Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.
left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

Prévia do material em texto

Editora Appris Ltda.
1.ª Edição - Copyright© 2020 dos autores
Direitos de Edição Reservados à Editora Appris Ltda.
Nenhuma parte desta obra poderá ser utilizada indevidamente, sem
estar de acordo com a Lei nº 9.610/98. Se incorreções forem
encontradas, serão de exclusiva responsabilidade de seus
organizadores. Foi realizado o Depósito Legal na Fundação
Biblioteca Nacional, de acordo com as Leis nos 10.994, de
14/12/2004, e 12.192, de 14/01/2010.
Catalogação na Fonte
Elaborado por: Josefina A. S. Guedes
Bibliotecária CRB 9/870
S586g
2020
Silva, Carine Viana
Guia prático de prescrição farmacêutica / Carine Viana
Silva. - 1. ed. – Curitiba: Appris, 2020.
331 p. ; 27 cm – (Multidisciplinaridade em saúde e
humanidades)
Inclui bibliografias
ISBN 978-85-473-4500-6
1. Serviços farmacêuticos. 2. Farmácias, drogarias, etc. –
Guias e manuais, etc. I. Título. II. Série.
CDD – 361.1782 
Livro de acordo com a normalização técnica da ABNT.
Editora e Livraria Appris Ltda.
Av. Manoel Ribas, 2265 – Mercês
Curitiba/PR – CEP: 80810-002
Tel: (41) 3156-4731 | (41) 3030-4570
http://www.editoraappris.com.br/
http://www.editoraappris.com.br/
FICHA TÉCNICA
EDITORIAL
Augusto V. de A. Coelho
Marli Caetano
Sara C. de Andrade Coelho
COMITÊ EDITORIAL
Andréa Barbosa Gouveia - UFPR
Edmeire C. Pereira - UFPR
Iraneide da Silva - UFC
Jacques de Lima Ferreira - UP
Marilda Aparecida Behrens - PUCPR
EDITORAÇÃO Lucas Andrade
ASSESSORIA EDITORIAL Lucas Casarini
DIAGRAMAÇÃO Andrezza Libel
 CAPA Eneo Lage
REVISÃO Camila Dias Manoel
GERÊNCIA DE FINANÇAS Selma Maria Fernandes do Valle 
COMUNICAÇÃO
Carlos Eduardo Pereira
Débora Nazário
Karla Pipolo Olegário
LIVRARIAS E EVENTOS Estevão Misael
CONVERSÃO PARA E-PUB Carlos Eduardo H. Pereira
 
COMITÊ CIENTÍFICO DA COLEÇÃO MULTIDISCIPLINARIDADES EM
SAÚDE E HUMANIDADES
 
DIREÇÃO CIENTIFICA Dra. Doutora Márcia Gonçalves - UNITAU
CONSULTORES Lilian Dias Bernardo – IFRJ
Taiuani Marquine Raymundo - UFPR
Janaína Doria Líbano Soares - IFRJ
Rubens Reimao – USP
Edson Marques – Unioeste
Maria Cristina Marcucci Ribeiro – UNIAN-SP
Maria Helena Zamora – PUC-Rio
Aidecivaldo Fernandes de Jesus – FEPI
Zaida Aurora Geraldes – FAMERP
Aos meus alunos, que representam o futuro da profissão
farmacêutica, para vocês foi realizada esta obra.
Aos colegas que se dedicam a proporcionar um cuidado
farmacêutico de qualidade ao paciente.
Aos meus filhos, Bernardo e Pedro Henrique, que são minha
motivação e alegria de viver.
Conheça todas as teorias, domine todas as técnicas, 
mas ao tocar uma alma humana seja apenas outra alma
humana (Carl Jung).
Prefácio
Em uma época de significativas transformações do que
representa a profissão farmacêutica no Brasil, em que
nossas atividades são crescentemente reconhecidas e
regulamentadas para contribuir de forma direta com a
qualidade de vida das pessoas, uma publicação como o
Guia Prático de Prescrição Farmacêutica constitui obra
indispensável para quem atua ou pretende atuar no cuidado
em saúde centrado no paciente.
Elaborado de forma minuciosa pela farmacêutica e
docente Carine Viana Silva, experiente em serviços
farmacêuticos e ações que estimulam o comprometimento
do paciente, o autocuidado e o nível de adesão ao
tratamento, o Guia conta uma linguagem acessível,
referências atualizadas e uma notável capacidade de
contextualizar aspectos úteis à rotina do farmacêutico
prescritor.
De modo didático, o livro apresenta conceitos vinculados
à prática farmacêutica e elucida pontos vitais relacionados à
prescrição, consultório e serviços farmacêuticos,
sistematizando legislações e dicas para a conduta do
profissional; informações essenciais que também permeiam
interações, tratamentos e encaminhamentos, e tornam esta
edição bastante completa e de fácil visualização para uma
consulta rápida.
É preciso considerar que as Resoluções CFF 585 e
586/13 respaldaram o farmacêutico para realizar uma série
de atribuições clínicas e prescrever determinados
medicamentos e terapêuticas. Segundo as normas, a
prescrição deve ser realizada com base nas necessidades
de saúde do paciente, nas melhores evidências científicas,
em princípios éticos e em conformidade com as políticas de
saúde vigentes. O ato deve estar fundamentado em
conhecimentos e habilidades clínicas que abranjam boas
práticas de prescrição, fisiopatologia, semiologia,
comunicação interpessoal, farmacologia clínica e
terapêutica.
Não há dúvidas de que se trata de uma grande
responsabilidade. No entanto, no momento em que o
farmacêutico colocar no papel tudo o que diz ao paciente e
as diversas orientações referentes aos cuidados de saúde,
ele vai se empoderar. Com os encaminhamentos e
observações, ele vai inclusive fortalecer a profissão. É um
movimento que valoriza a categoria e contribui com a
promoção da saúde pública.
Diante dos desafios e possibilidades que as atividades
clínicas oferecem ao farmacêutico, é fundamental que o
profissional busque se capacitar, atualizar-se e ter acesso a
fontes seguras de informação. Tais materiais embasarão a
tomada de decisão para a adoção de terapias efetivas e
racionais, e o livro que você tem em mãos é um exemplo.
Mantenha-o sempre por perto e boa leitura!
Silvana Furquim
Presidente do CRF/RS 2020/21
Apresentação da obra
Apresentamos o livro Guia Prático de Prescrição
Farmacêutica, que tem a intenção de contribuir com
farmacêuticos atuantes em farmácias e drogarias. O livro
aborda a prescrição farmacêutica de forma prática e
atualizada, para que possa ser utilizado no cotidiano do
profissional. O profissional farmacêutico encontrará os
principais medicamentos possíveis de serem prescritos de
forma organizada, simples e objetiva, possibilitando uma
consulta rápida.
Salientamos que a área das Ciências Farmacêuticas está
em constante evolução científica. Dessa forma, conforme
novos conhecimentos são divulgados, poderão ocorrer
mudanças nas indicações farmacêuticas, posologias,
reações adversas, interações medicamentosas e nas
orientações relacionadas aos medicamentos abordados
nesta edição. Da mesma forma, o livro está fundamentado
nas regulamentações sanitárias e profissionais atuais. As
legislações podem ser atualizadas, e o que ora é permitido
pode passar a ser proibido para prescrição pelo profissional
farmacêutico.
Os seis primeiros capítulos versam sobre serviços
farmacêuticos, prescrição farmacêutica, semiologia
farmacêutica, medicamentos isentos de prescrição,
suplementos alimentares e fitoterápicos. A abordagem inicial
inclui aspectos conceituais e regulatórios que são
fundamentais para o profissional farmacêutico ter segurança
na prescrição.
Os capítulos seguintes incluem as principais afecções
menores do cotidiano farmacêutico e os principais
medicamentos passíveis de prescrição farmacêutica usados
para: febre, cefaleia, resfriados, tosse, dor de garganta,
alergias, azia, dispepsia, náuseas, vômitos, cólicas,
constipação, diarreia, verminoses, acne, distúrbios
proliferativos da pele, dermatomicoses, ferimentos,
queimaduras, cicatrizantes, calos duros, verrugas, dermatite
das fraldas, pediculose, escabiose, picada de insetos,
mordida de artrópodes, sintomas de hemorroidas, condições
oftalmológicas, impactação de cerume, saúde bucal e aftas.
Nos dois últimos capítulos são abordados os suplementos
vitamínicos, minerais e fitoterápicos mais utilizados na
clínica farmacêutica.
Salientamos que o farmacêutico prescritor deve ser um
profissional informado das limitações éticas relacionadas à
prescrição farmacêutica e deve buscar conhecimento
atualizado sobre as alternativas terapêuticas relacionadas
aos problemas de saúde autolimitados.
Carine Viana
Lista de abreviaturas
AAS Ácido acetilsalicílico
°C Graus Celsius
AGE Ácidos graxos essenciais
AINEs Anti-inflamatórios não esteroidais
AMGC Automonitoramento da glicemia capilar
Anvisa Agência Nacional de Vigilância Sanitária
CBO Classificação Brasileira de Ocupações
CFF Conselho Federal de Farmácia
CI Contraindicações
CMC Carboximetilcelulose
CNAE Classificação Nacional de AtividadesEconômicas
CNES Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde
Concla Comissão Nacional de Classificação
CRF Conselho Regional de Farmácia
DM Diabetes mellitus
DM1 Diabetes mellitus tipo 1
DM2 Diabetes mellitus tipo 2
EAB Efeito do avental branco
EAM Efeitos adversos ao medicamento
EAR Estomatite aftoide recorrente
EDTA Etilenodiamino tetracetato de sódio
Gite Grupos e Indicações Terapêuticas Especificadas
HbA1c Hemoglobina glicada
HPMC Hidroxipropilmetilcelulose
HPV Papilomavírus humano
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IDR Ingestão diária recomendada
IFAV Insumo farmacêutico ativo vegetal
IM Interações medicamentosas
IMC Índice de massa corporal
IN Instrução normativa
IND Indicação de uso
Inmetro Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e
Tecnologia
MIP Medicamentos isentos de prescrição
OF Orientações farmacêuticas
OMS Organização Mundial da Saúde
PA Pressão arterial
PAD Pressão arterial diastólica
PAS Pressão arterial sistólica
PF Prescrição farmacêutica
PFE Pico de fluxo expiratório
PO Posologia e Modo de usar
POPs Procedimentos operacionais padrão
RA Reações adversas ao medicamento
RDC Resolução da Diretoria Colegiada
RE Retinol equivalente
Rename Relação nacional de medicamentos essenciais
SBD Sociedade Brasileira de Diabetes
SUS Sistema Único de Saúde
TLR Teste laboratorial remoto
TOTG Teste oral de tolerância à glicose
Sumário
CAPÍTULO 1
SERVIÇOS FARMACÊUTICOS 19
Carine Viana
CAPÍTULO 2
PRESCRIÇÃO FARMACÊUTICA 29
Carine Viana
CAPÍTULO 3
SEMIOLOGIA FARMACÊUTICA 35
Carine Viana
CAPÍTULO 4
MEDICAMENTOS ISENTOS DE PRESCRIÇÃO 53
Carine Viana
CAPÍTULO 5
SUPLEMENTOS ALIMENTARES 61
Carine Viana
Thaís Ramos Dal Molin
CAPÍTULO 6
FITOTERÁPICOS 67
Carine Viana
CAPÍTULO 7
FEBRE 75
Carine Viana
CAPÍTULO 8
CEFALEIA 85
Carine Viana
CAPÍTULO 9
RESFRIADOS 95
Carine Viana
CAPÍTULO 10
TOSSE 109
Carine Viana
CAPÍTULO 11
DOR DE GARGANTA 119
Carine Viana
CAPÍTULO 12
ALERGIAS 127
Carine Viana
CAPÍTULO 13
AZIA E DISPEPSIA 139
Carine Viana
CAPÍTULO 14
NÁUSEAS E VÔMITOS 147
Carine Viana
CAPÍTULO 15
CÓLICAS 151
Carine Viana
CAPÍTULO 16
CONSTIPAÇÃO 161
Carine Viana
CAPÍTULO 17
DIARREIA 171
Carine Viana
CAPÍTULO 18
VERMINOSES 177
Carine Viana
CAPÍTULO 19
ACNE 183
Carine Viana
Viviane Deuschle
CAPÍTULO 20
DISTÚRBIOS PROLIFERATIVOS DA PELE 197
Carine Viana
Viviane Deuschle
CAPÍTULO 21
MICOSES 205
Carine Viana
Viviane Deuschle
CAPÍTULO 22
DERMATITE DAS FRALDAS 215
Carine Viana
Viviane Deuschle
CAPÍTULO 23
FERIMENTOS E QUEIMADURAS 221
Carine Viana
Viviane Deuschle
CAPÍTULO 24
CICATRIZES 231
Carine Viana
Viviane Deuschle
CAPÍTULO 25
CALOS DUROS E VERRUGAS 239
Carine Viana
Viviane Deuschle
CAPÍTULO 26
PEDICULOSE E ESCABIOSE 245
Carine Viana
Viviane Deuschle
CAPÍTULO 27
PICADA DE INSETOS 251
Carine Viana
Viviane Deuschle
CAPÍTULO 28
SINTOMAS DE HEMORROIDAS 257
Carine Viana
Viviane Deuschle
CAPÍTULO 29
CONDIÇÕES OFTÁLMICAS 267
Carine Viana
Viviane Deuschle
CAPÍTULO 30
IMPACTAÇÃO DE CERUME 279
Carine Viana
CAPÍTULO 31
SAÚDE BUCAL 283
Carine Viana
CAPÍTULO 32
AFTAS 293
Carine Viana
CAPÍTULO 33
SUPLEMENTOS VITAMÍNICOS E MINERAIS 303
Carine Viana
Thaís Dal Molin
CAPÍTULO 34
PRESCRIÇÃO DE FITOTERÁPICOS 317
Carine Viana
Regis Augusto Deuschle
ÍNDICE REMISSIVO 327
CAPÍTULO 1
SERVIÇOS FARMACÊUTICOS
Carine Viana
INTRODUÇÃO
O movimento envolvendo a mudança da profissão farmacêutica ao longo dos anos é
evidente. A implantação de serviços clínicos farmacêuticos foi iniciada em ambiente
hospitalar, posteriormente expandindo para farmácias comunitárias. Somente nos últimos
anos, mudanças na regulação propiciaram a implantação de consultórios farmacêuticos
autônomos.
A necessidade de um cuidado multiprofissional centrado no paciente exige que o
farmacêutico busque inserção nas equipes de saúde. Aumentar a atuação farmacêutica no
cuidado do paciente mostra para a sociedade e gestores que esse profissional é
imprescindível ao sistema de saúde.
O farmacêutico tem competência para atuar na promoção, proteção e recuperação da
saúde, bem como na prevenção de doenças. Os serviços clínicos farmacêuticos são cada
vez reconhecidos e respeitados pelos demais profissionais da saúde e pela sociedade.
Entre as conquistas da profissão está a inserção de diversos procedimentos no âmbito do
Sistema Único de Saúde brasileiro vinculados ao farmacêutico.
A Ciência Farmacêutica está em constante evolução científica, promovendo alterações em
protocolos clínicos e nas legislações pertinentes. Esses fatos, aliados às demandas atuais
da sociedade, geram um desafio ao farmacêutico pela busca constante de conhecimentos
atualizados.
Apesar de ser estratégico ao sistema público de saúde, o farmacêutico não alcançou ainda
a inserção adequada. Os gestores ainda não entendem que o profissional agrega
conhecimento às equipes multiprofissionais e que representa economia financeira ao
sistema de saúde. Por capilaridade, a atuação individual de cada profissional pelo uso
racional de medicamentos vai nos auxiliar a alcançar o devido reconhecimento da profissão.
Entre os desafios atuais está a padronização de termos técnicos entre os profissionais, os
conselhos de classe e os órgãos de fiscalização sanitária. Conceitos relativos aos
processos de trabalho do profissional farmacêutico devem ser claros e congruentes em
todas as regulações emanadas pelos diferentes órgãos competentes.
Com base em procedimentos e serviços definidos em todos os níveis, é possível avaliar e
comparar de forma efetiva o trabalho do profissional farmacêutico. A valorização e inserção
do profissional farmacêutico no sistema de saúde possibilita harmonizar a remuneração
pelos serviços farmacêuticos.
Atualmente, a principal ferramenta conceitual disponível ao farmacêutico é a publicação do
Conselho Federal de Farmácia intitulada Serviços farmacêuticos diretamente destinados ao
paciente, à família e à comunidade: contextualização e arcabouço conceitual. Termos
conceituais bem definidos auxiliam a comunicação entre colegas farmacêuticos, com os
demais profissionais da saúde e com o paciente.
O Quadro 1.1 apresenta definições importantes dentro da prática farmacêutica com base
em regulamentações vigentes e no Arcabouço Conceitual Publicado pelo CFF (2016). Em
momento oportuno, os termos serão citados novamente com vistas à melhor
contextualização.
Quadro 1.1 - Definições e conceitos vinculados à prática farmacêutica
TERMO DEFINIÇÃO
TERMO DEFINIÇÃO
Anamnese
farmacêutica
Entrevista realizada para coleta de dados do paciente, com finalidade de conhecer sua história de
saúde, elaborar o perfil farmacoterapêutico e identificar suas necessidades de saúde.
Assistência
farmacêutica
Conjunto de ações e serviços relacionados com o medicamento, destinados a apoiar as ações de
saúde demandadas por uma comunidade. Envolve o abastecimento de medicamentos em todas
as suas etapas, a conservação, o controle de qualidade, segurança, eficácia terapêutica dos
medicamentos, o acompanhamento e a avaliação do uso, a obtenção e a difusão de informação
sobre medicamentos e a educação permanente dos profissionais de saúde, do paciente e da
comunidade para assegurar o uso racional de medicamentos.
Atenção
farmacêutica
Prática farmacêutica desenvolvida no contexto da Assistência Farmacêutica e que envolve
atitudes, valores éticos, habilidades, compromissos e corresponsabilidades na prevenção de
doenças, promoção e recuperação da saúde, de forma integrada à equipe de saúde. Interação
direta do farmacêutico com o usuário, visando a uma farmacoterapia racional e à obtenção de
resultados definidos e mensuráveis, voltados para a melhoria da qualidade de vida. Essa
interação também deve envolver as concepções dos seus sujeitos, respeitadas as suas
especificidades biopsicossociais, sob a ótica da integralidade das ações de saúde.
Consulta
farmacêutica
Atendimento ao paciente com a finalidade de obter os melhores resultados com a farmacoterapia
e promover o uso racional de medicamentos.
Consultório
farmacêutico
Local de trabalho para atendimentode pacientes, familiares e cuidadores, onde se realiza com
privacidade a consulta farmacêutica. Pode funcionar de modo autônomo ou como dependência de
hospitais, ambulatórios, farmácias comunitárias, unidades de atenção à saúde, instituições de
longa permanência e demais serviços de saúde, no âmbito público e privado.
Cuidado
farmacêutico
Modelo de prática que orienta a provisão de diferentes serviços farmacêuticos diretamente
destinados ao paciente, à família e à comunidade, visando à prevenção e à resolução de
problemas da farmacoterapia, ao uso racional e ótimo dos medicamentos, à promoção, à
proteção e à recuperação da saúde, bem como à prevenção de doenças e de outros problemas
de saúde.
Farmácia
clínica
Área da farmácia voltada à ciência e à prática do uso racional de medicamentos, na qual o
farmacêutico presta cuidado ao paciente para otimizar a farmacoterapia, promovendo saúde,
bem-estar e prevenindo doenças.
Intervenção
farmacêutica
Ato profissional planejado, documentado e realizado pelo farmacêutico, com a finalidade de
otimização da farmacoterapia, promoção, proteção e da recuperação da saúde, prevenção de
doenças e de outros problemas de saúde.
Prescrição
farmacêutica
Ato farmacêutico documentado acerca das terapias farmacológicas e não farmacológicas
selecionadas para o paciente, bem como outras intervenções relativas ao cuidado à saúde do
paciente, visando à promoção, à proteção e à recuperação da saúde, e à prevenção de doenças
e outros problemas de saúde.
Problema de
saúde
autolimitado
Enfermidade aguda de baixa gravidade, de breve período de latência, que desencadeia uma
reação orgânica a qual tende a cursar sem danos ao paciente e que pode ser tratada de forma
eficaz e segura com medicamentos e outros produtos com finalidade terapêutica, cuja
dispensação não exija prescrição médica, incluindo medicamentos industrializados e preparações
magistrais (alopáticos ou dinamizados), plantas medicinais, drogas vegetais ou com medidas não
farmacológicas.
Procedimentos
farmacêuticos
Ações realizadas durante a prestação de serviços farmacêuticos, ou fora deles, que visam
contribuir para a prevenção de doenças, a promoção e recuperação da saúde, e para o bem-estar
das pessoas.
Semiologia
farmacêutica
Estudo dos sinais e sintomas por meio de competências que envolvem a realização do exame
clínico, análise de exames laboratoriais e complementares, com o objetivo de identificar as
necessidades de saúde do paciente. A semiologia farmacêutica permite avaliar a efetividade e
segurança de medicamentos em uso e, ainda, detectar e resolver possíveis problemas
relacionados à farmacoterapia.
TERMO DEFINIÇÃO
Serviços
farmacêuticos
Conjunto de atividades organizadas em um processo de trabalho, com objetivo de contribuir para
prevenção de doenças, promoção, a proteção e recuperação da saúde, e para a melhoria da
qualidade de vida das pessoas.
Uso racional
de
medicamentos
Processo onde o paciente recebe medicamentos apropriados para suas necessidades clínicas,
em doses adequadas às suas características individuais, pelo período de tempo adequado e ao
menor custo possível, para si e para a sociedade.
Fonte: Política Nacional de Assistência Farmacêutica, 2004; Conselho Federal de Farmácia, 2013a;
2013b; 2016
SERVIÇOS FARMACÊUTICOS
Serviços farmacêuticos são processos que buscam prevenir o desenvolvimento de
doenças, promover, proteger e recuperar a saúde do indivíduo. Os serviços se diferenciam
de procedimentos por exigirem conhecimento e envolverem processos cognitivos, por outro
lado procedimentos requerem principalmente habilidades técnicas. Os procedimentos
podem ser realizados para subsidiar os serviços farmacêuticos prestados.
A Figura 1.1 apresenta os serviços farmacêuticos atualmente reconhecidos pelo Conselho
Federal de Farmácia e alguns procedimentos farmacêuticos que podem estar envolvidos no
processo de cuidado ao paciente.
Figura 1.1 - Serviços e procedimentos farmacêuticos
Fonte: autora
A Resolução da Anvisa n° 44/2009 dispõe sobre Boas Práticas Farmacêuticas para o
controle sanitário do funcionamento, da dispensação e da comercialização de produtos e da
prestação de serviços farmacêuticos em farmácias e drogarias. Nessa regulação ainda são
considerados somente os serviços farmacêuticos de atenção farmacêutica e a perfuração
de lóbulo auricular para colocação de brincos. No serviço de atenção farmacêutica está
inserida a atenção farmacêutica domiciliar, a administração de medicamentos, a aferição de
parâmetros fisiológicos e bioquímicos.
Além de prever o serviço de administração de medicamentos, a RDC da Anvisa nº 44/2009
prevê a participação em campanhas e programas de promoção da saúde e educação
sanitária promovidos pelo Poder Público. Dessa forma, em 2013 o CFF regulamentou as
atribuições e competências do farmacêutico na dispensação e aplicação de vacinas, em
farmácias e drogarias. A promulgação da Lei Federal nº 13.021, em 2014, tornou a farmácia
uma unidade de prestação de serviços tornando possível disponibilizar soros e vacinas,
conforme o perfil epidemiológico regional.
A revisão da RDC da Anvisa nº 44/2009 está na Lista de Temas da Agenda Regulatória da
Anvisa para o quadriênio 2017-2020.
O cuidado farmacêutico envolve a oferta de diferentes serviços farmacêuticos diretamente
destinados ao paciente, buscando atender a suas necessidades de saúde. A Figura 1.2
mostra de forma simplificada as principais etapas desse processo, desde o atendimento da
demanda até a avaliação farmacêutica dos resultados.
A Resolução CFF nº 659/2018 define critérios éticos que orientam a atuação do
farmacêutico no âmbito de propagandas, publicidades ou em anúncios apresentados em
todas as formas de comunicação conhecida, seja escrita, falada, audiovisual, digital, virtual
e afins.
O farmacêutico fica proibido de anunciar ou divulgar técnicas, terapias de tratamento e área
da atuação que não apresentem evidências científicas. Também é vedada a divulgação de
serviços que não possuam instalações e equipamentos registrados nos órgãos
competentes. Quanto à divulgação de preços dos serviços ou formas de pagamento para a
captação de clientela, deve estar de acordo com os direitos do consumidor.
O profissional farmacêutico não pode usar expressões como “o melhor”, “o mais eficiente”,
“o único capacitado”, “resultado garantido” ou outras capazes de induzir o paciente ao erro.
Da mesma forma, fica proibido fazer afirmações e citações que não sejam baseadas em
publicações ou evidências científicas. A norma também garante ao cliente, ou seu
responsável, o acesso à informação de qualidade, confiável e rastreável cientificamente.
Figura 1.2 - Ciclo do cuidado farmacêutico
Fonte: autora
CONSULTÓRIO FARMACÊUTICO
Os serviços farmacêuticos podem ser prestados de modo autônomo ou vinculados a
diferentes estabelecimentos, tanto no âmbito público como privado. Idealmente a consulta
farmacêutica deve ser realizada em consultório farmacêutico ou em ambiente que garanta a
privacidade do atendimento.
O atendimento farmacêutico pode ocorrer em farmácias, drogarias, unidades de atenção
primária à saúde, farmácia hospitalar, leito hospitalar, serviços de urgência e emergência,
ambulatórios, instituições de longa permanência e até mesmo no domicílio do paciente.
Em 2017, o Conselho Federal de Farmácia (CFF) conseguiu que o Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE) e sua Comissão Nacional de Classificação (Concla) incluísse
consultórios farmacêuticos e os serviços prestados por farmacêuticos na Classificação
Nacional de Atividades Econômicas (CNAE). A partir de então, os farmacêuticos têm o
respaldo burocrático e legal para a instalação de seus consultórios e a prestação de seus
serviços.
CNAE é uma classificação oficial que padroniza as atividades econômicas em todo o país,
servindo para facilitar o enquadramento das empresas. Dessa forma, se o farmacêutico for
atuar de forma autônoma, deverá definir os serviços que serão prestados e contratar um
contador especializado na prestação deserviços de consultórios. Agora, caso o
farmacêutico queira abrir o consultório em uma farmácia ou drogaria já existente, deve
solicitar ao contador que inclua a atividade de consultório farmacêutico na Receita Federal.
Os números da CNAE são 8650-0/99 para consultórios farmacêuticos e 8650-0/99 para
serviços prestados por farmacêuticos clínicos em farmácia ou drogaria.
O farmacêutico deverá também comunicar à Vigilância Sanitária do Município e ao
Conselho Regional de Farmácia que vai prestar serviços farmacêuticos no estabelecimento
e fazer os devidos encaminhamentos requeridos por ambos os órgãos. Em relação ao
alvará da Vigilância Sanitária é fundamental atentar para as particularidades da região onde
você mora. As legislações estaduais e municipais podem mudar em alguns detalhes. Outros
documentos importantes do consultório farmacêutico são o alvará de funcionamento
expedido pelo Município e a autorização do Corpo de Bombeiros.
A RDC da Anvisa nº 44, de 17 de agosto de 2009, prevê que o ambiente destinado aos
serviços farmacêuticos deve ser diverso daquele destinado à dispensação e à circulação de
pessoas em geral. O ambiente deve garantir o conforto dos usuários, possuindo dimensões,
mobiliário e infraestrutura adequados ao serviço. O consultório deve ser provido de lavatório
contendo água corrente e dispor de toalha de uso individual e descartável, sabonete líquido,
gel bactericida e lixeira com pedal e tampa. O acesso ao sanitário, caso exista, não deve
ser pelo consultório. O procedimento de limpeza do consultório deve ser realizado
diariamente no início e ao término do horário de funcionamento. Após cada atendimento,
deve ser verificada a necessidade de realizar novo procedimento de limpeza, a fim de
minimizar riscos à saúde dos usuários e dos funcionários do estabelecimento.
No âmbito do Sistema Público de Saúde brasileiro, o código 2234-05, da Classificação
Brasileira de Ocupações (CBO), referente ao farmacêutico, foi inserido em 2018 na Tabela
de Procedimentos, Medicamentos e OPM (Órteses, Próteses e Materiais Especiais do
SUS). O profissional farmacêutico foi vinculado a 49 procedimentos remunerados pelo
Sistema Único de Saúde (SUS).
O farmacêutico passa a compor o grupo de profissionais da saúde responsáveis pela
realização de procedimentos remunerados pelo sistema, que contemplam ações de
promoção e prevenção em saúde. A medida promove uma maior inserção e valorização do
farmacêutico no âmbito da saúde pública. Dessa forma, o papel do farmacêutico no cuidado
à saúde foi reforçado, e as atribuições clínicas do farmacêutico para melhorar a qualidade
do atendimento prestado aos usuários do SUS foram reconhecidas.
SERVIÇO DE VACINAÇÃO
Nos últimos anos, o serviço de vacinação em farmácia é alvo de discussão dos órgãos
reguladores e das entidades de classe. Dessa forma, os profissionais que decidirem ofertar
esse serviço, além de se atualizarem, terão de estar capacitados de acordo com as normas
vigentes. A vacinação não é foco desta publicação, mas a seguir consta um breve histórico
em relação ao tema.
Além de prever o serviço de administração de medicamentos, a RDC da Anvisa nº 44/2009
prevê a participação em campanhas e programas de promoção da saúde e educação
sanitária promovidos pelo Poder Público. Assim, em 2013 o CFF regulamentou as
atribuições e competências do farmacêutico na dispensação e aplicação de vacinas, em
farmácias e drogarias.
A Lei Federal nº 13.021, de 11 de agosto de 2014, que dispõe sobre o exercício das
atividades farmacêuticas, tornou a farmácia uma unidade de prestação de serviços. Em seu
artigo 7º definiu que as farmácias podem dispor de vacinas e soros, de acordo com perfil
epidemiológico de sua região demográfica.
A vacinação em farmácias e drogarias deve considerar a RDC da Anvisa nº 197/2017, a
qual estabelece os requisitos mínimos para o funcionamento desse serviço em um
estabelecimento da saúde. A farmácia ou drogaria deve estar licenciada para essa atividade
pela autoridade sanitária e estar inscrita no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de
Saúde (CNES).
As instalações físicas devem ser adequadas para as atividades de acordo com a RDC da
Anvisa n° 50/2002. A sala de vacinação deve conter no mínimo a estrutura descrita no
quadro a seguir.
Pia de lavagem, maca, bancada, mesa e cadeira.
Equipamento de refrigeração exclusivo para guarda e conservação de vacinas.
Local para a guarda dos materiais para administração das vacinas.
Recipientes para descarte de materiais perfurocortantes e de resíduos biológicos.
Caixa térmica de fácil higienização.
O equipamento de refrigeração para guarda e conservação de vacinas deve estar
regularizado perante a Anvisa. Tanto o refrigerador quanto as caixas térmicas devem
possuir termômetro de momento com máxima e mínima.
Em 2018, o CFF, Resolução n° 654, atualizou os requisitos necessários à prestação do
serviço de vacinação pelo farmacêutico. O farmacêutico deverá afixar no local de prestação
do serviço de vacinação declaração emitida pelo Conselho Regional de Farmácia que
ateste sua aptidão técnica.
O procedimento de administração de vacinas corresponde a uma etapa do serviço de
vacinação pelo farmacêutico, mediante o qual se coloca o medicamento em contato com o
ser humano, pela via injetável, oral ou outra, para que possa exercer sua ação local ou ser
absorvido e exerça ação sistêmica.
DOCUMENTAÇÃO
A documentação de todo o processo envolvendo o paciente é obrigatória e deve ser
mantida no estabelecimento por, no mínimo, cinco anos. O registro e a guarda de
informações poderão ser feitos por meio físico ou eletrônico. Caso seja utilizado meio
eletrônico para registro e guarda de informações, deverá ser feita cópia de segurança dos
dados diariamente.
O prontuário do paciente é um documento de caráter legal e sigiloso, que possibilita
continuidade da assistência prestada. É constituído de um conjunto de informações sobre a
saúde do paciente e a assistência a ele prestada, como os problemas de saúde
identificados, as orientações fornecidas e intervenções realizadas, além de informações
sobre a prescrição de medicamentos e outros cuidados. Cada farmacêutico que atuar na
área clínica pode estabelecer um modelo de prontuário próprio para atender a sua
demanda.
A Declaração de Serviços Farmacêuticos é um documento a ser entregue ao usuário ao
final da prestação de um serviço farmacêutico. A declaração deve ser emitida em duas vias,
sendo que a primeira deve ser entregue ao usuário e a segunda permanecer arquivada no
estabelecimento.
A Figura 1.3 apresenta um modelo de Declaração de Serviços Farmacêuticos incluindo
campo para prescrição farmacêutica. Entretanto o profissional deve formatar esses
comprovantes de acordo com os serviços prestados. O mais adequado é ter documentos
separados para cada tipo de serviço e procedimento realizado.
O receituário farmacêutico específico para a prescrição deve ser usado no manejo de
problema de saúde autolimitado. Nesse documento é obrigatório constar os dados do
prescritor, a descrição da terapia farmacológica prescrita e a respectiva posologia. Além
disso, o ideal é constar campos para o registro de terapias não farmacológicas e demais
orientações farmacêuticas. Os dados da empresa ou do consultório também deverão estar
presentes no receituário farmacêutico.
Figura 1.3 - Modelo de Declaração de Serviços Farmacêuticos
Fonte: autora
Referências
AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. RDC nº 50, de 21 de fevereiro de
2002. Regulamento Técnico para planejamento, programação, elaboração e avaliação de
projetos físicos de estabelecimentos assistenciais de saúde. Disponível em:
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2002/res00502102_2002.html. Acesso em:
7 out. 2019.
AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. RDC n° 67, de 08 de outubro de
2007: Dispõe sobre Boas Práticas de Manipulação de Preparações Magistrais e Oficinais
para Uso Humano em farmácias. Disponível em:
http://189.28.128.100/dab/docs/legislacao/resolucao67081007.pdf. Acesso em: 7 out. 2019.
AGÊNCIA NACIONALDE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Resolução RDC nº 44 de 17 de
agosto de 2009. Dispõe sobre Boas Práticas Farmacêuticas para o controle sanitário do
funcionamento, da dispensação e da comercialização de produtos e da prestação de
serviços farmacêuticos em farmácias e drogarias e dá outras providências. Disponível em:
http://portal.anvisa.gov.br/documents/33880/2568070/RDC_44_2009.pdf/ad27fafc-8cdb-
4e4f-a6d8-5cc93515b49b. Acesso em: 7 out. 2019.
AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. RDC n° 197, de 26 de dezembro de
2017. Dispõe sobre os requisitos mínimos para o funcionamento dos serviços de vacinação
humana. Disponível em:
http://portal.anvisa.gov.br/documents/10181/3388061/RDC_197_2017_.pdf/316268f4-2645-
42b6-b948-21412fc60f75. Acesso em: 10 set. 2019.
AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Agenda regulatória quadriênio 2017-
2020. DOU, 23 jan. 2019. Disponível em:
http://portal.anvisa.gov.br/documents/33880/5269970/DOU+atualiza+2018-
2019+AR/49d96b93-1982-40e0-9201-fb773d7f27d2. Acesso em: 7 out. 2019.
BRASIL. Ministério da Saúde. Conselho Nacional de Saúde. Resolução nº 338, de 06 de
maio de 2004. Aprovar a Política Nacional de Assistência Farmacêutica. Disponível em:
http://www.saude.sp.gov.br/resources/ses/perfil/gestor/assistencia-
farmaceutica/resolucaon33806052004.pdf. Acesso em: 17 out. 2019.
BRASIL. Lei Federal nº 13.021, de 8 de agosto de 2014. Dispõe sobre o exercício e a
fiscalização das atividades farmacêuticas. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil03/Ato2011-2014/2014/Lei/L13021.htm. Acesso em: 7 out.
2019.
CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Resolução nº 467, de 28 de novembro de 2007.
Define, regulamenta e estabelece as atribuições e competências do farmacêutico na
manipulação de medicamentos e de outros produtos farmacêuticos. Disponível em:
http://www.cff.org.br/userfiles/file/resolucoes/467.pdf. Acesso em: 7 out. 2019.
CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Resolução nº 555, de 30 de novembro de 2011.
Regulamenta o registro, a guarda e o manuseio de informações resultantes da prática da
assistência farmacêutica nos serviços de saúde. Disponível em:
http://www.cff.org.br/userfiles/file/resolucoes/555.pdf. Acesso em: 7 out. 2019.
CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Resolução nº 574 de 22 de maio de 2013. Define,
regulamenta e estabelece atribuições e competências do farmacêutico na dispensação e
aplicação de vacinas, em farmácias e drogarias. Disponível em:
http://www.cff.org.br/userfiles/file/resolucoes/574.pdf. Acesso em: 7 out. 2019.
CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Resolução nº 585 de 29 de agosto de 2013.
Regulamenta as atribuições clínicas do farmacêutico e dá outras providências. Disponível
em: http://www.cff.org.br/userfiles/file/resolucoes/585.pdf. Acesso em: 25 set. 2019.
CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Resolução nº 586 de 29 de agosto de 2013.
Regula a prescrição farmacêutica e dá outras providências. 2013. Disponível em:
http://www.cff.org.br/userfiles/file/resolucoes/586.pdf. Acesso em: 7 out. 2019.
CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Resolução n° 596, de 21 de fevereiro de 2014.
Dispõe sobre o Código de Ética Farmacêutica, o Código de Processo Ético e estabelece as
infrações e as regras de aplicação das sanções disciplinares. 2014.
CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Curso online: prescrição farmacêutica no manejo
de problemas de saúde autolimitados: módulo 2: unidade 1: semiologia farmacêutica e
raciocínio clínico. Brasília: CFF, 2015. 30 p.
CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Recompilação de Documentos. Prescrição
Farmacêutica e Atribuições Clínicas do Farmacêutico. 2015. Disponível em:
http://www.cff.org.br/userfiles/prescri%C3%A7%C3%A3o%20farmaceutica%202015(1).pdf.
Acesso em: 7 out. 2019.
CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Serviços farmacêuticos diretamente destinados
ao paciente, à família e à comunidade: contextualização e arcabouço conceitual. Brasília:
CFF, 2016. 200 p. Disponível em:
http://www.cff.org.br/userfiles/Profar_Arcabouco_TELA_FINAL.pdf Acesso em: 17 out. 2019.
CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Resolução nº 654 de 22 de fevereiro de 2018.
Dispõe sobre os requisitos necessários à prestação do serviço de vacinação pelo
farmacêutico e dá outras providências. 2013b. Disponível em:
http://pesquisa.in.gov.br/imprensa/jsp/visualiza/index.jsp?
data=27/02/2018&jornal=515&pagina=78&totalArquivos=86. Acesso em: 7 out. 2019.
CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Resolução nº 659 de 27 de setembro de 2018.
Regulamenta a publicidade, a propaganda ou o anúncio das atividades profissionais do
farmacêutico. Disponível em: http://pesquisa.in.gov.br/imprensa/jsp/visualiza/index.jsp?
data=02/10/2018&jornal=515&pagina=99&totalArquivos=104. Acesso em: 7 out. 2019.
CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA DO ESTADO DE SÃO PAULO. Fascículo XI:
Consulta e Prescrição Farmacêutica. São Paulo: CRF-SP, 2016. 120 p.
CAPÍTULO 2
PRESCRIÇÃO FARMACÊUTICA
Carine Viana
PRESCRIÇÃO FARMACÊUTICA
A prescrição farmacêutica é o ato onde o farmacêutico seleciona e documenta terapias
farmacológicas e não farmacológicas, bem como outras intervenções, visando à promoção,
à proteção e à recuperação da saúde do paciente, à prevenção de doenças ou outros
problemas relacionados.
Regulações de vários países têm sido alteradas de forma a expandir para outros
profissionais da saúde o manejo clínico dos pacientes. A expansão das atividades do
farmacêutico relacionadas ao processo de cuidado ao paciente também é uma resposta ao
fenômeno da transição demográfica e epidemiológica observado na sociedade. Nesse
perfil, o farmacêutico atua diretamente no cuidado ao paciente auxiliando na garantia do
uso racional dos medicamentos.
A prescrição farmacêutica se baseia principalmente em dois modelos, o independente e o
dependente. Reino Unido e Canadá são exemplos de países que adotam o modelo
independente realizado pelo farmacêutico licenciado como prescritor, com base na
formação clínica e em treinamento feito em determinada área de atuação. Dentro do
modelo dependente a prescrição farmacêutica deve ser realizada por meio de protocolos
definidos e acordos entre outros profissionais de saúde ou instituições de saúde, para
manejo clínico de pacientes e da terapia medicamentosa.
O Brasil segue o modelo de prescrição farmacêutica do tipo dependente, que pode ser
aplicado de quatro formas diferentes:
Colaborativa: o médico faz o diagnóstico, e o farmacêutico seleciona, inicia, monitora,
modifica e continua ou descontinua o tratamento.
Suplementar: o médico faz o diagnóstico, seleciona e inicia a terapia medicamentosa. O
farmacêutico realiza o manejo, monitora, modifica, registra fatos clínicos e reencaminha.
Nesse caso, pode prescrever os medicamentos constantes em uma lista predefinida no
acordo de colaboração e consulta ao médico sempre que necessário.
Repetição de prescrição: o farmacêutico atua na continuidade de um tratamento já iniciado,
conforme protocolos acordados de atenção farmacêutica.
Prescrição ou indicação farmacêutica: é baseada em formulários de medicamentos, sendo
exclusiva para afecções menores.
A RDC da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) nº 44, de 17 de agosto de
2009, tornou um pouco mais clara a prestação de serviços farmacêuticos em farmácias e
drogarias. A indicação de medicamentos isentos de prescrição (MIP) é um dos serviços
farmacêuticos previsto nessa regulação.
Prescrever no âmbito de sua competência profissional é uma das atribuições clínicas do
farmacêutico previstas na Resolução nº 585/2013 do Conselho Federal de Farmácia (CFF).
A prescrição constitui uma atribuição clínica do farmacêutico e deve ser realizada com base
nas necessidades de saúde do paciente, nas melhores evidências científicas, em princípios
éticos e em conformidade com as políticas de saúde vigentes.
A Resolução do CFF nº 586/2013 amplia a definição de prescrição farmacêutica como a
ação de recomendar algo ao paciente, a qual pode incluir a seleção de opção terapêutica, a
oferta de serviços farmacêuticos ou o encaminhamento a outros profissionais de saúde.
Essa regulação descreve o processo na perspectiva das boas práticas, estabelece os
limitese a necessidade de documentar as atividades de prescrição.
O farmacêutico prescritor deverá ter conhecimentos e habilidades clínicas que abranjam
boas práticas de prescrição, fisiopatologia, semiologia, comunicação interpessoal,
farmacologia clínica e terapêutica. O Quadro 1.1 apresenta os diferentes níveis de
complexidade do arsenal terapêutico e a qualificação exigida do profissional farmacêutico
prescritor. Considerando esses diferentes níveis de complexidade, é necessário
desenvolver ações que aperfeiçoem a sua qualificação.
As principais etapas do processo de prescrição farmacêutica são mostradas na Figura 1.1.
Acolhimento significa receber, escutar e se responsabilizar pela queixa do paciente. O
paciente que busca pelo farmacêutico espera ser acolhido e ter o problema dele resolvido.
Com base na decisão pela intervenção nos problemas de saúde identificados, o
farmacêutico assume responsabilidade formal e se compromete a selecionar terapias
adequadas, dentro do seu espectro de atuação, fundamentado em princípios éticos, nas
melhores evidências científicas e na legislação vigente.
