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Apostila - Políticas Públicas e Educação_2022

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Políticas Públicas 
e Educação
Unidade 1
Sistema Educacional Brasileiro
Diretor Executivo 
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Gerente Editorial 
CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA
Projeto Gráfico 
TIAGO DA ROCHA
Autoria
PRICILA RIBEIRO ALIAS
AUTORIA
Pricila Ribeiro Alias
Sou formada em Ciências Biológicas, com habilitação em Química 
pela Fundação Santo André e realizei a especialização em Ciências da 
Natureza para crianças pela Universidade de São Paulo (USP). Além 
da graduação citada, sou formada em Pedagogia com habilitação em 
Direção e Supervisão Escolar pela Universidade Bandeirantes (Uniban). 
Com uma vasta experiência técnico-profissional na área educacional há 
mais de 24 anos, tenho, dentre eles, 18 anos na área de docência (como 
professora de Ciências e Química) e 13 anos na coordenação pedagógica 
do Ensino Fundamental I, II, Ensino Médio e Técnico, incluindo escolas 
municipais, estaduais e particulares. Foram 16 anos de docência na 
Secretaria Estadual de Educação e dois anos na ETEC Ribeirão Pires, 10 
anos na Prefeitura Municipal de São Paulo como professora de Ciências 
e Coordenadora Pedagógica, dois anos na Prefeitura Municipal de São 
Bernardo do Campo como coordenadora pedagógica e mais cinco anos 
na coordenação pedagógica de uma escola particular como minha 
penúltima experiência. Como última experiência profissional, exerci a 
função de consultora pedagógica na Editora FTD Educação, ministrando 
formações para diretores, coordenadores e professores, além da 
consultoria pedagógica para estudantes nas orientações de TCC. Já 
ministrei, também, cursinhos preparatórios para concurso público. Sou 
apaixonada pelo que faço e adoro transmitir minha experiência de vida 
àqueles que estão iniciando em suas profissões. Por isso, fui convidada 
pela Editora Telesapiens a integrar seu elenco de autores independentes. 
Estou muito feliz em poder ajudar você nesta fase de muito estudo e 
trabalho. Conte comigo!
ICONOGRÁFICOS
Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez 
que:
OBJETIVO:
para o início do 
desenvolvimento de 
uma nova compe-
tência;
DEFINIÇÃO:
houver necessidade 
de se apresentar um 
novo conceito;
NOTA:
quando forem 
necessários obser-
vações ou comple-
mentações para o 
seu conhecimento;
IMPORTANTE:
as observações 
escritas tiveram que 
ser priorizadas para 
você;
EXPLICANDO 
MELHOR: 
algo precisa ser 
melhor explicado ou 
detalhado;
VOCÊ SABIA?
curiosidades e 
indagações lúdicas 
sobre o tema em 
estudo, se forem 
necessárias;
SAIBA MAIS: 
textos, referências 
bibliográficas e links 
para aprofundamen-
to do seu conheci-
mento;
REFLITA:
se houver a neces-
sidade de chamar a 
atenção sobre algo 
a ser refletido ou dis-
cutido sobre;
ACESSE: 
se for preciso aces-
sar um ou mais sites 
para fazer download, 
assistir vídeos, ler 
textos, ouvir podcast;
RESUMINDO:
quando for preciso 
se fazer um resumo 
acumulativo das últi-
mas abordagens;
ATIVIDADES: 
quando alguma 
atividade de au-
toaprendizagem for 
aplicada;
TESTANDO:
quando o desen-
volvimento de uma 
competência for 
concluído e questões 
forem explicadas;
SUMÁRIO
História do sistema educacional brasileiro .........................................10
O sistema educacional brasileiro – histórico .............................................................. 12
O sistema educacional brasileiro — avanços e retrocessos ............................ 19
Conceitos do sistema educacional brasileiro .................................... 21
O que é o sistema educacional brasileiro? .................................................................. 21
A organização do sistema educacional brasileiro ...................................................24
Princípios do sistema educacional brasileiro .....................................33
Princípios educacionais propostos para uma rede colaborativa de 
educadores ......................................................................................................................................... 36
Princípios que fazem da educação da Finlândia um sucesso....................... 41
Características do sistema educacional brasileiro ..........................44
Características gerais dos sistemas educativos .......................................................44
Características das escolas eficazes no Brasil .......................................................... 48
7
UNIDADE
01
Políticas Públicas e Educação
8
INTRODUÇÃO
Nesta unidade, vamos abordar o sistema educacional brasileiro, 
e estaremos dissertando, a priori, o conceito de “sistemas”, com o 
objetivo de o aluno entender do que se trata “sistemas” e como o 
sistema educacional brasileiro está inserido nesse contexto. Trataremos, 
também, do sistema educacional brasileiro e todo o seu histórico, seus 
avanços e retrocessos e toda legislação que passou por mudanças 
e transformações ao longo desses séculos, além dos princípios da 
educação que permeiam esse sistema, suas principais características 
e as ideias sobre as características dos sistemas educacionais que, 
hoje, são bem-sucedidos. Entendeu? Ao longo desta unidade letiva, 
você vai mergulhar nesse universo!
Políticas Públicas e Educação
9
OBJETIVOS
Olá. Seja muito bem-vindo a nossa Unidade 1, e o nosso objetivo 
é auxiliar você no desenvolvimento das seguintes competências 
profissionais até o término desta etapa de estudos:
1. Entender a história do sistema educacional brasileiro, seus avanços 
e retrocessos.
2. Definir o conceito do sistema educacional brasileiro, 
compreendendo como ele está organizado.
3. Compreender os princípios básicos do sistema educacional 
brasileiro em comparação com o de outros países que possuem 
um sistema de educação bem-sucedido.
4. Identificar as características gerais do sistema educacional 
brasileiro e, em especial, aquelas que são eficazes no Brasil.
Então, preparado para uma viagem sem volta rumo ao 
conhecimento? Ao trabalho!
Políticas Públicas e Educação
10
História do sistema educacional brasileiro
OBJETIVO:
Ao término deste capítulo você será capaz de entender 
como é o sistema educacional brasileiro, seu histórico, 
seus avanços e retrocessos. Isto será fundamental para 
o exercício de sua profissão. E então? Motivado para 
desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante!
Para melhor entendermos o conceito, as características e a estrutura 
do sistema educativo, torna-se necessário rever alguns conceitos básicos 
da teoria geral dos sistemas, o que fazemos de forma necessariamente 
sucinta e os aspectos indispensáveis.
O conceito de sistema faz parte da base conceitual de uma parte 
cibernética que se denomina Teoria geral de Sistemas, cujo objetivo 
é relacionar, entre si, a grande variedade de sistemas existentes, de 
maneira a descobrir suas próprias propriedades e desenvolver um 
referencial histórico que possa ser aplicável a todos eles. Entretanto, há 
certos grupos específicos de objetos ou fenômenos da realidade que, 
pelas características particulares, exigem abordagens específicas e não 
unicamente no quadro da teoria geral dos sistemas. Assim, pode-se falar 
de sistemas biológicos, sociais, organizativos, eletrônicos, etc., cujos 
estudos ficam a cargo específico da teoria de cada área. 
O conceito de sistemas tem sido formulado de modo diferente 
pelos especialistas, entre os quais não há unanimidade sobre a sua 
definição. Alguns defendem que, por se tratar de um conceito intuitivo, 
não carece de definições. Todavia, é possível encontrar pontos comuns 
nas diferentes posições e, dessa forma, formular uma ideia básica acerca 
do que são os sistemas. Assim, de quase todas as definições resulta a ideia 
de que “sistema” é um conjunto organizado e integrado de elementos que 
concorrem para o mesmo fim.
Lalande apud Silva (2006) apresenta uma das definições mais 
didáticas e de fácil compreensão sobre o termo. Ele o define como 
“conjunto de elementos,materiais ou não, que dependem reciprocamente 
Políticas Públicas e Educação
11
uns dos outros, de maneira a formar um todo organizado”. Essa definição 
apresenta o sistema como um todo formado de partes interdependentes 
e harmônicas, mas tem sua atenção voltada apenas para o interior do 
sistema, ignorando o que se passa à sua volta. 
Já Drew apud Silva (2006) incorpora as relações com o meio externo 
à noção de sistema, ao defini-lo como 
Conjunto de componentes ligados por fluxos de energia e 
funcionando como uma unidade [...]. Se o sistema recebe 
energia exterior e devolve energia, dizemos que é um 
sistema aberto. Se a energia é retida dentro do sistema, 
dizemos então, que se trata de um sistema fechado. 
(DREW apud SILVA, 2006)
Sendo assim, um sistema aberto apresenta uma fronteira permeável 
ao ambiente, ou seja, existe um movimento de entrada e saída de 
elementos através das fronteiras. Ele recebe do ambiente externo novos 
elementos e devolve ao ambiente os produtos do sistema.
Em geral, o sistema está contido dentro de um sistema mais amplo, 
que poderá ser chamado de “super sistema” e, em contrapartida, ele 
poderá estar contido de partes que são sistemas menores e podem ser 
chamados de “subsistemas”, ou seja, o “subsistema” convém estudá-lo 
como parte de um sistema maior. A estrutura sistêmica exige, para um 
bom funcionamento, um conjunto de regras orientadoras, normatizadoras 
da vida em sociedade. Isso significa dizer que a base de sustentação 
do “super sistema” ou “macrossistema” vem traduzida na Constituição 
Federal. Nessa mesma linha de compreensão, focamos a educação em 
sua composição formal (escola) e apresentamos com base de sustentação 
normativa a LDBEN.
