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TODA HISTÓRIA É PRECIOSA Uma história é capaz de reacender a esperança, iluminar caminhos, fortalecer nossa compaixão. Cada história traz consigo o poder de conectar pessoas, de nos transportar para um universo desconhecido, de ampliar nossa visão do mundo. Histórias enriquecem o conhecimento de quem as doa e de quem as recebe. Elas também podem salvar vidas. Mesmo que não percebamos, certamente fomos beneficiados por muitas histórias ao longo de nosso percurso. Por fim, e mesmo não tendo fim, nós somos feitos de histórias... Leda Al Debes DEDICATÓRIA À minha família pelo companheirismo de sempre, em especial ao meu pai (em lembrança) por seu grande exemplo de amor ao próximo e por ter me ensinado que sou bem mais forte do que poderia imaginar; à minha mãe; à minha tia Saloua e minha prima Silvana, por cuidarem de mim desde a infância e por serem imensos exemplos de amor incondicional. À minha filha Hadija pela felicidade que trouxe à minha vida desde quando chegou; por nossa incrível afinidade, por tantas risadas e bobagens, por ser fonte da minha inspiração. Que esta obra nos lembre sempre de que devemos lutar por um mundo melhor, e que consigamos perceber que o fascínio de cada história está presente em nossas relações cotidianas. Amo vocês além do infinito. PREFÁCIO É com muita satisfação que escrevo o prefácio do livro “Além da Vitamina D” . Trata-se de valiosíssima compilação de depoimentos de médicos, pacientes e pacientes-médicos descrevendo uma nova medicina: aquela que busca o controle total da doença por meio do combate às suas causas; não aquela em que, após poucos minutos de consulta o paciente deixa a sala do médico com a prescrição de produtos farmacêuticos, mas sem a esperança de evitar o acúmulo de sequelas irreversíveis ao longo dos anos. É particularmente encantador o relato demonstrativo de empatia de médicos que passaram a buscar proporcionar aos próprios pacientes o mesmo benefício que, na condição de pacientes, eles mesmos alcançaram. Recebendo em nossa clínica médicos do “primeiro mundo” interessados em nosso protocolo para autoimunidade, espantou-me saber que um médico generalista em um país como a Alemanha pode chegar a atender entre 60 e 90 pacientes em um único dia de trabalho. Não se pode ensejar que médicos venham a ser confundidos com vendedores de medicamentos, mal lhes sendo permitido o tempo necessário para o preenchimento de uma prescrição. Como se encontra documentado neste livro, após anos de sucessivas trocas de imunossupressores provocadas, ou por perda do efeito benéfico, ou pelo surgimento de efeitos colaterais graves, muitos pacientes buscaram o tratamento com a “vitamina” D como último recurso, muitas vezes depois de já haverem abandonado a si mesmos ao curso natural da doença, decididos a evitar o sofrimento inerente aos efeitos colaterais dos medicamentos convencionais. Outros receberam de seus médicos a notícia de que nada mais podem lhes oferecer, pois todo o arsenal terapêutico que tinham disponível se esgotou após o término do efeito benéfico transitório de cada recurso sucessivamente empregado. Esses depoimentos trazem a esperança, cada vez mais concreta, de que a assim chamada “medicina baseada em evidências” inevitavelmente será (e progressivamente está sendo) substituída pela “medicina baseada na etiologia”, ou seja, fundamentada no conhecimento dos mecanismos e no combate à causa da doença. Conhecida a causa, pode-se não somente tratar com eficácia a própria doença, mas possibilitar o que pode haver de melhor: a prevenção, evitando-se a explosão de doenças a que assistimos mundialmente na atualidade. Vivemos em um mundo de doentes no qual, já em 2017, 60% da população era portadora de pelo menos uma doença crônica e 45% era portadora de múltiplas doenças crônicas, conforme verificado naquele ano nos EUA. Não é possível evitar-se que mais pessoas adquiram doenças sem afastá-las dos agentes causadores. É uma grande pena saber que tanto sofrimento e tantos gastos públicos e privados poderiam ser evitados utilizando-se medidas simples e não onerosas, ocultas da classe médica e do público em geral. É imprescindível desvendar o conhecimento das causas ao médico comum. Como exemplo denunciador da situação em que vivemos, basta que sejam lidas as declarações de personalidades como Richard Horton (editor-chefe da renomada revista médica The Lancet, sediada na Inglaterra), em 2015: “Metade de toda a literatura médica é falsa”, ou de quem o precedeu, como Marcia Angell (hoje com 81 anos – que por duas décadas foi editora da não menos renomada revista médica The New England Journal of Medicine, sediada nos EUA), em 2009: “Simplesmente, já não é possível acreditar em grande parte da pesquisa clínica que é publicada…”. O mesmo fabricante que financia testes clínicos de medicamentos e vacinas é o interessado em sua aprovação para colocação no mercado, evidenciando-se inegável conflito de interesses. O problema vai muito além, passando pela seleção dos palestrantes em congressos médicos (conforme matéria publicada no British Medical Journal em 19 de junho de 2008), e alcança os procedimentos de aprovação por instituições como Food and Drug Administration (FDA) nos EUA, conforme matéria de capa da revista Science em 06 de julho de 2018. Descortina-se nestas páginas um futuro promissor para humanização e eficácia da prática médica — que não pode ser antevisto nos congressos ou compêndios de medicina — o que em grande parte se deve às descobertas da mais extensa pesquisa da área da biologia até hoje desenvolvida (entre 1990 e 2003), o chamado “Projeto Genoma Humano”. Executado por um consórcio de diversos países, com um gasto de 3 bilhões de dólares em verbas públicas e a participação de inumeráveis pesquisadores, os resultados desse projeto proporcionaram bases sólidas para a identificação de genes que favorecem doenças por terem sua estrutura alterada (“polimórfica”). O objetivo era justamente a identificação das causas das doenças que afligem a humanidade para preveni-las e tratá-las por meio do combate às suas raízes mais profundas. Tais “polimorfismos” genéticos estão presentes em todos nós, seres humanos. No entanto, a descoberta que interessa ao tratamento eficaz da autoimunidade foi a identificação da associação das doenças autoimunes com polimorfismos, afetando especificamente os genes necessários para as funções biológicas da “vitamina” D. Tal descoberta já ensejou o acúmulo de mais de duas dezenas de milhares de publicações dedicadas à comprovação do papel regulador dessa maravilhosa substância sobre o sistema imunológico. Por um lado, ela potencializa a reação contra microrganismos invasores. Neste mês de outubro de 2020 já contabilizamos mais de 20 mil artigos científicos publicados sobre a importância de interromper-se a pandemia de deficiência de “vitamina” D para o controle da pandemia mundial de covid-19 iniciada há menos de um ano. Por outro lado, ela impede a agressão imunitária contra o próprio organismo. Evidentemente, a resistência a tais funções imunorreguladoras nos portadores de autoimunidade somente poderia ser compensada por níveis mais elevados de “vitamina” D, e foi essa a ideia que, em concordância com as propostas inspiradoras do “Projeto Genoma Humano”, norteou o desenvolvimento de um método de ajuste da dose diária ao grau de resistência de cada indivíduo aos seus efeitos biológicos. Como o próprio título do livro antecipa, a leitura destas páginas proporciona muito mais do que explicações sobre uma substância que na realidade não é uma “vitamina” (conforme se descobriu há quase 90 anos), mas sim, de fato, muito mais do que um hormônio, responsável por dezenas de funções no organismo humano. A “vitamina” D, administrada em doses individualmente ajustadas, trouxe aos pacientes com doenças autoimunes a possibilidade de retomada da sua qualidade de vida, sem a perspectivade um futuro sombrio, limitado por sofrimento físico e psicológico e por diversos tipos e graus de invalidez. O nome “Protocolo Coimbra” foi atribuído ao tratamento com altas doses de “vitamina” D para doenças autoimunes, nas redes sociais de vários países, pelos próprios pacientes. É o fruto de intensa pesquisa e estudo relacionados à literatura médico-científica que, por razões imagináveis, não chega aos congressos e livros-texto de medicina. Destaco, como catalisador do desenvolvimento dessa abordagem, o papel libertador do treinamento em pesquisa recebido na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) (durante o período de mestrado e doutorado) e no período de dois anos passados na Universidade de Lund (Suécia) trabalhando com modelos animais de doenças. Quem faz pesquisa tem como objetivo gerar conhecimento novo e, para tanto, tem de atualizar-se lendo as publicações originais, desenvolvendo a capacitação de avaliar o seu valor científico, por si próprio, sem buscar enxergar “verdades” através do filtro da lente do autor do capítulo do livro-texto ou da lente do palestrante do congresso clínico – lente essa focada no emprego de novos fármacos recém-patenteados e de custo proibitivo. A capacitação em pesquisa pré-clínica é um processo laborioso em que as matérias básicas do curso médico têm de ser novamente abraçadas e aprofundadas para o entendimento das causas e mecanismos das doenças, para que se possa neles(as) intervir. Quase imediatamente, o acesso ágil às publicações originais ensejado pelo surgimento da Internet acelerou todo o processo. Inacreditável tornou-se verificar a quantidade de informação com implicações terapêuticas imediatas que é desconsiderada na transmissão de conhecimento na comunidade médica. Como médico não se pode deixar de corrigir qualquer parâmetro biológico (seja vitamina, hormônio, ou o que for) para não incorrer em negligência. Nesse