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Detecção de poluição e conservação de recursos florestais APRESENTAÇÃO A floresta é fundamental para o equilíbrio ecológico do planeta. O Brasil é um país florestal, tendo a segunda maior área mundial em cobertura florestal, com grande biodiversidade tanto de fauna quanto de flora. No entanto, a degradação dos recursos florestais é uma preocupação eminente. O crescente desmatamento, além das queimadas na Região Amazônica, têm sido alvo de debate pelos ambientalistas. Nesse sentido, uma das funções do analista ambiental é avaliar os impactos ambientais do desmatamento da área de preservação permanente. No Brasil, os desafios da análise ambiental são grandes. Entre eles estão: o desenvolvimento sustentável, a preservação das florestas, a redução do desmatamento, a prevenção da compactação e a ampliação da fiscalização na exploração irregular das terras florestais. Entretanto, evitar a degradação ambiental só será possível com leis florestais mais rígidas e ampla fiscalização. Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai estudar as estratégias de conservação e de monitoramento da poluição nos recursos florestais brasileiros, reconhecendo as análises ambientais possíveis nas florestas, bem como as principais características da vegetação florestal e da biodiversidade florestal brasileira. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Descrever as análises ambientais aplicadas às florestas brasileiras.• Identificar as principais metodologias utilizadas para a conservação dos recursos florestais.• Definir as estratégias para avaliar a poluição florestal.• DESAFIO Denominam-se florestas energéticas todas as áreas de floresta plantada que fornecem energia a partir de biomassa florestal, lenha e carvão de origem vegetal. O plantio dessas florestas tem aumentado nos últimos anos, uma vez que apresenta vantagens, como o baixo custo. A biomassa vegetal fornecida pelas florestas energéticas é um recurso renovável e é menos poluente do que os combustíveis fósseis. Na qualidade de analista ambiental, considere a seguinte situação: Mediante o exposto, a fim de ponderar alguns parâmetros antes de redigir o relatório final da sua avaliação, responda às seguintes questões: a) Qual é o balanço de emissão de CO2 por uma floresta energética? b) Qual é o risco do plantio da floresta energética para a região de floresta nativa? c) Somente o recurso vegetal pode ser utilizado para a produção de energia? Justifique. d) Com base nas três respostas anteriores, você acredita que seria adequado ambientalmente aprovar o plantio da floresta energética? INFOGRÁFICO O Brasil abriga uma das biodiversidades mais ricas do planeta, o que implica uma série de espécies florestais que já foram ou são recursos florestais importantes. No entanto, o desenvolvimento industrial desenfreado e a exploração florestal dizimaram esses recursos. Hoje, algumas dessas vegetações são protegidas por lei, e diferentes estratégias de reflorestamento e preservação têm sido aplicadas para promover a sua manutenção. Acompanhe, no Infográfico a seguir, um panorama sobre as principais espécies florestais nativas, bem como as legislações que impedem o seu desmatamento e a sua extinção. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! CONTEÚDO DO LIVRO As florestas brasileiras são ricas em biodiversidade, o que explica a necessidade de sua manutenção e conservação, bem como de seus recursos. Com o desenvolvimento industrial e o uso crescente de produtos madeireiros de forma não sustentável, percebe-se o aumento da degradação florestal, gerando consequências imediatas e a longo prazo, impactando na biodiversidade e nos ecossistemas e levando, inclusive, à escassez dos recursos florestais. No capítulo Detecção de poluição e conservação de recursos florestais, da obra Ecologia e análises ambientais, base teórica desta Unidade de Aprendizagem, você estudará os métodos de detecção da poluição florestal e as estratégias de conservação de seus recursos. Você também vai compreender as diferentes análises geoespaciais e bioquímicas que o analista ambiental pode realizar, contribuindo para a preservação dos recursos das florestas. Boa leitura. ECOLOGIA E ANÁLISES AMBIENTAIS Alana Maria Cerqueira de Oliveira Detecção de poluição e conservação de recursos florestais Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Descrever as análises ambientais aplicadas às florestas brasileiras. Identificar as principais metodologias utilizadas para a conservação dos recursos florestais. Definir as estratégias para avaliar a poluição florestal. Introdução O Brasil tem uma grande cobertura florestal, com vasta biodiversidade que contribui para o equilíbrio ambiental. Para a manutenção da sus- tentabilidade florestal, deve ser realizado seu monitoramento. Porém, a poluição florestal no país tem sido evidente, causada por uma série de fatores, como descarte inadequado de lixo, poluição das nascentes, degradação da mata ciliar, compactação do solo por tráfego de máqui- nas agrícolas durante a colheita, etc. Todos esses processos reforçam a necessidade de conservação. Neste capítulo, você vai conhecer as bases teórico-conceituais que norteiam a conservação dos recursos florestais brasileiros, além de enten- der as causas da poluição ambiental florestal. Também serão abordadas as devidas legislações vigentes e será discutido o crescente aumento do desmatamento e suas consequências imediatas nos diferentes recursos florestais brasileiros. 