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Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial- SENAC TAYANE SILVA DE MORAES CELIA BARBOSA DA PAZ ACIDENTE DE TRABALHO COM EXPOSIÇÃO A MATERIAL BIOLÓGICO Brasília 2022 1 TAYANE SILVA DE MORAES CELIA BARBOSA DA PAZ ACIDENTE DE TRABALHO COM EXPOSIÇÃO A MATERIAL BIOLÓGICO Orientador(a): Prof. Dr. Pedro Henrique Brasília 2022 2 Sumário Introdução ............................................................................................................................................ 1 Tipo de material biológico e agentes infecciosos envolvidos. .............................................. 2 Orientações e cuidados com o ferimento pós-acidente com material biológico perfurocortante. .................................................................................................................................. 3 Recomendações iniciais ao acidentado após a ocorrência do incidente ........................... 4 A testagem rápida e os casos indicativos de Profilaxia Pós-exposição (PEP). ................ 4 Indicativos para Profilaxia Pós-exposição (PEP) ...................................................................... 5 PROFILAXIA ......................................................................................................................................... 6 HIV: ......................................................................................................................................................... 6 Hep B:..................................................................................................................................................... 6 Hep C: .................................................................................................................................................... 6 Acolhimento e condutas a serem realizadas ao acidentado e paciente-fonte pós- acidente. ............................................................................................................................................... 7 Paciente fonte desconhecido.............................................................................................................. 7 Encaminhamentos para exame laboratorial, vacinas e Profilaxia pós-exposição. .......... 8 Alta do acidentado pelo infectologista ....................................................................................... 10 Prescrição Médica das Drogas profiláticas e terapêutica em caso de exposição com paciente fonte, positiva e fonte negativa de HIV ..................................................................... 10 Conclusão .......................................................................................................................................... 12 Referências: ....................................................................................................................................... 13 1 Introdução Muitos micro-organismos podem estar presentes no sangue ou na saliva, como consequência de bacteremia ou viremia associada a infecções como: Sífilis, Tuberculose, Difteria, Sarampo, Rubéola, Herpes, citomegalovírus (CMV), hepatites viróticas, vírus da imunodeficiência humana (HIV), virose linfotrópica pela célula T humana (HTLV 1 e 2), Príons e outros mais. Essas infecções podem ser transmitidas pelo contato de superfície não íntegra com fluidos corpóreos contaminados, pela via respiratória e através de acidentes com instrumentos perfurocortantes e/ou rotatórios contaminados. Mesmo que o profissional esteja devidamente equipado com os Equipamentos de Proteção Individuais (EPI), há risco de contaminação. Diversos altores apontam que, os motivos para o acontecimento dos acidentes com exposição de material biológico: pouca experiência profissional, condições inadequadas de trabalho, ausência ou inadequação de equipamentos de proteção, cansaço físico e mental, necessidade de maior agilidade na realização das atividades de rotina, manuseio de material perfuro cortante, manipulação de material biológico, dentre outros. Os serviços de saúde devem adotar medidas preventivas, como imunização e implantação de protocolos de biossegurança. Deve-se utilizar Equipamentos de Proteção Individuais (EPI) e Coletivos (EPC), manter a caderneta de vacinas sempre atualizada e realizar uma correta anamnese. 