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Professor Mestre Lucas Delapria Dias dos Santos Mestrado em Bioenergia/UEM/2019, Pós-Graduação em Engenharia de Segurança no Trabalho/UCAM/2019, Pós-Graduação em Gestão da Qualidade e Processos Geren- ciais/UNIFCV/2019, Graduado em Engenharia Elétrica/UEM/2017, Graduado em Adminis- tração/2016, Projetista Elétrico Sênior – Energia Solar (AutoCad) e Consultor Industrial. AUTOR SUMÁRIO UNIDADE I ...................................................................................................... 4 Introdução à Automação e Controlador Lógico Programável - CLP UNIDADE II ................................................................................................... 25 Linhas Automáticas e Entradas e Saídas Analógicas UNIDADE III .................................................................................................. 42 Interface Homem-Máquina e Noções de Sistemas Supervisores UNIDADE IV .................................................................................................. 57 Robots Industriais e Viabilidade Econômica e Alternativa de Investimento 4 Plano de Estudo: • Histórico e definição da automação • A automação nas atividades humanas • A automação no meio produtivo • Características e conceitos da automação industrial • Componentes básicos da automação • Tipos de sistemas de sistemas de processos industriais • Tipos de controle na automação • Aspectos gerais da automação • Manufatura Integrada por Computador (CIM) • Arquitetura da automação industrial • A visão crítica ao automatizar processos • Tendências da automação • O mercado atual da automação no Brasil • Constituição de um CLP • Estrutura de programação • Aspectos de software • Linguagens de programação • Terminologia • O micro-CLP UNIDADE I Introdução à Automação e Controlador Lógico Programável - CLP Professor Mestre Lucas Delapria Dias dos Santos Objetivos de Aprendizagem: • Conceituar e contextualizar a automação industrial nas atividades humanas • Compreender os tipos de sistemas e programações utilizadas na automação • Estudar a constituição, importância e comportamento de um CLP 5UNIDADE I Introdução à Automação e Controlador Lógico Programável - CLP INTRODUÇÃO O objetivo desta apostila é o de apresentar um pouco da história da automação in- dustrial, mostrar a importância e aplicabilidade na sociedade e na indústria, passando pelos principais componentes utilizados na automação, pela arquitetura da automação industrial em uma indústria, pelas tendências da automação, tendências do mercado Brasileiro e assim por diante. Além da automação industriar, linguagem de programação de controladores lógico programáveis (CLPs), a simbologia na linguagem de programação Ladder, aspectos do software, principais terminologias utilizadas pelos profissionais e micro CLP, nova sensação do mercado. A automação nas indústrias já é uma realidade há muito tempo, e espera-se que se automatize ainda mais nos próximos anos. Cabe aos novos profissionais se adequarem à realidade, buscando entender as novas tendências do mercado, se aperfeiçoando em linguagens de programação e automação. Esta apostila servirá como orientação para o aluno estudar os principais tópicos da automação, e ter base para trabalhos futuros. Ao final do capítulo estão as indicações de leituras e referências para estudos mais aprofundados. 6UNIDADE I Introdução à Automação e Controlador Lógico Programável - CLP HISTÓRICO E DEFINIÇÃO DA AUTOMAÇÃO O surgimento da automação tem origens antiga, e está ligado com a mecanização do trabalho, remontando da época de 3500 a.C., com o surgimento e utilização da roda. O objetivo sempre foi de simplificar e facilitar o trabalho do homem, diminuindo ou substituir totalmente o esforço braçal por meios mecanismos, liberando o tempo disponível para outras atividades. (SILVEIRA; SANTOS, 1998). Sabe-se que os bens de consumo artesanais e agrícolas predominantes na so- ciedade antiga, com o advento da Revolução industrial, foram substituídos por produtos industrializados. A partir dessa época, com a automação nas fábricas e o surgimento de tecnologias, fomos obrigados a modificar drasticamente a forma com que nos organizamos socialmente, o que forçou a mudarmos também o nosso sistema econômico e cultural. (SILVEIRA; SANTOS, 1998). A Revolução Industrial pode ser definida e caracterizada pelo surgimento de pe- quenas máquinas a vapor que eram utilizadas para substituir o trabalho braçal do homem, aumentando a produtividade e os lucros. Este marco histórico teve início na Inglaterra, em meados do século XVIII. Em 1945, a tecnologia desenvolvida e aperfeiçoada durante a II Guerra Mundial passou a ser empregada no meio fabril e na sociedade pós guerra.. Sendo assim, estabeleceu-se mais um grande marco para o uso de tecnologias nos chãos de fábricas. Os processos de manufatura, outrora movidos por máquinas a vapor e de forma rústica, estavam sendo aprimorados e passaram a operar com as primeiras máquinas elé- 7UNIDADE I Introdução à Automação e Controlador Lógico Programável - CLP tricas. Grandes industrias começaram a implementar os sistemas de controle pneumáticos e eletrônicos, desenvolvidos para a segunda Guerra. Décadas depois, surgiu o microcontrolador. Mais uma vez, com o avanço tecnológi- co e descoberta de novos materiais, fontes de energia e novos equipamentos, o hardware, um dos principais componentes do microcontrolador, tornou-se extremamente comum e barato. Dessa forma, passaram a utilizar o computador em todos os setores do ambiente industrial, desde a supervisão e controle de processos até o nível gerencial. Nos dias de hoje, definimos a automação como: “qualquer sistema, apoiado em computadores, que substitui o trabalho huma- no, em favor da segurança das pessoas, da qualidade dos produtos, rapidez da produção ou da redução de custos, assim aperfeiçoando os complexos objetivos das indústrias, dos serviços ou bem-estar” (Moraes e Castrucci, 2007). Ainda, em outras palavras, pode-se definir automação como: Tecnologia utilizada na implementação de sistemas e processos, capazes de receber e interpretar sinais pro- venientes do meio, através de sensores, e, posteriormente, definir uma medida corretiva. A AUTOMAÇÃO NAS ATIVIDADES HUMANAS Com o intuito de facilitar a realização das mais diversas atividades humanas, a automação pode ser observada dentro das nossas residências, nas máquinas de lavar louça, máquinas de lavar roupa, micro-ondas, no controle remoto da televisão e do portão, e assim por diante. Também nas ruas, nos caixas eletrônicos de banco; nos automóveis, trens e metros. No trabalho, destacam-se os registradores de ponto automático, os robôs industriais, nos sensores de controle de temperatura ambiente ou de uma coluna de fra- cionamento de petróleo; nos sistemas de combate à incêndios, etc (MOZENSINO, 2017). A AUTOMAÇÃO NO MEIO PRODUTIVO Para obter um produto com valor agregado e atingir o objetivo do negócio, é ne- cessário a aplicação de um processo industrial, no qual aplica-se trabalho e capital para transformar a matéria-prima. Dessa forma, pode-se dizer que a automação no meio pro- dutivo, além de facilitar o trabalho do ser humano, também agrega valor ao produto final (MOZENSINO, 2017). Atualmente, a automação industrial é aplicada para melhorar a produtividade e qualidade de processos repetitivos, estando presente no dia-a-dia das empresas e fazendo parte de conceitos de produção, como o Sistema Toyota de Produção. 8UNIDADE I Introdução à Automação e Controlador Lógico Programável - CLP CARACTERÍSTICAS E CONCEITOS DA AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL De acordo com Mozensino (2017), a automação industrial é formada por três gran- des áreas da engenharia: 1. A engenharia mecânica, por meio das máquinas responsáveis por transformar matérias primas em produtos com valor agregado. 2. A engenharia elétrica, que trabalha com motores, acionamentos e a eletrônicaindispensável para o controle e automação das malhas de produção; 3. A informática, capaz de disponibilizar informações para todos os níveis da empre- sa, de maneira rápida e segura, através dos bancos de dados e das redes de comunicação. Dessa forma, a automação, como vista anteriormente, presente nas atividades básicas do dia a dia, também está presente nos processos industriais, com o mesmo intuito, de facilitar os processos produtivos, permitindo produzir mercadorias com menor custo, maior quantidade e menos tempo. COMPONENTES BÁSICOS DA AUTOMAÇÃO Para Mozensino (2017), sistemas automatizados podem ser extremamente com- plexos. Entretanto, ao observar suas partes separadas, observa-se que seus subsistemas possuem características comuns e de simples entendimento. Dessa forma, pode-se dizer que um sistema automatizado possui os seguintes componentes básicos: • sensores; • controles; • atuadores. Exemplo adaptado de Mozensino (2017) – Controle de temperatura da água de um aquário Deseja-se manter a temperatura da água de um aquário em torno de 25°C. Neste caso, não há necessidade de exatidão, dessa forma, a temperatura pode variar de 23 a 28°C. Ou seja, a temperatura da água pode variar e deve ser ajustada de acordo com a necessidade. Observe o esquema apresentado na Figura 1: 9UNIDADE I Introdução à Automação e Controlador Lógico Programável - CLP Figura 1: Controle de temperatura automatizado de um aquário Fonte: Adaptada de Mozensino (2017) Na figura acima podem ser identificados os componentes básicos da automação, sendo eles o processo, sensor, atuador, controle e distúrbio: - O aquário representa o processo, onde desejamos controlar a temperatura. - O termômetro de mercúrio é o nosso sensor de temperatura; - O controlador é formado pela junção do sistema mecânico de ajuste ao ter- mômetro. Este sistema mecânico movimenta um contato metálico