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POLÍTICAS 
PÚBLICAS E 
EDUCAÇÃO
Simone de Oliveira
A legislação educacional 
contemporânea: a LDB
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Listar as principais alterações presentes na mais nova LDB.
  Analisar criticamente a implementação da política.
  Identificar os desafios que permanecem com a aprovação da Lei.
Introdução
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), Lei nº 9.394, de 
1996, é a legislação que regulamenta o sistema educacional brasileiro, 
público ou privado, da educação básica até o ensino superior. Entre 
outras regulamentações, a LDB estabelece as obrigações das instituições 
de ensino, determina a carga horária mínima para cada nível de ensino e 
ainda apresenta diretrizes curriculares básicas para a educação. É também 
conhecida popularmente como a Lei Darcy Ribeiro, em homenagem ao 
educador e político brasileiro que foi um dos seus principais pensadores 
e construtores.
Neste capítulo, você vai aprofundar seus estudos a respeito da legis-
lação educacional contemporânea, de modo a perceber as principais 
modificações ocorridas na LDB. Você também vai ver como analisar 
criticamente a implementação dessa política educacional. Por fim, vai 
conhecer os desafios do contexto educacional após a aprovação da Lei.
Principais alterações trazidas pela LDB de 1996
Com base nos princípios e fi ns constitucionais, a Lei nº 9.394 foi promul-
gada em 20 de dezembro de 1996. Ela é a atual Lei de Diretrizes e Bases 
da Educação Nacional. De acordo com a LDB, a educação abrange os 
processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência 
humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos 
sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais. Vale 
ressaltar que a LDB disciplina apenas a educação escolar, que se desenvolve, 
predominantemente, por meio do ensino, em instituições próprias. No que 
diz respeito ao dever do Estado, a legislação determina que ele deve garantir: 
  ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para os que a ele 
não tiveram acesso na idade própria;
  progressiva extensão da obrigatoriedade e gratuidade do ensino médio;
  atendimento educacional especializado gratuito aos educandos com 
necessidades especiais, preferencialmente na rede regular de ensino;
  atendimento gratuito em creches e escolas de educação infantil às 
crianças de 0 a 6 anos de idade;
  acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação 
artística, segundo a capacidade de cada um;
  oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do educando;
  oferta de educação escolar regular para jovens e adultos, com caracterís-
ticas e modalidades adequadas às suas necessidades e disponibilidades, 
garantindo-se aos que forem trabalhadores as condições de acesso e 
permanência na escola;
  atendimento ao educando, no ensino fundamental público, por meio 
de programas suplementares de material didático-escolar, transporte, 
alimentação e assistência à saúde;
  padrões mínimos de qualidade de ensino, definidos como a variedade 
e a quantidade mínimas, por aluno, de insumos indispensáveis ao de-
senvolvimento do processo de ensino e aprendizagem (BRASIL, 1996).
De acordo com Carvalho (2018), em relação aos profissionais da educa-
ção, a LDB fixa diversas normas orientadoras, tais como: as finalidades e 
fundamentos da formação dos profissionais da educação; os níveis e o lócus 
da formação docente e de “especialistas”; os cursos que podem ser mantidos 
pelos institutos superiores de educação; a carga horária da prática de ensino; 
a valorização do magistério e a experiência docente; entre outros.
Carvalho (2018) aponta ainda que é necessário ter uma visão ampla da 
organização da educação escolar brasileira, pois os professores que se pre-
tendem formar destinam-se aos níveis e etapas dessa organização. Os níveis 
são: a educação básica, constituída de três etapas — educação infantil, ensino 
fundamental e ensino médio —, e a educação superior.
A legislação educacional contemporânea: a LDB2
Vale lembrar que a LDB contempla outras modalidades de educação: a 
educação de jovens e adultos, a educação profissional e a educação especial. 
Em relação à educação escolar indígena, prevista nas disposições gerais, 
pela sua especificidade, deve ser regulamentada e tratada no quadro geral da 
formação de profissionais da educação, tendo em vista “[...] manter programas 
de formação de pessoal especializado [...]” (BRASIL, 1996, documento on-line) 
destinados a tais comunidades.
