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Gestão de bens patrimoniais

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Gestão de bens patrimoniais
Prof. Ms. Ettore de Carvalho Oriol
Descrição
Apresentar os conceitos de gestão patrimonial, ciclo da administração de recursos patrimoniais,
classificação pelas características dos bens patrimoniais, política de manutenção e conservação desse
bens, programas de quebras zero, inventário, avaliação de bens e sua depreciação.
Propósito
Compreender os conceitos fundamentais da gestão de bens patrimoniais, suas características e melhores
práticas de gerenciamento, para um bom aproveitamento de todo o seu potencial de geração de vantagens
econômicas para a empresa.
Objetivos
Módulo 1
A gestão dos bens patrimoniais
Definir a importância da gestão dos bens patrimoniais e seu tratamento dentro da empresa.
Módulo 2
Gerenciamento de bens patrimoniais
Identificar as classificações de gerenciamento de bens patrimoniais.
Módulo 3
Avaliação de bens patrimoniais
Reconhecer as diversas formas de avaliação dos bens patrimoniais.
A existência de cinco fatores é essencial para a produção de qualquer produto: natureza, capital,
trabalho e tecnologia, que serão reunidos por uma empresa, considerado o quinto fator. A forma pela
qual os economistas entendem a empresa está baseada na interação desses elementos.
Nessa visão, cada um desses elementos tem uma função específica, gerando uma simbiose que faz
com que entrem x fatores e saiam x+1 produtos, ou seja, que seja gerada riqueza.
Para tais economistas, a natureza é o elemento que fornece os insumos para a produção, tais como:
matérias-primas, materiais e produtos (insumos), que serão transformados para que surja o produto
final.
O capital será o fator financeiro que possibilitará essa transformação. Normalmente, ele é
representado por máquinas, equipamentos, prédios, marcas e demais bens patrimoniais necessários
Introdução
à produção. No capital, estão também o valor do capital circulante, conceito que engloba todos os
valores dispendidos na compra de materiais que viabilizam a produção.
Temos ainda o trabalho, que representa a mão de obra empregada para a transformação dos
materiais fornecidos pela natureza, utilizando as máquinas e os equipamentos fornecidos pelo
capital.
Por fim, temos a tecnologia que, hoje, se tornou mais um dos elementos que compõem a empresa e
que tem, cada vez mais, ganhado importância dentro do arranjo produtivo.
Todos esses elementos reunidos formam a empresa, pois esse é o fator que os integra de forma
harmoniosa para a criação de valor e todos são importantes para a administração de uma empresa
mas, estudaremos somente a parte do capital empregado em bens patrimoniais. Estes serão
definidos como todos os bens da empresa usados para a produção de outros bens ou serviços que,
por sua vez, serão vendidos pela empresa para a remuneração dos sócios.
1 - A gestão dos bens patrimoniais
Ao �nal deste módulo, você será capaz de de�nir a importância da gestão dos bens
patrimoniais e seu tratamento dentro da empresa.
Gestão patrimonial
Entenda a gestão de bens patrimoniais
Neste vídeo, o professor Ettore Oriol apresenta uma visão geral e os principais conceitos relacionados à
gestão de bens patrimoniais.
Conceitos relacionados à gestão patrimonial
A gestão patrimonial é o ramo da administração responsável por gerir o patrimônio da empresa que será
utilizado na produção dos materiais e bens que gerarão riqueza. Essa gestão é realizada por meio de
planejamento, estruturação de funções, conjunto racional de técnicas, operações e procedimentos
aplicados a esse patrimônio.
Os bens patrimoniais envolvidos são classificados por suas características e podem ser agrupados em:
tangíveis, intangíveis, fungíveis, infungíveis, móveis, imóveis etc.

Mas qual é a finalidade do controle do patrimônio?
O controle do patrimônio objetiva manter informações fidedignas dos bens da empresa, a fim de garantir
que a contabilidade tenha pleno conhecimento das condições financeiras de cada um.
É de responsabilidade da administração o controle dos valores que os bens têm no
mercado, dentro da empresa, histórico, contábil, de uso, bem como o estado de
conservação. Isso é o que fornecerá os documentos hábeis para que a
contabilidade possa fazer esse registro.
O objetivo de toda essa vigilância é garantir que a empresa saiba qual é o seu valor de capital investido e
quanto do seu desgaste está sendo aplicado ao custo dos produtos vendidos. Essa informação é essencial
para a tomada de decisão da alta administração da empresa, pois indica se a empresa está tendo lucro ou
prejuízo na venda de seus produtos.
Essa informação pode alterar completamente a estratégia e o posicionamento da empresa no mercado.
Segundo Porter (2005), o custo é uma das possibilidades de posicionamento de vantagens competitivas
para uma empresa frente ao mercado competidor, e, em alguns casos, pode representar uma barreira à
entrada de novos competidores.
É importante diferenciar a gestão dos bens materiais da gestão de bens patrimoniais:
Gestão de bens materiais
Está focada nos materiais e bens que serão produzidos pela empresa e rentabilizarão o patrimônio dos
sócios, ou seja, o consumidor externo.
Gestão de bens patrimoniais
É responsável pelo patrimônio que servirá para produzir esses bens a serem vendidos, tendo como
função principal garantir a conservação e manutenção dos bens da empresa.
O bom gerenciamento dos bens patrimoniais é alcançado através da busca pela continuidade da empresa,
que só é possível se o custo de produzir estiver sempre baixo o suficiente para que o seu produto seja
competitivo no mercado.
Por isso, a profissionalização dessa gestão é tão importante, já que pode garantir o controle da depreciação
dos equipamentos e peças, evitando a má qualidade dos produtos produzidos.
Além disso, proporciona uma manutenção adequada dos equipamentos, verificando os níveis de utilização
dos ativos, identificando os que não estão mais em condições de uso, mesmo que ainda tenham valor
contábil ou vida útil ativa, e acarretando na inibição de fraudes ou furtos de seus patrimônios.
Acerca deste processo, devemos levar em conta três premissas importantes:

Manter um gerenciamento sempre atualizado dos bens patrimoniais garante que os custos de produção
fiquem sempre sobre controle, pois gera informações precisas para a tomada de decisão.



Não basta iniciar a gestão com todos os dados e informações, é preciso mantê-los sempre atualizados,
escolhendo as melhores opções de manutenção, tempo de vida útil dos bens e outros aspectos
gerenciáveis.

Conhecer bem os ativos da empresa garante um perfeito gerenciamento do patrimônio, possibilitando a
criação de rotinas de inclusão de novos bens, tombamento, depreciação, registro de transferências, baixas e
alienações desses bens.
Todo esse trabalho facilitará a gestão geral da empresa, tornando-a muito melhor. A otimização dessa
gestão pode gerar grandes vantagens e maior competitividade para a empresa.
Esse gerenciamento garante orçamentos mais enxutos, pois a confiabilidade nos equipamentos é maior.
Além disso, os bens patrimoniais que não são mais rentáveis na produção podem ser vendidos, gerando
receitas extras para a empresa, bem como segurança aos funcionários, uma vez que os bens estarão mais
confiáveis.
Uma gestão de excelência dos bens patrimoniais pode trazer ganhos para todos e é
uma necessidade nos dias de hoje, por isso a boa classificação e controle devem
ser feitos com o máximo cuidado.
Com o avanço da tecnologia, são aplicadas grandes somas de capital aos bens patrimoniais. No passado,
por exemplo, existiam empresas que contavam com sete funcionários na linha de produção para um
responsável pela manutenção. Hoje, já existem empresas em que essa proporção está igualada, ou seja,
para cada funcionário dedicado à produção, temos outro para a manutenção dos bens patrimoniais.
Essa condição ocorre porque, com a automatização dos parques fabris, dos estoques, do transporte interno
na fábrica e outrasinovações, a importância da gestão desses bens cresceu em importância e quantidade.
A importância da boa gestão dos bens patrimoniais ganha maior relevância quando pensamos em sistemas
modernos de administração da produção, como o just-in-time. Nesse processo, o controle e o
gerenciamento das máquinas e equipamentos dedicados à produção devem ser muito mais precisos, pois a
quebra de um equipamento pode afetar de forma decisiva toda uma cadeia de produção, uma vez que
existem estoques para compensar essa falha.
Nesses sistemas, a má gestão é severamente penalizada, pois a filosofia prega a existência da menor
quantidade de estoques possível para a liberação de capital da empresa e redução do seu custo de
oportunidade.