ao longo do corpo do termômetro, permitindo que o controlador faça comparações com o valor pré-estabelecido (ponto de ajuste) e tome a decisão de ligar ou desligar o atuador (resistência), mantendo a temperatura dentro dos limites estabelecidos. - Condições externas, como a temperatura ambiente, representam o distúrbio. Esses fatores podem influenciar na temperatura da água. - O relé e a resistência elétrica representam o atuador. Quando o deslocamento do mercúrio alcança o ponto de ajuste, um contato elétrico é fechado. Este contato está ligado ao relé, que desliga a resistência responsável pelo aquecimento da água (MOZENSINO, 2017). A Figura 2 representa o sistema em forma de diagrama. Sendo assim, temos: 10UNIDADE I Introdução à Automação e Controlador Lógico Programável - CLP Figura 2: Diagrama de blocos do controle do processo Fonte: Adaptada de Mozensino (2017) Este exemplo representa um ciclo fechado é chamado de malha fechada de con- trole, ou sistema de realimentação. Neste tipo de sistema, a saída influencia diretamente na situação de sua entrada. Há circuitos que não são realimentados, isto é, a ação do controlador não é obser- vada por um sensor que realimenta o sistema. No exemplo citado, controle não possui precisão, isto é, não há garantias de que a temperatura permanecerá exatamente no ponto ajustado, podendo ficar oscilando em torno do valor ajustado. Este tipo de controle é chamado de Liga/Desliga (ou ON/OFF). Ainda, neste caso, o atuador (resistência) permanece em dois estados bem definidos (nenhuma corrente = desligado; e máxima corrente = ligado). Dessa forma, é considerado então um controle descontínuo (MOZENSINO, 2017). 11UNIDADE I Introdução à Automação e Controlador Lógico Programável - CLP TIPOS DE SISTEMAS DE PROCESSOS INDUSTRIAIS Sabe-se que a indústria precisa aplicar controles de processos industriais para garantir a eficiência e qualidade da linha de produção automatizada. Sem os sistemas de controle, não seria possível trabalhar com qualidade contínua e nem ter uma previsão de resultado. De acordo com Calegari (2018), o controle de automação empregada em fábricas e indústrias é realizado através de máquinas específicas e de alto nível tecnológico. Entre as principais funções dessas máquinas, para Calegari (2018), destacam-se: -Medir o valor da variável de processo; -Determinar sinal de correção; -Aplicar correção. Dentro das empresas, esses controladores são utilizados para analisar e comandar partes ou o processo total. Cada controle de processo tem as suas aplicações especificas para garantir a excelência. Além disso, existem dois tipos principais de controle de processos, e são eles: Processo Industrial Contínuo: este é o processo mais utilizado em industrias e fábricas na busca de maximizar a produção de um tipo específico de peça ou produto. O processo pode ser caracterizado contínuo quando acontece ininterruptamente e de maneira constante (FRANCHI, 2011) Processo Industrial Discreto: O processo discreto envolve muitas operações de liga/desliga. O seu controle se baseia no mundo binário (digital), onde os estados de um equipamento ou instrumento só podem assumir as condições de ligado ou desligado, aceso ou apagado, alto ou baixo, 0 ou 1 (FRANCHI, 2011). TIPOS DE CONTROLE NA AUTOMAÇÃO Nas palavras de Franchi (2011), pode-se classificar o controle em dois grupos: Controle Dinâmico: Este tipo de controle busca estabelecer o comportamento es- tático e dinâmico de sistemas físicos, a fim de torna-los mais menos suscetíveis às pertur- bações dentro de certos limites. O controle dinâmico, através da realimentação (feedback), utiliza dados das saídas do sistema para melhorar o seu desempenho operacional. Além disso, é característico da automação industrial o empregado de controladores proporcionais (P), integrais (I) ou derivativas (D) ou uma combinação desses controles (PID, PI, PD, etc). Exemplo de aplicação: controle de temperatura de um tanque, de caldeira, de estufa térmica etc. 12UNIDADE I Introdução à Automação e Controlador Lógico Programável - CLP Controle Lógico ou Controle de Eventos: Este controle permite que os sistemas sejam capazes de responder a eventos externos ou internos. Geralmente, o controle lógico utiliza sinais discretos, usualmente binários e ope- rações não-lineares e se apresentam na forma de circuitos (elétricos, hidráulicos, pneu- máticos, etc), de redes lógicas combinatórias ou em redes sequenciais (com memória, temporizadores e entrada de sinais em instantes aleatórios). Ambos os controles citados anteriormente são empregados em situações variáveis, conforme o processo, e misturam-se nos controladores lógicos programáveis (CLPs) e PCs (FRANCHI, 2011). Por fim, é importante ressaltar que as teorias do controle dinâmico e do controle lógico se desenvolvem independentes uma da outra. O primeiro, controle dinâmico, está interessado em evitar a instabilidade do sistema, ao passo que o segundo, controle lógico, busca evitar o conflito ou a parada total da evolução dos sinais (FRANCHI, 2011). ASPECTOS GERAIS DA AUTOMAÇÃO Para Prudente (2011), o desenvolvimento da automação é o resultado de diversas necessidades da indústria: exigência de produtos com mais qualidade, maior diversificação dos produtos, menores custos e perdas de materiais e de energia, mais disponibilidade, e assim por diante. Ainda, de acorod com Prudente (2011), as classificações são designadas de acordo com o grau de complexidade apresentado e com o meio onde o processo ocorrerá. Dessa forma, tem-se: • Automações especializadas (menor complexidade) • Automações Industriais de âmbito local (média complexidade) • Grandes sistemas de automação (maior complexidade) -Automações especializadas (menor complexidade) Este tipo de automação é caracterizado pelo emprego de microprocessadores com programação em linguagem de máquina e memórias do tipo ROM. Ex.: eletrodomésticos em geral, automação interna dos aparelhos telefônicos, au- tomação dos automóveis. -AutomaçõesIndustriais e de serviços de âmbito local (média complexidade) Essa classificação geralmente utiliza os CLP’s isolados ou em redes. Ex.: Processos industriais químicos, processos energéticos e edifícios. 13UNIDADE I Introdução à Automação e Controlador Lógico Programável - CLP -Grandes sistemas de automação (maior complexidade) Por fim, na automação mais complexa é utilizada programação comercial e científi- ca em software de tempo real. Ex.: Sistemas computacionais militares, sistemas de controle utilizados em aero- portos para monitoramento de aeronaves, etc. MANUFATURA INTEGRADA POR COMPUTADOR (CIM) De acordo com Gonçalves (2012) o CIM surgiu em 1973 como uma opção lógica que as empresas e industrias estavam seguindo. Segundo os conceitos do CIM, o maior obstáculo que uma empresa tem para alcançar a excelência seria a falta de integração entre os seus departamentos, atividades e sistemas. Ainda, o CIM está relacionado com as atividades de produção, com o marketing empresarial, comas vendas globais, com a gestão de estoque, com a parte financeira e também com a gestão de pessoas (GONÇALVES, 2012). ARQUITETURA DA AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL A Pirâmide de Automação, representada na Figura 3, de acordo com Cunha (1999), ilustra os níveis hierárquicos de um processo de automação industrial. Nesta hierarquia, a base da pirâmide é, geralmente, constituída por controladores lógicos programáveis, responsável por acionar processos produtivos (máquinas, motores, etc). Já no topo da pirâmide, encontram-se a informatização do setor corporativo da empresa. Figura 3: Divisão hierárquica de um processo de automação industrial Fonte: (YAMAGUCHI, 2016) 14UNIDADE I Introdução à Automação e Controlador Lógico Programável - CLP Nível 1: Chão de fábrica (Máquinas, dispositivos e componentes) De acordo com (MOZENSINO, 2017): “É no primeiro nível que se localizam os sensores discretos, as bombas, as válvulas, os contatores, os CLPs e os blocos de E/S. O principal objetivo des- te nível é de transferir dados entre o processo e o sistema de controle. Estes dados podem ser tanto binários quanto analógicos e a comunicação realizada pode ser horizontalmente (entre os dispositivos de campo) ou verticalmente, em direção ao nível superior. É neste nível, comumente referenciado como chão de fábrica, que a automação industrial mais atinge.” Ex.: linha de montagem e máquina de embalagens. Nível 2: Supervisão e Controle (IHMs) Neste nível encontram-se a supervisão do processo (Interface homem máquina – HIM). Por ser responsável pela supervisão, é neste nível também que se concentra as informações do nível 1 (MOZENSINO, 2017). Ex.: Sala de supervisão. Nível 3: Controle do Processo Produtivo No terceiro nível se localizam os controles das plantas de processo responsáveis pelos dados gerais e relatórios estatísticos (MOZENSINO, 2017). Ex.: avaliação e controle da qualidade em processo alimentício e supervisão de laminadores. Nível 4: Controle e Logística dos Suprimentos É o nível responsável pela programação e pelo planejamento da produção (MO- ZENSINO, 2017). Ex.: controle de suprimentos e estoques em função da sazonalidade. Nível 5: Gerenciamento Corporativo O nível 5 é responsável pela administração dos recursos (MOZENSINO, 2017). Este nível é controlado por um sistema central que deve fornecer dados para o operador to- mar decisões da produção da planta e permite operações de acompanhamento estatístico, sendo realizados, no geral, por softwares gerenciais/corporativos. 