1 Análises ambientais aplicadas às florestas brasileiras Segundo a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (UNITED NATIONS, 2001), uma fl oresta é defi nida como uma área de pelo menos 0,05 hectare em que de 10 a 30% das árvores atingem alturas de 2 a 5 metros na maturidade. Uma fl oresta pode ser aberta ou fechada (densa). O Brasil possui cerca de 516 milhões de hectares de fl oresta, o que corresponde a 60,7% da área territorial do país. Trata-se da maior área proporcional de fl orestas do mundo. Segundo o Ministério do Meio Ambiente (2004), 98,7% das fl orestas brasileiras são nativas, sendo o restante formado por fl orestas plantadas, compostas principalmente de Eucalyptus spp e Pinus spp. A maior área fl orestal brasileira localiza-se no bioma Amazônia, com mais de 354 milhões de hectares de fl oresta (BRASIL, 2004). Dentre os serviços ambientais oferecidos pelas f lorestas estão a re- gulação do clima, o sequestro do carbono, a conservação do solo e dos recursos hídricos e a manutenção dos ciclos de chuva. De acordo com o Sistema Nacional de Informações Florestais (SISTEMA NACIONAL DE INFORMAÇÕES FLORESTAIS, 2020), os recursos f lorestais incluem recursos madeireiros, frutos, sementes e raízes, ou seja, todos os bens que a f loresta pode fornecer, que serão transformados nos produtos f lorestais. O SNIF também contempla os recursos vegetais que não são necessaria- mente classificados como floresta, por não preencherem os requisitos de altura descritos anteriormente. Para ficar de acordo com a metodologia utilizada nas atividades práticas brasileiras, respeitaremos a mesma defi- nição utilizada pelo SNIF. Diversas análises ambientais podem ser aplicadas às florestas como forma de avaliar a cobertura da vegetação, focos de incêndio e até mesmo sinais bioquímicos que permitem aferir aspectos nutricionais dessas plantas e a qualidade dos recursos florestais. Detecção de poluição e conservação de recursos florestais2 Análise qualitativa e quantitativa da vegetação arbórea Um inventário fl orestal é importante para proporcionar informações quantitativas e qualitativas sobre uma fl oresta. Para sua implementação, estão disponíveis alguns métodos de amostragem para a descrição fl orístico-estrutural da vegetação arbórea, com destaque para o método de pontos quadrantes,método de parcelas, método de interceptação de linhas, método de Strand e o método de Prodan. Método de pontos quadrantes O método de pontos quadrantes (Figura 1) pode ser encontrado na literatura desde 1965, com a publicação do ecologista tropical Robert Goodland sobre a formação vegetal do tipo savana na então Guiana Britânica (GOODLAND, 1965). É um método rápido, que não exige demarcação de área amostral, ou seja, pode utilizar o cálculo da distância média entre árvores. Figura 1. Ilustração do método de pontos quadrantes e as variáveis da vegetação mensu- radas em cada quadrante a partir do ponto central Fonte: Fuentes (2012, documento on-line). Como o próprio nome sugere, são determinados múltiplos pontos da área flores- tal, os quais correspondem ao ponto central do plano cartesiano, definindo quatro quadrantes. A distância entre os pontos deve ser precisa, evitando sobreposição na contagem. Por quadrante, deve-se identificar o tronco da árvore com menor distância até o marco central que se enquadre nos critérios de inclusão do Quadro 1. 3Detecção de poluição e conservação de recursos florestais Fonte: Adaptado de Felfili et al. (2011). Domínio Critério de inclusão sugerido Altura de medição sugerida Mata Atlântica Perímetro de 15 cm Perímetro no nível do peito (PAP — 1,3 m de altura) Amazônia Perímetro de 15 cm Perímetro no nível do peito (PAP — 1,3 m de altura) Caatinga Diâmetro de 3 cm Diâmetro no nível do solo (DAS) Cerrado Diâmetro de 3 cm Diâmetro no nível do solo (DAS) Pantanal Perímetro de 15 cm para fisionomias florestais; diâme- tro de 3 cm para fisionomias savânicas Perímetro no nível do peito (PAP — 1,3 m de altura) para fisionomias florestais; diâmetro no nível do solo (DAS) para fisionomias savânicas Quadro 1. Critérios para amostragem do componente arbóreo-arbustivo nos diferentes domínios do Brasil Em seguida, deve ser determinada essa distância e a espécie de tal árvore. Um ponto limitante do método é seu potencial de superestimar a densidade de populações vegetais uniformes e subestimar populações agre- gadas. Além disso, pode não ser representativo da realidade nas f lorestas tropicais naturais, devido aos diversos interferentes que elas sofrem, como ação antropogênica, diferenças climáticas e variações do solo. Na ficha de campo para levantamentos fitossociológicos, para cada ponto quadrante deve-se determinar as espécies, a distância ponto-planta, o perímetro do caule (cm), a altura da planta (m) e o