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Políticas Públicas 
e Educação
Unidade 1
Sistema Educacional Brasileiro
Diretor Executivo 
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Gerente Editorial 
CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA
Projeto Gráfico 
TIAGO DA ROCHA
Autoria
PRICILA RIBEIRO ALIAS
AUTORIA
Pricila Ribeiro Alias
Sou formada em Ciências Biológicas, com habilitação em Química 
pela Fundação Santo André e realizei a especialização em Ciências da 
Natureza para crianças pela Universidade de São Paulo (USP). Além 
da graduação citada, sou formada em Pedagogia com habilitação em 
Direção e Supervisão Escolar pela Universidade Bandeirantes (Uniban). 
Com uma vasta experiência técnico-profissional na área educacional há 
mais de 24 anos, tenho, dentre eles, 18 anos na área de docência (como 
professora de Ciências e Química) e 13 anos na coordenação pedagógica 
do Ensino Fundamental I, II, Ensino Médio e Técnico, incluindo escolas 
municipais, estaduais e particulares. Foram 16 anos de docência na 
Secretaria Estadual de Educação e dois anos na ETEC Ribeirão Pires, 10 
anos na Prefeitura Municipal de São Paulo como professora de Ciências 
e Coordenadora Pedagógica, dois anos na Prefeitura Municipal de São 
Bernardo do Campo como coordenadora pedagógica e mais cinco anos 
na coordenação pedagógica de uma escola particular como minha 
penúltima experiência. Como última experiência profissional, exerci a 
função de consultora pedagógica na Editora FTD Educação, ministrando 
formações para diretores, coordenadores e professores, além da 
consultoria pedagógica para estudantes nas orientações de TCC. Já 
ministrei, também, cursinhos preparatórios para concurso público. Sou 
apaixonada pelo que faço e adoro transmitir minha experiência de vida 
àqueles que estão iniciando em suas profissões. Por isso, fui convidada 
pela Editora Telesapiens a integrar seu elenco de autores independentes. 
Estou muito feliz em poder ajudar você nesta fase de muito estudo e 
trabalho. Conte comigo!
ICONOGRÁFICOS
Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez 
que:
OBJETIVO:
para o início do 
desenvolvimento de 
uma nova compe-
tência;
DEFINIÇÃO:
houver necessidade 
de se apresentar um 
novo conceito;
NOTA:
quando forem 
necessários obser-
vações ou comple-
mentações para o 
seu conhecimento;
IMPORTANTE:
as observações 
escritas tiveram que 
ser priorizadas para 
você;
EXPLICANDO 
MELHOR: 
algo precisa ser 
melhor explicado ou 
detalhado;
VOCÊ SABIA?
curiosidades e 
indagações lúdicas 
sobre o tema em 
estudo, se forem 
necessárias;
SAIBA MAIS: 
textos, referências 
bibliográficas e links 
para aprofundamen-
to do seu conheci-
mento;
REFLITA:
se houver a neces-
sidade de chamar a 
atenção sobre algo 
a ser refletido ou dis-
cutido sobre;
ACESSE: 
se for preciso aces-
sar um ou mais sites 
para fazer download, 
assistir vídeos, ler 
textos, ouvir podcast;
RESUMINDO:
quando for preciso 
se fazer um resumo 
acumulativo das últi-
mas abordagens;
ATIVIDADES: 
quando alguma 
atividade de au-
toaprendizagem for 
aplicada;
TESTANDO:
quando o desen-
volvimento de uma 
competência for 
concluído e questões 
forem explicadas;
SUMÁRIO
História do sistema educacional brasileiro .........................................10
O sistema educacional brasileiro – histórico .............................................................. 12
O sistema educacional brasileiro — avanços e retrocessos ............................ 19
Conceitos do sistema educacional brasileiro .................................... 21
O que é o sistema educacional brasileiro? .................................................................. 21
A organização do sistema educacional brasileiro ...................................................24
Princípios do sistema educacional brasileiro .....................................33
Princípios educacionais propostos para uma rede colaborativa de 
educadores ......................................................................................................................................... 36
Princípios que fazem da educação da Finlândia um sucesso....................... 41
Características do sistema educacional brasileiro ..........................44
Características gerais dos sistemas educativos .......................................................44
Características das escolas eficazes no Brasil .......................................................... 48
7
UNIDADE
01
Políticas Públicas e Educação
8
INTRODUÇÃO
Nesta unidade, vamos abordar o sistema educacional brasileiro, 
e estaremos dissertando, a priori, o conceito de “sistemas”, com o 
objetivo de o aluno entender do que se trata “sistemas” e como o 
sistema educacional brasileiro está inserido nesse contexto. Trataremos, 
também, do sistema educacional brasileiro e todo o seu histórico, seus 
avanços e retrocessos e toda legislação que passou por mudanças 
e transformações ao longo desses séculos, além dos princípios da 
educação que permeiam esse sistema, suas principais características 
e as ideias sobre as características dos sistemas educacionais que, 
hoje, são bem-sucedidos. Entendeu? Ao longo desta unidade letiva, 
você vai mergulhar nesse universo!
Políticas Públicas e Educação
9
OBJETIVOS
Olá. Seja muito bem-vindo a nossa Unidade 1, e o nosso objetivo 
é auxiliar você no desenvolvimento das seguintes competências 
profissionais até o término desta etapa de estudos:
1. Entender a história do sistema educacional brasileiro, seus avanços 
e retrocessos.
2. Definir o conceito do sistema educacional brasileiro, 
compreendendo como ele está organizado.
3. Compreender os princípios básicos do sistema educacional 
brasileiro em comparação com o de outros países que possuem 
um sistema de educação bem-sucedido.
4. Identificar as características gerais do sistema educacional 
brasileiro e, em especial, aquelas que são eficazes no Brasil.
Então, preparado para uma viagem sem volta rumo ao 
conhecimento? Ao trabalho!
Políticas Públicas e Educação
10
História do sistema educacional brasileiro
OBJETIVO:
Ao término deste capítulo você será capaz de entender 
como é o sistema educacional brasileiro, seu histórico, 
seus avanços e retrocessos. Isto será fundamental para 
o exercício de sua profissão. E então? Motivado para 
desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante!
Para melhor entendermos o conceito, as características e a estrutura 
do sistema educativo, torna-se necessário rever alguns conceitos básicos 
da teoria geral dos sistemas, o que fazemos de forma necessariamente 
sucinta e os aspectos indispensáveis.
O conceito de sistema faz parte da base conceitual de uma parte 
cibernética que se denomina Teoria geral de Sistemas, cujo objetivo 
é relacionar, entre si, a grande variedade de sistemas existentes, de 
maneira a descobrir suas próprias propriedades e desenvolver um 
referencial histórico que possa ser aplicável a todos eles. Entretanto, há 
certos grupos específicos de objetos ou fenômenos da realidade que, 
pelas características particulares, exigem abordagens específicas e não 
unicamente no quadro da teoria geral dos sistemas. Assim, pode-se falar 
de sistemas biológicos, sociais, organizativos, eletrônicos, etc., cujos 
estudos ficam a cargo específico da teoria de cada área. 
O conceito de sistemas tem sido formulado de modo diferente 
pelos especialistas, entre os quais não há unanimidade sobre a sua 
definição. Alguns defendem que, por se tratar de um conceito intuitivo, 
não carece de definições. Todavia, é possível encontrar pontos comuns 
nas diferentes posições e, dessa forma, formular uma ideia básica acerca 
do que são os sistemas. Assim, de quase todas as definições resulta a ideia 
de que “sistema” é um conjunto organizado e integrado de elementos que 
concorrem para o mesmo fim.
Lalande apud Silva (2006) apresenta uma das definições mais 
didáticas e de fácil compreensão sobre o termo. Ele o define como 
“conjunto de elementos,materiais ou não, que dependem reciprocamente 
Políticas Públicas e Educação
11
uns dos outros, de maneira a formar um todo organizado”. Essa definição 
apresenta o sistema como um todo formado de partes interdependentes 
e harmônicas, mas tem sua atenção voltada apenas para o interior do 
sistema, ignorando o que se passa à sua volta. 
Já Drew apud Silva (2006) incorpora as relações com o meio externo 
à noção de sistema, ao defini-lo como 
Conjunto de componentes ligados por fluxos de energia e 
funcionando como uma unidade [...]. Se o sistema recebe 
energia exterior e devolve energia, dizemos que é um 
sistema aberto. Se a energia é retida dentro do sistema, 
dizemos então, que se trata de um sistema fechado. 
(DREW apud SILVA, 2006)
Sendo assim, um sistema aberto apresenta uma fronteira permeável 
ao ambiente, ou seja, existe um movimento de entrada e saída de 
elementos através das fronteiras. Ele recebe do ambiente externo novos 
elementos e devolve ao ambiente os produtos do sistema.
Em geral, o sistema está contido dentro de um sistema mais amplo, 
que poderá ser chamado de “super sistema” e, em contrapartida, ele 
poderá estar contido de partes que são sistemas menores e podem ser 
chamados de “subsistemas”, ou seja, o “subsistema” convém estudá-lo 
como parte de um sistema maior. A estrutura sistêmica exige, para um 
bom funcionamento, um conjunto de regras orientadoras, normatizadoras 
da vida em sociedade. Isso significa dizer que a base de sustentação 
do “super sistema” ou “macrossistema” vem traduzida na Constituição 
Federal. Nessa mesma linha de compreensão, focamos a educação em 
sua composição formal (escola) e apresentamos com base de sustentação 
normativa a LDBEN.
Enfim, em uma abordagem mais elaborada, diremos que o sistema 
é um conjunto de elementos, que, possuindo propriedades ou atributos 
específicos, estabelecem relações entre si e com o meio ambiente, 
gerando sinergias e contribuindo para o mesmo fim. O sistema é assim, 
esses conjuntos de elementos, propriedades, relações que, pertencendo 
à realidade objetiva, representam para o investigador o objeto do seu 
trabalho.
Políticas Públicas e Educação
12
O aspecto mais importante consiste em que um sistema constitui 
um todo e, portanto, apresenta como resultado final ou integrado 
determinadas propriedades que não é possível localizar de forma 
isolada em nenhuma das suas componentes. Todavia, esse complexo 
de elementos, propriedades, relações e resultados finais tem lugar em 
determinadas condições de espaço e tempo e em contato com um meio 
ambiente.
Entendendo o sistema, ora, como um conjunto de elementos 
organizados para o prosseguimento do mesmo fim, o sistema educativo 
pode ser definido como um conjunto integrado de estruturas, meios e 
ações diversificadas que, por iniciativa e sob responsabilidade de diferentes 
instituições e entidades públicas, privadas e/ou cooperativas, pensam na 
realização do direito à educação em um dado contexto, ora, como um 
conjunto de estruturas e instituições educativas que, embora possuam 
características ou peculiaridades específicas, relacionam-se entre si 
e com o meio ambiente, envolvendo de forma integrada e dinâmica, 
combinando os meios e recursos disponíveis para a realização do seu 
objetivo comum, que é garantir a realização de um serviço educativo que 
corresponda às exigências e demandas de uma sociedade.
O sistema educacional brasileiro – 
histórico
Considerando os primórdios da educação no Brasil, iniciamos com 
a reflexão de que, na época da colonização do nosso país, Portugal passa 
aos jesuítas a responsabilidade da gestão da educação. Todavia, nesse 
período já existia uma forma administrativa de gerir uma escola, baseada 
em uma rigorosa hierarquia, e foi dessa forma que a direção das escolas 
foi caminhando no período que veio logo atrás. No Império, ainda havia a 
predominância de uma forma de construir a escola sob perspectivas de 
imposições intransigentes. 
Ao longo do tempo, esses modelos foram evoluindo. Então, o 
primeiro período vai de 1500 a 1930, e engloba o período do sistema 
educacional brasileiro que abrange o Brasil Colônia, Império e a Primeira 
República, prevalecendo uma concepção tradicional de educação.
Políticas Públicas e Educação
13
Em 1548, dá-se o período inicial do Brasil Colônia, que regulamenta 
a conversão dos indígenas à fé católica pela catequese e instrução, 
trabalho este realizado pelos Jesuítas. Embora tenham sido expulsos em 
1759, os Jesuítas implantaram as bases, a estrutura e o funcionamento 
da escola brasileira, diferentemente do que estava previsto no regimento, 
instalando-se como direito de todos e não apenas da população indígena. 
Figura 1 - Jesuítas
Fonte: Wikimedia Commons. 
VOCÊ SABIA?
Você sabia que mesmo depois de mais de 500 anos, o Brasil 
ainda possui tribos indígenas? E que agora essa clientela 
está amparada pela LDB com a Educação Indígena?
Cabe ressaltar que a sociedade nessa época era organizada para 
garantir o modelo agroexportador e a monocultura latifundiária não 
dependia de mão de obra qualificada ou diversificada, pois o tráfico de 
negros supria a necessidade da mão de obra. Diante dessa realidade, 
surge na colônia dois tipos de escolas, uma para as populações indígenas 
(catequese) e outra para os mamelucos, órfãos e filhos dos principais 
caciques da terra (a instrução através dos internatos — recolhimentos). 
Posteriormente, foram criados colégios e seminários destinados aos filhos 
dos colonos brancos.
Políticas Públicas e Educação
14
Os Jesuítas sendo os responsáveis pela educação na colônia, 
tornam a Igreja participante privilegiada da sociedade civil e política da 
época e a escola um instrumento de grande alcance na reprodução dos 
valores de uma cultura externa, embasada na visão liberal, já consolidada 
na Europa.
No último século desse período, a Escola Função deixa de ser a 
característica da educação na Colônia, e a Escola Estrutura passa a ser 
organizada e regulamentada nacionalmente. Desde então, o aumento 
numérico de escolas de instrução básica é acompanhado da criação de 
colégios e cursos cuja finalidade era formar profissionais. Dessa maneira, 
nascem os primeiros cursos de Medicina e Direito, os primeiros cursos 
técnicos de artes e ofícios e os colégios militares.
No fim do Império e início da República, são traçadas as primeiras 
concepções de uma política educacional estatal, resultado do 
fortalecimento do Estado, sob a forma de sociedade política. Em 1824, é 
promulgada a primeira Constituição, e assim, acontece a substituição da 
proposta de uma política nacional de ensino por uma regulamentação da 
instrução primária gratuita a todos os cidadãos e pela criação de colégios 
e universidades onde seriam ensinados os elementos das Ciências, Belas 
Artes e Artes. Em relação à escola primária, a Lei de 15 de outubro de 1827 
foi à única lei geral sobre esse nível de ensino, até 1946.
O governo republicano, segundo alguns autores, foi quem 
proporcionou o maior crescimento de oportunidades escolares, porém, 
essas escolas eram elitistas, e com o tempo tornaram-se insuficientes. 
Com o início do ensino secundário, o pobre não podia frequentá-lo, visto 
que o ginásio e o colégio custavam caro. Então, cerca de 90% eram os 
pobres, que iriam para fábricas, lavouras e para mão de obra. E os 10% 
restantes eram os ricos, fariam exames e seriam médicos, engenheiros, 
políticos, jornalistas, bacharéis e constituiriam a elite nacional dominadora.
Na Constituição de 1891, a escola organiza-se em “graus de ensino”, 
em que o 1º grau seria para crianças de 7 a 13 anos e o 2º grau para 
crianças a partir de 13 anos. Uma das intenções dessa nova estrutura na 
organização escolar era que os diversos níveis de ensino se tornassem 
formadores e não apenas preparadores para o grau seguinte. O ingresso 
Políticas Públicas e Educação
15
nos cursossuperiores seria precedido de exames (no final do curso 
secundário), objetivando medir a capacidade intelectual dos formandos.
Outra intenção era assegurar que a formação no 2º grau ocorresse 
tendo como base a Ciência, substituindo, assim, o que chamavam 
“academismo literário”, criticado como resultado do predomínio da escola 
tradicional. Porém, ocorreram os paradoxos:
 • Formação humana versus preparação para o ensino superior.
 • Formação humana baseada na ciência versus formação humana 
baseada na literatura.
O resultado desse impasse é que ambos os ensinos (1º e 2º) 
tornaram-se enciclopédicos. Na prática, a escola se manteve como 
preparadora daqueles que iriam ingressar no grau de ensino subsequente. 
Em 1930, no governo de Getúlio Vargas, foi criado o Ministério da 
Educação e Saúde, mas apenas 30% da população em idade escolar 
estava nas escolas. A ideia mais geral e abrangente de escola pública 
no Brasil surgiu com o Movimento dos Pioneiros da Escola Nova, que 
lançaram o Manifesto dos Pioneiros. 
Os pioneiros da educação apresentam um projeto de sistema 
educacional, baseado no pressuposto de que medidas educacionais 
deveriam ser tomadas e apoiadas a partir de um programa educacional 
amplo, com unidade de propósitos e sequência determinada.
Propunham a organização de cursos acadêmicos e profissionais 
em um mesmo estabelecimento; combatiam o dualismo entre o ensino 
profissional e cultural, sendo contrários ao centralismo que confundia 
unidade com uniformidade. 
O “movimento dos pioneiros” marcou o tipo de escola e o sistema 
escolar da época, mas não impossibilitou o crescimento da escola 
tecnicista, sendo a escola laica com gratuidade, obrigatoriedade e 
coeducação alguns dos tantos princípios que esse Manifesto assenta a 
escola unificada. O Manifesto prescrevia a inovação para o progresso da 
educação.
Políticas Públicas e Educação
16
No período de 1946 até 1964, houve um grande avanço na política 
educacional brasileira, que abarca o ensino na zona rural e a classe 
trabalhadora, desencadeando amplas defensorias da escola pública, no 
entanto, os resultados alcançados não correspondiam às expectativas da 
sociedade. No período de 1965 até 1970, de cada mil alunos matriculados 
no Ensino Fundamental, apenas 101 alcançavam a 8ª série.
Na década de 1960, surge uma nova organização educacional, 
pela Lei nº 4.024/61 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação - LDB), 
tornando o sistema de ensino um ponto de conflito entre os segmentos 
e grupos sociais. Essa primeira LDB foi considerada uma lei completa, 
pois estabelecia diretrizes e bases para toda a educação nacional, ou seja, 
para todos os níveis de ensino, desde a pré-escola até o nível superior.
Estabeleceu a seguinte estrutura para o ensino:
Cursos 
1. Primário — obrigatório e gratuito com duração de quatro anos (1ª 
a 4ª série).
2. Ginásio — não obrigatório e gratuito nas escolas públicas com 
duração de quatro anos (5ª a 8ª série).
3. Colegial — subdividido em “clássico” e “científico”, não era 
obrigatório, mas era gratuito nas escolas públicas, com duração 
de três anos.
4. Superior — não obrigatório e gratuito nas escolas públicas.
Apesar das prescrições, os dados do MEC/SEEC demonstram que, 
em 1964, apenas dois terços das crianças estavam matriculadas. Diante 
dessa circunstância de exclusão social, o princípio de direito e o dever da 
educação para todos os cidadãos passa a descrédito. A partir do golpe de 
1964, o país passou por uma centralização administrativa, o que mudou 
o direcionamento e a condução do trabalho pedagógico e discente nos 
diferentes níveis de ensino do sistema público. 
A melhor forma de educação era a instrução programada, que 
tinha objetivos de conteúdo e de comportamento para os estudantes, em 
especial no Ensino Médio, em que só se podia trabalhar com questões 
Políticas Públicas e Educação
17
fechadas, as quais o aluno não podia transcender. O aluno tinha uma 
pergunta com uma série de respostas estabelecidas das quais não 
poderia escapar: uma delas era correta e não se cabia questionamentos 
da realidade. 
A resistência à ditadura gerou movimentos de luta democrática. A 
década de 1980 reflete essas ações, o que resulta no retorno ao estado 
democrático, e em seguida, a instalação da constituinte. Os diferentes 
setores da sociedade se organizam para garantir o direito de influenciar 
no processo de mudanças que ficam mais fortes no país.
Temos a segunda LDB, nº 5.692, de 11 de agosto de 1971. Com ela, 
surge a unificação do ensino primário com o ginásio, constituindo o “1º 
grau” tornando os oito primeiros anos obrigatórios e gratuitos em escolas 
públicas. Essa lei estabeleceu a seguinte estrutura:
 • Ensino do 1º grau – obrigatório e gratuito nas escolas públicas, 
com duração de oito anos.
 • Ensino do 2º grau – não obrigatório, mas gratuito nas escolas 
públicas, com duração de três ou quatro anos obrigatórios e 
profissionalizante.
A obrigatoriedade da profissionalização do ensino de 2º grau foi 
abolida em 1982, já que tinha sido um completo fracasso, devido à falta 
de condições e de recursos necessários por parte da maioria das escolas 
públicas. A democratização das escolas necessita de uma autonomia 
destas, mas vinculadas à política geral do Estado para que as instituições 
de ensino não percam seu sentido de público, de atendimento a todos, o 
que não pode acontecer devido a uma privatização interna das escolas. 
Se estas são públicas, são de todos e todos devem participar.
Escola autônoma é aquela que estabelece suas regras e normas para 
sua existência e funcionamento, podendo levar em conta sua realidade. 
Com essa conquista, as unidades escolares estabelecem diretrizes para 
canalizar as forças vindas de diversos setores: governo, administração 
escolar, alunos e pais. Essa foi uma bandeira levantada no fórum nacional 
em defesa da escola pública, em 1987. Esse fórum continuou mobilizado 
em função da LDB.
Políticas Públicas e Educação
18
Em 1996, com a Lei nº 9.394/96 (Lei de Diretrizes e Bases da 
Educação Nacional), levou-se em consideração a realidade educacional, 
normatizando o sistema educacional para garantir o acesso à educação 
de igual para todos. Essa lei traria um conjunto de definições políticas 
que orientariam o sistema educacional brasileiro, introduzindo mudanças 
significativas na educação básica no Brasil. 
Considerando, em especial, além da educação básica (Educação 
Infantil, Ensino Fundamental I e II e Ensino Médio), suas modalidades: 
Educação de Jovens e Adultos, Educação Profissional e Técnica, Educação 
Especial e Educação a distância (EAD). A LDB é o diploma legal que define 
as regras gerais a serem seguidas nas políticas educacionais no país. 
A elaboração dessa nova LDB surgiu da necessidade de a educação 
atender e adequar-se à realidade brasileira e às exigências de um mundo 
cada vez mais globalizado. Do mesmo modo, era necessário elaborar uma 
lei que fosse mais adequada aos assuntos constitucionais que tratavam 
da educação.
IMPORTANTE:
Após a LBD, ainda em vigor, surgiram várias emendas, 
melhorando ainda mais os direitos à educação, como 
o Ensino Infantil (pré-escola obrigatório), que agora é 
obrigatório a partir dos 4 anos, tornando a pré-escola, 
o Ensino Fundamental e o Ensino Médio obrigatórios e 
gratuitos nas escolas públicas. Além do Ensino Fundamental 
de nove anos, entre outros benefícios. Após a LDB, temos a 
Base Nacional Comum Curricular (BNCC) prevista na LDB e 
prescrita para o Ensino Fundamental e a Educação Infantil, 
norteando nacionalmente a construção dos currículos.
Políticas Públicas e Educação
19
O sistema educacional brasileiro — 
avanços e retrocessos
Nas últimas décadas, a educação no Brasil tem transposto períodos 
reflexivos que culminam em uma ideia: a educação precisa mudar. O tema, 
mesmo recorrente, continua atual. Não é mais uma questão de opção ou 
de postura dosprofissionais da educação, mas trata-se de uma exigência 
da sociedade, que cada vez mais prega a mudança da educação para 
que esta seja de qualidade e igualitária. Em todo o mundo estão sendo 
implantadas reformas educacionais para adequar o sistema de ensino às 
mudanças econômicas e sociais. 
As instituições escolares vêm sendo pressionadas a repensar 
o seu papel diante das transformações aceleradas que caracterizam o 
processo de integração e reestruturação capitalista mundial e inovações 
tecnológicas. Os avanços tecnológicos e científicos, as mudanças no 
mundo do conhecimento afetam diretamente a sociedade em suas 
necessidades, e é claro, atingem também a escola, que é cobrada pela 
formação desse “novo cidadão” para o século XXI.
Em resposta a essa exigência, as instituições de ensino têm a todo 
tempo o questionamento do papel e da função da escola, em relação ao 
que a sociedade espera que ela desenvolva na formação integral do aluno 
e exerça verdadeiramente sua cidadania. Para o educador hoje, não basta 
ser um profissional eficiente em sala de aula, mas possuir uma cultura 
geral que inclui conhecimentos legais, jurídicos, cognitivos e pedagógicos 
e saber direcionar a busca do conhecimento dos seus alunos, visto que o 
ensino autodidata vem crescendo. 
O que observamos é que, no Brasil, na maioria das escolas 
públicas, podemos observar: instituições do século XXI estruturalmente 
falando, professores do século XX, que nem sempre se atualizam com 
as novas tendências educacionais, e os alunos do século XXI. Por isso, há 
um abismo entre a versão escolar e a versão social, e, em consequência 
disso, o fracasso de algumas escolas públicas no Brasil.
Políticas Públicas e Educação
20
RESUMINDO:
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo 
tudinho? Agora, só para termos certeza de que você 
realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, 
vamos revisar o que vimos. Você deve ter aprendido que 
nos primórdios da educação no Brasil, Portugal passa aos 
jesuítas a responsabilidade da gestão da educação e esses 
implantaram as bases, a estrutura e o funcionamento da 
escola brasileira. Posteriormente, foram criados colégios 
e seminários destinados aos filhos dos colonos brancos. 
No fim do Império e início da República, são traçadas as 
primeiras concepções de uma política educacional estatal, 
resultado do fortalecimento do Estado, sob a forma de 
sociedade política. O governo republicano foi quem 
proporcionou o maior crescimento de oportunidades 
escolares elitistas.
Na Constituição de 1891, a escola organiza-se em “graus de 
ensino”, em que o 1º grau seria para crianças de 7 a 13 anos, 
e o 2º grau para crianças a partir de 13 anos. Na década 
de 60, surge uma nova organização educacional, pela Lei 
nº 4.024/61 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação [LDB]), 
estabelecendo a seguinte estrutura para o ensino:
Primário — obrigatório e gratuito com duração de quatro 
anos (1ª a 4ª série).
Ginásio — não obrigatório e gratuito nas escolas públicas 
com duração de quatro anos (5ª a 8ª série).
Colegial — subdividido em “clássico” e “científico”, não era 
obrigatório, mas era gratuito nas escolas públicas, com 
duração de três anos.
Superior — não obrigatório e gratuito nas escolas públicas.
Estudamos que foi criada a segunda LDB, nº 5.692, de 11 
de agosto de 1971. Com ela, surge a unificação do ensino 
primário com o ginásio, constituindo o “1º grau” e tornando 
os oito primeiros anos obrigatórios e gratuitos em escolas 
públicas.
Políticas Públicas e Educação
21
Conceitos do sistema educacional 
brasileiro
OBJETIVO:
O sistema educacional brasileiro está cada vez mais sendo 
lembrado e falado por redes sociais, mídias, nas campanhas 
eleitorais, em congressos, entre outros. Fato este importante, 
visto que a educação é a principal ferramenta para formar 
profissionais e cidadãos mais conscientes dos seus direitos 
e deveres e como a sociedade funciona. Neste tópico, você 
entenderá mais sobre o conceito do sistema educacional 
brasileiro.
O que é o sistema educacional brasileiro?
De acordo com o que estabelece Menezes (2021), o sistema 
educacional é a maneira como se organiza a educação regular no 
processo político brasileiro. 
É a forma de como se organiza a educação regular 
no Brasil. Essa organização se dá em sistemas de 
ensino da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios. A Constituição Federal de 1988, com a Emenda 
Constitucional n.º 14, de 1996 e a Lei de Diretrizes e Bases 
da Educação Nacional (LDB), instituída pela lei nº 9394, 
de 1996, são as leis maiores que regulamentam o atual 
sistema educacional brasileiro. (MENEZES, 2021)
Figura 2 - Sistema educacional brasileiro 
Sistema 
educacional
Regulamentado 
por leis
Organização
Educação 
regular
Fonte: Elaborado pela autora com base em Menezes (2021 online)
Políticas Públicas e Educação
22
No que se refere ao processo estabelecido pela LDB (Lei de 
diretrizes e bases), destaca-se ser uma norma responsável por definir 
os objetivos centrais da educação do Brasil e isso inclui a maneira como 
ela se organiza, quais são os órgãos que irão gerenciar as atividades 
educacionais e ainda, os níveis educacionais que o sistema brasileiro 
oferecerá. Destaca-se, portanto, que os elementos previstos da LDB 
devem estar em consonância com o estabelecido no sistema princípio 
lógico identificado na Constituição Federal.
Figura 3 - Os pressupostos da Lei de Diretrizes e Base
Constituição 
Federal
Sistema 
principiológico
Organização
Níveis 
educacionais
LDB
Gerenciamento 
das atividades 
educacionais
Modalidades 
de ensino
Fonte: Elaborado pela autora com base em Brasil (1996)
Ainda sobre a LDB, destaca-se que exerceu uma grande influência 
na BNCC Um conjunto de orientações de aprendizagem dos alunos para 
atingir metas educacionais. Ela busca garantir que todos os alunos tenham 
acesso aos conhecimentos básicos e indispensáveis, independentemente 
de onde e em quais condições estudam, conforme estabelecido em Brasil 
(2017)
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é um 
documento de caráter normativo que define o conjunto 
orgânico e progressivo de aprendizagens essenciais que 
todos os alunos devem desenvolver ao longo das etapas 
e modalidades da Educação Básica, de modo a que 
tenham assegurados seus direitos de aprendizagem e 
desenvolvimento, em conformidade com o que preceitua 
o Plano Nacional de Educação (PNE). Este documento 
Políticas Públicas e Educação
23
normativo aplica-se exclusivamente à educação escolar, 
tal como a define o § 1º do Artigo 1º da Lei de Diretrizes 
e Bases da Educação Nacional (LDB, Lei nº 9.394/1996) e 
está orientado pelos princípios éticos, políticos e estéticos 
que visam a formação humana integral e a construção 
de uma sociedade justa, democrática e inclusiva, como 
fundamentado nas Diretrizes Curriculares Nacionais 
da Educação Básica (DCN). Cabe à União, aos estados, 
ao Distrito Federal e aos municípios planejar, financiar, 
manter e executar as políticas de ensino que estejam de 
acordo com a BNCC, LDB e as diretrizes constitucionais. 
(BRASIL, 2017)
O Art. 2º da LDB afirma que a educação é inspirada nos princípios 
de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, cuja finalidade é 
desenvolver pessoas para exercerem a cidadania e qualificá-las para o 
trabalho. Além disso, a LDB define que existem duas categorias de ensino: 
a educação básica e a educação superior.
REFLITA:
A LDB trata especificamente de educação, como já 
vimos. Porém, ela divide a educação em ampla e estrita, 
sendo que a primeira é de responsabilidade da família e a 
segunda do Estado. A educação no sentido amplo, é tudo 
aquilo que acontece nos diversos ambientes formativos, 
ou seja, é o que se aprende em qualquer lugar ou espaço. 
Já a educação no sentido estrito, é a que acontece em 
ambientes formais, ou seja, uma educação escolar, sendo 
essa a única que a LDB irá disciplinar(NOGUEIRA, 2021).
Sendo assim, de acordo com o que as referidas normas 
estabelecem, vários órgãos são responsáveis pelo funcionamento do 
nosso sistema educacional e, como será possível compreender abaixo, 
o funcionamento se dará de acordo com o estabelecido em níveis, que 
são, federal, estadual e municipal. No que se refere ao nível federal, 
encontram-se os seguintes órgãos:
 • Ministério da Educação (MEC).
 • Conselho Nacional de Educação (CNE).
Políticas Públicas e Educação
24
Já no âmbito estadual, assim como no Distrito Federal, decisões 
sobre o sistema educacional ficam a cargo das seguintes entidades:
 • Secretarias Estaduais de Educação (SEE).
 • Conselhos Estaduais de Educação (CEE). 
 • Diretorias de Ensino de Educação (DE).
E, por fim, no nível municipal, quem coordena a educação são:
 • Secretarias Municipais de Educação (SME). 
 • Conselhos Municipais de Educação (CME).
SAIBA MAIS:
No intuito de compreender melhor as informações que 
contextualizam a construção da BNCC, sugere-se a leitura 
do texto que pode ser acessado aqui. Através dessa leitura, 
será possível perceber as etapas cronológicas no processo 
de construção do documento que entrou em vigor no ano 
de 2017. Em seguida, torna-se essencial a leitura do texto 
final do documento BNCC que pode ser acessado aqui. 
A organização do sistema educacional 
brasileiro
Como foi possível observar anteriormente, o sistema educacional 
brasileiro é estruturado em níveis de ensino, no sentido de adequar as 
necessidades do estudante de acordo com a sua faixa etária e realidade. 
Portanto, de acordo com a LDB 9.394/96 estabelece, o sistema 
educacional brasileiro está organizado em educação básica e ensino 
superior. Art. 21. A educação escolar compõe-se de:
I – Educação básica, formada pela educação infantil, 
ensino fundamental e ensino médio;
II – Educação superior. (BRASIL, 1996)
Políticas Públicas e Educação
http://basenacionalcomum.mec.gov.br/historico.
http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf
25
No que se refere ao processo de compreensão da educação básica, 
convém destacar que se diz respeito a um processo eminentemente 
obrigatório, ou seja, é dever dos pais e/ou responsáveis que as crianças e 
adolescentes concluam a educação básica, assim como é dever do Estado 
oferecer essa educação. Ela é constituída pelas seguintes modalidades:
 • Educação infantil – Com duração de cinco anos – Creche com 
alunos de 0 a 3 anos e pré-escola com alunos de 4 e 5 anos. Sendo 
obrigatória a matrícula a partir de 4 anos.
 • Ensino fundamental – Duração de nove anos, com alunos de 6 a 
14 anos.
 • Ensino médio – Duração de três anos, com alunos de 15 a 17 anos.
 • Ensino médio técnico – As escolas podem oferecer cursos 
técnicos em turnos inversos. A duração é variável, podendo ser de 
um a três anos.
Ainda no que se refere ao processo estabelecido pela educação 
básica, destacam-se outras modalidades, que são: 
 • Educação de jovens e adultos (EJA) 
Essa é uma das modalidades mais conhecidas na educação 
brasileira. Sua origem advém da necessidade de escolarização de 
pessoas excluídas do processo, mas ficou inicialmente conhecida como 
uma educação de segunda classe para as pessoas adultas e, em geral, 
de classes populares. A necessidade de mão de obra minimamente 
qualificada para atuar na indústria e a diminuição dos números 
vergonhosos de analfabetismo foram os iniciadores do processo para 
que o Estado oferecesse tal modalidade. Anteriormente conhecida como 
supletivo, a atual EJA traz consigo a concepção de inclusão social e oferta 
para aqueles que não tiveram oportunidades na idade própria. A EJA está 
disciplinada na LDB, em especial nos artigos 37 e 38, e possui DCN própria 
para sua oferta.
Políticas Públicas e Educação
26
 • Educação especial 
Seu conceito está disposto no artigo 58 da LDB — a modalidade de 
educação escolar oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, 
para educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento 
e altas habilidades ou superdotação. 
Art. 58. Entende-se por educação especial, para os 
efeitos desta Lei, a modalidade de educação escolar 
oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, 
para educandos com deficiência, transtornos globais do 
desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação. 
(BRASIL, 1996)
Como é possível observar, a LDB teve o cuidado de especificar o que 
seria educação especial e, ainda, como deve ser aplicada, como é o caso 
da definição dos locais e da maneira como deve ser aplicada. Destacando 
a necessidade da instituição de ensino se adequar às peculiaridades de 
cada indivíduo que busca o serviço especial de educação. 
No que se refere ao processo de caracterização, destaca-se que 
ela é encontrada nos artigos 59, 59-A e 60, bem como nas inúmeras 
legislações que foram necessárias para que o processo de inclusão 
pudesse acontecer. 
Art. 59. Os sistemas de ensino assegurarão aos educandos 
com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e 
altas habilidades ou superdotação: 
I - currículos, métodos, técnicas, recursos educativos 
e organização específicos, para atender às suas 
necessidades;
II - terminalidade específica para aqueles que não 
puderem atingir o nível exigido para a conclusão do ensino 
fundamental, em virtude de suas deficiências e aceleração 
para concluir em menor tempo o programa escolar para os 
superdotados;
III - professores com especialização adequada em nível 
médio ou superior, para atendimento especializado, bem 
como professores do ensino regular capacitados para a 
integração desses educandos nas classes comuns;
IV - educação especial para o trabalho, visando a sua efetiva 
integração na vida em sociedade, inclusive condições 
adequadas para os que não revelarem capacidade de 
inserção no trabalho competitivo, mediante articulação 
Políticas Públicas e Educação
27
com os órgãos oficiais afins, bem como para aqueles que 
apresentam uma habilidade superior nas áreas artística, 
intelectual ou psicomotora;
V - acesso igualitário aos benefícios dos programas sociais 
suplementares disponíveis para o respectivo nível do 
ensino regular.
Art. 59-A. O poder público deverá instituir cadastro 
nacional de alunos com altas habilidades ou superdotação 
matriculados na educação básica e na educação superior, 
a fim de fomentar a execução de políticas públicas 
destinadas ao desenvolvimento pleno das potencialidades 
desse alunado. (Incluído pela Lei nº 13.234, de 2015)
Parágrafo único. A identificação precoce de alunos 
com altas habilidades ou superdotação, os critérios e 
procedimentos para inclusão no cadastro referido no 
caput deste artigo, as entidades responsáveis pelo 
cadastramento, os mecanismos de acesso aos dados 
do cadastro e as políticas de desenvolvimento das 
potencialidades do alunado de que trata o caput serão 
definidos em regulamento. (BRASIL, 1996)
Figura 4 - LDB e aspectos da educação especial
LDB Inclusão
Fonte: Elaborado pela autora com base em Brasil (1996)
Compreende-se que a LDB se apresenta como um sistema 
normativo voltado para o processo de inclusão de todos os indivíduos, 
independentemente, de sua condição neurológica. Por isso, compreende-
se como um processo de responsabilidade da escola, visto que cabe 
à instituição possuir estrutura física adequada para a construção da 
igualdade de oportunidades. Destaca-se, portanto, que a criança ou 
adulto que possui algum tipo de condição neuroatípica possui os mesmos 
direitos sobre o acesso à educação de qualquer outra criança ou indivíduo 
que é neuroatípica. 
