFOTOTERAPIA
Profª. Ft. Raquel Petry dos Santos
CONVERSÃO de energia mecânica em energia térmica.
(GUYTON, 2017 / ANDREWS, et. Al., 2005 / KNIGHT, 1994 ) 
 O ULTRA SOM é uma modalidade terapêutica de alcance profundo, capaz de 
produzir alterações nos tecidos, por mecanismos térmicos e não térmicos.
 A energia liberada pelo transdutor é de origem acústica.
 Dependendo da frequência utilizada, pode ser utilizado para:
• diagnóstico por imagens (5-20MHz)
• reabilitação e recuperação de tecido (1e 3 MHz)
• destruição de tecidos
ULTRA SOM
(SONAFE, 2014) 
 Vibração de um cristal de quartzo quando submetido a uma corrente alternada de alta 
frequência (liga de chumbo, zirconio e titânio - PZT).
Efeito Piezoelétrico
 Os cristais ficam alojados dentro do transdutor (cabeçote)
 Os cristais produzem cargas elétricas positivas e negativas 
quando se contraem ou se expandem (alteração de 
polaridade).
 A vibração dos cristais causa a produção mecânica de ondas 
sonoras de alta frequência. 
 A frequência da onda ultrassônica dependerá da frequência 
de vibração deste cristal mediante a passagem de uma 
corrente elétrica.
Área de Radiação Efetiva (ERA)
 ERA  porção do transdutor que realmente produz a onda sonora.
 Depende da área da superfície do cristal.
 É sempre menor que a superfície do transdutor.
IMPORTANTE:
Tamanho adequado da área 
a ser tratada  2 a 3 vezes 
o tamanho da ERA.
2 ARE
6 ARE
 A energia que sai do cabeçote do Ultra Som NÃO chega 
ao tecido com a mesma intensidade 
a intensidade da energia DIMINUI à medida 
que o ultra som passa pelos diferentes tecidos, 
em função da absorção, reflexão e refração
Relação entre ABSORÇÃO e PENETRAÇÃO nos 
diferentes meios no ultra som de 1MHz
A onda sonora vai sendo 
atenuada a medida que 
vai passando pelos 
diferentes tecidos.....
 Atenuação (D/2) é 
fundamental para a 
determinação da 
intensidade de saída da 
energia do US.
 A aplicação do ultra som deve ser feita SEMPRE com o cabeçote PERPENDICULAR 
ao segmento permite uma transmissão mais efetiva da energia 
CABEÇOTE PERPENDICULARCABEÇOTE COM ANGULAÇÃO
 A onda produzida pelo equipamento de ultra som não tem a capacidade de 
atravessar o ar.
 Em função da sua alta frequência, necessita de um meio denso para se 
propagar.
Transmissão da Onda de US
a água é o meio ideal de 
transmissão do US 
(reflexão 0,2%)
Na prática clínica o meio de transmissão 
mais usado é o gel a base d’água.
Métodos de Acoplamento
 Em função da necessidade de um meio de acoplamento para a penetração da 
onda do ultra som, 3 MÉTODOS são comumente utilizados na prática clínica da 
Fisioterapia:
ACOPLAMENTO DIRETO ACOPLAMENTO INDIRETO IMERSÃO EM ÁGUA
é utilizado gel a base d’água 
(em grande quantidade) 
entre o transdutor e a pele
é utilizado uma “bolha” de 
silicone ou uma luva com 
água entre o transdutor e a 
pele
o segmento e o transdutor 
são imersos na água
IMPORTANTE: o transdutor 
NÃO pode encostar na pele!
EM TODOS OS MÉTODOS DE ACOPLAMENTO, DEVE-SE MANTER UM MOVIMENTO LENTO, 
UNIFORME E CONSTANTE DO TRANSDUTOR.
Equipamentos de US Utilizados na Fisioterapia
 Na Fisioterapia são utilizados equipamentos de Ultra Som com 2 
frequências distintas:
• 1MHz
• 3MHz
Frequência Absorção / Penetração tecidual Profundidade
3 MHz 
Maior absorção superficial / 
menor penetração
Lesões superficiais
( 1 - 2,5 cm)
1 MHz
Menor absorção superficial / 
maior penetração
Lesões profundas
( 3 - 6 cm)
Modo de Emissão
 Existem 2 formas de emissão: CONTÍNUA e PULSADA.
EMISSÃO CONTÍNUA EMISSÃO PULSADA
* Fluxo contínuo de energia acústica ao longo de 
TODA a duração da aplicação.
* Interrupção periódica da energia acústica. A
energia é emitida por um determinado tempo, 
seguido por um período sem emissão de energia.
* Objetivo principal: EFEITOS TÉRMICOS (geração de 
calor). 
* Objetivo principal: EFEITOS MECÂNICOS (gera 
pulsos potentes, porém a média de emissão é baixa)
* Indicado para as fases CRÔNICAS das lesões. * Indicado para as fases AGUDAS das lesões.
EMISSÃO CONTÍNUA EMISSÃO PULSADA
Ciclo de Trabalho
 Na prática, o Ciclo de Trabalho é aplicado ao Modo de Emissão PULSADO.
 O Ciclo de Trabalho é o período de tempo em que a energia acústica é emitida 
(medido em %).
 A maioria dos aparelhos de US possui ciclos de trabalho pré-fixados (10-50%).
EXEMPLO:
t ON = 1 ms
t OFF = 4 ms
Período de pulso= 5 ms
Ciclo de trabalho= 20%
Frequência de Repetição do Pulso
 A frequência de repetição do pulso é a quantidade de ciclos (pulsos) que 
acontecem por segundo.
 Só precisa ser programada nas emissões PULSADAS.
 Os equipamentos disponíveis no mercado brasileiro, possuem frequências de 
repetição de pulso de:
• 16Hz
• 48Hz
• 100 Hz
Tempo de Aplicação
 O tempo total de duração da aplicação do Ultra Som 
depende de vários fatores:
• tamanho da área a ser tratada
• modo de emissão
• área de radiação efetiva (ERA)
• ciclo de trabalho
• intensidade (W/cm2)
 Na prática clínica se mede a área a ser tratada 
pelo “número de cabeçotes” para atingir aquela 
área (para a aplicação ser viável, essa área de 
tratamento NÃO PODE ULTRAPASSAR o tamanho de 
2-3 cabeçotes).
 O tempo total de aplicação deve ser calculado da seguinte forma:
 Fator Repetição do Pulso (FRP): somatório razão de pulso do ciclo 
de trabalho
Número de cabeçotes x Fator de Repetição de Pulso (FRP) 
Modo Ciclo de 
Trabalho
Razão pulso FRP
CONTÍNUO 100% 3
PULSADO 50% 1:1 2
33% 1:2 3
25% 1:3 4
20% 1:4 5
10% 1:9 10
• ciclo de trabalho 20% = 1:4  soma= 5  FRP = 5
• ciclo de trabalho 50% = 1:1  soma = 2  FRP = 2
• modo contínuo  FPR= 3
EXEMPLO:
Tendão Patelar  2 cabeçotes
• SE: ciclo de trabalho 20% (1:4)  soma= 5  FRP = 5
tempo de aplicação = 2 X 5 = 10 minutos
• SE: ciclo de trabalho 50% (1:1)  soma = 2  FRP = 2
tempo de aplicação = 2 X 2 = 4 minutos
• modo contínuo  FPR= 3
tempo de aplicação = 2 X 3 = 6 minutos
Intensidade
 A intensidade (ou DOSE TERAPÊUTICA) corresponde a quantidade 
de energia acústica emitida pelo cabeçote.
 É medida em W/cm2.
 Para calcular a intensidade é necessário saber:
• local a ser tratado (profundidade e tecidos sobrepostos)
• atenuação que a onda irá sofrer
IMPORTANTE:
A energia que sai do cabeçote do 
Ultra Som NÃO chega ao tecido com 
a mesma intensidade!
 A media que a onda sonora vai penetrando nos diferentes tecidos, parte desta 
energia vai se “perdendo” (absorção, refração, reflexão).
 Então, a intensidade de saída do US é ATENUADA quando passa pelos 
diferentes tecidos até chegar ao local que deve atuar efetivamente.
D/2  profundidade na qual o 
feixe de US tem sua intensidade 
de “saída” reduzida pela metade

