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Composição química e valores de energia metabolizável da soja semi-integral III

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III SIMPÓSIO DE AVICULTURA DO NORDESTE 
I Poultry Nutrition and Production Conference 
Universidade Federal da Paraíba 
João Pessoa-PB, 13 a 15 de abril de 2016 
 
 
 
 DZ/CCA/UFPB 
 
Composição química e valores de energia metabolizável da soja semi-integral extrusada 
determinados com frangos de corte
1 
 
Amanda Cecília de Sousa Meireles
2
, Ednardo Rodrigues Freitas
3
, Amanda Karen Santos Rocha
4
, 
Cirliane de Abreu Freitas
4
, José Ádamos Castro de Sousa
4
, Rafael Dantas Coelho
4 
 
 
1Parte da dissertação de mestrado do primeiro autor 
2Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Zootecnia – UFC/Fortaleza, CE. e-mail: amandacsmeireles@gmail.com 
3Professor Adjunto A. – UFC, Departamento de Zootecnia - UFC/Fortaleza, CE. 
4Graduandos do curso de Zootecnia – UFC/Fortaleza, CE. 
 
Resumo: Objetivou-se determinar a composição química, os valores de energia metabolizável aparente 
(EMA) e aparente corrigida (EMAn) da soja semi-integral extrusada para frangos de corte. Os alimentos 
avaliados foram: quatro soja semi-integral extrusada (SSIE) que se diferenciaram por terem 
aproximadamente 12, 13, 17 e 18% de gordura. Os tratamentos consistiram em uma ração referência e de 
quatro rações-testes. As aves foram distribuídas em um delineamento experimental inteiramente 
casualizado com cinco tratamentos e seis repetições, com seis aves cada. Observou-se que os valores de 
EMA e EMAn foram influenciados significativamente pelo tipo de alimento. A soja com 12,2% EE 
apresentou o menor valor de EMA em relação às demais SSIE, sendo que as SSIE com 13,80 e 17,72% 
EE foram semelhantes significativamente, porém apresentaram menores valores que a SSIE com 18,80% 
EE. O menor valor de EMAn foi obtido para a SSIE 12,2% EE, e à medida que o teor de lipídios dos 
alimentos foi aumentando, os valores de EMAn foram aumentando para as sojas SSIE 13,80, 17,72 e 
18,80% EE. 
 
Palavras–chave: frangos de corte, soja semi-integral, valor energético 
 
Chemical composition and metabolizable energy value of extruded semi-whole soybean determined 
broilers 
Abstract: This study aimed to determine the chemical composition, the apparent metabolizable energy 
(AME) and corrected apparent (AME) of extruded semi-whole soybean for broilers. The feedstuffs were 
four extruded semi-whole soybean (SSIE) which differed by having about 12, 13, 17 and 18% fat. The 
treatments consisted in a reference diet and four diets-tests. The birds were distributed in a completely 
randomized design with five treatments and six replicates of six birds each. It was observed that the 
EMA and AMEn values were significantly influenced by the type of food. Soybeans with 12.2% EE had 
the lowest value of EMA in relation to other SSIE, and the SSIE with 13.80 and 17.72% EE were 
significantly similar, but showed lower values than SSIE with 18.80% EE. The lowest EMAn was 
obtained for SSIE 12.2% EE, and as the lipid content of the food was increasing, the AME values were 
increasing for soybeans SSIE 13.80, 17.72 and 18.80 % EE. 
 
Keywords: broiler chickens, energetic value, semi-whole soybean 
 
Introdução 
A soja semi-integral extrusada, como resultado do processo da extração parcial do óleo, apresenta 
9,0% a 10,0% de extrato etéreo e 44,0% a 46% de proteína bruta, podendo ser suplemento energético-
proteico na formulação de rações (Castillo et al., 2001). A utilização desta soja na nutrição de aves tem 
como vantagem reduzir a adição de óleos ou gorduras nas dietas, uma vez que a soja semi-integral tem 
óleo incorporado e, por conseguinte, apresenta maior valor energético que o farelo de soja. 
Deste modo, a adição da soja semi-integral na alimentação pode ser economicamente viável, pois, 
dependendo da disponibilidade e custo dos grãos, podem diminuir os custos de produção com a redução 
ou eliminação da quantidade de óleo utilizado para suprir a energia das rações. 
O conhecimento da composição química e dos valores energéticos dos alimentos, utilizados na 
formulação de rações para aves, é de grande relevância para que se elaborem rações com níveis 
nutricionais adequados que atendam as necessidades dos animais e resultem em máximo nível de 
produção. A energia metabolizável é uma estimativa da energia dietética que está disponível para ser 
metabolizada pelo tecido animal, e para estimar com precisão os valores de energia metabolizável 
aparente (EMA), têm-se utilizado a correção pelo balanço de nitrogênio para obtenção da energia 
metabolizável aparente corrigida (EMAn) (Mello et al., 2009). 
mailto:amandacsmeireles@gmail.com
 
 
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III SIMPÓSIO DE AVICULTURA DO NORDESTE 
I Poultry Nutrition and Production Conference 
Universidade Federal da Paraíba 
João Pessoa-PB, 13 a 15 de abril de 2016 
 
 
 
 DZ/CCA/UFPB 
Objetivou-se determinar a composição química, os valores de energia metabolizável aparente e 
energia metabolizável aparente corrigida pelo balanço de nitrogênio da soja semi-integral extrusada para 
frangos de corte. 
 