sentido, é surpreendente verificar que as doses diárias recomendadas internacionalmente — mesmo após a elevação de 200 UI para 600 UI por dia em 2010 pelo Institute of Medicine — pouco ou nada mudam os níveis séricos desse hormônio, na contramão de publicações datadas de 2003, que já demonstravam que mesmo quase o dobro dessa dose diária jamais faria a população (desde a década de 1980 progressivamente privada da única fonte natural de hormônio D – a exposição solar) atingir os níveis séricos mínimos recomendados nos EUA pela Endocrine Society (mínimo de 40 ng/mL). É triste verificar a redução da referência de normalidade no Brasil no início de 2018 para “maior do que 20 ng/mL”, especialmente quando se trata de um hormônio responsável por dezenas de variadas funções biológicas, que provavelmente influencia a atividade de todas as nossas células e que regula a expressão de 2 mil a 3 mil genes dentre os cerca de 24 mil que compõem o genoma humano. Quando se verifica níveis subótimos do hormônio (ou “muito mais do que hormônio”) D em quase toda a população é natural ocorrer a contemporânea explosão de doenças já mencionada. Há quase duas décadas não seria possível prever a proporção internacional que atingiria o que se tornou comum chamar de “Protocolo Coimbra” em várias línguas, que ganhou vida própria graças às chamadas redes sociais formadas por pacientes entusiastas que jamais aceitariam — pelo que transparece de forma clara nos depoimentos deste livro — verem-se privados do tratamento que lhes devolveu a vida, o presente e o futuro familiar e profissional. Ao longo de todos esses anos, um grande aprendizado. Como regra, adoecemos quando nos encontramos emocionalmente desestabilizados. É o gatilho que se soma aos demais fatores predisponentes. Nenhum tratamento produz resultado de 100% em 100% dos pacientes, e o “Protocolo Coimbra”, a despeito de sua eficácia inigualável no tratamento de doenças autoimunes, não é exceção a essa regra. Verificamos que a sustentação de um estado emocional alterado compromete o resultado terapêutico por intermédio do acionamento de mecanismos biológicos que “despertam” cópias de genes alterados, mecanismos esses estudados pela jovem ciência denominada “epigenética”. As pesquisas têm demonstrado que provavelmente nenhum de nós, seres humanos, tem genética perfeita, que podemos ter vários genes alterados que podem provocar doenças, bastando que sejam “ligados” por estresse emocional intenso e sustentado. Nos últimos 15 anos em que passei a interrogar diretamente os pacientes a respeito do seu histórico emocional, não me recordo de nenhum caso em que a doença não tenha iniciado em um período de vida fortemente estressante. No caso das doenças autoimunes, as cópias de genes alterados, ao serem “despertadas” pelos hormônios do estresse, provocam resistência aos efeitos biológicos da “vitamina” D, perdendo-se os seus efeitos reguladores sobre o sistema imunológico. Ficou claro ao longo dos últimos anos que o benefício das doses elevadas de “vitamina” D poderia ser comprometido por uma elevada reatividade emocional aos problemas enfrentados pelos pacientes. Assim, nos últimos anos tornou-se base fundamental do tratamento a adoção da recusa sistemática a pensamentos negativos, que se constituem no ponto de origem do estresse emocional. Ao serem confrontados com os mecanismos biológicos envolvidos, muitos pacientes passaram a seguir essa orientação, pois perceberam que estavam provocando o próprio sofrimento. Seguiu-se uma grande e grata surpresa: doses cada vez menos elevadas de “vitamina” D tiveram de ser usadas, pois os pacientes estavam se tornando menos resistentes a ela, ao reativarem o controle epigenético de seus genes alterados. Muitos já estão se mantendo com doses fisiológicas (superiores às utilizadas em suplementos pela medicina convencional), pois perceberam que estavam provocando a sustentação da atividade da doença (portanto o próprio sofrimento) por intermédio da sintonia mental negativa. Enfim, estabelece- se a realidade de que não podemos curar o paciente (apenas, no máximo, permitir-lhe viver como se estivesse curado), mas ele sim pode de fato curar-se cooperando com o tratamento valendo-se de uma sintonia mental positiva, pacífica, firme e otimista em face dos problemas que todos enfrentamos ao longo da vida. Materializa-se a frase de Buda: “Nem teus piores inimigos podem fazer tanto dano quanto teus próprios pensamentos.” Por fim, é importante parabenizar o importante trabalho e o incansável esforço que a autora do livro, Leda Al Debes, tem feito ao se dedicar a essa causa de difundir o conhecimento sobre a importância da “vitamina” D para o organismo humano, pelas dezenas de funções já descobertas que desempenha em nossas células, órgãos, tecidos e sistemas. Leda tem auxiliado a difundir o papel fundamental da otimização imediata dos níveis “vitamina” D na prevenção e no tratamento da covid-19: muitas vidas já têm sido salvas e muitas sequelas incapacitantes têm sido evitadas. Se esse tratamento tem beneficiado tantas pessoas hoje, isso se deve ao esforço de todos aqueles que, como ela, entenderam a importância dessa substância maravilhosa para a saúde e não se contentaram em guardar esse benefício apenas para si. A todas as pessoas que tiveram a coragem de difundir esse conhecimento, minha sincera gratidão e reverência. Cicero Galli Coimbra CRM: 55714 - SP SUMÁRIO INTRODUÇÃO CONVITE UMA GRANDE MUDANÇA DE VISÃO Claudio Urbano CRM: 139.040 - SP São Paulo - Brasil MEU FILHO, UM SONHO REALIZADO Jéssica Martins Vieira Hepatite autoimune e cirrose biliar primária São Paulo - Brasil A GENTE NÃO É TODO MUNDO Fran Almeida Esclerose múltipla Minas Gerais - Brasil CORAGEM DE MÃE E A CERTEZA DA LONGEVIDADE SAUDÁVEL Marcia Cicivizzo Paciente: Nayra Esclerose múltipla São Paulo - Brasil UMA HOMENAGEM PARA ALÉM DA VIDA Beatriz Jankovski Esclerose múltipla São Paulo - Brasil OBRIGADA, DR. CICERO, POR NÃO DESISTIR DE NÓS DanieleDonha Artrite reumatoide, psoríase e vitiligo Mato Grosso do Sul - Brasil EU SABIA QUE MINHA VIDA JAMAIS SERIA A MESMA Renato Slomka CRM: 5.453 - RS e 23.630 - SC Rio Grande do Sul - Brasil MINHA FILHA NÃO SOFRE MAIS Sandra Costa Paciente: Clara Transtorno do Espectro Autista (TEA) Espírito Santo - Brasil UM SOPRO DE ESPERANÇA Ana Sória Paciente: filha Púrpura Trombocitopênica Idiopática (PTI) São Paulo - Brasil DO OUTRO LADO DA MESA DO CONSULTÓRIO Maira Elise Jann CRM: 31.348 - RS Esclerose múltipla Rio Grande do Sul - Brasil MINHA ILUMINADA JORNADA PESSOAL E PROFISSIONAL Satya Lustoza Nahu CRM: 17.147 - BA Esclerose múltipla e síndrome de Sjögren Pernambuco - Brasil GRATIDÃO PELA VIDA DO MEU PAI Aline Diniz Paciente: Edson da Silva Diniz Esclerose múltipla Distrito Federal - Brasil CORAÇÃO DE MÃE NÃO SE ENGANA Verediana Vasconcelos de Souza Paciente: Camille Artrite reumatoide, lúpus e síndrome de Sjögren Paraná - Brasil UM CAMINHO DE LUZ PARA LIBERDADE Kory Carreno Esclerose múltipla e fadiga crônica Peru FICO PENSANDO SE TUDO É REALMENTE VERDADE André Linn Polineuropatia periférica São Paulo - Brasil ALÉM DE UM DIAGNÓSTICO Talitha Alexandrina Esclerose múltipla Pernambuco - Brasil UMA SATISFAÇÃO INCRÍVEL Jacqueline Tosta Rezende CRM: 6.040 - GO Goiás - Brasil 99 CADA DIA PARA MIM É UMA NOVA BENÇÃO Andréa Banach Esclerose múltipla e neuralgia do trigêmeo Paraná - Brasil 104 GRATIDÃO PARA SEMPRE Alessandra Fanton de Siqueira Alves Paciente: César Augusto Doença de Chron Paraná - Brasil 107 TUDO ACONTECE POR ALGUMA RAZÃO Jenn Williams Esclerose múltipla e neurite óptica Estados Unidos da América 109 DA FRANÇA PARA O BRASIL, NOSSA MELHOR VIAGEM David Lúcio Esclerose múltipla França 114 CORAGEM PARA COMEÇAR Cristina Minami Lúpus e nefrite lúpica São Paulo - Brasil O INESTIMÁVEL VALOR DA VIDA Karine Koller CRM: 101.900 - SP São Paulo - Brasil 121 AMOR DE IRMÃS Indianara Giordani Esclerose múltipla Santa Catarina - Brasil 124 COLORIDA, COMO A VIDA DEVE SER Betty Cardoso Fibromialgia e psoríase Itália EU, COMO MÉDICO, SIMPLESMENTE NÃO ENTENDIA O QUE ESTAVA ACONTECENDO Ricardo Toledo CRM: 15.490 - SC e 42.129 - PR Santa Catarina - Brasil EU NÃO TENHO MAIS MEDO DA ESCLEROSE MÚLTIPLA Christina Kiening Esclerose múltipla Alemanha CELEBRO CADA ANO DO PROTOCOLO COMO UM RECOMEÇO Lúcia Helena Galante dos Reis Artrite psoriásica São Paulo - Brasil VITAMINA D, O MEU MELHOR TUBO Marcelo Palma Esclerose múltipla São Paulo - Brasil JUNTOS, SUPERANDO O AUTISMO Ana Lisboa Paciente: Victtor Ataide Transtorno do Espectro Autista (TEA) Paraíba - Brasil GRATIDÃO É ALGO QUE ENOBRECE O HOMEM E DIGNIFICA O MERECEDOR Érico Carvalho CRM: 14.066 - BA Paciente: filho Asma brônquica crônica Bahia - Brasil QUATRO PEDAIS Fernanda Campos Esclerose múltipla Minas Gerais - Brasil MINHA CADEIRA DE RODAS FICOU NO ESQUECIMENTO Sophia Nunes Esclerose múltipla França MINHA FAMÍLIA, MINHA MAIOR TORCIDA Deise Miranda Esclerose múltipla Bahia - Brasil JÁ SE PASSARAM DOZE ANOS Larissa Megale Esclerose múltipla São Paulo - Brasil SIMPLESMENTE PORQUE EU POSSO Lêda Jamile Esclerose múltipla Rio de Janeiro - Brasil COINCIDÊNCIAS NÃO EXISTEM Otávio Gallindo Esclerose múltipla Alagoas – Brasil O ESSENCIAL É SIMPLES Felipe Belanda Trofino CRM: 189.286 – SP e 43.994 – RS Rio Grande do Sul - Brasil EU SÓ PENSAVA EM ABRAÇÁ-LO E AGRADECER POR ESTAR ALI Paulo Faria CRM: 35.305 - BA Esclerose múltipla Rio de Janeiro - Brasil VIVER, E NÃO SOBREVIVER, É A MINHA ESCOLHA Elaine Galhardo Esclerose múltipla Minas Gerais - Brasil SEM SINTOMAS, SEM SINTOMAS, SEM SINTOMAS Isabel Gonzaga Duque Artrite reumatoide, depressão, epilepsia, fibromialgia e psoríase Rio de Janeiro - Brasil MEU DIPLOMA DE MÉDICO, UM SONHO REAL Vinícius Guedes CRM: 10.883 - MS Esclerose múltipla Minas Gerais - Brasil VAMOS TORNAR ESTE MUNDO UM LOCAL MELHOR PARA TODOS VIVERMOS? Danilo Finamor CRM: 105.780 - SP São Paulo - Brasil SEMPRE É POSSÍVEL APRENDER ALGO MAIS Cleusa Falkembach Artrite reumatoide, esclerite e tireoidite de Hashimoto Rio Grande do Sul - Brasil NUNCA PARE DE LUTAR Marianny de Siqueira Vasconcelos Miastenia gravis Pernambuco - Brasil UM ENCONTRO MARCANTE Bianca Urbano CRM: 163.479 - SP São Paulo - Brasil MUITO ALÉM DA VITAMINA D Leda Al Debes Artrite psoriásica, esclerose múltipla, fibromialgia, psoríase e fenômeno de Raynaud São Paulo – Brasil TEXTO TÉCNICO SOBRE VITAMINA D E AUTISMO Dra. Karine Koller CRM 101.900 - SP REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Este livro relata casos de artrite psoriásica, artrite reumatoide, asma, cirrose biliar primária, depressão, doença de Crohn, esclerite, esclerose múltipla, fadiga crônica, febre reumática, fenômeno de Raynaud, fibromialgia, hepatite autoimune, lúpus, miastenia gravis, nefrite lúpica, neuralgia do trigêmeo, neurite óptica, psoríase, polineuropatia periférica, Púrpura Trombocitopênica Idiopática (PTI), síndrome da fadiga crônica, síndrome de Sjögren, Transtorno do Espectro Autista (TEA), tireoidite de Hashimoto, uveíte e vitiligo. INTRODUÇÃO Estamos lhe oferecendo, de coração aberto, um pouco das nossas histórias, de que forma nossas vidas foram transformadas em vários aspectos por meio da vitamina D. Não é um livro que fala apenas sobre saúde, mas sim sobre todos nós termos, você também, muito mais coisas em comum do que imaginamos. Nossos depoimentos foram escritos espontaneamente com imensa gratidão, alegria, emoção e muita, muita vontade de beneficiar o maior número de pessoas possível, assim como um dia fomos beneficiados pelas histórias dos que chegaram antes de nós. O Prof. Dr. Cicero Galli Coimbra, por seu grande exemplo de humildade, responsabilidade, determinação, coragem, dedicação e respeito ao próximo, nos trouxe lições que vão muito Além da Vitamina D. Que esta obra leve esperança de uma vida melhor para os que sofrem com doenças autoimunes e outras patologias que vêm sendo tratadas com doses terapêuticas de vitamina D; que seja de algum modo o despertar para o exercício de uma medicina mais abrangente, humanizada, pois de certa forma estamos todos juntos na tarefa de viver. “Há quase duas décadas não seria possível prever a proporção internacional que atingiria o que se tornou comum chamar de ‘Protocolo Coimbra’ em várias línguas, que ganhou vida própria graças às chamadas redes sociais, formadas por pacientes entusiastas que jamais aceitariam, pelo que transparece de forma clara nos depoimentos deste livro, verem-se privados do tratamento que lhes devolveu a vida, o presente e o futuro familiar e profissional.” Prof. Cicero Galli Coimbra “Fui o primeiro médico convidado pelo Dr. Cicero para atendimento e pesquisa com altas doses de vitamina D. Sinto-me extremamente grato e privilegiado por participar desse gigantesco e revolucionário projeto de promoção da saúde, desde a geração embrionária da ideia central e das primeiras respostas dos pacientes, pela defesa de minha tese de doutorado e publicação dos resultados, passando por ajustes e adequações desse que se tornou o chamado Protocolo Coimbra.” Danilo Finamor “Hoje eu sei que aquele dia de consulta com ela não foi apenas um encontro marcado, mas acima de tudo um encontro marcante! Tenho plena convicção de que o lado humano da cura tem a possibilidade de provocar intensas transformações na relação e visão de mundo, tanto do médico quanto do paciente, e essa interação ajuda ambos a crescerem.” Bianca Urbano “Um dos sentimentos mais cruéis que alguém pode sentir é a impotência ante a dor e o sofrimento alheio, principalmente quando se trata de uma pessoa querida. Em se tratando de um filho, então, esse sentimento triplica a angústia de não poder fazer absolutamente nada quando o assunto é doença.” Ana Sória “Naquele momento percebi que a medicina por trás do Protocolo Coimbra não tinha nadade alternativa. É uma medicina baseada na epigenética, por muitos vista como a medicina do futuro. No nosso caso, graças ao Dr. Cicero, é a medicina do presente.” Claudio Urbano “Mês a mês Clara foi avançando e perdendo as comorbidades do autismo e hoje, com três anos e dois meses de idade, tem um vocabulário de seis palavras. Esforça-se incrivelmente para se comunicar: gesticula, aponta, tenta falar. Interage com qualquer pessoa. Até um ‘oi, menininha!’ gritado na rua e ela olha. Procura brincar com outras crianças. O contato visual, com qualquer pessoa, é total. Seu humor é ótimo: risonha, brincalhona, esperta, implicante com o irmão mais velho. Ensaia coreografias na escola, tenta cantarolar músicas infantis.” Sandra Costa “Certo dia, após um procedimento no hospital, recebi uma medicação de uso proibido para miastenia, que agravou bruscamente meus sintomas. Perdi totalmente a consciência; não conseguia mexer nenhuma parte do meu corpo. Aquele foi o momento do auge da doença para mim, e eu me concentrei apenas para continuar respirando. Fui direto para a UTI e, entre toda a movimentação da equipe para prestar o socorro, eu tomei uma grande decisão na minha vida: eu jamais passarei por isso novamente, e não sei como vou fazer, mas vou melhorar.” Marianny de Siqueira Vasconcelos “Suspendi o uso do medicamento. Percebi mais tarde que a falta de contato mais próximo com o médico — para esclarecimento das dúvidas que surgem — nos deixa perdidos, com sentimento de abandono e desesperança. Eu deveria ter me certificado a respeito, mas as consultas com médicos convencionais são em geral tão rápidas, e tão pouco esclarecedoras, que não nos motivam a buscar respaldo.” Cleusa Falkembach “É muito extenso, não dá para descrever, mas o tratamento começa na nossa cabeça. Antes de qualquer vitamina aprendemos a olhar para dentro de nós, a buscar a força que precisamos para conseguir sair desse buraco tão triste e solitário que é a doença.” Jéssica Martins Vieira “Sim, existe vida além de um diagnóstico. A partir dele conheci uma força interior que não imaginava que tinha, fiz novos amigos, pude mostrar aos meus alunos e pessoas do meu círculo de amizade que não existem obstáculos quando passamos a enxergar os acontecimentos da vida como um aprendizado.” Talitha Alexandrino “O Protocolo Coimbra transforma vidas: dos pacientes portadores de doenças autoimunes, de seus familiares, e dos médicos que têm o privilégio de contribuir na informação sobre esse tratamento.” André Monteiro CRM: 20107 - MG “Passei minha vida estudando, entrei para a faculdade de medicina com 17 anos, dediquei-me ao máximo, e 6 meses depois de formado descobri a esclerose múltipla, e que todos os tratamentos convencionais me ofereciam um futuro sombrio, sem muitas esperanças…” Paulo Faria “Se um dia eu chorava de desespero à beira de um abismo, no dia seguinte eu chorava de emoção e gratidão pela restauração da minha fé e esperança por uma vida com bem-estar. Nesse momento falei para o Antônio: ‘Se esse protocolo der certo, nosso filho tem que se chamar Cicero!’. E o Antônio acenou com a cabeça concordando.” Beatriz Jankoski “Quando ele abriu a Internet e colocou no PubMed ‘vitamin D polimorphism VDR’, nossa! Estava ali o que eu queria entender: um amontoado de artigos falando da relação entre defeitos genéticos na absorção, metabolização e transporte da vitamina D, e doenças autoimunes. Falei para mim mesma na hora: ‘É por isso que funciona! Por isso que tem que ser em alta dose a vitamina D’!” Satya Nahu “Se você que está lendo minha história tem uma doença autoimune e ainda tem dúvidas sobre a eficácia do Protocolo Coimbra, siga um conselho de quem já passou por isso: pesquise, estude, conheça a fundo sua patologia. Não temos formação médica, mas temos a obrigação de saber, mesmo que superficialmente, o que acontece com o nosso corpo, quais são as opções de tratamento e como elas agem no nosso organismo.” Lúcia Galante “Óbvio, altas doses de vitamina D podem trazer problemas. Não os trazem porque os médicos treinados pelo Dr. Cicero Coimbra para o tratamento com altas doses de vitamina D sabem como prevenir aqueles que poderiam, eventualmente, advir desse tratamento.” Renato Slomka “Iniciei meu tratamento e no primeiro retorno, após quatro meses, eu estava completamente sem sintomas ou sinais da doença. Para falar a verdade, às vezes nem me lembro de que sou portador de esclerose múltipla. Lembro- me bem de quando optei por esse tratamento: as críticas dos colegas e médicos da minha escola dizendo que iria parar numa cadeira de rodas, cego, e que esse tratamento com vitamina D não tem comprovação científica, ou seja, o mesmo argumento infundado de sempre.” Vinícius Guedes “Sou extremamente agradecido ao Dr. Cicero pela disposição de compartilhar seus conhecimentos, pelo seu extraordinário raciocínio médico, e por enfrentar as dificuldades, no início sozinho, hoje apoiado por inúmeros médicos e principalmente por milhares de pacientes que têm uma vida normal graças ao trabalho deste gênio da medicina.” Ricardo Toeldo “Por causa dele tornei-me empreendedora. Criei minha própria marca, minha própria confeitaria. Eu não tinha condições de realizar esse tratamento. Agora comercializo brownie, donuts, bolo de pote, palha italiana, dentre outros. Não provo minhas receitas, pois na maioria delas vai leite ou chocolate. Faço tudo no ‘olhômetro’, e os clientes sempre elogiam. Toda a renda das vendas destino a pagar meu tratamento. Não desistam, nada é impossível. Espero que um dia todos tenham livre acesso ao Protocolo Coimbra.” Daniele Donha “Por ter tido o diagnóstico de esclerose múltipla e ter feito tratamento com medicação convencional e posteriormente com vitamina D, e por ter podido avaliar em mim os efeitos e respostas de cada um deles, consigo entender os sentimentos do paciente e transmitir esperança de que é possível, sim, voltar a viver apesar da doença e da medicação. Nós, pacientes, somos a melhor e maior evidência necessária para comprovar a eficácia ou não de um tratamento.” Maira Elise Jann “Tive quatro consultas em dois anos e em 2014 recebi alta médica, pois a minha doença estava desligada. Inacreditável! Incrível! Dr. Cicero falou: ‘Parabéns, você está de alta!’ Eu comecei a rir e falei: ‘Caracaaa, vou correr pelada pela Avenida Paulista’. Juro que saiu sem querer, falei sem pensar e ele, sempre sério, não aguentou e riu.” Lêda Jamile “Agradeço especialmente à Leda Al Debes, idealizadora deste livro e portadora de doença autoimune, tratando-se com o Protocolo Coimbra. Está à frente de um projeto maravilhoso para divulgar este tratamento ao máximo de pessoas possível, usando recursos de mídias sociais, conectando pessoas ao conhecimento do protocolo, e agora no lançamento deste livro excepcional! Parabéns, Leda, por defender esta causa com coragem e lucidez, e por despertar tantas pessoas neste sentido.” Jaqueline Rezende Há vários anos os depoimentos de pacientes que tiveram suas vidas transformadas por meio do Protocolo Coimbra são divulgados voluntariamente nas redes sociais e apreciados por milhares de pessoas. Já são mais de 500 mil seguidores no Brasil e em vários outros países. Todo o processo de elaboração deste livro, que começou em setembro de 2018, foi para mim uma etapa de grande aprendizado pessoal e profissional. Emocionei-me ao ler cada depoimento recebido, e quando tinha a pretensão de me controlar ao revisar nossas histórias, lá estava eu sentindo novamente a mesma emoção. Ao escrever meu próprio relato percebi o quanto foi libertador transferir para o papel acontecimentos e emoções que até então eu mesma não compreendia. Sinto-me feliz em saber que outras pessoas também foram invadidas pelo mesmo sentimento. Nossas histórias se entrelaçam… Não há como descrever a avalanche de emoções desse período. É um sonho que só foi possível realizarcom o auxílio de muitas pessoas, muitos corações se abrindo juntos, incondicionalmente, em prol de uma causa maior. Que possamos seguir juntos e cada vez mais unidos, disseminando a informação — motivados por nossas experiências pessoais — de que o brilhante trabalho pioneiro do Prof. Dr. Cicero Galli Coimbra e equipe, com doses terapêuticas do hormônio D, vem beneficiando milhares de pessoas no mundo inteiro há quase duas décadas. A todos os que participaram do primeiro volume da série “Além da Vitamina D”, a todas as pessoas que dia a dia fazem parte desta jornada, nas mídias sociais ou não, fazendo também um trabalho voluntário que tantas vidas tem salvado com a divulgação de informações essenciais para a saúde de todos, aos meus familiares, aos “velhos” e “novos” amigos, pelo incentivo e força de sempre, meus sinceros agradecimentos. É com profunda satisfação que lhes entrego, nesta obra, um pouco de cada um de nós. Obrigada por todo o apoio, obrigada pela luz que trazem ao meu caminho. Uma história é um grande presente! Boa leitura! Leda Al Debes CONVITE Gostaria de convidar outros pacientes e seus familiares, “amigos vitaminados”, a participarem conosco da continuação deste projeto, enviando seus depoimentos para o endereço de e-mail que segue abaixo, de forma que possivelmente venham a ser incluídos em futuros volumes da série “Além da Vitamina D”. E-mail: alemdavitaminad@gmail.com Site: www.protocolocoimbravitaminad.com.br Redes Sociais: Instagram: @vitaminad.protocolocoimbra Facebook: Página: Protocolo Coimbra - Vitamina D Grupos de Apoio: Protocolo Coimbra - Vitamina D grupo Protocolo Coimbra para Esclerose Múltipla Protocolo Coimbra para Pacientes Site oficial do Dr. Cicero Galli Coimbra: www.protocolocoimbradrcicerogalli.com NOTA: Os depoimentos deste livro foram escritos entre setembro de 2018 e outubro de 2020, e não estão apresentados em ordem cronológica. mailto:alemdavitaminad@gmail.com https://protocolocoimbravitaminad.com.br/ https://instagram.com/vitaminad.protocolocoimbra?igshid=16zn8llf5k8at https://www.facebook.com/protocolocoimbravitd http://www.protocolocoimbradrcicerogalli.com/ UMA GRANDE MUDANÇA DE VISÃO Meu contato com o Dr. Cicero e o Protocolo Coimbra ocorreu por intermédio da minha irmã, Dra. Bianca Urbano. Inicialmente vou contextualizar como aconteceu esse contato. Eu me formei médico em 2009 e, como qualquer profissional dessa área, segui uma linha mais convencional da medicina. Em paralelo estava estudando muito sobre a conexão entre mente e corpo, após começar a consultar um psicoterapeuta que me ajudou muito em algumas questões que precisava resolver. Isso me levou em direção a uma linha de medicina alternativa, não convencional, integrativa ou qualquer outro nome que as pessoas dão. Na época estava começando a estudar medicina chinesa e a minha irmã, Bianca, perguntou-me se não gostaria de conhecer o trabalho do Dr. Cicero e o Protocolo Coimbra. Contava-me sobre os resultados do tratamento com altas doses de Vitamina D, mas sempre fui cético. Para me convencer precisava ver “com meus próprios olhos” os resultados desse tratamento. Passaram-se vários meses até que surgiu a oportunidade de fazer o treinamento. Logo me surpreendi quando comecei a acompanhar as consultas com o Dr. Cicero e duas médicas que também estavam em treinamento, Dra. Satya e Dra. Patrícia. O Dr. Cicero começou a falar sobre uma medicina completamente diferente, com uma abordagem muito mais ampla do que eu poderia imaginar, envolvendo tanto os aspectos emocionais que funcionam como gatilho para o aparecimento de doenças o mesmo que eu já vinha estudando na medicina chinesa e na psicologia transpessoal), quanto o que havia de mais específico na bioquímica. Novamente eu me vi estudando os mesmos princípios que aprendi no primeiro ano da faculdade, e acreditava que nunca usaria na minha prática médica. Foi uma grande mudança de visão. O que mais me surpreendeu foi perceber os resultados nos pacientes. Durante toda a semana vi muitos casos de esclerose múltipla, sem as sequelas que estamos acostumados a observar em um ambulatório de neurologia convencional. O Dr. Cicero conseguiu utilizar alguns aspectos simples da bioquímica que acabam fazendo toda a diferença. Cada suplemento e cada componente do polivitamínico tem um motivo para ser prescrito. Todos foram minuciosamente estudados buscando evidências científicas na literatura. Naquele momento percebi que a medicina por trás do Protocolo Coimbra não tinha nada de alternativa. É uma medicina baseada na epigenética, por muitos vista como a medicina do futuro. No nosso caso, graças ao Dr.Cicero, é a medicina do presente. Espero que as pessoas que são portadoras de doenças autoimunes possam descobrir que há possibilidade de melhora dos seus sintomas e controle das suas doenças. É preciso, porém, estar disposto a trilhar um caminho novo, que exige alguns sacrifícios, mas que pode fazer a diferença entre uma vida normal e uma vida de limitações que as doenças autoimunes trazem. Claudio Urbano MEU FILHO, UM SONHO REALIZADO Há quatro anos iniciei uma trajetória que nem de longe imaginaria ser tão difícil. Se naquela época eu soubesse de tudo o que iria enfrentar, tenho certeza de que pensaria não ser capaz. Em 2015 comecei a sentir muitas dores por todo o corpo, dores que me deixavam de cama. Travava a coluna, inchavam mãos e pés, tinha dores por todas as juntas. As visitas aos médicos eram cada vez mais frequentes e os diagnósticos os mais variados possíveis. Ouvia que era reumatismo, fibromialgia, bursite e todos os “ites” que vocês possam imaginar. Saía das consultas sempre carregada de extensas receitas de anti-inflamatórios. Tomava muitos remédios, muitos mesmo, sem pensar em como eles me faziam piorar. Na rodinha de amigos eu sempre ouvia que era podre. A mais nova da turma estava sempre “não se sentindo muito bem”. Comecei a ficar depressiva. Tinha vergonha de sentir tanta dor. Não sabia o que estava acontecendo, e para “ajudar” comecei a sentir uma coceira horrível pelo corpo. Eu, que já não dormia bem, comecei a passar as noites sentada na cama me coçando. Minha mãe e todos à minha volta diziam que a coceira era psicológica, que eu estava maluca. Eu me machucava inteira por me coçar com qualquer objeto que via pela frente. Entre tantas idas ao dermatologista, alguns exames deixaram o médico assustado. E tudo foi só piorando. Eu passei por cinco médicos, cinco especialistas que me deram os piores diagnósticos possíveis. Ouvi que poderia ser câncer, lúpus, hepatite, mas nada era confirmado. Eu via no rosto dos médicos que não sabiam o que eu tinha, até chegar a um dos maiores centros de doenças hepáticas do país. Lá, por um momento eu pude respirar. Depois de muitos exames tive um diagnóstico: hepatite autoimune e cirrose biliar primária. Por pior que fosse o diagnóstico, eu havia chegado a um ponto em que só queria saber o que eu tinha. Mesmo sabendo que não teria cura eu ouvi que ficaria bem com o tratamento. Ufa! Mas não foi assim. Meu tratamento era caríssimo. Comecei tomando seis comprimidos por dia. Todo mês a mesma coisa: repetia os exames com muita esperança de estar melhorando, mas era o contrário. Saía da consulta com o dobro de remédios receitados por não estar havendo efeito algum. Enquanto isso os efeitos colaterais dos remédios ajudavam a me matar. Eu engordei 17 quilos, tornei-me diabética e hipertensa. Tudo o que eu ouvia do meu médico era que ele não sabia mais o que fazer, que meu quadro era extremamente delicado e preocupante. O que ele poderia fazer era aumentar as doses. Saía das consultas cada vez mais deprimida, mais triste e com mais remédios. Foi mais de um ano insistindo nesse tratamento que na medicina convencional é o único: corticoides e imunossupressores. Nesse meio tempo engravidei e sofri um aborto espontâneo. Vi o meu maior sonhodesabar, e ouvir que eu não poderia ter filhos