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MATEMÁTICA I Prof. ME. TIAGO PERES DA SILVA SUGUIURA Conjuntos Múltiplos e Divisores Frações e Dízimas Periódicas Potenciação e Radiciação 005 Aula 01: 015 Aula 02: 026 Aula 03: 036 Aula 04: 045 Aula 05: 052 Aula 06: 061 Aula 07: 069 Aula 08: 076 Aula 09: 087 Aula 10: 098 Aula 11: 106 Aula 12: 124 Aula 13: 133 Aula 14: 140 Aula 15: 150 Aula 16: Razão, Proporção e Regra de 3 Expressões Algébricas Equações e Sistemas de Equações Inequações Frações e Equações Algébricas Trigonometria Sequências Numéricas Relações e Funções Funções: Composta, Inversa, Linear, Afim e Modular Funções Quadráticas Funções: Exponencial e Logarítmica Funções Trigonométricas Introdução Seja bem-vindo(a)! Esta disciplina foi elaborada pensando em você, caro(a) aluno(a). Entendemos a dificuldade existente com as disciplinas de matemática e a maneira com a qual ela foi ensinada. Com isso em mente, este material foi elaborado justamente para auxiliar você. Antes de introduzir o conteúdo que será apresentado é importante deixar algo claro – quando se estuda algo relacionado à matemática, não adianta decorar. É importante que os assuntos sejam compreendidos, de maneira que consiga absorver o conhecimento, e não somente decorá-los para realizar uma atividade. A base da matemática é a lógica e é por meio dessa ferramenta que seu entendimento deve ser realizado. Embora este livro apresente diversos estudos e propriedades sobre diversos assuntos, suas ideias são simples e devem ser incorporados para absorverem cada conhecimento apresentado. Os conteúdos abordados nesta disciplina remetem desde a tal chamada “matemática básica” até algumas noções sobre funções. Iremos começar nosso livro com o conteúdo que é a base para toda a matemática: a teoria de conjuntos. Tudo que desejamos falar sobre matemática se envolve em saber quando é válida tal propriedade. E, uma maneira de entendermos essa situação é quando falamos sobre raiz quadrada, por exemplo. Você já deve ter ouvido falar em “não existe raiz quadrada de número negativo”. Mas por que isso acontece? Essa e outras respostas serão apresentadas neste livro. Continuando com nossos conteúdos, serão abordados os múltiplos e divisores, frações, potenciação e radiciação, nos auxiliando a entender melhor sobre suas operações e aplicações, como, por exemplo, as razões e proporções, a regra de três, e culminando nas equações e inequações. Será trabalhado neste livro também o conceito de trigonometria e suas funções trigonométricas. Funções aliás, que serão trabalhadas desde seu início, partindo de suas definições e propriedades até alguns tipos de funções clássicas com características próprias. 3 Este é um material especial, preparado para você, caro(a) aluno(a). A base necessária para as disciplinas que envolvem qualquer tipo de cálculo partirá das definições e propriedades descritas neste conteúdo, então, aproveitem! 4 01 Conjuntos Introdução A ideia de conjunto nada mais é do que um agrupamento ou coleção de elementos que atendam a certo requisito. Para denominar um conjunto, usamos as letras maiúsculas do nosso alfabeto e, para representar os elementos de cada conjunto, utilizamos as letras minúsculas. Estes últimos devem estar entre chaves, separados por vírgulas (quando existir mais de um elemento) ou no interior do diagrama, como podemos observar a seguir: Vejamos algumas formas de apresentação dos elementos de um conjunto: a. Por meio de suas propriedades: b. Por meio de enumeração: c. Por meio de uma sentença matemática: OBSERVAÇÃO: O símbolo “ ” lê-se “pertence” e indica que um elemento faz parte de um conjunto. Iremos falar mais sobre a relação de pertinência nos tópicos a seguir. Outra maneira de qualificarmos os conjuntos é por meio da quantidade de elementos: (A, B, C, ⋯) A = {a, e, i, o, u} B = {laranja, pera} A = {números naturais pares} A = {0, 2, 4, 6, ⋯ } A = {x|x = 2n, n ∈ N} ∈ 6 a. Conjunto vazio: Trata-se de um conjunto que não possui elemento. Assim, temos um conjunto vazio que pode ser representado por OBSERVAÇÃO: Esta representação é diferente do conjunto unitário , que tem como seu elemento. b. Conjunto unitário: É o conjunto que possui um único elemento. Por exemplo, o conjunto formado apenas por você, ou pelo professor que está redigindo este livro. c. Conjunto finito: É o conjunto que possui uma quantidade limitada de elementos. Por exemplo, o conjunto cujos elementos são vogais de nosso alfabeto. Esse conjunto pode ser representado como: Pensando ainda em conjuntos finitos, você já imaginou tentar escrever todos os elementos de um conjunto que possui , ou mais elementos? Por exemplo, se quisermos representar os números positivos menores ou iguais a mil, escrevemos por meio de sentenças matemáticas da seguinte maneira: d. Conjunto infinito: a quantidade de elementos é infinita. Por exemplo, o conjunto cujos elementos são números naturais pares. Podemos denotá-los como: A = {} ou A = ϕ A = {ϕ} ϕ B = {Tiago} C = {a, e, i, o, u} 100 1000 D = {x ∈ N|x ≤ 1000} 7 e. Conjunto universo: é o conjunto representativo de todos os elementos da conjuntura em que estamos trabalhando e, também, de todos os conjuntos relacionados. Na representação do conjunto universo utilizamos a letra maiúscula . Geralmente, o conjunto universo é definido de acordo com o necessário. E = {x|x = 2n,n ∈ N} U Subconjuntos Um subconjunto é, nada mais, do que uma parte de um conjunto maior que o contém. Imagine, por exemplo, o conjunto de todos os alunos desta instituição de ensino. Agora, imagine somente os alunos que estão matriculados no mesmo curso que você. Podemos perceber que o segundo conjunto é um subconjunto do primeiro. Da mesma maneira, podemos verificar que o conjunto é um subconjunto de , por ser parte de . E quando comparamos os conjuntos e ? Atentem-se que não são todos os elementos do conjunto que estão no conjunto , pois o elemento não pertence ao conjunto . Então, para reforçar, todos os elementos de um subconjunto devem pertencer ao conjunto que o contém. A = {2, 3, 4} B = {1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9} A B C = {2, 4, 6, 7, 8, 10} D = {2, 4, 6, ⋯} C D 7 D Conjuntos Numéricos Focaremos agora no estudo dos conjuntos numéricos, ou seja, os conjuntos cujos elementos são números obedecendo certo requisito. Vamos aos conjuntos e suas principais características: a. Conjunto dos números naturais: É o conjunto cujos elementos são os números que servem para contar a quantidade dos objetos existentes na natureza. É representado por: . b. Conjunto dos números inteiros relativos: Nada mais é do que todos os números naturais, acrescido de números inteiros negativos e, geralmente, é escrito como: . N= {0, 1, 2, 3, ⋯ } Z = {⋯ , − 3, − 2, − 1, 0, 1, 2, 3, ⋯} 8 c. Conjunto dos números racionais: O conjunto dos números racionais são representados pelas frações: . d. Conjunto dos números irracionais: Existem números que não podem ser representados na forma , como a medida da hipotenusa cujos catetos medem , exibida abaixo. Neste caso, a hipotenusa “h” mede e, assim, não resulta em um número inteiro, nem em um número decimal exato e nem em uma dízima periódica e, consequentemente, não pode ser escrito na forma para . Da mesma maneira, temos o número , o número de ouro, e o número de Euler, representado por , que também não podem ser escritos na forma , portanto, não são números racionais. Os números e são chamados de números irracionais, por não serem números racionais, mesmo que eles existam ao nosso redor. A representação do conjunto dos números irracionais é . Associamos o símbolo “ ” como crédito, ganho ou sobra e, o símbolo “ ” como dívida, perda, gasto ou falta. Você deve se lembrar de que a representação do vinte negativo, em maioria dos casos, é , isto é, quando o valor é negativo, geralmente, é precedido de símbolo “ ”. Para entender essa noção de número relativo, imagine a situação em que você emprestou para seu amigo. Podemos observar que elelhe deve e esta situação pode ser representada por -50. Você, entretanto, tem a receber, e esta situação pode ser representada por ou, simplesmente, por , tendo em vista que, geralmente, omitimos o símbolo “ ” dos números positivos. Não estamos falando do mesmo , mas diferenciando apenas do ponto de vista. Pois é, esta é a ideia de números inteiros relativos. + − −20 − R$50, 00 R$50, 00 R$50, 00 +50 50 + R$50, 00 Q = {x|x = , a ∈ Zeb ∈ Z∗}a b a b 1 √2 = 1, 41421 ⋯ a b a ∈ Zeb ∈ Z∗ π = 3, 14159 ⋯ φ = 1, 61803 ⋯ e = 2, 718281 ⋯ a b √2, π,φ e I 9 e. Conjunto dos números reais: É o conjunto numérico que contém todos os números racionais e irracionais. Esse conjunto é representado por .R Relação de Pertinência e Continência Agora chegamos a uma parte a qual não podemos deixar de lado: a relação de pertinência e de continência. Relação de Pertinência No estudo de conjuntos matemáticos, se o elemento pertencer ( ) ao conjunto , representamos por . Igualmente, se o elemento não pertencer ( ) ao conjunto , representamos por . Observação: agora conseguimos entender melhor as sentenças matemáticas anteriores, por exemplo: ou . Exemplo: note que , tendo em vista que pode ser escrito como uma fração e por isso faz parte dos elementos do conjunto , enquanto que , pois não pode ser escrito como uma fração. a ∈ A a ∈ A b ∉ A b ∉ A Q = {x|x = , a ∈ Zeb ∈ Z∗}a b Z∗− = {x|x = − n, n ∈ N ∗} 15 ∈ Q 15 15 1 Q √7 ∉ Q √7 10 Relação de Continência Quando comparamos conjuntos e subconjuntos, utilizamos a notação de continência, ou seja, quando todos os elementos do conjunto também estão no conjunto , dizemos que é um subconjunto de e denotamos essa relação por - lê- se “ está contido em ”. Caso exista pelo menos um elemento de que não esteja no conjunto , dizemos que “ não está contido em ” e denotamos por . Exemplo: dados dos conjuntos e , verificamos que e . A B A B (A ⊂ B) A B A B A B (A ⊄ B) A = {2, 3, 4, 5, 6} B = {−1, 0, 1} A ⊂ N, B ⊄ N B ⊄ A Em relação aos conjuntos numéricosapresentados, verificamos que: tal que representa o conjunto dos númeroscomplexos. Essa relação também pode ser representada como na figura abaixo: N ⊂ Z ⊂ Q ⊂ R ⊂ C C 11 Operações com Conjuntos A seguir, descreveremos as operações que podem ser realizadas entre conjuntos. a. União: o conjunto resultante da união de dois conjuntos possui todos os elementos de ambos. O símbolo usado para esta operação é “ ”, e essa operação é definida como . Exemplo: considerando os conjuntos e , temos que a união dos conjuntos é , e pode ser representada como exibido a seguir: No exemplo anterior, você pode verificar que o elemento , mesmo pertencendo simultaneamente aos conjuntos e , foi escrito apenas uma única vez no conjunto resultante . OBSERVAÇÃO: em relação aos conjuntos numéricos, verificamos que: No entanto, , pois o conjunto dos racionais e dos irracionais não são subconjuntos um do outro. ∪ A ∪ B = {x|x ∈ Aoux ∈ B} A = {1, 2, 3, 4, 5, 6} B = {6, 7, 8} A ∪ B = {1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8} 6 A B A ∪ B N ∪ Z = Z Z ∪ Q = Q Q ∪ R = R R ∪ C = C Q ∪ I = R 12 b. Interseção: o conjunto resultante da interseção de dois conjuntos possui somente os elementos em comum, isto é, somente aquele(s) que pertence(m), simultaneamente, aos dois conjuntos. O símbolo usado para esta operação é “ ”, e é definido como: . Exemplo: considerando e , temos ou ainda, verificamos que está localizado na região pontilhada da figura a seguir. Precisamos redobrar a atenção quando estão envolvidos conjuntos infinitos. No caso de e , temos , por conter todos os números ímpares maiores ou iguais a , e conter apenas os números inteiros positivos menores ou iguais a . Observação: em relação aos conjuntos numéricos, verificamos: entretanto, , por não existirem elementos comuns entre esses dois conjuntos numéricos. ∩ A ∩ B = {x|x ∈ Aex ∈ B} A = {2, 3, 4, 5, 6, 7} B = {5, 7, 9} A ∩ B = {5, 7} A ∩ B C = {3, 5, 7, ⋯} D = {1, 2, 3, ⋯ , 20} C ∩ D = {3, 5, 7, ⋯ , 19} C 3 D 20 Z ∩ N = N Q ∩ Z = Z R ∩ Q = Q R ∩ I = I C ∩ R = R Q ∩ I = {} 13 c. Diferença: o conjunto resultante da diferença entre dois conjuntos possui somente os elementos pertencentes ao primeiro conjunto e não ao segundo. O símbolo utilizado para esta operação é “ ” e é definido, como Exemplo: considerando e , temos e . Verificamos que o conjunto resultante possui todos os elementos do conjunto , exceto os elementos e que pertencem também ao conjunto . − A − B = {x|x ∈ Aex ∉ B} A = {2, 3, 4, 5, 6, 7} B = {5, 7, 9} A − B = {2, 4, 6} B − A = {9} A − B A 5 7 B 14 02 Múltiplos e Divisores Múltiplos Vamos iniciar a aula a partir de uma situação do cotidiano. Suponhamos, por exemplo, que você precise tomar 3 medicamentos diferentes, e cada um deles com um intervalo diferente de tempo. O remédio A, você deve tomar a cada 12 horas, o remédio B, a cada 6 horas, e o remédio C, a cada 4 horas. Se você tomou os 3 remédios agora, daqui a quantas horas você tomará os 3 remédios simultaneamente de novo? Com essa ideia em mente, vamos para nossa primeira de�nição formal. De�nição: Dizemos que um número natural é múltiplo de outro quando, ao dividirmos o primeiro pelo segundo, o resto é zero. Exemplo: Suponhamos que, em uma escola, será realizada uma atividade onde estão inscritos 108 alunos. Para essa atividade, é necessário formar grupos com 6 alunos cada. Será que algum aluno �cará de fora? Para responder a essa questão, precisamos saber se, 108 dividido por 6 é uma divisão exata (que sobra resto 0). Ao realizarmos essa operação, podemos a�rmar que sim, 108 dividido por 6 tem resto 0, então dizemos que 108 é divisível por 6. Observe as seguintes divisões entre números naturais: As três primeiras divisões, que apresentam resto zero, chamam-se divisões exatas. A última, que apresenta resto diferente de zero, chama-se divisão inexata. Note que o número é múltiplo de , é múltiplo de , é múltiplo de , mas não é múltiplo de , isto é, se o número , dividido pelo número , possui divisão exata, então é múltiplo de . Escrevemos o conjunto dos múltiplos de um número por , ou seja, os múltiplos de e os múltiplos de são dados por: e . 10 |2–– 0 5 12 |3–– 0 4 15 |3–– 0 5 9 |2–– 1 4 10 2 12 3 15 3 9 2 x y x y x M(x) 2 5 M (2) = {0, 2, 4, 6, 8, ⋯} M (5) = {0, 5, 10, 15, ⋯} 16 O conjunto dos múltiplos de um número natural não nulo é in�nito e podemos consegui-lo multiplicando o número dado por todos os números naturais, isto é, . Note que o menor múltiplo de qualquer número é sempre o zero. M (3) = {3 ⋅ 0, 3 ⋅ 1, 3 ⋅ 2, 3 ⋅ 3, 3 ⋅ 4, ⋯} ⇒ M (3) = {0, 3, 6, 9, 12, ⋯} Divisores Agora, vejamos uma situação em que nos apresentará a “situação oposta” dos números múltiplos. Uma senhora fez pães e pretende distribuí-los em caixas, de maneira que todas as caixas sempre possuam a mesma quantidade de pães e nenhum pão �que fora delas. Assim, essa senhora reparou que ela tem algumas opções. Vejamos: Utilizar caixa contendo os pães – observe que é uma divisão exata. Utilizar caixas contendo pães cada – observe que é uma divisão exata. Utilizar caixas contendo pães cada – observe que é uma divisão exata. Utilizar caixas contendo pães cada – observe que é uma divisão exata. Utilizar caixas contendo pães cada – observe que é uma divisão exata. Utilizar caixas contendo pão cada – observe que é uma divisão exata. 12 1 12 12 : 1 = 12 2 6 12 : 2 = 6 3 4 12 : 3 = 4 4 3 12 : 4 = 3 6 2 12 : 6 = 2 12 1 12 : 12 = 1 17 Note que ela não pode utilizar ou caixas, pois sobrariam pães. Assim, dizemos que e são os divisores de , pois a divisão de por qualquer um desses números é sempre exata. De uma maneira formal, temos a de�nição a seguir que agrupa as de�nições de divisor e múltiplo. De�nição: dizemos que um número é divisor de outro, se o segundo for múltiplo do primeiro. Vimos, anteriormente, que é múltiplo de . Logo, é divisor de . Vimostambém que e são múltiplos de , portanto, é divisor de e . Denotamos o conjunto dos divisores de um número por . Assim, o conjunto dos divisores de e de são, respectivamente, . Observação: é importante notar que o conjunto dos divisores de um número natural não nulo é sempre um conjunto �nito e que o menor elemento é o número e o maior elemento é o próprio número. 