Material e Métodos 
Para a determinação dos valores de energia metabolizável, foi conduzido um ensaio de 
metabolismo usando o método tradicional de coleta total de excretas com frangos de corte no período de 
21 a 28 dias de idade. 
Os alimentos avaliados consistiram de quatro tipos de soja semi-integral extrusada (SSIE) que se 
diferenciaram por terem aproximadamente 12, 13, 17 e 18% de gordura. Os tratamentos consistiram em 
uma ração referência e de quatro rações-testes contendo os alimentos a serem avaliados. 
Foram utilizados 180 frangos de 21 a 28 dias de idade, sendo distribuídos em um delineamento 
experimental inteiramente casualizado com cinco tratamentos e seis repetições com seis aves cada. 
Em cada ensaio, as aves foram pesadas, selecionadas com base no peso corporal para serem 
distribuídas nas parcelas experimentais, onde foram alojadas em baterias metálicas. 
Em todos os ensaios o período experimental foi de sete dias, três dias de adaptação às condições 
experimentais e quatro dias de coleta das excretas. Para a coleta das excretas, sob as gaiolas, foram 
instaladas bandejas de alumínio previamente revestidas com plástico para evitar perdas. A identificação 
das excretas provenientes dos alimentos em avaliação foi realizada com a adição de 1% de óxido férrico 
nas rações, no primeiro e no último dia de coleta. As coletas de excretas foram realizadas duas vezes ao 
dia, no início da manhã e no final da tarde. 
Uma vez coletadas, as excretas foram acondicionadas em sacos plásticos, identificadas por 
repetição e armazenadas em freezer. A água e a ração foram oferecidas à vontade durante todo o período 
experimental. 
 No final do período experimental, foram determinadas as quantidades totais de ração consumida e 
de excreta produzida. Após o descongelamento à temperatura ambiente, as excretas de cada repetição 
foram homogeneizadas para a retirada de uma alíquota que foi seca em estufa de ventilação forçada a 55° 
C, por 72 horas. Em seguida, as amostras foram encaminhadas ao laboratório para a determinação da 
matéria seca (MS), nitrogênio (N), proteína bruta (PB), seguindo a metodologia descrita por Silva e 
Queiroz (2002), e energia bruta (EB), determinada em bomba calorimétrica adiabática. Com base nos 
resultados laboratoriais, foram calculados os valores de energia metabolizável aparente (EMA) e 
aparente corrigida (EMAn), utilizando as equações propostas por Matterson et al. (1965). 
As análises estatísticas foram realizadas utilizando o SAS (2000). A comparação entre as médias 
foi feita pelo teste de SNK (5%). 
 
Resultados e Discussão 
A composição química das sojas semi-integral extrusada está apresentada na Tabela 1. Pode-se 
observar que os valores das sojas semi-integral extrusadas variaram em até 8,48% na proteína bruta 
(40,88 a 44,65%), 35,11% no extrato etéreo (12,20 a 18,80%) e 6,49% na energia bruta (5.211 a 
5.573Kcal/Kg). Os alimentos determinadosapresentaram diferentes valores, porém aproximados, quando 
comparados aos resultados das tabelas nacionais de composição de alimentos (Embrapa, 1991 e 
Rostagno et al., 2011). 
 
Tabela 1 - Composição química bromatológica das sojas semi-integral extrusada, expressos com base na 
matéria seca. 
Constituintes
1
 
Alimentos 
SSIE–12,20 EE
2
 SSIE–13,80 EE
3
 SSIE–17,72 EE
4
 SSIE–18,80 EE
5
 
Matéria seca (%) 93,31 93,48 93,64 92,97 
Proteína bruta (%) 44,65 43,47 41,01 40,88 
Extrato etéreo (%) 12,20 13,80 17,72 18,80 
Energia bruta (kcal/kg) 5.211 5.312 5.504 5.573 
1
Valores expressos na matéria seca; 
2
SSIE–12,20EE = soja semi-integral extrusada com 12,20% de 
extrato etéreo; 
3
SSIE–13,80EE = soja semi-integral extrusada com 13,80% de extrato etéreo; 
4
SSIE–
17,72EE = soja semi-integral extrusada com 17,72% de extrato etéreo; 
5
SSIE–18,80EE = soja semi-
integral extrusada com 18,80% de extrato etéreo. 
 