Outra possibilidade para empresas que não dominam a expertise do gerenciamento de seu patrimônio é a
terceirização dessa função. Existem no mercado muitas empresas especializadas em prestar esse serviço e
que garantem um gerenciamento de qualidade e com a precisão necessária.
Antes de partimos para a análise do ciclo de administração dos bens patrimoniais, devemos nos ater um
pouco mais aos conceitos apresentados na introdução deste tema.
Você sabe o que é um recurso? Segundo Martins e Campos (2009):
Utilizaremos a conceituação que entende por recurso tudo aquilo que gera ou
tem a capacidade de gerar riqueza, no sentido econômico do termo.
(MARTINS; CAMPOS, 2009, p.18)
Essa definição de recurso está diretamente ligada à atividade produtiva em uma empresa e dividida em
quatro tipos de recursos, sendo eles:
Materiais
Todos os recursos que fornecem condição para o processo produtivo;
Patrimoniais
Conjunto de bens, valores, direitos e obrigações que pode ser avaliado monetariamente e que tem relação
direta com os objetivos organizacionais;
Humanos
Conjunto dos empregados ou dos colaboradores de uma organização que fornecem o input de produção;
Tecnológicos
Aquilo que garante o diferencial, por meio do conjunto de conhecimento da Organização, em relação à
concorrência, transformando o menor custo ou inovação em uma vantagem econômica (MARTINE;
CAMPOS, 2009).
A administração de recursos patrimoniais
Ciclo da administração de recursos patrimoniais
A gestão dos bens patrimoniais da empresa compreende desde a compra dos bens que comporão o
patrimônio da empresa até a sua baixa e alienação, passando pela instalação, manutenção e identificação
sobre a capacidade de gerar de valor econômico positivo para a empresa.
Isso implica gerenciar de forma segregada os materiais de insumos da produção e os bens patrimoniais,
pois ambos têm características e aplicabilidades diferentes, fora a sua complexidade elevada. Por exemplo,
não é possível gerenciar da mesma forma o metal utilizado para a produção de peças de um carro e os
fornos que fundem metal para a confecção dos blocos do motor.
Uma característica dos bens patrimoniais é que o que é chamado de acessório acompanha o principal. Ou
seja, o tratamento gerencial dispensado ao bem principal é o mesmo dispensado ao acessório, ficando os
dois registrados como apenas um nos controles administrativos.
Para que isso seja compreendido, é necessário identificarmos o que é bem principal e o que é acessório.

Bem principal
É aquele que existe por si, ou seja, tem existência própria.

Bem acessório
É aquele bem móvel, que, ao ser instalado para uso, passa a fazer parte do bem principal, ou seja, só existe
porque está incorporado a outro bem.
Mas como identificar cada tipo de bem?
Um bem principal é o prédio onde a empresa está instalada. Os acessórios, por sua vez, são todos os bens
instalados de forma fixa ao prédio, como as tomadas, os lustres etc.
Ainda sobre o tópico, temos um tipo de bens acessórios conhecido como pertenças. Estas incorporam o
principal, mas têm a função específica de uso, serviço ou aformoseamento.
Exemplo
Ao comprar um apartamento, é de costume apresentá-lo no momento da aquisição com todos móveis e
eletrodomésticos, porém, ao tomar posse e mora do apartamento, os móveis utilizados como um recurso de
layout não fazem parte da venda (MARTINS; CAMPOS, 2009).
Fabricação do bem patrimonial
Uma das opções de aquisição dos bens patrimoniais para a empresa é por meio da sua fabricação. Esse
tipo de aquisição pode ser realizada por qualquer parte integrante da empresa. Como é a própria empresa
que produz o bem, não é necessário documento específico para o seu registro junto ao patrimônio da
empresa.
Para que o bem seja precificado e possa ser ativado, podemos utilizar dois métodos:
Geralmente, é aceito pela Receita Federal para o registro do valor do bem ativado e gera menor custo
alocado à produção ao longo do tempo, aumentando o lucro futuro da empresa.
Aqui, a empresa reconhece um lucro pela produção do bem no presente, mas diminui o lucro futuro,
pois terá um maior custo alocado aos produtos produzidos. É mais usado pelo controle gerencial,
pois gera um custo do produto vendido mais próximo do que realmente ocorreria se a empresa
estivesse comprado o bem no mercado.
Quando o bem é produzido internamente, não é necessário um documento formal, como a nota fiscal ou um
contrato de compra e venda para que ele seja incorporado ao patrimônio da empresa.
Isso acontece porque, quando se opta por reconhecer o bem patrimonial pelo custo de produção, a Receita
Federal, no Regulamento do Importo de Renda (RIR), em seu artigo 356, garante que esses gastos podem
ser depreciados ou amortizados, quando bens intangíveis, ao longo do tempo de uso, seguindo as regras de
padrões fixados pelo próprio regulamento.
Nesse custo de produção, serão incluídos todos os insumos utilizados, a mão de obra empregada, os custos
indiretos como eletricidade, depreciação das instalações fabris e outros relacionados à produção do bem a
ser ativado.
Dica
Toda essa informação é muito importante para a administração e para o gestor de bens patrimoniais, pois
pode influir em sua decisão de produzir o bem internamente ou comprá-lo no mercado, quando for possível.
Compra de bem patrimonial
Quando a decisão é pela compra do bem, algumas etapas precisam ser vencidas até que ele seja
incorporado ao patrimônio da empresa.
Essas etapas, diretamente relacionadas com o gerenciamento dos bens patrimoniais, são:
A utilização dos custos de produção 
O preço de mercado do bem 
1. Identificação do fornecedor – uma das etapas mais importantes desse processo;
2. Escolha do método de aquisição – se compra, leasing, ou outra modalidade;
3. Recepção;
4. Inclusão no ativo ou tombamento do bem – etapa final do processo de incorporação deste ao patrimônio
da empresa ou do patrimônio público, onde o termo “tombamento” é normalmente utilizado.
Após a administração identificar a necessidade da aquisição, atendendo ao plano de negócios estabelecido,
ela envia essa decisão para que a engenharia projete e identifique todas as características necessárias ao
bem para atender as especificações determinadas pela administração.
Com todas essas informações e decisões em mãos, o pessoal do patrimônio identificará os possíveis
fornecedores que atendam às especificações traçadas pela engenharia.
Esse processo pode levar um bom tempo, pois se trata de uma decisão estratégica muito importante.
Alguns bens patrimoniais podem envolver vultosas somas de capital, necessitando, muitas vezes, de
financiamentos de grande monta e até financiamentos externos ao país de origem da empresa.
Exemplo
Quando uma empresa, como a Petrobrás, resolve comprar uma nova plataforma de extração de petróleo —
bem que será incorporado ao seu capital, por ser patrimonial — pode levar mais de um ano no planejamento
e no ato da compra.
Ela pode precisar de financiamentos de organizações internacionais, pois dificilmente conseguirá uma
empresa nacional que terá a capacidade de fazê-lo. Assim, poderá ser realizado por organismos
governamentais, por se tratar de interesse nacional.
Do processo de planejamento até a tomada de decisão,a responsabilidade é da administração da empresa.
Normalmente, o setor de patrimônio se envolve no processo a partir do momento da procura do fornecedor.
No entanto, desse ponto em diante, a responsabilidade da compra, recebimento, instalação e manutenção
ficam a cargo do departamento de gestão de bens patrimoniais em parceria com o setor de compras na
primeira etapa.
A recepção e a instalação de um bem patrimonial são muito importantes. Este poderá ser considerado
como depreciável somente quando está à disposição da produção para começar a produzir. Para que um
bem seja incorporado ao patrimônio da empresa, precisa ser acompanhado de documentos fiscais
apropriados, sendo o mais comum deles a nota fiscal.
A nota fiscal é um documento de procedência do bem.
A nota fiscal é a garantia de origem do bem e indica o valor-base a ser registrado nos controles da empresa.
A este são somados todos os custos que a empresa teve para a sua colocação no local de produção, como
fretes, impostos e despesas de instalação, entre outros custos relacionados especificamente ao bem e à
sua instalação inicial.
Outro ponto importante a ser considerado é que os custos de manutenção durante o uso de um bem não
serão incorporados ao custo depreciável, exceto se este modificar sua a vida útil ou se for melhorado de
alguma forma, aumentando a sua capacidade de produção.