A anamnese farmacêutica é o procedimento de coleta de dados sobre o paciente, realizada
pelo farmacêutico por meio da consulta farmacêutica, com a finalidade de conhecer sua
história de saúde, elaborar o perfil farmacoterapêutico e identificar suas necessidades
relacionadas do paciente em relação à sua saúde. Os sinais e sintomas verificados por
meio da anamnese têm o propósito de prover cuidado ao paciente. O desfecho clínico
baseado em dados obtidos por meio da anamnese levará a uma das seguintes condutas
farmacêuticas: (I) proceder ao encaminhamento médico; (II) a condição de saúde pode ser
resolvida com medidas não farmacológicas; ou (III) realizar a prescrição de medicamento
isento de prescrição.
Quadro 1.1 - Níveis de complexidade do arsenal terapêutico e a qualificação exigida do profissional
prescritor
Medicamentos com prescrição médica
O farmacêutico deverá ser especialista profissional farmacêutico na área clínica, com formação que inclua
conhecimentos e habilidades em boas práticas de prescrição, fisiopatologia, semiologia, comunicação
interpessoal, farmacologia clínica e terapêutica.
A prescrição é condicionada à existência de diagnóstico prévio e apenas quando estiver prevista em
programas, protocolos, diretrizes ou normas técnicas aprovados para uso no âmbito de instituições de
saúde ou quando da formalização de acordos de colaboração com outros prescritores ou instituições de
saúde.
Medicamentos isentos de prescrição médica
Graduado com inscrição ativa no respectivo Conselho Regional de Farmácia.
Plantas medicinais e fitoterápicos isentos de prescrição
Título de especialista ou especialização em Fitoterapia, ou
Disciplina de Fitoterapia com carga horária mínima de 60 horas, complementada com estágio em
manipulação ou dispensação de plantas medicinais e fitoterápicos, de no mínimo 120 horas.
Medicamentos dinamizados
Título de especialista em Homeopatia ou Antroposofia.
Essências florais
Egresso de programa de pós-graduação lato sensu ou stricto sensu relacionado a essa área, ou
Egresso de cursos livres nessa área com carga horária mínima de 180 horas.
Fonte: Resolução do Conselho Federal de Farmácia nº 586 (2013)
Figura 1.1 - Principais etapas da prescrição farmacêutica
Fonte: autora
No ato da prescrição, o farmacêutico deverá basear suas ações nas melhores evidências
científicas, além de considerar a existência de outras condições clínicas e o uso de outros
medicamentos. Os hábitos de vida e o contexto de cuidado do paciente também devem ser
analisados. A comunicação das decisões e recomendações deverá ser adequada ao
paciente, seu responsável ou cuidador, de tal modo que estes as compreendam de forma
completa.
Cabe salientar que é vedado ao farmacêutico modificar a prescrição de medicamentos do
paciente emitida por outro prescritor, salvo quando previsto em acordo de colaboração,
sendo que, neste caso, a modificação, acompanhada da justificativa correspondente,
deverá ser comunicada ao outro prescritor.
Este guia de prescrição farmacêutica abrange apenas produtos que o profissional
farmacêutico pode prescrever de forma independente, ou seja, medicamentos cuja
dispensação não exija prescrição médica, incluindo plantas medicinais e drogas vegetais,
formulações magistrais, cosméticos e suplementos vitamínicos e minerais.
Referências
AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Resolução RDC nº 44 de 17 de
agosto de 2009. Dispõe sobre Boas Práticas Farmacêuticas para o controle sanitário do
funcionamento, da dispensação e da comercialização de produtos e da prestação de
serviços farmacêuticos em farmácias e drogarias e dá outras providências. Disponível em:
http://portal.anvisa.gov.br/documents/33880/2568070/RDC_44_2009.pdf/ad27fafc-8cdb-
4e4f-a6d8-5cc93515b49b. Acesso em: 1 out. 2018.
CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Resolução nº 467, de 28 de novembro de 2007.
Define, regulamenta e estabelece as atribuições e competências do farmacêutico na
manipulação de medicamentos e de outros produtos farmacêuticos. Disponível em:
http://www.cff.org.br/userfiles/file/resolucoes/467.pdf. Acesso em: 2 out. 2018.
CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Resolução nº 477, de 28 de maio de 2008.
Dispõe sobre as atribuições do farmacêutico no âmbito das plantas medicinais e
fitoterápicos e dá outras providências. Disponível em: http://www.cff.org.br/userfiles/-١٧٪٢٠
٢٠٪BRASIL_٪٢٠CONSELHO٪٢٠FEDERAL٪٢٠DE٪٢٠FARM٪C٣٪٨١CIA٪٢٠٢٠٠٨٪٢٠Resoluca
o_٤٧٧_٢٠٠٨_CFF.pdf. Acesso em: ٢ out. ٢٠١٨.
CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Resolução nº 546, de 21 de julho de 2011.
Dispõe sobre a indicação farmacêutica de plantas medicinais e fitoterápicos isentos de
prescrição e o seu registro. Disponível em: http://www.cff.org.br/userfiles/21%20-
%20BRASIL_%20CONSELHO%20FEDERAL%20DE%20FARM%C3%81CIA_%202011%2
0Resolucao_546_2011_CFF.pdf. Acesso em: 3 out. 2018.
CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Resolução nº 555, de 30 de novembro de 2011.
Regulamenta o registro, a guarda e o manuseio de informações resultantes da prática da
assistência farmacêutica nos serviços de saúde. Disponível em:
http://www.cff.org.br/userfiles/file/resolucoes/555.pdf. Acesso em: 3 out. 2018.
CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Resolução nº 585 de 29 de agosto de 2013.
Regulamenta as atribuições clínicas do farmacêutico e dá outras providências. Disponível
em: http://www.cff.org.br/userfiles/file/resolucoes/585.pdf. Acesso em: 1 out. 2018.
CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Resolução nº 586 de 29 de agosto de 2013.
Regula a prescrição farmacêutica e dá outras providências. 2013. Disponível em:
http://www.cff.org.br/userfiles/file/resolucoes/586.pdf. Acesso em: 7 out. 2019.
CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Resolução n° 596, de 21 de fevereiro de 2014.
Dispõe sobre o Código de Ética Farmacêutica, o Código de Processo Ético e estabelece as
infrações e as regras de aplicação das sanções disciplinares.
CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Curso online: prescrição farmacêutica no manejo
de problemas de saúde autolimitados: módulo 2: unidade 1: semiologia farmacêutica e
raciocínio clínico. Brasília: CFF, 2015. 30 p.
CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Recompilação de Documentos. Prescrição
Farmacêutica e Atribuições Clínicas do Farmacêutico. 2015. Disponível em:
http://www.cff.org.br/userfiles/prescri%C3%A7%C3%A3o%20farmaceutica%202015(1).pdf.
Acesso em: 1 out. 2018.
CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Serviços farmacêuticos diretamente destinados
ao paciente, à família e à comunidade: contextualização e arcabouço conceitual /
Conselho Federal de Farmácia. Brasília: CFF, 2016. 200 p. Disponível em:
http://www.cff.org.br/userfiles/Profar_Arcabouco_TELA_FINAL.pdf Acesso em: 17 out. 2019.
CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Guia de prática clínica: sinais e sintomas não
específicos: febre. Brasília: CFF, 2018. 122 p. Disponível em:
http://www.cff.org.br/userfiles/Profar-vol3-Febre_TELA_pgdupla%20-%20final.pdf. Acesso
em: 13 out. 2019. 
CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA DO ESTADO DE SÃO PAULO. Fascículo XI:
Consulta e PrescriçãoFarmacêutica. São Paulo: CRF-SP, 2016. 120 p.
CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA DO ESTADO DO PARANÁ. Guia da Profissão
Farmacêutica - Farmácia Comunitária. Curitiba: CRF-PR, 2016. Disponível em:
https://www.crf-pr.org.br/uploads/revista/28748/yytuqsD-_6pQy4fpaPCvbkoHMBBZfJke.pdf
Acesso em: 17 out. 2019.
CAPÍTULO 3
SEMIOLOGIA FARMACÊUTICA
Carine Viana
SEMIOLOGIA
A semiologia farmacêutica permite extrair de seu paciente dados e elementos que permitam
a você emitir com segurança um parecer sobre o problema de saúde apresentado.
Originalmente, a palavra semiologia é grega, onde semeion significa sintomas/sinais e logos
significa estudo.
Sintoma: uma sensação subjetiva anormal sentida pelo paciente e não visualizada pelo examinador (Ex.: dor,
náusea, dormência).
Sinal: dado objetivo notado pelo examinador por inspeção, palpação, percussão, auscultação ou evidenciado por
meio de exames complementares (Ex.: tosse, edema, cianose).
Síndrome: conjunto de sintomas e sinais que ocorrem associadamente e que podem ser determinados por
diferentes causas.
A Resolução da Anvisa n° 44/2009 determina que o ambiente para o atendimento
farmacêutico individualizado deve garantir a privacidade e o conforto do paciente. Além
disso, a sala deve ser tranquila, com temperatura agradável e livre de ruídos que possam
causar distração. No Capítulo 1 estão descritas as principais recomendações regulatórias
para infraestrutura de um consultório farmacêutico.
A atenção farmacêutica deve ter como objetivos a prevenção, detecção e resolução de
problemas relacionados a medicamentos, promover o uso racional dos medicamentos, a fim
de melhorar a saúde e qualidade de vida dos usuários. Para subsidiar informações quanto
ao estado de saúde do usuário e situações de risco, assim como permitir o
acompanhamento ou a avaliação da eficácia do tratamento prescrito por profissional
habilitado, fica permitida ao farmacêutico a aferição de determinados parâmetros
fisiológicos e bioquímicos do usuário, nos termos e condições da Resolução da Anvisa nº
44/2009.
Um roteiro no formato de um formulário poderá trazer maior confiança na realização da
anamnese. Dessa forma, o farmacêutico não ficará preocupado em esquecer-se de certas
perguntas importantes. O ideal é ter um formulário com as peculiaridades de cada afecção
menor. Entretanto deve-se tomar um cuidado especial para que o processo não se torne
algo mecânico e apenas um ato de fazer perguntas e anotar respostas.
O farmacêutico deve ter conhecimentos e habilidades para colocar em prática a semiologia
farmacêutica dentro da atenção farmacêutica. Por meio dos sinais e sintomas apresentados
pelos pacientes, poderá avaliar a efetividade e a segurança de medicamentos em uso e,
ainda, detectar possíveis problemas de saúde relacionados à farmacoterapia.
Principais elementos de uma consulta farmacêutica:
Acolhimento
Anamnese
Exame físico geral
Exames complementares
Encaminhamentos
Parecer farmacêutico
ACOLHIMENTO
Acolher o paciente significa receber bem, confortar, escutar, responsabilizar-se pelo
atendimento da sua queixa e auxiliar na escolha do melhor itinerário terapêutico. Um dos
objetivos é identificar as situações que requerem intervenção do farmacêutico e aquelas
que indicam necessidade de encaminhamento.
O acolhimento do paciente com a sua queixa pode acontecer em diferentes situações do
cotidiano farmacêutico, como exemplo:
Demanda espontânea por medicamentos para afecções menores.
Percepção por parte do paciente de inefetividade ou insegurança da terapia
medicamentosa.
Relato de sintomas que possam estar associados a resultados negativos a
medicamentos já em uso.
Durante o serviço de acompanhamento farmacêutico e revisão da terapia
medicamentosa.
Durante a aferição de um parâmetro fisiológico ou bioquímico.
Encaminhamento de outros profissionais da saúde ao farmacêutico.
O desfecho que o paciente espera do atendimento farmacêutico é ter o seu problema de
saúde resolvido. Nem sempre será possível prescrever uma terapia, pois a queixa pode
derivar para encaminhamento a outro profissional ou serviço de saúde.
Quando o farmacêutico decide intervir nas necessidades e problemas de saúde
identificados na queixa do paciente, ele assume a responsabilidade formal. O profissional
deve se comprometer em selecionar as terapias no seu âmbito de atuação e de acordo com
as normas vigentes.
ANAMNESE
Uma ferramenta muito útil na semiologia farmacêutica é a anamnese. Anamnese pode ser
entendida como sendo uma entrevista realizada pelo farmacêutico que utiliza técnicas
próprias para estabelecer uma avaliação da queixa do paciente. Por meio da anamnese,
busca-se reconhecer as dimensões do problema do paciente, suas causas e circunstâncias.
A anamnese possibilita ao farmacêutico:
Estreitar a relação farmacêutico-paciente.
Identificar sinais e sintomas, principalmente aqueles relacionados às afecções menores.
Avaliar a necessidade de prescrição farmacêutica de MIPs.
Conhecer fatores pessoais, familiares e ambientais que influenciam no seu processo saúde doença.
Detectar de problemas relacionados a medicamentos (PRM) reais ou potenciais.
Identificar de reações adversas aos medicamentos (RAM).
Avaliar a necessidade de encaminhamento a outros profissionais da saúde envolvidos no cuidado do
paciente.
O farmacêutico deve estimular que o paciente relate todos os sintomas que apresenta, na
ordem cronológica de como ocorreram e com que frequência. A empatia, ou seja, o ato de
se colocar no lugar do outro, facilita ao farmacêutico entender o que o paciente sente e
garantir que alcance a sua confiança.
Detalhes da vida do paciente como comportamento, sentimentos e conflitos psicossociais
são importantes para complementar as informações. O paciente pode acreditar que
algumas informações não são importantes, pode não relatar e pode comprometer a
terapêutica. O farmacêutico deve desenvolver a habilidade de extrair todos os dados
relevantes.
O farmacêutico deve fazer a pergunta e olhar diretamente para o paciente, verificando todos
os sinais demonstrados durante o relato. Não interromper o paciente até que este tenha
terminado de falar; se precisar anote os questionamentos para serem feitos no final. Deve
escutar ativamente e mostrar interesse no relato do paciente, disponibilizando tempo
necessário para ouvi-lo.
Quando o paciente não tem condições de relatar a sua história, devemos contatar o
responsável pelo cuidado com a terapia medicamentosa dele. Exemplos clássicos são
bebês, crianças, idosos e pessoas com distúrbios mentais.
Ao final da anamnese o farmacêutico deve se questionar se conseguiu obter as
informações necessárias. Recomenda-se pedir ou sugerir ao paciente que ele faça um
resumo sobre as suas prioridades de saúde.
EXAME FÍSICO GERAL
O farmacêutico deve se pautar nos limites e nos princípios éticos da profissão. O exame
físico quando inserido dentro da atenção farmacêutica é um ato legal do profissional, sendo
o objetivo principal avaliar farmacoterapia do paciente. Desta forma, o exame físico deve
ser utilizado no contexto relacionado ao medicamento e não com finalidades diagnósticas.
Os principais métodos de exploração física são inspeção, palpação, percussão, ausculta e
olfação. Para aperfeiçoar essas técnicas é preciso paciência, perseverança e prática. O
farmacêutico deve ensinar o seu olho a ver, as suas mãos a sentir e o seu ouvido a ouvir.
A inspeção é a exploração feita com o sentido da visão. O processo se inicia desde o
primeiro contato com o paciente, onde se avalia:
Postura e sinal de desconforto.
Expressões de dor, ansiedade ou depressão.
Nível de consciência (lúcido, letárgico, torporoso).
Comportamento, fala e linguagem.
Biotipo e faces típicas.
Aparência física e estrutura corporal.
Mobilidade.
Movimentos voluntários e involuntários.
Cuidados com aparência, higiene, vestuário, hálito e odores corporais.
Hidratação e presença de edemas.
Palpação utiliza o sentido tátil, usando as mãos, as pontas dos dedos ou o punho com
objetivo exploratório. Mantenha a sala de exame emtemperatura agradável e, ao realizar o
exame, tomar cuidado para estar com as mãos aquecidas e as unhas cortadas. Durante o
exame sempre informe ao paciente cada passo e por que está sendo realizado, para deixá-
lo tranquilo. A palpação permite analisar texturas, edemas, temperatura, umidade,
espessura, volume, dureza e sensibilidade do paciente.
Percussão é um método de exame físico em que, mediante pequenos golpes ou batidas,
aplicados a determinada parte do corpo, é possível obter informações sobre a condição dos
tecidos adjacentes e porções mais profundas. Atualmente, usa-se basicamente a percussão
direta e a percussão dígito-digital.
Percussão direta é realizada golpeando-se diretamente com as pontas dos dedos a região-
alvo. Os dedos devem imitar a forma de um martelo e os movimentos são feitos pela
articulação do punho.
Percussão dígito-digital é realizada golpeando-se com um dedo a borda ungueal ou a
superfície dorsal da segunda falange do dedo médio ou indicador da outra mão, que se
encontra espalmada e apoiada na região de interesse.
A ausculta é a avaliação dos ruídos que diferentes órgãos produzem espontaneamente.
Auscultação pulmonar identifica os ruídos pulmonares contribuindo para a monitorização da
condição clínica e para a avaliação da resposta terapêutica. Na cavidade abdominal auxilia
a detectar os ruídos característicos do sistema digestório. Para uma boa ausculta o
ambiente silencioso é imprescindível.
Olfação pode ser empregada no exame das transpirações cutâneas, do ar expirado e das
excreções. Tem menor importância que as técnicas citadas anteriormente, porém pode
auxiliar na anamnese.
MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS
As medidas antropométricas são úteis para cálculos de doses de medicamentos e na
investigação de alterações abruptas de peso. Como exemplo, a anorexia, que é um efeito
adverso comum a vários medicamentos, pode ser detectada com base nessas medidas.
Além disso, em crianças e lactentes as medidas auxiliam no acompanhamento do
crescimento. Em idosos, podem ser úteis no acompanhamento de doenças crônicas, na
avaliação de problemas nutricionais e de dificuldades com a alimentação.
Neste capítulo, serão abordadas as medidas antropométricas mais comuns, como altura,
peso, índice de massa corporal (IMC), circunferência abdominal e a relação cintura-quadril.
Após obter as medidas, estas devem ser comparadas aos valores considerados normais
em relação à idade e ao sexo do paciente.
A altura, em adultos e crianças maiores de 4 anos, pode ser determinada com uma vara de
metal (metro) conectada à balança e que gira sobre a coroa da cabeça em um ângulo de
90º. Até 4 anos de idade, recomenda-se medir a altura deitada.
O peso deve ser determinado em balança adequada e calibrada. Na avaliação do peso, o
paciente deve ser mantido ereto sobre a plataforma e de costas para a balança. No recém-
nascido deve ser utilizada uma balança apropriada. Paciente impossibilitado de ambular
deve ser pesado em cama-balança.
O IMC é calculado pela divisão do peso (em kg) pelo quadrado da altura (em metros). Esse
indicador é útil, de fácil interpretação e aplicável à maior parte dos pacientes adultos.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) preconiza os seguintes pontos de corte para
avaliar o estado nutricional:
Magreza grau III (grave): IMC < 16,0
Magreza grau II (moderada): 16,0 ≤ IMC ≤ 16,99
Magreza grau I (leve): 17,0 ≤ IMC ≤ 18,49
Faixa normal: 18,5 ≤ IMC ≤ 24,99
Pré-obesidade (aumentado): 25,0 ≤ IMC ≤ 29,99
Obesidade grau I (moderado): 30,00 ≤ IMC ≤ 34,99
Obesidade grau II (grave): 35,0 ≤ IMC ≤ 39,99
Obesidade grau III (muito grave): IMC ≥ 40,00
Em idosos ocorre diminuição da estatura, da massa corporal magra e da quantidade de
água. Dessa forma, há uma tolerância maior ao avaliar o nível de IMC dessa população.
A circunferência abdominal deve ser medida no ponto médio entre a última costela e a
crista ilíaca. O procedimento é simples e útil para avaliar risco de doenças, mesmo com
peso considerado normal. Valores normais são até 88 cm para mulheres e até 102 cm para
homens. O excesso de gordura abdominal está relacionado a doenças crônicas como
dislipidemias, resistência à insulina, diabetes e hipertensão.
A relação cintura-quadril é um dos critérios adotados pela OMS para medir o risco de ter
doenças associadas à gordura visceral. Esse índice é obtido da medida da circunferência
da cintura e do quadril no nível das espinhas ilíacas anteriores. O ideal, para mulheres, é
menor que ٠,٨ e, para homens, menor que ٠,٩.
Em casos de alterações bruscas de peso investigar:
Qual o peso usual do paciente?
Qual o período de tempo da perda ou do ganho de peso?
Qual a possível causa?
Foi desejada ou indesejada?
Se desejada, qual o padrão de alimentação, o plano de dieta seguido?
Se indesejada, foi por anorexia, vômito ou diarreia?
Apresenta sede intensa?
Alteração do estilo de vida ou atividade?
Como normalmente o paciente faz as refeições (em restaurantes, apressadas ou pula refeições)?
Faz uso de quais medicamentos?
SINAIS VITAIS
Os sinais vitais são indicadores do estado de saúde e revelam a eficácia das funções
corporais circulatória, respiratória, renal e endócrina. Todos os profissionais da saúde
devem conhecer faixa normal dos sinais vitais, demonstrar habilidade e capacidade de
verificar, compreender, interpretar e comunicar os valores adequadamente.
O farmacêutico, ao verificar discrepância entre os valores encontrados e os valores de
referência constantes em literatura técnico-científica idônea, deverá proceder ao
encaminhamento médico para que seja realizado o diagnóstico adequado.
Na medição dos sinais vitais o farmacêutico deve utilizar equipamentos adequados e em
boas condições. A abordagem ao paciente deve ser cuidadosa e com calma.
Não há uma ordem a ser seguida na medição dos sinais vitais. Entretanto recomenda-se
iniciar pela pressão arterial, porque ela pode ser alterada por diversos fatores. Em caso de
valores anormais, o examinador pode fazer uma nova verificação ao final da avaliação dos
demais sinais vitais. Dessa forma, dando mais tempo entre uma aferição e outra.
Quando verificar os sinais vitais?
Primeira consulta farmacêutica.
Em uso de medicamentos que afetam as funções cardiovascular, respiratória ou que afetam o controle da
temperatura.
Quando o cliente relata sintomas inespecíficos de angústia física.
Quando ocorre alteração da condição física geral do cliente.
Antes e depois de prescrições que influenciam um sinal vital.
TEMPERATURA CORPORAL
Temperatura corporal é o equilíbrio entre o calor produzido e o calor eliminado pelo corpo. O
corpo humano tem sua temperatura central mantida constante, tendo uma pequena
variação em situação normal de no máximo ±0,6°C. Ao contrário da temperatura central, a
temperatura cutânea varia conforme a temperatura ambiente.
A temperatura central média do ser humano fica na faixa de 36,7°C e 37°C, quando medida
na boca. Porém pode variar quando se praticam atividades físicas intensas, nas refeições,
na gravidez ou quando se está exposto a temperaturas ambientais severas.
A temperatura corporal central superior ou igual a 38,3ºC considera-se febre ou hipertermia.
Entretanto os termos não são sinônimos.
Febre: a febre é uma resposta fisiológica às moléculas inflamatórias pirógenas.
Hipertermia: desequilíbrio do centro de termorregulação, resultante da excessiva produção de calor e que
excede a capacidade de dissipação. As causas também podem ser golpe de calor e síndromes fármaco-
induzidas.
A temperatura corporal é verificada por meio de termômetros clínicos graduados em graus
Celsius (°C). Os termômetros analógicos registram temperaturas entre 35°C e 43°C, e os
termômetros digitais entre 32°C e 43°C.
A temperatura corporal pode apresentar variações conforme o local de medição.
Temperatura axilar: 35,5 a 37°C
Temperatura retal: 36 a 37,5°C
Temperatura sublingual: 36 a 37,4°C
Axilar: essa medida é usada com frequência em afecções agudas. Tem
desvantagens de ser o local menos preciso, a sudorese pode interferir e necessita de
longoperíodo de mensuração.
Retal: o termômetro deve ser individual e com bulbo redondo. Método desagradável,
risco de exposição a fluidos e risco de lesão. Na maioria das circunstâncias clínicas
representa a temperatura central.
Sublingual: o termômetro é colocado embaixo da língua e deve ser individual. Está
sujeita à variação técnica em pacientes impossibilitados de cooperar.
Membrana timpânica: apresenta maior variabilidade e não tem grande aceitação na
prática clínica.
No curso de um estado de febre, a temperatura sempre deve ser medida com o mesmo
aparelho e no mesmo lugar, de forma a permitir a comparação dos resultados.
Nos últimos anos houve muitos avanços nas formas de medir a temperatura corporal, e os
termômetros digitais são os mais utilizados. Entretanto as inovações incluem também
termômetro digital com sensor infravermelho, termômetro digital tipo chupeta e adesivos.
A partir de 2019, a Anvisa proibiu em todo o território nacional a produção, a importação e o
comércio, assim como o uso em serviços de saúde, dos termômetros de coluna de
mercúrio.
PULSO
Pulso é uma onda de pressão percebida como uma expansão da parede arterial,
dependente da pressão arterial e sincrônica com o batimento cardíaco. Indicador do estado
circulatório.
Técnica de medição do pulso:
Higienizar as mãos e aquecê-las, antes de tocar no paciente.
Avisar o paciente do procedimento que vai ser realizado.
Colocar o paciente sentado ou deitado com o braço apoiado.
O examinador usa a mão direita para examinar o pulso esquerdo do paciente, e vice-versa.
Colocar os dedos médios e indicador sobre a artéria radial ou outro local escolhido.
Pressionar suavemente até localizar os batimentos.
O polegar fecha a pinça, apoiando-se no dorso do punho do paciente.
Contar as pulsações durante um minuto.
Anotar frequência e características do pulso.
A frequência do pulso é o número de pulsações por minuto e varia com a idade e conforme
diversas outras condições fisiológicas.
ADULTO: 60 a 100 bat/min
CRIANÇA: 100 a 120 bat/min
LACTENTE: 120 a 130 bat/min
A frequência do pulso pode estar aumentada, por exemplo, em exercícios físicos, em
estados febris, estados emocionais alterados, mudanças posturais bruscas e com uso de
certos medicamentos.
O ritmo é a sequência de pulsações. O normal é que elas ocorram em intervalos iguais. Se
os intervalos forem variáveis (ora mais longos, ora mais curtos), indica uma alteração do
ritmo cardíaco designada arritmia. As causas dessa variação podem ser fisiológicas ou
patológicas.
Deficit de pulso é quando o número de batimentos cardíacos é maior que o número de
pulsações da artéria radial. A contração do coração é ineficiente em transmitir a onda do
pulso para o pulso periférico.
A amplitude ou magnitude do pulso está relacionada com o grau de enchimento da artéria
durante a sístole e seu esvaziamento durante a diástole. Pode-se dizer que é a “força do
pulso”, ou seja, uma característica tátil de quanto o examinador o sente. Quando se exerce
uma pressão moderada sobre a artéria e há certa dificuldade de obliterar a artéria, o pulso é
denominado de cheio. Pulsos fracos e finos são chamados filiformes.
Algumas terminologias comuns:
Normocardia: frequência cardíaca normal.
Bradicardia: frequência cardíaca abaixo do normal.
Taquicardia: frequência cardíaca acima do normal.
Pulso irregular: intervalos entre os batimentos são desiguais, também chamado arrítmico.
Bradisfigmia: pulso fino e bradicárdico.
Taquisfigmia: pulso fino e taquicárdico.
Pulso cheio: pulso robusto ao ser pressionado.
Pulso filiforme: pulso fraco de pequena amplitude e mole.
Pulso dicrótico: percebe-se dupla onda em cada pulsação.
PRESSÃO ARTERIAL
Pressão arterial (PA) ou pressão sanguínea é a força com a qual o coração bombeia o
sangue por meio dos vasos, ou seja, refere-se à pressão exercida pelo sangue contra a
parede das artérias. Sofre variações contínuas, dependente da posição do paciente, das
atividades e da sua situação atual.
A PA deve ser medida em toda avaliação do paciente por parte de todos profissionais da
saúde devidamente capacitados. Recomenda-se, pelo menos, a medição da PA a cada dois
anos para adultos com PA≤120/80 mmHg, e anualmente para aqueles com PA>120/80
mmHg e <140/90 mmHg.
A medida da PA pode ser feita com esfigmomanômetros manuais, semiautomáticos ou
automáticos. A Resolução da Anvisa n° 44/2009 coloca que devem ser mantidos registros
das manutenções e calibrações periódicas desses aparelhos. O farmacêutico deverá
elaborar procedimentos operacionais padrão (POPs) relacionados aos procedimentos de
aferição dos parâmetros fisiológicos, indicando claramente os equipamentos e as técnicas
utilizadas, parâmetros de interpretação de resultados com referências bibliográficas.
A calibração desses equipamentos deve ser verificada anualmente de acordo com as
orientações do Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia) e da
Anvisa. A Portaria do Inmetro nº 24, de 22 de fevereiro de 1996, regula os
esfigmomanômetros mecânicos do tipo aneroide, e a Portaria do Inmetro nº 96, de 20 de
março de 2008, dita as normas para os esfigmomanômetros eletrônicos digitais de medição
não invasiva. Esses equipamentos devem ser verificados uma vez ao ano, de preferência
em laboratórios credenciados pelo Inmetro. Após consertos e manutenções, o detentor do
instrumento deve realizar também verificações adicionais eventuais.
A PA é medida geralmente no braço, devendo-se utilizar manguito adequado à sua
circunferência. O Quadro 3.1 mostra as dimensões do manguito de acordo com a
circunferência do membro do paciente.
Quadro 3.1 - Dimensões do manguito de acordo com a circunferência do membro do paciente
Circunferência do membro (cm)
Manguito
Denominação Largura (cm) Comprimento (cm)
≤ 7,5 Recém-nascido 3 5
7,5-13 Criança 5 8
13-20 Infantil 8 13
17-26 Adulto pequeno 11 17
24-32 Adulto 13 24
32-42 Adulto grande 17 32
42-50 Coxa 20 42
Fonte: Diretrizes Brasileiras de Monitorização Ambulatorial da Pressão Arterial, 2011
O farmacêutico deverá preparar adequadamente o paciente da seguinte forma:
1. Informar sobre o procedimento.
2. Deve ser instruído a não conversar durante a medição.
3. Possíveis dúvidas devem ser esclarecidas antes ou depois do procedimento.
4. Deve ser orientado a esvaziar a bexiga.
5. Sentado com as pernas descruzadas.
6. O braço deve estar na altura do coração, apoiado e com a palma da mão voltada para cima.
7. As roupas não devem garrotear o membro.
8. Antes da medida:
5 min: estar calmo e descansar.
30 min: não fazer uso de bebidas alcoólicas, café, fumo e alimentação copiosa.
60 min: não praticar exercícios físicos.
Medida da PA no braço:
Determinar a circunferência do braço.
Escolher o manguito adequado.
Localizar a artéria braquial.
Colocar o manguito, sem deixar folgas.
Braço na altura do coração.
Estimar o nível da PA pelo pulso radial.
Infle até ultrapassar 20 a 30 mmHg do nível estimado da PA.
Proceder à deflação lentamente.
Determinar a PA sistólica (PAS) pela ausculta do primeiro som (fase I de Korotkoff).
Determinar a PA diastólica após o som se extinguir (fase V de Korotkoff).
O farmacêutico deve realizar pelo menos duas medidas da PA, com intervalo em torno de
dois minutos. Medições adicionais devem ser realizadas se as duas primeiras forem muito
discrepantes.
Ao final do procedimento, informar o valor de PA obtido para o paciente. O farmacêutico
deve anotar os valores exatos e o braço em que foi realizada a medida. Na primeira
avaliação, o ideal é medir a pressão em ambos os braços e usar o valor do braço onde foi
obtida a maior pressão como referência.
A hipotensão ortostática deve ser verificada com base na medida da PA com o paciente
deitado por cinco minutos. Depois, medir a pressão novamente em pé após três minutos. A
hipotensão ortostática é definida como a redução da PA sistólica (PAS) mais do que 20
mmHg ou da PA diastólica (PAD) mais do que 10 mmHg. São exemplos de pacientes que
podem apresentar hipotensão ortostática os idosos, diabéticos ou aquelesem uso de
medicação anti-hipertensiva.
No caso de pacientes obesos, os manguitos devem ser mais longos e largos para não
haver superestimação da PA. Não há manguito disponível para braços com circunferência
superior a 50 cm. Nestes casos uma alternativa é medir a PA no antebraço e auscultar o
pulso radial.
Os idosos podem apresentar alterações próprias do envelhecimento, como a maior
frequência de hiato auscultatório, que consiste no desaparecimento dos sons durante a
deflação do manguito. Isso pode resultar em valores falsamente baixos para a PAS ou
falsamente altos para a PAD. A presença de arritmias, como fibrilação atrial, pode dificultar
a medição da PA. Em idosos há uma maior ocorrência de efeito do avental branco (EAB),
hipotensão ortostática e pós-prandial.
O EAB é a diferença de pressão entre as medidas obtidas na presença de um profissional
da saúde e longe dele, desde que essa diferença seja igual ou superior a 20 mmHg na PAS
ou 10 mmHg na PAD. O EAB dá a falsa impressão de que a terapia medicamentosa de um
paciente hipertenso não esteja adequada.
O Quadro 3.2 apresenta a classificação da PA a partir de 18 anos de idade, de acordo com
as VII Diretrizes Brasileiras de Hipertensão da Sociedade Brasileira de Cardiologia (2016).
Quadro 3.2 - Classificação da pressão arterial a partir de 18 anos de idade
Classificação PAS(mm Hg)
PAD
(mm Hg)
Normal ≤ 120 ≤ 80
Pré-hipertensão 121-139 81-89
Hipertensão estágio 1 140 – 159 90 – 99
Hipertensão estágio 2 160 – 179 100 - 109
Hipertensão estágio 3 ≥ 180 ≥ 110
Quando a PAS e a PAD situam-se em categorias diferentes, a maior deve ser utilizada para classificação.
Considera-se hipertensão sistólica isolada se PAS ≥ 140 mm Hg e PAD < 90 mm Hg, devendo ser classificada em
estágios 1, 2 e 3.
Fonte: Diretrizes Brasileiras de Monitorização Ambulatorial da Pressão Arterial, 2016
São sintomas de pressão alta:
Enjoos
Dor de cabeça
Dor na nuca
Sonolência
Zumbido no ouvido
Pequenos pontos de sangue nos olhos
Visão dupla
Dificuldade para respirar
Palpitações cardíacas
Se o paciente estiver com pressão alta e com os sintomas característicos, mas nunca
teve um diagnóstico de hipertensão, orientá-lo a procurar atendimento médico.
No caso de pressão alta sem sintomas e sem diagnóstico prévio de hipertensão, o
farmacêutico deve orientar o paciente a tentar relaxar e se acalmar. Após uma hora, deve-
se medir a pressão novamente e, se esta ainda estiver alta, deve-se orientá-lo a procurar
atendimento médico.
No caso de paciente hipertenso com pressão alta e sintomas, orientá-lo a tomar o
medicamento prescrito pelo cardiologista. Tentar repousar e relaxar. Se a pressão alta se
mantiver superior a 140/90 mmHg após uma hora, é indicado procurar atendimento médico-
hospitalar.
Quando de gestante com pressão alta e sintomas, orientá-la a procurar o obstetra o mais
rápido possível para prevenir complicações graves, como eclâmpsia. Principalmente no final
da gestação com presença concomitante de dores abdominais e inchaço nas pernas e pés.
Pressão baixa normalmente é definida como PAS abaixo de 90 mmHg e PAD abaixo de 60
mmHg.
São sintomas de pressão baixa:
Tonturas e enjoos
Desmaio
Excesso de sede
Dificuldade de concentração
Visão turva
Cansaço excessivo
Pele fria e pálida
Fraqueza nos músculos
Sensação de desmaio
Dor de cabeça
Cabeça pesada e sensação de vazio
Se o paciente apresentar hipotensão com os sintomas descritos mais de duas vezes ao
mês, orientá-lo a procurar atendimento médico para descobrir a causa do problema. A
hipotensão é diagnosticada pelo médico, por meio de um exame clínico e do levantamento
do histórico do paciente.
Pessoas saudáveis podem sentir os sinais de hipotensão por vários motivos, por exemplo:
exposição a calor intenso, longos períodos em jejum, desidratação, movimentos bruscos ao
levantar. Além disso, pacientes hipertensos também devem ser instruídos a reconhecer os
sintomas de hipotensão. Isto porque alguns medicamentos usados no tratamento da
hipertensão causam esse problema como efeito adverso, principalmente no início da
terapia.
Fatores que normalmente afetam a PA:
Idade: em crianças e adolescentes os valores são menores do que os encontrados em adultos.
Sexo: geralmente mulheres têm a PA um pouco mais baixa, mas para fins práticos adotam-se os mesmos
valores como referência.
Sono: a PA sofre influência do ritmo circadiano com variações acentuadas entre o dia e a noite.
Emoções: há aumento da PA durante as emoções.
Exercícios musculares: há aumento tanto do débito cardíaco quanto da resistência periférica, com
aumento da PA.
Alimentação: há um leve aumento da PA após as refeições.
FREQUÊNCIA RESPIRATÓRIA
Respiração é um processo que tem como finalidade a troca de gases entre o organismo e o
meio exterior. O pulmão possibilita que o oxigênio se mova do ar para dentro do sangue
venoso e que o dióxido de carbono se mova para fora, mantendo os gases sanguíneos
dentro de valores de normalidade.
A frequência respiratória é o número de incursões respiratórias em um minuto (irpm)
realizadas por um indivíduo. Esse número de incursões tem variação com a idade e o sexo.
Homens: 12 a 20 irpm
Mulheres: 18 a 20 irpm
Crianças: 20 a 25 irpm
Recém-nascidos: 40 a 60 irpm
O tipo respiratório é reconhecido observando a movimentação do tórax e do abdômen, a fim
de reconhecer em que região os movimentos são mais amplos. A respiração torácica ou
costal com movimentação predominante da caixa torácica predomina em pessoas sadias,
quando na posição em pé ou sentada. Em decúbito dorsal, a respiração é
predominantemente diafragmática, onde prevalece o movimento da metade inferior do tórax
e da parte superior do abdômen.
Normalmente, a inspiração dura quase o mesmo tempo que a expiração, os dois
movimentos são sucessivos, com mesma amplitude e intercalados por uma leva pausa.
O farmacêutico deve conhecer a importância desse sinal vital e a técnica de medição. A
análise da respiração avalia de forma integrada os processos de ventilação por meio da
frequência, da profundidade e do ritmo.
Algumas terminologias comuns:
Eupneia: respiração normal, sem esforço.
Bradipneia: respiração lenta, menos que 12 irpm.
Taquipneia: respiração acelerada, mais que 20 irpm.
Dispneia: dificuldade em respirar, aumento do esforço ventilatório, uso de musculatura acessória.
Apneia: cessação da respiração durante vários segundos (10 a 20 seg).
Ortopneia: condição anormal na qual o paciente precisa sentar-se ou ficar de pé para respirar.
Hiperventilação: a frequência e a profundidade das respirações aumentam.
Hipoventilação: a frequência e a profundidade das respirações diminuem.
PICO DE FLUXO EXPIRATÓRIO
A medida do pico de fluxo expiratório (PFE) é um método simples, não invasivo, econômico
e rápido que avalia a força e a velocidade de saída do ar de dentro dos pulmões em L/min.
O PFE pode detectar estreitamento das vias aéreas e servir de alerta sobre a diminuição da
função respiratória.
É uma das medidas de função pulmonar e que pode ser definida como o maior fluxo obtido
em uma expiração forçada com base em uma inspiração completa ao nível da capacidade
pulmonar total.
A medida dos volumes pulmonares não avalia diretamente a função pulmonar, mas
alterações nesse parâmetro podem estar associadas com condições respiratórias
patológicas. Por essa razão, esses testes oferecem informações que auxiliam no
acompanhamento de paciente com doença pulmonar.
O guia global do manejo da asma recomenda medidas da função pulmonar como a medida
de pico do fluxo expiratório (PFE) para avaliação da resposta à terapia. Devido à
simplicidade e fácil avaliação, o monitoramento diário do PFE em nível domiciliar tem sido
recomendado para pacientes com asma moderada a grave, de forma auxiliar no controle
dos sintomas e como alerta em períodos de crise.
A monitorização da asma tem vantagens como: detecção do aumento da obstrução ao fluxo
aéreo, mostra ao paciente o estado de suas vias aéreas, identificação de fatores
desencadeantes ambientais, auxilia no ajuste e monitoramentodo tratamento. Entretanto os
pacientes têm dificuldade em manter a aderência ao monitoramento regular de longo prazo,
muitas vezes por falta de motivação ou por não terem um plano de cuidado com
acompanhamento de um profissional da saúde.
As medidas do PFE podem ser obtidas por um equipamento manual portátil, que é um
instrumento de baixo custo, simples, fácil transporte e manejo. Há várias marcas de
equipamentos disponíveis comercialmente, uma vez que essa medida vem ganhando
espaço crescente no âmbito ambulatorial e domiciliar.
O medidor de pico de fluxo expiratório é feito de material plástico, contendo um sistema
graduado de medidas que avalia a força e a velocidade de saída de ar de dentro dos
pulmões em L/min. Os equipamentos possuem escala mecânica, com faixa de valores entre
60-880 L/min para os medidores adulto e faixa de registro entre 60 a 400 L/min para os
pediátricos.
Para a obtenção das medidas do pico de fluxo expiratório máximo, é necessário que o
indivíduo expire forçadamente pelo bocal após uma inspiração máxima. O aparelho ser
usado para novas medidas após a troca do bocal descartável.
Técnica geral para realização da medida:
Segurar o aparelho verticalmente, tomando o cuidado para que a saída de ar não
seja bloqueada.
Colocar a boca firmemente ao redor do bocal de plástico, tendo certeza de que não
ocorra escape de ar.
O paciente deve soprar tão forte e o mais rápido que puder.
Realizar três medidas de pico de fluxo expiratório máximo.
Não deve haver diferenças entre as medidas superiores a 5%.
GLICEMIA CAPILAR
A medição diária da glicemia capilar dos indivíduos com diabetes mellitus (DM) traz
benefícios, por diminuir o risco de complicações agudas, tais como cetoacidose e
hipoglicemia, e por permitir que o paciente entenda os determinantes de sua glicemia ao
correlacionar os resultados glicêmicos em tempo real com a ingestão de alimentos ou com
a prática de atividade física, por exemplo.
Não há consenso sobre a utilização de automonitoramento da glicemia capilar (AMGC) em
pacientes com diabetes mellitus tipo 2 (DM2) tratados apenas com antidiabéticos orais.
Entretanto essa conduta estimula os pacientes a tornarem-se mais cooperativos, motivados
e cientes dos fatores que afetam suas glicemias.
O farmacêutico deve orientar pacientes diabéticos para a importância do controle glicêmico,
do automonitoramento e da manutenção da glicemia próxima aos níveis normais. Os
pacientes insulinodependentes atendidos no Sistema Único de Saúde (SUS) têm direito a
receber glicosímetro para uso individual em domicílio.
A frequência do monitoramento não é consenso, mas deve estar associada à melhora da
hemoglobina glicada (HbA1c). O ideal seria que pacientes com diabetes mellitus tipo 1
(DM1) em terapia intensiva monitorem a glicemia cinco vezes ao dia: antes do café, do
almoço e do jantar, ao deitar e duas horas após uma refeição, variável a cada dia. O
paciente deve ser instruído a medir a glicemia também em situações especiais, como antes
e depois de um exercício intenso.
Os glicosímetros disponíveis comercialmente permitem o envio dos dados e a visualização
de gráficos que ficam armazenados em nuvem. As glicemias são mostradas de acordo com
o horário do dia, com o dia da semana ou com a tendência no decorrer do mês. Além disso,
são fornecidos dados como: média e desvio-padrão da glicemia no período de dias ou
meses, média de glicemias capilares realizadas no período, a menor ou a maior glicemia
apresentada no período, além de índices que mostram risco de hipo ou hiperglicemia.
Farmácias e drogarias podem oferecer o serviço de aferição de glicemia capilar em
equipamentos de autoteste, o qual não é considerada um teste laboratorial remoto (TLR).
Os resíduos como materiais perfurocortantes, gaze ou algodão sujos com sangue deverão
ser descartados conforme as exigências da legislação específica para Gerenciamento de
Resíduos de Serviços de Saúde.