Enfim, em uma abordagem mais elaborada, diremos que o sistema 
é um conjunto de elementos, que, possuindo propriedades ou atributos 
específicos, estabelecem relações entre si e com o meio ambiente, 
gerando sinergias e contribuindo para o mesmo fim. O sistema é assim, 
esses conjuntos de elementos, propriedades, relações que, pertencendo 
à realidade objetiva, representam para o investigador o objeto do seu 
trabalho.
Políticas Públicas e Educação
12
O aspecto mais importante consiste em que um sistema constitui 
um todo e, portanto, apresenta como resultado final ou integrado 
determinadas propriedades que não é possível localizar de forma 
isolada em nenhuma das suas componentes. Todavia, esse complexo 
de elementos, propriedades, relações e resultados finais tem lugar em 
determinadas condições de espaço e tempo e em contato com um meio 
ambiente.
Entendendo o sistema, ora, como um conjunto de elementos 
organizados para o prosseguimento do mesmo fim, o sistema educativo 
pode ser definido como um conjunto integrado de estruturas, meios e 
ações diversificadas que, por iniciativa e sob responsabilidade de diferentes 
instituições e entidades públicas, privadas e/ou cooperativas, pensam na 
realização do direito à educação em um dado contexto, ora, como um 
conjunto de estruturas e instituições educativas que, embora possuam 
características ou peculiaridades específicas, relacionam-se entre si 
e com o meio ambiente, envolvendo de forma integrada e dinâmica, 
combinando os meios e recursos disponíveis para a realização do seu 
objetivo comum, que é garantir a realização de um serviço educativo que 
corresponda às exigências e demandas de uma sociedade.
O sistema educacional brasileiro – 
histórico
Considerando os primórdios da educação no Brasil, iniciamos com 
a reflexão de que, na época da colonização do nosso país, Portugal passa 
aos jesuítas a responsabilidade da gestão da educação. Todavia, nesse 
período já existia uma forma administrativa de gerir uma escola, baseada 
em uma rigorosa hierarquia, e foi dessa forma que a direção das escolas 
foi caminhando no período que veio logo atrás. No Império, ainda havia a 
predominância de uma forma de construir a escola sob perspectivas de 
imposições intransigentes. 
Ao longo do tempo, esses modelos foram evoluindo. Então, o 
primeiro período vai de 1500 a 1930, e engloba o período do sistema 
educacional brasileiro que abrange o Brasil Colônia, Império e a Primeira 
República, prevalecendo uma concepção tradicional de educação.
Políticas Públicas e Educação
13
Em 1548, dá-se o período inicial do Brasil Colônia, que regulamenta 
a conversão dos indígenas à fé católica pela catequese e instrução, 
trabalho este realizado pelos Jesuítas. Embora tenham sido expulsos em 
1759, os Jesuítas implantaram as bases, a estrutura e o funcionamento 
da escola brasileira, diferentemente do que estava previsto no regimento, 
instalando-se como direito de todos e não apenas da população indígena. 
Figura 1 - Jesuítas
Fonte: Wikimedia Commons. 
VOCÊ SABIA?
Você sabia que mesmo depois de mais de 500 anos, o Brasil 
ainda possui tribos indígenas? E que agora essa clientela 
está amparada pela LDB com a Educação Indígena?
Cabe ressaltar que a sociedade nessa época era organizada para 
garantir o modelo agroexportador e a monocultura latifundiária não 
dependia de mão de obra qualificada ou diversificada, pois o tráfico de 
negros supria a necessidade da mão de obra. Diante dessa realidade, 
surge na colônia dois tipos de escolas, uma para as populações indígenas 
(catequese) e outra para os mamelucos, órfãos e filhos dos principais 
caciques da terra (a instrução através dos internatos — recolhimentos). 
Posteriormente, foram criados colégios e seminários destinados aos filhos 
dos colonos brancos.
Políticas Públicas e Educação
14
Os Jesuítas sendo os responsáveis pela educação na colônia, 
tornam a Igreja participante privilegiada da sociedade civil e política da 
época e a escola um instrumento de grande alcance na reprodução dos 
valores de uma cultura externa, embasada na visão liberal, já consolidada 
na Europa.
No último século desse período, a Escola Função deixa de ser a 
característica da educação na Colônia, e a Escola Estrutura passa a ser 
organizada e regulamentada nacionalmente. Desde então, o aumento 
numérico de escolas de instrução básica é acompanhado da criação de 
colégios e cursos cuja finalidade era formar profissionais. Dessa maneira, 
nascem os primeiros cursos de Medicina e Direito, os primeiros cursos 
técnicos de artes e ofícios e os colégios militares.
No fim do Império e início da República, são traçadas as primeiras 
concepções de uma política educacional estatal, resultado do 
fortalecimento do Estado, sob a forma de sociedade política. Em 1824, é 
promulgada a primeira Constituição, e assim, acontece a substituição da 
proposta de uma política nacional de ensino por uma regulamentação da 
instrução primária gratuita a todos os cidadãos e pela criação de colégios 
e universidades onde seriam ensinados os elementos das Ciências, Belas 
Artes e Artes. Em relação à escola primária, a Lei de 15 de outubro de 1827 
foi à única lei geral sobre esse nível de ensino, até 1946.
O governo republicano, segundo alguns autores, foi quem 
proporcionou o maior crescimento de oportunidades escolares, porém, 
essas escolas eram elitistas, e com o tempo tornaram-se insuficientes. 
Com o início do ensino secundário, o pobre não podia frequentá-lo, visto 
que o ginásio e o colégio custavam caro. Então, cerca de 90% eram os 
pobres, que iriam para fábricas, lavouras e para mão de obra. E os 10% 
restantes eram os ricos, fariam exames e seriam médicos, engenheiros, 
políticos, jornalistas, bacharéis e constituiriam a elite nacional dominadora.
Na Constituição de 1891, a escola organiza-se em “graus de ensino”, 
em que o 1º grau seria para crianças de 7 a 13 anos e o 2º grau para 
crianças a partir de 13 anos. Uma das intenções dessa nova estrutura na 
organização escolar era que os diversos níveis de ensino se tornassem 
formadores e não apenas preparadores para o grau seguinte. O ingresso 
Políticas Públicas e Educação
15
nos cursossuperiores seria precedido de exames (no final do curso 
secundário), objetivando medir a capacidade intelectual dos formandos.
Outra intenção era assegurar que a formação no 2º grau ocorresse 
tendo como base a Ciência, substituindo, assim, o que chamavam 
“academismo literário”, criticado como resultado do predomínio da escola 
tradicional. Porém, ocorreram os paradoxos:
 • Formação humana versus preparação para o ensino superior.
 • Formação humana baseada na ciência versus formação humana 
baseada na literatura.
O resultado desse impasse é que ambos os ensinos (1º e 2º) 
tornaram-se enciclopédicos. Na prática, a escola se manteve como 
preparadora daqueles que iriam ingressar no grau de ensino subsequente. 
Em 1930, no governo de Getúlio Vargas, foi criado o Ministério da 
Educação e Saúde, mas apenas 30% da população em idade escolar 
estava nas escolas. A ideia mais geral e abrangente de escola pública 
no Brasil surgiu com o Movimento dos Pioneiros da Escola Nova, que 
lançaram o Manifesto dos Pioneiros. 
Os pioneiros da educação apresentam um projeto de sistema 
educacional, baseado no pressuposto de que medidas educacionais 
deveriam ser tomadas e apoiadas a partir de um programa educacional 
amplo, com unidade de propósitos e sequência determinada.
Propunham a organização de cursos acadêmicos e profissionais 
em um mesmo estabelecimento; combatiam o dualismo entre o ensino 
profissional e cultural, sendo contrários ao centralismo que confundia 
unidade com uniformidade. 
O “movimento dos pioneiros” marcou o tipo de escola e o sistema 
escolar da época, mas não impossibilitou o crescimento da escola 
tecnicista, sendo a escola laica com gratuidade, obrigatoriedade e 
coeducação alguns dos tantos princípios que esse Manifesto assenta a 
escola unificada. O Manifesto prescrevia a inovação para o progresso da 
educação.
Políticas Públicas e Educação
16
No período de 1946 até 1964, houve um grande avanço na política 
educacional brasileira, que abarca o ensino na zona rural e a classe 
trabalhadora, desencadeando amplas defensorias da escola pública, no 
entanto, os resultados alcançados não correspondiam às expectativas da 
sociedade. No período de 1965 até 1970, de cada mil alunos matriculados 
no Ensino Fundamental, apenas 101 alcançavam a 8ª série.
Na década de 1960, surge uma nova organização educacional, 
pela Lei nº 4.024/61 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação - LDB), 
tornando o sistema de ensino um ponto de conflito entre os segmentos 
e grupos sociais. Essa primeira LDB foi considerada uma lei completa, 
pois estabelecia diretrizes e bases para toda a educação nacional, ou seja, 
para todos os níveis de ensino, desde a pré-escola até o nível superior.
Estabeleceu a seguinte estrutura para o ensino:
Cursos 
1. Primário — obrigatório e gratuito com duração de quatro anos (1ª 
a 4ª série).
2. Ginásio — não obrigatório e gratuito nas escolas públicas com 
duração de quatro anos (5ª a 8ª série).
3. Colegial — subdividido em “clássico” e “científico”, não era 
obrigatório, mas era gratuito nas escolas públicas, com duração 
de três anos.
4. Superior — não obrigatório e gratuito nas escolas públicas.
Apesar das prescrições, os dados do MEC/SEEC demonstram que, 
em 1964, apenas dois terços das crianças estavam matriculadas. Diante 
dessa circunstância de exclusão social, o princípio de direito e o dever da 
educação para todos os cidadãos passa a descrédito. A partir do golpe de 
1964, o país passou por uma centralização administrativa, o que mudou 
o direcionamento e a condução do trabalho pedagógico e discente nos 
diferentes níveis de ensino do sistema público. 