5, 7, 8, 9, 10 11 1, 2, 3, 4, 6 12 12 12 10 2 2 10 12 15 3 3 12 15 x D(x) 15 20 D (15) = {1, 3, 5, 15} 1 Números Primos Um número natural é denominado número primo quando apresenta apenas dois divisores: ele mesmo e o . Os primeirosnúmeros primos menores que são:1 100 2 3 5 7 11 13 17 19 23 29 31 37 41 43 47 53 59 61 67 71 73 79 83 89 97 18 Propriedades 1. Existem in�nitos números primos; 2. O número não é primo; 3. O número é o único primo que é par; 4. Até hoje, não há uma fórmula geral para encontrar todos os números primos. 5. Qualquer número natural ou é primo ou pode ser escrito como um produto de números primos. Essa propriedade é conhecida como Teorema Fundamental da Aritmética. Decomposição de um Número em Fatores Primos Os números não primos e diferentes de recebem o nome de número composto, uma vez que se compõem de um produto de números primos. Observação: o número não é um número primo e nem um número composto. Decompor um número em fatores primos signi�ca expressar esse número como um produto de outros que sejam primos. Vejamos, por exemplo, o número . Ele pode ser escrito de diversas maneiras como um produto de dois ou mais números. Algumas opções são: Entre todas as fatorações do número , há uma em que todos os fatores são primos: . Ela é a decomposição do número em fatores primos, ou a fatoração completa do número . Exemplo: vamos fazer um passo a passo da decomposição do número : 1. Observamos que o número é divisível por (menor número primo). Logo, efetuamos essa divisão e obtemos o valor . 2. O número não é divisível por , porém, sabemos que ele é divisível por . Então realizamos essa divisão e obtemos o número . 1 2 1 1 36 36 = 6 ⋅ 6 36 = 2 ⋅ 18 36 = 2 ⋅ 2 ⋅ 9 36 = 2 ⋅ 2 ⋅ 3 ⋅ 3 36 36 = 2 ⋅ 2 ⋅ 3 ⋅ 3 36 36 210 210 2 105 105 2 3 35 19 3. Agora, o número não é mais divisível por , mas ele é divisível por . Realizamos essa operação e obtemos o número . 4. Para �nalizar, dividimos esse número por , e o resultado da divisão é . Podemos escrever esse procedimento da seguinte maneira: Podemos reescrever , como Exemplo: vamos decompor o número : Logo, reescrevemos o número , como Máximo Divisor Comum (M.D.C.) Vamos iniciar este tópico já com um problema prático, e descobrir como solucionar. 35 3 5 7 7 1 210 105 35 7 1 ∣ ∣ ∣ ∣ ∣ ∣ ∣ 2 3 5 7 210 210 = 2 ⋅ 3 ⋅ 5 ⋅ 7 96 96 48 24 12 6 3 1 ∣ ∣ ∣ ∣ ∣ ∣ ∣ ∣ ∣ ∣ 2 2 2 2 2 3 96 96 = 2 ⋅ 2 ⋅ 2 ⋅ 2 ⋅ 2 ⋅ 3 20 Imagine a situação em que você possui canetas vermelhas, canetas azuis e quer reparti-las igualmente entre um grupo de amigos de modo que não sobrem canetas vermelhas nem azuis. Qual é o número máximo de amigos que o grupo pode ter para que isso seja possível? 12 30 Vejamos: As canetas vermelhas podem ser distribuídas entre Assim, . As canetas azuis podem ser distribuídas entre: Assim, . Dessa maneira, as canetas vermelhas e azuis podem ser distribuídas, ao mesmo tempo, entre: Logo, representa os divisores comuns entre e . Dentre eles, o valor máximo representa o número máximo de amigos que esse grupo pode ter para que as divisões das canetas sejam exatas, isto é, o máximo divisor comum entre e é , e indicamos como . 12 1, 2, 3, 4, 6 ou 12 amigos divisores de 12 D (12) = {1, 2, 3, 4, 6, 12} 30 1, 2, 3, 5, 6, 10, 15 ou 30 amigos divisores de 30 D (30) = {1, 2, 3, 5, 6, 10, 15, 30} 1, 2, 3 ou 6 amigos divisores comuns entre 12 e 30 DC (12, 30) = {1, 2, 3, 6} 12 30 12 30 6 MDC (12, 30) = 6 21 A seguir, um procedimento para se calcular o MDC entre dois ou mais números. Etapas: 1. Decompor todos os números em fatores primos. 2. Considerar apenas os fatores comuns com que aparecem menos vezes. 3. Multiplicar esses fatores entre si. Vejamos alguns exemplos sobre o cálculo do MDC. Exemplo: vamos calcular o máximo divisor comum entre e , isto é, . Primeiramente, efetuaremos a decomposição em fatores primos de ambos os números. Observe, o número aparece uma vez na decomposição do número e, também, aparece uma vez na decomposição do número . Note que não há nenhum outro número em comum entre as duas decomposições. Assim, temos que . Exemplo: vamos calcular o máximo divisor comum entre e , isto é, . Primeiramente, realizaremos a decomposição em fatores primos de ambos os números. Note que não há termos em comum nas decomposições dos números e , portanto, . Observação: quando o máximo divisor comum entre dois ou mais números é igual a , dizemos que esses números são primos entre si. 15 24 MDC (15, 24) 15 5 1 ∣ ∣ ∣ ∣ 3 5 ⇒ 15 = 3 ⋅ 5 24 12 6 3 1 ∣ ∣ ∣ ∣ ∣ ∣ ∣ 2 2 2 3 ⇒ 24 = 2 ⋅ 2 ⋅ 2 ⋅ 3 3 15 24 MDC (15, 24) = 3 20 21 MDC (20, 21) 20 10 5 1 ∣ ∣ ∣ ∣ ∣ ∣ 2 2 5 ⇒ 20 = 2 ⋅ 2 ⋅ 5 21 7 1 ∣ ∣ ∣ ∣ 3 7 ⇒ 21 = 3 ⋅ 7 20 21 MDC (20, 21) = 1 1 22 Exemplo: vamos calcular o máximo divisor comum entre e , . Primeiramente, efetuaremos a decomposição em fatores primos de todos os números. Note que os termos em comum são e . Além disso, na fatoração do número , aparece o somente uma vez, e na fatoração do , aparece o somente uma vez. Utilizamos, então, os números e somente uma vez, isto é, Mínimo Múltiplo Comum (M.M.C.) O mínimo múltiplo comum, ou MMC, entre dois números ou mais não nulos, é o menor número, diferente de zero, que é múltiplo comum dos números. Vamos voltar ao primeiro exemplo da nossa unidade: suponha que você precise tomar medicamentos diferentes, e cada um deles com um intervalo diferente de tempo. Digamos que o remédio A você deve tomar a cada horas, o remédio B a cada horas e o remédio C a cada horas. Se você tomou os remédios agora, daqui quantas horas você tomará os remédios, simultaneamente, de novo? Horário para tomar o remédio A: 18, 36 60 MDC (18, 36, 60) 18 9 3 1 ∣ ∣ ∣ ∣ ∣ ∣ 2 3 3 ⇒ 18 = 2 ⋅ 3 ⋅ 3 36 18 9 3 1 ∣ ∣ ∣ ∣ ∣ ∣ ∣ 2 2 3 3 ⇒ 36 = 2 ⋅ 2 ⋅ 3 ⋅ 3 60 30 15 5 1 ∣ ∣ ∣ ∣ ∣ ∣ ∣ 2 2 3 5 ⇒ 60 = 2 ⋅ 2 ⋅ 3 ⋅ 5 2 3 18 2 60 3 2 3 MDC (18, 36, 60) = 2 ⋅ 3 = 6 12 6 4 3 3 0, 12, 24, Múltiplos de 12, até 24 23 Horário para tomar o remédio B: Horário para tomar o remédio C: Note que os horários que coincidem os três remédios são: Temos, portanto, que o primeiro horário comum, após a zero hora (momento que tomou os 3 remédios), é 12, que é o mínimo múltiplo comum. A seguir, um procedimento para se calcular o MMC entre dois ou mais números. ETAPAS: 1. Decompor todos os números em fatores primos. 2. Considerar os fatores comuns e não comuns que aparecem mais vezes. 3. Multiplicar esses fatores entre si. Vejamos alguns exemplos sobre o cálculo do MMC. Exemplo: vamos calcular o mínimo múltiplo comum entre e , isto é, . Primeiramente, realizaremos a decomposição em fatores primos de ambos os números. 0, 6, 12, 18, 24 Múltiplos de 6, até 24 0, 4, 8, 12, 16, 20, 24 Múltiplos de 4, até 24 0, 12, 24 Múltiplos comuns de 12, 6 e 4 até 24 15 24 MMC (15, 24) 15 5 1 ∣ ∣ ∣ ∣ 3 5 ⇒ 15 = 3 ⋅ 5 24 12 6 3 1 ∣ ∣ ∣ ∣ ∣ ∣ ∣ 2 2 2 3 ⇒ 24 = 2 ⋅ 2 ⋅ 2 ⋅ 3 24 Note que as decomposições apresentam os números e . O número aparece três vezes na decomposição do número , então vamos utilizar . Os números e aparecem somente uma vez, portanto temos . Outra maneira de encontrarmos o MMC entre dois ou mais números é realizando uma fatoraçãosimultânea. Nesse procedimento, realizamos a fatoração ao mesmo tempo entre todos os números. Caso um dos números seja divisível por um certo primo, e o outro não, repetimos esse número. Vejamos alguns exemplos: Exemplo: calcule o MMC entre 15 e 24, e entre 15, 30 e 45. 2, 3 5 2 24 2 ⋅ 2 ⋅ 2 3 5 MMC (15, 24) = 2 ⋅ 2 ⋅ 2 ⋅ 3 ⋅ 5 = 120 15, 24 15, 12 15, 6 15, 3 5, 1 1, 1 ∣ ∣ ∣ ∣ ∣ ∣ ∣ ∣ ∣ 2 2 2 3 5 ⇒ MMC (15, 24) = 2 ⋅ 2 ⋅ 2 ⋅ 3 ⋅ 5 = 120 15, 30, 45 15, 15, 45 5, 5, 15 5, 5, 5 1, 1, 1 ∣ ∣ ∣ ∣ ∣ ∣ ∣ 2 3 3 5 ⇒ MMC (15, 30, 45) = 2 ⋅ 3 ⋅ 3 ⋅ 5 = 90 25 03 Frações e Dízimas Periódicas Vamos começar nossa aula trabalhando com os elementos do conjunto dos números racionais: as frações. Frações As frações são as representações de um número racional , isto é, um número racional é todo número que pode ser escrito na forma de uma fração, com numerador e denominador inteiros e denominador diferente de zero. Vejamos: Q Definição: Sejam e dois números inteiros, tais que , então, definimos como um número fracionário. Definição: Dizemos que duas ou mais frações são equivalentes, quando representam a mesma parte do todo, ou seja, se multiplicarmos ou dividirmos o numerador e o denominador por um inteiro diferente de , obtemos a mesma fração. Exemplo: As frações e são frações equivalentes: Ligado à definição anterior, temos a operação para encontrarmos frações equivalentes. Definição: dizemos que simplificar uma fração consiste em reduzi-la a uma fração equivalente, dividindo o numerador e o denominador pelo mesmo número. a b b ≠ 0 a b 0 , ,2 3 4 6 40 60 8 12 ×2 = ×2 ×10 = ×10 ÷5 = ÷5 2 3 4 6 40 60 8 12 27 Definição: uma fração é dita irredutível quando o numerador e o denominador são primos entre si. Exemplo: é equivalente à sua fração irredutível dada por . Apresentaremos, a seguir, uma série de definições muito importantes no estudo das frações. Definição: chamamos de fração própria toda fração cujo numerador é menor que o denominador. Também podemos dizer que uma fração própria representa a parte de um todo, por exemplo, . Definição: nominamos de fração imprópria aquelas que não são próprias, ou seja, quando o numerador é maior ou igual ao denominador, por exemplo, . Definição: denominamos de fração aparente quando o numerador é múltiplo do denominador, ou seja, a fração pode ser reescrita como um número inteiro, por exemplo, . Multiplicação e Divisão de Fração Para multiplicar um número inteiro por uma fração, deve-se multiplicar o número inteiro pelo numerador da fração, conservando o denominador. Haverá casos, no entanto, que não conseguiremos simplificar uma fração, ou então, simplificamos uma fração até que essa operação não seja mais possível. Quando isso acontecer, dizemos que a fração é irredutível. 87 116 3 4 , , 1 2 2 3 75 85 , , 3 2 4 3 107 85 , , 4 2 16 4 90 3 28 Exemplo: , Note que as preposições “de”, “dos”, “da”, “das” são substituídas pela multiplicação. Vejamos alguns exemplos: a. b. c. Para multiplicar uma fração por outra fração, deve-se multiplicar o numerador pelo numerador e o denominador pelo denominador. Exemplo: , , Para dividir uma fração por uma outra fração, deve-se multiplicar a fração do numerador pelo inverso da fração do denominador. Exemplo: , , Adição e Subtração de Frações Para somar ou subtrair frações, utilizamos as seguintes propriedades: a. Se as frações têm o mesmo denominador, deve-se adicionar ou subtrair os numeradores, conservando os denominadores. b. Para somar ou subtrair frações com denominadores diferentes, primeiramente é necessário obter frações equivalentes, cujos denominadores sejam iguais, ou seja, denominadores comuns. Uma forma prática é obter frações cujos denominadores sejam iguais ao mínimo múltiplo comum entre seus denominadores. ⋅ 6 = = 3 10 3⋅6 10 18 10 5 ⋅ = = 2 3 5⋅2 3 10 3 de 18 ⇒ ⋅ 18 = = = 10 5 9 5 9 5⋅18 9 90 9 de 135 ⇒ ⋅ 135 = = = 108 4 5 4 5 4⋅135 5 540 5 de 99 ⇒ ⋅ 99 = = = 63 7 11 7 11 7⋅99 11 693 11 ⋅ = = 3 4 5 2 3⋅5 4⋅2 15 8 ⋅ = = 3 2 7 9 3⋅7 2⋅9 21 18 = = = 1 5 2 2 5 10 10 = ⋅ = = 3 4 5 2 3 4 2 5 3⋅2 4⋅5 6 20 = = ⋅ = = 3 2 5 3 1 2 5 3 1 5 2 3⋅5 1⋅2 15 2 = = ⋅ = = 3 7 2 3 7 2 1 3 7 1 2 3⋅1 7⋅2 3 14 Exemplo: 1) + =?1 2 1 5 29 Temos , logo, conseguimos reescrever as frações, como: e . Assim, temos . Após uma certa prática, podemos realizar essa operação de uma maneira mais direta, realizando as operações conjuntamente. Vejamos o mesmo exemplo anterior, mas agora utilizando a maneira direta. O desenho a seguir mostra o que de fato ocorre nessa operação, isto é, como , a nova fração terá como denominador. MMC (2, 5) = 10 =1 2 5 10 =1 5 2 10 + = + = =1 2 1 5 5 10 2 10 5+2 10 7 10 + = = 1 2 1 5 5 + 2 10 7 10 MMC (2, 5) = 10 10 Ao invés de encontrar as frações equivalentes, individualmente, podemos encontrá- las de maneira direta. O procedimento é o seguinte: (o MMC), dividido por (que é o denominador da fração original), resulta em , multiplicamos esse valor pelo numerador original e obtemos o novo numerador. O mesmo ocorre para a segunda fração: (que é o MMC), dividido por (denominador da fração original), resulta em , multiplicamos por (numerador da fração original) e temos o resultado . Observação: o mínimo múltiplo comum (MMC) entre dois números primos é dado pelo produto entre eles. Logo, . 2) 10 2 5 (1) 10 5 2 1 2 MMC (2, 5) = 2 × 5 = 10 + + = =1 2 3 4 5 6 6+9+10 12 25 12 30 Para esse exemplo, primeiro temos que calcular . Agora, temos que será o denominador da nossa nova fração. Seguimos o mesmo procedimento dos exemplos anteriores. MMC (2, 4, 6) 2, 4, 6 1, 2, 3 1, 1, 3 1, 1, 1 ∣ ∣ ∣ ∣ ∣ ∣ 2 2 3 ⇒ MMC (2, 4, 6) = 2 ⋅ 2 ⋅ 3 = 12 12 Representação dos Números Racionais Todos os números na forma resultam em: um número inteiro, um número decimal exato ou em uma dízima periódica. As representações de números decimais exatos ou dízimas são dadas por: 1. A representação decimal sempre possui quantidade finita de algarismos diferentes de zero. Exemplo: , . 2. A representação decimal possui quantidade infinita de algarismos que se repetem periodicamente e que se denomina dízima periódica. Exemplo: (período 3). (período 285714). (período 18). ,a ∈ Zeb ∈ Z∗a b = 0, 51 2 = 0, 753 4 = 0, 333333 ⋯ = 0, 3̄1 3 = 0, 285714285714285714 ⋯ = 0, ¯̄¯̄¯̄¯̄¯̄¯̄¯̄¯̄ 2857142 7 = 1, 18181818 ⋯ = 1, ¯̄¯̄̄ ¯ 1813 11 31 Obtendo a Fração Geratriz de uma Dízima Periódica Vejamos a seguir, como obter a fração que gera uma certa dízima periódica. Para isso, usaremos como exemplo a dízima . Queremos saber qual é a fração que gera essa dízima. Para isso, denotaremos o valor por e, depois, o multiplicaremos por , obtendo: Agora, faremos a subtração entre esses termos: 0, 444 ⋯ x 10 x = 0, 444 ⋯ ⇒ 10 ⋅ x = 10 ⋅ 0, 444 ⋯ ⇒ 10 ⋅ x = 4, 444 ⋯ 10 ⋅ x − x = 4, 4̄ − 0, 4̄ ⇒ x ⋅ (10 − 1) = 4 ⇒ x ⋅ 9 = 4 ⇒ x = 4 9 32 Fração geratriz é aquela que quando dividimos seu numerador pelo denominador, o resultado será uma dízima periódica (número decimal periódico). Os números decimais periódicos apresentam um ou mais algarismos que se repetem infinitamente. Esse algarismo ou algarismos que se repetem representam o período do número. Quando a parte decimal é composta apenas pelo período, a dízima é classificada como simples. Já quando além do período existir, na parte decimal, algarismos que não se repetem, a dízima será composta. A seguir, veremos outros exemplos. Exemplo: a) De fato, denotaremos . Agora, multiplicaremos esse número por , note que, aqui, há uma diferença. O valor que você multiplica é influenciado pela quantidade de valores que estão se repetindo. No primeiro exemplo, o número (um algarismo) se repetia, então multiplicamos por . Agora, como temos o número (doisalgarismos) se repetindo, vamos multiplicar por . Assim, temos: 1, 252525 ⋯ x = 1, 2525 ⋯ = 1, ¯̄¯̄̄ ¯ 25 100 4 10 25 100 100 ⋅ x = 100 ⋅ 1, ¯̄¯̄̄ ¯ 25 ⇒ 100 ⋅ x = 125, ¯̄¯̄̄ ¯ 25 33 Fazendo a subtração dos termos: a) De fato, vamos denotar . Agora, realizaremos o mesmo processo. Ao invés de multiplicar por , multiplicaremos por , pois o número que se repete possui três algarismos. Assim, temos: Agora, subtrairemos os termos: Note que podemos simplificar esse valor quando dividimos o numerador e o denominador por , obtendo . Portanto, . b) Perceba que esse caso é um pouco diferente dos anteriores, pois temos o dígito após a vírgula, antes de iniciar a dízima. Nesse caso, denotando , vamos multiplicar por para deixarmos, após a vírgula, somente a dízima. Assim, temos 100 ⋅ x − x = 125, ¯̄¯̄̄ ¯ 25 − 1, ¯̄¯̄̄ ¯ 25 ⇒ x ⋅ (100 − 1) = 124 ⇒ x ⋅ 99 = 124 ⇒ x = 124 99 0, 123123123 ⋯ x = 0, 123123123 ⋯ = 0, ¯̄¯̄¯̄¯̄ 123 100 1000 1000 ⋅ x = 1000 ⋅ 0, ¯̄¯̄¯̄¯̄ 123 ⇒ 1000 ⋅ x = 123, ¯̄¯̄¯̄¯̄ 123 1000 ⋅ x − x = 123, ¯̄¯̄¯̄¯̄ 123 − 0, ¯̄¯̄¯̄¯̄ 123 ⇒ 999 ⋅ x = 123 ⇒ x = 123 999 3 41 333 0, 123123 ⋯ = 41 333 0, 166666 ⋯ 1 x = 0, 1 ¯̄̄ 6 x 10 x = 0, 1 ¯̄̄ 6 10x = 1, ¯̄̄ 6 10x = 1 + 0, ¯̄̄ 6 34 Note que já sabemos transformar a dízima em fração, que é equivalente a . Logo, temos Portanto, . 