2 Tipo de material biológico e agentes infecciosos envolvidos. De acordo com o Ministério da Saúde (MS)1, a exposição a material biológico pode ser feita através de sangue e fluidos orgânicos com alta possibilidade de infecção, são eles: sêmen, secreção vaginal, liquor, líquido sinovial, líquido pleural, peritoneal, pericárdico e amniótico. Já, os fluidos orgânicos que não tem potencialidade de infecção, são: suor, lágrima, fezes, urina e saliva, se eles são estiverem contaminados com sangue. De acordo com World Gastroenterology Organisation Practice Guidelines (WGOPG): Acidentes com Agulhas e Exposição Acidental a Sangue, esta exposição pode ser feita por meio de picadas de agulhas, cortes, mordidas, ou respingos traz o risco de infecção por vírus de transmissão parenteral como os das hepatites B (HBV2), C (HCV3) e da imunodeficiência humana (HIV4). Seus riscos de transmissão após exposição acidental são: • Risco HBV= 5 - 40% • Risco HCV= 3 - 10% • Risco HIV = 0.2 - 0.5% A WGOPG5, afirma ainda que, a hegemonia do HBV é maior que a média em consumidores de drogas endovenosas, homens homossexuais e na população de países em desenvolvimento. A prevalência do HCV é maior em politransfundidos6, pacientes de diálise e usuários de drogas endovenosas. 1 Disponível em: <https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/protocolo_expos_mat_biologicos.pdf>. Acesso em: 9 out. 2022. 2 É uma doença infecciosa que agride o fígado, sendo causada pelo vírus B da hepatite (HBV) 3 A hepatite C é uma doença viral causada pelo vírus C (HCV), que leva à inflamação do fígado. 4 HIV é a sigla em inglês do vírus da imunodeficiência humana. Causador da aids, ataca o sistema imunológico, responsável por defender o organismo de doenças. 5 World Gastroenterology Organisation Practice Guidelines (WGOPG): Acidentes com Agulhas e Exposição Acidental a Sangue 6 Todos os pacientes que receberam no mínimo 6 unidades de concentrado de hemácias no período de 3 meses. Figura 1 Disponível em: < https://www.bd.com/pt-br/our- products/syringes-and- needles/injection-systems--- hospital-and- government/precisionglide- needles/> Acessado em: 09 de out. de 2022. 3 A predominância do HIV também é sobressalente em homens homossexuais, usuários de drogas injetáveis e na população de áreas aonde essa condição é endêmica. A WGOPG aponta que, tais acidentes tendem a ocorrer nas situações seguintes: • Durante reencapamento das agulhas • Durante cirurgias, especialmente na sutura • Durante biópsias • Quando uma agulha desencapada é deixada nas roupas de cama, roupas cirúrgicas, etc. • Ao levar a agulha desencapada ao coletor • Durante a limpeza e transporte do material contaminado • Quando em uso de técnicas mais complexas de punção e coleta • Em departamentos de urgências e emergências • Em intervenções de grande stress (endoscopia diagnóstica ou terapêutica em pacientes com hemorragia digestiva) É importante ressaltar que a exposição acidental a sangue por picada de agulha é, provavelmente, um dos mais recorrentes acidentes de trabalho na área de saúde. Orientações e cuidados com o ferimento pós-acidente com material biológico perfurocortante. Em principal é que, primeira ação a ser executada, em caso deexposição ao material provavelmente contaminado, é lavar a região de forma intensa com água e sabão. Depois que a limpeza for feita o profissional reportará ao(à) superior(a) o ocorrido com as explicações referentes ao incidente. Com o recebimento da informação o(a) superior(a) terá que informar imediatamente ao Serviço de Controle de Infecção Hospitalar Figura2 Disponível em: <http://genjuridico.com.br/2020/06/03/cuidado- distante-apreco-carinho/> Acessado em: 09 de out. de 2022. 