Os sistemas de ensino devem matricular os estudantes com 
deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/
superdotação nas classes comuns do ensino regular e no Atendimento 
Políticas Públicas e Educação
28
Educacional Especializado (AEE), complementar ou suplementarà escolarização, ofertado em salas de recursos multifuncionais ou 
em centros de AEE da rede pública ou de instituições comunitárias, 
confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos.
 • Educação profissional e tecnológica 
A educação profissional e tecnológica, no cumprimento dos objetivos 
da educação nacional, integra-se aos diferentes níveis e modalidades 
de educação e às dimensões do trabalho, da ciência e da tecnologia, e 
articula-se com o ensino regular e com outras modalidades educacionais: 
EJA, educação especial e educação a distância (EAD). Como modalidade da 
educação básica, a educação profissional e tecnológica ocorre na oferta de 
cursos de formação inicial e continuada ou qualificação profissional e nos de 
educação profissional técnica de nível médio. No que se refere à previsão 
legal da educação profissional e tecnológica, indica-se o estabelecido no 
artigo 39º, que se encontra disposto da seguinte maneira:
Art. 39. A educação profissional e tecnológica, no 
cumprimento dos objetivos da educação nacional, integra-
se aos diferentes níveis e modalidades de educação e 
às dimensões do trabalho, da ciência e da tecnologia. 
(Redação dada pela Lei nº 11.741, de 2008)
§ 1º Os cursos de educação profissional e tecnológica 
poderão ser organizados por eixos tecnológicos, 
possibilitando a construção de diferentes itinerários 
formativos, observadas as normas do respectivo sistema e 
nível de ensino. (Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008)
§ 2º A educação profissional e tecnológica abrangerá os 
seguintes cursos: (Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008)
I – de formação inicial e continuada ou qualificação 
profissional; (Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008)
II – de educação profissional técnica de nível médio; 
(Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008)
III – de educação profissional tecnológica de graduação e 
pós-graduação. (Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008)
§ 3º Os cursos de educação profissional tecnológica de 
graduação e pós-graduação organizar-se-ão, no que 
concerne a objetivos, características e duração, de acordo 
com as diretrizes curriculares nacionais estabelecidas 
pelo Conselho Nacional de Educação. (Incluído pela Lei nº 
11.741, de 2008). (BRASIL, 1996)
Políticas Públicas e Educação
29
Ao analisar o texto apresentado do dispositivo normativo acima, 
destaca-se que se trata de uma iniciativa do poder público para ampliar o 
processo de aperfeiçoamento e, ainda, de inclusão da população. A educação 
profissional e o ensino tecnólogo, acima de qualquer coisa, ampliam as 
oportunidades dos jovens e adultos que desejam entrar no mercado de 
trabalho, mas que por várias questões não tiveram oportunidades.
 • Educação básica do campo 
A educação para a população rural está prevista com adequações 
necessárias às peculiaridades da vida no campo e de cada região, 
definindo-se orientações para três aspectos essenciais à organização da 
ação pedagógica: conteúdos curriculares e metodologias apropriadas 
às reais necessidades e aos interesses dos estudantes da zona rural, 
organização escolar própria, incluindo adequação do calendário escolar 
às fases do ciclo agrícola e às condições climáticas e, ainda, adequação à 
natureza do trabalho na zona rural. 
Nesse sentido, observa-se o disposto no artigo 28º da LDB que 
estabelece o seguinte:
Art. 28. Na oferta de educação básica para a população 
rural, os sistemas de ensino promoverão as adaptações 
necessárias à sua adequação às peculiaridades da vida 
rural e de cada região, especialmente:
I - conteúdos curriculares e metodologias apropriadas às 
reais necessidades e interesses dos alunos da zona rural;
II - organização escolar própria, incluindo adequação 
do calendário escolar às fases do ciclo agrícola e às 
condições climáticas;
III - adequação à natureza do trabalho na zona rural.
Parágrafo único. O fechamento de escolas do campo, 
indígenas e quilombolas será precedido de manifestação 
do órgão normativo do respectivo sistema de ensino, que 
considerará a justificativa apresentada pela Secretaria de 
Educação, a análise do diagnóstico do impacto da ação 
e a manifestação da comunidade escolar. (BRASIL, 1996)
Portanto, a identidade da escola do campo é definida pela 
vinculação com as questões inerentes à sua realidade, com propostas 
pedagógicas que contemplam sua diversidade em todos os aspectos, 
como sociais, culturais, políticos, econômicos, de gênero, geração e etnia. 
Políticas Públicas e Educação
30
Além do mais, as formas de organização e metodologias pertinentes 
à realidade do campo devem ser acolhidas, como a pedagogia da terra, 
pela qual se busca um trabalho pedagógico fundamentado no princípio 
da sustentabilidade, para assegurar a preservação da vida das futuras 
gerações, e a pedagogia da alternância, na qual o estudante participa, 
concomitante e alternadamente, de dois ambientes/situações de 
aprendizagem: o escolar e o laboral, supondo parceria educativa, em que 
ambas as partes são corresponsáveis pelo aprendizado e pela formação 
do estudante.
 • Educação escolar indígena 
Previsto no artigo 78º da LDB, a educação escolar indígena dispõe 
que as unidades educacionais inscritas em terras indígenas e suas 
culturas, as quais têm uma realidade singular, requerem uma pedagogia 
própria em respeito à especificidade étnico-cultural de cada povo ou 
comunidade e formação específica de seu quadro docente, observados 
os princípios constitucionais, a base nacional comum e os princípios que 
orientam a educação básica brasileira. 
Art. 78. O Sistema de Ensino da União, com a colaboração 
das agências federais de fomento à cultura e de assistência 
aos índios, desenvolverá programas integrados de ensino 
e pesquisa, para oferta de educação escolar bilíngue 
e intercultural aos povos indígenas, com os seguintes 
objetivos:
I - proporcionar aos índios, suas comunidades e povos, a 
recuperação de suas memórias históricas; a reafirmação 
de suas identidades étnicas; a valorização de suas línguas 
e ciências;
II - garantir aos índios, suas comunidades e povos, o acesso 
às informações, conhecimentos técnicos e científicos da 
sociedade nacional e demais sociedades indígenas e não-
índias. (BRASIL, 1996)
Na estruturação e no funcionamento das escolas indígenas, é 
reconhecida a sua condição de possuidores de normas e ordenamento 
jurídico próprios, com ensino intercultural e bilíngue, visando a valorização 
plena das culturas dos povos indígenas e a afirmação e manutenção de 
sua diversidade étnica.
Políticas Públicas e Educação
31
Figura 5 - Educação escolar indígena
Peculiarudades 
culturais
Elementos 
históricos
Valorização 
da linguagem
Educação 
indigena
Favorecimento da 
identidade étnica
Fonte: Elaborado pela autora com base em Brasil (1996)
 • Educação escolar quilombola 
A educação escolar quilombola é desenvolvida em unidades 
educacionais inscritas em suas terras e cultura, requerendo pedagogia própria 
em respeito à especificidade étnico-cultural de cada comunidade e formação 
específica de seu quadro docente, observados os princípios constitucionais, 
a base nacional comum e os princípios que orientam a educação básica 
brasileira. Nesse sentido, de acordo com o que estabelecem as diretrizes 
nacionais para a educação escolar quilombola (2012), observa-se que:
A Educação Escolar Quilombola é desenvolvida em unidades 
educacionais inscritas em suas terras e cultura, requerendo 
pedagogia própria em respeito à especificidade étnico-
cultural de cada comunidade e formação específica de seu 
quadro docente, observados os princípios constitucionais, a 
base nacional comum e os princípios que orientam a Educação 
Básica brasileira. Na estruturação e no funcionamento das 
escolas quilombolas, deve ser reconhecida e valorizada sua 
diversidade cultural. (BRASIL, 2012 p. 42)
Dessa maneira, convém destacar que no âmbito da estruturação e 
do funcionamento das escolasquilombolas, bem como nas demais, deve 
ser reconhecida e valorizada a diversidade cultural.
 • EAD 
É a modalidade educacional na qual os alunos e professores estão 
separados, física ou temporalmente e, por isso, faz-se necessária a 
utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação (TICs). Essa 
modalidade é regulada por uma legislação específica e pode ser implantada 
Políticas Públicas e Educação
32
na educação básica (EJA, educação profissional técnica de nível médio) e 
na educação superior. A modalidade EAD caracteriza-se pela mediação 
didático–pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem que ocorre 
com a utilização de TICs, com estudantes e professores desenvolvendo 
atividades educativas em lugares e/ou tempos diversos.
VOCÊ SABIA?
Você sabia que com os avanços no sistema educacional 
brasileiro, os cursos EAD foram bem-sucedidos e cresceram 
muito nesta última década?
RESUMINDO:
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo 
tudinho? Agora, só para termos certeza de que você 
realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, 
vamos revisar o que vimos. Você deve ter aprendido que a 
educação básica tem caráter obrigatório, ou seja, é dever 
dos pais e/ou responsáveis que as crianças e adolescentes 
concluam a educação básica, assim como é dever do 
Estado oferecer essa educação. Ela é constituída pelas 
seguintes modalidades:
Educação infantil. 
Ensino fundamental.
Ensino médio. Ensino médio técnico 
Outras modalidades da educação básica:
Educação de jovens e adultos (EJA). 
Educação especial. 
Educação profissional e tecnológica. 
Educação básica do campo 
Educação escolar indígena. 
Educação escolar quilombola. 
EAD. 
Políticas Públicas e Educação
33
Princípios do sistema educacional 
brasileiro
OBJETIVO:
Ao término deste capítulo você será capaz de entender os 
princípios do sistema educacional brasileiro e que estes 
vêm da constituição. Você verá também os educacionais 
propostos para uma rede colaborativa além dos princípios 
que fazem da educação Finlandesa um sucesso. Isto será 
fundamental para o exercício de sua profissão. E então? 
Motivado para desenvolver esta competência? Então 
vamos lá. Avante!
A Constituição Federal estabelece um complexo sistema de 
proteção do indivíduo que pode ser identificada durante todo o texto 
constitucional. Por isso, observa-se a grande influência que o presente 
texto constitucional possui no processo de construção do texto 
constitucional. A referida questão pode ser encontrada nos artigos 205 
da Constituição Federal, como é possível identificar na transcrição dos 
dispositivos apresentados abaixo. 
Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e 
da família, será promovida e incentivada com a colaboração 
da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da 
pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua 
qualificação para o trabalho. 
Art. 208. O dever do Estado com a Educação será 
efetivado mediante a garantia de: III - atendimento 
educacional especializado aos portadores de deficiência, 
preferencialmente na rede regular de ensino; IV - 
atendimento em creche e pré-escola às crianças de 0 a 
6 anos de idade. 
Art. 213. Os recursos públicos serão destinados às 
escolas, podendo ser dirigidos a escolas comunitárias, 
confessionais ou filantrópicas, definidas em lei, que: I – 
comprovem finalidade não lucrativa e apliquem seus 
excedentes financeiros em educação. (BRASIL, 1988) 
Políticas Públicas e Educação
34
Figura 6 - Constituição Federal
Fonte: Wikimedia Commons. 
Ao analisar os dispositivos acima, convém destacar o cuidado que 
a Constituição Federal teve ao afirmar que estudar é um direito de todas 
as pessoas, independentemente de sua condição financeira, política ou 
étnica. Além do mais, o próprio texto constitucional destaca que é dever 
do Estado garantir este acesso à educação, mas que deve haver a parcela 
de responsabilidade da família no que se refere ao cumprimento do 
direito educacional. Inclusive se torna essencial destacar que a família 
que não favorece a inclusão dos filhos no processo educacional, deve ser 
responsabilizada. 
Ainda no artigo 205 é possível observar que a educação amplia os 
horizontes da criança, pois favorece o seu desenvolvimento completo 
como ser humano, visto que oferece a construção de aspectos essenciais 
para o exercício de sua cidadania, ou seja, para a sua participação integral 
como membro de uma sociedade e, ainda, ser capaz de modificar o 
cenário em que se encontra inserido. Como será visto no tópico a seguir, 
o sistema educacional será fundamentado nos aspectos principiológicos, 
ou seja, independentemente de sua condição, o indivíduo possuirá o 
direito de acesso à educação. No que se refere ao sujeito responsável 
para garantir o funcionamento dos preceitos educacionais, observa-se 
que no artigo 208 está disposto que:
Políticas Públicas e Educação
35
O dever do Estado com a Educação será efetivado mediante 
a garantia de: III - atendimento educacional especializado 
aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede 
regular de ensino; IV - atendimento em creche e pré-
escola às crianças de 0 a 6 anos de idade. (BRASIL, 1988)
O referido dispositivo destaca que compete ao poder público 
garantir o acesso à educação para todas as pessoas, indistintamente, 
ou seja, mesmo que o sujeito apresente alguma condição neuroatípica, 
conforme encontra-se destacado no inciso III. Além do mais, das 
informações apreendidas no presente dispositivo, torna-se possível 
compreender que o sistema educacional é obrigatório, ou seja, as famílias 
e o poder público não têm a opção de não oferecer educação às suas 
crianças e adolescentes. 
SAIBA MAIS:
No que se refere à obrigatoriedade da criança estar 
na escola, destaca-se o especificado na Emenda 
Constitucional 59/2009, que estabelece a necessidade das 
famílias matricularem seus filhos na escola e nos casos de 
inexistência de vaga, o poder público precisa acolher esta 
criança a partir da criação de novas vagas. Nesse sentido, 
para compreender um pouco melhor o funcionamento 
da obrigatoriedade de se conceder acesso à educação, 
indica-se a leitura do artigo de opinião escrito por Marcela 
Campos, cujo título é “pais terão que matricular filhos a 
partir dos 4 anos”. O artigo pode ser acessado aqui. 
Por fim, não menos importante, o artigo 213 da Constituição Federal 
estabelece as especificações acerca do uso dos recursos públicos 
referentes ao processo educacional.
Art. 213. Os recursos públicos serão destinados às 
escolas, podendo ser dirigidos a escolas comunitárias, 
confessionais ou filantrópicas, definidas em lei, que: I – 
comprovem finalidade não lucrativa e apliquem seus 
excedentes financeiros em educação.
Destaca-se, portanto, que os recursos públicos se destinarão para 
as escolas públicas ou ainda, para instituições filantrópicas que objetivam, 
Políticas Públicas e Educação
https://www.gazetadopovo.com.br/vida-e-cidadania/pais-terao-de-matricular-os-filhos-a-partir-de-4-anos-3s400hvpvagb7romy3aovu580/
36
essencial, o favorecimento da educação. A referida questão visa, tão 
somente, afastar o uso dos recursos públicos por instituições privadas e, 
portanto, evitar a possibilidade de ocorrência de atos de corrupção.
Princípios educacionais propostos para 
uma rede colaborativa de educadores
A atual Constituição da República Federativa do Brasil foi 
promulgada em 5 de outubro de 1988. No que se refere à educação, 
como foi destacado no tópico anterior, mais especificamente no capítulo 
III que versa sobre Educação, Cultura e Desporto e na Seção I que versa 
sobre Educação observa-se um amplo sistema de proteção ao sistema 
educacional, de maneira a garantir acesso irrestrito à educação. 
No caso do artigo 206, a Constituição Federal estabelece quais são 
os princípios que irão nortear as atividades educacionais, como é possível 
identificar nafigura 7, apresentada abaixo. 
Figura 7 - Princípios Constitucionais que fundamentam o Direito à educação 
Liberdade Gratuidade
Pluralismo Valorização
Igualdade
Fonte: Elaborado pela autora com base em Brasil (1988)
Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes 
princípios:
I - igualdade de condições para o acesso e permanência 
na escola;
II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o 
pensamento, a arte e o saber;
III - pluralismo de ideais e de concepções pedagógicas, e 
coexistência de instituições públicas e privadas de ensino;
IV - gratuidade do ensino público em estabelecimentos 
oficiais;
V - valorização dos profissionais do ensino, garantido, na 
forma da lei, plano de carreira para o magistério público, 
Políticas Públicas e Educação
37
com piso salarial profissional e ingresso exclusivamente 
por concurso público de provas e títulos, assegurado 
regime jurídico único para todas as instituições mantidas 
pela União;
V - valorização dos profissionais do ensino, garantidos, na 
forma da lei, planos de carreira para o magistério público, 
com piso salarial profissional e ingresso exclusivamente 
por concurso público de provas e títulos; (Redação dada 
pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
V - valorização dos profissionais da educação escolar, 
garantidos, na forma da lei, planos de carreira, com 
ingresso exclusivamente por concurso público de provas 
e títulos, aos das redes públicas; (Redação dada pela 
Emenda Constitucional nº 53, de 2006)
VI - gestão democrática do ensino público, na forma da lei;
VII - garantia de padrão de qualidade.
VIII - piso salarial profissional nacional para os profissionais 
da educação escolar pública, nos termos de lei federal. 
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006)
Parágrafo único. A lei disporá sobre as categorias de 
trabalhadores considerados profissionais da educação 
básica e sobre a fixação de prazo para a elaboração ou 
adequação de seus planos de carreira, no âmbito da 
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. 
(BRASIL, 1988)
Partindo desse pressuposto, a Constituição determina que a 
educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida 
e incentivada com a colaboração da sociedade, visando o pleno 
desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e 
sua qualificação para o trabalho conforme o art. 205.
Figura 8 - Os pressupostos da Educação 
Igualdade Autonomia
Educação ampla
Consciência 
crítica
Participação 
da sociedade
Inclusiva
Fonte: Elaborado pela autora com base em Brasil (1988)
Políticas Públicas e Educação
38
Percebe-se, portanto, que a educação a ser estruturada no Estado 
democrático de Direito com fundamento na Constituição Federal, 
visa o amplo desenvolvimento do indivíduo, afastando, portanto, as 
possibilidades de violação dos Direitos Humanos.
Constitui dever da família, da sociedade e do Estado assegurar 
à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à 
saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, 
à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, 
além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, 
exploração, violência, crueldade e opressão, conforme estabelece o 
artigo 227º da Constituição Federal.
Art. 227 É dever da família, da sociedade e do Estado 
assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com 
absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, 
à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à 
dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar 
e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma 
de negligência, discriminação, exploração, violência, 
crueldade e opressão. (BRASIL, 1988)
E, nos casos de não se cumprir o estabelecido pela norma 
acima especificada, os sujeitos envolvidos no processo poderão ser 
responsabilizados diretamente pela omissão ou negligência no processo 
de cumprimento das determinações educacionais. 
No que se refere às possibilidades do exercício da prestação de 
serviço educacional, destaca-se que o ensino é livre à iniciativa privada, 
desde que sejam cumpridas as normas gerais da educação nacional e o 
seu funcionamento seja autorizado e avaliado pelo poder público (art. 209). 
Dessa maneira, destaca-se que tanto a iniciativa privada como a iniciativa 
pública podem oferecer atividades educacionais para a sociedade. 
Portanto, amplia as possibilidades de acesso à educação, conforme se 
observa nos preceitos estabelecidos na Constituição Federal.
Políticas Públicas e Educação
39
Figura 9 - Os pressupostos para o exercício da Educação 
Iniciativa 
privada
Iniciativa 
pública
Ampliação 
da educação
Fonte: Elaborado pela autora com base em Brasil (1988)
Então, a partir desses princípios, foram necessários outros 
documentos, como, LDB 9.394/96 e suas alterações, a BNCC, emendas 
constitucionais, para regulamentar vários desses princípios, inclusive em 
relação aos investimentos que os governos Federal, Estadual e Municipal 
poderiam ter e aplicar.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, publicada em 1996, 
além de anunciar os princípios constitucionais, ampliou-os, incorporando o 
respeito à liberdade e o apreço à tolerância, a coexistência das instituições 
públicas e privadas de ensino, a valorização da experiência extraescolar 
e a vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as práticas sociais. 
Segue abaixo um quadro das leis que regulamentam atualmente o sistema 
educacional brasileiro, visando os princípios que o norteiam.
Quadro 1: Leis que regulamentam o sistema educacional brasileiro
1988 Constituição Federal 
1990 Lei nº 8.069 Estatuto da Criança e Adolescente 
1996 Emenda Constitucional nº 11 Autonomia Universitária
Emenda nº 14 Criação FUNDEF
Lei nº 9.394/96
Lei de Diretrizes e Bases da Educação 
Nacional — LDBEN
Lei nº 9.424 Regulamentação do FUNDEF
Decreto nº 2.264 Regulamentação do FUNDEF
Lei nº 10.172 Plano Nacional da Educação
2007 Lei nº 11.494/2007
FUNDEB — Fundo de manutenção e 
Desenvolvimento da Educação Básica e da 
Valorização dos professores da Educação
Fonte: Elaborado pela autora (2021).
Políticas Públicas e Educação
40
Esses princípios citados na Constituição são as BASES para a 
formação integral do ser humano e partir delas é que surgiram outros 
princípios que também norteariam a educação, para que ela tenha um 
papel crucial na transformação e desenvolvimento das formas de pensar 
e agir. Segundo o site Escolas de Redes, eles sugerem seis princípios a 
serem trabalhados, a fim de inserir uma rede colaborativa de educadores 
que poderão servir de pontos de partida para um multidiálogo. 
Carta de Princípios da Rede RC – núcleo SP
(...) [esta é] uma rede colaborativa formada por pessoas 
que militam pela transformação da Educação Pública (1). 
Nossa finalidade inicial é a de promover a comunicação 
e o apoio mútuo entre pessoas, organizações e projetos 
que tenham por objetivo contribuir para a superação 
dos arcaicos paradigmas educacionais vigentes. (...) os 
modelos educacionais e as práticas educativas possuem 
decisivas condicionantes socioculturais. Este fato exige 
que, para a transformação da Educação, tenhamos de 
ultrapassar seu âmbito restrito, englobando as dimensões 
sociais, políticas e culturais. (...) a Educação atualmente 
praticada não contribui para que as gerações futuras 
tenham condição de superar os cruciais desafios postos 
para e pela humanidade. Mais do que isso, essa educação 
acaba por incentivar a formação de pessoas que tendem 
a reproduzir o modo de pensar, sentir, agir e viver que 
produziram tais desafios. Para que os atuais paradigmas 
educacionais possam ser superados é necessário 
estabelecer novas concepções que apontem formas 
alternativas de pensar, estruturar e praticar a Educação. (...) 
São estes princípiosque, a nosso ver, devem fundamentar 
a vital transformação da Educação, para que esta possa 
corresponder às necessidades das pessoas e das 
sociedades contemporâneas:
1. Educar [se] para a Integralidade.
2. Educar [se] em Solidariedade.
3. Educar [se] na Diversidade.
4. Educar [se] na Realidade.
5. Educar [se] na Democracia.
6. Educar [se] com Dignidade. (CASTRO, et al. 2009) p. 23
Políticas Públicas e Educação
41
Observa-se que os princípios de integridade, solidariedade, 
diversidade, realidade, democracia e dignidade fomentam os princípios 
da Constituição. Porém, em uma ótica socioemocional mais do que 
cognitiva, a BNCC trouxe-os como “base” das competências gerais a 
serem trabalhados nos conteúdos mínimos a serem ministrados pela 
educação no Brasil.
Figura 10 - Princípios norteadores da educação 
Educação
Diversidade
Dignidade
Realidade
Integralidade
Democracia
Solidariedade
Fonte: Elabora pela autora com base em Castro et al. (2009 p.23)
Princípios que fazem da educação da 
Finlândia um sucesso
Uma reforma curricular adotada pela Agência Nacional Finlandesa 
para a educação de 2016 fez com que crescesse mais a participação dos 
alunos pela aprendizagem, e assim os alunos tornaram-se mais bem-
sucedidos no seu aprendizado acadêmico e socioemocional.
Neste ensino, os alunos estabelecem metas, resolvem seus 
problemas e avaliam seu aprendizado com base nas suas metas 
estabelecidas. Os princípios que embasam a educação na Finlândia 
enfatizam a escola como uma “comunidade de aprendizagem”, visando:
Políticas Públicas e Educação
42
 • Habilidades transversais – Conhecidas como o “aprender a 
aprender”, enfatizando o “cuidar de si mesmo” e gerenciar sua 
vida cotidiana, bem como ênfase nas habilidades ativas que 
os alunos poderão utilizar para o resto de suas vidas, como 
empreendedorismo, participação, envolvimento e criação de um 
futuro sustentável.
 • Apoio governamental – Como o próprio nome diz, apoio do 
governo, ou seja, apoio do governo financeiro para custear esse 
ensino. Porém, para promover os currículos das escolas, a Agência 
Nacional de Educação na Finlândia e o governo buscam ferramentas 
que apoiem o ensino. Uma delas foi a venda do seu programa 
educacional antibullying para 17 países ao redor do mundo.
 • Aprendizagem multidisciplinar – Todo ano letivo, cada escola 
tem um tema ou projeto definido que culmine com o conteúdo 
em todas as disciplinas, chamados de “módulos de aprendizagem 
multidisciplinar”.
 • Diferenciação – Há um respeito muito grande em relação à 
individualidade dos alunos, por isso, eles não ensinam todos da mesma 
maneira, considerando que cada aluno tem sua individualidade e seu 
modo de aprender. Os professores precisam diferenciar suas aulas, 
o que implica em, geralmente, pelo menos cinco tipos de tarefas 
diferentes na mesma classe e ao mesmo tempo.
 • Diversidade na avaliação do aluno – Na Finlândia, a “AVALIAÇÃO” 
não é vista como um momento punitivo e classificatório, o 
novo currículo finlandês enfatiza a diversidade nos métodos 
de avaliação, bem como a avaliação que orienta e promove a 
aprendizagem. Informações sobre o progresso acadêmico de 
cada aluno devem ser dadas ao aluno e aos responsáveis com 
frequência. O retorno avaliativo também é fornecido de outras 
maneiras que não relatórios ou certificados. A autoavaliação e 
a avaliação entre pares desempenham um papel importante na 
avaliação e na habilidade de aprender a aprender.
Políticas Públicas e Educação
43
 • Um papel ativo para seus alunos – Neste princípio, os professores 
devem falar menos e deixar o aluno fazer mais, dando, assim, 
AUTONOMIA a eles. Os professores facilitam o ensino, enquanto os 
alunos estabelecem metas, refletem e resolvem problemas da vida 
real. Também estimulamos a curiosidade dos alunos estudando em 
ambientes fora da sala de aula, como o pátio da escola, a floresta, 
uma biblioteca ou até mesmo um shopping center.
Todos esses princípios são fundamentais para a boa educação, 
e a Finlândia leva à sério esses fatores, mas o mais importante é que o 
sistema educacional deles é dedicado a ajudar todos os estudantes a 
crescer como seres humanos.
RESUMINDO:
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo 
tudinho? Agora, só para termos certeza de que você 
realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, 
vamos revisar o que vimos. Você viu os princípios propostos 
para uma rede colaborativa de educadores e conheceu os 
princípios que tornam a educação da Finlândia um sucesso.
Políticas Públicas e Educação
44
Características do sistema educacional 
brasileiro
OBJETIVO:
Ao término deste capítulo você será capaz de entender 
as características do sistema educacional brasileiro, as 
características gerais dos sistemas educativos, assim 
como, as características das escolas no Brasil. Isto será 
fundamental para o exercício de sua profissão. E então? 
Motivado para desenvolver esta competência? Então 
vamos lá. Avante!
Características gerais dos sistemas 
educativos
Para que seja possível compreender as informações apresentadas 
no presente capítulo, convém destacar o que estabelece Torres e 
Kawahara (s.d., p.05) ao dispor que: 
O sistema de ensino pode ser compreendido como um 
conjunto de partes que, coordenadas e integradas entre 
si, permitem estabelecer uma interligação lógica entre as 
esferas educacionais do nosso país, formando um todo 
autônomo e independente para atingir um objetivo comum. 
Como no Brasil os três entes federal, estadual e municipal 
são constitucionalmente responsáveis pela oferta da 
educação básica pública, a legislação preceitua que essa 
oferta deve se dar por meio do Regime de Colaboração. 
Trata-se, pois, de uma estratégia para evitar sobreposição 
e dispersão de ações. (TORRES; KAWAHARA, s.d., p.05)
Isso significa informar que o sistema de ensino é dever do poder 
do público e para que isso aconteça torna-se essencial a interligação de 
atividades desempenhadas, de maneira colaborativa, por todos os sujeitos 
que se encontram evolvidos no processo. E, para que isso seja possível, 
a emenda constitucional 59/209 apresenta elementos essenciais no 
sentido de favorecer o cumprimento das questões educacionais previstas 
na constituição, nomeadamente o Plano Nacional de Educação (PNE).
Políticas Públicas e Educação
45
Após a promulgação da Emenda Constitucional (EC) nº 59, 
de 12 de novembro de 2009, entre outras modificações 
introduzidas no texto constitucional, o artigo 214 reconhece 
o Sistema Nacional de Educação. De acordo com os 
preceitos da EC nº 59, o Sistema Nacional de Educação 
deve ter como elemento articulador o Plano Nacional 
de Educação (PNE) e o regime de colaboração entre os 
entes federativos, definindo diretrizes, objetivos, metas e 
estratégias de implementação para assegurar a manutenção 
e o desenvolvimento do ensino em seus diversos níveis, 
etapas e modalidades por meio de ações integradas dos 
poderes públicos. (TORRES; KAWAHARA, s.d., p. 06)
Sendo assim, tendo em vista os critérios de classificação de 
“sistemas” dados no início desta unidade, podemos caracterizar o sistema 
educacional brasileiro da seguinte forma:
 • Em relação ao meio – O sistema educativo brasileiro é um sistema 
ABERTO, pois está em plena relação com o meio.
 • Em relação à sua estrutura – É um sistema composto, pois integra 
outros sistemas (subsistemas, por exemplo) que, por sua vez, 
podem ser decompostos em outros níveis.
 • Quanto à sua previsibilidade – É um sistema probabilístico, na 
medida em que é afetado por fatores imprevisíveis ou limitadamente 
previsíveis, que impedem de estabelecer determinados inputs ao 
sistema, provocando efeitos certos e determinados.
 • Por seu dinamismo, é um sistema dinâmico, visto que, para 
efeitos de seu estudo, são consideradas todas ou algumas de 
suas variações no tempo. Evolui consoante o contexto (espaço-
temporal, sociocultural,etc.).
 • Por sua estabilidade, é um sistema relativamente estável, visto que 
tem uma capacidade média de resistência aos fatores de perturbação.
 • Por sua capacidade de regulação, é um sistema eclético (um misto de 
sistema “autorregulado” e de sistema “não autorregulado”), ou seja, tem 
certa capacidade própria de governar/regulação, porém, não deixa de 
depender grandemente do meio para sua gestão ou regulação.
Políticas Públicas e Educação
46
 • Quanto à sua origem, é um sistema artificial, visto ser criado pelo 
homem.
 • Por suas componentes, é um sistema social, visto que está 
constituído por pessoas.
 • Por sua forma de regulação, é um sistema conceitual (está formado 
por ideais e raciocínios) e de procedimentos (está formado por 
regras, normas ou instruções).
Tendo compreendido as características dos sistemas de ensino 
convém destacar que as diretrizes do plano nacional de educação, mais 
especificamente em seu artigo 2º, se fundamentam em algumas questões 
especificas, que são:
Erradicação do analfabetismo; II- universalização do 
atendimento escolar; III- superação das desigualdades 
educacionais, com ênfase na promoção da igualdade 
racial, regional, de gênero e de orientação sexual. 
IV- melhoria da qualidade da educação; V- formação 
para o trabalho e para a cidadania; VI- promoção do 
princípio da gestão democrática da educação; promoção 
humanística, científica, cultural e tecnológica do País. 
VII- estabelecimento de meta de aplicação de recursos 
públicos em educação como proporção do produto 
interno bruto, que assegure atendimento às necessidades 
de expansão, com padrão de qualidade e equidade; 
VIII- valorização dos (as) profissionais da educação; VIX- 
promoção dos princípios do respeito aos direitos humanos, 
à diversidade e à sustentabilidade socioambiental. 
X - difusão dos princípios da equidade, do respeito 
à diversidade e a gestão democrática da educação. 
(BRASIL, 2014)
Dessa maneira, não se pode pensar em desenvolvimento de 
atividades no âmbito da educação nacional, sem que haja um fundamento 
essencial e, nesse caso, como observou-se acima, são os pressupostos 
estabelecidos no PNE. 
Políticas Públicas e Educação
47
Figura 11 - A importância do PNE
PNE
Desenvolvimento 
educacional
Fonte: Autora (2021) baseado em (TORRES, KAWAHARA, s.d., p.16)
Além do mais, analisando de maneira primária as questões da referida 
diretriz, observa-se que se trata de um sistema inclusivo, pois propõe a 
melhoria na qualidade da educação, a ampliação do acesso à educação, 
a construção de cidadãos que se preocupem com o desenvolvimento da 
sociedade através de uma consciência crítica e inclusiva. 
Destacamos que a execução do plano, considerando a 
natureza política do processo de planejamento, ocorrerá 
a partir do apoio dos atores comprometidos com o 
monitoramento contínuo e de avaliações periódicas 
das metas. Assim, destacamos a importância do 
acompanhamento e avaliação dos índices educacionais de 
quatro instâncias: Ministério da Educação (MEC); Comissões 
de Educação da Câmara dos Deputados e Comissão de 
Educação, Cultura e Esporte do Senado Federal; Conselho 
Nacional de Educação (CNE); Fórum Nacional de Educação 
(FNE). (TORRES; KAWAHARA, s.d., p. 16)
Por isso, pensar em um sistema mais integrativo, onde se é capaz 
de pensar no desenvolvimento integral do ensino e de seus partícipes, se 
torna essencial no processo educacional. Sendo assim, conforme destaca 
Torres e Kawahara (s.d., p.16) a solução é pensar em:
Um regime de colaboração específico para a 
implementação de modalidades de educação escolar 
que necessitem considerar territórios étnico-educacionais 
e a utilização de estratégias que levem em conta as 
identidades e especificidades socioculturais e linguísticas 
de cada comunidade envolvida, assegurada a consulta 
prévia e informada a essa comunidade. (TORRES; 
KAWAHARA, s.d., p.16)
Políticas Públicas e Educação
48
Figura 12 - Relação de regime de colaboração com educação de qualidade
Regime de 
colaboração
Estratégias 
adequadas
Educação 
escolar de 
qualidade
Fonte: Elaborado pela autora com base em TORRES e KAWAHARA (s.d., p.16)
Características das escolas eficazes no 
Brasil
Vários estudos demonstram algumas características das escolas 
eficazes. Escolas eficazes são escolas que conseguem motivar (quase) a 
totalidade dos seus alunos a aprender, tanto habilidades básicas quanto 
habilidades socioemocionais/metacognitivas.
Figura 13 - Escolas eficazes
Motivam
Integram
Aperfeiçoamento 
Fonte: Elaborado pela autora com base em Castro et al. (2009 p.23)
É importante que o aluno queira dedicar o maior tempo que lhe 
seja possível a atividades de aprendizagem, fazendo uso intensivo das 
oportunidades de ensino oferecidas. Isso evidencia que, no final das 
contas, o aluno é o fator determinante no processo. Como diz o provérbio 
americano, “You can bring the horse to the water, but you cannot make 
it drink” (É possível levar o cavalo à água, mas não se pode obrigá-lo a 
beber). Naturalmente, isso não altera o fato de que é necessário dar aos 
alunos a chance de despenderem tempo com os estudos. Um currículo 
sobrecarregado torna impossível a aprendizagem.
Políticas Públicas e Educação
49
Figura 14 - Os efeitos de um curriculum sobrecarregado 
Currículo 
sobrecarregado
Cansaço Desmotivação Falta de 
foco
Dificuldades de 
aprendizagem
Fonte: Elaborado pela autora com base em Castro et al. (2009 p.23)
Outro fato importante é que é necessário fornecer aos alunos 
oportunidades concretas de aprenderem: materiais de estudo e livros 
atraentes e convidativos, por exemplo. O que nos leva automaticamente 
aos responsáveis por ofertar essas oportunidades de aprendizagem. Em 
primeiro lugar, os professores nas salas de aula. Importantes elementos 
do currículo são:
 • Objetivos e conteúdos claros e explícitos e de relação social.
 • Estrutura e transparência do conteúdo.
 • O emprego de planos de aulas contextualizados.
 • A avaliação sistemática dos resultados do aluno, oferecendo 
feedback positivo e instrução, além das autoavaliações.
Além disso, a forma de agrupamentos dos alunos é importante. 
É preciso lembrar que a eficácia dos grupos de trabalho depende, em 
muito, dos materiais diversificados de que os professores dispõem, da 
maneira como é feita a avaliação e do modo como é dado o feedback 
e da forma como as informações suplementares são oferecidas. Porém, 
o currículo e as formas de agrupamentos, em si mesmos, representam 
apenas condições. O fator mais importante é o próprio professor, o ser 
humano à frente da classe.
Em primeiro lugar ele (ou ela) pode influenciar o currículo e as 
formas de agrupamentos, embora essa possibilidade dependa do sistema 
de ensino, do país e da escola em questão. Nem todos os currículos 
realmente envolvem desde o início os seus professores em mudanças 
educacionais concretas. E, em muitos casos, o grande número de alunos 
por sala limita as variações nas formas de agrupamento.
Políticas Públicas e Educação
50
No entanto, só o professor pode proporcionar:
 • Uma organização calma e ordenada da classe.
 • Uma forma bem planejada de acoplar o trabalho da classe às 
lições de casa.
 • Formulação precisa de objetivos, com ênfase em número limitado 
de metas, com muita atenção para as habilidades básicas e para a 
aprendizagem cognitiva.
 • Estruturação dos conteúdos curriculares, baseando-se nos 
conhecimentos que o aluno já possui e contextualizar.
 • Apresentações breves e compreensíveis, capazes de cativar a 
atenção do aluno.
 • Ênfase nos conhecimentos prévios dos alunos.