Recentemente, foi anunciada pelo Governo Federal uma reforma da Lei de 
Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Tal anúncio está causando algumas 
tensões e preocupações. Além disso, gera diferentes dúvidas levantadas por 
professores, familiares e, principalmente, alunos do ensino médio. De acordo 
com a Lei nº 9.394, as principais reformas são referentes às disciplinas obri-
gatórias, à formação dos docentes e à carga horária das aulas. A seguir, você 
vai entender melhor as reformas propostas para cada um desses itens.
Disciplinas obrigatórias
Anteriormente, o currículo do ensino médio e do ensino fundamental 
deveria abranger obrigatoriamente as disciplinas de língua portuguesa, 
matemática e ciências naturais, bem como a realidade política e cultural, 
sobretudo a do Brasil. Com as mudanças na LDB, as disciplinas mencio-
nadas fi cam sujeitas ao que versam os arts. 31, 32 e 36 da Lei de Diretrizes 
e Bases, sendo que este último sofre alterações. Com as mudanças, o art. 
36 da LDB dita o seguinte:
Art. 36. O currículo do ensino médio será composto pela Base Nacional Co-
mum Curricular e por itinerários formativos específicos, a serem definidos 
pelos sistemas de ensino, com ênfase nas seguintes áreas de conhecimento 
ou de atuação profissional:
I – linguagens;
II – matemática;
III – ciências da natureza;
IV – ciências humanas; e
V – formação técnica e profissional (BRASIL, 1996, documento on-line).
As disciplinas que compõem a grade curricular do ensino médio também 
devem sofrer mudanças. É o caso das disciplinas de língua estrangeira. A partir 
do 6º ano do ensino fundamental, as aulas de inglês passam a ser obrigatórias 
e o ensino de outros idiomas, como o espanhol, passa a ser optativo. Antes, a 
3A legislação educacional contemporânea: a LDB
determinação era de que uma língua estrangeira, escolhida pela comunidade 
escolar, deveria ser ensinada a partir do 5º ano.
Professor sem formação específica
Antes da reforma, os professores selecionados para lecionar uma disciplina 
deveriam ter formação específi ca na área. Com as mudanças, entretanto, 
os docentes podem ser selecionados com base no saber notório sobre o 
conteúdo, sem ter formação específi ca. Sobre esse aspecto, Archangelo 
(2017) ressalta que o “notório saber” é medida de caráter excepcional para 
reconhecimento público de conhecimento e erudição. Em sua origem, 
portanto, não consiste em atalho a qualquer processo de formação. De 
acordo com a autora, o Projeto de Lei nº 839/2016, contudo, valendo-se 
da Medida Provisória nº 746/2016, subverte por completo seu sentido 
original (ARCHANGELO, 2017). Propõe a certifi cação de conhecimento 
para professores da educação básica, em qualquer área do conhecimento e 
para qualquer nível de ensino. Sua fi nalidade principal é reduzir o defi cit 
de professores da rede estadual de ensino, ampliando o contingente de 
profi ssionais “habilitados” a assumir a árdua e relevante tarefa de formar 
os jovens.
Carga horária
A carga horária prevista para as disciplinas passa de 800 horas/aula para 
1.400 horas/aula. As mudanças na LDB visam ao melhoramento no de-
sempenho dos estudantes brasileiros e, ainda, à modernização do sistema 
público de ensino. Além de aumentar a carga horária dos estudantes, essas 
alterações na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional promovem 
mudanças no que diz respeito às disciplinas e aostemas obrigatórios.
Enfim, a legislação educacional brasileira mostra os diferentes aspectos 
e os diversos movimentos realizados para que a concepção da proposta 
educacional fosse se transformando e chegasse aonde chegou. Conceber 
a legislação educacional na atualidade significa compreendê-la como 
algo que está além de um simples documento, mas que institui direitos e 
contribui fortemente para a cidadania. Certamente, todas essas reformas 
e alterações se refletem em movimentos e avanços na e para a construção 
da legislação atual.
