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UNIDADE I 
Princípios ativos em estética 
Cosmetologia Aplicada à Estética 
FláviaGarramone 
 
Você está na unidade Cosmetologia Aplicada à Estética. Conheça aqui os conceitos 
e a evolução tecnológica da cosmetologia. Entenda a interação dos cosméticos com a 
biologia da pele. Compreenda as propriedades físico-químicas das formulações 
cosméticas destinadas aos procedimentos estéticos e aos cuidados diários da pele. 
Identifique as características dos principais princípios ativos (P.A) hidratantes, seu 
mecanismo de ação, as concentrações usuais, indicações e contraindicações. Conheça 
também algumas formulações básicas com princípios ativos hidratantes, amplamente 
utilizadas pelo profissional esteticista. 
Bons estudos! 
1 Cosmetologia estética e a interação biológica com a pele 
Uma das principais ferramentas para o desenvolvimento dos cosméticos é a bioquímica, 
fisiologicamente, o conjunto de reações capaz de manter o organismo vivo e em 
equilíbrio. Estudar a cosmetologia e entender a biologia da pele é fundamental, pois as 
formulações têm predominância de compostos orgânicos que são compatíveis com as 
moléculas do corpo humano. 
A aparência da pele é uma preocupação que remonta, tanto nos cuidados para 
embelezar, como em atenuar as imperfeições e marcas do tempo. Com o 
desenvolvimento científico-tecnológico surgiu a cosmetologia, a ciência dos 
cosméticos (GOMES & DAMAZIO, 2013). 
1.1 Cosmetologia e a história dos cosméticos 
Historicamente, o uso dos cosméticos tinha o objetivo de disfarçar defeitos físicos, sujeira 
e mau cheiro. Segundo Galembeck e Csordas (2019), os egípcios se destacaram na 
utilização de cosméticos e produtos de embelezamento, mesmo que de forma empírica 
e intuitiva, já que ainda não conheciam os conceitos atuais de princípios ativos e 
desfrutavam de seus efeitos terapêuticos. 
Como exemplo temos o clássico banho em leite de cabra, que Cleópatra usava para 
ter a pele macia e as substâncias derivadas de minérios e extratos vegetais que 
compunham suas maquiagens. Os cosméticos eram tão importantes para os egípcios 
que os cremes e azeites eram deixados em sarcófagos dos faraós. Na Era Moderna, a 
indústria cosmética cresceu muito e se aprimorou com o desenvolvimento científico-
tecnológico. Surgiu a formulação dos cosméticos e a utilização dos produtos de 
embelezamento com o objetivo de melhorar a estética corporal, realizar a higiene pessoal 
e manter a saúde e beleza da pele. Era a origem da ciência dos cosméticos. 
A cosmetologia é a ciência que estuda a natura física, química, biológica e 
microbiológica de cada produto cosmético (Gomes & Damazio, 2013), desde sua 
preparação até a comercialização e aplicação nos indivíduos. Na atualidade, as fórmulas 
destinadas à manutenção do sistema tegumentar são todas baseadas em conceitos 
científicos e regulamentadas no Brasil pela ANVISA. 
 
AGÊNCIANACIONALDEVIGILÂNCIASANITÁRIA 
 
Segundo a ANVISA, os cosméticos são produtos utilizados para beleza, higiene, limpeza 
e tratamento da pele, dos cabelos e unhas. Ainda de acordo com a ANVISA: 
No cosmético natural, a formulação deve conter pelo menos 5% de matérias-primas 
certificadas orgânicas. Os 95% restantes da formulação podem ser compostos de 
matérias-primas naturais não certificadas ou permitidas para formulações naturais. Uma 
matéria-prima só será classificada como natural se for realmente 100% natural. 
Em se tratando de cosmético orgânico, a ANVISA estabelece que: 
 
A formulação deve conter pelo menos 95% de matérias-primas certificadas orgânicas, 
descontando-se a água e o sal. Os 5% restantes da formulação podem ser compostos 
de matérias-primas naturais, provenientes de agricultura ou extrativismo não certificadas 
ou permitidas para formulações orgânicas. 
 
Há regras específicas para definir o nome das substâncias/ingredientes presentes nos 
cosméticos. Segundo a ANVISA, trata-se de um sistema internacional de codificação 
para designar os ingredientes utilizados em produtos cosméticos, reconhecido e adotado 
mundialmente, conhecido por INCI, sigla para Internacional Nomenclature of Cosmetic 
Ingredients, ou seja, Nomenclatura Internacional de Ingredientes Cosméticos. 
Assista aí 
Seguindo pela evolução histórica dos cosméticos, Galembeck e Csordas (2019) nos 
conta que na década de 1990 surgiu uma revolução quanto aos efeitos terapêuticos 
dos cosméticos, que passaram a acontecer em menos de tempo, originando os 
cosméticos multifuncionais. Uma tendência que perdura até os dias atuais, em busca do 
desenvolvimento de matérias-primas contendo várias funções. 
Corroborando com esses autores, Draelos (2005) afirma que com a descoberta dessas 
novas matérias-primas e a biotecnologia associada, a cosmetologia se evoluiu, tornando-
se uma ciência multidisciplinar, originando assim, várias vertentes de cosméticos, 
classificados como: cosmecêuticos, biocosméticos, fitocosméticos, 
neurocosméticos e os nutricosméticos. 
Dessa forma, nos resta entender, afinal o que é um cosmético? 
COSMÉTICO 
Segundo Vanzin(2011)é um conjunto de diferentes substancias químicas, 
caracterizando em formulações compostas de uma base ou veículo, princípios 
ativos (P.A) e aditivos, que dao origem a diferentes tipos de cosméticos destinados 
a vários procedimentos estéticos. 
Os P.A, conforme Gomes & Damazio (2013), são as substâncias químicas, de origem 
orgânica ou natural, responsáveis pela ação do cosmético. Ou seja, pelo efeito 
terapêutico desejado. No entanto, para que possa cumprir seu papel com efetividade é 
preciso que ele esteja agregado às bases cosméticas, substâncias químicas 
carreadoras, conhecidas também, como veículos. 
Segundo Vanzin (2011), a parte mais importante de qualquer formulação é o veículo 
que transporta o P.A para a pele, pois pode aumentar a eficácia do ativo, tornar o ativo 
completamente inativo, aumentar a barreira cutânea ou, até mesmo, induzir efeitos 
adversos indesejados. Os aditivos são substâncias com função de estabilizar a 
formulação, dar cor e fragrância. 
Em nosso estudo, vamos aprofundar as características físico-químicas das bases 
cosméticas e dos P.A. Esses dois componentes das formulações são importantes para 
o profissional de estética na escolha adequada dos cosméticos, conforme as 
necessidades de cada biotipo cutâneo e a afecção estética que será tratada. 
A partir desse embasamento, um hábito que deve ser adquirido é ler a rotulagem 
do produto e estar familiarizado com a nomenclatura dos componentes 
cosméticos. Assim, será possível entender o objetivo fisiológico do produto e, 
principalmente, a forma de ação e propriedades do princípio ativo, evitando reações 
adversas indesejáveis. 
Os cosméticos utilizados nos procedimentos estéticos e na manutenção do cuidado 
diário da pele que está sendo tratada podem ser considerados cosmecêuticos, uma vez 
que têm funções mais complexas do que a limpeza ou o simples embelezamento. 
Segundo Draelos (2005, p.5), os cosmecêuticos contém substâncias biologicamente 
ativas, que atuam beneficamente sobre o organismo, causando modificações estruturais 
duráveis na saúde da pele. 
Nesse sentido, Vanzin (2011) aponta que o primeiro desafio na formulação 
cosmética, para que esses P.A alcancem as camadas mais profundas da pele, é vencer 
a função barreira cutânea da epiderme. Sendo assim, é preciso buscar uma interação 
adequada entre a biologia da pele e as propriedades físico-químicas das matérias-primas 
cosméticas. 
1.2 Biologia da pele e interação cosmetológica 
A pele é o maior órgão do corpo humano e está exposta recobrindo e protegendo os 
tecidos e os órgãos internos. Segundo Guyton (2017, p. 5), o sistema tegumentar, 
composto de pele e anexos cutâneos, cria uma interface sensorial entre o corpo e seu 
ambiente externo, desempenhando várias funções fisiológicas, entre elas oferece uma 
barreira à entrada de substâncias exógenas e microrganismos patogênicos. 
Segundo Lupi (2012), a barreira cutânea tem função de defesa da pele, graças a 
proteção mecânicae permeação seletiva de moléculas. Ainda, restringe a proliferação 
de patógenos e mantém a concentração de água em níveis normais, necessários ao 
metabolismo desse órgão. 
 
Figura 1 - Barreira cutânea Fonte: yomogi1, Shutterstock, 2020. 
#PraCegoVer: A imagem mostra a barreira cutânea, destacando o estrato córneo, 
camada mais superficial da epiderme, e a composição de lipídeos e água de suas 
estruturas lamelares. 
Nesse contexto, percebemos que se a pele pudesse absorver qualquer substância, 
teríamos sérios problemas. No entanto, o organismo é inteligente e permite que 
certos elementos consigam ultrapassar essa barreira graças a um mecanismo 
chamado permeabilidade celular e cutânea, que dispõem de vias de permeação pelas 
quais os princípios ativos cosméticos conseguem penetrar. 
 
