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Lista 4 - Ciência e Tecnologia dos Materiais 20 Para o cobre: qual é o espaçamento de repetição (vetor de Burgers) dos átomos na direção [211]? Raio do cobre = 0,128nm 𝐷𝑅 = √(0,4042 + 0,1802) = 0,442 𝑛𝑚 21 Como podem apresentar-se os compostos cerâmicos de estrutura AX? Descreva-os. Alguns dos materiais cerâmicos comuns são aqueles nos quais existem iguais números de cátion e de ânion. Estes são conhecidos como os compostos AX, onde A denota o cátion e X o ânion. Existem várias diferentes estruturas cristalinas para os compostos AX; cada uma é normalmente denominada de acordo com um material comum que assume a particular estrutura. • Estrutura de Sal-gema: Talvez a estrutura cristalina AX mais comum é a do tipo cloreto de sódio (NaCl) ou do sal de rocha. O número de coordenação tanto para cátions quanto para ânions é 6 e, portanto, a razão de raios iônicos se situa entre aproximadamente 0,414 e 0,732. Uma célula unitária para esta estrutura cristalina é gerada a partir de um arranjo CFC de ânions com um cátion situado no centro do cubo e um no centro de cada uma das arestas do cubo. Uma estrutura cristalina equivalente resulta, a partir de um arranjo cúbico de face centrada de cátions. Assim, pode-se pensar que a estrutura cristalina de sal de rocha seja constituída de duas redes CFC interpenetrantes. Uma composta de cátions e a outra composta de ânions. Alguns dos materiais cerâmicos comuns que formam esta estrutura cristalina são NaCl, MgO, MnS, LiF e FeO. • Estrutura do Cloreto de Césio (CsCl): O número de coordenação para ambos os tipos de íons é 8. Os ânions estão localizados em cada um dos vértices de um cubo, enquanto o centro do cubo contém um único cátion. O intercâmbio dos ânions pelos cátions, e vice-versa, produz a mesma estrutura cristalina. Essa não é uma estrutura cristalina CCC, uma vez que estão envolvidos íons de dois tipos diferentes. • Estrutura da Blenda de Zinco (ZnS): O número de coordenação é 4; isto é, todos os íons estão coordenados tetraedricamente. Todos os vértices e todas as posições nas faces da célula cúbica estão ocupados por íons de S, enquanto os íons de Zn preenchem posições tetraédricas no interior. Na maioria das vezes, a ligação atômica nos compostos que exibem essa estrutura cristalina é altamente covalente. Exemplos: ZnS, ZnTe e SiC. 22) Como podem apresentar-se os compostos cerâmicos de estrutura AmXp? Descreva-os. Se as cargas dos cátions e dos ânions não forem as mesmas, poderá existir um composto com a fórmula química AmXp, em que m e/ou p ≠ 1. Um exemplo seria o composto AX2, para o qual uma estrutura cristalina típica é aquela encontrada na fluorita (CaF2). A razão entre os raios iônicos rC/rA, para o CaF2 é de aproximadamente 0,8, o que estabelece um número de coordenação de 8. Os íons cálcio estão posicionados nos centros de cubos, enquanto os íons de flúor estão nos vértices. A fórmula química mostra que existe apenas metade do número de íons Ca2+ em relação ao número de íons F–; portanto, a estrutura cristalina é semelhante à do CsCl, exceto pelo fato de que apenas metade das posições centrais nos cubos está ocupada com íons Ca2+. Uma célula unitária consiste em oito cubos. Exemplos: ZrO2 (cúbico), UO2, PuO2 e ThO2. 