4 (SCIH), o setor tomará nota e por tanto as ações cabíveis para resolução do incidente como os exames a serem feitos. Por ser considerado um acidente de trabalho o setor de Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) deverá ser avisado. Recomendações iniciais ao acidentado após a ocorrência do incidente Tendo resolvido os primeiros passos referentes a lavagem e comunicação do acidente o profissional terá de tratar com o paciente-fonte sob a autorização para execução dos exames e revelar se o mesmo possui doenças transmissíveis pelo sangue. Faz-se importante lembrar que o paciente-fonte não tem obrigação de aceitar o pedido. Dito isso, é importante dar início ao primeiro cuidado que é lavar a região acidentada com água e sabão levando em conta que não deverá espremer a área atingida além de não a esfregar. TAVARES7, aponta que é relevante levar em conta as características do acidente, bem como: • Acidente leve: o contato com as secreções em pele íntegra. • Acidente moderado: além do contato com secreções terá mucosas, porém sem sangue aparente. • Acidente grave: terá contato com líquido orgânico com mistura de sangue visível, mucosas ou exposição percutânea com o perfurocortante. A testagem rápida e os casos indicativos de Profilaxia Pós-exposição (PEP). 7 Acidente por Material Biológico. Disponível em: <http://www.fmt.am.gov.br/manual/acidente1.htm>. Acesso em: 9 out. 2022. Figura 3. Disponível em: <https://www.defensoria.rn.def.br/sites/default/files /2020-03/unnamed.jpg/> Acessado em: 09 de out. de 2022. 5 Depois do acidente o setor SCIH fará recolhimento das amostras de sangue do acidentado para realização da sorologia em HIV e Hepatite B e C. Em razão de preservar o profissional acidentado o material será codificado e preservado em local sigiloso, com relação ao acidentado o setor fará pesquisa do histórico de vacinas do mesmo em razão de sabe se o acidentado está imunizado ou não, em caso de inação será providenciado as vacinas para o mesmo. Em caso de resultado negativo frente aos exames feitos, o paciente deverá voltar a jornada de trabalho normalmente levando em conta que deverá ser acompanhado por 6 meses. Em caso contrário deverá ser considerado como caso de risco e encaminhado ao segmente referente. Para conseguir trazer prevenção é necessário que os materiais de uso tenham métodos de segurança para evitar o acidente e assegurar a saúde do profissional. A testagem, no caso, rápida servirá para diagnosticar precocemente uma possível infecção. Indicativos para Profilaxia Pós-exposição (PEP) Figura 4: Disponível em: <https://caxias.rs.gov.br/noticias/2018/11/secret aria-da-saude-oferece-testes-rapidos-para- diagnostico-do-hiv-na-praca-dante-alighieri/> Acessado em: 09 de out. de 2022. 6 PROFILAXIA Depois das tratativas iniciais, bem como; limpeza da região, reportagem do ocorrido e pedidos de exames, o acidentado será levado para a profilaxia medicamentosa onde terá como objetivo a redução de contração das infecções. HIV: Nesse caso a haverá a PEP que corresponde aos medicamentos antirretrovirais combinados, o mesmo será capaz de inibir a multiplicação do vírus. O tratamento se estende por 28 dias. Hep B: Para prevenir o acidente em caso de Hepatite B o profissional faz uso da vacina de prevenção antes da admissão nos serviços de saúde. Hep C: No caso da Hepatite C não há profilaxia viável para acidentes biológicos, portanto o mesmo deverá ser acompanhado para a soroconversão, o diagnóstico pode varias entre 33 e 129 dias e quando identificado o HCV o mesmo será acompanhado por 6 meses. Figura 5. Disponível em: <https://www.drakeillafreitas.com.br/profilaxia-pos- exposicao-ao-hiv/> Acessado em: 09 de out. de 2022. 7 Acolhimento e condutas a serem realizadas ao acidentado e paciente-fonte pós-acidente. De acordo com o MS8, inicialmente, para fazer o acolhimento, é necessário fazer a solicitação de testes sorológicos ao profissional de saúde acidentado, isto deve ser feito no momento do acidente: • Aos profissionais de saúde com vacinação prévia para Hepatite B – é necessário solicitar o antiHBs, e caso seja positivo o resultado, não existirá necessidade de fazer um acompanhamento sorológico a este profissional. • Aos profissionais de saúde já vacinados com anti-HBs, resultando como negativo e, para os não-vacinados, solicitar HBsAg e anti-HBc. A estes casos, as sorologias terão a necessidade ser repetidas após 6 meses em exposições com paciente-fonte HBsAg positivo ou paciente-fonte desconhecido. Paciente fonte desconhecido O MS ainda recomenda que, neste caso, onde