diâmetro da copa (m) (FREITAS, 2012; PEREIRA, 2015; FELFILI et al., 2011). Métodos de parcelas Trata-se de um método de área fi xa, que pode ser aplicado tanto para espécies herbáceas quanto lenhosas. Assim, permite análises quantitativas mais diretas, como produção em área basal, volume, biomassa, carbono ou até a dinâmica da vegetação (PEREIRA et al., 2015). Nesse método, são determinados in loco na área estudada pequenas unidades amostrais com forma e tamanho Detecção de poluição e conservação de recursos florestais4 predeterminados e representativas da comunidade em estudo. O método de divisão pode adotar parcela única ou múltiplas (colocadas de modo seletivo, sistemático ou aleatório). Método de interceptação de linhas Esse método se distingue dos demais por não obedecer a uma área. Em vez disso, é defi nida uma linha na vegetação e todos os exemplares que estiverem na linha farão parte da amostragem. Entretanto, para lenhosos devem ser incluídos os que atingirem critério mínimo de inclusão (FELFILI et al., 2011). Método de Strand O método de Strand utiliza critério probabilístico de seleção da vegetação arbórea na unidade amostral, em proporção ao diâmetro (da área basal e do número de indivíduos por hectare) ou à altura das árvores (volume e quantidade de indivíduos arbóreos por hectare) (Figura 2) (LIMA, 2015). Figura 2. Método de Strand: (a) seleção proporcional ao diâmetro; (b) seleção pro- porcional à altura. Fonte: Lima (2015, documento on-line). O método de Prodan O método de Prodan é embasado na distância em relação ao ponto amostral. A seleção do indivíduo arbóreo é proporcional à distância e assume um formato circular (Figura 3). São medidas seis árvores (a sexta é utilizada para calcular o raio) com maior proximidade do ponto amostral, e as demais são denominadas árvores marginais (LIMA, 2015). 5Detecção de poluição e conservação de recursos florestais Figura 3. Método de Prodan para a inclusão de árvores. Fonte: Lima (2015, documento on-line). Georreferenciamento e geoprocessamento das florestas O georreferenciamento e o geoprocessamento são excelentes ferramentas informatizadas que associam informações cartográfi cas e imagens obtidas por satélites, auxiliando o monitoramento fl orestal. Trata-se de uma área de conhecimento amplamente utilizada nas análises ambientais e na epidemio- logia, uma vez que busca avaliar informações geográfi cas para auxiliar no cruzamento e na interpretação dos dados coletados. Isso permite desenvolver previsões de possíveis cenários restritos a uma determinada região geográfi ca (SCHWANKE, 2013). O geoprocessamento tem sido imprescindível para diagnosticar potenciais incêndios florestais pela geração de mapas de risco. A Figura 4 exibe um mapa estratégico de combate a incêndio florestal. O geoprocessamento também é utilizado para monitoramento da vegetação arbórea. Detecção de poluição e conservação de recursos florestais6 Figura 4. Exemplo de mapa estratégico de combate a incêndio florestal. Fonte: Oliveira (2012, p. 26). O georreferenciamento se assemelha ao geoprocessamento, mas considera limites de propriedades, pontos físicos (como rios, represas e até mesmo construções), definindo um perímetro a ser avaliado (Figura 5). Muitas vezes, o georreferenciamento e o geoprocessamento são complementares. Figura 5. Mapa de representação de limites sinuosos para georreferenciamento. Fonte: Brasil (2013, documento on-line). 7Detecção de poluição e conservação de recursos florestais Análises bioquímicas Uma série de análises bioquímicas pode ser realizada na madeira, um dos principais recursos renováveis do mundo. Bioquimicamente, a madeira é formada por células de paredes espessas, ricas em polissacarídeos como a celulose. Apresenta também lignina, uma macromolécula orgânica que confere rigidez à parede celular. Além disso, outros componentes como ácidos graxos, resinas, amido e pigmento também podem ser quantifi cados bioquimicamente por cromatografi a ou por extração dos componentes de interesse. O metanol, composto combustível, pode ser obtido a partir da pirólise da madeira. Enfi m, uma série de pesquisas tem avaliado essa biomassa para geração de energia verde e renovável (SOARES, 2006; MANAHAN 2013). Análises de umidade, teor de cinzas e solubilidade de diferentes compostos presentes na madeira também são importantes para a avaliação bioquímica desse recurso renovável (KLOCK et al., 2012). A avaliação do fluxo de nutrientes também é bastante relevante no mo- nitoramento das florestas e na manutenção dos ecossistemas. Essas técnicas permitem inferir possíveis alterações na sustentabilidade da floresta, espe- cialmente comparando-se a floresta nativa com a floresta plantada. Métodos colorimétricos e de espectrofotometria são alguns utilizados para esse fim (GAMA-RODRIGUES; GAMA-RODRIGUES; BARROS, 2008). 