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Ganho de peso de animais a pasto A engorda de bovinos a pasto é o método mais utilizado no Brasil. A pecuária extensiva tem mostrado boa rentabilidade para a maior parte dos produtores brasileiros. Melhor período para iniciar a engorda a pasto: O melhor período para iniciar a engorda a pasto é no começo da época das águas, por volta do meio de setembro e princípio de outubro. Assim, o gado estará em processo de engorda na primeira época das águas, durante uma época seca, sendo finalizado na segunda época das águas. Assim os animais não passarão por duas secas, quando a quantidade e qualidade da pastagem são inferiores. Manejo de Pastagens: É essencial que a carga suporte não seja a média da fazenda. Por exemplo, se tivermos 10 pastos, com 5 acima da carga aceitável e 5 abaixo e na média a fazenda estiver dentro da carga ideal, o desenvolvimento das pastagens fica comprometido. É preciso ter o controle de carga e suporte pasto a pasto. Por isso é muito importante saber manejo de pastagens, principalmente quando se tratar das alturas de entrada e saída de gado e para avaliar, pela aparência da forragem, o suporte de cada pasto. Análise de Cocho: Além de suprir com suplementos o que o seu solo não oferece, a disponibilidade de produto no cocho para os animais, deve ser constante. Para que isso ocorra é preciso Estrutura de cochos cobertos e estoques intermediários e armazenagem adequados o uso de produto adequado para a categoria, época do ano e meta de desempenho, processos de logística e distribuição bem definidos Manejo de Cochos: É de conhecimento de todos que as pastagens brasileiras têm deficiências de uma série de nutrientes esses nutrientes são fundamentais para garantir o ganho de peso. Por isso, a suplementação, apesar de corresponder a apenas cerca de 1% do total, é fator chave para o sucesso. Como este 1% tem o potencial de balancear os 99% provenientes da pastagem, Isso acontece através da adequação do suplemento ao seu rebanho, mapeamento é fundamental para que ele possa expressar todo o potencial de ganho, dentro das condições das pastagens oferecidas. Capacidade de suporte do pasto: E importante respeitar os seguintes aspectos para que as plantas consigam se desenvolver; Reposição de nutrientes do solo, a amostragem de solo bem feita e a análise de solo são necessárias para uma adequada recomendação de calagem e adubação das forrageiras, visando a reposição dos nutrientes do solo, Crescimento da planta o crescimento da forrageira deve ser respeitado para que a mesma possa se desenvolver adequadamente e possibilitar ganho de peso desejado ao gado. Manejar a forrageira de acordo com a altura de entrada e saída indicadas. Um solo bem manejado é um ambiente propício para pastagens de qualidade, e pastagens de qualidade contribuem para a construção de uma boa estrutura do solo. A importância da suplementação em sistemas de produção com idades de abate decrescentes. A suplementação na seca é feita com sal mineral nas águas e proteinado de baixo consumo na seca, sendo o abate aos 29 meses. Na suplementação na seca das águas, o suplemento deve ser proteico-energético de baixo consumo nas águas e proteinado de baixo consumo na seca (abate aos 27 meses). Pastagens: Brachiaria híbrida BRS Ipyporã (Brachiaria ruziziensis com Brachiaria brizantha): na altura ideial, 30 centímetros, possui alto valor nutricional (de 11% a 12% de proteína) - ganha da marandu, mas perde em capacidade de suporte; possui digestibilidade de 60%; aguenta ataque de cigarrinha da pastagem e cigarrinha da cana (ela é a exceção, porque nenhuma brachiaria tem resistência). Panicum maximum cv BRS Quênia (híbrido de panicum) - no Bioma Cerrado, o desempenho animal (grama por animal/dia) nos primeiro e segundo anos, no período das águas e melhor que a mombaça, mas é menor que a na seca, Mas, no terceiro ano, o desempenho é maior que a mombaça nos dois períodos, mostrando que é uma cultivar persistente. Já a proteína bruta e a digestibilidade são maiores tanto no período de chuva quanto na seca. 1 – Planejamento da Fazenda: Carga/suporte Para que as plantas consigam se desenvolver, é essencial que se respeite 3 aspectos: A necessidade de reposição de nutrientes do solo; A necessidade de crescimento da planta; Garantia de nutrição com o que o animal irá consumir. Para manter o solo, precisamos deixar com cobertura morta para a planta produzir adequadamente no próximo ano, precisamos de do resíduo da touceira no final da seca. Desta forma, sobra para o animal cerca de 4.500 kg/ms/ha/ano para ser consumido