15UNIDADE I Introdução à Automação e Controlador Lógico Programável - CLP A VISÃO CRÍTICA AO AUTOMATIZAR PROCESSOS A automatização de processos em empresas e fabricas é motivado por fatores como: redução do custo do produto final, aumento da qualidade, aumento da eficiência e aproveitamento dos recursos. Além disso, as máquinas podem trabalhar em condições adversas, a qualquer horário, e em locais ou situações que ofereceriam risco ao ser huma- no. Dessa forma, a tecnologia tem proporcionado mais conforto e praticidade ao operador, colocando-o no domínio da máquina (MOZENSINO, 2017). Com todos os benefícios que vem junto com a automação, pode-se esperar um futuro com tecnologias mais rápidas, robôs mais preparados e máquinas mais ágeis. Em relação aos benefícios econômico, quando se compara os lucros da empresa após a auto- matização, percebe-se o quão fundamental é automatizar e inserir tecnologia no chão de fábrica (MOZENSINO, 2017). Entretanto, é fundamental que os empresários e engenheiros tenham uma visão das consequências sociais que um processo de automação pode trazer: • Desemprego, pela substituição do homem pela máquina; • Profissional cada vez mais qualificado para lidar com robôs e equipamentos tec- nológicos; TENDÊNCIAS DA AUTOMAÇÃO Quando a tecnologia Wireless surgiu no mercado, ela era cara e incerta. Com o passar do tempo e com o avanço tecnológico, veio a rapidez e economia. É seguro dizer que, em breve, chips de maior capacidade e mais inteligentes residirão diretamente em sensores e atuadores, trabalhando em sintonia com microcontroladores e computadores (MOZENSINO, 2017). Atualmente, sistemas microeletromecânicos já estão sendo utilizados para minia- turizar sensores, atuadores, motores, engrenagens displays para equipamentos digitais. O MERCADO ATUAL DA AUTOMAÇÃO NO BRASIL Conforme dados da ABINEE, expostos na Tabela 1 e 2, o faturamento da área da automação industrial cresceu cerca de 14% no período entre o primeiro semestre de 2017 e o de 2018. As exportações neste período chegaram a US$ 599 milhões e é um mercado em expansão, ao contrário de outros, como é o caso dos materiais de instalação, que retrai cerca de 20% no período pesquisado. 16UNIDADE I Introdução à Automação e Controlador Lógico Programável - CLP Tabela 1: Projeção para Faturamento Total por Área (R$ milhões) Áreas 2017 2018 2017 x 2018 Automação industrial 4.489 5.099 14% Componentes 10.631 10.906 3% Equipamentos industriais 23.448 25.446 9% GTD 16.367 17.130 5% Informática 23.270 25.485 10% Material de Instalação 7.426 7.994 8% Telecomunicações 32.038 34.127 7% Utilidades Domésticas 18.353 19.917 9% Total 136.022 146.104 7% Fonte: Revista Abinee – Abril 2019 Tabela 2: Exportação de produtos por setor (R$ milhões) Áreas 2017 2018 2017 x 2018 Automação industrial 525 599 14% Componentes 2.576 2.593 1% Equipamentos industriais 1.193 1.155 -3% GTD 623 567 -9% Informática 340 389 14% Material de Instalação 86 69 -20% Telecomunicações 229 227 -1% Utilidades Domésticas 272 262 -4% Total 5.844 5.861 0% Fonte: Revista Abinee – Abril 2019 CONSTITUIÇÃO DE UM CLP De acordo com Petruzella (2014), os CLPs podem ser definidos como um equi- pamento eletrônico-digital desenvolvidos para operar em plantas industriais. Em inglês, o termo é PLC, que significa Programmable Logic Controller. A tecnologia dos CLPs só foi possível com o advento dos chamados circuitos integrados e da evolução da lógica digital. Para Petrizella (2014), entre os principais com- ponentes constituintes do CLP, destacam-se: Fonte de alimentação: Converte a tensão da rede de 110 ou 220 VCA em +5VCC, 17UNIDADE I Introdução à Automação e Controlador Lógico Programável - CLP +12VCC ou +24VCC para alimentar os circuitos eletrônicos, as entradas e as saídas. Unidade de processamento: Também conhecida por CPU, é composta por micro- controladores ou microprocessadores (Intel 80xx, motorola 68xx, PIC 16xx). Endereçamen- to de memória de até 1Mega Byte, velocidades de clock de 4 a 30 MHz, manipulação de dados decimais, octais e hexadecimais. Bateria: Utilizada para manter o circuito do relógio em tempo real. Normalmente são utilizadas baterias recarregáveis do tipo Ni - Ca. Além desses componentes, os CLPs também apresentam circuitos auxiliares que atuam em caso de falhas. Os principais são: POWER ON RESET: desliga todas as saídas assim que o equipamento é ligado, issoevita que possíveis danos venham a acontecer. POWER DOWN: monitora a tensão de alimentação salvando o conteúdo das me- mórias antes que alguma queda de energia possa acontecer. WATCH DOG TIMER: o cão de guarda deve ser acionado em intervalos periódicos, isso evita que o programa entre em “loop”. ESTRUTURA DE PROGRAMAÇÃO De acordo com Moraes e Castrucci (2001), a lógica do CLP é de forma sequencial, fazendo um percurso em algumas etapas. É importante observar que quando uma etapa do ciclo é executada, as outras etapas ficam inativas. O tempo total para realizar o ciclo é denominado CLOCK. A não simultaneidade das operações justifica a exigência de proces- sadores com velocidades cada vez mais altas. Em cada etapa, o CLP realiza as tarefas descritas a seguir. Início: Nesta etapa, é verificado o funcionamento da C.P.U, das memórias, dos circuitos auxiliares, estado das chaves, existência de um programa de usuário. Também emite aviso de erro em caso de falha. Verifica o estado das entradas: Aqui ocorre a leitura de cada uma das entradas, verificando se foram acionadas. O processo é chamado de ciclo de varredura. Compara com o programa do usuário: Através das instruções do usuário sobre qual ação tomar em caso de acionamento das entradas o CLP atualiza a memória imagem das saídas. Atualiza as saídas: Por fim, as saídas são acionadas ou desativadas conforme a determinação da CPU. Um novo ciclo é iniciado, como ilustrado na Figura 4. 18UNIDADE I Introdução à Automação e Controlador Lógico Programável - CLP Figura 4: Ciclo de varredura de um CLP Fonte: Adaptado (SILVA et al 2011) ASPECTOS DE SOFTWARE Memória do programa supervisor: Esta parte do software é responsável pelo controle de todas as atividades do CLP. O programa supervisor não pode ser modificado pelo usuário e fica normalmente em memórias do tipo PROM, EPROM, EEPROM (TOVAR, 2010). Memória do usuário: Constituída por memórias do tipo EEPROM, RAM ou FLASH- -EPROM, este é um espaço reservado ao programa do usuário. É possível utilizar cartuchos de memória para maior agilidade e flexibilidade (TOVAR, 2010). Memória de dados: Memória responsável por armazenar valores do usuário, como valores de temporizadores, contadores, códigos de erros, senhas, etc. Esta funciona como uma tabela virtual, onde a CPU busca informações para o processo decisório (TOVAR, 2010). LINGUAGEM DE PROGRAMAÇÃO A lógica utilizada nos controladores lógicos programáveis pode ser modificada e incrementada de acordo com as necessidades do usuário. Dessa forma, é possível criar 19UNIDADE I Introdução à Automação e Controlador Lógico Programável - CLP lógicas combinatórias, sequenciais e também uma composição das duas, que é o que ocorre na maioria dos casos. O CLP utiliza a linguajem LADDER ou LD conforme a norma IEC – 1131-3. Segundo MORAES E CASTRUCCI (2001), A Linguagem Ladder originou-se dos diagramas elétricos em LADDER (Escada), cuja origem provem da Lógica de Relês, ver Tabela 3. Tabela 3: Instruções para a Linguagem Ladder Instruções Representação Contato Normalmente Aberto -| |- Contato Normalmente Fechado -|/|- Bobina -( )- Bobina Inversa (acionada desenergizada) -(|)- Bobina Set -(S)- Bobina Reset -(R)- Bobina de Memorização (mantém o estado) -(M)- Bobina de Set da Memória -(SM)- Bobina de Reset da Memória -(RM)- Bobina de Detecção de Borda de Subida -(P)- Bobina de Detecção de Borda de Descida -(N)- Fonte: MORAES E CASTRUCCI (2001) MORAES E CASTRUCCI (2001, p. 9) “ [...] a lógica matemática visa facilitar as ambiguidades da linguagem natural, devido a sua natureza subjetiva e, portanto, é uma ferramenta muito útil na lógica do raciocínio. Para evitar essas dificuldades, criou-se uma linguagem lógica artificial”. A linguagem LADDER permite desenvolver lógicas combinacionais, sequenciais ou ambas. Utiliza como operadores para estas lógicas: entradas, saídas, estados auxiliares e registros numéricos (MORAES E CASTRUCCI, 2001). Para entendermos a estrutura da linguagem, vamos adotar um exemplo bem sim- ples: o acionamento de uma lâmpada L a partir de um botão Liga/Desliga. Na figura 5 temos o esquema elétrico tradicional, o programa e as ligações no CLP. Para entender o circuito com o CLP, pode-se observar o programa desenvolvido para acender a lâmpada L quando for acionado o botão B1 (MORAES E CASTRUCCI, 2001). 20UNIDADE I Introdução à Automação e Controlador Lógico Programável - CLP Figura 5. Acionamento de uma lâmpada. Fonte: Autoria própria O botão B1, normalmente aberto, está ligado a entrada X1 e a lâmpada ligada à saída Y1. Ao acionarmos B1, X1 é acionado e a saída Y1 é energizada. Caso for desejado que a lâmpada apague quando for acionado B1, bastaria trocar o contato normalmente aberto por um contato normalmente fechado na programação do CLP, o qual seria repre- sentado pela função NOT. TERMINOLOGIA A seguir será apresentado o conceito de algumas das principais terminologias utilizadas na programação de CLP de na automação industrial, de acordo com Mozensino, 2019. • • Sensor: dispositivo capaz de receber e transformar um sinal físico, como tempe- ratura, nível e luz, e transformar em um sinal elétrico • Atuador: dispositivo capaz de converte um sinal elétrico (vindo de um CLP, por exemplo) e uma condição física. • Entrada discreta: Ou entrada digital, é um sinal que pode assumir somente duas condições: ON ou OFF/Ligado e desligado/ 0 e 1. Exemplo: chaves fim-de-curso • Entrada analógica: Sinal de entrada contínuo. • Saída discreta: Saída que pode assumir a condição ON ou OFF. • Saída analógica: são sinais de saída que tem um sinal contínuo. • CPU: Unidade Central de Processamento. O CPU é responsável pelo monito- ramento das entradas e tomada de decisões com base nas instruções contidas no programa memorizado. 