Alguns termos são utilizados para a melhor compreensão dos mecanismos de passagem 
dos ativos das formulações cosméticas por meio da pele. Segundo Simão (2019, p.15), 
penetração indica o processo em que o ativo passa somente pela epiderme; permeação 
indica que o ativo alcançou a derme e absorção percutânea significa que o ativo atingiu 
a circulação sistêmica do organismo. 
Assista aí 
Segundo Gomes & Damazio (2013), a permeabilidade cutânea se refere ao 
comportamento físico-químico e fisiológico das camadas da epiderme. Ou seja, a 
capacidade que a pele possui de absorver, deixando penetrar ou não determinada 
substância até suas estruturas mais profundas. Como propriedade físico-química das 
células temos a permeabilidade celular seletiva, dada pelo comportamento da 
membrana plasmática. 
Dessa forma, percebemos que as principais vias de permeação cutânea, de substâncias 
ativas através da pele, segundo Lupi (2012), são: a transepidérmica, compreendendo 
a transcelular e a intercelular da epiderme; e a transanexial, representa uma rota 
alternativa, já que os folículos pilosos e as glândulas sudoríparas ocupam pequenas 
frações da superfície total da pele. 
Sendo assim, para que o P.A consiga atingir seu objetivo fisiológico, segundo Draelos 
(2005), tanto ele como a base cosmética que o transporta precisam possuir 
características e propriedades físico-químicas biocompatíveis para manter uma 
boa interação com as estruturas das diferentes camadas da pele. 
O estrato córneo é a camada mais superficial da epiderme. De acordo com Lupi (2012), 
representa a principal barreira para a permeação de substâncias ativas na pele. Isso por 
causa de seu arranjo morfológico, que se compara a uma parede de tijolos, estruturada 
pelos corneócitos; sendo o cimento, os lipídios intercelulares que se organizam em 
camadas lamelares, as quais acabam dificultando a difusão dos ativos. 
Segundo Draelos (2005), os lipídeos dessa matriz intercelular são compostos, em sua 
maior parte, de ceramidas e colesterol, em menor proporção, por ácidos graxos livres e 
ésteres e sulfato de colesterol. Destaca-se como uma região hidrofóbica, o que dificulta 
a passagem de substâncias por essa camada. Porém, a camada córnea, segundo Lupi 
(2012), também é responsável por garantir a hidratação natural da pele e a elasticidade 
da superfície cutânea. Em condições fisiológicas, ela forma uma barreira física contra a 
perda hídrica, retendo os níveis de água adequados. O fator de hidratação natural (NMF) 
ocorre dentro dos corneócitos e é derivado da conversão da proteína filagrina. 
De acordo com Draelos (2005), o NMF, que envolve os corneócitos, contém moléculas 
de propriedade higroscópica, umectantes, responsáveis pela atração de água na pele 
e prevenindo a perda de água da derme. Isso confere elasticidade e maciez para a 
camada córnea, favorecendo a permeabilidade cutânea. Também significa dizer que a 
hidratação cutânea favorece a permeação dos ativos cosméticos. 
 
Tabela 1 - Composição química do NMF Fonte: DRAELOS, 2005; GOMES; DAMAZIO, 
2011 (Adaptado). 
#PraCegoVer: A imagem apresenta uma tabela que descreve a composição química e 
a concentração de cada substância do fator de hidratação natural da camada córnea. 
Diante do exposto, segundo Vanzin (2011), P.A com elevada hidrofilia, quando 
incorporados em formulações cosméticas, terão dificuldade em penetrar o estrato 
córneo. Por outro lado, se apresentar elevada lipofilia, tendem a ficar retidos nas vias 
cutâneas. Sendo assim, é importante que tanto a base cosmética, quanto o ativo tenham 
um equilíbrio hidrófilo-lipófilo. 
No entanto, dentro de uma formulação cosmética, segundo Draelos (2005), é preciso 
que o veículo consiga ocasionar alteração nas estruturas do estrato córneo, com 
finalidade de baixar, reversivelmente, sua resistência, aumentando sua permeabilidade 
cutânea e celular seletiva para que haja a permeação do P.A nas camadas mais 
profundas da pele. 
Certamente, a natureza físico-química da substância da base influencia esse processo. 
Além do que, conforme Vanzin (2011), como as formulações cosméticas são compostas 
de solventes e solutos, as estruturas epidérmicas permitem a passagem do solvente 
por difusão passiva ou osmose. 
Assim, o princípio ativo (soluto) pode permear o meio intercelular ou o transcelular, ou 
seja, a própria membrana plasmática das células da epiderme. Entretanto, segundo 
Draelos (2005), o caminho comum para a permeação dos ativos pela barreira do estrato 
córneo é através da matriz lipídica. 
Todavia, há uma barreira adicional à permeação de substâncias, sobreposta ao estrato 
córneo, é o manto hidrolipídico. Conforme Lupi (2012), o manto hidrolipídico reveste 
a superfície cutânea formando uma espécie de película, uma emulsão fisiológica 
composta de sebo, secretado pelas glândulas sebáceas e a água/suor, proveniente 
das glândulas sudoríparas. Além desses elementos impermeabilizantes, contém uma 
flora bacteriana saprófita e células mortas da pele. Todos esses componentes do manto 
hidrolipídico tornam a pele ácida, com pH entre 3,5 e 5,0; fato que contribui na defesa 
contra a penetração dos microrganismos e previne a desidratação das células da pele. 
Diante desse fato, surge mais uma característica das formulações cosméticas, o pH. 
Substâncias com pH alcalino, segundo Galembeck e Csordas (2019) são capazes de 
emulsionar os lipídeos da pele, facilitando a sua remoção por dispersá-las em 
água. Por outro lado, substâncias com pH ácido, segundo Vanzin (2011), como os ácidos 
dos peelings, são capazes de favorecer a descamação epidérmica. Assim, favorecem a 
permeação do P.A na pele. 
Ainda, como a permeação dos ativos na epiderme ocorre pelo mecanismo de difusão 
passiva, segundo Gomes e Damazio (2013, p.184), sua velocidade de movimentação é 
definida pela concentração do ativo no veículo, sua solubilidade e o coeficiente de 
partição óleo/água no estrato córneo e no veículo, ou seja, sua biodisponibilidade e 
bioequivalência. No entanto, inúmeros outros fatores estão envolvidos no processo de 
transporte de ativos cosméticos através da pele. Fatores esses, que podem modificar a 
permeabilidade cutânea, facilitando ou interferindo na aplicação e função dos 
cosméticos. 
1.3 Fatores que modificam a permeabilidade cutânea 
Os cosméticos utilizados para tratar as afecções/disfunções estéticas faciais e corporais 
são aplicados sobre a superfície cutânea, sendo o tecido-alvo dos seus princípios ativos, 
as camadas mais internas da epiderme e a derme. Locais onde os ativos podem atuar 
nos processos biológicos e favorecer o rejuvenescimento, por exemplo, ou amenizar a 
aparência da celulite. 
Entretanto, conforme Gomes e Damazio (2013, p.186), é possível melhorar a 
permeação/absorção dos ativos, ao considerar os fatores biológicos, fisiológicos, 
cosmetológicos e as propriedades físico-químicas das substâncias utilizadas nas 
formulações. Ainda, há vários procedimentos estéticos que modificam a permeabilidade 
cutânea, tornando mais eficaz a ação dos P.A. 
Entre os fatores biológicos e fisiológicos, Gomes e Damazio (2013) apontam a idade, 
espessura da epiderme e vascularização. A epiderme menos hiperqueratinizadaapresenta maior permeabilidade, assim como áreas mais vascularizadas, porém, é 
possível aumentar o fluxo sanguíneo, caso necessário, utilizando massagem, 
hiperemiantes ou eletroterapia. 
Com relação à idade, Draelos (2005) afirma que o envelhecimento torna a pele mais 
frágil e sensível, deixando-a suscetível a agressões que comprometem a função 
da barreira cutânea. Também há uma diminuição considerável da hidratação, o que a 
torna menos permeável. Pode ocorrer uma descamação anormal da pele, modificando a 
fisiologia e desajustando a permeabilidade cutânea. 
Já com relação aos fatores cosmetológicos e físico-quimicos, Gomes e Damazio (2013) 
se referem à concentração do ativo e seu peso molecular, sendo que substâncias 
de baixo peso molecular e em alta concentração apresentam maior permeabilidade 
cutânea. Assim como, a solubilidade, em que as substâncias lipossolúveis são mais 
permeáveis. Apontam, ainda, que quanto maior for o tempo de aplicação, maior será a 
permeação. É o caso das máscaras cosméticas, cujo tempo de contato é normalmente 
de vinte minutos. As substâncias iônicas, associadas à eletroterapia, possuem alta 
permeabilidade. E, por fim temos os tipos de veículos cosméticos responsáveis por 
carrear o ativo. 
Partindo desse último fator apontado por Gomes e Damazio (2013), vamos detalhar a 
seguir as propriedades físico-químicas das bases cosméticas, conhecendo as 
características dos principais tipos de veículos, como: creme, loção, emulsão, gel etc., 
em que os P.A são agregados. 
Agora, vamos para a introdução geral aos princípios ativos. Completando nosso estudo 
inicial de cosmetologia, conheceremos os mecanismos de ação dos principais ativos 
cosméticos destinados à hidratação cutânea, as formulações que os contém, bem como 
sua indicação e contraindicação. Dessa forma, contemplaremos todos os aspectos que 
orientarão a escolha do P.A adequado no seu procedimento estético. 
 
2 Tipos de bases/veículos cosméticos 
A formulação de um cosmético é complexa e utiliza muita matérias-primas e substâncias 
diferentes, pois cada cosmético precisa apresentar várias propriedades físico-químicas, 
simultaneamente, ajustadas para as aplicações estética desejadas. De acordo com 
Draelos (2005, p.29), a base/veículo é a parte mais importante de qualquer formulação. 
Para que o veículo seja efetivo, no transporte do ativo, sua composição deve respeitar 
fatores físico-químicos como, peso molecular, polaridade, concentração, pH, para 
que haja biocompatibilidade e uma permeação cutânea eficiente, em que, de acordo 
com Gomes & Damazio (2013), a pele reconheça a necessidade da substância. 
Originando, assim, as diferentes bases cosméticas. 
Conforme Vanzin (2011), a base veicular cosmética é, também, um conjunto de 
substâncias que dão forma aos cosméticos. Estão disponíveis em forma de gel, emulsão, 
cremes, loção, pós e veículos vetoriais, como os lipossomas, nanosferas, nanocápsulas 
etc. Sua escolha é baseada na finalidade do ativo e conforme o biotipo cutâneo. Vamos 
conhecê-las! 
2.1 Gel e gel-creme 
O gel é um veículo simples. Conforme Vanzin (2011), é composto de uma fase, 
predominantemente, líquida, representada pela água e uma fase sólida, dada pelos 
agentes gelificantes, geralmente polímeros. Devido a essas características, são bases 
cosméticas mais indicadas para peles oleosa e acneica. 
 