 • Após a apresentação de novo conteúdo, introduzir logo exercícios 
para que a matéria passe a ser praticada e integrada.
 • Muita atenção para a avaliação, feedback positivo, e instrução 
sobre os erros dos alunos e as reflexões sobre isso.
 • Utilizar novas tecnologias educacionais, como aaula invertida.
O papel do professor é essencial em qualquer forma de ensino 
em que se pretende que mais alunos aprendam mais. Porém, todas as 
pesquisas demonstram que, sozinho, o professor não conseguirá esse 
objetivo. Ele precisa da escola, na verdade, de um trabalho em equipe, 
contando com a direção escolar, com a comunidade e estar atento aos 
recursos financeiros para apoiá-los.
Na escola, são criadas as condições didáticas e organizacionais que 
permitem um bom desempenho do professor em sala de aula, com seus 
alunos, porém, o papel de mediador do professor é de real importância. 
São requisitos educacionais importantes:
 • O consenso entre os membros do corpo docente e a direção 
da escola, em especial, em termos de métodos didáticos, de 
material de ensino, de formas de agrupamentos e de atitudes dos 
professores.
Políticas Públicas e Educação
51
 • Um sistema de avaliação dos resultados do aluno que facilite o 
acompanhamento dele durante todo o curso, evitando problemas 
ou corrigindo-os em uma fase inicial. Uma avaliação formativa que 
visa fazer um levantamento sobre o PROCESSO de aprendizagem 
e redirecionar o trabalho, se necessário.
Figura 15 - Desempenho do professor
Condições didáticas
Condições organizacionais
Favorecimento do desempenho do professor
Fonte: Elaborado pela autora com base em Brasil (2014)
São requisitos organizacionais importantes:
 • Uma cultura e uma filosofia da escola que estejam voltadas 
à melhoria da eficácia do ensino, com um trabalho de equipe 
através de coordenação, direção e supervisão que vise a liderança 
e o profissionalismo.
 • Um planejamento sistemático e bem concebido das atividades de 
aprendizagem, combatendo as faltas de alunos e dos professores.
 • Muita atenção para estimular um ambiente calmo e ordenado na 
escola.
 • Consenso entre a direção, coordenação e professores no tocante 
à “missão” (função) da escola.
 • Existência, na escola, de um plano de trabalho bem definido e ser 
revisitado com frequência.
 • Um acordo acerca da progressão do aluno através do currículo, das 
avaliações, analisando as dificuldades que eles estão enfrentando 
e buscar soluções para saná-las.
É preciso prestar muita atenção à coerência entre os vários 
componentes da equipe escolar. Todo o pessoal (tanto a direção, 
a coordenação e os docentes) deve estar disposto a assumir a 
Políticas Públicas e Educação
52
responsabilidade pela coerência da escola. Cada um analisando, dentro 
das funções, o que está ou não dando certo. Isso significa que a filosofia 
da escola não deve ser modificada muito frequentemente. Os professores 
e a direção devem ter tempo para se familiarizar com a mudança. Essa 
realidade colide às vezes com as ideias e os interesses de determinadas 
partes interessadas no contexto da escola: as autoridades, os conselhos 
de educação, os pais e os empregadores. Outra consequência é que 
os diretores das escolas desempenham um papel muito importante no 
processo de inovação educacional. 
A escola também pode adotar algumas políticas que viabilizam 
esse ensino eficaz. Podemos citar entre elas: 
 • Um método sistemático de avaliar e de testar.
 • Formação e apoio aos docentes, visando a eficácia.
Uma escola (e com certeza uma escola pública) nunca se encontra 
isolada no bairro, na cidade ou na região. A escola tem laços com os 
conselhos de educação, com as autoridades, com outras escolas, com 
empresas e instituições. Esse contexto em que a escola está inserida é de 
extrema importância para os alunos se sentirem envolvidos. 
Figura 16 - Escola e sociedade
Família Comunidade
Escola Sistema
Fonte: Elaborado pela autora com base em Brasil (2014)
O contexto da escola pode contribuir para sua eficácia, principalmente 
com as conhecidas “parcerias”. A família, a sociedade e os comércios em 
torno da escola podem ajudar a escola para concretizar seus projetos e 
também ser beneficiada com eles. Além disso, é o contexto que deve dar 
as diretrizes para lidar com o tempo necessário ao ensino. E, por fim, o 
Políticas Públicas e Educação
53
contexto pode promover a eficácia, proporcionando um currículo nacional 
e recursos a ele associados.
SAIBA MAIS:
Quer se aprofundar neste tema? Recomendamos o acesso 
à ao livro Reflexões sobre Políticas Educacionais no Brasil: 
consensos e dissensos sobre a educação pública. São Luís: 
EDUFMA, 2009, p. 88-108.
RESUMINDO:
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo 
tudinho? Agora, só para termos certeza de que você 
realmente entendeu o tema de estudo desta unidade, 
vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido 
que os professores dispõem de muitas possibilidades para 
estimular os alunos para que aprendam mais, desde que a 
escola crie, de forma consistente, as condições didáticas e 
organizacionais necessárias. Além disso, o contexto pode 
contribuir, formulando requisitos e recursos, inclusive 
financeiros necessários. Aumentar a eficácia das escolas 
naturalmente, todos querem que as escolas sejam eficazes. 
Não existe coisa mais triste do que constatar que alunos, 
depois de anos de escolaridade, ou não aprenderam 
nada, ou aprenderam coisas erradas. E, em sua maioria, 
os docentes ficam muito aborrecidos quando, de repente, 
o aluno nunca mais volta à escola; para o professor, cada 
desistência é uma decepção. A prática mostra que não é 
nada fácil concretizar, efetivamente, uma educação eficaz 
em grande número de escolas. Aperfeiçoar escolas é um 
processo complexo, que envolve muitos agentes que, 
em diferentes níveis (aula, escola, conselhos, autoridades) 
devem colaborar uns com os outros. Estratégias em 
grande escala, nas quais as escolas e os professores são 
considerados exclusivamente como agentes executores de 
uma política com a qual não se identificam, têm acabado 
em fracasso.
Políticas Públicas e Educação
54
RESUMINDO:
Podemos afirmar como conclusão que os projetos em 
grande escala em nível nacional podem contribuir para 
a inovação educacional, desde que criem um ambiente 
favorável para os projetos ligados a certo tipo de escola. 
Mas podem também sufocar qualquer eventual inovação, 
se forçarem a escola a seguir um rumo de maneira rígida, 
linear e diretiva. Em projetos de inovação bem-sucedidos, 
são oferecidas aos professores oportunidades de aprender 
de forma crítica-reflexiva. E para finalizar: a presença de 
uma liderança estimulante na escola é fundamental.
Políticas Públicas e Educação
55
REFERÊNCIAS
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do Brasil de 1988. Brasília, DF: Presidência da República, [2016]. Disponível 
em: https://bit.ly/2EBWWYJ. Acesso em: 19 jan. 2021.
BRASIL. LEI Nº 9.394, DE 20 DE DEZEMBRO DE 1996. Estabelece as 
diretrizes e bases da educação nacional. Brasília, DF, 1996. Disponível em: 
http://bit.ly/37R0D6i. Acesso em: 19 jan. 2021.
BRASIL. LEI N° 13.005/2014. Aprova o Plano Nacional de Educação 
– PNE e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência da República. 
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educação básica. Define Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação 
Escolar Quilombola na Educação Básica. Resolução nº 8, 20 de novembro 
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Políticas Públicas e Educação
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SANTOS, S. Q.; MACHADO, V. L. C. Políticas Públicas educacionais: 
antigas reivindicações, conquistas (Lei 10.639) e novos desafios. Disponível 
em: http://bit.ly/34oOkMh. Acesso em 20 set. 2021.
TORRES, G. V. S. T., KAWAHARA, L. S. I. Sistema educacional 
brasileiro: espaços de tensões e luta pelo reconhecimento das diferenças 
e das múltiplas identidades. [s.d.] Disponível em: https://bit.ly/3FulePm. 
Acesso em 28 set. 2021. 
VIEIRA, S. L. Estrutura e Funcionamento da Educação Básica. 
Fortaleza: Edições Demócrito Rocha, 2001, 144 p. 
Políticas Públicas e Educação
Políticas Públicas 
e Educação
Unidade 2
Bases Legais da Educação
Diretor Executivo 
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Gerente Editorial 
CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA
Projeto Gráfico 
TIAGO DA ROCHA
Autoria
PRICILA RIBEIRO ALIAS
AUTORIA
Pricila Ribeiro Alias
Sou formada em Ciências Biológicas, com habilitação em Química 
pela Fundação Santo André e realizei a especialização em Ciências da 
Natureza para crianças pela Universidade de São Paulo (USP). Além 
da graduação citada, sou formada em Pedagogia com habilitação em 
Direção e Supervisão Escolar pela Universidade Bandeirantes (Uniban). 
Com uma vasta experiência técnico-profissional na área educacional há 
mais de 24 anos, tenho, dentre eles, 18 anos na área de docência (como 
professora de Ciências e Química) e 13 anos na coordenação pedagógica 
do Ensino Fundamental I, II, Ensino Médio e Técnico, incluindo escolas 
municipais, estaduais e particulares. Foram 16 anos de docência na 
Secretaria Estadual de Educação e dois anos na ETEC Ribeirão Pires, 10 
anos na Prefeitura Municipal de São Paulo como professora de Ciências 
e Coordenadora Pedagógica, dois anos na Prefeitura Municipal de São 
Bernardo do Campo como coordenadora pedagógica e mais cinco anos 
na coordenação pedagógica de uma escola particular como minha 
penúltima experiência. Como última experiência profissional, exerci a 
função de consultora pedagógica na Editora FTD Educação, ministrando 
formações para diretores, coordenadores e professores, além da 
consultoria pedagógica para estudantes nas orientações de TCC. Já 
ministrei, também, cursinhos preparatórios para concurso público. Sou 
apaixonada pelo que faço e adoro transmitir minha experiência de vida 
àqueles que estão iniciando em suas profissões. Por isso, fui convidada 
pela Editora Telesapiens a integrar seu elenco de autores independentes. 
Estou muito feliz em poder ajudar você nesta fase de muito estudo e 
trabalho. Conte comigo!
ICONOGRÁFICOS
Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez 
que:
OBJETIVO:
para o início do 
desenvolvimento de 
uma nova compe-
tência;
DEFINIÇÃO:
houver necessidade 
de se apresentar um 
novo conceito;
NOTA:
quando forem 
necessários obser-
vações ou comple-
mentações para o 
seu conhecimento;
IMPORTANTE:
as observações 
escritas tiveram que 
ser priorizadas para 
você;
EXPLICANDO 
MELHOR: 
algo precisa ser 
melhor explicado ou 
detalhado;
VOCÊ SABIA?
curiosidades e 
indagações lúdicas 
sobre o tema em 
estudo, se forem 
necessárias;
SAIBA MAIS: 
textos, referências 
bibliográficas e links 
para aprofundamen-
to do seu conheci-
mento;
REFLITA:
se houver a neces-
sidade de chamar a 
atenção sobre algo 
a ser refletido ou dis-
cutido sobre;
ACESSE: 
se for preciso aces-
sar um ou mais sites 
para fazer download, 
assistir vídeos, ler 
textos, ouvir podcast;
RESUMINDO:
quando for preciso 
se fazer um resumo 
acumulativo das últi-
mas abordagens;
ATIVIDADES: 
quando alguma 
atividade de au-
toaprendizagem for 
aplicada;
TESTANDO:
quando o desen-
volvimento de uma 
competência for 
concluído e questões 
forem explicadas;
SUMÁRIO
Instâncias administrativas e organizacionais .....................................10
Órgãos responsáveis pela educação – MEC ............................................................... 11
A administração da escola nos processos educativos e seus recursos 16
Declaração Universal dos Direitos Humanos .....................................20
O que é a Declaração Universal dos Direitos Humanos? ................................. 20
Histórico da Declaração Universal dos Direitos Humanos ............................... 21
Pressupostos da Declaração Universal dos Direitos Humanos .................... 22
A importância da Declaração Universal dos Direitos Humanos ...................28
Declaração da UNESCO/ONU sobre educação ............................... 31
O papel da UNESCO ..................................................................................................................... 31
Constituição da República Federativa do Brasil ............................... 41
Capítulo III – Da educação, da cultura e do desporto – Artigos de 
205 a 214 ............................................................................................................................................... 41
7
UNIDADE
02
Políticas Públicas e Educação
8
INTRODUÇÃO
Nesta unidade, trataremos da estrutura administrativa do sistema 
educacional brasileiro e seus órgãos responsáveis. Além da estrutura, 
iremos tratar de algumas conquistas que, através das políticas públicas 
educacionais, foram criadas, como: Declaração dos Direitos Humanos e 
a Declaração da Unesco (pela Organização das Nações Unidas (ONU). 
Sobre essas declarações, iremos falar sobre seus conceitos, históricos, 
sua importância e seus pressupostos. Para finalizar o capítulo desta 
unidade, iremos falar sobre a lei federal que rege todo o país, a 
Constituição Federal do Brasil de 1988.
Políticas Públicas e Educação
9
OBJETIVOS
Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 2, e o nosso objetivo é auxiliar 
você no desenvolvimento das seguintes competências profissionais até o 
término desta etapa de estudos:
1. Identificar e entender a estrutura do sistema educacional brasileiro 
e seus órgãos responsáveis.
2. Entender sobre a declaração universal dos direitos humanos, seu 
histórico, pressupostos e sua importância para a educação da 
sociedade.
3. Compreender o papel da UNESCO no contexto dos direitos 
humanos.
4. Identificar as referências da Constituição Federal da República de 
1988 no que concerne a proteção e determinação das diretrizes 
educacionais do Brasil.
Então, preparado para uma viagem sem volta rumo ao 
conhecimento? Ao trabalho!
Políticas Públicas e Educação
10
Instâncias administrativas e 
organizacionais
OBJETIVO:
Neste capítulo, faremos uma abordagem sobre a estrutura 
administrativa do sistema em níveis federal, estadual e 
municipal, conselhos e órgãos que normatizam o ensino 
com a finalidade de um correto funcionamento da escola, 
além da abordagem da administração escolar, seus 
recursos e a mudança pragmática de “administração” para 
“gestão”, pensando que a escola tornou-se um ambiente 
do processo educativo mais democrático.
Com o objetivo de oferecer educação de qualidade para todos 
os cidadãos, a escola tem a responsabilidade de fazer cumprir as 
determinações constitucionais. A partir deste pressuposto, a missão da 
escola é funcionar administrando todo processo educacional dos seus 
alunos, fazendo o acompanhamento e registrando adequadamente o 
desenvolvimento físico, cognitivo, moral e emocional destes.
Para isso, a escola precisa administrar cumprindo as diretrizes 
administrativas e pedagógicas advindas das esferas federal, estadual 
e municipal. A gestão democrática das escolas as torna autônomas 
conforme a Lei de diretrizes e Bases (LDB) nº 9.394/96, Art. 3º, Inciso VIII, 
porém, as suas atividades devem ser desenvolvidas em consonância com 
a legislaçãono Brasil.
Entende-se, portanto, que a escola não possui soberania, e sim 
autonomia escolar, devendo cumprir as leis que regem o sistema de 
ensino. A escola faz parte do sistema de ensino brasileiro e esse sistema, 
segundo Menezes (2004, p.138), é comparado a uma pirâmide, estando 
no topo a esfera federal, no meio a estadual, e na base, os municípios e 
a escola.
Políticas Públicas e Educação
11
Órgãos responsáveis pela educação – MEC
As atribuições do poder público federal em matéria de educação 
são exercidas pelo Ministério da Educação (MEC), estabelecido pela LDB. 
O MEC conta com a colaboração do Conselho Nacional de Educação e as 
Câmaras que o compõem ao desempenhar suas funções. 
A União, em colaboração com estados, Distrito Federal e municípios, 
elabora, também, o Plano Nacional de Educação, que tem a função de 
estabelecer diretrizes e metas para os níveis e modalidades de ensino, 
formação de professores e valorização do magistério e financiamento da 
gestão, para um prazo de 10 anos. 
Cabe ao MEC exercer as atribuições do poder público federal em 
matéria de educação. Cabe a ele, portanto, formular e avaliar a política 
nacional de educação, zelar pela qualidade de ensino e velar pelo 
cumprimento das leis que o regem. É o MEC que organiza as políticas 
para educação infantil, ensino fundamental, ensino médio, educação de 
jovens e adultos (EJA), educação indígena, educação especial e educação 
a distância (EAD).
Figura 1 - A educação a partir do poder público federal 
MEC
Conselho Nacional de Educação
Câmaras
Estados Federados
Municípios
Instituições de Ensino
Fonte: Elaborado pela autora com base em Brasil (1996)
Políticas Públicas e Educação
12
Conforme o artigo 8º, § 1º, da Lei nº 9.394/96, cabe à União a 
coordenação da política nacional de educação, articulando os diferentes 
níveis e sistemas e exercendo função normativa, redistributiva e supletiva 
em relação às demais instâncias educacionais, atribuição que exercerá 
executando as incumbências estabelecidas pelo artigo 9º:
I - elaborar o Plano Nacional de Educação, em colaboração 
com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios;
II - organizar, manter e desenvolver os órgãos e instituições 
oficiais do sistema federal de ensino e os dos Territórios;
III - prestar assistência técnica e financeira aos Estados, ao 
Distrito Federal e aos Municípios, exercendo sua função 
redistributiva e supletiva, com prioridade à escolaridade 
obrigatória;
IV - estabelecer, em colaboração com os Estados, o Distrito 
Federal e os Municípios, competências e diretrizes para a 
educação infantil, o ensino fundamental e o ensino médio, 
que nortearão os currículos e seus conteúdos mínimos, de 
modo a assegurar formação básica comum;
V - coletar, analisar e disseminar informações sobre a 
educação;
VI - assegurar processo nacional de avaliação do 
rendimento escolar no ensino fundamental, médio e 
superior, em colaboração com os sistemas de ensino, 
objetivando a definição de prioridades e a melhoria da 
qualidade;
VII - baixar normas gerais sobre cursos de graduação e de 
pós-graduação;
VIII - assegurar processo nacional de avaliação das 
instituições de educação superior;
IX - autorizar, reconhecer, credenciar, supervisionar e 
avaliar, respectivamente, os cursos das instituições de 
educação superior e os estabelecimentos do seu sistema 
de ensino. Estas atribuições poderão ser delegadas aos 
Estados e ao Distrito Federal que mantiverem instituições 
de educação superior. (BRASIL, 1996)
O Artigo 9º prevê, ainda, a existência de um Conselho Nacional de 
Educação, em substituição ao anterior Conselho Federal de Educação, 
com funções normativas e de supervisão e atividade permanente, criado 
por lei própria. 
O Distrito Federal e os estados são responsáveis por organizar, 
manter e desenvolver os órgãos e instituições oficiais dos seus sistemas 
Políticas Públicas e Educação
13
de ensino. Aos estados cabe assegurar o ensino fundamental e o ensino 
médio, conforme Art.10 da LDB nº 9.394/96. 
A administração em nível estadual e do Distrito Federal é constituída 
pela rede de escolas para o desenvolvimento da educação escolar, pelas 
secretarias ou departamentos de educação e pelos Conselhos Estaduais 
de Educação, que, por sua vez, são constituídos pela Câmara de Educação 
Básica e pela Câmara de Educação Superior.
As incumbências dos estados estão definidas no artigo 10 da Lei nº 
9.394/96:
I - organizar, manter e desenvolver os órgãos e instituições 
oficiais dos seus sistemas de ensino;
II - colaborar com os Municípios na oferta do ensino 
fundamental;
III - elaborar e executar políticas e planos educacionais, 
em consonância com as diretrizes e planos nacionais de 
educação;
IV - autorizar, reconhecer, credenciar, supervisionar e 
avaliar os cursos das instituições de educação superior e 
os estabelecimentos do seu sistema de ensino;
V - baixar normas complementares para o seu sistema de 
ensino;
VI - assegurar o ensino fundamental e oferecer, com 
prioridade, o ensino médio. (BRASIL, 1996)
No que se refere à competência dos municípios, observa-se que de 
acordo com o artigo 11, têm as seguintes atribuições:
I - Organizar, manter e desenvolver os órgãos e instituições 
oficiais dos seus sistemas de ensino, integrando-os às 
políticas e planos educacionais da União e dos Estados;
II - exercer ação redistributiva em relação às suas escolas;
III - baixar normas complementares para o seu sistema de 
ensino;
IV - autorizar, credenciar e supervisionar os 
estabelecimentos do seu sistema de ensino;
V - oferecer educação infantil em creches e pré-escolas, e, 
com prioridade, o ensino fundamental, só podendo atuar 
em outros níveis de ensino quando estiverem plenamente 
atendidas as necessidades de sua área de competência. 
(BRASIL, 1996)
Políticas Públicas e Educação
14
Ainda sobre a administração em nível municipal, os sistemas de 
ensino são organizados pelos próprios municípios, de forma que devem 
integrar-se às políticas e aos planos educacionais da União e dos estados. 
O ensino fundamental deve ser a prioridade do município, podendo 
oferecer também a educação infantil em creches e pré-escolas.
Figura 2 - Sistemas de ensino no âmbito municipal 
Sistema 
Municipal de 
ensino
Políticas 
educacionais 
estaduais
Políticas 
educacionais 
municipais
Políticas 
educacionais 
federais
Fonte: Elaborado pela autora com base em Brasil (1996)
Para atuarem em outros níveis de ensino, as necessidades do 
ensino fundamental devem estar plenamente atendidas e os recursos 
estarem acima dos percentuais mínimos estabelecidos pela Constituição 
Federal para a manutenção e o desenvolvimento dessa área de ensino.
Faz parte da esfera municipal o Conselho Municipal de Educação, 
órgão que tem as funções normativa, consultiva, propositiva, mobilizadora, 
deliberativa e fiscalizadora, e o Plano Municipal de Educação, órgão que 
estabelece diretriz e metas para todos os níveis de ensino e modalidades 
de ensino do município.
A lei nº 9394/96 estabelece as atribuições dos estabelecimentos de 
ensino (art. 12). Estes, respeitadas as normas comuns e as do seu sistema 
de ensino, terão a incumbência de:
I - elaborar e executar sua proposta pedagógica;
II - administrar seu pessoal e seus recursos materiais e 
financeiros;
III - assegurar o cumprimento dos dias letivos e horas-aula 
estabelecidas;
IV - velar pelo cumprimento do plano de trabalho de cada 
docente;
Políticas Públicas e Educação
15
V - prover meios para a recuperação dos alunos de menor 
rendimento;
VI - articular-se com as famílias e a comunidade, criando 
processos de integração da sociedade com a escola;
VII - informar os pais e responsáveis sobre a frequência 
e o rendimento dos alunos e sobre a execução de sua 
proposta pedagógica. (BRASIL, 1996)
Percebe-se que se os envolvidos nas esferas federal, estadual, 
o Distrito Federal, osmunicípios, os estabelecimentos de ensino e os 
docentes desenvolverem de forma satisfatória as atribuições que a lei lhes 
confia, poderemos ter no Brasil uma educação básica de boa qualidade e 
acessível a todos.
Considera-se que é de grande importância e necessário o empenho 
da sociedade no sentido de fiscalizar e cobrar das diversas instâncias 
educacionais o cumprimento das suas obrigações. Nesse sentido, a 
sociedade organizada (associações diversas, entidades profissionais, 
empresas, igrejas, sindicatos, etc.) deve colaborar e exigir dos poderes 
públicos atenção prioritária e absoluta para o ensino fundamental, criando 
melhores condições de trabalho, destinando os recursos materiais, 
financeiros e humanos necessários à universalização da educação básica, 
por meio de uma política educacional séria e duradoura.
Com esse esforço conjugado, inclusive com as unidades escolares 
levando a sério à questão administrativa na ótica democrática, poderemos 
estabelecer no Brasil uma educação de melhor qualidade.
ACESSE:
Para saber mais sobre os órgãos responsáveis pela 
educação no país, acesse o portal do MEC. Disponível aqui.
Para além das diretrizes estabelecidas no âmbito da LDB, o 
sistema educacional brasileiro pode contar com a Base Nacional Comum 
Curricular (BNCC) que é um documento estruturado em âmbito nacional, 
cujo objetivo é auxiliar o funcionamento da educação básica no Brasil e, 
ainda, estabelecer metas de conhecimento e aprendizagem para todas as 
instituições de ensino do país. 
Políticas Públicas e Educação
https://bit.ly/36fEMVs
16
Dessa maneira, a partir da BNCC, os órgãos e instituições de 
ensino passam a se preocupar com uma dinâmica educacional mais 
integrativa, ou seja, deixa de lado a temática da acumulação de conteúdo 
e se concentra mais no estudo dos conteúdos a partir de uma ótica que 
vivencia a realidade de cada instituição. Seria, portanto, a situação das 
instituições começarem a atuar para além do funcionamento entre muros 
e, portanto, começar a compreender as necessidades da comunidade 
na qual a escola se encontra inserida para que se consiga conectar o 
conteúdo com a realidade. 
Figura 3 - Os efeitos da BNCC
 
O aluno compreende 
a realidade
O aluno desperta 
o senso crítico
O aluno constrói 
a realidade de 
maneira dinâmica e 
contextualizada
Fonte: Elaborado pela autora com base em Brasil (2017)
O que deve ser primordial para compreender um pouco melhor 
o funcionamento da BNCC é perceber que sua elaboração não ocorreu 
de maneira isolada, ou seja, várias questões sociais, normativas, políticas 
e econômicas foram levadas em consideração para que o texto fosse 
fechado. Entretanto, a grande meta de toda a introdução da BNCC era, tão 
somente, estimular e sistematizar mudanças reais na educação brasileira. 
A administração da escola nos processos 
educativos e seus recursos
A administração da escola, envolvendo recursos físicos, materiais, 
financeiros e humanos, foi o foco da ação da gestão no tempo da escola 
conservadora, elitista e orientada pelo paradigma Positivismo, que via os 
processos educacionais fragmentados e atuava sobre eles, um de cada 
vez e como um valor em si mesmo, para garantir a qualidade do ensino. 
Políticas Públicas e Educação
17
Segundo essa concepção paradigmática limitada, o diretor escolar 
dedicava a maior parte do seu tempo buscando garantir esses recursos 
para a escola, na expectativa de que os processos educacionais fluíssem 
naturalmente. 
Houve, porém, uma mudança paradigmática na dinâmica humana, 
associada às mudanças substanciais no modo de ser e fazer e nas 
dinâmicas sociais e de todos os empreendimentos humanos, implicando 
em mudanças da superação da ótica limitada da administração em si 
para a da gestão de caráter abrangente e interativo (Lück, 2007). Essa 
mudança paradigmática coloca a administração como uma dimensão de 
papel subsidiário para a ação educacional, no contexto de várias outras 
dimensões da gestão.
A gestão administrativa, portanto, se situa no contexto de um 
conjunto interativo de várias outras dimensões da gestão escolar, 
passando a ser percebida como um substrato sobre o qual se assentam 
todas as outras, mas também percebido com uma ótica menos funcional 
e mais dinâmica.
A passagem de uma ótica fragmentada da educação para uma 
ótica organizada pela visão de conjunto (Lück, 2007) tem implicações de 
grande repercussão sobre a gestão da escola, demandando a contínua 
articulação entre o modo de pensar e de fazer o trabalho educacional e a 
necessidade de promoção de articulações e interações, análise conjunta 
dos diferentes aspectos da realidade, análise do relacionamento entre os 
objetivos específicos de cada área de atuação, com os objetivos gerais 
da educação e do projeto pedagógico escolar e a associação desses 
objetivos com o uso educacional de espaços, bens materiais e físicos e 
recursos financeiros, voltados para a sua realização.
SAIBA MAIS:
Para saber mais sobre ações, projetos e vários programas 
com premiações e formações, acesse o site do Conselho 
Nacional de Secretários de Educação. Disponível aqui.
Políticas Públicas e Educação
https://bit.ly/35cOF6i
18
Nesse sentido, há uma mudança de significado dos recursos, que 
passam a valer não por sua existência na escola, mas pelo uso que se faz 
deles no processo educacional, conforme definido no quadro a seguir.
Quadro 1 - Mudança de significado de recursos utilizados em educação 
diante da mudança de paradigma de administração para gestão
Administração Gestão
 A disponibilidade de recursos a servirem 
como insumos constituem-se em 
condição que garante a qualidade do 
ensino. Uma vez garantidos os recursos, 
estes, naturalmente, garantiriam a 
qualidade do ensino.
Recursos não valem por si mesmos, mas 
pelo uso que deles se faz, a partir do 
significado a eles atribuído pelas pessoas 
e a forma como são utilizados por elas na 
realização do processo educacional.
Fonte: Elaborado pela autora (2021).
Portanto, a gestão administrativa ganha perspectivas dinâmicas e 
pedagógicas. Essa gestão é referida pelo Prêmio Nacional de Referência 
em Gestão Escolar (Consed, 2007) como sendo gestão de serviços e 
recursos, abrangendo “processos e práticas eficientes e eficazes de 
gestão dos serviços de apoio, recursos físicos e financeiros”.
São destacados como indicadores de qualidade dessa dimensão: a 
organização dos registros escolares, a utilização adequada das instalações 
e equipamentos, a preservação do patrimônio escolar, a interação escola/
comunidade e a captação e aplicação de recursos didáticos e financeiros.
VOCÊ SABIA?
Você sabia que o site do Consed contém um programa de 
educação financeira voltado para escolas e possui diversos 
materiais de apoio para formação desse tema? Dentre 
eles, os livros para alunos e professores dos ensinos médio 
e fundamental I e II. Esses livros estão disponíveis para 
download ou leitura on-line. É só acessar o site e saber mais 
sobre isso.
Políticas Públicas e Educação
19
RESUMINDO:
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo 
tudinho? Agora, só para termos certeza de que você 
realmente entendeu o tema de estudo desta unidade, 
vamos rever algo do que vimos. Fizemos uma abordagem 
sobre a estrutura administrativa do sistema em níveis federal, 
estadual e municipal, conselhos e órgãos que normatizam 
o ensino com a finalidade de um correto funcionamento da 
escola, além da abordagem da administração escolar, seus 
recursos e a mudança pragmática de “administração” para 
“gestão”, pensando que a escola tornou-se um ambiente 
do processo educativo mais democrático.
Políticas Públicas e Educação
20
Declaração Universal dos Direitos 
Humanos
OBJETIVO:
Ao término deste capítulo você será capaz de entender o 
que é a Declaração dos Direitos Humanos, o histórico da 
mesma, seus pressupostos e sua importância. Isto será 
fundamental para o exercício de suaprofissão. E então? 
Motivado para desenvolver esta competência? Então 
vamos lá. Avante!
O que é a Declaração Universal dos 
Direitos Humanos?
A Declaração Universal dos Direitos Humanos é o documento base 
da luta contra a opressão e a discriminação, defendendo a igualdade e 
a dignidade das pessoas, reconhecendo que os direitos humanos e as 
liberdades fundamentais devem ser aplicados a todo cidadão do planeta.
Foi aprovada na Assembleia Geral da ONU em 1948. Os direitos 
humanos são os direitos essenciais a todos os seres humanos, sem que 
haja discriminação por raça, cor, gênero, idioma, nacionalidade ou por 
qualquer outro motivo (como religião e opinião política). 
Eles podem ser civis ou políticos, como o direito à vida, à igualdade 
perante a lei e à liberdade de expressão. Podem também ser econômicos, 
sociais e culturais, como o direito ao trabalho e à educação e coletivos, 
como o direito ao desenvolvimento. A garantia dos direitos humanos 
universais é feita por lei, na forma de tratados e de leis internacionais, por 
exemplo.
Políticas Públicas e Educação
21
Histórico da Declaração Universal dos 
Direitos Humanos
A Declaração Universal dos Direitos Humanos começou a ser 
pensada quando o mundo ainda sentia os efeitos da Segunda Guerra 
Mundial, encerrada em 1945. Outros documentos já haviam sido redigidos 
em reação a tratamentos desumanos e injustiças, como a Declaração 
de Direitos Inglesa (elaborada em 1689, após as Guerras Civis Inglesas, 
para pregar a democracia) e a Declaração dos Direitos do Homem e do 
Cidadão (redigida em 1789, após a Revolução Francesa, a fim de proclamar 
a igualdade para todos).
Depois da Segunda Guerra e da criação da ONU (também em 1945), 
líderes mundiais decidiram complementar a promessa da comunidade 
internacional de nunca mais permitir atrocidades como as que haviam 
sido vistas na guerra. Assim, elaboraram um guia para garantir os direitos 
de todas as pessoas e em todos os lugares do globo.
O documento foi apresentado na primeira Assembleia Geral da 
ONU, em 1946, e repassado à Comissão de Direitos Humanos para que 
fosse usado na preparação de uma declaração internacional de direitos.
Na primeira sessão da comissão, em 1947, seus membros foram 
autorizados a elaborar o que foi chamado de “esboço preliminar da 
Declaração Internacional dos Direitos Humanos”. Um comitê formado por 
membros de oito países recebeu a declaração e se reuniu pela primeira 
vez em 1947. Ele foi presidido por Eleanor Roosevelt, viúva do presidente 
americano Franklin D. Roosevelt. O responsável pelo primeiro esboço da 
declaração, o francês René Cassin, também participou. 
O primeiro rascunho da Declaração Universal dos Direitos Humanos, 
que contou com a participação de mais de 50 países na redação, foi 
apresentado em setembro de 1948 e teve seu texto final redigido em 
menos de dois anos. 
Políticas Públicas e Educação
22
Pressupostos da Declaração Universal dos 
Direitos Humanos
Adotada e proclamada pela Assembleia Geral das Nações Unidas 
(resolução 217 A III) em 10 de dezembro 1948, a Declaração Universal dos 
Direitos Humanos partiu dos seguintes pressupostos:
 • O reconhecimento da dignidade inerente a todos os membros 
da família humana e de seus direitos iguais e inalienáveis é o 
fundamento da liberdade, da justiça e da paz no mundo.
 • Que o desprezo e o desrespeito pelos direitos humanos resultaram 
em atos bárbaros que ultrajaram a consciência da humanidade e 
que o advento de um mundo em que mulheres e homens gozem 
de liberdade de palavra, de crença e da liberdade de viverem a 
salvo do temor e da necessidade foi proclamado como a mais alta 
aspiração do ser humano comum.
 • Considerando ser essencial que os direitos humanos sejam 
protegidos pelo império da lei, para que o ser humano não seja 
compelido, como último recurso, à rebelião contra a tirania e a 
opressão.
 • Ser essencial promover o desenvolvimento de relações amistosas 
entre as nações.
 • Que os povos das Nações Unidas reafirmaram, na Carta, sua fé 
nos direitos fundamentais do ser humano, na dignidade e no valor 
da pessoa humana e na igualdade de direitos do homem e da 
mulher e que decidiram promover o progresso social e melhores 
condições de vida em uma liberdade mais ampla.
 • Que os países-membros se comprometeram a promover, em 
cooperação com as Nações Unidas, o respeito universal aos 
direitos e liberdades fundamentais do ser humano e a observância 
desses direitos e liberdades.
 • Que uma compreensão comum desses direitos e liberdades 
é da mais alta importância para o pleno cumprimento desse 
compromisso.
Políticas Públicas e Educação
23
A Assembleia Geral proclamou a presente Declaração Universal dos 
Direitos Humanos como o ideal comum a ser atingido por todos os povos 
e todas as nações, com o objetivo de que cada indivíduo e cada órgão 
da sociedade tendo sempre em mente esta Declaração, esforce-se, por 
meio do ensino e da educação, por promover o respeito a esses direitos 
e liberdades, e, pela adoção de medidas progressivas de caráter nacional 
e internacional, por assegurar o seu reconhecimento e a sua observância 
universais e efetivos, tanto entre os povos dos próprios países-membros 
quanto entre os povos dos territórios sob sua jurisdição. Fica promulgado:
Artigo 01
Todos os seres humanos nascem livres e iguais em 
dignidade e direitos. São dotados de razão e consciência 
e devem agir em relação uns aos outros com espírito de 
fraternidade.
Artigo 02
1. Todo ser humano tem capacidade para gozar os direitos 
e as liberdades estabelecidos nesta Declaração, sem 
distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, 
língua, religião, opinião política ou de outra natureza, 
origem nacional ou social, riqueza, nascimento, ou 
qualquer outra condição. 
2. Não será também feita nenhuma distinção fundada 
na condição política, jurídica ou internacional do país ou 
território a que pertença uma pessoa, quer se trate de um 
território independente, sob tutela, sem governo próprio, 
quer sujeito a qualquer outra limitação de soberania.
Artigo 03
Todo ser humano tem direito à vida, à liberdade e à 
segurança pessoal.
Artigo 04
Ninguém será mantido em escravidão ou servidão; a 
escravidão e o tráfico de escravos serão proibidos em 
todas as suas formas.
Artigo 05
Ninguém será submetido à tortura, nem a tratamento ou 
castigo cruel, desumano ou degradante.
Artigo 06
Todo ser humano tem o direito de ser, em todos os lugares, 
reconhecido como pessoa perante a lei.
Artigo 07
Todos são iguais perante a lei e têm direito, sem qualquer 
distinção, a igual proteção da lei. Todos têm direito a 
Políticas Públicas e Educação
24
igual proteção contra qualquer discriminação que viole a 
presente Declaração e contra qualquer incitamento a tal 
discriminação.
Artigo 08
Todo ser humano tem direito a receber dos tribunais 
nacionais competentes remédios efetivos para os atos 
que violem os direitos fundamentais que lhe sejam 
reconhecidos pela constituição ou pela lei.
Artigo 09
Ninguém será arbitrariamente preso, detido ou exilado.
Artigo 10
Todo ser humano tem direito, em plena igualdade, a 
uma justa e pública audiência por parte de um tribunal 
independente e imparcial, para decidir seus direitos e 
deveres ou fundamento de qualquer acusação criminal 
contra ele.
Artigo 11
1. Todo ser humano acusado de um ato delituoso tem 
o direito de ser presumido inocente até que a sua 
culpabilidade tenha sido provada de acordo com a lei, em 
julgamento público, no qual lhe tenham sido asseguradas 
todas as garantias necessárias à sua defesa. 