A melhor forma de educação era a instrução programada, que 
tinha objetivos de conteúdo e de comportamento para os estudantes, em 
especial no Ensino Médio, em que só se podia trabalhar com questões 
Políticas Públicas e Educação
17
fechadas, as quais o aluno não podia transcender. O aluno tinha uma 
pergunta com uma série de respostas estabelecidas das quais não 
poderia escapar: uma delas era correta e não se cabia questionamentos 
da realidade. 
A resistência à ditadura gerou movimentos de luta democrática. A 
década de 1980 reflete essas ações, o que resulta no retorno ao estado 
democrático, e em seguida, a instalação da constituinte. Os diferentes 
setores da sociedade se organizam para garantir o direito de influenciar 
no processo de mudanças que ficam mais fortes no país.
Temos a segunda LDB, nº 5.692, de 11 de agosto de 1971. Com ela, 
surge a unificação do ensino primário com o ginásio, constituindo o “1º 
grau” tornando os oito primeiros anos obrigatórios e gratuitos em escolas 
públicas. Essa lei estabeleceu a seguinte estrutura:
 • Ensino do 1º grau – obrigatório e gratuito nas escolas públicas, 
com duração de oito anos.
 • Ensino do 2º grau – não obrigatório, mas gratuito nas escolas 
públicas, com duração de três ou quatro anos obrigatórios e 
profissionalizante.
A obrigatoriedade da profissionalização do ensino de 2º grau foi 
abolida em 1982, já que tinha sido um completo fracasso, devido à falta 
de condições e de recursos necessários por parte da maioria das escolas 
públicas. A democratização das escolas necessita de uma autonomia 
destas, mas vinculadas à política geral do Estado para que as instituições 
de ensino não percam seu sentido de público, de atendimento a todos, o 
que não pode acontecer devido a uma privatização interna das escolas. 
Se estas são públicas, são de todos e todos devem participar.
Escola autônoma é aquela que estabelece suas regras e normas para 
sua existência e funcionamento, podendo levar em conta sua realidade. 
Com essa conquista, as unidades escolares estabelecem diretrizes para 
canalizar as forças vindas de diversos setores: governo, administração 
escolar, alunos e pais. Essa foi uma bandeira levantada no fórum nacional 
em defesa da escola pública, em 1987. Esse fórum continuou mobilizado 
em função da LDB.
Políticas Públicas e Educação
18
Em 1996, com a Lei nº 9.394/96 (Lei de Diretrizes e Bases da 
Educação Nacional), levou-se em consideração a realidade educacional, 
normatizando o sistema educacional para garantir o acesso à educação 
de igual para todos. Essa lei traria um conjunto de definições políticas 
que orientariam o sistema educacional brasileiro, introduzindo mudanças 
significativas na educação básica no Brasil. 
Considerando, em especial, além da educação básica (Educação 
Infantil, Ensino Fundamental I e II e Ensino Médio), suas modalidades: 
Educação de Jovens e Adultos, Educação Profissional e Técnica, Educação 
Especial e Educação a distância (EAD). A LDB é o diploma legal que define 
as regras gerais a serem seguidas nas políticas educacionais no país. 
A elaboração dessa nova LDB surgiu da necessidade de a educação 
atender e adequar-se à realidade brasileira e às exigências de um mundo 
cada vez mais globalizado. Do mesmo modo, era necessário elaborar uma 
lei que fosse mais adequada aos assuntos constitucionais que tratavam 
da educação.
IMPORTANTE:
Após a LBD, ainda em vigor, surgiram várias emendas, 
melhorando ainda mais os direitos à educação, como 
o Ensino Infantil (pré-escola obrigatório), que agora é 
obrigatório a partir dos 4 anos, tornando a pré-escola, 
o Ensino Fundamental e o Ensino Médio obrigatórios e 
gratuitos nas escolas públicas. Além do Ensino Fundamental 
de nove anos, entre outros benefícios. Após a LDB, temos a 
Base Nacional Comum Curricular (BNCC) prevista na LDB e 
prescrita para o Ensino Fundamental e a Educação Infantil, 
norteando nacionalmente a construção dos currículos.
Políticas Públicas e Educação
19
O sistema educacional brasileiro — 
avanços e retrocessos
Nas últimas décadas, a educação no Brasil tem transposto períodos 
reflexivos que culminam em uma ideia: a educação precisa mudar. O tema, 
mesmo recorrente, continua atual. Não é mais uma questão de opção ou 
de postura dosprofissionais da educação, mas trata-se de uma exigência 
da sociedade, que cada vez mais prega a mudança da educação para 
que esta seja de qualidade e igualitária. Em todo o mundo estão sendo 
implantadas reformas educacionais para adequar o sistema de ensino às 
mudanças econômicas e sociais. 
As instituições escolares vêm sendo pressionadas a repensar 
o seu papel diante das transformações aceleradas que caracterizam o 
processo de integração e reestruturação capitalista mundial e inovações 
tecnológicas. Os avanços tecnológicos e científicos, as mudanças no 
mundo do conhecimento afetam diretamente a sociedade em suas 
necessidades, e é claro, atingem também a escola, que é cobrada pela 
formação desse “novo cidadão” para o século XXI.
Em resposta a essa exigência, as instituições de ensino têm a todo 
tempo o questionamento do papel e da função da escola, em relação ao 
que a sociedade espera que ela desenvolva na formação integral do aluno 
e exerça verdadeiramente sua cidadania. Para o educador hoje, não basta 
ser um profissional eficiente em sala de aula, mas possuir uma cultura 
geral que inclui conhecimentos legais, jurídicos, cognitivos e pedagógicos 
e saber direcionar a busca do conhecimento dos seus alunos, visto que o 
ensino autodidata vem crescendo. 
O que observamos é que, no Brasil, na maioria das escolas 
públicas, podemos observar: instituições do século XXI estruturalmente 
falando, professores do século XX, que nem sempre se atualizam com 
as novas tendências educacionais, e os alunos do século XXI. Por isso, há 
um abismo entre a versão escolar e a versão social, e, em consequência 
disso, o fracasso de algumas escolas públicas no Brasil.
Políticas Públicas e Educação
20
RESUMINDO:
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo 
tudinho? Agora, só para termos certeza de que você 
realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, 
vamos revisar o que vimos. Você deve ter aprendido que 
nos primórdios da educação no Brasil, Portugal passa aos 
jesuítas a responsabilidade da gestão da educação e esses 
implantaram as bases, a estrutura e o funcionamento da 
escola brasileira. Posteriormente, foram criados colégios 
e seminários destinados aos filhos dos colonos brancos. 
No fim do Império e início da República, são traçadas as 
primeiras concepções de uma política educacional estatal, 
resultado do fortalecimento do Estado, sob a forma de 
sociedade política. O governo republicano foi quem 
proporcionou o maior crescimento de oportunidades 
escolares elitistas.
Na Constituição de 1891, a escola organiza-se em “graus de 
ensino”, em que o 1º grau seria para crianças de 7 a 13 anos, 
e o 2º grau para crianças a partir de 13 anos. Na década 
de 60, surge uma nova organização educacional, pela Lei 
nº 4.024/61 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação [LDB]), 
estabelecendo a seguinte estrutura para o ensino:
Primário — obrigatório e gratuito com duração de quatro 
anos (1ª a 4ª série).
Ginásio — não obrigatório e gratuito nas escolas públicas 
com duração de quatro anos (5ª a 8ª série).
Colegial — subdividido em “clássico” e “científico”, não era 
obrigatório, mas era gratuito nas escolas públicas, com 
duração de três anos.
Superior — não obrigatório e gratuito nas escolas públicas.
Estudamos que foi criada a segunda LDB, nº 5.692, de 11 
de agosto de 1971. Com ela, surge a unificação do ensino 
primário com o ginásio, constituindo o “1º grau” e tornando 
os oito primeiros anos obrigatórios e gratuitos em escolas 
públicas.
Políticas Públicas e Educação
21
Conceitos do sistema educacional 
brasileiro
OBJETIVO:
O sistema educacional brasileiro está cada vez mais sendo 
lembrado e falado por redes sociais, mídias, nas campanhas 
eleitorais, em congressos, entre outros. Fato este importante, 
visto que a educação é a principal ferramenta para formar 
profissionais e cidadãos mais conscientes dos seus direitos 
e deveres e como a sociedade funciona. Neste tópico, você 
entenderá mais sobre o conceito do sistema educacional 
brasileiro.
O que é o sistema educacional brasileiro?
De acordo com o que estabelece Menezes (2021), o sistema 
educacional é a maneira como se organiza a educação regular no 
processo político brasileiro. 
É a forma de como se organiza a educação regular 
no Brasil. Essa organização se dá em sistemas de 
ensino da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios. A Constituição Federal de 1988, com a Emenda 
Constitucional n.º 14, de 1996 e a Lei de Diretrizes e Bases 
da Educação Nacional (LDB), instituída pela lei nº 9394, 
de 1996, são as leis maiores que regulamentam o atual 
sistema educacional brasileiro. (MENEZES, 2021)
Figura 2 - Sistema educacional brasileiro 
Sistema 
educacional
Regulamentado 
por leis
Organização
Educação 
regular
Fonte: Elaborado pela autora com base em Menezes (2021 online)
Políticas Públicas e Educação
22
No que se refere ao processo estabelecido pela LDB (Lei de 
diretrizes e bases), destaca-se ser uma norma responsável por definir 
os objetivos centrais da educação do Brasil e isso inclui a maneira como 
ela se organiza, quais são os órgãos que irão gerenciar as atividades 
educacionais e ainda, os níveis educacionais que o sistema brasileiro 
oferecerá. Destaca-se, portanto, que os elementos previstos da LDB 
devem estar em consonância com o estabelecido no sistema princípio 
lógico identificado na Constituição Federal.