Tabela 2 - Matéria-prima utilizada nas formulações em gel Fonte: GOMES; DAMAZIO, 
2013 (Adaptado). 
#PraCegoVer: A imagem apresenta uma tabela que mostra algumas das principais 
matérias-primas utilizadas nas formulações cosméticas com base gel. 
As substâncias gelificantes suspendem a água, modificando seu estado físico, tornando 
o cosmético um sérum, fluido, gel ou goma. Isso depende da porcentagem, ou seja, da 
concentração do agente utilizado. Uma característica importante da base gel é que 
seu sensorial permite uma boa adesão do paciente ao tratamento. 
Além disso, segundo Vanzin (2011), em razão de sua faixa de pH para sua estabilidade 
ser predominantemente neutra, ou seja, acima de 5,0, admite vários tipos de ativos, 
desde ácidos e eletrólitos até os hidratantes e nutritivos. 
Comumente, para Gomes e Damazio (2013), existem dois tipos principais de 
formulações em gel, o gel aquoso e gel-creme, nos quais são acrescidos os P.A 
específicos. 
 GEL-AQUOSO 
 Composto essencialmente de uma fase aquosa constituída de um formador de 
gel, como um carbômero (polímero carboxivinílico), ou ainda uma 
hidroxietilcelulose, água e um glicol para diminuir a pegajosidade. 
 GEL-CREME 
 Segundo Vanzin (2011), o gel-creme é um dos veículos mais empregados em 
países tropicais, pois une as vantagens sensorial e refrescante do gel, com a 
emoliência e maciez proporcionada pelas emulsões. São cosméticos também 
conhecidos como “oil free”, especialmente indicados para peles oleosas e mistas. 
2.2 Emulsão 
As emulsões são veículos amplamente utilizados para a incorporação de ativos. 
Possuem um toque e espalhabilidade agradáveis, o que facilita a adesão ao tratamento. 
Segundo Vanzin (2011), a emulsão é composta de uma fase oleosa e uma fase 
aquosa, estabilizadas por um agente emulsionante. Quimicamente, há um meio 
contínuo, chamado de fase externa/dispersante, no qual se distribuem as miscelas, 
denominadas fase interna/dispersa, ou seja, gotículas de pequenos diâmetros e 
imiscível. Como água e óleo não se misturam, é incorporado um emulsificador para 
unir as duas fases. 
 
Figura 2 - Estrutura físico-química da emulsão Fonte: Fonte: Designua, Shutterstock, 
2020. 
#PraCegoVer: A imagem mostra a estrutura físico-química da emulsão. 
Os emulsionantes estabilizam as emulsões, conforme Draelos (2005), reduzem a tensão 
entre as duas fases, agindo assim como uma barreira de aderência entre elas. 
Normalmente são tensoativos ou surfactantes, classificados como aniônicos, 
catiônicos e não iônicos, que apresentam estrutura anfifílica, ou seja, uma parte polar 
(hidrofílica) e uma parte apolar (lipofílica). 
A proporção entre a fase oleosa e a fase aquosa pode variar, originando basicamente 
dois tipos de emulsões, a óleo/água (O/A) e a água/óleo (A/O). O ativo pode ser 
incorporado entre as substâncias solúveis em água ou entre as solúveis em óleo. O pH 
das emulsões varia de 5,0 a 7,0. 
A emulsão óleo em água (O/A) apresenta uma composição com menor porcentagem 
de óleos e maior porcentagem de água. Conforme Draelos (2005), sua fase interna é 
constituída por substâncias lipófilas que não se misturam com a fase externa, formada 
por água e substâncias polares. São mais leves e com baixa untuosidade. 
A emulsão água em óleo (A/O) apresenta uma composição com porcentagem de fase 
oleosa maior do que a da fase aquosa, ou seja, a fase interna é constituída por água e 
substâncias polares e a fase externa é formada por óleo e compostos apolares. Essa 
base veicular apresenta maior oleosidade, por isso é preferida para formulações 
hidratantes. 
 
Tabela 3 - Componentes de uma emulsão Fonte: DRAELOS, 2005; GOMES; DAMAZIO, 
2013 (Adaptado). 
#PraCegoVer: A imagem apresenta uma tabela que descreve os principais 
componentes de uma emulsão, cita o tipo de substância, dá alguns exemplos das mais 
utilizadas e sua função na formulação. 
Além desses dois tipos de emulsões, há um terceiro chamado emulsões múltiplas. Para 
Draelos (2005), são emulsões que formam emulsões dentro de uma das fases das 
emulsões O/A ou A/O. Por exemplo, é possível em uma emulsão água em óleo, usar a 
fase oleosa para formar uma segunda emulsão óleo em água, resultando na emulsão 
múltipla A/O/A, ou seja, caracterizada como aquosa numa emulsão óleo em água. 
2.3 Creme 
Os cremes são veículos que apresentam alta viscosidade e são constituídos 
basicamente de ceras, emolientes, conservantes e água. Segundo Galembeck e 
Csordas (2019), as ceras são ésteres de ácidos e álcoois graxos, derivados do coco, da 
carnaúba e da jojoba, por exemplo. Também podem ser obtidas de animais,como a cera 
de abelha e a lanolina ou sintetizadas a partir do petróleo, como a vaselina. 
Apresentam propriedades físico-químicas mais sólidas em temperatura ambiente, 
porém, em contato com a pele, que é mais quente, amolecem e oferecem um bom 
espalhamento. Normalmente seu pH está entre 5,5 e 6,5. O creme tem como 
característica formar um filme sobre a superfície da pele, tornando-a impermeável, 
contribuindo para reduzir a perda transcutânea de água. 
2.4 Veículos vetoriais 
Os veículos vetoriais são estruturas capazes de carrear ativos hidrossolúveis e 
lipossolúveis até as camadas mais profundas da epiderme. Os principais são os 
lipossomos, nanosfera e silanóis. Segundo Gomes & Damazio (2013, p.166), a 
absorção do P.A dependerá do mecanismo de ação da forma selecionada. 
 
Tabela 4 - Principais veículos vetoriais para formulações cosméticas Fonte: GOMES; 
DAMAZIO, 2013; VANZIN, 2011 (Adaptado). 
#PraCegoVer: A imagem apresenta uma tabela que descreve as características físico-
químicas e o mecanismo de ação dos principais veículos vetoriais para formulações 
cosméticas. 
É importante observar que as bases cosméticas têm uma formulação que favorece a 
veiculação do ativo principal. No entanto, em sua composição físico-química, a maioria 
das substâncias presentes é de princípios ativos, por exemplo, os óleos e ceras. Isso 
porque outra importante função da base é garantir uma boa hidratação do estrato córneo, 
aumentando assim, sua elasticidade e permeabilidade. 
3 Introdução aos princípios ativos 
Os princípios ativos são substâncias químicas ou biológicas com ação específica sobre 
as células e o tecido cutâneo. Segundo Draelos (2005), devem estar associados aos 
veículos cosméticos em perfeita afinidade e estabilidade química. Se enquadram em 
várias categorias, como: vitaminas, hidratantes, esfoliantes, peptídeos, 
antioxidantes, fatores de crescimento, filtros solares. 
Cada ativo tem seu mecanismo de ação e suas características físico-químicas dentro da 
formulação como, o peso molecular, pH, concentração, determinam seu efeito. Por 
exemplo, a ureia, com comprovado efeito hidratante e restaurador de barreira em 
concentrações de 2, 5 e 10%. Já em concentrações de 20% seu efeito evidente passa a 
ser o queratolítico. 
3.1 Desidratação cutânea e alteração da função barreira 
Diversos fatores causam a desidratação da pele. Segundo Gomes e Damazio (2013), 
podem ser genéticos e endógenos, que alteram a integridade e função da barreira 
cutânea, ou fatores ambientais e comportamentais. Dentre as características da pele 
seca, denominada xerose, estão a descamação, pruridos, fissuras, vermelhidão, 
repuxamento e ocasionalmente, pode ocorrer sangramentos. 
Em sua fisiopatologia, conforme Lupi (2012), estão as alterações funcionais e mudanças 
no estrato córneo, anormalidades no processo de queratinização, alterações dos lipídeos 
da matriz intercelular, assim como do manto hidrolipidico, rompimento do metabolismo 
de água trasepidermica e mudanças do pH cutâneo. 
Dessa forma, a pele desidratada, segundo Draelos (2005), é caracterizada pela 
redução da água contida no estrato córneo, que ocasiona a perda da coesividade 
dos corneócitos, mas não altera a quantidade total de lipídeos, mas nota-se um 
aumento na quantidade de ácidos graxos livres. Com essa alteração, o pH da pele 
também se modifica. 
Sendo assim, a epiderme se desidrata, conforme Lupi (2012), pela desordem no 
processo de renovação celular e desequilíbrio entre a evaporação e reposição da água 
nas camadas inferiores, ou seja, o mecanismo de perda de água transepidermica 
(TEWL). A derme também, se desidrata, pois, macromoléculas da matriz, como o ácido 
hialurônico se decompõem, diminuindo a capacidade de retenção de água e, ainda, 
diminui a produção de filagrina, precursora do NMF. 
O que faz a pele permanecer saudável, com flexibilidade e elasticidade é o equilíbrio 
que existe no seu mecanismo de hidratação, na capacidade de promover a 
renovação celular e na qualidade e quantidade das substâncias do fator de 
hidratação natural e os lipídeos que compõem a epiderme, os responsáveis pela 
sua impermeabilização. 
Para o funcionamento adequado do mecanismo de hidratação, a camada córnea deve 
ser capaz de reter água, de maneira que a sua taxa de evaporação sempre se 
mantenha num nível normal. 
Assim, para evitar a desidratação é preciso manter a integridade da barreira cutânea. 
Segundo Gomes e Damazio (2013), as formulações e os agentes hidratantes atuam na 
restauração da barreira pelos mecanismos de oclusão, umectação e hidratação ativa. 
3.2 Princípios ativos e os mecanismos de hidratação cosmética 
O equilíbrio adequado entre os componentes do filme hidrolipídico, do cimento 
intercelular e do NMF presente no estrato córneo, é fundamental para o balanço de 
hidratação da pele. Nesse sentido, as formulações cosméticas para a hidratação visam 
os mesmos objetivos, agindo por mecanismos de superfície e intracelulares. 
Conforme Gomes e Damazio (2005, p.193), o mecanismo de hidratação de superfície 
pode ocorrer por oclusão ou umectação, enquanto a hidratação ativa, representa o 
mecanismo intracelular ou osmolaridade. 
O mecanismo de oclusão impede a perda e reduz a evaporação de água do estrato 
córneo. Segundo Draelos (2005), isso é obtido com a aplicação de substâncias oleosas 
e emolientes, que formam uma fina camada lipídica sobre a pele, enriquecendo a ação 
do manto hidrolipídico, sem obstruir os óstios. 
 