Exemplo
Quando fazemos um upgrade em uma máquina e ela passa a produzir 10% a mais que antes. Esse é um
caso em que o custo do upgrade será incorporado ao valor depreciável do equipamento. Se essa alteração
for apenas decorrente de falha no equipamento ou não representar nenhum ganho de produtividade, ela
deve ser considerada como custo de manutenção e lançada diretamente como custo do mês/ano em que
ocorrer.
pgrade
Processo em que as funcionalidades de um bem são melhoradas de alguma forma sem que haja mudança em
sua essência.
Além da compra imediata, existem outras maneiras de se incorporar um bem à produção de uma empresa.
Uma dessas modalidades é o leasing, ou seja, o arrendamento, que pode ser financeiro ou operacional.
Cada um desses métodos tem um tratamento diferente no registro do bem e em sua gestão financeira. A
gestão física pouco difere de um bem próprio da empresa, pois estes terão de receber manutenção e ter
seus valores de custo analisados periodicamente para determinação de sua viabilidade econômica.
O arrendamento financeiro é o mais comum entre os dois métodos de arrendamento. Um banco ou a
própria empresa produtora do bem o arrenda para a empresa que o está incorporando ao seu patrimônio,
apesar de ainda não ser a sua dona.
Essa empresa que faz o arrendamento é chamada de arrendatária, sendo a verdadeira dona do bem.
No entanto, como o domínio e as vantagens do bem são passados para a empresa arrendadora, o bem é
registrado como se fosse dela.
Esse processo está ancorado no fato de que, ao final do contrato, a empresa que arrendou o bem tem o
direito de comprá-lo por um valor previamente acordado.
Curiosidade
Esse modelo de arrendamento é muito utilizado nas empresas de aviação, pois todos os seus aviões são
contratos de arrendamento, leasing, com as empresas que fabricam os aviões. Isso acontece porque o valor
para a compra de uma aeronave é muito elevado e a empresa aérea não teria como bancar todo o
investimento para ter os aviões. Assim, ela os divide com a empresa construtora dos aviões e, muitas vezes,
com fundos de investimento, como forma de compartilhar o risco do negócio.
Já o arrendamento operacional é bem menos utilizado, mesmo figurando em nosso arcabouço jurídico.
Nessa modalidade, os direitos e benefícios do bem não são totalmente transferidos para a arrendadora, pois
a proprietária terá forte ingerência sobre a forma como o bem será administrado, seu tempo de uso, sua
forma de manutenção e outros aspectos inerentes a ele.
Um exemplo é quando uma empresa faz o arrendamento e oferece também a instalação, manutenção, troca
em caso de quebra ou gerenciamento da produtividade do equipamento. Isso acontece muito com
contratos de máquinas de xerox.
O bem é levado até a empresa que o utilizará, sendo disponibilizado para o seu uso interno, mas todo o
processo de manutenção e demais problemas são resolvidos pela empresa arrendatária. Em alguns casos,
até o abastecimento da máquina é oferecido como um serviço externo.
Um ponto importante a ser considerado no arrendamento é que — à diferença do aluguel — o equipamento,
mesmo não sendo da empresa, é registrado em seu patrimônio e sua compra é facultada ao final.
No aluguel, essa possibilidade de compra ao final não existe e o contrato, normalmente, é por 30 meses, e —
após esse prazo — se não repactuado, passa a valer com prazo indeterminado em casos de imóveis. No
caso do arrendamento, o prazo final é sempre predeterminado desde o momento da contratação.
Atenção!
A essência da transação comercial é superior à da forma contratual, ou seja, vale a realidade e não o que
está escrito no contrato.
Ainda sobre arrendamento, temos a modalidade de leaserback, que se configura quando o cliente compra o
bem e, em uma transação subsequente, o revende para o arrendatário, que o arrenda para o primeiro
comprador. Esse método é muito usado por fundos de investimento que passam a ter a garantia do seu
investimento, o patrimônio arrendado.
No caso de bens como imóveis, estes podem ser novamente arrendados em caso de quebra de contrato
pelo primeiro arrendador.
Por último, temos a figura da doação. Por qualquer razão, uma empresa recebe uma doação de um bem que
será incorporado ao seu patrimônio como bem patrimonial. Este deve ser registrado em seus controles,
inclusive na contabilidade.
A forma correta desse registro para controle é sua incorporação ao patrimônio, pelo seu valor de mercado
ou possível ganho futuro que irá proporcionar, e sua contrapartida como receita do período em que foi
doada.
A maneira adequada para recebimento dessa doação é, quando possível, por nota fiscal de doação, mas,
quando esse procedimento não ocorre, deve ser gerado um termo ou contrato de doação, que serve de
documento hábil para reconhecimento do objeto pela gestão de bens patrimoniais.
Uma das últimas etapas do processo de compra de um bem patrimonial é o seu recebimento, seguido da
verificação de conformidade com as especificações desenhadas pela engenharia e a instalação. Existem
bens que não necessitam de instalação ou que esta é feita pelo próprio comprador, como no caso de
máquinas e equipamentos simples.
Todavia, há aqueles no qual seu custo de compra está, em grande parte, centrado exatamente no processo
de instalação. Um exemplo desse tipo de bem são os estoques automatizados, em que suas estruturas são
a base para a construção do prédio. Nesses casos, é interessante que os gestores tenham conhecimento de
todos os aspectos que envolvem a compra e a instalação do bem, para que possam fazer a melhor escolha.
Dentro dessa modalidade de bens que dependem de instalação para seu completo recebimento, temos os
produtos que são desenvolvidos exclusivamente para a empresa, como alguns robôs de linha de montagem,
em que a recepção do produto acontece ao final do processo de instalação, quando este está apto para o
uso.
Isso ocorre, também, com produtos intangíveis como softwares, pois a entrega física pode ser um DVD
contendo os códigos que formam o programa, ou mesmo não havendo entrega física. Nesses casos, é
necessária uma auditoria de conformidade para que o produto seja considerado entregue, com testes para
saber se todas as funções contratadas estão em correta operação e em conformidade com o projeto que foi
comprado.
Na recepção dos bens físicos, estes produtos, normalmente, recebem códigos de identificação que serão a
base para o seu controle ao longo do tempo. Esses códigos eram colocados em plaquetas e esse processo
recebia o nome de emplaquetamento. Hoje, são usados códigos de barras, para que a leituraseja realizada
de forma automática por meio de aparelhos de leitura móveis.
Vemos também o emprego de tecnologias com QRcode e RFID na busca de automatização do processo de
controle dos bens patrimoniais.
mplaquetamento
Ato de colocar uma identificação em um bem patrimonial, que consiste em uma numeração previamente
codificada, ou seja, construída a partir de um padrão desenvolvido para diferenciar os diversos grupos de bens
patrimoniais em uma empresa.
RCode
Padrão de códigos de leitura eletrônica que pode conter diversas informações sobre o bem no qual funciona
como plaqueta de identificação. Ele pode ainda remeter a algum site ou banco de dados com capacidade
infinita de armazenar informações sobre o bem em análise.
FID
Sistema de leitura a distância de informações baseado em tecnologia de rádio que pode monitorar objetos em
movimentação, dependendo de sua capacidade e alcance.
Essa busca de aprimoramento dos meios de controle é constante e busca aumentar a eficiência dos
processos e torná-los cada vez menos custosos para a empresa, além de aumentar a segurança dos bens
patrimoniais da empresa, principalmente os de grande valor.
Baixa do bem
Os bens patrimoniais que não serão mais utilizados para a produção devem ser baixados do patrimônio
imobilizado da empresa. Isso quer dizer que o equipamento deve ser retirado dos registros dos bens em
uso, com todas as implicações para a produção e para seu custo, sendo alocado em controles apartados.
Esse procedimento torna a gestão dos bens patrimoniais muito mais efetiva, pois garante que os custos dos
produtos não sejam distorcidos por levarem em seus valores custos que não estão diretamente
relacionados com eles.
Quais os benefícios que esse procedimento pode proporcionar à empresa?
Resposta
Toda essa postura garante à empresa a possibilidade de capitalizar o equipamento que ainda tem valor no
mercado por meio de sua venda, ou mesmo desocupando espaço por meio da doação desses bens a
instituições ou venda como sucata. Para a empresa, esse bem não mais usado na produção pode garantir
um ganho extra de recursos, deixando de ter parte de seu capital investido e gerando um ganho de
oportunidade.
A venda ou alienação de um bem patrimonial pela empresa é um procedimento relativamente simples, no
entanto, devem ser considerados todos os custos que isso pode implicar. Os custos de desmontagem,
transporte e outros valores gastos também devem ser considerados.