Figura 3 - Os pressupostos da Lei de Diretrizes e Base
Constituição 
Federal
Sistema 
principiológico
Organização
Níveis 
educacionais
LDB
Gerenciamento 
das atividades 
educacionais
Modalidades 
de ensino
Fonte: Elaborado pela autora com base em Brasil (1996)
Ainda sobre a LDB, destaca-se que exerceu uma grande influência 
na BNCC Um conjunto de orientações de aprendizagem dos alunos para 
atingir metas educacionais. Ela busca garantir que todos os alunos tenham 
acesso aos conhecimentos básicos e indispensáveis, independentemente 
de onde e em quais condições estudam, conforme estabelecido em Brasil 
(2017)
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é um 
documento de caráter normativo que define o conjunto 
orgânico e progressivo de aprendizagens essenciais que 
todos os alunos devem desenvolver ao longo das etapas 
e modalidades da Educação Básica, de modo a que 
tenham assegurados seus direitos de aprendizagem e 
desenvolvimento, em conformidade com o que preceitua 
o Plano Nacional de Educação (PNE). Este documento 
Políticas Públicas e Educação
23
normativo aplica-se exclusivamente à educação escolar, 
tal como a define o § 1º do Artigo 1º da Lei de Diretrizes 
e Bases da Educação Nacional (LDB, Lei nº 9.394/1996) e 
está orientado pelos princípios éticos, políticos e estéticos 
que visam a formação humana integral e a construção 
de uma sociedade justa, democrática e inclusiva, como 
fundamentado nas Diretrizes Curriculares Nacionais 
da Educação Básica (DCN). Cabe à União, aos estados, 
ao Distrito Federal e aos municípios planejar, financiar, 
manter e executar as políticas de ensino que estejam de 
acordo com a BNCC, LDB e as diretrizes constitucionais. 
(BRASIL, 2017)
O Art. 2º da LDB afirma que a educação é inspirada nos princípios 
de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, cuja finalidade é 
desenvolver pessoas para exercerem a cidadania e qualificá-las para o 
trabalho. Além disso, a LDB define que existem duas categorias de ensino: 
a educação básica e a educação superior.
REFLITA:
A LDB trata especificamente de educação, como já 
vimos. Porém, ela divide a educação em ampla e estrita, 
sendo que a primeira é de responsabilidade da família e a 
segunda do Estado. A educação no sentido amplo, é tudo 
aquilo que acontece nos diversos ambientes formativos, 
ou seja, é o que se aprende em qualquer lugar ou espaço. 
Já a educação no sentido estrito, é a que acontece em 
ambientes formais, ou seja, uma educação escolar, sendo 
essa a única que a LDB irá disciplinar(NOGUEIRA, 2021).
Sendo assim, de acordo com o que as referidas normas 
estabelecem, vários órgãos são responsáveis pelo funcionamento do 
nosso sistema educacional e, como será possível compreender abaixo, 
o funcionamento se dará de acordo com o estabelecido em níveis, que 
são, federal, estadual e municipal. No que se refere ao nível federal, 
encontram-se os seguintes órgãos:
 • Ministério da Educação (MEC).
 • Conselho Nacional de Educação (CNE).
Políticas Públicas e Educação
24
Já no âmbito estadual, assim como no Distrito Federal, decisões 
sobre o sistema educacional ficam a cargo das seguintes entidades:
 • Secretarias Estaduais de Educação (SEE).
 • Conselhos Estaduais de Educação (CEE). 
 • Diretorias de Ensino de Educação (DE).
E, por fim, no nível municipal, quem coordena a educação são:
 • Secretarias Municipais de Educação (SME). 
 • Conselhos Municipais de Educação (CME).
SAIBA MAIS:
No intuito de compreender melhor as informações que 
contextualizam a construção da BNCC, sugere-se a leitura 
do texto que pode ser acessado aqui. Através dessa leitura, 
será possível perceber as etapas cronológicas no processo 
de construção do documento que entrou em vigor no ano 
de 2017. Em seguida, torna-se essencial a leitura do texto 
final do documento BNCC que pode ser acessado aqui. 
A organização do sistema educacional 
brasileiro
Como foi possível observar anteriormente, o sistema educacional 
brasileiro é estruturado em níveis de ensino, no sentido de adequar as 
necessidades do estudante de acordo com a sua faixa etária e realidade. 
Portanto, de acordo com a LDB 9.394/96 estabelece, o sistema 
educacional brasileiro está organizado em educação básica e ensino 
superior. Art. 21. A educação escolar compõe-se de:
I – Educação básica, formada pela educação infantil, 
ensino fundamental e ensino médio;
II – Educação superior. (BRASIL, 1996)
Políticas Públicas e Educação
http://basenacionalcomum.mec.gov.br/historico.
http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf
25
No que se refere ao processo de compreensão da educação básica, 
convém destacar que se diz respeito a um processo eminentemente 
obrigatório, ou seja, é dever dos pais e/ou responsáveis que as crianças e 
adolescentes concluam a educação básica, assim como é dever do Estado 
oferecer essa educação. Ela é constituída pelas seguintes modalidades:
 • Educação infantil – Com duração de cinco anos – Creche com 
alunos de 0 a 3 anos e pré-escola com alunos de 4 e 5 anos. Sendo 
obrigatória a matrícula a partir de 4 anos.
 • Ensino fundamental – Duração de nove anos, com alunos de 6 a 
14 anos.
 • Ensino médio – Duração de três anos, com alunos de 15 a 17 anos.
 • Ensino médio técnico – As escolas podem oferecer cursos 
técnicos em turnos inversos. A duração é variável, podendo ser de 
um a três anos.
Ainda no que se refere ao processo estabelecido pela educação 
básica, destacam-se outras modalidades, que são: 
 • Educação de jovens e adultos (EJA) 
Essa é uma das modalidades mais conhecidas na educação 
brasileira. Sua origem advém da necessidade de escolarização de 
pessoas excluídas do processo, mas ficou inicialmente conhecida como 
uma educação de segunda classe para as pessoas adultas e, em geral, 
de classes populares. A necessidade de mão de obra minimamente 
qualificada para atuar na indústria e a diminuição dos números 
vergonhosos de analfabetismo foram os iniciadores do processo para 
que o Estado oferecesse tal modalidade. Anteriormente conhecida como 
supletivo, a atual EJA traz consigo a concepção de inclusão social e oferta 
para aqueles que não tiveram oportunidades na idade própria. A EJA está 
disciplinada na LDB, em especial nos artigos 37 e 38, e possui DCN própria 
para sua oferta.
Políticas Públicas e Educação
26
 • Educação especial 
Seu conceito está disposto no artigo 58 da LDB — a modalidade de 
educação escolar oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, 
para educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento 
e altas habilidades ou superdotação. 
Art. 58. Entende-se por educação especial, para os 
efeitos desta Lei, a modalidade de educação escolar 
oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, 
para educandos com deficiência, transtornos globais do 
desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação. 
(BRASIL, 1996)
Como é possível observar, a LDB teve o cuidado de especificar o que 
seria educação especial e, ainda, como deve ser aplicada, como é o caso 
da definição dos locais e da maneira como deve ser aplicada. Destacando 
a necessidade da instituição de ensino se adequar às peculiaridades de 
cada indivíduo que busca o serviço especial de educação. 
No que se refere ao processo de caracterização, destaca-se que 
ela é encontrada nos artigos 59, 59-A e 60, bem como nas inúmeras 
legislações que foram necessárias para que o processo de inclusão 
pudesse acontecer. 
Art. 59. Os sistemas de ensino assegurarão aos educandos 
com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e 
altas habilidades ou superdotação: 
I - currículos, métodos, técnicas, recursos educativos 
e organização específicos, para atender às suas 
necessidades;
II - terminalidade específica para aqueles que não 
puderem atingir o nível exigido para a conclusão do ensino 
fundamental, em virtude de suas deficiências e aceleração 
para concluir em menor tempo o programa escolar para os 
superdotados;
III - professores com especialização adequada em nível 
médio ou superior, para atendimento especializado, bem 
como professores do ensino regular capacitados para a 
integração desses educandos nas classes comuns;
IV - educação especial para o trabalho, visando a sua efetiva 
integração na vida em sociedade, inclusive condições 
adequadas para os que não revelarem capacidade de 
inserção no trabalho competitivo, mediante articulação 
Políticas Públicas e Educação
27
com os órgãos oficiais afins, bem como para aqueles que 
apresentam uma habilidade superior nas áreas artística, 
intelectual ou psicomotora;
V - acesso igualitário aos benefícios dos programas sociais 
suplementares disponíveis para o respectivo nível do 
ensino regular.
Art. 59-A. O poder público deverá instituir cadastro 
nacional de alunos com altas habilidades ou superdotação 
matriculados na educação básica e na educação superior, 
a fim de fomentar a execução de políticas públicas 
destinadas ao desenvolvimento pleno das potencialidades 
desse alunado. (Incluído pela Lei nº 13.234, de 2015)
Parágrafo único. A identificação precoce de alunos 
com altas habilidades ou superdotação, os critérios e 
procedimentos para inclusão no cadastro referido no 
caput deste artigo, as entidades responsáveis pelo 
cadastramento, os mecanismos de acesso aos dados 
do cadastro e as políticas de desenvolvimento das 
potencialidades do alunado de que trata o caput serão 
definidos em regulamento. (BRASIL, 1996)
Figura 4 - LDB e aspectos da educação especial
LDB Inclusão
Fonte: Elaborado pela autora com base em Brasil (1996)
Compreende-se que a LDB se apresenta como um sistema 
normativo voltado para o processo de inclusão de todos os indivíduos, 
independentemente, de sua condição neurológica. Por isso, compreende-
se como um processo de responsabilidade da escola, visto que cabe 
à instituição possuir estrutura física adequada para a construção da 
igualdade de oportunidades. Destaca-se, portanto, que a criança ou 
adulto que possui algum tipo de condição neuroatípica possui os mesmos 
direitos sobre o acesso à educação de qualquer outra criança ou indivíduo 
que é neuroatípica. 