21UNIDADE I Introdução à Automação e Controlador Lógico Programável - CLP O MICRO-CLP Visando as pequenas fábricas e indústrias, diversos fabricantes entraram no mer- cado com CLPs de pequeno porte, de programação simples e baixo custo. Em aplicações nas quais é necessário automatizar um processo com poucos passos de programação, bem como com poucas entradas e saídas, é possível utilizar um micro-CLP. Atualmente, existe uma forte tendência à utilização de pequenos controladores programáveis para controlar processos locais, os quais se comunicam com outros con- troladores e com Sistemas Supervisórios, formando uma rede de automação. Assim, é possível descentralizar o controle industrial, evitando que algum problema interrompa o funcionamento de toda a planta. Os sistemas supervisórios rodam em computadores tipo PC e permitem monitorar o estado de um processo, visualizando na tela do PC o estado das entradas, saídas, registradores, etc. SAIBA MAIS IIoT (Industrial Internet of Things) A internet das coisas, uma maneira de conectar sensores via internet por redes sem fio, vem se tornando realidade no cotidiano, e também sendo inserindo na rotina industrial. O funcionamento é, de forma geral, simples: sensores sem fio com taxas de aquisição muito altas enviam gigabytes de dados para que decisões possam ser tomadas em tempo real e previsões por Big Data sejam realizadas a longo prazo. Entretanto, devido a essa grande quantidade de dados, ainda é difícil para gestores definirem bons méto- dos de visualização para retirada de informação útil. 22UNIDADE I Introdução à Automação e Controlador Lógico Programável - CLP REFLITA “A primeira regra de qualquer tecnologia utilizada nos negócios é que a automação apli- cada a uma operação eficiente aumentará a eficiência. A segunda é que a automação aplicada a uma operação ineficiente aumentará a ineficiência. ” Bill Gates https://www.pensador.com/autor/bill_gates/ 23UNIDADE I Introdução à Automação e Controlador Lógico Programável - CLP CONSIDERAÇÕES FINAIS Como estudado, os Controladores Lógicos Programáveis ou CLPs são equipamentoseletrônicos utilizados em sistemas de automação flexível. São ferramentas de trabalho muito úteis e versáteis para aplicações em sistemas de acionamentos e controle, e por isso são utilizados em grande escala no mercado industrial. Permitem desenvolver e alterar facilmente a lógica para acionamento das saídas em função das entradas. Desta forma, podemos associar diversos sinais de entrada para controlar diversos atuadores ligados nos pontos de saída. O conteúdo dessa apostila foi desde a história da automação industrial, os prin- cipais componentes utilizados, passou pela arquitetura da automação industrial em uma indústria, pelas tendências da automação, tendências do mercado Brasileiro e assim por diante. Além da automação industriar, linguagem de programação de controladores lógico programáveis (CLPs), a simbologia na linguagem de programação Ladder, aspectos do software, principais terminologias utilizadas pelos profissionais e micro CLP, nova sensação do mercado. O objetivo de apresentar a automação industrial para o aluno, de fornecer base, conceitos e novas referências foi realizado. 24UNIDADE I Introdução à Automação e Controlador Lógico Programável - CLP MATERIAL COMPLEMENTAR LIVRO • Título: Controladores lógicos programáveis • Autor: Claiton Moro Franchi e Valter Luis Arlindo De Camargo • Editora: Saraiva • Sinopse: A ideia centrla é oferecer ao leitor ferramentas que auxiliem na utilização dos controladores por meio de métodos de descrição e implementação de problemas práticos. O objetivo não é utilizar controladores de apenas um fabricante, e sim passar conceitos fundamentais para a aplicação dos controladores. FILME/VÍDEO • Título: Tempos Modernos • Ano: 1936 • Sinopse: Um operário de uma linha de montagem, que testou uma “máquina revolucionária” para evitar a hora do almoço, é levado à loucura pela “monotonia frenética” do seu trabalho. Após um longo período em um sanatório ele fica curado de sua crise nervosa, mas desempregado. Ele deixa o hospital para começar sua nova vida, mas encontra uma crise generalizada e equivocadamente é preso como um agitador comunista, que liderava uma marcha de operários em protesto. Simultaneamente uma jovem rouba comida para salvar suas irmãs famintas, que ainda são bem garotas. Elas não têm mãe e o pai delas está desempregado, mas o pior ainda está por vir, pois ele é morto em um conflito. A lei vai cuidar das órfãs, mas enquanto as menores são levadas a jovem consegue escapar. https://www.amazon.com.br/s/ref=dp_byline_sr_ebooks_1?ie=UTF8&text=Claiton+Moro+Franchi&search-alias=digital-text&field-author=Claiton+Moro+Franchi&sort=relevancerank https://www.amazon.com.br/s/ref=dp_byline_sr_ebooks_2?ie=UTF8&text=Valter+Luis+Arlindo+De+Camargo&search-alias=digital-text&field-author=Valter+Luis+Arlindo+De+Camargo&sort=relevancerank 25 Plano de Estudo: • Linhas Automáticas • Métodos de transporte de peças em processo • Linhas Transfers • Mesas divisoras aplicadas na automação • Manipuladores rotativos e lineares • Esteiras transportadoras • Linhas Flexíveis automáticas • Entradas analógicas • Saídas analógicas • Sensores e Atuadores Objetivos de Aprendizagem: • conceituar e contextualizar a importância das linhas automáticas para transporte de peças, mesas divisoras e esteiras transportadoras. • compreender os tipos de esteiras transportadoras aplicadas na automação • estabelecer a importância do uso de entradas e a saídas analógicas, bem como sensores e atuadores na automação. UNIDADE II Linhas Automáticas e Entradas e Saídas Analógicas Professor Mestre Lucas Delapria Dias dos Santos 26UNIDADE II Linhas Automáticas e Entradas e Saídas Analógicas A tecnologia está extremamente atrelada aos processos logísticos de grandes em- presas. Desde o transporte dos produtos, rastreamento e entrega. A automação logística oferece uma gama de vantagens na organização das empresas, além de tornar o transporte mais ágil e mais seguro. Além disso, a automação dos processos logísticos também contribui na parte fi- nanceira das empresas, visto que a economia ocorre devido a automatização das tarefas humanas, e, consequentemente, agregando valor ao produto final. Esta apostila trará algumas das principais tecnologias e conceitos utilizados na automação industrial, em um nível mais administrativo. Será abordada a importância das linhas automáticas e esteiras transportadoras, métodos de transportes utilizados, mesas divisórias, linhas flexíveis automáticas, etc. O intuito desse material é de dar base ao aluno para trabalhos futuros e mostrar referencias para estudos mais aprofundados. INTRODUÇÃO 27UNIDADE II Linhas Automáticas e Entradas e Saídas Analógicas LINHAS AUTOMÁTICAS De acordo com Groove (2011), define-se uma linha em fluxo automatizado como sendo várias estações de trabalho, unidas por um sistema de manipulação e dispositivos que realizam a transferência de partes/peças entre sistemas. A transferência das partes em operação é automatizada. As estações de trabalho também realizam suas funções de maneira automática. Nessa configuração, a matéria-prima de entrada passa pelas estações de trabalho sucessivamente após cada operação realizada. Controlar uma linha de produção automatizada é algo complexo devido ao simples número de atividades sequenciais e simultâneas que ocorrem durante sua operação. Três funções básicas de controle podem ser distinguidas na operação de uma linha de transferência automática: (1) controle de sequência, (2) monitoramento de segurança e (3) controle de qualidade. A finalidade do controle de sequência é coordenar a sequência de ações do sistema de transferência e das estações de trabalho associadas. As várias atividades da linha de produção têm de ser cumpridas com sincronismo numa precisão de uma fração de segundo (GROOVE, 2011). Em uma linha de transferência, por exemplo, as peças têm de ser liberadas das suas estações de trabalho atuais, transportadas, posicionadas e presas em suas respec- tivas estações. Então os cabeçotes têm de ser acionados para começar seus ciclos de alimentação, e assim sucessivamente. A função de controle de sequência na operação de linha de produção automatizada inclui tanto o controle lógico como o controle sequencial 28UNIDADE II Linhas Automáticas e Entradas e Saídas Analógicas Para o controle de linha, controladores lógicos programáveis são os controlado- res mais utilizados em linhas de produção automatizada hoje. Computadores pessoais equipados com software de controle e projetados para o ambiente de fábrica são também amplamente utilizados. O controle de computador oferece os benefícios a seguir: • Oportunidade para melhorar e incrementar o software de controle, como acres- centar funções de controle específicas não antecipadas no projeto do sistema. • Gravação de dados sobre o desempenho do processo, confiabilidade do equi- pamento e qualidade do produto para análise posterior. Em alguns casos, registros de qualidade do produto têm de ser mantidos por razões legais. • Rotinas de diagnóstico para executar prontamente manutenção e reparos quando ocorrem problemas na linha e para reduzir a duração dos incidentes de paradas do equi- pamento. • Geração automática de cronogramas de manutenção preventiva indicando quando determinadas atividades devem ser realizadas. Ajuda a reduzir a frequência de incidentes de paradas do equipamento. • Uma interface homem-máquina mais conveniente entre o operador e a linha au- tomatizada. Para Groove (2011), é possível adicionar zonas de estoque intermediário dentro do fluxo da linha, em uma locação da linha ou entre estações de trabalho. Também pode-se incluir na linha estações de inspeção, com o intuito de observar a qualidade das partes em operação. As linhas de fluxo automatizadas são geralmente o meio mais apropriado para a