A legislação educacional contemporânea: a LDB4
A seguir, você pode aprender mais sobre o que muda com a proposta de reforma do 
ensino médio feita pelo Governo Federal.
  O ensino de artes constituirá componente curricular obrigatório da educação infantil 
e do ensino fundamental — e não mais de toda a educação básica.
  O ensino da língua inglesa será ofertado no currículo do ensino fundamental a 
partir do 6º ano. Antes, a LDB previa a inclusão de uma língua estrangeira na parte 
diversificada, sem definir qual.
  A menção a princípios da proteção e defesa civil e a educação ambiental de forma 
integrada aos conteúdos obrigatórios sairão para dar lugar à definição dos temas 
transversais pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC).
  O currículo do ensino médio será composto pela BNCC e por itinerários formativos 
específicos, a serem definidos pelos sistemas de ensino, com ênfase nas seguintes 
áreas: linguagens, matemática, ciências da natureza, ciências humanas e formação 
técnica e profissional.
  A parte diversificada dos currículos deverá estar integrada à BNCC e ser articulada 
a partir do contexto histórico, econômico, social, ambiental e cultural.
  Passará a vigorar a obrigatoriedade do ensino de inglês no ensino médio e deixará 
de existir a obrigatoriedade da oferta de espanhol como opção ao estudante. As 
escolas ficam livres para escolher qual é o segundo idioma a ser ofertado.
  O ensino médio poderá ser organizado em módulos e adotar o sistema de créditos 
ou disciplinas.
  Os conteúdos cursados poderão ser aproveitados como créditos no ensino superior 
após normatização pelo Conselho Nacional de Educação (CNE) e homologação 
do Ministério da Educação (MEC).
  A mudança nos currículos de formação de professores para se adequar à BNCC 
deverá ser implementada em dois anos a partir da data de publicação da medida 
provisória. (ALTENFELDER; MUNARO, 2018, p. 1).
Implementação da política
Para pensar e examinar criticamente a implementação da política educacional, é 
necessário retomar e identifi car a LDB como um grande marco, que estabelece 
em seu art. 1º aspectos sobre o desenvolvimento da educação:
Art. 1º A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na 
vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino 
e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas 
manifestações culturais. 
5A legislação educacional contemporânea: a LDB
§ 1º Esta Lei disciplina a educação escolar, que se desenvolve, predominan-
temente, por meio do ensino, em instituições próprias. 
§ 2º A educação escolar deverá vincular-se ao mundo do trabalho e à prática 
social (BRASIL, 1996, documento on-line). 
A LDB reconhece o direito à educação básica como direito público subje-
tivo, o que facilita a busca por sua exigência e sua concretização. Veja o que 
dispõe o seu art. 5º:
Art. 5º O acesso à educação básica obrigatória é direito público subjetivo, 
podendo qualquer cidadão, grupo de cidadãos, associação comunitária, orga-
nização sindical, entidade de classe ou outra legalmente constituída e, ainda, 
o Ministério Público, acionar o poder público para exigi-lo (BRASIL, 1996, 
documento on-line).
Considerando, portanto, o art. 1º, pode-se afirmar, de antemão, que o per-
curso histórico da legislação educacional — mudanças, ampliações, direitos, 
deveres — resulta em uma educação reconhecida como um direito público. 
Fica, assim, garantido a todas as crianças e adolescentes o direito de estudar, 
entendido como direito humano essencial. Com relação a esse aspecto, Afonso 
(2013, p. 1) diz que
A LDB deu nova legitimidade jurídica para que forças sociais transformadoras 
conquistem mais espaço político para atuarem nos sistemas de ensino. No 
artigo 2º, declara que a finalidade da educação é o pleno desenvolvimento do 
educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para 
o trabalho. E, ainda, que o ensino deva ser ministrado com observância de 
princípios de: igualdade de condições para acesso e permanência na escola; 
liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, 
a arte e o saber; pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas; respeito 
à liberdade e apreço à tolerância; coexistência de instituições públicas e pri-
vadas de ensino; gratuidade do ensino público nos estabelecimentos oficiais; 
valorização do profissional da educação escolar; gestão democrática do ensino 
público na forma dessa lei e da legislação dos sistemas de ensino; garantia 
de padrão de qualidade; valorização da experiência extraescolar; vinculação 
entre a educação escolar, o trabalho e as práticas sociais.