2. Ninguém poderá ser culpado por qualquer ação ou 
omissão que, no momento, não constituíam delito perante 
o direito nacional ou internacional. Também não será 
imposta pena mais forte de que aquela que, no momento 
da prática, era aplicável ao ato delituoso.
Artigo 12
Ninguém será sujeito à interferênciana sua vida privada, 
na sua família, no seu lar ou na sua correspondência, nem 
a ataque à sua honra e reputação. Todo ser humano tem 
direito à proteção da lei contra tais interferências ou ataques.
Artigo 13
1. Todo ser humano tem direito à liberdade de locomoção 
e residência dentro das fronteiras de cada Estado. 
2. Todo ser humano tem o direito de deixar qualquer país, 
inclusive o próprio e a esse regressar.
Artigo 14
1. Todo ser humano, vítima de perseguição, tem o direito 
de procurar e de gozar asilo em outros países. 
2. Esse direito não pode ser invocado em caso de 
perseguição legitimamente motivada por crimes de direito 
comum ou por atos contrários aos objetivos e princípios 
das Nações Unidas.
Políticas Públicas e Educação
25
Artigo 15
1. Todo ser humano tem direito a uma nacionalidade. 
2. Ninguém será arbitrariamente privado de sua 
nacionalidade, nem do direito de mudar de nacionalidade.
Artigo 16
1. Os homens e mulheres de maior idade, sem qualquer 
restrição de raça, nacionalidade ou religião, têm o direito 
de contrair matrimônio e fundar uma família. Gozam de 
iguais direitos em relação ao casamento, sua duração e 
sua dissolução. 
2. O casamento não será válido senão com o livre e pleno 
consentimento dos nubentes.
3. A família é o núcleo natural e fundamental da sociedade 
e tem direito à proteção da sociedade e do Estado.
Artigo 17
1. Todo ser humano tem direito à propriedade, só ou em 
sociedade com outros. 
2. Ninguém será arbitrariamente privado de sua 
propriedade.
Artigo 18
Todo ser humano tem direito à liberdade de pensamento, 
consciência e religião; esse direito inclui a liberdade de 
mudar de religião ou crença e a liberdade de manifestar 
essa religião ou crença pelo ensino, pela prática, pelo 
culto em público ou em particular.
Artigo 19
Todo ser humano tem direito à liberdade de opinião 
e expressão; esse direito inclui a liberdade de, sem 
interferência, ter opiniões e de procurar, receber e 
transmitir informações e ideias por quaisquer meios e 
independentemente de fronteiras.
Artigo 20
1. Todo ser humano tem direito à liberdade de reunião e 
associação pacífica. 
2. Ninguém pode ser obrigado a fazer parte de uma 
associação.
Artigo 21
1. Todo ser humano tem o direito de tomar parte no 
governo de seu país diretamente ou por intermédio de 
representantes livremente escolhidos. 
2. Todo ser humano tem igual direito de acesso ao serviço 
público do seu país. 
3. A vontade do povo será a base da autoridade do governo; 
essa vontade será expressa em eleições periódicas e 
Políticas Públicas e Educação
26
legítimas, por sufrágio universal, por voto secreto ou 
processo equivalente que assegure a liberdade de voto.
Artigo 22
Todo ser humano, como membro da sociedade, tem direito 
à segurança social, à realização pelo esforço nacional, pela 
cooperação internacional e de acordo com a organização 
e recursos de cada Estado, dos direitos econômicos, 
sociais e culturais indispensáveis à sua dignidade e ao livre 
desenvolvimento da sua personalidade.
Artigo 23
1. Todo ser humano tem direito ao trabalho, à livre escolha 
de emprego, a condições justas e favoráveis de trabalho e 
à proteção contra o desemprego. 
2. Todo ser humano, sem qualquer distinção, tem direito a 
igual remuneração por igual trabalho. 
3. Todo ser humano que trabalha tem direito a uma 
remuneração justa e satisfatória que lhe assegure, 
assim como à sua família, uma existência compatível 
com a dignidade humana e a que se acrescentarão, se 
necessário, outros meios de proteção social. 
4. Todo ser humano tem direito a organizar sindicatos e a 
neles ingressar para proteção de seus interesses.
Artigo 24
Todo ser humano tem direito a repouso e lazer, inclusive 
a limitação razoável das horas de trabalho e a férias 
remuneradas periódicas.
Artigo 25
1. Todo ser humano tem direito a um padrão de vida capaz 
de assegurar a si e à sua família saúde, bem-estar, inclusive 
alimentação, vestuário, habitação, cuidados médicos e os 
serviços sociais indispensáveis e direito à segurança em 
caso de desemprego, doença invalidez, viuvez, velhice 
ou outros casos de perda dos meios de subsistência em 
circunstâncias fora de seu controle. 
2. A maternidade e a infância têm direito a cuidados e 
assistência especiais. Todas as crianças, nascidas dentro 
ou fora do matrimônio, gozarão da mesma proteção social.
Artigo 26
1. Todo ser humano tem direito à instrução. A instrução 
será gratuita, pelo menos nos graus elementares e 
fundamentais. A instrução elementar será obrigatória. A 
instrução técnico-profissional será acessível a todos, bem 
como a instrução superior, está baseada no mérito;
Políticas Públicas e Educação
27
2. A instrução será orientada no sentido do pleno 
desenvolvimento da personalidade humana e do 
fortalecimento do respeito pelos direitos do ser humano 
e pelas liberdades fundamentais. A instrução promoverá 
a compreensão, a tolerância e a amizade entre todas as 
nações e grupos raciais ou religiosos e coadjuvará as 
atividades das Nações Unidas em prol da manutenção da 
paz;
3. Os pais têm prioridade de direito na escolha do gênero 
de instrução que será ministrada aos seus filhos.
Artigo 27
1. Todo ser humano tem o direito de participar livremente 
da vida cultural da comunidade, de fruir as artes e de 
participar do progresso científico e de seus benefícios;
2. Todo ser humano tem direito à proteção dos interesses 
morais e materiais decorrentes de qualquer produção 
científica literária ou artística da qual seja autor.
Artigo 28
Todo ser humano tem direito a uma ordem social e 
internacional em que os direitos e liberdades estabelecidos 
na presente Declaração possam ser plenamente realizados.
Artigo 29
1. Todo ser humano tem deveres para com a comunidade, 
na qual o livre e pleno desenvolvimento de sua 
personalidade é possível;
2. No exercício de seus direitos e liberdades, todo ser 
humano estará sujeito apenas às limitações determinadas 
pela lei, exclusivamente com o fim de assegurar o devido 
reconhecimento e respeito dos direitos e liberdades de 
outrem e de satisfazer as justas exigências da moral, 
da ordem pública e do bem-estar de uma sociedade 
democrática;
3. Esses direitos e liberdades não podem, em hipótese 
alguma, ser exercidos contrariamente aos objetivos e 
princípios das Nações Unidas.
Artigo 30
Nenhuma disposição da presente Declaração poder 
ser interpretada como o reconhecimento a qualquer 
Estado, grupo ou pessoa, do direito de exercer qualquer 
atividade ou praticar qualquer ato destinado à destruição 
de quaisquer dos direitos e liberdades aqui estabelecidos. 
(CHRISTOFARO, 1948)
Políticas Públicas e Educação
28
VOCÊ SABIA?
Todo ano no dia 10 de dezembro é comemorado o Dia da 
Declaração dos Direitos Humanos.
A importância da Declaração Universal 
dos Direitos Humanos
A Declaração Universal de Direitos Humanos foi fruto de uma 
evolução de pelo menos de sete séculos e representou um marco 
histórico em matéria de ética. Nas diferentes civilizações da antiguidade, 
cada povo considerava seus valores éticos, consolidados em costumes 
tradicionais, como superiores aos dos demais povos, os quais eram tidos, 
por isso mesmo, como bárbaros, senão como inimigos. Além disso, no 
mundo antigo, os indivíduos achavam-se absorvidos no grupo social, não 
tendo praticamente nenhuma autonomia de vida e atuação.
A Declaração Universal veio alterar radicalmente essa concepção 
ética, ao proclamar, desde o seu artigo de abertura, que “todos os seres 
humanos nascem livres e iguais, em dignidade e direitos”. Se todos nós, 
humanos, possuímos a mesma dignidade, nenhum povo, etnia, grupo 
religioso ou gênero sexual pode se considerar superior aos outros. 
Além disso, essa situação de substancial igualdade humana passou a 
concretizar-se em direitos; vale dizer, na capacidade reconhecida a cada 
qual – indivíduoou grupo social – de exigir dos demais o respeito à sua 
dignidade.
Com isso, a Declaração Universal dos Direitos Humanos veio 
anunciar a abertura de uma nova era na evolução histórica: a unificação 
da humanidade. Superando as divisões tribais, nacionais, étnicas ou 
religiosas, passamos todos a ter consciência de que formamos um só 
grupo na face da Terra, unido pela condição de natural solidariedade. 
Tudo o que prejudica um indivíduo, povo ou etnia prejudica também, 
necessariamente, a humanidade inteira. Mas a História, obviamente, 
não cessa de evoluir. A partir de 1948, duas novas dimensões de direitos 
humanos surgiram, e passaram a ser objeto de documentos internacionais.
Políticas Públicas e Educação
29
A primeira delas diz respeito ao chamado direito à diferença. Com 
efeito, se reconhecemos, de um lado, que a nossa espécie comporta dois 
sexos, cada qual com peculiaridades próprias e igualmente respeitáveis, 
e se, de outro lado, verificamos que possuímos, todos, uma capacidade 
de permanente criação cultural, é impossível negar que somos, pela 
nossa essência, diferentes uns dos outros. Em 27 de novembro de 1978, 
na Declaração sobre Raça e Preconceito Racial, a UNESCO, reiterando 
que nenhum povo pode considerar-se superior aos demais, afirmou 
que “todos os povos têm o direito de ser diferentes, de se considerarem 
diferentes e de serem vistos como tais”.
A segunda dimensão dos direitos humanos, reconhecida 
posteriormente à Declaração Universal de 1948, é a existência de direitos 
dos povos e de direitos da humanidade. Dentre os primeiros, declarados, 
por exemplo, na Carta Africana dos Direitos Humanos e dos Direitos 
dos Povos de 1981, figuram o direito dos povos a uma existência livre e 
autônoma, bem como o direito ao desenvolvimento, à paz e à segurança.
Por fim, quanto aos direitos da própria humanidade, devem ser 
lembrados, entre outros, o de preservação do meio ambiente mundial 
e o reconhecimento, como declarado pela UNESCO em 1999, de que o 
genoma humano constitui um “patrimônio da humanidade”, sendo, nessa 
condição, insuscetível de apropriação privada para fins empresariais, 
como se tentou obter, em inúmeras ocasiões.
Hoje, cada vez mais, tomamos consciência, pura e simplesmente, 
de que a preservação dos direitos humanos é uma condição de 
sobrevivência da humanidade.
VOCÊ SABIA?
A sede internacional da ONU está localizada em Nova 
Iorque, nos Estados Unidos, e foi projetada por uma equipe 
de arquitetos de diversos países, liderada por Wallace 
Harrison, sendo o projeto final baseado nas propostas 
de Oscar Niemeyer (Brasil) e Le Corbusier (Francês). Foi 
construída entre 1949 e 1952 e está localizada no setor leste 
de Manhattan.
Políticas Públicas e Educação
30
Figura 4 - Sede da ONU
Fonte: Freepik.
RESUMINDO:
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo 
tudinho? Agora, só para termos certeza de que você 
realmente entendeu o tema de estudo desta unidade, 
vamos rever algo do que vimos. Você foi capaz de entender 
o que é a Declaração dos Direitos Humanos, o histórico da 
mesma, seus pressupostos e sua importância.
Políticas Públicas e Educação
31
Declaração da UNESCO/ONU sobre 
educação
OBJETIVO:
Ao término deste capítulo você será capaz de entender o 
que é a Declaração da UNESCO/ONU. O papel da UNESCO 
e a declaração universal sobre raça e preconceito. Isto será 
fundamental para o exercício de sua profissão. E então? 
Motivado para desenvolver esta competência? Então 
vamos lá. Avante!
O papel da UNESCO
UNESCO – Organização das Nações Unidas para a Educação 
Ciência e Cultura é uma agência especializada das Nações Unidas. Ela 
contribui para a construção da paz mundial através da preservação da 
cultura. Como mencionado no tópico anterior, o sistema das Nações 
Unidas tem por objetivo o processo de disseminação de políticas sociais 
que valorizem os Direitos Humanos e, para que isso seja possível, se 
utilizam de instrumentos que assegurem a paz e a segurança internacional, 
conforme estabelece o artigo 2º da Carta das nações Unidas, que se 
encontra disposta da seguinte maneira:
Artº. 2 A Organização e os seus membros, para a realização 
dos objetivos mencionados no Artº. 1, agirão de acordo 
com os seguintes princípios:
A Organização é baseada no princípio da igualdade 
soberana de todos os seus membros; 
Os membros da Organização, a fim de assegurarem a 
todos em geral os direitos e vantagens resultantes da sua 
qualidade de membros, deverão cumprir de boa-fé as 
obrigações por eles assumidas em conformidade com a 
presente Carta;
Nenhuma disposição da presente Carta autorizará as 
Nações Unidas a intervir em assuntos que dependam 
essencialmente da jurisdição interna de qualquer Estado, 
ou obrigará os membros a submeterem tais assuntos 
a uma solução, nos termos da presente Carta; este 
Políticas Públicas e Educação
32
princípio, porém, não prejudicará a aplicação das medidas 
coercitivas constantes do capítulo VII.
A Unesco, agência multilateral inserida na ONU, trabalha 
para atender a suas estratégias de atuação em seus países 
membros, institucionais, sociais e econômicas. (ONU, 1945)
Sendo assim, logo no início, já é possível compreender o 
nível de responsabilidade que a ONU assume no que se refere aos 
Direitos Humanos. Ainda, atribui responsabilidades às suas agências 
especializadas, em virtude da quantidade de países e assuntos que 
precisa gerenciar, se tornando impossível administrar todas as questões 
ao mesmo tempo.
Figura 5 – As agências especializadas da ONU
Auxiliam em assuntos específicos
Monitoram o cumprimento das diretrizes estabelecida sem âmbito internacional
Colaboram para o cumprimento dos Direitos Humanos
Fonte: Elaborado pela autora com base em ONU (1945)
Neste cenário de agências especializadas apresentado pela 
Organização das Nações Unidas, destaca-se a UNESCO que de acordo 
com Souza e Lara (2014 p.141) observa-se que:
A Unesco, agência multilateral inserida na ONU, trabalha 
para atender as suas estratégias de atuação em seus 
países membros, institucionais, sociais e econômicas. As 
Resoluções que citamos nesse trabalho são da ONU, as 
quais se difundem por diversas regiões do globo. Contudo, 
o conteúdo e a linguagem se configuram no discurso da 
UNESCO, presentes nas diferentes publicações da agência 
sobre a juventude no Brasil, desde 1997 até 2000. (SOUZA; 
LARA, 2014 p.141)
Ainda sobre a criação da UNESCO, observa-se a existência de 
Conferências de Londres, que é o documento jurídico capaz de estruturar 
a UNESCO. Entretanto, como é possível observar anteriormente, sua 
composição é pensada desde a Carta de São Francisco, mais especificamente 
no artigo 57º, conforme especifica STANCMAUSTEA (2015 p. 14)
Políticas Públicas e Educação
33
O Artigo 57 da Carta das Nações Unidas constitui a 
fundação espiritual da UNESCO, pois prevê a criação de 
uma agência especializada para à cooperação nas esferas 
educacionais e culturais, que ‘derrotaria o espírito maligno’ 
e combateria as ideias que levaram a duas guerras 
mundiais e que poderiam levar à aniquilação sistemática 
da vida humana. (STANCAMUSTEA, 2015, p.14)
Dessa maneira, em virtude de sua estrutura e de suas funções 
estabelecidas pela Conferência de Londres, a UNESCO passa a ter as 
seguintes responsabilidades: 
a. Promover a incorporação dos princípios enunciados na presente 
Declaração nas estratégias de desenvolvimento elaboradas no 
seio das diversas entidades intergovernamentais.
b. Servir de instância de referência e de articulação entre os estados, os 
organismos internacionais governamentais e não governamentais, 
a sociedade civil e o setor privado para a elaboração conjunta de 
conceitos, objetivos e políticas em favor da diversidade cultural.
c. Dar seguimento a suas atividades normativas, de sensibilização 
e de desenvolvimento de capacidades nos âmbitos relacionados 
com a presente Declaração dentrode suas esferas de competência.
d. Facilitar a aplicação do Plano de Ação, cujas linhas gerais se 
encontram apensas a presente Declaração.
Ainda sobre o processo de criação da UNESCO, destaca-se que 
a situação observada no pós Segunda Guerra Mundial foi marcada por 
muitos desafios estruturais, políticos e econômicos. De maneira que 
foi necessário que a organização internacional acolhesse informações 
voltadas à ciência, no intuito de analisar e amadurecer as questões 
nucleares para que se evitasse viver novamente situações como a de 
Hiroshima e Nagasaki. 
Observa-se, portanto, que durante todo o período de existência 
da UNESCO muitas medidas foram tomadas no sentido de evidenciar a 
importância da cultura na sociedade e, em especial, nos jovens.
Políticas Públicas e Educação
34
No tocante à temática juventude, a ONU/ Unesco, 
durante sua existência, elaborou diversas resoluções com 
proposições e ações geradas nas conferências, fóruns e 
congressos, destinadas a esse estrato social. Em 1965, 
lança a Resolução nº 2.037, denominada Declaração sobre 
a difusão entre os jovens dos ideais de paz, respeito mútuo 
e compreensão entre os povos, com a assertiva de que 
os jovens foram as maiores vítimas na Segunda Guerra 
Mundial. Esse grupo desempenha um papel essencial nas 
várias esferas da sociedade, visto que dirigirá os rumos da 
humanidade. Portanto, é preciso protegê-los. A juventude 
deve conhecer, respeitar e desenvolver o acervo cultural 
da humanidade e de seu país; a educação dos jovens e a 
troca entre os mesmos deve permitir e contribuir com as 
relações internacionais e fortalecer a paz e a segurança 
(ONU, 1965). A Declaração é uma chamada para os 
governos, organizações não governamentais (ONG’s) 
e movimentos de juventude para que esses agentes 
políticos reconheçam os princípios e orientações contidos 
na Declaração e assegurem o respeito aos valores das 
Nações Unidas para os jovens. (SOUZA; LARA 2014 p.141)
No intuito de compreender um pouco mais sobre as questões 
relacionadas com o funcionamento e composição da UNESCO, observa-
se as informações apresentadas por Leitão (s.d, online) ao destacar que 
existem 195 países membros da agência especializada da ONU.
Sede localizada em Paris, na França, a UNESCO conta com 
195 Estados-membros e 8 membros associados. A maior 
parte dos países-membros da ONU integram a UNESCO, 
com exceção dos Estados Unidos, Israel e Liechtenstein. 
Entre os países-membros da UNESCO que não integram 
a ONU estão as Ilhas Cook, Niue e o Estado da Palestina. 
A Palestina tornou-se membro da UNESCO em 2011 após 
uma votação onde a entrada do país foi apoiada por 107 
votos e reprovada por apenas 14 votos. Como represália 
à entrada da Palestina na UNESCO, os Estados Unidos 
acusaram a organização de ser antissemita e deixaram de 
integrar os Estados-membros em 2018, seguido por Israel.” 
(LEITÂO, s.d., online)
Atualmente, destaca-se que a Organização Internacional está 
sendo analisada e se propõe a analisar elementos que se relacionam com 
a educação, cultura e ciência. 
Políticas Públicas e Educação
35
Mas, a UNESCO, após 73 anos de sua criação, ainda é 
referência nas questões relativas à educação, cultura 
e ciência. No âmbito cultural, destaca-se desde a sua 
constituição, a preocupação com o patrimônio que é 
possível verificar, entre outros documentos, no item c do 
primeiro artigo da Constituição da UNESCO, que discorre 
acerca dos propósitos e funções desta organização: 
Manter, expandir e difundir o conhecimento, garantindo 
a conservação e a proteção do legado mundial de livros, 
obras de arte e monumentos de história e de ciência, 
recomendando as convenções internacionais necessárias 
às nações envolvidas. (VIDAL; FONTOURA, 2018 p.03)
Portanto, observa-se que o objetivo principal da UNESCO é 
disseminar uma prática de cultura pelo mundo através dos jovens, visto 
que eles são os sujeitos principais para modificar a realidade do País. Além 
do mais, compreende-se que, ao informar e formar os jovens, a sociedade 
também se beneficiará das práticas de formação cultural da sociedade e, 
consequentemente, o país também colherá os frutos de uma sociedade 
bem instruída, visto que as diferenças poderão ser mais bem equilibradas 
e, assim, a humanidade terá condições de viver em harmonia. Nesse 
mesmo sentido, Souza e Lara (2014 p.142) destacam que:
A declaração nº 2.037/1965, em seu primeiro ponto, 
reporta-se à educação, advertindo que todos os jovens 
devem ser educados no espírito da paz e do respeito 
mútuo, para que promovam a igualdade de direitos dos 
seres humanos, o crescimento econômico e social, na 
busca da paz e da segurança internacional. Todos os meios 
de educação e de ensino à juventude devem fomentar 
os ideais de paz, humanismo, liberdade e solidariedade 
internacional. (SOUZA; LARA, 2014 p.142)
Ainda sobre a importância e maneira de se trabalhar com os 
jovens pelo mundo, a Organização das Nações Unidas (1965) evidencia 
a necessidade de se enaltecer os valores da dignidade e igualdade 
entre os povos, ou seja, os povos não devem permitir um tratamento 
discriminatório entre sua população e, portanto, deve favorecer acesso 
amplo e igualitário para todos os direitos e obrigações. 
É preciso que os jovens sejam educados nos princípios e 
orientações de dignidade e igualdade entre os homens, 
independente de raça, cor, etnia e credo. As organizações 
Políticas Públicas e Educação
36
juvenis devem se adequar a essas direções e buscar 
continuamente o respeito entre as etnias e o intercâmbio 
de jovens de diferentes nações. (ONU, 1965, p. 2)
Figura 6 – Os fundamentos do trabalho com a juventude
Respeito Solidariedade
Igualdade Direitos Humanos
Cooperação
Fonte: Elaborado pela autora com base em ONU (1965 p,02)
Sendo assim, diante do que é possível observar até o presente 
momento, quando a UNESCO defende a promoção da educação, da 
ciência e da cultura, observa-se, portanto, uma conexão estreita com a 
paz e a segurança internacional.
O objetivo da Unesco é promover a paz e a segurança 
mundial por meio da Educação, da Ciência e da Cultura 
entre os seus 193 países membros. Sua sede atual 
localiza-se em Paris e dispõe do Instituto Internacional 
de Planejamento Educacional, que oferece cursos para 
equipes das administrações nacionais. (ROSEMBERG, 2000) 
Figura 7 – A educação como ferramenta da paz mundial
O jovem que estuda
É um jovem que pensa
É um jovem que reflete
É um jovem capaz de mudar uma realidade violenta e desigual
Fonte: Elaborado pela autora com base em ONU (1965 p,02)
Políticas Públicas e Educação
37
De acordo com o que se apresenta na figura acima, um jovem 
que tem acesso à educação será capaz de refletir sobre as causas 
e consequências dos problemas que está vivenciando e, assim, terá 
condições de identificar como a realidade em que vive deveria se 
apresentar para, em seguida, encontrar uma solução adequada para o 
problema em que se encontra diretamente inserido. 
Dessa maneira, a consciência crítica e reflexiva são elementos que 
podem modificar a realidade de qualquer país, independentemente de 
sua condição, pois o desejo de mudar combinado com a competência 
técnica adquirida a partir de estudos especializados, evitará grandes 
problemas sociais, políticos e econômicos. 
Sobre os problemas que a UNESCO se ocupa, destaca-se o caso do 
fechamento das escolas durante a pandemia da Covid-19, onde a agência 
especializada da ONU evidenciou a importância de se evitar o fechamento 
prolongado, sem necessidade, das escolas, visto que os danos para o 
aprendizado serão significativos e, em alguns casos até irreversíveis.
A UNESCO e seus parceiros da Coalizão Global de Educação 
têm defendido a reabertura segura das escolas, insistindo 
que os fechamentos completos sejam usados apenas 
como último recurso. Desde o início da pandemia, em 
todo o mundo, as escolaspermaneceram completamente 
fechadas por uma média de 18 semanas (quatro meses 
e meio). Se forem considerados os fechamentos parciais 
(por localidade ou por nível educacional), a duração média 
dos fechamentos em todo o mundo é de 34 semanas (oito 
meses e meio), ou quase um ano acadêmico completo. 
Interrupções prolongadas ou repetidas de aulas, assim 
como o fechamento das escolas, ocorridos durante os 
últimos dois anos acadêmicos, resultaram em perdas 
de aprendizagem e no aumento das taxas de evasão, 
afetando de maneira desproporcional os estudantes mais 
vulneráveis. (UNESCO, 2021)
No que se refere à influência que a UNESCO exerce sobre o Brasil, 
destaca um vasto panorama, onde é possível compreender que para 
cada proposta apresentada pela Organização Internacional, existe a 
estruturação de um plano que coaduna educação, plano de alimentação e 
trabalho, como é o caso do programa Fome-Zero e do Primeiro Emprego. 
Políticas Públicas e Educação
38
Conforme destaca Lara e Souza (2014 p.149) no que se refere ao trabalho 
da UNESCO, observa-se que:
As metas desses espaços e deliberações integram os 
princípios da Unesco: igualdade de direitos, liberdade, 
dignidade, cidadania, paz, diversidade e tolerância. A 
concepção de educação para a agência é encontrada 
em um de seus mais famosos relatórios, conhecido 
comumente por Delors (1998), no qual a educação é 
salientada como um meio de tornar os indivíduos cientes 
de suas raízes étnicas e responsável pela edificação de 
um mundo solidário para aceitar as diferentes culturas. 
No bom sentimento, do reconhecimento das diferenças, 
distinto da abordagem economicista do BM e da Comissão 
Econômica para a América Latina e Caribe (CEPAL). A 
concepção de educação no Relatório Delors (1998) possui 
um caráter de promover mudanças no ser individual, 
propondo metas para a educação mundial de forma que 
todas as culturas atendam essa perspectiva de educação. 
A educação é designada como um meio para “construir” a 
solidariedade, o respeito das diferentes culturas e, acima 
de tudo, de promover a paz. (LARA; SOUZA, 2014 p.149)
Mais uma vez, observa-se que a proposta da UNESCO, no 
que se refere ao fortalecimento do sistema educacional, tem como 
pressuposto essencial transformá-lo em instrumento de solidariedade e, 
consequentemente, de paz. Dessa maneira, pensando no compromisso 
com a plena realização dos direitos humanos e das liberdades 
fundamentais proclamadas na Declaração Universal dos Direitos 
Humanos e em outros instrumentos universalmente reconhecidos, como 
os dois Pactos Internacionais de 1966 relativos respectivamente, aos 
direitos civis e políticos e aos direitos econômicos, sociais e culturais e 
que o Preâmbulo da Constituição da UNESCO afirma: 
“(...) que a ampla difusão da cultura e da educação da 
humanidade para a justiça, a liberdade e a paz são 
indispensáveis para a dignidade do homem e constituem 
um dever sagrado que todas as nações devem cumprir 
com um espírito de responsabilidade e de ajuda mútua” 
e consciente do mandato específico confiado à UNESCO, 
no seio do sistema das Nações Unidas, de assegurar a 
preservação e a promoção da fecunda diversidade das 
culturas. (UNESCO, 2002)
Políticas Públicas e Educação
39
Destacam-se alguns princípios essenciais para que seja possível 
construir um cenário democrático na sociedade, ou seja, em que as 
pessoas tenham acesso à educação e aos demais direitos que se 
encontram conectados com a educação. 
IDENTIDADE, DIVERSIDADE E PLURALISMO
Artigo 1 – A diversidade cultural, patrimônio comum da 
humanidade
Artigo 2 – Da diversidade cultural ao pluralismo cultural
Artigo 3 – A diversidade cultural, fator de desenvolvimento
DIVERSIDADE CULTURAL E DIREITOS HUMANOS
Artigo 4 – Os direitos humanos, garantias da diversidade 
cultural
Artigo 5 – Os direitos culturais, marco propício da 
diversidade cultural
Artigo 6 – Rumo a uma diversidade cultural acessível a 
todos
DIVERSIDADE CULTURAL E CRIATIVIDADE
Artigo 7 – O patrimônio cultural, fonte da criatividade
Artigo 8 – Os bens e serviços culturais, mercadorias 
distintas das demais
Artigo 9 – As políticas culturais, catalisadoras da 
criatividade
DIVERSIDADE CULTURAL E SOLIDARIEDADE 
INTERNACIONAL
Artigo 10 – Reforçar as capacidades de criação e de 
difusão em escala mundial
Artigo 11 – Estabelecer parcerias entre o setor público, o 
setor privado e a sociedade civil (UNESCO, 2002)
Figura 8 – Os efeitos da aplicação dos princípios da UNESCO
Integram Valorizam a reflexão
Aperfeiçoam a 
democracia
Fonte: Elaborado pela autora com base em UNESCO (2002)
Políticas Públicas e Educação
40
Portanto, diante do que se observa e baseado nos trabalhos 
desenvolvidos pela UNESCO, destaca-se que existe um vasto trabalho 
que vem sendo desenvolvido pela agência especializada em estudo 
e que, portanto, o compromisso em se utilizar da educação como 
instrumento essencial para construção da paz é ponto focal dos trabalhos 
do órgão. Nesse sentido, é possível identificar que a agência especializada 
integra as diretrizes estabelecidas na Agenda 2030 que versam sobre os 
objetivos do desenvolvimento sustentável. 
RESUMINDO:
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo 
tudinho? Agora, só para termos certeza de que você 
realmente entendeu o tema de estudo desta unidade, 
vamos rever algo do que vimos. Você aprendeu o que é 
a Declaração da UNESCO/ONU. O papel da UNESCO e a 
declaração universal sobre raça e preconceito.
Políticas Públicas e Educação
41
Constituição da República Federativa do 
Brasil
OBJETIVO:
Ao término deste capítulo você será capaz de entender o 
que é a Constituição da República Federativa do Brasil e 
seu capítulo sobre a educação, cultura e desporto. Isto será 
fundamental para o exercício de sua profissão. E então? 
Motivado para desenvolver esta competência? Então 
vamos lá. Avante!
Capítulo III – Da educação, da cultura e 
do desporto – Artigos de 205 a 214 
A Constituição Brasileira de 1988 foi escrita pelo Congresso Nacional 
do Brasil e aprovada pela Assembleia Nacional Constituinte em 22 de 
setembro de 1988 e promulgada em 5 de outubro de 1988. A Constituição 
é a lei fundamental e suprema do Brasil, servindo de parâmetro de 
validade a todas as demais espécies normativas, situando-se no topo do 
ordenamento jurídico. Durante esses 30 anos, após a promulgação da Lei, 
muitas Emendas Constitucionais foram acrescentadas.
No texto abaixo, segue os artigos relacionados à EDUCAÇÃO e à 
regularização em relação às emendas. Como visto anteriormente, segue 
abaixo os artigos de 205 a 214 já com as regularizações das emendas 
constitucionais. 
CAPÍTULO III
DA EDUCAÇÃO, DA CULTURA E DO DESPORTO
SEÇÃO I
DA EDUCAÇÃO
Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e 
da família, será promovida e incentivada com a colaboração 
da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da 
pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua 
qualificação para o trabalho. (BRASIL, 1988)
Políticas Públicas e Educação
42
Diante do que se observa no dispositivo transcrito, o ordenamento 
jurídico considera que a educação é instrumento essencial para a 
solidificação da cidadania, ou seja, de um sistema capaz de incluir e 
aceitar as diferenças a partir de reflexões pessoais e coletivas. Destaca-se, 
portanto, que será através da educação que o sistema social será capaz de 
ser modificado, de forma, portanto, que não se admite um poder público 
que venha a minimizar a importância da educação no âmbito social.
No que se refere aos princípios que fundamentam o direito à 
educação no sistema jurídico brasileiro, destaca-se que se baseiam 
essencialmente na massificação da educação para todos os povos, 
ou seja, não pode haver entraves para que a população tenha acesso 
direto ao sistema educacional do País. Essa questão está explicitamente 
apresentada no artigo 206 da Constituição Federale, encontra-se disposta 
da seguinte maneira:
Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes 
princípios:
I - igualdade de condições para o acesso e permanência 
na escola;
II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o 
pensamento, a arte e o saber;
III - pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, e 
coexistência de instituições públicas e privadas de ensino;
IV - gratuidade do ensino público em estabelecimentos 
oficiais;
V - valorização dos profissionais da educação escolar, 
garantidos, na forma da lei, planos de carreira, com 
ingresso exclusivamente por concurso público de provas 
e títulos, aos das redes públicas; (Redação dada pela 
Emenda Constitucional nº 53, de 2006)
VI - gestão democrática do ensino público, na forma da lei;
VII - garantia de padrão de qualidade.
VIII - piso salarial profissional nacional para os profissionais 
da educação escolar pública, nos termos de lei federal. 
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006). 
Parágrafo único. A lei disporá sobre as categorias de 
trabalhadores considerados profissionais da educação 
básica e sobre a fixação de prazo para a elaboração ou 
adequação de seus planos de carreira, no âmbito da 
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. 
(BRASIL, 1988)
Políticas Públicas e Educação
43
Os princípios acima elencados visam, como observado 
anteriormente, o amplo acesso ao estudo, independentemente de 
condições pessoais, políticas, econômicas e sociais. Além do mais, muito 
embora esteja evidenciada a priorização do ensino gratuito para todos os 
brasileiros e não apenas para as pessoas que se encontram em estado 
de vulnerabilidade social, não se pode afastar o direito de pessoas de 
alta renda se beneficiarem da gratuidade da educação. Essa questão 
é meramente de igualdade de oportunidades para todas as pessoas, 
por isso o poder público deve estar organizado para oferecer amplas 
oportunidades para quem deseje ou precise ter acesso à educação.
No que se refere ao acesso dos jovens às Instituições de Ensino 
Superior, os artigos 206 e 207 da Constituição Federal apresentam 
peculiaridades, pois ao passo em que se afirma a obrigatoriedade do 
ensino gratuito, destaca-se que em virtude da ausência de IES de ensino 
superior para suprir as demandas da sociedade, surgem as IES de ensino 
superior privadas e que podem acolher jovens que desejem frequentar e 
realizar cursos superiores ou técnicos. 
Além do mais, o artigo 207 estabelece questões relacionadas 
ao funcionamento estrutural das IES de ensino superior e, portanto, 
estabelece autonomia funcional e patrimonial às IES públicas ou privadas, 
mas devem cumprir com as determinações apresentadas por lei, como 
é o caso do cumprimento das questões relacionadas com o ensino, 
pesquisa e extensão. 
Art. 207. As universidades gozam de autonomia didático-
científica, administrativa e de gestão financeira e patrimonial, 
e obedecerão ao princípio de indissociabilidade entre 
ensino, pesquisa e extensão.
§ 1º É facultado às universidades admitir professores, 
técnicos e cientistas estrangeiros, na forma da lei. (Incluído 
pela Emenda Constitucional nº 11, de 1996)
§ 2º O disposto neste artigo aplica-se às instituições de 
pesquisa científica e tecnológica. (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 11, de 1996). (BRASIL, 1988)
Ainda no que se refere à obrigatoriedade da educação gratuita, 
convém destacar que os elementos estão indicados no artigo 208 da 
CF e se referem apenas à educação básica que vai dos 4 aos 17 anos. 
Políticas Públicas e Educação
44
Observa-se ainda, que o mesmo dispositivo evidencia não apenas a 
obrigatoriedade da educação gratuita, mas também da necessidade de 
se colocar as crianças e jovens na escola. A referida questão relaciona-
se com a responsabilidade direta das famílias ou responsáveis para com 
a educação das crianças e jovens, podendo inclusive responder por 
abandono caso se omita no processo de educação das crianças. 
Art. 208. O dever do Estado com a educação será efetivado 
mediante a garantia de:
I - educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) 
aos 17 (dezessete) anos de idade, assegurada inclusive 
sua oferta gratuita para todos os que a ela não tiveram 
acesso na idade própria; (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 59, de 2009) (Vide Emenda Constitucional 
nº 59, de 2009)
II - progressiva universalização do ensino médio gratuito; 
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 14, de 1996)
III - atendimento educacional especializado aos portadores 
de deficiência, preferencialmente na rede regular de 
ensino;
IV - educação infantil, em creche e pré-escola, às crianças 
até 5 (cinco) anos de idade; (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 53, de 2006)
V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa 
e da criação artística, segundo a capacidade de cada um;
VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às 
condições do educando;
VII - atendimento ao educando, em todas as etapas da 
educação básica, por meio de programas suplementares 
de material didático escolar, transporte, alimentação 
e assistência à saúde. (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 59, de 2009)
§ 1º O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito 
público subjetivo.
§ 2º O não-oferecimento do ensino obrigatório pelo Poder 
Público, ou sua oferta irregular, importa responsabilidade 
da autoridade competente.
§ 3º Compete ao Poder Público recensear os educandos 
no ensino fundamental, fazer-lhes a chamada e zelar, 
junto aos pais ou responsáveis, pela frequência à escola. 
(BRASIL, 1988)
Políticas Públicas e Educação
45
Ainda, no que se refere ao disposto no artigo 208, observa-se 
a necessidade do poder público estar devidamente organizado para 
oferecer a educação para sua população na faixa etária entre 4 e 17 anos 
e, por ser obrigatória, não pode existir a possibilidade de ausência de 
vaga, de estrutura ou de profissionais. Portanto, da mesma maneira que 
os responsáveis pela criança ou jovem podem ser responsabilizados por 
omissão, as autoridades competentes podem ser responsabilizadas pelo 
descumprimento dos preceitos constitucionais estabelecidos. 
