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SISTEMAS DE PROTEÇÃO E MEDIÇÃO 1 PROFª. MSC. KÉSIA ALVES COELHO LOUBACK kes ia. louback@professoes.estacio.br Unidade 2 – Fi losofia de Proteção dos Sistemas Elétricos 2.1 – Proteção do Sistema Elétrico 2 3 Sistema elétrico e sistema de proteção ▪ O sistema elétrico deve obedecer aos padrões legais preestabelecidos pelo governo para fornecimento adequado de energia elétrica na quantidade e qualidade requeridos: • Aneel – Prodist Módulo 8 • ONS - Submódulo 2.8 2.1 – PROTEÇÃO DO SISTEMA ELÉTRICO 4 2.1 – PROTEÇÃO DO SISTEMA ELÉTRICO 5 Sistema elétrico e sistema de proteção ▪ Devido a própria natureza do sistema elétrico de potência, é impossível tornar o sistema elétrico imune à perturbações, defeitos e falhas diversas. ▪ Por isso, mecanismos de proteção contra situações anormais devem ser previstos. Esses mecanismos constituem a denominada PROTEÇÃO dos sistemas elétricos. 2.1 – PROTEÇÃO DO SISTEMA ELÉTRICO 6 Anomalias no SEP ▪ Condições anormais resultam em: • interrupções no fornecimento de energia elétrica; • podem ocasionar danos aos componentes do sistema. ▪ Esquemas de proteção são planejados para receberem as informações das grandezas elétricas do sistema, em tempo real, de forma a atuarem sempre que condições anormais ocorram. 2.1 – PROTEÇÃO DO SISTEMA ELÉTRICO 7 2.1 – PROTEÇÃO DO SISTEMA ELÉTRICO Anomalias no SEP 2.1 – PROTEÇÃO DO SISTEMA ELÉTRICO 8 Anomalias no SEP ▪ A anomalia mais comum e também a mais severa que incide em um sistema elétrico de potência é o curto-circuito, que ocorre em decorrência da ruptura da isolação entre as fases ou entre a fase e terra. ▪ Outras anomalias são as sobrecargas, as sub e as sobretensões e as sub e sobrefrequências. 2.1 – PROTEÇÃO DO SISTEMA ELÉTRICO 9 Curtos-circuitos ▪ A corrente de curto-circuito, de acordo com a lei de Joule, provoca a dissipação de potência na parte resistiva do circuito provocando aquecimento. No ponto da falta este aquecimento e o formato do arco podem provocar uma destruição que pode ser de grande monta, dependendo de Icc e de t. 2.1 – PROTEÇÃO DO SISTEMA ELÉTRICO 10 Curtos-circuitos ▪ Os curtos-circuitos, que podem ser trifásicos, bifásicos ou monofásicos, têm frequências de ocorrência bem distintas. ▪ Os mais comuns são os curtos-circuitos monofásicos, representando cerca de 78% dos eventos de curtos-circuitos no SEP. ▪ Em redes de distribuição urbanas ou rurais, é comum o curto-circuito temporário. São faltas diretas à terra de tempos muito curtos, ocasionadas por galhos que tocam os fios ou por pequenos animais que fecham curtos em subestações de energia elétrica. 2.1 – PROTEÇÃO DO SISTEMA ELÉTRICO 11 Curtos-circuitos 2.1 – PROTEÇÃO DO SISTEMA ELÉTRICO 12 Curtos-circuitos A determinação das correntes de curto-circuito de um sistema são importantes para: • Dimensionamento e seleção de relés de proteção; • Determinação da capacidade de interrupção de disjuntores; • Determinação da máxima corrente de suportabilidade de equipamentos (cabos, trafos, barras, etc); • Coordenação da proteção; • Calculo de esforços mecânicos e estruturais, etc. 2.1 – PROTEÇÃO DO SISTEMA ELÉTRICO 13 Sobrecargas ▪ É causada pela passagem de um fluxo de corrente acima do valor nominal. A corrente nominal é a máxima corrente permissível para um dado equipamento continuamente. ▪ A sobrecarga frequente em equipamentos acelera a deterioração da isolação, causando curtos-circuitos. 