O conteúdo da LDB se relaciona aos objetivos e ao direito à educação, ao 
lugar e ao peso do público no processo educacional, às questões de ordem 
administrativa, financeira, de formação docente, acesso e permanência dos 
alunos. A Lei situa a educação formal no universo de práticas sociais e institu-
cionais que lidam com o processo de formação humana em geral. A legislação 
A legislação educacional contemporânea: a LDB6
educacional, hoje, norteia o sistema escolar brasileiro e é responsável pela 
sua organização e pelo seu funcionamento. Isso quer dizer que o sucesso ou 
fracasso da instituição escolar é dependente dos regulamentos dessa legislação. 
Nessa perspectiva, a legislação educacional interfere muito no cotidiano da 
comunidade escolar, tendo como finalidade o sucesso escolar. Além disso, 
ela promove um espaço cômodo para a construção reflexiva e significativa 
do saber, de forma conjunta com a sociedade.
Considerando as transformações acarretadas no percurso histórico e a 
partir das regulações da legislação educacional, atualmente, pode-se almejar 
uma educação cidadã e democrática. De acordo com Soares (2016), a LDB 
de 1996 veio para substituir sua versão anterior, de 1971, e ampliar os direitos 
educacionais, a autonomia de ação das redes públicas, das escolas e dos pro-
fessores, bem como para deixar mais claras as atribuições do trabalho docente. 
As discussões sobre uma nova lei que orientasse a educação brasileira tiveram 
início ainda em 1988, durante o processo de aprovação da Constituição — 
que deu aos municípios a atribuição de oferecer o ensino básico à população.
Acesse o link a seguir para se aprofundar na Lei de Diretrizes e Bases. No mesmo link, 
você pode ampliar seus conhecimentos a partir de outras legislações e decisões que 
envolvem a educação no Brasil.
https://goo.gl/VUREQb
Alguns aspectos mostram os efeitos da legislação educacional no decor-
rer da história como propulsora para importantes mudanças na legislação 
atual. Por exemplo, para o ensino fundamental, a LDB de 1996 aparece com 
a preocupação crucial em torno da capacidade de aprender. Para o ensino 
médio, a preocupação maior é que o aluno continue aprendendo de modo a 
ser capaz de se adaptar com flexibilidade às novas condições de ocupação ou 
aperfeiçoamento posteriores. Para a educação de jovens e adultos, destacam-
-se os conhecimentos e habilidades adquiridos por meios informais, que 
serão aferidos e reconhecidos por meio de exames. A educação superior deve 
suscitar o desejo fundamental de aperfeiçoamento cultural e profissional. Na 
educação especial, não se fala em avaliação, mas em currículo, métodos, téc-
7A legislação educacional contemporânea: a LDB
nicas, recursos educativos e organizações específicas; porém, nessa atividadeeducativa de extremo esmero qualitativo está incluído o processo avaliativo. 
A LDB (1996) ainda:
  garante os direitos dos professores e também assegura os direitos dos 
alunos;
  assegura a merenda escolar;
  possibilita a existência de um conselho escolar;
  enfatiza e reafirma a importância da gestão democrática;
  assegura o direito de todos à educação, inclusive pessoas com defici-
ência, normatizando a acessibilidade, a necessidade de professores de 
apoio, as adequações pedagógicas, etc.;
  permite e reforça a importância da formação continuada e do aperfei-
çoamento dos professores;
  estabelece a elaboração do currículo escolar, de modo que ele seja 
formulado com o intuito principal de atender às necessidades básicas 
dos alunos e que a decisão de reformulação seja tomada de forma linear 
e não hierárquica.