Ainda, no que se refere ao ensino básico, observa-se que existe 
um ponto importante no processo de educação das crianças e jovens, a 
necessidade da escola estar devidamente em contato com as famílias ou 
responsáveis pelo indivíduo, ou seja, o dever de zelar e motivar o processo 
de ensino e aprendizagem é tanto da escola, como também das famílias 
ou responsáveis. 
Art. 209. O ensino é livre à iniciativa privada, atendidas as 
seguintes condições:
I - cumprimento das normas gerais da educação nacional;
II - Autorização e avaliação de qualidade pelo Poder 
Público. (BRASIL, 1988)
No que se refere à possibilidade de oferecer instrução educacional, 
como foi observado anteriormente, cabe tanto a iniciativa privada como ao 
poder público. Entretanto, o poder público tem a função direta de autorizar e 
avaliar periodicamente os cursos que são provenientes de iniciativa privada. 
O objetivo é, portanto, fiscalizar o tipo de serviço que está sendo prestado 
e, se for o caso, como deve melhorar a prestação de serviço. 
Figura 9 – Órgãos responsáveis pelo serviço educacional
Autorizado e fiscalizado 
pelo poder público
Público
Privado
Educação
Fonte: Elaborado pela autora com base em Brasil (1988)
Políticas Públicas e Educação
46
No que se refere aos conteúdos que se destinam ao cumprimento 
das diretrizes pedagógicas das séries, o BNCC estabelece uma dinâmica 
diferenciada para os novos currículos, onde partirá da ideia de uma 
reestruturação na gestão pedagógica e, ainda, no próprio curriculum 
escolar, pois visa um sistema que integra a realidade escolar com o 
sistema social. Em outras palavras, a escola deverá aplicar as diretrizes 
pedagógicas a partir da realidade que a Instituição deEnsino se encontra 
devidamente inserida. 
Art. 210. Serão fixados conteúdos mínimos para o ensino 
fundamental, de maneira a assegurar formação básica 
comum e respeito aos valores culturais e artísticos, 
nacionais e regionais.
§ 1º O ensino religioso, de matrícula facultativa, constituirá 
disciplina dos horários normais das escolas públicas de 
ensino fundamental.
§ 2º O ensino fundamental regular será ministrado em 
língua portuguesa, assegurada às comunidades indígenas 
também a utilização de suas línguas maternas e processos 
próprios de aprendizagem. (BRASIL, 1988)
Importante
No que se refere aos objetivos traçados pela BNCC, destaca-se o 
evidenciado por Brasil (2017) ao especificar que:
A partir de 2020 os professores devem começar a ser 
formados para o trabalho com os novos referenciais 
curriculares alinhados à Base Nacional Comum Curricular 
(BNCC). Você terá um papel fundamental: é o responsável 
por liderar a revisão do Projeto Pedagógico (PPP ou PP) 
e a formação continuada dos professores na escola, 
duas ações imprescindíveis para que os novos currículos 
cheguem às salas de aula e apoiem cada dia mais 
professores e alunos. (BRASIL, 2017)
No que se refere ao sistema de colaboração entre a União, o 
Distrito Federal, Estados e Municípios, destaca-se um regime essencial 
de ordenação de interesses e competências, visto que cada setor acima 
mencionado irá dispor uma função específica e, de forma alguma, poderá 
invadir as competências jurisdicionais dos demais setores responsáveis 
pela educação. O que é importante compreender neste processo é a 
capacidade de integração inerente à condição da prestação de serviço 
Políticas Públicas e Educação
47
educacional e, portanto, os setores devem estar trabalhando de maneira 
a cumprir os princípios da educação. 
Art. 211. A União, os Estados, o Distrito Federal e os 
Municípios organizarão em regime de colaboração seus 
sistemas de ensino.
§ 1º A União organizará o sistema federal de ensino e o 
dos Territórios, financiará as instituições de ensino públicas 
federais e exercerá, em matéria educacional, função 
redistributiva e supletiva, de forma a garantir equalização 
de oportunidades educacionais e padrão mínimo de 
qualidade do ensino mediante assistência técnica e 
financeira aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios; 
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 14, de 1996)
§ 2º Os Municípios atuarão prioritariamente no ensino 
fundamental e na educação infantil. (Redação dada pela 
Emenda Constitucional nº 14, de 1996)
§ 3º Os Estados e o Distrito Federal atuarão prioritariamente 
no ensino fundamental e médio. (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 14, de 1996)
§ 4º Na organização de seus sistemas de ensino, a 
União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios 
definirão formas de colaboração, de modo a assegurar a 
universalização do ensino obrigatório. (Redação dada pela 
Emenda Constitucional nº 59, de 2009)
§ 5º A educação básica pública atenderá prioritariamente 
ao ensino regular. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 
53, de 2006). (BRASIL, 1988)
No que se refere aos valores financeiros que se destinam a 
educação, o artigo 212 da Constituição Federal evidencia de maneira clara, 
as porcentagens de cada ente, qual seja, federal, municipal ou estadual. 
Art. 212. A União aplicará, anualmente, nunca menos de 
dezoito, e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios 
vinte e cinco por cento, no mínimo, da receita resultante de 
impostos, compreendida a proveniente de transferências, 
na manutenção e desenvolvimento do ensino.
§ 1º A parcela da arrecadação de impostos transferida pela 
União aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, 
ou pelos Estados aos respectivos Municípios, não é 
considerada, para efeito do cálculo previsto neste artigo, 
receita do governo que a transferir.
§ 2º Para efeito do cumprimento do disposto no “caput” 
deste artigo, serão considerados os sistemas de ensino 
Políticas Públicas e Educação
48
federal, estadual e municipal e os recursos aplicados na 
forma do art. 213.
§ 3º A distribuição dos recursos públicos assegurará 
prioridade ao atendimento das necessidades do ensino 
obrigatório, no que se refere a universalização, garantia 
de padrão de qualidade e equidade, nos termos do plano 
nacional de educação. (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 59, de 2009)
§ 4º Os programas suplementares de alimentação e 
assistência à saúde previstos no art. 208, VII, serão 
financiados com recursos provenientes de contribuições 
sociais e outros recursos orçamentários.
§ 5º A educação básica pública terá como fonte adicional de 
financiamento a contribuição social do salário-educação, 
recolhida pelas empresas na forma da lei. (Redação dada 
pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006) (Vide Decreto 
nº 6.003, de 2006)
§ 6º As cotas estaduais e municipais da arrecadação da 
contribuição social do salário-educação serão distribuídas 
proporcionalmente ao número de alunos matriculados na 
educação básica nas respectivas redes públicas de ensino. 
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006). 
(BRASIL, 1988)
Ainda no que se refere à possibilidade de repasse de recursos 
públicos para instituições de ensino do setor privado, destaca-se o 
evidenciado no artigo 213 da Constituição Federal que especifica esta 
possibilidade, desde que se comprove como instituição sem fins lucrativos. 
Art. 213. Os recursos públicos serão destinados às escolas 
públicas, podendo ser dirigidos a escolas comunitárias, 
confessionais ou filantrópicas, definidas em lei, que:
I - comprovem finalidade não-lucrativa e apliquem seus 
excedentes financeiros em educação;
II - assegurem a destinação de seu patrimônio a outra 
escola comunitária, filantrópica ou confessional, ou ao 
Poder Público, no caso de encerramento de suas atividades.
§ 1º Os recursos de que trata este artigo poderão ser 
destinados a bolsas de estudo para o ensino fundamental 
e médio, na forma da lei, para os que demonstrarem 
insuficiência de recursos, quando houver falta de vagas 
e cursos regulares da rede pública na localidade da 
residência do educando, ficando o Poder Público obrigado 
a investir prioritariamente na expansão de sua rede na 
localidade.
Políticas Públicas e Educação
49
§ 2º As atividades de pesquisa, de extensão e de estímulo 
e fomento à inovação realizadas por universidades e/ou 
por instituições de educação profissional e tecnológica 
poderão receber apoio financeiro do Poder Público. 
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 85, de 
2015). (BRASIL, 1988)
Diante do que foi exposto, observa-se que a Constituição Federal 
é um instrumento complexo, mas completo de questões relacionadas 
ao sistema educacional. Essa percepção apresenta uma característica 
integrativa com os documentos internacionais analisados neste estudo, 
como é o caso da Convenção que cria UNESCO. 
RESUMINDO:
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo 
tudinho? Agora, só para termos certeza de que você 
realmente entendeu o tema de estudo desta unidade, 
vamos rever algo do que vimos. Você aprendeu o que é 
a Constituição da República Federativa do Brasil e seu 
capítulo sobre a educação, cultura e desporto.
Políticas Públicas e Educação
50
REFERÊNCIAS
BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa 
do Brasil de 1988. Brasília, DF: Presidência da República, [2016]. Disponível 
em: https://bit.ly/2EBWWYJ. Acesso em: 19 jan. 2021.
BRASIL. LEI Nº 9.394, DE 20 DE DEZEMBRO DE 1996. Estabelece as 
diretrizes e bases da educação nacional. Brasília, DF, 1996, D.O.U., a. CXXXIV, 
nº 248, 23.12.96, p. 27833-27841. Disponível em: http://bit.ly/37R0D6i. Acesso 
em: 19 jan. 2021.
BRASIL. PARECER CNE/CBE nº 07/2010 – Diretrizes Curriculares 
Nacionais para a Educação Básica. Ministério da Educação. Secretaria 
de Educação Básica. Diretoria de Currículos e Educação Integral.Brasília: 
MEC, SEB, DICEI, 2013. 562p. Disponível em: https://bit.ly/3uUg4ax. Acesso 
em: 20 set. 2021.
ONU. Declaração Universal dos Direitos Humanos. (217 [III] A). Paris. 
(1948) Disponível em: https://uni.cf/3loeYkv. Acesso em: 19 jan. 2021.
DEMO, P. Educação e qualidade. 6. ed. São Paulo: Papirus, 2001.
MENEZES, E. T. de; SANTOS, T. H. dos. Verbete do sistema educacional 
brasileiro. Dicionário Interativo da Educação Brasileira. Educabrasil. São 
Paulo: Midiamix, 2001. Disponível em: http://bit.ly/2qQmhb0. Acesso em 
16 set. 2021.
SANTOS, S. Q. dos; MACHADO, V. L. Políticas Públicas educacionais: 
antigas reivindicações, conquistas (Lei 10.639) e novos desafios. Disponível 
em: http://bit.ly/34oOkMh. Acesso em 09 set 2021.
SILVA, W. S. Proposição de Índice de Qualidade Ambiental de Vida 
Municipal. 2006 Tese de Doutorado. Rio Claro: UNESP, 2006. 132p.
SOUZA, T. G. de; LARA, A. M. B. As resoluções internacionais da 
ONU/UNESCO para a juventude e suas relações com a educação. 
Disponível em: https://bit.ly/3AmFTkD. Acesso em 20 de setembro 2021.
Políticas Públicas e Educação
51
UNESCO. Educação na América Latina: Análise de Perspectivas. 
BRASÍLIA, 2002. Disponível em: https://bit.ly/3FtMT2V. Acesso em: 20 set. 
2021
VIEIRA, S. L. Política educacional no Brasil: introdução histórica. 
Brasília, DF: Líber livro, 2007.
VIEIRA, S. L. Estrutura e Funcionamento da Educação Básica. 
Fortaleza: Edições Demócrito Rocha, 2001, 144 p.
VIDAL, M. de A.; FONTOURA, A. de A. UNESCO: historicidade 
e emergência da noção de patrimônio mundial. 2018. Disponível em: 
https://bit.ly/3AmFTkD. Acesso em 20 de setembro de 2021.
Políticas Públicas e Educação
Políticas Públicas 
e Educação
Unidade 3
Organização do Sistema 
Educacional Brasileiro
Diretor Executivo 
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Gerente Editorial 
CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA
Projeto Gráfico 
TIAGO DA ROCHA
Autoria
MARIA PAULA SILVA LIMA ALMEIDA
AUTORIA
Maria Paula Silva Lima Almeida
Sou graduada em Administração de Empresas e Pedagogia, Mestra 
em gestão da educação, com uma experiência técnico-profissional na 
área de gestão de mais de 10 anos. Sou apaixonada pelo que faço e adoro 
transmitir minha experiência de vida àqueles que estão iniciando em suas 
profissões. Por isso, fui convidada pela Editora Telesapiens a integrar seu 
elenco de autores independentes. Estou muito feliz em poder ajudar você 
nesta fase de muito estudo e trabalho. Conte comigo!
ICONOGRÁFICOS
Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez 
que:
OBJETIVO:
para o início do 
desenvolvimento de 
uma nova compe-
tência;
DEFINIÇÃO:
houver necessidade 
de se apresentar um 
novo conceito;
NOTA:
quando forem 
necessários obser-
vações ou comple-
mentações para o 
seu conhecimento;
IMPORTANTE:
as observações 
escritas tiveram que 
ser priorizadas para 
você;
EXPLICANDO 
MELHOR: 
algo precisa ser 
melhor explicado ou 
detalhado;
VOCÊ SABIA?
curiosidades e 
indagações lúdicas 
sobre o tema em 
estudo, se forem 
necessárias;
SAIBA MAIS: 
textos, referências 
bibliográficas e links 
para aprofundamen-
to do seu conheci-
mento;
REFLITA:
se houver a neces-
sidade de chamar a 
atenção sobre algo 
a ser refletido ou dis-
cutido sobre;
ACESSE: 
se for preciso aces-
sar um ou mais sites 
para fazer download, 
assistir vídeos, ler 
textos, ouvir podcast;
RESUMINDO:
quando for preciso 
se fazer um resumo 
acumulativo das últi-
mas abordagens;
ATIVIDADES: 
quando alguma 
atividade de au-
toaprendizagem for 
aplicada;
TESTANDO:
quando o desen-
volvimento de uma 
competência for 
concluído e questões 
forem explicadas;
SUMÁRIO
Princípios e finalidades da educação nacional .................................10
Princípios e fins da educação nacional – Segundo a LDB 9394/96 .......... 11
As políticas públicas e suas considerações com a LDB 9.394/96 ............. 13
Diretrizes e bases da educação – LDB 9.394/96 .............................20
LDB 9.394/96 .................................................................................................................................... 20
Os objetivos da LDB 9.394/96 para o sistema educacional brasileiro ....23
As políticas públicas influenciando no processo de avaliação .....................25
Base Nacional Comum Curricular – As 10 competências gerais .................27
Plano Nacional de Educação ......................................................................32
Plano Nacional de Educação – Entendendo o conceito ...................................32
Diretrizes Nacionais para a Educação Básica ....................................42
Breve histórico ...................................................................................................................................42
Objetivos das Diretrizes Curriculares Nacionais .......................................................44
Organização curricular ................................................................................................................45
Etapas da educação básica .................................................................................................... 46
Modalidades da educação básica ..................................................................................... 46
Avaliação na educação básica ..............................................................................................47
Gestão democrática ..................................................................................................................... 48
7
UNIDADE
03
Políticas Públicas e Educação
8
INTRODUÇÃO
Nesta unidade, trataremos dos princípios e fins da educação 
nacional segundo a LDB 9.394/96, suas políticas e algumas 
considerações, além das discussões sobre as políticas educacionais 
que permeiam a LDB 9.394/96. Tal lei será explorada com seus 
respectivos artigos, objetivos, suas influências no processo 
educacional em relação aos processos de avaliação e a Base Nacional 
Comum Curricular (BNCC). Iremos tratar, também, do Plano Nacional 
de Educação (PNE), previsto na legislação. E, para finalizar, falaremos 
das Diretrizes Curriculares para a Educação Básica, texto norteador 
do processo de educação e do ensino e aprendizagem do sistema 
educacional brasileiro, seu histórico, seus objetivos, sua organização 
curricular, as etapas e modalidades da educação básica, o processo de 
avaliação e sua proposta de uma gestão democrática.
Políticas Públicas e Educação
9
OBJETIVOS
Olá. Seja muito bem-vindo à nossa Unidade 3, nosso objetivo 
é auxiliar você no desenvolvimento das seguintes competências 
profissionais até o término desta etapa de estudos:
1. Entender os princípios e finalidades das políticas públicas da 
educação nacional, nos termos da LDB 9394/96.
2. Compreender o disposto nas Diretrizes da Educação Brasileira e 
na Base Nacional Comum Curricular (BNCC).
3. Discernir sobre o Plano Nacional da Educação (PNE), entendendo 
seus objetivos e suas diretrizes.
4. Entender as Diretrizes Curriculares Nacionais para a educação 
básica, compreendendo seus objetivos e identificando suas 
etapas e modalidades.
Então, preparado para uma viagem sem volta rumo ao 
conhecimento? Ao trabalho!
Políticas Públicas e Educação
10
Princípios e finalidades da educação 
nacional
OBJETIVO:
Ao término deste capítulo você será capaz de entender os 
princípios e finalidades da educação nacional, assim como 
as políticas públicas e suas considerações com a LDB. 
Isto será fundamental para o exercício de sua profissão. 
E então? Motivado para desenvolver esta competência? 
Então vamos lá. Avante!
A Constituição Federal foi promulgada em 5 de outubro de 1988, 
onde passou a determinar que a educação é um direito de todos e dever 
do Estado e da família, conforme o artigo 205:
Art. 205 A educação, direito de todos e dever do Estado e da 
família, será promovida e incentivada com a colaboração 
da sociedade, visando aopleno desenvolvimento da 
pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua 
qualificação para o trabalho. (BRASIL, 1988)
Sendo assim, a educação se constitui como um direito garantido 
por lei e considerado como prioridade, assim como o direito à vida, à 
saúde e à alimentação. Segundo o artigo 227 da Constituição:
Art. 227 É dever da família, da sociedade e do Estado 
assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com 
absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, 
à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à 
dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar 
e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma 
de negligência, discriminação, exploração, violência, 
crueldade e opressão. (BRASIL, 1988)
A Constituição Federal também garante que sejam fixados 
conteúdos mínimos para assegurar a formação básica comum a todos, 
conforme o artigo 210.
Art. 210 Devem ser fixados conteúdos mínimos para o 
ensino fundamental, de modo a assegurar formação 
básica comum e respeito aos valores culturais e artísticos, 
nacionais e regionais. (BRASIL, 1988)
Políticas Públicas e Educação
11
Considerando o artigo 210, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação 
(LDB) constituiu seus princípios de modo a favorecer diretrizes para a 
fixação desses currículos.
Figura 1 - LDB e os princípios da educação nacional 
Princípios
Estruturação 
de conteúdos
AcessibilidadeInclusão
Fonte: Elaborado pela autora com base em Brasil (1996)
Princípios e fins da educação nacional – 
Segundo a LDB 9394/96
Os princípios da educação nacional segundo a LDB nº 9.394/96, 
estão fixados nos artigos 2º e 3º, que visam reafirmar o que foi determinado 
pela Constituição Federal sobre os direitos, deveres e princípios da 
educação.
Art. 2º A educação, dever da família e do Estado, inspirada 
nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade 
humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do 
educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua 
qualificação para o trabalho.
Art. 3º O ensino será ministrado com base nos seguintes 
princípios:
I – igualdade de condições para o acesso e permanência 
na escola;
II – liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a 
cultura, o pensamento, a arte e o saber;
III – pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas;
IV – respeito à liberdade e apreço à tolerância;
V – coexistência de instituições públicas e privadas de 
ensino;
Políticas Públicas e Educação
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VI – gratuidade do ensino público em estabelecimentos 
oficiais;
VII – valorização do profissional da educação escolar;
VIII – gestão democrática do ensino público, na forma 
desta Lei e da legislação dos sistemas de ensino;
IX – garantia de padrão de qualidade;
X – valorização da experiência extraescolar;
XI – vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as 
práticas sociais;
XII – consideração com a diversidade étnico-racial;
XIII - garantia do direito à educação e à aprendizagem ao 
longo da vida. (BRASIL, 1996).
O artigo 3º apresenta uma preocupação em relação não só à 
garantia de acesso do aluno à educação, mas sim com a qualidade 
oferecida por essa educação, tornando o direito à educação um direito 
social de qualidade.
Figura 2 - Acesso à educação versus qualidade
Garante 
o acesso à 
educação
Garante a 
qualidade do 
ensino
Constituição
Fonte: Elaborado pela autora com base em Brasil (1988)
Portanto, destaca-se que o poder público brasileiro para além 
de garantir um sistema integral de acesso à educação para todos os 
brasileiros, independentemente, de sua condição política, econômica e 
social, precisa garantir a qualidade do ensino que é prestado. Essa questão 
se torna essencial, pois tão importante quanto ter acesso é saber que o 
serviço prestado possui qualidade, visto que faz parte desse processo 
garantir que a prestação de serviços educacionais possua qualidade. 
A referida questão é deveras importante, pois no caso do sistema 
educacional brasileiro, o serviço é marcado por um conjunto de situações 
que, no lugar de favorecer, prejudica. Em outras palavras, do que adianta 
o aluno ter vaga na escola, mas não ter onde sentar ou o que comer, nem 
onde escrever.
Políticas Públicas e Educação
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REFLITA:
No intuito de compreender a importância da qualidade no 
sistema de prestação de serviços educacionais, apresenta-
se o caso ocorrido no ano de 2018 no Estado do Amapá, 
onde as instituições de ensino possuíam alunos, mas a 
estrutura era precária e, portanto, em virtude da ausência de 
mobiliário adequado, os alunos precisaram assistir aula em 
pé. “As aulas da Escola Estadual Antônio Castro, localizada 
no bairro Zerão, Zona Sul de Macapá, foram suspensas na 
manhã desta terça-feira. Os professores decidiram paralisar 
as atividades devido à falta de carteiras. Eles relatam que 
os estudantes chegam a assistir as aulas em pé e escrever 
com os cadernos no colo”. (ABREU, 2018 online)
As políticas públicas e suas considerações 
com a LDB 9.394/96
No Brasil, encontramos uma sociedade marcada pela exclusão e 
desigualdade social, sendo necessárias políticas públicas estruturadas para 
a promoção dessas marcas. A educação se faz necessária por apresentar 
um importante mecanismo para a promoção do desenvolvimento social 
e econômico de um país, uma vez que os mais bem-sucedidos em todas 
as áreas são àqueles que têm acesso à educação e conseguem romper 
com as limitações.
Esta questão apresentada anteriormente é expressamente 
observada, não apenas na Constituição Federal, mas também nas 
diretrizes estabelecidas pela UNESCO. A referida agência especializada 
destaca que a educação é um instrumento capaz de modificar realidades 
econômicas, sociais e políticas. 
Sendo assim, é essencial que os países apresentem políticas 
públicas que priorizem a educação e, portanto, considerem como 
fundamental para o desenvolvimento não apenas do indivíduo, mas de 
toda a sociedade, pois os estudos comprovam que os altos índices de 
criminalidade estão associados à baixa escolaridade e desempregos. 
Encontramos nos países desenvolvidos altos índices de escolarização, 
Políticas Públicas e Educação
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sendo assim, a educação é importante para possibilitar uma sociedade 
mais justa social e economicamente.
Dessa maneira, apreende-se que mesmo o poder público sendo 
o responsável direto por propor ensino de qualidade, observa-se que 
parcela da população brasileira não possui acesso ao ensino de qualidade 
e, consequentemente, não recebem o conhecimento educacional 
adequado e o resultado desse processo é uma parcela da população 
que por não compreender os seus direitos e a própria realidade que se 
encontra inserido, não consegue reivindicar adequadamente os preceitos 
constitucionais.
Figura 3 - Os efeitos sociais da educação inadequada
Não pensa Não participa
Não reflete Não compreende
Desconstrói a 
Democracia
Fonte: Elaborado pela autora com base em Brasil (1988)
Como é possível observar no quadro acima, quando o poder 
público não oferece educação de qualidade, muitos serão os desafios a 
enfrentar, não apenas pelo indivíduo que não teve acesso à educação, 
mas a todo o conjunto da sociedade, pois quanto menor for o número de 
pessoas sem acesso à educação, maior será o desinteresse no processo 
de participação das decisões da coletividade, situação que definimos 
como democracia.
Sabendo da importância da educação para o processo de 
desenvolvimento da sociedade, destaca-se a necessidade de se 
elaborar políticas públicas voltadas para o favorecimento da educação, 
pois só através de uma proposta capaz de promover o conhecimento é 
possível construir uma sociedade baseada nos critérios de igualdade e 
solidariedade.
Políticas Públicas e Educação
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Figura 4 - Democracia e educação
O indivíduo 
que estuda
Compreende
Sugere Soluciona
Questiona
Integra
Reflete Modifica Participa
Fonte: Elaborado pela autoracom base em Brasil (1988)
Sendo assim, partindo do pressuposto que as políticas públicas 
são essenciais para o desenvolvimento do país, cumpre definir como se 
direcionará tais políticas públicas. No caso do Brasil, como nação mesmo 
do sistema das Nações Unidas, existe o compromisso de seguir os 
objetivos do desenvolvimento sustentável com a finalidade de mudar a 
realidade mundial até o ano de 2030.
Analisando os objetivos do desenvolvimento sustentável, destaca-
se que o pano de fundo é, tão somente, eliminar a pobreza extrema e a 
fome através de medidas eficazes que contribuam para a construção de 
uma sociedade mais justa e fraterna.
Sendo assim, os objetivos do desenvolvimento são considerados 
como um plano de ação global e, apesar de se destinar a toda sociedade, 
priorizam medidas socioeducativas para crianças e adolescentes 
nomeadamente, educação, alimentação, saúde, pobreza, igualdade, 
saneamento etc. Dessa maneira, sabendo da variedade de elementos 
que precisam ser modificados até 2030, identificam-se 17 objetivos 
específicos para que seja possível cumprir as metas e, por fim, atingir o 
desenvolvimento integral da sociedade.
Políticas Públicas e Educação
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Figura 5 - Objetivos do Desenvolvimento Sustentável
Fonte: Nações Unidas, Brasil
IMPORTANTE:
No intuito de compreender um pouco melhor a proposta o 
trabalho da UNICEF, que é agência especializada da ONU, 
sobre o cumprimento dos objetivos do desenvolvimento 
sustentável, sugere-se o acesso ao link disponível aqui. 
Neste endereço, será possível compreender quais os 
objetivos precisos da agenda do desenvolvimento e, ainda, 
como cada país deve desenvolver seus mecanismos para 
chegar a atingir os objetivos do desenvolvimento.
A figura 5, apresentada anteriormente, indica os 17 pontos que se 
enquadram no âmbito do objetivo do desenvolvimento e, a partir de então, 
apresentam-se como os referidos elementos que podem contribuir para a 
construção de uma sociedade mais justa e fraterna.
Além do mais, convém destacar que ao analisar os objetivos, não 
se pode deixar de compreender que todos se encontram intimamente 
relacionados e, por isso, não adianta nesse estudo, querer focar apenas 
da questão do ensino de qualidade, pois os demais elementos favorecem 
a construção deste estudo de qualidade.
Entre os objetivos destacados anteriormente, inicia-se a análise a 
partir da erradicação da pobreza, que significa a necessidade do poder 
público estabelecer medidas eficazes para que todas as formas de 
Políticas Públicas e Educação
https://www.unicef.org/brazil/objetivos-de-desenvolvimento-sustentavel
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pobreza sejam realmente erradicadas. Não se trata apenas da pobreza 
alimentar, mas de todas as demais situações que contribuem para um 
mundo desigual e sem oportunidades. 
Entretanto, erradicar a fome é parte do segundo objetivo do 
desenvolvimento e, com isso, o poder público deve envidar esforços no 
sentido de garantir alimentação a todos e, para que isso seja possível, 
deve favorecer o desenvolvimento de uma agricultura sustentável, ou 
seja, um tipo de agricultura que seja capaz de suprir as necessidades e 
demandas da população sem prejudicar o meio ambiente. 
A partir das informações apresentadas no objetivo anterior, fome 
zero e agricultura sustentável, observa-se que será possível a promoção 
da saúde e o bem-estar de toda a população. Esta questão é bem 
simples, pois basta perceber que um sujeito bem alimentado, poderá ter 
qualidade de vida.
Vendo que o ponto anterior se refere à saúde e bem-estar, destaca-
se que o processo de favorecimento da educação de qualidade faz parte 
do bem-estar e também da saúde, pois envolve as questões emocionais 
e cognitivas. Quando se analisa esta questão, compreende-se que 
para o indivíduo usufruir da educação de qualidade, ele precisa estar 
bem alimentado e gozar de plena saúde. Tendo acesso à educação, o 
indivíduo compreenderá os desafios que surgem no decorrer de toda 
a sua vida e, ainda estará contribuindo para o desenvolvimento global 
da sociedade, pois terá condições de refletir melhor sobre as questões 
políticas, econômicas e, ainda, sociais. 
Figura 6 - Educação e desenvolvimento
Educação
Desenvolvimento
Fonte: Elaborado pela autora.
Políticas Públicas e Educação
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Apenas a partir desta reflexão é que surge a possibilidade 
de compreender melhor a qualidade de gênero, pois o indivíduo 
compreenderá que ter comportamentos discriminatórios estarão 
em desconformidade ao que uma sociedade mais justa, fraterna e 
desenvolvida deseja. 
Educação de qualidade relaciona-se também com as questões da 
gestão da água potável e do saneamento para toda a população, pois 
o indivíduo que possui educação compreenderá a importância do uso 
adequado dos recursos da natureza. 
Assim como importância da gestão adequada dos recursos da 
natureza se relacionam com a educação de qualidade, destaca-se a 
necessidade de se compreender que o trabalho quando desempenhado 
por uma pessoa que teve educação de qualidade, estará dentro dos 
padrões exigidos por um país desenvolvimento. 
Isso não significa apenas que o sujeito deve ter formação universitária 
para ter um trabalho decente, mas que se perceba a necessidade de 
formalização do trabalho para o cumprimento das diretrizes normativas, 
no intuito de se afastar o trabalho escravo.
Quando se investe em educação, o desenvolvimento industrial é 
consequência natural deste processo. Além do mais, em se tratando de 
inovação, não há que se falar sem que tenha existido dedicação técnica, 
científica e temporal. E isso só ocorre quando o indivíduo que inova, 
possui conhecimento específico para o feito. Se o poder publico investe 
em educação, surgem postos de trabalho, a indústria e a inovação de 
movimentam e, como consequência, as desigualdades sociais entre as 
pessoas são reduzidas. 
Quando o poder público consegue reduzir a desigualdade social, 
torna-se possível promover a construção de uma sociedade pacífica, 
inclusiva, onde é possível identificar aspectos de justiça e fraternidade.
Por fim, não menos importante, quando um país consegue reduzir 
as desigualdades sociais, os aspectos de índice de desenvolvimento 
se modificam e, portanto, os demais países que compõem a sociedade 
internacional o buscam para realizar parcerias diplomáticas. 
Políticas Públicas e Educação
19
Tendo compreendido todos os aspectos apresentados nos 
objetivos do desenvolvimento, destaca-se a necessidade de se perceber 
a importância do real cumprimento dessas demandas, visto que todos os 
17 objetivos analisados estão relacionados diretamente com um direito 
maior e, talvez o mais importante que integra o ordenamento jurídico de 
um país democrático, que são os Direitos Humanos.
IMPORTANTE:
No sentido de compreender melhor o motivo pelo qual a 
educação é importante para o desenvolvimento de um país, 
destaca-se o artigo de opinião intitulado de: A importância 
da educação para o desenvolvimento do país, cuja autoria 
é de Patrícia Mota Guedes e pode ser acessado através do 
endereço eletrônico disponível aqui.
RESUMINDO:
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo 
tudinho? Agora, só para termos certeza de que você 
realmente entendeu o tema de estudo desta unidade, 
vamos rever algo do que vimos. Você viu os princípios e 
finalidades da educação nacional, assim como as políticas 
públicas e suas considerações com a LDB.
Políticas Públicas e Educação
https://anoticiadoceara.com.br/noticias/educacao/a-importancia-da-educacao-para-o-desenvolvimento-do-pais/
20
Diretrizes e bases da educação – LDB 
9.394/96
OBJETIVO:
Ao término deste capítulo você será capaz de entender 
as diretrizes e bases da educação, os objetivos da LDB, 
as políticas públicas que influenciam o processo de 
avaliação e a base nacional comum curricular e suas dez 
competências gerais. Isto será fundamental para o exercício 
de sua profissão. E então? Motivadopara desenvolver esta 
competência? Então vamos lá. Avante!
LDB 9.394/96
A LDB foi aprovada em dezembro de 1996, com o número 9394/96, 
pelo presidente na época, Fernando Henrique Cardoso de Almeida. 
Trata-se de uma lei importante por trazer a educação para o debate 
na sociedade. A lei foi criada para reafirmar o direito garantido pela 
Constituição Federal do acesso a todos a uma educação gratuita e de 
qualidade. Nesse sentido, Carvalho (1998, p.81) destaca que: 
Com a aprovação da Nova Lei de Diretrizes e Bases da 
Educação Nacional (LDB), o dia 20/12/96 assinala um 
momento de transição significativo para a educação 
brasileira. Nessa data, completados 35 anos, revogou-se a 
1ª LDB com as alterações havidas no período, entrando em 
vigor nossa 2ª LDB. O Chefe do Poder Executivo sancionou 
a Lei 9.394/96, denominando-a “Lei Darcy Ribeiro” e, 
com este ato, dividiu, formalmente, a conhecida história 
da Nova LDB: um primeiro momento, caracterizado por 
amplos debates entre as partes (Câmara Federal, Governo, 
partidos políticos, associações educacionais, educadores, 
empresários etc.) e outro, atrelado à orientação da 
política educacional governamental e assumido pelo 
professor homenageado. Na disputa entre o coletivo e o 
individual, entre a esfera pública e a esfera privada, entre 
os representantes da população e os representantes 
do governo, está vencendo a política neoliberal, 
dominante não só na dimensão global, mas também com 
pretensões de chegar a conduzir o trabalho pedagógico 
Políticas Públicas e Educação
21
na sala de aula. Objetivo: a busca da qualidade (total), 
no sentido de formar cidadãos eficientes, competitivos, 
líderes, produtivos, rentáveis, numa máquina, quando 
pública, racionalizada. Este cidadão – anuncia-se – terá 
empregabilidade e, igualmente, será um consumidor 
consciente. A lei foi produzida, existe. Enquanto lei, resta-
nos identificar, compreender e avaliar a intencionalidade 
de suas propostas, para a adoção das posturas pertinentes. 
(CARVALHO, 1998 p.81)
Sendo assim, a valorização dos profissionais da educação é 
considerada na LDB e estabelece o dever da União, dos estados e dos 
municípios com a educação pública e o combate à exclusão social.
Art. 1º A educação abrange os processos formativos que 
se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, 
no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos 
movimentos sociais e organizações da sociedade civil e 
nas manifestações culturais.
§ 1º Esta Lei disciplina a educação escolar, que se 
desenvolve, predominantemente, por meio do ensino, em 
instituições próprias.
§ 2º A educação escolar deverá vincular-se ao mundo do 
trabalho e à prática social. (BRASIL, 1996).
Figura 7 - LDB e o desenvolvimento social
Abrange processos 
formativos
Favorece a 
integração social
Aperfeiçoa a 
democracia
Fonte: Elaborado pela autora com base em Brasil (1996).
Entretanto, conforme a sociedade se desenvolve, exige que a lei 
sofra alterações. Uma dessas alterações ocorreu no artigo 4º, em que a 
obrigação do atendimento às crianças, que anteriormente era aos 6 anos, 
passou a ser 4 anos.
Políticas Públicas e Educação
22
Art. 4º O dever do Estado com educação escolar pública 
será efetivado mediante a garantia de:
I - ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive 
para os que a ele não tiveram acesso na idade própria;
I - educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) 
aos 17 (dezessete) anos de idade, organizada da seguinte 
forma: (Redação dada pela Lei nº 12.796, de 2013). (BRASIL, 
1996)
Sendo assim, depreende-se que o Artigo 10 da Lei 9495/96 
trata que os estados terão o dever de oferecer o ensino fundamental 
prioritariamente e, portanto, não pode o poder público se afastar desta 
responsabilidade social, onde caso ocorra, poderá ser responsabilizado 
pelas questões sociais. 
Art. 10. Os Estados incumbir-se-ão de:
VI - assegurar o ensino fundamental e oferecer, com 
prioridade, o ensino médio a todos que o demandarem, 
respeitado o disposto no art. 38 desta Lei; (Redação dada 
pela Lei nº 12.061, de 2009)
VII - assumir o transporte escolar dos alunos da rede 
estadual (Incluído pela Lei nº 10.709, de 31.7.2003). (BRASIL, 
1996)
A LDB foi importante por estabelecer diretrizes que 
visassem o cumprimento da Constituição Federal e a 
oferta de uma educação de qualidade.
Figura 8 - LDB e educação de qualidade
Constituição Federal LDB
Educação de 
qualidade
Fonte: Elaborado pela autora com base em LDB (1996)
Políticas Públicas e Educação
23
ACESSE:
O portal do Governo Federal e conheça toda a LDB 9.394/96 
na íntegra com suas alterações. Disponível aqui.
Os objetivos da LDB 9.394/96 para o 
sistema educacional brasileiro
A LDB-9394/96 tem como objetivo reafirmar a educação como 
sendo um dever da família e do Estado. Inspirada nos princípios de 
liberdade e nos ideais de solidariedade humana, estabelece como 
finalidade o pleno desenvolvimento do educando e seu preparo para o 
exercício da cidadania, além da sua qualificação para o trabalho.
A LDB visa organizar a estrutura da educação brasileira e 
influenciar diretamente a formação escolar e acadêmica, normatizando e 
direcionando a educação brasileira. A valorização profissional do professor 
é mencionada na LDB 9394/96, no seu artigo 67:
Art. 67. Os sistemas de ensino promoverão a valorização 
dos profissionais da educação, assegurando-lhes, inclusive 
nos termos dos estatutos e dos planos de carreira do 
magistério público:
I - ingresso exclusivamente por concurso público de 
provas e títulos;
II - aperfeiçoamento profissional continuado, inclusive com 
licenciamento periódico remunerado para esse fim;
III - piso salarial profissional;
IV - progressão funcional baseada na titulação ou 
habilitação, e na avaliação do desempenho;
V - período reservado a estudos, planejamento e avaliação, 
incluído na carga de trabalho;
VI - condições adequadas de trabalho. (BRASIL, 1996)
Para se manter viva e ativa até hoje, a LDB precisou ultrapassar 
barreiras governamentais e contou com o reforço de mecanismos como o 
Plano Nacional de Educação (PNE), que define metas e objetivos a serem 
Políticas Públicas e Educação
https://bit.ly/2rpZX8D
24
alcançados a cada 10 anos. “De um ponto inicial de nenhuma informação 
sobre aprendizado de estudantes em 1994, os governos FHC e Lula 
sistematicamente construíram um dos mais impressionantes sistemas do 
mundo para medir resultados educativos”, escrevem os pesquisadores 
Barbara Bruns, David Evans e Javier Luque no estudo Achieving World-
Class Education in Brazil, publicado pelo Banco Mundial há cinco anos. 