23) Como podem apresentar-se os compostos cerâmicos de estrutura AmBnXp? Descreva-os. Também é possível para os compostos cerâmicos possuir mais de um tipo de cátion; no caso de dois tipos de cátions (representados por A e B), suas fórmulas químicas podem ser designadas como AmBnXp. O titanato de bário (BaTiO3), que possui tanto cátions Ba2+ quanto Ti4+, enquadra-se nessa classificação. Esse material tem uma estrutura cristalina da perovskita e propriedades eletromecânicas muito interessantes. Em temperaturas acima de 120°C, a estrutura cristalina é cúbica. Em uma célula unitária dessa estrutura os íons Ba2+ estão localizados em todos os oito vértices do cubo, enquanto um único íon Ti4+ está no centro do cubo, com os íons de O2- localizados no centro de cada uma das seis faces. Exemplos: BaTiO3, SrZrO3, SrSnO3, MgAl2O4, FeAl2O4. 24 Defina a constante de Madelung. Qual é seu significado físico? A constante de Madelung é utilizada para se determinar a contribuição do potencial eletrostático na energia de ligação de cristais iônicos. Ela caracteriza o efeito eletrostático líquido de todos os íons na rede cristalina. Devido às cargas opostas, cátions e ânions se atraem mutuamente num sólido iônico, criando uma energia de ligação. Para que estes íons sejam separados, uma certa quantidade de energia deve ser fornecida ao cristal, sendo suficiente para que quebrar a ligação ânion-cátion. Esta energia é denominada energia de rede. 25 Baseado na razão entre os raios e a necessidade de balanço de cargas da estrutura cúbica, qual o arranjo atômico do CoO? Considerando o raio iônico do Cobalto igual a 0,0745 nm e o raio iônico do Oxigênio igual a 0,140 nm obtêm-se a relação r/R = 0,532. Isso leva a um número de coordenação igual a 6 e estrutura do tipo Cloreto de Sódio e a célula unitária para essa estrutura cristalina é gerada a partir de um arranjo CFC. 26 Baseado no raio iônico, determine o número de coordenação esperado para os seguintes compostos: a) FeO b) CaO c) SiC d) PbS e) B2O3 a) FeO Raio Fe2+ = 0,077 nm Raio O2- = 0,140 nm r/R = 0,55 NC = 6 b) CaO Raio Ca2+ = 0,100 nm Raio O2- = 0,140 nm r/R = 0,714 NC = 6 c) SiC Raio Si4+ = 0,040 nm Raio C4- = 0,260 nm r/R = 0,154 NC = 2 d) PbS Raio Pb2+ = 0,120 nm Raio S2- = 0,184 nm r/R = 0,65 NC = 6 e) B2O3 Raio B3+ = 0,023 nm Raio O2- = 0,140 nm r/R = 0,164 NC = 3 28 Descreva a estrutura cristalina do Al2O3. Estrutura do tipo AX2, onde 2/3 dos locais tetraédricos estão ocupados por Al+3. Este composto mantém sua neutralidade elétrica devido a valência. 29 Descreva a estrutura cristalina tipo perovskita. Cite um exemplo. É uma estrutura do tipo AnBmXp que possui um óxido duplo com dois cátions, sua estrutura é mais complexa devido a presença de mais um átomo.Ex: CaTiO3. 30 Descreva a estrutura cristalina tipo espinélio. Cite um exemplo. A estrutura do espinélio é formada por dois metais de valência diferentes onde um forma um interstício tetraédrico e outro um interstício octaédrico. O ânion forma a rede CFC. Ex.: FeAl2O4. 31 Descreva a estrutura cristalina “cúbica tipo diamante”. Cite exemplos de materiais que cristalizam nessa estrutura. A estrutura cristalina do diamante é característica pela ocupação dos interstícios, por ser totalmente covalente e metaestável. Seus átomos se tocam pela diagonal do cubo. Os materiais que cristalizam com esta estrutura são o Ge, o Si e o Pb. 32 Comente a cristalinidade de materiais poliméricos. Os materiais poliméricos que não são amorfos, apresentam uma estrutura semi-cristalina. O grau de cristalinidade varia conforme a organização das cadeias poliméricas, sendo uma importante característica que deve ser levada em conta na seleção de um material e sua aplicação. 