produtividade, porém deve-se observar algumas exigências necessárias com relação ao produto como:alta demanda, alto volume e onde os métodos alternativos exigem alto esfor- ço humano ou segurança. Os objetivos do uso das linhas de fluxo automatizados são para: • Reduzir o custo da mão de obra; • Incrementar o índice de produtividade; • Reduzir partes em processo; • Minimizar distâncias entre operações; • Alcançar especialização de operações; • Alcançar a integração de operações. São dois tipos utilizados para o fluxo de operações automatizados. São eles o tipo em linha e rotativo 29UNIDADE II Linhas Automáticas e Entradas e Saídas Analógicas Fluxo tipo em linha Esta configuração é formada por uma sequência de estações de trabalho arranja- das de uma forma mais ou menos retilínea. O fluxo de operações pode, por questões de espaço, girar 90. Fluxo tipo rotativo Neste tipo de configuração, as partes em operação são indexadas em uma mesa circular. As estações de trabalho são estacionárias e usualmente localizadas na periferia da mesa. As peças do processo se transferem sobre a mesa rotativa e se posicionadas em cada estação afim de serem processadas ou que sejam realizadas operações de monta- gens. MÉTODOS DE TRANSPORTE DE PEÇAS EM PROCESSO Nas palavras de Groove (2011), os mecanismos de transferência não devem so- mente mover as partes parcialmente completadas ou montagens entre estações, devem também orientar e localizar as partes na posição correta para o processamento de cada estação. Os métodos gerais de transportes das partes sobre a linha de fluxo podem ser classificados nas 3 seguintes categorias: 1. Transfer contínuo; 2. Transfer intermitente ou síncrono; 3. Transfer assíncrono ou “power-and-free”. O tipo mais apropriado de sistema de transporte para uma dada aplicação depende de fatores como: -Tipos de operações a ser realizada; -O número de estações sobre cada linha; -O peso e tamanho das partes em processo; -Requisitos na taxa de produção; -Balanceamento do tempo em vários processos sobre a linha. 30UNIDADE II Linhas Automáticas e Entradas e Saídas Analógicas LINHAS TRANSFERS Transfer contínuo Com o transfer contínuo, as partes em processos são movidas continuamente em uma velocidade constante. Esta requer que as estações de operações se movam durante o processamento afim de manter uma regulação contínua com a peça em operação. Para Groove (2011), este tipo de sistema é muito prático em aplicações contínuas, como exemplo, o engarrafamento de bebidas, embalagem, montagens manuais onde o operador pode se mover com o movimento da linha. Em algumas operações de engarrafa- mento, por exemplo, as garrafas são transportadas ao redor de um tambor giratório contí- nuo. A bebida é descarregada dentro do movimento das garrafas pelos tubos localizados na periferia do tambor. A vantagem desta aplicação é que o líquido é mantido se movendo numa velocidade constante e assim não existe problemas de inércia. Sistemas transfer contínuo são relativamente fáceis para projetar e fabricar e podem alcançar um alto índice de produtividade. As principais características do sistema contínuo são: • Arquitetura flexível; permite ser configurado e incorporado qualquer conceito de linha automatizada; • Automatiza prensas de vários estágios ou link de prensas; • Simples e rápido set-up para troca de garras; • Deslocamento horizontal por servomotor sem escovas; • Admite inúmeras soluções para o curso vertical para diferentes relações peso/ dimensão • Adaptável para operação com dispositivos mais diversos e particularmente com sistemas de alimentação em pallets; • Permite operação com garras sucção, magnéticas e outras. TRANSFER INTERMITENTE Como o nome sugere, neste método as peças são transportadas com o movimento intermitente ou descontínuo. As estações são fixas na posição e as partes são movidas entre as estações, e então processadas nas próprias locações. Todas as peças em proces- so são transportadas ao mesmo tempo e, por isso, o termo “sistema transfer síncrono», é usado para descrever este método de transporte de peças. Um exemplo de aplicação do 31UNIDADE II Linhas Automáticas e Entradas e Saídas Analógicas transfer intermitente de peças pode ser encontrado em operações de mecanização, como operações de prensagens e montagens mecanizadas (GROOVE, 2011). Cada parte se move independente de outras partes. Desta forma, existem peças sendo processadas e ao mesmo tempo que outras partes estão sendo transportadas entre as estações. OS SISTEMAS TRANSFER ASSÍNCRONOS Esse sistema oferece mais flexibilidade que os outros dois anteriores, e esta flexi- bilidade pode ser mais vantajoso em certas circunstâncias. Sistemas deste tipo são usados quando existem significativas diferenças de tempos de processamento. Estações paralelas ou várias estações séries podem ser usadas para estações de processamento mais longos e estações únicas para operações mais curtas. Esse sistema é aplicado quando existe uma ou mais estações operadas manualmente e variações no ciclo de tempo. Esta condição é desfavorável para ambos sistemas de transportes contínuo ou assícrono. Grandes peças podem ser manipuladas sobre os sistemas assíncronos. Uma desvantagem do tipo de sistema assíncrono é que o ciclo é geralmente mais lento que os outros tipos (GROOVE, 2011). MESAS DIVISORAS APLICADAS NA AUTOMAÇÃO A mesa giratória industrial — também conhecida como mesa giratória indexada, mesa rotativa indexada, ou ainda mesa indexadora — é um item muito utilizado em siste- mas de automação para os mais variados processos produtivos da indústria. Por isso, esse produto atende setores, como montagens, soldagens, controles, testes, usinagem, entre outros. Muito utilizada também em aplicações em máquinas automáticas, a mesa giratória industrial permite o posicionamento preciso necessário para a execução de tarefas nessas estações de trabalho. Além disso, a mesa giratória industrial é de fundamental importância para ativida- des que exigem posicionamento preciso e repetições nas posições. Essa mesa giratória industrial também possui alta rigidez, alta velocidade de indexação e zero folga. Todas essas funcionalidades oferecidas pela mesa giratória industrial tornam esse item essencial nos mais variados segmentos, tais como indústria de embalagens, indústria alimentícia, indústria cosmética, serigrafia, entre muitos outros. 32UNIDADE II Linhas Automáticas e Entradas e Saídas Analógicas Podemos citar o fato de que a repetibilidade do processo produtivo é extremamente acessível nas mesas rotativas como uma de suas principais vantagens. A facilidade de repetibilidade causa impactos positivos em outros pontos do processo produtivo, visto que promove o desenvolvimento da automação. MANIPULADORES ROTATIVOS E LINEARES O manuseio e armazenamento de material em um sistema flexível de manufatura desempenha as seguintes funções: • permitir o deslocamento independente de peças do processo; • possibilitar o trabalho com várias configurações de peças; • oferecer armazenamento temporário para as peças; • disponibilizar um acesso conveniente para carregar e descarregar peças de tra- balho A maioria das configurações de layout encontradas nos sistemas flexíveis de manu- fatura pode ser classificada em cinco categorias: (1) layout em linha, (2) layout circular, (3) layout em escada, (4) layout em campo aberto e (5) célula centralizada em robô. No layout em linhas, as máquinas e o sistema de manuseio são dispostos em linha reta. Em sua forma mais simples, as peças seguem de uma estação de trabalho para a próxima em uma sequência bem definida, com o item trabalhado sempre se movendo na mesma direção e sem fluxo de retorno, como na Figura 1. Figura 1: layout em linha Fonte: GROOVE, 2011 O funcionamento desse tipo de sistema é semelhante a uma linha de transferência, exceto no caso em que diversas peças são processadas no sistema. Para os sistemas em linha que exigem maior flexibilidadede roteamento, pode ser instalado um sistema de transferência linear que permita o deslocamento nas duas direções. Um possível arranjo para isso é mostrado na Figura 2, na qual um sistema secundário de manuseio é fornecido em cada estação de trabalho para separar a maioria das peças da linha principal (GROO- VE, 2011) 33UNIDADE II Linhas Automáticas e Entradas e Saídas Analógicas Figura 2: layout em linha com sistema secundário de manuseio Fonte: GROOVE, 2011 No layout circular, as estações de trabalho são organizadas em um loop, servido por um sistema de manuseio de peças na mesma forma, como mostra a Figura 3. Figura 3: layout circular Fonte: GROOVE, 2011 As peças geralmente fluem em uma única direção, com a capacidade de parar e ser transferidas para qualquer estação. Um sistema secundário de manuseio é mostrado em cada estação de trabalho para permitir que as peças se desloquem sem obstrução em torno do loop. A estação ou as estações de carga/descarga normalmente são localizadas em uma extremidade do ciclo (GROOVE, 2011). ESTEIRAS TRANSPORTADORAS Um transportador é um aparato mecânico para mover itens ou materiais de grande volume, normalmente dentro de uma instalação. Transportadores são utilizados quando materiais têm de ser movidos em quantidades relativamente grandes entre localizações específicas através de um percurso fixo, que podem ser de piso, acima do piso ou aéreo. 