Como procedimento operacional, deve-se retirar a placa ou identificação do bem dentro do patrimônio da
empresa e seu registro de ser baixado de forma correta para que não haja distorções posteriores dos
registros de bens.
Exemplo de etiquetas de patrimõnio de órgão público.
Mesmo quando um bem é vendido como sucata, a nota fiscal deve ser emitida, pois ela garante sua origem
e evita possíveis problemas com a Receita Federal ou outros órgãos de investigação.
Atenção!
Nenhum bem da empresa deve sair sem nota fiscal, mesmo que seja uma doação. Nesse caso, devem ser
construídos termos de doação ou contrato de doação, principalmente quando esses são doados para entes
com natureza jurídica de direito público, como ONGs.
O equipamento da empresa também necessita de baixa por roubo ou extravio. O documento hábil para essa
baixa é o boletim de ocorrência lavrado junto à autoridade competente. Isso garante aos acionistas a lisura
dos gestores e concede às autoridades competentes a oportunidade de investigarem a ocorrência.
Temos ainda a baixa por sinistro ou avaria, quando o equipamento é de alguma forma inutilizado por evento
não controlável pela empresa. Para esses casos, as empresas costumam ter seguro, pois esse tipo de
ocorrência pode inviabilizar, inclusive, a continuidade da empresa.
Exemplo
Durante o furação Katrina, uma empresa de componentes químicos para a indústria farmacêutica foi
gravemente atingida, não podendo mais voltar a operar em curto espaço de tempo. Como ela era
fornecedora quase exclusiva de alguns insumos básicos para outras empresas do setor, toda a cadeia de
produção foi afetada.
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
(Quadrix, 2017- adaptada) A gestão do patrimônio, mais especificamente a gestão do ativo imobilizado,
na maioria das organizações, é feita por uma unidade organizacional cuja função é _________, _________
e __________ os bens considerados como imobilizados e, portanto, passíveis de depreciação.
A Mensurar, criticar, descartar.
B Listar, fazer a manutenção, inverter.
C Registrar, controlar e codificar.
D Listar, registrar, desenhar.
Parabéns! A alternativa C está correta.
O departamento de gestão dos bens patrimoniais tem, entre outras funções, a de registar os bens
patrimoniais adquiridos pela empresa, controlar esses bens, determinado a forma como serão feitos a
manutenção e seu acompanhamento, além do controle da depreciação e do estado desse bem, e
desenvolver uma codificação padrão para os bens que estão sobre seu controle.
Questão 2
(Funcern, 2019) O ato de inscrever o bem no registro patrimonial, com a concomitante afixação do
respectivo código numérico, mediante plaqueta, gravação, etiqueta ou qualquer outro método adequado
às suas características, refere-se ao
Parabéns! A alternativa E está correta.
E Controlar, reverter, listar.
A planejamento operacional
B inventário
C impairment
D goodwill
E tombamento ou incorporação do bem patrimonial
A última etapa da compra de um bem patrimonial é seu tombamento ou incorporação ao patrimônio
imobilizado da empresa. A palavra tombamento é, normalmente, utilizada em relação a bens
patrimoniais de órgãos públicos, mas pode ser utilizada de forma similar nas empresas privadas, não
sendo essa uma prática comum.
2 - Gerenciamento de bens patrimoniais
Ao �nal deste módulo, você será capaz de identi�car as classi�cações de gerenciamento de
bens patrimoniais.
Classi�cação de bens patrimoniais
Classi�cação pela situação patrimonial do bem
Esta etapa é uma muito importante para a sua boa gestão. Podemos classificar os bens patrimoniais
levando diversos fatores em consideração e para funções bem diferentes dentro da organização da
empresa.
Uma das premissas para a classificação é a situação do bem. Aqui, eles podem ser listados como: bons,
ociosos, recuperáveis, antieconômicos ou irrecuperáveis. Cada classificação receberá um tipo de
tratamento pela gestão de bens patrimoniais:
São aqueles em condições de uso normal, ou seja, estão sendo utilizados pela produção e compõem
os registros de bens ativados e imobilizados. Um exemplo são as máquinas utilizadas em uma
estamparia de peças em uma fábrica de veículos.
Os classificados como ociosos são aqueles em condições de serem utilizados pela produção, mas
que não estão em atividade, por questões externas à sua constituição ou condição. Um exemplo são
as máquinas não utilizadas de linhas de produção, pois a empresa não tem demanda para os
produtos produzidos por elas.
Outro exemplo é quando a demanda de um certo produto está abaixo da programada, e parte das
máquinas não está sendo usada, pois existe produção apenas para um equipamento daquele
modelo.
Os bens classificados como recuperáveis são aqueles que, por algum tipo de defeito ou avaria, não
estão sendo utilizados pela produção. Esse tipo de classificação implica considerar que o bem pode
Bons 
Ociosos 
Recuperáveis 
ser recuperado a um custo financeiramente viável, e que sua necessidade e geração de receitas
viabilize o custo do conserto.
Esse tipo de classificação também deve levar em conta se o bem pode ou não ser substituído por
um novo, sendo esta decisão baseada no cálculo de custo/benefício.
Os bens patrimoniais classificados como antieconômicos são aqueles cujo custo de mantê-los em
operação é superior aos ganhos econômicos que irá gerar. Esse cálculo deve considerar tanto o
custo de depreciação, quando houver, quanto os de manutenção e de oportunidadede um
equipamento novo e mais moderno.
A soma dos custos dos bens patrimoniais deve ser menor que os ganhos econômicos gerados pela
utilização desses bens na produção.
O custo de oportunidade deve levar em consideração os ganhos de produção e o custo de compra de um
equipamento novo para substituir o que está sendo avaliado. Essa avaliação deve ter a menor periodicidade
possível, pois a condição pode mudar, rapidamente, de “bom” para “antieconômico”, como quando surge um
nova tecnologia que torna a produção muito mais eficiente e com um custo muito inferior.
Exemplo
Uma empresa de vidros projetou e construiu uma enorme fábrica com tecnologia em que os fornos de
produção só produziam vidros de uma bitola, que depois eram laminados na espessura que o cliente
necessitava.
Naquele ano, foi desenvolvida uma tecnologia em que os fornos já produziam os vidros nas bitolas dos
pedidos dos clientes, reduzindo, assim, a necessidade de laminação. A fábrica que entraria em operação
tornou-se obsoleta, pois os custos de produzir o vidro com aquela tecnologia tiravam a empresa do
mercado internacional.
Por fim, os bens classificados como irrecuperáveis são aqueles cujas avarias não podem ser sanadas ou o
custo para tal é maior que os ganhos econômicos advindos de sua utilização.
Essa condição pode ocorrer após uma simples quebra, quando o bem já está desgastado, ou quando uma
máquina nova tem seu custo muito reduzido. Esse tipo de classificação, quando tratamos de bens
patrimoniais de pequeno valor, ocorre de forma frequente.
Antieconômicos 
Um exemplo de material classificado como irrecuperável é uma parafusadeira manual com defeito. Pelo
valor reduzido de compra no mercado, quando quebra ou quando sua bateria perde a função de reter carga,
o custo de manutenção inviabiliza esse processo, e a substituição, nesse caso, é menos custosa.
A classi�cação de bens patrimoniais
Neste vídeo, o professor Ettore Oriol detalha os diferentes processos de classificação patrimonial dos bens.
Classi�cação pelas características dos bens
patrimoniais
Quando são classificados considerando as suas características intrínsecas, podemos agrupá-los como:
Móveis versus imóveis;
Tangíveis versus intangíveis;
Fungíveis versus infungíveis.
Essas classificações influenciarão a forma como os bens patrimoniais serão geridos na empresa, pois,
quando olhamos para um bem infungível, não podemos substitui-lo por outro similar devido à exclusividade

de suas características. Aqui, iniciaremos definindo os bens móveis e imóveis:
Móveis
São aqueles que, em essência, podem ser transportados de uma localidade para outra sem perda de suas
características. Um exemplo de bens patrimoniais móveis são os veículos de uma empresa de transporte.
Imóveis
São aqueles que, essencialmente, não podem ser deslocados sem que suas características sejam perdidas.
Um exemplo de bens imóveis são os prédios onde os veículos da empresa são guardados quando não estão
em uso.
Juridicamente, eles podem ser divididos conforme demonstramos a seguir, mas seu tratamento na gestão
de bens patrimoniais segue, normalmente, o mesmo padrão.
Tipos legais de bens imóveis.
Tipos legais de bens móveis.
Quando classificamos os bens patrimoniais de uma empresa como tangíveis ou intangíveis separando-os
no que tange a terem corpo físico ou não.