2.1 – PROTEÇÃO DO SISTEMA ELÉTRICO 14 Subfrequência e sobrefrequência ▪ São causadas pelo súbito desequilíbrio significativo entre a geração e a carga; ▪ Alteração na velocidade das máquinas podem ocasionar aquecimento e vibrações; ▪ Até ±2 Hz, a proteção não deve atuar para períodos inferiores a 2s; ▪ A proteção de frequência opera para uma faixa entre 25 e 70 Hz. 2.1 – PROTEÇÃO DO SISTEMA ELÉTRICO 15 Sobretensão ▪ Basicamente, as sobretensões do SEP nunca devem superar 110% da tensão nominal de operação. ▪ Podem ter diferentes origens: • Descargas atmosféricas; • Chaveamentos; • Curto-circuitos monopolares. 2.2 – Filosofia da proteção 16 17 Objetivos do sistema de proteção ▪ A função de um esquema de proteção em um sistema elétrico de potência é detectar falta e isolar a área afetada no menor tempo possível, de forma confiável e com mínima interrupção possível. ▪ Objetivos: • Segurança pessoal; • Manter a integridade dos equipamentos; • Isolar a parte afetada do restante do sistema; • Assegurar a continuidade de fornecimento. 2.2 – FILOSOFIA DA PROTEÇÃO 18 Objetivos do sistema de proteção Para cumprir seus objetivos: ▪ Deve alertar os operadores; ▪ Isolar trechos defeituosos do sistema. ▪ Se há, por exemplo, um curto-circuito: proteger e evitar o agravamento dos danos aos equipamentos principais e/ou reflexos sobre toda a rede. 2.2 – FILOSOFIA DA PROTEÇÃO 19 Aspectos considerados na proteção Na análise de proteção dos sistemas elétricos torna-se necessária a distinção entre as seguintes situações de operação do sistema: ▪ situação normal de funcionamento; ▪ situação anormal de funcionamento, como por exemplo, perda de sincronismo; ▪ situações de curto-circuito. 2.2 – FILOSOFIA DA PROTEÇÃO 20 Níveis de atuação de um sistema de proteção ▪ Proteção Principal: Em caso de falta dentro da zona protegida, é quem deverá atuar primeiro. ▪ Proteção de Retaguarda: A sua atuação só ocorrerá se a proteção principal falhar. ▪ Proteção Auxiliar: Possui funções auxiliares da proteção principal e de retaguarda. Portanto tem como objetivo a sinalização, alarme e intertravamento. 2.2 – FILOSOFIA DA PROTEÇÃO 21 Requisitos do sistema de proteção A) Seletividade: é a propriedade da proteção em discriminar e somente desconectar do sistema a parte atingida pelo defeito. 2.2 – FILOSOFIA DA PROTEÇÃO 22 Requisitos do sistema de proteção B) Coordenação: característica de atuação temporal, de tal forma que o dispositivo selecionado, inicialmente, tenha a chance de abrir e isolar a parte afetada, mas conte com o recurso de uma atuação de retaguarda, por parte de outros dispositivos de proteção, após um tempo de ajuste previsto. 2.2 – FILOSOFIA DA PROTEÇÃO 23 Requisitos do sistema de proteção C) Velocidade: Menor dano ao equipamento defeituoso com consequente diminuição do tempo de indisponibilidade e menor custo de reparo. 