Tabela 5 - Ativos cosméticos oclusivos e emolientes Fonte: DRAELOS, 2005 (Adaptado). 
#PraCegoVer: A imagem apresenta uma tabela que descreve os principais ativos de 
mecanismo de ação oclusivos. 
Esses lipídeos cosméticos possuem a propriedade de difusão, segundo Gomes e 
Damazio (2005, p.194). Essa característica permite que eles se disseminem pela 
epiderme encontrando as moléculas de água que estão se evaporando, devido ao 
processo de maturação celular. Então, esses óleos capturam a água, impedindo sua 
saída e dessa forma mantem o grau hídrido da pele. 
Já no mecanismo de umectação, segundo Draelos (2005, p.101), as substâncias têm 
propriedades higroscópicas, porém, muitas também são emolientes. A principal 
característica dos umectantes é sua capacidade de atrair e absorver a água da 
atmosfera, bem como, de reter a água da derme, a qual hidrata a epiderme através 
dos processos fisiológicos. 
Como exemplo de ativos umectantes, Gomes e Damazio (2005, p.194), citam o 
colágeno, um ativo biológico cuja capacidade de absorção de água, chega a trinta vezes 
seu peso. Estruturalmente, essa proteína é uma macromolécula, por isso age na 
superfície cutânea. Os autores, alegam que devido a essa caraterística físico-química é 
quase improvável a absorção do colágeno pela pele. 
 
Figura 3 - Ativos cosméticos umectantes Fonte: DRAELOS, 2005 (Adaptado). 
#PraCegoVer: A imagem apresenta uma tabela descreve os principais ativos de 
mecanismo de ação umectante. 
Conforme Draelos (2005), é importante que na formulação hidratante umectante sejam 
incorporados ativos emolientes, agentes oclusivos, pois a aplicação do umectante 
isoladamente pode aumentar a perda de água transepidérmica. Por exemplo, ao glicerol 
pode ser adicionado álcoois emolientes, como o álcool cetil ou estearil, que não 
ressecam/alteram a textura suave da pele após a aplicação. 
Outro agente umectante importante é o ácido hialurônico, um biopolímero que 
pertence à classe dos glicosaminoglicanos, abundante no tecido conjuntivo do 
corpo, mas é na pele que se encontra em maior quantidade, pois é o componente 
maioritário da matriz extracelular da derme. Na epiderme, está presente no NMF, o que 
se revela agente higroscópico da manutenção da estrutura normal do estrato córneo e 
da função de barreira epidérmica. 
Segundo Gomes e Damazio (2005, p.194), o ácido hialurônico é um composto de 
elevado valor hidratante, de excelentes características higroscópicas e 
propriedades viscoelásticas. Quando hidratado, tem capacidadede reter cerca de mil 
vezes o seu tamanho em moléculas de água. Por ser integrante do NMF, o ácido 
hialurônico também tem a propriedade de realizar a hidratação pelo mecanismo ativo, ou 
seja, extra e intracelular. 
A hidratação ativa é diferente do mecanismo superficial, pois age nas camadas internas 
da epiderme, ou seja, o objetivo é permear o princípio ativo para aumentar a 
concentração dos fatores de hidratação natural. Dessa forma, as formulações 
cosméticas contêm os elementos formadores do NMF, como ureia, aminoácidos 
(prolina, hidroxiprolina, cistina), PCA-Na, entre outros. 
Além disso, conforme Gomes e Damazio (2005, p.194), as células também recebem 
esses nutrientes por meio da difusão simples ou facilitada, mecanismo denominado 
osmolaridade, e melhora suas funções metabólicas e a homeostasia orgânica da 
pele é garantida. Ainda, a membrana plasmática celular possui canais proteicos 
chamados de aquaporina. 
O mecanismo de ação hidratante da aquaporina, segundo Vanzin (2011), se deve pela 
sua característica de regulação da passagem de água, de glicerol e de solutos de baixo 
peso molecular para o interior das células, determinando, então, a hidratação tecidual. 
Acredita-se que uma única aquaporina transporte até três milhões de moléculas de água 
por segundo, melhorando o sistema de irrigação e a osmolaridade. 
Por todas as razões estudadas, uma formulação hidratante é um produto 
cosmecêutico capaz de restabelecer e contribuir para a manutenção das 
características de hidratação fisiológica do estrato córneo. Normalmente, não 
apresentam contraindicações, pelo contrário, já são formulados para diferentes biotipos. 
No entanto, reações adversas podem ocorrer. 
3.3 Reações adversas dos hidratantes 
De modo geral, os hidratantes possuem segurança e raramente apresentam 
reações, efeitos indesejáveis ou risco à saúde. O que ocorre é que pessoas de pele 
sensível podem apresentar reações adversas, como ardência, coceira, queimação, 
logo após a aplicação tópica das formulações hidratantes. Cada organismo reage 
de uma maneira particular às substâncias que compõem o cosmético, algumas delas 
como conservantes e fragrância podem causar sensibilidade e certa irritação na pele. 
Galembeck e Csordas (2019) advertem que alguns agentes, como a ureia e ácido lático, 
podem fragilizar a função barreira, influenciando sua recuperação, enquanto outros a 
fortalece. 
4 Aplicação dos cosméticos hidratantes no procedimento estético 
Dois processos básicos que funcionam em conjunto para manter a saúde geral da pele 
são a limpeza e a hidratação. Segundo Draelos (2005, p.100), a limpeza permite a 
remoção de sujidades externas, secreções cutâneas naturais e microrganismos. Os 
hidratantes são aliados importantes no cuidado básico da pele, devido às alterações 
constantes da barreira epidérmica. 
Além das condições fisiopatológicas, fatores climáticos, ambientais e comportamentais, 
como baixa umidade do ar, exposição solar frequente, ar condicionado e, até o sabonete 
do nosso banho, provocam a redução do conteúdo de água e lipídeos da epiderme. 
Sendo assim, conheceremos a seguir as formulações adequadas para a hidratação, 
inclusive conforme o biotipo cutâneo. 
4.1 Formulações cosméticas para hidratação 
A limpeza da pele é importante para favorecer a penetração dos ativos hidratantes das 
formulações cosméticas que serão aplicados e, consequentemente, obter o efeito 
terapêutico desejado nos procedimentos estéticos. Segundo Vanzin (2011, p.56), uma 
boa formulação destinada para higiene e limpeza da pele precisa ter um balanceamento, 
ou seja, ter um equilíbrio hidro-lipofílico. 
Esse equilíbrio é obtido pela combinação de diferentes tipos de tensoativos que 
contribuem para a biocompatibilidade, além de conferir bom sensorial. Por exemplo: lauril 
sulfato de amônio, que possui alto poder umectante associado a ação detergente e cocoil 
glutamato de sódio, substância derivada de aminoácidos, com maior biocompatibilidade. 
Esses agentes ativos desestabilizam o pH ácido da pele e por essa razão, logo 
após a higienização, utilizam-se formulações tônicas. Conforme Draelos (2005, 
p.105), tônicos são formulações líquidas cujo objetivo é promover a neutralização do pH 
da pele. Para essa função são adicionados princípios ativos orgânicos ácidos, 
retornando o pH ao nível fisiológico de 5,5. 
Segundo Vanzin (2011, p.76), aos tônicos podem ser associados princípios ativos 
hidratantes e nutritivos, entre os quais os extratos naturais obtidos de frutas, como 
o bioextrato de abacate que contém lipídeos; vitaminas A, B, C; proteínas, 
aminoácidos e sais minerais, com função emoliente e hidratante. O autor também 
cita o bioextrato de abacaxi composto de polissacarídeos, sais minerais, vitaminas, 
flavonoides, ácidos orgânicos e enzima proteolítica, que além de hidratante e emoliente, 
é renovador da camada córnea. Entre outros, como o extrato de aveia, cacau, camomila, 
coco, lavanda, cuja composição predominante são as vitaminas lipo e hidrossolúveis, 
óleos essenciais e oligoelementos, fundamentais para a manutenção da função do 
manto hidrolipídico e da camada córnea. 
Dessa forma a pele está preparada para receber os ativos hidratantes das outras 
formulações. Segundo Gomes e Damazio (2005) as emulsões são os principais agentes 
oclusivos utilizados para a hidratação da pele. Tanto a óleo em água, como a água em 
óleo, pois os componentes de suas fases assemelham-se ao conteúdo do manto 
hidrolipídico. São indicadas para o tratamento de peles alípicas e mistas. 
Segundo Vanzin (2011), para a umectação são utilizadas substâncias hidrossolúveis 
em diferentes pesos moleculares como, os oligo e polissacarídeos, polímeros e 
proteínas. São escolhidas em especial para o tratamento de peles oleosas e 
acneicas, em formulações gel, gel-creme ou emulsões O/A. Ainda indica que outra 
estratégia de hidratação é aumentar as expressões das aquaporinas da pele. 
Para Draelos (2005), uma formulação hidratante é considerada boa quando consegue 
em um bom período apresentar baixos valores de TEWL. Há vários ativos com alta 
capacidade hidratante, como: gluconolactona (polihidroxiácido), os α-hidroxiácidos 
(ácido lático; tartárico; glicólico), além dos clássicos: ureia, glicerina, ceramidas, óleos 
vegetais, fosfolipídios, entre outros. 
 