2 Conservação dos recursos florestais As fl orestas brasileiras apresentam vastas áreas de degradação, em grande parte devido ao desmatamento. O desmatamento é uma preocupação eminente, com sérias consequências ambientais. Se o desmatamento continuar, as fl orestas poderão entrar em colapso e, consequentemente, muitos meios de subsistência serão impossíveis de manter. Detecção de poluição e conservação de recursos florestais8 Estudos de conservação genética são aliados na manutenção da biodi- versidade e na conservação dos recursos florestais. Esse conhecimento,que avalia o que chamamos de genética de populações, pode ser utilizado para uma série de aplicações práticas, como para definir uma Unidade de Conservação. A partir dessas pesquisas, surgiram os bancos de germoplasmas, criados para conservar o material genético, como forma de manter a variabilidade genética no futuro (RIBEIRO et al., 2016). Os bancos de germoplasma ex situ baseiam- -se especialmente no armazenamento das sementes das diferentes espécies florestais, sendo em sua maioria administrados pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Ações como a redução do desmatamento e o fomento do agronegócio sustentável tornam-se necessárias. A Amazônia brasileira possui cerca de 17 milhões de hectares de terras degradadas e improdutivas. Promover sua restauração e utilização para agricultura sustentável, incluindo novos produtos f lorestais não madeireiros, é uma saída para reduzir o desmata- mento. O incentivo a essa produção pode gerar uma bioeconomia baseada na extração sustentável de materiais para bens que vão desde produtos farmacêuticos até alimentos, cosméticos e outros materiais. Para isso, é importante o monitoramento e a fiscalização eficazes dessas bioindústrias (BENINI et al., 2016). O primeiro passo é detectar as áreas afetadas, a extensão e as causas pri- márias do desmatamento. Para isso, algumas medidas são necessárias, como estudos de mapeamento da vegetação brasileira, monitoramento das florestas por sensoriamento remoto e prevenção e controle do desmatamento. Além disso, novas tecnologias podem ser utilizadas para aumentar a produtividade como melhoramento genético de sementes e clonagem de espécies florestais, monitoramento de queimadas, desenvolvimento sustentável florestal, miti- gação das emissões de gases de efeito estufa, manejo florestal sustentável e incentivo a utilização de produtos não madeireiros. Em geral, o controle do desmatamento deve ser realizado pelo órgão ambiental competente e amparado na legislação em vigor (BRASIL, 2012). Estratégias de reflorestamento (restauração de locais que perderam a ve- getação) e florestamento (plantio de locais que não possuíam vegetação) são necessárias. Na Figura 6, pode ser observado um fluxograma em que são apresentados os passos para o plantio e a restauração florestal, tomando como exemplo a região de Alto Teles Pires, no Mato Grosso. 9Detecção de poluição e conservação de recursos florestais Figura 6. Fluxograma para a identificação de situações ambientais passíveis de ações de restauração florestal, neste exemplo voltadas para a região de Alto Teles Pires, MT. Fonte: Benini et al. (2016, p. 29). Vejamos a seguir as etapas mais importantes a serem cumpridas em um projeto de restauração florestal. Isolamento A primeira etapa de execução em um projeto de restauração fl orestal é o delineamento da área a ser refl orestada. Isolar e retirar os agentes degrada- dores da área também são processos necessários, além de evitar desperdício Detecção de poluição e conservação de recursos florestais10 de esforços e recursos. O isolamento da área pode se dar pela instalação de cercas ou pela criação de uma faixa marginal separando a produção agrícola da área preservada ou em recuperação. Condução da regeneração natural A regeneração natura é elevada quando apresenta densidade acima de 1.700 indivíduos por hectare. Nessa etapa, é realizado o controle de plantas invasoras/ competidoras ao redor de indivíduos regenerantes. Tal controle pode ser por coroamento (remoção) dos indivíduos ou controle do mato em área total. São exemplos de plantas invasoras/competidoras: colonião, braquiária e capim-gordura. Recuperação do solo A análise de estratégias de recuperação do solo deve ser criteriosa, incluindo ações de natureza física e química e levando em consideração vários critérios, como presença de lençol freático subsuperfi cial, pedregosidade, declividade, textura, suscetibilidade à inundação, produtividade, grau de erosão, entre outros fatores. O processo pode se iniciar com espécies de adubação verde, pois depois desse primeiro plantio o material será incorporado ao solo de forma manual ou mecanizada. Plantio de adensamento O plantio de adensamento (preenchimento com espécies do estágio inicial de sucessão) é uma técnica que acelera a cobertura do solo e, desse modo, auxilia a regeneração natural. Além disso, é capaz de controlar a expansão de espécies agressivas, pois suprime as espécies indesejáveis que estariam se estabelecendo nessas falhas. Pode ser utilizado o espaçamento de 3 × 2 m ou 2 × 2 m, utilizando semeadura direta ou plantio de mudas. Plantio de enriquecimento O plantio de enriquecimento é realizado para preencher espaços com falhas na regeneração natural, em áreas com vegetação nativa e pouca diversidade de espécies. Para isso, é promovida a introdução de espécies dos estágios fi nais de sucessão, por meio de sementes ou mudas, sempre levando em consideração as especifi cidades do local. Nessa etapa, o plantio tende a ser mais amplo (6 × 6 m). 