Para Chancharulo (2012), diversos outros componentes podem ser realçados, 
pois representam importantes avanços que demarcam a legislação educacional 
atual. Por exemplo:
  a perspectiva de nível superior para os docentes que atuam em educação 
básica, reforçada com graduação plena;
  a progressiva extensão da obrigatoriedade da educação média;
  o atendimento gratuito em creches e pré-escolas às crianças de 0 a 6 anos;
  a oferta de educação para jovens e adultos, inclusive regular;
  o acesso ao ensino fundamental como direito público subjetivo em 
qualquer idade, podendo qualquer cidadão, grupo de cidadãos, asso-
ciação comunitária, organização sindical, entidade de classe ou outra 
legalmente constituída, e ainda o Ministério Público, acionar o Poder 
Público para exigi-lo;
  a responsabilidade de todos para que todas as crianças que estejam em 
idade escolar frequentem a escola;
  a participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto 
da escola, bem como em projetos equivalentes;
  os progressivos graus de autonomia pedagógica, administrativa e de 
gestão financeira;
A legislação educacional contemporânea: a LDB8
  o avanço na concepção da educação básica, compreendida como sistema 
de “educação”, não de “ensino”.
Enfim, chega-se aqui ao ponto de examinar criticamente a legislação 
para tentar compreender os reflexos e contribuições de suas transformações. 
Vale ressaltar que as mudanças propostas na legislação resultam em grandes 
avanços e progressos notáveis nas teorias e práticas de aprendizagem. A 
LDB trata o professor como o eixo central da qualidade de educação, aborda 
a valorização do profissional da educação e o aperfeiçoamento profissional 
continuado. Além disso, propõe um ensino médio mais coerente e contribui, 
ainda, para o cenário da educação brasileira. A ideia é promover a democracia, 
assegurar direitos, propor deveres e diversos outros aspectos que possibilitam 
uma educação significativa e para todos.
O Projeto de Lei nº 6.840, de 2013, que tramita na Câmara dos Deputados, prevê a 
alteração da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional para instituir a jornada 
em tempo integral no ensino médio e a organização dos currículos em áreas do 
conhecimento — linguagens, matemática, ciências da natureza e ciências humanas.
Desafios que permanecem com a aprovação da Lei
Afonso (2013) relata que a LDB é também chamada de Carta Magna da Educa-
ção. Foi inspirada e defendida pelo antropólogo Darcy Ribeiro, que conseguiu 
reunir suas ideias em um texto bem sintetizado, permitindo generalização, 
fl exibilidade e repercussões políticas.
Ao mesmo tempo em que a LDB busca uma educação de qualidade, visa 
a uma transformação da ordem social. Um povo mais educado se torna mais 
responsável, mais consciente de seus direitos e defende com mais convicção 
a cidadania enquanto um espaço de participação política e democrática. A 
prática docente pode influenciar esse processo. Afinal, os professores são os 
formadores de opinião, os responsáveis pela educação e pela formação dos 
valores de seus alunos.
No cenário atual, um dos desafios, mesmo após a aprovação da LDB, é 
instituir uma nova compreensão sobre a educação e o currículo. Os conteúdos 
9A legislação educacional contemporânea: a LDB
não devem ser organizados de maneira linear e inflexível, mas relacionados 
a um processo dialógico. É fundamental que os conhecimentos escolares 
sejam instigados por novas temáticas em proposição. Ou seja, os objetos 
do conhecimento das diversas disciplinas devem apontar, a partir de suas 
especificidades, para uma ação crítica e reflexiva a respeito das realidades 
colocadas em questão. 
A educação no Brasil ainda está longe de ser a ideal, especialmente em 
termos da qualidade do aprendizado, mas houve importantes avanços nas 
últimas décadas. A LDB introduziu mecanismos de avaliação do ensino, que 
hoje se materializam em iniciativas como o Índice de Desenvolvimento da 
Educação Básica (Ideb) e o Censo Escolar. Com isso, é possível conhecer 
melhor os resultados do trabalho desenvolvido pelos educadores.
De acordo com Leão (2005), a legislação e as políticas educacionais con-
tribuem com a educação, direcionando melhorias à vida humana. Essa é uma 
conquista gradual da cultura, do desenvolvimento crítico e do aproveitamento 
das potencialidades do ser humano. Assim, requer o redimensionamento 
político dos processos educativos. Nestes, residem as possibilidades de recons-
trução de uma sociedade, se não igualitária, menos desigual, em que o nível 
de inter-relações transcorra num sentido de horizontalidade, na qual grupos 
ou classes sociais não se sobreponham uns aos outros.