A Resolução da Anvisa n° 44/2009 define que o farmacêutico deverá ter procedimento
operacional padrão (POP) detalhando a técnica usada no procedimento. A Declaração de
Serviço Farmacêutico deve ser emitida em duas vias, sendo que a primeira deve ser
entregue ao usuário e a segunda permanecer arquivada no estabelecimento. Os arquivos
das medições realizadas no usuário devem ser mantidos no estabelecimento por, no
mínimo, cinco anos.
Procedimento:
Explique o procedimento ao paciente.
Calçar as luvas de procedimento.
Posicione o paciente confortavelmente.
Higienize as mãos.
Ligar o aparelho e posicionar a fita e o glicosímetro de modo a facilitar a deposição da gota de sangue no
local adequado.
Limpar a área com algodão embebido em álcool a 70% ou após secar o local com algodão limpo e seco.
Com a lanceta ou agulha estéril, fazer uma punção na ponta do dedo escolhido, preferencialmente na
lateral do dedo, onde a dor é minimizada.
Pingue a gota de sangue no local indicado na fita, até preenchimento de toda a fita.
Pressionar o local da punção com algodão até hemostasia.
Informar o resultado obtido ao paciente.
Desprezar a fita reagente e a lanceta na caixa específica para material perfurocortantes.
Limpar o glicosímetro com algodão embebido em álcool a 70% e guardá-lo.
Retirar as luvas.
Realizar a higienização das mãos.
Registrar o valor obtido no prontuário do paciente.
Dar orientação adequada ao paciente.
As Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2017-2018 definem os objetivos
glicêmicos da glicemia para indivíduos com e sem diabetes mellitus do tipo 1 (DM1) nos
diferentes momentos do dia (Quadro 3.3).
Quadro 3.3 - Objetivos glicêmicos para indivíduos com e sem DM do tipo 1 (DM1)
Glicemia Não diabético(mg/dL)
Crianças e adolescentes com DM1
(mg/dL)
Adultos com DM1
(mg/dL)
Jejum ou pré-
prandial
65 a 100 70 a 145 70 a 130
Pós-prandial 80 a 126 90 a 180 < 180
Ao deitar 80 a 100 120 a 180
Na madrugada 65 a 100 80 a 162
Fonte: Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes, 2017
Pacientes sem diagnóstico prévio de diabetes, quando verificada discrepância entre os
valores encontrados e os valores de referência, deverão ser orientados a procurar
assistência médica. O médico realiza o diagnóstico laboratorial do diabetes por meio de
glicemia de jejum, glicemia duas horas após teste oral de tolerância à glicose (TOTG) e
hemoglobina glicada (HbA1c).
Se esses exames estiverem alterados, idealmente o clínico repete o exame alterado com
segunda amostra de sangue, na ausência de sintomas inequívocos de hiperglicemia.
Pacientes com sintomas clássicos, tais como poliúria, polidipsia, polifagia e emagrecimento,
são submetidos à dosagem de glicemia ao acaso e independente do jejum, não havendo
necessidade de confirmação por meio de segunda dosagem caso se verifique glicemia
aleatória ≥200 mg/dL.
O farmacêutico deve ter conhecimento dos valores de normalidade desses exames
laboratoriais. Os critérios de diagnóstico para normoglicemia, pré-diabetes e diabetes mais
aceitos e adotados pela Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) encontram-se descritos no
Quadro 3.4.
No rastreamento em saúde, as medidas de encaminhamento médico devem ser estipuladas
de modo a evitar que o paciente fique sem tratamento. A importância das atividades de
rastreamento e diagnóstico precoce do DM2 não pode ser minimizada em um país como o
Brasil, onde apenas a metade dos pacientes sabe que tem diabetes.
Quadro 3.4 - Critérios de diagnósticos adotados pela Sociedade Brasileira de Diabetes
Normoglicemia Pré-diabetes Diabetes
Glicose de jejum (mg/dL) <100 ≥100 e <126 ≥126
Glicose 2 horas após sobrecarga com 75 g de glicose (mg/dL) <140 ≥140 e <200 ≥200
Glicose ao acaso - - ≥200 com sintomas
HbA1c (%) <5,7 ≥5,7 e <6,5 ≥6,5
Fonte: Sociedade Brasileira de Diabetes, 2017
DECLARAÇÃO DE SERVIÇO FARMACÊUTICO
De acordo com a legislação vigente, após a prestação do serviço farmacêutico, deve ser
entregue ao usuário a “Declaração de Serviço Farmacêutico”. O Capítulo 1 apresenta um
modelo de declaração com as informações mínimas exigidas, mas que pode ser adaptada
pelofarmacêutico para atender às suas necessidades. Quando houver medição de
parâmetros fisiológicos e bioquímico é obrigatório conter a frase: “ESTE PROCEDIMENTO
NÃO TEM FINALIDADE DE DIAGNÓSTICO E NÃO SUBSTITUI A CONSULTA MÉDICA
OU A REALIZAÇÃO DE EXAMES LABORATORIAIS”.
EXAMES COMPLEMENTARES
A Resolução do Conselho Federal de Farmácia (CFF) n° 585/2013 tornou legal a solicitação
de exames clínico-laboratoriais pelo farmacêutico, no contexto da monitorização da
farmacoterapia. Não está autorizada nessa resolução a solicitação de exames com
finalidade diagnóstica.
Algumas circunstâncias em que o farmacêutico poderá solicitar exames são:
Monitorização dos resultados da farmacoterapia do paciente.
Com a finalidade de evitar ou detectar precocemente a ocorrência de níveis tóxicos
ou subterapêuticos.
Para constatar a aderência do paciente ao tratamento.
Identificar interações medicamentosas imprevisíveis que possam levar a aumento ou
redução da concentração sanguínea esperada para a dose prescrita de
medicamento.
O monitoramento da terapêutica é indicado nos seguintes casos:
Fármacos de baixo índice terapêutico.
Suspeita de toxicidade medicamentosa.
Individualização da terapia.
Falta de adesão na terapia.
Avaliar interações medicamentosas.
Medicamentos nefrotóxicos ou hepatotóxicos.
A maior parte dos fármacos não requer monitoramento laboratorial, pois sua ação pode ser
avaliada pelo acompanhamento clínico do paciente, ou por outros exames complementares.
Os fármacos a seguir são os mais comumente analisados em laboratórios clínicos:
Agentes Cardíacos Digoxina
Antibióticos
Gentamicina
Vancomicina
Cloranfenicol
Anticonvulsivantes
 Fenobarbital
Fenitoína
Ácido Valproico
Carbamazepina
Citotóxicos Metotrexato
Imunossupressores CiclosporinaTacrolimus
Psicofármacos Haloperidol
Lítio
Referências
ACUÑA, K.; CRUZ, T. Avaliação do Estado Nutricional de Adultos e Idosos e Situação
Nutricional da População Brasileira. Arquivos Brasileiros de Endocrinologia e
Metabologia, v. 48, p. 345-361, 2004. Disponível em:
http://www.scielo.br/pdf/%0D/abem/v48n3/a04v48n3.pdf. Acesso em: 5 out. 2019.
BENSENOR, I. M.; ATTA, J. A.; MARTINS, M. A. Semiologia Clínica. São Paulo: Sarvier,
٢٠٠٢.
BERGER, B. A. Habilidades de Comunicação para Farmacêuticos: construindo
relacionamentos, otimizando o cuidado aos pacientes. São Paulo: Pharmabooks, 2011.
BOAVENTURA, C. M. et al. Valores de referência de medidas de pico de fluxo expiratório
máximo em escolares. Arquivos Médicos do ABC, v. 32, p. 30-34, 2009.
BRASIL. Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial. Portaria nº
24 de 22 de fevereiro de 1996. Regulamento Técnico Metrológico, que com esta baixa,
estabelecendo as condições a que devem satisfazer os esfigmomanômetros mecânicos do
tipo aneróide. Disponível em: http://www.inmetro.gov.br/legislacao/rtac/pdf/RTAC000193.pdf.
Acesso em: 5 out. 2019.
BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC nº 44 de 17 de agosto
de 2009. Dispõe sobre Boas Práticas Farmacêuticas para o controle sanitário do
funcionamento, da dispensação e da comercialização de produtos e da prestação de
serviços farmacêuticos em farmácias e drogarias e dá outras providências. Disponível em:
http://portal.anvisa.gov.br/documents/33880/2568070/RDC_44_2009.pdf/ad27fafc-8cdb-
4e4f-a6d8-5cc93515b49b. Acesso em: 5 out. 2019.
CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Resolução nº 555, de 30 de novembro de 2011.
Regulamenta o registro, a guarda e o manuseio de informações resultantes da prática da
assistência farmacêutica nos serviços de saúde. Disponível em:
http://www.cff.org.br/userfiles/file/resolucoes/555.pdf. Acesso em: 5 out. 2019.
CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Resolução nº 585 de 29 de agosto de 2013.
Regulamenta as atribuições clínicas do farmacêutico e dá outras providências. Disponível
em: http://www.cff.org.br/userfiles/file/resolucoes/585.pdf. Acesso em: 5 out. 2019.
CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Resolução nº 586 de 29 de agosto de 2013.
Regula a prescrição farmacêutica e dá outras providências. Disponível em:
http://www.cff.org.br/userfiles/file/resolucoes/586.pdf. Acesso em: 5 out. 2019.
CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Recompilação de documentos. Prescrição
Farmacêutica e Atribuições Clínicas do Farmacêutico. 2015. Disponível em:
http://www.cff.org.br/userfiles/prescri%C3%A7%C3%A3o%20farmaceutica%202015(1).pdf.
Acesso em: 5 out. 2019.
CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Guia de prática clínica: sinais e sintomas do
aparelho genital feminino: dismenorreia. Brasília: CFF, 2017. 218 p. Disponível em:
http://www.cff.org.br/userfiles/file/Profar-vol2-Dismenorreia-FINAL-TELA%20001.pdf. Acesso
em: 5 out. 2019.
CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Guia de prática clínica: sinais e sintomas não
específicos: febre. Brasília: CFF, 2018. 122 p. Disponível em:
http://www.cff.org.br/userfiles/Profar-vol3-Febre_TELA_pgdupla%20-%20final.pdf. Acesso
em: 13 out. 2019.
CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA DO ESTADO DE SÃO PAULO. Fascículo XI:
Consulta e Prescrição Farmacêutica. São Paulo: CRF-SP, 2016. 120 p.
FONSECA, A. C. F. et al. Pico do fluxo expiratório no acompanhamento de crianças
asmáticas. J. Pediatr. (Rio J.), Porto Alegre, v. 82, p. 465-469, 2006. Disponível em:
http://dx.doi.org/10.1590/S0021-75572006000800012. Acesso em: 5 out. 2019.
JARVIS, C. Exame físico e avaliação de saúde. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2010.
MALACHIAS, M. V. B. et al. ٧ª Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial: Capítulo ٢ -
Diagnóstico e Classificação. Arquivos Brasileiro de Cardiologia, v. 107, p. 7-13, 2016.
Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0066-
782X2016004800007&lng=en&nrm=iso Acesso em: 5 out. 2019.
NATIONAL HEART, LUNG, AND BLOOD INSTITUTE; NATIONAL INSTITUTES OF
HEALTH. Global strategy for asthma management and prevention: NHLBI/WHO
workshop report. Bethesda: National Institutes of Health, 2002.
PAES, C. D. et al. Comparação de valores de PFE em uma amostra da população da
cidade de São Carlos, São Paulo, com valores de referência. Jornal Brasileiro de
Pneumologia, v. 35, p. 151-156, 2009. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/S1806-
37132009000200008. Acesso em: 6 out. 2019.
PEDROSO, T. M.; MASTROIANNI, P. C.; SANTOS, J. L. Semiologia farmacêutica e os
desafios para sua consolidação. Revista Eletrônica de Farmácia, v. 11, n. 2, p. 55-69,
2014.
PORTO, C. C., PORTO, A. L. Semiologia Médica. 8. ed. São Paulo: Guanabara Koogan,
2019. 1.360 p.
SANTOS, L.; TORRIANI, M. S.; BARROS, E. Medicamentos na Prática da Farmácia
Clínica. Porto Alegre: Artmed, 2013.
SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA. VII Diretrizes Brasileiras de Hipertensão.
Arq. Bras. Cardiol., v. 107, 2016. Supl. 3, p. 1-83. Disponível em:
http://www.scielo.br/pdf/abc/v107n3s3/pt_0066-782X-abc-107-03-s3-0007.pdf. Acesso em: 5
out. 2019.
SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA; SOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSÃO; SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA. V Diretrizes Brasileiras de
Monitorização Ambulatorial da Pressão Arterial (MAPA) e III Diretrizes Brasileiras de
Monitorização Residencial de Pressão Arterial (MRPA). Arq. Bras. Cardiol., v. 97, n. 3,
2011. Supl. 3, p. 1-24.
SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES. Diretrizes da sociedade brasileira de
diabetes 2017-2018. São Paulo: Clannad, 2017. Disponível em:
https://www.diabetes.org.br/profissionais/images/2017/diretrizes/diretrizes-sbd-2017-
2018.pdf. Acesso em: 5 out. 2019.
TEIXEIRA, C. C. et al. Vital Signs Measurement: An Indicator of Safe Care Delivered to
Elderly Patients. Texto & Contexto Enfermagem, v. 24, p. 1.071-1.078, 2015.
WORLD HEALTH ORGANIZATION. Physical status: The use and interpretation of
anthropometry. Report of a WHO expert committee. Geneva: WHO, 1995.
WORLD HEALTH ORGANIZATION. Obesity: Preventing and managing the global
epidemic. Report of a WHO consultation on obesity. Geneva: Who, 1998.
CAPÍTULO 4
MEDICAMENTOS ISENTOS DE PRESCRIÇÃO
Carine Viana
No Brasil, os medicamentos isentos de prescrição (MIPs) foram citados pela primeira vez na
Lei n° 5.991, de 17 de dezembro de 1973, que dispõesobre o controle sanitário de
medicamentos. Na época, foi permitido que esses medicamentos fossem comercializados
em estabelecimentos hoteleiros e similares para atendimento exclusivo de seus usuários.
Em 2003, a Anvisa publicou a RDC n° 138, a qual prevê a categoria de venda de
medicamentos isentos de prescrição. Todos os medicamentos cujos grupos terapêuticos e
indicações terapêuticas estão descritos na Lista de Grupos e Indicações Terapêuticas
Especificadas (Gite), respeitadas as restrições, são de venda sem prescrição médica. A
Gite foi estabelecida baseando-se em critérios como índice terapêutico, toxicidade,
legislações internacionais e na Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (Rename).
Para os medicamentos apresentados em associações de princípios ativos, a resolução
estabelece que, se um dos seus princípios ativos não se encontrar no Gite, estes deverão
ser comercializados somente sob prescrição médica.
Em 2016, a RDC da Anvisa n° 98 atualizou os critérios e procedimentos para o
enquadramento de medicamentos como isentos de prescrição e o reenquadramento como
medicamentos sob prescrição. Essa normativa revogou a RDC da Anvisa n° 138/2003. A
Instrução Normativa n° 11/2016 instituiu a Lista de Medicamentos Isentos de Prescrição
(LMIP) (Quadro 4.1).
Quadro 4.1 - Lista de Medicamentos Isentos de Prescrição, de acordo com a Instrução Normativa da
Anvisa n° 11/2016
Grupos
Terapêuticos Indicações Terapêuticas Observações
Antiacneicos e
tópicos
adstringentes
Acne, acne vulgar, rosácea, espinhas Restrição:- Retinoides
Antiácidos,
Antieméticos,
Acidez estomacal,
Azia, Desconforto,
Eupépticos,
Enzimas digestivas
Acidez estomacal, dor de estômago, dispepsia, enjoo, náusea, vômito,
epigastralgia, má digestão, queimação, pirose, esofagite péptica, distensão
abdominal, cinetose, hérnia de hiato
Restrições:
-
Metoclopramida
- Bromoprida
- Mebeverina
- Inibidores da
Bomba de
Prótons
Antibacterianos
tópicos Infecções bacterianas da pele
Permitidos:
- Bacitracina
- Neomicina
Antidiarreicos DiarreiaDisenteria
Restrições:
- Loperamida
infantil
- Opiáceos
Antiespasmódicos Cólica, cólica menstrual, dismenorreia, desconforto pré-menstrual, cólicabiliar/renal/intestinal
Restrição:
- Mebeverina
Anti-histamínicos
Antisseborreicos
Alergia, coceira, prurido, coriza, rinite alérgica, urticária, picada de inseto,
ardência, ardor, conjuntivite alérgica, prurido senil, prurido nasal, prurido
ocular alérgico, febre do feno, dermatite atópica, eczemas, caspa, dermatite
seborreica, seborreia, oleosidade.
Restrições:
- Adrenérgicos
- Corticoides
(exceto
hidrocortisona
de uso tópico)
Antissépticos orais
Antissépticos buco-
faríngeos
Aftas, dor de garganta, profilaxia das cáries
Antissépticos nasais
Fluidificantes nasais
Umectantes nasais
Antissépticos nasais, fluidificantes nasais, umectantes nasais
Antissépticos
oculares Antissépticos oculares
Restrições:
Adrenérgicos
(exceto
nafazolina com
concentração <
0,1%)
- Corticoides
Antissépticos da
pele e mucosas
Assaduras, dermatite de fraldas, dermatite de contato, dermatite amoniacal,
intertrigo (mamário, perianal, interdigital, axilar), odores dos pés e axilas
Antissépticos
urinários Disúria, dor/ardor/desconforto para urinar
Antissépticos
vaginais tópicos Higiene íntima, desodorizante
Grupos
Terapêuticos Indicações Terapêuticas Observações
Aminoácidos,
Vitaminas e/ou
Minerais
Suplementos alimentares com as seguintes finalidades de uso:
Antioxidantes; Auxiliar no sistema imunológico; Auxiliar nas anemias
carenciais; Dietas restritivas e inadequadas; Doenças
crônicas/convalescença; Gestação e aleitamento; Idosos; Períodos de
crescimento acelerado; Pós-cirúrgico/cicatrizante; Prevenção de cegueira
noturna/xeroftalmia; Prevenção do raquitismo; Prevenção/tratamento auxiliar
na desmineralização óssea pré e pós-menopausal; Recém-nascidos,
lactentes e crianças em fase de crescimento
Anti-inflamatórios
Lombalgia, mialgia, torcicolo, dor articular, artralgia, inflamação da garganta,
dor muscular, dor na perna, dor varicosa, contusão, hematomas, entorses,
tendinites, cotovelo de tenista, lumbago, dor pós-traumática, dor ciática,
bursite, distensões, flebites superficiais, inflamações varicosas, quadros
dolorosos da coluna vertebral, lesões leves oriundas da prática esportiva
Permitidos:
- Naproxeno
- Ibuprofeno
- Cetoprofeno
- Tópicos não
esteroidais
(AINEs)
Antiflebites Dor nas pernas, dor varicosa, sintomas de varizes, dores das pernasrelacionadas a varizes, dores após escleroterapia venosa
Antifiséticos
Antiflatulentos
Carminativos
Eructação, flatulência, empachamento, estufamento, aerofagia pós-
operatória, gases, meteorismo
Antifúngicos
Antimicóticos
Micoses de pele, frieira, micoses de unha, pano branco, infecções fúngicas
das unhas, onicomicoses, dermatomicoses, pitiríase versicolor, tinha das
mãos, tinha dos pés, pé de atleta, tinha do corpo, micose de praia, tinha da
virilha, candidíase cutânea, monilíase cutânea, dermatite seborreica,
dermatomicoses superficiais, vulvovaginites, dermatiteperianal,
balanopostite, candidíase vaginal, candidíase oral
Permitidos:
- Formas
farmacêuticas
tópicas
Anti-hemorroidarios Sintomas de hemorroidas
Permitidos:
- Formas
farmacêuticas
tópicas
Antiparasitários
orais
Anti-helmínticos
Verminoses
Permitidos:
- Mebendazol
- Levamizol
Antiparasitários
tópicos
Escabicidas
Ectoparasiticidas
Piolhos, sarna, escabiose, carrapatos, pediculose, lêndea
Antitabágicos Alívio dos sintomas decorrente do abandono do hábito de fumar, alívio dossintomas da síndrome de abstinência
Restrição:
- Bupropiona
Analgésicos
Antitérmicos
Antipiréticos
Dor, dor de dente, dor de cabeça, dor abdominal e pélvica, enxaqueca,
sintomas da gripe, sintomas do resfriado, febre, cefaleia, dores reumáticas,
nevralgias, lombalgia, mialgia, torcicolo, dor articular, artralgia, inflamação
da garganta, dor muscular, contusão, hematomas, entorses, tendinites,
cotovelo de tenista, lumbago, dor pós-traumática, dor ciática, bursite,
distensões
Permitidos:
- Analgésicos
(exceto
narcóticos)
Ceratolíticos Descamação, esfoliação da pele, calos, verrugas, verruga plantar, verrugavulgar
Cicatrizantes Feridas, escaras, fissuras de pele e mucosas, rachaduras
Grupos
Terapêuticos Indicações Terapêuticas Observações
Colagogos
Coleréticos Distúrbios digestivos, distúrbios hepáticos
Descongestionantes
nasais tópicos Congestão nasal, obstrução nasal, nariz entupido
Restrições:
-
Vasoconstritores
Descongestionantes
nasais sistêmicos Congestão nasal, obstrução nasal, nariz entupido
Permitido:
- Fenilefrina
Emolientes e
lubrificantes
cutâneos e de
mucosas
Hidratante, dermatoses hiperqueratóticas, dermatoses secas, pele seca e
áspera, ictiose vulgar, hiperqueratose palmar e plantar, ressecamento da
pele, substituto artificial da saliva, saliva artificial para tratamento da
xerostomia
 
Emolientes
Lubrificantes
Adstringentes
oculares
Secura nos olhos, falta de lacrimejamento, irritação ocular 
Expectorantes
Balsâmicos
Mucolíticos
Sedativos da tosse
Tosse, tosse seca, tosse produtiva, tosse irritativa, tosse com catarro,
mucofluidificante 
Laxantes
Catárticos Prisão de ventre, obstipação intestinal, constipação intestinal, intestino preso 
Reidratante oral Hidratação oral, reidratação oral 
Relaxantes
musculares Torcicolo, contratura muscular, dor muscular, lumbago, entorses 
Rubefacientes Vermelhidão, rubor 
Tônicos orais Estimulante do apetite, astenia 
Fonte: Instrução Normativa da Anvisa n° 11, de 2016
A Figura 4.1 mostra os critérios para enquadramento como MIP no Brasil. O tempo mínimo
de comercialização do princípio ativo ou da associação de princípios ativos (com as
mesmas indicações, via de administração e faixa terapêutica) é de 10 anos, sendo pelo
menos 5 anos no Brasil como medicamento sob prescrição ou 5 anos no exterior como MIP,
com critérios compatíveis aos estabelecidos no Brasil.
Figura 4.1 – Critérios para enquadramento como MIP no Brasil de acordo com a RDC da Anvisa n°
98/2016
Fonte: autora
Os MIPssão aprovados para tratar de afecções e sintomas considerados menores. Esses
medicamentos são de venda livre e disponíveis ao consumidor sem a apresentação de uma
prescrição médica ou odontológica. Dessa forma, no seu consumo consideram-se apenas
as orientações disponíveis nas bulas e nos rótulos. Entre os MIPs mais consumidos no
Brasil estão os analgésicos e antipiréticos, antiácidos, antiflatulentos, analgésicos tópicos,
expectorantes, medicamentos para obstipação, estomatológicos e os antigripais.
A revisão do enquadramento de um medicamento como isento de prescrição poderá ocorrer
a qualquer momento. A Anvisa disponibiliza as solicitações de reenquadramento de
princípios ativos no seu sítio eletrônico. Alguns dos ativos listados no Quadro 4.2 são alvo
de petições em andamento. A Anvisa solicita que as empresas com medicamentos
fabricados com esses ativos, interessadas no mesmo enquadramento (MIPs), protocolizem
suas petições para análise. Entretanto o peticionamento não é obrigatório. Caso haja
alteração da restrição de venda, todas as empresas que detenham registro de
medicamentos reenquadrados deverão realizar os procedimentos de adequação previstos
na RDC da Anvisa nº 98/2016.
Quadro 4.2 - Lista de princípios ativos que são alvo de petições em andamento na Anvisa para análise
de enquadramento como medicamentos isentos de prescrição
Fármaco Apresentação
Ácido mefenâmico Comprimido 500 mg
Alfaestradiol Solução capilar 0,25 mg/mL
Bromoprida Cápsula dura 10 mgSolução oral 4 mg/mL
Cetoprofeno
Cápsula dura 50 mg
Xarope 1 mg/mL
Gel tópico 25 mg/g
Ciclopirox olamina
Creme 10 mg/g
Esmalte 80 mg/g
Loção 10 mg/mL
Cloridrato de ioimbina Comprimido 5,4 mg
Cloridrato de tiamina Comprimido revestido 300 mg
Cloridrato de meclozina Comprimido 12,5 mg
Cordia verbenacea DC Creme 5 mg/gAerossol 5 mg/g
Desloratadina Comprimido revestido 5 mgXarope 0,5 mg/mL
Diclofenaco potássico Comprimido revestido 50 mgComprimido dispersível 50 mg
Diclofenaco resinato Suspensão 15 mg/mL
Diclofenaco sódico Comprimido revestido 50 mg
Dicloridrato de betaistina Comprimidos 6 mg, 16 mg e 24 mg
Dicloridrato de hidroxizina
Solução oral 2 mg/mL
Xarope 2 mg/mL
Comprimido 25 mg
Dicloridrato de levocetirizina Comprimido revestido, 5 mgXarope 0,5 mg/mL
Esomeprazol Comprimidos revestidos 20 mg e 40 mg
Hedera Helix L. (extrato seco) Xarope 7 mg/mLXarope 15 mg/mL
Ibuprofeno arginina Comprimido revestido 770 mgGranulado para solução oral 770 – 1.155 mg
Nistatina Creme ginecológico 25.000 UI
Nitrato de butoconazol Creme vaginal 20 mg/g
Omeprazol Cápsula dura 10 – 40 mg
Pantoprazol sódico Comprimido revestido 20 mg
Penciclovir Creme 10 mg/g
Fármaco Apresentação
Propionato de fluticasona Solução nasal 0,05%
Queratina + Cistina + associações Cápsula dura, 20 mg + 20 mg + 240 mg
Sulfadiazina de prata Creme 1%
Sulfato de Glicosamina Pó para solução oral 1.500 mg
Fonte: Anvisa
A Resolução do CFF nº 467, de 28 de novembro de 2007, aponta que compete ao
farmacêutico manipular, dispensar e comercializar MIPs, bem como cosméticos e outros
produtos farmacêuticos magistrais, independentemente da apresentação da prescrição. O
farmacêutico deve acompanhar as atualizações das legislações relativas aos MIPs, de
forma a garantir que sua prescrição esteja fundamentada em princípios éticos e legais.
Problema de saúde autolimitado é definido como uma enfermidade aguda de baixa
gravidade, de breve período de latência, que desencadeia uma reação orgânica a qual
tende a cursar sem dano para o paciente e que pode ser tratada de forma eficaz e segura
com medicamentos e outros produtos com finalidade terapêutica e cuja dispensação não
exija prescrição médica.
A terapia pode incluir medicamentos industrializados ou preparações magistrais, alopáticos
ou dinamizados, plantas medicinais, drogas vegetais, dermocosméticos ou mesmo medidas
não farmacológicas.
Na avaliação farmacêutica, caso o problema de saúde do indivíduo não se enquadre como
autolimitado ou seja autolimitado com agravantes, o indivíduo deverá ser encaminhado ao
médico. Além de conhecer as etapas do processo semiológico aplicado ao manejo de
problemas de saúde autolimitados, o farmacêutico deve ter conhecimento do embasamento
legal de suas atribuições clínicas.
A prescrição farmacêutica de MIPs em gestantes, lactantes, lactentes, bebês, crianças e
idosos deve ser evitada, e o encaminhamento médico deve ser realizado. Esses pacientes
são frágeis, vulneráveis, demandando cuidado clínico individualizado que assegure o uso
racional de medicamentos.
Referências
BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. IN nº 11 de 29 de setembro de 2016.
Dispõe sobre a lista de medicamentos isentos de prescrição. Disponível em:
http://portal.anvisa.gov.br/documents/10181/2718376/(1)IN_11_2016_.pdf/e31d6cb1-0b3c-
43d3-bd59-9b4a8581daf2. Acesso em: 14 out. 2019.
BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Gerência Geral de Medicamentos e
Produtos Biológicos – GGMED. Comunicado nº 01/2017-MIP/GGMED, de 19 de janeiro
de 2017. Disponível em:
http://portal.anvisa.gov.br/documents/33836/2984605/2017+01+Primeiro+edital+de+MIPs.pd
f/096428bf-fa10-4a2b-8f18-aa4c560cd54d. Acesso em: 14 out. 2019.
BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Gerência Geral de Medicamentos e
Produtos Biológicos – GGMED. Comunicado nº 02/2017-MIP/GGMED, de 3 de agosto de
2017. Disponível em:
http://portal.anvisa.gov.br/documents/33836/2984605/2017+08+Segundo+edital+MIPs.pdf/3
cc3c925-e591-4284-b693-de7da56cb4a4. Acesso em: 14 out. 2019.
BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Nota Técnica nº 256/2017-GGMED.
Solicitações de enquadramento de medicamentos como isentos de prescrição. Brasília:
Anvisa, 19 dez. 2017. Disponível em:
http://portal.anvisa.gov.br/documents/33836/2984605/Peti%C3%A7%C3%B5es+MIP+DEZ+
2017/2dc0deb0-7b4e-48e1-b340-a5a5e05e62af. Acesso em: 14 out. 2019.
CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Resolução nº 467, de 28 de novembro de 2007.
Define, regulamenta e estabelece as atribuições e competências do farmacêutico na
manipulação de medicamentos e de outros produtos farmacêuticos. Disponível em:
http://www.cff.org.br/userfiles/file/resolucoes/467.pdf. Acesso em: 14 out. 2019.
CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Resolução n° 596, de 21 de fevereiro de 2014.
Dispõe sobre o Código de Ética Farmacêutica, o Código de Processo Ético e estabelece as
infrações e as regras de aplicação das sanções disciplinares.
CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Resolução nº 98, de 01 de agosto de 2016.
Dispõe sobre os critérios e procedimentos para o enquadramento de medicamentos como
isentos de prescrição e o reenquadramento como medicamentos sob prescrição, e dá
outras providências. Disponível em:
http://portal.anvisa.gov.br/documents/10181/2921766/RDC_98_2016.pdf/32ea4e54-c0ab-
459d-903d-8f8a88192412. Acesso em: 14 out. 2019.
DEZ ativos podem ser enquadrados como isentos. Anvisa, 19 jan. 2017. Disponível em:
http://portal.anvisa.gov.br/rss/-/assetpublisher/Zk4q6UQCj9Pn/content/id/3196376. Acesso
em: 14 out. 2019.
CAPÍTULO 5
SUPLEMENTOS ALIMENTARES
Carine Viana
Thaís Ramos Dal Molin
SUPLEMENTOS ALIMENTARES
Os suplementos alimentares são produtos para ingestão oral, apresentados em diferentes
formas farmacêuticas e destinados a suprir determinadas necessidades da dieta de
indivíduos saudáveis por meio de nutrientes, substâncias bioativas, enzimas ou probióticos,
isolados ou combinados. Esses produtos não devem apresentar substâncias terapêuticas
que promovam cura ou tratamento de doenças.
LEGISLAÇÃO
No Brasil, até 2018, as normas relacionadas aos produtos utilizados como suplementos
alimentares encontravam-se fracionadas em diversas legislações sanitárias. Isso porque
muitos desses produtos guardam características de alimentos e de medicamentos, por
apresentarem certas atividades biológicas.
Os suplementos eram enquadrados em diversas categorias de produtos: (I) Alimentos para
atletas; (II) Suplementos vitamínicos e minerais; (III) Alimentos com alegação de
propriedade funcional e/ou saúde; (IV) Novos alimentose novos ingredientes; (V)
Substâncias bioativas e probióticos; (VI) Fitoterápicos; e (VII) Medicamentos específicos.
O marco regulatório publicado em 2018 pela Anvisa prevê pela primeira vez em uma norma
sanitária brasileira a denominação “suplemento alimentar”. Essa legislação surge com a
finalidade de auxiliar tanto os fabricantes quanto os usuários e comerciantes desses
produtos a identificarem a qualidade do produto. O marco legal para suplementos
alimentares é formado por seis normas, as quais estão descritas no Quadro 5.1.
Quadro 5.1 - Normas do marco legal para suplementos alimentares
Norma
Anvisa Ementa
RDC
239/2018
Estabelece os aditivos alimentares e coadjuvantes de tecnologia autorizados para uso em suplementos
alimentares.
RDC
240/2018
Categorias de alimentos e embalagens isentos e com obrigatoriedade de registro sanitário. Altera a RDC
nº 27/2010.
RDC
241/2018
Requisitos para comprovação da segurança e dos benefícios à saúde dos probióticos para uso em
alimentos.
RDC
242/2018
Regulamenta o registro de vitaminas, minerais, aminoácidos e proteínas de uso oral, classificados como
medicamentos específicos. Altera a RDC 24/2011, a RDC 107/2016, a IN 11/2016 e a RDC 71/2009.
RDC
243/2018
Dispõe sobre os requisitos sanitários dos suplementos alimentares.
IN
28/2018
Estabelecem as listas de constituintes, limites de uso, alegações permitidas e rotulagem complementar
dos suplementos alimentares.
Fonte: autora
A categoria de suplementos alimentares passou a reunir a maior parte dos produtos que
estavam enquadrados em diferentes categorias distintas de alimentos e em uma de
medicamentos: (I) suplementos de vitaminas e minerais; (II) substâncias bioativas e
probióticos; (III) novos alimentos; (IV) alimentos com alegações de propriedades funcionais;
(V) suplementos; (VI) complementos alimentares para gestantes e nutrizes; e (VII)
medicamentos específicos isentos de prescrição.
Com as novas regras, a principal diferença entre um suplemento alimentar e um
medicamento é a sua finalidade de uso. Enquanto um suplemento tem como finalidade
suplementar a alimentação de pessoas saudáveis, os medicamentos devem possuir
finalidade terapêutica ou medicamentosa comprovada.
Não são permitidos na composição de suplementos alimentares:
1. Substâncias consideradas como doping pela Agência Mundial Antidopagem.
2. Substâncias sujeitas a controle especial, conforme Portaria do Ministério da Saúde n° 344/1998 e suas
atualizações.
3. Substâncias obtidas das espécies que não podem ser utilizadas na composição de produtos tradicionais
fitoterápicos, conforme a Resolução da Anvisa n° 26/2014.
4. Óleos e gorduras parcialmente hidrogenados.
Os rótulos de suplementos alimentares não podem apresentar palavras, marcas, imagens
ou qualquer outra representação gráfica que afirme ou sugira que:
O produto possui finalidade medicamentosa ou terapêutica;
O produto contém substâncias não autorizadas ou proibidas;
A alimentação não é capaz de fornecer os componentes necessários à saúde; ou
O produto é comparável ou superior a alimentos convencionais.
PRESCRIÇÃO FARMACÊUTICA
O Conselho Federal de Farmácia, considerando o avanço da prescrição clínica
farmacêutica e as novas normativas para os suplementos alimentares, regulamentou os
suplementos alimentares como modalidade da prática farmacêutica.
A Resolução do CFF nº 661/2018 define o cuidado farmacêutico relacionado aos
suplementos alimentares e demais categorias de alimentos na farmácia comunitária,
consultório farmacêutico e estabelecimentos comerciais de alimentos.
O cuidado farmacêutico relacionado à dispensação de suplementos alimentares deve
contemplar principalmente a avaliação do uso desses produtos e a orientação do paciente
ou do cuidador sobre sua utilização racional. A análise farmacêutica acerca da necessidade
de uso dos suplementos alimentares deve considerar as características individuais e as
evidências científicas que comprovem o benefício do produto à saúde do usuário.
No processo de avaliação da prescrição ou mesmo da demanda espontânea para fins de
autocuidado, o farmacêutico deverá considerar:
Reações adversas potenciais.
Interações potenciais com alimentos, suplementos, medicamentos, exames complementares e doenças.
Toxicidade (aguda, subcrônica e crônica).
Precauções, advertências e contraindicações.
Posologia relacionada ao uso pretendido.
Características do indivíduo (biológicas, socioeconômicas, culturais e psicológicas).
O farmacêutico pode prescrever nutrientes, compostos bioativos isolados de alimentos,
probióticos e enzimas, nas diversas categorias de alimentos, medicamentos isentos de
prescrição médica ou de preparações magistrais, nos seguintes contextos:
Para prevenção de doenças e de outros problemas de saúde.
Para recuperação da saúde, sempre que no processo de rastreamento houver identificação de riscos.
Na otimização do desempenho físico e mental, associado ao exercício físico ou não.
Na complementação da farmacoterapia, como forma de potencializar resultados clínicos de medicamentos,
bem como prevenir ou reduzir reações adversas a medicamentos.
Na manutenção ou melhora da qualidade de vida.
Cabe ressaltar a importância do trabalho interdisciplinar na prescrição de suplementos
alimentares, aliado a equipes médicas e nutricionistas. O encaminhamento do paciente a
outros profissionais de saúde deverá ser realizado para o atendimento de demandas com
maiores complexidades.
CATEGORIAS DE SUPLEMENTOS
Para melhor entendimento, os suplementos alimentares podem ser subdivididos nas
seguintes categorias:
Suplementos vitamínicos e/ou minerais: indicados para atingir a ingestão diária
recomendada (IDR) como forma de manutenção da saúde do paciente e prevenção
de maiores complicações. Exemplos: vitamina C, vitamina D, vitamina B12, ferro e
cálcio.
Alimentos para atletas: suplementos com a finalidade de suprir as necessidades dos
atletas de rendimento máximo a fim de fazer uma manutenção corporal essencial à
vida. Exemplos: suplementos de proteína (albumina, aminoácidos e a proteína do
soro do leite), creatina e suplementos energéticos a base de carboidratos como a
maltodextrina.
Alimentos de propriedade funcional e/ou saúde: produtos com efeitos metabólicos
e/ou fisiológicos e/ou efeitos benéficos à saúde. Exemplos: ômega 3, luteína,
quitosana e psyllium.
Probióticos: microrganismos vivos que, quando administrados em quantidades
adequadas, conferem benefícios à saúde do consumidor.
No Capítulo 31 são abordados os suplementos vitamínicos e minerais mais consumidos
entre a população visando ao bem-estar e à saúde do usuário.
Referências
BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução nº 16, de 30 de abril de 1999.
Aprova o regulamento técnico de procedimentos para registro de Alimentos e Novos
ingredientes, constante do anexo desta Portaria. Diário Oficial [da] República Federativa
do Brasil, Brasília, Poder Executivo, 30 abr. 1999(a).
BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução nº 18, de 19 de novembro de
1999. Regulamento técnico que estabelece as diretrizes para análise e comprovação de
propriedade funcionais e ou se saúde alegadas em rotulagem de alimentos. Diário Oficial
[da] República Federativa do Brasil, Brasília, Poder Executivo, 19 nov. 1999(b).
BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução nº 132, de 29 de maio de
2003. Institui a categoria de registro de medicamentos específicos. Diário Oficial [da]
República Federativa do Brasil, Brasília, Poder Executivo, DGF, 29 maio 2003.
BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução nº 269/2005. Regulamento
técnico sobre a ingestão diária recomendada (IDR) de proteína, vitaminas e minerais.
Brasília: Anvisa, 2005. Disponível em:
http://portal.anvisa.gov.br/documents/10181/2718376/RDC_269_2005_COMP.pdf/25aaf9f3-
32bc-4e80-aa6c-0520332533a6. Acesso em: 8 jun. 2019.
BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. RDC n° 18 de 27 de abril de 2010.
Dispõe sobre alimentos para atletas. Diário Oficial [da] República Federativado Brasil,
Brasília, Poder Executivo, 30 abr. 2010.
BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução nº 26, de 13 de maio de 2014.
Dispõe sobre o registro de medicamentos fitoterápicos e registro e notificação de produtos
tradicionais fitoterápicos. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, Poder
Executivo, 13 maio 2014.
BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. RDC nº 242, de 26 de julho de 2018.
Altera a RDC nº 24, de 14 de junho de 2011, a RDC n° 107, de 5 de setembro de 2016, a IN
n° 11, de 29 de setembro de 2016 e a RDC n° 71, de 22 de dezembro de 2009 e
regulamenta o registro de vitaminas, minerais, aminoácidos e proteínas de uso oral,
classificados como medicamentos específicos. Disponível em:
http://portal.anvisa.gov.br/documents/10181/3898888/RDC_242_2018_.pdf/6ce767e9-7e1a-
476f-a7a7-8cfe5961a6dc. Acesso em: 8 jun. 2019.
BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. RDC nº 243 de 26 de julho de 2018.
Dispõe sobre os requisitos sanitários dos suplementos alimentares. Disponível em:
http://www.imprensanacional.gov.br/materia/-/asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/343
79969/do1-2018-07-27-resolucao-da-diretoria-colegiada-rdc-n-243-de-26-de-julho-de-2018-
34379917. Acesso em: 8 jun. 2019.
BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Perguntas e Respostas. Assunto: RDC
nº 242/2018: Regulamentação do registro de vitaminas, minerais, aminoácidos e proteínas
de uso oral, classificados como medicamentos específicos. Brasília: Anvisa, 10 dez. 2018.
Disponível em:
http://portal.anvisa.gov.br/documents/33836/351923/FAQ_RDC_242_2018_primeira_edi%C
3%A7%C3%A3o.pdf/de79e89e-5710-4fe1-aa3e-a002baa2ff60. Acesso em: 8 jun. 2019.
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 32, de 13 de janeiro de 1998. Regulamento
Técnico para Fixação de Identidade e Qualidade de Suplementos Vitamínicos e ou de
Minerais. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, Poder Executivo, 13
jan. 1998.
BRASIL. Secretária de Vigilância Sanitária. Decreto-lei nº 986, de 21 de outubro de 1969.
Institui normas básicas sobre alimentos. Diário Oficial [da] República Federativa do
Brasil, Brasília, 21 out. 1969. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-
lei/Del0986.htm. Acesso em: 14 out. 2019.
BRASIL. Secretária de Vigilância Sanitária. Portaria nº 32, de 13 de janeiro de 1998.
Aprova o regulamento técnico para suplementos vitamínicos e ou de minerais. Disponível
em:
http://portal.anvisa.gov.br/documents/33916/394219/PORTARIA_32_1998.pdf/551775c4-
9fc2-4f62-bb62-c7ceea757476. Acesso em: 14 out. 2019.
CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Resolução RDC nº 661, de 25 de outubro de 2018.
Dispõe sobre o cuidado farmacêutico relacionado a suplementos alimentares e demais
categorias de alimentos na farmácia comunitária, consultório farmacêutico e
estabelecimentos comerciais de alimentos. Diário Oficial da União, Brasília, 2 out. 2018.
Seção 1, p. 122-123.
GLISSON, J. K.; WALKER, L. A. How physicians should evaluated dietary supplements. The
American Journal of Medicine, v. 123, n. 7, p. 577-582, 2010.
WALLACE T. C. et al. Dietary supplement regulation in United States. EUA: Springer,
2013. 53 p.
CAPÍTULO 6
FITOTERÁPICOS
Carine Viana
DEFINIÇÕES
Os fitoterápicos são produtos farmacêuticos obtidos de matéria-prima ativa vegetal, exceto
substâncias isoladas, com finalidade profilática, curativa ou paliativa, incluindo medicamento
fitoterápico e produto tradicional fitoterápico, podendo ser simples, quando o ativo é
proveniente de uma única espécie vegetal medicinal, ou composto, quando o ativo é
proveniente de mais de uma espécie vegetal.