Tabela 6 - Princípios ativos hidratantes utilizados em formulações cosméticas Fonte: 
VANZIN, 2011 (Adaptado). 
#PraCegoVer: A imagem apresenta uma tabela que descreve o mecanismo de ação e 
propriedades de alguns princípios ativos hidratantes frequentemente utilizados nas 
formulações cosméticas hidratantes. 
Há também formulações fluidas ionizáveis, compostas de ativos, como o fator de 
crescimento TGF e outros eletrólitos que associados a eletroterapia, ionização, 
fonoforese etc., auxiliam na hidratação cutânea. 
Concluindo o processo de hidratação estética, a aplicação da máscara cosmética é de 
fundamental importância, pois é o momento de sedimentar e incorporar mais 
princípios ativos hidratantes e nutritivos na pele. Segundo Draelos (2005, p.187), as 
máscaras são formulações em cremes ou pastas aplicadas sobre a pele por período 
variável de 5 a 30 minutos, seguido de sua remoção. 
As máscaras, de acordo com Simão (2019), possuem mecanismo de ação por oclusão 
e podem ser formuladas com polímeros de secagem rápida, ou seja, aquelas conhecidas 
como “peel off”, ou em base cremosa compostas de ativos cosméticos argilosos, extratos 
botânicos, oligoelementos. Finalizando o tratamento, indispensável é a aplicação do filtro 
solar. 
Vejamos agora as características do procedimento de hidratação, conforme os diferentes 
biotipos cutâneos. 
4.2 Hidratação dos diferentes biotipos cutâneos 
A hidratação é muito importante, independente do tipo de pele. Segundo Gomes e 
Damazio (2013, p. 195), as diferenças estão nos veículos e adição de ativos que não 
sejam somente para a hidratação.. 
PELE LIPÍDICA 
Apresenta excesso de oleosidade, hiperqueratosee óstios dilatados, por isso as 
melhores formulações são as de base emulsão O/A, gel ou gel-creme. 
PELE MISTA 
O veículo em gel-creme proporciona maior suavidade, sem comprometer as 
regiões lipídicas. 
PELE ALÍPICA 
Por ser seca, desidratada e com fina descamação, a formulações, segundo Draelos 
(2005, p.103), priorizam veículos cosméticos com propriedades umectantes e 
emolientes, como os cremes, emulsão A/O, e uma maior quantidade em ativos 
hidratantes, nutritivos, antioxidantes e regeneradores. 
Na hidratação para peles sensíveis, devemos preferir formulações hipoalergênicas 
em base emulsão O/A ou gel-creme, com a menor quantidade de princípios ativos, 
porém priorizando aqueles com propriedades calmantes e descongestionantes. 
Esse biotipo tem como característica reações excessivas a estímulos, apresentando 
hiperemia, ardor e ressecamento. 
Agora chegamos a um dilema, como convencer um biotipo acneico aceitar a hidratação? 
Por ser uma patologia que afeta o folículo pilossebáceo, a presença de oleosidade é 
grande e por essa razão, ao ouvir falar em hidratação, logo imagina que o excesso de 
sebo irá aumentar. No entanto, a pele acneica também desidrata e as melhores 
formulações são as em base gel, com princípios ativos não comedogênicos, porém 
capazes de impedir a perda de água transepidermica. 
Para saber mais sobre o processo de formulação dos cosméticos, os critérios para 
seleção da matéria-prima, as condições do processamento industrial, toxicidade, riscos 
ambientais e as normas de órgãos reguladores, como a ANVISA, aqui no Brasil, leia na 
íntegra o artigo “Cosméticos: a química da beleza” de Galembeck e Csordas (2019). 
Você encontrará esse artigo disponível na internet, o link de acesso foi indicado nas 
referências desta unidade. 
Os hidratantes para a pele masculina, segundo Gomes e Damazio (2013, p. 195), 
precisam ter uma textura leve, como o gel e o gel-creme, já que em razão das diferenças 
hormonais e algumas estruturais, é uma pele mais lipídica que a feminina. Outro biotipo 
cutâneo que apresenta diferenças histológicas é a pele negra, requerendo alguns 
cuidados diferenciados. 
A pele negra necessita hidratação diária, pois fisiologicamente está mais propensa 
a perda de água transepidérmica, devido ao maior calibre de seus vasos 
sanguíneos e linfáticos, deixando a pele com tonalidade acinzentada e 
ressecamento excessivo. Apesar disso, é um biotipo com maior secreção lipídica, 
sendo então recomendado formulação cosmética em base não oleosa, ou seja, o gel e 
o gel-creme. 
O profissional esteticista precisa conhecer profundamente a anatomofisiologia da pele 
e as características físico-químicas dos cosméticos, bem como suas propriedades e 
mecanismo de ação para aplicá-los em seus procedimentos e indicar corretamente aos 
seus pacientes. 
Assista aí 
é isso Aí! 
Nesta unidade, você teve a oportunidade de: 
 conhecer os principais conceitos da cosmetologia; 
 compreender as características físico-químicas e as funções da barreira 
epidérmica e conhecer os aspectos das vias de permeação cutânea; 
 compreender as características das formulações cosméticas e conhecer as 
bases/veículos de transporte dos princípios ativos; 
 aprender sobre os mecanismos de hidratação cutânea por oclusão, umectação e 
hidratação ativa; 
 conhecer os principais princípios ativos hidratantes em formulações cosméticas 
para os procedimentos estéticos. 
Referências 
DRAELOS, Z.D. Cosmecêuticos. Rio de Janeiro: E!sevier, 2005. 
GALEMBECK, F.; CSORDAS, Y. Cosméticos: a química da beleza. Fisio sala de 
leitura, 2019. Disponível em: http://fisiosale.com.br/assets/9no%C3%A7%C3%B5es-de-
cosmetologia-2210.pdf . Acesso em: 06 abr. 2020. 
GOMES, R.K.& DAMAZIO, M.G. Cosmetologia: descomplicando os princípios 
ativos. 4 ed. São Paulo: Livraria Médica Paulista Editora, 2013. 
GUYTON, A. C. & HALL, J. E. Tratado de fisiologia médica. 13. ed. Rio de Janeiro: 
Elsevier, 2017. 
LUPI, O et al. Rotinas de diagnóstico e tratamento da Sociedade Brasileira de 
Dermatologia - SBD. 2. ed. São Paulo: AC Farmacêutica, 2012. 
SIMÃO, D. Cosmetologia aplicada I. Porto Alegre: SAGAH, 2019. 
VANZIN, S. B. & CAMARGO, C. P. Entendendo cosmecêuticos: diagnósticos e 
tratamentos. São Paulo: Santos, 2011. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PARTE 2 
Formulações em cosmetologia 
Introdução às formulações cosméticas 
Aline Andressa Matiello 
 
http://fisiosale.com.br/assets/9no%C3%A7%C3%B5es-de-cosmetologia-2210.pdf
http://fisiosale.com.br/assets/9no%C3%A7%C3%B5es-de-cosmetologia-2210.pdf
Você está na unidade Introdução às formulações cosméticas. Nesta unidade, você, 
estudante, irá conhecer as formulações cosméticas, compreendendo como os produtos 
cosméticos interagem com a pele, como eles permeiam por meio dela e quais os 
compostos básicos presentes nas formulações. Serão, também, descritas as formas de 
apresentação dos produtos cosméticos, assim como as características de cada uma 
delas. Ao final desta unidade, serão discutidos os riscos relacionados ao uso de produtos 
cosméticos, bem como as legislações vigentes, elaboradas pela ANVISA – Agência 
Nacional de Vigilância Sanitária, que regulamentam o mercado de cosméticos no Brasil, 
desde a produção desses produtos até sua comercialização e seu uso. 
Bons estudos! 
1 Formulações cosméticas e a interação com a pele 
As formulações cosméticas são produtos produzidos de modo a atuarem sobre a pele e 
as mucosas externas. Podem possuir diferentes finalidades, de acordo com o objetivo, 
que pode ser de limpar, de perfumar, de alterar a aparência, de corrigir odores, de tratar, 
ou ainda, de proteger a pele (COSTA,2012). 
Tais produtos cosméticos podem ser produzidos pelo uso de substâncias naturais ou 
sintéticas, e se destinam ao uso externo em diversas partes do corpo humano, como, 
por exemplo, na pele, nas unhas, nas mucosas, nos lábios, nos cabelos, dentre outros 
(COSTA, 2012). 
A cosmetologia é a ciência que faz o estudo de diversos fatores importantes como, por 
exemplo, as formulações cosméticas, a escolha das matérias-primas utilizadas, a 
produção, da comercialização, o controle de qualidade, e a segurança dos cosméticos. 
Segundo Ribeiro (2010), a cosmetologia é uma área multidisciplinar, que é empregada 
de modo a melhorar as condições dos tecidos, sem, no entanto, ter função curativa, uma 
vez que não é um medicamento. Pode ainda ser empregada de modo a aprimorar 
quadros de disfunções estéticas, amenizando ou prevenindo sinais e sintomas. Por isso, 
as formulações cosméticas são amplamente utilizadas em diversas áreas, incluindo a 
estética, tanto de maneira isolada quanto associada a outras modalidades de tratamento. 
 
Os primeiros cosméticos desenvolvidos ao longo da história foram produzidos pelos 
egípcios, que desenvolveram produtos cosméticos com o uso associado de mel, ceras 
vegetais, óleos vegetais, óleos essenciais, ervas e sais para criar produtos com 
finalidade estética. Posteriormente, os gregos e os romanos também desenvolveram 
outros produtos cosméticos (RIBEIRO, 2010). 
No Brasil, a indústria de cosméticos vem apresentando um crescimento importante, com 
o desenvolvimento de produtos cada vez mais efetivos, modernos e seguros. De acordo 
com a Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos 
(ABIHPEC), a área de cosmetologia tem se mostrado promissora no Brasil, dando ao 
país o título de terceiro maior consumidor de produtos e serviços de beleza do mundo 
(RÓS, 2016). 
Considerando esse importante crescimento, é fundamental que o estudante, futuro 
profissional de estética, conheça esses produtos cosméticos e saiba como utilizá-los de 
modo a proporcionar tratamentos estéticas cada vez mais modernos e efetivos. 
Assista aí 
1.1 Interação de formulações cosméticas com a pele 
Esses produtos cosméticos, a fim de gerarem os efeitos desejados, precisam atuar sobre 
estruturas específicas da pele, gerando modificações químicas, físicas ou biológicase, 
dessa forma, proporcionando os efeitos esperados do cosmético. 
A pele humana é o maior órgão do corpo humano. Ela recobre toda a superfície externa 
do corpo e constitui 16% do peso corporal de um indivíduo. Dentre as principais funções 
desempenhadas pela pele, pode-se mencionar a proteção contra radiação solar e lesões 
externas, as sínteses de vitaminas, a absorção e a eliminação de substâncias químicas, 
além das funções sensoriais e de controle de temperatura (RIBEIRO, 2010). 
Histologicamente, a pele humana é constituída por inúmeras células, organizadas em 
camadas e que conferem a ela a capacidade de proteção. Há duas camadas muito 
importantes para a configuração da pele: a derme e a epiderme. Abaixo dessas duas 
camadas, há ainda a camada chamada de hipoderme. 
A figura, a seguir, mostra uma representação esquemática da estrutura da pele humana. 
 