0, ¯̄̄ 6 6 9 10x = 1 + 10x = 10x = x = 6 9 9+6 9 15 9 15 90 0, 1 ¯̄̄ 6 = = 15 90 1 6 35 04 Potenciação e Radiciação Potenciação Você deve se lembrar de que, para indicar uma adição de parcelas iguais, usávamos a multiplicação da seguinte maneira: Agora, para indicar uma multiplicação de fatores iguais, utilizaremos a potenciação, da seguinte maneira: Vamos formalizar essa operação: 8 + 8 + 8 + 8 + 8 5 vezes = 5 × 8 5 × 5 × 5 3 fatores = 53 = 125 7 × 7 2 fatores = 72 = 49 3 × 3 × 3 × 3 4 fatores = 34 = 81 Definição: Sejam . Potenciação é a multiplicação de fatores repetidos, isto é, , onde “ ” é a base e “ ” é o expoente. a, m ∈ R a n = a × a × a ⋯ a × a n vezes a n 37 Potências de Base 10 ou Potências de 10 Um caso particular e muito utilizado nas potências ocorre quando o valor da base é . Vejamos o cálculo de alguns exemplos: a. b. c. d. e. f. Exemplo: 1. 2. 3. É importante notarmos o sinal presente em uma potenciação. Caso o sinal esteja dentro dos parênteses, como no exemplo (b), ele deve ser considerado nas multiplicações e o jogo de sinal deve ser realizado. Agora, se o sinal está “fora” dos parênteses, como exibido no exemplo (c), ele não é considerado nas multiplicações. 42 = 4 × 4 = 16 (−2) 4 = (−2) × (−2) × (−2) × (−2) = 16 −24 = − (2 × 2 × 2 × 2) = −16 Quando temos uma potência, cujo expoente é , o resultado é igual à base. Quando temos uma potência, cujo expoente é , e a base é diferente de , temos que o resultado é . 1 0 0 1 10 100 = 1 101 = 10 102 = 10 × 10 = 100 103 = 10 × 10 × 10 = 1000 104 = 10 × 10 × 10 × 10 = 10000 1010 = 10 × 10 × 10 × 10 × 10× 10 × 10 × 10 × 10 × 10 = 10000000000 38 Observe que em toda potenciação de base , o resultado tem o como primeiro algarismo, seguido de tantos zeros quantos indicar o expoente. Vejamos um exemplo com a utilização das potências de na decomposição de números. Propriedades de Potências a. Produto de potências de mesma base: Para realizarmos o produto (multiplicação) entre potências com a mesma base, devemos manter a base e somarmos os expoentes: b. Potenciação com números negativos no expoente: Toda potência de expoente negativo equivale a uma fração, cujo numerador é e o 10 1 10 O recorde de público em uma partida de futebol na história aconteceu no dia de julho de , na final da Copa do Mundo, no estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro, com um total de presentes. Vamos decompor esse valor. ou ou 16 1950 199854 199854 = 100000 + 90000 + 9000 + 800 + 50 + 4 199854 = 100000 + 9 ⋅ 10000 + 9 ⋅ 1000 + 8 ⋅ 100 + 5 ⋅ 10 + 4 199854 = 10 5 + 9 ⋅ 10 4 + 9 ⋅ 10 3 + 8 ⋅ 10 2 + 5 ⋅ 10 1 + 4 a m ⋅ an = am+n 1 39 denominador é a potência com o expoente positivo. Se é um número diferente de , então c. Divisão de potências de mesma base: Ao contrário do que acontece com a multiplicação de potências de mesma base, ao invés de conservarmos a base e somarmos os expoentes, iremos conservar a base e subtrair os expoentes: d. Potência de uma potência: Para realizarmos a potência de uma potência, devemos conservar a base e multiplicar os expoentes, ou seja, . e. Potência de um produto: Caso nossa base da potência seja um produto entre dois números, essa potência irá ser distribuída entre os fatores do produto, isto é, f. Potência de um quociente: Para o caso de termos uma fração elevada a uma potência, elevamos tanto o numerador quanto o denominador à potência indicada, isto é, . a 0 a−n = 1 an = am−na m an (am)n = am⋅n (a ⋅ b)n = an ⋅ bn ( ) n =a b an bn De maneira direta, a radiciação é a operação inversa da potenciação. Quando falamos de raiz diretamente pensamos em raiz quadrada , já estamos acostumados. Mas é importante notar que não existe somente a raiz quadrada, existe a raiz cúbica , a raiz décima , até a generalização, que é a raiz -ésima . Radiciação √ n Definição: Definimos como raiz quadrada de um número positivo , o número positivo que elevado ao quadrado, dê . a a 40 Temos uma informação muito importante dessa definição: devemos calcular a raiz quadrada de um número positivo, e o resultado também é um número positivo. Dessa definição retiramos uma dúvida recorrente: Se , por que não pode ser ? Apesar de , temos que , pois só há um sinal possível para o resultado de uma raiz quadrada: positivo. A raiz quadrada de é . Porém, se a questão for “Que número, que elevado ao quadrado, resulta em ?”, temos que o conjunto solução é realmente formado por dois números e . Indicamos isso da seguinte maneira: . OBSERVAÇÃO: Para o caso de uma raiz quadrada podemos utilizar tanto o símbolo quanto . Definição: Dizemos que uma raiz quadrada de um número real é exata, quando seu resultado é um número natural. A maneira mais usual de se encontrar a raiz quadrada de um número é realizando uma fatoração desse número. Exemplo: Calcule a raiz quadrada de 256. , pois , isto é: Acesse o link: Disponível aqui Durante muitos anos os matemáticos tentaram descobrir uma maneira de determinar a raiz quadrada de um número negativo. Muitos diziam ser impossível tal solução, tendo em vista as propriedades desta raiz. (−4)2 = 16 √16 −4 (−4)2 = 16 √16 = 4 16 4 16 4 −4 x2 = 16 ⇔ x = ±√16 = ±4 √ √256 = 16 16 ⋅ 16 = 256 √256 = √16 ⋅ 16 = 2√162 = 16 41 https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/matematica/raiz-quadrada-um-numero-negativo.htm OBSERVAÇÃO: A partir das informações anteriores, temos que . Para a raiz cúbica , temos a mesma ideia. Se quisermos calcular a raiz cúbica de um número, basta encontrarmos um número que, multiplicado por ele mesmo três vezes, é o número da raiz. Isto é, . Exemplo: Calcule . Fazendo a fatoração do número , temos: Isto é: Exemplo: Calcule . Isto é: 256 128 64 32 16 8 4 2 1 ∣ ∣ ∣ ∣ ∣ ∣ ∣ ∣ ∣ ∣ ∣ ∣ ∣ 2 2 2 2 ⎫⎪ ⎪ ⎪ ⎬ ⎪ ⎪ ⎪⎭ 2 2 2 2 ⎫⎪ ⎪ ⎪ ⎬ ⎪ ⎪ ⎪⎭ 16 16 √x2 = |x| 3√x = y ⇔ y3 = x 3√125 125 125 25 5 1 ∣ ∣ ∣ ∣ ∣ ∣ 5 5 5 ⇒ 5 ⋅ 5 ⋅ 5 = 53 = 125 3√125 = 3√5 ⋅ 5 ⋅ 5 = 3√53 = 5 3√2744 2744 1372 686 343 49 7 1 ∣ ∣ ∣ ∣ ∣ ∣ ∣ ∣ ∣ ∣ 2 2 2 ⎫⎪ ⎬ ⎪⎭ ⇒ 2 ⋅ 2 ⋅ 2 = 23 7 7 7 ⎫⎪ ⎬ ⎪⎭ ⇒ 7 ⋅ 7 ⋅ 7 = 73 ⇒ 2744 = 23 ⋅ 73 3√2744 = 3√23 ⋅ 73 = 2 ⋅ 7 = 14 42 Propriedades de Radiciação a. Multiplicação de dois radicais de mesmo índice: Quando queremos realizar um produto entre duas raízes que possuem o mesmo índice, temos: . b. Divisão de radicais de mesmo índice: Quando queremos realizar uma divisão entre raízes com mesmo índice, temos: . c. Potência de uma raiz: Quando queremos elevar uma raiz a uma potência, temos: d.Multiplicação (ou divisão) de índice e expoente: Quando multiplicamos tanto o índice quanto o expoente de um radicando pelo mesmo número, o valor da raiz não é alterado. Isto é . O mesmo ocorre com a divisão: e. Raiz de uma raiz: Quando queremos aplicar uma raiz -ésima de uma raiz -ésima já existente, temos: . f. Adição e subtração de raízes: É necessário tomar muito cuidado com essa propriedade, pois ao calcularmos uma soma ou subtração de duas raízes com radicandos diferentes nem sempre . Racionalização de Denominadores No conjunto dos números reais existem expressões que apresentam um radical no denominador, como, por exemplo, . Definição: Dizemos que racionalizar uma fração é eliminar, por meio de propriedades algébricas, o radical ou radicais que estiverem em seu denominador. a. Quando o denominador é composto somente por uma raiz: Os métodos para realizar uma racionalização é multiplicar tanto o numerador quando o denominador por um mesmo “fator de racionalização”, isto é, se temos a fração , vamos multiplicar por . Note que estamos multiplicando a fração por . Assim, obtemos: n√x ⋅ n√y = n√x ⋅ y = n√ n√x n√y x y ( n√xy) m = n√xy⋅m n√am = n⋅p √am⋅p n√am = n:p √am:p n m n√m√x = n⋅m√x √a + b = √a + √b 1 √3 a √b √b √b 1 43 b. Quando o denominador é composto por uma soma envolvendo raízes: Quando temos, no denominador, uma soma ou diferença envolvendo raiz quadrada, ou seja, quando o denominador é do tipo: ; ; ; Se temos uma fração , iremos multiplicar tanto o numerador quanto o denominador por , isto é, teremos: . Quando tivermos uma fração do tipo , iremos multiplicar tanto o numerador quanto denominador por , isto é, teremos: . Resumindo, precisamos alterar o sinal presente no denominador. ⋅ = = = a √b √b √b a⋅√b √b⋅√b a⋅√b √b2 a⋅√b b a + √b a − √b √a + √b √a − √b 1 a+√b a − √b ⋅1 a+√b a−√b a−√b 1 a−√b a + √b ⋅1 a−√b 1+√b 1+√b 44 05 Razão, Proporção e Regra de 3 Precisamos nos lembrar de nosso cotidiano para compreender que a razão corresponde ao quociente entre dois números não nulos ou quociente entre duas grandezas, grandezas de espécies diferentes, ou seja, razão é sinônimo de uma fração. Reforçando esse conceito, podemos definir razão como – a divisão entre dois números – podendo ser descrita como a comparação entre as duas quantidades por meio da divisão, porém ela não é utilizada individualmente, pois trata-se de uma ferramenta para outros problemas. Apresentamos a seguir a definição de razão: Razão Definição: sendo e dois números racionais, com , denomina-se razão entre e o quociente ou , em que é o antecedente, e é o consequente, ou seja, a razão de duas grandezas é o quociente dos números que medem essas grandezas numa mesma unidade. a b b ≠ 0 a b a b a : b a b Digamos que um menino chamado João esteja brincando com um estilingue, praticando tiro ao alvo em latas, em cima do muro, e queira analisar seu aproveitamento. Assim, imaginemos que ele realizou tentativas e acertou vezes a lata. Portanto, de disparos, ele acerta e erra vezes. Nesta situação, podemos expor uma razão entre o número de acertos e erros da seguinte forma: 10 2 10 2 8 R = 2 8 46 Logo, acertos e erros, simplificando a razão teremos , ou seja, para cada uma vez que a pedra acerta a lata, terá lançamentos que não acertaram a lata. 2 8 R = 1 4 4 Proporção Provavelmente, em algum momento de sua vida, você utilizou a ideia de proporcionalidade para decidir qual era a melhor opção para uma compra. Por exemplo, digamos que você foi à feira e encontrou a seguinte oferta: “Leve três laranjas por ou seis laranjas por ”. Você se pergunta: será que a oferta de seis laranjas é vantajosa? Podemos dizer que o preço de seis laranjas está relativamente barato em comparação ao preço de três. Se o preço fosse proporcional ao número de laranjas, seis delas custariam e não . Por isso, a oferta do feirante era realmente boa para a compra de seis laranjas. Então, de forma geral, a proporção é a comparação entre duas razões, mas vamos formalizar esse conceito. Definição: chama-se proporção a equivalência entre duas razões. Assim, temos genericamente: ou , que se lê: “a” está para “b”, assim como “c” está para “d”, onde “a” e “d” são chamados de extremos e “b” e “c” são os meios. R$0, 60 R$1, 00 R$1, 20 R$1, 00 =a b c d a : b = c : d 47 Acesse o link: Disponível aqui Em seus dois últimos artigos para a RPM, o Professor Geraldo Ávila discute o conceito de grandezas proporcionais e ilustra seus pontos de vista com exemplos e comentários interessantes. No todo, sua contribuição é positiva no sentido de esclarecer um tipo de problema tradicional, que ocorre com frequência no ensino da Matemática, nas suas aplicações às outras Ciências e mesmo na vida prática. O ponto crucial da questão se situa na definição precisa de “grandezas proporcionais”. Grandezas Diretamente Proporcionais Atrelado ao conceito de proporção está outro tema importante: as grandezas diretamente proporcionais. Antes, porém, continuaremos a analisar a variação das grandezas. Digamos que o preço que se paga na padaria pela compra de pãezinhos é proporcional à quantidade que se leva, pois, geralmente, não há descontos. O preço de pãezinhos é o dobro do preço de ; o preço de é o triplo do preço de e, assim por diante. Logo, quem comprar pãezinhos deve pagar o quádruplo de quem compra , pois está levando uma quantidade vezes maior. Nesse caso, dizemos que as duas grandezas envolvidas, quantidade de pães e o preço, são diretamente proporcionais, ou seja, há uma proporcionalidade direta entre essas grandezas. Exemplo: os funcionários de uma fábrica estão reivindicando de aumento para todos. Quanto passará a receber um funcionário cujo salário é ? 2 1 3 1 20 5 4 20% R$400, 00 48 http://www.rpm.org.br/cdrpm/9/4.htm Para cada reais do salário, os funcionários da fábrica querem um aumento de reais. Desse modo, quem ganha o dobro receberá uma quantia duas vezes maior. Então, quem recebe reais receberá reais de aumento, quem ganha reais terá um aumento de reais, e assim por diante. Podemos então dizer que o aumento é diretamente proporcional ao salário, pois quem recebe , que é o quíntuplo de , receberá um aumento vezes maior: . Grandezas Inversamente Proporcionais Vamos analisar o seguinte caso. Um automóvel que mantém a velocidade média de leva horas para percorrer um trecho de uma estrada. Quanto tempo ele levaria para percorrer esse mesmo trecho se a velocidade fosse de ? Não é difícil compreender que, se o automóvel se movimentar com o dobro da velocidade, , ele não levaria o dobro do tempo, mas sim a metade, ou seja, . Se a velocidade fosse a metade, o tempo gasto seria o dobro. Caso a velocidade fosse vezes menor, o tempo gasto também seria vezes maior. Podemos dizer que as grandezas envolvidas nesse problema, no caso a velocidade média e o tempo gasto para percorrer a distância dada, não são diretamente proporcionais. Essas grandezas são chamadas de inversamente proporcionais. 100 20 200 40 400 80 R$500, 00 100 5 5 × 20 = 100 60km/h 3 120km/h 120km/h 1, 5h(1h30 min) 3 3 Regra de Três A regra de três simples é um processo prático para determinar, a partir de três valores conhecidos, um quarto valor com o qual todos se relacionem proporcionalmente. Na prática, a regra de três é a mecanização da proporção, dispondo-os em uma espécie de tabela organizada, por esse motivo, para entendermos melhor a regra de três na resolução de determinados problemas, é necessário que você domine grandezas proporcionais. 49 Não pense que “regra de três é só multiplicar cruzado”, pois há circunstâncias em que o caminho é multiplicar cruzado diretamente e outros devemos inverter os termos de uma das razões. Portanto, sempre tenha essa pergunta em mente: “as grandezas são direta ou inversamente proporcionais”? Exemplo: Bianca comprou camisetas e pagou . Quanto pagaria se comprasse camisetas domesmo tipo e preço? Observe que estão relacionados dois valores da grandeza “quantidade de camisetas” com dois valores da grandeza “preço”. Organizando esses dados temos: Nessa tabela conhecemos três de seus elementos e procuramos o valor do quarto, que se chama de problemas de regra de três simples. Veja que as grandezas camisetas e preço são diretamente proporcionais; assim, podemos escrever a proporção: Aplicando a propriedade fundamental, temos: Logo, Bianca pagaria pelas cinco camisetas. 3 $1200, 00 5 Camisetas Preços($) 3 5 1200 x =3 5 1200 x 3x = 1200 ⋅ 5 x = x = 2000 1200⋅5 3 $2000, 00 50 Exemplo: com a velocidade média de por hora, um avião percorre uma distância entre duas cidades em horas. Que tempo levaria uma aeronave que desenvolve por hora, de velocidade média, para percorrer o mesmo espaço? Conforme apresentado anteriormente, invertendo-se os termos de umas das razões, então, calcula-se o valor da incógnita. Logo, a aeronave levaria para percorrer o mesmo espaço. 