Definições dos produtos naturais importantes para a prescrição farmacêutica, baseadas em
regulações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária e do Conselho Federal de
Farmácias:
Medicamentos fitoterápicos: aqueles obtidos com emprego exclusivo de matérias-primas
ativas vegetais cuja segurança e eficácia sejam baseadas em evidências clínicas e que
sejam caracterizados pela constância de sua qualidade.
Produtos tradicionais fitoterápicos: os obtidos com emprego exclusivo de matérias-
primas ativas vegetais cuja segurança e efetividade sejam baseadas em dados de uso
seguro e efetivo publicados na literatura técnico-científica e que sejam concebidos para
serem utilizados sem a vigilância de um médico para fins de diagnóstico, de prescrição ou
de monitorização.
Chás medicinais: droga vegetal com fins medicinais a ser preparada por meio de infusão,
decocção ou maceração em água pelo consumidor. Não podem conter excipientes em suas
formulações.
Alcoolatura: preparação vegetal líquida obtida pelo processo de maceração a frio, da
planta fresca rasurada ou de seus órgãos.
Droga vegetal: planta medicinal, ou suas partes, que contenha as substâncias, ou classes
de substâncias, responsáveis pela ação terapêutica, após processos de coleta,
estabilização, quando aplicável, e secagem, podendo estar na forma íntegra, rasurada,
triturada ou pulverizada.
Planta medicinal: espécie vegetal, cultivada ou não, utilizada com propósitos terapêuticos.
Insumo farmacêutico ativo vegetal (IFAV): matéria-prima ativa de origem vegetal utilizada
no processo de fabricação de um fitoterápico. Pode ser a planta fresca, a droga vegetal ou
um derivado vegetal.
Derivado vegetal: produto da extração da planta medicinal fresca, ou da droga vegetal,
que contenha as substâncias responsáveis pela ação terapêutica, podendo ocorrer na
forma de extrato, cera, exsudato, óleo fixo e volátil.
Decocção: preparação que consiste na ebulição da droga vegetal em água potável por
tempo determinado. Método indicado para drogas vegetais com consistência rígida, tais
como cascas, raízes, rizomas, caules, sementes e folhas coriáceas.
Extrato: preparação de consistência líquida, sólida ou intermediária, obtida do IFAV. O
material utilizado na preparação de extratos pode sofrer tratamento preliminar, como
estabilização, moagem ou desengorduramento. O extrato pode ser preparado por
percolação, maceração ou outro método adequado. Geralmente, utiliza como solvente
álcool etílico ou água.
Extrato fluido: preparação líquida obtida de drogas vegetais por extração com líquido
extrator apropriado ou por dissolução do extrato seco correspondente, em que, exceto
quando indicado de maneira diferente, uma parte do extrato, em massa ou volume,
corresponde a uma parte, em massa, da droga vegetal utilizada na sua preparação. Os
extratos fluidos podem ser padronizados em termos de concentração do solvente; teor de
constituintes, ou de resíduo seco.
Infusão: preparação que consiste em verter água fervente sobre a droga vegetal e, em
seguida, se aplicável, tampar ou abafar o recipiente por tempo determinado. Método
indicado para drogas vegetais de consistência menos rígida, tais como folhas, flores,
inflorescências e frutos, ou que contenham substâncias ativas voláteis.
Maceração com água: preparação, destinada a ser feita pelo consumidor, que consiste no
contato da droga vegetal com água potável, a temperatura ambiente, por tempo
determinado, específico para cada droga vegetal. Método indicado para drogas vegetais
que possuam substâncias que se degradem com o aquecimento.
Solução: forma farmacêutica líquida, límpida e homogênea, que contém IFAV dissolvido em
um solvente adequado ou numa mistura de solventes miscíveis.
Tintura: preparação etílica ou hidroetílica resultante da extração de drogas vegetais ou da
diluição dos respectivos extratos. São obtidas por maceração ou percolação.
PRESCRIÇÃO FARMACÊUTICA
As definições para prescrição farmacêutica de plantas medicinais e fitoterápicos encontram-
se fragmentadas na legislação vigente, tanto sanitárias quanto profissional. Portanto, o
farmacêutico prescritor deve estar sempre atualizado para ter clareza dos seus limites e
abrangência.
Os Conselhos de Medicina, Enfermagem e Farmácia reconhecem a fitoterapia como área
de atuação; a prescrição deve ser realizada somente por profissionais com especialização
na área. Desses profissionais, somente ofarmacêutico possui na sua grade curricular
disciplinas relacionadas a plantas medicinais, tais como botânica, farmacognosia e
fitoterapia.
A primeira norma do Conselho Federal de Farmácia (CFF) que definiu as atribuições do
farmacêutico no âmbito das plantas medicinais e fitoterápicos foi a Resolução n° 459/2007.
Essa resolução foi revogada pela Resolução nº 477/2008, que alterou o texto de forma a
incluir aspectos relevantes. Uma das alterações foi prever a contribuição dos farmacêuticos
para a formação de profissionais nessa área, por meio da disponibilização de estágios aos
acadêmicos de farmácia nos ambientes de atuação previstos na resolução.
Em relação à atuação do farmacêutico na farmácia magistral, a Resolução nº 477/08 insere
maiores detalhes em relação a manipulação, dispensação e aconselhamento farmacêutico
no uso de plantas medicinais e seus derivados, fitoterápicos manipulados e industrializados
em atendimento a uma prescrição médica, ou na automedicação responsável. O texto
também define que a automedicação responsável deverá ocorrer somente mediante
orientação e acompanhamento de farmacêutico nos casos dos medicamentos oficinais
isentos de prescrição.
Em 2011, o CFF, por meio da Resolução 546, dispôs pela primeira vez sobre a indicação
desses produtos por farmacêuticos e definiu os conhecimentos e as habilidades do
profissional para exercer esse serviço. Entretanto essa norma foi revogada em 2016 pela
Resolução n° 622.
Cabe salientar que a Resolução do CFF n° 546/2011 conceitua a indicação farmacêutica
como sendo o ato do farmacêutico, praticado em área específica do estabelecimento
farmacêutico, registrado e documentado, fundamentado na informação e educação ao
paciente/usuário sobre o uso correto e racional de plantas medicinais e fitoterápicos, que
possibilite o êxito da terapêutica, induza a mudanças nos hábitos de vida e proporcione
melhores condições de saúde à população.
Atualmente, a Resolução do CFF n° 586/2013 regula a prescrição farmacêutica e define
que farmacêutico devidamente habilitado poderá realizar a prescrição de medicamentos
cuja dispensação não exija prescrição médica, incluindo plantas medicinais e drogas
vegetais.
O farmacêutico deve ter conhecimentos e habilidades clínicas que abranjam boas práticas
de prescrição, fisiopatologia, semiologia, comunicação interpessoal, farmacologia clínica e
terapêutica. O ato da prescrição de terapias relacionadas às práticas integrativas e
complementares deverá estar fundamentado em conhecimentos e habilidades relacionados
a estas práticas.
PRODUTOS À BASE DE PLANTAS
Muitas drogas e extratos vegetais têm sido disponibilizados no mercado e introduzidos na
terapêutica. Desde 2004, os esforços regulatórios por parte da Anvisa têm auxiliadona
garantia da qualidade dos medicamentos fitoterápicos. Entretanto, a prática clínica da
fitoterapia ainda apresenta dificuldade com a falta de padronização das drogas vegetais e
extratos disponíveis no mercado brasileiro.
Há carência de ensaios clínicos com definição das doses seguras e eficazes. As
informações costumam ser dispersas e discrepantes no que diz respeito a posologia e nas
atividades farmacológicas atribuídas a espécie vegetal.
As indefinições, somadas às diferenças de padronização dos diferentes extratos
disponíveis, dificultam sobremaneira a prescrição farmacêutica. Acarretando falta de
credibilidade da fitoterapia como terapêutica e problemas tais quais erros de dosagem, com
resultados negativos para os pacientes.
A prescrição farmacêutica pode envolver preparações extemporâneas, formulações
farmacêuticas oficinais, produtos magistrais e ainda produtos tradicionais fitoterápicos.
Os medicamentos fitoterápicos industrializados são registrados na Anvisa, sendo que os
requisitos são comparáveis aos de medicamentos sintéticos. Entretanto os produtos
tradicionais fitoterápicos podem ser passíveis de registro ou de notificação. Existem
regulamentações específicas para o registro de medicamentos fitoterápicos, sendo a
principal delas a norma RDC da Anvisa nº 26, de 13 de maio de 2014.
Os produtos tradicionais fitoterápicos não podem se referir a doenças, distúrbios, condições
ou ações consideradas graves, além disso, não podem conter matérias-primas em
concentração de risco tóxico conhecido e não devem ser administrados via injetável ou
oftálmica.
A RDC da Anvisa 26/2014 prevê que os produtos tradicionais fitoterápicos são concebidos
para serem utilizados sem a vigilância de um médico para fins de diagnóstico, de prescrição
ou de monitorização.
A Instrução Normativa da Anvisa nº 2, de 13 de maio de 2014, atualiza a “Lista de
medicamentos fitoterápicos de registro simplificado” e a “Lista de produtos tradicionais
fitoterápicos de registro simplificado”. A notificação consiste na prévia comunicação à
Anvisa informando que se pretende fabricar, importar e/ou comercializar produtos
tradicionais fitoterápicos.
A manipulação de medicamentos para uso humano é feita em farmácias com base em
preparações magistrais que são elaboradas de uma prescrição de profissional habilitado ou
oficinais que estão inscritas no Formulário Nacional ou em Formulários Internacionais
reconhecidos pela Anvisa.
O Quadro 6.1 apresenta as formulações farmacêuticas relacionadas no 1º Suplemento do
Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira publicado em 2018. Estas servem
como referência para o sistema de notificação de produtos tradicionais fitoterápicos da
Anvisa e ainda podem ser manipuladas de modo a estabelecer um estoque mínimo em
farmácias magistrais.
A prescrição de uma preparação magistral deve conter detalhes da composição, forma
farmacêutica, posologia, modo de usar e a quem se destina. A atual norma que
regulamenta a manipulação é a RDC da Anvisa n° 67/2007, atualizada pela RDC n°
87/2008, que define as boas práticas de manipulação de preparações magistrais e oficinais
para uso humano em farmácias.
A preparação extemporânea é feita pelo próprio usuário para uso imediato por infusão,
decocção ou maceração.
Quadro 6.1 - Formulações farmacêuticas relacionadas no Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia
Brasileira (2018)
TINTURAS CÁPSULAS COM DERIVADOS VEGETAIS
Achillea millefolium L. Actaea racemosa L.
Allium sativum L. Aesculus hippocastanum L.
Achyrocline satureioides (Lam.) DC. Allium sativum L.
Aloysia polystachya (Griseb.) Moldenke. Alpinia zerumbet (Pers.) B.L. Burtt & R.M. SM.
Arctium lappa L. Crataegus monogyna Jacq.
Baccharis trimera (Less.) DC. Crataegus rhipidophylla Gand.
Calendula officinalis L. Crataegus laevigata (Poir.) DC.
Crataegus monogyna Jacq. Crataegus pentagyna Waldst. & Kit. ex Willd.
Crataegus rhipidophylla Gand. Crataegus nigra Waldst. & Kit. e Crataegus azarolus L.
Crataegus laevigata (Poir.) DC. Curcuma longa L.
Crataegus pentagyna Waldst. & Kit. ex
Willd.
Curcuma longa L.
Crataegus nigra Waldst. & Kit. Cynara scolymus L.
Crataegus azarolus L. Echinacea purpurea (L.) Moench.
Curcuma longa L. Equisetum arvense L.
Cynara scolymus L. Eucalyptus globulus Labill.
Echinacea angustifolia DC. Frangula purshiana (DC.) A. Gray.
Echinacea purpurea (L.) Moench. Glycine max (L.) Merr.
Equisetum arvense L. Glycyrrhiza glabra L. e/ou Glycyrrhiza inflata Batalin e/ou Glycyrrhiza
uralensis Fisch.
Eucalyptus globulus Labill. Glycyrrhiza glabra L. e/ou Glycyrrhiza inflata Batalin e/ou Glycyrrhiza
uralensis Fisch.
Foeniculum vulgare Mill. Harpagophytum procumbens DC. ex Meissn. e/ou Harpagophytum
zeyheri Decne
Handroanthus impetiginosus (Mart. ex
DC.) Mattos.
Hypericum perforatum L.
Hypericum perforatum L. Maytenus ilicifolia Mart. ex Reissek.
Lavandula angustifolia Mill. Mentha x piperita L.
Leonurus cardiaca L. Salix [várias espécies incluindo S. purpurea L., S. daphnoides Vill., S.
fragilis L.]
Lippia alba (Mill.) N.E. Br. ex Britton & P.
Wilson.
Serenoa repens (W. Bartram) Small.
Lippia sidoides Cham. Silybum marianum (L.) Gaertn.
Melissa officinalis L. Tanacetum parthenium (L.) Sch.Bip.
Mentha x piperita L. Taraxacum officinale F. H. Wigg.TINTURAS CÁPSULAS COM DERIVADOS VEGETAIS
Mikania glomerata Spreng. Trifolium pratense L.
Mikania laevigata Sch.Bip. ex Baker. Uncaria tomentosa (Willd. ex Roem. & Schult.) DC.
Passiflora alata Curtis. Vaccinium macrocarpon Aiton.
Passiflora edulis Sims. Vitex agnus-castus L.
Passiflora incarnata L.
Phyllanthus niruri L.
Plantago major L.
Plectranthus barbatus Andrews.
Punica granatum L.
Salvia officinalis L.
Sambucus nigra L.
Serenoa repens (W. Bartram) Small.
Tanacetum parthenium (L.) Sch.Bip.
Taraxacum officinale F.H. Wigg.
Valeriana officinalis L.
Vitex agnus-castus L.
Zea mays L.
Zingiber officinale Roscoe.
Fonte: Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira, 2018
Referências
BOORHEM, R. L.; LAGE, E. B. Drogas e Extratos Vegetais Utilizados em Fitoterapia.
Revista Fitos, v. 4, p. 37-55, 2009.
BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. RDC n° 13, de 14 de março de 2013.
Boas Práticas de Fabricação (BPF) para os produtos tradicionais fitoterápicos.
BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. IN nº 02, de 13 de maio de 2014.
Publica a “Lista de medicamentos fitoterápicos de registro simplificado” e a “Lista de
produtos tradicionais fitoterápicos de registro simplificado”.
BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. RDC nº 26, de 13 de maio de 2014.
Dispõe sobre o registro de medicamentos fitoterápicos e o registro e a notificação de
produtos tradicionais fitoterápicos.
BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. RDC n° 66, de 26 de novembro de
2014. Altera o Anexo IV da Resolução da Diretoria Colegiada - RDC nº 26 de 13 de maio de
2014, que dispõe sobre o registro de medicamentos fitoterápicos e o registro e a notificação
de produtos tradicionais fitoterápicos.
BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Consolidado de normas de registro e
notificação de fitoterápicos. Brasília: Anvisa, 16 out. 2018. Disponível em:
http://portal.Anvisa.gov.br/documents/33836/2501251/Consolidado_fitoterapicos_2018.pdf/a
2f53581-43e5-47bb-8731-99d739114e10. Acesso em: 2 abr. 2019.
BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. RDC n° 225, de 11 de abril de 2018.
Dispõe sobre a aprovação do 1º Suplemento do Formulário de Fitoterápicos da
Farmacopeia Brasileira, 1ª edição. In: BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária.
Formulário de Fitoterápicos – Farmacopeia Brasileira. 1ª ed., 1° suplemento. Brasília:
Anvisa, 2018. Disponível em:
http://portal.Anvisa.gov.br/documents/33832/259456/Suplemento+FFFB.pdf/478d1f83-7a0d-
48aa-9815-37dbc6b29f9a Acesso em: 10 de abril de 2019.
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 971, de 03 de maio de 2006. Aprova a Política
Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) no Sistema Único de Saúde.
Diário Oficial da União, Brasília, Poder Executivo, 4 maio 2006.
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria Interministerial nº 2.960, de 9 de dezembro de
2008. Aprova o Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos e cria o Comitê
Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos. Disponível em:
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2008/pri2960_09_12_2008.html. Acesso em:
10 de abril de 2019.
CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Resolução nº 459, de 28 de fevereiro de 2007.
Define as atribuições do farmacêutico no âmbito das plantas medicinais e fitoterápicos e dá
outras providências. Disponível em: http://www.cff.org.br. Acesso em: 2 maio 2019.
CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Resolução nº 467, de 28 de novembro de 2007.
Define, regulamenta e estabelece as atribuições e competências do farmacêutico na
manipulação de medicamentos e de outros produtos farmacêuticos. Disponível em:
http://www.cff.org.br/userfiles/file/resolucoes/467.pdf. Acesso em: 2 abr. 2019.
CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Resolução nº 477, de 28 de maio de 2008.
Dispõe sobre as atribuições do farmacêutico no âmbito das plantas medicinais e
fitoterápicos e dá outras providências. Disponível em: http://www.cff.org.br/userfiles/17%20-
%20BRASIL_%20CONSELHO%20FEDERAL%20DE%20FARM%C3%81CIA%202008%20
Resolucao_477_2008_CFF.pdf. Acesso em: 2 abr. 2019.
CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Resolução nº 546, de 28 de maio de 2008.
Dispõe sobre a indicação farmacêutica de plantas medicinais e fitoterápicos isentos de
prescrição e o seu registro. Disponível em: http://www.cff.org.br. Acesso em: 2 maio 2019.
CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Resolução nº 585 de 29 de agosto de 2013.
Regulamenta as atribuições clínicas do farmacêutico e dá outras providências. Disponível
em: http://www.cff.org.br/userfiles/file/resolucoes/585.pdf. Acesso em: 2 abr. 2019.
CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Resolução nº 586 de 29 de agosto de 2013.
Regula a prescrição farmacêutica e dá outras providências. Disponível em:
http://www.cff.org.br/userfiles/file/resolucoes/586.pdf. Acesso em: 2 abr. 2019.
CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Resolução nº 622, de 29 de abril de 2016.
Revoga a Resolução CFF n° 546 de 21 de junho de 2013. Disponível em:
http://www.cff.org.br. Acesso em: 2 maio 2019.
CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Recompilação de documentos. Prescrição
Farmacêutica e Atribuições Clínicas do Farmacêutico. 2015. Disponível em:
http://www.cff.org.br/userfiles/prescri%C3%A7%C3%A3o%20farmaceutica%202015(1).pdf.
Acesso em: 2 abr. 2019.
CAPÍTULO 7
FEBRE
Carine Viana
Highlight
SINAIS E SINTOMAS
A temperatura corporal central superior ou igual a 38,3ºC considera-se febre ou hipertermia.
Entretanto os termos não são sinônimos. A febre é uma resposta fisiológica às moléculas
inflamatórias pirógenas. A hipertermia é designada como um desequilíbrio do centro de
termorregulação, resultante da excessiva produção de calor e que excede a capacidade de
dissipação. As causas também podem ser golpe de calor e síndromes fármaco-induzidas.
A febre é considerada um sintoma geral e inespecífico. A sua presença pode originar outros
sintomas, como fraqueza, fadiga, mal-estar, transpiração excessiva, calafrios, dor de
cabeça e indisposição generalizada. Em crianças podem ocorrer convulsões.
A seguir estão relacionadas algumas situações patológicas ou não que podem originar
febre:
Infecções por microrganismos.
Reações de hipersensibilidade a medicamentos.
Vacinas.
Doenças inflamatórias e reumáticas.
Alguns tipos de câncer.
Exercícios físicos.
Período de ovulação.
A febre induzida por medicamentos se desenvolve entre 7 e 10 dias após início do
tratamento, mas pode ocorrer também no início da terapia. Nesses casos, a febre cessa de
um a três dias após a retirada do medicamento. Idosos são mais suscetíveis a febre de
origem farmacológica. A causa medicamentosa está estimada entre 3% a 7% de episódios
febris. Entretanto, em razão da subnotificação e por ser um diagnóstico de exclusão, essa
incidência não é considerada real.
Alguns exemplos de fármacos relacionados a febre medicamentosa: albendazol,
mebendazol, carbamazepina, topiramato, fenitoína, desloratadina, citalopram,
medroxiprogesterona, progesterona, omeprazol, captopril, propranolol, metildopa, sertralina,
antibióticos betalactâmicos e sulfonamidas. Além disso, algumas vacinas podem provocar
febre.
AVALIAÇÃO FARMACÊUTICA
A Resolução da Anvisa n° 44/2009 permite que farmácias e drogarias realizem aferição da
temperatura corporal. A semiotécnica para verificação da temperatura corporal está descrita
no Capítulo 5 sobre Semiologia Farmacêutica. As preferências do paciente ou do
responsável quanto à maneira de aferir a temperatura corporal devem ser levadas em
consideração.
No processo da anamnese o farmacêutico deve buscar estabelecer se a febre é
autolimitada ou se está relacionada a afecções clínicas de maior gravidade. Neste caso,
deve ser realizado encaminhamento documentado a outro profissional ou serviço de saúde.
A anamnese guia o profissional farmacêutico para a intervenção mais adequada, caso não
necessite de encaminhamento. A Figura 7.1 apresenta um modelo de ficha de atendimento
farmacêutico ao paciente com febre.
Na avaliação farmacêutica deve-se avaliar o histórico de uso antitérmicos para identificar
preferências do paciente, falhas terapêuticas,reações adversas ou eventuais erros de
Highlight
administração. Além disso, se o paciente já usou medicamento, pode ter seus sinais e
sintomas mascarados, e essa informação é relevante para a definição do plano de cuidado.
O farmacêutico deve levar em consideração o início, a frequência e a duração da febre.
Deverá também definir o padrão de manifestação da febre, que pode variar desde ser
intermitente até constante ou recorrente. O início da febre depende da sua origem. No caso
de infecções bacterianas ou virais, depende do tempo de incubação do agente etiológico.
A febre aguda comumente é autolimitada, desaparecendo em alguns dias ou no máximo em
uma semana. Quando dura mais tempo ou se apresenta de forma recorrente, intercalando
com períodos de apirexia, sugere infecção grave.
Nos idosos, a resposta febril pode estar ausente ou mínima em 20 a 30% dos casos,
mesmo na presença de infecção grave. A ausência de febre atrasa o diagnóstico e pode
levar a um mau prognóstico. O paciente idoso é estimado febril em caso de temperatura
persistente maior que 37,2ºC ou elevação maior que 1,3ºC na temperatura basal em
qualquer local de medição. A presença de febre em paciente idoso indica infecção grave, e
o encaminhamento médico deve ser realizado imediatamente.
ENCAMINHAMENTO MÉDICO
Pacientes menores de 2 anos de idade.
Febre acompanhada de quadro alérgico.
Febre com convulsão.
Gestantes e lactantes.
Idosos.
Temperatura acima de 39,4°C.
Febre persistente por mais de três dias.
Febre recorrente, com intervalos de apirexia, sugere infecções mais graves ou outras
doenças.
Presença concomitante de vômitos e diarreia.
Presença de dor aguda.
Alterações na respiração, como dispneia e taquipneia.
Suspeita de dengue, zica ou chicungunha deve ser encaminhado ao médico, e a
notificação é compulsória.
Em caso de suspeita de febre por reação adversa a medicamento, o farmacêutico
deve fazer o encaminhamento por escrito ao prescritor da terapia do paciente.
O tratamento da febre com AINE (anti-inflamatório tópico não esteroidal) em
pacientes com hipertensão arterial, distúrbios gastrointestinais, asma, insuficiência
cardíaca e insuficiência renal pode influenciar no controle dessas afecções clínicas; o
ideal é encaminhamento ao médico.
TRATAMENTO
O uso de antitérmicos em pacientes com febre é disseminado tanto à cultura médica quanto
à popular. Não há consenso sobre a prática de baixar a febre com uso de antitérmicos.
Existem evidências que, durante a febre, as defesas imunes do organismo estão mais
ativas. Em algumas condições, a redução da febre pode prolongar o período de
disseminação viral.
Todavia o uso de antitérmicos produz conforto ao paciente. Além disso, muitos antitérmicos
possuem também ação analgésica e anti-inflamatória.
Os medicamentos para o alívio da febre com venda isenta de prescrição médica são os
anti-inflamatórios (ácido acetilsalicílico, ibuprofeno e naproxeno sódico) e antipiréticos
(paracetamol e dipirona). Os medicamentos isentos de prescrição disponíveis
comercialmente estão descritos do Quadro 7.1.
O ideal é que o tratamento antipirético, apesar de não afetar o tempo de resolução de
infecções virais ou bacterianas, seja iniciado depois da avaliação das prováveis causas.
Na conduta da febre, o farmacêutico deve considerar as preferências do paciente, a
experiência prévia deste com tratamentos, além da eficácia e a segurança dos fármacos. O
farmacêutico deve também procurar estabelecer um regime de tomadas conveniente para o
paciente, com formas farmacêuticas adequadas.
A escolha de um antitérmico para pacientes adultos segue preferencialmente a seguinte
ordem: (1ª) paracetamol ou ibuprofeno; (2ª) ácido acetilsalicílico (AAS); (3ª) dipirona ou
naproxeno sódico.
PRECAUÇÕES
O uso de AAS em crianças e adolescentes deve ser evitado devido ao maior risco de
síndrome de Reye. A prescrição pode ser realizada somente a maiores de 16 anos.
Não é recomendado o uso profilático de antitérmico para prevenir a ocorrência de febre
depois de uma vacina. A resposta imune a antígenos de algumas vacinas pode ficar
reduzida com a administração desses medicamentos. Em caso de febre depois de vacina,
recomenda-se tratamento não farmacológico para a diminuição da temperatura.
Em pacientes com hipertensão arterial, distúrbios gastrointestinais, insuficiência cardíaca,
insuficiência renal e asma, o uso de medicamentos para febre pode implicar exacerbação e
descontrole dessas afecções. A escolha do fármaco deverá ser cautelosa.
Hipertensos, pacientes com insuficiência renal, cardíaca ou pulmonar devem utilizar de
preferência paracetamol pelo menor tempo possível.
O uso de AINE deve ser evitado em pacientes com doença gastrointestinal, como gastrite
ou úlcera péptica. Nesses casos, preferir o paracetamol para o controle da febre.
Pacientes em uso de anticoagulantes ou antiagregantes plaquetários não devem usar
AINEs em razão do aumento de risco de sangramento gastrointestinal. Dessa forma, o
paracetamol é o antitérmico de escolha.
De acordo com os critérios de Beers, que classificam os medicamentos potencialmente
inadequados para idosos, o uso de AINEs deve ser evitado em razão do aumento de risco
de sangramento gastrointestinal.
No idoso se justificam precauções adicionais quanto ao uso de AINEs uma vez que nesses
pacientes há uma elevada frequência de problemas gastrointestinais e distúrbios
cardiovasculares, combinados com declínio da função renal relacionado à idade e ao uso
de múltiplos medicamentos.
O ácido acetilsalicílico pode desencadear exacerbações de doenças respiratórias como a
asma. Dessa forma, o uso de AAS é medicamento contraindicado para esses pacientes.
ORIENTAÇÕES FARMACÊUTICAS
O cuidado farmacêutico na febre reduz o risco de automedicação inadequada e
promove o uso seguro de medicamentos.
Os cuidadores devem ser instruídos a não acordar crianças para tratar a febre.
Dormir ajuda a recuperação, e a criança acordará naturalmente se ficar muito
desconfortável.
O farmacêutico pode orientar o paciente sobre tratamentos não farmacológicos,
como banhos de esponja e ingestão de líquidos.
O recomendável é orientar o paciente a usar vestimentas leves. O excesso de
roupas pode agravar a febre. Essa prática geralmente ocorre em resposta à
sensação de frio na pele, mas dificulta a troca de calor do corpo com o meio
ambiente.
Existe o mito de que é necessário dar um suador ao paciente para reduzir a febre.
Apesar de a transpiração ser um dos mecanismos de redução da temperatura
corporal, cobrir o corpo pode elevar a temperatura corporal.
A temperatura do ambiente pode afetar a temperatura corporal, principalmente em
idosos e crianças, agravando a febre.
Figura 7.1 - Modelo de ficha de atendimento farmacêutico ao paciente com febre
Fonte: autora
Quadro 7.1 - Medicamentos isentos de prescrição para febre
MEDICAMENTOS ISENTOS DE PRESCRIÇÃO
Ácido Acetilsalicílico
PF
Comprimidos 85 (Melhoral® infantil).
Comprimidos 100 mg (AAS® infantil, Sedalive®, Genérico EMS).
Comprimidos 500 mg (Genérico EMS).
Comprimidos revestidos 500 mg (Aspirina®).
Comprimidos revestidos de liberação prolongada 500 mg (Aspirina® Microativa).
Comprimidos revestidos 100 mg (AAS® Protect, Aspirina Prevent®).
Comprimidos revestidos 300 mg (Aspirina Prevent®).
PO
Crianças: 1 a 3 anos: 100 mg. 4 a 6 anos: 200 mg. 7 a 9 anos: 300 mg. 9 a 12 anos: 400 mg. A partir de 12
anos: 500 mg. Se necessário, repetir a cada 8 horas. Máximo três doses ao dia. A posologia pode também ser
calculada com base no peso da criança, adotando-se a dose de 11 mg/kg até 6 vezes ao dia ou 16mg/kg até 4
vezes ao dia.
Adultos: 500 a 1000 mg. Se necessário, repetir a cada 4 a 8 horas.
Idosos: 500 mg, com repetição de dose somente após um período mínimo de 4 horas.
OF
Deve ser ingerido de preferência após as refeições ou com um pouco de leite. O comprimido de uso infantil
deve ser colocado na boca até que se dissolva. Pode também ser esfarelado e adicionado ao leite ou à água.
AAS não deve ser usado por mais de 7 dias, devido ao aumento do risco deocorrência de graves efeitos
renais, cardiovasculares e gastrintestinais. Evitar a ingestão de bebidas alcoólicas, pois a ação irritante no
estômago é aumentada, podendo aumentar o risco de úlcera e sangramento. Recomenda-se não exceder a
dose máxima diária de 3 g de ácido acetilsalicílico em adultos, e em idosos a dose máxima é 2 g ao dia.
CI
Pacientes com doenças no estômago, fígado ou rins, pacientes com hemofilia e em uso de anticoagulantes.
Não deve ser usado no último trimestre de gestação, pois pode causar problemas no feto ou complicações
durante o parto. Crianças ou adolescentes não devem usar AAS para catapora ou sintomas gripais antes que
um médico seja consultado sobre a síndrome de Reye, uma rara e grave doença associada a esse
medicamento. Durante os dois primeiros trimestres de gestação, Categoria de risco C; e Categoria de risco D
para último trimestre da gestação.
RA
Casos de hipersensibilidade manifestada por broncoespasmo, asma, rinite, urticária e outras manifestações
cutâneas. Pode provocar diminuição da função renal, irritação da mucosa gástrica e sangramento digestivo,
sobretudo em doses altas e em tratamento prolongado.
IM
Pode aumentar a atividade dos anticoagulantes cumarínicos e a atividade hipoglicemiante das sulfonilureias.
Anticoagulantes podem acentuar os sangramentos digestivos causados pelo AAS. Pode aumentar a atividade
e toxicidade metotrexato. AAS aumenta as concentrações plasmáticas de digoxina em função da diminuição da
excreção renal. Aumento da toxicidade do ácido valproico devido ao deslocamento dos sítios de ligação com
as proteínas. Evitar uso com álcool devido ao aumento do dano à mucosa gastrintestinal. AAS pode reduzir os
efeitos de: inibidores da ECA, anti-hipertensivos betabloqueadores, agentes uricosúricos como probenicida e
sulfimpirazona, diuréticos, especialmente em pacientes com doença cardiovascular ou renal existente.
Dipirona Sódica
PF
Comprimidos 500 mg (Genéricos, Anador®, Doril®, Magnopyrol®, Novalgina®).
Comprimidos 1000 mg (Atroveram® DIP, Lisador®Dip, Novalgina®).
Comprimidos efervescente 1000 mg (Novalgina®).
Solução oral gotas 500 mg/mL (Anador®, Atroveram® DIP, Dipimed®, Dorfebril®, Magnopyrol®, Genéricos).
Solução oral 50 mg/mL (Novalgina®, Genéricos).
PO Adultos: comprimidos de 500 a 1.000 mg por dose até 4 vezes ao dia. Gotas 20 a 40 gotas por dose até 4vezes ao dia. Crianças: 10 a 15 mg/kg/dose até 4 vezes ao dia.
OF Deve ser administrado com água.
MEDICAMENTOS ISENTOS DE PRESCRIÇÃO
CI
Não deve ser usado em crianças menores de 3 meses ou pesando menos de 5 kg, pelo risco de disfunção
renal. Pacientes com alergia à dipirona sódica. Pacientes com desenvolvimento anterior de broncoespasmo.
Em pacientes idosos e pacientes debilitados, deve-se considerar a possibilidade de desenvolvimento de
insuficiência hepática e renal. Categoria de risco na gravidez: D. Contraindicado na lactação, nefrites crônicas,
discrasias sanguíneas e deficiência de G6PD.
RA
Efeitos adversos frequentes incluem náuseas, vômitos, diarreia e hipotensão transitória. De forma menos
frequente, pode causar reações anafiláticas, anemia aplástica, agranulocitose, pancitopenia, leucopenia e
trombocitopenia.
IM
A dipirona pode causar redução dos níveis plasmáticos de ciclosporina. Metotrexato: aumenta a
hematotoxicidade do metotrexato, particularmente em pacientes idosos. Diminui efeito dos barbitúricos.
Clorpromazina causa hipotermia grave.
Ibuprofeno
PF
Comprimidos revestidos de 200 mg (Advil®) e 400 mg (Alivium®). Cápsulas gelatinosas moles 400 mg (Advil®,
Alivium®, Capsfen®). Suspensão oral 30 mg/mL (Alivium®). Suspensão oral gotas 50 mg/mL e 100 mg/mL
(Alivium®, Algy-Flanderil®, Vantil®, Genérico).
PO
Comprimidos 200 mg: para adultos e crianças acima de 12 anos, a dose recomendada é 1 ou 2 comprimidos,
repetida 3 a 4 vezes ao dia, com intervalo mínimo de 4 horas.
Comprimidos e cápsulas de 400 mg: a dose recomendada é 1 comprimido ou cápsula a cada 4 a 6 horas. A
dose diária não deve exceder 2.400 mg/dia em doses divididas (400 mg a cada 4 horas).
Suspensão 30 mg/mL: a posologia deve ser conforme o peso da criança, em intervalos de 6 a 8 horas, ou seja,
de 3 a 4 vezes ao dia. Pacientes pediátricos com mais de 30 kg não devem exceder a dose máxima de 7 mL.
Adultos: como antipirético, é de 7 mL, dose repetida a cada 6 horas. Suspensão 30 mg/mL. Vem acompanhado
de uma seringa dosadora.
Suspensão Gotas 50 mg/mL: em crianças a partir de 6 meses, pode variar de 1 a 2 gotas/kg de peso, em
intervalos de 6 a 8 horas, não excedendo 40 gotas por dose (200 mg). Adultos: 40 gotas (200 mg) a 80 gotas
(400 mg), repetida a cada 6 horas.
Suspensão Gotas 100 mg/mL: para crianças a partir de 6 meses, é de 1 gota/kg de peso, em intervalos de 6 a
8 horas, não excedendo 20 gotas por dose. Pacientes pediátricos com mais de 30 kg não devem exceder a
dose máxima de 20 gotas (200 mg) por dose. Adultos: a posologia pode variar de 20 gotas (200 mg) a 40 gotas
(400 mg), no máximo 4 vezes por dia.
OF
Permitida ingestão com alimentos. O início de ação ocorre de 15 a 30 minutos após sua administração oral e
permanece por 4 a 6 horas. Não exceder quatro doses ao dia. Crianças menores de 2 anos, gestantes e idosos
não devem usar sem acompanhamento médico. Os comprimidos revestidos possuem uma fina camada que
facilita a deglutição, e devem ser ingeridos inteiros com um pouco de líquido.
CI
Contraindicado a pacientes com úlcera gastroduodenal, sangramento gastrintestinal, insuficiência renal,
insuficiência hepática grave e insuficiência cardíaca grave. Esse medicamento é contraindicado para menores
de 6 meses. Primeiro e segundo trimestre de gravidez: Categoria de risco C. Terceiro trimestre de gravidez:
Categoria de risco D.
RA Os efeitos adversos incluem tontura, náuseas, epigastralgia, rash cutâneo; raramente, pode ocorrer diarreia,retenção urinária, cefaleia, flatulência e anorexia.
IM
O uso de ibuprofeno, concomitantemente com corticosteroides, aumenta o risco de úlcera gástrica e, com
inibidores seletivos de recaptação da serotonina (ISRS), aumenta o risco de sangramento gastrintestinal.
Diminui o efeito diurético de furosemida e diuréticos tiazídicos.
Paracetamol
MEDICAMENTOS ISENTOS DE PRESCRIÇÃO
PF
Suspensão oral 100 mg/mL (Tylemax® Baby, Tylenol® Bebê, Cimegripe® Bebê).
Suspensão oral 32 mg/mL (Cimegripe® Criança, Tylemax® Criança, Tylenol® Criança).
Comprimidos mastigáveis 160 mg (Tylenol® Criança 6+).
Comprimidos 500 mg (Genérico).
Comprimidos 750 mg (Genérico, Multigrip® Dor e febre, Paramol®, Tylenol®).
Comprimidos efervescentes 500 mg (Sonridor®).
Gotas 200 mg/mL (Genérico, Cimegripe® Dor e Febre, Paramol®, Tylemax®, Tylenol®).
Pó para preparação extemporânea 500 mg/5 g (Cimegripe® 77C).
PO
Crianças menores que 12 anos: 1 gota por kg de peso, por dose, até o limite de 35 gotas por dose. Crianças
acima de 12 anos, 35 a 55 gotas, 3 a 5 vezes ao dia. Adultos: 500 a 1000 mg, de 3 a 5 vezes ao dia. Essa
administração pode ser repetida 4 a 5 vezes por dia, com intervalo mínimo de 4 horas, não devendo
ultrapassar 5 administrações nas 24 horas.
OF Os comprimidos efervescentes devem ser dissolvidos em pelo menos meio copo com água.
CI
Pacientes com hipersensibilidade ao paracetamol. Deve ser evitado com bebidas alcoólicas. Pacientes com
doenças renais, hepática, que façam uso regular de álcool, que estão abaixo do peso ou desnutridos devem
ser encaminhados ao médico. Categoria B na gravidez.
RA
Náuseas, vômitos, hepatotoxicidade; hipersensibilidades incluindo erupções cutâneas, urticária, eritemas,
broncoespasmo, angioedema e choque anafilático; outras reações de incidência rara são discrasias
sanguíneas, hepatite, hipoglicemia; icterícia, hematúria, micção dificultosa ou dolorosa. Lesão renal em uso
crônico.
IM Barbitúricos, carbamazepina, hidantoína, rifampicina, sulfimpirazona e álcool: hepatotoxicidade aumentada.Aumenta meia vida plasmática do cloranfenicol. Anticoagulantes: paracetamol pode aumentar o efeito.
Paracetamol + Cloridrato de FenilefrinaPF Comprimido amarelo contendo paracetamol 400 mg + cloridrato de fenilefrina 20 e comprimido brancocontendo paracetamol 400 mg (Benegrip® Multi Dia).
PO
Adultos e crianças acima de 12 anos: tomar 2 comprimidos (1 amarelo + 1 branco) a cada 8 horas, com um
copo de água. Sempre respeitar o intervalo mínimo de 8 horas entre as doses. Não exceder 4 doses em 24
horas. A dose diária máxima recomendada de paracetamol é de 4.000 mg e de cloridrato de fenilefrina é 120
mg.
OF
Uma dose é composta de 2 comprimidos (1 amarelo + 1 branco). Não deve ser administrado por mais de 3 dias
para a febre. Evitar usar concomitante com outros medicamentos contendo paracetamol por risco de toxicidade
hepática. Evitar operar máquinas e veículos.
CI
O cloridrato de fenilefrina pode causar aumento pronunciado da pressão arterial em pacientes idosos. Não
pode ser usado em pacientes com úlcera péptica, doença das artérias coronárias grave, hipertensão grave,
doença hepática e em pacientes com glaucoma de ângulo estreito. Contraindicado para menores de 12 anos.
Categoria de risco C na gravidez.
RA
Náusea, vômito, dor abdominal, hipotermia, palpitação, palidez, erupções pruriginosas e urticária. Sob uso
prolongado podem surgir discrasias sanguíneas e pode causar necrose papilar renal. O paracetamol pode
causar dano hepático, trombocitopenia, pancitopenia, agranulocitose, anemia hemolítica e meta-hemoglobina.
Leve sonolência poderá ocorrer após a 1ª dose. Podem ocorrer também nervosismo e tremores devido à
fenilefrina.
IM
Pacientes que fazem uso regular de álcool e barbitúricos, há risco de sobrecarga metabólica ou de
agravamento de um comprometimento hepático já existente. Não deve ser utilizado concomitantemente com
barbitúricos, antidepressivos tricíclicos e carbamazepina devido a aumento do risco de hepatotoxicidade. Com
antidepressivos inibidores da MAO ou outras drogas de efeito hipertensor, há risco de hipertensão.
Naproxeno
PF Naproxeno sódico: comprimido revestido 275 mg (Flanax®, Genérico). Comprimido revestido 550 mg (Flanax®,Genérico, Napronax®). Naproxeno base: comprimido revestido 250 mg e 500 mg (Naprox®, Genérico).
MEDICAMENTOS ISENTOS DE PRESCRIÇÃO
PO
Comprimidos revestidos de 250 mg: tomar 1 comprimido 1 a 2 vezes por dia.
Comprimidos revestidos de 500 mg: tomar 1 comprimido 1 vez por dia.
A dose diária (24 horas) de 500 mg não deve ser excedida, salvo sob prescrição médica.
Doses em idosos: sendo os idosos mais propensos a efeitos adversos, devem ser consideradas doses mais
baixas.
OF Os efeitos indesejáveis podem ser diminuídos tomando-se a menor dose eficaz pelo menor tempo necessáriopara controlar os sintomas. Não se deve usar naproxeno por mais de 10 dias consecutivos.
CI
Contraindicado a pacientes com asma, rinite, pólipos nasais, urticária, úlcera péptica, insuficiência cardíaca ou
insuficiência renal. Cuidado em idosos devido aos problemas estomacais causados pelo fármaco.
Contraindicado para menores de 12 anos. Categoria de risco na gravidez: D.
RA
Estomatite ulcerativa, azia, esofagite, úlceras pépticas, sangramento, perfuração gastrintestinal, ulceração
gastrintestinal não péptica, melena, náuseas, vômitos, diarreia, flatulência, constipação, dispepsia, dor
abdominal, exacerbação de colite ulcerativa e da doença de Crohn, pancreatite, hepatite e icterícia.
IM
Pode aumentar as concentrações sanguíneas de ciclosporina, lítio e metotrexate. Aumenta o risco de úlcera e
sangramento gastrintestinal quando usado com outros AINEs, corticoides, antiplaquetários e inibidores
seletivos da recaptação da serotonina. Pode aumentar os efeitos anticoagulantes da varfarina. Pode inibir o
efeito de betabloqueadores e da furosemida.
PF: prescrição farmacêutica; PO: posologia e modo de usar; OF: orientações farmacêuticas; CI:
contraindicações e/ou precauções; RA: reações adversas ao medicamento, IM: interações
medicamentosas.
Fonte: elaborado a partir da bibliografia refenciada
Referências
BATISTA, R.; MARTINS, S. C.; PIMENTA, M. F. Revisitando as Síndromas Hipertérmicas
Fármaco-Induzidas. Medicina Interna, v. 25, p. 224-232, 2018. Disponível em:
http://www.scielo.mec.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0872-
671X2018000300013&lng=pt&nrm=iso Acesso em: 13 out. 2019. 
AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Bulário de medicamentos. Disponível
em: http://www.anvisa.gov.br. Acesso em: 14 out. 2019.
CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Guia de prática clínica: sinais e sintomas não
específicos: febre. Brasília: CFF, 2018. 122 p. Disponível em:
http://www.cff.org.br/userfiles/Profar-vol3-Febre_TELA_pgdupla%20-%20final.pdf. Acesso
em: 13 out. 2019. 