existe a não possibilidade fazer a coleta as sorologias do paciente fonte ou a falta do conhecimento do mesmo, o que pode ser, por exemplo, uma agulha achada no lixo, o necessário avaliar do risco de infecção pelo HIV. O SESMT9, afirma que neste caso, é importante considerar o tipo de exposição e o tipo de fluido e tecido descritos, dados clínicos e epidemiológicos e a critério do médico que atendeu este paciente, cabe a responsabilidade de indicar ou não o esquema profilático, já descrito. Para isso, é importante fazer o acompanhamento clínico laboratorial da pessoa exposta em uso de PPE10 deve levar em consideração: 8 Disponível em: <https://so.controllab.com/pdf/manual_exp_matbiol.pdf>. Acesso em: 9 out. 2022. 9 Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho 10 Profilaxia Pós-Exposição Figura 6: Disponível em: <https://www.mogidascruzes.sp.gov.br/publi c/site/imagens/6/2022061514481462aa1b5e 4964e.jp/> Acessado em: 09 de out. de 2022. 8 • A toxicidade dos antirretrovirais; • O diagnóstico de infecção aguda pelo HIV; • A avaliação laboratorial, incluindo testagem para o HIV em 30 e 90 dias após a exposição; • A manutenção de medidas de prevenção da infecção pelo HIV. Encaminhamentos para exame laboratorial, vacinas e Profilaxia pós-exposição. A medicação mais recomendada, segundo RAPPARINI 11(2010), para este caso é o uso do AZT12 como profilaxia, de imediato após o acidente, tal atitude leva a redução em até 81% o risco de soroconversão pós-exposição. Seu uso combinado aos demais anti-retrovirais (ARV) 13visa ampliar a proteção para o profissional acidentado. Além disso, é crucial solicitar sorologias de VIH e hepatites virais do acidentado e sorologia de HIV do paciente-fonte. A prescrição recomendada é: AZT (zidovudina) 100mg 02cps. VO 12/12h e Epivir® (lamivudina) 150mg 01cp. VO 12/12h, assim recomenda TAVARES (s.d). Em caso de acidente grave: seguir as mesmas recomendações do acidente moderado e prescrever: AZT (zidovudina) 100mg 02cps. VO 12/12h; Epivir® (lamivudina) 150mg 01cp. VO 12/12h e Viracept® (nelfinavir) 250mg 03cps. VO 8/8h, assim recomenda TAVARES (s.d). No caso de uma fonte conhecida, mas sem informação de seu status sorológico, é fundamental orientar o profissional acidentado sobre a importância da realização 11 RAPPARINI, C. RECOMENDAÇÕES PARA ATENDIMENTO E ACOMPANHAMENTO DE EXPOSIÇAO OCUPACIONAL A MATERIAL BIOLÓGICO: HIV E HEPATITES B e C. 12 A Zidovudina ou AZT (azidotimidina) é um fármaco utilizado como antiviral, inibidor da transcriptase reversa (inversa). Indicado para o tratamento da AIDS e contágio por Pneumocystis carinii. Foi uma dasprimeiras drogas aprovadas para o tratamento da AIDS (no Brasil) 13 Os primeiros medicamentos antirretrovirais (ARV) surgiram na década de 1980. Eles agem inibindo a multiplicação do HIV (que é retrovírus causador da síndrome da imunodeficiência adquirida – aids) no organismo, evitando então o enfraquecimento do sistema imunológico da pessoa infectada. Figura7: Disponível em: <https://www.carloschagasaraxa.com.br/wp- content/uploads/2020/10/encaminhamento-medico- Carlos-Chagas-e1603306873366.jpgcom.br/> Acessado em: 09 de out. de 2022. 9 dos exames HBsAg, Anti- HBc, Anti-HCV e Anti-HIV. Assim, ilustrado pelo MS, estes são: • O Anti-HBs e Anti-HCV são exames sorológicos relacionados à Hepatite B e à Hepatite C, respectivamente. • HBsAg – É o chamado antígeno de superfície do vírus, um marcador que indica infecção atual. • Anti-HIV em geral são detectados por método imunoenzimático (como o ELISA). Esses exames são feitos pelo sangue que é colhido em um tubo ou em papel-filtro. É utilizado o método ELISA14, que é muito sensível, mas é necessário confirmar por outro método, como o Western Blot15, afinal, tem a possibilidade de ocorrer resultados com falsos positivos. Após tais exames, é importante ter uma regulagem na repetição de tais testes para se verificar se o organismo já para produziu anticorpos que possam ser detectados por exames de sangue. Segue o tempo para o HIV, Hep C e Hep B, de acordo com o DVISAT – COVISA:16 • 1) Testar HIV durante janela imunológica: - momento zero (ocorrência do acidente); - 30 dias; - 90 dias; • 2) Testar para Hepatite C durante janela imunológica: - momento zero - 90 dias; - 180 dias • 3) Testar para Hepatite B durante janela imunológica: - momento zero; - 90 dias; - 180 dias 14 O teste de ELISA baseia-se em reações antígeno-anticorpo detectáveis por meio de reações enzimáticas (teste imunoenzimático). A enzima mais comumente usada nesta prova á a peroxidase, responsável por catalisar a reação de desdobramento da água oxigenada (H2O2) em H2O mais O2. 