o D/2 depende do tipo de tecido 
e da frequência da onda
 Para realizar o cálculo da intensidade de “saída” do US:
• saber o tecido que quer atingir e sua localização
• determinar a quantidade de energia final no tecido alvo (intensidade de “chegada”)
• saber quais os tecidos que estão acima do tecido que quer atingir e sua espessura
INTENSIDADE MÍNIMA PARA QUE HAJA 
ALGUM TIPO DE EFEITO FISIOLÓGICO NOS 
DIFERENTES TECIDOS
 Identificar a lesão/disfunção (tipo, localização, fase)
 Determinar qual o efeito esperado/desejado do US

COMO FAZER A PROGRAMAÇÃO DO US?
1. determinar o tipo de cabeçote  frequência
2. escolher o modo de emissão  CONTÍNUO ou PULSADO
3. calcular o tempo de 
aplicação
4. calcular a intensidade de 
saída
5. dar o “start”
3. definir o ciclo de trabalho
4. definir a frequência de 
repetição do pulso
5. calcular o tempo de aplicação
6. calcular a intensidade de saída
7. dar o “start”
Efeitos Fisiológicos nos Tecidos
(PEREIRA, 2017) 
AQUECIMENTO SELETIVO  consegue aquecer 
tecidos profundos sem elevar a temperatura na pele e 
tecido adiposo (boa penetração, pequena absorção)
Indicações
Precauções e Contra-IndicaçõesFonoforese
 Utilização do US para otimizar a absorção de uma 
medicação.
 O medicamento é difundido por diferenças de 
concentração entre os meios externo e interno.
 Deve ser utilizado junto com o gel a base d’agua
Os antiinflamatórios são os medicamentos mais 
utilizados.
 O Ultra Som é um dos recursos terapêuticos mais conhecidos e utilizados na 
prática clínica da Fisioterapia.
 Entretanto, sua correta utilização tem sido negligenciada, diminuindo os 
efeitos alcançados.....
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
 BÉLANGER, A.Y. Recursos Fisioterapêuticos: Evidências que Fundamentam a Prática 
Clínica. 2ª ed. São Paulo: Manole, 2012.
 GOMES, A.C.; ARAÚJO, A.R.; FEITOSA, F.; JESUS, J.F. Programa Sonafe de Atualização em
Fisioterapia Esportiva - Preparação Para os Jogos Olímpicos Rio 2016 - Módulo: 
Recursos Físicos. Guarulhos: Sonafe, 2014.
 KITCHEN, S. Eletroterapia – Prática Baseada em Evidências. 11ª ed. São Paulo: Manole, 
2003.
 PEREIRA, D.S.L. Eletrotermofototerapia. Rio de Janeiro: SESES, 2017.
 STARKEY, C. Recursos Terapêuticos em Fisioterapia. 4ª ed. São Paulo: Manole, 2017.

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