terminou de me matar por dentro. A essas alturas eu já havia perdido todas as minhas esperanças. Só queria que o tempo passasse; pensava muito em morrer. Tomava 16 comprimidos por dia que me deixavam pior. Eu só chorava. Mesmo sendo uma pessoa de muita fé e tendo um marido e família incríveis, estava difícil demais. Assim foi até que um dia, nas minhas buscas intermináveis na Internet, achei o “tratamento para doenças autoimunes com vitamina D”. Eu não conhecia ninguém que o tivesse feito, mas isso foi um fio de esperança. Liguei para a clínica do Dr. Cicero e marquei uma consulta. Enquanto aguardava esse dia ansiosamente eu parei completamente com meu tratamento. Chegou o grande dia! Minha consulta foi marcada com a Dra. Bianca Urbano, que é da equipe do Dr. Cicero, mas eu tive o prazer de conhecê-lo também. O encontro durou quatro horas. Mal sabia que a minha cura já havia começado ali. Conheci, antes de médicos, pessoas generosas, cheias de vontade de me ajudar. Deixaram claro que eu só não ficaria bem se não quisesse. É muito extenso, não dá para descrever, mas o tratamento começa na nossa cabeça. Antes de qualquer vitamina aprendemos a olhar para dentro de nós, a buscar a força que precisamos para conseguir sair desse buraco tão triste e solitário que é a doença. Saí da consulta cheia de vontade de viver e com a certeza de que tudo ficaria bem. Retornaria em seis meses para ver como estava e ajustar as doses, mas no primeiro mês de tratamento todos os meus sintomas foram embora. Eu me sentia novamente uma mulher de 25 anos, e de repente eu gostava de mim de novo! Comecei a eliminar todo aquele inchaço que os medicamentos me trouxeram, e todos à minha volta percebiam a diferença! Em seis meses de tratamento não sentia mais uma dorzinha sequer. Meus exames praticamente normalizaram. Até a Dra. Bianca e o Dr. Cicero ficaram surpresos e emocionados. Já se passaram dois anos e eu só faço melhorar! O Dr. Cicero não promete cura com o tratamento, mas sim o desligamento da doença e a melhora de nossa qualidade de vida, mas hoje eu me considero curada, e minha “cura” tem nome: chama-se José Pedro, que logo completará cinco meses de vida. Sim! Eu engravidei e foi uma gestação totalmente tranquila e saudável, como eles me disseram que seria, desde a primeira consulta do protocolo! Durante toda a gestação eu continuei a tomar normalmente as doses terapêuticas de vitamina D, e isso só trouxe benefícios a mim e ao meu filho. Ele nasceu com muita saúde, exatamente como eu sonhava. Eu não tenho palavras e jamais terei para descrever minha gratidão a Deus, à Dra. Bianca Urbano e ao Dr. Cicero e equipe. Não me canso de contar a minha história e espero que ela ajude o máximo de pessoas possível. Gratidão ao meu esposo Felipe que batalhou comigo até aqui, e a toda a minha família! O Protocolo Coimbra trouxe a minha vida de volta. Jéssica Martins Vieira A GENTE NÃO É TODO MUNDO “Você não é todo mundo”, era o que meus pais sempre diziam. E não é que eles tinham razão? Esta semana faz um ano que eu descobri que sou uma entre milhões de pessoas portadoras de esclerose múltipla no mundo. Pois é, é bastante gente, mas não é todo mundo. No início acreditei que a minha vida tinha acabado, o que é muito comum quando se descobre ter uma doença sem cura. Com todo mundo é assim. Mas eu não sou todo mundo! Decidi que “todo mundo” é mundo demais para me enquadrar, e tratei de ter fé. Escolhi um tratamento revolucionário, altas doses de vitamina D. Nem todo mundo faz. Nem todo mundo acreditava que ia dar certo. Nem todo mundo me deu apoio, mas aqui na minha casa a gente não é todo mundo. Assim fui superando o medo e a incerteza que aquele diagnóstico queria me fazer acreditar. Tratei de ser grata! Tratei de ser livre! Tratei de ser feliz! E graças ao “você não é todo mundo” (que ouvi emburrada tantas vezes na minha infância e adolescência), eu aprendi que aquilo que era para ser um fim poderia ser um novo começo. Agora, após um ano da descoberta mais assustadora da minha vida, eu tenho a grata certeza de que a vida é rápida demais para viver limitada ao que todo mundo faz. Fran Almeida CORAGEM DE MÃE E A CERTEZA DA LONGEVIDADE SAUDÁVEL O Protocolo Coimbra teve início em 2002, e minha filha foi uma das primeiras pacientes do Dr. Cicero Galli Coimbra. Em 2003 levei ao Dr. Cicero a Nayra, na época com 13 anos de idade e já diagnosticada com esclerose múltipla desde o ano 2000, depois de sofrer vários surtos nesse período. Fomos apresentadas a ele pela Janice, mãe de uma jovem adolescente também com esclerose múltipla. A primeira consulta foi uma aula sobre o protocolo e esclerose múltipla. Eu não sabia quase nada sobre a doença. Desde o primeiro momento acreditei em tudo que o Dr. Cicero nos falou. Ele sempre fez questão de explicar o protocolo nos mínimos detalhes, e resolvi que faríamos o tratamento. Eu sofria muito, pois não tinha como me orientar. Tudo era muito novo e diferente, mas mesmo assim escolhi a vitamina D, e logo ela não usou mais os medicamentos convencionais. Hoje o Protocolo Coimbra, merecidamente, já é um tratamento muito conhecido. Há milhares de depoimentos emocionantes, incluindo os meus, que estão nas redes sociais para serem vistos e lidos. Não há necessidade de falar que hoje somos todos vitoriosos. Sinto que fizemos a nossa parte, e temos a recompensa. Não existem palavras para expressar a gratidão que sinto por tudo o que vivemos, pela saúde e qualidade de vida que minha filha tem, mesmo tendo esclerose múltipla há quase 20 anos: gratidão por tudo e por todos os que participaram desses momentos difíceis para mim nessa fase de nossas vidas; gratidão por toda a orientação recebida do Dr. Cicero nas consultas em que ele pacientemente me explicava e repetia tudo o que eu não entendia; gratidão pela vida que me ensinou tantas coisas diante dessa adversidade, pelas amizades feitas com os demais pacientes, e muita gratidão a Deus, que colocou o Dr. Cicero em nossas vidas. Hoje me emociono quando vejo um depoimento feliz de algum paciente, pois me lembro de todas as idas ao consultório. Eram só elogios e felicidade ao ver os resultados do tratamento. Sinto uma emoção tipo missão cumprida. Nunca deixei a Nayra perceber a gravidade da esclerose múltipla, pois ela era uma criança e eu não queria que ficasse confusa. Com o passar do tempo as melhoras foram tantas que não senti necessidade de falar nada a respeito. Hoje a Nayra faz o tratamento tranquila, na certeza de que está “curada”, livre dos surtos e das limitações. Tenho certeza de que Deus iluminou o meu caminho e encontrei o Dr. Cicero, que também é iluminado por Deus. Isso não tem preço, só gratidão. Poderia falar muito mais, pois temos mais de 17 anos de tratamento, mas quero que saibam principalmente que o que temos mesmo é a certeza do desligamento de doenças e da longevidade saudável que o Protocolo Coimbra nos traz. Marcia Cicivizzo UMA HOMENAGEM PARA ALÉM DA VIDA Eu posso dizer: “Ainda bem que tive esclerose múltipla”. Se não fosse essa doença eu não teria conhecido o Protocolo Coimbra, não teria a maior prova de amor da minha vida e não teria renascido com mais saúde e bem- estar. Descobri a esclerose múltipla com aproximadamente 24 anos. Um ano antes fui nadar na piscina do Sesc Vila Mariana e tive o primeiro surto: minha perna direita formigou e perdi a sensibilidade. Na época pensei que era uma hérnia de disco. Exatamente um ano depois aconteceu a mesma coisa: fui nadar na piscina do Sesc Vila Mariana, e o segundo surto apresentou-se com mais força e maior abrangência, dessa vez no lado esquerdo inteiro do corpo, dos pés à cabeça. Nesse dia fiz a previsão de que eu iria parar numa cadeira de rodas. Na época eu estava namorando o Antônio há menos de um ano. As coisas ainda estavam incertas, e quando a suspeita daesclerose múltipla apareceu eu permiti que ele fosse embora se quisesse. Graças a Deus ele ficou, e quando a doença ainda era uma suspeita ele foi procurar saber do que se tratava. Disse que se algum dia fosse necessário, iria empurrar minha cadeira de rodas. Propôs que eu me aposentasse se houvesse a confirmação, e que aproveitasse ao máximo os meus dias bons ao lado dele enquanto minha saúde permitisse. Apesar dos pesares, isso foi uma baita declaração de amor e, pela prova que isso representou, em menos de um mês nós começamos a morar juntos. Depois de todos os exames e consultas médicas foi confirmado que eu era portadora de esclerose múltipla. Nesse momento a médica me ofereceu o tratamento convencional, que aceitei. No mesmo dia fui ao SUS para pegar o medicamento com a fé de que eu iria lidar bem com toda a situação. Enquanto aguardava na fila para pegar o remédio, conheci uma mulher da minha idade que ia pegar o mesmo medicamento. Nesse encontro ela me deu o seu depoimento sobre o que é a esclerose múltipla e tudo o que havia sentido e passado durante dez anos com a doença. A espera na fila foi longa e a conversa também.Foram duas horas de depoimento dela misturado com a minha entrevista. Quando saí do SUS toda a minha fé havia desaparecido. Aquele encontro havia trazido ao meu conhecimento tudo o que eu não queria saber: trouxe a triste expectativa de que eu sentiria fraqueza e me sujeitaria a ficar doente toda vez que aplicasse o remédio; que não conseguiria trabalhar direito; que os meus surtos iriam piorar; que se eu quisesse buscar um grupo de apoio iria encontrar pessoas em estado muito mais grave do que o meu; que ficaria com caroço na pele onde aplicasse o remédio (eu apalpei o caroço dela), e teria vergonha de ir à praia usando biquíni; que poderia ficar cega durante uma semana por ocasião de um surto, ser internada em hospital tomando corticoide, e ficaria inchada (ela estava nessa situação, superinchada); que teria momentos de depressão nos quais eu poderia tentar tirar minha vida (ela tentou duas vezes); que tomaria antidepressivo; que iria me aposentar ganhando uma miséria e teria que exercer alguma atividade no mercado informal, e assim poder trabalhar somente quando me sentisse bem. Quando peguei o remédio já não queria mais tentar aplicá-lo. Eu queria ver aquilo no lixo. Fiz muito esforço para chegar em casa levando aquele medicamento. Quando enfim cheguei, preparei o jantar para o Antônio. Assim ele poderia comer antes de eu dar a má notícia. Assim que chegou eu preparei seu prato, e enquanto ele comia perguntou: “E aí, como foi no médico?”