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1 Mario Sergio da Rocha Gomes, M. Sc. 1 Engenharia de Petróleo - 80 Período CÁLCULO DE VASOS 2 2 Dimensionamento de Vasos Um vaso de separação pode ser do tipo horizontal ou vertical: G + LG + L G L G L • Vasos verticais são mais usados para serviços de depuração de gás (remoção de líquido do gás). • O vaso é dimensionado de acordo com os critérios de velocidade do gás ou do tempo de residência do líquido (t=6 min). • O critério que gerar o maior diâmetro é o que dimensiona o vaso. 3 Dimensionamento de Vasos Projeto de Vasos Separadores – Considerações relevantes 4 3 Dinâmica da partícula dentro de um vaso: VA– velocidade de ascensão do gás dentro do vaso, VT – velocidade terminal da partícula dentro do vaso, Para que uma gota sedimente dentro do vaso, é necessário que VA < VT. Se VA > VT, haverá arraste de líquido pelo o gás. VA VT Dimensionamento de Vasos 5 Dimensionamento de Vasos – Lei de Stokes Uma partícula caindo no vácuo, sob um campo uniforme de forças (geralmente gravitacional), não sofre resistência à sua queda. Logo, a velocidade de queda da mesma cresce indefinidamente independente do seu tamanho e densidade. O movimento dessa mesma partícula, se imersa em um meio fluido qualquer, fica sujeito a uma força resistiva, cuja magnitude depende do regime fluidodinâmico vigente, além dos aspectos morfológicos dessa partícula. Quando o equilíbrio é alcançado entre a força gravitacional e a força de resistência do fluido, a partícula alcança sua velocidade terminal de sedimentação e, portanto, cai a uma taxa constante. 6 4 Velocidade terminal da partícula (Lei de Stokes): vT – velocidade terminal da partícula g – aceleração da gravidade (9,8 m/s2) DP – diâmetro da partícula L – densidade do líquido G – densidade do gás μg – viscosidade do gás g GLP T Dg v 18 )(2 Dimensionamento de Vasos – Lei de Stokes 7 Eq. 1 Podemos também escrever a velocidade terminal em função do coeficiente de arraste, Cd, de acordo como segue abaixo: Eq. 2 Onde: Vt – velocidade terminal (ft/s) d – diâmetro da partícula (μm) Cd – Coeficiente de arraste L – densidade do líquido (lb/ft 3) G – densidade do gás (lb/ft 3) Obs.: Considera-se que o menor diâmetro da partícula de líquido que pode ser separada é de 100 μm. 2/1 )( 01186,0 Cd d Vt G GL Dimensionamento de Vasos unidade: ft/s 8 5 A verificação da capacidade do vaso por parte do gás, é feita calculando-se o diâmetro mínimo do separador a partir da equação abaixo: Eq. 3 Onde: D2 – diâmetro interno do separador (in2) Qg – vazão do gás (MMSCFD) T – temperatura (R) P – pressão (psia) Diâmetros maiores proporcionam menores velocidades do gás e deste modo, melhor separação das partículas de óleo do gás. Diâmetros menores, resultam em velocidades de gás muito alta, podendo provocar o arraste de partículas de óleo. 2/1 2 )( 5058 d Cd P ZT QgD GL G Dimensionamento de Vasos Verticais unidade: in2 9 Para a determinação do diâmetro do vaso, na equação exposta anteriormente, tem-se que determinar primeiramente o coeficiente de arraste, Cd, de acordo com a equação abaixo: Eq. 4 Onde: Re – número de Reynolds, para este caso será determinado a partir da equação seguinte: Eq. 5 Onde: μg – viscosidade do gás (cP) Re 24 Re 3 34,0 5,0 Cd Dimensionamento de Vasos Verticais g g Vtd 0049,0Re 10 6 Na verificação da capacidade por parte do gás, o Cd é calculado através de um cálculo iterativo, que deve ser feito de acordo com o procedimento abaixo: 1 – Assume-se um valor para Cd (0,34 pode ser usado, normalmente, como um primeiro valor); 2 – Calcule a velocidade, Vt, a partir da equação 2; 3 – Calcule Re a partir da equação 5; 4 – Calcule Cd pela equação 4 e compare com o valor assumido. Se não for igual, repita os passos anteriores até atingir a convergência. Dimensionamento de Vasos Verticais 11 A verificação por parte do óleo (parte líquida) pode ser feita utilizando a equação abaixo: Eq. 6 Onde: Qo – vazão de óleo (bbl/d) H – altura do líquido no vaso (in) t – tempo de residência (min) Dimensionamento de Vasos Verticais tQoHD 565,82 unidade: in 12 7 A verificação por parte do óleo (parte líquida) deve ser feita de acordo com o procedimento abaixo: 1 – A equação 3 é usada para determinar o mínimo diâmetro do vaso; 2- Para diâmetros maiores que o mínimo, a equação 6 é usada para determinar combinações de D e H. 3 – O comprimento (solda a solda), L em ft, para cada combinação de D e H pode ser determinado usando uma das expressões abaixo: Se D < 36 in Eq. 7 Se D > 36 in Eq. 8 Dimensionamento de Vasos Verticais 12 76 H Ls 12 40 DH Ls unidade: ft 1ft-0,30480m 13 Dimensionamento de Vasos Verticais Exemplo – Determine o diâmetro e o comprimento (Ls) de um separador, para as condições de operação abaixo: Vazão de Gás: 15 MMSCFD Densidade do gás: 0,6 Vazão de óleo: 3 000 bbl/d Densidade do óleo: 35º API Pressão de Operação: 1000 psia Temperatura de Operação: 60º F Tempo de Retenção: 3 min Considere: Z = 0,84 e μg = 0,013 cP; O = 53,03 lb/ft 3 G = 3,708 lb/ft 3 14 8 EXERCÍCIO Determine a capacidade de oleo e gas para o vaso separador vertical, definido com 36 in de diâmetro por 12 ft solda a solda de comprimento operando nas mesmas condições dadas anteriormente. 18 Vasos Horizontais 19 9 Dimensionamento de Vasos Horizontais Assim como para os separadores verticais, o tamanho (diâmetro e comprimento) do separador horizontal é determinado pela consideração de sua capacidade exigida para o gás e o óleo. Mostrou-se que a capacidade do gás para separadores verticais determina o diâmetro permissível mínimo. Para os separadores horizontais, entretanto, a capacidade do gás permitida, é dada por uma relação entre o diâmetro e o comprimento do separador. 20 Dimensionamento de Vasos Horizontais Uma relação similar é usada para determinar a capacidade de líquido do separador. Na realidade a capacidade do gás ou de capacidade líquido influenciam no projeto e somente uma das duas equações é usada para a determinação do tamanho do separador. Na discussão a seguir vamos supor que cada um das fases do gás e do óleo ocupa 50% do volume do separador. As equações similares como aquelas derivadas abaixo poderiam ser obtidas para outras situações onde qualquer uma das duas fases ocupa mais ou menos de 50% do volume do separador. 21 10 Dimensionamento de Vasos Horizontais Capacidade limite de Gás Considerando que o gás ocupa a metade superior do separador, sua velocidade de fluxo dentro do separador, ug, é obtida dividindo a vazão volumetrica, Qg, por um meio da área da seção transversal do separador, A; isto é: Qg geralmente é dado em MMSCFD e deve, conseqüentemente, ser convertido em ft3/s real; igualmente D, que é dado geralmente em in (polegadas), deve ser convertido em ft (pés) a fim obter a velocidade na unidade de ft/s. A equação acima, torna-se conseqüentemente: Eq. 9 22 Dimensionamento de Vasos Horizontais Capacidade limite de Gás O gás passa horizontalmente ao longo do comprimento do separador, L (ft), em um tempo tg (em segundos) que é dado por: Eq. 10 Este tempo, tg, deve ser pelo menos igual ao tempo gasto pela menor gota de óleo, para ser removido do gás, ao passar por uma distância de D/2 para alcançar a interface gas-óleo. Este tempo de estabelecimento, ts é obtido dividindo a distância (D/2) pela velocidade de estabelecimento de equação 2; conseqüentemente: Eq. 11 1 2 1 )( 01186,0 122 Cd dD t G GL s unidade: s unidade: s 23 11 Dimensionamento de Vasos Horizontais Capacidade limite de Gás Igualando as equações 10 e 11, e substituindo ug, da equação 9, tem-se o produto LgD abaixo: Eq. 12 A equação 12estabelece relações entre o diâmetro e o comprimento do vaso que satisfazem a capacidade limite de gás. 2 1 )( 422 d C P TZQ LgD d GL Gg unidade: ft in 24 Dimensionamento de Vasos Horizontais Capacidade limite de Líquido Como explicado anteriormente, o separador tem que ter um volume suficiente para reter o líquido por o tempo