15 Exame laboratorial que é utilizado para diferenciar HIV-1 e HIV-2 de HIV além de ser um teste confirmatório para amostras reagentes em teste de triagem. É um exame realizado a partir de uma amostra de sangue coletada pelo laboratório. 16 DE SÃO PAULO, S.-P. DA C. Acidente de Trabalho com Exposição a Material Biológico 10 De acordo com a Secretaria Estadual da Saúde do Rio Grande do Sul, é necessário repetir este procedimento quando indicada, a dosagem do anti- HBs precisa ser realizada de 30 a 60 dias após a última dose do esquema vacinal. Tendo o resultado sorológico <10 UI/ml, é necessário realizar uma nova dose (dose teste) e repetir a sorologia no período recomendado. Se permanecer com resultado negativo (<10 UI/ml), é preciso completar o esquema vacinal. Pode ser pedido o exame Hep B anti-HBs, que é recomendado pelo profissional da saúde para testar se a pessoa possui a imunidade contra o vírus da hep B, sendo esta adquirida por meio da vacinação ou através da cura da doença. Previne-se por meio do uso de medicamentos antirretrovirais, estes que fazem a barreira do vírus se alojar no organismo. Devido a isto, é importante iniciar a profilaxia no máximo em 72 horas, se possível nas duas primeiras horas após a exposição. Alta do acidentado pelo infectologista Para ser dada a alta, será feito um acompanhamento apenas dos casos em uso de TARV para o HIV ou com risco de HBV/HCV. Nisso, será feita uma reavaliação dos casos com introdução de TARV, para continuidade ou não do esquema. Após feito esta reavaliação, será disponibilizada a TARV 17para 28 dias juntamente com acompanhamento dos casos com realização de exames complementares. Será também disponibilizado cópias dos exames realizados ao acidentado para que este entregue-os ao DSMO ou aos serviços de medicina ocupacional de referência. Será feito também a reposição dos KITS de TARV (HIV) fracionada (a solicitação para a reposição da TARV deve ser acompanhada da cópia da prescrição médica ao acidentado); O encerramento do acompanhamento do acidentado deverá ser informado ao CEREST, DMSO, ou Medicina Ocupacional. Prescrição Médica das Drogas profiláticas e terapêutica em caso de exposição com paciente fonte, positiva e fonte negativa de HIV 17 Terapia Antirretroviral (TARV): os antirretrovirais (ARV) são fármacos utilizados no tratamento do HIV. 11 Tendo em vista o fator de risco com o instrumento com sangue visível e lesão profunda é recomendado os anti-retrovirais e o tratamento por esquema duplo por 28 dias seguidos. Nos casos de HIV positivo o tratamento será por anti-retroviral expandida por 3 drogas, sendo que – no caso de infecção pelo HIV positivo faz-se necessário saber a carga viral pelo mesmo, a profilaxia consiste em uso oral e diário de dois medicamentos antiretrovirais – são eles; Tenofovir e entricitabina compostos em um único comprimido manipulado para prevenir a infecção por HIV. No tocante ao tratamento é necessário que seja iniciada dentro do espaço mais curto possível pois adiantará em proteção maior para o acidentado, em caso de urgência o tratamento deverá ser feito em prazo de até 2 horas após o acidente em pronto-socorro. Visto que o mesmo foi medicado, deverá também ser encaminhado para o ambulatório especializado sob o objetivo de ser acompanhado, o mesmo será observado do momento que dê entrada podendo ser estendido por 6 meses ou mais, dentro desta esfera de entendimento o observado também será orientado a não ter relações sexuais sem preservativo pois poderia infectar seu parceiro(a), em se tratando das nutrizes, deverão suspender o aleitamento materno. Para conclusão dos procedimentos em si, o acidentado receberá notificação d SINAN, os pedidos de exames e as prescrições médicas. No caso de HIV+ assintomático ou carga viral baixa, será referenciado em forma de estágios como: • Em caso de exposição percutânea: + Grave terá como uso 3 drogas - Grave terá como uso 2 drogas • Exposição de mucosa e pele não integra: Grande volume terá como uso 2 drogas Figura8: Disponível em: <https://pebmed.com.br/prescricao- medica-orientacoes-de-como-fazer/> Acessado em: 9 de out de 2022. 