34UNIDADE II Linhas Automáticas e Entradas e Saídas Analógicas Transportadores podem ser motorizados ou não motorizados. Em transportadores motorizados, o mecanismo de propulsão está contido no per- curso fixo, utilizando correntes, esteiras, roletes ou outros mecanismos para propelir cargas ao longo do percurso. O seu uso principal é em sistemas de transporte de materiais em plantas de manufatura, armazéns e centros de distribuição. Em transportadores não motorizados, materiais são movidos manualmente por trabalhadores, que empurram as cargas ao longo do percurso fixo, ou pela gravidade de uma elevação para uma posição mais baixa (GROOVE, 2011). Há 3 tipos principais de esteiras transportadora (transportadores): 1. Transportador de roletes; 2. Transportador de rodízio; 3. Transportador de esteira. Em transportadores de roletes, o percurso consiste de uma série de tubos (roletes) perpendiculares à direção de deslocamento, como na Figura 4. Figura 4: Transportador de roletes Fonte: GROOVE, 2011 As cargas devem possuir uma superfície de fundo de área plana suficiente para abarcar vários roletes adjacentes. Paletes, caixas de peças ou caixas de papelão servem bem a esse propósito. Os roletes estão contidos em uma estrutura fixa que eleva o percurso acima do nível do piso de vários centímetros a vários metros. As cargas são deslocadas para frente à medida que os roletes giram. Transportadores de roletes podem ser motorizados ou não motorizados. As esteiras motorizadas são impulsionadas por correias ou correntes. Normalmente os transportadores de roletes não motorizados são impulsionados pela gra- vidade de maneira que o percurso tenha inclinação para baixo, afim de superar o atrito de rolamento. Este equipamento é utilizado em uma ampla variedade de aplicações, incluindo manufatura, montagem, empacotamento, seleção e distribuição (GROOVE, 2011). 35UNIDADE II Linhas Automáticas e Entradas e Saídas Analógicas Os transportadores de rodízio são similares em operação aos transportadores de roletes, entretanto, em vez de roletes, utilizam rodas emborrachadas (similares às rodas de patins), como na Figura 5. Figura 5: Transportador de rodízio Fonte: GROOVE, 2011 Transportadores de rodízios são mais leves em peso do que transportadores de roletes. Aplicações de transportadores de rodízios são similares àquelas de transportadores de roletes, exceto pelo fato de que as cargas têm de ser geralmente mais leves, uma vez que os contatos entre as cargas e o transportador são muito mais concentrados. Devido ao baixo peso, transportadores de rodízios são às vezes construídos como unidades portáteis que podem ser usadas para carregar e descarregar reboques de carros em pontos de envio e recebimento em fábricas e armazéns (GROOVE, 2011). Por fim, os transportadores de esteira consistem de uma esteira contínua. Metade de seu comprimento é utilizado para a entrega de materiais e a outra metade é a volta de retorno, como na Figura 6. Figura 6: Transportador de esteira Fonte: GROOVE, 2011 A esteira é feita de elastômero reforçado (borracha), possui alta flexibilidade, mas baixa capacidade de extensão. Em uma extremidade do transportador há um rolo 36UNIDADE II Linhas Automáticas e Entradas e Saídas Analógicas de propulsão que impulsiona a esteira. A esteira flexível é apoiada por uma estrutura que tem roletes ou deslizadores de apoio ao longo de toda a sua volta. Transportadores de esteira são disponíveis em duas formas comuns: (1) esteiras planas para paletes, peças individuais, ou mesmo determinados tipos de materiais volumosos; e (2) esteiras sulcadas para materiais volumosos. Materiais colocados sobre a superfície da esteira se deslocam ao longo do percurso em movimento. No caso de transportadores de esteiras sulcadas, os roletes e apoios dão à esteira flexível um formato de V na parte superior (de entrega) para levar materiais granulados como carvão, cascalho, grãos ou materiais em partículas similares (GROOVE, 2011). Como indicado anteriormente, os equipamentos de transportadores cobrem uma ampla variedade de operações e características e uma variedade de equipamentos trans- portadores encontra-se comercialmente disponível. Cabe à empresa analisar e decidir o tipo de esteira mais adequada para o seu processo e produto. LINHAS FLEXÍVEIS AUTOMÁTICAS Dentro das linhas de montagens das empresas, espera-se que seja possível reali- zar a montagens e testes dos produtos. Entre uma estação e outra, é permitido que ocorra operações manuais realizadas por operadores, operações semiautomáticas ou automáti- cas, que são definidas de acordo com a necessidade da empresa. As linhas de montagens são investimentos, muitas vezes caros, que visam diminuir o leading time de entrega, aumentar a produção com um custo menor e manter a qualidade do produto final. Atualmente, empresas fabricam uma série de produtos diferentes dentro do mesmo espaço fabril. Dessa forma, muitas empresas buscam uma linha de montagem flexível. Ou seja, uma linha capaz de operar com mais de processo, com o intuito de produzir mais de um produto. De acordo com Groove (2011), para ser considerado flexível, um sistema de manu- fatura precisa satisfazer a vários critérios. A seguir, apresentamos quatro testes razoáveis de flexibilidade em um sistema de manufatura automatizado: 1. Teste da variedade de peças: o sistema pode processar diferentes tipos de peças em um modo não lote? 2. teste da mudança de programa: o sistema pode aceitar imediatamente mudanças no programa de produção, ou seja, alterações no mix de peças e/ou nas quantidades? 3. teste da recuperação de erros: o sistema pode se recuperar tranquilamente de 37UNIDADE II Linhas Automáticas e Entradas e Saídas Analógicas falhas de equipamento e paralisações, de modo que a produção não seja completamente interrompida? 4. teste das novas peças: novos projetos de peça podem ser introduzidos no mix de produtos existentes com relativa facilidade? Se a resposta a todas essas perguntas for ‘sim’ para determinado sistema de ma- nufatura, então ele pode ser considerado flexível. Os critérios mais importantes são o (1) e o (2). Os critérios (3) e (4) são menos rigorosos e podem ser implementados em vários níveis. Na verdade, a introdução de novos projetos de peça não é considerada em alguns sistemas flexíveis de manufatura; esses sis- temas são projetados para produzir uma família de peças cujos membros são conhecidos antecipadamente. ENTRADAS ANALÓGICASUma entrada analógica é um sinal elétrico, mensurável, e definido numa gama de valores. Esta entrada é gerada por um sensor e recebida por um controlador. A entrada analógica varia continuamente de uma forma definida em relação à propriedade medida. Os sinais analógicos gerados por alguns tipos de sensores devem ser acondi- cionados, são assim amplificados e filtrados de forma a permitirem o seu envio para um controlador que os recebem. Este transporte pode ser feito de diversas formas, sendo as mais comuns a utilização de condutores eléctricos, fibra óptica ou ondas de rádio. No caso de o controlador ser digital, as entradas analógicas devem ser convertidas para sinais digitais por um conversor analógico/digital, regra geral, localizados perto do controlador. Basicamente existem dois tipos de sinais analógicos: tensão e corrente. SAÍDAS ANALÓGICAS Uma saída analógica é um sinal analógico mensurável e definido numa gama espe- cífica, é gerado pelo controlador e é enviado para um dispositivo ao seu cuidado, tais como variadores eletrônicos de velocidade ou atuadores. Variações nas saídas analógicas causam mudanças no dispositivo controlado que resultam em variações no processo controlado. As saídas analógicas do controlador são normalmente limitadas a uma gama de tensões ou correntes, são necessários então trans- dutores que fornecem um sinal de saída compatível com o dispositivo a controlar. As saídas analógicas são utilizadas para enviar sinais contínuos para atuadores como: 38UNIDADE II Linhas Automáticas e Entradas e Saídas Analógicas • Válvulas proporcionais; • Inversores de frequência; • Indicadores; • Conversores I/P(corrente/pressão). SENSORES E ATUADORES Sensores São dispositivos que recebem e respondem estímulos elétricos ou mecânicos. Possuem um amplo campo de atuação como indústria, segurança e laboratórios. A seguir, uma listagem sobre os principais e aplicações de alguns tipos deles. Sensores mecânicos ou chaves de fim de curso – são chaves elétricas cujo acio- namento se dá de forma mecânica através de alavanca, rolete ou outro mecanismo. O posicionamento é feito nas extremidades do curso do atuador, assim, sempre que o atuador atingir a posição desejada é gerado um sinal elétrico para ativar um sinal de alarme ou para o atuador, exemplo: Portões eletrônicos. Sensores de proximidade – são dispositivos utilizados na detecção de peças, com- ponentes, elementos de maquinas etc., exemplo: detecção de papel nos fotocopiadoras, contagem de garrafas que passam por uma esteira. Sensores óticos ou fotoelétricos – são sensores capazes de detectar a presença de um acionador através da emissão de luz. O funcionamento dos sensores baseia-se na transmissão (por meio de um fotodiodo) e recepção (por meio de um foto-transistor) de luz infravermelha a qual é invisível ao olho humano, exemplo: alarmes de carros, alarmes de segurança. Sensores de nível – é um sensor eletromecânico, muito utilizado em processos de armazenagem ou transporte de materiais sólidos ou granulados, principalmente em indústrias de plásticos, minérios, alimentícias, químicas etc., exemplo: saber se um tanque está cheio, vazio ou na metade. Sensores magnéticos ou Reed Switchs – o funcionamento é baseado na atração de dois contatos metálicos quando o sensor é submetido a um campo magnético. Assim, quando o sensor é submetido ao campo magnético os contatos se tocam permitindo a passagem de corrente elétrica, exemplo: contatores e atuadores. Sensores de temperatura – cobrem uma faixa de temperatura bastante extensa de temperatura que vai de valores negativos a positivos, exemplo: termopares, termômetros. 