Os sistemas de ensino devem matricular os estudantes com 
deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/
superdotação nas classes comuns do ensino regular e no Atendimento 
Políticas Públicas e Educação
28
Educacional Especializado (AEE), complementar ou suplementarà escolarização, ofertado em salas de recursos multifuncionais ou 
em centros de AEE da rede pública ou de instituições comunitárias, 
confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos.
 • Educação profissional e tecnológica 
A educação profissional e tecnológica, no cumprimento dos objetivos 
da educação nacional, integra-se aos diferentes níveis e modalidades 
de educação e às dimensões do trabalho, da ciência e da tecnologia, e 
articula-se com o ensino regular e com outras modalidades educacionais: 
EJA, educação especial e educação a distância (EAD). Como modalidade da 
educação básica, a educação profissional e tecnológica ocorre na oferta de 
cursos de formação inicial e continuada ou qualificação profissional e nos de 
educação profissional técnica de nível médio. No que se refere à previsão 
legal da educação profissional e tecnológica, indica-se o estabelecido no 
artigo 39º, que se encontra disposto da seguinte maneira:
Art. 39. A educação profissional e tecnológica, no 
cumprimento dos objetivos da educação nacional, integra-
se aos diferentes níveis e modalidades de educação e 
às dimensões do trabalho, da ciência e da tecnologia. 
(Redação dada pela Lei nº 11.741, de 2008)
§ 1º Os cursos de educação profissional e tecnológica 
poderão ser organizados por eixos tecnológicos, 
possibilitando a construção de diferentes itinerários 
formativos, observadas as normas do respectivo sistema e 
nível de ensino. (Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008)
§ 2º A educação profissional e tecnológica abrangerá os 
seguintes cursos: (Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008)
I – de formação inicial e continuada ou qualificação 
profissional; (Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008)
II – de educação profissional técnica de nível médio; 
(Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008)
III – de educação profissional tecnológica de graduação e 
pós-graduação. (Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008)
§ 3º Os cursos de educação profissional tecnológica de 
graduação e pós-graduação organizar-se-ão, no que 
concerne a objetivos, características e duração, de acordo 
com as diretrizes curriculares nacionais estabelecidas 
pelo Conselho Nacional de Educação. (Incluído pela Lei nº 
11.741, de 2008). (BRASIL, 1996)
Políticas Públicas e Educação
29
Ao analisar o texto apresentado do dispositivo normativo acima, 
destaca-se que se trata de uma iniciativa do poder público para ampliar o 
processo de aperfeiçoamento e, ainda, de inclusão da população. A educação 
profissional e o ensino tecnólogo, acima de qualquer coisa, ampliam as 
oportunidades dos jovens e adultos que desejam entrar no mercado de 
trabalho, mas que por várias questões não tiveram oportunidades.
 • Educação básica do campo 
A educação para a população rural está prevista com adequações 
necessárias às peculiaridades da vida no campo e de cada região, 
definindo-se orientações para três aspectos essenciais à organização da 
ação pedagógica: conteúdos curriculares e metodologias apropriadas 
às reais necessidades e aos interesses dos estudantes da zona rural, 
organização escolar própria, incluindo adequação do calendário escolar 
às fases do ciclo agrícola e às condições climáticas e, ainda, adequação à 
natureza do trabalho na zona rural. 
Nesse sentido, observa-se o disposto no artigo 28º da LDB que 
estabelece o seguinte:
Art. 28. Na oferta de educação básica para a população 
rural, os sistemas de ensino promoverão as adaptações 
necessárias à sua adequação às peculiaridades da vida 
rural e de cada região, especialmente:
I - conteúdos curriculares e metodologias apropriadas às 
reais necessidades e interesses dos alunos da zona rural;
II - organização escolar própria, incluindo adequação 
do calendário escolar às fases do ciclo agrícola e às 
condições climáticas;
III - adequação à natureza do trabalho na zona rural.
Parágrafo único. O fechamento de escolas do campo, 
indígenas e quilombolas será precedido de manifestação 
do órgão normativo do respectivo sistema de ensino, que 
considerará a justificativa apresentada pela Secretaria de 
Educação, a análise do diagnóstico do impacto da ação 
e a manifestação da comunidade escolar. (BRASIL, 1996)
Portanto, a identidade da escola do campo é definida pela 
vinculação com as questões inerentes à sua realidade, com propostas 
pedagógicas que contemplam sua diversidade em todos os aspectos, 
como sociais, culturais, políticos, econômicos, de gênero, geração e etnia. 
Políticas Públicas e Educação
30
Além do mais, as formas de organização e metodologias pertinentes 
à realidade do campo devem ser acolhidas, como a pedagogia da terra, 
pela qual se busca um trabalho pedagógico fundamentado no princípio 
da sustentabilidade, para assegurar a preservação da vida das futuras 
gerações, e a pedagogia da alternância, na qual o estudante participa, 
concomitante e alternadamente, de dois ambientes/situações de 
aprendizagem: o escolar e o laboral, supondo parceria educativa, em que 
ambas as partes são corresponsáveis pelo aprendizado e pela formação 
do estudante.
 • Educação escolar indígena 
Previsto no artigo 78º da LDB, a educação escolar indígena dispõe 
que as unidades educacionais inscritas em terras indígenas e suas 
culturas, as quais têm uma realidade singular, requerem uma pedagogia 
própria em respeito à especificidade étnico-cultural de cada povo ou 
comunidade e formação específica de seu quadro docente, observados 
os princípios constitucionais, a base nacional comum e os princípios que 
orientam a educação básica brasileira. 
Art. 78. O Sistema de Ensino da União, com a colaboração 
das agências federais de fomento à cultura e de assistência 
aos índios, desenvolverá programas integrados de ensino 
e pesquisa, para oferta de educação escolar bilíngue 
e intercultural aos povos indígenas, com os seguintes 
objetivos:
I - proporcionar aos índios, suas comunidades e povos, a 
recuperação de suas memórias históricas; a reafirmação 
de suas identidades étnicas; a valorização de suas línguas 
e ciências;
II - garantir aos índios, suas comunidades e povos, o acesso 
às informações, conhecimentos técnicos e científicos da 
sociedade nacional e demais sociedades indígenas e não-
índias. (BRASIL, 1996)
Na estruturação e no funcionamento das escolas indígenas, é 
reconhecida a sua condição de possuidores de normas e ordenamento 
jurídico próprios, com ensino intercultural e bilíngue, visando a valorização 
plena das culturas dos povos indígenas e a afirmação e manutenção de 
sua diversidade étnica.
Políticas Públicas e Educação
31
Figura 5 - Educação escolar indígena
Peculiarudades 
culturais
Elementos 
históricos
Valorização 
da linguagem
Educação 
indigena
Favorecimento da 
identidade étnica
Fonte: Elaborado pela autora com base em Brasil (1996)
 • Educação escolar quilombola 
A educação escolar quilombola é desenvolvida em unidades 
educacionais inscritas em suas terras e cultura, requerendo pedagogia própria 
em respeito à especificidade étnico-cultural de cada comunidade e formação 
específica de seu quadro docente, observados os princípios constitucionais, 
a base nacional comum e os princípios que orientam a educação básica 
brasileira. Nesse sentido, de acordo com o que estabelecem as diretrizes 
nacionais para a educação escolar quilombola (2012), observa-se que:
A Educação Escolar Quilombola é desenvolvida em unidades 
educacionais inscritas em suas terras e cultura, requerendo 
pedagogia própria em respeito à especificidade étnico-
cultural de cada comunidade e formação específica de seu 
quadro docente, observados os princípios constitucionais, a 
base nacional comum e os princípios que orientam a Educação 
Básica brasileira. Na estruturação e no funcionamento das 
escolas quilombolas, deve ser reconhecida e valorizada sua 
diversidade cultural. (BRASIL, 2012 p. 42)
Dessa maneira, convém destacar que no âmbito da estruturação e 
do funcionamento das escolasquilombolas, bem como nas demais, deve 
ser reconhecida e valorizada a diversidade cultural.
 • EAD 
É a modalidade educacional na qual os alunos e professores estão 
separados, física ou temporalmente e, por isso, faz-se necessária a 
utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação (TICs). Essa 
modalidade é regulada por uma legislação específica e pode ser implantada 
Políticas Públicas e Educação
32
na educação básica (EJA, educação profissional técnica de nível médio) e 
na educação superior. A modalidade EAD caracteriza-se pela mediação 
didático–pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem que ocorre 
com a utilização de TICs, com estudantes e professores desenvolvendo 
atividades educativas em lugares e/ou tempos diversos.
VOCÊ SABIA?
Você sabia que com os avanços no sistema educacional 
brasileiro, os cursos EAD foram bem-sucedidos e cresceram 
muito nesta última década?
RESUMINDO:
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo 
tudinho? Agora, só para termos certeza de que você 
realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, 
vamos revisar o que vimos. Você deve ter aprendido que a 
educação básica tem caráter obrigatório, ou seja, é dever 
dos pais e/ou responsáveis que as crianças e adolescentes 
concluam a educação básica, assim como é dever do 
Estado oferecer essa educação. Ela é constituída pelas 
seguintes modalidades:
Educação infantil. 
Ensino fundamental.
Ensino médio. Ensino médio técnico 
Outras modalidades da educação básica:
Educação de jovens e adultos (EJA). 
Educação especial. 
Educação profissional e tecnológica. 
Educação básica do campo 
Educação escolar indígena. 
Educação escolar quilombola. 
EAD. 