. Nesse instante eu olhei para ele querendo que não tivesse feito essa pergunta. Fiquei muda! Ele parou de comer. Fui à geladeira e levei até a mesa de jantar a caixa com as injeções do medicamento. Ele olhou pra mim e perguntou: “O que é isto?”. Comecei a chorar sem parar. Eu andava de um lado para o outro descobrindo uma tristeza verdadeira, a tristeza de quem está à beira de um abismo. Depois de ter chorado horas, e ter contado tudo para o Antônio, fui dormir. Enquanto eu dormia ele ficou acordado a madrugada inteira pesquisando sobre esclerose múltipla. Quando cheguei ao meu local de trabalho no dia seguinte encontrei um e-mail do Antônio dizendo: “Você não vai precisar tomar o medicamento receitado. Encontrei um médico que vai te salvar. Chegando em casa eu te mostro o vídeo”. Pois bem, chegando em casa assistimos ao documentário do Daniel Cunha com a coletânea de depoimentos dos pacientes do Dr. Cicero Galli Coimbra e seu protocolo de vanguarda, “Vitamina D - por Uma Outra Terapia”. Se um dia eu chorava de desespero à beira de um abismo, no dia seguinte eu chorava de emoção e gratidão pela restauração da minha fé e esperança por uma vida com bem-estar. Nesse momento falei para o Antônio: “Se esse protocolo der certo, nosso filho tem que se chamar Cicero!” E o Antônio acenou com a cabeça concordando. Consegui agendar uma consulta com o Dr. Sergio para a semana seguinte. Foi uma excelente consulta e tive toda a orientação de que precisava. O que dizer sobre tratar a esclerose múltipla com as injeções normalmente receitadas em comparação com o tratamento com gotinhas de vitamina D e algumas cápsulas de vitaminas? Só sei dizer: trevas e tristeza comparadas com luz, vida e amor. Em uma semana realizando o protocolo eu me senti renovada. O surto foi embora, minha disposição parecia de atleta e meu coração estava cheio de alegria. Agora em 2019 já estou com 6 anos de tratamento e nunca mais tive um surto sequer. Nesse período nos casamos, engravidei, e o nosso filho que nasceu em setembro de 2018, de fato se chama Cícero. Essa foi nossa homenagem ao Dr. Cicero, que corresponde à nossa gratidão por toda a dedicação dele em desenvolver um tratamento tão maravilhoso, que ajuda tantas pessoas. Sem o Protocolo Coimbra provavelmente o Cicinho vitaminado não existiria. Beatriz Jankovski OBRIGADA, DR. CICERO, POR NÃO DESISTIR DE NÓS Eu era uma criança forte, brincalhona, estudiosa. Na infância sentia muitas dores no joelho, mas o pediatra sempre dizia que era dor do crescimento, então ficávamos despreocupados. Passado um bom tempo começaram a surgir algumas manchas brancas em minha pele. Fui diagnosticada com vitiligo aos sete anos de idade. Não entendia muito bem o que estava acontecendo, mas via minha mãe chorando e desesperada falando com minha tia que havia aparecido vitiligo em meu rosto e corpo. Nessa época eu me lembro de ter feito diversos tratamentos para essa doença. Todos deram errado. Eu ficava muito mal. Cheguei até a tomar garrafadas com ervas medicinais. Aos 12 anos fui diagnosticada com artrite reumatoide. Perdi as contas de quantas vezes fui internada. O joelho ficava inchado e eu não conseguia ir para a escola. Nunca tinha tomado comprimidos na vida e me lembro de que na primeira internação chorei por horas até conseguir engolir o medicamento. Tudo era muito novo para mim. Com os joelhos extremamente inchados, eu mal andava. Usava corticoides em doses elevadas. Ficava uma semana em casa e uma internada. A reumatologista então receitou um temido medicamento imunossupressor, que causou uma fibrose em meus pulmões. Espero que ela leia este depoimento, pois ela um dia disse para minha mãe e para mim que jamais eu seria curada, jamais teria uma vida normal. Como eu era cristã ela disse que não adiantava eu orar para “deusinho” nenhum. Hoje sou formada, professora, esposa, tia… vida normal. Imagine se eu tivesse dado ouvidos a ela! Busquei, juntamente com meus pais, outros médicos. Nessa época surgiu também a psoríase. Com 16 anos tive a primeira crise grave dessa doença. Fiquei internada cerca de 20 dias com quadro de septicemia (tipo comum de sépsis, caracterizado por um estado infeccioso generalizado devido à presença de micro-organismos patogênicos e suas toxinas na corrente sanguínea). Foram dias terríveis, com o corpo em carne viva. Nesse hospital conheci alguns enfermeiros que foram anjos em minha vida. Um deles fazia massagem nos meus pés todas as noites para tentar aliviar minha aflição. Obrigada pela ajuda naquele período tão difícil. O medicamento que eu tomava só me fazia mal, então resolveram prescrever os biológicos. Eu estava em outra crise, no auge dos meus 17 anos. Sinto total gratidão pelos médicos que então me acompanharam. Eles salvaram a minha vida naquela época. Alguns médicos chegaram a dizer que eu não viveria mais do que 25 anos. Foram muitas lutas, mas estou aqui com meus 31 anos. Os biológicos já não faziam mais o efeito esperado. Na verdade desde o início já não traziam grandes resultados, e causavam muitos efeitos colaterais, como infecções recorrentes. Além disso, o SUS por diversas vezes não repassava a medicação. Cansada de ser humilhada, cansada de sentir os efeitos colaterais, cansada de viver uma vida ruim devido às doenças autoimunes,descobri o Protocolo Coimbra quase sem querer, vendo um vídeo no YouTube. Iniciei o tratamento no dia 15 de agosto de 2018, minha nova vida. Hoje estou com um ano e quatro meses de Protocolo Coimbra, e vivendo um sonho! Sonho de não sentir dores, e muito menos a psoríase. Fui à minha segunda consulta . Os resultados dos exames estão ótimos, e a dose da vitamina D foi ajustada. Estou grata demais. Não percam a fé no protocolo! Por causa dele tornei-me empreendedora. Criei minha própria marca, minha própria confeitaria. Eu não tinha condições de realizar esse tratamento. Agora comercializo brownies, donuts, bolo de pote, palha italiana, dentre outros. Não provo minhas receitas, pois na maioria delas vai leite ou chocolate. Faço tudo no “olhômetro”, e os clientes sempre elogiam. Toda a renda das vendas destino a pagar meu tratamento. Não desistam, nada é impossível! Espero que um dia todos tenham livre acesso ao Protocolo Coimbra. Obrigada, Dr. Cicero, por não desistir de nós, e obrigada, Dr. André Martins, pelo excelente atendimento e ajuda. Beijos. Daniele Donha EU SABIA QUE MINHA VIDA JAMAIS SERIA A MESMA Minha trajetória na medicina foi sempre muito dentro do convencional, embora sempre “com um olho fora da caixa”. Sou originalmente um ortopedista, especialista em reconstrução e alongamento ósseo. A primeira “saída da caixa” foi ir à Sibéria em busca do Prof. Dr. Ilizarov, que desenvolveu um método de alongamento ósseo e correção de deformidades com o uso de fixadores externos. Em 1985 eu trouxe ao nosso país o primeiro fixador, e fiz a primeira cirurgia do Brasil em 1986. Sofri muita resistência e críticas por usar gaiolas nas pernas dos pacientes. Ninguém acreditava que fosse possível alongar uma perna em mais de 20 centímetros, mas eu demonstrei isso mais adiante, com uma paciente que teve alongamento de centímetros. Graças a esse método conheci a Luciana, minha paciente com esclerodermia, que foi por mim operada, e que já se tratava com o Dr. Cicero em São Paulo. Há quatro anos ela me presenteou, no dia do médico, com o livro do Dr. Michael Holick, “Vitamina D”, e esse foi o primeiro passo para a grande mudança da minha vida e dos meus pacientes. Encantado com a lógica e os milagres da vitamina D, fui em busca do grande nome no Brasil. Insisti com o Dr. Cicero por longo tempo para conseguir meu estágio com ele. Acreditei que para quem vai até 3.200 quilômetros a leste de Moscou, no meio da Sibéria setentrional, essa tarefa não seria impossível. Após o estágio com meu hoje querido amigo e mestre Cicero Coimbra eu sabia que a minha vida jamais seria a mesma. Como dizia Einstein: “Depois que se abre a mente a novas ideias, ela nunca mais volta ao tamanho inicial”. O início não foi fácil porque eu teria que estudar muitas coisas que não faziam parte da minha vida há muitos anos, tais como imunologia, bioquímica, fisiologia, etc. Posso garantir que nos 3 últimos anos da minha vida estudei mais que nos 44 anteriores. As preocupações iniciais foram se transformando em pura felicidade ao ver os resultados obtidos. A minha relação com os pacientes, que já era muito boa, passou a ser de uma cumplicidade mágica. As três horas de consulta parecem voar em meio a tantas informações de parte a parte. Sabemos todos das grandes dificuldades que este grupo de pacientes apresenta em virtude da gravidade das doenças e, em grande parte, pelo insucesso dos tratamentos convencionais. Sabemos também do grande sofrimento em função dos efeitos colaterais dos imunossupressores e imunobiológicos. O Protocolo Coimbra mudou a minha trajetória profissional trazendo mais conhecimento e me tornando um ser humano melhor pelo tipo de relacionamento médico- paciente que me proporcionou. Hoje a minha ligação com os pacientes é muito mais rica porque posso tocar a alma desse ser sofrido. A grande novidade do protocolo são os resultados obtidos no tratamento do assim chamado Transtorno do Espectro Autista (TEA). Poder ver a felicidade estampada no rosto de uma família