durante todo o ano. Se um animal de peso médio de 400 kg consome em média 2,5% do peso vivo por dia, seu consumo será de 10 kg/dia. Para calcular a capacidade de suporte desta fazenda por ano (em quilos de peso vivo por hectare), basta dividir a massa de forragem disponível para os animais no ano pelo consumo anual de um animal. Suplementação mineral: É de conhecimento geral que as pastagens não conseguem suprir totalmente as exigências de minerais do gado. Em virtude disto, a suplementação mineral, apesar de representar menos de 10% do custo de produção e 1% do total médio anual de alimento ingerido pelo gado, é essencial para o sucesso da terminação a pasto. Engorda de bovinos a pasto com suplementação: A suplementação via cocho é largamente utilizada pelos pecuaristas, visando garantir a manutenção do peso alcançado na época das águas, ou ainda, conseguindo pequenos ganhos. A não realização de suplementação energética, e principalmente, a proteica, facilita a ocorrência do denominado “efeito sanfona” ou “boi sanfona”. Este efeito, muito conhecido entre os pecuaristas, ocorre quando o gado ganha peso na época das águas e perde na época seca, o que compromete diretamente o desenvolvimento do animal, fazendo com que chegue ao peso de abate com idade superior a quatro anos, atrasando o ciclo produtivo. As vantagens da suplementação: Evitar a subnutrição; melhorar a eficiência alimentar; aumentar a taxa de lotação das pastagens e diminuir a idade de abate; auxilia no planejamento da venda dos animais, pois permite que seja realizada no momento da entressafra, quando se tem os melhores preços. Antecipa a venda dos animais devido a melhores ganhos de peso, diminuindo a idade de abate, o que viabiliza o giro de capital, fazendo com que o sistema seja mais eficiente. Tipos de suplementação: Sal mineral com ureia é a alternativa de suplementação de menor custo para época seca. O objetivo é a manutenção de peso dos animais durante a estiagem. O sal mineral proteinado é um suplemento mineral enriquecido com fontes de proteína verdadeira e ureia o proteinado tem maior custo que o sal com ureia, mas por ser fornecido em menor quantidade, torna-se mais vantajoso do ponto de vista econômico o Sal mineral proteico energético é uma mistura que atende a exigência mineral, além de ser fonte de proteína e energia é composto por ureia, minerais, fontes de proteína verdadeira e com fontes de energia, o objetivo do fornecimento é viabilizar o máximo desempenho em pastagens. Sanidade do boi: A sanidade é fator determinante para que o gado expresse seu potencial produtivo. A presença de endo e ectoparasitas consomem nutrientes e energia dos animais, comprometendo o ganho de peso. Deve-se ter um planejamento sanitário bem definido, a presença de vermes e parasitas nos animais consomem seus nutrientes e energia, fazendo com que o ganho de peso fique comprometido. Por isso é importante ter, um planejamento sanitário bem definido e estruturas de fossas cercadas e bem localizadas para descarte de ossadas. Essas práticas evitam o desenvolvimento de botulismo, fator de risco no consumo dessas ossadas pelos animais e a contaminação das aguas. Fatores que influenciam a engorda a pasto: Época do ano o sistema de engorda a pasto pode ser fracionado em dois períodos: Época das águas (primavera/verão) quando ocorre o melhor desenvolvimento e produção das forrageiras, que pode se converter em alto desempenho animal; Época seca (outono/inverno) quando ocorrequeda na produção forrageira devido à menor quantidade de chuva, menor temperatura e menor fotoperíodo (tempo de exposição à luz por dia). Esta queda na produção atrasa o desempenho animal, e pode até mesmo, ocasionar perdas de peso. Raça: Ao selecionar uma raça de gado para engorda a pasto, o ponto principal a ser considerado é a resistência dos animais às condições a pasto, como altas temperaturas, umidade elevada na época das águas, presença de parasitas externos e internos. Raças europeias apresentam graves limitações quanto à adaptação a essas condições. Por isso, raramente apresentam bom desempenho nas condições de pastagens do Brasil. Por outro lado, as raças zebuínas são adaptadas e se desenvolvem bem em sistemas de produção a pasto. Entre estas raças, vale ressaltar a raça Nelore, que é a mais difundida em todo país, na criação de animais puros e em cruzamentos, inclusive o industrial. Tamanho do lote: Em todos os grupos, existem hierarquias definidas, inclusive em um lote de animais dentro de um pasto. Há um comportamento social do rebanho que deve ser respeitado. Normalmente, eles seguem a