500km 3 800km ↓ Velocidade(Km/h) Tempo(h) 500 800 3 x ↑ = 800x = 500 ⋅ 3 800x = 1500 x = x = 1h52 min 30seg. 500 800 x 3 1500 800 1h52 min 30seg 51 06 Expressões Algébricas O que são Variáveis? Para alguns, esse tema não traz boas lembranças, às vezes utilizamos , muitas o e isso faz com que surjam dificuldades pelo simples fato de uma letra estar presente no lugar de um número, mas por que isso acontece? Qual a necessidade de utilizar letras e não números? Se levarmos em consideração o ambiente dos fenômenos observáveis, ele pode ser ligado a um dado conjunto de resultados possíveis, assim consideramos como uma variável qualquer quantidade, qualidade ou magnitude de uma característica que pode possuir vários valores numéricos. Por outro lado, uma variável pode ser entendida como uma classificação ou uma medida, uma quantidade que se altera em cada caso ou unidade de estudo e por que não uma propriedade no objeto de estudo que pode ser medida e enumerada? A seguir, apresentaremos uma definição do que seria variável. Definição: denomina-se variável a letra que irá representar qualquer número ou um conjunto de números, ou seja, é um símbolo representativo (incógnita) capaz de representar o número de um conjunto, que corresponde ao domínio da incógnita. Dessa forma, a variável corresponde, convencionalmente, a um elemento representante do conjunto de todos os resultados possíveis de um fenômeno, podendo ser classificada em dois tipos: Exemplo: Temos que é a quantidade de um produto na prateleira de um supermercado. Assim, pode ser o conjunto dos inteiros , identificando uma quantidade. Exemplo: Temos que é um dia do mês de janeiro. Logo, é representado pelos números , que representam os dias do mês. a x x x {1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, . . . } x {1, 2, 3, 4, 5, 6, . . . , 31} 53 Expressões Algébricas Agora vamos expandir o conceito de variável, pois, na resolução de problemas, é muito comum ocorrerem situações em que a leitura e a compreensão do enunciado nos levam a formular expressões que permitam depois a resolução do problema, por meio de uma equação oriunda das expressões obtidas. Digamos que, por exemplo, o enunciado nos leve à seguinte figura e suas dimensões: Trata-se de uma região retangular de dimensões e , cujo perímetro (soma dos lados) é indicado pela expressão: Exemplo: As expressões a seguir são denominadas expressões algébricas: : expressão algébrica do 1º grau (grau 1). : expressão algébrica do 2º grau (grau 2). : expressão algébrica do 3º grau (grau 3). x x + 3 2x + 2(x + 3) ou 4x + 6 4x + 6 x 2 + 3x x 3 54 Substituição, Cálculo de Expressões e Expressões Modulares Considere uma expressão algébrica e um número real . Definimos como o valor numérico da expressão para o número que obtemos na substituição de por . Então, é o valor numérico de para , sendo que o valor numérico de uma expressão algébrica nula é o zero para qualquer valor de . Exemplo: O valor numérico de para é dado por . Logo, . Exemplo: Dado , o valor de para é . Logo, . Note que, para o cálculo de expressões algébricas, você observará a presença de letras representando números, sem especificações, sendo que algumas vezes estas letras serão chamadas de constantes e outras vezes serão chamadas de variáveis. Assim, como já apresentamos, temos como variável a letra que irá representar qualquer número ou um conjunto de números. Como exemplo, teríamos: , onde poderá representar qualquer número. Então estará representando o dobro desse número. Por outro lado, denomina-se constante (ou coeficiente) o caso contrário ao anterior. Assim, no exemplo , o é uma constante, pois está representando uma quantidade que é o valor dois. p(x) α p(x) x = α x α p(α) p(x) x = α x p(x) = −3x + 5 x = 4 p(4) = −3(4) + 5 = −12 + 5 = −7 p(4) = −7 p(x) = 4x − 3x + 5x − 10 p(x) x = 3 p(3) = 4(3) − 3(3) + 5(3) − 10 = 12 − 9 + 15 − 10 = 8 p(3) = 8 2x x 2x 2x 2 Expressões Modulares Mas acredito que você deve estar se perguntando: e expressões modulares? O que são? Onde vivem? Esse será nosso próximo assunto. 55 Definimos que o módulo ou valor absoluto de um número real , que representamos por , é igual a se e igual a se . Por exemplo: , porque, neste caso, e . , porque, neste caso, . , porque e . De forma geral, podemos escrever: r |r| r r ≥ 0 −r r < 0 |2| = 2 r = 2 2 > 0 |0| = 0 r = 0 |−2| = − (−2) = 2 r = −2 −2 < 0 |r| = r, ser ≥ 0 e |r| = −r, ser < 0 Geometricamente, o módulo de um número real indica, na reta real, a distância desse número ao zero. distância do 2 ao 0 : 2 unidades → |2| = 2 distância do − 3 ao 0 : 3 unidades → |−3| = 3 Exemplo: Para uma melhor análise, veja os exemplos seguintes. . . . |1, 5| = 1, 5 |−6| = − (−6) = 6 ∣∣ ∣∣ = 1 2 1 2 56 .∣∣−√2∣∣ = −(−√2) = √2 Portanto, podemos notar que o módulo de um número real qualquer nunca é negativo, ou seja, é sempre positivo ou zero. Agora que o conceito de módulo foi apresentado e está bem assimilado, podemos chegar ao tão esperado tema proposto: expressões modulares, lembrando que limitaremos nosso estudo a apenas expressões do primeiro grau. Assim, dada a expressão quando , temos como resultado que e caso a expressão for com , trata-se de um processo um pouco mais elaborado, o qual apresentaremos detalhadamente a seguir. Exemplo: com . Para resolver este exercício, devemos analisar alguns casos: Se então e . Se então . Assim, . Logo, quando e quando . Exemplo: com . Se então e, pela definição, . Se então e, pela definição, . Assim, se então Exemplo: com . |3 − x| x = 7 |3 − x| = |3 − 7| = |−4| = − (−4) = 4 |x − 3| x ∈ R |x − 3| x ∈ R x ≥ 3 x − 3 ≥ 0 |x − 3| = x − 3 x < 3 x − 3 < 0 |x − 3| = − (x − 3) = −x + 3 |x − 3| = x − 3 x ≥ 3 |x − 3| = −x + 3 x < 3 |x − 2| + |x − 6| x < 2 x < 2 x − 2 < 0 |x − 2| = − (x − 2) = −x + 2 x < 2 x − 6 < 0 |x − 6| = − (x − 6) = −x + 6 x < 2 |x − 2| + |x − 6| = (−x + 2) + (−x + 6) = −x + 2 − x + 6 = −2x + 8 |x − 2| + |x − 6| x ∈ R 57 Nesta expressão, temos três casos a serem analisados: , e Se , pelo exemplo anterior sabemos que . Se então, temos e . Então: . Se temos e . Então: . Logo, x < 2 2 ≤ x ≤ 6 x > 6. x < 2 |x − 2| + |x − 6| = −2x + 8 2 ≤ x ≤ 6 x − 2 ≥ 0 x − 6 ≤ 0 |x − 2| + |x − 6| = (x − 2) + (−x + 6) = x − 2 − x + 6 = 4 x > 6 x − 2 > 0 x − 6 > 0 |x − 2| + |x − 6| = (x − 2) + (x − 6) = x − 2 + x − 6 = 2x − 8 |x − 2| + |x − 6| = ⎧⎪ ⎨ ⎪⎩ −2x + 8, sex < 2 4, se2 ≤ x ≤ 6 2x − 8, sex > 6 Produto Notável Alguns produtos envolvendo expressões algébricas apresentam uma regularidade em seu resultado, digamos que um padrão, e por esse motivo são conhecidos como produtos notáveis, sendo uma ferramenta importante para conseguirmos economizar muitos cálculos. Vamos trabalhar com os produtos notáveis mais conhecidos, que são os quadrados da soma, da diferença e da soma pela diferença a. Quadrado de uma soma indicada: b. Quadrado de uma diferença indicada: c. Produto de uma somapor uma diferença: (a + b) 2 = a2 + 2ab + b2 (a − b) 2 = a2 − 2ab + b2 (a + b) (a − b) = a2 − b2 58 Fatoração e Simplificação de Expressões Algébricas Apresentaremos alguns casos de fatoração de expressões algébricas e algumas simplificações de expressões em formato de frações, a fim de reduzir o número de termos da expressão e com isso facilitar cálculos futuros. 1. Fatoração por colocação de Termo em Evidência: Analisemos o seguinte caso: dada uma expressão do tipo como podemos escrevê-la de forma mais simplificada? Temos que e que , assim podemos transformar a expressão inicial em uma multiplicação de por e dizemos que foi feita uma fatoração de , pois fatorar uma expressão é expressá-la por meio de uma multiplicação. Veja como foi feito o processo de fatoração de : Temos que é o fator comum às duas parcelas de , assim . Para verificarmos se a fatoração está correta, basta desenvolver o produto e observar se o resultado corresponde à expressão inicial. 2. Fatoração por Agrupamento: Analisando a expressão , trata-se de uma expressão algébrica com quatro termos. Não existe um fator comum aos quatro termos, mas agrupando-os de forma conveniente, podemos fazer a sua fatoração aplicando duas vezes a fatoração por colocação de um termo em evidência, ou seja: 3a2 + 3ab 3a2 = 3a ⋅ a 3ab = 3a ⋅ b 3a (a + b) 3a2 + 3ab 3a2 + 3ab 3a2 + 3ab = 3a fator comum ⋅ a + 3a fator comum ⋅ b = 3a fator comum ⋅ (a + b) 3a 3a2 + 3ab3a2 + 3ab 3a2 + 3ab = 3a (a + b) forma fatorada 3a (a + b) = 3a2 + 3ab ax + 2a + 5x + 10 ax + 2a ––––––––– + 5x + 10 ––––––––– ↓ ↓ a (x + 2) + 5 (x + 2) –––––––––––––––––––––– ↓ (x + 2) (a + 5) 59 Veja que, o que ocorreu aqui é que inicialmente não foi possível observar um fator comum presente na expressão, porém dividindo a expressão em dois grupos e fatorando separadamente, “geramos” um fator comum para uma nova fatoração. 3. Simplificação de Expressões Algébricas: A simplificação de expressões consiste em escrevê-las de forma mais simples, facilitando a visualização e até um futuro cálculo, sendo que a mais usual é por agrupamento, onde termos semelhantes a fim de que a expressão se torne menor, ou seja: Mas aqui vamos trabalhar com expressões em forma de fração e apresentar alguns casos em que a fatoração será uma grande aliada no processo. Iniciaremos com a fatoração de um produto entre uma soma e uma diferença. 3xy + 7xy4 − 6x3y + 2xy − 10xy4 = (3xy + 2xy) + (7xy4 − 10xy4) − 6x3y = 5xy − 3xy4 − 6x3y 60 07 Equações e Sistemas de Equações Equações Polinomiais As expressões matemáticas em que ocorrem igualdade entre polinômios são chamadas de equações, sendo algumas bem conhecidas por todos. As equações que iremos trabalhar nesta aula são as de 1º grau e de 2º grau. Quando dizemos “vamos resolver uma equação”, estamos a determinar o(s) valor(es) da variável tal que a expressão matemática se torne verdadeira. Equação do 1º Grau O polinômio envolvido nesta igualdade possui grau , ou seja, sua representação é da forma . Esse tipo de equação é muito presente em nossa vida. Vamos pensar em algumas situações: Exemplo: Ao comprar uma roupa, você utiliza uma nota de e recebe de troco uma nota de . Quase que instantaneamente você já responde que essa roupa custou . Mas ao apresentar a equação , nem todos respondem que , além de demorar mais para chegar ao resultado. Para resolvê-la, podemos proceder como a seguir: Exemplo: Se em uma mercearia verificarmos que pacotes de doces custaram , sem dúvida, a resposta é que cada pacote custou . Mas qual é o raciocínio? Considerando o valor do pacote de doces como , temos: Exemplo: Para resolver a equação , vamos adicionar e em ambos os lados da equação. Assim, temos: 1 a ⋅ x + b = 0 R$100, 00 R$20, 00 R$80, 00 x + 20 = 100 x = 80 x + 20 = 100 ⇒ x + 20 + (−20) = 100 + (−20) Adicionamos(−20) em ambos os lados da equação ⇒ x = 80 4 R$20, 00 R$5, 00 x 4 ⋅ x = 20 ⇒ 4 ⋅ x ⋅ ( ) = 20 ⋅ ( ) Multiplicamos ambos os termos por ( ) ⇒ x ⋅ ( ) = ⇒ x = 5 1 4 1 4 1 4 4 4 20 4 4x + 8 = 2x + 2 −8 −2x 62 Prosseguindo, vamos multiplicar ambos os lados por . Assim, temos: Equação do 2º Grau O polinômio envolvido nesse tipo de equação é aquele cujo maior expoente é de grau 2. Sua representação geral é , com . 4x + 8 = 2x + 2 ⇒ 4x + 8 + (−2x) + (−8) = 2x + 2 + (−2x) + (−8) ⇒ 4x − 2x + 8 − 8 = 2x − 2x + 2 − 8 ⇒ 2x = −6 1 2 2x ⋅ ( ) = −6 ⋅ ( ) ⇒ = ⇒ x = −3 1 2 1 2 2x 2 −6 2 ax 2 + bx + c = 0 a ≠ 0 Resolver uma equação é encontrar suas raízes ou soluções. Por exemplo, as raízes da equação são e , pois esses valores são os números que tornam a sentença verdadeira. Uma pergunta que pode ocorrer é se existem equações do 2º grau sem solução. E de maneira direta, a resposta é: SIM. Por exemplo, não tem solução no conjunto dos números reais. x 2 − 5x + 6 = 0 2 3 x 2 = −4 Uma das maneiras mais conhecidas e utilizadas para resolverem uma equação do 2º grau é utilizar a Equação de Bháskara (ou fórmula quadrática) que é dada da seguinte maneira: x = −b ± √b2 − 4ac 2a 63 Uma parte muito importante dessa equação é o que chamamos de discriminante, que nada mais é do que o que equivale a .Δ Δ = b2 − 4ac A partir do valor do discriminante podemos determinar a quantidade de raízes reais que uma certa equação do segundo grau possui. Quando , a equação possui duas raízes reais distintas; Quando , a equação possui duas raízes reais iguais; Quando , a equação não possui raízes reais. Δ > 0 Δ = 0 Δ < 0 Exemplo: Vamos determinar a quantidade de raízes da equação . Para isso, vamos calcular o discriminante. Note que, para essa equação possuímos os coeficientes , e . Daí, temos: Note que , portanto, sabemos que a equação dada possui duas raízes reais distintas. Assim, vamos realizar alguns exemplos para encontrarmos as raízes de equações do segundo grau. Exemplo: Determine as soluções reais das equações: i) Vamos utilizar a Equação de Bháskara. Assim, temos: −3x2 − 4x = 0 a = −3 b = −4 c = 0 Δ = b2 − 4 ⋅ a ⋅ c = (−4) 2 − 4 ⋅ (−3) ⋅ 0 = 16 Δ = 16 > 0 2x2 − 3x + 1 = 0 Δ = b2 − 4ac = (−3) 2 − 4 ⋅ 2 ⋅ 1 = 9 − 8 = 1 64 Assim, sabemos que a equação possui duas raízes reais distintas. Vamos encontrá-las: Portanto, temos que as raízes são: e . ii) Calculando o discriminante, temos: Como vimos que o discriminante é menor do que zero, sabemos que essa equação não possui raízes reais. x = = = ⇒ { x ′ = = 1 x ′′ = = −b±√Δ 2a −(−3)±√1 2⋅2 3±1 4 3+1 4 3−1 4 1 2 x ′ = 1 x′′ = 12 x 2 + x + 2 = 0 Δ = b2 − 4ac = 12 − 4 ⋅ 1 ⋅ 1 = −3 Sistemas de Equações Um sistema de equações é formado por um conjunto de equações que apresentam mais de uma incógnita. Se possuirmos incógnitas, precisamos de duas equações, se possuirmos incógnitas, precisamos de equações e, assim, sucessivamente. Para resolver um sistema é necessário encontrar valores que satisfaçam simultaneamente todas as equações. E, para isso, existem algumas maneiras de se resolver um sistema de equações, que veremos adiante. Dizemos que um sistema é do 1º grau, quando o maior expoente das incógnitas é igual a , e não existe multiplicação entre essas variáveis. O conjunto solução para um sistema de equações é dado por um par de valores, que satisfaçam as equações simultaneamente. 2 3 3 1 65 Método da Substituição Para este método, primeiramente resolvemos uma das equações em termo de uma das variáveis. Por exemplo, se uma das equações for , fazemos Então, substituímos essa expressão na segunda equação, obtendo uma equação somente dependendo da variável . Após resolver essa equação e encontrar o valor da variável , retornamos a uma das equações para encontrarmos o valor da variável . Exemplo: Resolva o sistema . Como na segunda equação a variável não está sendo multiplicada por nenhum valor, vamos aproveitar e isolá-la na equação, obtendo: Agora, vamos substituir esse valor da variável , na primeira equação e obtemos: Agora que encontramos o valorde , vamos substituir em qualquer uma das equações para encontrarmos o valor de . Substituindo em , temos: Logo, temos que a solução para esse sistema de equações é , isto é, e . Método da Adição Consiste basicamente em somar as variáveis semelhantes de ambas as equações com o intuito de obtermos um resultado igual a zero. Isto é, realizando uma adição (ou subtração) entre as equações, a ideia é que uma das variáveis seja “cancelada”, e assim podemos encontrar o valor da segunda variável. 