Políticas Públicas e Educação
33
Princípios do sistema educacional 
brasileiro
OBJETIVO:
Ao término deste capítulo você será capaz de entender os 
princípios do sistema educacional brasileiro e que estes 
vêm da constituição. Você verá também os educacionais 
propostos para uma rede colaborativa além dos princípios 
que fazem da educação Finlandesa um sucesso. Isto será 
fundamental para o exercício de sua profissão. E então? 
Motivado para desenvolver esta competência? Então 
vamos lá. Avante!
A Constituição Federal estabelece um complexo sistema de 
proteção do indivíduo que pode ser identificada durante todo o texto 
constitucional. Por isso, observa-se a grande influência que o presente 
texto constitucional possui no processo de construção do texto 
constitucional. A referida questão pode ser encontrada nos artigos 205 
da Constituição Federal, como é possível identificar na transcrição dos 
dispositivos apresentados abaixo. 
Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e 
da família, será promovida e incentivada com a colaboração 
da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da 
pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua 
qualificação para o trabalho. 
Art. 208. O dever do Estado com a Educação será 
efetivado mediante a garantia de: III - atendimento 
educacional especializado aos portadores de deficiência, 
preferencialmente na rede regular de ensino; IV - 
atendimento em creche e pré-escola às crianças de 0 a 
6 anos de idade. 
Art. 213. Os recursos públicos serão destinados às 
escolas, podendo ser dirigidos a escolas comunitárias, 
confessionais ou filantrópicas, definidas em lei, que: I – 
comprovem finalidade não lucrativa e apliquem seus 
excedentes financeiros em educação. (BRASIL, 1988) 
Políticas Públicas e Educação
34
Figura 6 - Constituição Federal
Fonte: Wikimedia Commons. 
Ao analisar os dispositivos acima, convém destacar o cuidado que 
a Constituição Federal teve ao afirmar que estudar é um direito de todas 
as pessoas, independentemente de sua condição financeira, política ou 
étnica. Além do mais, o próprio texto constitucional destaca que é dever 
do Estado garantir este acesso à educação, mas que deve haver a parcela 
de responsabilidade da família no que se refere ao cumprimento do 
direito educacional. Inclusive se torna essencial destacar que a família 
que não favorece a inclusão dos filhos no processo educacional, deve ser 
responsabilizada. 
Ainda no artigo 205 é possível observar que a educação amplia os 
horizontes da criança, pois favorece o seu desenvolvimento completo 
como ser humano, visto que oferece a construção de aspectos essenciais 
para o exercício de sua cidadania, ou seja, para a sua participação integral 
como membro de uma sociedade e, ainda, ser capaz de modificar o 
cenário em que se encontra inserido. Como será visto no tópico a seguir, 
o sistema educacional será fundamentado nos aspectos principiológicos, 
ou seja, independentemente de sua condição, o indivíduo possuirá o 
direito de acesso à educação. No que se refere ao sujeito responsável 
para garantir o funcionamento dos preceitos educacionais, observa-se 
que no artigo 208 está disposto que:
Políticas Públicas e Educação
35
O dever do Estado com a Educação será efetivado mediante 
a garantia de: III - atendimento educacional especializado 
aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede 
regular de ensino; IV - atendimento em creche e pré-
escola às crianças de 0 a 6 anos de idade. (BRASIL, 1988)
O referido dispositivo destaca que compete ao poder público 
garantir o acesso à educação para todas as pessoas, indistintamente, 
ou seja, mesmo que o sujeito apresente alguma condição neuroatípica, 
conforme encontra-se destacado no inciso III. Além do mais, das 
informações apreendidas no presente dispositivo, torna-se possível 
compreender que o sistema educacional é obrigatório, ou seja, as famílias 
e o poder público não têm a opção de não oferecer educação às suas 
crianças e adolescentes. 
SAIBA MAIS:
No que se refere à obrigatoriedade da criança estar 
na escola, destaca-se o especificado na Emenda 
Constitucional 59/2009, que estabelece a necessidade das 
famílias matricularem seus filhos na escola e nos casos de 
inexistência de vaga, o poder público precisa acolher esta 
criança a partir da criação de novas vagas. Nesse sentido, 
para compreender um pouco melhor o funcionamento 
da obrigatoriedade de se conceder acesso à educação, 
indica-se a leitura do artigo de opinião escrito por Marcela 
Campos, cujo título é “pais terão que matricular filhos a 
partir dos 4 anos”. O artigo pode ser acessado aqui. 
Por fim, não menos importante, o artigo 213 da Constituição Federal 
estabelece as especificações acerca do uso dos recursos públicos 
referentes ao processo educacional.
Art. 213. Os recursos públicos serão destinados às 
escolas, podendo ser dirigidos a escolas comunitárias, 
confessionais ou filantrópicas, definidas em lei, que: I – 
comprovem finalidade não lucrativa e apliquem seus 
excedentes financeiros em educação.
Destaca-se, portanto, que os recursos públicos se destinarão para 
as escolas públicas ou ainda, para instituições filantrópicas que objetivam, 
Políticas Públicas e Educação
https://www.gazetadopovo.com.br/vida-e-cidadania/pais-terao-de-matricular-os-filhos-a-partir-de-4-anos-3s400hvpvagb7romy3aovu580/
36
essencial, o favorecimento da educação. A referida questão visa, tão 
somente, afastar o uso dos recursos públicos por instituições privadas e, 
portanto, evitar a possibilidade de ocorrência de atos de corrupção.
Princípios educacionais propostos para 
uma rede colaborativa de educadores
A atual Constituição da República Federativa do Brasil foi 
promulgada em 5 de outubro de 1988. No que se refere à educação, 
como foi destacado no tópico anterior, mais especificamente no capítulo 
III que versa sobre Educação, Cultura e Desporto e na Seção I que versa 
sobre Educação observa-se um amplo sistema de proteção ao sistema 
educacional, de maneira a garantir acesso irrestrito à educação. 
No caso do artigo 206, a Constituição Federal estabelece quais são 
os princípios que irão nortear as atividades educacionais, como é possível 
identificar nafigura 7, apresentada abaixo. 
Figura 7 - Princípios Constitucionais que fundamentam o Direito à educação 
Liberdade Gratuidade
Pluralismo Valorização
Igualdade
Fonte: Elaborado pela autora com base em Brasil (1988)
Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes 
princípios:
I - igualdade de condições para o acesso e permanência 
na escola;
II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o 
pensamento, a arte e o saber;
III - pluralismo de ideais e de concepções pedagógicas, e 
coexistência de instituições públicas e privadas de ensino;
IV - gratuidade do ensino público em estabelecimentos 
oficiais;
V - valorização dos profissionais do ensino, garantido, na 
forma da lei, plano de carreira para o magistério público, 
Políticas Públicas e Educação
37
com piso salarial profissional e ingresso exclusivamente 
por concurso público de provas e títulos, assegurado 
regime jurídico único para todas as instituições mantidas 
pela União;
V - valorização dos profissionais do ensino, garantidos, na 
forma da lei, planos de carreira para o magistério público, 
com piso salarial profissional e ingresso exclusivamente 
por concurso público de provas e títulos; (Redação dada 
pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
V - valorização dos profissionais da educação escolar, 
garantidos, na forma da lei, planos de carreira, com 
ingresso exclusivamente por concurso público de provas 
e títulos, aos das redes públicas; (Redação dada pela 
Emenda Constitucional nº 53, de 2006)
VI - gestão democrática do ensino público, na forma da lei;
VII - garantia de padrão de qualidade.
VIII - piso salarial profissional nacional para os profissionais 
da educação escolar pública, nos termos de lei federal. 
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006)
Parágrafo único. A lei disporá sobre as categorias de 
trabalhadores considerados profissionais da educação 
básica e sobre a fixação de prazo para a elaboração ou 
adequação de seus planos de carreira, no âmbito da 
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. 
(BRASIL, 1988)
Partindo desse pressuposto, a Constituição determina que a 
educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida 
e incentivada com a colaboração da sociedade, visando o pleno 
desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e 
sua qualificação para o trabalho conforme o art. 205.
Figura 8 - Os pressupostos da Educação 
Igualdade Autonomia
Educação ampla
Consciência 
crítica
Participação 
da sociedade
Inclusiva
Fonte: Elaborado pela autora com base em Brasil (1988)
Políticas Públicas e Educação
38
Percebe-se, portanto, que a educação a ser estruturada no Estado 
democrático de Direito com fundamento na Constituição Federal, 
visa o amplo desenvolvimento do indivíduo, afastando, portanto, as 
possibilidades de violação dos Direitos Humanos.
Constitui dever da família, da sociedade e do Estado assegurar 
à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à 
saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, 
à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, 
além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, 
exploração, violência, crueldade e opressão, conforme estabelece o 
artigo 227º da Constituição Federal.
Art. 227 É dever da família, da sociedade e do Estado 
assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com 
absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, 
à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à 
dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar 
e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma 
de negligência, discriminação, exploração, violência, 
crueldade e opressão. (BRASIL, 1988)
E, nos casos de não se cumprir o estabelecido pela norma 
acima especificada, os sujeitos envolvidos no processo poderão ser 
responsabilizados diretamente pela omissão ou negligência no processo 
de cumprimento das determinações educacionais. 
No que se refere às possibilidades do exercício da prestação de 
serviço educacional, destaca-se que o ensino é livre à iniciativa privada, 
desde que sejam cumpridas as normas gerais da educação nacional e o 
seu funcionamento seja autorizado e avaliado pelo poder público (art. 209). 
Dessa maneira, destaca-se que tanto a iniciativa privada como a iniciativa 
pública podem oferecer atividades educacionais para a sociedade. 
Portanto, amplia as possibilidades de acesso à educação, conforme se 
observa nos preceitos estabelecidos na Constituição Federal.