33 Descreva a estrutura não-cristalina dos vidros. O que são pontes- de-oxigênio e modificadores de redes? Os vidros são materiais amorfos, onde não há ordenamento nem na primeira vizinhança. Os vidros inorgânicos à base de sílica, aos quais foram adicionados outros óxidos, como o CaO e o Na2O, estes óxidos adicionados não formam redes poliédricas, ao contrário, seus cátions são incorporados no interior através de pontes de oxigênio e modificam a rede, por esta razão estes aditivos óxidos são chamados de modificadores de rede. 34 Como pode-se obter informações sobre estrutura cristalina de materiais a partir da difração de raio-X? Quando um feixe de raios x é dirigido à um material cristalino, esses raios são difratados pelos planos dos átomos ou íons dentro do cristal.Ao se incidir um feixe de raios-X sobre um cristal, onde os átomos estão regularmente espaçados (periodicidade do arranjo cristalino), cada átomo será uma fonte de emissão esférica de radiação. Netas condições poderá haver interferências construtivas ou destrutivas entre as ondas eletromagnéticas se estiverem em fase entre si ou defasadas, respectivamente. Então, utilizando a Lei de Bragg e relacionando com os índices de Miller as reflexões obtidas fornecem informações sobre a estrutura cristalina do material. 35 Nos exercícios em que você calculou a densidade teórica de metais ou compostos, esta difere dos valores que você obtém na prática analisando sólidos mesmo com porosidade nula. A que se deve a diferença? E qual sua consequência? A diferença entre o valor teórico e o valor real de densidade, pode ser devido aos defeitos cristalinos presentes nos materiais, oriundos do processamento ou da presença de inclusões. A consequência destes defeitos, poderá influenciar diretamente na perda de propriedades do material. 36 Que tipo de defeitos podem ocorrer num cristal. Quais são os defeitos pontuais? Descreva-os. Os tipos de defeitos em cristais podem ser definidos como defeitos pontuais, defeitos lineares, defeitos planares e defeitos volumétricos. Os defeitos pontuais são: • Vacâncias: é a falta de um átomo na rede cristalina. Pode resultar do empacotamento imperfeito na solidificação inicial, ou devido a vibrações térmicas dos átomos em função da temperatura. • Átomos intersticiais: Quando um átomo é abrigado por uma estrutura cristalina, principalmente se esta tiver um baixo fator de empacotamento, distorcendo a rede. • Átomos substitucionais: Quando um átomo é deslocado de sua posição original por outro, e conforme o tamanho, pode: (a) aproximar os átomos da rede; (b) separar os átomos da rede. Consequência: distorção da rede. • Defeito Frenkel: um íon desloca-se de sua posição na rede (formando uma lacuna) para uma posição intersticial. • Defeito Schottky: lacuna de um par de íons, mantendo o equilíbrio de cargas. 37 Classifique os defeitos pontuais quanto à forma, origem e estequiometria. Quanto à forma são: Vacância, Inclusões (intersticial e substitucional), Schottky e Frenkel. Quanto a origem são: Intrínseco e Extrínseco. E quando a estequiometria são: Não estequiométrico: sub rede de cátions e sub rede de ânions. 38 O que são defeitos: a) não-estequiométricos? Adição ou perda seletiva de um (ou mais) constituinte(s) do cristal – que consequentemente leva a uma mudança em sua fórmula química. 39 O que são defeitos extrínsecos e intrínsecos? Intrínsecos: defeitos decorrentes das leis físicas, como exemplo, altas temperaturas; Extrínsecos: defeitos presentes devido ao meio ambiente e/ou as condições de processamento. Esses defeitos são criados como resultado da presença de impurezas no cristal. Sendo que a maioria dos defeitos em materiais são extrínsecos. 