curva de distribuição normal, onde 20% são mais fortes, 70% são normais e 10% são mais fracos. Caso o lote tenha 100 animais, serão 10 animais fracos e que normalmente irão comer e beber em piores condições. Caso o lote tenha 50, serão 5 e caso tenha 20 serão 2.Ou seja, a redução do lote implica na redução do número de animais fracos dentro do mesmo grupo, fazendo com que haja mais homogeneidade de ganho de peso em toda a fazenda. Respeitado os tamanhos de lotes por categoria, minimizam-se as disputas e um lote harmônico se expressa melhor seu potencial de ganho. Outro ponto que é influenciado pelo tamanho dos lotes é que lotes grandes exigem áreas grandes. Em áreas grandes, o consumo ocorre próximo à área de cocho e pode haver grande heterogeneidade de consumo de capim dentro do pasto. Acarretando superconsumo perto do malhadouro e subconsumo em áreas mais afastadas. Prazo ideal para a engorda a pasto: O ritmo do ganho de peso dos animais em terminação é fundamental para a lucratividade, pois quando mais curto o tempo para a engorda, menor serão os custos de produção. O processo de engorda a pasto pode acontecer em 18 meses. Para bons resultados em ganho de peso a pasto, o produtor deve investir em melhoramento genético e ter pasto formado em solo de qualidade. Para isto, o mesmo precisa de auxílio de um técnico especialista, que cuidará de todos os detalhes desta etapa. Quantos quilos um boi engorda por dia no pasto: Sistemas produtivos, o ganho de peso em pastagens (sem suplementação) é ao redor de 600 gramas por dia no verão e de 0 a 150 gramas no inverno, em sistemas bem manejados. Isto ocorre porque, como relatado anteriormente, a planta apresenta seu melhor desenvolvimento na época das águas (verão), com nível de qualidade consideráveis (alta proteína, média energia e baixa fibra). Qual o peso de abate do gado: O peso recomendado para abate do gado é entre 450 a 500 kg, variando conforme a raça ou cruzamento realizado. Em virtude disto, o novilho a ser terminado deve pesar cerca de 330 kg se for Nelore puro e 380 kg ou mais se for mestiço meio sangue, por exemplo. A definição do peso mínimo é imprescindível para que o animal obtenha o peso de abate dentro do prazo programado para a engorda. Como pesar o gado: Os animais podem ser pesados de diversas formas. O método mais convencional para pesagem do gado são as balanças porem não são todas as propriedades que possuem. Pode ser feita com a fita métrica, posicione-a imediatamente atrás da paleta e meça o diâmetro corporal. Cada centímetro na fita equivale a 2,8kg. Assim, basta multiplicar o diâmetro por 2,8 para obter o peso aproximado do animal. Usualmente, os produtores pesam o gado na entrada e saída da engorda e durante as vacinações. Aproveitando assim, o fato de que o animal já passará pelo tronco. Piquetes para gado como programar os na sua fazenda: No passado, a criação de rebanhos bovinos era feita de forma livre no pasto, sem nenhum tipo de controle em sua alimentação. Esse modelo traz alguns pontos negativos, já que, com o seu uso, os solos e pastagens se tornam menos produtivos, e também não há tempo para o capim se recuperar, comprometendo a produção devido à má nutrição do gado. Existe um sistema que está sendo muito utilizado nas propriedades atualmente, o pastejo rotacionado é feita a divisão do rebanho por meio do piquete para gado um componente fundamental. Manejo de Pastagens Cercas Divisórias: Entreveros ocorrem todas as vezes que um ou mais animais invadem lotes distintos ao seu de origem. Isso acontece em grande maioria, devido à falta de manutenção ou má qualidade das cercas divisórias. Essa mistura entre animais que não possuem o costume de estar juntos causa um abalo na estrutura de poder do grupo, podendo incorrer em brigas e monta, agitados, os animais consomem energia e consequentemente reduzem o ganho de peso. Piquetes para gado: Os piquetes para gado são espaços pré-definidos e limitados na área de pastagem do rebanho, muito utilizados no sistema de pastejo rotacionado. O pastejo rotacionado possui o objetivo de sempre fornecer alimentos ao gado e, ao mesmo tempo, manter o solo saudável. Isso se dá através da passagem sequencial do rebanho de uma área de pasto para outra, antes que o bovino paste demais naquela região. Assim, cada uma dessas seções recebe o nome de piquete que, normalmente, é delimitado através do uso de cercas. Importância para a fazenda: Utilizar piquetes na criação de gado permite uma abundante disponibilidade de capim ao animal, que se alimenta mais e com maior qualidade. Além disso, seu uso mantém as áreas de pasto bem