3x + y = 2 y = 2 − 3x. x x y { 3x + 2y = 16 7x + y = 19 y 7x + y = 19 ⇒ y = 19 − 7x y 3x + 2y = 16 ⇒ 3x + 2 ⋅ (19 − 7x) = 16 ⇒ 3x + 38 − 14x = 16 ⇒ −11x = −22 ⇒ x = 2 x y y = 19 − 7x y = 19 − 7x ⇒ y = 19 − 7 ⋅ 2 ⇒ y = 19 − 14 ⇒ y = 5 (2, 5) x = 2 y = 5 66 Exemplo: Resolva o sistema dado por . Note que se somarmos as duas equações, o termo com a variável irá se cancelar, restando somente a variável . Assim, temos: Daí, podemos encontrar o valor da variável : Agora, realizamos o mesmo procedimento do exemplo anterior, substituímos esse resultado em uma das equações, para obtermos o valor da variável : Logo, temos que a solução para esse sistema de equações é dada por isto é, e . Exemplo: Resolva o sistema . Analisando, não conseguimos realizar uma soma que diretamente elimine uma das variáveis, então o que podemos fazer é multiplicar uma das equações por um valor, que resulte em algo desejável. Neste caso, vamos multiplicar a primeira equação por , e obtemos: {x + 2y = 17 x − 2y = −11 y x {x + 2y = 17 x − 2y = −11 + − − − − − − −− 2x + 0y = 6 x 2x + 0y = 6 ⇒ 2x = 6 ⇒ x = ⇒ x = 3 6 2 y x + 2y = 17 ⇒ 3 + 2y = 17 ⇒ 2y = 17 − 3 ⇒ 2y = 14 ⇒ y = ⇒ y = 7 14 2 (3, 7) , x = 3 y = 7 { 4x + 3y = −2 8x − 2y = 12 −2 { 4x + 3y = −2 ⋅ (−2) 8x − 2y = 12 ⇒ { −8x − 6y = 4 8x − 2y = 12 67 Agora, podemos realizar a soma entre as duas equações, e obtemos: A partir daí, podemos encontrar o valor de : Substituindo esse valor em qualquer uma das equações originais, temos: Portanto, o conjunto solução desse sistema de equações é , ou e . {−8x − 6y = 4 8x − 2y = 12 − − − − − − −− 0 − 8y = 16 y − 8y = 16 ⇒ y = ⇒ y = −2 16 −8 4x + 3y = −2 ⇒ 4x + 3 ⋅ (−2) = −2 ⇒ 4x − 6 = −2 ⇒ 4x = 4 ⇒ x = ⇒ x = 1 4 4 (1, −2) x = 1 y = −2 68 08 Inequações Vamos iniciar esta aula diretamente com uma abordagem prática das inequações. Às vezes, nos deparamos com a situação em que precisamos pensar se o dinheiro que temos seria ou não suficiente para comprar certa quantidade de produtos. Esta situação, sem dúvida, é um dos exemplos das inequações por envolver polinômios e desigualdades. Assim, podemos definir as inequações como expressões matemáticas que envolvem polinômios e desigualdades como ou . Inequação do 1º Grau Para determinarmos o conjunto solução das inequações polinomiais do 1º grau, em muitos casos, procedemos de forma análoga a de equações. Exemplo: Para determinarmos o conjunto solução da inequação definida por , procedemos como a seguir: Assim, . Exemplo: Para determinarmos o conjunto solução da inequação definida por , procedemos da seguinte maneira: >, ≥, < ≤ 3x + 2 ≥ 11 3x + 2 + (−2) ≥ 11 + (−2) ⇒ 3x ≥ 9 ⇒ 3x ⋅ ( ) ≥ 9 ⋅ ( ) ⇒ x ≥ 3 1 3 1 3 S = {x ∈ R|x ≥ 3} 4x + 7 > 6x + 15 70 Assim, 4x + 7 + (−6x) > 6x + 15 + (−6x) ⇒ −2x + 7 + (−7) > 15 + (−7) ⇒ −2x > 8 ⇒ −2x > 8 ⋅ (−1) ⇒ −2x ⋅ (−1) < 8 ⋅ (−1) ⇒ 2x < −8 ⇒ 2x ⋅ ( ) < −8 ⋅ ( ) ⇒ x < −4 1 2 1 2 S = {x ∈ R|x < −4} Ao multiplicar ambos os membros de uma inequação por , invertemos o sentido do sinal da desigualdade. (−1) Inequação do 2º Grau Uma inequação do segundo grau na incógnita é uma expressão que pode ser escrita numa das seguintes formas: Para resolver uma inequação do segundo grau devemos inicialmente estudar o sinal da expressão correspondente à equação obtida trocando-se a desigualdade pela igualdade. Localizando as raízes da equação, estudamos o sinal da equação x ax2 + bx + c > 0 ax2 + bx + c < 0 ax2 + bx + c ≥ 0 ax2 + bx + c ≤ 0 71 correspondente. Veremos dois casos de inequações do 2º grau. Inequação-Produto Por exemplo, vamos considerar a seguinte inequação do segundo grau: Fatorando o primeiro termo da desigualdade, temos: Assim, transformamos um polinômio de grau em um produto de polinômios de grau . Como sabemos que o produto de dois termos é positivo quando ambos são positivos, ou quando ambos são negativos, temos que a solução dessa inequação produto é o conjunto de todos os reais tais que: e ou e . Para o primeiro caso, temos, e . Analisando esses intervalos, temos: x 2 + 2x − 8 ≥ 0 (x − 2) ⋅ (x + 4) ≥ 0 2 1 x (x − 2) ≥ 0 (x + 4) ≥ 0 (x − 2) ≤ 0 (x + 4) ≤ 0 x − 2 ≥ 0 ⇒ x ≥ 2 x + 4 ≥ 0 ⇒ x ≥ −4 x ≥ 2 x ≥ −4 x ≥ 2 e x ≥ −4 72 Portanto, para essa opção temos . Por outro lado, para a segunda opção termos e . Analisando esses intervalos, temos: x ≥ 2 x − 2 ≤ 0 ⇒ x ≤ 2 x + 4 ≤ 0 ⇒ x ≤ −4 x ≤ 2 x ≤ −4 x ≤ 2 e x ≤ −4 Portanto, para essa opção temos . Logo, o conjunto solução para a inequação é ou . Observação: Note que realizamos primeiramente a interseção entre os intervalos de uma mesma condição para posteriormente unir os resultados. Inequação-Quociente Observe que as seguintes inequações apresentam um quociente de polinômios de 1º grau: x ≤ −4 x2 + 2x − 8 ≥ 0 S = {x ∈ R|x ≥ 2 ou x ≤ −4} S = (−∞, −4] ∪ [2, ∞) (≤ 0 ou ≥ 0) 73 A maneira para resolvermos esse tipo de inequação é semelhante ao visto nas inequações-produto. Isto é, analisamos os sinais das equações polinomiais de 1º grau envolvidos e depois analisamos o sinal do produto ou quociente lembrando as regras de sinais para números reais. Exemplo: Determine os valores de tal que . Primeiramente, observamos que deve ser verdadeiro para que a expressão faça sentido. Temos duas opções para o termo : 1. Se , segue que . 2. Se , segue que . Para (i), temos , ou ainda, isto é, . Observe que as raízes da equação são: e , e a inequação é satisfeita para e . Analisando os intervalos, temos > 0, x − 1 ≠ 0 ≥ 0, 3x − 2 ≠ 0 < 0, x + 4 ≠ 0 ≤ 0, x + 2 ≠ 0 x+1 x−1 x+1 3x−2 2x−1 x+4 2x−3 x+2 x ∈ R x + 1 > 2 x+2 x ≠ 2 x + 2 x + 2 > 0 (x + 1) ⋅ (x + 2) > 2 x + 2 < 0 (x + 1) ⋅ (x + 2) < 2 x 2 + 3x + 2 − 2 > 0 x 2 + 3x > 0 x ⋅ (x + 3) > 0 x = 0 x = −3 x > −3 x > 0 x > −3 x > 0 74 x > −3 e x > 0 E mais, a condição do item (i), de que , implica que a solução para o item (i) é ou . Para o item (ii) segue da mesma forma que . E a inequação, nesse caso, é satisfeita para . Porém, a condição do item (ii) indica que devemos ter . Assim, temos que a solução para esse item é . Logo, a solução da inequação dada é a união entre as duas soluções: . Observação: Para o caso de uma inequação produto ou inequação quociente na qual o resultado desejado é , devemos recordar que o produto entre dois termos para ser negativo, os sinais dos termos devem ser opostos. Isto é, é necessário analisar os casos que um termo é positivo e o outro termo é negativo, e vice-versa para depois realizar a união dos resultados. x + 2 > 0 ⇒ x > −2 x > 0 (0, ∞) x ⋅ (x + 3) < 0 −3 < x < 0 x < −2 −3 < x < −2 ou (−3, 2) (−3, 2) ∪ (0, ∞) < ou ≤ 75 09 Frações e Equações Algébricas Expressões Algébricas em Forma de Fração Vamos analisar um caso específico de expressões que é quando as frações estão envolvidas. Mas não é qualquer tipo de fração. Veja os exemplos a seguir. Exemplo: , , , . Perceba que em todos os casos temos números conhecidos, variáveis cujo valor não conhecemos (uma ou mais variáveis), e operações aritméticas. O que também é comum, é que todos os casos apresentam variáveis no denominador das frações. Por isso, essas expressões recebem o nome de frações algébricas. Algo muito importante que deve ser destacado é: nunca podemos ter o valor zero no denominador de uma fração. Como temos variáveis nos denominadores de nossas frações, precisamos estar atentos aos valores que essas variáveis podem assumir. Por exemplo, nafração algébrica , sabemos diretamente que , pois é o único elemento do denominador e, portanto, deve ser diferente de zero. Vejamos outros exemplos. Exemplo: i. . Nesse caso, temos que a expressão no denominador é . Precisamos encontrar qual a restrição que deve acontecer: Logo, a restrição é que deve ser diferente de . 1 x a−b b−2 x x2−2⋅x⋅y+y2 a⋅x 2⋅b⋅y 1 x x ≠ 0 x x x−1 x − 1 x − 1 ≠ 0+ (1) x − 1 + (1) ≠ 0 + (1) x ≠ 1 x 1 77 ii. . Aqui, temos que a expressão no denominador é . Isto é, possuímos duas variáveis distintas. Isso implica que a restrição de uma das variáveis está ligada à restrição da outra. Novamente, sabemos que o denominador deve ser diferente de zero. Assim, temos: Logo, temos que a restrição é . Por exemplo, se , temos que não pode assumir o valor . iii. . Nesse exemplo, temos que a expressão no denominador é , a qual é uma expressão do segundo grau. Podemos reescrever essa expressão, utilizando produto notável, como . Assim, a restrição de nosso denominador deve ser Ou seja, temos duas restrições para nossa variável: não pode ser e não pode ser . n m−3n m − 3n m − 3n ≠ 0+ (3n) m − 3n + (3n) ≠ 0 + (3n) m ≠ 3n m ≠ 3n n = 1 m 3 y x2−1 x2 − 1 x2 − 1 = (x − 1) (x + 1) (x − 1) ⋅ (x + 1) ≠ 0 ⇒ (x − 1) ≠ 0 e (x + 1) ≠ 0 ⇒ x ≠ 1 e x ≠ −1 x 1 −1 78 Simplificação de Frações Algébricas Quando queremos realizar a simplificação de uma fração, dividimos tanto o numerador quanto o denominador pelo mesmo número diferente de zero, e isso equivale a “cancelar” os fatores em comum, obtendo uma fração mais simples, por exemplo. Com o mesmo procedimento em mente, podemos realizar simplificações de frações algébricas quando há algum fator em comum, não nulo, no numerador e no denominador. Exemplo: i. ii. . Note que o numerador é uma diferença entre dois quadrados, então podemos reescrever como . Assim, temos iii. . Temos que é um fator comum das parcelas do numerador, portanto, podemos colocá-lo em evidência e simplificar: = = 15 20 3⋅ /5 2 ⋅ 2⋅ /5 3 4 = = 42 252 /2⋅ /3⋅ /7 2/2 ⋅ 3/2⋅ /7 1 6 = = 4⋅x⋅y2 6⋅x2⋅y /2⋅2⋅x/⋅y/⋅y /2⋅3⋅x/⋅x⋅y/ 2⋅y 3⋅x x2−y2 x+y x2 − y2 = (x + y) ⋅ (x − y) = x − y (x+y)⋅(x−y) x+y 8b−4b2 2b 4b = = = 4 − 2b 8b−4b2 2b 2/4b/(2−b) /2b/ 2(2−b) 1 79 Adição e Subtração de Frações Algébricas As operações de adição e subtração com frações algébricas são realizadas da mesma maneira que adicionamos ou subtraímos números na forma fracionária. Obtemos frações equivalentes e de mesmo denominador; O denominador comum poderá ser o produto ou o mmc dos denominadores. Exemplo: i. . Vamos realizar essa operação usando o produto dos denominadores. ii. . Vamos realizar essa operação utilizando o mmc. + −1 2x 3 4y 2 3 + − = = = 1 2x 3 4y 2 3 12⋅y+18x−16⋅x⋅y 24⋅x⋅y /2⋅(6⋅y+9⋅x+8⋅x⋅y) /2⋅12⋅x⋅y 6⋅y+9⋅x+8⋅x⋅y 12⋅x⋅y +1x−y x x2−y2 + = = = 1 x−y x x2−y2 (x+y)+x (x−y)⋅(x+y) 2x+y (x−y)⋅(x+y) 2x+y x2−y2 80 Multiplicação de Frações Algébricas A operação de multiplicação envolvendo frações algébricas ocorre da mesma maneira que multiplicamos números em forma de fração. Vejamos alguns exemplos. Exemplo: i. ii. OBSERVAÇÃO: É necessário sempre estar atento às restrições: Para o exemplo i), temos que . Para o exemplo ii), temos que Além disso, . Note que , ou seja, os denominadores, e possuem um termo em comum, isso quer dizer que . Isto é, quando queremos calcular o mmc entre duas expressões algébricas e ambas possuem um termo em comum, não é necessário realizar o produto entre elas. x2 − y2 = (x − y) ⋅ (x + y) x − y (x − y) ⋅ (x + y) mmc (x − y, (x − y) (x + y)) = (x − y) ⋅ (x + y) ⋅ = =3x 4y 8⋅y2 7⋅x3 3⋅x/⋅2/8⋅y/⋅y /4⋅y/⋅7⋅x/⋅x⋅x 6⋅y 7⋅x2 ⋅ = ⋅ = = 6⋅x⋅y x2−y2 x+y 2⋅x 6⋅x⋅y (x+y)⋅(x−y) x+y 2⋅x 3/6⋅x/⋅y⋅(x+y) (x+y)⋅(x−y)⋅/2⋅x/ 3y x−y x, y ≠ 0 x2 − y2 ≠ 0 ⇒ x2 ≠ y2 ⇒ √x2 ≠ √y2 ⇒ |x| ≠ |y| x ≠ 0 81 Divisão de Frações Algébricas Da mesma maneira que ocorre com as outras operações, a divisão de frações algébricas também ocorre de modo similar: multiplicando a primeira fração pelo inverso da segunda fração. Exemplo: i. ii. OBSERVAÇÃO: Lembrando que . : = ⋅ = 4xy z2 4x 5z /4x/y z2 5z/ /4x/ y5 z : = ⋅ = =x 2−4 x+2⋅x⋅y x2+2x 2⋅y+1 x2−4 x+2⋅x⋅y 2⋅y+1 x2+2x (x−2)(x+2)⋅(2⋅y+1) x(1+2⋅y)⋅x(x+2) x−2 x2 : = 4xy z2 4x 5z 4xy z2 4x 5z Equações Fracionárias Denominamos equação fracionária toda fração que possui ao menos uma variável no denominador. i. ii. Resolução de Equações Fracionárias i. = 445 3x = 0 23(x−3) 4x + = , x ∈ R∗3 4 2 x 1 3 82 + = Reduzimos ao mesmo denominador ⇒ + = Realizamos a soma do lado esquerdo ⇒ = Eliminamos o denominador ⇒ 9x + 24 = 4x ⇒ 9x − 4x = −24 ⇒ 5x = −24 ⇒ x = 3 4 2 x 1 3 9x 12x 24 12x 4x 12x 9x+24 12x 4x 12x −24 5 Sistemas com Equações Fracionárias Neste tópico iremos apresentar um caso particular dos sistemas de equações que vimos em aulas anteriores. Aqui, as equações que aparecem no sistema são equações fracionárias, isto é, possuem pelo menos uma variável no denominador. Vejamos, por meio de exemplos, como devemos solucionar um sistema de equações fracionárias. 83 Exemplo: i. . O primeiro passo é impor as restrições: para a primeira equação temos e para a segunda equação temos . Isto é, para o nosso sistema, as restrições são . Agora, é necessário reescrever o sistema, de forma que as equações estejam na forma . Isto é, devemos reduzir o denominador a um termo comum e realizar a simplificação: Agora, resolvemos o sistema resultante: . ⎧ ⎨⎩ + 3 = + = 2x y 21 5 1 x 2 y−1 5 6x y ≠ 0 x ≠ 0, y ≠ 1 x ≠ 0, y ≠ 0, y ≠ 1 ax + by = c + = ⇒ + = ⇒ 10x + 15y = 21y ⇒ 10x + 15y − 21y = 0 ⇒ 10x − 6y = 0 2x y 3 1 21 5 10x 5y 15y 5y 21y 5y + = ⇒ + = ⇒ 6 (y − 1) + 12x = 5 (y − 1) ⇒ 6y − 6 + 12x = 5y − 5 ⇒ 12x + 6y − 5y = −5 + 6 ⇒ 12x + y = 1 1 x 2 y−1 5 6x 1⋅6(y−1) 6x(y−1) 2⋅6x 6x(y−1) 5⋅(y−1) 6x(y−1) { 10x − 6y = 0 12x + y = 1 84 Precisamos, então, verificar as restrições. Assim, como e , a solução do sistema é o par ordenado . i. , sabendo que . Note que as restrições são e . Assim, vamos reduzir a equação que possui uma fração algébrica a um denominador comum. Isso resulta, então, no sistema dado por . { 10x − 6y = 0 12x + y = 1 (⋅6) ⇒ { 10x − 6y = 0 72x + 6y = 6 –––––––––––––– 82x = 6 ⇒ x = ⇒ x = 6 82 3 41 10x − 6y = 0 ⇒ 10 ⋅ − 6y = 0 ⇒ = 6y ⇒ y = ⇒ y = 3 41 30 41 30 246 5 41 ≠ 0, ≠ 03 41 5 41 ≠ 15 41 ( , )3 41 5 41 { x + y = 60 + =5 x 9 y 8 15 x ⋅ y = 675 x ≠ 0 y ≠ 0 + = ⇒ + = ⇒ 75y + 135x = 8 xy xy=675 ⇒ 135x + 75y = 8 ⋅ 675 ⇒ 135x + 75y = 5400 (÷15) ⇒ 9x + 5y = 360 5 x 9 y 8 15 75y 15xy 135x 15xy 8xy 15xy {x + y = 60 9x + 5y = 360 85 Vamos resolvê-lo pelo método da substituição: x + y = 60 ⇒ y = 60 − x 9x + 5y = 360 ⇒ 9x + 5 (60 − x) = 360 ⇒ 9x + 300 − 5x = 360 ⇒ 4x = 60 ⇒ x = 15 y = 60 − x ⇒ y = 60 − 15 ⇒ y = 45 86 10 Trigonometria Figura 1 – A partir da divisão de um retângulo obtemos dois triângulos | Fonte: o autor. Triângulo Retângulo e o Teorema de Pitágoras Antes de iniciarmos o estudo da trigonometria propriamente dita, vamos estudar um pouco sobre o triângulo retângulo. Triângulo Retângulo Ao dividirmos um retângulo por uma das diagonais, obtemos dois triângulos semelhantes, como podemos observar a seguir: Por ser exatamente a metade de um retângulo, podemos verificar que o maior ângulo de cada um dos triângulos é de 90º graus. O lado oposto ao ângulo reto (ângulo de 90º) do triângulo retângulo, neste caso, o que era diagonal, é o lado de maior medida e é chamado de hipotenusa. Os lados adjacentes ao ângulo reto, que eram os lados do retângulo, são chamados de catetos. 88 Teorema de Pitágoras A partir da medida de dois lados de um triângulo retângulo, podemos determinar a medida do terceiro lado, por meio do Teorema de Pitágoras. Sendo, : hipotenusa, : cateto , e : cateto. h 2 = c2 1 + c2 2 h c1 1 c2 2 Razões Trigonométricas no Triângulo Retângulo Primeiramente, vamos estudar as razões seno, cosseno e tangente. Para isso, vamos analisar o triângulo retângulo a seguir: 89 Começaremos com a razão seno, que é a razão entre o cateto oposto ao ângulo dado e a hipotenusa. Exemplo: Na figura apresentada a seguir, temos: 90 , tendo em vista que . A razão cosseno é a razão entre o cateto adjacente ao ângulo dado e a hipotenusa. Exemplo: sen α = 2 3 sen α = Cateto Oposto Hipotenusa temos , tendo em vista que . Observação: Note que . cos α = 4 5 cos α = Cateto Adjacente Hipotenusa sen2 α = (sen α) 2 Utilizaremos a observação anterior para introduzirmos a principal relação existente entre seno e cosseno, a qual é conhecida como a Relação Fundamental da Trigonometria, e é dada por: .sen2α + cos2α = 1 91 A razão tangente é a razão entre o cateto oposto ao ângulo dado e o cateto adjacente ao mesmo ângulo, que resulta em razão entre a razão seno e a razão cosseno, ou seja: Agora, vamos estudar um pouco sobre mais três razões trigonométricas que são: secante, cossecante e cotangente. A razão secante é a razão entre a hipotenusa e o cateto adjacente ao ângulo , isto é, a razão inversa da razão cosseno: , que equivale a . A razão cossecante é a razão entre a hipotenusa e o cateto oposto ao ângulo , isto é, a razão inversa da razão seno: , que equivale a . A razão cotangente é a razão entre o cateto adjacente ao ângulo e o cateto oposto ao mesmo ângulo, isto é, a razão inversa da razão tangente: , que equivale a . Tabelas de Razões Trigonométricas dos Ângulos Notáveis Vamos determinar os valores de seno, cosseno e de tangente de ângulos notáveis, isto é, dos ângulos de 30º, 45º e 60º. tg α = = = sen α cos α Cateto Oposto Hipotenusa Cateto Adjacente Hipotenusa Cateto Oposto Cateto Adjacente α sec α = Hipotenusa Cateto Adjacente sec α = 1cos α α cossec α = Hipotenusa Cateto Oposto cossec α = 1 sen α α cotg α = Cateto Adjacente Cateto Oposto cotg α = 1 tg α 92 Tabela 1 - Razões trigonométricas de ângulos notáveis | Fonte: o autor. Ângulo ( ) 30º 45º 60º Razão α sen α 1 2 √2 2 √3 2 cos α √3 2 √2 2 1 2 tg α √3 3 1 √3 Ciclo Trigonométrico Vamos construir a circunferência cujo centro é o ponto de origem, como na figura a seguir: 93 Figura 2 – Um círculo possui 4 quadrantes. | Fonte: o autor. Verificamos que os eixos cartesianos, isto é, o eixo das abscissas e o eixo das ordenadas, dividem a circunferência em quatro partes denominadas quadrantes. Você se lembra das razões trigonométricas estudadas anteriormente? 