40 O que é íon aliovalente e íon isovalente? Aliovalente é a solução solida intersticial ou substicional com diferente valência, e é caracterizado pelo excesso de cargas introduzidas que causam grande concentração de defeitos na rede cristalina, o tipo de defeito depende da energia de formação, os defeitos de Schottky e Frenkel são exemplos de defeitos aliovalentes. Isovalente é uma solução sólida intersticial ou substicional com valência igual, são incorporados de forma simples, deve-se considerar a interação elástica resultante da diferença dos raios iônicos, neste caso aplica-se a regra de Hume- Rothery para determinar o tipo de solução sólida formada. 41 Calcule o número de vacâncias por cm3 e o número de vacâncias por átomo de cobre (a) a temperatura ambiente e (b) a 1084°C (justo acima do ponto de fusão. 83,6 kJ são necessários para produzir uma vacância no cobre.) nv = n exp (-Q/RT) 𝑛 = 4 (3,6151 × 10−8)3 = 8,47 × 1022 á𝑡𝑜𝑚𝑜𝑠 𝑑𝑒 𝐶𝑢/𝑐𝑚³ a) T = 25°C 𝑛𝑣 = (8,47 × 10 22 )ex p [− 83600 8,31 × 298 ] = 1,847 × 108 𝑣𝑎𝑐â𝑛𝑐𝑖𝑎𝑠 𝑐𝑚3⁄ 𝑛𝑣 𝑛 = 1,847 × 108 8,47 × 1022 = 𝟐, 𝟏𝟖 × 𝟏𝟎−𝟏𝟓 𝒗𝒂𝒄â𝒏𝒄𝒊𝒂𝒔 á𝒕𝒐𝒎𝒐𝒔 𝒅𝒆 𝑪𝒖⁄ b) T= 1084°C 𝑛𝑣 = (8,47 × 10 22 )ex p [− 83600 8,31 × 1357 ] = 5,11 × 1019 𝑣𝑎𝑐â𝑛𝑐𝑖𝑎𝑠 𝑐𝑚3⁄ 𝑛𝑣 𝑛 = 5,11 × 1019 8,47 × 1022 = 𝟔, 𝟎𝟑 × 𝟏𝟎−𝟒 𝒗𝒂𝒄â𝒏𝒄𝒊𝒂𝒔 á𝒕𝒐𝒎𝒐𝒔 𝒅𝒆 𝑪𝒖⁄ 42 Quais as consequências de um defeito tipo Frenkel na rede, por exemplo, do MgO? No defeito de Frenkel, o defeito se forma quando o cátion (nesse caso, Mg2+) deixa o seu lugar na rede, criando uma vacância e se torna intersticial se alojando em um lugar próximo normalmente não ocupado por um átomo. 45 O que são discordâncias e como podem ocorrer? Nos sólidos cristalinos, os defeitos lineares ou discordâncias são defeitos que originam uma distorção da rede centrada em torno de uma linha. As discordâncias são originadas durante a solidificação dos sólidos cristalinos. Podem também ser originadas por deformação plástica, ou permanente, de sólidos cristalinos, por condensação de lacunas e por desajustamentos atômicos em soluções sólidas. Os dois principais tipos de defeitos lineares são: discordâncias em linha, cunha (aresta) e em hélice espiral (ou parafuso). 46 Qual o significado do vetor de Burgers? Qual a relação entre a discordância e a direção do vetor de Burgers para cada tipo de discordância? O vetor de Burgers fornece a magnitude e a direção de distorção da rede, corresponde à distância de deslocamento dos átomos ao redor da discordância. Na discordância em espiral o vetor de Burger é paralelo a direção da linha de discordância, na discordância em cunha o vetor de Burgers é perpendicular à discordância em cunha. 47 Defina grão. O que é contorno de grão. Que tipo defeito é considerado um contorno de grão? Grão é a porção de material onde o arranjo cristalino é idêntico, variando sua orientação. Contorno de grão é a fronteira entre os grãos e é considerado um defeito planar. 48 Como pode a superfície de um cristal ser considerado um defeito da estrutura cristalina? É considerado um defeito pois há uma descontinuidade nos átomos da superfície, pois a coordenação atômica nessa região não é comparável ao dos átomos no interior do cristal. 49 O que são defeitos volumétricos? Defeitos volumétricos: defeitos macroscópicos tridimensionais se estendem sobre o conjunto dos átomos na estrutura ou no volume. Como exemplos destes defeitos pode-se citar os poros, as fendas, os precipitados e as inclusões. 50 Cite algumas propriedades influenciadas diretamente pela presença de defeitos. Difusão, transformações de fase, evolução da microestrutura, resistência mecânica, fragilidade, dureza, propriedades magnéticas e dielétricas.
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