11Detecção de poluição e conservação de recursos florestais Plantio total Nessa etapa, o plantio é realizado a partir da introdução de mudas (conven- cional) ou sementes (semeadura direta) de uma ou mais espécies fl orestais nativas para acelerar o desenvolvimento. Também pode envolver estratégias de adensamento e enriquecimento (BENINI et al., 2016). Manejo florestal sustentável De acordo a NBR 14789/2012 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), o manejo fl orestal pode e deve ser sustentável, considerando as possi- bilidades de regeneração, manutenção das funções ecológicas e maximização da biodiversidade e dos ecossistemas presentes (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2012). Segundo essa norma, o manejo fl orestal sustentável deve ser organizado de forma hierárquica, considerando: indicadores — parâmetros qualitativos ou quantitativos que permitem avaliar o ecossistema florestal; critérios — aspecto que permite a avaliação do manejo florestal; princípios — ponto de referência para o manejo sustentável (Figura 7). Figura 7. Estrutura hierárquica para manejo florestal sustentável. Fonte: Associação Brasileira de Normas Técnicas (2012, documento on-line). Detecção de poluição e conservação de recursos florestais12 Para colocar em prática o manejo florestal sustentável, bem como para promover a manutenção da floresta saudável, é necessário avaliar os indicadores de sustentabilidade da floresta (SISTEMA NACIONAL DE INFORMAÇÕES FLORESTAIS, 2020). Alguns exemplos de indicadores são: Avaliação da extensão dos recursos florestais — permite identificar alteração na área de floresta plantada e nativa, perda parcial da cobertura e capacidade da floresta em reduzir a emissão de gases de efeito estufa. Gestão florestal sustentável — indica a quantidade de cobertura florestal que pode ser mantida a longo prazo e a extensão da produção, considerando a biodiversidade e a proteção à floresta. Manutenção da integridade ecológica e da biodiversidade — avalia como a conservação da biodiversidade tem efeito na reciclagem de carbono e água, proteção do solo, água e meio ambiente e manutenção dos estoques de biomassa. Tem consequência direta na saúde pública, em virtude das zoonoses causadas pela perda de biodiversidade. Benefícios econômico e sociais — a avaliação da produção, da pro- priedade florestal e da concessão florestal é fundamental para o ras- treamento e a fiscalização ambientais. 3 Poluição florestal A poluição fl orestal é decorrente da atividade antrópica não sustentável, e ocorre pelo descarte ilegal de resíduos domésticos ou industriais, ou por atividades mineradoras. A estratégia para avaliar a poluição fl orestal acaba dependendo do tipo de poluição e do tipo de fl oresta, podendo abranger observação e monitoramento por satélite, mapeamento e análises laboratoriais. No Brasil, desde 1998 o monitoramento de incêndiosflorestais é realizado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) com frequência diária. São coletados por vários satélites dados de focos de calor, classificados por persistência, localidade e risco (BRASIL, 2017). Além disso, o Programa de Monitoramento Ambiental dos Biomas Brasileiros do Ministério do Meio Ambiente monitora por satélite a cobertura vegetal e a utilização da terra, e emprega os critérios exibidos na Figura 8. 13Detecção de poluição e conservação de recursos florestais Figura 8. Tipos e frequência de mapeamentos por bioma. Fonte: Brasil (2017, p. 18). Conforme relatado pelo Ministério do Meio Ambiente, uma pesquisa realizada pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA) avaliou que a poluição atmosférica alterou o ritmo de crescimento das árvores da floresta local, o que a longo prazo pode representar um risco de perda de biodiversidade (BRASIL, 2004). Em árvores expostas à poluição, pode-se verificar efeitos biológicos que incluem desorganização celular, menor absorção de água, crescimento lento e envelhecimento prematuro. Quando se trata do ecossistema florestal, outros efeitos são vistos a longo prazo, como eliminação de espécies, redução de diversidade, redução de crescimento e de biomassa e maior susceptibilidade a pragas e doenças (LIMA, 1980). Um estudo financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) avaliou exemplares de árvores tipuanas da capital paulista. Foi possível observar que as árvores retratavam a história da poluição na cidade. Para saber mais, consulte Locosselli (2018) na seção Leituras recomendadas, ao final deste capítulo. Detecção de poluição e conservação de recursos florestais14 Uma estratégia que ajuda não somente na avaliação da poluição florestal, mas também na conservação e em melhorias na saúde pública, é o plantio de florestas urbanas. Uma floresta urbana é definida como qualquer zona de ve- getação em um aglomerado urbano. A construção de florestas urbanas pode ser espontânea ou planejada, conforme os planos de incentivo governamentais e a conscientização da população. Apesar do efeito da poluição florestal ser diferente