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Introdução O fator de potência indica a porcentagem da potência total fornecida (kVA) que é efetivamente transformada em potência ativa (kW). Assim o fator de potência mostra o grau de eficiência do uso de um sistema elétrico. Valores altos de fator de potência (próximos de 1,0) indicam uso eficiente da energia elétrica, enquanto que valores baixos evidenciam seu mau aproveitamento, lém de representar uma sobrecarga para todo o sistema. Tanto assim que, uma vez constatado um fator de potência de valor inferior a um mínimo prefixado, as concessionárias se vêem na contingência de, de acordo com a legislação em vigor, cobrar uma sobretaxa ou multa. Isto representa, para quem não está com suas instalações adequadas, substancial despesa extra, além de sobrecargas nos transformadores, nos alimentadores, bem como menor rendimento e maior desgaste nas máquinas e equipamentos em geral. Potência elétrica Podemos definir a potência elétrica como a velocidade com que um trabalho é realizado, ou seja, é a velocidade que algo utilizar para transformar energia elétrica em outro tipo de energia. A unidade de potência no sistema internacional de medidas é o watt (W), que em homenagem ao matemático e engenheiro James Watts que aprimorou a máquina à vapor. Tipos de Potência elétrica Existem três tipos de potência em CA que são: Potência Aparente (S) Potência Aparente é o resultado do produto da multiplicação entre a tensão e a corrente. Em circuitos não resistivos em corrente alternada esta potência não é real, pois não considera a defasagem que existe entre a corrente e a tensão. Recebe a notação S e é expressa em Volt Ampere (VA). Potência Ativa (P) Também chamada de potência Real é a potência que realmente produz o trabalho na carga. Recebe como notação a letra P e é expressa em Watts (W). No cálculo da potência ativa é importante considerar o produto entre a corrente e a tensão e também o fator de potência (cos φ). Potência Reativa (Q) É a porção da potência aparente que é fornecida ao circuito. Sua função é constituir o circuito magnético nas bobinas e um campo elétrico nos capacitores. Como os campos aumentam e diminuem acompanhando a freqüência, a potência reativa varia duas vezes por período entre a fonte de corrente e o consumidor. A potência reativa aumenta a carga dos geradores, dos condutores e dos transformadores originando perdas de potência nesses elementos do circuito. A unidade de medida da potência reativa é o volt-ampère reativo (VAr) e é representada pela letra Q. Resumo da Potência Elétrica em Corrente Alternada A Potência Ativa é a potência que realmente realiza trabalho no sistema, no copo de cerveja é a cerveja descontada da espuma. A Potência Reativa é a potência desperdiçada pelo sistema, no copo de cerveja é a espuma, que é desperdiçada. A Potência Aparente é a Potência total que o sistema retira da rede de alimentação, no copo de cerveja é o valor pago pelo copo inteiro. Fator de Potência (FP) O fator de potência (FP) é uma relação entre potência ativa e potência reativa por consequência energia ativa e reativa. Ele pode ser usado para indicar se a proporção entre potência reativa e ativa está adequada. O fator de potência de um sistema elétrico qualquer, que está operando em corrente alternada (CA), é definido pela razão da potência real ou potência ativa pela potência total ou potência aparente. Um FP alto indica uma boa eficiência quanto ao uso de energia, significa dizer que grande parte da energia drenada é transformada em trabalho, inversamente a isso um fator de potência baixo indica que você não está aproveitando plenamente a energia drenada (entende- se por "energia drenada" a energia que você compra da concessionaria). Principais causas de um baixo factor de Potência Motores de indução operando em vazio: tais motores consomem praticamente a mesma energia reativa, quer operando em vazio, quer operando à plena carga. A energia ativa, entretanto, é diretamente proporcional à carga mecânica aplicada ao eixo do motor. Nessas condições, quanto menor a carga, menor a energia ativa consumida e menor o fator de potência. Transformadores operando em vazio ou com pequenas cargas: analogamente aos motores, os transformadores, quando superdimensionados para a carga que devem alimentar, consomem uma quantidade de energia reativa relativamente grande, se comparada à energia ativa, contribuindo para um fator de potência baixo. Grande quantidade de motores de pequena potência: provoca muitas vezes, um baixo fator de potência, pois o correto dimensionamento de tais motores em função das máquinas a eles acopladass (dependente do tipo de industria) pode apresentar dificuldades. Tensão acima da nominal (sobretensão): a potência reativa é proporcional quadrado da tensão aplicada. No caso dos motores de indução, a potência ativa só depende, praticamente, da carga mecânica aplicada ao eixo do motor. Assim, quanto maior a tensão aplicada aos motores, maior a energia reativa consumida e menor o fator de potência. Entre outras