94 Como a hipotenusa é a medida do raio da circunferência, e são positivos e e são negativos, verificamos que o valor de seno no 1º e 2º quadrantes é positivo e no 3º e 4º quadrantes é negativo. Analogamente, o valor de cosseno no 1º e 4º quadrantes é positivo e no 2º e 3º quadrantes, negativo. Consequentemente, o valor da tangente no 1º e 3º quadrantes é positivo e no 2º e 4º quadrantes, negativo. Assim, sen α = Cateto Oposto Hipotenusa ¯̄¯̄¯̄¯̄ AE ¯̄¯̄¯̄¯̄ BF ¯̄¯̄¯̄¯̄ CG ¯̄¯̄¯̄¯̄¯ DH Quadro 1 - O sinal das razões trigonométricas em cada quadrante | Fonte: o autor. 1º quadrante 2º quadrante 3º quadrante 4º quadrante Sinal de seno + + – – cosseno + – – + tangente + – + – 95 No próximo tópico, será apresentada a redução ao 1º quadrante. É uma ferramenta que nos permite transpor uma razão trigonométrica para ângulos presentes no primeiro quadrante, com o intuito de agilizar e facilitar seus cálculos. Redução ao 1º Quadrante Quando o ângulo pertencer ao 2º, 3º ou 4º quadrante, podemos reduzir ao 1º quadrante: a) Redução do 2º quadrante para o 1º: é positivo: se , temos ; é negativo: se , temos ; é negativo: se , temos . b) Redução do 3º quadrante para o 1º: é negativo: se , temos ; é negativo: se , temos ; é positivo: se , temos . c) Redução do 4º quadrante para o 1º: é negativo: se , temos ; é positivo: se , temos ; é negativo: se , temos . Assim, para resumirmos, segue o quadro a seguir: sen α 90o < α < 180o sen α = sen(180o − α) cos α 90o < α < 180o cos α = − cos(180o − α) tg α 90o < α < 180o tg α = −tg (180o − α) sen α 180o < α < 270o sen α = − sen(α − 180o) cos α 180o < α < 270o cos α = − cos(α − 180 o ) tg α 180o < α < 270o tg α = tg (α − 180o) sen α cos α 270o < α < 360o cos α = cos(360o − α) tg α 270o < α < 360o tg α = −tg (360o − α) 96 Quadro 2 - Regra de redução ao 1º quadrante | Fonte: o autor. 2º quadrante 3º quadrante 4º quadrante sen α sen(180o − α) − sen(α − 180o) − sen(360o − α) cos α − cos(180o − α) − cos(α − 180o) cos(360o − α) tg α −tg (180o − α) tg (α − 180o) −tg (360o − α) Observação: Outra unidade usada para medir os ângulos é radianos, sendo . Consequentemente, , , e . Exemplo: determine a medida do cosseno, sabendo que o ângulo mede Como sabemos que , e queremos calcular , temos que este ângulo está no 2º quadrante. Assim, . 1 ⋅ π rad = 180 o rad = 90oπ 2 rad = 270 o 3⋅π 2 2 ⋅ π rad = 360o rad.2π 3 < < ππ 2 2π 3 cos( )2π 3 cos( ) = − cos(π − ) = cos( ) = cos 60o =2π 3 2π 3 π 3 1 2 97 11 Sequências Numéricas Introdução Uma sequência numérica é uma sucessão numérica na qual seus elementos são denominados de termos e estes são representados entre parênteses e separados por vírgula. Exemplo: , , , . Denominamos seus termos como 1º termo, 2º termo, 3º termo, assim, sucessivamente, e representamos por . No exemplo , temos: . Além disso, uma sequência pode ser finita ou infinita, como podemos observar a seguir: Exemplo: e são exemplos de sequências finitas por possuírem quantidades finitas de termos. Já a sequência é uma sequência infinita por possuir uma quantidade infinita de termos. (1, 1, 2, 5, 8 ⋯) (1, 3, 5, 7, 9) (2, 3, 5, 8, 12, 17, 25, ⋯) (7, 35, 165, ⋯) a1, a2, a3, ⋯ (1, 3, 5, 7, 9) a1 = 1; a2 = 3; a3 = 5; a4 = 7; a5 = 9 (2, 3, 5, 8) (1, 2, 3, ⋯ , 200) (1, 1, 2, 3, 5, 8, 13, ⋯) Acesse o link: Disponível aqui A Sequência de Fibonacci é sucessão de números que, misteriosamente, aparece em muitos fenômenos da natureza. Descrita no final do século 12, pelo italiano Leonardo Fibonacci, ela é infinita e começa com 0 e 1. Os números seguintes são sempre a soma dos dois números anteriores. Portanto, depois de 0 e 1, vêm 1, 2, 3, 5, 8, 13, 21, 34… 99 https://super.abril.com.br/mundo-estranho/o-que-e-a-sequencia-de-fibonacci/ Progressão Aritmética (PA) A PA (Progressão Aritmética) é um tipo de sequência bastante comum e, de certa forma, temos contato com alguns exemplos desde criança. Isto é, começamos a ter contato com este tipo de sequências assim que aprendemos a contar e, em seguida, com a tabuada. As crianças aprendem a contar que nada mais é que um exemplo da PA ou de uma tabuada que resulta em . 1, 2, 3, ⋯ 2 × 1 = 2; 2 × 2 = 4; 2 × 3 = 6; ⋮ PA (2, 4, 6, ⋯) Caro(a) aluno(a), sendo assim, vamos iniciar o estudo da PA. Fórmula Geral da PA Uma sequência numérica é denominada de Progressão Aritmética, ou PA, de primeira ordem, quando cada um de seus termos, a partir do segundo, for igual à soma do termo anterior com a razão desta sequência, representada por . Consequentemente, cada um dos termos numa PA, a partir do penúltimo, é igual ao termo posterior subtraindo a razão desta sequência representada por . r r 100 Exemplo: Na , temos e . Assim: que equivale a PA (11, 13, 15, 17, 19) a1 = 11 r = 2 a1 = 11 a2 = a1 + r = 11 + 2 = 13 a3 = a2 + r = 13 + 2 = 15 a4 = a3 + r = 15 + 2 = 17 a5 = a4 + r = 17 + 2 = 19 a1 = 11 a2 = a1 + r = 11 + 2 = 13 a3 = a2 + r = (a1 + r) + r = a1 + 2r = 11 + 2 ⋅ 2 = 15 a4 = a3 + r = (a1 + 2r) + r = a1 + 3r = 11 + 3 ⋅ 2 = 17 a5 = a4 + r = (a1 + 3r) + r = a1 + 4r = 11 + 4 ⋅ 2 = 19 Para minimizar o erro e otimizarmos o tempo, recorremos à fórmula a seguir para determinarmos o último termo procurado de uma PA: Sendo: : último termo em estudo; : primeiro termo em estudo; : índice do últimotermo em estudo; : razão ou diferença. an = a1 + (n − 1) ⋅ r an a1 n r 101 Exemplo: Podemos determinar o oitavo termo da conforme a seguir: Como a fórmula geral da PA é , substituindo, temos Soma dos Termos Consecutivos de uma PA A fórmula para determinarmos a soma dos termos consecutivos da PA é dada por: Sendo: : soma dos termos de uma PA : índice do último termo : índice do primeiro termo : primeiro termo em estudo : último termo em estudo Exemplo: Queremos determinar a soma dos primeiros termos da Procedemos como a seguir: Primeiramente, determinamos o . PA (52, 55, 58, 61, ⋯) an = a8 =? a1 = 52 n = 8, r = 3 an = a1 + (n − 1) ⋅ r a8 = 52 + (8 − 1) ⋅ 3 a8 = 52 + 21 a8 = 73. S = ⋅ n (a1 + an) 2 S n 1 a1 an 200 PA (5, 8, 11,⋯) . a200 102 Vamos utilizar a fórmula geral da PA onde é o primeiro termo, e é o último. Assim, temos: Assim, para determinarmos a soma dos primeiros termos dessa PA, procedemos como abaixo: an = a1 + (n − 1) ⋅ r a1 a200 = 5 + (200 − 1) ⋅ r a200 = 5 + 199 ⋅ 3 a200 = 602 200 S = ⋅ n ⇒ S = ⋅ (200) ⇒ S = (5 + 602) ⋅ 100 ⇒ S = 60700 (a1+an) 2 5+602 2 Progressão Geométrica (PG) A PG (Progressão Geométrica) é outro tipo de sequência bastante comum e que, de certa forma, temos contato com alguns exemplos ainda no Ensino Fundamental, em forma de potências do tipo que resulta na . Caro(a) aluno(a), sendo assim, vamos iniciar o estudo das Progressões Geométricas. Fórmula Geral da PG Uma sequência numérica é denominada PG de primeira ordem, quando cada um de seus termos, a partir de segundo, for produto do anterior e da razão diferente de . Consequentemente, cada um de seus termos numa PG, a partir do penúltimo, é igual ao quociente do termo posterior e da razão desta sequência representada por . 51 = 5, 52 = 25, 53 = 125, ⋯ PG (5, 25, 125, ⋯) (q) 0 q 103 Para minimizarmos o erro e otimizarmos o tempo, recorremos à fórmula a seguir para determinarmos o último termo procurado de uma PG: Sendo: : último termo em estudo : primeiro termo em estudo : índice do primeiro termo em estudo : índice do último termo em estudo : razão ou quociente Observação: Por meio desta fórmula, podemos determinar, além do último termo em estudo, o primeiro termo em estudo, a quantidade de termos em estudo, além da razão da PG em estudo, desde que esta sequência apresente termos consecutivos ou a quantidade de termos em estudo for par. an = am ⋅ q n−m an am m n q Para o caso em que , ou seja, o primeiro termo a ser analisado é o primeiro termo da sequência, temos que a fórmula geral pode ser reescrita como: . m = 1 an = a1 ⋅ q n−1 104 Soma dos Termos Consecutivos de uma PG A fórmula para determinarmos a soma dos termos consecutivos da PG é dada por: Onde: : Soma dos termos consecutivos : Primeiro termo : Razão da PG : Índice do último termo a ser somado Exemplo: Para determinarmos a soma dos primeiros termos da PG , podemos proceder como a seguir. Identificando, temos: Logo, temos: Sn = a1 ⋅ , q ≠ 1 (1 − qn) (1 − q) Sn n a1 q n 9 (5, 10, 20,⋯) S9 =? a1 = 5; q = 2. Sn = a1 ⋅ ⇒ S9 = 5 ⋅ ⇒ S9 = 5 ⋅ ⇒ S9 = 5 ⋅ 511 ⇒ S9 = 2555. (1−qn) (1−q) (1−29) (1−2) (1−512) −1 105 12 Relações e Funções Figura 1: Plano cartesiano. Produto Cartesiano Vamos iniciar nosso estudo pelo Plano Cartesiano. Vejamos sua definição. Definição. Dados dois conjuntos e , não vazios, denominamos produto cartesiano de por (denotado por ), o conjunto de todos os pares ordenados em que a primeira coordenada pertence ao conjunto e a segunda pertence ao conjunto , ou seja, . Em que a notação é lida como “ cartesiano ” ou “produto cartesiano de por ”. É possível estabelecer uma correspondência entre cada ponto deste plano com o par ordenado . Logo, para cada ponto (ou par) , é chamado de abscissa e de ordenada do ponto; ou seja, o eixo horizontal é chamado de eixo das abscissas enquanto o eixo vertical é chamado de eixo das ordenadas. O plano cartesiano com seus eixos fica subdividido em quatro quadrantes (I, II, III e IV), conforme se observa na figura abaixo. A B A B A × B (x, y) A B A × B= {(x, y) | x ∈ Aey ∈ B} A × B A B A B (x, y) (x, y) ∈ A × B (x, y) x y x y 107 Figura 2: Representação geométrica do produto cartesiano | (a) (b) . Exemplo: Sejam os conjuntos e . Analogamente também pode ser determinado: A = {1, 2, 3} B = {−1, 1} A × B = {(1, −1), (2, −1), (3, −1), (1, 1), (2, 1), (3, 1)} B × A B × A = {(−1, 1), (−1, 2), (−1, 3), (1, 1), (1, 2), (1, 3)} A × B B × A Relações Caro(a) aluno(a), para determinação do produto cartesiano é importante listar todos os pares possíveis, cuja primeira componente esteja no primeiro conjunto e a segunda componente no segundo conjunto. No entanto, em muitos casos não estamos interessados em todas as combinações e sim em alguns pares que apresentam uma certa “correspondência”. A essa correspondência, chamamos relação. Definição. Dados dois conjuntos e , chama-se relação de em todo subconjunto de . A B A B R A × B 108 Figura 3: Representações da relação | (a) no plano cartesiano (b) no diagrama de flechas. Assim, o conjunto é formado por pares , onde está “associado” a , mediante alguma regra de associação. Caro(a) aluno(a), é bastante comum representarmos as relações por meio de um sistema cartesiano ortogonal (plano cartesiano) ou por meio de diagramas, conhecidos como diagramas de flechas. Exemplo: Sejam os conjuntos e , e a relação . Vamos enumerar os elementos de . Considerando que pois , e seguindo esse mesmo raciocínio para os outros elementos, temos que: . A figura a seguir ilustra as representações da relação. R (x, y) x ∈ A y ∈ B A = {1, 2, 3, 4, 5, 6} B = {−2, −1, 3, 4} R = {(x, y) ∈ A × B|x < y} R (1, −2) ∉ R 1 > −2 R = {(1, 3), (1, 4), (2, 3), (2, 4), (3, 4)} R R R Pelos exemplos que você acabou de ver, é possível inferir algumas observações sobre as relações: 1) no diagrama de flechas de uma relação de em , nem todo elemento do conjunto precisa estar necessariamente associado com um elemento do conjunto . 2) não existe a necessidade de para cada elemento de associarmos um único elemento em . A B A B A B 109 Função Caro(a) aluno(a), nesta seção veremos a definição (primeiramente intuitiva e posteriormente formal) de função, bem como sua linguagem e notação. Também veremos como esta ferramenta matemática nos auxilia imensamente em situações problema e aplicações. Antes de formalizarmos os conceitos precisamos diferenciar variáveis de incógnitas. Exemplo: Um posto de combustível comercializa o litro do álcool a e o litro da gasolina a . Situação A: Felipe tem e quer abastecer seu veículo com gasolina. O rapaz gostaria de saber quantos litros ele conseguirá abastecer com o valor que possui. Neste caso, não temos nenhuma grandeza variável, uma vez que o preço da gasolina é fixo e a quantidade de dinheiro que Felipe tem também é fixa. Portanto, podemos equacionar o problema para obter a quantidade de litros. Neste caso, a quantidade de litros é uma incógnita. Situação B: O campo na bomba de combustível que registra o valor a ser pago por determinada quantidade de litros está com defeito, de modo que só é possível saber a quantidade de combustível que está saindo da bomba. Assim, caso o frentista queira criar uma tabela para facilitar seu trabalho, relacionando a quantidade de litros de combustível (álcool ou gasolina) com o preço a ser pago pelo cliente, ele teria R$2, 90 R$4, 15 R$30, 00 4, 15 ⋅ x = 30 x = x ≈ 7, 23L 30 4,15 110 Tabela 1: Relação da quantidade de combustível com o preço a ser pago pelo cliente. Litros Álcool Gasolina Valor (R$) Valor (R$) 1 2,90 4,15 2 5,80 8,30 3 8,70 12,45 4 11,60 16,60 5 14,50 20,75 ⋮ ⋮ ⋮ Caro(a) aluno(a), observe que neste caso, nem a quantidade de litros e nem o valor a ser pago são fixos, uma vez que esses valores dependem das escolhas dos clientes. Assim, chamamos estas duas grandezas de variáveis.111 Então, lembre-se: quando for necessário utilizar letras para representar um valor desconhecido, mas que é um valor específico e que não muda, como é o caso das equações, este valor desconhecido é denominado incógnita. Por sua vez, quando existem duas grandezas que variam de acordo com uma relação de dependência, chamamos essas duas grandezas de variáveis. Essa correspondência entre grandezas variáveis é que dá o aspecto dinâmico às funções, inclusive sendo possível representar algébrica e graficamente trajetórias de objetos através delas. Agora que compreendemos a noção intuitiva de função, vamos à definição formal? Definição. Dados dois conjuntos não vazios e , uma relação de em recebe o nome de função de em se, e somente se, para todo existe um só tal que . Notação: Logo, toda função é uma relação, mas nem toda relação é uma função. O que as diferencia é exatamente o fato de que uma função de em é uma relação, uma lei, uma regra de formação que associa todo elemento de a um único elemento de . Isso implica que no diagrama de flechas temos duas condições importantes a serem respeitadas para que tenhamos uma função: 1. deve partir uma flecha de cada elemento do conjunto . 2. não deve partir mais de uma flecha de um elemento do conjunto . A B f A B A B x ∈ A y ∈ B (x, y) ∈ f f : A → B(lê − se :f de A em B) x → y = f(x)(para cada x há uma valor f(x) associado) A B A B A A 112 Domínio, Contradomínio e Imagem Caro(a) aluno(a), a partir de agora vamos nomear alguns dos elementos relacionados às funções. Talvez você ainda se recorde deles, mas não deve haver dúvidas conceituais na linguagem matemática a ser utilizada. Apropriar-se da linguagem formal o/a ajudará muito nas demais disciplinas do curso. Definição: Seja uma função. 1. o conjunto é denominado domínio da função , denotado por . Representa os valores que a variável independente assume. 2. o conjunto é denominado contradomínio da função , denotado por . Representa os valores que a variável dependente assume. 3. o subconjunto de dado por todos os valores produzidos pela associação é denominado conjunto imagem de , e é denotado por . Representa os valores que a variável dependente assume. Ou seja, f : A → B A f D(f) B f CD(f) B f f Im(f) Im(f) = {y ∈ B| existe x ∈ A tal que y = f(x)} 113 Figura 4: Domínio, Contradomínio e Imagem de uma função. Como vimos, nos diagramas de flechas, nem todos os elementos do contradomínio (conjunto de chegada das flechas) necessitam receber uma flecha, ou seja, nem todo elemento do contradomínio precisa estar associado a um elemento do domínio. Por sua vez, os elementos do domínio necessariamente precisam estar associados a um elemento do contradomínio para que seja uma função. Ao conjunto destes elementos que estão associados a algum é o que chamamos de imagem. Observe o diagrama de flechas ilustrado na figura a seguir. y ∈ B x ∈ A 114 Figura 5: Domínio, contradomínio e imagem. Exemplo: Considere a função dada por , onde e . Pela definição que acabamos de ver, temos que: Exemplo: Seja dada por . Temos que: e . Neste caso, para determinar o conjunto imagem, não é tão direto. Com a ajuda da figura seguinte observamos que só os valores de entre e estão associados com valores de no domínio de . Portanto, . f : A → B f(x) = 5x − 3 A = {1, 2, 3, 4} B = {0, 2, 7, 12, 17, 22, 27} D(f) = A = {1, 2, 3, 4} CD(f) = B = {0, 2, 7, 12, 17, 22, 27} Im(f) = {2, 7, 12, 17} g : [0, 3] → R g(x) = x2 − 2x − 1 D(g) = [0, 3] CD(g) = R y −2 2 x g Im(g) = [2, 2] 115 Figura 6: gráfico da função .g Condições para Determinação do Domínio de uma Função Em alguns casos, a lei de formação de uma função pode não estar bem definida. Os casos em que isso acontece são em funções fracionárias, ou seja, quando existe a possibilidade de a variável zerar o denominador; ou em funções em que a variável se encontra no radicando de uma raiz de índice par, pois não existe raiz com índice par de números negativos no conjunto dos números reais. 