do que em outras plantas, muitas vegetações presentes em florestas urbanas têm sido utilizadas como bioindicadores de acumulação de partículas sólidas. Bioindicadores O biomonitoramento, ou seja, o uso de organismos vivos para monitorar a poluição, pode ajudar a verifi car a poluição fl orestal. Também chamados de indicadores biológicos, os bioindicadores se referem a qualquer espécie capaz de refl etir a qualidade de uma área ambiental, de um ecossistema ou de uma fl oresta. Insetos e aves passeriformes são alguns exemplos de bioindicadores que têm sido pesquisados para avaliar a atividade antrópica nas fl orestas brasileiras (PIRATELLI et al., 2008; OLIVEIRA et al., 2014). Porém, a própria vegetação pode ser um indicativo da poluição florestal. Pode-se classificar as plantas bioindicadoras em quatro grandes grupos (DE TEMMERMAN et al., 2004): bioindicadoras — apresentam sintomas visíveis, em virtude dos dis- túrbios fisiológicos; biosensoras — reagem a poluentes aéreos, apresentando alterações moleculares e bioquímicas; bioacumuladoras — acumulam partículas sólidas em seus tecidos; biointegradoras — os efeitos da poluição são visualizados na densidade populacional da planta. Plantas bioacumuladoras são resistentes à poluição, mas acumulam as substâncias tóxicas do ambiente em seus tecidos, o que posteriormente pode ser detectado a partir de análises químicas. Existem dois tipos principais de biomonitoramento: o ativo, quando propositalmente se expõe uma espécie no ambiente por um determinado período, e o passivo, quando se realiza a avaliação a partir de espécies já presentes no ambiente. Independentemente da forma da exposição, a avaliação do material particulado é principalmente analisada por espectrometria de absorção atômica (CARDOSO et al., 2017). 15Detecção de poluição e conservação de recursos florestais As florestas não apenas sofrem e servem de indicadores de poluição, mas também podem auxiliar no combate à poluição atmosférica, a partir do seu consumo de dióxido de carbono. O jatobá (Hymenaea courbaril), encontrado do Norte ao Sudeste do Brasil, é considerado um candidato a “faxineiro do ar”, uma vez que seu crescimento parece se acelerar em ambientes ricos em CO2 (SÃO PAULO, 2002). ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 14789:2012: manejo flo- restal sustentável — princípios, critérios e indicadores para plantações florestais. São Paulo: ABNT, 2012. (E-book). BENINI, R. et al. Cartilha de restauração florestal para a região de Alto Teles Pires, MT. Virginia: The Nature Conservancy, 2016. Disponível em: https://www.tnc.org.br/con- tent/dam/tnc/nature/en/documents/brasil/cartilha-restauracao-mt.pdf. Acesso em: 10 ago. 2020. BRASIL. Lei nº. 12.727, de 17 de outubro de 2012. Altera a Lei nº 12.651, de 25 de maio de 2012, que dispõe sobre a proteção da vegetação nativa; altera as Leis nº s 6.938, de 31 de agosto de 1981, 9.393, de 19 de dezembro de 1996, e 11.428, de 22 de dezembro de 2006; e revoga as Leis nº s 4.771, de 15 de setembro de 1965, e 7.754, de 14 de abril de 1989, a Medida Provisória nº 2.166-67, de 24 de agosto de 2001, o item 22 do inciso II do art. 167 da Lei nº 6.015, de 31 de dezembro de 1973, e o § 2º do art. 4º da Lei nº 12.651, de 25 de maio de 2012. Diário Oficial da União, Brasília, 12 out. 2012. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/L12727.htm. Acesso em: 10 ago. 2020. BRASIL. Manual técnico de limites e confrontações: georreferenciamento de imóveis rurais. Brasília: Coordenação Geral de Cartografia, 2013. (E-book). BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Estratégia do programa de monitoramento am- biental dos biomas brasileiros. Brasília: MMA, 2017. Disponível em: https://www.mma. gov.br/images/arquivos/gestao_territorial/pmabb/Estrategia_programa_monitora- mento_ambiental_PMABB.pdf. Acesso em: 10 ago. 2020. BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Poluição altera as características da Amazônia. 2004. Link: https://www.mma.gov.br/informma/item/1782-poluicao-altera-as-caracteristicas- -da-amazonia.html. Acesso em: 9 ago. 2020. CARDOSO, K. M. et al. Uso de espécies da arborização urbana no biomonitoramento de poluição ambiental. Ciência Florestal, v. 27, nº. 2, p. 535–547, 2017. Disponível em: https://periodicos.ufsm.br/cienciaflorestal/article/view/27734. Acesso em: 9 ago. 2020. Detecção de poluição e conservação de recursos florestais16 DE TEMMERMAN, L. et al. Biomonitoring of air pollutants with plants – considerations for the future. In: KLUMPP, A.; ANSEL, W.; KLUMPP, G. (ed.). Urban air pollution, bioindication and environmental awareness. Göttingen: Cuvillier Verlag, 2004. p. 337–373. FELFILI, J. M. et al. Fitossociologia no Brasil: métodos e estudos de casos. Viçosa: UFV, 2001. 1 v. FREITAS, W. K. de; MAGALHÃES, L. M. S. Métodos e parâmetros para estudo da vege- tação com ênfase no estrato arbóreo. Floresta e Ambiente, v. 19, nº. 4, p. 520–539, 2012. https://floram.org/article/10.4322/floram.2012.054/pdf/floram-19-4-520.pdf. Acesso em: 9 ago. 2020. FUENTES, E. V. Representação do método ponto-quadrante e as variáveis da vegetação mensuradas em cada quadrante a partir do ponto central. 