Você deve notar que é no confronto cotidiano que se pensam as novas 
possibilidades educativas em detrimento das velhas práticas arraigadas. A 
legislação está posta, mas não necessariamente é definitiva. À LDB é dada 
a complexa tarefa de reconstruir novas lógicas educativas a partir das suas 
peculiaridades. Assim, você precisa ficar atento para o fato de que uma pro-
posta pedagógica é um caminho, não um destino. A educação é construída 
nesse caminhar e tem uma história que precisa ser contada. Ela nasce de uma 
realidade que pergunta e é também a busca de uma resposta (KRAMER, 1997).
A legislação deve ser abrangente e minuciosa. Não só deve garantir 
o acesso no sentido de ter escolas, salas de aula e carteiras suficientes e 
adequadas à quantidade de alunos em cada região, como também deve 
garantir a educação aos jovens que não podem se locomover até a escola, 
estejam eles em casa, hospitais, clínicas de recuperação de uso de drogas ou 
centros de detenção. A legislação educacional visa também a ofertar uma 
educação e um ambiente escolar inclusivo para os jovens com necessidades 
especiais. Todos esses aspectos se configuram como desafiadores para a 
educação nacional. 
A legislação educacional contemporânea: a LDB10
Uma vez garantido o acesso de todos os jovens à escola, é esperado que ela 
promova um ensino de qualidade. Para isso, é preciso uma boa estrutura e um 
bom currículo, que por sua vez é preconizado pelas políticas educacionais. As 
políticas educacionais visam à melhoria contínua e significativa da efetividade 
dos serviços oferecidos nas escolas, desde professores bem formados a práticas 
de ensino mais eficazes.
No que se refere à formação de professores, Carvalho (2018) reforça que, 
no momento atual, é necessária uma política pública de formação. Tal política 
deve tratar, de maneira ampla, simultânea e integrada, tanto da formação 
inicial como das condições de trabalho, remuneração, carreira e formação 
continuada dos docentes. Cuidar da valorização dos docentes é uma das prin-
cipais medidas para a melhoria da qualidade do ensino ministrado às crianças 
e aos jovens. O autor afirma, ainda, que é preciso haver a valorização dos 
profissionais do ensino, garantindo, na forma da lei, plano de carreira para o 
magistério público, com piso salarial profissional e ingresso exclusivamente 
por concurso público de provas e títulos, assegurando regime único para todas 
as instituições mantidas pela União.
Outro aspectoa ser considerado é que ainda existem jovens que se desen-
gajam das atividades escolares por questões ligadas à vulnerabilidade social 
de suas famílias. Nessas condições, não há como esperar que o jovem vá para 
a escola e que aprenda estando subnutrido ou afetado por outras mazelas da 
pobreza extrema. Por isso, as políticas educacionais devem estar integradas 
a políticas sociais de combate à miséria, assistência social e atenção básica 
de saúde. Como você sabe, isso demanda um trabalho intenso, complexo e 
desafiador. 
Mesmo com as transformações ocorridas na educação a partir da Lei de 
Diretrizes e Bases da Educação Nacional, faz-se necessário um olhar que 
pressupõe (re)pensar, positivamente, os processos educacionais. Isso talvez 
ajude a determinar a função da educação frente aos problemas sociais que 
atingem a escola, bem como a definir a sua especificidade dentro da socie-
dade. Talvez seja preciso, inclusive, repensar a fragmentação no currículo e 
nas políticas educativas.
Os desafios emergem a cada nova situação e, nessa perspectiva, não há 
dúvidas quanto aos avanços alcançados pela educação brasileira na atualidade. 
Contudo, como você viu, muitos desafios ainda seguem em aberto na realidade 
nacional, principalmente para a concretização de uma educação com qualidade 
e equidade para todos os brasileiros.