Políticas Públicas e Educação
39
Figura 9 - Os pressupostos para o exercício da Educação 
Iniciativa 
privada
Iniciativa 
pública
Ampliação 
da educação
Fonte: Elaborado pela autora com base em Brasil (1988)
Então, a partir desses princípios, foram necessários outros 
documentos, como, LDB 9.394/96 e suas alterações, a BNCC, emendas 
constitucionais, para regulamentar vários desses princípios, inclusive em 
relação aos investimentos que os governos Federal, Estadual e Municipal 
poderiam ter e aplicar.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, publicada em 1996, 
além de anunciar os princípios constitucionais, ampliou-os, incorporando o 
respeito à liberdade e o apreço à tolerância, a coexistência das instituições 
públicas e privadas de ensino, a valorização da experiência extraescolar 
e a vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as práticas sociais. 
Segue abaixo um quadro das leis que regulamentam atualmente o sistema 
educacional brasileiro, visando os princípios que o norteiam.
Quadro 1: Leis que regulamentam o sistema educacional brasileiro
1988 Constituição Federal 
1990 Lei nº 8.069 Estatuto da Criança e Adolescente 
1996 Emenda Constitucional nº 11 Autonomia Universitária
Emenda nº 14 Criação FUNDEF
Lei nº 9.394/96
Lei de Diretrizes e Bases da Educação 
Nacional — LDBEN
Lei nº 9.424 Regulamentação do FUNDEF
Decreto nº 2.264 Regulamentação do FUNDEF
Lei nº 10.172 Plano Nacional da Educação
2007 Lei nº 11.494/2007
FUNDEB — Fundo de manutenção e 
Desenvolvimento da Educação Básica e da 
Valorização dos professores da Educação
Fonte: Elaborado pela autora (2021).
Políticas Públicas e Educação
40
Esses princípios citados na Constituição são as BASES para a 
formação integral do ser humano e partir delas é que surgiram outros 
princípios que também norteariam a educação, para que ela tenha um 
papel crucial na transformação e desenvolvimento das formas de pensar 
e agir. Segundo o site Escolas de Redes, eles sugerem seis princípios a 
serem trabalhados, a fim de inserir uma rede colaborativa de educadores 
que poderão servir de pontos de partida para um multidiálogo. 
Carta de Princípios da Rede RC – núcleo SP
(...) [esta é] uma rede colaborativa formada por pessoas 
que militam pela transformação da Educação Pública (1). 
Nossa finalidade inicial é a de promover a comunicação 
e o apoio mútuo entre pessoas, organizações e projetos 
que tenham por objetivo contribuir para a superação 
dos arcaicos paradigmas educacionais vigentes. (...) os 
modelos educacionais e as práticas educativas possuem 
decisivas condicionantes socioculturais. Este fato exige 
que, para a transformação da Educação, tenhamos de 
ultrapassar seu âmbito restrito, englobando as dimensões 
sociais, políticas e culturais. (...) a Educação atualmente 
praticada não contribui para que as gerações futuras 
tenham condição de superar os cruciais desafios postos 
para e pela humanidade. Mais do que isso, essa educação 
acaba por incentivar a formação de pessoas que tendem 
a reproduzir o modo de pensar, sentir, agir e viver que 
produziram tais desafios. Para que os atuais paradigmas 
educacionais possam ser superados é necessário 
estabelecer novas concepções que apontem formas 
alternativas de pensar, estruturar e praticar a Educação. (...) 
São estes princípiosque, a nosso ver, devem fundamentar 
a vital transformação da Educação, para que esta possa 
corresponder às necessidades das pessoas e das 
sociedades contemporâneas:
1. Educar [se] para a Integralidade.
2. Educar [se] em Solidariedade.
3. Educar [se] na Diversidade.
4. Educar [se] na Realidade.
5. Educar [se] na Democracia.
6. Educar [se] com Dignidade. (CASTRO, et al. 2009) p. 23
Políticas Públicas e Educação
41
Observa-se que os princípios de integridade, solidariedade, 
diversidade, realidade, democracia e dignidade fomentam os princípios 
da Constituição. Porém, em uma ótica socioemocional mais do que 
cognitiva, a BNCC trouxe-os como “base” das competências gerais a 
serem trabalhados nos conteúdos mínimos a serem ministrados pela 
educação no Brasil.
Figura 10 - Princípios norteadores da educação 
Educação
Diversidade
Dignidade
Realidade
Integralidade
Democracia
Solidariedade
Fonte: Elabora pela autora com base em Castro et al. (2009 p.23)
Princípios que fazem da educação da 
Finlândia um sucesso
Uma reforma curricular adotada pela Agência Nacional Finlandesa 
para a educação de 2016 fez com que crescesse mais a participação dos 
alunos pela aprendizagem, e assim os alunos tornaram-se mais bem-
sucedidos no seu aprendizado acadêmico e socioemocional.
Neste ensino, os alunos estabelecem metas, resolvem seus 
problemas e avaliam seu aprendizado com base nas suas metas 
estabelecidas. Os princípios que embasam a educação na Finlândia 
enfatizam a escola como uma “comunidade de aprendizagem”, visando:
Políticas Públicas e Educação
42
 • Habilidades transversais – Conhecidas como o “aprender a 
aprender”, enfatizando o “cuidar de si mesmo” e gerenciar sua 
vida cotidiana, bem como ênfase nas habilidades ativas que 
os alunos poderão utilizar para o resto de suas vidas, como 
empreendedorismo, participação, envolvimento e criação de um 
futuro sustentável.
 • Apoio governamental – Como o próprio nome diz, apoio do 
governo, ou seja, apoio do governo financeiro para custear esse 
ensino. Porém, para promover os currículos das escolas, a Agência 
Nacional de Educação na Finlândia e o governo buscam ferramentas 
que apoiem o ensino. Uma delas foi a venda do seu programa 
educacional antibullying para 17 países ao redor do mundo.
 • Aprendizagem multidisciplinar – Todo ano letivo, cada escola 
tem um tema ou projeto definido que culmine com o conteúdo 
em todas as disciplinas, chamados de “módulos de aprendizagem 
multidisciplinar”.
 • Diferenciação – Há um respeito muito grande em relação à 
individualidade dos alunos, por isso, eles não ensinam todos da mesma 
maneira, considerando que cada aluno tem sua individualidade e seu 
modo de aprender. Os professores precisam diferenciar suas aulas, 
o que implica em, geralmente, pelo menos cinco tipos de tarefas 
diferentes na mesma classe e ao mesmo tempo.
 • Diversidade na avaliação do aluno – Na Finlândia, a “AVALIAÇÃO” 
não é vista como um momento punitivo e classificatório, o 
novo currículo finlandês enfatiza a diversidade nos métodos 
de avaliação, bem como a avaliação que orienta e promove a 
aprendizagem. Informações sobre o progresso acadêmico de 
cada aluno devem ser dadas ao aluno e aos responsáveis com 
frequência. O retorno avaliativo também é fornecido de outras 
maneiras que não relatórios ou certificados. A autoavaliação e 
a avaliação entre pares desempenham um papel importante na 
avaliação e na habilidade de aprender a aprender.
Políticas Públicas e Educação
43
 • Um papel ativo para seus alunos – Neste princípio, os professores 
devem falar menos e deixar o aluno fazer mais, dando, assim, 
AUTONOMIA a eles. Os professores facilitam o ensino, enquanto os 
alunos estabelecem metas, refletem e resolvem problemas da vida 
real. Também estimulamos a curiosidade dos alunos estudando em 
ambientes fora da sala de aula, como o pátio da escola, a floresta, 
uma biblioteca ou até mesmo um shopping center.
Todos esses princípios são fundamentais para a boa educação, 
e a Finlândia leva à sério esses fatores, mas o mais importante é que o 
sistema educacional deles é dedicado a ajudar todos os estudantes a 
crescer como seres humanos.
RESUMINDO:
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo 
tudinho? Agora, só para termos certeza de que você 
realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, 
vamos revisar o que vimos. Você viu os princípios propostos 
para uma rede colaborativa de educadores e conheceu os 
princípios que tornam a educação da Finlândia um sucesso.
Políticas Públicas e Educação
44
Características do sistema educacional 
brasileiro
OBJETIVO:
Ao término deste capítulo você será capaz de entender 
as características do sistema educacional brasileiro, as 
características gerais dos sistemas educativos, assim 
como, as características das escolas no Brasil. Isto será 
fundamental para o exercício de sua profissão. E então? 
Motivado para desenvolver esta competência? Então 
vamos lá. Avante!
Características gerais dos sistemas 
educativos
Para que seja possível compreender as informações apresentadas 
no presente capítulo, convém destacar o que estabelece Torres e 
Kawahara (s.d., p.05) ao dispor que: 
O sistema de ensino pode ser compreendido como um 
conjunto de partes que, coordenadas e integradas entre 
si, permitem estabelecer uma interligação lógica entre as 
esferas educacionais do nosso país, formando um todo 
autônomo e independente para atingir um objetivo comum. 
Como no Brasil os três entes federal, estadual e municipal 
são constitucionalmente responsáveis pela oferta da 
educação básica pública, a legislação preceitua que essa 
oferta deve se dar por meio do Regime de Colaboração. 
Trata-se, pois, de uma estratégia para evitar sobreposição 
e dispersão de ações. (TORRES; KAWAHARA, s.d., p.05)
Isso significa informar que o sistema de ensino é dever do poder 
do público e para que isso aconteça torna-se essencial a interligação de 
atividades desempenhadas, de maneira colaborativa, por todos os sujeitos 
que se encontram evolvidos no processo. E, para que isso seja possível, 
a emenda constitucional 59/209 apresenta elementos essenciais no 
sentido de favorecer o cumprimento das questões educacionais previstas 
na constituição, nomeadamente o Plano Nacional de Educação (PNE).