Segundo os autores, entre 1990 e 2010, a evolução na escolaridade da 
população do Brasil cresceu a um ritmo mais rápido que o da China. Depois 
do acesso, os maiores desafios para o país, ainda de acordo com eles, 
seriam a qualificação dos professores, o desenvolvimento das crianças mais 
vulneráveis e a melhoria da qualidade do Ensino Médio. Temas que seguem 
bastante presentes no debate no fim de 2016 (SOARES; BERNARDO, 2016).
Considerar a valorização profissional do professor é fundamental, 
visto que se trata de um agente principal de transformação da educação 
e possibilita oferecer um serviço de qualidade.
Portanto, diante do que está sendo apresentado e analisado, 
observa-se que o sistema jurídico apresentado pela LDB valoriza, 
especialmente, a construção da cidadania através do instrumento 
educacional. Dessa maneira, para que isso ocorra, faz-se necessário que 
estes valores estejam devidamente inseridos nos objetivos centrais da 
educação básica, como é o caso da transversalidade do currículo escolar. 
A partir da nova LDB, promulgada em particular com os 
Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), ficou explicitado, 
para todas as instituições de ensino, o reconhecimento da 
importância do ensino e da aprendizagem dos valores na 
educação escolar.Doutra sorte, o Conselho Nacional de 
Educação (CNE), ao estabelecer as diretrizes curriculares 
para a Educação Básica, deu um caráter normativo à 
inserção e integralização dos conteúdos da educação em 
valores nos currículos escolares. A ideia de que a educação 
em valores permeia os dispositivos da Lei de Diretrizes 
e Bases da Educação Nacional pode ser observada à 
primeira leitura do art. 2º, que, ao definir a educação como 
dever da família e do Estado, afirma que aquela é inspirada 
nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade 
humana, tendo por finalidade o pleno desenvolvimento do 
educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua 
qualificação para o trabalho. (MARTINS, s.d.)
Políticas Públicas e Educação
25
As políticas públicas influenciando no 
processo de avaliação
Desde a década e 1920 é possível registros da luta de educadores 
em torno da qualidade, originando a fundação da Associação Brasileira de 
Educação (ABE). Em 1932, essa luta desencadeia o Manifesto dos Pioneiros 
da Educação Nova, tendo como principais representantes educadores 
Anísio Teixeira, Fernando de Azevedo e Lourenço Filho. Esse movimento 
defendia a democratização das oportunidades educacionais e a garantia 
de uma educação de qualidade a todos os cidadãos.
Entre 1950 e 1960, foi promovida a Campanha em Defesa da 
Escola Pública, mais tarde ocorreu as Conferências Brasileiras de 
Educação e o Fórum Nacional em Defesa da Escola Pública. Todos 
esses episódios têm em comum o fato de os educadores se unirem em 
defesa da universalização do acesso à educação básica, a igualdade de 
oportunidades para estudantes e a qualidade da educação.
A partir de 1980, houve maior participação social nas discussões 
sobre educação, permitindo novas ações que visam ampliar o controle 
social por meio de índices, como o Índice de Desenvolvimento da 
Educação Básica (Ideb), alcançado por escolas, municípios e estados. 
Como relata Salviani:
[...] O que confere caráter diferenciado ao Ideb é a 
tentativa de agir sobre o problema da qualidade do 
ensino ministrado nas escolas de educação básica, 
buscando resolvê‐lo. E isso veio ao encontro dos clamores 
da sociedade diante do fraco desempenho das escolas 
à luz dos indicadores nacionais e internacionais dos 
alunos. Esses clamores adquiriram maior visibilidade 
com as manifestações daquela parcela social com mais 
presença na mídia, em virtude de suas ligações com a 
área empresarial. Tal parcela só mais recentemente vem 
assumindo a bandeira da educação, em contraste com os 
educadores, que apresentam uma história de lutas bem 
mais longa. (SALVIANI, 2009, p.31)
O Governo Federal, visando ofertar uma educação de qualidade, 
institui a criação do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb). 
Políticas Públicas e Educação
26
Por meio do Saeb, o Governo institui o Índice de Desenvolvimento da 
Educação Básica (Ideb) como indicador de qualidade da educação básica. 
Em meio à importância das avaliações externas como forma de avaliação 
da qualidade do ensino no Brasil e responsabilização sobre os resultados, 
encontramos três gerações de avaliação na educação.
A primeira geração consiste na avaliação diagnosticada como 
qualidade da educação sem atribuição de consequências diretas para 
as escolas e para o currículo escolar, está relacionada com a criação do 
Saeb, que se constitui como o principal sistema de avaliação da educação 
básica. Conforme argumenta Bonamino e Sousa (2012 p.376)
Ainda que a elaboração dos testes leve à definição do 
que deve ser considerado fundamental em termos de 
aprendizagem escolar e, portanto, do que todos os 
alunos deveriam saber e ser capazes de fazer ao final de 
determinados ciclos de escolarização, por ser de base 
amostral, o Saeb apresenta baixo nível de interferência 
na vida das escolas e no currículo escolar. (BONAMINO; 
SOUSA, 2012, p. 376)
O Saeb, principal sistema de avaliação da qualidade da educação 
básica, é um sistema de avaliação que ocorre a cada dois anos, com uma 
amostra de alunos regularmente matriculados no último ano dos ciclos I 
e II do ensino fundamental e o terceiro ano do ensino médio, de escolas 
públicas e privadas localizadas em área urbana e rural. 
As outras duas gerações articulam com os resultados das avaliações 
às políticas de responsabilização, com atribuições de consequências 
simbólicas ou materiais para os agentes escolares.
 A segunda geração de avaliação da educação é marcada pela 
criação do Prova Brasil, que, conforme apontam Bonamino e Sousa 
(2012), além de diagnosticar a realidade educacional, gera consequências 
brandas para professores e escolas, consequências essas situadas no 
nível simbólico. Os resultados são divulgados e relacionados com o 
trabalho da escola. A criação da Prova Brasil foi efetivada pelas limitações 
do desempenho amostral do Saeb em retratar as especificidades de 
municípios e escolas e induzindo a criação de políticas públicas, que não 
condiz com a realidade.
Políticas Públicas e Educação
27
A Prova Brasil ocorre a cada dois anos, permitindo produzir 
informações a respeito do ensino oferecido nas escolas, com o objetivo 
de auxiliar os governantes nas decisões sobre a educação, além de 
estabelecer metas e ações pedagógicas visando a qualidade do ensino.
SAIBA MAIS:
No sentido de compreender um pouco melhor os objetivos 
e a importância da Prova Brasil no sistema educacional 
brasileiro, indica-se assistir ao vídeo intitulado de #educa 
31 - O que é a Prova Brasil? do ano de 2017, que pode ser 
acessado aqui.
A terceira geração de avaliação da educação externa centraliza-
se na responsabilização e nas consequências simbólicas e até mesmo 
materiais. Conforme relata Bonamino e Sousa,
Cada escola terá metas definidas a partir da sua realidade, 
e terá que melhorar em relação a ela mesma.
As escolas com desempenho insuficiente terão apoio 
pedagógico intensivo e receberão incentivos especiais 
para melhorarem seu resultado.
As equipes escolares que cumprirem as metas ganharão 
incentivos na remuneração dos profissionais. (BONAMINO; 
SOUSA, 2012, p. 381)
Em 1996, em São Paulo, foi implementando, o Sistema de Avaliação 
Rendimento Escolar de São Paulo (Saresp), uma avaliação que ocorre 
todo ano com o objetivo de avaliar os programas para que possa se tomar 
decisões sobre a educação.
Base Nacional Comum Curricular – As 10 
competências gerais
Com base no artigo 210 da Constituição Federal e reafirmado no 
artigo 26 da LDB, que abordam sobre a importância de se ter um currículo 
predeterminado, com conteúdos mínimos assegurados, se desenvolveu 
a BNCC. 
Políticas Públicas e Educação
https://www.youtube.com/watch?v=72X1IeoefdE
28
Art. 210. Serão fixados conteúdos mínimos para o ensino 
fundamental, de maneira a assegurar formação básica 
comum e respeito aos valores culturais e artísticos, 
nacionais e regionais. (BRASIL, 1988)
Art. 26: “Os currículos da educação infantil, do ensino 
fundamental e do ensino médio devem ter base nacional 
comum, a ser complementada, em cada sistema de 
ensino e em cada estabelecimento escolar, por uma 
parte diversificada, exigida pelas características regionais 
e locais da sociedade, da cultura, da economia e dos 
educandos. (Redação dada pela Lei nº 12.796, de 2013). 
(BRASIL 1996)
A BNCC é um documento que define um conjunto de aprendizagens 
essenciais que todos os alunos que devem desenvolver ao longo das 
etapas e modalidades da educação básica, e tenham assegurados seus 
direitos de aprendizagem e desenvolvimento.
A BNCC deve ser orientada pelos princípios éticos, políticos e 
estéticos que visam a formação humana integral e à construção de uma 
sociedade justa, democrática e inclusiva.
A BNCC passa a ser uma referência e integrar a política nacional da 
educação básica, alinhando políticas sobre a formação de professores, à 
avaliação e à elaboração de conteúdos educacionais.Contudo, a BNCC 
tem a função de unir as políticas educacionais, fortalecendo o regime de 
colaboração entre os governos, sejam eles municipais, estaduais ou o 
Governo Federal, favorecendo a qualidade efetiva da educação.
De acordo com o documento ao longo da educação básica, deve 
possuir aprendizagens essenciais que visam assegurar aos estudantes 
o desenvolvimento de 10 competências gerais que garantam o 
desenvolvimento do educando. Na BNCC, as competências são definidas 
como:
 • Mobilização de conhecimentos (conceitos e procedimentos). 
 • Habilidades (práticas, cognitivas e socioemocionais). 
 • Atitudes e valores para resolver demandas complexas da vida 
cotidiana, do pleno exercício da cidadania e do mundo do trabalho.
Políticas Públicas e Educação
29
As competências definidas pela BNCC consideram a educação uma 
importante fonte de valores, que possibilita estimular ações que visem 
contribuir para a transformação da sociedade, tornando-a mais humana 
e justa, oferendo não apenas a igualdade, mas também as mesmas 
oportunidades a todos. A BNCC define como competências o conjunto 
de conhecimentos, habilidades, atitudes e valores importantes para o 
desenvolvimento intelectual, social e moral. São eles:
1. Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente 
construídos sobre os mundos físico, social e cultural 
para entender e explicar a realidade (fatos, informações, 
fenômenos e processos linguísticos, culturais, sociais, 
econômicos, científicos, tecnológicos e naturais), 
colaborando para a construção de uma sociedade 
solidária. 
2. Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à 
abordagem própria das ciências, incluindo a investigação, 
a reflexão, a análise crítica, a imaginação e a criatividade, 
para investigar causas, elaborar e testar hipóteses, formular 
e resolver problemas e inventar soluções com base nos 
conhecimentos das diferentes áreas. 
3. Desenvolver o senso estético para reconhecer, valorizar 
e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais, das 
locais às mundiais, e também para participar de práticas 
diversificadas da produção artístico-cultural.
4. Utilizar conhecimentos das linguagens verbal (oral e escrita) 
e/ou verbo-visual (como Libras), corporal, multimodal, 
artística, matemática, científica, tecnológica e digital para 
se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e 
sentimentos em diferentes contextos e, com eles, produzir 
sentidos que levem ao entendimento mútuo.
5. Utilizar tecnologias digitais de comunicação e 
informação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética 
nas diversas práticas do cotidiano (incluindo as escolares) 
ao se comunicar, acessar e disseminar informações, 
produzir conhecimentos e resolver problemas.
6. Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais 
e se apropriar de conhecimentos e experiências que lhe 
possibilitem entender as relações próprias do mundo do 
trabalho e fazer escolhas alinhadas ao seu projeto de vida 
pessoal, profissional e social, com liberdade, autonomia, 
consciência crítica e responsabilidade.
Políticas Públicas e Educação
30
7. Argumentar com base em fatos, dados e informações 
confiáveis, para formular, negociar e defender ideias, 
pontos de vista e decisões comuns que respeitem 
e promovam os direitos humanos e a consciência 
socioambiental em âmbito local, regional e global, com 
posicionamento ético em relação ao cuidado de si mesmo, 
dos outros e do planeta.
8. Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e 
emocional, reconhecendo suas emoções e as dos outros, 
com autocrítica e capacidade para lidar com elas e com a 
pressão do grupo.
9. Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos 
e a cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo 
o respeito ao outro, com acolhimento e valorização da 
diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus 
saberes, suas identidades, culturas e potencialidades, sem 
preconceitos de origem, etnia, gênero, idade, habilidade/
necessidade, convicção religiosa ou de qualquer 
outra natureza, reconhecendo-se como parte de uma 
coletividade com a qual deve se comprometer.
10. Agir pessoal e coletivamente com autonomia, 
responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, 
tomando decisões, com base nos conhecimentos 
construídos na escola, segundo princípios éticos 
democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários. 
(BRASIL, 2017)
Figura 9 - Os objetivos precípuos da BNCC
Respeito Acolhimento
Desenvolvimento Solidariedade
Inclusão
Fonte: Elaborado pela autora com base em BNCC (2017)
As competências definidas pela BNCC visam o desenvolvimento 
pleno do educando, tornando-o apto a exercer suas atividades no 
ambiente escolar, na sociedade e no trabalho.
Políticas Públicas e Educação
31
SAIBA MAIS:
Entenda mais sobre a BNCC. Disponível aqui.
RESUMINDO:
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo 
tudinho? Agora, só para termos certeza de que você 
realmente entendeu o tema de estudo desta unidade, 
vamos rever algo do que vimos. Você viu as diretrizes 
e bases da educação, os objetivos da LDB, as políticas 
públicas que influenciam o processo de avaliação e a base 
nacional comum curricular e suas dez competências gerais.
Políticas Públicas e Educação
https://bit.ly/2PwlZP2
32
Plano Nacional de Educação
OBJETIVO:
Ao término deste capítulo você será capaz de entender 
o conceito do plano nacional de educação. Isto será 
fundamental para o exercício de sua profissão. E então? 
Motivado para desenvolver esta competência? Então 
vamos lá. Avante!
Plano Nacional de Educação – Entendendo 
o conceito
Como já foi exaustivamente discutido no decorrer do presente 
estudo, o acesso à educação é um direito fundamental que se encontra 
devidamente estabelecido na Constituição Federal e, portanto, o poder 
público deve envidar esforços no sentido de garantir não apenas o acesso 
à educação de crianças e jovens, mas também para todas as demais 
pessoas que desejam estudar e, por alguma circunstância não conseguiu 
estar inserido no sistema educacional.
Para além da garantia do acesso à educação para toda a sociedade, 
o poder público deve ainda, garantir que a prestação de serviços 
educacionais seja feita de maneira gratuita e revestindo-se de alta 
qualidade. Sendo assim, quando o poder público não cumpre com as 
diretrizes de acesso ao ensino de qualidade, a sociedade pode buscar 
mecanismos para responsabilização pelo descumprimento que está 
previsto, como observado anteriormente, na Constituição Federal.
O PNE não é vinculado, a não ser por analogia, ao 
planejamento da ordem econômica. Trata-se de referência 
para o planejamento de um setor da ordem social – o 
setor educacional –, para o qual assume caráter de norma 
supra ordenadora, em consonância, mas não subordinada, 
a planos plurianuais. Esse parece ser o entendimento 
compatível com a EC nº 59/2009, uma vez que o PNE, 
plano decenal, conviverá com três PPAs. (BRASIL, 2014 p. 12)
Políticas Públicas e Educação
33
Dessa maneira, sabendo da importância que a educação ocupa 
no cenário do desenvolvimento social do Brasil, durante muito tempo 
passou a ser discutido um instrumento que fosse capaz de abarcar todos 
os elementos essenciais para a sistematização adequada da educação 
brasileira e, nesse caso, identifica-se o PNE, também conhecido como 
Plano Nacional de Educação. Destaca-se que a maneira como o PNE foi 
devidamente estruturado, acabou por favorecer o reconhecimento de 
um documento democrático, com raízes sociais. Destaca-se que o Plano 
Nacional de Educação se tornou essencial para o desenvolvimento da 
educação no País e, no intuito de se obter bons resultados, foi definido 
que o PNE teria vigência de 10 anos, ou seja, funcionaria de 2014 a 2024.
Em 26 de junho 2014, foi aprovado o PNE, a partir da Lei n.º 
10.172/2001, com a finalidade de direcionar esforços e investimentos paraa melhoria da qualidade da educação no país. Esse plano estabelece 
diretrizes, metas e estratégias na área da educação para alcançar os 
objetivos que cada estado e município deve elaborar para planejamentos 
específicos considerando a situação real e as especificidades de cada 
região. A análise dos índices do PNE deve ser realizada a cada dois anos.
Figura 10 - Aspectos do Plano Nacional de Educação
PNE
Sistematiza
DirecionaIntegra
Fonte: Elaborado pela autora com base em Brasil (2001)
Sabendo que o Plano Nacional de Educação possui período de 
vigência específico, identifica-se, como observado anteriormente, a 
importância de se estabelecer objetivos específicos que, de acordo com 
o estabelecido no texto, é possível identificar 20 metas que vão desde a 
educação infantil até o ensino superior.
Políticas Públicas e Educação
34
Ao analisar as questões apresentadas acima, destaca-se que as metas 
observadas no Plano Nacional de Educação propõem uma integração com 
temas importantes, como é o caso da educação inclusiva, plano de carreira 
de professores, educação de qualidade, universalização do ensino, acesso 
à educação, gestão e, por fim, o financiamento do projeto. 
Figura 11 - Os fundamentos do Plano Nacional de Educação
PNE
Direitos 
Humanos
Desenvol-
vimento
Constituição 
Federal
Fonte: Elaborado pela autora com base em Brasil (2001)
Conforme observado anteriormente, o PNE se fundamenta 
especificamente em determinados pressupostos, para que seja possível 
cumprir as vinte metas estabelecidas no texto do plano. Conforme se 
observa abaixo, as metas encontram-se estabelecidas da seguinte maneira:
 • Universalizar até 2016 o atendimento escolar da população de 4 
e 5 anos, e ampliar a oferta educacional de forma que creches 
atendam no mínimo 50% da população de até 3 anos, e, até o 
último ano de vigência desta Lei, universalizar o atendimento da 
demanda manifestada por creche.
 • Universalizar o ensino fundamental de nove anos para toda a 
população de 6 a 14 anos até quatro anos após a vigência desta 
Lei e garantir que pelo menos 85% dos alunos concluam essa 
etapa na idade recomendada, até o quinto ano de vigência deste 
PNE, elevando esse percentual a 95% até o último ano.
 • Universalizar, até o quinto ano de vigência desta Lei, o atendimento 
escolar para toda a população de 15 a 17 anos e elevar a taxa líquida 
de matrículas dessa faixa etária no ensino médio, alcançando-se 75% 
no quinto ano de vigência desta Lei e 90% no último ano de vigência.
Políticas Públicas e Educação
35
As três metas iniciais propõem o acesso à educação, ou seja, 
estabelecem como objetivo que as crianças e jovens (de 4 a 17 anos), 
estejam não apenas matriculadas, mas especialmente cursando as suas 
respectivas séries. Afinal de contas, não adianta estar apenas matriculada, 
o importante é que se tenha rendimento escolar, pois só através da 
vivência educacional é que a realidade pode ser modificada.
 • No prazo de quatro anos de vigência deste PNE, assegurar a 
alfabetização de todas as crianças até o final do segundo ano do 
ensino fundamental.
Essa meta especifica a questão da necessidade de se alfabetizar 
a criança em idade escolar. Isso remete às questões apresentadas 
anteriormente, pois não se trata apenas de estar matriculada, mas 
especialmente de se conseguir cumprir o objetivo da série que, no caso, 
é possibilitar que as crianças em idade escolar estejam devidamente 
alfabetizadas, ou seja, que tenham aprendido a ler e escrever em contexto.
 • Oferecer educação em tempo integral para 30%, no quinto ano 
deste PNE, e para metade, no último ano de sua vigência, dos 
alunos das escolas públicas de educação básica.
No intuito de se retirar muitas crianças que são provenientes da 
escola pública da situação de vulnerabilidade, destacou-se a necessidade 
de se implementar o regime integral de ensino, onde as crianças e jovens 
estariam recebendo educação em tempo integral.
 • Fomentar a qualidade de ensino em todos os níveis, etapas e 
modalidades do ensino, assegurando a melhoria do fluxo escolar 
e a aprendizagem dos estudantes.
Um dos pontos mais interessantes de toda esta questão é a 
qualidade da educação que está sendo apresentada, onde a proposta é 
melhorar o ensino em todos os níveis, etapas e modalidades de ensino. O 
que se deseja, portanto, não é estar na escola por estar, ou ainda, que se 
ensine qualquer coisa, de todo jeito, mas essencialmente que a qualidade 
seja o foco principal de todo o sistema educacional.
Políticas Públicas e Educação
36
 • Elevar a taxa de alfabetização da população com 15 anos ou mais 
para 93,5% até o quinto ano de vigência deste PNE e, até o último 
ano, erradicar o analfabetismo absoluto e reduzir em 60% a taxa de 
analfabetismo funcional; ofertando vagas de educação de jovens 
e adultos para 50% da demanda ativa no quinto ano e 100% até o 
último ano deste PNE.
A redução do analfabetismo é um ponto extremamente importante, 
pois no Brasil ainda é possível identificar uma grande quantidade de 
pessoas que se encaixam em pessoas que, mesmo tendo passado 
pela alfabetização, não conseguiram cumprir as metas estabelecidas 
no período e, portanto, mesmo sabendo ler e escrever, não conseguem 
desenvolver outras competências que decorrem da leitura e da escrita. 
Em situação semelhante ao analfabeto funcional, destaca-se o caso das 
pessoas que se encontram em plena condição de analfabetismo, ou seja, 
são aquelas pessoas que em momento algum da vida, conseguiram ter 
acesso à educação.
 • Oferecer, no mínimo, 25% das matrículas de educação de jovens e 
adultos na forma integrada à educação profissional nos anos finais 
do ensino fundamental e no ensino médio.
 • Triplicar as matrículas da educação profissional técnica de nível 
médio, assegurando que a rede pública corresponda, no quinto 
ano de vigência desta Lei, a 60% das matrículas e, no último ano 
de vigência desta Lei, a 80% do total de matrículas.
No intuito de reduzir o impacto que pode ser observado a partir dos 
elementos apresentados anteriormente, o Plano Nacional de Educação 
possibilidade ainda que jovens e adultos que estejam fora da idade 
escolar (ensino fundamental e ensino médio) tenham acesso ao ensino de 
maneira a conseguir integrar com sua educação profissional e minimizar 
possíveis desafios que possam enfrentar no mercado de trabalho.
 • Universalizar, para a população de 4 a 17 anos, o atendimento 
escolar aos estudantes com deficiência, transtornos globais do 
desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação na rede 
regular de ensino, realizando Censo específico.
Políticas Públicas e Educação
37
 • Elevar a escolaridade média da população maior de 15 anos de 
idade, de modo a alcançar mínimo de 10 anos de estudo até o 
quinto ano de vigência desta Lei e 12 anos de estudo até o último 
ano de vigência desta Lei para as populações do campo, da região 
de menor escolaridade no país e dos 25% mais pobres, bem como 
igualar a escolaridade média entre negros e não negros, com 
vistas à redução da desigualdade educacional.
O PNE aborda também entre as 20 metas o direito à universalização 
do ensino aos sujeitos com deficiências e residentes em regiões rurais 
de diversas áreas do país, por meio das metas a seguir. Esta meta inova 
no sentido de possibilitar às crianças e jovens com deficiência, de estar 
inseridas no sistema educacional. Ao analisar esta meta é possível observar 
de maneira expressa, que existe uma valorização substancial da figura 
dos Direitos Humanos. Encontram-se metas voltadas para valorização dos 
profissionais da educação, essa valorização é crucial para que as outras 
metas sejam alcançadas. São elas:
 • Garantir, em regime de colaboração entre a União, os Estados, o 
Distrito Federal e os Municípios, no prazo de um ano de vigência 
deste PNE, política nacional de formação e valorização dos 
profissionais da educação,assegurado que, no quinto ano de 
vigência deste plano, 85% e, no décimo ano, todos os professores 
da educação básica possuam formação específica de nível 
superior, obtida em curso de licenciatura presencial, na área de 
conhecimento em que atuam.
 • Formar em nível de pós-graduação 35%, até o quinto ano, e 50% 
por cento dos professores da educação básica, até o último ano de 
vigência deste PNE, e garantir a todos, a formação continuada em 
sua área de atuação, considerando as necessidades, demandas e 
contextualizações dos sistemas de ensino.
 • Assegurar, no prazo de dois anos, a existência de planos de carreira 
para os profissionais da educação básica pública em todos os 
sistemas de ensino, tendo como referência o piso salarial nacional 
profissional, definido em lei federal, nos termos do art. 206, VIII, da 
Constituição Federal.
Políticas Públicas e Educação
38
 • Elevar a qualidade da educação superior pela ampliação da 
atuação de mestres e doutores nas instituições de educação 
superior para, no mínimo, 85% do corpo docente em efetivo 
exercício, sendo, do total, 45% doutores.
 • Elevar gradualmente o número de matrículas na pós-graduação 
stricto sensu, de modo a atingir a titulação anual de 55 mil mestres 
e 20 mil doutores até o quinto ano de vigência desta Lei e 70 mil 
mestres e 30 mil doutores até o último ano.
 • Valorizar os profissionais do magistério das redes públicas da 
educação básica, a fim de equiparar a 80% ao final do quinto ano, 
e a igualar, no último ano de vigência deste PNE, o rendimento 
médio desses profissionais ao rendimento médio dos demais 
profissionais com escolaridade equivalente.
Figura 12 - Valorização do profissional da educação
O que é 
valorização?
Estrutura 
adequada
Oportunidades
Salário 
adequado
Fonte: Elaborado pelo autor com base em Brasil (2001)
A valorização do profissional da educação é ponto essencial no 
processo de valorização do ensino, visto que a prestação de serviço 
educacional só ocorrerá adequadamente quando os profissionais estiverem 
sendo devidamente valorizados e isso quer dizer que o profissional deve ter 
apoio para concluir seus cursos de aperfeiçoamento e, por mais incrível que 
possa parecer, que todos os profissionais da educação tenham um curso 
superior, ou seja, observa-se que ainda é possível identificar profissionais 
no Brasil que trabalham com educação, mas não possuem o curso superior 
específico para o desenvolvimento do serviço.
Políticas Públicas e Educação
39
Existem metas voltadas ao ensino superior, que será responsável 
pela formação dos futuros profissionais da educação e também 
diversos outros profissionais, que irão gerar renda e desenvolvimento 
socioeconômico para o país.
No que se refere ao número de matrículas, o Plano Nacional de 
Educação apresenta elementos essenciais para toda a sociedade, de 
maneira que tem relação direta com o direito de acesso à educação. 
Dessa maneira, significa dizer que o poder público deve favorecer, ao 
máximo, a garantia do acesso à educação, sem se esquecer, contudo, da 
qualidade do ensino.
 • Elevar a taxa bruta de matrícula na educação superior para 60% e 
a taxa líquida para 40% da população de 18 a 24 anos, assegurando 
a qualidade da oferta e a participação pública nas matrículas de 
pelo menos 40% no quinto ano de vigência desta Lei e 60% no 
último ano de vigência desta Lei.
No que se refere ao processo de gestão escolar, destaca-se a 
necessidade de se cumprir os critérios necessários que um gestor de 
uma instituição de ensino deve ter para conseguir cumprir as existências 
decorrentes da função. 
 • Garantir, mediante lei específica aprovada no âmbito dos Estados, 
do Distrito Federal e dos Municípios, a nomeação comissionada 
de diretores de escola vinculada a critérios técnicos de mérito e 
desempenho e à participação da comunidade escolar.
 • Ampliar o investimento público direto em educação pública, 
de forma a atingir, no mínimo, 10% do produto interno bruto no 
primeiro ano de vigência desta Lei, mantendo-se esse patamar 
ao longo da década, sendo que 80% dos investimentos públicos 
em educação devem ser revertidos para a educação básica e 20% 
para o ensino superior.
Políticas Públicas e Educação
40
Figura 13 - Poder público e investimento
O poder público: 
Investe
Os estudantes: 
Têm acesso à 
educação de 
qualidade
A sociedade: 
Se desenvolve
Fonte: Elaborado pela autora com base em Brasil (2001)
ACESSE:
Observatório das Metas do Plano Nacional de Educação. 
Disponível aqui.
No que se refere às estratégias que foram adotadas para o 
cumprimento das metas do Plano Nacional de Educação, destaca-se o 
especificado por Bridje (2020 online) ao mencionar que as estratégias do 
MEC se destinam, essencialmente, ao cumprimento dos objetivos através 
da colaboração da União, dos Estados, do Distrito Federal e, por fim dos 
Municípios, no sentido de ampliar o acesso à educação e, garantir de 
maneira real a qualidade do ensino.
O MEC adotou oficialmente algumas estratégias para 
assegurar que essas metas serão atingidas no tempo 
inicialmente previsto. Entre as estratégias estão a 
atuação em conjunto da União, Estados, Distrito 
Federal e Municípios para expandir o acesso a todos os 
níveis educacionais, ainda que a educação infantil seja 
responsabilidade do município e os ensinos fundamental 
e médio sejam oferecidos, via de regra, pelas redes 
estaduais. Para a educação infantil, a estratégia é expandir 
o acesso de vagas a todas as crianças, realizando parcerias 
entre diversas áreas do governo, como saúde e assistência 
social, para identificar crianças que ainda não estejam 
matriculadas. Neste caso, respeita-se o direito dos pais de 
decidirem sobre a frequência escolar de crianças de até 
03 anos. Realidade similar é o atendimento a Portadores 
de Necessidades Especiais, que ainda deve ser expandido. 
(BRIDJE, 2020)
Políticas Públicas e Educação
https://bit.ly/2E4lF4B
41
Após a análise das metas e dos objetivos, percebemos que o 
Brasil ainda tem um longo caminho a percorrer em relação à educação, 
mas metas são importantes para que a educação brasileira se torne um 
aprendizado significante, contribuindo em mudanças sociais, emocionais 
e econômicas que a nossa sociedade necessita.
IMPORTANTE:
Ao final do decênio, em 2024, deverão ser traçadas 
novas metas. A pandemia de COVID-19 mostrou que a 
democratização do acesso à tecnologia pode estar entre 
as prioridades para a educação do país no futuro. Isto, 
no entanto, não dependerá apenas do setor público e 
da área de educação em si, mas também da iniciativa 
privada e dos segmentos de tecnologia da informação, 
telecomunicações, entre outros. (BRIDJE, 2020).
RESUMINDO:
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo 
tudinho? Agora, só para termos certeza de que você 
realmente entendeu o tema de estudo desta unidade, 
vamos rever algo do que vimos. Você entendeu o conceito 
do plano nacional de educação.
Políticas Públicas e Educação
42
Diretrizes Nacionais para a Educação 
Básica
OBJETIVO:
Ao término deste capítulo você será capaz de entender 
as diretrizes nacionais para a educação básica, seu breve 
histórico e objetivos. Aprenderá também a organização 
curricular, as etapas da educação básica, da avaliação e a 
gestão democrática. Isto será fundamental para o exercício 
de sua profissão. E então? Motivado para desenvolver esta 
competência? Então vamos lá. Avante!
Breve histórico
As Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs) são normas que 
orientam o planejamento curricular das escolas e sistemas de ensino da 
educação básica, fixadas pelo Conselho Nacional de Educação (CNE). 
As DCNs têm origem na LDB de 1996, que assinala a necessidade de 
estabelecer diretrizes que irão nortear os currículos da educação básica.
Art. 8º. A União, os Estados, o Distrito Federal e os 
Municípios organizarão, em regime de colaboração, os 
respectivos sistemasde ensino.
IV - estabelecer, em colaboração com os Estados, o Distrito 
Federal e os Municípios, competências e diretrizes para a 
educação infantil, o ensino fundamental e o ensino médio, 
que nortearão os currículos e seus conteúdos mínimos, de 
modo a assegurar formação básica comum. (Brasil, 1996)
Figura 14 - Os pressupostos das DCNs
Constituição 
federal
LDB DCNs
Fonte: Elaborado pela autora com base em Brasil (1996)
Políticas Públicas e Educação
43
A criação das DCNs se faz importante para o desenvolvimento 
de políticas públicas que garantam o direito de todos ao acesso a uma 
educação de qualidade.
I – sistematizar os princípios e diretrizes gerais da 
Educação Básica contidos na Constituição, na LDB e 
demais dispositivos legais, traduzindo-os em orientações 
que contribuam para assegurar a formação básica comum 
nacional, tendo como foco os sujeitos que dão vida ao 
currículo e à escola;
II – estimular a reflexão crítica e propositiva que deve 
subsidiar a formulação, execução e avaliação do projeto 
político-pedagógico da escola de Educação Básica; 
III – orientar os cursos de formação inicial e continuada 
de profissionais – docentes, técnicos, funcionários 
– da Educação Básica, os sistemas educativos dos 
diferentes entes federados e as escolas que os integram, 
indistintamente da rede a que pertençam. (Brasil, 2001)
Figura 15 - A importância das DCNs
DCNs
Desenvolvimento 
Social
Fonte: Elaborado pela autora com base em Brasil (2001)
As DCNs se diferem dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), 
pois as DCNs são leis que fornecem as metas e os objetivos a serem 
buscados em cada curso, já os PCNs são apenas referências curriculares, 
não leis. Segundo o próprio documento:
As novas Diretrizes Curriculares Nacionais para a 
Educação Básica. São estas diretrizes que estabelecem 
a base nacional comum, responsável por orientar a 
organização, articulação, o desenvolvimento e a avaliação 
das propostas pedagógicas de todas as redes de ensino 
brasileiras. (BRASIL, 2013)
Políticas Públicas e Educação
44
Figura 16 - DCNs versus PCNs
DCNs PCNs
Fonte: Elaborado pela autora (2021) 
As DCNs gerais para educação básica estabelecem bases para 
a educação infantil, ensino fundamental e médio, em que os sistemas 
federais, estaduais e municipais irão se orientar para promover um 
currículo integralizado. 
Segundo o CNE, as DCNs buscam ser uma referência curricular, para 
que todos tenham acesso a conhecimentos cientificamente elaborados 
e historicamente construídos, para isso as DCNs, estabelecem princípios 
norteadores para a escola desenvolver suas ações pedagógicas, são eles:
1. Princípios éticos – autonomia, responsabilidade e respeito.
2. Princípios políticos – direito e cidadania.
3. Princípios estéticos – criatividade, sensibilidade e variadas formas 
artísticas.
Objetivos das Diretrizes Curriculares 
Nacionais
A criação das DCNs é importante pela necessidade de políticas 
públicas educacionais que buscassem oferecer o direito a uma educação 
de qualidade. Essas diretrizes têm por objetivos:
I – Sistematizar os princípios e diretrizes gerais da 
Educação Básica contidos na Constituição, na LDB e 
demais dispositivos legais, traduzindo-os em orientações 
que contribuam para assegurar a formação básica comum 
nacional, tendo como foco os sujeitos que dão vida ao 
currículo e à escola;
II – Estimular a reflexão crítica e propositiva que deve 
subsidiar a formulação, execução, e avaliação do Projeto 
Político Pedagógico da escola de Educação Básica;
Políticas Públicas e Educação
45
III – Orientar os cursos de formação inicial e continuada 
de profissionais – docentes, técnicos, funcionários 
– da Educação Básica, os sistemas educativos dos 
diferentes entes federados e as escolas que os integram, 
indistintamente da rede a que pertençam. (BRASIL, 2013)
As diretrizes buscam favorecer ao educando uma educação de 
qualidade, onde possa proporcionar o desenvolvimento integral do 
educando, tornando apto a atuar na sociedade.
Organização curricular
A organização curricular deve considerar o meio e as particularidades 
em que o ambiente escolar está inserido. Os conhecimentos escolares 
são as práticas socialmente construídas, e essas práticas se constituem 
no âmbito do currículo, considerando que:
 • As instituições universidades e centros de pesquisas são 
produtores de conhecimento.
 • Relacionados para o mundo do trabalho.
 • Promover no desenvolvimento tecnológico.
 • Desenvolver atividades desportivas e corporais.
 • Valorização artística.
 • Ao campo da Saúde.
 • Diversas formas de exercícios de cidadania.
 • Voltadas para os movimentos sociais.
Segundo a LDB, os conteúdos curriculares da educação básica 
devem:
I. Difusão de valores fundamentais ao interesse social, 
aos direitos e deveres dos cidadãos, de respeito ao bem 
comum e à ordem democrática;
II. Consideração das condições de escolaridade dos 
estudantes em cada estabelecimento;
III. Orientação para o trabalho;
Promoção do desporto educacional e apoio às práticas 
desportivas não-formais. (BRASIL, 1996)
Políticas Públicas e Educação
46
Desse modo, os valores sociais direitos e deveres dos cidadãos 
devem constituir assuntos importantes para o currículo.
Etapas da educação básica
A LDB 9394/96 estrutura a educação básica por etapas e 
modalidades de ensino, são elas:
Educação infantil
 • Creche de 0 a 3 anos e 11 meses.
 • Pré-escola de 4 a 5 anos.
 • Duração de dois anos.
Ensino fundamental
 • Obrigatório e gratuito.