2012. Disponível em: https:// www.researchgate.net/profile/Eduardo_Fuentes7/publication/269398865/figure/fig2/ AS:669504711442453@1536633770631/Figura-1-Representacao-do-metodo-ponto- -quadrante-e-as-variaveis-da-vegetacao-mensuradas.jpg. Acesso em: 9 ago. 2020. GAMA-RODRIGUES, A. C. da; GAMA-RODRIGUES, E. F. da; BARROS, N. F. de. 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Acesso em: 9 ago. 2020. 17Detecção de poluição e conservação de recursos florestais PEREIRA, F. C. et al. Comparação dos métodos de parcelas e pontos-quadrantes para des- crever uma comunidade lenhosa de Cerrado Típico. Biotemas, v. 28, nº. 2, p. 61–72, 2015. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/biotemas/article/download/2175- -7925.2015v28n2p61/29243. Acesso em: 9 ago. 2020. PIRATELLI, A. et al. Searching for bioindicators of forest fragmentation: passerine birds in the Atlantic forest of southeastern Brazil. Brazilian Journal of Biology, v. 68, nº. 2, p. 259–268, 2008. https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pi d=S1519-69842008000200006. Acesso em: 9 ago. 2020. RIBEIRO, N. P. et al. Biodiversidade e conservação de recursos genéticos de espécies arbóreas. Multitemas, v. 21, nº. 50, p. 31–49, jul./dez. 2016. Disponível em: https://www. interacoes.ucdb.br/multitemas/article/view/688/1335. Acesso em: 9 ago. 2020. SÃO PAULO. 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Disponível em: http://www.planalto.gov. br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11284.htm. Acesso em: 9 ago. 2020. Detecção de poluição e conservação de recursos florestais18 CARNEIRO, D. de C. Georreferenciamento de propriedade rural com base no novo código florestal. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Ciências Rurais) — Curso de Ciências Rurais, Universidade Federal de Santa Catarina, Curitibanos, 2013. Disponível em: https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/122047/DOUGLAS%20DE%20 C%c3%93RDOVA%20CARNEIRO.pdf?sequence=1&isAllowed=y. Acesso em: 9 ago. 2020. CERDEIRA, A. L. N. Sensoriamento remoto e geoprocessamento como subsídio ao manejo do fogo e ao combate aos incêndios florestais. 2017. Disponível em: http://www.sema. df.gov.br/wp-conteudo/uploads/2017/09/Apresenta%C3%A7%C3%A3o_DMIF.pdf. Acesso em: 9 ago. 2020. FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION OF THE UNITED NATIONS. Global forest resources assessment 2015: how are the world’s forests changing? 2th ed. 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Disponível em: http://www.repositorio.unicamp.br/handle/REPOSIP/287230. Acesso em: 9 ago. 2020. SILVA, R. M. da. Georreferenciamento de imóveis rurais e realização de levantamentos topográficos planimétricos. 2011. 52 f. Trabalho de Conclusão do Curso (Graduação em Engenharia Florestal) — Curso de Engenharia Floresta, Universidade Federal do Pampa Campus São Gabriel, São Gabriel, 2011. Disponível em: http://cursos.unipampa. edu.br/cursos/engenhariaflorestal/files/2014/06/Rafael-Machado-da-Silva.pdf. Acesso em: 9 ago. 2020. SISTEMA NACIONAL DE INFORMAÇÕES FLORESTAIS. Definição de floresta. 2019. Dispo- nível em: http://snif.florestal.gov.br/pt-br/conhecendo-sobre-florestas/167-definicao- -de-floresta. Acesso em: 9 ago. 2020. VIDAL, J. Pandemics: humans are the culprits. Cry Institute of Ecosystem Studies, 2020. Disponível em: https://www.caryinstitute.org/news-insights/media-coverage/pande- mics-humans-are-culprits. Acesso em: 9 ago. 2020. 19Detecção de poluição e conservação de recursos florestais Os links para sites da web fornecidos neste capítulo foram todos testados, e seu fun- cionamento foi comprovado no momento da publicação do material. No entanto, a rede é extremamente dinâmica; suas páginas estão constantemente mudando de local e conteúdo. Assim, os editores declaram não ter qualquer responsabilidade sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links. Detecção de poluição e conservação de recursos florestais20 DICA DO PROFESSOR A conservação dosrecursos florestais é um objetivo que necessita combinar estratégias de monitoramento e avaliação biológica das espécies florestais ameaçadas. Para a correta mensuração da biodiversidade, a avaliação genética é um aspecto importante, podendo influenciar em estratégias de plantio e reflorestamento. Na Dica do Professor, entenda a importância dos estudos de genética de populações para a conservação dos recursos florestais e conheça algumas das principais metodologias analíticas que podem ser realizadas pelo analista ambiental. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! EXERCÍCIOS 1) O Brasil é um país florestal, com mais de 516 milhões de hectares de floresta, o que corresponde a mais de 60% da sua área territorial. O entendimento das características florestais e de seus recursos é muito relevante no âmbito das análises ambientais aplicadas. A partir disso, analise as seguintes afirmativas: I. As florestas nativas brasileiras são formadas, especialmente, por Pinus spp., e as florestas plantadas, por Eucalyptus spp. II. Os recursos florestais incluem a madeira, os frutos, as sementes, as raízes e os demais bens que a floresta proporciona. III. As florestas têm papel importante na conservação do solo e dos recursos hídricos. IV. O Sistema Nacional de Informações Florestais (SNIF) não se responsabiliza por vegetais que não atingem 2 metros de altura na sua maturidade. Está correto o que se afirma em: A) II e III. B) I e III. C) I e II. D) II e IV. E) III e IV. 2) A conservação das áreas de proteção permanente é fundamental para a manutenção da biodiversidade. Em virtude disso, estratégias de florestamento e reflorestamento são muito aplicadas para a restauração florestal e, consequentemente, de sua biodiversidade. Em relação às etapas da restauração florestal, uma etapa importante é o preenchimento de espaços com falhas de regeneração natural, em áreas com pouca diversidade de espécies, utilizando-se de espécies no estágio final de sucessão. A esse processo é dado o nome de: A) plantio de adensamento. B) condução da regeneração natural. C) isolamento da área. D) recuperação do solo. E) plantio de enriquecimento. Uma série de análises ambientais pode ser aplicada à floresta para avaliar a cobertura da vegetação, os possíveis focos de incêndio e até mesmo a qualidade dos recursos florestais. 3) Avalie, a seguir, os métodos aplicados às análises florestais e associe-os corretamente aos seus objetivos: (I) Geoprocessamento (II) Análises bioquímicas (III) Método de parcelas ( ) Análise quantitativa de vegetação arbórea ( ) Diagnóstico de risco de incêndio florestal ( ) Avaliação de biomassa de recurso madeireiro A ordem correta de preenchimento das lacunas, de cima para baixo, é: A) I – II – III. B) III – I – II. C) III – II – I. D) II – I – III. E) I – III – II. 4) O manejo da floresta sustentável (MFS) deve considerar as possibilidades de renovação dos recursos naturais, a manutenção das funções ecológicas e a preservação da biodiversidade. A avaliação do manejo ocorre de forma hierárquica, considerando princípios, critérios e indicadores do MFS. Os indicadores devem ser avaliados em conjunto, sendo todos relevantes na sustentabilidade florestal, mas cada um avaliando parâmetros diversos, relacionados a estratégias específicas de conservação. Nesse sentido, qual é o indicador que avalia a perda da biodiversidade e as consequências dessa perda na saúde pública? A) Indicador de avaliação da extensão dos recursos florestais. B) Indicador de gestão florestal sustentável. C) Indicador de manutenção da integridade ecológica. D) Indicador de benefício econômico. E) Indicador de benefício social. 5) A poluição florestal pode ter impacto em uma série de recursos, florestais ou não. O monitoramento da poluição florestal e da atividade antrópica não sustentável é uma das atribuições do analista ambiental. Sobre as estratégias utilizadas para a avaliação da poluição florestal, analise as afirmativas a seguir e classifique-as em verdadeiras (V) ou falsas (F): ( ) O monitoramento da poluição florestal é realizado apenas pela observação de focos de incêndio, por meio do mapeamento por satélites. ( ) A observação da dinâmica florestal avalia padrões de crescimento das árvores que permitem inferir o grau de poluição florestal. ( ) Apesar de a poluição atmosférica ter sido associada a patologias em humanos, não há efeitos fisiológicos nas vegetações florestais. ( ) Se a poluição afeta a densidade populacional de uma planta, pode-se chamar esse organismo de biossensor. A ordem correta de preenchimento das lacunas, de cima para baixo, é: A) V – F – V – F. B) F – V – F – V. C) F – V – F – F. D) F – F – F – V. E) V – V – F – F. NA PRÁTICA Rica em biodiversidade, a Amazônia desempenha papel crucial no equilíbrio ecológico, e sua conservação tem importância para a qualidade de vida. Entretanto, muitos focos de queimada têm ocorrido, levando a discursos sobre esse tema em todo o mundo. Muito se tem falado sobre o impacto das queimadas na poluição atmosférica e, consequentemente, na saúde humana. Porém, é importante também avaliar os efeitos dessas queimadas na saúde florestal. A seguir, Na Prática, saiba mais sobre os impactos das queimadas na vegetação e na biodiversidade da Floresta Amazônica. SAIBA + Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: Inventário Florestal Nacional O Inventário Florestal Nacional (IFN) é um dos principais levantamentos realizados pelo Governo Federal para produzir informações sobre os recursos florestais brasileiros. No link a seguir, confira informações sobre como é realizado o IFN, além de relatórios resumidos por Estado. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Monitoramento do desmatamento da Amazônia: INPE Neste vídeo, o pesquisador do INPE Miguel Monteiro fala sobre os programas de monitoramento do desmatamento da Amazônia: o PRODES e o DETER. Aproveite. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Tratamento transforma madeira jogada no lixo em fonte de energia Leia esta reportagem e entenda como o reaproveitamento da madeira urbana pode ser uma excelente fonte de energia verde, diminuindo a pressão sobre as florestas brasileiras. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
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