especifico que saia do separador. A equação que estabelece a relação entre o D e o Lo que satisfazem a Capacidade limite de óleo (líquida), em determinado tempo de retenção, é dada a seguir: Eq. 13tQLoD o 428,1 2 unidade: ft3 25 12 Dimensionamento de Vasos Horizontais Capacidade limite de Líquido Para uma determinada condição de funcionamento (pressão, temperatura, vazão do gás e do óleo, propriedades do gás e do óleo, e tempo de retenção do óleo), o tamanho (diâmetro e comprimento) do separador horizontal pode ser determinado de acordo como explicado a seguir: • Supor vários valores para o diâmetro do separador, D. • Para cada valor de D assumido, determinar o respectivo comprimento efetivo, Lg, que satisfaz o limite de capacidade de gás utilizando a equação 12, e calcular o comprimento, Ls, a partir da equação abaixo: Eq. 14 12 D LL gs unidade: ft 26 Dimensionamento de Vasos Horizontais Capacidade limite de Líquido Continuação: • Para cada valor de D assumido, determinar o respectivo comprimento efetivo, Lo, que satisfaz o limite de capacidade de líquido utilizando a equação 13, e calcular o comprimento, Ls, a partir da equação abaixo: Eq. 15 os LL 3 4 unidade: ft 27 13 Dimensionamento de Vasos Horizontais Capacidade limite de Líquido Continuação: • Para cada valor de D utilizado, compare os valores de Lo e Lg para determinar se é a capacidade do gás ou do óleo que vai restringir o projeto do separador. Naturalmente, o maior comprimento será utilizado no projeto. 28 Dimensionamento de Vasos Horizontais Exemplo – Determine o diâmetro e o comprimento de um separador horizontal para as condições de operação abaixo. Determine a capacidade do gás e do óleo no separador projetado. Vazão de Gás: 15 MMSCFD Densidade do gás: 0,6 Vazão de óleo: 3 000 bbl/d Densidade do óleo: 35º API Pressão de Operação: 985 psi (1000 psia) Temperatura de Operação: 60º F Tempo de Retenção: 3 min Dados: 29 14 Dimensionamento de Vasos Horizontais Discussão: Comparando o valor do Ls para a capacidade do óleo e os valores para a capacidade do gás mostra que, a capacidade do gás não limita o projeto. Assim como no primeiro exemplo os valores de diâmetro apropriados seriam os de 36 in. e 42 in. por estarem dentro da escala de diâmetros mais comumente utilizados. Como o óleo é o limitante do projeto, naturalmente, o maior comprimento será utilizado. Então o Separador terá diâmetro D= 36 in e Comprimento L = 14 ft (não existe vaso de 13,22 ft de comprimento, o valor é arredondado pra cima). Recordando que para as mesmas circunstâncias um separador vertical do mesmo diâmetro mas mais curto (12-ft) era apropriado (exemplo 1). Para tais circunstâncias, o separador vertical deve ser selecionado a menos que outras condições de funcionamento necessitarem a seleção de um separador horizontal. 32 EXERCÍCIO Determine a capacidade atual de óleo e gás para o vaso separador horizontal, definido com 36 in de diâmetro por 14 ft solda a solda de comprimento operando nas mesmas condições dadas anteriormente. 33 15 Exercício Calcule o diâmetro e o comprimento para os vasos separadores (vertical e horizontal), para as condições de operação abaixo, e defina qual o melhor vaso para tais condições. Vazão de Gás: 20 MMSCFD Densidade do gás: 0,6 Vazão de óleo: 2 000 bbl/d Densidade do óleo: 37º API Pressão de Operação: 985 psi (1000 psia) Temperatura de Operação: 60º F Tempo de Retenção: 5 min Considere: Z = 0,88 e μg = 0,011 cP; O = 49,08 lb/ft 3 G = 3,56 lb/ft 3 34 Exercício Calcule o diâmetro e o comprimento para os vasos separadores (vertical e horizontal), para as condições de operação abaixo, e sugira qual o melhor vaso para tais condições. Vazão de Gás: ??? MMSCFD Densidade relativa do gás: 0,65 Vazão de óleo: 1500 bbl/d Densidade do óleo: 37º API Pressão de Operação: ???? psia Temperatura de Operação: 80º F Tempo de Retenção: ??? Min Dado: API = 141,5 - 131,5 dr (60/60) 35 16 FIM 36
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