2.2 – FILOSOFIA DA PROTEÇÃO 24 Requisitos do sistema de proteção D) Sensibilidade: É a capacidade do elemento de proteção reconhecer com precisão a faixa e os valores indicados para sua operação e não operação; ▪ Para avaliar numericamente o nível de sensibilidade: 𝑁𝑠𝑒𝑛𝑠𝑖𝑏𝑖𝑙𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 = 𝐼𝑐𝑢𝑟𝑡𝑜−𝑐𝑖𝑟𝑐𝑢𝑖𝑡𝑜 𝑚á𝑥𝑖𝑚𝑎 𝑔𝑒𝑟𝑎çã𝑜 𝑚í𝑛𝑖𝑚𝑎 𝐼𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑑𝑜 𝑒𝑙𝑒𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑑𝑒 𝑝𝑟𝑜𝑡𝑒çã𝑜 𝑝𝑖𝑐𝑘−𝑢𝑝 ▪ Nível adequado é de 1,5 ≤ 𝑁𝑠𝑒𝑛𝑠𝑖𝑏𝑖𝑙𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 < 2 2.2 – FILOSOFIA DA PROTEÇÃO 25 Requisitos do sistema de proteção E) Confiabilidade: Probabilidade do sistema de proteção funcionar com segurança e corretamente, sob todas as circunstâncias; F) Automação: Capacidade e operar automaticamente quando for solicitado e retornar à posição de operação depois de cessada a ocorrência, sem o auxílio humano, quando for conveniente; G) Custo: máxima proteção ao menor custo possível. 2.2 – FILOSOFIA DA PROTEÇÃO 2.3 – Dispositivos de proteção 26 2.3 – DISPOSITIVOS DE PROTEÇÃO 27 28 Transformador de corrente ▪ O TC objetiva reproduzir em seu secundário uma corrente que seja uma réplica da corrente primária. Sua relação de transformação de correntes, denominada RTC, estabelece a relação da sua corrente secundária, padronizada em 5A, para a corrente primária, do circuito sob monitoramento. 2.3 – DISPOSITIVOS DE PROTEÇÃO 29 Transformador de corrente Relação de transformação (RTC) de correntes ▪ Sendo a inversa da relação de tensões, tem-se: 𝑅𝑇𝐶 = 𝑁𝑠 𝑁𝑝 => 𝐼𝑠 = 𝐼𝑝 𝑅𝑇𝐶 ▪ Como a padronização da correntesecundária é de 5A, a RTC é dada, também, como: 𝑅𝑇𝐶 = 𝑋 5 onde X é a corrente primária, nominal, do circuito. 2.3 – DISPOSITIVOS DE PROTEÇÃO 30 Transformador de corrente Exemplo 1: Se Np = 20 espiras e Ns = 600 espiras, calcular a corrente secundária para uma Ip = 90 A. Qual é a Ip nominal (X)? Solução: 𝑅𝑇𝐶 = 600 20 = 30 𝐼𝑠 = 90 30 = 3𝐴 𝑋 = 5 𝑥 30 = 150 𝐴 2.3 – DISPOSITIVOS DE PROTEÇÃO 31 Transformador de potencial ▪ O TP objetiva reproduzir em seu secundário uma tensão que seja uma réplica da tensão primária, devidamente rebaixada em módulo. Sua relação de transformação (RTP) estabelece a relação entre as tensões de linha do primário e de linha do secundário. Esta é, usualmente, normalizada em 115 V. 2.3 – DISPOSITIVOS DE PROTEÇÃO 32 Transformador de potencial Relação de transformação (RTP) ▪ A RTP, como em qualquer transformador, é dada por: 𝑅𝑇𝑃 = 𝑁𝑝 𝑁𝑠 2.3 – DISPOSITIVOS DE PROTEÇÃO 33 Fusíveis ▪ Os fusíveis são elementos que atuam diante de correntes de curto-circuito, preferencialmente, embora, também, possam ser especificados para eliminação de correntes de sobrecarga. 2.3 – DISPOSITIVOS DE PROTEÇÃO 34 Disjuntores ▪ Os disjuntores podem ser autônomos, isto é, contêm em si os sensores de sobrecorrentes. São denominados de disjuntores de caixa moldada ou DTM (disjuntores termomagnéticos). ▪ Outros disjuntores, normalmente de potências bem mais elevadas, e aplicáveis em subestações de potência de concessionárias ou em subestações industriais de grande porte, dependem, para seu funcionamento como elemento de proteção, dos dispositivos sensores denominados relés. 2.3 – DISPOSITIVOS DE PROTEÇÃO 35 Relés ▪ Os relés são dispositivos que monitoram a corrente ou a tensão de um circuito elétrico, sendo ajustados para que interpretem valores anormais. Em tais situações, sinalizam a ocorrência e enviam sinal de abertura para os disjuntores do circuito correspondente. 2.3 – DISPOSITIVOS DE PROTEÇÃO 36 PROFª. MSC. KÉSIA ALVES COELHO LOUBACK kes ia . louback@professores.estac io.br
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