Bens patrimoniais tangíveis
São aqueles que, essencialmente, têm um corpo físico. Por exemplo, as máquinas e os equipamentos
da empresa que serão utilizados para a produção dos bens que rentabilizarão o capital dos sócios.
Bens intangíveis
São aqueles que podem trazer ganhos patrimoniais à empresa, têm valor econômico mensurável e não
possuem corpo físico. Por exemplo, as marcas e patentes que a empresa possui e que ajudarão a
aumentar as suas vendas ou o valor agregado dos seus produtos
Outra forma de classificarmos os bens patrimoniais de uma empresa é nas categorias de fungíveis ou
infungíveis.

Bens fungíveis
São aqueles que podem ser substituídos por bens da mesma espécie, qualidade e quantidade,
conforme definido no artigo 85 do Código Civil. Por exemplo, uma máquina simples de parafusar pode
ser substituída de forma muito rápida por outra da mesma espécie, qualidade e na mesma quantidade.
Bens infungíveis
São aqueles que não podem ser substituídos por um bem igual em espécie, qualidade e quantidade,
por exclusão do Código Civil. Por exemplo, uma marca muito forte no mercado, como a Coca-Cola, que
possui características particulares, não pode ser substituída por outra, pois esta não terá a mesma
qualidade para a geração de receitas da anterior.
Por fim, temos alguns bens patrimoniais que possuem características particulares que os identificam de
forma específica, recebendo classificações especiais para um melhor agrupamento.
Um exemplo disso são os bens patrimoniais classificados como semoventes, ou seja, que possuem
movimentação própria, como os animais domesticados. As matrizes de reprodução de gado de corte ou
leiteiro em uma fazenda são um exemplo típico.
Outro exemplo de classificação especial de bens patrimoniais são os financeiros, definidos como bens não
corpóreos, representando os investimentos que a empresa tem em outras empresas ou no mercado

financeiro acionário. Não abordaremos esta classificação de bens, pois são administrados de forma
segregada dos outros bens patrimoniais da empresa, em geral, por gestores financeiros especializados.
Política de manutenção e conservação dos bens
patrimoniais
A conservação e a manutenção dos bens patrimoniais são as tarefas que mais ocupam a gestão do
patrimônio de uma empresa. Cada vez mais, principalmente em sistemas mais modernos de gestão da
produção, a opção pela manutenção preventiva é considerada uma vantagem na diminuição dos custos de
produção.
Isso acontece porque, quando aumentam as manutenções preventivas, ocorre uma diminuição das
corretivas, diminuindo as paradas não programadas da produção e possíveis atrasos nos cronogramas de
produção.
A política de manutenção de um parque fabril deve ser projetada para atender às suas necessidades,
observando as suas características. Para a tomada dessa decisão, é necessário conhecer os gastos que
envolvem todo esse processo, sendo eles: o custo de manutenção em caso de quebra, o custo que será
gerado pelo atraso na produção por conta do equipamento em manutenção e o custo da manutenção
preventiva.
O custo da correção do equipamento e o da não produção são somados e
representam a opção pelo não planejamento, ou seja, são todos os custos
decorrentes da quebra do equipamento.
Esses custos não podem ser determinados com precisão. Por isso, busca-se a faixa em que esses custos
serão o mínimo possível. Esse ponto mínimo é quando o custo de fazer a manutenção preventiva se
encontra com o custo de uma eventual quebra dos equipamentos.
Como exibido nas curvas a seguir, esse é o ponto em que o custo total se torna o menor, sendo esse o
objetivo da política de manutenção de uma empresa.
Análise de custos versus atividades de manutenção.
Como nosso objetivo é minimizar os custos gerais da empresa, é muito importante alcançar esse mínimo
na manutenção dos bens patrimoniais.
Os principais gastos ligados à manutenção preventiva são: custo da mão de obra interna, dos materiais
empregados nessa manutenção, dos sistemas informacionais da empresa, de serviços externos à empresa,
de terceiros, e da existência de materiais em estoque para a substituição durante as manutenções. Todos
esses custos devem ser considerados durante o planejamento da frequência e da forma de manutenção
preventiva do parque fabril.
Em contraponto aos custos de uma manutenção preventiva, temos os de manutenção corretiva, que são:
possível perda de produção por paradas para manutenções não programadas, de equipamentos inteiros em
alguns casos, devido à deterioração pela impossibilidade do controle de certas especificações.
Exemplo
Por problemas no revestimento de fornosde fusão de metais, pode ocorrer perda de qualidade nos produtos
produzidos por questões relacionadas a falhas no processo não detectadas a tempo de serem corrigidas.
Além desses custos, temos ainda os de interrupção da produção e da imposição de multas contratuais por
atrasos, além da perda de clientes em última instância.
Programa de quebras zero
Com o desenvolvimento dos sistemas integrados de produção, a busca por acabar com os estoques levou
as empresas a melhorarem seus processos de produção.
Para que os estoques sejam mínimos, ou mesmo zerados em alguns casos, é necessário que os
equipamentos de produção sejam confiáveis. Com essa premissa, a política de manutenção chamada de
quebra zero foi desenvolvida.
Essa forma de encarar a manutenção dos equipamentos levou os gestores a considerarem a possibilidade
de manutenção preventiva como uma ferramenta essencial para o alcance desse objetivo.
Um programa chamado Total Produtive Maintenance (TPM), ou Manutenção Produtiva Total, foi
desenvolvido abrangendo um conjunto de atividades voltadas para a manutenção e melhoria da
produtividade dos bens patrimoniais utilizados no parque fabril. Esse programa visa assegurar que a
produção não será interrompida por conta da quebra de um equipamento.
Por esses motivos, uma política de manutenção é tão importante em uma empresa.
Além da própria manutenção, devem ser levados em conta certos aspectos, como um parque fabril com
mais máquinas de menor carga de uso, treinamento específico para os operadores voltado para o relato e a
manutenção apropriada de pequenos consertos aos equipamentos, e um projeto robusto de todo o
processo produtivo.
Para o alcance desses objetivos, podem ser usados softwares dedicados ao controle e planejamento de
programas, como o TPM a ser implantado em uma empresa.
Martins e Campos (2009) apresentam um exemplo da implementação de um sistema TPM na fábrica da
Pirelli em Izmit, Turquia.
Em menos de um ano, efeitos tangíveis começavam a surgir no resultado final
e na eficiência da fábrica, com um ambiente muito mais limpo, redução nas
paradas das máquinas, melhora dos processos produtivos e maior eficiência.
Assim, hoje, a Pirelli inclui praticamente todas as suas fábricas no programa
TPM.
(MARTINS; CAMPOS, 2009, p. 323 )
Qualquer sistema moderno de manutenção preventiva está centrado na palavra “disponibilidade” e tem por
objetivo básico atender bem ao cliente interno, vinculado ao sistema de produção da empresa.
Há algum tempo, a postura da manutenção era apenas reativa. Com a mudança, duas alternativas de
postura de conservação surgiram, sendo uma preventiva ou periódica, e a outra, preditiva ou monitorada.
Manutenção preventiva
As manutenções são marcadas de forma rotineira, em intervalos constantes. Peças e ferramentas são
trocadas de forma periódica, normalmente obedecendo às especificações dos fabricantes.
Manutenção preditiva

Os equipamentos são monitorados por sensores ligados a sistemas de Tecnologia da Informação (TI),
que controlam a capacidade e longevidade dos equipamentos disparando alertas quando estes estão
próximo ao colapso.
O sistema de manutenção preditiva possui um custo muito elevado, o que inviabiliza o seu uso em todos os
equipamentos da empresa, sendo usado, normalmente, apenas em equipamentos que representam
gargalos ou pontos sensíveis da linha de produção.
Inventário
O inventário dos bens patrimoniais é um processo que acontece, no mínimo, anualmente. Essa obrigação de
fazê-lo todo ano existe por conta do balanço patrimonial da companhia, que deve ter seus bens
inventariados pelos gestores de bens patrimoniais e informados à contabilidade, para que esta proceda a
possíveis ajustes em seus registros, por conta de alguma inconsistência existente.
As auditorias interna e externa fazem a conferência desse inventário durante seus trabalhos anuais de
opinião sobre o balanço da empresa. Qualquer inconsistência ou mudança de critério de gestão será
informado nas notas explicativas do balanço patrimonial da empresa.
Mas o que é o inventário de bens patrimoniais de uma empresa e qual é o procedimento para a sua
construção?