após alguns poucos meses de tratamento é uma enorme gratificação. Os pacientes tratados, após os resultados obtidos invariavelmente transformam-se em embaixadores do Protocolo Coimbra, querendo que ele alcance o maior número possível de pessoas, e isso é muito bonito de se ver. Sei que existe um longo caminho a ser trilhado, enfrentando as dificuldades que toda mudança gera no meio médico. Já enfrentei isso quando comecei a fazer fixação externa em 1986, e sei que não iremos desanimar. Meus agradecimentos são para muitas pessoas que tiveram parte neste processo. Pela ordem de aparecimento na minha vida são: - Luciana, minha querida paciente que me presenteou o livro que abriu a minha cabeça. - Dr. Michael Holick que, com o seu livro” Vitamina D”, deu início à mudança. - Dr. Cicero Coimbra, mestre, amigo e inspirador desta caminhada. - Equipe maravilhosa da Clínica Coimbra, médicos vibrantes, estudiosos e amigos. - Não poderia deixar de agradecer aos pacientes pela confiança. Tenho aprendido muito também com eles por meio da constante troca de informações. Renato Slomka MINHA FILHA NÃO SOFRE MAIS A Clara nasceu em fevereiro de 2016. Durante os primeiros 15 meses de vida teve um desenvolvimento regular, acompanhada de forma muito atenciosa por sua pediatra. Sentou, andou e reagiu ao mundo da forma esperada: dava tchau, sorria, olhava para todos nos olhos, já falava algumas palavrinhas: “mãe”, “pai”, “aua” (água), “gagá” (Galinha Pintadinha). Ensaiava pequenas coreografias a partir dos desenhos animados favoritos. Por volta do 16º mês de vida passei a observar que Clara, que antes falava várias vezes ao dia, estava reduzindo as emissões vocálicas, até passar um dia inteiro sem falar nada, e voltando no dia seguinte a falar normalmente. Depois passou a ficar dois ou três dias sem emitir um único som, e novamente voltava a falar. E assim foi, até ficar uma semana inteira sem falar, já perto dos 18 meses. Procurei sua pediatra, que disse ser esse um comportamento normal em crianças dessa idade. Insisti, pois eu tinha noções do que era o Transtorno do Espectro Autista (TEA), e sabia que a ausência de fala era um dos traços. Assim fomos encaminhados na mesma semana para uma neuropediatra, que reforçou o já dito pela médica anterior, afirmando que nos casos de TEA a criança também apresenta dificuldades motoras, algo que minha filha não apresentava. Argumentei que notava que Clara não demonstrava sentir dor. A médica reafirmou seu posicionamento, e pediu que Clara fosse matriculada em uma creche, e que só buscássemos novo atendimento caso ela não voltasse a falar após um ano de vida escolar. Dia a dia minha filha apresentava menos eventos de fala, até que em novembro de 2017, com 1 ano e 9 meses de idade, ela parou totalmente. Seguiram-se os meses, com ausência total de fala, ou qualquer outra vocalização. Em janeiro de 2018 Clara deixou de ser um bebê ativo para ser “quietinha”: ficava horas vendo televisão, como que hipnotizada pelo que via, sem muitas demonstrações emocionais, inclusive quanto aos pais, não festejando mais nossa presença, até chegar ao ponto de nem mesmo nos perceber no recinto. Visitamos duas novas neuropediatras, e foi feito o diagnóstico de “risco de TEA” Iniciamos as terapias fonoaudiológicas e psicológicas (Floortime). No mês seguinte minha filha passou a apresentar, de forma abrupta, muitos movimentos estereotipados, ausência de contato visual, distúrbios do sono (terror noturno e insônia), marcha equina, e o que me foi mais doloroso: autoagressão. Clara mordia o próprio braço, até que gotas de sangue se formavam… e ria, ria como se não houvesse dor. Dias após passou a bater com a cabeça na parede e apresentar crises sensoriais em lugares com muitas pessoas e/ou barulho. Passou a se “desorganizar”, como se diz no jargão da psicologia. Começou a apertar os olhinhos como se tivessedificuldade para enxergar. Chegava bem perto da tela do celular, da televisão, do quadro negro da escola, até que a professora pediu que a levássemos ao oftalmologista. Este concluiu que não havia nada de errado com os olhos da Clara. Também foi marcante nessa época que nas poucas horas de sono minha filha apresentava um forte cheiro de amoníaco na nuca, um cheiro tão incômodo, que eu acordava ao senti-lo. O intestino também estava mal: muita flatulência terrivelmente malcheirosa e as fezes, ora moles demais, ora duras em excesso, nunca estavam normais. Minha filha estava em sofrimento constante, quando não estava totalmente alheia à vida. Uma das neuropediatras que a acompanhava receitou então um medicamento para auxiliar quanto ao sono e outro para ajuste de comportamento. Eu dava o remédio para o sono e após quinze minutos Clara dormia, para acordar duas horas depois com os olhos esbugalhados, elétrica, nervosa, incomunicável. No tempo em que dormia debatia-se muito e mantinha os punhos cerrados de tal maneira que era impossível abri- los. Acordava com as palmas das mãos cheias de marcas dos dedos. Na escola era rara a semana em que a professora não ligasse para que eu fosse buscá-la mais cedo devido às crises de choro. Eu conversava com a dona da creche, professora experiente com crianças com deficiência, que me dizia com olhos tristes: “A Clarinha só piora”. Então Clara parou de se alimentar. Ela, que antes tinha ótimo apetite, parecia não “entender” que estava com fome. Parecia não “entender” o que era a comida. Ela gritava no horário do almoço e do jantar, e foram necessários uns três dias até eu compreender que ela estava com fome, mas não sabia mais o que era a comida. Era necessário segurá-la e enfiar a colher à força em sua boca, até que ela percebesse que se tratava da alimentação. Só assim ela se deixava alimentar, logo a Clara, que meses antes já comia sozinha com suas mãozinhas! Meu coração de mãe pediu que eu pesquisasse mais antes de tentar o outro medicamento receitado, um antipsicótico. E como eu já me trato bastante com medicina integrativa, fitoterapia e homeopatia, resolvi tentar agregar mais conhecimento navegando na Internet. Conheci virtualmente os principais profissionais integrativos, que não se limitam ao tratamento convencional. A vitamina D chegou a mim por uma graça: sou devota da Virgem de Guadalupe, e numa noite de muita agonia e sofrimento para Clara – ela chorava, urrava, se lamentava, como se sentisse dores excruciantes – roguei por ajuda à minha Mãe Guadalupana. Fui dormir com Clara nos braços, tentando acalmar seu sofrimento, após uma dose de remédio para dor. De manhãzinha, ao ir conferir meu celular, esbarrei o dedo no botão do Google Chrome, que abriu diretamente na webpage “Vitamina D - Por Uma Outra Terapia”. Eu não sabia nada sobre aquilo, e comecei a ler. Era algo sobre esclerose múltipla, mas eu insisti na leitura até que vi a palavra “autismo”. Eu soube na hora: “Pronto, minha mãezinha Guadalupana está me mostrando um caminho”. Era final de abril de 2018. Assisti a todos os vídeos disponíveis do Dr. Coimbra. Dias depois fui até a farmácia, comprei a vitamina D3 e passei a administrar as doses fisiológicas no dia primeiro de maio. Liguei para a clínica do Dr. Cicero Coimbra e agendei consulta para meados de julho, com uma das médicas disponíveis. Por volta do dia 15 de junho as mudanças em Clara começaram a ser visíveis: o forte odor da nuca, dos gases intestinais e das fezes tinha se normalizado. Clara também passou a evacuar normalmente, dormir 10 ou 12 horas seguidas de um sono tranquilo, e acordar bem-humorada! Voltou aquele sono de bebê, em que o corpo todo amolece e repousa, as palmas das mãos abertas, a respiração profunda! E voltou a falar “mãe”, “pai” – um fiozinho de voz, bem fininho, mas estavam lá, aquelas palavrinhas mágicas novamente. Progressivamente o contato visual foi se restabelecendo. As terapias, que antes não avançavam, passaram a render bastante, e as profissionais que a acompanhavam queriam saber o que eu estava fazendo de diferente. Na época da consulta com a Dra. Karine Koller e com o Dr. Coimbra, Clara estava bastante centrada, com crises sensoriais (rápidas, leves incômodos na verdade) limitadas a eventos de excessivo estresse. A alimentação estava regular e as estereotipias não se apresentavam. Lembro-me do Dr. Coimbra insistindo comigo: “Tem certeza de que aconteceu tudo isso com ela?” Eu mostrava os vídeos da Clara andando de uma parede até a outra repetidas vezes (ela o fez durante duas horas e trinta minutos numa noite), as inúmeras estereotipias, os tiques vocálicos. No dia primeiro de agosto iniciei as altas doses, o Protocolo Coimbra completo (vitamina D, magnésio e polivitamínico). Mês a mês Clara foi avançando e perdendo as comorbidades do autismo e hoje, com três anos e dois meses, tem um vocabulário de seis palavras. Esforça-se incrivelmente para se comunicar: gesticula, aponta, tenta falar. Interage com qualquer pessoa. Até um “oi, menininha!” gritado na rua e ela olha. Procura brincar com outras crianças. O contato visual, com qualquer pessoa, é total. Seu humor é ótimo: risonha, brincalhona, esperta, implicante com o irmão mais velho. Ensaia coreografias na escola, tenta cantarolar músicas infantis. Clara saiu do espectro? Não. Clara ainda é uma criança que apresenta traços do TEA. O avanço da fala é lentíssimo, tem um enorme deficit de desenvolvimento quando comparada a uma criança neurotípica, mas minha filha não sofre mais! Minha filha não se agride! Minha filha não demonstra estar sentindo agonia, desespero, dor! E está em franco desenvolvimento… lento, muito lento, mas desenvolvendo-se e feliz! Sandra Costa UM SOPRO DE ESPERANÇA Um dos sentimentos mais cruéis que alguém pode sentir é a impotência ante a dor e o sofrimento alheio, principalmente quando se trata de uma pessoa querida. Em se tratando de um filho então, esse sentimento triplica a angústia de não poder fazer