116 Podemos ainda juntar estas duas condições. Vejamos alguns exemplos que ilustram essas situações. Exemplo (Função fracionária): Seja a função . Como não podemos ter o denominador igual a zero, devemos impor a condição: Portanto, . Podemos ainda representar esse conjunto de outras formas, como: ou Exemplo (Função com raiz de índice par): Seja a função . Havendo uma raiz quadrada, precisamos que o radicando seja maior ou igual a zero para que a lei de formação de faça sentido e possa ser calculada. Então, impomos a condição: Portanto, , ou ainda, . Paridade de Funções Definição: Dizemos que uma função é par se, para todo , . Por outro lado, dizemos que uma função é ímpar se, para todo , . Apesar da definição de paridade de função parecer muito mais algébrica, existe uma interpretação geométrica interessante. Como em uma função par a imagem de e é igual, o gráfico é simétrico em relação ao eixo . Por sua vez, para a função f(x) = x+23x−12 3x − 12 ≠ 0 3x ≠ 12 x ≠ x ≠ 4 12 3 D(f) = {x ∈ R| x ≠ 4} D(f) = R − {4} D(f) =] − ∞, 4[∪]4, +∞[ g(x) = √x − 5 g x − 5 ≥ 0 x ≥ 5 D(g) = {x ∈ R| x ≥ 5} D(g) = [5, +∞[ f : A → B x ∈ A f(−x) = f(x) f : A → B x ∈ A f(−x) = −f(x) x −x y 117 Figura 7: ímpar as imagens de e são opostas, e assim, o gráfico é simétrico em relação à origem. Exemplo: Seja a função . Temos que: Portanto, temos que a função é par (Figura 7). x −x f(x) = x2 − 2 f(x) = x2 − 2 f(−x) = (−x)2 − 2 = x2 − 2 = f(x) f(x) = x2 − 2 f(x) = x2 − 2 Exemplo: Seja a função . Temos que:g(x) = x 3 4 118 Figura 8: Portanto, a função é ímpar (Figura 8). g(x) = g(−x) = = − = −g(x) x3 4 (−x)3 4 x3 4 g(x) = x 3 4 g(x) = x 3 4 Função Injetora, Sobrejetora e Bijetora Definição: Uma função é dita injetora se, para todo e , com , tivermos . f x1 ∈ D(f) x2 ∈ D(f) x1 ≠ x2 f(x1) ≠ f(x2) 119 Logo, uma função é injetora quando elementos distintos do domínio estão associados a elementos distintos do contradomínio. Pensando na representação de diagrama de flechas, a condição de injetividade se caracteriza pelo fato de nenhum elemento do contradomínio receber duas flechas. Definição. Uma função é dita sobrejetora se, para todo , existe tal que . Em outras palavras, é sobrejetora se, e somente se, . Dessa forma, caro(a) aluno(a), no diagrama de flechas de uma função sobrejetora, nenhum elemento do contradomínio fica sem receber uma flecha. Note que essa condição de sobrejetividade não impede que um elemento do contradomínio receba mais do que uma flecha, assim uma função pode ser sobrejetora sem que seja injetora. Exemplo: Sejam os conjuntos e , e a função dada por . Observando o diagrama de flechas (figura), percebe-se, facilmente, que nenhum elemento de recebe mais de uma flecha. Portanto, trata-se de uma função injetora. Por outro lado, existem elementos de que não recebem nenhuma flecha, indicando que a função não é sobrejetora. Outra forma de mostrar que a função não é sobrejetora é notar que . Por exemplo, para não existe nenhum tal que . f y ∈ CD(f) x ∈ D(f) y = f(x) f Im(f) = CD(f) A = {0, 1, 2, 3} B = {1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8} f : A → B f(x) = 2x + 1 B B Im(f) ≠ B 4 ∈ B x ∈ A f(x) = 4 120 Figura 9: Função Injetora. Definição: Uma função é dita bijetora se for injetora e sobrejetora, simultaneamente. A definição acima é equivalente a dizer que uma função é bijetora se, e somente se, para qualquer elemento , existe um único elemento tal que . Uma função bijetora representa uma relação biunívoca, também conhecida como relação um a um, entre o domínio e o contradomínio. Caro(a) aluno(a), podemos, através da representação cartesiana, identificar quando uma função é injetora, sobrejetora ou bijetora. Para isso, basta analisarmos o número de pontos de interseção das retas paralelas ao eixo das abscissas, conduzidas por cada ponto em que . Esse teste é conhecido como Teste da reta horizontal. f : A → B y ∈ B x ∈ A f(x) = y(0, y) y ∈ CD(f) 121 Definição. Seja a função , consideram-se as retas horizontais por , com : 1. se nenhuma reta corta o gráfico mais de uma vez, então a função é injetora. 2. se toda reta corta o gráfico, então a função é sobrejetora. 3. se toda reta corta o gráfico uma única vez, então a função é bijetora. Exemplo: Observe como as retas horizontais auxiliam no processo de determinar se a função é injetora, sobrejetora ou bijetora. f : A → B (0, y) y ∈ B 122 Acesse o link: Disponível aqui Na maioria das vezes não nos damos conta, mas estamos diariamente em contato com as funções matemáticas. Por exemplo, o preço a pagar por uma compra no supermercado depende da quantidade de produtos que foram colocados no carrinho. Assim, a quantidade de produtos selecionados é a função do preço a pagar. Quando lemos ou assistimos ao jornal e nos deparamos com gráficos, nada mais é que uma relação entre dois elementos, ou seja, função é uma relação Matemática estabelecida entre duas variáveis. 123 http://www.matematica.seed.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=1355 13 Funções: Composta, Inversa, Linear, Afim e Modular Função Composta Vamos iniciar este conteúdo a partir de uma abordagem prática! Suponha que um automóvel permaneça a uma velocidade média de em uma viagem. Para determinar a distância , em quilômetros, percorrida por este automóvel em função do tempo , em horas, de viagem escrevemos . Supondo ainda que esse automóvel tenha um consumo médio de por quilômetro percorrido, podemos relacionar a quantidade de combustível , em litros, com a distância , em quilômetros, percorrida pela função . Com as funções que escrevemos é possível calcular a quantidade de combustível gasta depois de uma hora e meia de viagem: Distância percorrida: Quantidade de combustível: 90km/h d t d = 90 ⋅ t 0, 1L c d c = 0, 1 ⋅ d d = 90 ⋅ t → 90 ⋅ 1, 5 = 135km c = 0, 1 ⋅ d → 0, 1 ⋅ 135 = 13, 5L Também é possível escrever uma função que relacione diretamente a quantidade de combustível com o tempo de viagem, fazendo . Assim: Obtemos o diagrama da figura. Dizemos, neste caso, que a função é a composta da função com a função . c = 0, 1 ⋅ d → 0, 1 ⋅ (90 ⋅ t) = 9 ⋅ t f(t) = d = 90 ⋅ t g(d) = c = 0, 1 ⋅ d h(t) = c = 9 ⋅ t h g f 125 Figura 1: Composição de funções. Definição. Sejam as funções e . Chama-se função composta de e a função , em que , para todo . Denotamos a composta de e por (lê-se “ composta com ”). f : A → B g : B → C g f h : A → C h(x) = g(f(x)) x ∈ A g f g ∘ f g f Caro(a) aluno(a), atente-se ao fato de que é preciso que esteja contida no domínio da função para que a composta faça sentido, pois para calcularmos precisamos, inicialmente, calcular e depois, obter a imagem de pela função , obtendo assim . Ou seja, . Im(f) g g(f(x)) f(x) f(x) g g(f(x)) D(g ∘ f) = {x ∈ D(f) |f(x) ∈ D(g)} Exemplo: Considere as funções , e . Vamos determinar algumas composições: f(x) = 4x + 1 g(x) = x2 − 8x + 6 h(x) = 4 2−x 126 Note que, em geral, e que tanto quanto tem domínio igual a e, portanto, não tivemos nenhum problema com o domínio das funções compostas envolvendo essas funções. No entanto, como , observe o que acontece com o domínio de : , e isto está relacionado ao fato de que: e . Então faz todo sentido que . No caso de , o domínio permanece sendo o domínio de , pois nessa composição, a primeira função a ser calculada é : (f ∘ g)(x) = f(g(x)) = f(x2 − 8x + 6) = 4(x2 − 8x + 6) + 1 = 4x2 − 32x + 25 (g ∘ f)(x) = g(f(x)) = g(4x + 1) = (4x + 1)2 − 8(4x + 1) + 6 = 16x2 + 8x + 1 − 32x − 8 + 6 = 16x2 − 24x − 1 (f ∘ f)(x) = f(f(x)) = f(4x + 1) = 4(4x + 1) + 1 = 16x + 5 f ∘ g ≠ g ∘ f f g R D(h) = {x ∈ R |x ≠ 2} h ∘ f (h ∘ f)(x) = h(f(x)) = h(4x + 1) = = 4 2 − (4x + 1) 4 1 − 4x D(h ∘ f) = {x ∈ R ∣∣x ≠ }14 f ( ) = 4 ⋅ + 1 = 21 4 1 4 2 ∉ D(h) ∉ D(h ∘ f)1 4 f ∘ h h h (f ∘ h)(x) = f(h(x)) = f ( ) = 4( ) + 1 = + 14 2 − x 4 2 − x 16 2 − x Função Inversa Agora, vamos estudar sobre funções inversas. Novamente, vamos partir de um exemplo. Um posto de combustível comercializando gasolina a , podemos relacionar a quantidade de litros de gasolina, , com o valor a ser pago, , através de duas funções. Primeiro, imaginemos que o cliente escolha a quantidade de litros, ou seja, é a variável independente, e o valor está condicionado à escolha de , logo é a variável dependente, e para relacionar essa dependência escrevemos a função . R$ 4, 15 q v q v q v v = 4, 15 ⋅ q 127 Podemos também imaginar que o cliente escolha o valor a ser pago. Neste caso a variável independente é e a quantidade de litros dependerá do valor que o cliente deseja pagar, ou seja, é a variável dependente. Escrevemos, portanto, a função . Chamamos de a função que associa cada quantidade de gasolina com o valor a ser pago. Como e, sabendo que é a função que associa cada valor com uma quantidade de gasolina, temos que . Repare que e são bijetoras, e a imagem de , pela função , é ; e a imagem de , pela função , é . Esse é o fato que caracteriza as funções e serem inversas uma da outra. Definição. Dada uma função bijetora , dizemos que uma função é inversa de se para todos e tais que , tem-se que . Normalmente denotamos a função inversa de por ; ou seja, . A condição de que a função seja bijetora é importante, pois nesse caso podemos simplesmente mudar o sentido das flechas e termos a inversa. v q q = v 4,15 f v = f(q) = 4, 15 ⋅ q g q = g(v) = v 4,15 f g q f v v g q f g f : A → B g : B → A f a ∈ A b ∈ B f(a) = b g(b) = a f f −1 f −1 = g f Função Linear De maneira bem direta, vamos definir função linear. Definição. Toda função na forma , com é uma função linear. Ou seja, uma função é linear quando cada elemento do seu domínio associa-se ao elemento do seu contradomínio. Atente-se caro(a) aluno(a), que o domínio de uma função constante é o conjunto dos números reais, , assim como sua imagem . Exemplo: Seja a função linear . O seu gráfico é dado por: f : R → R f(x) = a ⋅ x a ≠ 0 x y = a ⋅ x D(f) = R Im(f) = R f(x) = 2 ⋅ x 128 Figura 2: .f(x) = 2 ⋅ x Exemplo: Uma empresa que produz notebooks acredita que o custo variável de produção de cada unidade de notebook é de . Isso quer dizer que a empresa gastará vezes o número de unidades de notebook produzidas. A função custo variável pode ser representada da seguinte forma: Em que representa a quantidade de notebooks que serão produzidos. R$500, 00 R$ 500, 00 Cv(x) = 500 ⋅ x x Função Afim Definição. Toda função na forma , em que e são constantes reais e , é uma função afim. Sua lei de formação é baseada em um polinômio do primeiro grau na variável . O domínio de uma função afim é o conjunto dos números reais, , assim como sua imagem . f : R → R f(x) = a ⋅ x + b a b a ≠ 0 x D(f) = R Im(f) = R 129 Figura 3: . No estudo das funções polinomiais do primeiro grau, é importante identificarmos o coeficiente linear e o coeficiente angular. A constante é o coeficiente angular, e representa a variação de correspondente a um aumento do valor de igual a . É importante destacar que quanto maior o valor de mais a reta será inclinada; ainda, quando , teremos uma função crescente, enquanto que quando teremos uma função decrescente. A constante é o coeficiente linear, e representa no gráfico a ordenada do ponto de intersecção da reta com o eixo , ou seja, no ponto . Exemplo: Seja a função afim . O seu gráfico é dado por: a y x 1 a a > 0 a < 0 b y (0, y) f(x) = 1 ⋅ x − 2 f(x) = 1 ⋅ x − 2 No estudo da função afim, é importante conhecermos a raiz da função (ou também conhecido como zero da função), ou seja, o valor de para o qual a função intercepta o eixo das abscissas. Para obtermos o valor da raiz da função afim , fazemos e assim: x y = a ⋅ x + b y = 0 x = − b a 130 Dessa forma, no caso do exemplo anterior temos que a raiz da função é igual a , ou seja, a função intercepta o eixo das abscissas no ponto . Exemplo: Na conversãode graus Celsius ( ºC ), para graus Fahrenheit ( ºF ) utilizamos a seguinte fórmula: Note que a fórmula é uma função afim, em que é uma função de , uma vez que é a variável independente à qual podemos atribuir qualquer valor, e a este valor corresponderá um único valor de . f(x) = 1 ⋅ x − 2 x = − = 2 (−2) 1 (2, 0) F = ⋅ C + 32 9 5 F C C F Figura 4: Função modular. Função Modular Definição. A função modular é definida da seguinte forma: Cuja representação gráfica é a união de duas semirretas de origem , que são bissetrizes do 1º e 2º quadrantes. f(x) = {−x, x < 0 x, x ≥ 0 O 131 Figura 5: . O domínio da função modular é e a imagem é uma vez que a função somente assume valores reais não negativos. Exemplo: Seja . Temos que: D(f) = R Im(f) = R+ f(x) = |2x − 1| f(x) = {−(2x − 1), para − 2x + 1 < 0 2x − 1, para2x − 1 ≥ 0 ⇒ f(x) = { 1 − 2x, x < 2x − 1, x ≥ 1 2 1 2 f(x) = |2x − 1| 132 14 Funções Quadráticas Caro(a) aluno(a), a função quadrática possui inúmeras aplicações cotidianas, como no estudo do movimento uniformemente variado, no lançamento de projéteis, no estudo do processo de fotossíntese das plantas, no cálculo de custo, receita e lucro etc. Um exemplo é de função quadrática é a expressão , que relaciona o espaço em função do tempo, em que é o espaço, é a aceleração, é a velocidade e é o tempo. s = s0 + v0 ⋅ t + a⋅t2 2 s a v t Definição. Toda função na forma , em que , e são constantes reais e , é uma função quadrática. Sua lei de formação é baseada em um polinômio do segundo grau na variável . Atente-se que diferentemente da função afim, a representação gráfica da função quadrática é uma parábola de concavidade para cima ou para baixo, que intercepta o eixo no ponto . Exemplo: Seja a função quadrática . Seu gráfico é dado por: f : R → R f(x) = a ⋅ x2 + b ⋅ x + c a b c a ≠ 0 x y (0, c) f(x) = x2 + 5 ⋅ x − 2 134 Figura 1: .f(x) = x2 + 5 ⋅ x − 2 Como a representação gráfica de uma função quadrática é uma parábola, não basta conhecermos apenas dois pares ordenados. Logo, é importante conhecermos outros itens, que nos auxiliarão para elaboração do gráfico. Os pontos em que a parábola intercepta o eixo são as raízes da função quadrática. Na figura anterior, notamos que a função possui duas raízes reais; no entanto, também existem casos em que a função possui apenas uma raiz real, ou ainda, não possui qualquer raiz real. x 135 Para determinarmos um valor de que seja raiz da função, precisamos fazer . Desse modo, a equação encontrada será uma equação de segundo grau, na forma que pode ser resolvida por Bháskara. De acordo com o valor de , podemos determinar o número de raízes da função: para : duas raízes reais distintas; para : duas raízes reais iguais; para : não possui raiz real; Ainda, de acordo com o sinal do coeficiente podemos determinar a concavidade da parábola: para : concavidade voltada para cima; para : concavidade voltada para baixo. x f(x) = 0 a ⋅ x2 + b ⋅ x + c Δ Δ > 0 Δ = 0 Δ < 0 a a > 0 a < 0 Caro(a) aluno(a), atente-se que toda parábola é simétrica em relação à reta paralela ao eixo que passa pelo seu vértice, cujo ponto é dado por: O vértice será o ponto máximo da parábola quando sua concavidade estiver voltada para baixo, ou será o ponto mínimo da parábola quando sua concavidade estiver voltada para cima. Sabendo que o domínio da função quadrática é o conjunto , sua imagem é definida a partir da concavidade da