Inventário é o processo de identificação e contagem dos bens patrimoniais de uma
empresa, ele se assemelha ao inventário dos estoques que ocorre ao final de cada
ano.
Em uma empresa bem estruturada, ele é constante e periódico, ou seja, existe um controle recorrente dos
bens patrimoniais e uma testagem cíclica e periódica das condições e quantidades de bens patrimoniais na
empresa.
Esse procedimento visa evitar a existência de discrepâncias entre os registros de controle e a existência de
bens físicos na empresa.
O controle e a testagem são de extrema importância, principalmente, em relação a equipamentos pequenos
e portáteis, que podem ser facilmente extraídos da empresa sem que isso seja notado.
Alguns desses equipamentos podem custar vultosas quantias e causar grandes prejuízos à empresa se dela
extraídos sem autorização.
O inventário anual serve apenas para atestar a quantidade de bens patrimoniais de uma empresa e se as
depreciações ou exaustões estão dentro de um padrão aceito pelos controles legais da Receita Federal e
dos órgãos competentes para tal.
O inventário constante e periódico, além de servir para a detecção de possíveis problemas
antecipadamente ao inventário anual, serve como fonte de informações para os gestores tomarem uma
considerável gama de decisões a respeito da gestão dos bens patrimoniais.
Exemplo
A frequência com a qual se deve executar manutenções preventivas em determinada máquina, ou se ela
terá sua depreciação acelerada por conta de características especiais.
Podemos ainda ter dois outros tipos de inventário: o inicial e o eventual.
Pode acontecer quando uma empresa cria um novo centro de custos, por exemplo. Ao fazê-lo, é
necessário identificar todos os equipamentos que farão parte, pois os custos de depreciação e de
manutenção destes não mais serão alocados ao antigo centro de custos do qual faziam parte.
Inventário inicial 
Inventário eventual 
Acontece quando algum tipo de alteração é identificada na gestão desses equipamentos, e falta
alguma informação importante para a tomada de decisão. Nesse caso, é feito um inventário para
que as informações utilizadas na tomada de decisão sejam fidedignas, em outros termos, para que a
decisão esteja baseada em declarações precisas e em tempo presente, evitando o uso de
afirmações defasadas ou distorcidas.
Muitas vezes, quando uma empresa é negociada, é feita uma due diligence, ou seja, uma investigação de
como ela está financeiramente, e um dos principais itens avaliados são seus bens patrimoniais.
Em algumas negociações, os bens patrimoniais representam a maior parte do custo de compra de uma
empresa. O método de fazer esse levantamento e certificação é por meio de inventário eventual dos bens
patrimoniais da empresa, no qual é verificado se os registros e os bens físicos estão em conformidade, e
seu real estado de conservação e manutenção.
ue diligence
Procedimento semelhante à investigação, mas sem o objetivo e o poder de polícia, a due diligence é um
processo de certificação das condições de uma empresa que contrata serviços. É realizado por um empresa
externa às envolvidas no negócio, normalmente, uma consultoria especializada, que verifica a conformidade
financeira e operacional da empresa que está sendo avaliada.
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
(FGV, 2016) O inventário físico de bens patrimoniais é um dos procedimentos necessários para que se
faça um controle da existência e do estado dos referidos bens. Este inventário pode ser realizado de
diversas formas. Suponha que determinado ambiente possua materiais de custo elevado e que, por
essa razão, necessitem de um controle rígido, inclusive quanto ao seu rastreamento. Dentre os recursos
mostrados a seguir, assinale o mais indicado para a realização do inventáriofísico desses itens:
Parabéns! A alternativa D está correta.
Para um bom inventário, com as características de controle rígido e rastreamento, o RFID é o sistema
que garante maior segurança. Isso está ancorado ao fato de que ele pode ser controlado a distância, e
uma extração não autorizada pode ser identificada por sensores que dispararão alarmes de segurança.
Questão 2
(UFGD, 2019) Conforme Viana (2000): “[...] O ritmo de desenvolvimento, imperativo para as grandes
empresas, tem como consequência a alienação de objetos substituídos pela inovação tecnológica,
além da geração de uma massa ditada pelo próprio desgaste natural dos materiais utilizados. Assim, a
geração de inservíveis compreende bens móveis, sucatas diversas, sucatas ferrosas, sucata de material
nobre, materiais usados diversos, materiais obsoletos sem uso, equipamentos, máquinas diversas,
veículos, materiais precário, materiais de pouco valor etc.”
(VIANA, J., J. Administração de materiais: um enfoque prático. São Paulo: Atlas, 2000)
Diante do exposto, acerca da obsolescência e alienação de materiais inservíveis, assinale a alternativa
correta.
A Plaquetas metálicas.
B Código de barras alfanumérico.
C Código numérico com dígito de segurança.
D Código de identificação por radiofrequência (RFID).
E Código QR (Quick Response COde/ Resposta Rápida).
A O material reciclado deve ser utilizado na mesma organização que o descartou.
Parabéns! A alternativa C está correta.
Quando classificamos os materiais em função de sua situação patrimonial, eles podem ser: bons,
ociosos, recuperáveis, antieconômicos, sendo que os bens obsoletos se encaixam na classificação de
bens antieconômicos. Esses bens são assim denominados, pois seu custo de permanência em
produção supera seus ganhos econômicos. Com essa condição, eles são substituídos por bens novos
que garantem esse ganho econômico em grau superior aos seus custos.
B O material excedente são as peças sobressalentes de equipamentos aguardando uso.
C
O material obsoleto não possui condições de utilização, pois foi substituído por outro
mais moderno, ou seja, se tornou um bem antieconômico.
D
O material sucatado é aquele descartado devido à existência de outros similares com
reposição mais vantajosa.
E
O material inservível é aquele que, em consequência do tempo de utilização, avaria ou
deterioração, torna-se inútil ou de recuperação técnica e/ou economicamente inviável.
3 - Avaliação de bens patrimoniais
Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer as diversas formas de avaliação dos
bens patrimoniais.
O processo de avaliação de bens patrimoniais
Impairment e goodwill
As características do imparment e do goodwill
Neste vídeo, o professor Ettore Oriol enumera e explica as principais características que definem as práticas
de impairment e goodwill.

O procedimentode avaliação de bens acontece anualmente, quando da execução do balanço patrimonial,
momento em que ocorre, também, o inventário anual dos bens patrimoniais, chamado de impairment.
Essa avaliação é feita sob a responsabilidade dos gestores dos bens patrimoniais da empresa ou por
empresa externa especializada nesse tipo de avaliação. Não é obrigatória a contratação dessa empresa
externa, sendo possível a confecção interna desse relatório quando a empresa dispõe de quadro de pessoal
qualificado para tal atestação.
mpairment
Palavra com origem na língua inglesa e que significa, imparidade, prejuízo, dano, diminuição ou deterioração.
E qual a principal função do impairment?
O impairment anual é utilizado para a avaliação do valor de mercado de um bem
patrimonial, para que julgamentos de viabilidade sejam feitos. Também é utilizado
para a avaliação do patrimônio real da empresa, pois possibilita a redução do valor
dos bens patrimoniais que não podem mais oferecer à empresa o retorno
econômico esperado.
Podem ser realizadas escolhas técnicas da viabilidade de manutenção ou troca de um determinado bem em
uso na empresa. Essa é uma das formas de compor os valores para julgamento de bens recuperáveis, que
sofreram avarias ou necessitam de upgrades.
Para representar o efeito inverso do impairment, utilizamos aqui o goodwill.
Isso acontece quando um bem patrimonial recebe, na avaliação, um valor superior ao seu valor histórico
subtraído da depreciação acumulada. Esse ágio é registrado nos controles de bens patrimoniais e refletido
no balanço da empresa, aumentando, assim, o seu valor contábil e de mercado.
oodwill
Palavra inglesa que significa boa vontade, benevolência.
Saiba mais
O goodwill muitas vezes é utilizado para melhorar a avaliação da empresa em momentos de requerimento
de empréstimos e financiamentos. Essa prática é bastante comum em empresas do setor produtivo que já
tiveram parte dos seus bens patrimoniais totalmente depreciados, mas que ainda os estão utilizando em
sua produção com vantagens econômica comprovadas.
Quando uma empresa utiliza o goodwill ou o impairment, os valores resultantes dessa aplicação devem ser
controlados e farão parte dos registros e da gestão desses bens. A depreciação, amortização e exaustão
desses bens devem levar em conta esse novo valor que o bem passou a ter.