Figura 1 - Representação esquemática da pele Fonte: Shutterstock. 
#PraCegoVer: Representação esquemática da pele. Nela, é possível visualizar a 
disposição das camadas da hipoderme e da derme, além das cinco camadas que formam 
a epiderme. 
A hipoderme, localizada abaixo da pele humana, é uma camada formada por células 
adipócitos. Essa camada recebe também o nome tecido subcutâneo, adiposo ou tecido 
hipodérmico. Para alguns autores, a hipoderme também faz parte da pele. Tal camada, 
localizada imediatamente abaixo da derme, permite o contorno das superfícies corporais, 
ao mesmo tempo que funciona como reservatório energético e de proteção contra danos 
físicos, servindo também de suporte à derme e à epiderme (FRANGIE et al, 2016). 
A derme é a camada mais profunda da pele, localizada abaixo da epiderme e acima da 
hipoderme. É uma camada considerada, segundo Ribeiro (2010), como sendo 
extremamente resistente e elástica, e, por isso, essa camada está relacionada à função 
de nutrição dos tecidos, de proteção contra agressões mecânicas. É nessa camada que 
ficam alojadas estruturas importantes como apêndices, glândulas sudoríparas, glândulas 
sebáceas, vasos sanguíneos, linfáticos, dentre outras estruturas. 
A parte mais superficial da derme é chamada de derme papilar, encontrada em contato 
direito com a epiderme. Ela possui, em sua estrutura, uma quantidade importante de 
fibras de proteínas, como, por exemplo, o colágeno e a elastina, assim como a matriz 
extracelular, que garante a configuração dessa camada. 
Além disso, é nela que se encontram importantes células como os melanócitos, por 
exemplo, isto é, células responsáveis pela síntese de melanina, substancia que dá cor à 
pele humana. A parte mais profunda da derme é chamada de derme reticular e se 
encontra em contato com a hipoderme. As células mais importantes da camada da pele 
chamada de derme são os fibroblastos, que são as células responsáveis pela síntese de 
fibras de colágeno e de elastina, que garantem elasticidade e resistência a esse órgão. 
Ademais, a maior parte dos vasos sanguíneos e linfáticos fica localizada nessa camada, 
o que garante à pele o fornecimento adequado de oxigênio e de nutrientes (FRANGIE et 
al, 2016). 
Logo acima da derme, há a camada chamada de epiderme. Tal camada, que fica em 
contato direto com o meio externo, é formada por outras 5 subcamadas denominadas 
de: camada basal, espinhosa, granulosa, lúcida e córnea, dispostas de mais profunda 
para mais superficial (TORTORA, 2017). Em cada uma dessas camadas, as células 
apresentam características específicas, todavia, em geral, de maneira conjunta, atuam 
de modo a garantir todas as funções da pele. 
Dentre as camadas da epiderme, a camada córnea possui uma importância muito 
grande. Essa camada é também chamada de estrato córneo e, por ser a parte mais 
externa da epiderme, permanece em contato direto com o ambiente (FRANGIE et al, 
2016). 
1.2 Barreira estabelecida pela pele para a permeação de cosméticos 
A ação de diferentes tipos celulares dispostos em diferentes camadas, permite que a 
pele desempenhe todas as suas funções. Mais especificamente, a função de proteção 
desempenhada por meio da pele permite que o corpo evite lesões causadas pela invasão 
de microrganismo e evite danos ocasionados por penetração de substâncias químicas. 
Isso ocorre devido à camada mais externa da epiderme ser muito resistente à água e 
possuir uma camada hidro lipídica em sua estrutura. Essa camada, formada por água e 
lipídeos, permite que apenas algumas substâncias químicas consigam penetrar na pele, 
evitando danos teciduais. 
Vale ressaltar que as células presentes na epiderme são constantemente renovadas ao 
longo dos dias, pois novas células são produzidas na camada mais profunda da 
epiderme, ou seja, na camada basal. E com o passar dos dias, essas células vão sendo 
direcionadas à superfície da pele, proporcionando uma renovação constante das células, 
que recebem o nome de corneócitos. 
Os corneócitos existentes nessa última camada da epiderme, na camada córnea, em 
geral, são células mortas, compostas principalmente por proteínas, ácido graxos e 
colesterol, unidos entre si. Sua disposição permite que sua estrutura se assemelhe a 
vários tijolos dispostos lado a lado e fortemente unidos. 
A figura, a seguir, mostra a estrutura da pele. 
 
Figura 2 - Representação esquemática da estrutura da epiderme em forma de tijolos 
fortemente unidos, o que garante a resistência dessa camada celular Fonte: 
Shutterstock. 
#PraCegoVer: Representação esquemática da estrutura da epiderme em forma de 
tijolos fortemente unidos, o que garante a resistência dessa camada celular. O cosmético 
aplicado para atingir as camadas mais profundas precisa ultrapassar essa camada. 
Além disso, essas células são revestidas por uma fina camada, chamada de manto 
hidrolipidico, que é formada por uma quantidade de sebo eliminado pelas glândulas 
sebáceas, associado a bactérias e células mortas, o que permite uma barreira adicional 
à penetração de substâncias químicas (SOARES et al 2015). 
A figura, a seguir, mostra a membrana celular das células da camada córnea. 
 
Figura 3 - Representação esquemática da barreira existentes para permeação de 
cosméticos na pele Fonte: Shutterstock. 
#PraCegoVer: Representação esquemática da barreira existentes para permeação de 
cosméticos na pele. Ela demonstra a camada hidro lipídica, que serve de barreira a 
penetração de substâncias. 
A camada hidrolipídica, presente nas células da camada córnea, permite que a pele seja 
considerada uma barreira química e física muito eficaz, controlando a entrada e a saída 
de substâncias por ela. Contudo, essa camada não garante uma barreira total, uma vez 
que ela é semipermeável e, portanto, algumas substâncias são capazes de penetrar na 
camada córnea e atingir camadas mais profundas (SILVA, 2018). 
Na prática, essa barreira imposta pela camada córnea tem uma relação direta com a 
cosmetologia. A pele, por meio de sua camada mais externa da epiderme, a camada 
córnea, é considerada uma resistência à penetração de cosméticos aplicados 
topicamente à pele, uma vez que essa camada seleciona e impede parcialmente que 
substâncias químicas atinjam as camadas mais profundas. 
Contudo, como a barreira imposta pela camada córnea é semipermeável, é possível que 
alguns produtos cosméticos, quando aplicados à pele topicamente, possam penetrar na 
camada córnea e serem absorvidos por camadas mais profundas. Entretanto, para que 
isso seja possível, é necessário que os produtos cosméticos sejam formulados de modo 
a vencer esse obstáculo físico e químico imposto pela camada córnea. 
Quando vencidos esses obstáculos, as formulações cosméticas podem atingir camadas 
mais profundas da pele, promovendo os efeitos terapêuticos desejados com o uso do 
produto cosmético. 
2 Permeação de ativos cosméticos por meio da pele 
Como a camada córnea da epiderme é semipermeável, algumas substâncias, quando 
aplicadas topicamente à pele, são facilmente absorvidas, enquanto outras encontram 
dificuldades ou não conseguem penetrar através dessa barreira.De acordo com as 
características das substâncias presentes nos cosméticos, elas podem penetrar em 
diferentes intensidades na pele e por diferentes mecanismos de permeação. A 
permeação de formulações cosméticas por meio da pele, ainda pode ser influenciada 
por uma série de fatores que envolvem as características da pele do paciente e também 
do produto cosmético utilizado. 
Vale ressaltar que dependendo da finalidade de uso, cada produto cosmético atuará em 
uma camada especifica da pele, existindo cosméticos destinados à epiderme, à derme, 
à hipoderme ou ao tecido muscular que se encontra logo abaixo da hipoderme. 
 
2.1 Tipos de substâncias e a relação com a permeação cutânea 
As substâncias presentes em formulações cosméticas, ao entrarem em contato com as 
células da camada córnea, são reconhecidas por essas células. Algumas delas terão 
características que possibilitarão que passem facilmente por essa barreira imposta pela 
pele, enquanto outras substâncias podem ter dificuldades ou, até mesmo, 
impossibilidade de permearem as demais camadas mais profundas da pele. 
As substâncias denominadas permeáveis conseguem ultrapassar essa camada muito 
facilmente. Segundo Kede e Sabotovick (2009), produtos como a água, o etanol, assim 
como as moléculas hidro e lipossolúveis de baixo peso molecular são exemplos de 
substâncias muito permeáveis. Na prática da cosmetologia, o ácido glicólico, muito 
utilizado em tratamentos faciais, é um exemplo de substância permeável. 
Em contrapartida, algumas moléculas maiores de proteínas, eletrólitos ou hidrofílicas, 
que possuam peso molecular mais elevado, dificilmente conseguem atravessar a 
barreira cutânea. Exemplos dessas substâncias impermeáveis, são moléculas de 
colágeno e de elastina. 
 
Figura 4 - Representação das diferentes permeabilidades de substancias conforme o 
peso molecular Fonte: Shutterstock. 
#PraCegoVer: Representação das diferentes permeabilidades de substancias conforme 
o peso molecular. Como visualizado na figura, as moléculas de maior peso molecular 
possuem maior dificuldade em penetrar na pele, enquanto as moléculas de baixo peso 
molecular conseguem penetrar mais facilmente. 
Além dessas situações, em certos casos, algumas substâncias podem passar por essa 
barreira com o auxílio de algumas moléculas especificas. Isso acontece, por exemplo, 
nos casos de algumas vitaminas ou de alguns hormônios, que sozinhos não 
conseguiriam penetrar a camada córnea. Todavia, quando eles estão presentes em uma 
formulação de maneira associada a algumas proteínas carreadoras, são levados para 
as camadas mais profundas da pele. 
Nesses casos, as substâncias são denominadas semipermeáveis, porque somente 
conseguirão romper a barreira com o auxílio dessa molécula carreadora. Essas 
substâncias permeáveis, semipermeáveis ou não permeáveis estão presentes 
comumente em produtos cosméticos utilizados. 
2.2 Principais rotas de permeação cutânea 
De acordo com os caminhos que as substâncias percorrem normalmente para atingir as 
camadas mais profundas da pele, são apresentadas diferentes rotas de permeação 
cutânea: as rotas intercelulares, transcelulares, transglandulares ou transfoliculares. 
Tais rotas são, na verdade, caminhos pelos quais os cosméticos precisam passar para 
atingir os tecidos-alvos do tratamento. Essas rotas podem ser visualizadas na figura a 
seguir. 
 
Figura 5 - Rotas de permeação cutânea Fonte: Rotas de permeação cutânea 
#PraCegoVer: A figura mostra as principais rotas encontradas pelos produtos 
cosméticos para atingirem as camadas mais profundas da pele. 
A permeação chamada de intercelular acontece quando o produto cosmético chega aos 
tecidos mais profundos por meio de pequenos espaços existentes entre as células 
queratinócitos, também chamados de espaço intercelular. A rota transcelular permite que 
o produto cosmético penetre as camadas mais profundas pela permeação por dentro da 
estrutura celular, também chamada de permeação intracelular. 
A figura, a seguir, mostra o exemplo de um produto cosmético aplicado com a finalidade 
de clarear a pele. 
 