causas.. Consequências de um baixo factor de Potência Baixos valores de fator de potência são decorrentes de quantidades elevadas de energia reativa. Essa condição resulta em aumento na corrente total que circula nas redes de distribuição de energia elétrica da Concessionária e das unidades consumidoras, podendo sobrecarregar as subestações, as linhas de transmissão e distribuição, prejudicando a estabilidade e as condições de aproveitamento dos sistemas elétricos, trazendo inconvenientes diversos, tais como: Perdas na rede. Queda de tensão. Subutilização da capacidade instalada. Cobrança de excedentes retivos, multas à concessionária. Desvantagens de um baixo factor de Potência Além do custo adicional nas tarifas de energia (cobrança de multas devido a energia excedente e a demanda reativa excedente), as instalações correm vários riscos, como: Variações de tensão que podem danificar motores. Perdas de energia dentro da instalação. Redução do aproveitamento da capacidade dos transformadores. Condutores aquecidos. Diminuição da vida útil da instalação. Além disso, o aumento da corrente, devido ao excesso de energia reativa, leva a quedas de tensão acentuadas, podendo ocasionar a interrupção do fornecimento de energia elétrica e a sobrecarga em certos elementos da rede. Este risco é acentuado durante os períodos nos quais a rede é fortemente solicitada (Período de Pico). As quedas de tensão também podem provocar a diminuição da intensidade luminosa das lâmpadas e aumento da corrente nos motores. Vantagens da correção de um baixo factor de Potência As principais vantagens para essa correção são: Redução das perdas de energia elétrica. Os condutores tornam-se menos aquecidos. Diminuição das variações de tensão. Liberação de uma parte da capacidade do(s) transformador(es). Tipos de correção de um baixo factor de Potência correção pode ser feita instalando os capacitores de quatro maneiras diferentes, tendo como objetivos a conservação de energia e a relação custo/benefício: a) Correção na entrada da energia de alta tensão: corrige o fator de potência visto pela concessionária, permanecendo internamente todos os inconvenientes citados pelo baixo fator de potência e o custo é elevado. b) Correção na entrada da energia de baixa tensão: permite uma correção bastante significativa, normalmente com bancos automáticos de capacitores. Utiliza-se este tipo de correção em instalações elétricas com elevado número de cargas com potências diferentes e regimes de utilização poucos uniformes. A principal desvantagem consiste em não haver alívio sensível dos alimentadores de cada equipamento. c) Correção por grupos de cargas: o capacitor é instalado de formaa corrigir um setor ou um conjunto de pequenas máquinas (maior que 10cv). É instalado junto ao quadro de distribuição que alimenta esses equipamentos. Tem como desvantagem não diminuir a corrente nos circuitos de alimentação de cada equipamento. d) Correção localizada: é obtida instalando-se os capacitores junto ao equipamento que se pretende corrigir o fator de potência. Representa, do ponto de vista técnico, a melhor solução, apresentando as seguintes vantagens: reduz as perdas energéticas em toda a instalação; diminui a carga nos circuitos de alimentação dos equipamentos; pode-se utilizar em sistema único de acionamento para a carga e o capacitor, economizando-se um equipamento de manobra; gera potência reativa somente onde é necessário. e) Correção mista: no ponto de vista ¨Conservação de Energia¨, considerando aspectos técnicos, práticos e financeiros, torna-se a melhor solução. Usa-se o seguinte critério para correção mista: 1. Instala-se um capacitor fixo diretamente no lado secundário do transformador; 2. Motores de aproximadamente 10 cv ou mais, corrige-se localmente (cuidado com motores de alta inércia, pois não se deve dispensar o uso de contatores para manobra dos capacitores sempre que a corrente nominal dos mesmos for superior a 90% da corrente de excitação do motor). 3. Motores com menos de 10 cv corrige-se por grupos. 4. Redes próprias para iluminação com lâmpadas de descarga, usando-se reatores de baixo fator de potência, corrige-se na entrada da rede; 5. Na entrada instala-se um banco automático de pequena potência para equalização final. Quando se corrige um fator de potência de uma instalação, consegue-se um aumento de potência aparente disponível e também uma queda significativa da corrente. Cuidados na Aplicação de Capacitores Tensão elevada: Junto a transformadores poderão ser submetidos a acréscimos de tensão nos períodos de baixa carga; Manter a corrente de surto menor que 100 vezes a corrente nominal tempo de chaveamento muito pequeno poderá elevar a tensão no capacitor, provocando danos (redução da vida útil). Temperatura de operação: São os limites de temperatura das células, montadas dentro dos capacitores. Não confundir com temperatura ambiente. Máxima tensão permissível: A máxima tensão permissível durante qualquer período de energização do banco 1,1 x Vn, tensão nominal do capacitor. Máxima Corrente Permissível: É a corrente máxima