parábola: Se , a imagem será ; y V (xv, yv) = ( , − ) −b 2a Δ 4a D(f) = R a > 0 Im(f) = {y ∈ R ∣∣y ≥ − }Δ4a 136 Se , a imagem será . Exemplo: Vamos esboçar o gráfico de . Por meio da função, já sabemos que o gráfico é uma parábola que passa pelo ponto . Vamos determinar suas raízes, por Bháskara: Caro(a) aluno(a), como , teremos duas raízes reais distintas: O vértice é dado por: Portanto, podemos concluir que a representação gráfica de é uma parábola com concavidade para baixo, uma vez que , e que intercepta o eixo em dois pontos: e , e cujo ponto máximo é o ponto , representado na figura a seguir. a < 0 Im(f) = {y ∈ R ∣∣y ≤ − }Δ4a f(x) = −x2 + 10 ⋅ x − 14 (0, −14) a ⋅ x2 + b ⋅ x + c ⇒ −x2 + 10 ⋅ x − 14 Δ = b2 − 4 ⋅ a ⋅ c ⇒ Δ = (10)2 − 4 ⋅ (−1) ⋅ (−14) = 44 Δ > 0 x = ⇒ ⎧⎪ ⎨ ⎪⎩ x1 = = 1.68 x2 = = 8.32 −b ± √Δ 2 ⋅ a −10+√44 2⋅(−1) −10−√44 2⋅(−1) ( , − ) ⇒ ( , − ) = (5, 11)−b 2a Δ 4a −10 2 ⋅ (−1) 44 4 ⋅ (−1) f(x) = −x2 + 10 ⋅ x − 14 a < 0 x (1.68, 0) (8.32, 0) (5, 11) 137 Figura 2: .f(x) = −x2 + 10 ⋅ x − 14 Exemplo: Esboce o gráfico de . Por meio da função, já sabemos que o gráfico é uma parábola que passa pelo ponto . Vamos determinar suas raízes, por Bháskara: Caro(a) aluno(a), atente-se que como , teremos duas raízes reais iguais: O vértice é dado por: f(x) = −x2 + 2 ⋅ x − 1 (0, −1) ax2 + bx + c ⇒ −x2 + 2x − 1 Δ = b2 − 4 ⋅ a ⋅ c ⇒ Δ = (2)2 − 4 ⋅ (1) ⋅ (−1) = 0 Δ = 0 x = ⇒ ⎧⎪ ⎨ ⎪⎩ x1 = = 1 x2 = = 1 −b ± √Δ 2 ⋅ a −2+√0 2⋅(−1) −2−√0 2⋅(−1) ( , − ) ⇒ ( , − ) = (1, 0)−b 2 ⋅ a Δ 4 ⋅ a −2 2 ⋅ (−1) 0 4 ⋅ (−1) 138 Figura 3: . Neste caso, o ponto do vértice é o mesmo ponto de intersecção com o eixo encontrado anteriormente. Dessa forma, para elaborar o gráfico, podemos utilizar a Tabela 4 para encontrar mais alguns pontos: x Tabela 1: do Exemplo 15. f(x) = −x2 + 2 ⋅ x − 1 (x, y) ⋮ ⋮ ⋮ −2 −(−2)2 + 2 ⋅ (−2) − 1 = −4 − 4 − 1 = −9 (−2, −9) 0 −(0)2 + 2 ⋅ 0 − 1 = −1 (0, −1) 3 −(3)2 + 2 ⋅ 3 − 1 = −9 + 6 − 1 = −4 (3, −4) ⋮ ⋮ ⋮ f(x) = −x2 + 2 ⋅ x − 1 f(x) = −x2 + 2x − 1 139 15 Funções: Exponencial e Logarítmica Figura 1: Formas gerais do gráfico de . Função Exponencial Definição. Toda função na forma , em que é uma constante positiva e é o expoente variável, é uma função exponencial. Os gráficos da função exponencial podem apresentar três formas possíveis. Se o valor de cresce com crescente; se o valor de decresce com decrescente; e se o valor de é constante (Figura 1). f : R → R f(x) = ax a x a > 1 ax x 0 < a < 1 ax x a = 1 ax f(x) = ax Ainda, o gráfico de é a reflexão de . Isso ocorre porque ao substituirmos por em , vamos obter . y = (1/a)x y = ax x −x y = ax y = a−x = (1/a)x 141 Figura 2: O gráfico de é a reflexão de .f(x) = (1/a)x f(x) = ax A partir da figura anterior, também inferimos que os gráficos de assumem inclinações mais acentuadas à medida que a base aumenta. Para a função exponencial, se temos que: Isso significa que todas as representações gráficas da função exponencial passam pelo ponto (figura abaixo). y = ax a x = 0 f(0) = a0 = 1 (0, 1) 142 Figura 3: O par ordenado pertence a toda função exponencial.(0, 1) Se , temos que está bem definida, e tem um valor real para cada valor real de , logo, o domínio será . Por sua vez, a imagem será , visto que o gráfico decresce em direção a zero (sem nunca atingi- lo) e cresce sem parar à medida que o percorremos em um sentido. a > 0 f(x) = ax x D(f) = R Im(f) = (0, +∞) 143 Se uma população está se modificando a uma taxa percentual constante a cada ano , então: Sabendo disso, vamos determinar a função exponencial que descreve a população de uma cidade daqui a 5 anos, considerando que inicialmente a mesma possui 100.000 habitantes e taxa de crescimento de 8% ao ano. De acordo com os dados, temos que: Assim, daqui a 5 anos, a população da cidade passará de 100.000 habitantes, para 156.932. (P) (r) (t) P(t) = P0 ⋅ (1 + r) t P(t) = 100.000 ⋅ (1 + 0, 08)t P(5) = 100.000 ⋅ (1, 08)5 P(5) ≈ 156.932, 80 Função Exponencial Natural Caro(a) aluno(a), dentre as bases das funções exponenciais, a base tem um papel muito importante no cálculo. É um número irracional, cujo valor até a quinta casa decimal é dado por: A função é denominada função exponencial natural, cuja representação gráfica situa-se entre os gráficos de e (Figura 4). Perceba que no gráfico de a função cruza o eixo y com uma inclinação igual a 1. e e ≈ 2, 71828 f(x) = ex f(x) = 2x f(x) = 3x f(x) = ex 144Figura 4: Representação gráfica de .f(x) = ex A importância da base no cálculo se dá uma vez que é a única base para a qual a inclinação da reta tangente à curva em qualquer ponto da curva é igual à coordenada do ponto (ANTON et al., 2007). e a = e y = ax P y P Função Logarítmica Definição. Toda função na forma , em que é uma constante positiva e , é uma função logarítmica. f : R → R f(x) = logax a a ≠ 1 145 Figura 5: A função exponencial e a função logarítmica são inversas. Se e , temos que a função é a inversa da função exponencial, pois de acordo com a definição de logaritmos, temos que: . a > 0 a ≠ 1 f(x) = logax logax = y ⇔ a y = x 146 A partir da figura anterior podemos inferir que os gráficos de e de são reflexões um do outro pela reta . É possível estabelecermos correspondências entre e . Observe o Quadro 1. y = ax y = logax y = x ax logax Quadro 1: Correspondência entre as propriedades das funções logarítmicas e exponenciais | Fonte: ANTON et al. (2007, p. 69). Propriedade de Propriedade de ax logax a0 = 1 loga1 = 0 a1 = a logaa = 1 D = (−∞, +∞) D = (0, +∞) Im = (0, +∞) Im = (−∞, +∞) Para a função logarítmica, as representações gráficas passam pelo ponto , conforme Figura 6. (1, 0) 147 Figura 6: O par ordenado pertence a toda função logarítmica.(1, 0) Assim como para a função exponencial, o logaritmo mais importante é o de base , conhecido como logaritmo natural. Comumente, é escrito como ; onde lê-se função logaritmo natural. Exemplo: Maria investiu em uma conta que rende de juros compostos anualmente. Em quanto tempo ela atingirá ? Temos que e . Assim, a quantia na conta em anos será dada por: e log e x ln x R$ 1.000, 00 7, 25% R$ 3.000, 00 P0 = 1.000 r = 0, 0725 t 148 Assim, temos que Maria atingirá em aproximadamente 16 anos. P(t) = P0 ⋅ (1 + r) t 1.000 ⋅ (1, 0725)t = 3.000 (1, 0725)t = 3 ln(1, 0725)t = ln 3 t ln 1, 0725 = ln 3 t = t = t ≈ 15, 91 ln 3 ln 1,0725 1,098 0,069 R$ 3.000, 00 Os logaritmos foram inventados, no começo do século XVII, como um instrumento para facilitar e simplificar o cálculo aritmético, permitindo que se efetuassem, com maior rapidez, operações complicadas, para a época, como o produto de números muito grandes ou uma potenciação com expoente fracionário. Fonte: RIBEIRO A. et al, 2003. 149 16 Funções Trigonométricas Figura 1: Função seno. Caro(a) aluno(a), é importante destacar que as funções trigonométricas que estudaremos ao longo desta unidade são periódicas, isso quer dizer que quando um ângulo de medida e um ângulo de medida estão na posição-padrão, suas semirretas terminais coincidem; em suma, isso significa que os valores das funções trigonométricas se repetem em intervalos regulares. Definição. Uma função é periódica se existe um número positivo tal que para qualquer valor de . O período de será o menor valor possível de . Função Seno Definição. Toda função que a cada faz corresponder o número real , é uma função seno. A função seno é uma função contínua e limitada (Figura 1). A partir da sua representação gráfica, também chamada de senoide, notamos que a função é ímpar, e por definição: θ θ + 2π f(x) p f(x + p) = f(x) x f p f : R → R x ∈ R y = senx sen(−θ) = = −senθ −y r Quanto ao domínio e a imagem da função seno, temos que e que , ou seja, . D(f) = R Im(f) = {y ∈ R |−1 ≤ y ≤ 1 } −1 ≤ senx ≤ 1 151 Para a função em estudo, quando , , e assim, a intersecção com o eixo é o ponto ; por sua vez, a intersecção com o eixo é feita fazendo , ou seja, quando, em que é um número inteiro. Logo, pode-se concluir que os zeros da função seno ocorrem nos múltiplos inteiros de . x = 0 f(0) = sen0 = 0 y (0, 0) x f(x) = senx = 0 x = nπ n π Uma importante propriedade da função seno é que ela é periódica, e possui período igual a . Isso quer dizer que: .2π sen(x + 2π) = senx O estudo do sinal e da monotonicidade da função seno, no intervalo de até , encontra-se no Quadro 1. 0 2π Quadro 1: Estudo do sinal e da monotonicidade da função seno. Intervalo Sinal positiva positiva negativa negativa monotonicidade crescente decrescente decrescente crescente [0, ]π 2 [ ,π]π 2 [π, ]3π 2 [ , 2π]3π 2 Exemplo: Determine o domínio e a imagem da função . A representação gráfica da função encontra-se na figura a seguir. f(x) = 3 + 5senx 152 Figura 2: função .f(x) = 3 + 5senx Temos que o domínio da função seno é o conjunto dos números reais, e assim, . Para determinar a imagem, fazemos: Lembrando que a imagem de seno é dada por , podemos escrever que: Portanto, a imagem da função é . D(f) = R y = 3 + 5senx senx = ( )y−3 5 Im(f) = [−1, 1] −1 ≤ y ≤ 1 −1 ≤ ≤ 1 −5 ≤ y − 3 ≤ 5 −2 ≤ y ≤ 8 y−3 5 f(x) = 3 + 5senx Im(f) = [−2, 8] 153 Figura 3: Função cosseno. Função Cosseno Definição. Toda função que a cada faz corresponder o número real , é uma função cosseno. A representação gráfica da função cosseno, denominada de cossenoide, encontra-se na figura 3. A partir da mesma, notamos que a função é contínua, limitada, e é uma função par, ou seja, f : R → R x ∈ R y = cos x cos (−θ) = = cos θ x r Para a função cosseno, temos que e que , ou seja, . Para a função em estudo, quando , , e assim, a intersecção com o eixo é o ponto . A intersecção com o eixo é feita fazendo , ou seja, quando , em que é um número inteiro. Assim como para a função seno, a função cosseno é periódica, e tem período igual a , ou seja: . A partir da representação gráfica da função cosseno, podemos estudar o sinal e a monotonicidade, no intervalo de até (Quadro 2). D(f) = R Im(f) = {y ∈ R |−1 ≤ y ≤ 1 } −1 ≤ cos x ≤ 1 x = 0 f(0) = cos 0 = 1 y (0, 1) x f(x) = cos x = 0 x = + nππ 2 n 2π cos(x + 2π) = cos x 0 2π 154 Figura 4: Função . Quadro 2: Estudo do sinal e da monotonicidade da função cosseno. Intervalo Sinal positiva negativa negativa positiva monotonicidade decrescente decrescente crescente crescente [0, ]π 2 [ , π]π 2 [π, ]3π 2 [ , 2π]3π 2 Exemplo: Determine o período, o domínio e a imagem da função . A representação ilustrativa da função encontra-se na figura a seguir. f(x) = 3 cos(−2x + 5) f(x) = 3 cos(−2x + 5) O período da função é . O domínio da função é . A imagem da função é . π D(f) = R Im(f) = [2, 4] 155 Figura 5: Função Tangente. Função Tangente Definição. Toda função que a cada faz corresponder o número real , é uma função tangente. A representação gráfica da função tangente encontra-se na figura 5. Notamos que a função é ímpar, e por definição: Quanto ao domínio e a imagem da função tangente, temos que e que . f : R → R x ∈ R y = tgx tg(−θ) = = = −tgθ sen(−θ) cos(−θ) −senθ cosθ D(f) = {x ∈ R ∣∣x ≠ + nπ, n ∈ Z}π2 Im(f) = R Logo, podemos concluir que a função é contínua sobre o seu domínio, e não é ilimitada nem superior e nem inferiormente. Quanto aos interceptos da função tangente, quando , , e assim, a intersecção com o eixo é o ponto . A intersecção com o eixo é feita fazendo , ou seja, quando , em que é um número inteiro. A função tangente é periódica e possui período igual a , assim: . Para a função tangente, temos que a mesma é crescente, exceto nos pontos , em que é um número inteiro, onde a função não está definida. x = 0 f(0) = tg0 = 0 y (0, 0) x f(x) = tgx = 0 x = nπ n π tg(x + π) = tgx x = n π 2 n 156 O Quadro 3 apresenta o estudo do sinal da função tangente, no intervalo de até .0 2π Quadro 3: Estudo do sinal da função tangente. Intervalo Sinal positiva negativa positiva negativa [0, ]π 2 [ , π]π 2 [π, ]3π 2 [ , 2π]3π 2 Exemplo: Determine o domínio da função . Sabemos que o domínio de é . Para determinar o domínio de , vamos fazer: Assim, o domínio de é . f(x) = tg π 2 f(x) = tgx D(f) = {x ∈ R ∣∣x ≠ + nπ, n ∈ Z}π2 f(x) = tg π 2 x ≠ + nπ, n ∈ Z ⇒ x ≠ π + 2nπ, n ∈ Z π 2 f(x) = tg π 2 D(f) = {x ∈ R |x ≠ π + 2nπ, n ∈ Z} 157 Conclusão Chegamos, enfim, ao final da nossa disciplina, que é de suma importância para todo o desenvolvimentodo pensamento matemático. Esse pensamento não é algo que deve estar apenas na mente de pessoas que estudam mais profundamente esse conteúdo e, sim, na mente de todos. A lógica existente por trás dos tópicos expostos é um exercício fundamental para o melhor desenvolvimento de nosso raciocínio lógico. Nesta disciplina, vimos desde os primeiros conceitos básicos por trás de toda a matemática, partindo da ideia de conjuntos e, em seguida, estudando as relações entre conjuntos diferentes, as chamadas funções. As diversas abordagens práticas que podemos retirar dos conteúdos apresentados são uma maneira de explicar e exemplificar os assuntos abordados. Desde o agrupamento de itens com características semelhantes, até a função que modela o comportamento de situações do cotidiano. Tentamos, por meio deste material, mostrar que a matemática e seus conteúdos podem ser explicados e entendidos de maneira mais fácil e não precisam ser o “terror” dos alunos. É nosso objetivo abordar esses pontos de maneira didática, utilizando de observações importantes para os assuntos necessários, e aplicações em nosso cotidiano sempre que possível. É importante que você, caro(a) aluno(a), não se esqueça de que agora é um acadêmico do ensino superior, e que pesquisar é uma parte importante de seus estudos. Nunca se limite a apenas um local de pesquisa, busque conhecimentos e tome sempre cuidado com as fontes de sua pesquisa. Espero que possa aproveitar muito este material que foi desenvolvido especialmente para você. Um forte abraço e bons estudos! 158 Material Complementar Livro Fundamentos de Matemática Elementar - Conjuntos - Funções Autores: Gelson Iezzi & Carlos Murakami Editora: Atual Sinopse: “Fundamentos de Matemática Elementar” é uma coleção consagrada ao longo dos anos por oferecer ao estudante o mais completo conteúdo de matemática elementar. Este volume apresenta os seguintes tópicos: conjuntos e funções. O volume é composto por teoria e exercícios de aplicação, testes de vestibulares atualizados, selecionados criteriosamente e ordenados por grau de dificuldade, acompanhados das respostas correspondentes. Há ainda uma série de artigos sobre história da matemática relacionados aos temas abordados. Filme O Homem Que Viu o Infinito Ano: 2016 Sinopse: Sinopse: A história de Srinivasa Ramanujan, matemático indiano que fez importantes contribuições para o mundo da matemática, bem como a teoria dos números, a série e frações contínuas. 159 ANTON, H.; BIVENS, I.; DAVIS, S. Cálculo v. 1. 8ª. ed. Porto Alegre: Bookman, 2007. LIMA. E. L., Que são grandezas proporcionais? Revista do Professor de Matemática, 1986. Disponível em: http://www.rpm.org.br/cdrpm/9/4.htm. Acesso em nov. 2019. RIBEIRO A., PRATES E., VERGASTA E., DOMINGUES G., FREIRE I., BORGES L., MASCARENHAS M. Uma Razão para os Logaritmos. 2003. Disponível em: http://www.fund198.ufba.br/expo/razao.pdf. Acesso em nov. 2019. SAHD, L., O que é a sequência de Fibonacci? Revista SuperInteressante, 2018. Disponível em: https://super.abril.com.br/mundo-estranho/o-que-e-a-sequencia-de- fibonacci/. Acesso em nov. 2019. SEED – PR. Funções e suas Aplicações. Disponível em: http://www.matematica.seed.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php? conteudo=1355. Acesso em nov. 2019. SILVA. M. N. P., Raiz quadrada de um número negativo. Disponível em: https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/matematica/raiz-quadrada-um-numero- negativo.htm. Acesso em nov. 2019. Referências 160 Conjuntos Múltiplos e Divisores Frações e Dízimas Periódicas Potenciação e Radiciação Razão, Proporção e Regra de 3 Expressões Algébricas Equações e Sistemas de Equações Inequações Frações e Equações Algébricas Trigonometria Sequências Numéricas Relações e Funções Funções: Composta, Inversa, Linear, Afim e Modular Funções Quadráticas Funções: Exponencial e Logarítmica Funções Trigonométricas