 
 
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I Poultry Nutrition and Production Conference 
Universidade Federal da Paraíba 
João Pessoa-PB, 13 a 15 de abril de 2016 
 
 
 
 DZ/CCA/UFPB 
Os resultados obtidos para EMA e EMAn são apresentados na Tabela 2. Observou-se que os 
valores de EMA e EMAn foram influenciados significativamente pelo tipo de alimento. 
Entre as SSIE, a soja com 12,2% EE apresentou o menor valor de EMA em relação às demais 
SSIE, sendo que as SSIE com 13,8 e 17,72% EE foram semelhantes significativamente, porém 
apresentaram menores valores que a SSIE com 18,8% EE. 
Observou-se que à medida que o teor de lipídios dos alimentos foi aumentando, os valores de 
EMAn foram aumentando significativamente, sendo o maior valor obtido para a SSIE 18,8% EE e o 
menor valor obtido para a SSIE 12,2% EE. 
Entre os nutrientes que podem influenciar nos valores energéticos, o conteúdo de PB e EE e a 
composição dos ácidos graxos e minerais são os fatores que mais contribuem para as variações (Nunes et 
al., 2005). 
 Os valores de EMA e EMAn das sojas semi-integrais extrusadas variaram em até 10,48% (3.799 
a 4.244 Kcal/Kg de MS) e 9,81%(3.301 a 3.660 Kcal/Kg de MS), respectivamente. As sojas semi-
integrais continham teor de gordura entre 12,2 e 18,8%, sendo que a variação no teor de extrato etéreo 
interfere no valor de energia metabolizável dos alimentos, o que pode ser explicado para a diferença 
observada no valor de EMAn encontrado na literatura, 3.106 Kcal/Kg de MS, que corresponde a 9,19% 
EE (Rostagno et al. 2011) para a soja semi-integral extrusada. 
 
Tabela 2 - Valores de energia metabolizável aparente (EMA) e aparente corrigida (EMAn) da soja semi-
integral extrusada com diferentes níveis de gordura, determinados com frangos de corte na fase de 21 a 
28 dias de idade. 
Alimento EMA (Kcal/Kg de MS) EMAn (Kcal/Kg de MS) 
SSIE–12,20EE
1
 3.799c 3.301d 
SSIE–13,80EE
2
 3.982b 3.452c 
SSIE–17,72EE
3
 4.030b 3.540b 
SSIE–18,80EE
4
 4.244a 3.660a 
Média 4.014 3.488 
CV (%) 1.42 1.37 
p-valor <.0001 <.0001 
1
SSIE–12,20EE = soja semi-integral extrusada com 12,20% de extrato etéreo; 
2
SSIE–13,80EE = soja 
semi-integral extrusada com 13,80% de extrato etéreo; 
3
SSIE–17,72EE = soja semi-integral extrusada 
com 17,72% de extrato etéreo; 
4
SSIE–18,80EE = soja semi-integral extrusada com 18,80% de extrato 
etéreo. Na coluna, médias seguidas de letras distintas indica diferença entre si pelo teste SNK (P<0,05). 
 
Conclusões 
A composição das sojas semi-integral extrusadas varia, principalmente, em percentagem de 
gordura, de modo que os valores de EMA e EMAn aumentam conforme aumenta o teor de gordura 
contido nos alimentos. 
 
Literatura citada 
CASTILLO, W. L.; KRONKA, R. N.; BARBOSA, H. P. et al. Efeito da utilização da soja semi-
integral extrusada sobre o desempenho e as características das carcaças de suínos. Ars 
Veterinária, 17 (2): 137-143, 2001. 
EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA. Tabela de composição química e 
valores energéticos de ingredientes para suínos e aves. Concórdia, SC: EMBRAPA/CNPSA, 
1991. 97 p. 
MELLO, H.H.C; GOMES, P.C.; ROSTAGNO, H.S. et al. Valores de energia metabolizável de alguns 
alimentos obtidos com aves de diferentes idades. Revista Brasileira de Zootecnia, v.38, p.863-868, 
2009. 
NUNES R.V.; POZZA, P.C.; NUNES, C.G.V. et al. Valores Energéticos de Subprodutos de Origem 
Animal para Aves. Revista Brasileira de Zootecnia, v.34, p.1217-1224, 2005. 
ROSTAGNO, H.S.; ALBINO, L.F.T.; DONZELE, J.L. et al. Tabelas brasileiras para aves e 
suínos: composição de alimentos e exigências nutricionais. Viçosa, MG: UFV, 2011. 252 p.

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