absolutamente nada quando o assunto é doença. Imploramos silenciosamente a Deus que alivie, que poupe, que transfira para nós, mães, a dor do nosso filho. Se possível fosse, tiraríamos com a mão o sofrimento e o colocaríamos em nós! Num ambiente de UTI pediátrica, onde o clima é frio e o tempo parece parar, essa sensação é ainda mais gritante. Qualquer movimento, qualquer gesto ou suspiro, um bip que toca de repente ou um simples exame de sangue toma outras proporções. Casos graves ou casos mais simples, não importa: cada mãe, pai, família sabe exatamente a cruz que carrega. São histórias de vidas que se cruzam nos corredores do pesar e da esperança, na espera interminável por uma melhora ao lado do leito, na expectativa da alta hospitalar. “Ser mãe é padecer no amor e infinitamente na dor…” Escrevi esse texto há quatro anos, período em que descobri a doença da minha filha. Ela tinha dez anos e foi diagnosticada com Púrpura Trombocitopênica Idiopática (PTI), doença autoimune que destrói as plaquetas (células responsáveis pela coagulação do sangue), podendo ocasionar hemorragia interna. Meu mundo desabou, tamanho foi o choque e a surpresa com o diagnóstico para uma criança que nunca teve nenhum tipo de doença na infância, e por ser algo totalmente desconhecido, algo que eu nunca tinha ouvido falar. Fizemos o tratamento convencional com corticoides e imunossupressores, porém a resposta era sempre a mesma: sem medicação ela não sustentava a contagem das plaquetas. Foram cinco internações (passamos de quatro a cinco dias na UTI para tratamento com imunoglobulina). Houve aumento de peso, inchaço, estrias pelo corpo, baixa autoestima, irritabilidade, queda de cabelo, agressividade, instabilidade emocional e de ônus, uma osteoporose por conta do uso prolongado de corticoide. Procurei vários hematologistas, e todos seguiam a mesma conduta: corticoides, imunossupressores, quimioterápicose a esplenectomia (retirada do baço). Logo de início foi indicada a cirurgia, mas nunca foi uma ideia bem aceita por ela, nem por mim, nem pela família. Buscando alternativas de tratamento tomei conhecimento do Protocolo Coimbra. Depois de pesquisar e ler sobre o assunto, e considerando os relatos e depoimentos dos grupos do Facebook, especificamente alguns relacionados a PTI, enchi-me de esperança e resolvi tentar. Não foi uma decisão fácil já que se tratava da vida de outra pessoa que dependia de mim, e por isso mesmo o peso é ainda maior. No dia 2 de fevereiro de 2016, após fazer uma consulta com o Dr. Danilo Finamor, médico que faz parte do protocolo, iniciamos o tratamento com altas doses de vitamina D. Dois meses depois as plaquetas haviam normalizado! Cabe ressaltar que estávamos finalizando um novo tratamento com um medicamento quimioterápico, uma vez que minha filha já não poderia tomar corticoide e as plaquetas estavam em torno de 5 mil (a contagem normal de plaquetas em um ser humano é de 150 mil a 200 mil). Confesso que fiquei na dúvida sobre qual dos tratamentos havia funcionado, mas estávamos muito felizes com o resultado. Vida normal durante um ano. Após esse período as benditas plaquetas começaram a cair gradativamente e o desespero voltou a me atormentar. A cada exame de sangue, uma decepção. Por que não estava mais funcionando? Seria o efeito do quimioterápico que estava passando? O medo de novas internações e de reviver todo aquele pesadelo me fizeram pensar na retirada do baço. Cheguei a falar com a hematologista, mas como a consulta com o médico do protocolo estava próxima, resolvi esperar. Após o retorno a dose de vitamina D foi reajustada por três vezes. Aqui cabe dizer que depois de duas tentativas fracassadas, numa atitude de mãe desesperada, aumentei a dose além da solicitada pelo médico, por minha conta e risco. Quem segue o protocolo sabe que o estado emocional é um fator preponderante para o sucesso do tratamento. Sabemos também que a adolescência (fase em que se encontra minha filha) é um período bastante conturbado. Foram oito meses de angústia, incertezas e questionamentos, mas hoje, para meu alívio em relação à saúde da minha filha, posso afirmar sem sombra de dúvida que o tratamento com altas doses de vitamina D foi a melhor escolha que fiz. É uma luz no fim do túnel, um sopro de esperança, a vida normal de volta para aqueles com diagnóstico de doença sem cura. Espero ansiosamente o dia em que o Protocolo Coimbra seja a principal forma de tratamento contra as doenças autoimunes, e que todos possam ter dele conhecimento e acesso. Por enquanto, todo meu carinho e imensa gratidão ao Dr. Cicero Coimbra e aos grupos do Facebook, pelo apoio e pelos depoimentos emocionantes. Ana Sória DO OUTRO LADO DA MESA DO CONSULTÓRIO Desde muito jovem eu sonhava em ser médica. Estudava bastante, tirava boas notas, lia muito. Tinha um objetivo definido: cursar medicina na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), e faria o possível para atingi-lo. O último ano do ensino médio foi bastante estressante. Além das aulas do colégio eu fazia cursinho pré-vestibular e dava aulas de inglês à noite. Tinha 17 anos na época. Tudo seguia bem até que certo dia acordei estranha… paraparesia (diminuição da força em membros superiores) e parestesia em hemicorpo esquerdo (formigamento do lado esquerdo do corpo). Imaginei ser estresse, já que a data do vestibular se aproximava, e esperei que passasse. Não passou, ficou mais intenso, com parestesia atingindo a face, certo grau de afasia de expressão (alteração da expressão da linguagem) e cefaleia (dor de cabeça). No hospital foram feitos exames laboratoriais, tomografia computadorizada de encéfalo e punção lombar, todos com resultados normais. Tive alta com “diagnóstico” de estresse e recomendação de que tivesse acompanhamento psicológico. Não foi indicado tratamento medicamentoso e gradativamente os sintomas foram desaparecendo. Em 2001 iniciei o curso de medicina na UFRGS. Continuava sendo uma aluna esforçada, tirando ótimas notas, e o objetivo agora era fazer residência em ginecologia e obstetrícia. Fui bolsista de projetos de pesquisa na área, fiz monitoria e até estágio opcional em Montreal (Quebec) com médico ginecologista que conheci em um desses projetos de pesquisa. Percebia que nos momentos de maior estresse a parestesia retornava e a cefaleia piorava, o que me forçava a tentar reduzir o ritmo por alguns dias. No final da faculdade (2005), no período de internato, quando passava por estágio como doutoranda em ginecologia e obstetrícia, os sintomas retornaram com força: hipoestesia (diminuição da sensibilidade), paraparesia e parestesia em hemicorpo esquerdo. Não tinha mais segurança para manusear instrumentos cirúrgicos durante as cesarianas, nem resistência física para os plantões no centro obstétrico. Suspeitando de algum problema neurológico consultei um professor de neurologia da faculdade. Fui internada no próprio Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) para investigação. Realizei novamente diversos exames laboratoriais, além de eletroneuromiografia, eletroencefalograma, nova punção lombar e ressonância magnética de crânio – esta com resultado sugestivo de esclerose múltipla. Não foi indicado tratamento, mas recomendado que repetisse a ressonância anualmente. Os sintomas regrediram lentamente, sem deixar sequela. A formatura foi em junho de 2007. Apesar de ainda não ter recebido diagnóstico de esclerose múltipla eu sabia que ele um dia viria, e por isso o sonho de ser obstetra foi deixado para trás. Eu conhecia a carga de estresse que a especialidade exige e não me considerava capaz de suportá-la sem que isso desencadeasse novos episódios de piora sintomática. Fui então para o interior do estado, onde trabalhei como médica de “Estratégia de Saúde da Família” nas cidades gaúchas de Guaporé, Feliz, Vale Real e Caxias do Sul, onde fui concursada. Em 2009 fui mãe pela primeira vez e fiquei muito bem durante o período da gestação, sem novos sintomas. Em 2012 fui aprovada em concurso público em Caxias do Sul para atuar como médica de “Família e Comunidade”. Conciliar trabalho em posto de saúde e consultório, filho pequeno, estudo para o concurso, e pós-graduação — estava estudando geriatria no Instituto Porto Alegre (IPA) na capital — foi bastante estressante, e mais uma vez a doença se manifestou. Fiz consulta com neurologista de Caxias do Sul, que fez nova punção lombar e ressonância magnética, e diagnosticou esclerose múltipla em atividade. Apesar da notícia fiquei aliviada, já que tendo um diagnóstico poderia iniciar tratamento. Em 28 de julho de 2012 fui internada no HCPA onde foi feita pulsoterapia por 5 dias. Ao longo do tratamento a parestesia em hemicorpo esquerdo e alterações visuais foram reduzindo, até cessarem completamente após dois meses, com uso de corticoide via oral, com redução gradual de dose. Ainda em agosto de 2012 iniciei uso de medicamento indicado para esclerose múltipla, que era aplicado todas as noites ao retornar do trabalho. A aplicação da medicação era muito desconfortável e causava “rash” cutâneo (vermelhidão na pele), sensação de gripe, artralgia (dor nas articulações) e dispneia (dificuldade respiratória). Somado aos efeitos ruins da medicação eu sentia fadiga extrema, perda de equilíbrio, e sofria quedas repentinas durante a marcha. A doença evoluía, mas eu me negava a falar sobre o assunto ou mesmo pedir ajuda. Tinha vergonha que os pacientes soubessem do meu diagnóstico, e quando percebiam alguma alteração de marcha eu informava ter uma patologia no joelho. Por orientação do neurologista que fez o diagnóstico de esclerose múltipla minha casa foi toda adaptada para cadeirantes, já que este seria o futuro, segundo a percepção dele. Alguns meses depois comecei a apresentar alterações oculares. Tinha visão turva e diplopia (visão
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