12 Pequeno volume terá como uso 2 drogas • Levando em conta HIV+ sintomático, AIDS ou carga viral elevada Em caso de exposição percutânea: + Grave terá como uso 3 drogas - Grave terá como uso 3 drogas • Exposição de mucosa e pele não integra: Grande volume terá como uso 3 drogas Pequeno volume terá como uso 2 drogas Conclusão O acidente de trabalho com exposição a material biológico ainda se mantém como desafio para a instituição e o trabalhador. Entre as medidas que visam na diminuição dos riscos à esta exposição está a prática de cuidado padrão para estes fins, incluindo o cuidado na forma como se manipula dos insumos perfurocortantes, o descarte no lixo adequado, e o não reencape de agulhas. Há também a necessidade de reciclagem de hábitos profissionais consolidados pela prática diária, incluindo treinamentos sobre o uso correto de EPIs. É necessário um maior foco na preparação quanto às normas de biossegurança e a supervisão basilar em relação ao condução do pós-acidente são medidas que deverão ser aplicadas com maior critério por parte dos superiores responsáveis, visto que além de potencialmente podem causar danos à saúde física e mental dos trabalhadores, vindo a gerar sentimento de preocupação quanto ao próprio adoecimento e a possíveis transmissões a familiares, os acidentes interferem na organização do processo de trabalho. Por fim, compreende-se que, são cruciais as melhorias referentes ao processo de notificação e, também, quanto à adoção da medida terapêutica adequada ao tratamento por parte dos trabalhadores, vindo a trazer um maior comprometimentoe responsabilização em relação à sua própria segurança no trabalho. 13 Referências: BRASIL. Ministério da Saúde - Exposição a Materiais Biológicos. Disponível em: <http://www1.saude.rs.gov.br/dados/1332967170825PROTOCOLO%20EXPOSICAO %20A%20MATERIAL%20BIOLOGICO.pdf> Acesso em: 9 out. 2022. BRASIL. Ministério da Saúde - MANUAL DE CONDUTAS EM EXPOSIÇÃO OCUPACIONAL A MATERIAL BIOLÓGICO. Disponível em: <https://so.controllab.com/pdf/manual_exp_matbiol.pdf>. Acesso em: 9 out. 2022 BRASIL. Ministério da Saúde - Protocolo para Acidentes com Material Biológico e Perfurocortantes. Disponível em: <http://www.piracicaba.sp.gov.br/upload/kceditor/files/Protocolo%20para%20Acident es%20com%20Perfuro%20Cortante.pdf>. Acesso em: 9 out. 2022. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais. ABCDE do diagnóstico para as hepatites virais / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais. – Brasília: Ministério da Saúde, 2009. DE SÃO PAULO, S.-P. DA C. Acidente de Trabalho com Exposição a Material Biológico. Disponível em: <https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/saude/vigilancia_em_saude/sau de_do_trabalhador/index.php?p=254173>. Acesso em: 9 out. 2022. RAPPARINI, C. RECOMENDAÇÕES PARA ATENDIMENTO E ACOMPANHAMENTO DE EXPOSIÇAO OCUPACIONAL A MATERIAL BIOLÓGICO: HIV E HEPATITES B e C. Disponível em: <https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/04manual_acidentes.pdf>. Acesso em: 9 out. 2022. REIS - Tratamento contra o HIV: o que você precisa saber! Disponível em: <https://www.farmacia.ufmg.br/pensandonisso/tratamento-contra-o-hiv-o-que-voce- precisa-saber/>. Acesso em: 9 out. 2022. S.G. Jorge - World Gastroenterology Organisation Practice Guidelines: Acidentes com Agulhas e Exposição Acidental a Sangue. <https://universidadefbg.com.br/arq/guidelines/01.pdf> 11-Fev-2020 TAVARES, Acidente por Material Biológico. Disponível em: <http://www.fmt.am.gov.br/manual/acidente1.htm>. Acesso em: 9 out. 2022. http://www1.saude.rs.gov.br/dados/1332967170825PROTOCOLO%20EXPOSICAO%20A%20MATERIAL%20BIOLOGICO.pdf http://www1.saude.rs.gov.br/dados/1332967170825PROTOCOLO%20EXPOSICAO%20A%20MATERIAL%20BIOLOGICO.pdf https://universidadefbg.com.br/arq/guidelines/01.pdf
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