 • Duração de nove anos, é organizado em duas fases: Ensino 
fundamental I (com duração de cinco anos) – anos iniciais; Ensino 
fundamental anos finais (com duração de quatro anos).
Ensino médio
 • Duração de três anos.
Modalidades da educação básica
Na oferta de cada etapa, pode corresponder uma ou mais 
modalidades de ensino. São elas:
 • Educação de jovens e adultos (EJA). 
 • Educação especial. 
 • Educação profissional e tecnológica.
 • Educação básica do campo.
 • Educação escolar indígena.
 • Educação escolar quilombola.
 • Educação a distância (EaD).
Políticas Públicas e Educação
47
Dentro de cada modalidade encontra-se uma diretriz curricular 
que norteia o currículo. Além dessas diretrizes curriculares para as 
modalidades citadas acima, no novo documento das DCNs para educação 
básica encontra-se:
 • DCNs para a educação das relações étnico-raciais e para o ensino 
de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana.
 • DCNs para a educação em Direitos Humanos.
 • DCNs para a Educação Ambiental.
ACESSE:
Entenda mais sobre as DCNs. Disponível aqui.
Avaliação na educação básica
A avaliação no ambiente escolar compreende três dimensões 
básicas:
 • Avaliação da aprendizagem.
 • Avaliação institucional interna e externa.
 • Avaliação de redes de educação básica.
É nessas diretrizes que baseia-se a concepção de educação que 
fundamenta as dimensões da avaliação e das estratégias didático-
pedagógicas a serem utilizadas em todas as unidades escolares e 
no sistema de ensino educacional. No texto da LDB, a avaliação da 
aprendizagem na educação básica é norteada pelos artigos 24 e 31, que 
se complementam, definindo que a avaliação será de acordo com as 
regras comuns.
Art. 24
V - a verificação do rendimento escolar observará os 
seguintes critérios:
a) avaliação contínua e cumulativa do desempenho do 
aluno, com prevalência dos aspectos qualitativos sobre os 
Políticas Públicas e Educação
https://bit.ly/38tHhVR
48
quantitativos e dos resultados ao longo do período sobre 
os de eventuais provas finais;
b) possibilidade de aceleração de estudos para alunos 
com atraso escolar;
c) possibilidade de avanço nos cursos e nas séries 
mediante verificação do aprendizado;
d) aproveitamento de estudos concluídos com êxito;
e) obrigatoriedade de estudos de recuperação, de 
preferência paralelos ao período letivo, para os casos de 
baixo rendimentoescolar, a serem disciplinados pelas 
instituições de ensino em seus regimentos;
Art. 31. A educação infantil será organizada de acordo com 
as seguintes regras comuns: (Redação dada pela Lei nº 
12.796, de 2013)
I - avaliação mediante acompanhamento e registro 
do desenvolvimento das crianças, sem o objetivo de 
promoção, mesmo para o acesso ao ensino fundamental; 
(Incluído pela Lei nº 12.796, de 2013). (BRASIL, 1996)
O CNE orienta que a avaliação da aprendizagem escolar deve ser 
pautada na avaliação de caráter formativo, em que deve predominar 
os valores qualitativos sobre os quantitativos, eliminando o caráter 
classificatório. 
Figura17 - Avaliação da aprendizagem escolar
Caráter 
formativo
Valores 
qualitativos
Fonte: Elaborado pela autora (2021).
A este respeito, é preciso adotar uma estratégia de progresso 
individual e contínuo, que favoreça o crescimento e considere a evolução 
de cada estudante, preservando a qualidade necessária para sua 
formação escolar.
Gestão democrática
A organização do trabalho escolar deve ser desenvolvida baseada 
na democracia, favorecendo que todos que compõem o ambiente escolar 
possam contribuir para a tomada de decisão.
Políticas Públicas e Educação
49
O ambiente escolar deve ser um espaço que promova o diálogo e o 
desenvolvimento democrático.
Conforme exposto pela LDB, os sistemas de ensino terão a 
incumbência de:
Art. 12. Os estabelecimentos de ensino, respeitadas as 
normas comuns e as do seu sistema de ensino, terão a 
incumbência de:
I - elaborar e executar sua proposta pedagógica;
II - administrar seu pessoal e seus recursos materiais e 
financeiros;
III - assegurar o cumprimento dos dias letivos e horas-aula 
estabelecidas;
IV - velar pelo cumprimento do plano de trabalho de cada 
docente;
V - prover meios para a recuperação dos alunos de menor 
rendimento;
VI - articular-se com as famílias e a comunidade, criando 
processos de integração da sociedade com a escola;
VII - informar os pais e responsáveis sobre a frequência e 
o rendimento dos alunos, bem como sobre a execução de 
sua proposta pedagógica.
VII - informar pai e mãe, conviventes ou não com seus 
filhos, e, se for o caso, os responsáveis legais, sobre a 
frequência e rendimento dos alunos, bem como sobre a 
execução da proposta pedagógica da escola; (Redação 
dada pela Lei nº 12.013, de 2009)
VIII – notificar ao Conselho Tutelar do Município, ao juiz 
competente da Comarca e ao respectivo representante do 
Ministério Público a relação dos alunos que apresentem 
quantidade de faltas acima de cinquenta por cento do 
percentual permitido em lei. (Incluído pela Lei nº 10.287, 
de 2001)
VIII – notificar ao Conselho Tutelar do Município a relação 
dos alunos que apresentem quantidade de faltas acima 
de 30% (trinta por cento) do percentual permitido em lei; 
(Redação dada pela Lei nº 13.803, de 2019)
Políticas Públicas e Educação
50
IX - promover medidas de conscientização, de prevenção 
e de combate a todos os tipos de violência, especialmente 
a intimidação sistemática (bullying), no âmbito das escolas; 
(Incluído pela Lei nº 13.663, de 2018)
X - estabelecer ações destinadas a promover a cultura 
de paz nas escolas. (Incluído pela Lei nº 13.663, de 2018). 
(BRASIL, 1996)
Figura 18 - Pressupostos da gestão democrática
Espaço 
inclusivo
Solidário
Participativo Equitativo
Fonte: Elaborado pela autora (2021). 
Conforme observamos no artigo 12, a escola deve articular com a 
família, e essa articulação é importante para que todos devam participar 
das decisões, sejam elas quais forem. 
Para que a gestão escolar cumpra o papel que cabe à escola, os 
gestores devem proceder a uma revisão de sua organização administrativa 
e pedagógica, a partir do tipo de cidadão que se propõe a formar, o que 
exige compromisso social com a redução das desigualdades entre o 
ponto de partida do estudante e o ponto de chegada a uma sociedade 
de classes.
Políticas Públicas e Educação
51
SAIBA MAIS:
Entenda mais sobre as diretrizes curriculares da educação 
básica. Disponível aqui.
RESUMINDO:
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo 
tudinho? Agora, só para termos certeza de que você 
realmente entendeu o tema de estudo desta unidade, 
vamos rever algo do que vimos. Você viu as diretrizes 
nacionais para a educação básica, seu breve histórico e 
objetivos. Aprendeu também a organização curricular, 
as etapas da educação básica, da avaliação e a gestão 
democrática.
Políticas Públicas e Educação
https://bit.ly/2PwUwMV
52
REFERÊNCIAS
BONAMINO, A. & SOUZA, S. Z. Três gerações de Avaliação da 
Educação Básica no Brasil: Interfaces com o currículo da/na escola. 
Educação e Pesquisa, São Paulo, V. 38, p. 373-388, Abril/Junho, 2012.
BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa 
do Brasil de 1988. Brasília, DF: Presidência da República, [2016]. Disponível 
em: https://bit.ly/2EBWWYJ. Acesso em: 19 jan. 2021.
BRASIL. LEI Nº 9.394, DE 20 DE DEZEMBRO DE 1996. Estabelece 
as diretrizes e bases da educação nacional. Brasília, DF, 1996. Disponível 
em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm. Acesso em: 19 
jan. 2021.
BRASIL. LEI Nº 13.005, DE 25 DE JUNHO DE 2014. Aprova o Plano 
Nacional de Educação - PNE e dá outras providências. Brasília, DF, 2014. 
Disponível em: https://bit.ly/2YzJTkI. Acesso em: 19 jan. 2021.
BRASIL. Ministério da Educação. Diretrizes Curriculares Nacionais 
Gerais da Educação Básica. Secretaria de Educação Básica. Secretaria de 
Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão. Conselho 
Nacional da Educação. Diretoria de Currículos e Educação Integral. – 
Brasília: MEC, SEB, DICEI, 2013.
BRASIL. Resolução CNE/ CP nº 2, de 22 de Dezembro de 2017. 
Institui e orienta a implantação da Base Nacional Comum Curricular, 
a ser respeitada obrigatoriamente ao longo das etapas e respectivas 
modalidades no âmbito da Educação Básica. Ministério da Educação, 
Conselho Nacional de Educação. Disponível em: https://bit.ly/2YCZHTE. 
Acesso em 19 jan. 2021.
CARNOY, M. Mundialização e Reforma na Educação. Brasília: UNESCO, 
2002.
CARVALHO, D. P. de C. A nova lei de diretrizes e bases e a 
formação de professores para a educação básica. 1998. Disponível em: 
https://bit.ly/3iMsH2v. Acesso em 01 out. 2021.
Políticas Públicas e Educação
53
CASASSUS, J. A Escola e a Desigualdade. Brasília: Plano, 2002.
HINGEL, M. LDB: Reflexões e caminhos. Brasília: INDEC, 1997.
MARTINS, V. A Educação em Valores na Lei de Diretrizes e Bases. 
Construir notícias. 25 ed. [s.d.] Disponível em: https://bit.ly/3FDGSRg. 
Acesso em: 01 out. 2021. 
PATTO, M. H. S. O fracasso escolar. São Paulo: SE, 2004.
Políticas Públicas e Educação
Políticas Públicas 
e Educação
Unidade 4
Financiamento da Educação Nacional
Diretor Executivo 
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Gerente Editorial 
CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA
Projeto Gráfico 
TIAGO DA ROCHA
Autoria
MARIA PAULA SILVA LIMA ALMEIDA
AUTORIA
Maria Paula Silva Lima Almeida
Sou graduada em Administração de Empresas e Pedagogia, Mestra 
em gestão da educação, com uma experiência técnico-profissional na 
área de gestão de mais de 10 anos. Sou apaixonada pelo que faço e adoro 
transmitir minha experiência de vida àqueles que estão iniciando em suas 
profissões. Por isso, fui convidada pela Editora Telesapiens a integrar seu 
elenco de autores independentes. Estou muito feliz em poder ajudar você 
nesta fase de muito estudo e trabalho. Conte comigo!
ICONOGRÁFICOS
Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez 
que:
OBJETIVO:
para o início do 
desenvolvimento de 
uma nova compe-
tência;
DEFINIÇÃO:
houver necessidade 
de se apresentar um 
novo conceito;
NOTA:
quando forem 
necessários obser-
vações ou comple-
mentações para o 
seu conhecimento;
IMPORTANTE:
as observações 
escritas tiveram que 
ser priorizadas para 
você;
EXPLICANDO 
MELHOR: 
algo precisaser 
melhor explicado ou 
detalhado;
VOCÊ SABIA?
curiosidades e 
indagações lúdicas 
sobre o tema em 
estudo, se forem 
necessárias;
SAIBA MAIS: 
textos, referências 
bibliográficas e links 
para aprofundamen-
to do seu conheci-
mento;
REFLITA:
se houver a neces-
sidade de chamar a 
atenção sobre algo 
a ser refletido ou dis-
cutido sobre;
ACESSE: 
se for preciso aces-
sar um ou mais sites 
para fazer download, 
assistir vídeos, ler 
textos, ouvir podcast;
RESUMINDO:
quando for preciso 
se fazer um resumo 
acumulativo das últi-
mas abordagens;
ATIVIDADES: 
quando alguma 
atividade de au-
toaprendizagem for 
aplicada;
TESTANDO:
quando o desen-
volvimento de uma 
competência for 
concluído e questões 
forem explicadas;
SUMÁRIO
Financiamento da educação escolar .....................................................10
Conceito ................................................................................................................................................. 10
Programas do Fundo Nacional de Desenvolvimento da 
Educação ..............................................................................................................20
Conceito ................................................................................................................................................ 20
Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) ............................................22
Programa Brasil Alfabetizado .................................................................................................23
Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) ............................................................24
Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE) ...............................................................25
Programa de Apoio ao Atendimento à Educação de Jovens e Adultos 
(PEJA) .......................................................................................................................................................26
Programa Nacional de Transporte Escolar (PNATE) ..............................................26
Programa Nacional Biblioteca na Escola (PNBE) .....................................................27
Programa Nacional de Saúde do Escolar (PNSE)....................................................27
Organização ........................................................................................................................................27
Financiamento da educação profissional no brasil – contradições e 
desafios ...................................................................................................................................................28
Organização e financiamento da educação profissional de nível 
médio ......................................................................................................................30
Organização ....................................................................................................................................... 30
Organização e financiamento do ensino superior............................40
Organização e estrutura do ensino superior .............................................................. 40
Financiamento do ensino superior no Brasil ...............................................................42
7
UNIDADE
04
Políticas Públicas e Educação
8
INTRODUÇÃO
Nesta unidade, trataremos o conceito e histórico do financiamento 
da educação escolar. Em especial, o Fundeb – Lei 11.494/2007 e o 
parecer CNE/CBE – 07/2008, que tratam sobre as verbas federias 
na educação básica. Para falar sobre “financiamento”, abordaremos 
sobre todos os “programas” que envolvem o Fundeb, seus conceitos 
e destinos. Trataremos, também, da organização e financiamento da 
educação profissional em nível médio, suas contradições e desafios, e, 
para finalizar, falaremos da organização e do financiamento do ensino 
superior educacional brasileiro.
Políticas Públicas e Educação
9
OBJETIVOS
Olá. Seja muito bem-vindo à nossa Unidade 4, o nosso objetivo 
é auxiliar você no desenvolvimento das seguintes competências 
profissionais até o término desta etapa de estudos:
1. Identificar as linhas e fundos de financiamento da educação 
escolar.
2. Compreender os fundamentos e a aplicabilidade dos programas 
do FNDE.
3. Entender a organização da educação profissional em nível médio 
no Brasil e identificar os financiamentos que a mantêm.
4. Discernir sobre a organização da educação superior pública no 
Brasil e identificar os financiamentos que mantêm essa modalidade.
Então, preparado para uma viagem sem volta rumo ao 
conhecimento? Ao trabalho!
Políticas Públicas e Educação
10
Financiamento da educação escolar
OBJETIVO:
Ao final desta unidade você irá compreender um pouco 
melhor as questões relacionadas ao financiamento da 
educação escolar. Sugere-se uma análise a partir do que 
compreende o instrumento como sendo a capacidade 
de gerir financeiramente algo ou alguma coisa. E então? 
Motivado para desenvolver esta competência? Então 
vamos lá. Avante!
Conceito
No caso do Brasil, a educação recebe financiamentos que podem 
decorrer tanto de recursos públicos, de empresas privadas e, ainda, dos 
próprios cidadãos. 
A referida questão encontra-se devidamente estabelecida na Lei 
de Diretrizes e Bases 9.394/96, mais especificamente no artigo 68º do 
capítulo VI, que se encontra apresentado da seguinte maneira:
Art. 68. Serão recursos públicos destinados à educação os 
originários de: 
I - receita de impostos próprios da União, dos Estados, do 
Distrito Federal e dos Municípios; 
II - receita de transferências constitucionais e outras 
transferências; 
III - receita do salário-educação e de outras contribuições 
sociais; 
IV - receita de incentivos fiscais; 
V - outros recursos previstos em lei. (BRASIL, 1996)
Políticas Públicas e Educação
11
Figura 1 - Recursos públicos e educação
Financiamento
Estados
MunicíposUnião
Distrito 
Federal
Fonte: Elaborado pela autora (2021).
Ainda em se tratando de distribuição de recursos para a educação, 
observa-se que no caput do artigo 69º da Lei 9.394/96 se encontram 
especificados alguns percentuais de aplicação das receitas financeiras 
que são arrecadas através dos impostos. 
Art. 69. A União aplicará, anualmente, nunca menos de 
dezoito, e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, 
vinte e cinco por cento, ou o que consta nas respectivas 
Constituições ou Leis Orgânicas, da receita resultante 
de impostos, compreendidas as transferências 
constitucionais, na manutenção e desenvolvimento do 
ensino público. (BRASIL, 1996)
Figura 2 - Percentuais de distribuição 
Distrito Federal
Estados
Municípios
União
25%18%
Fonte: Elaborado pela autora (2021).
Políticas Públicas e Educação
12
Além do mais, deve ser destacado que os percentuais direcionados 
por cada sujeito de direito são elementos de extrema importância para 
o favorecimento da educação pública no Brasil de maneira que, em 
caso do não repasse ou ainda do próprio atraso, os representantes do 
poder público que teriam a responsabilidade de fazer a ação, mas não o 
fazem, poderiam ser responsabilizados civil e criminalmente, conforme 
estabelece o § 6º do já mencionado artigo 69º da LDB, que se encontra 
disposto da seguinte maneira:
O atraso da liberação sujeitará os recursos à correção 
monetária e à responsabilização civil e criminal das 
autoridades competentes. (BRASIL, 1996)
Por isso, sabendo que a destinação dos recursos públicos é um 
direito expressamente garantido por lei e ainda, no intuito de se evitar 
o extremo da responsabilização apresentado acima, o Ministério da 
Educação se torna o órgão competente para direcionar a maneira como 
as verbas deverão ser utilizadas.
Figura 3 - Direcionamento dos recursos públicos
Ministério da 
Educação define 
a destinação dos 
recursos
As instituições 
recebem os 
recursos
As instituições aplicam 
os recursos de acordo 
comas diretrizes 
estabelecidas
Fonte: Elaborado pela autora (2021).
Portanto, para que seja possível a utilização adequada dos recursos 
direcionados pelo poder público a partir das definições do Ministério da 
Educação, a Lei ainda apresenta a maneira como os Estados, Municípios 
e Distrito Federal devem trabalhar de maneira colaborativa nos assuntos 
Para que isso ocorra, foi implementado o Fundo de Manutenção e 
Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério 
(FUNDEF), em que os Estados, o Distrito Federal e os Municípios 
deverão destinar pelo menos 15% dos impostos para manutenção e 
desenvolvimento do ensino fundamental.
Políticas Públicas e Educação
13
Figura 4 - FUNDEF e os recursos públicos
FUNDEF
FPM
FPEICMS
IPIExp
Fonte: Elaborado pela autora (2021).
Em 1551, no Brasil Colônia, a educação formal pública era de 
responsabilidade dos jesuítas, e os representantes da Companhia de 
Jesus eram os responsáveis pelas escolas. Em meados do século XVIII, 
os jesuítas foram expulsos, e o governo de Portugal ficou responsável 
pela educação no Brasil. Nessa época, a educação era custeada por meio 
de um novo tributo que os próprios brasileiros contribuíam chamado de 
“Subsídio Literário”.
A Constituição Brasileira de 1934, no artigo 150, declarava ser 
competência da União a fixação de um plano nacional de educação 
que contemplasse todos os graus e modalidades de ensino, bem como 
coordenasse e fiscalizasse sua execução. Neste artigo, ficou estabelecido 
que a União destinasse 10% de seus impostos para a educação, os 
Estados e o Distrito Federal 20%, e para o ensino das zonas rurais, a União 
destinaria 20% das cotas anuais de educação.
Em 1946, na Carta Magna, ficou estabelecido que a União aplicasse, 
anualmente, pelo menos 10%, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios 
pelo menos de 20% da renda resultante dos impostos na manutenção e 
desenvolvimento do ensino (BRASIL, 2006). 
Políticas Públicas e Educação
14
As porcentagens sofreram modificação com a Lei de Diretrizes e 
Bases de 1961 (LDB - Lei 4.024/61), que previa que a União aplicaria 12%, 
enquanto os Estados, o Distrito Federal e os municípios 20%, no mínimo, 
de sua receita de impostos.
A Lei estabelecia que caso os Estados, o Distrito Federal e os 
municípios não aplicassem a porcentagem prevista na Constituição, não 
poderiam solicitar auxílio da União para esse fim.
Entre 1962 e 1970, foi elaborado o Plano de Educação como 
consequência do regime militar de 1964. Encontramos nessa época 
foco na centralização, burocracia e autoritarismo prevalecendo uma 
concentração de poder na União enfraquecendo os governos estaduais e 
municipais nas decisões relacionadas a educação.
Esse modelo centralizador e autoritário foi reproduzido pelas 
secretarias e órgãos da educação de estados e municípios, contribuindo 
para a ineficiência da gestão educacional do país. 
Em 1964, pela Lei 4.440, criou-se outra fonte importante de 
financiamento, o “salário-educação”, destinado somente ao ensino 
fundamental público. Baseando-se nisso, Callegari (2008) afirma que, na 
Emenda Constitucional de 1969, a vinculação de recursos ficou limitada 
aos municípios e a União, que já vinha descumprindo o dispositivo da 
antiga LDB, ficou liberada de qualquer obrigação. Essa desvinculação de 
recursos foi desastrosa para a educação. 
Em 1983, foi aprovada a Emenda Calmon, que previa a aplicação 
de 13% pela União e 20% pelos Estados, Distrito Federal e Municípios da 
receita proveniente de impostos na manutenção e desenvolvimento do 
ensino. 
A Constituição Federal de 1988 e a Lei de Diretrizes e Bases de 1996 
dividem as competências e responsabilidades entre a União, os Estados 
e os Municípios, o que também se aplica ao financiamento e manutenção 
dos diferentes níveis da educação e do ensino. No entanto, essa forma 
de organização não indica, necessariamente, que o sistema educacional 
brasileiro seja plenamente descentralizado. A descentralização da gestão 
vem se constituindo em um grande desafio, visando a consolidação da 
Políticas Públicas e Educação
15
dinâmica federativa do Estado brasileiro e à democratização do poder e 
dos processos decisórios nas suas diferentes estruturas organizacionais.
Na Constituição de 1988, ficou estabelecido que a União aplicasse, 
na manutenção e desenvolvimento do ensino, no mínimo, 18%, os Estados, 
o DF e os municípios 25% da receita resultante de impostos, incluindo a 
proveniente de transferências. Com a reforma tributária de 1988, o Estado 
não conseguiu arcar com as despesas para manter a própria rede, o que 
foi um impulso à municipalização do ensino Fundamental, pois assim, 
aliviaria a manutenção deste nível de ensino.
De acordo com Callegari (2008), após oito anos da Constituição 
de 1988, em 1996, a taxa de escolarização era de 90,8%, faltando cerca 
de três milhões de matrículas em relação à almejada universalização do 
ensino fundamental em idade própria. 
Em 1996, foi criado o FUNDEF — Fundo de Manutenção e 
Desenvolvimento do Ensino Fundamental (Lei 9.424, de 24 de dezembro 
de 1996) no âmbito dos Estados e do Distrito Federal, constituído de 15% 
das receitas provenientes de impostos e transferências, para distribuição 
entre o Estado e seus municípios, proporcionalmente às matrículas no 
ensino Fundamental, focando na municipalização do ensino fundamental 
(BRASIL, 1996).
O Fundo Nacional de Desenvolvimento do Ensino Fundamental — 
FUNDEF foi responsável pela redistribuição da receita arrecadada pelos 
municípios e estados de alguns impostos (Imposto sobre Circulação de 
Mercadorias e Serviços — ICMS, Fundo de Participação dos Municípios — 
FPM, Fundo de Participação dos Estados — FPE, Imposto dobre Produtos 
Industrializados, proporcional as exportações — IPI exportação) para o 
desenvolvimento do ensino fundamental.
No entanto, esse fundo não trouxe grande novidade, cuidou apenas 
para a distribuição igualitária de 15% dos recursos arrecadados distribuídos 
por número de alunos matriculados no ensino fundamental. Esse fundo 
vigorou de 1998 a 2006, era um fundo de subvinculação das receitas da 
educação, dos 25% da receita vinculada, 60% eram destinado ao ensino 
fundamental.
Políticas Públicas e Educação
16
Com a criação do FUNDEF, iniciou-se o processo de descentralização 
na educação, os municípios, visando não perder as receitas advindas 
do ensino fundamental, passaram a ter a responsabilidade sobre esse 
sistema de ensino.
Em 2006, o FUNDEF com poucas modificações, foi substituído pelo 
Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação Básica – FUNDEB, uma 
das mudanças desse fundo era que 20% dos recursos eram distribuídos 
pelo número de matrículas no ensino básico, ou seja, desde a educação 
infantil até o ensino médio e não somente no ensino fundamental, como 
no FUNDEF. 
 Outra mudança foi a ampliação dos impostos para compor esse 
fundo e acrescentou-se o Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e 
Doação – ITCMD, Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores 
– IPVA, Imposto sobre Renda e Proventos incidentes sobre rendimentos 
pagos pelos municípios, Imposto sobre Renda e Proventos incidentes 
sobre rendimentos pagos pelos estados, cota de 50% do Imposto 
Territorial Rural – ITR devida aos municípios.
 Esses programas têm por objetivo obter recursos para as escolas 
públicas de educação básica das redes federal, estadual e municipal para 
ampliarem o desenvolvimento de atividades educativas.
O recurso financeiro é algo diretamente relacionado à qualidade da 
educação, e, ao analisar o financiamento educacional, o grande problema 
talvez não esteja na pouca arrecadação, mas sim na forma que esses 
recursos são distribuídos e aplicados.
A população deve participar ativamente das decisões em relação 
à educação, reivindicando seus direitos, participando das discussões e 
fiscalizando os gastos com a educação, para que possacontribuir para 
efetiva melhorar da educação brasileira.
Ainda sobre a Lei nº 11.494, implementada em 2007 que regulamenta 
o FUNDEB é importante destacar alguns pontos importantes sobre o seu 
funcionamento:
Políticas Públicas e Educação
17
 • Será instituído para cada Estado e Distrito Federal um fundo de 
manutenção e desenvolvimento da educação básica e valorização 
profissional.
 • Aplicação de no mínimo de 25% (vinte e cinco por cento) desses 
impostos em favor da manutenção e desenvolvimento do ensino.
 • A distribuição de recursos será proporcional ao número de alunos 
matriculados nas respectivas redes de educação básica pública 
presencial.
 • As instituições devem oferecer igualdade de condições para o 
acesso e permanência na escola e atendimento educacional 
gratuito a todos os seus alunos.
 • A instituição sem fins lucrativos deve comprovar finalidade não 
lucrativa e aplicar seus excedentes financeiros em educação.
 • Atender a padrões mínimos de qualidade.
A lei do FUNDEB foi um importante avanço para a destinação de 
recursos com foco na educação, no entanto, a partir da lei deve-se investir 
em políticas públicas para o desenvolvimento na prática da destinação 
correta dos recursos e para efetiva ampliação da qualidade e acesso à 
educação.
ACESSE:
Conheça a Lei do FUNDEB na íntegra. Disponível aqui.
Ainda no que se refere ao processo de destinação dos recursos 
financeiros do FUNDEB, destaca-se que o processo é realizado a partir 
da quantidade de alunos que são identificados na educação básica que 
foram cadastrados no censo escolar que deve ser realizado sempre no 
ano escolar anterior. 
No que se refere ao processo de aperfeiçoamento do FUNDEB, no 
ano de 2021 foi estabelecido um aumento nos valores do repasse, cujo 
objetivo é que até o ano de 2026 o valor atinja 23%. De acordo com os 
Políticas Públicas e Educação
https://bit.ly/2P8kcAE
18
novos cálculos que se destinam ao novo FUNDEB, 70% deve ser utilizado 
para o pagamento aos profissionais da Educação Básica, diferente do 
percentual antigo que era de 60% para os profissionais que ocupavam o 
magistério. 
Agora, pelo menos 70% dos valores do Fundo devem ser 
investidos no pagamento de profissionais da Educação 
Básica. No antigo modelo, o percentual mínimo era de 
60% e abarcava apenas os profissionais do magistério. O 
novo Fundeb também traz um reforço no monitoramento 
feito pela sociedade, ao ampliar o número de integrantes 
dos conselhos de acompanhamento e controle social, os 
chamados Cacs-Fundeb. (BRASIL, 2021)
REFLITA:
Sobre a importância do FUNDEB para o desenvolvimento e 
aperfeiçoamento do sistema educacional brasileiro, indica-
se a leitura do artigo de opinião intitulado de: O que é e 
como funciona o FUNDEB? Que pode ser acessado aqui.
A lei educacional brasileira garante também que os recursos 
públicos devem ser destinados às escolas públicas e poderão ser 
direcionados também para escolas comunitárias, confessionais ou 
filantrópicas que não tenham finalidades lucrativas, que transfere seu 
patrimônio para outra escola comunitária caso encerre suas atividades e 
prestem contas ao poder público recebido. A qualidade da educação é a 
uma preocupação nacional e devido à grande diversificação do sistema, 
o Ministério tem buscado proporcionar um detalhamento sobre as fontes 
de recursos disponíveis para o financiamento da educação profissional, 
como forma de articular e integrar os sistemas.
Em busca de melhorar a educação, a legislação destina 10% do 
Produto Interno Bruto (PIB), para a educação. Esse investimento visa 
melhorar os índices relacionados à qualidade da educação. Contudo, 
a participação de toda a sociedade principalmente pais, professores e 
gestores é crucial para a correta aplicação dessa verba, pois, por meio de 
um processo democrático, todos podem opinar sobre a correta destinação 
do recurso, de modo que seja utilizado favorecendo a aprendizagem e 
contribuindo para equidade educacional.
Políticas Públicas e Educação
https://todospelaeducacao.org.br/noticias/perguntas-e-respostas-o-que-e-e-como-funciona-o-fundeb/
19
ACESSE:
Para saber mais sobre de onde vem e para onde vai os 
financiamentos educacionais leia Por dentro da Grana.
RESUMINDO:
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo 
tudinho? Agora, só para termos certeza de que você 
realmente entendeu o tema de estudo desta unidade, 
vamos rever algo do que vimos. Você viu definições gerais 
sobre financiamento, para que em seguida, fosse possível 
compreender a relação do financiamento no âmbito da 
educação. Em seguida, foi possível compreender o que é 
FUNDEB e FUNDEF e sua importância para a educação 
brasileira. 
Políticas Públicas e Educação
https://bit.ly/35cgGdV
20
Programas do Fundo Nacional de 
Desenvolvimento da Educação
OBJETIVO:
Ao final deste capítulo você entenderá o que é o Fundo 
Nacional de Desenvolvimento da Educação – FNDE que 
tem como principal objetivo prover recursos e ações para o 
desenvolvimento da educação, visando garantir um ensino 
de qualidade a todos os brasileiros. E então? Motivado para 
desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante!
Conceito
O Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação — FNDE tem 
como principal objetivo prover recursos e ações para o desenvolvimento 
da educação, visando garantir um ensino de qualidade a todos os 
brasileiros. Seus recursos são direcionados aos estados, ao Distrito 
Federal, aos municípios e às organizações não governamentais, para 
atendimento às escolas públicas de educação básica. 
Ainda no que se refere ao objetivo principal do FNDE, observa-se 
o especificado pelo FNDE onde se destaca sua atuação inovadora no 
processo de utilização dos recursos públicos que se destinam à educação. 
Figura 5 - FUNDEF e os recursos públicos
FUNDEF arrecada recursos
FUNDEF repassa recursos 
para estados e municípios
FUNDEF garante a implementação e o 
funcionamento de programas educacionais
Fonte: Elaborado pela autora (2021).
Políticas Públicas e Educação
21
De acordo com o que é apresentado na figura acima, destaca-se 
que o FNDE se torna uma instituição de referência no cenário nacional e, 
portanto, essencial para o direcionamento adequado dos programas que 
se destinam à implementação da educação brasileira, pois a administração 
do processo de execução no âmbito da implementação dos recursos fica 
a cargo do FNDE. Nesse sentido, Baião (2021) destaca que:
De modo geral, a tarefa do FNDE consiste em arrecadar 
e repassar recursos para estados e municípios brasileiros, 
de forma a garantir a implementação e/ou funcionamento 
de importantes programas educacionais – entre os quais 
o FUNDEB (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento 
da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da 
Educação). (BAIÃO, 2021)
Como órgão administrador dos fundos educacionais no sistema 
brasileiro, destaca-se que o FNDE financia vários programas e fundos 
existentes no Brasil, como é o caso dos seguintes programas:
 • FUNDEB.
 • FIES.
 • PNAE.
 • PROGRAMA BRASIL ALFABETIZADO.
 • PNLD.
 • PDDE.
 • PEJA.
 • PNATE.
 • PNBE. 
 • PNSE.
Políticas Públicas e Educação
22
SAIBA MAIS:
No intuito de aprofundar as informações sobre a importância 
do FNDE para o sistema governamental brasileiro, destaca-
se o artigo de opinião cuja autoria é de: FNDE e ainda, 
intitulado de “Presidente do FNDE reforça a importância 
dos trabalhos da autarquia em encontro com servidores 
e colaboradores”, que pode ser acessado através do link 
disponível aqui.
Vejamos no próximo tópico, de maneira pormenorizada, as 
informações relacionadas com os programas e fundos apresentados 
acima.
Programa Nacional de Alimentação 
Escolar (PNAE)
Em 1954, foi criado o Programa Nacional de Alimentação Escolar 
(PNAE), cujo objetivo é transferir recursos financeiros para os estados e 
municípios no processo de realização de compra de gêneros alimentícios, 
garantindoa alimentação escolar dos alunos de educação infantil e do 
ensino fundamental, inclusive os das escolas indígenas.
Nesse sentido, de acordo com o PNAE, o programa se destinará 
ao favorecimento da alimentação escolar e, por isso, o poder público 
federal tem a responsabilidade de repassar aos Estados, escolas 
federais e Municípios determinados valores financeiros, mas em caráter 
suplementar, divididos em dez parcelas mensais, para conceder suporte 
alimentar aos estudantes. 
De acordo com o FNDE os valores atuais que são repassados para 
o poder público, de acordo com cada necessidade específica, são os 
seguintes:
 • Creches: R$ 1,07
 • Pré-escola: R$ 0,53
 • Escolas indígenas e quilombolas: R$ 0,64
Políticas Públicas e Educação
https://www.fnde.gov.br/index.php/acesso-a-informacao/institucional/area-de-imprensa/noticias/item/13265-presidente-do-fnde-refor%C3%A7a-a-import%C3%A2ncia-dos-trabalhos-da-autarquia-em-encontro-com-servidores-e-colaboradores.
23
 • Ensino fundamental e médio: R$ 0,36
 • Educação de jovens e adultos: R$ 0,32
 • Ensino integral: R$ 1,07
 • Programa de Fomento às Escolas de Ensino Médio em Tempo 
Integral: R$ 2,00
 • Alunos que frequentam o Atendimento Educacional Especializado 
no contra turno: R$ 0,53
Figura 6 - Recursos do PNAE
Censo escolar realizado
Repasse direto aos Estados e Municípios
Fiscalização pela sociedade, conselhos de 
alimentação, FNDE, TCU, CGU e MP
Fonte: Elaborado pela autora (2021).
Programa Brasil Alfabetizado
O Programa Brasil Alfabetizado visa a universalização do ensino 
fundamental e a superação do analfabetismo entre os jovens a partir 
de 15 anos, reconhecendo a educação como direito humano de todos. 
Seus recursos são destinados à capacitação de professores por meio de 
parcerias com estados, municípios, universidades, empresas privadas, 
organizações não governamentais e da sociedade civil de interesse 
público.
Nesse sentido, o programa Brasil Alfabetizado é um processo de 
favorecimento da construção da cidadania através do aperfeiçoamento 
do serviço escolar. 
Políticas Públicas e Educação
24
Dessa maneira, percebe-se que o programa objetiva a superação 
do analfabetismo para os indivíduos com idade superior a 15 anos e é 
justamente por isso, que o fundamento do presente programa são os 
Direitos Humanos. 
Figura 7 - Fundamentos do Brasil Alfabetizado
Direitos Humanos/Direito à educação
Brasil Alfabetizado
Superação do Analfabetismo
Fonte: Elaborado pela autora (2021).
Programa Nacional do Livro Didático 
(PNLD)
O Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) tem como objetivo 
proporcionar um material didático (livros) de qualidade gratuitamente 
para as escolas das redes federal, estadual e municipal e as entidades 
parceiras do Programa Brasil Alfabetizado. Esse programa abrange 
todo o ensino fundamental público, inclusive a alfabetização e o ensino 
médio. As editoras cadastram suas obras no MEC para serem analisadas 
segundo critérios pedagógicos e depois de aprovadas quando o MEC 
realiza o lançamento dessas obras. Desdobrando o significado da sigla 
PNLD, temos:
 • P – programa, por se tratar de um documento que expõe intenções 
governamentais.
 • N – nacional, por seu caráter de abrangência — todo o Brasil.
 • L – livro (e do material), que são os materiais físicos e digitais 
distribuídos pelo programa.
 • D – didático, pela função educativa dos materiais.
Políticas Públicas e Educação
25
O Ministério da Educação (MEC) e o Fundo Nacional de 
Desenvolvimento da Educação (FNDE) são os órgãos responsáveis pela 
realização do PNLD. São eles que avaliam, compram e distribuem, junto 
aos Correios, as obras didáticas às escolas públicas. A existência do PNLD 
justifica-se pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), 
elaborada em 1996, que garante a distribuição de material didático como 
parte do dever do Estado com a educação escolar pública. 
ACESSE:
Entenda mais sobre o PNLD. Disponível aqui.
Programa Dinheiro Direto na Escola 
(PDDE)
O Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE) foi criado em 
1995 e destina recursos para aquisição de material permanente, de 
manutenção e de consumo necessários para manter o funcionamento 
da escola; capacitar e aperfeiçoar os profissionais da educação; avaliar 
a aprendizagem; implementar o projeto pedagógico; e desenvolver 
atividades educacionais.
O valor destinado para cada escola é baseado no número de alunos 
matriculados no ensino fundamental ou na educação especial, indicados 
pelo Censo Escolar no ano anterior.
Figura 8 - PDDE
Assistência financeira 
suplementar
Infraestrutura física
Infraestrutura 
pedagógica
Fonte: Elaborado pela autora (2021).