39UNIDADE II Linhas Automáticas e Entradas e Saídas Analógicas Atuadores É um dispositivo com a função de produzir movimento, receber comandos manuais ou automáticos e modificam o ambiente com ações. Alguns exemplos são atuadores de movimento induzidos por cilindros (pneumáticos ou hidráulicos) e motores (dispositivos rotativos com acionamento de vários tipos). Também são atuadores dispositivos como pás, cancelas, roletes, membranas, bóias ou qualquer elemento que realize um comando recebido de outro dispositivo (sensores, computadores, CLP’s) com base em uma entrada ou critério a ser seguido. Alguns exemplos e aplicações são listados a seguir: Mecânica - atuadores de plasma, atuadores pneumáticos, atuadores elétricos, motores, cilindros hidráulicos, atuadores lineares, etc. SAIBA MAIS O que é indústria 4.0? Também conhecida como revolução 4.0, o conceito tem origem na Feira de Hannover, principal evento do mundo para a tecnologia industrial, na Alemanha. A iniciativa, in- centivada pelo governo alemão e empresas de tecnologia, universidades e centros de pesquisa, muda a maneira com que as fábricas operam hoje em dia. Significa a automação da indústria conectada ao uso de máquinas para a produção de produtos cada vez mais personalizados e baseados em dados. Uma interconexão entre dispositivos inteligentes ao longo de toda a cadeia de produção e logística. REFLITA “A primeira regra de qualquer tecnologia utilizada nos negócios é que a automação apli- cada a uma operação eficiente aumentará a eficiência. A segunda é que a automação aplicada a uma operação ineficiente aumentará a ineficiência. ” - Bill Gates https://www.pensador.com/autor/bill_gates/ 40UNIDADE II Linhas Automáticas e Entradas e Saídas Analógicas Como estudado, a atual situação do mercado econômico mundial é caracteriza- da por tendências como o aumento da diversidade e variedade de produtos, pequenos e médios volumes de produção, a redução do ciclo de vida dos produtos no mercado, o desenvolvimento de novos produtos, as rápidas mudanças tecnológicas, a demanda prevista e os curtos tempos de entrega desses produtos. Com isso, há uma tendência de aperfeiçoamento dos sistemas produtivos buscando novas tecnologias que permitam a fle- xibilização da produção a fim de explorar as oportunidades frente a um clima de incertezas. Foram também estudados equipamentos/dispositivos utilizados na implementação de um processo automático. Foram apresentados para várias configurações, tais como mesas divisoras, linhas transfers lineares e rotativas e alguns tipos de esteiras transporta- doras. Com todo o conteúdo exposto nessa apostila, espera-se ter apresentado, de forma didática e clara, conceitos ideias sobre a automação na indústria, o caminho que essa revolução tem tomado, e instigado o aluno a aprofundar os seus conhecimentos. CONSIDERAÇÕES FINAIS 41UNIDADE II Linhas Automáticas e Entradas e Saídas Analógicas MATERIAL COMPLEMENTAR LIVRO • Título: Automação industrial na prática • Autor: Frank Lamb • Editora: AMGH • Sinopse: Automação industrial na prática é um guia de referência de conceitos, terminologia e aplicações. Estruturado em tópicos para facilitar a consulta, apresenta o conteúdo essencial do pro- jeto e do uso de máquinas automatizadas, abordando sistemas de controles, construção de máquinas, engenharia mecânica e muito mais. Complementado por gráficos, imagens, exemplos de aplicação e dicas, este é um guia valioso tanto para estudantes de automação quanto para profissionais em busca de aperfeiçoa- mento. FILME/VÍDEO • Título. Metropolis • Ano. 1927 • Sinopse. Este clássico de Fritz Lang se passa no ano de 2026 e conta a história de uma cidade dividida entre os poderosos, que ficam na superfície (Jardim dos Prazeres), e os operários, em regime de escravidão, que trabalham no subsolo (Cidade dos Tra- balhadores). O filme demonstra uma preocupação com a mecani- zação da vida industrial nos grandes centros urbanos e questiona a importância do sentimento humano. 42 Plano de Estudo: • IHM via www com CLP • Especificação da IHM • Aplicação da Interface Homem - Maquina • Características do software supervisores • Sistemas SCADA • Componentes físicos de um sistema supervisores • Componentes lógicos de um sistemaSCADA • Camadas físicas de uns sistemas de supervisão • Planejamento do sistema supervisores • Modos de comunicação Objetivos de Aprendizagem: • assimilar os conceitos de IHM, SCADA e sistemas supervisórios; • conhecer e compreender os componentes físicos e lógicos utilizados na interface homem-máquina, no sistema supervisório e no sistema SCADA. • estabelecer a importância e as vantagens da modernização da automação através de novos sistemas e interfaces. UNIDADE III Interface Homem-Máquina e Noções de Sistemas Supervisores Professor Mestre Lucas Delapria Dias dos Santos 43UNIDADE III Interface Homem-Máquina e Noções de Sistemas Supervisores As primeiras iniciativas do homem para mecanizar atividades manuais ocorreram na pré-história com invenções como a roda. O moinho movido por vento ou força animal e as rodas d’água demonstram a criatividade do homem para poupar esforço. A automação só ganhou destaque na sociedade quando o sistema de produção agrário e artesanal se transformou em industrial, a partir da segunda metade do século XVIII, inicialmente na Inglaterra. Os sistemas inteiramente automáticos surgiram no início do século XX, entretanto, bem antes disso foram inventados dispositivos simples e semi-automáticos. Devido à necessidade de aumentar a produção e a produtividade, surgiram uma série de inovações tecnológicas: máquinas modernas, capazes de produzir com maior precisão e rapidez em relação ao trabalho feito à mão. Com o avanço da tecnologia e surgimento da computação, aparelhos eletrônicos se tornaram comum em todos os setores da sociedade. A necessidade da construção de uma interface amigável ao usuário se tornou fundamental, afinal, é o canal de comunicação entre o homem e computador, no qual são feitas as interações visando atingir um objetivo comum. Esta apostila traz conceitos da interface Homem-Máquina, ideias, história e utilida- de. Além disso, aborda sistemas supervisórios e principais componentes utilizados nesses ambientes. Esta apostila deve servir de base para os estudos, dando base para trabalhos futuros. INTRODUÇÃO 44UNIDADE III Interface Homem-Máquina e Noções de Sistemas Supervisores IHM VIA WWW COM CLP De acordo com Barbosa (2011), a utilização de controladores lógicos programáveis (CLP) passou a ser amplamente difundida na indústria desde a sua invenção no final da década de 60 pelos norte-americanos. Ao longo do tempo, esses equipamentos passaram a ser utilizados também em aplicações de automação predial e residencial. Atualmente há uma grande diversidade de modelos no mercado, ficando a cargo dos profissionais da área de automação avaliar qual opção é a mais adequada à sua aplicação. O surgimento da internet e de redes corporativas semelhantes (intranet) tornou possível o acesso remoto aos equipamentos de controle dos processos usando uma ar- quitetura aberta. Neste contexto, a Web, com sua interface gráfica intuitiva e universal, é muito indicada para a supervisão remota de processos tipo “chão de fábrica”. Como equipa- mentos importantes em automação industrial, os CLPs seguem essa tendência adquirindo acessibilidade pela Web (BARBOSA, 2011). Além disso, o CLP com IHM integrada foi desenvolvido para viabilizar que o próprio usuário possa realizar eventuais reparos no produto em casos de danos ocasionados por acidentes de qualquer natureza. Para tanto, os módulos de I/O são fabricados com com- ponentes discretos (PTH) que podem ser substituídos com facilidade, diferentemente dos componentes SMD, massivamente utilizados em outros CLPs do mercado (BARBOSA, 2011). Por possuir uma estrutura modular, o CLP com IHM integrada propicia relevante 45UNIDADE III Interface Homem-Máquina e Noções de Sistemas Supervisores redução de cabeamento nas instalações, como em aplicações de controle de processos industriais, automação residencial e automação predial, pois os módulos podem ser es- trategicamente espalhados pela planta de modo que o cabeamento de I/O seja o menor possível. Nessas aplicações, a interligação dos módulos do CLP é realizada utilizando um único cabo, no padrão da rede CAN (BARBOSA, 2011). ESPECIFICAÇÃO DA IHM Para determinar o projeto de uma interface IHM, primeiro é preciso responder há 6 pergutnas: 1. Quem necessita de qual informação? 2. Como o usuário espera que as informações sejam apresentadas? 3. Quando a informação precisa ser apresentada? 4. Os operadores possuem alguma necessidade especial? 5. A utilização de som é importante? 