Figura 6 - Rota de permeação cutânea transcelular Fonte: Shutterstock. 
#PraCegoVer: A figura mostra como acontece a permeação de produtos cosméticos 
pela via transcelular, por meio da qual o produto consegue penetrar a pele via intracelular 
e causar o clareamento do tecido. 
A permeação pela rota transglandular acontece quando a formulação cosmética permeia 
na pele por meio de estruturas glandulares existentes na pele. A permeação de 
substâncias pela da rota transfolicular acontece pelo folículo piloso, ou seja, ao aplicar 
topicamente um produto cosmético que atua por essa rota, esse produto irá atingir o 
folículo piloso e penetrar a pele por ele. 
Cada produto cosmético, dependendo de sua composição, de seu mecanismo de ação 
e de suas substâncias utilizadas na formulação, permeará na camada córnea por uma 
dessas vias de permeação e poderá atingir o tecido desejado, sejam as camadas mais 
profundas da epiderme, da derme ou, até mesmo, da hipoderme. 
2.3 Fatores que influenciam a permeação cutânea 
A aplicação de uma formulação cosmética tem por objetivo atuar exatamente no tecido 
alvo, e, para isso, precisa alcançá-lo por meio das diferentes rotas de permeação. 
Algumas características das formulações cosméticas, como o tipo de substâncias 
utilizadas na formulação e algumas características da pele humana podem facilitar ou 
dificultar essa permeação. 
Em relação as características da pele, fatores como a hidratação, a espessura e a 
integridade do tecido estão diretamente relacionadas às taxas maiores ou menores de 
permeação cutânea. Peles com taxas de hidratação dentro do normal se encontram mais 
flexíveis e elásticas, o que permite melhor absorção das formulações cosméticas, 
quando comparadas a peles menos hidratadas. 
 
Segundo Kede e Sabotovick (2009), peles de maior espessura, com a camada córnea 
maior representam uma barreira adicional a permeação de ativos, enquanto peles com 
a camada córnea menos espessa absorvem mais facilmente os produtos cosméticos 
aplicados sobre ela. Peles excessivamente oleosas costumam possuir uma camada 
córnea mais espessa o que limita a permeação dos cosméticos. 
Em relação à integridade da pele, uma pele não integra, com presença de alguma lesão, 
como, por exemplo, corte, têm sua barreira de proteção rompida e, portanto, aumenta as 
taxas de permeação cutânea. 
Quanto à formulação cosmética, a presença de algumas substâncias no produto pode 
auxiliar ou dificultar que o cosmético consiga permear a camada córnea e atingir os 
tecidos desejados. A presença de alguns produtos, a natureza deles, a concentração das 
substâncias e o meio de permeação vão definir, por exemplo, a velocidade de permeação 
do cosmético. 
Como o objetivo é, sobretudo, aumentar a permeação, na área da cosmetologia, podem 
ser utilizados produtos específicos que aumentam as taxas de permeação desses 
produtos cosméticos, chamados de promotores de permeação químicos. 
O uso desses promotores de permeação permite uma penetração eficiente do cosmético 
pela camada córnea, por meio do uso de substâncias químicas especificas que fornecem 
uma força motriz extra para que o produto consiga atravessar a barreira imposta pela 
camada córnea (SOARES et al, 2015). 
No geral, esses promotores permitem uma redução temporária e reversível das 
propriedades de barreira impostas pela camada córnea e, consequente, asseguram um 
aumento da permeabilidade celular, facilitando a entrada do produto cosmético. 
Quanto ao mecanismo de ação dos promotores de permeação químicos, eles podem 
atuar de diferentes maneiras para promover o aumento da permeação. Segundo Soares 
(2015), os promotores podem atuar sobre a estrutura da epiderme, reduzindo as 
concentrações de lipídeos e de oleosidade local; podem atuar sobre os corneócitos, 
hidratando-os ou removendo parte dessas células de forma a tornar a camada córnea 
mais fina, ou podem gerar alteraçõesde temperatura local, elevando a temperatura 
tecidual e facilitando a entrada de algumas substâncias. 
Além do uso de promotores de permeação químicos, há uma série de promotores físicos 
de permeação à disposição. Na área da estética, algumas técnicas terapêuticas 
possibilitam um aumento da permeação de cosméticos por alterações físicas promovidas 
na pele. Há exemplos de tratamentos como a iontoforese, a microdermoabrasão, a 
ablação por radiofrequência e o microagulhamento. Em geral, esses tratamentos geram 
algumas mudanças na estrutura da barreira cutânea e, com isso, permitem uma melhor 
absorção dos cosméticos aplicados posteriormente (SOARES et al, 2015). 
Atualmente, a indústria de cosméticos conta com uma série de tecnologias que 
proporcionam a melhoria da permeação dos ativos na pele, por meio de características 
especificas apresentadas pelas formulações cosméticas. Um exemplo dessa tecnologia 
é o uso da nanotecnologia como método de aumentar a permeação cutânea das 
formulações cosméticas. 
Conhecer os fatores que estão relacionados à melhoria da permeação de ativos 
cosméticos na pele permite que o profissional de estética possa utilizá-los a fim de 
aumentar a permeação dos ativos e, com isso, tornar o tratamento mais efetivo. 
Assista aí 
3 Componentes de uma formulação cosmética 
As formulações cosméticas são formadas pela junção de sustâncias especificas. 
Normalmente, as formulações cosméticas são compostas por substâncias chamadas de 
princípios ativos, por substâncias excipientes e veículos e, bem como adjuvantes, que 
juntas, dão origem ao produto cosmético (FRANGIE et al, 2016). 
Conhecer tais componentes presentes nas formulações cosméticas e quais as funções 
desempenhadas por eles é essencial para o entendimento dos produtos cosméticos. 
3.1 Princípios ativos 
Os princípios ativos presentes em produtos cosméticos são também chamados de ativos 
cosméticos, e são, na verdade, matérias-primas que garantem ao cosmético uma ação 
específica ao atingirem o tecido desejado (FRANGIE et al, 2016). 
Cada princípio ativo possui, desse modo, uma função, que pode ser antienvelhecimento, 
antiacne, clareador, dentre outras. A figura, a seguir, mostra alguns exemplos de 
princípios ativos utilizados na estética. 
 
Figura 7 - Exemplos de princípios ativos Fonte: Shutterstock. 
#PraCegoVer: A figura mostra exemplos de alguns princípios ativos comumente 
utilizados em produtos cosméticos utilizados em estética. 
A cafeína é um ativo cosmético empregado para melhoria da circulação local, o ácido 
hialurônico é utilizado como um potente hidratante tecidual, assim como o pantenol, o 
ácido lático é encontrado em cosméticos com finalidades umectantes, o ácido salicílico 
é um princípio ativo comumente utilizado em tratamentos de acne, e a vitamina E pode 
ser um princípio ativo empregado de forma a reduzir os sinais de envelhecimento facial. 
Um mesmo cosmético pode atuar por meio da ação de mais de um princípio ativo. 
Contudo, na prática, normalmente um produto cosmético possui mais de um princípio 
ativo, destinado à mesma função. Por exemplo, um cosmético antiacne pode conter dois 
ou mais princípios ativos antiacne, que atuarão de maneira associada, promovendo 
efeitos mais efetivos. 
3.2 Substâncias excipientes e veículos 
As substâncias excipientes têm por função solubilizar e aumentar o volume do conteúdo, 
de modo que o princípio ativo fique dissolvido nessa substância. 
Segundo Frangie (2016), as substâncias excipientes são utilizadas para garantir uma 
maior homogeneidade ao cosmético e são formuladas a partir de matérias-primas 
sólidas, como, por exemplo, o talco e o amido. 
Enquanto os veículos possuem função de aumentar a forma e o volume do produto, 
nesse caso, são utilizadas matérias-primas líquidas, como a glicerina e a água 
(FRANGIE et al, 2016). 
Juntos, as substâncias excipientes e os veículos garantem um produto cosmético mais 
homogêneo, que facilita o uso, uma vez que o princípio ativo fica dissolvido nessas 
substâncias. 
3.3 Substâncias adjuvantes 
Em geral, pode-se dizer que as substâncias adjuvantes presentes em cosméticos 
possuem a função de modificar ou de corrigir algumas características químicas ou físicas 
do produto cosmético, de maneira que elas fiquem estáveis (FRANGIE et al, 2016). 
Dentre as substâncias adjuvantes com a finalidade de modificação, pode-se citar: os 
tensoativos, os espessantes e as matérias graxas. 
Tensoativos: são substâncias adicionadas aos cosméticos com o objetivo de reduzir a 
tensão superficial dos líquidos, porque possuem capacidade hidrofílica. Essa capacidade 
permite que tais substâncias tenham afinidade tanto com água quanto com óleo de 
maneira associada. 
De acordo com a carga que possuem, os tensoativos podem ser classificados em: 
aniônicos, catiônicos, não iônicos, anfóteros ou ainda, naturais. 
De acordo com Frangie (2016), os tensoativos aniônicos possuem carga negativa e 
desempenham funções relacionadas à solubilização, ao emulsionante e ao 
antimicrobiano. Os tensoativos catiônicos possuem caga positiva e são inclusos em 
produtos cosméticos com finalidade condicionante, hidratante e antimicrobiana. Os 
tensoativos não iônicos possuem uma carga neutra e, por isso, possuem ação 
tensoativa mais suave, aliada à função emulsionante. 
Os tensoativos anfóteros possuem carga que varia conforme o Ph do produto 
cosmético, portanto, têm ação solubilizante e emulsionante, e, por fim, os tensoativos 
naturais, que podem possuir diferentes cargas, uma vez que produzem efeito tensoativo 
variável. 
Os tensoativos, no geral, são empregados em cosméticos com a finalidade de gerar 
espuma e auxiliar na limpeza, por isso, estão presentes em produtos cosméticos 
destinados à limpeza, como sabonetes e xampus, por exemplo. 
Espessantes: são substâncias presentes em cosméticos que possuem a capacidade de 
atrair água e, desse modo, possibilitam o intumescimento do produto (FRANGIE et al, 
2016). 
Ao aumentar o intumescimento, aumenta-se a viscosidade do produto, tornando-o mais 
estável, ao mesmo tempo que ele atua melhorando os aspectos sensoriais e táteis 
promovidos pela aplicação do produto. 
Matérias Graxas: são substâncias presentes nos cosméticos que possuem uma 
estrutura oleosa e uma estrutura aquosa. Essas matérias graxas possibilitam melhorar a 
estabilidade do produto, a ação emulsionante e contribui para o aprimoramento da 
percepção sensorial do produto (FRANGIE et al, 2016). 
Dentre as substâncias adjuvantes com finalidade de correção do produto cosmético, 
pode-se mencionar: os corantes, conservantes e as fragrâncias. 
 