Os cálculos desses novos valores e as regras aplicáveis à cada caso concreto de goodwill ou impairment
são regidos pela NBC 02 (CPC 02- IASB – IAS36), que trata da redução ao valor recuperável de ativos.
Essa norma, apesar de contábil, fornece uma gama de definições importantes para o gestor de patrimônio
que supervisionará, ou realizará, a avaliação dos bens patrimoniais.
A depreciação de bens patrimoniais
Os bens patrimoniais sujeitos à depreciação são classificados como tangíveis. Mas você sabe o que é
depreciação?
Depreciação é o processo de identificação dos custos que serão alocados à
produção e ao produto final, compondo o seu custo total de produção, calculado de
forma anual, podendo ser linear — pela soma dos dígitos — ou acelerada.
Sua alocação aos custos de produção pode ser mensal ou seguir outra periodicidade. Todavia, o processo é
composto apenas por dividir o valor anual em parcelas menores, por exemplo, divisão em 12 partes iguais e
sua alocação mensal.
A forma de cálculo depreciável considera como valor-base o custo histórico do bem acrescido do goodwill
ou subtraído do impairment, quando for o caso, descontado o valor residual final. Este é o provável valor de
mercado do bem patrimonial ao fim do processo de depreciação, e deve ser descontado do valor
depreciável, pois esse não será considerado como custo de produção.
Com o valor depreciável determinado, deve-se optar por uma das formas de depreciação. Iniciaremos com a
forma mais comum de depreciação de um bem, que é a forma linear.
A taxa de depreciação de um bem pode ser escolhida livremente pela empresa para a sua tomada de
decisão gerencial, considerando suas características e representando a melhor alocação de seu valor
depreciável aos bens produzidos por esse bem em determinado período.
No entanto, a Receita Federal determina que os bens patrimoniais devem seguir um padrão de taxa anual de
depreciação, quando da opção pelo método linear de percentual anual que segue um padrão por categoria.
A seguir, apresentamos alguns exemplos de categorias de benspatrimoniais e suas taxas de depreciação.
Espécies de bens Vida útil (anos) Taxa anual
Edifícios 25 4%
Bens automotores 5 20%
Caminhões fora de estrada 4 25%
Máquinas e equipamentos em geral 10 10%
Espécies de bens Vida útil (anos) Taxa anual
Construções pré-fabricadas 25 4%
Bibliotecas 10 10%
Britadores 5 20%
Instalações elétricas 5 20%
Tabela: Categorias de bens patrimoniais tangíveis.
Ettore de Carvalho
O cálculo para a depreciação linear é bastante simples. Calcula-se o valor depreciável de um bem e aplica-se
o percentual de depreciação anual conforme a categoria que o bem se enquadra, ou divide-se o valor
depreciável do bem pelo número de anos da vida útil desse, conforme recomendado pela tabela da ReceitaFederal.
Vamos ver um exemplo?
Uma empresa avaliou a depreciação de um equipamento utilizado para a produção de peças metálicas com
valor de compra de R$100.000,00 e vida útil de 5 anos. Esse valor engloba todos os custos desembolsados
para a colocação em uso do equipamento, como fretes, impostos não recuperáveis e outros custos diretos.
O valor que o equipamento terá ao final de sua vida útil é de R$10.000,00, já descontado todos os custos de
desmontagem e venda. Com esses dados, os cálculos serão:
Valor histórico do equipamento = 100.000,00 
Valor residual = 10.000,00 
Valor depreciável = 100.000,00 – 10.000,00 = 90.000,00 
Vida útil do bem = 5 anos 
Valor de depreciação anual = Valor depreciável/número de anos depreciáveis 
Valor de depreciação anual = 90.000,00/5 anos 
Valor de depreciação anual = 18.000,00/ano
Rotacione a tela. 
Qualquer outro equipamento ou demais bens patrimoniais tangíveis seguirão esse padrão de cálculo,
variando apenas os percentuais anuais de depreciação.
Outro método, a depreciação pelo método das somas dos dígitos privilegia a alocação de maior quantidade
de custos aos produtos quando o bem é mais novo, e uma menor alocação de custos quando os bens estão
mais desgastados. O cálculo dessa depreciação é um pouco mais complexo que o da depreciação linear,
mas não tem segredos.
Saiba mais
Esse tipo de depreciação tenta equilibrar os custos que serão alocados aos produtos, pois considera que
quanto mais usado o bem, mais necessitará de manutenção, aumentando, assim, os gastos dispendidos em
manutenção e conservação.
Com o valor depreciável já calculado, identifica-se a vida útil do bem em anos. Essa quantidade de anos é
somada, considerando cada ano como um valor em si. Por exemplo, em uma vida útil de 5 anos, somam-se
os anos 1+2+3+4+5, perfazendo um total de 15. Após encontrar essa soma, o valor depreciável deve ser
dividido por esse fator. O valor encontrado deve ser multiplicado pelo número de anos que falta para
depreciar somando mais 1.
Vejamos um exemplo a seguir:
No primeiro ano de depreciação, como ainda faltam 4 anos para depreciar, soma-se mais 1, perfazendo um
total de 5. Esse valor é multiplicado ao valor encontrado na divisão do valor depreciável pelo fator da soma
dos anos, informando, assim, o valor depreciável nesse anos.
Vamos demonstrar esse cálculo utilizando o mesmo exemplo da depreciação linear.
Valor histórico do equipamento = 100.000,00 
Valor residual = 10.000,00 
Valor depreciável = 100.000,00 – 10.000,00 = 90.000,00 
Vida útil do bem = 5 anos 
Fator da soma dos anos = 1 + 2 + 3 + 4 + 5 = 15 
Valor depreciável dividido pelo fator da soma dos anos = 90.000,00/15 = 6.000,00 
Cálculo da depreciação do primeiro ano = Nº de anos que falta depreciar + 1 * “Valor depreciável/Fator” 
Cálculo da depreciação do primeiro ano = (4 + 1) *6000,00 = 30.000,00 
No segundo ano, teremos = (3 + 1) * 6000,00 = 24.000,00 
No terceiro ano, teremos = (2 + 1) * 6.000,00 = 18.000,00 
No quarto ano, teremos = (1 + 1) * 6.000,00 = 12.000,00 
No quinto ano, teremos = (0 + 1) * 6.000,00 = 6.000,00 
Total depreciado ao final da vida útil = 30.000,00 + 24.000,00 + 18.000,00 + 12.000,00 + 6.000,00 =
90.000,00
Rotacione a tela. 
Por fim, temos o método de depreciação acelerada, normalmente, segue um cálculo de depreciação linear,
apenas diminuindo a vida útil do bem, o que acarreta um maior valor de custo alocado aos produtos
produzidos.
Como exemplo, podemos considerar o equipamento no qual calculamos a depreciação nos modelos
anteriores. Imaginemos que, em vez de termos uma vida útil de 5 anos, tivéssemos uma de 3 anos. A única
mudança no cálculo seria que, no lugar de dividir o valor depreciável por 5, ele seria dividido por 3.
Valor histórico do equipamento = 100.000,00 
Valor residual = 10.000,00 
Valor depreciável = 100.000,00 – 10.000,00 = 90.000,00 
Vida útil do bem = 3 anos 
Valor de depreciação anual = Valor depreciável/número de anos depreciáveis 
Valor de depreciação anual = 90.000,00/3 anos 
Valor de depreciação anual = 30.000,00/ano
Rotacione a tela. 
Se compararmos os dois cálculos de depreciação linear, observaremos uma diferença de R$12.000,00 a
mais na depreciação quando se utiliza como vida útil do bem 3 anos e não 5, que era o padrão do primeiro
exemplo.
Atenção!
Para que esse tipo de depreciação seja aceito pela Receita Federal, é necessário provar que o bem
realmente precisa ser depreciado de forma acelerada. Existem casos previstos em que essa aceleração
pode ser automática. Quando não se encaixa nesses casos, é necessário a construção de laudos técnicos
que provam essa realidade.
Os casos previstos de depreciação aceleradas ocorrem quando os equipamentos são utilizados em mais de
um turno. Quando é acrescido mais um turno de trabalho ao parque fabril, pode se acrescentar 50% à taxa
de depreciação, ou seja, se a taxa é de 10% ao ano, pode ser aplicada uma taxa de 15%.
Se um terceiro turno for adicionado, pode se acrescentar 100% à taxa de depreciação básica, ou seja, dobrar
o percentual de depreciação. Se a taxa de depreciação básica for de 10% ao ano, quando temos 3 turnos,
podemos depreciar o mesmo bem por 20% ao ano.