conservadas para receber novos lotes, beneficiando também a forragem, que tem seu tempo de recuperação respeitado, tornando-se mais produtiva. Portanto, os piquetes para gado visam oferecer qualidade e abundância homogênea ao pasto, de forma frequente e perene. Com isso, seu uso propicia o bem-estar animal, aumentando o desempenho do rebanho e, consequentemente, a produtividade. Cuidados com o manejo: Além de saber os principais aspectos ao montar uma estrutura com piquetes para gado, existem alguns cuidados que devem ser tomados com o seu uso nas propriedades. O separe os lotes de animais por categorias, evitando possíveis competições; Ao manejar vacas com bezerros, utilize um número de lotes menor; Sempre mantenha alimento e água disponível para o rebanho; Tenha os cuidados sanitários e higiênicos dentro do piquete; Respeite as boas práticas de manejo, evitando situações de estresse aos animais; Utilize corredores entre os piquetes. Geralmente, eles variam de 3 a 15 m de largura, dependendo do tipo de animal e tamanho do rebanho; Divida as vacas lactantes: as que estão no pico da lactação (60 a 90 dias após o parto) devem ficar separadas das demais. Além disso, a distância recomendada entre o piquete mais distante e a sala de ordenha não deve ultrapassar 500 metros. Consumo de agua: A hidratação é um fator fundamental para o bom desenvolvimento dos animais. No entanto, ainda é comum vermos a disponibilidade de água sendo feita em locais inadequados para os bovinos, o que pode levar a contaminação do gado, acarretando prejuízos, os bebedouros estão entre os produtos mais importantes para o manejo do rebanho. Com ele, é possível oferecer água de qualidade para os animais, garantindo sua saúde e a rentabilidade da produção. A importância do bebedouro: Em uma criação bovina, um animal adulto consome cerca de 4 litros de água por cada quilo de matéria seca ingerida. Devido a isso, o gado frequenta o bebedouro cerca de quatro vezes ao dia. A água potável é indispensável para a vida dos animais por diversos motivos, como por exemplo: regulação da temperatura corporal; equilíbrio intracelular; digestão; nutrição; além de ser essencial na umidificação e lubrificação corpórea. Além disso, beber água de qualidade é fundamental para os bezerros chegarem à idade adulta de maneira saudável.Sabemos que, em uma fazenda, o primeiro sintoma da falta de água, ou de que a água consumida está com baixa qualidade, é a queda na produção. Isso acontece porque, nesses casos, o gado pode sofrer com problemas como diarreia, leptospirose, botulismo e verminoses, que podem causar surtos, abortos e até mesmo a morte desses animais. Assim ao utilizar um bebedouro para gado, é possível sempre disponibilizar água para esses animais. Além disso, com esse equipamento, é garantido que a água sempre esteja limpa e potável para a correta hidratação do rebanho. Recria: A á eliminação de parte do ciclo produtivo. A análise das variáveis da região, a especialização possibilita um maior giro de estoque, que pode compensar um menor resultado por animal, quando comparado com o sistema de recria engorda com ciclo completo. O ciclo completo de recria e engorda a pasto, se inicia com o animal desmamado e finaliza-se com o seu abate. Destacando que, durante este período, o animal necessita de um ganho de peso de cerca de 330kg (180kg – 510kg). Quando ocorre a especialização em recria, este ciclo é reduzido, pois se finaliza com a venda ou a cessão do animal a um sistema de engorda, e o ganho de peso do animal durante esse período se reduz para cerca de 200kg (180kg – 380kg). Tem a vantagem de que o animal em recria, com um peso de cerca de 270kg, é 30% mais eficiente para converter pasto em carcaça em relação a um animal de 450kg. Seu ciclo produtivo ser reduzido, o volume de vendas se eleva, otimizando o resultado do negócio. O animal tem um consumo diário de cerca de 2,5% de seu peso vivo de forragem. Desta forma, com um rebanho mais leve, o sistema de recria pode suportar em torno de 28% a mais de animais na mesma área. Trata-se do alívio da carga nas pastagens quando a forragem encontra-se em seu estado mais crítico, durante o período das secas. Devido que durante o período das secas, a fazenda estará com o rebanho reduzido e não há necessidade de reservar massa de forragem para todo o rebanho. Referencias: https://blog.prodap.com.br/engorda-e-ganho-de-peso-de-animais-a-pasto/ https://tecnologianocampo.com.br/piquetes-para-gado/ https://blog.prodap.com.br/recria-de-bezerros-a-pasto/#:~:text=Um%20ciclo%20completo%20de%20recria,330kg%20(180kg%20%E2%80%93%20510kg).