Políticas Públicas e Educação
https://bit.ly/2P7udOv
26
IMPORTANTE:
Conforme Resolução nº 6, de 27 de fevereiro de 2018, os 
repasses dos recursos dar-se-ão em duas parcelas anuais, 
devendo o pagamento da primeira parcela ser efetivado 
até 30 de abril e o da segunda parcela até 30 de setembro 
de cada exercício às EEx, UEx e EM que cumprirem as 
exigências de atualização cadastral até a data de efetivação 
dos pagamentos. O programa engloba várias ações que 
possuam finalidades e públicos-alvo específicos, embora 
a transferência e gestão dos recursos siga os mesmos 
moldes operacionais do PDDE.
Programa de Apoio ao Atendimento à 
Educação de Jovens e Adultos (PEJA)
O Programa de Apoio aos Sistemas de Ensino para Atendimento 
à Educação de Jovens e Adultos (PEJA) tem como objetivo aumentar 
as matrículas do ensino fundamental e médio na educação de jovens e 
adultos (EJA) na modalidade presencial, é um meio de aquisição de livro 
didático, contratação de professores temporários e formação continuada 
de docentes.
ACESSE:
Leia mais sobre o PEJA. Disponível aqui.
Programa Nacional de Transporte Escolar 
(PNATE)
O Programa Nacional de Transporte Escolar transfere recursos 
financeiros aos Estados e Municípios para serem gastos com despesas 
relacionadas ao transporte escolar, de alunos da educação básica 
pública da zona rural. O PNATE tem como objetivo garantir o acesso e a 
permanência do acesso dos alunos da zona rural na escola.
Políticas Públicas e Educação
https://bit.ly/2qFlUQt
27
Programa Nacional Biblioteca na Escola 
(PNBE)
O Programa Nacional Biblioteca na Escola visa incentivar a leitura 
e o acesso a cultura de alunos, professores e a comunidade em geral. 
Por meio desse programa são distribuídos livros de literatura brasileira e 
estrangeira, infanto-juvenil, clássica, de pesquisa, de referência e outros 
materiais de apoio para instituições de ensino públicas.
ACESSE:
Entenda mais sobre o programa. Disponível aqui.
Programa Nacional de Saúde do Escolar 
(PNSE)
O Programa Nacional de Saúde Escolar (PNSE) foi criado em 1984 
pelo Governo Federal com o objetivo de atender as necessidades de 
saúde da população escolar, principalmente em relação as dificuldades 
visual e auditiva dos alunos.
O atendimento abrange as escolas das redes de ensino estadual 
e municipal em municípios brasileiros com mais de 40 mil habitantes, de 
acordo com a contagem populacional do IBGE. 
O PNSE oferece apoio financeiro às escolas públicas municipais para 
a aquisição e distribuição de óculos para os alunos da 1ª série do ensino 
fundamental que necessitem do acessório. Organização e financiamento 
da educação profissional de nível médio
Organização
Segundo a Lei de Diretrizes e Bases 9.394/96, a educação 
profissional abrange cursos, como a formação inicial e continuada, 
educação profissional técnica de nível médio e a educação profissional 
tecnológica de graduação e pós graduação.
Políticas Públicas e Educação
https://bit.ly/2E3v2By
28
A Educação profissional técnico de nível médio é articulada ao 
ensino médio e são organizados por eixos tecnológicos, que possibilitam 
os itinerários formativos flexíveis que visam favorecer o aproveitamento 
dos estudos e a experiência profissional.Financiamento da educação profissional 
no brasil – contradições e desafios
O ensino técnico de nível médio está inserido na educação básica, 
sendo assim o investimento nessa etapa de ensino deverá ser ofertado 
pelo FUNDEB. Embora esteja inserida no FUNDEB, a falta de definição 
das fontes que ligarão o financiamento para o Ensino técnico nível médio, 
torna o financiamento uma situação muito complexa e inserta.
As políticas de financiamento e de distribuição dos recursos em 
uma sociedade capitalista precisam ser estudadas e interpretadas, de 
acordo as suas especificidades de acordo com a realidade da sociedade 
que está inserida.
Outro fator que dificulta o investimento na educação profissional 
de nível médio no Brasil e a disputa e rivalidade política, pois muitas 
vezes os políticos estão interessados se manterem no cargo, e não com 
a distribuição de recursos e tomada de decisões relacionados a educação 
que realmente serão necessárias a educação.
Uma sociedade se desenvolve por meio da educação, e o ensino 
médio nível técnico poderia contribuir para o desenvolvimento da 
sociedade brasileira, seja socialmente e até mesmo economicamente, 
no entanto por interesses políticos o direito adquirido na Constituição 
Federal de 1988 do acesso de todos a uma educação de qualidade fica 
comprometido. 
Políticas Públicas e Educação
29
RESUMINDO:
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo 
tudinho? Agora, só para termos certeza de que você 
realmente entendeu o tema de estudo desta unidade, 
vamos rever algo do que vimos. Você viu a retomada 
das definições gerais sobre financiamento para que se 
compreendesse como funcionam os programas do fundo 
nacional de desenvolvimento para a educação, também 
conhecido como FNDE.
Políticas Públicas e Educação
30
Organização e financiamento da educação 
profissional de nível médio
OBJETIVO:
Ao término deste capítulo você será capaz de entender 
como funciona a organização e financiamento da educação 
profissional de nível médio. Isto será fundamental para 
o exercício de sua profissão. E então? Motivado para 
desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante!
Organização
De acordo com o estabelecido pela Lei de Diretrizes e Bases 
9.394/96, não há em seu texto uma indicação expressa da educação 
profissional e como esclarece Pacheco (2012 p.19), a referida lei apresenta 
um nível dual profissional e, portanto, este setor da educação é trabalhado 
de maneira paralela à educação regular. 
Na LDB a educação brasileira se encontra estruturada 
em dois níveis – educação básica e educação superior 
–, por não localizar a educação profissional em nenhum 
deles, o texto explicita e assume uma concepção dual em 
que a educação profissional é posta fora da estrutura da 
educação regular brasileira, considerada algo que vem em 
paralelo ou como um apêndice. (PACHECO, 2012 p.19)
Entretanto, dentro do texto da LDB, mais especificamente no inciso I 
do artigo 36º, em alteração posterior onde trata das questões voltadas ao 
ensino médio, existe a compreensão da possibilidade de profissionalização, 
desde que seja levado em consideração a formação completa do indivíduo 
através de arranjos curriculares e as questões sociais. 
Art. 36. O currículo do ensino médio será composto 
pela Base Nacional Comum Curricular e por itinerários 
formativos, que deverão ser organizados por meio da 
oferta de diferentes arranjos curriculares, conforme a 
relevância para o contexto local e a possibilidade dos 
sistemas de ensino, a saber: V - formação técnica e 
profissional. (BRASIL, 2017)
Políticas Públicas e Educação
31
Os movimentos sociais também resistiram à separação entre 
educação básica e profissional por meio de críticas ao Decreto 2.208/97 
e ao dualismo, conforme se pode observar em suas participações nas 
Conferências Nacionais de Educação organizadas pelo Movimento de 
Defesa da Educação Pública e nos eventos promovidos pelas Comissões 
de Educação da Câmara de Deputados e do Senado. (PACHECO, 2012 
p. 23). Ainda no que se refere ao ensino apresentado na educação 
profissional, destaca-se que existe a inserção no âmbito do ensino regular 
ou ainda, de qualquer situação apresentada na educação continuada, 
como destaca o artigo 40º da LDB.
Art. 40. A educação profissional será desenvolvida em 
articulação com o ensino regular ou por diferentes 
estratégias de educação continuada, em instituições 
especializadas ou no ambiente de trabalho. (BRASIL, 1996)
Figura 9 - Educação profissionalizante
Formação 
integraldo 
indivíduo
Formação 
continuada
Formação 
flexível
Fonte: Elaborado pela autora (2021)
Destaca-se, portanto que o aperfeiçoamento da LDB, ao longo dos 
anos, teve como pressuposto essencial aperfeiçoar a prestação de serviços 
educacionais que foram apresentadas pelo Plano de Desenvolvimento da 
Educação, conforme destaca Brasil (2008).
As alterações na LDB têm o propósito de transformar em 
lei as inovações trazidas pelo Plano de Desenvolvimento 
da Educação (PDE). Portanto, passam a ser obrigatórias aos 
estados e municípios e tornam-se mais um componente da 
política de melhoria da qualidade da educação brasileira. 
O objetivo é preparar melhor e elevar a escolaridade dos 
trabalhadores. (BRASIL, 2008)
Ainda no que se refere às propostas apresentadas pela LDB para 
a educação profissional de nível médio, o ensino profissional se torna um 
diferencial no âmbito do ensino de jovens e adultos conforme destaca o 
§3 do artigo 37º.
Políticas Públicas e Educação
32
§ 3º A educação de jovens e adultos deverá articular-se, 
preferencialmente, com a educação profissional, na forma 
do regulamento. (BRASIL, 1996)
No que se refere à maneira de funcionamento da educação 
profissional de nível médio, destaca-se o especificado art. 39 que 
apresenta não apenas a preocupação em cumprir os pressupostos da 
educação nacional, mas também a sua localização em vários níveis e 
modalidades da educação.
A educação profissional e tecnológica, no cumprimento 
dos objetivos da educação nacional, integra-se aos 
diferentes níveis e modalidades de educação e às 
dimensões do trabalho, da ciência e da tecnologia. § 1º Os 
cursos de educação profissional e tecnológica poderão 
ser organizados por eixos tecnológicos, possibilitando 
a construção de diferentes itinerários formativos, 
observadas as normas do respectivo sistema e nível 
de ensino. § 2º A educação profissional e tecnológica 
abrangerá os seguintes cursos: I – de formação inicial e 
continuada ou qualificação profissional; II – de educação 
profissional técnica de nível médio; III – de educação 
profissional tecnológica de graduação e pós-graduação. 
§ 3º Os cursos de educação profissional tecnológica de 
graduação e pós-graduação organizar-se-ão, no que 
concerne a objetivos, características e duração, de acordo 
com as diretrizes curriculares nacionais estabelecidas pelo 
Conselho Nacional de Educação. (BRASIL, 1996)
Em se tratando dos aspectos apresentados no âmbito do artigo 
41 da LDB, existe a valorização das informações e competências 
adquiridas no âmbito da educação profissional e, por isso, servirá como 
fundamento, quando necessário, para concluir estudos futuros. Artigo 
41. O conhecimento adquirido na educação profissional, inclusive no 
trabalho, poderá ser objeto de avaliação, reconhecimento e certificação 
para prosseguimento ou conclusão de estudos. (BRASIL, 1996)
Políticas Públicas e Educação
33
Figura 10 - Educação profissional e competências
Conhecimento 
adquirido
Diversidade de 
modalidades
Fonte: Elaborado pela autora (2021).
Sobre a questão da diversidade de modalidades da competência, 
destaca-se o apresentado por Brasil (2008):
A lei também dispõe sobre os tipos de curso que a educação 
profissional e tecnológica abrangerá: de formação inicial 
e continuada ou qualificação profissional, técnica de nível 
médio e tecnológica de graduação e pós-graduação.As 
instituições de educação profissional também deverão 
oferecer, além de seus cursos regulares, cursos especiais, 
abertos à comunidade. Nesse caso, a matrícula não deve ser 
condicionada, necessariamente, ao nível de escolaridade, mas 
à capacidade de aproveitamento do aluno. (BRASIL, 2008)
No que se refere aos aspectos relacionados com os tipos de 
cursos a serem oferecidos pelas Instituições de educação profissional e 
tecnológica, o artigo 42 da LDB destaca que:
Art. 42. As instituições de educação profissional e 
tecnológica, além dos seus cursos regulares, oferecerão 
cursos especiais, abertos à comunidade, condicionada 
a matrícula à capacidade de aproveitamento e não 
necessariamente ao nível de escolaridade. (BRASIL, 1996)
Quando o dispositivo acima destaca cursos regulares, deseja 
informar que são cursos realizados com uma frequência pré-fixada, 
podendo ser tanto de elementos iniciais (gerais) como também, 
continuados. O ponto mais interessante desse processo é compreender 
que a educação profissional do nível médio pode ser oferecida para a 
comunidade e, por isso, não está restrito apenas ao núcleo fechado das 
instituições de ensino e, por fim, não pode estar conectada ao nível de 
escolaridade que o aluno apresenta, mas tão somente às capacidades 
que o aluno porventura apresentar.
Políticas Públicas e Educação
34
Figura 11 - Acesso à educação profissional 
Educação 
profissional
Sociedade
Instituições 
de ensino
Fonte: Elaborado pela autora (2021).
Como foi possível compreender no início, os cursos e programas 
relacionados com a educação profissional de nível médio possuem uma 
estrutura fundamentada em eixos tecnológicos e objetiva atingir o maior 
número de pessoas possível. Por isso, são consideradas como flexíveis e 
abrangentes.
Dessa maneira, no intuito de atingir os objetivos traçados no âmbito 
da educação profissional, destacam-se os seguintes cursos no âmbito da 
educação profissional de nível médio:
 • Qualificação Profissional Técnica de Nível Médio: De acordo 
com Pacheco (2012p.32) estes cursos estão interligados com a 
organização curricular de uma habilitação profissional técnica de 
nível médio.
Cursos que se integram a organização curricular de 
uma Habilitação Profissional Técnica de Nível Médio, 
compondo o respectivo itinerário formativo aprovado pelo 
Sistema de Ensino. Também chamados de Unidades ou 
Módulos correspondem a saídas intermediárias do plano 
curricular com carga horaria mínima de 20% do previsto 
para a respectiva habilitação e destinados a propiciar o 
desenvolvimento de competências e valores necessários 
ao exercício de uma ou mais ocupações reconhecidas no 
mercado de trabalho. (PACHECO, 2012p.32)
Políticas Públicas e Educação
35
Figura 12 - Itinerário formativo 
 
Estrutura 
aprovada pelo 
sistema de 
ensino
Desenvol-
vimento de 
competências
Ocupações 
reconhecidas 
no mercado de 
trabalho
Valores 
necessários 
para o exercício 
de uma 
profissão
Fonte: Elaborado pela autora (2021).
 • Habilitação Profissional do Técnico de Nível Médio: no que se refere 
aos cursos que se destinam ao exercício de uma profissional que 
é reconhecida no mercado de trabalho, possui alguns requisitos 
específicos como é o caso da obrigatoriedade de ter concluído o 
ensino fundamental ou ainda, o ensino médio. 
Cursos que habilitam para o exercício profissional 
em função reconhecida pelo mercado de trabalho 
(Classificação Brasileira de Ocupações – CBO), sendo 
destinados a pessoas que tenham concluído o Ensino 
Fundamental e estejam cursando ou tenham concluído 
o Ensino Médio. Com carga horária variando entre 800, 
1.000 e 1.200 horas dependendo da respectiva habilitação 
profissional técnica. (PACHECO, 2012, p.33)
Dessa maneira, esses cursos podem ser organizados dentro de 
sistemas definidos no âmbito dos currículos do ensino médio e, revestem-
se de uma grande flexibilidade, por isso, podem ser estruturados de 
maneiras distintas. 
 • Especialização Técnica de Nível Médio: Esses cursos se 
diferenciam dos anteriores, pois estão voltados para as pessoas 
que concluíram o curso técnico. 
Políticas Públicas e Educação
36
Tendo compreendido os tipos de cursos técnicos que podem ser 
oferecidos, destaca-se a necessidade de compreender que são os órgãos 
competentes para a realização dos diversos cursos técnicos. 
 • Sistema Federal de Ensino: No âmbito do governo federal é 
possível identificar os Institutos Federais, as Escolas Técnicas 
que são vinculadas às Universidades Federais, o SENAI, SENAC, 
SENAT, SENAR, Instituições privadas de Educação Profissional que 
estão vinculadas ao sistema sindical e, por fim, as Instituições de 
Ensino Superior que estão habilitadas para o feito. 
IMPORTANTE:
Para compreender um pouco melhor quem pode fornecer 
cursos técnicos no âmbito da educação profissional, 
apresenta-se as informações do artigo 20 e seguintes da 
LEI Nº 12.513, DE 26 DE OUTUBRO DE 2011.
Art. 20. Os serviços nacionais de aprendizagem integram o 
sistema federal de ensino na condição de mantenedores, 
podendo criar instituições de educação profissional 
técnica de nível médio, de formação inicial e continuada 
e de educação superior, observada a competência de 
regulação, supervisão e avaliação da União, nos termos 
dos incisos VIII e IX do art. 9º da Lei nº 9.394, de 20 de 
dezembro de 1996 , e do inciso VI do art. 6º-D desta Lei. 
(Redação dada pela Lei nº 12.816, de 2013)
§ 1º As instituições de educação profissional técnica 
de nível médio e de formação inicial e continuada dos 
serviços nacionais de aprendizagem terão autonomia para 
criação de cursos e programas de educação profissional e 
tecnológica, com autorização do órgão colegiado superior 
do respectivo departamento regional da entidade. (Incluído 
pela Lei nº 12.816, de 2013)
§ 2º A criação de instituições de educação superior pelos 
serviços nacionais de aprendizagem será condicionada 
à aprovação do Ministério da Educação, por meio de 
processo de credenciamento. (Incluído pela Lei nº 12.816, 
de 2013)
§ 3º As instituições de educação superior dos serviços 
nacionais de aprendizagem terão autonomia para: (Incluído 
pela Lei nº 12.816, de 2013)
Políticas Públicas e Educação
37
I - criação de cursos superiores de tecnologia, na 
modalidade presencial; (Incluído pela Lei nº 12.816, de 
2013)
II - alteração do número de vagas ofertadas nos cursos 
superiores de tecnologia; (Incluído pela Lei nº 12.816, de 
2013)
III - criação de unidades vinculadas, nos termos de ato 
do Ministro de Estado da Educação; (Incluído pela Lei nº 
12.816, de 2013)
IV - registro de diplomas. (Incluído pela Lei nº 12.816, de 
2013)
§ 4º O exercício das prerrogativas previstas no § 3º 
dependerá de autorização do órgão colegiado superior do 
respectivo departamento regional da entidade. (Incluído 
pela Lei nº 12.816, de 2013)
Art. 20-A. Os serviços nacionais sociais terão autonomia 
para criar unidades de ensino para a oferta de educação 
profissional técnica de nível médio e educação de jovens 
e adultos integrada à educação profissional, desde 
que em articulação direta com os serviços nacionais de 
aprendizagem, observada a competência de supervisão e 
avaliação dos Estados. (Incluído pela Lei nº 12.816, de 2013)
Art. 20-B. As instituições privadas de ensino superior 
habilitadas nos termos do § 2º do art. 6º-A ficam autorizadas 
a criar e ofertar cursos técnicos de nível médio, nas formas 
e modalidades definidas no regulamento, resguardadas 
as competências de supervisão e avaliação da União, 
previstas no inciso IX do caput do art. 9º da Lei nº 9.394, 
de 20 de dezembro de 1996. (Incluído pela Lei nº 12.816, 
de 2013)
§ 1º A supervisão e a avaliação dos cursos serão realizadas 
em regime de colaboração com os órgãos competentes 
dos Estados e do Distrito Federal, nos termos estabelecidos 
em ato do Ministro de Estado da Educação. (Incluídopela 
Lei nº 12.816, de 2013)
§ 2º A criação de novos cursos deverá ser comunicada 
pelas instituições de ensino superior aos órgãos 
competentes dos Estados, que poderão, a qualquer 
tempo, pronunciar-se sobre eventual descumprimento de 
requisitos necessários para a oferta dos cursos. (Incluído 
pela Lei nº 12.816, de 2013). (BRASIL, 2011)
Políticas Públicas e Educação
38
 • Sistemas estaduais, distrital e municipais de ensino: No âmbito dos 
sistemas estaduais, municipais e distritais de ensino, observam-
se as escolas técnicas privadas, as instituições de ensino superior 
que estão vinculadas ao poder público estadual ou municipal. 
Entretanto, o único requisito para a prestação de serviços, é que as 
instituições estejam devidamente habilitadas para esta prestação 
de serviços e portanto, que possam certificar os referidos cursos. 
Como foi possível compreender, o ensino técnico de nível médio 
está inserido na educação básica, sendo assim o investimento nessa etapa 
de ensino deverá ser ofertado pelo FUNDEB. Embora esteja inserida no 
FUNDEB, a falta de definição das fontes que ligarão o financiamento para 
o Ensino técnico nível médio, torna o financiamento uma situação muito 
complexa e inserta.
Figura 13 - Ensino profissional de nível médio 
Educação 
básica
Investimento 
do FUNDEB
Fonte: Elaborado pela autora (2021).
As políticas de financiamento e de distribuição dos recursos em 
uma sociedade capitalista precisam ser estudadas e interpretadas, de 
acordo as suas especificidades de acordo com a realidade da sociedade 
que está inserida.
Outro fator que dificulta o investimento na educação profissional 
de nível médio no Brasil e a disputa e rivalidade política, pois muitas 
vezes os políticos estão interessados se manterem no cargo, e não com 
a distribuição de recursos e tomada de decisões relacionados a educação 
que realmente serão necessárias a educação.
Uma sociedade se desenvolve por meio da educação, e o ensino 
médio nível técnico poderia contribuir para o desenvolvimento da 
sociedade brasileira, seja socialmente e até mesmo economicamente, 
no entanto por interesses políticos o direito adquirido na Constituição 
Federal de 1988 do acesso de todos a uma educação de qualidade fica 
comprometido. 
Políticas Públicas e Educação
39
RESUMINDO:
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo 
tudinho? Agora, só para termos certeza de que você 
realmente entendeu o tema de estudo desta unidade, 
vamos rever algo do que vimos. Você viu a retomada das 
definições gerais sobre a Lei de Diretrizes e Bases, no 
intuito de compreender como se processa a relação da 
educação profissional de ensino médio e os financiamentos 
nas Instituições de Ensino públicas e privadas.
Políticas Públicas e Educação
40
Organização e financiamento do ensino 
superior
OBJETIVO:
Ao término deste capítulo você será capaz de entender 
como funciona a organização e financiamento do ensino 
superior. Isto será fundamental para o exercício de sua 
profissão. E então? Motivado para desenvolver esta 
competência? Então vamos lá. Avante!
Organização e estrutura do ensino 
superior
A Constituição Federal de 1988 normatiza a estrutura da educação 
superior no Brasil, determinando ser dever do estado com a educação e 
depois reafirmado pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação 9.394/96. A 
Constituição Federal assegura também a participação da iniciativa privada 
no ensino superior, mas impede que sejam destinados recursos públicos 
para o financiamento de atividades desse setor. 
As instituições de ensino superior no Brasil se dividem em 
 • Instituições Universitárias: Tem o ensino, a pesquisa e a extensão 
como atividades principais que devem ter um terço dos professores 
com título de mestre ou doutor e um terço trabalhando em 
dedicação exclusiva.
 • Instituições de Ensino Superior (IES) não universitárias: São as 
faculdades e os centros e institutos tecnológicos, voltados 
basicamente para as atividades de ensino, necessitam do 
Conselho Nacional de Educação (CNE) para aprovação de novos 
cursos e vagas.
Políticas Públicas e Educação
41
Figura 14 - Instituições de Ensino Superior
Faculdades
Centros e Institutos tecnológicos
Atividades de ensino
Ensino
Não UniversitáriasUniversitárias
Pesquisa
Extensão
Fonte: Elaborado pela autora (2021).
O ensino superior é ofertado por universidades, centros 
universitários, faculdades, institutos tecnológicos e centro de educação 
tecnológica, e podem ser realizados três tipos de graduação:
 • Bacharelado.
 • Licenciatura.
 • Formação Tecnológica.
O ensino superior também contempla os cursos de pós-graduação 
que pode ser dividida em:
 • Lato Sensu (especializações e MBAs).
 • Strictu Sensu (mestrados e doutorados). 
Os cursos oferecidos gratuitamente englobam formação de nível 
bacharelado, licenciatura e tecnológica e podem ser encontrados em 
instituições de responsabilidade federal ou estadual em todo o Brasil.
O acesso ao ensino superior era realizado, principalmente, por meio 
da aprovação em exame seletivo (provas dissertativas e/ou objetivas), que 
verifica conhecimentos comuns do ensino médio, denominado vestibular? 
No entanto, em 1998, foi criado o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 
para avaliar os estudantes que concluem o ensino médio. Este exame 
avalia as competências e as habilidades desenvolvidas em doze anos 
de escolarização básica, sendo oferecido anualmente aos concluintes 
e egressos do ensino médio, com participação voluntária. A nota final do 
Enem é usada como parâmetro de classificação por muitas universidades, 
sendo também utilizada pelo programa governamental de inclusão social 
– Programa Universidade para Todos (Prouni) – como critério para os 
candidatos conseguirem uma vaga no ensino superior privado.
Políticas Públicas e Educação
42
Financiamento do ensino superior no 
Brasil
As instituições públicas que oferecem o ensino superior no Brasil 
recebem recursos financeiros oriundos da arrecadação de impostos, e, 
embora o Brasil seja reconhecido por ter uma alta carga tributária, os 
interesses políticos e a má distribuição de recursos prejudicam os serviços 
que necessitam desse financiamento.
O ensino superior é de responsabilidade da União, no entanto, 
não pode desenvolver políticas que privilegiem apenas uma etapa da 
educação, as políticas públicas e os investimentos devem agir articulando 
todas as etapas priorizando recursos da educação infantil ao ensino 
superior. O exemplo demostrados de países mais desenvolvidos observou 
a prioridade de investimentos em educação, esses países investem 
conforme o seu Produto Interno Bruto (PIB).
O Brasil possui riqueza nacional (PIB) para ampliar os recursos 
públicos aplicados em educação, necessitando para isso que a educação 
seja considerada como prioridade do Brasil. O grande desafio para o Brasil 
é aumentar os recursos investidos em educação, e considerar a educação 
de todos como prioridade e oportunidade de desenvolvimento.
 A desigualdade social encontrada no Brasil não garante a equidade 
de oportunidades de acesso a todos, e visando a garantia de acesso à 
Educação Superior para todos os cidadãos o governo federal criou alguns 
programas para a Educação Superior. São eles:
 • PROUNI — Programa universidade para todos: 
Este programa faz parte de um sistema desenvolvido pelo poder 
público brasileiro no intuito de ampliar o acesso ao ensino superior e, para 
que isso fosse possível, estabeleceu parcerias com Instituições do Ensino 
Superior Privado para que se conseguisse aumentar o acesso à educação, 
visto que as Instituições de Ensino Superior Públicas não eram suficientes 
para acolher os jovens e adultos desejosos de ingressar o ensino superior. 
Nesse sentido Castro et al (2017 p.633) destaca que:
Políticas Públicas e Educação
43
A importância do acesso ao ensino superior fundamenta-se 
no aumento das exigências para ingressarno mercado de 
trabalho, nas transformações das profissões, bem como na 
expectativa de aumento da renda e ascensão social. Neste 
cenário, a educação tem apresentado estrita relação com 
o desenvolvimento, tornando necessária a elaboração de 
propostas pelos governos que beneficiem o maior número 
possível de indivíduos, mediante a aplicação racional dos 
recursos públicos. (CASTRO et al., 2017 p.633)
O Programa Universidade para Todos (ProUni) foi criado em 2004, 
pela Lei nº 11.096/2005, e tem como objetivo a concessão de bolsas de 
estudos integrais e parciais a estudantes de cursos de graduação e de 
cursos sequenciais de formação específica, em instituições privadas de 
educação superior. As instituições que aderem ao programa recebem 
isenção de tributos.
Figura 14 - PROUNI
Concessão de bolsas de Estudo
Instituições de Ensino Superior Privadas
Inseção de Impostos para as IES
Fonte: Elaborado pela autora com base em CASTRO et al. (2017 p.633).
 • Programa REUNI:
O Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das 
Universidades Federais (Reuni) busca ampliar o acesso e a permanência 
na educação superior. Nesse sentido, de acordo com Brasil (2009 p.09) 
observa-se que:
No Brasil, a partir do século XX, a demanda e a oferta 
de cursos na Educação Superior expandiram, com a 
valorização do conhecimento acadêmico no mercado de 
trabalho e do desenvolvimento de pesquisas científicas 
Nesse sentido, a universidade ganhou reconhecimento 
por ser um instrumento de “transformação social, 
desenvolvimento sustentável e inserção do país [...] no 
cenário internacional”. (BRASIL, 2009, p. 9).
Nesse sentido, a partir da necessidade de se incluir jovens e adultos 
no ensino superior, o poder público federal através do Decreto 6096/2007 
instituiu o REUNI e, assim, possibilitou a ampliação de vagas e cursos em 
Políticas Públicas e Educação
44
Universidades Federais. De acordo com o exposto, Paula e Almeida (2020) 
destacam que:
A partir desse contexto, o governo federal criou o Programa 
de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das 
Universidades Federais (Reuni), para ampliar as vagas, 
criar outros cursos, readequar a infraestrutura, elevar 
as matrículas e o número de concluintes, bem como 
otimizar os recursos humanos e físicos existentes. Como 
meta global, previu-se o alcance da taxa de conclusão 
da graduação de 90% e da relação de 18 alunos por 
professor. O Decreto nº 6.096/2007 instituiu o Reuni 
e delegou competências ao Ministério da Educação 
(MEC) em relação aos indicadores de desempenho e às 
novas formas de controle das instituições, com base em 
conceitos de: matrícula projetada, fator de retenção por 
área de conhecimento, banco de professores equivalentes 
e relação de alunos de Pós-graduação por professor. 
(PAULA; ALMEIDA, 2020 p.1055)
Figura 15 - REUNI
Ampliar as 
vagas das 
Universidades
Readequou 
as estruturas
Criou cursos Criou vagas
Fonte: Elaborado pela autora (2021).
 • Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (FIES): 
O objetivo do Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino 
Superior (Fies) é financiar a graduação na educação superior de estudantes 
que não têm condições de arcar com os custos de sua formação. Nesse 
sentido, Castro et al (2017 p.637) estabelecem que:
A expansão da oferta de vagas das instituições privadas 
de ensino superior, somada às exigências da adoção de 
medias por parte do governo para proporcionar o acesso 
de grupos desfavorecidos a este nível de ensino, viabilizou 
a criação do Fies em 1999. Este programa foi concebido 
para ser autossustentado e oferecer financiamentos de 
até 100% da mensalidade para indivíduos de menor poder 
aquisitivo, matriculados em instituições privadas que 
aderiram ao programa e foram avaliadas positivamente 
pelo Ministério da Educação. (CASTRO et al., 2017 p.637)
Políticas Públicas e Educação
45
Entretanto, mesmo observando o grande benefício do FIES no 
processo de ampliação do acesso à educação superior, não se pode 
deixar de perceber que as dificuldades para cumprir com as exigências 
das Instituições de Ensino Superior privadas para a concessão do FIES 
se tornaram um grande obstáculo, visto que após a conclusão do curso, 
os beneficiados pelo FIES precisavam pagar o valor que fora parcelado, 
mas em virtude de várias demandas de mercado e ainda, pessoais, utilizar 
o FIES se tornou um problema. Dessa maneira, surge o Prouni como 
alternativa para sanar as questões apresentadas pelo FIES, conforme 
destaca Castro et al. (2017)
Mesmo após a criação do Fies, o problema do 
acesso ao ensino superior para indivíduos que não 
possuem condições de arcar com a mensalidade em 
instituições privadas e não conseguem ingressar nas 
instituições públicas de ensino superior, persistiu. Assim, 
institucionalizou-se o Programa Universidade para todos 
(ProUni) como alternativa para expandir a oferta do ensino 
gratuito com menor impacto no orçamento do Ministério 
da Educação. (CASTRO et al., 2017 p.638)
SAIBA MAIS:
No intuito de compreender um pouco mais sobre o 
FIES, indica-se o acesso e consequente leitura do artigo 
denominado de FIES, que pode ser acessado aqui.
 • Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID):
Oferece bolsas de iniciação à docência para alunos de cursos 
presenciais que se dedicam ao estágio nas escolas públicas e que, 
quando graduados, se comprometam a trabalhar no magistério da rede 
pública de ensino. Nesse sentido, observa-se o especificado por Paniago 
et al. (20183) que estabelece que:
O ponto de vista da formação inicial de professores, 
nos últimos dez anos, vários programas e leis foram 
implementados no Brasil, tencionando a melhoria deste 
processo nas Instituições de Ensino Superior (IES) e suprir 
a falta de professores com formação, as quais integram o 
Plano de Desenvolvimento de Educação, criado em 2007. 
Destas, destacamos o Programa Institucional de Bolsa 
Políticas Públicas e Educação
fnde.gov.br/index.php/financiamento/fies-graduacao/perguntas-frequentes-fies
46
de Iniciação à Docência (PIBID), instituído pelo Decreto 
de Lei nº 7.219/2010, no qual se insere o objeto desta 
investigação, e o movimento de criação dos Institutos 
Federais de Educação, Ciência e Tecnologia (IFs), por meio 
da Lei nº 11.892/2008, que passam a ofertar o mínimo 
de 20% de suas vagas para os cursos de Licenciatura. 
(PANIAGO et al, 2018 p.03)
O programa hora em análise está diretamente vinculado à 
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) 
e sua criação se deu em virtude da necessidade patente de favorecer a 
formação de professores e, por isso, o principal foco do PIBID eram os 
alunos de Licenciatura, para que seja possível elevar a qualidade dos 
professores que se encontram no mercado de trabalho. 
Figura 16 - PIBID
Experiência 
docente
Alunos de 
Licenciatura
Formação 
docente
Elevação da 
qualidade do 
docente
Fonte: Elaborado pela autora (2021).
Conforme o especificado na figura acima observa-se que de acordo 
PANIAGO et al. (2018 p.03) destaca-se que:
O foco do programa é a formação do aluno da Licenciatura, 
a elevação da qualidade da formação de professores, a 
inserção dos licenciandos no cotidiano da rede pública 
de Educação Básica, a fim Educação em de que possam 
vivenciar e participar de experiências ensejadoras do 
ser professor. Por meio do programa, os alunos das 
Licenciaturas podem envolver-se, desde o início de 
sua formação, em experiências de aprendizagem da 
docência, nas escolas públicas de educação básica, que 
vão desde o conhecimento de questões administrativas, 
de gestão, questões socioculturais dos alunos, relações 
interpessoais a práticas de ensino em sala de aula. Então, 
o PIBID aproxima as IES da realidade da escola, campo de 
trabalho dos futuros profissionais, de modo a articulá-las 
com a escola e sistemas de ensino municipais e estaduais.(PANIAGO et al, 2018 p.03)
Políticas Públicas e Educação
47
Todos os integrantes do PIBID, professores coordenadores das IES, 
professores supervisores da rede pública de educação básica, recebem 
bolsas como estímulo à sua participação. Quando criado em 2007, o 
programa foi direcionado, inicialmente, apenas às Instituições Federais 
de Ensino Superior, focando as áreas de Física, Química, Biologia e 
Matemática para o Ensino Médio. A partir de 2009, o programa se estendeu 
a toda a educação básica, contemplando, inclusive, a educação de jovens 
e adultos, indígenas, campo e quilombolas. (PANIAGO et al., 2018 p.04)
 • Sistema de seleção unificada (SISU):
O Sistema de Seleção Unificada (SISU) é um programa do Ministério 
da Educação que oferece vagas em universidades públicas por meio da 
nota obtida no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio). Nesse sentido, 
Vargas (2019) destaca que:
Em 2010 o Ministério da Educação (MEC) criou um novo mecanismo 
de seleção para admissão ao ensino superior público: o Sistema 
de Seleção Unificada (SiSU). Esse sistema foi proposto tendo como 
objetivos a redução dos gastos com a realização de exames de seleção 
descentralizados; a diminuição das ineficiências observadas na ocupação 
das vagas (acúmulo de vagas ociosas); a democratização do acesso à 
educação superior e a ampliação da mobilidade geográfica estudantil. 
Até então, o acesso ao ensino superior público se dava por meio do 
vestibular tradicional, processo seletivo descentralizado, formulado e 
aplicado pelas instituições isoladamente ou, no máximo, por um conjunto 
de instituições parceiras. Desde sua implantação o SiSU apresentou uma 
crescente adesão por parte das instituições de educação superior, as 
quais passaram a utilizá-lo total ou parcialmente no lugar do tradicional 
vestibular. (VARGAS, 2019 p. 02)
Políticas Públicas e Educação
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Figura 17 - SISU
Redução de gastos 
com vestibular
Inclusão 
social
Participação das 
Universidades
Mobilidade 
geográfica
Fonte: Elaborado pela autora com base em Vargas (2019 p. 02).
RESUMINDO:
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo 
tudinho? Agora, só para termos certeza de que você 
realmente entendeu o tema de estudo desta unidade, 
vamos rever algo do que vimos. Você viu a retomada das 
definições gerais sobre financiamento, sobre a Lei de 
Diretrizes e Bases para que fosse possível compreender 
a importância de programas de ampliação de vagas no 
ensino superior. Em seguida, foi possível observar que 
alguns programas de financiamento do ensino superior 
foram criados no intuito de favorecer o acesso à educação 
superior e, ainda, a introdução dos jovens e adultos no 
mercado de trabalho.
Políticas Públicas e Educação
49
REFERÊNCIAS
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do Brasil de 1988. Brasília, DF: Presidência da República, [2016]. Disponível 
em: https://bit.ly/3FCZK36. Acesso em: 19 jan. 2021.
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http://bit.ly/37R0D6i. Acesso em: 19 jan. 2021.
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Brasília, DF, 2011. Disponível em: https://bit.ly/3iSBpfL. Acesso em: 19 jan. 
2021.
BRASIL. LEI Nº 11.494, DE 20 DE JUNHO DE 2007. Regulamenta 
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Valorização dos Profissionais da Educação – FUNDEB. Brasília, DF, 2007. 
Disponível em: https://bit.ly/3FLOu4D. Acesso em: 19 jan. 2021.
CALLEGARI, C. (org.). Fundeb: financiamento da educação pública 
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CASTRO, S. O. C. de; SANTOS, F. M.; RODRIGUES, C. T. O impacto do 
PROUNI e do FIES no desempenho acadêmico. In: IV Encontro Brasileiro 
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Acesso em 04de outubro de 2021. 
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