FINKEL, R.; PRAY, W. S. Guia de dispensação de produtos terapêuticos que não
exigem prescrição. Porto Alegre: Artmed, 2007.
LAMBERTUCCI, J. R.; ÁVILA, R. E.; VOIETA, I. Febre de origem indeterminada em adultos.
Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, v. 38, p. 507-513, 2005.
PORTO, C. C., PORTO, A. L. Semiologia Médica. 8. ed. São Paulo: Guanabara Koogan,
2019. 1.360 p.
CAPÍTULO 8
CEFALEIA
Carine Viana
SINAIS E SINTOMAS
Dores de cabeça são uma das queixas mais comuns no atendimento farmacêutico. Na
maioria dos casos é autolimitada, de intensidade leve a moderada, podendo ser controlada
com medicação sintomática. Entretanto mais importante do que um medicamento que alivie
os seus sintomas é saber a origem do problema.
Cefaleia primária: quando não está presente nenhuma outra doença subjacente. A cefaleia
primária apresenta alguns subtipos mais comuns, que estão descritos no quadro a seguir.
Cefaleia tensional: dor leve a moderada, dor em faixa em torno da cabeça, bilateral, com sensação de aperto ou
pressão muscular. Geralmente, sem náuseas ou vômitos, mas com fotofobia e fonofobia. Durando de horas a
dias.
Enxaqueca: doença neurológica crônica caracterizada por cefaleia moderada a severa recorrente, muitas vezes,
unilateral, acompanhada de náuseas, vômitos e perturbações sensoriais variáveis.
Enxaqueca em salvas: dor de cabeça na região da órbita do olho, frequente em pacientes do sexo masculino de
meia idade. A dor é excruciante, penetrante, contínua e não é latejante. O paciente sente como se seu olho
estivesse sendo forçado a sair da órbita. A dor é intensa, sempre do mesmo lado e dura de 15 minutos a 3 horas.
Enxaqueca menstrual: crises ocorrem dois dias antes do início da menstruação e três dias depois do ciclo
menstrual, mas podem ocorrer em outros momentos. Geralmente, é uma enxaqueca sem aura, podendo ser de
gravidade alta.
A aura é um fenômeno neurológico focal que precede ou acompanha a dor. Dura
geralmente entre ٥ e ٢٠ minutos. Os sintomas da aura de enxaqueca podem ser visual,
sensorial e motor. A aura visual é a mais comum.
Cefaleia secundária: a dor existe como sintoma de outra condição. São causas comuns de
cefaleia secundária:
Resfriados e outras viroses.
Sinusites e outras infecções.
Doenças febris.
Aneurismas e doenças vasculares.
Traumatismos cranianos.
Neurites e neuralgias.
Problemas dentários.
Induzida por drogas.
Doenças psiquiátricas.
Meningites e encefalites.
Tumor cerebral.
Alterações na pressão arterial.
Alterações nos níveis de glicemia.
A cefaleia pode ser desencadeada por fatores alimentares; tanto a ingestão quanto a
abstinência de alimentos podem ocasionar crises. A abstinência alimentar é considerada
um importante gatilho dos ataques de cefaleia. Neste caso, a cefaleia melhora com a
ingestão de alimentos.
AVALIAÇÃO FARMACÊUTICA
O manejo da cefaleia deve iniciar com a identificação da causa e afastar a possibilidade de
cefaleia secundária. A presença de possíveis sinais e sintomas de alerta indica a
necessidade de encaminhamento médico. Na anamnese é importante definir a história
evolutiva do problema, quando começou, quais os sintomas associados, duração e
frequência das crises.
Alguns dos sinais de benignidade da cefaleia incluem: cefaleias anteriores idênticas;
ausência de outros sintomas (exceto náuseas, vômitos, fotofobia e fonofobia); nível de
consciência preservado e comportamento adequado;sinais vitais normais.
O farmacêutico deve estar ciente de que o padrão de localização, natureza, intensidade e
de radiação da dor por si só não fornecem informações suficientes para estabelecer uma
conduta terapêutica. O ideal é conduzir sempre o encaminhamento médico para a avaliar a
causa e definir o diagnóstico de forma adequada.
Todo paciente com cefaleia, especialmente se acompanhada de febre, deve ser
encaminhado ao médico para avaliação dos sinais de irritação meníngea.
Dor é um sinal de alarme, e deve ser verificada a possível causa. No caso de uma dor de
cabeça originada de um evento estressante, o desfecho ideal seria a dor passar
rapidamente ou após uma noite de sono. Dores de cabeça que ocorrem mais de uma vez
por mês, ou duram mais de 3 a 4 horas, não são normais.
ENCAMINHAMENTO MÉDICO
Em caso de cefaleia nas seguintes condições:
Relato de ser a pior cefaleia da vida.
Primeiro episódio de cefaleia e de início súbito, sobretudo em idade superior a 50
anos.
Pacientes que apresentam sintomas como febre, perda de peso e alteração da
pressão arterial.
Pacientes com afecções oftálmicas.
Pacientes com epilepsia.
Traumatismo craniano recente.
Paciente diabético ou hipertenso.
Cefaleia que acorda o paciente à noite.
Cefaleia em paciente com HIV ou câncer.
Gestantes ou lactantes.
Paciente apresentando a tríade rigidez na nuca, fotofobia e dor de cabeça.
TRATAMENTO
A escolha de um medicamento para tratar uma crise de cefaleia dependerá de vários
fatores, como:
Idade do indivíduo.
Tipo da dor de cabeça.
História anterior de sucesso ou não com analgésicos.
Relato de alergias.
Presença de condições associadas (por exemplo, vômitos).
Disponibilidade e custo do medicamento.
Os principais medicamentos isentos de prescrição (MIPs) usados no tratamento das
cefaleias são dipirona, paracetamol, ácido acetilsalicílico, naproxeno e ibuprofeno. O
farmacêutico deve ter cuidado, pois o ibuprofeno na dosagem maior que 600 mg deve ser
dispensado sob prescrição médica. O Quadro 8.1 apresenta os principais fármacos e
associações disponíveis comercialmente que são MIPs.
As classes de medicamentos sob prescrição médica utilizados no tratamento de cefaleia e
enxaquecas incluem: AINEs (ácido mefenâmico, cetoprofeno, indometacina), narcóticos
(codeína), triptanos (naratriptano, rizatriptana, sumatriptano, zolmitriptana), derivados do
ergot (diidroergotamina) e antieméticos (metoclopramida). Outras classes como os
anticonvulsivantes (topiramato) e os antidepressivos (amitriptilina) também são utilizados na
profilaxia de enxaquecas e cefaleias crônicas.
ORIENTAÇÕES FARMACÊUTICAS
O farmacêutico pode orientar o paciente a fazer um diário de acompanhamento da dor de
cabeça. Esse documento é uma ferramenta útil na detecção de fatores desencadeantes,
bem como a verificação de melhora com o tratamento estabelecido.
Na dispensação de analgésicos, orientar o paciente a procurar auxílio médico em casos de:
Piora ou mudança no padrão da cefaleia.
Febre.
Precisar de medicamentos por mais de 2 ou 3 dias por semana. 
Vômitos ou incapacidade de ingerir líquidos.
Tonturas, vertigem e desequilíbrio.
Alterações visuais, motoras ou de linguagem.
Outras anormalidades que perturbem o paciente.
Quadro 8.1 - Medicamentos isentos de prescrição disponíveis comercialmente para cefaleia
MEDICAMENTOS ISENTOS DE PRESCRIÇÃO MÉDICA
Ácido Acetilsalicílico
PF
Comprimidos 85 (Melhoral® infantil).
Comprimidos 100 mg (AAS® infantil, Sedalive®, Genérico EMS).
Comprimidos 500 mg (Genérico EMS).
Comprimidos revestidos 500 mg (Aspirina®).
Comprimidos revestidos de liberação prolongada 500 mg (Aspirina® Microativa).
Comprimidos revestidos 100 mg (AAS® Protect, Aspirina Prevent®).
Comprimidos revestidos 300 mg (Aspirina Prevent®).
PO
Crianças: 1 a 3 anos: 100 mg. 4 a 6 anos: 200 mg. 7 a 9 anos: 300 mg. 9 a 12 anos: 400 mg. A partir de 12
anos: 500 mg. Se necessário, repetir a 8 horas. Máximo 3 doses ao dia. A posologia pode também ser
calculada com base no peso da criança, adotando-se a dose de 11 mg/kg até 6 vezes ao dia ou 16mg/kg até 4
vezes ao dia.
Adultos: 500 a 1.000 mg. Se necessário, repetir a cada 4 a 8 horas.
Idosos: 500 mg, com repetição de dose somente após um período mínimo de 4 horas.
OF
Deve ser ingerido de preferência após as refeições ou com um pouco de leite. O comprimido de uso infantil
deve ser colocado na boca até que se dissolva. Pode também ser esfarelado e adicionado ao leite ou à água.
AAS não deve ser usado por mais de 7 dias, devido ao aumento do risco de ocorrência de graves efeitos
renais, cardiovasculares e gastrintestinais. Evitar a ingestão de bebidas alcoólicas, pois a ação irritante no
estômago é aumentada podendo aumentar o risco de úlcera e sangramento. Recomenda-se não exceder a
dose máxima diária de 3 g de ácido acetilsalicílico em adultos, e em idosos a dose máxima é 2 g ao dia.
CI
Pacientes com doenças no estômago, fígado ou rins, pacientes com hemofilia e em uso de anticoagulantes.
Crianças ou adolescentes não devem usar AAS para catapora ou sintomas gripais antes que um médico seja
consultado sobre a síndrome de Reye. Durante os dois primeiros trimestres de gestação, Categoria de risco na
C, e Categoria de risco D para último trimestre da gestação.
RA Pode provocar diminuição da função renal, irritação da mucosa gástrica e sangramento digestivo, sobretudoem doses altas e em tratamento prolongado.
IM
Pode aumentar a atividade dos anticoagulantes cumarínicos e a atividade hipoglicemiante das sulfonilureias.
Anticoagulantes podem acentuar os sangramentos digestivos causados pelo AAS. Pode aumentar a atividade
e toxicidade metotrexato. Casos de hipersensibilidade manifestada por broncoespasmo, asma, rinite, urticária e
outras manifestações cutâneas. AAS aumenta as concentrações plasmáticas de digoxina em função da
diminuição da excreção renal. Aumento da toxicidade do ácido valproico devido ao deslocamento dos sítios de
ligação com as proteínas. Evitar uso com álcool devido a aumento do dano à mucosa gastrintestinal.
Ácido Acetilsalicílico + Cafeína
PF
Comprimido contendo 500 mg de ácido acetilsalicílico e 65 mg de cafeína (Tylenol®DC).
Comprimido contendo 650 mg de ácido acetilsalicílico e 65 mg de cafeína (Cafiaspirina®).
Comprimido contendo 500 mg de ácido acetilsalicílico e 30 mg de cafeína (Calmador®, Doril®).
Comprimido revestido contendo 500 mg de ácido acetilsalicílico e 30 mg de cafeína (Melhoral®).
PO Adultos: 1 a 2 comprimidos de 4 em 4 horas.
OF
Tomar preferencialmente após as refeições, com um pouco de água, não pode ser partido, aberto ou
mastigado. O tratamento com AAS não deve se prolongar por mais de 7 dias, devido ao aumento do risco de
ocorrência de graves efeitos renais, cardiovasculares e gastrintestinais. Evitar a ingestão de bebidas alcoólicas,
pois a ação irritante no estômago é aumentada podendo aumentar o risco de úlcera e sangramento.
Recomenda-se não exceder a dose máxima diária de 3 g de ácido acetilsalicílico em adultos, e em idosos a
dose máxima é 2 g ao dia.
MEDICAMENTOS ISENTOS DE PRESCRIÇÃO MÉDICA
CI
Contraindicado para pacientes com suspeita de dengue, problemas gastrointestinais ativos, função renal ou
hepática comprometida, problemas de coagulação, discrasias sanguíneas, deficiência de vitamina K, terapia
anticoagulante ou recente infarto do miocárdio, estados hemorrágicos, hemofilia, angioedema, anafilaxia,
asma, trombocitopenia, problemas cardíacos graves e hipertensão. Crianças ou adolescentes não devem usar
AAS para catapora ou sintomas gripais antes que um médico seja consultado sobre a síndrome de Reye.
Durante os dois primeiros trimestres de gestação Categoria de risco C, e Categoria de risco D para último
trimestre da gestação.
RA
Os eventos adversos incluem broncoespasmos, angioedema, urticária, úlcera péptica, náusea, vômito, azia,
dor abdominal e síndrome de Stevens Johnson. Raramente, pode ocorrer insônia, nervosismo ou zumbido,
perda de audição.
IM O AAS aumenta o efeito de anticoagulantes orais, sulfonilureias, ácido valproico e metotrexato.O AAS diminuio efeito dos esteroides, betabloqueadores, captopril, enalapril, furosemida, espironolactona e dos AINEs.
Ácido Acetilsalicílico + Paracetamol + Cafeína
PF Comprimido revestido contendo 250 mg de ácido acetilsalicílico, 250 mg de paracetamol e 65 mg de cafeína(Doril® Enxaqueca, Migrainex®).
PO
Para dores leves a moderadas: tomar 2 comprimidos, podendo repetir a dose cada 6 horas; não administrar
mais de 8 comprimidos em 24 horas. Para enxaqueca: tomar apenas uma dose de 2 comprimidos em 24
horas. Se após uma dose a enxaqueca persistir, orientar o paciente a consultar um médico.
OF
O medicamento deve ser tomado com água, não pode ser partido, aberto ou mastigado. Não usar por mais de
5 dias para dor ou 3 dias para febre. O início de ação ocorre aproximadamente em 15 minutos após a
administração oral. O tempo de ação desse medicamento poderá variar de paciente para paciente.
CI
Contraindicado em caso de reação alérgica antecedente a qualquer outro analgésico ou antipirético, na
gestação, na lactação e para menores de 12 anos de idade. A dose recomendada para esse produto contém
aproximadamente tanta cafeína quanto uma xícara de café. O paciente deverá limitar o uso de alimentos ou
bebidas que contenham cafeína, uma vez que a cafeína pode causar nervosismo, irritabilidade, insônia e
ocasionalmente aumento dos batimentos cardíacos.
RA Os efeitos adversos incluem reações alérgicas, zumbido nos ouvidos, perda da audição, a área da dor ficavermelha ou inflama.
IM
Metoclopramida, dipiridamol e metoprolol podem aumentar concentração do AAS. Corticosteroides, antiácidos
e contraceptivos orais podem reduzir os níveis plasmáticos do AAS. O AAS pode competir com outros AINEs
pelos sítios de ligação das proteínas plasmáticas. AAS pode aumentar a ação de metotrexato, fenitoína e
valproato. AAS pode diminuir os efeitos da probenecida e sulfinpirazona. Paracetamol aumenta o risco de
efeitos adversos renais dos AINEs. O paracetamol prolonga a meia-vida do cloranfenicol. O probenecida
interfere com o metabolismo do paracetamol. Isoniazida e rifampicina aumentam a hepatotoxicidade do
paracetamol. A fluvoxamina inibe a CYP1A2 e prolonga a meia-vida de eliminação da cafeína. A cafeína
antagoniza os efeitos sedativos do diazepam.
Dipirona
PF
Comprimidos 500 mg (Genéricos, Anador®, Doril®, Magnopyrol®, Novalgina®).
Comprimidos 1.000 mg (Atroveram® DIP, Lisador®Dip, Novalgina®).
Comprimidos efervescente 1.000 mg (Novalgina®).
Solução oral gotas 500 mg/mL (Anador®, Atroveram® DIP, Dipimed®, Dorfebril®, Magnopyrol®, Genéricos).
Solução oral 50 mg/mL (Novalgina®, Genéricos).
PO Adultos: comprimidos de 500 a 1.000 mg por dose até 4 vezes ao dia. Gotas 20 a 40 gotas por dose até 4vezes ao dia. Crianças: 10 a 15 mg/kg/dose até 4 vezes ao dia.
OF Deve ser administrado com água.
MEDICAMENTOS ISENTOS DE PRESCRIÇÃO MÉDICA
CI
Não deve ser usada em crianças menores de 3 meses ou pesando menos de 5 kg pelo risco de disfunção
renal. Pacientes com alergia à dipirona sódica. Pacientes com desenvolvimento anterior de broncoespasmo.
Em pacientes idosos e pacientes debilitados, deve-se considerar a possibilidade de desenvolvimento de
insuficiência hepática e renal. Categoria de risco na gravidez: D. Contraindicado na lactação, nefrites crônicas,
discrasias sanguíneas e deficiência de G6PD.
RA Náuseas, vômitos, diarreia e hipotensão transitória. De forma menos frequente pode causar reaçõesanafiláticas, anemia aplástica, agranulocitose, pancitopenia, leucopenia e trombocitopenia.
IM
A dipirona pode causar redução dos níveis plasmáticos de ciclosporina; aumenta a hematotoxicidade do
metotrexato, particularmente em idosos; diminui efeito dos barbitúricos; com a clorpromazina pode causar
hipotermia grave.
Dipirona Sódica + Cafeína
PF Comprimidos contendo 500 mg de dipirona e 65 mg de cafeína (Apracur®DC, Cafilisador®, Doril® DC 500).
PO Tomar 1 a 2 comprimidos até 4 vezes ao dia, com um pouco de água e sem mastigar. Dose máxima diáriarecomendada: 8 comprimidos/dia equivalente a 4 g/dia de dipirona.
OF Esse medicamento não deve ser partido, aberto ou mastigado. Durante o tratamento recomenda-se evitar aingestão de bebidas alcoólicas, pois aumenta o risco de úlcera e sangramento.
CI
Contraindicado a pacientes com problemas renais, hipertensão arterial, problemas cardiocirculatórios,
hepáticos, úlcera gastroduodenal, agranulocitopenia e deficiência genética da glicose-6-fosfato desidrogenase.
Gravidez: Categoria de risco C.
RA
Reações adversas comuns podem incluir prurido na pele, erupções e hipotensão. Raramente podem ocorrer
reações alérgicas (choque anafilático), asma, náuseas, vômitos, diarreia, dor de garganta, inflamação da boca,
dificuldades de engolir, mal-estar e calafrios.
IM
A dipirona aumenta a ação de anti-inflamatórios não hormonais (naproxeno, cetoprofeno, ibuprofeno,
piroxicam, tenoxicam, meloxicam, diclofenaco, aceclofenaco, sulindac, nimesulida, fentiazac e ácido
acetilsalicílico), anticoagulantes (varfarina e a fenindiona), glimepirida, clorpromazina. A dipirona diminui a ação
da ciclosporina.
Dipirona Sódica + Mucato de Isometepteno + Cafeína
PF
Drágeas contendo dipirona 300 mg + mucato de isometepteno 30 mg + cafeína 30 mg (Doralgina®,
Neosaldina®, Neosaldor ®, Sedol®, Tensaldin ®).
Comprimidos revestidos contendo dipirona 300 mg + mucato de isometepteno 30 mg + cafeína 30 mg
(Neralgyn®, Sedamed®).
Solução oral gotas de 300 mg/mL de dipirona + 50 mg/mL de cloridrato de isometepteno + 30 mg/mL de
cafeína (Neosaldina®, Sedol®).
PO
Adultos e maiores de 12 anos: tomar de 1 a 2 drágeas ou comprimidos, a cada 6 horas.
Gotas: Crianças 9 - 15 kg (1 - 3 anos) 8 a 14 gotas. Crianças 16 - 21 kg (4 - 6 anos) 15 a 18 gotas. Crianças 22
- 28 kg (7 - 9 anos) 20 a 27 gotas. Crianças 29 - 40 kg (10 - 12 anos) 29 a 36 gotas. Crianças 40 - 50 kg (13 -
14 anos) 38 a 45 gotas. A partir de 15 anos e adultos 30 a 60 gotas.
Não ultrapassar 4 tomadas diárias e respeitar o mínimo de 6 horas entre as doses.
OF
O aparecimento de uma coloração vermelha na urina significa a eliminação do ácido rubazônico, um metabólito
inócuo da dipirona. Pode interferir no sono, devido à presença de cafeína. Não deve ser utilizada
concomitantemente com álcool.
CI
A solução oral é contraindicada para menores de 1 ano de idade. Cuidado com hipertensos devido à ação
vasoconstritora do isometepteno, e é totalmente contraindicada nas crises hipertensivas. Categoria C de risco
na gravidez.
RA
Reações comuns: hipersensibilidade na pele, nas mucosas dos olhos e das cavidades nasofaríngea. Reações
raras: sob uso prolongado, pode causar trombocitopenia, pancitopenia, agranulocitose, anemia,
metaemoglobinemia e aplasia medular.
MEDICAMENTOS ISENTOS DE PRESCRIÇÃO MÉDICA
IM
A dipirona pode causar redução dos níveis plasmáticos de ciclosporina; aumenta a hematotoxicidade do
metotrexato, particularmente em idosos; com a clorpromazina pode causar hipotermia grave; reações
hipertensivas graves com inibidores da monoaminoxidase (IMAOs). A cafeína pode reduzir a ação sedativa dos
benzodiazepínicos. A dipirona aumenta a ação de anti-inflamatórios não hormonais (naproxeno, cetoprofeno,
ibuprofeno, piroxicam, tenoxicam, meloxicam, diclofenaco, aceclofenaco, sulindac, nimesulida, fentiazac e
ácido acetilsalicílico), anticoagulantes (varfarina e a fenindiona).
Dipirona Sódica + Citrato de Orfenadrina + Cafeína
PF
Comprimidos contendo dipirona monoidratada 300 mg + citrato de orfenadrina 35mg + cafeína 50 mg
(Dorflex®, Sedalex®).
Solução oral gotas contendo dipirona monoidratada 300 mg/mL+ citrato de orfenadrina 35mg/mL+ cafeína 50
mg/mL (Sedalex®).
PO Adultos: 1 a 2 comprimidos ou 30 a 60 gotas, 3 a 4 vezes ao dia. Não exceder a dose máxima de 8comprimidos ao dia.
OF Os comprimidos devem ser engolidos inteiros, sem partir ou mastigar, com um copo de água e com ou semalimentos.
CI
Contraindicado a pacientes com glaucoma, obstrução pilórica ou duodenal, acalasia do esôfago, hipertrofia
prostática, obstrução do colo da bexiga, miasteniagrave, porfiria hepática aguda intermitente, deficiência
congênita da glicose-6-fosfato-desidrogenase, função da medula óssea insuficiente (ex.: após tratamento
citostático), doenças do sistema hematopoiético, problemas gástricos ou hepáticos graves. Categoria D de
risco na gravidez. Utilizar com cautela em pacientes com problemas cardíacos.
RA
Secura da boca, alterações do ritmo cardíaco, palpitações, diminuição da sudorese, retenção urinária, visão
borrada, dilatação da pupila, aumento da pressão intraocular, fraqueza, náusea, vômitos, dor de cabeça,
tonturas, constipação, sonolência, reações alérgicas, coceira, alucinações, agitação, tremor, irritação gástrica,
urticária e outras dermatoses. Pacientes idosos podem apresentar confusão mental.
IM
Propoxifeno: confusão, ansiedade e tremores. Clorpromazina: hipotermia. Pode aumentar a hematotoxicidade
do metotrexato particularmente em pacientes idosos. A dipirona pode reduzir o efeito do AAS na agregação
plaquetária. A dipirona pode causar a redução na concentração sanguínea de bupropiona. A cafeína pode
reduzir a ação sedativa dos benzodiazepínicos.
Dipirona + Prometazina + Adifenina
PF
Comprimidos contendo dipirona 500 mg + prometazina 5 mg + Adifenina 10 mg (Dorilen®, Lisador®).
Solução oral gotas contendo dipirona 500 mg/1,5 mL + prometazina 5 mg/1,5 mL + Adifenina 10 mg/1,5 mL
(Dorilen®).
PO
Adultos: 1 comprimido ou 30 a 60 gotas, em intervalos mínimos de 6 horas. Dose máxima diária recomendada:
8 comprimidos ao dia.
Crianças acima de 2 anos: 8 a 16 gotas. O intervalo mínimo entre as doses deve ser de 6 horas. Dose máxima
diária recomendada 70 gotas/dia.
OF
Tomar os comprimidos, em intervalos mínimos de 6 horas, com um pouco de água e sem mastigar. Não deve
ser administrado em altas doses ou por períodos prolongados, sem acompanhamento médico. Durante o
tratamento, o paciente não deve dirigir veículos ou operar máquinas, pois sua habilidade e atenção podem
estar prejudicadas. A ingestão concomitante com álcool compromete as habilidades motoras. Esse
medicamento não é de uso contínuo. Se após 3 dias de uso persistirem os sintomas, deve ser procurada
orientação médica.
CI
Solução oral contraindicada em crianças com menos de 2 anos de idade, e em comprimido é contraindicado
para menores de 12 anos. Contraindicado no caso de problemas renais, hipertensão, lesões hepáticas graves,
úlcera gastroduodenal, discrasias sanguíneas, púrpura trombocitopenica, doenças cardíacas e nos vasos
sanguíneos. Categoria de risco C na gravidez.
MEDICAMENTOS ISENTOS DE PRESCRIÇÃO MÉDICA
RA
Perda de apetite, náuseas, desconforto epigástrico, constipação ou diarreia, secura na boca, tosse, retenção
urinária, disúria, azia, febre, vermelhidão cutânea, glaucoma, paralisia da pupila do globo ocular, dores de
cabeça, pele seca e hipotensão. Reações de sonolência, dificuldades motoras, tontura, zumbido no ouvido,
cansaço, falta de coordenação, fadiga, visão borrada, visão dupla, nervosismo, insônia e tremores. Algumas
vezes a urina com pH ácido pode apresentar coloração avermelhada. Este fato pode ser decorrente da
presença do ácido ribossômico, metabólito presente em baixa concentração, evento sem significado clínico
toxicológico.
IM
A dipirona pode causar redução dos níveis plasmáticos de ciclosporina; aumenta a hematotoxicidade do
metotrexato, particularmente em idosos; com a clorpromazina pode causar hipotermia grave; reações
hipertensivas graves com inibidores da monoaminoxidase (IMAOs). A dipirona aumenta a ação de anti-
inflamatórios não hormonais (naproxeno, cetoprofeno, ibuprofeno, piroxicam, tenoxicam, meloxicam,
diclofenaco, aceclofenaco, sulindac, nimesulida, fentiazac e ácido acetilsalicílico) e de anticoagulantes
(varfarina e a fenindiona). Prometazina pode aumentar a ação de: fenobarbital, morfina, codeína,
hidroxicodona, fentanil, tramadol, metadona, clonidina, clordiazepóxido, diazepam, clonazepam,
antidepressivos tricíclicos e lítio.
Ibuprofeno
PF
Comprimidos revestidos de 200 mg (Advil®) e 400 mg (Alivium®). Cápsulas gelatinosas moles 400 mg (Advil®,
Alivium®, Capsfen®). Suspensão oral gotas 30 mg/mL (Alivium®). Suspensão gotas 50 mg/mL e 100 mg/mL
(Alivium®, Algy-Flanderil®, Vantil®, Genérico).
PO
Comprimidos 200 mg: adultos e crianças acima de 12 anos a dose recomendada é 1 ou 2 comprimidos,
repetida 3 a 4 vezes ao dia, com intervalo mínimo de 4 horas.
Comprimidos e cápsulas 400 mg: dose recomendada é 1 comprimido (ou cápsula) a cada 4 a 6 horas. A dose
diária não deve exceder 2.400 mg/dia em doses divididas (400 mg a cada 4 horas).
Suspensão oral 30 mg/mL: adultos a dose 7 mL, repetida a cada 6 horas. Suspensão 30 mg/mL vem
acompanhado de uma seringa dosadora.
Suspensão gotas 50 mg/mL: crianças com 6 meses ou mais, pode variar de 1 a 2 gotas/kg de peso, em
intervalos de 6 a 8 horas, não excedendo 40 gotas por dose (200 mg). Adultos: 40 gotas (200 mg) a 80 gotas
(400 mg), repetida a cada 6 horas.
Suspensão gotas 100 mg/mL: para crianças com idade acima de 6 meses, é de 1 gota/kg de peso, em
intervalos de 6 a 8 horas, não excedendo 20 gotas por dose. Pacientes pediátricos com mais de 30 kg não
devem exceder a dose máxima de 20 gotas (200 mg) por dose. Adultos: a posologia pode variar de 20 gotas
(200 mg) a 40 gotas (400 mg), no máximo 4 vezes por dia.
OF
Permitida ingestão com alimentos. O início de ação ocorre de 15 a 30 minutos após sua administração oral e
permanece por 4 a 6 horas. Não exceder 4 doses ao dia. Crianças menores de 2 anos, gestantes e idosos não
devem usar sem acompanhamento médico. Os comprimidos revestidos possuem uma fina camada que facilita
a deglutição, e devem ser ingeridos inteiros com um pouco de líquido.
CI
Contraindicado para pacientes com úlcera gastroduodenal, sangramento gastrintestinal, insuficiência renal,
insuficiência hepática grave e insuficiência cardíaca grave. Esse medicamento é contraindicado para menores
de 6 meses. Primeiro e segundo trimestre de gravidez: Categoria de risco C. Terceiro trimestre de gravidez:
Categoria de risco D.
RA Os efeitos adversos incluem tontura, náuseas, epigastralgia, rash cutâneo, raramente pode ocorrer diarreia,retenção urinária, cefaleia, flatulência e anorexia.
IM
O uso de ibuprofeno concomitantemente com corticosteroides aumenta o risco de úlcera gástrica e, com
inibidores seletivos de recaptação da serotonina (ISRS), aumenta o risco de sangramento gastrintestinal.
Diminui o efeito diurético de furosemida e diuréticos tiazídicos.
Paracetamol
MEDICAMENTOS ISENTOS DE PRESCRIÇÃO MÉDICA
PF
Suspensão oral 100 mg/mL (Tylemax® Baby, Tylenol® Bebê, Cimegripe® Bebê).
Suspensão oral 32 mg/mL (Cimegripe® Criança, Tylemax® Criança, Tylenol® Criança).
Comprimidos mastigáveis 160 mg (Tylenol® Criança 6+).
Comprimidos 500 mg (Genérico).
Comprimidos 750 mg (Genérico, Multigrip® Dor e febre, Paramol®, Tylenol®).
Comprimidos efervescentes 500 mg (Sonridor®).
Gotas 200 mg/mL (Genérico, Cimegripe® Dor e Febre, Paramol®, Tylemax®, Tylenol®).
Pó para preparação extemporânea 500 mg/5 g (Cimegripe® 77C).
PO
Crianças menores que 12 anos: 1 gota por kg de peso, por dose, até o limite de 35 gotas por dose. Crianças
acima de 12 anos, 35 a 55 gotas, 3 a 5 vezes ao dia. Adultos: 500 a 1.000 mg de 3 a 5 vezes ao dia. Essa
administração pode ser repetida 4 a 5 vezes por dia, com intervalo mínimo de 4 horas, não devendo
ultrapassar 5 administrações nas 24 horas.
OF Os comprimidos efervescentes devem ser dissolvidos em pelo menos meio copo com água.
CI
Pacientes com hipersensibilidade ao paracetamol. Deve ser evitado com bebidas alcoólicas. Pacientes com
doenças renais, hepática, que façam uso regular de álcool, que estão abaixo do peso ou desnutridos devem
ser encaminhados ao médico. Categoria B na gravidez.
RA
Náuseas, vômitos, hepatotoxicidade; hipersensibilidades incluindo erupções cutâneas, urticária, eritemas,
broncoespasmo, angioedema e choque anafilático; outras reações de incidência rara são discrasias
sanguíneas, hepatite, hipoglicemia; icterícia, hematúria, micçãodificultosa ou dolorosa. Lesão renal em uso
crônico.
IM Barbitúricos, carbamazepina, hidantoína, rifampicina, sulfimpirazona e álcool: hepatotoxicidade aumentada.Aumenta meia vida plasmática do cloranfenicol. Anticoagulantes: paracetamol pode aumentar o efeito.
Paracetamol + Cafeína
PF Comprimido efervescente contendo paracetamol 500 mg + cafeína 65 mg (Sonridor®Caf).Comprimidos revestidos contendo paracetamol 500 mg + cafeína 65 mg (Tylenol® DC, Genéricos).
PO
Adultos e crianças acima de 12 anos: tomar 2 comprimidos ou 2 comprimidos efervescentes dissolvidos em
pelo menos meio copo com água (100 mL), a cada 4 ou 6 horas. Não ultrapassar a dose de 8 comprimidos ao
dia.
OF O comprimido revestido não pode ser partido, aberto ou mastigado.
CI Usuários crônicos de bebidas alcoólicas podem apresentar um risco aumentado de doenças do fígado casoseja ingerida uma dose maior que a dose recomendada. Contraindicado para menores de 12 anos de idade.
RA
O paracetamol pode causar dano hepático. Muito raramente, foram relatados os seguintes efeitos adversos:
aumento das transaminases, reações anafiláticas, hipersensibilidade, insônia, tonturas, palpitações,
taquicardia, erupções, erupções pruriginosas e urticária.
IM
A cafeína com estimulantes do SNC pode resultar em estimulação excessiva do SNC; a cafeína pode
aumentar a excreção renal de lítio. A cafeína pode produzir arritmias cardíacas ou hipertensão em usuário de
inibidores da monoamino oxidase (IMAO). Aumento da excreção renal de lítio.
Naproxeno
PF Naproxeno sódico: comprimido revestido 275 mg (Flanax®, Genérico). Comprimido revestido 550 mg (Flanax®,Genérico, Napronax®). Naproxeno base: comprimido revestido 250 mg e 500 mg (Naprox®, Genérico).
PO
Comprimidos revestidos de 250 mg: tomar 1 comprimido 1 a 2 vezes por dia.
Comprimidos revestidos de 500 mg: tomar 1 comprimido 1 vez por dia.
A dose diária (24 horas) de 500 mg não deve ser excedida, salvo sob prescrição médica.
Doses em idosos: sendo os idosos mais propensos a efeitos adversos, devem ser consideradas doses mais
baixas.
MEDICAMENTOS ISENTOS DE PRESCRIÇÃO MÉDICA
OF Os efeitos indesejáveis podem ser diminuídos tomando-se a menor dose eficaz pelo menor tempo necessáriopara controlar os sintomas. Não se deve usar naproxeno por mais de 10 dias consecutivos.
CI
Contraindicado a pacientes com asma, rinite, pólipos nasais, urticária, úlcera péptica, insuficiência cardíaca ou
insuficiência renal. Cuidado em idosos devido aos problemas estomacais causados pelo fármaco.
Contraindicado para menores de 12 anos. Categoria de risco na gravidez: D.
RA
Estomatite ulcerativa, azia, esofagite, úlceras pépticas, sangramento, perfuração gastrintestinal, ulceração
gastrintestinal não péptica, melena, náuseas, vômitos, diarreia, flatulência, constipação, dispepsia, dor
abdominal, exacerbação de colite ulcerativa e da doença de Crohn, pancreatite, hepatite e icterícia.
IM
Pode aumentar as concentrações sanguíneas de ciclosporina, lítio e metotrexate. Aumenta o risco de úlcera e
sangramento gastrintestinal quando usado com outros AINEs, corticoides, antiplaquetários e inibidores
seletivos da recaptação da serotonina. Pode aumentar os efeitos anticoagulantes da varfarina. Pode inibir o
efeito de betabloqueadores e da furosemida.
PF: prescrição farmacêutica; PO: posologia e modo de usar; OF: orientações farmacêuticas; CI:
contraindicações e/ou precauções; RA: reações adversas ao medicamento; IM: interações
medicamentosas.
Fonte: elaborado a partir da bibliografia refenciada
Referências
AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Bulário de medicamentos. Disponível
em: http://www.anvisa.gov.br. Acesso em: 14 out. 2019.
BRUNTON, L. L. et al. Goodman & Gilman: As Bases Farmacológicas da Terapêutica. 13.
ed. Rio de Janeiro: McGraw-Hill, 2018. 1.760 p.
BULAS MED. Bulário de medicamentos. Disponível em: http://www.bulas.med.br. Acesso
em: 14 out. 2019.
MEDICINA NET. Bulário de medicamentos. Disponível em:
http://www.medicinanet.com.br. Acesso em: 14 out. 2019.
MELHADO, E. M. et al. Protocolo de Tratamento de Cefaleia na Emergência em um
Hospital-Escola. Headache Medicine, v. 8, p. 43-47, 2017. Disponível em:
https://headachemedicine.com.br/revistas/HM%202017.2.pdf#page=16 Acesso em: 12 jun.
2019.
PEDROSO, E. R. P.; OLIVEIRA, R. G. Blackbook de Clínica Médica. 2. ed. Belo
Horizonte: Blackbook, 2014.
PEREIRA, M. L. et al. Os analgésicos utilizados no tratamento abortivo da migrânea:
Quando eles chegaram ao Brasil? Headache Medicine, v. 8, p. 38-42, 2017. Disponível em:
https://headachemedicine.com.br/revistas/HM%202017.2.pdf#page=16 Acesso em: 12 jun.
2019.
PEREIRA, R. S. Clínica e Prescrição Farmacêutica. Belo Horizonte: Rona. 2014. v. 1, 236
p.
SOARES, A. A.; SILVA-NÉTO, R. P. Cefaleia e abstinência de alimentos. Headache
Medicine, v. 8, p. 34-37, 2017. Disponível em:
https://headachemedicine.com.br/revistas/HM%202017.2.pdf#page=16 Acesso em: 12 out.
2019.
CAPÍTULO 9
RESFRIADOS
Carine Viana
DEFINIÇÕES
Gripes e resfriados são infecções viróticas autolimitadas das vias aéreas superiores com
cura espontânea em cerca de uma semana, independentemente do tratamento. Eventuais
complicações bacterianas como sinusite, bronquite, pneumonia, otites podem suceder
essas viroses e exigir tratamento com antibióticos.
Gripes e resfriados são muito confundidos, principalmente em caso de resfriado mais
intenso. Embora tenham etiologias diferentes, os processos inflamatórios das vias aéreas
superiores envolvidos nessas afecções possuem sintomas comuns. Fato que pode gerar
diagnóstico equivocado, tratamento inadequado e uso irracional de antibióticos.
Resfriado comum: uma virose respiratória benigna que pode ser causada por mais de cem
tipos diferentes de vírus com sintomatologia nasal e sistêmica mais discreta que na gripe.
Gripe: diferencia-se de um resfriado pela maior intensidade em que os sintomas se
apresentam no paciente. Maior risco de complicações bacterianas associadas. Causada
pelo vírus Influenza (A, B e H1N1), mas síndromes gripais podem ser causadas por outros
vírus.
Resfriado comum Gripes e síndromes gripais
Adenovírus
Coronavírus
Coxsackievirus
Enterovírus
Influenza (A, B, C)
Parainfluenza
Rinovírus
Influenza (A, B, H1N1)
Parainfluenza
Adenovírus
Echovírus
Coxsackievirus
Vírus sincicial respiratório
SINAIS E SINTOMAS
As manifestações clínicas dependem do vírus, subtipo e cepa, mas principalmente da
imunidade prévia específica e imunocompetência do paciente. Apesar da tendência em
provocar quadros parecidos, um mesmo vírus pode causar apenas um resfriado no pai e no
filho uma bronquite ou pneumonia intersticial.
Os sinais e sintomas que podem estar presentes são mal-estar, dor muscular, cansaço, dor
de cabeça, dor de garganta, rouquidão, congestão nasal, secreções nasais, espirros, tosse
não produtiva, olhos lacrimejantes e em casos graves febre.
O Quadro 9.1 descreve os principais sintomas presentes no resfriado, gripe comum e gripe
H1N1.
Quadro 9.1 - Principais sintomas presentes no resfriado, gripe comum e gripe H1N1
Sintomas Resfriado Gripe Comum Gripe H1N1
ARDÊNCIA OLHOS LEVE LEVE INTENSA
CALAFRIOS RAROS RAROS FREQUENTES
CANSAÇO LEVE MODERADO INTENSO
CONGESTÃO NASAL MODERADA FORTE LEVE
DOR DE CABEÇA LEVE MODERADA INTENSA
DOR DE GARGANTA MODERADA INTENSA LEVE
DOR MUSCULAR LEVE MODERADA INTENSA
FEBRE AUSENTE OU BAIXA 37°C a 39°C + 39°C
TOSSE LEVE MODERADA SECA E CONTÍNUA
Fonte: CRF-SP, 2016
AVALIAÇÃO FARMACÊUTICA
O farmacêutico no exame físico e anamnese deverá considerar:
Sintomas presentes.
Há quanto tempo estão ocorrendo.
Se os sintomas estão piorando a cada dia.
Se o paciente está fazendo uso de alguma medicação.
Se o paciente possui alergias já diagnosticadas (poeira, fumaça, mofo, pólen, pelos,
medicamentos etc.).
Se o paciente é portador de alguma doença crônica.
ENCAMINHAMENTO MÉDICO
Os principais sinais de alerta de complicações que exigem encaminhamento médico estão
descritos no quadro a seguir.
Sintomas persistentes (mais de 5 a 7 dias).
Temperatura acima de 38°Cpor mais de 48 horas.
Dor torácica.
Taquipneia.
Tosse com dor no peito.
Tosse com secreção purulenta.
Falta de ar e broncoespasmo.
Halitose.
Dor de garganta.
Desidratação e incapacidade de ingerir líquidos.
Forte dor de cabeça com febre.
Prostração acentuada.
Alteração da consciência.
Agravamento da dor em um ou ambos os ouvidos.
Suspeita de gripe influenza e gripe A H1N1.
Qualquer condição médica crônica. Ex.: asma ou diabetes.
TRATAMENTO
O resfriado é uma afecção autolimitada e que não exige tratamento. Medicamentos são
usados para diminuir o desconforto causado pelos sintomas. Também é indicada maior
ingestão de líquidos para manter as secreções fluidas e facilitar sua eliminação.
Analgésicos e antitérmicos comuns, como a dipirona e paracetamol, são indicados para dor
e febre acima de 38°C. Crianças e adolescentes não devem usar ácido acetilsalicílico (AAS)
para catapora ou sintomas gripais antes que um médico seja consultado sobre a síndrome
de Reye.
Considerar os efeitos colaterais significativos das associações de descongestionantes
sistêmicos com anti-histamínicos.
Os principais fármacos usados no tratamento sintomático de resfriados e sintomas gripais
estão descritos no Quadro 9.1. Os medicamentos isentos de prescrição disponíveis
comercialmente estão descritos do Quadro 9.2.
ORIENTAÇÕES FARMACÊUTICAS
O resfriado pode passar de pessoa para pessoa por secreções nasais ou contato com as
mãos da pessoa afetada. É mais contagioso nos primeiros três dias após os sintomas
começarem. O vírus pode durar até cinco horas na pele e em superfícies.
A vacinação é o método adequado para prevenção da gripe, mas quando o indivíduo já
apresenta manifestações clínicas da doença precisa ser medicado.
Orientações para prevenção de gripes e resfriados:
Lavar as mãos frequentemente, sobretudo após tossir e espirrar.
Evitar tocar os olhos, nariz e boca, para diminuir a propagação de vírus.
Cobrir boca e nariz com um pano (ou com o braço) quando espirrar ou tossir, para evitar que o vírus se
espalhe.
Procurar repouso, enquanto estiver doente.
Evitar aglomerações e ambientes fechados.
Manter os ambientes ventilados.
Vacinar-se contra gripe todo ano, por causa da alta taxa de mutação do vírus.
A gripe é um vírus, antibióticos não servem para tratá-la. A menos que ocorra infecção bacteriana
secundária.
Quadro 9.2 - Principais fármacos usados no tratamento sintomático de resfriados e sintomas gripais
FÁRMACO AÇÃO NO RESFRIADO
Analgésicos
Inibem a síntese de prostaglandinas e atuam no centro termorregulador cerebral promovendo
vasodilatação e sudorese, efeitos que resultam em atividade analgésica e antipirética. Aliviam
as dores da cefaleia, mialgias e artralgias sentidas durante um resfriado. Exemplos: ácido
acetilsalicílico, dipirona, naproxeno, paracetamol e ibuprofeno.