6. Quais as escolhas que o operador deveria ter? A tendência mais comum é adotar uma interface de usuário que frequentemente tenha: - Ícones; - Um dispositivo apontador (tal como um mouse); - Totalmente colorida; - Suporte para múltiplas janelas, as quais rodam programas simultaneamente; - Menus do tipo “popup”; - Janelas que possam ser movidas, re-escalonadas, movidas para frente/traz, etc. Os passos de implementação geral de uma IHM são: 1. Criar as telas em um software para PCs; 2. Carregar as telas na unidade IHM; 3. Conectar a unidade ao CLP; 4. Ler e escrever na IHM usando as locações de memória para obter a entrada e a atualização das telas. Para controlar a IHM a partir de um CLP, as entradas do usuário ligam bits na memória do CLP, e outros bits na memória do CLP podem ser levados par nível lógico unitário para ligar/desligar itens na tela da IHM. 46UNIDADE III Interface Homem-Máquina e Noções de Sistemas Supervisores APLICAÇÃO DA INTERFACE HOMEM – MÁQUINA Visto que há vários tipos de máquinas e tecnologias disponíveis no mercado capa- zes de proporcionar alguns níveis de controle aos processos fabris, houve a necessidade do desenvolvimento de interfaces entre o controle e o operador. O principal objetivo dessa interface é proporcionar a integração do homem com a máquina. A Interface Homem Máquina (IHM) é empregada nos mais diversos tipos de empre- sas e fábricas, nos mais diversos níveis. Podemos encontrar IHM nas indústrias automo- bilísticas, farmacêuticas, na medicina, construção civil etc. As vantagens proporcionadas pelo interfaceamento tornou esse recurso indisponível para diversos campos, onde a IHM proporciona não somente a supervisão do processo, mas também reúne todos os dados, analisa e compila para o operador. Em alguns casos, a IHM é capaz até o sistema permiti a análise das informações pela operação e a alteração de parâmetros assim que houver a necessidade. Por exemplo, o sistema pode monitorar o controle de estoque e reposição, quando as mercadorias são vendidas e devem ir para a expedição (BARBOSA, 2011). De acordo com Barbosa (2011), as IHMs, nas indústrias, podem ser empregadas de três formas diferentes. Após a programação do CLP estar finalizada, deve-se analisar qual a função necessária para a IHM proposta. Essas 3 formas de operação estão descritas a seguir. Substituição de botoeiras – Visto que antes da difusão das IHMs e do CLP, o controle dos sistemas era totalmente manual, realizado através de botoeiras e LEDs em imensos quadros elétricos. Devido a quantidade de informações que o operador tinha que absorver e analisar antes de tomar uma decisão, era fácil ocorrer erros e falhas. Além disso, o método dos quadros elétricos dificultava a manutenção. Por tanto, pode-se dizer que essa interface surgiu para substituir as botoeiras liga/ desliga, chaves, painéis ou qualquer dispositivo que exerça as funções de controle e sina- lização. Tratamento de dados Também chamada de Embedded, nome do sistema operacional em que é configu- rada, essa IHM é utilizada em ambientes que necessitam de monitoramento e feedbacks constantes. Supervisão Quando os sistemas são mais complexos e têm muitos componentes, as IHMs para supervisão são as mais indicadas. Das três, essas apresentam melhores resultados em conectividade, acesso remoto, gráficos e flexibilidade. http://engprocess.com.br/sistemas-supervisorios/47UNIDADE III Interface Homem-Máquina e Noções de Sistemas Supervisores Geralmente elas são desenvolvidas de tal forma que o processador execute a função de hospedeiro, em que a aplicação é instalada e executada. O computador hospedeiro também deve contar com boa capacidade de memória, processamento adequado e placa de vídeo com alto processamento para recursos gráficos. Em linhas gerais, a interface Homem Máquina permite o monitoramento, geren- ciamento e análise das informações, com o objetivo de melhoras. Com os dados obtidos da IHM, espera-se um maior ganho na eficiência, nos equipamentos e no processo, o que, consequentemente, auxilia na tomada de decisões. CARACTERÍSTICAS DO SOFTWARE SUPERVISORES O software de supervisão, localizado no nível de controle do processo das redes de comunicação, é o responsável pela aquisição de dados diretamente dos controladores lógico programáveis - CLP para o computador, pela sua organização, utilização e gerencia- mento dos dados. Segundo Ogata (1993), o software supervisório é visto como o conjunto de progra- mas gerado e configurado no software básico de supervisão, implementando as estratégias de controle e supervisão, as telas gráficas de interfaceamento homem-máquina, a aquisição e tratamento de dados do processo, a gerência de relatórios e alarmes. Este software deve ter entrada de dados manual, através de teclado. Os dados são solicitados por meio de telas/interfaces com campos pré-formatados que o operador deve preencher. Os campos devem ser autoexplicativos e possuírem limites para caracteres. A inserção dos dados deve ocorrer por telas individuais, sequencialmente, com seleção automática da próxima entrada. Após todos os dados de um grupo ser inseri- do, esses poderão ser alterados ou adicionados pelo operador, que será o responsável pela validação das alterações. Para a criação de aplicativos de supervisão e controle de processos nas mais diver- sas áreas, necessita-se de: Hardware: Utiliza-se um protocolo de comunicação, que pode ser uma porta serial, uma placa de rede, etc; Software: É necessário que o driver do computador empregado seja executado simultaneamente com o software de desenvolvimento. O driver é um software responsável pela comunicação, ele possui o protocolo de comunicação do equipamento. Um exemplo de software utilizado para análise de funciona- mento de um sistema supervisório é o Elipse Windows. 48UNIDADE III Interface Homem-Máquina e Noções de Sistemas Supervisores Dentre os muitos sistemas utilizados, os que mais tem se difundido são os PCS (Sistemas de Controle de Processos ou Process Control Systems), os SCADA (Sistemas de Controle Supervisório e Aquisição de Dados ou Supervisory Control & Data Aquisition Systems) e os DCS (Sistemas de Controle Distribuído ou Distributed Control Systems). Estes aplicativos oferecem sofisticados recursos que otimizam o tempo de desen- volvimento e a manutenção dos sistemas: - Interface clara, lógica e intuitiva; - Conectividade com a maioria dos equipamentos disponíveis no mercado ou mes- mo com outros aplicativos Windows; - Biblioteca gráfica para criação de telas; - Suporte à rede e arquitetura cliente/servidor; - Configuração e reconhecimento de alarmes; - Relatórios formatados, graficamente customizados pelo usuário; - Registro de dados em disco e análise histórica; - Receitas que permitem a programação de valores para o envio ao processo; - Scripts que permitem a criação de rotinas exclusivas, definindo lógicas e criando sequências de atitudes através de uma linguagem de programação interativa, personali- zando ao máximo o aplicativo; - Suporte a banco de dados via ODBC (Open Data Base Connectivity) - Access, SQL Server, Oracle, dBase, etc; - CEP - Controle Estatístico de Processos; - Módulo matemático para a formulação de equações; - Controle de acesso por nível de usuário; - Acesso remoto via Internet; - Captura, registro e transmissão digital de imagens. SISTEMAS SCADA Desde meados do século XVIII a tecnologia tem alancando o desenvolvimento industrial. Com o aumento da demanda de produtos, rapidez, qualidade e agilidade, houve a necessidade maximizar o desempenho das máquinas e ferramentas. Dessa forma, o sistema SCADA nasce para ajudar as indústrias a conquistarem metas satisfatórias no negócio. De acordo com Rogers (2013), as primeiras versões dos sistemas supervisórios co- meçaram a ser utilizadas no fim dos anos 70, época em que os processadores não tinham http://engprocess.com.br/eficiencia-industrial/ http://engprocess.com.br/eficiencia-industrial/ 49UNIDADE III Interface Homem-Máquina e Noções de Sistemas Supervisores tanta capacidade para plataformas de hardware “robustas”. Sendo assim, os SCADAS só eram utilizados em projetos sofisticados que necessitavam de maior fiscalização, como de energia e petróleo. A partir da evolução das máquinas e do surgimento de tecnologias mais modernas, o custo para empregar um sistema SCADA foi reduzindo, incentivando o investimento de diversas empresas na ferramenta. Em outras palavras, o sistema SCADA — ou Sistema de Supervisão e Aquisição de Dados — é um software que empregado para monitorar e controlar variáveis e dispositivos de um processo. Para que o sistema consiga analisar e administrar o processo, são necessários uma série de equipamentos, como servidores de acesso, protocolos de comunicação, sen- sores e atuadores conectados a planta que desejasse analisar. Dessa forma, o software recebe e armazena diversos dados do processo, gerando, por exemplo, telas ou gráficos que entregam informações da automação industrial. Os CLPs são fundamentais ao funcionamento do software SCADA. Os sensores são conectados diretamente máquinas e realizam a análise de alguma variável de proces- so. Além disso, os CLPs também possuem algoritmos e funções de lógica específicas. Eles podem alterar as condições dos atuadores do processo através dessas instruções ou de comandos que o operário faz utilizando o SCADA. Alguns dos dados que podem ser visualizados e controlados na automação indus- trial são: • Temperatura; • Pressão; • Umidade; • Nível; • Peso; • Vazão; • Tensão; • Corrente. A planta que será controlada pode ser industrial, residencial (domótica) ou uma in- terface de IoT (Internet das Coisas). http://engprocess.com.br/sistema-scada/ http://engprocess.com.br/internet-das-coisas/ http://engprocess.com.br/internet-das-coisas/ 50UNIDADE III Interface Homem-Máquina e Noções de Sistemas Supervisores COMPONENTES FÍSICOS DE UM SISTEMA SUPERVISORES De acordo com Pinheiro (20060, os principais componentes físicos do sistema de supervisão são: sensores e atuadores, rede de comunicação, estações remotas (aquisição/ controle) e de monitoração central (sistema computacional SCADA). Em resumo, sensores, monitorados pelo sistema SCADA, são equipamentos inter- ligado aos controladores capazes de converter sinais físicos, como calor, nível e acidez em sinais analógicos ou digitais, para que possam ser entendidos e analisados. Os atuadores empregados ligando e desligando equipamentos especificos, de acordo com os sensores (PINHEIRO, 2006). COMPONENTES LÓGICOS DE UM SISTEMA SCADA De acordo com Rogers (2013) internamente, os sistemas SCADA geralmente dividem suas principais tarefas em blocos ou módulos, que vão permitir maior ou menor flexibilidade e robustez, de acordo com a solução desejada. Em linhas gerais, podemos dividir essas tarefas em: • Núcleo de processamento; • Comunicação com PLCs/RTUs (DRIVER RUNTIME); • Gerenciamento de Alarmes (ALARM); • Banco de Dados (TAG’S DATABASE); • Históricos (TREND); • Lógicas de programação interna (Scripts) ou controle (MATH); • Interface gráfica (VIEWER); • Relatórios (REPORTS); • Comunicação com outras estações SCADA (TCP/IP, DDE, ODBC); • Comunicação com Sistemas Externos / Corporativos; • Outros. CAMADAS FÍSICAS
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