Políticas Públicas e Educação
45
Após a promulgação da Emenda Constitucional (EC) nº 59, 
de 12 de novembro de 2009, entre outras modificações 
introduzidas no texto constitucional, o artigo 214 reconhece 
o Sistema Nacional de Educação. De acordo com os 
preceitos da EC nº 59, o Sistema Nacional de Educação 
deve ter como elemento articulador o Plano Nacional 
de Educação (PNE) e o regime de colaboração entre os 
entes federativos, definindo diretrizes, objetivos, metas e 
estratégias de implementação para assegurar a manutenção 
e o desenvolvimento do ensino em seus diversos níveis, 
etapas e modalidades por meio de ações integradas dos 
poderes públicos. (TORRES; KAWAHARA, s.d., p. 06)
Sendo assim, tendo em vista os critérios de classificação de 
“sistemas” dados no início desta unidade, podemos caracterizar o sistema 
educacional brasileiro da seguinte forma:
 • Em relação ao meio – O sistema educativo brasileiro é um sistema 
ABERTO, pois está em plena relação com o meio.
 • Em relação à sua estrutura – É um sistema composto, pois integra 
outros sistemas (subsistemas, por exemplo) que, por sua vez, 
podem ser decompostos em outros níveis.
 • Quanto à sua previsibilidade – É um sistema probabilístico, na 
medida em que é afetado por fatores imprevisíveis ou limitadamente 
previsíveis, que impedem de estabelecer determinados inputs ao 
sistema, provocando efeitos certos e determinados.
 • Por seu dinamismo, é um sistema dinâmico, visto que, para 
efeitos de seu estudo, são consideradas todas ou algumas de 
suas variações no tempo. Evolui consoante o contexto (espaço-
temporal, sociocultural,etc.).
 • Por sua estabilidade, é um sistema relativamente estável, visto que 
tem uma capacidade média de resistência aos fatores de perturbação.
 • Por sua capacidade de regulação, é um sistema eclético (um misto de 
sistema “autorregulado” e de sistema “não autorregulado”), ou seja, tem 
certa capacidade própria de governar/regulação, porém, não deixa de 
depender grandemente do meio para sua gestão ou regulação.
Políticas Públicas e Educação
46
 • Quanto à sua origem, é um sistema artificial, visto ser criado pelo 
homem.
 • Por suas componentes, é um sistema social, visto que está 
constituído por pessoas.
 • Por sua forma de regulação, é um sistema conceitual (está formado 
por ideais e raciocínios) e de procedimentos (está formado por 
regras, normas ou instruções).
Tendo compreendido as características dos sistemas de ensino 
convém destacar que as diretrizes do plano nacional de educação, mais 
especificamente em seu artigo 2º, se fundamentam em algumas questões 
especificas, que são:
Erradicação do analfabetismo; II- universalização do 
atendimento escolar; III- superação das desigualdades 
educacionais, com ênfase na promoção da igualdade 
racial, regional, de gênero e de orientação sexual. 
IV- melhoria da qualidade da educação; V- formação 
para o trabalho e para a cidadania; VI- promoção do 
princípio da gestão democrática da educação; promoção 
humanística, científica, cultural e tecnológica do País. 
VII- estabelecimento de meta de aplicação de recursos 
públicos em educação como proporção do produto 
interno bruto, que assegure atendimento às necessidades 
de expansão, com padrão de qualidade e equidade; 
VIII- valorização dos (as) profissionais da educação; VIX- 
promoção dos princípios do respeito aos direitos humanos, 
à diversidade e à sustentabilidade socioambiental. 
X - difusão dos princípios da equidade, do respeito 
à diversidade e a gestão democrática da educação. 
(BRASIL, 2014)
Dessa maneira, não se pode pensar em desenvolvimento de 
atividades no âmbito da educação nacional, sem que haja um fundamento 
essencial e, nesse caso, como observou-se acima, são os pressupostos 
estabelecidos no PNE. 
Políticas Públicas e Educação
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Figura 11 - A importância do PNE
PNE
Desenvolvimento 
educacional
Fonte: Autora (2021) baseado em (TORRES, KAWAHARA, s.d., p.16)
Além do mais, analisando de maneira primária as questões da referida 
diretriz, observa-se que se trata de um sistema inclusivo, pois propõe a 
melhoria na qualidade da educação, a ampliação do acesso à educação, 
a construção de cidadãos que se preocupem com o desenvolvimento da 
sociedade através de uma consciência crítica e inclusiva. 
Destacamos que a execução do plano, considerando a 
natureza política do processo de planejamento, ocorrerá 
a partir do apoio dos atores comprometidos com o 
monitoramento contínuo e de avaliações periódicas 
das metas. Assim, destacamos a importância do 
acompanhamento e avaliação dos índices educacionais de 
quatro instâncias: Ministério da Educação (MEC); Comissões 
de Educação da Câmara dos Deputados e Comissão de 
Educação, Cultura e Esporte do Senado Federal; Conselho 
Nacional de Educação (CNE); Fórum Nacional de Educação 
(FNE). (TORRES; KAWAHARA, s.d., p. 16)
Por isso, pensar em um sistema mais integrativo, onde se é capaz 
de pensar no desenvolvimento integral do ensino e de seus partícipes, se 
torna essencial no processo educacional. Sendo assim, conforme destaca 
Torres e Kawahara (s.d., p.16) a solução é pensar em:
Um regime de colaboração específico para a 
implementação de modalidades de educação escolar 
que necessitem considerar territórios étnico-educacionais 
e a utilização de estratégias que levem em conta as 
identidades e especificidades socioculturais e linguísticas 
de cada comunidade envolvida, assegurada a consulta 
prévia e informada a essa comunidade. (TORRES; 
KAWAHARA, s.d., p.16)
Políticas Públicas e Educação
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Figura 12 - Relação de regime de colaboração com educação de qualidade
Regime de 
colaboração
Estratégias 
adequadas
Educação 
escolar de 
qualidade
Fonte: Elaborado pela autora com base em TORRES e KAWAHARA (s.d., p.16)
Características das escolas eficazes no 
Brasil
Vários estudos demonstram algumas características das escolas 
eficazes. Escolas eficazes são escolas que conseguem motivar (quase) a 
totalidade dos seus alunos a aprender, tanto habilidades básicas quanto 
habilidades socioemocionais/metacognitivas.
Figura 13 - Escolas eficazes
Motivam
Integram
Aperfeiçoamento 
Fonte: Elaborado pela autora com base em Castro et al. (2009 p.23)
É importante que o aluno queira dedicar o maior tempo que lhe 
seja possível a atividades de aprendizagem, fazendo uso intensivo das 
oportunidades de ensino oferecidas. Isso evidencia que, no final das 
contas, o aluno é o fator determinante no processo. Como diz o provérbio 
americano, “You can bring the horse to the water, but you cannot make 
it drink” (É possível levar o cavalo à água, mas não se pode obrigá-lo a 
beber). Naturalmente, isso não altera o fato de que é necessário dar aos 
alunos a chance de despenderem tempo com os estudos. Um currículo 
sobrecarregado torna impossível a aprendizagem.
Políticas Públicas e Educação
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Figura 14 - Os efeitos de um curriculum sobrecarregado 
Currículo 
sobrecarregado
Cansaço Desmotivação Falta de 
foco
Dificuldades de 
aprendizagem
Fonte: Elaborado pela autora com base em Castro et al. (2009 p.23)
Outro fato importante é que é necessário fornecer aos alunos 
oportunidades concretas de aprenderem: materiais de estudo e livros 
atraentes e convidativos, por exemplo. O que nos leva automaticamente 
aos responsáveis por ofertar essas oportunidades de aprendizagem. Em 
primeiro lugar, os professores nas salas de aula. Importantes elementos 
do currículo são:
 • Objetivos e conteúdos claros e explícitos e de relação social.
 • Estrutura e transparência do conteúdo.
 • O emprego de planos de aulas contextualizados.
 • A avaliação sistemática dos resultados do aluno, oferecendo 
feedback positivo e instrução, além das autoavaliações.
Além disso, a forma de agrupamentos dos alunos é importante. 
É preciso lembrar que a eficácia dos grupos de trabalho depende, em 
muito, dos materiais diversificados de que os professores dispõem, da 
maneira como é feita a avaliação e do modo como é dado o feedback 
e da forma como as informações suplementares são oferecidas. Porém, 
o currículo e as formas de agrupamentos, em si mesmos, representam 
apenas condições. O fator mais importante é o próprio professor, o ser 
humano à frente da classe.
Em primeiro lugar ele (ou ela) pode influenciar o currículo e as 
formas de agrupamentos, embora essa possibilidade dependa do sistema 
de ensino, do país e da escola em questão. Nem todos os currículos 
realmente envolvem desde o início os seus professores em mudanças 
educacionais concretas. E, em muitos casos, o grande número de alunos 
por sala limita as variações nas formas de agrupamento.
Políticas Públicas e Educação
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No entanto, só o professor pode proporcionar:
 • Uma organização calma e ordenada da classe.
 • Uma forma bem planejada de acoplar o trabalho da classe às 
lições de casa.
 • Formulação precisa de objetivos, com ênfase em número limitado 
de metas, com muita atenção para as habilidades básicas e para a 
aprendizagem cognitiva.
 • Estruturação dos conteúdos curriculares, baseando-se nos 
conhecimentos que o aluno já possui e contextualizar.
 • Apresentações breves e compreensíveis, capazes de cativar a 
atenção do aluno.
 • Ênfase nos conhecimentos prévios dos alunos.
 • Após a apresentação de novo conteúdo, introduzir logo exercícios 
para que a matéria passe a ser praticada e integrada.
 • Muita atenção para a avaliação, feedback positivo, e instrução 
sobre os erros dos alunos e as reflexões sobre isso.
 • Utilizar novas tecnologias educacionais, como a

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