Anti-histamínicos
Anti-histamínicos impedem o efeito da histamina e o de substâncias histaminoides que são
liberadas nos casos de infecções gripais, pela desintegração de substâncias proteicas em
consequência do metabolismo perturbado pela irrigação sanguínea insuficiente, por influência
de temperaturas baixas, bem como metabólitos bacterianos que agem como alérgenos.
Antialérgicos impermeabilizam as paredes celulares e capilares e diminui edemas de
mucosas. A combinação de anti-histamínico com aminas simpaticomiméticas reduz
efetivamente a secreção nasofaríngea e diminui o edema e congestão do aparelho
respiratório. Exemplos: maleato de bronfeniramina, maleato de clorfeniramina e maleato de
carbinoxamina.
Cafeína Estimulante suave do SNC, comumente utilizado associado aos analgésicos, com a intençãode aumentar a resposta terapêutica no tratamento.
Descongestionantes
Agem nos receptores alfadrenérgicos da mucosa causando vasoconstrição, com consequente
limitação do fluxo sanguíneo, reduzindo o edema e a obstrução, resultando no alívio da
congestão nasal e melhorando a respiração. Exemplos: fenilefrina (uso oral), cloridrato de
nafasolina e cloridrato de oximetazolina (uso tópico).
Solução salina de
irrigação nasal
A solução salina age na mucosa nasal fluidificando a secreção, facilitando assim a eliminação
do muco e aumentando a permeabilidade da via respiratória. O modo de ação é mecânico,
removendo as impurezas, o excesso de muco e as secreções das cavidades nasais e dos
seios paranasais. Não é absorvido pela mucosa nasal. Esses produtos podem ser usados
como fluidificante das secreções nasais em resfriados, rinites, sinusites e outras condições
relacionadas ao ressecamento da mucosa nasal, como baixa umidade do ar, exposição ao ar
condicionado e poluição. Exemplos: cloreto de sódio 0,9% e solução hipertônica de cloreto de
sódio 3%.
FÁRMACO AÇÃO NO RESFRIADO
Vitamina C
O ácido ascórbico é uma vitamina hidrossolúvel que faz parte do sistema de proteção do
organismo, com ação antioxidante. Diminui o pH no microambiente celular e impede os vírus
de se acoplarem na célula hospedeira e injetar seu material genético. A vitamina C é
imunoestimulante auxiliando a ativar o sistema de defesa do organismo. Também exerce
papel particular no processo anti-inflamatório e na função leucocitária. As necessidades de
ácido ascórbico são aumentadas nas doenças infecciosas.
Quadro 9.3 - Medicamentos isentos de prescrição disponíveis comercialmente para tratamento
sintomático de resfriados e sintomas gripais
MEDICAMENTOS ISENTOS DE PRESCRIÇÃO MÉDICA
Ácido Acetilsalicílico
PF
Comprimidos 85 mg (Melhoral® infantil).
Comprimidos 100 mg (AAS® infantil, Sedalive®, Genérico EMS).
Comprimidos 500 mg (Genérico EMS).
Comprimidos revestidos 500 mg (Aspirina®).
Comprimidos revestidos de liberação prolongada 500 mg (Aspirina® Microativa).
Comprimidos revestidos 100 mg (AAS® Protect, Aspirina Prevent®).
Comprimidos revestidos 300 mg (Aspirina Prevent®).
PO
Crianças: 1 a 3 anos: 100 mg. 4 a 6 anos: 200 mg. 7 a 9 anos: 300 mg. 9 a 12 anos: 400 mg. Com mais de 12
anos de idade: 500 mg. Se necessário, repetir a 8 horas. Máximo três doses ao dia. A posologia pode também
ser calculada com base no peso da criança, adotando-se a dose de 11 mg/kg até 6 vezes ao dia ou 16 mg/kg
até 4 vezes ao dia.
Adultos: 500 a 1.000 mg. Se necessário, repetir a cada 4 a 8 horas.
Idosos: 500 mg, com repetição de dose somente após um período mínimo de 4 horas.
OF
Deve ser ingerido de preferência após as refeições ou com um pouco de leite. O comprimido de uso infantil
deve ser colocado na boca até que se dissolva. Pode também ser esfarelado e adicionado ao leite ou à água.
AAS não deve ser usado por mais de 7 dias, devido ao aumento do risco de ocorrência de graves efeitos
renais, cardiovasculares e gastrintestinais. Evitar a ingestão de bebidas alcoólicas, pois a ação irritante no
estômago é aumentada podendo aumentar o risco de úlcera e sangramento. Recomenda-se não exceder a
dose máxima diária de 3 g de ácido acetilsalicílico em adultos, e em idosos a dose máxima é 2 g ao dia.
CI
Pacientes com doenças no estômago, fígado ou rins, pacientes com hemofilia e em uso de anticoagulantes.
Crianças ou adolescentes não devem usar AAS para catapora ou sintomas gripais antes que um médico seja
consultado sobre a síndrome de Reye. Durante os dois primeiros trimestres de gestação, categoria de risco na
C, e categoria de risco D para último trimestre da gestação. Contraindicado em casos suspeitos ou confirmados
de dengue.
RA Pode provocar diminuição da função renal, irritação da mucosa gástrica e sangramento digestivo, sobretudoem doses altas e em tratamento prolongado.
IM
Pode aumentar a atividade dos anticoagulantes cumarínicos e a atividade hipoglicemiante das sulfonilureias.
Anticoagulantes podem acentuar os sangramentos digestivos causados pelo AAS. Pode aumentar a atividade
e toxicidade metotrexato. Casos de hipersensibilidade manifestada por broncoespasmo, asma, rinite, urticária e
outras manifestações cutâneas. AAS aumenta as concentrações plasmáticas de digoxina em função da
diminuição da excreção renal. Aumento da toxicidade do ácido valproico devido ao deslocamento dossítios de
ligação com as proteínas. Evitar uso com álcool devido ao aumento do dano à mucosa gastrintestinal.
Ácido Acetilsalicílico + Cafeína
PF
Comprimido contendo 500 mg de ácido acetilsalicílico e 65 mg de cafeína (Tylenol®DC).
Comprimido contendo 650 mg de ácido acetilsalicílico e 65 mg de cafeína (Cafiaspirina®).
Comprimido contendo 500 mg de ácido acetilsalicílico e 30 mg de cafeína (Calmador®, Doril®).
Comprimido revestido contendo 500 mg de ácido acetilsalicílico e 30 mg de cafeína (Melhoral®).
PO Adultos: 1 a 2 comprimidos de 4 em 4 horas.
MEDICAMENTOS ISENTOS DE PRESCRIÇÃO MÉDICA
OF
Tomar preferencialmente após as refeições, com um pouco de água, não pode ser partido, aberto ou
mastigado. O tratamento com AAS não deve se prolongar por mais de 7 dias, devido ao aumento do risco de
ocorrência de graves efeitos renais, cardiovasculares e gastrintestinais. Evitar a ingestão de bebidas alcoólicas,
pois a ação irritante no estômago é aumentada podendo aumentar o risco de úlcera e sangramento.
Recomenda-se não exceder a dose máxima diária de 3 g de ácido acetilsalicílico em adultos, e em idosos a
dose máxima é 2 g ao dia.
CI
Contraindicado para pacientes com suspeita de dengue, problemas gastrointestinais ativos, função renal ou
hepática comprometida, problemas de coagulação, discrasias sanguíneas, deficiência de vitamina K, terapia
anticoagulante ou recente infarto do miocárdio, estados hemorrágicos, hemofilia, angioedema, anafilaxia,
asma, trombocitopenia, problemas cardíacos graves e hipertensão. Crianças ou adolescentes não devem usar
AAS para catapora ou sintomas gripais antes que um médico seja consultado sobre a síndrome de Reye.
Durante os dois primeiros trimestres de gestação, Categoria de risco na C, e Categoria de risco D para último
trimestre da gestação.
RA
Os eventos adversos incluem broncoespasmos, angiodema, urticária, úlcera péptica, náusea, vômito, azia, dor
abdominal e Síndrome de Stevens Johnson. Raramente, pode ocorrer insônia, nervosismo ou zumbido, perda
de audição.
IM O AAS aumenta o efeito de anticoagulantes orais, sulfonilureias, ácido valproico e metotrexato. O AAS diminuio efeito dos esteroides, betabloqueadores, captopril, enalapril, furosemida, espironolactona e dos AINEs.
Ácido Acetilsalicílico + Ácido Ascórbico
PF
Comprimido efervescente contendo ácido acetilsalicílico 400 mg + ácido ascórbico 240 mg (Aspirina® C,
Melhoral® C efervescente).
Comprimido contendo ácido acetilsalicílico 400 mg + ácido ascórbico 200 mg (Melhoral® C).
PO
Comprimido efervescente – adultos: 1 comprimido em intervalos de 4 a 8 horas. Crianças com 10 anos ou
mais: tomar 1 comprimido efervescente diluído em água, em dose única. A dose diária recomendada de ácido
acetilsalicílico para crianças é geralmente cerca de 60 mg/kg, dividida em 4 a 6 doses, isto é, cerca de 15
mg/kg a cada 6 horas ou 10 mg/kg a cada 4 horas.
Comprimidos: tomar 1 a 2 comprimidos com quantidade suficiente de água, podendo-se repetir a dose após 4
horas.
OF
Manter o intervalo mínimo de 4 horas entre cada administração, não ultrapassando as doses estabelecidas.
Dissolver o comprimido efervescente em um copo com água antes de tomar. Recomenda-se não exceder a
dose máxima diária de 3 g de ácido acetilsalicílico em adultos, e em idosos a dose máxima é 2 g ao dia. Não
administrar por mais de ٥ dias.
CI
Contraindicado para pacientes com suspeita de dengue, úlcera gastroduodenal, diátese hemorrágica;
insuficiência renal, insuficiência hepática, insuficiência cardíaca. Crianças ou adolescentes não devem usar
AAS para catapora ou sintomas gripais antes que um médico seja consultado sobre a síndrome de Reye.
Contraindicado para menores de 10 anos. Durante os dois primeiros trimestres de gestação, Categoria de risco
na C, e Categoria de risco D para último trimestre da gestação.
RA
Dispepsia, dor gastrintestinal e abdominal, inflamação gastrintestinal, úlcera gastrintestinal, hemorragia
perioperativa, hematomas, epistaxe, sangramento urogenital e sangramento gengival, erupção cutânea,
urticária, edema, prurido, alterações cardiorrespiratórias, zumbidos e tonturas.
IM Metotrexato, anticoagulantes, salicilatos, benzobromarona, probenecida, digoxina, sulfonilureias, diuréticos,glicocorticoides, ácido valproico e álcool.
Ácido Acetilsalicílico + Maleato de Dexclorfeniramina + Cloridrato de Fenilefrina + Cafeína
PF Comprimidos contendo ácido acetilsalicílico 400 mg + maleato de dexclorfeniramina 1 mg + cloridrato defenilefrina 10 mg + cafeína 30 mg (Coristina D®).
PO Adultos e crianças maiores de 12 anos: um comprimido de 4 em 4 horas, não excedendo 4 comprimidos emum período de 24 horas.
MEDICAMENTOS ISENTOS DE PRESCRIÇÃO MÉDICA
OF
O tratamento é sintomático e deve ser utilizado apenas enquanto durarem os sintomas.
Os pacientes deverão ser alertados quanto a exercerem atividades que necessitem de estado de alerta mental,
tais como dirigir automóveis, operar máquinas etc. Os anti-histamínicos podem causar vertigens, sedação e
hipotensão arterial em pacientes com mais de 60 anos (idosos).
CI
Pacientes com glaucoma primário de ângulo fechado, retenção urinária, hipertensão arterial grave, doença
isquêmica cardíaca crônica grave, hipertireoidismo, hemofilia, úlcera péptica, transtornos hemorrágicos e uso
concomitante com IMAO’s, agentes bloqueadores adrenérgicos. Crianças ou adolescentes não devem usar
AAS para catapora ou sintomas gripais antes que um médico seja consultado sobre a síndrome de Reye.
Durante os dois primeiros trimestres de gestação, Categoria de risco na C, e Categoria de risco D para último
trimestre da gestação. Contraindicado para menores de 12 anos. Contraindicado em casos suspeitos ou
confirmados de dengue.
RA
Pirose, náuseas, vômitos e dor epigástrica, zumbido, broncoespasmo, úlcera gástrica, úlcera duodenal,
dispepsia, anorexia, hemorragia gastrintestinal, hepatite, nefrite túbulo-intersticial, alergia, eritema, prurido,
urticária, tontura, convulsão, erupções cutâneas, choque anafilático, anemia hemolítica, equimoses,
hematomas e trombocitopenia.
IM
O uso concomitante de anti-histamínicos com álcool, antidepressivos tricíclicos, barbitúricos e outros
depressores do sistema nervoso central pode potencializar os efeitos sedativos da dexclorfeniramina. A ação
dos anticoagulantes orais pode ser inibida pelos anti-histamínicos. Os inibidores da monoaminoxidase
prolongam e intensificam os efeitos dos anti-histamínicos, podendo ocorrer hipotensão arterial grave.
Medicamentos contendo fenilefrina não deverão ser administrados a pacientes fazendo uso de inibidores da
monoaminoxidase, ou até 14 dias após a descontinuação do tratamento. A fenilefrina não deve ser usada com
agentes bloqueadores adrenérgicos. Aumento do risco de arritmias cardíacas e atividade de marca-passo
ectópico cardíaco podem ocorrer quando a fenilefrina é usada concomitantemente com medicamentos
digitálicos. Antiácidos aumentam a absorção da fenilefrina e diminuem as concentrações de ácido
acetilsalicílico.
Cloreto de Sódio
PF
Solução nasal contendo cloreto de sódio 0,9% (Salsep®, Sinustrat®).
Solução spray contendo cloreto de sódio 3% (Naridrin® H, Rinoso® SIC, Sorine® H).
Solução salina de água do mar equivalente a cloreto de sódio 0,9% (Nasoclean®).
PO Instilação nasal, pode ser usado até 6 vezes ao dia, conforme a necessidade. Limpe o aplicador com um lençode papel, após o uso. Se necessário, assue o nariz para retirar as secreções já fluidificadas.
OF Esse medicamento deve ser administrado somente por via nasal. Medidas de higiene recomendam o usoindividual desse produto.
CI Não apresenta contraindicações específicas. Gravidez: Categoria de risco A.
RA Sem efeitos colaterais significativos.
IM Não são conhecidas interações medicamentosas específicas e tampouco restrições específicas quanto àingestão concomitante com alimentos.
Cloridrato de Nafazolina
PF Solução nasal contendo cloridrato de nafazolina 0,5 mg/mL (Genéricos, Nasofluid®, Sinustrat® Vasoconstritor,Sorine®).
PO Gotejar 1 a 2 gotas em cadanarina, 4 a 6 vezes ao dia. O intervalo de tempo entre as administrações não deveser menor do que 3 horas. A dose máxima diária não deverá ultrapassar 24 gotas.
OF
Administração nasal, sendo contraindicado seu uso em inaloterapia. Não deve ser ingerido. Não utilizar o
produto por mais de 3 a 5 dias. O frasco não deve ser utilizado por mais de uma pessoa com a finalidade de
diminuir o risco de contaminação e transmissão do processo infeccioso, quando houver.
MEDICAMENTOS ISENTOS DE PRESCRIÇÃO MÉDICA
CI
Deve ser utilizado com cautela em pacientes com problemas cardiovasculares, hipertireoidismo, diabetes,
hipertrofia prostática e pacientes que apresentem reação a agentes simpatomiméticos, evidenciada por sinais
de insônia ou vertigem. Contraindicado a pacientes com glaucoma de ângulo agudo e hipersensibilidade a
agentes adrenérgicos. Esse medicamento é contraindicado para menores de 12 anos. Categoria de risco na
gravidez: C.
RA Uso ininterruptamente durante longos períodos pode danificar a mucosa nasal e causar ardor, queimação,espirros e aumento da rinorreia. A nafazolina pode provocar sonolência.
IM O uso concomitante da nafazolina e inibidores da monoaminooxidases (fenelzina, tranilcipromina emoclobemida) e antidepressivos tricíclicos pode gerar crise hipertensiva.
Dipirona
PF
Comprimidos 500 mg (Genéricos, Anador®, Doril®, Magnopyrol®, Novalgina®).
Comprimidos 1000 mg (Lisador®Dip, Novalgina®).
Comprimidos efervescente 1000 mg (Novalgina®).
Solução oral gotas 500 mg/mL (Anador®, Dipimed®, Dorfebril®, Magnopyrol®, Genéricos).
Solução oral 50 mg/mL (Novalgina®, Genéricos).
PO Adultos: comprimidos de 500 a 1.000 mg por dose até 4 vezes ao dia. Gotas 20 a 40 gotas por dose até 4vezes ao dia. Crianças: 10 a 15 mg/kg/dose até 4 vezes ao dia.
OF Deve ser administrado com água.
CI
Não deve ser usado em crianças menores de 3 meses ou pesando menos de 5 kg, pelo risco de disfunção
renal. Pacientes com alergia à dipirona sódica. Pacientes com desenvolvimento anterior de broncoespasmo.
Em pacientes idosos e pacientes debilitados deve-se considerar a possibilidade de desenvolvimento de
insuficiência hepática e renal. Categoria de risco na gravidez: D. Contraindicado na lactação, nefrites crônicas,
discrasias sanguíneas e deficiência de G6PD.
RA Náuseas, vômitos, diarreia e hipotensão transitória. De forma menos frequente, pode causar reaçõesanafiláticas, anemia aplástica, agranulocitose, pancitopenia, leucopenia e trombocitopenia.
IM
A dipirona pode causar redução dos níveis plasmáticos de ciclosporina; aumenta a hematotoxicidade do
metotrexato, particularmente em idosos; diminui efeito dos barbitúricos; com a clorpromazina pode causar
hipotermia grave.
Dipirona Sódica + Cafeína
PF Comprimidos contendo 500 mg de dipirona e 65 mg de cafeína (Apracur®DC, Cafilisador®, Doril® DC 500).
PO Tomar 1 a 2 comprimidos até 4 vezes ao dia, com um pouco de água e sem mastigar. Dose máxima diáriarecomendada: 8 comprimidos/dia equivalente a 4 g/dia de dipirona.
OF Esse medicamento não deve ser partido, aberto ou mastigado. Durante o tratamento recomenda-se evitar aingestão de bebidas alcoólicas, pois aumenta o risco de úlcera e sangramento.
CI
Contraindicado a pacientes com problemas renais, hipertensão arterial, problemas cardiocirculatórios,
hepáticos, úlcera gastroduodenal, agranulocitopenia e deficiência genética da glicose-6-fosfato desidrogenase.
Gravidez: categoria de risco C.
RA
Reações adversas comuns podem incluir prurido na pele, erupções e hipotensão. Raramente pode ocorrer
reações alérgicas (choque anafilático), asma, náuseas, vômitos, diarreia, dor de garganta, inflamação da boca,
dificuldades de engolir, mal-estar e calafrios.
IM
A dipirona aumenta a ação de anti-inflamatórios não hormonais (naproxeno, cetoprofeno, ibuprofeno,
piroxicam, tenoxicam, meloxicam, diclofenaco, aceclofenaco, sulindac, nimesulida, fentiazac e ácido
acetilsalicílico), anticoagulantes (varfarina e a fenindiona), glimepirida, clorpromazina. A dipirona diminui a ação
da ciclosporina.
Dipirona Sódica + Maleato de Clorfeniramina + Cafeína
MEDICAMENTOS ISENTOS DE PRESCRIÇÃO MÉDICA
PF Comprimido revestido contendo dipirona sódica 500 mg + maleato de clorfeniramina 2 mg + cafeína 30 mg(Benegrip®).
PO Tomar 1 comprimido revestido verde e 1 comprimido revestido amarelo, ao mesmo tempo, 3 a 4 vezes ao dia.
OF Não se deve dirigir veículos ou operar máquinas. Esse medicamento pode causar doping.
CI
Dipirona: contraindicada para indivíduos com determinadas doenças metabólicas, tais como deficiência
congênita da glicose-6-fosfato desidrogenase e porfiria hepática, pacientes com glaucoma de ângulo fechado,
nefrites crônicas, discrasias sanguíneas, asma, infecções respiratórias crônicas e quadros clínicos de
comprometimento cardiocirculatório. Em indivíduos com deficiência de protrombina, a dipirona pode agravar a
tendência ao sangramento. Maleato de clorfeniramina: contraindicado uso de outras drogas que deprimem o
sistema nervoso central e com bebidas alcoólicas. Cafeína: contraindicado na presença de úlcera
gastroduodenal. Essa formulação é contraindicada para menores de 12 anos. Gravidez: Categoria de risco C.
RA
Reações adversas referentes ao maleato de clorfeniramina: sedação, tonturas, zumbidos, lassidão, ataxia
(incoordenação motora), fadiga, diminuição da visão, diplopia, euforia, nervosismo, insônia, tremores, perda de
apetite, náuseas, vômitos, desconforto epigástrico, obstipação e diarreia.
IM
Não deve ser usado com inibidores da monoaminoxidase (IMAO): fenelzina, iproniazida, isocarboxazida,
harmalina, nialamida, pargilina, selegilina, toloxatona, tranilcipromina, moclobemida. Com dipirona não se deve
ingerir bebidas alcoólicas durante o tratamento, porque o efeito do álcool pode ser potencializado. Não usar
ciclosporina concomitantemente, pois ocorre diminuição do seu nível sanguíneo. Uso com clorpromozina pode
ocorrer hipotermia grave. O maleato de clorfeniramina pode aumentar o efeito sedativo dos depressores do
SNC como o álcool, os barbitúricos (fenobarbital, tiopental, metohexital, pentobarbital), os hipnóticos (triazolan,
midazolan, oxazepam, clordiazepoxido, clonazepam), os analgésicos narcóticos (morfina, codeína e
meperidina), os sedativos e os tranquilizantes. A ingestão de outros estimulantes do SNC pode potencializar o
efeito da cafeína.
Dipirona Sódica + Maleato de Clorfenamina + Ácido Ascórbico
PF Comprimido revestido contendo dipirona sódica 100 mg + maleato de clorfenamina 1 mg + ácido ascórbico 50mg (Apracur®).
PO
Adultos e maiores de 14 anos: 1 a 2 comprimidos revestidos, 3 vezes ao dia.
Crianças de 10 a 14 anos: 1 comprimido revestido, 2 a 3 vezes ao dia.
A dose máxima diária não deve exceder a dose recomendada, ou seja, 6 comprimidos revestidos para adultos
e maiores de 14 anos e 3 comprimidos para crianças de 10 a 14 anos.
OF
Convém tomar o último comprimido do dia, no mínimo 2 horas antes de dormir. O tratamento não pode exceder
7 dias. O paciente não deve dirigir veículos ou operar máquinas, pois sua habilidade e atenção podem estar
prejudicadas.
CI
Graves perturbações da função renal, deficiência genética da glicose 6-fosfodesidrogenase, porfiria hepática
aguda, granulocitopenia, hipertensão arterial, tireotoxicose, alterações orgânicas cardíacas graves e dos vasos
sanguíneos, arritmias cardíacas, glaucoma de ângulo fechado, obstrução do ducto biliar, hipertrofia prostática
benigna, durante ataques agudos de asma, úlcera péptica, obstrução piloroduodenal. Contraindicado para
menores de 10 anos. Não administrar em caso de suspeita de dengue. Gravidez: Categoria de risco C.
RA
Sonolência leve a moderada, vertigem, cefaleia, fadiga, excitabilidade, nervosismo, confusão, náuseas,
xerostomia, diarreia, dor abdominal, aumento de apetite, ganho de peso, fraqueza, oligúria e espessamento
das secreções brônquicas.
IM Isoniazida, anticoagulantes cumarínicos, sulfonilureias e narcóticos. Os efeitos sedativos da clorfeniraminapodem ser potencializados se houver administraçãoconcomitante com álcool ou medicamentos sedativos.
Ibuprofeno
PF
Comprimidos revestidos de 200 mg (Advil®) e 400 mg (Alivium®).
Cápsulas gelatinosas moles 400 mg (Advil®, Alivium®, Capsfen®).
Suspensão oral gotas 30 mg/mL (Alivium®).
Suspensão gotas 50 mg/mL e 100 mg/mL (Alivium®, Algy-Flanderil®, Vantil®, Genérico).
MEDICAMENTOS ISENTOS DE PRESCRIÇÃO MÉDICA
PO
Comprimidos 200 mg: para adultos e crianças acima de 12 anos, a dose recomendada é 1 ou 2 comprimidos,
repetida 3 a 4 vezes ao dia, com intervalo mínimo de 4 horas.
Comprimidos e cápsulas 400 mg: dose recomendada é 1 comprimido (ou cápsula) a cada 4 a 6 horas. A dose
diária não deve exceder 2.400 mg/dia em doses divididas (400 mg a cada 4 horas).
Suspensão oral 30 mg/mL: em adultos, dose de 7 mL, repetida a cada 6 horas. A suspensão 30 mg/mL vem
acompanhada de uma seringa dosadora.
Suspensão Gotas 50 mg/mL: para crianças acima de 6 meses de idade, pode variar de 1 a 2 gotas/kg de peso,
em intervalos de 6 a 8 horas, não excedendo 40 gotas por dose (200 mg). Adultos: 40 gotas (200 mg) a 80
gotas (400 mg), repetida a cada 6 horas.
Suspensão Gotas 100 mg/mL: para crianças acima de 6 meses de idade, 1 gota/kg de peso, em intervalos de 6
a 8 horas, não excedendo 20 gotas por dose. Pacientes pediátricos com mais de 30 kg não devem exceder a
dose máxima de 20 gotas (200 mg) por dose. Adultos: a posologia pode variar de 20 gotas (200 mg) a 40 gotas
(400 mg), no máximo 4 vezes por dia.
OF
Permitida ingestão com alimentos. O início de ação ocorre de 15 a 30 minutos após sua administração oral e
permanece por 4 a 6 horas. Não exceder 4 doses ao dia. Crianças menores de 2 anos, gestantes e idosos não
devem usar sem acompanhamento médico. Os comprimidos revestidos possuem uma fina camada que facilita
a deglutição, e devem ser ingeridos inteiros com um pouco de líquido.
CI
Contraindicado a pacientes com úlcera gastroduodenal, sangramento gastrintestinal, insuficiência renal,
insuficiência hepática grave e insuficiência cardíaca grave. Esse medicamento é contraindicado para menores
de 6 meses. Primeiro e segundo trimestre de gravidez: Categoria de risco C. Terceiro trimestre de gravidez:
Categoria de risco D.
RA Os efeitos adversos incluem tontura, náuseas, epigastralgia, rash cutâneo, raramente pode ocorrer diarreia,retenção urinária, cefaleia, flatulência e anorexia.
IM
O uso de ibuprofeno concomitantemente com corticosteroides aumenta o risco de úlcera gástrica, e com
inibidores seletivos de recaptação da serotonina (ISRS) aumenta o risco de sangramento gastrintestinal.
Diminui o efeito diurético de furosemida e diuréticos tiazídicos.
Maleato de Bronfeniramina + Cloridrato de Fenilefrina
PF
Solução oral gotas contendo maleato de bronfeniramina 2 mg/mL + cloridrato de fenilefrina 2,5 mg/mL
(Decongex Plus®).
Xarope contendo maleato de bronfeniramina 2 mg/5 mL + cloridrato de fenilefrina 5 mg/5 mL (Decongex
Plus®).
Comprimidos revestidos de liberação programada contendo maleato de bronfeniramina 12 mg + cloridrato de
fenilefrina 15 mg (Decongex Plus®).
PO
Solução oral gotas: crianças acima de 2 anos, ingerir 2 gotas por kg de peso (como dose diária total), dividida
em 3 vezes ao dia (1 ml =20 gotas). Dosagem máxima diária limitada a 60 gotas.
Xarope: para adultos, tomar 10 a 15 mL, 3 a 4 vezes ao dia. Crianças acima de 2 anos: 2,5 a 5 ml, 4 vezes ao
dia. Dosagem máxima diária limitada a 60 mL.
Comprimidos: adultos, tomar 1 comprimido pela manhã e 1 comprimido à noite. Dosagem máxima diária
limitada a 2 comprimidos.
OF
Durante o tratamento, o paciente não deve dirigir veículos ou operar máquinas, pois sua habilidade e atenção
podem estar prejudicadas. Deve-se evitar a ingestão de álcool ou a administração de tranquilizantes durante o
tratamento, uma vez que pode aumentar a sonolência e diminuir consideravelmente os reflexos.
CI Pacientes cardíacos, coronariopatias severas, arritmias cardíacas, glaucoma, hipertireoidismo e aumentoanormal da próstata. Contraindicado para menores de 2 anos. Categoria de risco na gravidez: C.
RA
Reações devido a fenilefrina são hipertensão, arritmia cardíaca, náuseas, vômitos, cefaleia e vertigem.
Reações devido a bronfeniramina são secura da boca, nariz, garganta, sonolência, diminuição dos reflexos,
insônia, nervosismo, irritabilidade, visão turva e espessamento das secreções brônquicas.
MEDICAMENTOS ISENTOS DE PRESCRIÇÃO MÉDICA
IM
Fenilefrina com broncodilatadores: pode ocorrer taquicardia e outras arritmias cardíacas. Fentolamina e
propranolol: pode diminuir o efeito da fenilefrina. IMAO reduz o metabolismo da fenilefrina, os efeitos
vasoconstritores da fenilefrina são potencializados. Uso da bronfeniramina com medicamentos barbitúricos,
drogas hipnóticas, analgésicos opioides, ansiolíticos e antipsicóticos causam depressão do sistema nervoso
central.
Paracetamol
PF
Suspensão oral 100 mg/mL (Tylemax® Baby, Tylenol® Bebê, Cimegripe® Bebê).
Suspensão oral 32 mg/mL (Cimegripe® Criança, Tylemax® Criança, Tylenol® Criança).
Comprimidos mastigáveis 160 mg (Tylenol® Criança 6+).
Comprimidos 500 mg (Genérico).
Comprimidos 750 mg (Genérico, Multigrip® Dor e febre, Paramol®, Tylenol®).
Comprimidos efervescentes 500 mg (Sonridor®).
Gotas 200 mg/mL (Genérico, Cimegripe® Dor e Febre, Paramol®, Resfenol® Thermus Gotas, Tylemax®,
Tylenol®).
Pó para preparação extemporânea 500 mg/5 g (Cimegripe® 77C, Resfenol® Thermus Sachê).
PO
Crianças menores que 12 anos: 1 gota por kg de peso, por dose, até o limite de 35 gotas por dose. Crianças
acima de 12 anos: 35 a 55 gotas, 3 a 5 vezes ao dia. Adultos: 500 a 1.000 mg, de 3 a 5 vezes ao dia. Essa
administração pode ser repetida 4 a 5 vezes por dia, com intervalo mínimo de 4 horas não devendo ultrapassar
5 administrações nas 24 horas.
OF Os comprimidos efervescentes devem ser dissolvidos em pelo menos meio copo com água.
CI
Pacientes com hipersensibilidade ao paracetamol. Deve ser evitado com bebidas alcoólicas. Pacientes com
doenças renais, hepática, que façam uso regular de álcool, que estão abaixo do peso ou desnutridos devem
ser encaminhados ao médico. Categoria B na gravidez.
RA
Náuseas, vômitos, hepatotoxicidade; hipersensibilidades incluindo erupções cutâneas, urticária, eritemas,
broncoespasmo, angioedema e choque anafilático; outras reações de incidência rara são discrasias
sanguíneas, hepatite, hipoglicemia; icterícia, hematúria, micção dificultosa ou dolorosa. Lesão renal em uso
crônico.
IM Barbitúricos, carbamazepina, hidantoína, rifampicina, sulfimpirazona e álcool: hepatotoxicidade aumentada.Aumenta meia-vida plasmática do cloranfenicol. Anticoagulantes: paracetamol pode aumentar o efeito.
Paracetamol + Cafeína
PF Comprimido efervescente contendo paracetamol 500 mg + cafeína 65 mg (Sonridor®Caf).
PO Comprimidos revestidos contendo paracetamol 500 mg + cafeína 65 mg (Tylenol® DC, Genéricos).
OF
Adultos e crianças acima de 12 anos: tomar 2 comprimidos ou 2 comprimidos efervescentes dissolvidos em
pelo menos meio copo com água (100 mL), a cada 4 ou 6 horas. Não ultrapassar a dose de 8 comprimidos ao
dia.
CI O comprimido revestido não pode ser partido, aberto ou mastigado.
RA Usuários crônicos de bebidas alcoólicas podem apresentar um risco aumentado de doenças do fígado casoseja ingerida uma dose maior que a dose recomendada. Contraindicado para menores de 12 anos de idade.
IM
O paracetamol pode causar dano hepático. Muito raramente, foram relatados os seguintes efeitos adversos:
aumento das transaminases, reações anafiláticas, hipersensibilidade, insônia, tonturas, palpitações,
taquicardia, erupções, erupções pruriginosas e urticária.
A cafeína com estimulantes do SNC pode resultar em estimulação excessiva do SNC; a cafeína pode
aumentar a excreção renal de lítio. A cafeína pode produzir arritmias cardíacas ou hipertensão em usuário de
inibidores da monoamino oxidase (IMAO). Aumento da excreção renal de lítio.
Paracetamol + Cloridrato de Fenilefrina
MEDICAMENTOS ISENTOS DE PRESCRIÇÃO MÉDICA
PF Comprimido amarelo contendo paracetamol 400mg + cloridrato de fenilefrina 20 e comprimido brancocontendo paracetamol 400 mg (Benegrip® Multi Dia, Cimegrip® Dia, Fluviral® Dia, Naldecon® Dia).
PO
Adultos e crianças acima de 12 anos: tomar 2 comprimidos (1 de cada cor) a cada 8 horas, com um copo de
água. Sempre respeitar o intervalo mínimo de 8 horas entre as doses. Não exceder 4 doses em 24 horas. A
dose diária máxima recomendada de paracetamol é de 4.000 mg e de cloridrato de fenilefrina é 120 mg.
OF
Uma dose é composta de 2 comprimidos (1 de cada cor). Não deve ser administrado por mais de 3 dias para a
febre ou sintomas gripais. Evitar usar concomitante com outros medicamentos contendo paracetamol por risco
de toxicidade hepática. Evitar operar máquinas e veículos.
CI
O cloridrato de fenilefrina pode causar aumento pronunciado da pressão arterial em pacientes idosos. Não
pode ser usado em pacientes com úlcera péptica, doença das artérias coronárias grave, hipertensão grave,
doença hepática e em pacientes com glaucoma de ângulo estreito. Contraindicado para menores de 12 anos.
Categoria de risco C na gravidez.
RA
Náusea, vômito, dor abdominal, hipotermia, palpitação, palidez, erupções pruriginosas e urticária. Sob uso
prolongado podem surgir discrasias sanguíneas e pode causar necrose papilar renal. O paracetamol pode
causar dano hepático, trombocitopenia, pancitopenia, agranulocitose, anemia hemolítica e meta-hemoglobina.
Leve sonolência poderá ocorrer após a 1ª dose. Podem ocorrer também nervosismo e tremores devido à
fenilefrina.
IM
Em pacientes que fazem uso regular de álcool e barbitúricos, há risco de sobrecarga metabólica ou de
agravamento de um comprometimento hepático já existente. Não deve ser utilizado concomitantemente com
barbitúricos, antidepressivos tricíclicos e carbamazepina devido a aumento do risco de hepatotoxicidade. Com
antidepressivos inibidores da MAO ou outras drogas de efeito hipertensor há risco de hipertensão.
Paracetamol + Cloridrato de Fenilefrina + Maleato de Carbinoxamina
PF
Solução contendo paracetamol 13,30 mg/mL + cloridrato de fenilefrina 0,33 mg/mL + maleato de
carbinoxamina 0,13 mg/mL (Benegrip® Multi).
Comprimido amarelo contendo paracetamol 400 mg e cloridrato de fenilefrina 20 mg + comprimido alaranjado
contendo paracetamol 400 mg e maleato de carbinoxamina 4 mg (Benegrip® Multi Noite, Fluviral® Noite,
Naldecon® Noite).
PO
Solução: adultos e crianças acima de 12 anos: 30 mL a cada 6 horas. Não exceder 4 doses em 24 horas.
Crianças até 12 anos: a dose varia de acordo com o peso e idade conforme segue: (2 anos/12 kg/9 mL; 3
anos/14 kg/10,5 mL; 4 anos/16 kg/12 mL; 5 anos/18 kg/13,5 mL; 6 anos/20 kg/15 mL; 7 anos/22 kg/16,5 mL; 8
anos/24 kg/18 mL; 9 anos/26 kg/19,5 mL; 10 anos/28 kg/21 mL; 11 anos/30 kg/22,5 mL).
Comprimidos: uma dose é composta de 2 comprimidos (1 amarelo + 1 laranja). Adultos e crianças acima de 12
anos: tomar uma dose a cada 8 horas. Sempre respeitar o intervalo mínimo de 8 horas entre as doses. Não
exceder 4 doses em 24 horas.
A dose diária máxima recomendada de paracetamol é de 4.000 mg, a de fenilefrina é 120 mg e a de
carbinoxamina é de 32 mg.
OF
Não deve ser administrado por mais de 10 dias para dor, e por mais de 3 dias para a febre ou sintomas gripais.
Evitar usar concomitante outros medicamentos contendo paracetamol por risco de toxicidade hepática. Evitar
operar máquinas e veículos. Esse medicamento pode causar doping.
CI A solução oral é contraindicada a pacientes com glaucoma de ângulo estreito. Contraindicado para menores de2 anos. Comprimido é contraindicado para menores de 12 anos. Categoria de risco C na gravidez.
RA
Náusea, vômito, dor abdominal, hipotermia, palpitação, palidez, erupções pruriginosas e urticária. Sob uso
prolongado podem surgir discrasias sanguíneas e pode causar necrose papilar renal. O paracetamol pode
causar dano hepático, trombocitopenia, pancitopenia, agranulocitose, anemia hemolítica e meta-hemoglobina.
Leve sonolência poderá ocorrer após a 1ª dose. Podem ocorrer também nervosismo e tremores devido à
fenilefrina.
MEDICAMENTOS ISENTOS DE PRESCRIÇÃO MÉDICA
IM
Pacientes que fazem uso regular de álcool e barbitúricos, há risco de sobrecarga metabólica ou de
agravamento de um comprometimento hepático já existente. Não deve ser utilizado concomitantemente com
barbitúricos, antidepressivos tricíclicos e carbamazepina devido a aumento do risco de hepatotoxicidade. Com
antidepressivos inibidores da MAO ou outras drogas de efeito hipertensor há risco de hipertensão. Associação
de anti-histamínicos e procarbazina pode causar depressão do SNC.
Paracetamol + Cloridrato de Fenilefrina + Maleato de Clorfeniramina
PF
Cápsulas contendo paracetamol 400 mg + maleato de clorfeniramina 4 mg + cloridrato de fenilefrina 4 mg
(Cimegrip®, Gripeol®, Resfedryl®, Resfenol®, Resfryneo®, Multigrip®).
Comprimidos contendo paracetamol 400 mg + maleato de clorfeniramina 4 mg + cloridrato de fenilefrina 4 mg
(Fluviral®).
Solução oral contendo paracetamol 40 mg/mL + maleato de clorfeniramina 0,6 mg/mL + cloridrato de fenilefrina
0,6 mg/mL (Gripeol®, Resfedryl®, Resfenol®, Resfryneo®).
Pó para solução oral contendo paracetamol 400 mg + maleato de clorfeniramina 4 mg + cloridrato de fenilefrina
4 mg em sachê de 5 g (Resfenol®, Resfriliv®, Stilgrip®).
PO
Cápsulas e comprimidos: adultos, tomar 1 dose 3 a 4 vezes ao dia. Limite máximo diário: 5 doses.
Solução oral: adultos, tomar 10 mL a cada 6 horas. Limite máximo diário: não tomar mais de 40 mL.
Pó para solução oral: adultos, 1 a 2 sachês a cada 4 horas. Dissolver o conteúdo do sachê em uma xícara de
água. Consumir quente ou frio. Limite máximo diário: não tomar mais de 10 sachês ao dia.
Pó para solução oral: crianças (de 6 a 12 anos), tomar 1 sachê a cada 4 horas.
OF
Duração de tratamento: enquanto durarem os sintomas, respeitando o limite máximo de 3 dias. O medicamento
não deve ser partido, aberto ou mastigado. Os medicamentos podem conter corante amarelo de tartrazina, que
pode causar reações de natureza alérgica, entre as quais asma brônquica, especialmente em pessoas
alérgicas ao ácido acetilsalicílico.
CI
Não deve ser administrado em pacientes com hipertensão, doença cardíaca, diabetes, glaucoma, hipertrofia da
próstata, doença renal crônica, insuficiência hepática grave e disfunção tireoidiana. Contraindicado na gravidez
e lactação.
RA Sonolência, náuseas, dor ocular, tontura, palpitações, boca seca, desconforto gástrico, diarreia, tremor, sede,insônia, cansaço, flatulência, sudorese, turvação visual.
IM Inibidores da MAO, barbitúricos e álcool.
Naproxeno
PF Naproxeno sódico: comprimido revestido 275 mg (Flanax®, Genérico). Comprimido revestido 550 mg (Flanax®,Genérico, Napronax®). Naproxeno base: comprimido revestido 250 mg e 500 mg (Naprox®, Genérico).
PO
Comprimidos revestidos de 250 mg: tomar 1 comprimido 1 a 2 vezes por dia.
Comprimidos revestidos de 500 mg: tomar 1 comprimido 1 vez por dia.
A dose diária (24 horas) de 500 mg não deve ser excedida, salvo sob prescrição médica.
Doses em idosos: devem ser consideradas doses mais baixas, porque os idosos são mais propensos a efeitos
adversos.
OF Os efeitos indesejáveis podem ser diminuídos tomando-se a menor dose eficaz pelo menor tempo necessáriopara controlar os sintomas. Não se deve usar naproxeno por mais de 10 dias consecutivos.
CI
Contraindicado a pacientes com asma, rinite, pólipos nasais, urticária, úlcera péptica, insuficiência cardíaca ou
insuficiência renal. Cuidado em idosos devido aos problemas estomacais causados pelo fármaco.
Contraindicado para menores de 12 anos. Categoria de risco na gravidez: D.
RA
Estomatite ulcerativa, azia, esofagite, úlceras pépticas, sangramento, perfuração gastrintestinal, ulceração
gastrintestinal não péptica, melena, náuseas, vômitos, diarreia, flatulência, constipação, dispepsia, dor
abdominal, exacerbação de colite ulcerativa e da doença de Crohn, pancreatite, hepatite e icterícia.
MEDICAMENTOS ISENTOS DE PRESCRIÇÃO MÉDICA
IM
Pode aumentar as concentrações sanguíneas de ciclosporina,lítio e metotrexate. Aumenta o risco de úlcera e
sangramento gastrintestinal quando usado com outros AINEs, corticoides, antiplaquetários e inibidores
seletivos da recaptação da serotonina. Pode aumentar os efeitos anticoagulantes da varfarina. Pode inibir o
efeito de betabloqueadores e da furosemida.
PF: prescrição farmacêutica; PO: posologia e modo de usar; OF: orientações farmacêuticas; CI:
contraindicações e/ou precauções; RA: reações adversas ao medicamento; IM: interações
medicamentosas.
Fonte: elaborado a partir da bibliografia refenciada
Referências
AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Bulário de medicamentos. Disponível
em: http://www.anvisa.gov.br. Acesso em: 14 out. 2019.
BRUNTON, L. L. et al. Goodman & Gilman: As Bases Farmacológicas da Terapêutica. 13.
ed. Rio de Janeiro: McGraw-Hill, 2018. 1.760 p.
CAMPOS, H. S. Gripe ou resfriado? Sinusite ou rinite? Jornal Brasileiro de Medicina, v.
102, p. 41-50, 2014. Disponível em: http://files.bvs.br/upload/S/0047-
2077/2014/v102n1/a4024.pdf Acesso em: 17 out. 2019.
CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA DO ESTADO DE SÃO PAULO. Farmacêuticos
contra gripe H1N1. Revista do Farmacêutico, v. 125, 2016. Disponível em:
http://www.crfsp.org.br/revistas/469-revista-do-farmaceutico/revista-125/7580-revista-do-
farmaceutico-125-tecnica-pratica. Acesso em: 17 out. 2019.
MARQUES, L. A. M. Prescrição Farmacêutica em Problemas de Saúde Autolimitados.
São Paulo: Editora Farmacêutica, ٢٠١٨. ٢٧٠ p.
OLIVEIRA, E. et al. H1N1: revisão literária a respeito do histórico da existência do vírus e
seu impacto na atualidade. Ensaios e Ciência: C. Biológicas, Agrárias e da Saúde, v. 17, p.
97-108, 2013. 
PEDROSO, E. R. P.; OLIVEIRA, R. G. Blackbook de Clínica Médica. 2. ed. Belo
Horizonte: Blackbook, 2014.
PEREIRA, R. S. Clínica e Prescrição Farmacêutica. Belo Horizonte: Rona. 2014. v. 1, 236
p.
CAPÍTULO 10
TOSSE
Carine Viana
SINAIS E SINTOMAS
A tosse é resultado de um estímulo ou reflexo de proteção causada quando a via aérea está
irritada ou obstruída, com objetivo de remover secreções ou corpos estranhos, para que a
respiração ocorra normalmente.
Pode ser classificada em aguda quando persiste por até três semanas, subaguda entre três
e oito semanas e crônica com duração maior que oito semanas.
A tosse pode ser classificada de acordo com sua natureza em não produtiva e produtiva.
Não produtiva (seca ou irritativa) é autolimitada geralmente causada por infecção viral. Na
chamada tosse produtiva ocorre a produção de escarro, sendo que essa hipersecreção leva
à tosse.
AVALIAÇÃO FARMACÊUTICA
A avaliação farmacêutica vai indicar se o manejo da tosse será por meio da prescrição de
um MIP ou encaminhar o paciente ao médico. Na anamnese o farmacêutico deverá
considerar:
Tempo, início, frequência e duração da tosse.
Natureza da tosse: seca ou produtiva, com ou sem sangue.
Presença de dispneia e dor torácica.
Quais os fatores que agravam ou pioram e se há outros sintomas associados.
Indagar o paciente sobre a presença de: corrimento nasal, dor de garganta, febre,
calafrios, dor pleurítica, perda de peso, azia, dificuldade em engolir.
Uso de medicamentos que causam tosse como efeito adverso, por exemplo, os
inibidores da ECA.
Existência de patologias associadas: asma, doença pulmonar obstrutiva crônica,
diabetes, doença cardíaca, refluxo gastroesofágico, infecções respiratórias recentes
ou alergias.
As pessoas que têm alergia respiratória podem desenvolver tosse persistente quando
expostas a elementos como pólen, poeira, ácaros, animais, variações bruscas de
temperatura e poluição do ar.
ENCAMINHAMENTO MÉDICO
Paciente gestante e lactente.
Paciente com menos de 2 anos de idade.
Tosse recorrente ou persistente por mais de uma semana.
Sintomas que indicam irritação brônquica.
Presença de febre, alergia ou dor de cabeça.
Presença de sangue ou escarros que apresentam cor verde, amarelo ou ferrugem
pode indicar infecção bacteriana.
Paciente com doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), asma ou enfisema.
Tosse relacionada a tabagismo ou a algum medicamento.
TRATAMENTO
Quando o paciente não apresentar nenhuma das condições de encaminhamento médico
obrigatório, o farmacêutico poderá optar por prescrever um medicamento para alívio dos
sintomas. A maioria das tosses é autolimitada e se resolve com ou sem tratamento dentro
de poucos dias.
As formulações para tosse são compostas geralmente por antitussígenos, expectorantes ou
mucolíticos. Os antitussígenos inibem a tosse em nível central, sendo indicados para tosse
seca ou irritativa. Os mucolíticos tornam o muco mais fluido para facilitar sua expulsão. E os
expectorantes estimulam mecanismos que promovem a eliminação do muco. Os
expectorantes e mucolíticos são indicados para tosse produtiva.
ANTITUSSIGENOS MUCOLÍTICOS E EXPECTORANTES
Clobutinol
Cloperastina
Dropopizina
Acetilcisteína
Ambroxol
Bromexina
Carbocisteína
Guaifenesina
Iodeto de potássio
Anti-histamínicos como a loratadina, a ebastina e a doxilamina também podem ser
prescritos, pois combatem reações edematosas das paredes da árvore respiratória. Sendo
útil para amenizar os sintomas e desconfortos relacionados à fenômenos tussígenos de
natureza alérgica. A doxilimanina apresenta-se comercialmente associada ao antitussígeno
clobutinol.
Alguns produtos de origem natural são utilizados para tratamento da tosse. A terpina, o
mentol e o eucaliptol são substâncias aromáticas com ação antisséptica das vias
respiratórias que estimulam a expectoração fluidificando a secreção bronquial. A Mikania
glomerata Sprengel contém cumarinas que promovem dilatação dos brônquios, auxiliando
na eliminação das secreções respiratórias, por meio da tosse.
Os medicamentos antitussígenos deveriam ser usados apenas em momentos de crise ou
quando a tosse atrapalha as atividades, pois eles impedem o reflexo da tosse, que é um
mecanismo de defesa e de proteção da via aérea.
A Figura 10.1 apresenta o resumo do manejo farmacêutico do paciente com tosse. O
Quadro 10.1 mostra os principais medicamentos isentos de prescrição para o alívio dos
sintomas da tosse.
Algumas medidas não farmacológicas podem ser adotadas para tentar diminuir o
desconforto relativo à tosse:
Manter os ambientes bem ventilados.
Inalação de vapores quentes hidrata as vias respiratórias secas e irritadas e ajuda a aliviar a inflamação.
Manter a hidratação do corpo com ingestão de líquidos, de preferência água, para favorecer a eliminação
do muco.
Elevar a cabeceira da cama ajuda a aliviar a tosse durante a noite.
Aplicação de soro fisiológico nas narinas ajuda a limpar e fluidificar as vias respiratórias.
Figura 10.1 - Resumo do manejo farmacêutico do paciente com tosse
Fonte: autora
Quadro 10.1 - Principais medicamentos isentos de prescrição para o alívio dos sintomas da tosse
MEDICAMENTOS ISENTOS DE PRESCRIÇÃO MÉDICA
Acetilcisteína
PF
Granulado em envelope: 100 – 200 – 600 mg/envelope. Ampola 3 mL (300 mg). Xarope pediátrico: 100 mg/5
mL. Xarope adulto: 200 mg/5 mL. Genéricos, Bromuc®, Cetilplex®, Cisteil®, Flucistein®, Fluicis®, Fluimucil®,
Fluteína®, Mucocetil®, NAC®, Pneumucil®.
PO
Uso oral: crianças, 15 mg/kg/dia, dividida em 3 vezes ao dia. Adultos, 600 mg/dia, podendo ser dividida entre 1
a 3 administrações durante o dia. Uso inalatório: utilizam-se 300 mg (1 ampola) em cada sessão, diluída em
igual quantidade de soro fisiológico, efetuando-se 1 a 2 sessões por dia, durante 5 a 10 dias.
OF Tomar bastante líquido durante o tratamento.
CI
Contraindicado para menores de 2 anos. Não se sabe se acetilcisteína é excretada no leite materno; uso na
lactação somente se os benefícios esperados do tratamento para a mãe superarem os riscos potenciais para o
bebê. Categoria de risco B durante a gravidez.
RA Reações adversas do uso inalatório incluem hipersensibilidade, broncoespasmo, rinorreia, estomatite, vômito,náusea, urticária, erupção cutânea e prurido.
IM Não associar com antitussígenos, pois a redução do reflexo da tosse pode levar ao acúmulo de secreçõesbrônquicas. Interação medicamentosa com nitroglicerinae carbamazepina.
Ambroxol
PF
Xarope pediátrico: 15 mg/5 mL. Xarope adulto: 30 mg/5 mL. Gotas (uso oral ou inalatório): 7,5 mg/mL (1 mg/3
gotas). Cápsulas com microgrânulos de liberação controlada 75 mg.
Produtos disponíveis: Genéricos, Anabron®, Ambroflux®, Ambrol®, Broncoflux®, Bronqtrat®, Bronxol®,
Fluibron®, Fluisolvan®, Mucoclean®, Mucolin®, Mucosolvan®, Mucoxolan®, Neosolvan®, Sedavan®,
Spectoflux®.
PO
Xarope adulto: adultos e adolescentes: 5 mL, 3 vezes ao dia.
Xarope pediátrico: crianças de 2 a 5 anos: 2,5 mL, 3 vezes ao dia. Crianças de 5 a 10 anos: 5 mL, 3 vezes ao
dia. 
Uso por inalação: a dose para inalação pode ser calculada na razão de 0,6 mg de ambroxol por quilograma de
peso corpóreo, de 1 a 2 vezes ao dia.
Gotas para inalação podem ser utilizadas misturadas com solução fisiológica salina e diluídas na proporção de
1:1, a fim de se obter uma umidificação adequada do ar liberado pelo inalador.
Cápsulas: uso adulto, 1 cápsula uma vez ao dia.
OF Tomar bastante líquido durante o tratamento.
CI Categoria de risco B na gravidez. Ambroxol atravessa a barreira placentária e é excretado no leite materno.
RA Distúrbios do paladar, hipoestesia da faringe, náusea, hipoestesia oral, vômitos, diarreia, dispepsia, dorabdominal, boca seca, anafilaxia, manifestações alérgicas.
IM Ambroxol aumenta concentração de antibióticos (amoxicilina, cefuroxima, eritromicina e doxiciclina) no tecidopulmonar.
MEDICAMENTOS ISENTOS DE PRESCRIÇÃO MÉDICA
Bromexina
PF
Xarope pediátrico: 4 mg/5 mL. Xarope adulto: 8 mg/5 mL. Gotas (uso oral ou inalatório): 2 mg/mL (0,13
mg/gota).
Produtos disponíveis: Genéricos, Bisolphar®, Bisolvon®, Bispect®, Bisuran®, Bromexpec®, Bequidex®,
Bontoss®, Bronxina®.
PO
Xarope pediátrico: crianças de 2 a 6 anos: 2,5 mL (2 mg) 3 vezes ao dia. Crianças de 6 a 12 anos: 5 mL (4 mg)
3 vezes ao dia. Adultos e crianças acima de 12 anos: 10 mL (8 mg) 3 vezes ao dia.
Xarope adulto: a dose para adultos e crianças acima de 12 anos é 5 mL (8 mg) 3 vezes ao dia.
OF Tomar bastante líquido durante o tratamento. Bromexina pode ser ingerida com ou sem alimentos.
CI Não deve ser utilizado em crianças menores de 2 anos de idade. Pacientes com intolerância à frutose nãodevem usar esse medicamento. Categoria de risco B na gravidez.
RA Dor abdominal superior, náusea, vômitos, diarreia, hipersensibilidade, erupção cutânea, reação anafilática,choque anafilático, broncoespasmo, edema angioneurótico, urticária, prurido.
IM Não foram relatadas interações desfavoráveis relevantes com outras medicações. Estudos de interação comanticoagulante oral ou digoxina não foram realizados.
Carbocisteína
PF
Xarope pediátrico: 100 mg/5 mL. Xarope adulto: 8 mg/5 mL. Gotas (uso oral ou inalatório): 2 mg/mL (0,13
mg/gota). Granulado para solução oral (envelope) 250 mg/4g. Genéricos, Carbotrat®, Carboxil®, Fluitoss®,
Mucofan®, Mucoflux®, Mucolab®, Mucolitic®, Mucolix®, Mucotoss®, Santóss®.
PO Crianças 2 a 5 anos: 5 mg/kg/dose 3 vezes ao dia. Crianças 5 a 12 anos: 100 a 200 mg 3 vezes ao dia.Adultos: 250 a 500 mg 3 vezes ao dia. 
OF Tomar bastante líquido durante o tratamento.
CI Contraindicado para menores de 2 anos de idade e para pacientes com úlcera péptica ativa. Categoria B derisco na gravidez.
RA Náuseas, diarreia, desconforto gástrico, sangramento gastrointestinal, erupções dermatológicas, tonturas,insônia, cefaleia, palpitações e hipoglicemia leve.
IM Mucomodificadores brônquicos não devem ser associados com antitussígenos ou substâncias atropínicas.
Clobutinol
PF Xarope 4 mg/mL (Genérico).
PO
Adultos e crianças acima de 12 anos: 10 a 20 mL, 3 vezes ao dia. Crianças de 6 a 12 anos: 7,5 a 10 mL, 3
vezes ao dia. Crianças de 3 a 6 anos: 5 a 7,5 mL, 3 vezes ao dia. Crianças de 2 a 3 anos: 5 mL, 3 vezes ao
dia.
OF Durante o tratamento o paciente não deve dirigir veículos ou operar máquinas, pois suas habilidades e atençãopodem estar prejudicadas.
CI Contraindicado para menores de 2 anos, gestantes, lactantes, cardiopatias, toxicomania, epilepsia e pacientescom conhecida síndrome congênita do QT Longo. Categoria de risco B na gestação.
RA Agitação, sonolência, tonturas, hipertonia, convulsão, náuseas, vômitos, taquicardia, arritmias.
IM Não deve ser associado ao álcool ou medicamentos depressores do SNC.
Clobutinol + Doxilamina
PF Xarope clobutinol 4 mg/mL + doxilamina 0,75 mg/mL. Solução oral (gotas) clobutinol 48 mg/mL + doxilamina 9mg/mL (Genéricos, Hytos Plus®).
MEDICAMENTOS ISENTOS DE PRESCRIÇÃO MÉDICA
PO
Adultos e adolescentes acima de 12 anos: 20 gotas ou 10 mL xarope, 3 vezes ao dia. Crianças de 3 a 12 anos:
10 a 20 gotas ou 5 mL a 10 mL xarope, 3 vezes ao dia. Crianças de 2 a 3 anos: 5 a 10 gotas ou 2,5 mL a 5 mL
xarope, 3 vezes ao dia.
OF Durante o tratamento o paciente não deve dirigir veículos ou operar máquinas, pois suas habilidades e atençãopodem estar prejudicadas.
CI Contraindicado para menores de 2 anos, gestantes, lactantes, cardiopatias, toxicomania, epilepsia e pacientescom conhecida síndrome congênita do QT Longo. Categoria de risco B na gestação.
RA
Agitação, tremores, exantema pruriginoso, náuseas, vômitos, tonturas, fadiga, sonolência e queixas
gastrintestinais. Raramente foi observado dispneia, hipertonia muscular e convulsões. Raros casos de reações
alérgicas (angioedema, urticária e casos isolados de anafilaxia).
IM
Não associar ao álcool ou medicamentos depressores do SNC. Com inibidores da MAO, atropina e outras
substâncias atropínicas, pode prolongar a intensificar os efeitos anticolinérgicos como secura da boca,
retenção urinária, constipação, suor.
Fendizoato de Cloperastina
PF Suspensão oral gotas 35,4 mg/mL e xarope 3,54 mg/mL (Genérico e Seki®).
PO Adultos: 10 mL xarope ou 20 gotas da suspensão oral, 3 vezes ao dia. Crianças até 12 anos: 0,5-1,0 mL/kg/diade xarope ou 1-2 gotas/kg/dia, divididas em 3 tomadas diárias.
OF Durante o tratamento o paciente não deve dirigir veículos ou operar máquinas, pois suas habilidades e atençãopodem estar prejudicadas.
CI Categoria de risco B na gestação.
RA Pode causar secura na boca e sonolência.
IM Cloperastina pode aumentar o efeito sedativo do álcool.
Dropropizina
PF Xarope pediátrico 1,5 mg/mL. Xarope adulto 3,0 mg/mL. Solução oral gotas 30 mg/mL (Vibral®, Tussiflex®).
PO Xarope adulto: 10 mL, 3 a 4 vezes ao dia. Xarope infantil: para crianças de 3 a 12 anos 10 mL, 3 a 4 vezes aodia. Crianças de 2 a 3 anos: 4 a 8 gotas, 4 vezes ao dia.
OF A duração do tratamento antitussígeno deve ser tão curta quanto possível, em geral poucos dias.
CI
Contraindicado a indivíduos insuficiência respiratória grave e hipotensão, em asmáticos e em crianças com
menos de 2 anos de idade. Como qualquer outro antitussígeno, é contraindicado quando a tosse for necessária
para a expectoração de secreções anormalmente excessivas ou de partículas estranhas. Categoria de risco
para gestantes: C.
RA Em casos de doses elevadas ou de hipersensibilidade pode ocorrer hipotensão ortostática e sonolência.
IM Álcool e depressores do SNC podem potencializar efeitos adversos como hipotensão ortostática e sonolência.
Ebastina
PF Comprimido revestido contendo ebastina 10 mg (Ebastel®).Xarope contendo ebastina 1 mg/mL (Ebastel®).
PO
Adultos e crianças maiores de 12 anos: um comprimido de 10 mg, administrado 1 vez ao dia; é eficaz no alívio
dos sintomas da rinite alérgica. Pacientes com sintomas mais intensos, incluindo rinite alérgica intermitente, a
dose de 20 mg uma vez ao dia promove maior alívio dos sintomas.
OF O comprimido revestido não deve ser partido ou mastigado.
CI Contraindicado para pacientes com hipersensibilidade conhecida à ebastina, pacientes com insuficiênciahepática grave. Contraindicado para menores de 2 anos. Categoria de risco C na gravidez.
MEDICAMENTOS ISENTOS DE PRESCRIÇÃO MÉDICA
RA As RA comuns incluem cefaleia, tontura e boca seca. Incomuns são dor abdominal, dispepsia, epistaxe,náusea, insônia e astenia.
IM
A ebastina pode potencializar o efeito de outros anti-histamínicos. Foram observadas interaçõescetoconazol e
eritromicina (ambos conhecidos por prolongar o intervalo QT), relatando-se um aumento no intervalo QT. O
itraconazol pode aumentar os níveis séricos de ebastina, e a rifampicina pode diminuir os níveis de ebastina. A
ebastina não apresenta interação com teofilina, varfarina, cimetidina, diazepam ou álcool.
Guaifenesina
PF Xarope pediátrico 6,667 mg/mL e xarope adulto 13,3 mg/mL (Genérico, Expectoflui®, Frenotosse®, Glyteol®,Transpulmin®).
PO Adultos e crianças maiores de 12 anos: 15 mL (200 mg) a cada 4 horas. Crianças de 6 a 12 anos: 7,5 mL (100mg) a cada 4 horas. Crianças de 2 a 6 anos: 5 mL (66,7 mg) a cada 4 horas.
OF Tomar bastante líquido durante o tratamento. Não tomar por mais de 5 dias.
CI Não indicado para menores de 2 anos. Não indicado em caso de tosse crônica causada por fumo, asma,bronquite crônica ou enfisema. Categoria de risco na gravidez: C.
RA Náuseas, vômitos, diarreias e dor de estômago. Neurológicos: dor de cabeça, sonolência e vertigem. Renais:urolitíase (cálculos nas vias urinárias). Dermatológicos: erupções cutâneas e urticária.
IM Até o momento não foram descritas interações da guaifenesina com outros medicamentos.
Loratadina
PF Comprimido 10 mg, Solução oral 1 mg/mL e xarope 1 mg/mL (Genérico, Claritin®, Loratamed®).
PO
Adultos e crianças acima de 12 anos: 10 mL de loratadina xarope (10 mg) 1 vez por dia. Crianças de 2 a 12
anos: peso corporal abaixo de 30 kg, 5 mL (5 mg) de loratadina xarope 1 vez por dia. Peso corporal acima de
30 kg, 10 mL (10 mg) de loratadina xarope 1 vez por dia.
OF
Tomar com o estômago cheio ou vazio. No caso de esquecimento de alguma dose, oriente o paciente a tomar
a medicação assim que possível e a manter o mesmo horário da tomada do medicamento pelo restante do
tratamento.
CI
Não indicado para menores de 2 anos. Nos pacientes idosos não há necessidade de alteração de dose.
Pacientes com hepatopatia grave devem iniciar o tratamento com doses baixas de loratadina, uma vez que
podem ter a depuração reduzida. Categoria de risco na gravidez: B.
RA Fadiga, cefaleia, sonolência, boca seca, transtornos gastrintestinais como náuseas e gastrite e tambémmanifestações alérgicas cutâneas (exantema ou rash).
IM Não exerce efeito potencializador com o álcool. Inibidores do metabolismo hepático devem ser coadministradoscom cautela, até que estudos de interação sejam realizados.
Maleato de Dexclorfeniramina
PF Comprimido revestido 2 mg, Drágea repetabs 6 mg, Solução 0,4 mg/mL e Solução gotas 2,8 mg/mL (Genérico,Alergomine®, Polaramine®).
PO Adultos e crianças maiores de 12 anos: 5 mL, 3 a 4 vezes ao dia. Crianças de 6 a 12 anos: 2,5 mL, 3 vezes aodia. Crianças de 2 a 6 anos: 1,25 mL, 3 vezes ao dia.
OF Os pacientes que operam máquinas ou dirigem veículos devem ser advertidos da possibilidade do surgimentode sonolência. Evitar o uso de bebidas alcóolicas e outros medicamentos contendo álcool.
CI
Cuidado em pacientes com asma brônquica, pressão intraocular elevada, hipertireoidismo, doença
cardiovascular, hipertensão, portadores de glaucoma de ângulo agudo, úlcera péptica estenosante, obstrução
piloroduodenal, hipertrofia prostática. Comprimido revestido e drágeas repetabs é contraindicado na faixa etária
abaixo de 12 anos. Solução e solução gotas são contraindicados em crianças menores de 2 anos.
MEDICAMENTOS ISENTOS DE PRESCRIÇÃO MÉDICA
RA
Efeitos adversos gerais: sonolência, urticária, rash cutâneo, choque anafilático, fotossensibilidade, perspiração
excessiva, calafrios, secura na boca, nariz e garganta. Sistema Gastrintestinal: anorexia, náuseas, vômito.
Sistema nervoso: sedação, tontura, vertigem, tinido, labirintite, distúrbios da coordenação, fadiga, confusão,
inquietação, excitação, nervosismo, tremor, irritabilidade, insônia, euforia, parestesia, visão turva, histeria,
neurite, convulsões. Sistema cardiovascular: cefaleia, palpitações, taquicardia e hipotensão. Sistema
hematológico: anemia, trombocitopenia, agranulocitose, neutropenia, leucopenia. Podem causar excitação em
crianças de baixa idade e maior sedação e hipotensão em pacientes com mais de 60 anos.
IM
Os anti-histamínicos têm efeito aditivo com o álcool e outros depressores do SNC, como sedativos, hipnóticos
e tranquilizantes. Os inibidores da monoaminoxidase prolongam e intensificam os efeitos dos anti-histamínicos,
podendo ocorrer hipotensão grave. Pode ocorrer aumento dos efeitos indesejáveis de substâncias atropínicas
(antidepressivos imipramínicos, antiparkinsonianos anticolinérgicos, antiespasmódicos atropínicos,
disopiramida, neurolépticos fenotiazínicos) como retenção urinária, constipação e boca seca.
Guaifenesina + Cloridrato de Oxomemazina + Iodeto de Potássio + Benzoato de Sódio
PF Xarope contendo cloridrato de oxomemazina 0,4 mg/mL + iodeto de potássio 20 mg/mL + benzoato de sódio 4mg/mL + guaifenesina 6 mg/mL (Expec®).
PO Adulto: 5 mL 6 vezes ao dia. Crianças de 2 a 6 anos: 5 mL de 3 a 4 vezes ao dia. Crianças de 6 a 12 anos: 5mL de 4 a 6 vezes ao dia.
OF Deve-se ter cautela ao administrar a indivíduos condutores de veículos ou máquinas potencialmente perigosas,devido ao risco de sonolência.
CI Contraindicado para pacientes com: alergia ao iodo, problemas respiratórios, hepatopatias, nefropatias,taquicardia, insuficiência cardíaca ou coronariopatias.
RA Sonolência, prisão de ventre, dificuldade em urinar, retenção urinária, confusão mental, boca seca e mádigestão.
IM
Pode potencializar os depressores do SNC, bem como os atropínicos centrais, quando em associação com
outras substâncias anticolinérgicas (outros anti-histamínicos, depressores imipramínicos, neurolépticos
fenotiazínicos, antiparkisonianos anticolinérgicos, antiespasmódicos atropínicos e disopiramida). O uso
concomitante com diuréticos poupadores de potássio pode levar à hiperpotassemia (hipercalemia) e a arritmias
cardíacas.
Terpina + Mentol + Eucaliptol
PF Xarope contendo por mL: 0,123 mg de terpina, 0,160 mg de mentol, 0,00016 mL de eucalipto (Bromil®)
PO
Crianças: até 5 anos: 5 mL do copo dosador de 4 a 6 vezes ao dia, durante 4 dias. Acima de 5 anos: 10 mL do
copo dosador de 4 a 6 vezes ao dia, durante 4 dias. Adulto: 2 copos dosadores (30 mL) 5 vezes ao dia, durante
3 dias.
OF Atenção aos diabéticos, pois contém açúcar.
CI Contraindicado para menores de 2 anos. Categoria de risco para gestantes: C.
RA Em caso de reação adversa orientar que o paciente interrompa o uso imediatamente.
IM Não há relatos de interações medicamentosas em literatura.
Extratos Vegetais de Guaco + Polígala + Ipecacuanha
PF Xarope contendo por mL: extrato de guaco 0,00833 mL, extrato de polígala 0,00833 mL e extrato deipecacuanha 0,00043 mL (Melagrião®).
PO Adultos e crianças acima de 12 anos: 15 mL de 3 em 3 horas. Crianças de 6 a 12 anos: 7,5 mL de 3 em 3horas. Crianças de 2 a 6 anos: 5 mL de 4 em 4 horas.
OF Oriente o paciente para que nunca tome uma dose dobrada a fim de compensar uma dose esquecida.
MEDICAMENTOS ISENTOS DE PRESCRIÇÃO MÉDICA
CI
Não usar em pacientes com inflamação do estômago, úlceras gástricas e intestinais e na doença renal
inflamatória. Também não se recomenda seu uso em pacientes com deficiência da atividade da tireoide, com
problemas cardíacos e com pressão sanguínea muito baixa. Contraindicado para menores de 2 anos.
Categoria de risco para gestantes: C.
RA O uso prolongado pode causar sobrecarga da função renal. Com doses elevadas pode ocorrer enjoo, vômitos,diminuição da pressão arterial, dores musculares, arritmias cardíacas, inflamação dos nervos e diarreia.
IM Não associar com o anticoagulante warfarina, pois pode potencializar os seus efeitos e antagonizar o efeito davitamina K.
Mikania glomerata Sprengl. (Guaco)
PF Aglix®, Bioexpecto®, Xarope de Guaco Herbarium, Guacovita®, Peitoral Martel®.
PO Adultos: 10 mL 3 vezes ao dia. Crianças maiores de 5 anos: 5 mL 3 vezes ao dia. Crianças de 2 a 5 anos: 2,5mL 3 vezes ao dia.
OF Em casos de afecções respiratórias agudas, recomenda-se o uso por 7 dias e, em casos crônicos, por 2semanas.
CINão deve ser utilizada em gestantes, lactantes, crianças menores de dois anos, alcoolistas e diabéticos
Categoria de risco para gestantes: C. Pacientes com problemas hepáticos podem apresentar toxicidade com o
uso prolongado.
RA Em raros casos, pessoas hipersensíveis ao guaco podem apresentar um agravamento na dificuldade pararespirar e tossir. O guaco pode causar aumento da pressão arterial.
IM Não associar a anticoagulantes e produtos contendo Tabebuia avellanedae (ipê-roxo).
PF: prescrição farmacêutica; PO: posologia e modo de usar; OF: orientações farmacêuticas; CI:
contraindicações e/ou precauções; RA: reações adversas ao medicamento; IM: interações
medicamentosas.
Fonte: elaborado a partir da bibliografia refenciada
Referências
AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Bulário de medicamentos. Disponível
em: http://www.anvisa.gov.br. Acesso em: 14 out. 2019.
BRUNTON, L. L. et al. Goodman e Gilman: As Bases Farmacológicas da Terapêutica. 13.
ed. Rio de Janeiro: McGraw-Hill, 2018. 1.760 p.
BULAS MED. Bulário de medicamentos. Disponível em: http://www.bulas.med.br Acesso
em: 14 out. 2019.
II DIRETRIZES Brasileiras no Manejo da Tosse Crônica. Jornal Brasileiro de
Pneumologia, v. 32, p. 403-446, 2006. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/S1806-
37132006001000002. Acesso em: 11 out. 2019.
CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Programa de Suporte ao Cuidado Farmacêutico na
Atenção à Saúde. Guia de Prática Clínica: Sinais e Sintomas Respiratórios Tosse.
Disponível em: http://www.cff.org.br/userfiles/file/Guia%20tosse.pdf. Acesso em: 14 out.
2019.
MEDICINA NET. Bulário de medicamentos. Disponível em:
http://www.medicinanet.com.br. Acesso em: 14 out. 2019.
PEDROSO, E. R. P.; OLIVEIRA, R. G. Blackbook de Clínica Médica. 2. ed. Belo
Horizonte: Blackbook, 2014.
CAPÍTULO 11
DOR DE GARGANTA
Carine Viana
SINAIS E SINTOMAS
Dores de garganta podem se dar em razão de infecções, por vírus ou bactérias, que
causam dor para engolir, falar e bocejar, mal-estar, vermelhidão na garganta e tosse seca.
Em caso de infecção bacteriana, há formação de placas de pus.
SEMIOLOGIA FARMACÊUTICA
A diferenciação entre amigdalite virótica e bacteriana não é fácil, porque a sintomatologia é
superponível. O farmacêutico no exame físico e anamnese deverá considerar:
Há quantos dias o paciente apresenta os sintomas.
Há presença de pus ou dificuldade extrema ao engolir ou falar?
Possui febre concomitante?
O paciente possui alergia a algum medicamento especifico?
O paciente é diabético, tem problemas hepáticos, renais ou algum outro problema de
saúde?
Faz uso de outros medicamentos? Considerar as possíveis interações
medicamentosas.
ENCAMINHAMENTO MÉDICO
Em caso de dor de garganta grave ou acompanhada de febre elevada, dor de cabeça,
enjoos e vômitos, realizar o encaminhamento médico.
Realizar o encaminhamento médico também caso a dor ou a febre piorar, durar mais de 3
dias, não se obtenha melhora após 24 horas de tratamento, ocorra vermelhidão ou inchaço
na área dolorosa ou surjam novos sintomas.
O encaminhamento ao médico deve ser realizado obrigatoriamente em caso de gestação,
amamentação e crianças menores de 2 anos.
Em idosos a prescrição farmacêutica deve ser realizada com cautela, pois nessa população
os efeitos adversos de vários fármacos são exacerbados.
Em caso de amigdalites bacterianas, há formação de placas de pus e o paciente deverá ser
encaminhado ao médico para uso de antibioticoterapia.
TRATAMENTO
Em casos de faringites virais, o tratamento medicamentoso tem o objetivo de promover o
alívio sintomático do uso anti-inflamatórios, analgésicos e anestésicos locais.
O Quadro 11.1 mostra os principais princípios ativos usados em produtos farmacêuticos
indicados para o alívio sintomático da dor de garganta. O Quadro 11.2 mostra os principais
medicamentos isentos de prescrição para o alívio dos sintomas da dor de garganta.
PRECAUÇÕES
Certificar-se sobre possíveis doenças do coração, nos rins ou no fígado antes de
prescrever qualquer medicamento ao paciente.
Cautela na prescrição de AINEs em pacientes que apresentem dor de estômago,
estomatite ulcerativa, azia, esofagite, úlceras pépticas, sangramento, perfuração
gastrintestinal, dispepsia e dor abdominal.
Pacientes com asma ou outras doenças alérgicas, deve-se ter cautela na prescrição
de AINEs.
Anti-inflamatórios também podem causar alteração nas células do fígado e dos rins,
alergia e urticária na pele.
Quadro 11.1 - Principais princípios ativos usados em produtos farmacêuticos indicados para o alívio
sintomático da dor de garganta
Substância Ação farmacológica
Benzocaína
Anestésico tópico que proporciona alívio das dores e irritações provenientes de afecções da
boca e da garganta. Produz anestesia superficial de longa duração porque sua solubilidade
baixa faz com que seja liberada lentamente.
Borato de sódio Ação antisséptica e fungicida.
Citrato de sódio
e cloreto de
amônio
Atuam como expectorantes, fluidificando as secreções, auxiliando na permeabilidade das vias
aéreas.
Cloreto de
cetilpiridínio
Antisséptico que atua na prevenção e na terapêutica dos processos infecciosos na região buco-
faríngea.
Cloridrato de
benzidamina
Anti-inflamatório não esteroidal indicado para uso sistêmico ou tópico. Também possui eficácia
analgésica e anestésica local.
Cloridrato de
difenidramina
Anti-histamínico do tipo H1 que diminui a sensação de irritação da orofaringe, inibe o reflexo da
tosse e alivia o processo inflamatório local. Atua também diminuindo a permeabilidade vascular,
melhorando a congestão nasal e brônquica.
Flurbiprofeno Anti-inflamatório não esteroide que possui potentes propriedades analgésicas, antipiréticas eanti-inflamatórias.
Hidroxiquinolina Antisséptico das mucosas e no tratamento das afecções da cavidade bucal e da orofaringe.
Ibuprofeno
Anti-inflamatório não esteroide que possui potentes propriedades analgésicas, antipiréticas e
anti-inflamatórias. O ibuprofeno na dosagem acima de 600 mg deve ser dispensado sob
prescrição médica.
Malva sylvestris
L.
Ação anti-inflamatória e antisséptica.
Naproxeno Anti-inflamatório não esteroide que possui potentes propriedades analgésicas, antipiréticas eanti-inflamatórias.
Tirotricina Ação antibacteriana, inibindo a ação enzimática e retardando o crescimento das bactériassusceptíveis. Não é absorvida pelo trato gastrointestinal possuindo ação apenas local.
Quadro 11.2 - Principais medicamentos isentos de prescrição para o alívio dos sintomas da dor de
garganta
MEDICAMENTOS ISENTOS DE PRESCRIÇÃO MÉDICA
Cloridrato de Benzidamina
PF
Colutório contendo cloridrato de benzidamina 1,5 mg/mL (Flogolab®, Flogoral®).
Creme dental colutório contendo cloridrato de benzidamina 5 mg/g (Flogoral®).
Spray contendo cloridrato de benzidamina 1,5 mg/mL (Ciflogex®, Flogoral®).
Pastilhas contendo cloridrato de benzidamina 3 mg (Angino-Rub®, Ciflogex®, Flogoral®).
PO
Solução: fazer bochechos ou gargarejos com 15 mL do produto, podendo ser diluído em um pouco de água.
Limite máximo diário de 10 bochechos.
Pastilhas: dissolver uma pastilha na boca, 2 ou mais vezes ao dia, até o alívio dos sintomas. Limite máximo
diário de 10 pastilhas.
Spray: Fazer 2 a 6 nebulizações ao dia nas áreas afetadas da boca.
OF Utilizar até o alívio dos sintomas. Não desaparecendo os sintomas, encaminhar ao médico.
CI Contraindicado para menores de 6 anos. Categoria de risco C na gravidez.
MEDICAMENTOS ISENTOS DE PRESCRIÇÃO MÉDICA
RA
Podem ocorrer reações de hipersensibilidade, incluindo urticária, fotossensibilidade e broncoespasmo. Em
caso de ingestão acidental de doses elevadas, poderão ocorrer agitação, ansiedade, alucinações e
convulsões.
IM Não são conhecidas interações com outros medicamentos nem outras formas de interação.
Cloreto de Cetilpiridínio e Benzocaína
PF Spray contendo cloreto de cetilpiridínio 0,5 mg/mL + benzocaína 4 mg/mL (Neopiridin®).Pastilha contendo cloreto de cetilpiridínio 1,466 mg + benzocaína 10 mg (Neopiridin®).
PO
Solução: fazer bochechos ou gargarejos, pura ou diluída em um pouco deágua, 3 a 4 vezes ao dia. Pastilha:
deixar dissolver na boca de acordo com as necessidades, não excedendo 6 pastilhas por dia. Spray: fazer 3 a
6 nebulizações na área afetada a cada 2 a 3 horas, até no máximo de 6 vezes ao dia.
OF A solução e o spray são de uso tópico na mucosa, portanto não deve ser ingerido. Esse produto deve serusado com cuidado se a mucosa estiver muito traumatizada.
CI O produto não deve ser administrado a crianças com menos de 6 anos de idade e em pacientes com históriade hipersensibilidade aos anestésicos locais ou ao cloreto de cetilpiridínio. Categoria de risco na gravidez: C.
RA
Pode ocorrer sensação de queimação na boca, distúrbio do paladar e leve alteração na coloração dos dentes.
Ocasionalmente, têm sido relatados casos de intolerância e reações alérgicas (sensações de queimação,
irritação e edema na boca). Esse produto é geralmente bem tolerado nas doses recomendadas.
IM As gorduras presentes no leite e ovos antagonizam os efeitos do cloreto de cetilpiridínio.
Cloridrato de Difenidramina, Cloreto de Amônio e Citrato de Sódio
PF Pastilhas contendo 5 mg de cloridrato de difenidramina, 50 mg de cloreto de amônio e 10 mg de citrato desódio (Benalet®, Benatux®, Endcoff®).
PO Adultos e crianças acima de 12 anos: colocar a pastilha na boca e esperar sua dissolução.
OF Como esse medicamento pode causar sonolência, orientar o paciente de que não deve usar mais que 2pastilhas por hora e mais que 8 pastilhas por dia.
CI
Contraindicado para pacientes diabéticos, deficiência da função hepática ou renal, glaucoma de ângulo agudo,
hipertrofia prostática com formação de urina residual, epilepsia, bradicardia, hipomagnesemia, hipocalemia,
arritmias cardíacas e asma. Idosos pode ser necessária a redução da dose nesses pacientes, pois os efeitos
colaterais podem ser mais pronunciados em pacientes idosos. Contraindicado para menores de 12 anos.
Contraindicado durante a lactação, pois o cloridrato de difenidramina é excretado no leite materno e devido ao
potencial de ocorrência de reações adversas em lactentes. Categoria C de risco na gravidez.
RA Tonturas, sedação excessiva, vertigens, secura na boca, desmaio, confusão mental e hipotensão.
IM
Evitar o uso concomitante com outros antitussígenos, como a codeína; com inibidores da MAO (ex.: selegilina,
moclobemida), pois pode levar a queda de pressão sanguínea, interferir no sistema nervoso central e na
função respiratória; com outros depressores do SNC, como hipnóticos (ex.: alprazolam, fenobarbital),
analgésicos opiáceos (ex.: codeína, morfina) e álcool, pois pode levar a uma potencialização imprevisível dos
efeitos de ambos os medicamentos; fármacos que possam prolongar o intervalo QT no ECG, como
antiarrítmicos de classe Ia (ex.: disopiramina) e classe III (ex.: amiodarona, sotalol). As propriedades
anticolinérgicas da difenidramina podem ser potencializadas por outras substâncias anticolinérgicas, como
atropina, biperideno, antidepressivos tricíclicos (ex.: imipramina, amitriptilina) ou inibidores da MAO, podendo
resultar em paralisia intestinal com risco de vida, retenção urinária ou elevação aguda da pressão intraocular.
Flurbiprofeno
PF Pastilhas contendo 8,75mg de flurbiprofeno (Strepsils®).
PO Adultos e crianças acima de 12 anos: dissolver uma pastilha lentamente na boca, a cada 3 a 6 horas ouconforme necessidade. Máximo de 5 pastilhas em 24 horas. Recomenda-se não usar por mais de 3 dias.
OF Efeito com duração de até 3 horas. Início de ação a partir de 15 minutos.
MEDICAMENTOS ISENTOS DE PRESCRIÇÃO MÉDICA
CI
Contraindicado para menores de 12 anos, mulheres grávidas (categoria B) ou lactantes sem orientação
médica. Contraindicado para pacientes com hipersensibilidade prévia a outros AINEs, asma, broncoespasmo,
rinite, angioedema, urticária, existência, úlceras pépticas, ulceração intestinal, histórico de sangramento ou
perfuração gastrointestinal, colites, falência cardíaca, renal ou hepática graves.
RA Dor abdominal, náuseas, diarreia, cefaleia, tontura, formigamento na boca, boca seca e úlceras na boca.
IM Potencializa o efeito de heparina, cumarina e dipiridamol, pode causar hemorragia gastrintestinal duranteterapia com glicocorticoides. Esse medicamento pode atenuar o efeito de glicosídeos cardíacos.
Ibuprofeno
PF
Comprimidos revestidos de 200 mg (Advil®) e 400 mg (Alivium®).
Cápsulas gelatinosas moles 400 mg (Advil®, Alivium®, Capsfen®).
Suspensão oral 30 mg/mL (Alivium®).
Suspensão oral gotas 50 mg/mL e 100 mg/mL (Alivium®, Algy-Flanderil®, Vantil®, Genérico).
PO
Comprimidos 200 mg: Adultos e crianças acima de 12 anos, a dose recomendada é 1 ou 2 comprimidos,
repetida 3 a 4 vezes ao dia, com intervalo mínimo de 4 horas.
Comprimidos e cápsulas de 400 mg: dose recomendada é 1 comprimido ou cápsula a cada 4 a 6 horas. A dose
diária não deve exceder 2.400 mg/dia em doses divididas (400 mg a cada 4 horas).
Suspensão 30 mg/mL: a posologia deve ser conforme o peso da criança, em intervalos de 6 a 8 horas, ou seja,
de 3 a 4 vezes ao dia. Pacientes pediátricos com mais de 30 kg não devem exceder a dose máxima de 7 mL.
Adultos, como antipirético a dose é de ٧ mL, repetida a cada ٦ horas. A suspensão de ٣٠ mg/mL vem
acompanhada de uma seringa dosadora.
Suspensão gotas 50 mg/mL: crianças com mais de 6 meses, pode variar de 1 a 2 gotas/kg de peso, em
intervalos de 6 a 8 horas, não excedendo 40 gotas por dose (200 mg). Adultos: 40 gotas (200 mg) a 80 gotas
(400 mg), repetida a cada 6 horas.
Suspensão gotas 100 mg/mL: para crianças com mais de 6 meses, é de 1 gota/kg de peso, em intervalos de 6
a 8 horas, não excedendo 20 gotas por dose. Pacientes pediátricos com mais de 30 kg não devem exceder a
dose máxima de 20 gotas (200 mg) por dose. Adultos: a posologia pode variar de 20 gotas (200 mg) a 40 gotas
(400 mg), no máximo 4 vezes por dia.
OF
Permitida ingestão com alimentos. O início de ação ocorre de 15 a 30 minutos após sua administração oral e
permanece por 4 a 6 horas. Não exceder 4 doses ao dia. Crianças menores de 2 anos, gestantes e idosos não
devem usar sem acompanhamento médico. Os comprimidos revestidos possuem uma fina camada que facilita
a deglutição, e devem ser ingeridos inteiros com um pouco de líquido.
CI
Contraindicado a pacientes com úlcera gastroduodenal, sangramento gastrintestinal, insuficiência renal,
insuficiência hepática grave e insuficiência cardíaca grave. Esse medicamento é contraindicado para menores
de 6 meses. Primeiro e segundo trimestre de gravidez: Categoria de risco C. Terceiro trimestre de gravidez:
Categoria de risco D.
RA Os efeitos adversos incluem tontura, náuseas, epigastralgia, rash cutâneo, raramente pode ocorrer diarreia,retenção urinária, cefaleia, flatulência e anorexia.
IM
O uso de ibuprofeno concomitantemente com corticosteroides aumenta o risco de úlcera gástrica e com
inibidores seletivos de recaptação da serotonina (ISRS) aumenta o risco de sangramento gastrintestinal.