permitida, considerando os efeitos das correntes harmônicas por curtos períodos de tempo (não confundir com corrente nominal). Taxa de Variação da Tensão Máxima (dv/dt): Este parâmetro informa o limite máximo da taxa da variação de tensão no capacitor em V/ms nos períodos de carga e descarga. Perdas Joule por kvar: Esse dado é importante para dimensionar a temperatura interna do banco de capacitores. Devem ser inferiores a 0,4W/kvar. Corrente de pico Transitória Máxima: (100 . In) É a máxima corrente de surto na energização do capacitor. Cuidados na Instalação de Capacitores Local da Instalação Evitar exposição ao sol ou proximidade de equipamentos com temperaturas elevadas; Não bloquear a entrada e saída de ar dos gabinetes; Os locais devem ser protegidos contra materiais sólidos e líquidos em suspensão (poeira, óleos); Evitar instalação de capacitores próximo do teto (calor); Evitar instalação de capacitores em contato direto sobre painéis e quadros elétricos (calor); Localização dos Cabos de Comando Os cabos de comando deverão estar preferencialmente dentro de tubulações blindadas com aterramento na extremidade do Controlador Automático do Fator de Potência. Cuidados na Instalação Localizada Alguns cuidados devem ser tomados quando se decide fazer uma correção de fator de potência localizada: Cargas com alta inércia: ex: Ventiladores, bombas de recalque, exaustores, etc. Deve instalar-se contatores para a comutação do capacitor, pois o mesmo quando é permanentemente ligado a um motor, podem surgir problemas quando o motor é desligado da fonte de alimentação. O motor ainda girando irá atuar como um gerador e fazer surgir sobretensão nos terminais do capacitor. - Pode-se dispensar o contator para o capacitor, desde que sua corrente nominal seja menor ou igual a 90% da corrente de excitação do motor. Inversores de Frequência: Inversores de frequência que possuam reatância de rede conectada na entrada dos mesmos, emitirão baixos níveis de frequências harmônicas para a rede. Se a correção do fator de potência for necessária, aconselha-se não instalar capacitores no mesmo barramento de alimentação do(s) inversor(es). Manutenção Preventiva em Bancos de Capacitores Mensal Verifique visualmente em todas as Unidades Capacitivas se houve atuação do dispositivo de segurança interno, indicado pela expansão da caneca de alumínio no sentido longitudinal. Caso positivo, substituir por outra com a mesma potência; Verifique se há fusíveis queimados. Caso positivo, tentar identificar a causa antes da troca. Usar fusíveis com corrente nominal indicada no Catálogo; Verificar o funcionamento adequado dos contatores; Nos bancos com ventilação forçada, comprovar o funcionamento do termostato e do ventilador. Medir a temperatura interna (máxima de 45ºC); Medir a tensão e a corrente das unidades capacitivas; Verificar o aperto das conexões (fast-on) dos capacitores. Semestral Efetuar limpeza completa do armário metálico interna e externamente, usando álcool isopropílico; Repetir todos os procedimentos do ítem anterior (mensal); Reapertar todos os parafusos dos contatos elétricos e mecânicos; Medir a temperatura dos cabos conectados ao contator; Verificar estado de conservação das vedações contra a entrada de insetos e outros objetos. Instalação dos cabos de sinal de corrente e tensão muito próximos ao barramento (<50cm), causando interferências eletromagnéticas. Conclusão Cheguei à conclusão de que a correção do fator de potência se torna muito importante quando falamos em qualidade de energia, mantendo o sistema transmissão e distribuição o mais limpo possível, e contribuir para que chegue uma energia de maior qualidade aos consumidores. Sendo assim, se torna um dever de as unidades consumidoras manterem o fator de potência dentro dos padrões, e garantirem nosso sistema elétrico de potência o melhor possível e com um alto padrão de qualidade. Bibliografia http://www.engeletrica.com.br/manual-Tipos-de-Corre%C3%A7%C3%A3o-do-Fator-de- Pot%C3%AAncia.html http://www.portaleletricista.com.br/correcao-do-fator-de-potencia/ http://www.newtoncbraga.com.br/index.php/artigos/54-dicas/819-fator-de-potencia-a- necessidade-da-correcao-art111.html http://www2.aneel.gov.br/aplicacoes/audiencia/arquivo/2012/065/documento/ren_- _alteracoes_-_fp_-_11-06-2012.pdf> http://www.engeletrica.com.br/manual-Tipos-de-Corre%C3%A7%C3%A3o-do-Fator-de-Pot%C3%AAncia.html http://www.engeletrica.com.br/manual-Tipos-de-Corre%C3%A7%C3%A3o-do-Fator-de-Pot%C3%AAncia.html http://www.portaleletricista.com.br/correcao-do-fator-de-potencia/ http://www.newtoncbraga.com.br/index.php/artigos/54-dicas/819-fator-de-potencia-a-necessidade-da-correcao-art111.html http://www.newtoncbraga.com.br/index.php/artigos/54-dicas/819-fator-de-potencia-a-necessidade-da-correcao-art111.html http://www2.aneel.gov.br/aplicacoes/audiencia/arquivo/2012/065/documento/ren_-_alteracoes_-_fp_-_11-06-2012.pdf http://www2.aneel.gov.br/aplicacoes/audiencia/arquivo/2012/065/documento/ren_-_alteracoes_-_fp_-_11-06-2012.pdf
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