11A legislação educacional contemporânea: a LDB
AFONSO, S. de R. Análise crítica e possíveis soluções para uma boa qualidade de ensino-
-aprendizagem baseada na lei das diretrizes e base da educação 9394/96. Pedagogia 
ao Pé da Letra, abr. 2013. Disponível em: <https://pedagogiaaopedaletra.com/anaise-
-critica-e-possiveis-solucoes-para-uma-boa-qualidade-de-ensino-aprendizagem-
-baseada-na-lei-das-dirtrizes-e-base-da-educacao-939496-2/>. Acesso em: 5 dez. 2018.
ALTENFELDER, A. H.; MUNARO, E. Mudanças na Educação. Correio Braziliense, 2018. 
Disponível em: <https://www.correiobraziliense.com.br/escolhaaescola/mudancas-
-na-educacao-escolha-a-escola/>. Acesso em: 5 dez. 2018.
ARCHANGELO, A. “Notório saber” na educação desonera o Estado de sua responsa-
bilidade. Carta Capital, fev. 2017. Disponível em: <http://www.cartaeducacao.com.br/
artigo/notorio-saber-na-educacao-desonera-o-estado-de-sua-responsabilidade/>. 
Acesso em: 5 dez. 2018.
BRASIL. Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da edu-
cação nacional (LDB). 1996. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/
L9394.htm>. Acesso em: 5 dez. 2018.
CARVALHO. D, P. de. A nova lei de diretrizes e bases e a formação de professores para 
a educação básica. Ciência & Educação, v. 5, n. 2, 2018. Disponível em: <http://www.
scielo.br/pdf/ciedu/v5n2/a08v5n2>. Acesso em: 5 dez. 2018.
CHANCHARULO, A. T. A nova LDB: ranços e avanços. Pedagogia ao Pé da Letra, 2012. 
Disponível em: <https://pedagogiaaopedaletra.com/nova-ldb-rancos-avancos/>. 
Acesso em: 5 dez. 2018.2018. 
KRAMER, S. Propostas pedagógicas ou curriculares: subsídios para uma leitura crítica. 
Educação & Sociedade, v. 18, n. 60, 1997. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/es/
v18n60/v18n60a1>. Acesso em: 5 dez. 2018.
LEÃO, S. T. de F. L. Breve análise sócio-histórica da política educacional brasileira: ensino 
fundamental. 2005. Disponível em: <http:/www.joinpp.ufma.br/jornadas/joinppIII/html/
Trabalhos2/Silse_Teixeira_Freitas_Lemos_Le%C3%A3o175.pdf>. Acesso em: 5 dez. 2018.
SOARES, M. 20 anos da LDB: como a lei mudou a educação. Nova Escola, dez. 2016. 
Disponível em: <https://novaescola.org.br/conteudo/4693/20-anos-ldb-darcy-ribeiro-
-avancos-desafios-linha-do-tempo>. Acesso em: 5 dez. 2018.
A legislação educacional contemporânea: a LDB12
Leituras recomendadas
BRASIL. Lei n. 8.069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do 
Adolescente e dá outras providências. 1990. Disponível em: <http://www.planalto.
gov.br/ccivil_03/leis/L8069.htm>. Acesso em: 5 dez. 2018.
CÂMARA DOS DEPUTADOS. Projeto de Lei 6840, de 27 de novembro de 2013. Altera a Lei 
nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação 
nacional, para instituir a jornada em tempo integral no ensino médio, dispor sobre a 
organização dos currículos do ensino médio em áreas do conhecimento e dá outras 
providências. 2013. Disponível em: <http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/fic
hadetramitacao?idProposicao=602570>. Acesso em: 5 dez. 2018.
RAMOS, F. P. Legislação e gestão da educação no Brasil. Para entender a história, v. 2, maio 
2011. Disponível em: <http://fabiopestanaramos.blogspot.com/2011/05/legislacao-e-
-gestao-da-educacao-no.html>. Acesso em: 5 dez. 2018.
SOBRINHO, S. C. Legislação educacional do Brasil: uma história intrigante. 2011. Dispo-
nível em: <https://iffarroupilhasantarosa.wordpress.com/2011/11/22/205/>. Acesso 
em: 5 dez. 2018.
13A legislação educacional contemporânea: a LDB
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