Corantes: estão presentes em produtos cosméticos quando o objetivo é possibilitar, 
modificar ou intensificar a cor que o produto se apresenta (FRANGIE et al, 2016). Podem 
estar presentes em diferentes produtos e em diferentes concentrações, de acordo com 
a finalidade de uso. 
Conservantes: são substâncias adicionadas aos cosméticos com o objetivo de melhorar 
a capacidade de conservação e, com isso, prevenir a deterioração do produto por um 
tempo maior (FRANGIE et al, 2016). 
Dentre os conservantes utilizados, eles podem possuir diferentes mecanismos de ação. 
Exemplos de conservantes são os agentes reguladores de Ph que atuam de modo a 
evitar a proliferação bacteriana; os agentes antioxidantes que atuam evitando a oxidação 
da formulação; e os foto protetores, que atuam reduzindo os efeitos da radiação solar 
sobre a conservação do produto. 
Fragâncias: são utilizadas com a finalidade de mascarar ou de neutralizar odores 
presentes no produto cosmético (FRANGIE et al, 2016). Dentre as opções de 
fragrâncias disponíveis atualmente nos cosméticos, destacam-se os óleos essenciais, 
vegetais, essenciais artificiais ou animais. Vale ressaltar que em alguns casos a 
fragrância pode ser também, além de uma substância adjuvante, um princípio ativo do 
cosmético, como nos casos dos perfumes (FRANGIE et al, 2016). 
Esses compostos são encontrados nos produtos cosméticos disponíveisno mercado. 
Atualmente, uma nova classe de formulações cosméticas também vem sendo 
encontrada no mercado e se tratam dos cosmecêuticos. Você já ouviu falar deles? 
4 Formas farmacêuticas das formulações cosméticas 
Segundo Costa (2012), as formas farmacêuticas são consideradas o estado final de 
apresentação dos cosméticos, após o término da formulação. Para isso, podem possuir 
diferentes formas a fim de facilitar a manipulação e de obter o efeito terapêutico 
desejado, por meio de formas que tenham características adequadas ao uso do 
cosmético. 
Essas formas farmacêuticas podem ser classificadas em sólidas, semissólidas ou 
liquidas, de acordo com o estado final do produto. 
4.1 Formas sólidas 
Nas fórmulas sólidas, encontram-se cosméticos em pó, em barra e em sticks. 
Os pós são formulações cujas substâncias se encontram no formato solido, mas com 
partículas pequenas que são mantidas secas, com pouca umidade. Exemplos de pós 
utilizados em cosméticos são o pó facial utilizado em maquiagem e os talcos. Os 
cosméticos em barra se encontram num formato sólido, de tamanhos variados. Um 
exemplo é o sabonete em barra. 
Os sticks, também chamados de bastões, são apresentações cosméticas semelhantes 
a barras, mas formuladas em tamanhos e em formatos específicos de acordo com o local 
de uso. Possuem em sua composição ceras e agentes oleosos, que garantem uma maior 
dureza ao produto, ao mesmo tempo em que garantem uma maleabilidade para não 
quebrarem facilmente durante o uso (RIBEIRO, 2010). Alguns batons e protetores labiais 
são encontrados na forma sólida de sticks. 
A figura, a seguir, mostra exemplos de formas de apresentação sólidas de cosméticos. 
 
Figura 8 - Exemplos de formas cosméticas sólidas Fonte: Shutterstock. 
#PraCegoVer: . Na figura, é possível visualizar um cosmético na forma de bastão, e, na 
sequência, um cosmético na forma de barra e, por último, um cosmético na forma em 
pó. 
4.2 Formas semissólidas 
Pomadas, creme e gel são exemplos de formas de apresentação de cosméticos 
semissólidas. 
As pomadas são formulações semissólidas gordurosas, com base de hidrocarbonetos, 
ceras ou polióis. Isso possibilita que tenham característica solida, todavia, ao mesmo 
tempo, pela adição de componentes oleosos, permanecem com forma semissólida. São 
mais oleosas que os cremes, uma vez que possuem menor quantidade de água em sua 
formulação. 
Segundo Costa (2012), as pomadas, por possuírem pouca água em sua formulação, 
apresentam poucos problemas de estabilidade e de contaminação microbiana. No 
entanto, em relação aos atributos sensoriais, os cremes são mais bem aceitos pelos 
consumidores. Um exemplo de pomadas aplicada aos cosméticos, são as pomadas 
labiais. 
Em virtude de serem mais dificilmente espalhadas pela pele, as pomadas estão 
indicadas para cosméticos destinados ao tratamento de pequenas áreas da pele e, por 
possuírem capacidade oclusiva na pele, são formulações indicada para peles mais secas 
(FERREIRA, 2011). 
Os cremes são formas cosméticas muito comuns e se caracterizam por possuírem um 
ou mais ativos dissolvidos em uma base específica que garante a consistência. 
Dependendo da consistência dos cremes, eles podem ser chamados de sérum ou de 
loção cremosa. São consideradas formas emulsionadas muito utilizadas em cosméticos, 
em virtude de sua grande aceitabilidade pelo consumidor e pela facilidade de conter 
inúmeros princípios ativos (COSTA, 212). 
Os cremes são formas cosméticas emulsionadas, muito utilizadas em produtos 
cosméticos e cosmecêuticos. Além disso, eles possuem diversas outras finalidades, 
devido à grande aceitabilidade pelo consumidor e à facilidade de veicular diferentes 
substâncias ativas. 
Os géis possuem em sua estrutura um agente gelificante que garante consistência e 
firmeza ao produto cosmético. São predominantes compostos por água e por agente 
gelificante associados, sendo que dependendo da concentração do agente gelificante, 
as formulações em gel podem possuir diferentes consistências. São formas muito 
utilizadas nos cosméticos, pois permitem a veiculação de várias substâncias para 
cuidados com a pele (COSTA, 2012). 
A figura, a seguir, mostra exemplos dessas três formas de apresentação de cosméticos 
semissólidas. 
 
Figura 9 - Formas cosméticas semissólidas: creme, gel e pomada Fonte: Shutterstock. 
#PraCegoVer: A figura mostra exemplos de três formas cosméticas utilizadas em 
produtos cosméticos, os cremes, os géis e as pomadas. 
Conhecer as principais apresentações cosméticas das formulações semissólidas permite 
que o profissional de estética indique corretamente a melhor forma a seu cliente e 
possibilita que faça a utilização das formas mais adequadas nos tratamentos estéticos 
realizados. 
4.3 Formas Líquidas 
Dentre as formas de apresentação de cosméticos líquidos, destacam-se: a espuma, a 
emulsão, a solução, os esmaltes e os xampus. 
As espumas são apresentações que se caracterizam por um grande volume de gás que 
se encontra disperso numa substância liquida, e que, pela ação de um agente 
propelente, tem a capacidade de gerar a produção de uma espuma. 
As formulações em espuma são utilizadas normalmente em cosméticos para limpeza 
facial, corporal ou ainda, em xampus. As emulsões são compostas por componentes 
aquosos e oleosos, associados a um emulsionante, de modo que esses componentes 
se misturem de maneira homogênea. 
De acordo com a viscosidade das emulsões, elas podem ser chamadas de cremes, 
quando possuem maior viscosidade, ou de loção, quando possuem menor viscosidade 
(COSTA, 2012). 
As formas de apresentação de cosméticos em solução consistem em cosméticos 
líquidos, com boa homogeneidade e de aspecto límpido, tendo como base solventes 
específicos, sendo que, de acordo com o solvente utilizado, as soluções podem ser 
alcoólicas, glicéricas, hidro alcoólicas ou aquosas. 
Esmaltes são também considerados formas de apresentação de cosméticos 
líquidos.Tratam-se de formulações liquidas que são aplicadas sobre as unhas, criando 
uma espécie de película sobre elas. Os xampus também são formas liquidas de 
cosméticos, nesse caso, destinados ao tratamento de cabelos. 
A formulação em xampu é feita com o uso de tensoativos que garante a função principal 
de higienizar os cabelos, mas pode ser utilizado também para veicular princípios ativos 
destinados ao tratamento do couro cabeludo. 
Segundo Costa (2012), são formas cosméticas utilizadas para tratamento de afecções 
capilares como queda e casos de seborreia, por exemplo. 
Além dessas formas de apresentação, podem ainda ser encontrados cosméticos em 
aerossol. Tais produtos possuem uma formulação embalada sob pressão específica, que 
inclui gás propelente e outras substâncias liberadas após a ativação de um sistema de 
válvulas (COSTA, 2012). 
Atualmente, as formas em aerossóis estão sendo utilizadas em produtos cosméticos 
antitranspirantes e em protetores solares. 
5 Riscos associados ao uso de cosméticos 
As formulações cosméticas são utilizadas para limpar, perfumar, alterar a aparência, 
proteger ou corrigir odores da pele. Contudo, como agem diretamente com a pele, uma 
vez que atuam sobre o tecido cutâneo, interferindo e modificando a fisiologia e a química 
local, essas formulações podem interagir de maneira benéfica, ou em alguns casos, de 
maneira nociva nos tecidos (CHORRILI, SCARPA, CORREA, 2007). 
Nesses casos, após o uso da formulação cosmética, o cliente pode apresentar algum 
tipo de reação adversa. Essas reações ao uso de produtos cosméticos variam desde 
reações muito simples, como coceira na pele, eritema, mas podem evoluir para reações 
mais agressivas como formação de bolhas e queimaduras (CHORRILI, SCARPA, 
CORREA, 2007). 
5.1 Reações adversas ao uso de formulações cosméticas 
Em geral, ao se utilizar formulações cosméticas é importante que o profissional esteja 
atento, sobretudo, à segurança no uso dessas formulações. 
Apesar de não ser desejável, há a possibilidade do surgimento de reações adversas ao 
uso de produtos

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