Equipamento com muitos anos de uso.
Outra forma de depreciar o bem é determinar a quantidade de peças que este produzirá durante a sua vida
útil e utilizar esse dado no lugar de utilizar a vida útil em anos. Nesse caso, dividiremos o valor depreciável
pelo número de peças que o equipamento produzirá em toda a sua vida útil, determinando o custo de
depreciação por peça.
Durante o período em que a depreciação está sendo calculada, é contado o número de peças produzidas e
multiplicado pelo valor unitário calculado anteriormente. O resultado é o custo da depreciação total daquele
período de produção. Utilizando o mesmo exemplo anterior para uma produção estimada total de 100.000
peças temos:
Valor histórico do equipamento = 100.000,00 
Valor residual = 10.000,00 
Valor depreciável = 100.000,00 – 10.000,00 = 90.000,00 
Quantidade de peças produzidas estimada = 100.000 
Custo de depreciação unitário = Valor depreciável/número de peças produzidas estimada 
Custo de depreciação unitário = 90.000/100.000 = 0,90 
Produção durante o primeiro ano = 10.100 peças 
Depreciação do primeiro ano = 10.100 * 0,90 = 9.900,00
Rotacione a tela. 
Amortização de bens patrimoniais intangíveis
Os bens patrimoniais intangíveis são amortizáveis apenas se os seus benefícios econômicos forem finitos e
essa finitude for identificável. Normalmente, eles não têm perda de valor pelo simples uso.
Quando consideramos uma marca própria, por exemplo, essa não sofre perda pelo seu uso regular, pelo
contrário, pode até ganhar maior valor de mercado quando os bens que a recebem são percebidos como de
qualidade superior.
Contudo, quando pensamos no contrato de licença de um software com data final de utilização
determinada, teremos, então, um bem intangível amortizável. Esse bem patrimonial será registrado pelo seu
custo histórico de compra e terá seu valor amortizado pelo tempo em que durar o contrato.
Custos de upgrade e melhorias podem ser incorporados ao valor amortizável desse bem durante a vigência
do contrato. Ele se encaixa como amortizável, pois é finito, a empresa deixa de poder utilizá-lo quando o
contrato se encerra, podendo, assim, identificar essa data.
A amortização de um bem segue o mesmo padrão da depreciação, sendo que a vida útil deste é a duração
temporal do contrato. O cálculo da amortização deve seguir a mesma forma da depreciação, ou seja, dividir
o valor depreciável pelo número de anos de vigência do contrato.
Valor amortizável anual = Valor amortizável/nº de anos de duração do contrato.
Rotacione a tela. 
Outras formas de amortização são possíveis e dependerão, principalmente, da geração de ganho
econômico que o bem intangível proporcionará.
Exemplo
Um bem patrimonial intangível que gerará ganhos econômicos desproporcionais durantea sua vida útil
pode ter seu valor depreciado seguindo essa desproporção, desde que ela seja previsível e previamente
identificável.
A exaustão de bens patrimoniais
Os bens patrimoniais que têm como propriedade a exaustão são os bens da natureza. Nessa categoria,
encaixam-se vegetais e minerais, pois já existem em quantidade finita na natureza e sua extração provocará
sua exaustão, ou seja, seu desaparecimento.
Exemplos desse tipo de bem são as florestas ou as minas de metais, como o ferro. Eles podem ser
explorados até a extinção. Todos os custos de mobilização e desmobilização dos equipamentos para essa
extração também podem entrar no custo para o cálculo da exaustão.
A forma de cálculo da exaustão segue todos os padrões da depreciação, sendo o mais comum a exaustão
linear dos valores do capital imobilizado. O custo de desmontagem é regido pelo artigo 346 do RIR, e tal
regra deve ser seguida como norteadora desse processo.
A gestão de bens patrimoniais infungíveis
Por fim, temos os bens infungíveis que não podem ser depreciados. Esses bens são categorizados dessa
forma, uma vez não podem ser substituídos por outros iguais ou de mesma espécie.
Em essência, esses bens não perdem o seu valor, sendo um exemplo clássico os terrenos. Eles não podem
ser depreciados, pois não perdem as suas propriedades ao longo do tempo.
Outro bem que se encaixa nessa categoria são as marcas e patentes próprios, que, como mencionado, não
perdem o valor pelo uso e não podem ser substituídas em espécie, quantidade e qualidade.
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
(FUNCAB – 2013) A diminuição do valor dos bens tangíveis ou intangíveis correspondente à perda de
valor dos direitos, que têm por objeto bens físicos sujeitos a desgastes efetivos ou perda de utilidade
por uso, ação da natureza ou obsolescência, denomina-se:
Parabéns! A alternativa B está correta.
Quando um bem perde o seu valor de mercado e não pode mais gerar ganhos econômicos que cubram
o seu valor histórico subtraído da depreciação acumulada, este pode ter o seu valor reduzido, sendo
essa diferença lançada como prejuízo do período.
A Depreciação
B Impairment
C Amortização
D Prejuízo permanente
E Prejuízo acumulado
Questão 2
(FGV, 2016) Os bens patrimoniais têm seu valor reduzido ao longo do tempo. A redução desse valor
ocorre de acordo com conceitos básicos. Entre as opções possíveis, o conjunto que melhor representa
os mencionados conceitos é:
Parabéns! A alternativa C está correta.
Essas são as formas existentes para o cálculo da redução do bem ao longo do tempo causada pelo
desgaste por meio do uso ou extração dos bens patrimoniais. As outras definições, como vida útil, não
têm relação com a redução do valor.
Considerações �nais
Compreendemos os conceitos fundamentais da gestão de bens patrimoniais, distinguindo as práticas de
classificação e geração de informações confiáveis para a tomada de decisão.
A Depreciação, vida útil e vida econômica.
B Vida econômica, depreciação e amortização.
C Depreciação, amortização e exaustão.
D Depreciação, vida econômica e exaustão.
E Vida útil, depreciação e amortização.
Desse modo, podemos aplicar todo esse conhecimento, promovendo, com a melhor gestão dos bens
patrimoniais, reduções nos custos de produção e incrementando os lucros da empresa e contribuindo para
a obtenção de vantagem competitiva no quesito menor custo.
Além dessa compreensão, entendemos como é a gestão nos modelos tradicionais e nos modelos
integrados, nos quais um parque fabril confiável pode gerar diminuição nos estoques, e com isso, grande
vantagem para a administração.
Ademais, esses modelos pressupõem o constante acompanhamento dos custos gerados pelos bens
patrimoniais para uma constante avaliação da viabilidade econômica do bem em uso, defendente, na
comparação com um novo bem disponível, desafiante.
Sendo assim, esperamos ter colaborado com esse processo de construção de conhecimento e
aprimoramento, com a colocação de mais um tijolo nessa construção que pode levá-lo ao crescimento na
carreira profissional.
Podcast
Antes de encerrarmos, o professor Ettori Oriol apresenta um breve resumo sobre os principais tópicos
abordados até aqui.
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Referências
DIAS, M. A. P. Administração de materiais: princípios, conceitos e gestão. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2012.
GONÇALVES, P. S. Administração de materiais. 5. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2014.
PORTER, M. E. Estratégia competitiva. 1. ed. São Paulo: GEN Atlas, 2005.
CAMPOS, P. R.; MARTINS, P. G. Administração de materiais e recursos patrimoniais. 3. ed. São Paulo:
Saraiva, 2009.
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Sugerimos a leitura do Decreto nº 9.580, de 22 de novembro de 2018, que regulamenta a tributação, a
fiscalização, a arrecadação e a administração do imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza.
Recomendamos aprofundamento nos tópicos:
Depreciação ‒ subseção II que trata “Da depreciação de Bens do Ativo imobilizado” – Art. 317 a 329;
Amortização ‒ Subseção IV – “Da amortização” – Art. 330 a 335;
Exaustão ‒ RIR – Subseção V – Da Exaustão – Art. 336 a 338.
Saiba mais sobre exaustão:
O Pronunciamento Técnico do Comitê de Pronunciamentos Contábeis sobre Redução ao Valor
Recuperável de Ativo (CPC 01 (R1) NBC TG 01 (R3));
O Pronunciamento Técnico do Comitê de Pronunciamentos Contábeis sobre Ativos Intangível (CPC 04 (R1)
NBC TG 04 (R3));
O Pronunciamento Técnico do Comitê de Pronunciamentos Contábeis sobre Ativo Imobilizado (CPC 27 –
NBC TG 27 (R3)).

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