Diminui o efeito diurético de furosemida e diuréticos tiazídicos.
Malva sylvestris L. + Benzocaína + Cloreto de Cetilpiridínio + Borato de Sódio
PF Solução benzocaína 0,2 mg/mL + borato de sódio 60 mg/mL + cloreto de cetilpiridínio 1 mg/mL + Malvasylvestris L. (extrato fluído). Esse produto contém álcool 0,36 mL/mL (Malvona®).
PO Bochechos ou gargarejos: diluir uma colher de chá (5 mL) em um copo com 50 mL de água fria ou morna. Usar4 a 5 vezes ao dia. Também pode ser aplicado na lesão com um pedaço de algodão embebido na solução.
OF Deve ser utilizada exclusivamente por via oral, por meio de bochechos ou gargarejos. Portanto, não deve seringerida.
CI Não usar em crianças. Categoria de risco C na gravidez.
MEDICAMENTOS ISENTOS DE PRESCRIÇÃO MÉDICA
RA Até o momento não foi relatada nenhuma reação adversa grave.
IM Não são conhecidas até o momento interações medicamentosas com o uso deste medicamento.
Malva sylvestris L. (tintura) + Tirotricina + Hidroxiquinolina
PF
Solução tópica uso oral pronta para uso: contendo tirotricina 0,1 mg/mL + sulfato de hidroxiquinolina 1 mg/mL+
tintura de Malva sylvestris L. Contém 0,0638 mL/mL de álcool em sua composição (Malvatricin®).
Solução para diluição: tirotricina 0,3 mg/mL + sulfato de hidroxiquinolina 10 mg/mL + tintura de Malva sylvestris
L. Contém 0,40 mL/mL de álcool em sua composição (Malvatricin®).
Solução spray contendo tirotricina 0,1 mg/mL + sulfato de hidroxiquinolina 2 mg/mL + cloridrato de lidocaína 4
mg/mL + tintura de Malva sylvestris L. Contém 0,1 mL/mL de álcool em sua composição (Malvatricin®).
Pastilhas contendo tirotricina 1 mg + sulfato de hidroxiquinolina 0,7 mg + benzocaína 5 mg + tintura de Malva
sylvestris L. (Malvatricin®).
Gel dental contendo tirotricina 0,25 mg/g + sulfato de hidroxiquinolina 6,20 mg/g + fluoreto de sódio 2,20 mg/g +
tintura de Malva sylvestris L. Contém 0,0161 mL/g de álcool em sua composição (Malvatricin®).
PO
Solução tópica uso oral pronta para uso: adultos podem bochechar ou gargarejar uma tampa-medida, 3 a 4
vezes ao dia.
Solução para diluição: adultos podem diluir 10 mL (um copo-medida) da solução em meio copo de água.
Bochechar ou gargarejar 3 a 4 vezes ao dia.
Solução spray: fazer de 2 a 3 aplicações, 3 a 4 vezes ao dia.
Pastilhas: dissolver uma pastilha na boca, 4 vezes ao dia.
Gel dental: escove os dentes normalmente de 3 a 5 vezes ao dia. Pode-se também utilizar o dedo indicador
para massagear a gengiva.
OF
A solução deve ser utilizada exclusivamente por via tópica, por meio de bochechos ou gargarejos. Portanto,
não deve ser ingerida. A solução tópica pronta para uso não deve ser diluída em água. Para uma melhor ação
do produto, é aconselhável não comer ou beber durante 30 minutos após o uso. Nos quadros agudos, pode ser
usado de 2 em 2 horas.
CI A formulação em spray é contraindicada para menores de 2 anos de idade. As pastilhas são contraindicadaspara menores de 6 anos. Categoria de risco na gravidez: C.
RA Não foram registradas reações adversas graves com o uso dessa formulação.
IM Não são conhecidas até o momento interações medicamentosas com o uso desse medicamento.
Naproxeno
PF Naproxeno sódico: comprimido revestido 275 mg (Flanax®, Genérico). Comprimido revestido 550 mg (Flanax®,Genérico, Napronax®). Naproxeno base: comprimido revestido 250 mg e 500 mg (Naprox®, Genérico).
PO
Comprimidos revestidos de 250 mg: tomar 1 comprimido 1 a 2 vezes por dia.
Comprimidos revestidos de 500 mg: tomar 1 comprimido 1 vez por dia.
A dose diária (24 horas) de 500 mg não deve ser excedida, salvo sob prescrição médica.
Doses em idosos: devem ser consideradas doses mais baixas, porque os idosos são mais propensos a efeitos
adversos.
OF Os efeitos indesejáveis podem ser diminuídos tomando-se a menor dose eficaz pelo menor tempo necessáriopara controlar os sintomas. Não se deve usar naproxeno por mais de 10 dias consecutivos.
CI
Contraindicado a pacientes com asma, rinite, pólipos nasais, urticária, úlcera péptica, insuficiência cardíaca ou
insuficiência renal. Cuidado em idosos devido aos problemas estomacais causados pelo fármaco.
Contraindicado para menores de 12 anos. Categoria de risco na gravidez: D.
RA
Estomatite ulcerativa, azia, esofagite, úlceras pépticas, sangramento, perfuração gastrintestinal, ulceração
gastrintestinal não péptica, melena, náuseas, vômitos, diarreia, flatulência, constipação, dispepsia, dor
abdominal, exacerbação de colite ulcerativa e da doença de Crohn, pancreatite, hepatite e icterícia.
MEDICAMENTOS ISENTOS DE PRESCRIÇÃO MÉDICA
IM
Pode aumentar as concentrações sanguíneas de ciclosporina, lítio e metotrexate. Aumenta o risco de úlcera e
sangramento gastrintestinal quando usado com outros AINEs, corticoides, antiplaquetários e inibidores
seletivos da recaptação da serotonina. Pode aumentar os efeitos anticoagulantes da varfarina. Pode inibir o
efeito de betabloqueadores e da furosemida.
PF: prescrição farmacêutica; PO: posologia e modo de usar; OF: orientações farmacêuticas; CI:
contraindicações e/ou precauções; RA: reações adversas ao medicamento; IM: interações
medicamentosas.
Fonte: elaborado a partir da bibliografia refenciada
Referências
AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Bulário de medicamentos. Disponível
em: http://www.anvisa.gov.br. Acesso em: 14 out. 2019.
BRUNTON, L. L. et al. Goodman e Gilman: As Bases Farmacológicas da Terapêutica. 13.
ed. Rio de Janeiro: McGraw-Hill, 2018. 1.760 p.
BULAS MED. Bulário de medicamentos. Disponível em: http://www.bulas.med.br Acesso
em: 14 out. 2019.
MEDICINA NET. Bulário de medicamentos. Disponível em:
http://www.medicinanet.com.br. Acesso em: 14 out. 2019.
PEDROSO, E. R. P.; OLIVEIRA, R. G. Blackbook de Clínica Médica. 2. ed. Belo
Horizonte: Blackbook, 2014.
PEREIRA, R. S. Clínica e Prescrição Farmacêutica. Belo Horizonte: Rona. 2014. v. 1, 236
p.
GIOMBELLI, L. F.; HORN, A. C.; COLACITE, J. Perfil fitoquímico e atividade antimicrobiana
das folhas de Malva sylvestris (Malvaceae). Revista de Biologia e Saúde da UNISEP, v. 5,
2012, p. 17-22. Disponível em: https://dialnet.unirioja.es/servlet/articulo?codigo=4748133.
Acesso em: 21 set. 2019.
CAPÍTULO 12
ALERGIAS
Carine Viana
Rinite alérgica
A rinite alérgica é uma afecção sintomática do nariz, decorrente da reação inflamatória
mediada por anticorpos IgE específicos e manifesta após a exposição da mucosa de
revestimento da cavidade nasal a alérgenos específicos.
Os sintomas incluem geralmente obstrução nasal, coriza hialina, espirros e prurido nasal,
sendo reversíveis espontaneamente ou com tratamento. Outros sintomas que também
causam desconforto são sede, baixa concentração e cefaleia.
Segundo a frequência, a rinite alérgica é classificada como intermitente quando os sintomas
regridem ou persistente quando os sintomas estão presentes mais de quatro dias na
semana e perduram por mais de quatro semanas
De acordo com a intensidade dos sintomas, é definida como leve, moderada e grave. Nos
casos grave, ocorrem alterações do sono, prejuízo de atividades diárias, diminuição do
rendimento escolar ou profissional, sendo que os pacientes relatam os sintomas como
insuportáveis.
De maneira geral, os prejuízos físicos, psicológicos e sociais são vivenciados por adultos,
crianças e adolescentes. Os pacientes sentem-se incomodados por não conseguir dormir
bem à noite e estar exaustos durante o dia. A necessidade de carregar lenços e de assuar o
nariz com frequência causa irritação e ansiedade.
A rinite alérgica é fator de risco para o desenvolvimento da asma, e parte dos pacientes
com asma tem rinite. Pacientes com rinite alérgica frequentemente apresentam também
conjuntivite alérgica, dermatite atópica, infecções do trato respiratório superior e polipose
nasal.
A conjuntivite alérgica está descrita no Capítulo 29, que trata sobre condições oftálmicas.
Dermatite atópica
Dermatite atópica é uma disfunção da barreira cutânea que facilita a penetração de
alérgenos ou irritantes na epiderme, provocando reação inflamatória. É um dos tipos mais
comuns de alergia cutânea caracterizada por pele seca, erupções que coçam e crostas.
Seu surgimento é comum nos cotovelos e joelhos. 
A pele na região acometida é seca com prurido, que leva a esfoliação devido a coceira,
alterações na cor, vermelhidão, inflamação da pele, áreas espessas parecidas com couro.
Trata-se de uma afecção inflamatória da pele que vai e volta, podendo haver intervalos de
meses ou anos, entre uma crise e outra. 
Doença crônica com etiologia pouco elucidada, mas desencadeada pela interação entre
fatores genéticos, alterações estruturais da pele e fatores imunitários, exógenos e
alimentares. Possui forte correlação com outras doenças atópicas, tais como asma
brônquica e rinite alérgica.
A dermatite atópica baseia-se na interação de fatores genéticos, alérgenos (ácaros e
alimentos) e não alérgenos (roupa áspera, Staphylococcus aureus, calor e exposição a
agentes irritantes), que propiciam o seu aparecimento.
O defeito na barreira cutânea associado às alterações de imunidade da pele aumenta a
predisposição às agressões externas, favorecendo o aparecimento de complicações.
Dentre estas,destacam-se as infecções por Staphylococcus aureus, que atuam como
alérgenos, desencadeando resposta às suas toxinas, que exacerba a inflamação.
A dermatite atópica também gera impacto nas relações sociais e no estado psicológico do
paciente, principalmente devido à cronicidade, ao caráter recidivante, ao prurido intenso, à
perturbação do sono e das atividades diárias.
Dermatite de contato
A dermatite de contato é uma reação inflamatória na pele decorrente da exposição a um
agente capaz de causar irritação ou alergia. Existem dois tipos: a irritativa e a alérgica.
Ocorrem lesões eritematosas com presença de vesículas, crostas, exsudatos e
liquenificação.
A distribuição da dermatite de contato tem ligação com agentes irritantes, como sabonetes,
detergentes e níquel presente em bijuterias. A relação da exposição aos agentes irritantes
está relacionada ao início e à duração dos sintomas, bem como com à localização das
lesões.
As lesões da pele acometem o local de contato com a pele, podendo se estender à
distância. Alguns produtos causam reações somente após exposição solar concomitante,
como o sumo de frutas cítricas e perfumes.
AVALIAÇÃO FARMACÊUTICA
A avaliação farmacêutica vai indicar se o manejo da alergia será por meio da prescrição de
um MIP ou encaminhamento do paciente ao médico.
Relatos da ocorrência de pelo menos um dos sintomas cardinais que são característicos,
após a exposição aos possíveis desencadeantes ou agravantes típicos auxiliam na
identificação dos casos. Os principais alérgenos envolvidos são poeira, fungos de animais
domésticos, pólens, fumaça de cigarro, odores fortes, poluição e mudanças bruscas de
temperatura e de umidade.
Na avaliação da rinite alérgica o farmacêutico deverá considerar:
A intensidade e a frequência dos sintomas.
Padrão dos sintomas (sazonal ou perene).
Identificação dos fatores desencadeantes.
Relatos de outros sintomas associados como: dispneia, dor torácica, dor de
garganta, febre, dor pleurítica, azia, dificuldade em engolir.
Medicamentos em uso pelo paciente.
Informações detalhadas sobre o ambiente onde o paciente vive e trabalha.
Existência de patologias associadas: infecções respiratórias recentes, asma, doença
pulmonar obstrutiva crônica, diabetes, doença cardíaca etc.
A dermatite seborreica, dermatite de contato, psoríase e escabiose são as afecções que
devem ser consideradas como diferenciação.
O encaminhamento médico deverá ser realizado diante das seguintes condições:
Paciente gestante e lactente.
Paciente com menos de 2 anos de idade.
Tosse recorrente ou persistente por mais de uma semana.
Sintomas que indicam irritação brônquica.
Presença de febre, alergia ou dor de cabeça.
Paciente com doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), asma ou enfisema.
Tosse relacionada a tabagismo ou a algum medicamento.
TRATAMENTO
Quando o paciente não apresentar nenhuma das condições de encaminhamento médico
obrigatório, o farmacêutico poderá optar por prescrever um medicamento para alívio dos
sintomas.
Os anti-histamínicos impedem o efeito da histamina e o de substâncias histaminoides que
são liberadas nos casos de infecções gripais, pela desintegração de substâncias proteicas
em consequência do metabolismo perturbado pela irrigação sanguínea insuficiente, por
influência de temperaturas baixas, bem como metabólitos bacterianos que agem como
alérgenos.
Antialérgicos impermeabilizam as paredes celulares e capilares e diminui edemas de
mucosas. A combinação de anti-histamínico com aminas simpaticomiméticas reduz
secreções nasofaríngeas, o edema e congestão do aparelho respiratório.
O medicamento empregado para o alívio dos sintomas da rinite pode influenciar na
produtividade do indivíduo, devido a efeitos colaterais como sedação. O ideal é o emprego
de anti-histamínicos que não apresentam tais problemas, uma vez que a própria rinite já
reduz o desempenho do paciente.
A obstrução nasal também tem impacto significante sobre a qualidade do sono e a
qualidade de vida relacionada ao sono. Dessa forma, descongestionantes são requeridos
para promover o alívio da congestão nasal.
Os descongestionantes são agentes alfadrenérgicos que controlam a obstrução nasal.
Agem nos receptores alfadrenérgicos da mucosa causando vasoconstrição, com
consequente limitação do fluxo sanguíneo, reduzindo o edema, resultando no alívio da
congestão nasal e melhorando a respiração. Exemplos: fenilefrina (uso oral), cloridrato de
nafasolina e cloridrato de oximetazolina (uso tópico).
Não devem ser ministrados por tempo superior a cinco dias, pois a obstrução por efeito
rebote pode ocorrer e ser seguida por rinite medicamentosa. Os de uso oral (por ex.,
pseudoefedrina), embora não ocasionem o efeito rebote, apresentam menor ação sobre o
fluxo nasal. Além disso, possuem propriedades estimulantes podendo ocasionar insônia e
agitação.
O tratamento da dermatite atópica se baseia na orientação dos pacientes em relação à
hidratação da pele, evitar os desencadeantes alergênicos, além de controle do prurido com
anti-histamínicos e da inflamação com anti-inflamatórios tópicos.
A betametasona é um corticosteroide que controla os principais sintomas da dermatite
atópica, como o prurido e as lesões eczematosas. Os corticosteroides estão indicados
assim que a lesão inicia, ou seja, de forma reativa nas crises. O tempo de uso
recomendado nas crises é até que ocorra melhora significativa da lesão com redução da
espessura, e podem ser necessários de dias a semanas.
O uso de corticosteroides pode ser usado como terapia proativa para dermatite atópica com
aplicação duas vezes por semana nas áreas em que frequentemente ocorrem as lesões.
Estudos mostram que a aplicação é eficiente em reduzir as crises, diminuir a gravidade da
doença e em reduzir a produção de IgE contra aeroalérgenos. Desse modo, pode ser uma
opção para os pacientes com crises frequentes.
O Quadro 12.1 mostra os principais medicamentos antialérgicos isentos de prescrição para
o alívio dos sintomas.
ORIENTAÇÕES FARMACÊUTICAS
No tratamento do paciente com dermatite atópica, além de evitar os agentes
desencadeantes e irritantes, o uso de hidratantes é fundamental, e acredita-se que tenha
ação preventiva de surtos agudos. O uso de hidratantes melhora o ressecamento e também
o prurido.
Ao prescrever um hidratante, devem-se evitar produtos com essências, conservantes e
substâncias sensibilizantes. Além disso, considerar a preferência de cada paciente quanto à
forma que pode ser loção, creme ou pomada. O custo deve ser avaliado, porque para que a
pele fique hidratada são necessárias no mínimo duas aplicações diárias e por longo
período.
Quadro 12.1 - Principais medicamentos isentos de prescrição para o alívio dos sintomas da tosse
MEDICAMENTOS ISENTOS DE PRESCRIÇÃO MÉDICA
Loratadina
PF Comprimido contendo loratadina 10 mg, Solução oral contendo 1 mg/mL e xarope contendo 1 mg/mL(Genérico, Claritin®, Loratamed®).
IND Alívio temporário dos sintomas associados com rinite alérgica, como: coceira nasal, coriza, espirros, ardor ecoceira nos olhos. Também indicado para o alívio dos sinais e sintomas de urticária e outras alergias da pele.
PO
Adultos e crianças acima de 12 anos: 10 mL de loratadina xarope (10 mg) 1 vez por dia. Crianças de 2 a 12
anos: peso corporal abaixo de 30 kg: 5 mL (5 mg) de loratadina xarope 1 vez por dia. Peso corporal acima de
30 kg: 10 mL (10 mg) de loratadina xarope 1 vez por dia.
OF
Tomar com o estômago cheio ou vazio. No caso de esquecimento de alguma dose, oriente o paciente a tomar
a medicação assim que possível e a manter o mesmo horário da tomada do medicamento pelo restante do
tratamento.
CI
Não indicado para menores de 2 anos. Nos pacientes idosos não há necessidade de alteração de dose.
Pacientes com hepatopatia grave devem iniciar o tratamento com doses baixas de loratadina, uma vez que
podem ter a depuração reduzida. Categoria de risco B na gravidez.
EAM
Fadiga, cefaleia, sonolência, boca seca, transtornos gastrintestinais como náuseas e gastrite e também
manifestações alérgicas cutâneas (exantemaou rash). Não exerce efeito potencializador com o álcool.
Inibidores do metabolismo hepático devem ser coadministrados com cautela, até que estudos de interação
sejam realizados.
Ebastina
PF Comprimido revestido contendo ebastina 10 mg (Ebastel®).Xarope contendo ebastina 1 mg/mL (Ebastel®).
IND Indicado para o tratamento e alívio dos sintomas da rinite alérgica, como secreção nasal, espirros, coceira eentupimento nasal, associados ou não à conjuntivite alérgica.
PO
Adultos e crianças maiores de 12 anos: um comprimido de 10 mg, administrado 1 vez ao dia, é eficaz no
alívio dos sintomas da rinite alérgica. Pacientes com sintomas mais intensos, incluindo rinite alérgica
intermitente, a dose de 20 mg 1 vez ao dia promove maior alívio dos sintomas.
OF O comprimido revestido não deve ser partido ou mastigado.
CI Contraindicado para pacientes com hipersensibilidade conhecida à ebastina, pacientes com insuficiênciahepática grave. Contraindicado para menores de 2 anos. Categoria de risco C na gravidez.
EAM
As RA comuns incluem cefaleia, tontura e boca seca. Incomuns são dor abdominal, dispepsia, epistaxe,
náusea, insônia e astenia.
A ebastina pode potencializar o efeito de outros anti-histamínicos. Foram observadas interações cetoconazol
e eritromicina (ambos conhecidos por prolongar o intervalo QT), relatando-se um aumento no intervalo QT. O
itraconazol pode aumentar os níveis séricos de ebastina e a rifampicina pode diminuir os níveis de ebastina.
A ebastina não apresenta interação com teofilina, varfarina, cimetidina, diazepam ou álcool.
Maleato de Dexclorfeniramina
PF
Drágeas Repetabs contendo maleato de dexclorfeniramina 6 mg (Polaramine®; Medicamento genérico).
Comprimidos revestidos contendo maleato de dexclorfeniramina 2 mg (Polaramine®; Hystin®; Histamin®;
Polaren®; Polaryn® Medicamento genérico). Solução oral contendo maleato de dexclorfeniramina 2 mg/5 mL
(Polaramine®; Hystin®; Histamin®; Polaren®; Polaryn® Medicamentos genéricos). Solução oral em gotas:
2,8 mg/mL (Polaramine®; Medicamento genérico).
Creme contendo maleato de dexclorfeniramina 10 mg/g (Polaramine®; Histamin®; Polaryn® Alergomine®;
Medicamento genérico).
IND Indicado para alergia, prurido, rinite alérgica, urticária, picada de inseto, conjuntivite alérgica, dermatiteatópica e eczemas alérgicos.
MEDICAMENTOS ISENTOS DE PRESCRIÇÃO MÉDICA
PO
Uso tópico em creme: aplicar sobre a área da pele afetada 2 vezes ao dia. Deve-se evitar cobrir a área que
está sendo tratada. Não deve ser aplicado nos olhos, boca, nariz, genitália ou em outras mucosas.
Uso oral: adultos e crianças maiores de 12 anos, a dose usual é 2 mg 3 a 4 vezes por dia. Drágeas repetabs,
tomar uma pela manhã e outra ao deitar. Não ultrapassar a dose máxima de 12 mg ao dia. Crianças de 6 a
12 anos, a dose usual é 1 mg 3 vezes ao dia. Não ultrapassar a dose máxima de 6 mg ao dia. Crianças de 2
a 6 anos: 1 gota para cada 2 kg de peso, 3 vezes por dia. Um máximo de 3 mg ao dia (ou seja, 30 gotas/dia).
OF Os pacientes que operam máquinas ou dirigem veículos devem ser advertidos da possibilidade dosurgimento de sonolência. Evitar o uso de bebidas alcóolicas e outros medicamentos contendo álcool.
CI
Cuidado em pacientes com asma brônquica, pressão intraocular elevada, hipertireoidismo, doença
cardiovascular, hipertensão, portadores de glaucoma de ângulo agudo, úlcera péptica estenosante, obstrução
piloroduodenal, hipertrofia prostática. Comprimido revestido e drágeas repetabs é contraindicado na faixa
etária abaixo de 12 anos. Solução e solução gotas são contraindicados em crianças menores de 2 anos.
EAM
Efeitos adversos gerais sonolência, urticária, rash cutâneo, choque anafilático, fotossensibilidade, perspiração
excessiva, calafrios, secura na boca, nariz e garganta. Sistema gastrintestinal: anorexia, náuseas, vômito.
Sistema nervoso: sedação, tontura, vertigem, tinido, labirintite, distúrbios da coordenação, fadiga, confusão,
inquietação, excitação, nervosismo, tremor, irritabilidade, insônia, euforia, parestesia, visão turva, histeria,
neurite, convulsões. Sistema cardiovascular: cefaleia, palpitações, taquicardia e hipotensão. Sistema
hematológico: anemia, trombocitopenia, agranulocitose, neutropenia, leucopenia. Podem causar excitação
em crianças de baixa idade e maior sedação e hipotensão em pacientes com mais de 60 anos.
Os anti-histamínicos têm efeito aditivo com o álcool e outros depressores do SNC, como sedativos, hipnóticos
e tranquilizantes. Os inibidores da monoaminoxidase prolongam e intensificam os efeitos dos anti-
histamínicos podendo ocorrer hipotensão grave. Pode ocorrer aumento dos efeitos indesejáveis de
substâncias atropínicas (antidepressivos imipramínicos, antiparkinsonianos anticolinérgicos,
antiespasmódicos atropínicos, disopiramida, neurolépticos fenotiazínicos) como retenção urinária,
constipação e boca seca. A ação dos anticoagulantes orais pode ser diminuída por anti-histamínicos.
Cloridrato de Nafazolina + Maleato de Feniramina
PF Solução Oftálmica Estéril contendo: Cloridrato de nafazolina 0,25mg/mL + maleato de feniramina 3,0 mg/mL(Claril®; Cristalin®; Genérico Geolab).
IND
O maleato de feniramina é um anti-histamínico, e a nafazolina um vasoconstritor. Alívio da vermelhidão dos
olhos causada por poluição, fumaça, pó, pelos de animais, pólen, grama, caspa, bem como os sintomas leves
de coceira.
PO Instilar 1 ou 2 gotas em cada olho afetado a cada 4 horas.
OF
Usar com cautela em pessoas com doenças cardiovasculares, diabetes tipo I, hipotensão ortostática,
hipertensão e hipertireoidismo. O uso prolongado ou excessivo pode levar a vasodilatação ou congestão
ocular de rebote. Esse produto contém cloreto de benzalcônio, que pode causar irritação ocular e alterar a cor
das lentes de contato gelatinosas. Não utilizar se estiver fazendo uso de lentes de contato. Esperar 15
minutos após a aplicação para recolocar as lentes de contato. Pode causar midríase passageira ou visão
borrada. Neste caso, o paciente deve esperar até que a visão normalize antes de dirigir ou operar máquinas.
CI
Esse medicamento é contraindicado para pessoas com hipersensibilidade aos princípios ativos ou com
glaucoma de ângulo estreito. Contraindicado para pacientes que estão em tratamento com inibidores da
MAO. Categoria C de risco de gravidez.
EAM O uso excessivo de nafazolina e feniramina em bebês e crianças pode causar depressão do sistema nervosocentral e redução significativa da temperatura corporal.
Acetato de Hidrocortisona
PF Pomada contendo acetato de hidrocortisona 10 mg/g (Stiefcortil®; Berlison®). Creme contendo acetato dehidrocortisona 10 mg/g (Stiefcortil®; Berlison®; Cortigen®; Cortisonal®; Nutracort®; Medicamento Genérico).
IND Dermatoses inflamatórias e alérgicas que respondem à corticoterapia tópica, por exemplo eczema de contato,eczema atópico e picadas de inseto.
MEDICAMENTOS ISENTOS DE PRESCRIÇÃO MÉDICA
PO
Não é adequado para uso oftálmico. Aplicar uma camada fina do creme ou da pomada 1 a 2 vezes por dia,
sob fricção leve. Após melhora, aplicar 1 vez ao dia. Não ultrapassar 4 aplicações por dia. O período de uma
a duas semanas é suficiente. É recomendável a lavagem da área afetada com água e sabão neutro antes
das aplicações.
OF
Após o uso, não encobrir a pele com curativos oclusivos. Reduzir as aplicações ao longo dos dias de forma
gradual. O tratamento deve ser de no máximo três semanas, especialmente nas zonas cobertas oclusivas ou
cobertas por fraldas. Deve-se ter cuidado para não entrar em contato com os olhos.
CI
Não deve ser utilizado para reações após aplicação de vacinas na área aplicada, para rosácea, na presença
de processos tuberculosos ou sifilíticos na área a ser tratada, doenças causadas por vírus (por exemplo,
varicela, herpes zoster). Categoria de risco C na gravidez. Cuidado redobrado em lactantes.
EAM
Podem ocorrer sintomas locais como ardência, prurido, irritação, secura, foliculite, hipertricose, erupção
acneiforme e hipopigmentação. Verifica-se ocorrência de glaucoma em usuários de corticosteroidestópicos,
após administração de doses elevadas ou em áreas extensas por período prolongado, ou o descuidado ao
passar ao redor dos olhos.
Cloridrato de Difenidramina + Calamina + Cânfora
PF Creme contendo em cada grama: cloridrato de difenidramina10 mg + calamina 81,134 mg (equivalente a 80mg de óxido de zinco) + cânfora 1 mg (Caladryl®; Calamed®).
IND
Contém substâncias com propriedade antialérgica, analgésica, adstringente e protetora dermatológica da
pele. Indicado para brotoejas e picadas de insetos, aliviando o ardor e regenerando a pele. Reduz a
sensação de coceira, irritação e ardor. A ação inicia logo após sua aplicação sobre a pele.
PO Aplicar na região lesionada 3 a 4 vezes ao dia.
OF Assim como todos os anti-histamínicos de uso tópico, pode provocar reação de fotossensibilidade em casode exposição solar após a aplicação do produto.
CI Não aplicar em regiões bolhosas ou secretoras. Categoria C de risco na gestação. Não deve ser utilizado emcrianças menores de 2 anos.
EAM Hipersensibilidade conhecida ao óxido de zinco.
Cloridrato de Isotipendil
PF Gel contendo cloridrato de isotipendil 7,5 mg/g (Andantol®).
IND Tratamento dos sintomas cutâneos de alguns tipos de alergia, principalmente prurido, eritema, edema e dor.Tratamento sintomático tópico das picadas de insetos. Tratamento sintomático tópico do prurido em geral.
PO Lavar com água o local afetado antes da aplicação. Aplicar uma fina camada do gel uma ou mais vezes aodia sobre a parte afetada. Não exceder 6 aplicações ao longo do dia.
OF Medicamento de uso externo, não deve ser ingerido. Evitar longa exposição ao sol após o uso, pois poderáocorrer fotossensibilização.
CI Categoria de risco C na gravidez.
EAM Foi notificado um único caso de hipersensibilidade ao isotipendil, e observou-se uma possível exacerbaçãoda lesão.
Dipirona Sódica + Maleato de Clorfeniramina + Cafeína
PF Comprimido revestido contendo dipirona sódica 500 mg + maleato de clorfeniramina 2 mg + cafeína 30 mg(Benegrip®).
PO Tomar 1 comprimido revestido verde e 1 comprimido revestido amarelo, ao mesmo tempo, 3 a 4 vezes ao dia.
MEDICAMENTOS ISENTOS DE PRESCRIÇÃO MÉDICA
IND
Alivia a congestão nasal, cefaleia e outros sintomas associados a processos alérgicos. O maleato de
clorfeniramina possui um acentuado efeito antialérgico, impermeabiliza as paredes celulares e capilares e
diminui edemas de mucosas. Sua ação direta sobre os receptores promove vasoconstrição, levando ao
descongestionamento nasal e à redução da coriza.
OF Não se deve dirigir veículos ou operar máquinas. Esse medicamento pode causar doping.
CI
Dipirona: contraindicada para indivíduos com determinadas doenças metabólicas, tais como deficiência
congênita da glicose-6-fosfato desidrogenase e porfiria hepática, pacientes com glaucoma de ângulo fechado,
nefrites crônicas, discrasias sanguíneas, asma, infecções respiratórias crônicas e quadros clínicos de
comprometimento cardiocirculatório. Em indivíduos com deficiência de protrombina, a dipirona pode agravar a
tendência ao sangramento. Maleato de clorfeniramina: contraindicado uso de outras drogas que deprimem o
sistema nervoso central e com bebidas alcoólicas. Cafeína: contraindicado na presença de úlcera
gastroduodenal. Essa formulação é contraindicada para menores de 12 anos. Gravidez: categoria de risco C.
EAM
Reações adversas referentes ao maleato de clorfeniramina: sedação, tonturas, zumbidos, lassidão, ataxia
(incoordenação motora), fadiga, diminuição da visão, diplopia, euforia, nervosismo, insônia, tremores, perda
de apetite, náuseas, vômitos, desconforto epigástrico, obstipação e diarreia.
Não deve ser usado com inibidores da monoaminoxidase (IMAO): fenelzina, iproniazida, isocarboxazida,
harmalina, nialamida, pargilina, selegilina, toloxatona, tranilcipromina, moclobemida. A dipirona não se deve
ingerir bebidas alcoólicas durante o tratamento, porque o efeito do álcool pode ser potencializado. Não usar
ciclosporina concomitantemente, pois ocorre diminuição do seu nível sanguíneo. Uso com clorpromozina
pode ocorrer hipotermia grave. O maleato de clorfeniramina pode aumentar o efeito sedativo dos depressores
do SNC como o álcool, os barbitúricos (fenobarbital, tiopental, metohexital, pentobarbital), os hipnóticos
(triazolan, midazolan, oxazepam, clordiazepoxido, clonazepam), os analgésicos narcóticos (morfina, codeína
e meperidina), os sedativos e os tranquilizantes. A ingestão de outros estimulantes do SNC pode
potencializar o efeito da cafeína.
Paracetamol + Cloridrato de Fenilefrina + Maleato de Clorfeniramina
PF
Cápsulas contendo paracetamol 400 mg + maleato de clorfeniramina 4 mg + cloridrato de fenilefrina 4 mg
(Cimegrip®, Gripeol®, Resfedryl®, Resfenol®, Resfryneo®, Multigrip®).
Comprimidos contendo paracetamol 400 mg + maleato de clorfeniramina 4 mg + cloridrato de fenilefrina 4 mg
(Fluviral®).
Solução oral contendo paracetamol 40 mg/mL + maleato de clorfeniramina 0,6 mg/mL + cloridrato de
fenilefrina 0,6 mg/mL (Gripeol®, Resfedryl®, Resfenol®, Resfryneo®).
Pó para solução oral contendo paracetamol 400 mg + maleato de clorfeniramina 4 mg + cloridrato de
fenilefrina 4 mg em sachê de 5 g (Resfenol®, Resfriliv®, Stilgrip®).
IND Embora não seja a primeira escolha para rinite, essa formulação pode ser útil na redução do desconforto esintomas associados aos processos alérgicos, pois contém anti-histamínico, descongestionante e analgésico.
PO
Cápsulas e comprimidos: adultos, tomar 1 dose 3 a 4 vezes ao dia. Limite máximo diário: 5 doses.
Solução oral: adultos, tomar 10 mL a cada 6 horas. Limite máximo diário: não tomar mais de 40 mL.
Pó para solução oral: adultos, 1 a 2 sachês a cada 4 horas. Dissolver o conteúdo do sachê em uma xícara de
água. Consumir quente ou frio. Limite máximo diário: Não tomar mais de 10 sachês ao dia.
Pó para solução oral: Crianças (de 6 a 12 anos), tomar 1 sachê a cada 4 horas.
OF
Duração de tratamento: enquanto durarem os sintomas, respeitando o limite máximo de 3 dias. O
medicamento não deve ser partido, aberto ou mastigado. Os medicamentos podem corante amarelo de
Tartrazina, que pode causar reações de natureza alérgica, entre as quais asma brônquica, especialmente em
pessoas alérgicas ao ácido acetilsalicílico.
CI
Não deve ser administrado em pacientes com hipertensão, doença cardíaca, diabetes, glaucoma, hipertrofia
da próstata, doença renal crônica, insuficiência hepática grave e disfunção tireoidiana. Contraindicado na
gravidez e lactação.
EAM
Sonolência, náuseas, dor ocular, tontura, palpitações, boca seca, desconforto gástrico, diarreia, tremor, sede,
insônia, cansaço, flatulência, sudorese, turvação visual. Possui interações medicamentosas com inibidores da
MAO, barbitúricos e álcool.
MEDICAMENTOS ISENTOS DE PRESCRIÇÃO MÉDICA
Paracetamol + Cloridrato de Fenilefrina + Maleato de Carbinoxamina
PF
Solução contendo paracetamol 13,30 mg/mL + cloridrato de fenilefrina 0,33 mg/mL + maleato de
carbinoxamina 0,13 mg/mL (Benegrip® Multi). Comprimido amarelo contendo paracetamol 400 mg e
cloridrato de fenilefrina 20 mg + comprimido alaranjado contendo paracetamol 400 mg e maleato de
carbinoxamina 4 mg (Benegrip® Multi Noite, Fluviral® Noite, Naldecon® Noite).
IND
Auxilia no alívio dos sintomas do paciente alérgico. A formulação contém paracetamol (analgésico), cloridrato
de fenilefrina (descongestionante) e maleato de cabinoxamina um anti-histamínico; reduz a secreção de
muco.
PO
Solução: adultos e crianças acima de 12 anos: 30 mL a cada 6 horas. Não exceder 4 doses em 24 horas.
Crianças até 12 anos: a dose varia de acordo com o peso e idade (conforme segue: 2 anos/12 kg/9 mL; 3
anos/14 kg/10,5 mL; 4 anos/16 kg/12 mL; 5 anos/18 kg/13,5 mL; 6 anos/20 kg/15 mL; 7 anos/22 kg/16,5 mL;
8 anos/24 kg/18 mL; 9 anos/26 kg/19,5 mL; 10 anos/28 kg/21 mL; 11 anos/30 kg/22,5 mL).
Comprimidos: uma dose é composta de 2 comprimidos (1 amarelo + 1 laranja). Adultos e crianças acima de
12 anos: tomar 1 dose a cada 8 horas. Sempre respeitar o intervalo mínimo de 8 horas entre as doses. Não
exceder4 doses em 24 horas.
A dose diária máxima recomendada de paracetamol é de 4.000 mg, a de fenilefrina é 120 mg, e a de
carbinoxamina é de 32 mg.
OF
Não deve ser administrado por mais de 10 dias para dor, e por mais de 3 dias para a febre ou sintomas
gripais. Evitar usar concomitante outros medicamentos contendo paracetamol por risco de toxicidade
hepática. Evitar operar máquinas e veículos. Esse medicamento pode causar doping.
CI A solução oral é contraindicada a pacientes com glaucoma de ângulo estreito. Contraindicado para menoresde 2 anos. Comprimido é contraindicado para menores de 12 anos. Categoria de risco C na gravidez.
EAM
Náusea, vômito, dor abdominal, hipotermia, palpitação, palidez, erupções pruriginosas e urticária. Sob uso
prolongado podem surgir discrasias sanguíneas e pode causar necrose papilar renal. O paracetamol pode
causar dano hepático, trombocitopenia, pancitopenia, agranulocitose, anemia hemolítica e meta-
hemoglobina. Leve sonolência poderá ocorrer após a 1ª dose. Podem ocorrer também nervosismo e tremores
devido à fenilefrina. Pacientes que fazem uso regular de álcool e barbitúricos possuem risco de sobrecarga
metabólica ou de agravamento de um comprometimento hepático já existente. Não deve ser utilizado
concomitantemente com barbitúricos, antidepressivos tricíclicos e carbamazepina devido a aumento do risco
de hepatotoxicidade. Com antidepressivos inibidores da MAO ou outras drogas de efeito hipertensor há risco
de hipertensão. Anti-histamínico usado concomitante com procarbazina pode causar depressão do SNC.
Maleato de Bronfeniramina + Cloridrato de Fenilefrina
PF
Solução oral gotas contendo maleato de bronfeniramina 2 mg/mL + cloridrato de fenilefrina 2,5 mg/mL
(Decongex Plus®). Xarope contendo maleato de bronfeniramina 2 mg/5 mL + cloridrato de fenilefrina 5 mg/5
mL (Decongex Plus®). Comprimidos revestidos de liberação programada contendo maleato de
bronfeniramina 12 mg + cloridrato de fenilefrina 15 mg (Decongex Plus®).
IND
Alívio sintomático de quadros clínicos relacionados a afecções das vias aéreas superiores e das
manifestações alérgicas do sistema respiratório, tais como: coriza, rinite alérgica, prurido nasal, congestão
nasal, alergia. O maleato de bronfeniramina, um anti-histamínico associado às aminas simpaticomiméticas,
reduz efetivamente a secreção nasofaríngea e diminui o edema e congestão do aparelho respiratório.
PO
Solução oral gotas: crianças acima de 2 anos, ingerir 2 gotas por kg de peso (como dose diária total), dividida
em 3 vezes ao dia (1 ml = 20 gotas). Dosagem máxima diária limitada a 60 gotas.
Xarope: adultos, tomar 10 a 15 mL 3 a 4 vezes ao dia. Crianças acima de 2 anos, 2,5 a 5 ml, 4 vezes ao dia.
Dosagem máxima diária limitada a 60 mL.
Comprimidos: adultos, tomar 1 comprimido pela manhã e 1 comprimido à noite. Dosagem máxima diária
limitada a 2 comprimidos.
OF
Durante o tratamento, o paciente não deve dirigir veículos ou operar máquinas, pois sua habilidade e atenção
podem estar prejudicadas. Deve-se evitar a ingestão de álcool ou a administração de tranquilizantes durante
o tratamento, uma vez que pode aumentar a sonolência e diminuir consideravelmente os reflexos.
MEDICAMENTOS ISENTOS DE PRESCRIÇÃO MÉDICA
CI Pacientes cardíacos, coronariopatias severas, arritmias cardíacas, glaucoma, hipertireoidismo e aumentoanormal da próstata. Contraindicado para menores de 2 anos. Categoria de risco na gravidez: C.
EAM
Reações devido a fenilefrina são hipertensão, arritmia cardíaca, náuseas, vômitos, cefaleia e vertigem.
Reações devido a bronfeniramina são secura da boca, nariz, garganta, sonolência, diminuição dos reflexos,
insônia, nervosismo, irritabilidade, visão turva e espessamento das secreções brônquicas.
O uso de fenilefrina com broncodilatadores podem ocorrer taquicardia e outras arritmias cardíacas.
Fentolamina e propranolol podem diminuir o efeito da fenilefrina. IMAO reduz o metabolismo da fenilefrina, os
efeitos vasoconstritores da fenilefrina são potencializados. Uso da bronfeniramina com medicamentos
barbitúricos, drogas hipnóticas, analgésicos opioides, ansiolíticos e antipsicóticos causam depressão do
sistema nervoso central.
Ácido Acetilsalicílico + Maleato de Dexclorfeniramina + Cloridrato de Fenilefrina + Cafeína
PF Comprimidos contendo ácido acetilsalicílico 400 mg + maleato de dexclorfeniramina 1 mg + cloridrato defenilefrina 10 mg + cafeína 30 mg (Coristina D®).
IND
Indicado como analgésico, antipirético, obstrução nasal e antialérgico. A formulação combina a ação
analgésica, obtida com o ácido acetilsalicílico, a ação anti-histamínica do maleato de dexclorfeniramina e as
propriedades vasoconstritoras do cloridrato de fenilefrina. A inclusão da cafeína tem por função compensar a
sonolência que pode ocorrer com o componente anti-histamínico.
PO Adultos e crianças maiores de 12 anos: um comprimido de 4 em 4 horas, não excedendo 4 comprimidos emum período de 24 horas.
OF
O tratamento é sintomático e deve ser utilizado apenas enquanto durarem os sintomas.
Os pacientes deverão ser alertados quanto a exercerem atividades que necessitem de estado de alerta
mental, tais como dirigir automóveis, operar máquinas etc. Os anti-histamínicos podem causar vertigens,
sedação e hipotensão arterial em pacientes com mais de 60 anos (idosos).
CI
Pacientes com glaucoma primário de ângulo fechado, retenção urinária, hipertensão arterial grave, doença
isquêmica cardíaca crônica grave, hipertireoidismo, hemofilia, úlcera péptica, transtornos hemorrágicos e uso
concomitante com IMAO’s, agentes bloqueadores adrenérgicos. Crianças ou adolescentes não devem usar
AAS para catapora ou sintomas gripais antes que um médico seja consultado sobre a síndrome de Reye.
Durante os dois primeiros trimestres de gestação, categoria de risco na C, e categoria de risco D para último
trimestre da gestação. Contraindicado para menores de 12 anos. Contraindicado em casos suspeitos ou
confirmados de dengue.
EAM
Pirose, náuseas, vômitos e dor epigástrica, zumbido, broncoespasmo, úlcera gástrica, úlcera duodenal,
dispepsia, anorexia, hemorragia gastrintestinal, hepatite, nefrite túbulo-intersticial, alergia, eritema, prurido,
urticária, tontura, convulsão, erupções cutâneas, choque anafilático, anemia hemolítica, equimoses,
hematomas e trombocitopenia.
O uso concomitante de anti-histamínicos com álcool, antidepressivos tricíclicos, barbitúricos e outros
depressores do sistema nervoso central pode potencializar os efeitos sedativos da dexclorfeniramina. A ação
dos anticoagulantes orais pode ser inibida pelos anti-histamínicos. Os inibidores da monoaminoxidase
prolongam e intensificam os efeitos dos anti-histamínicos, podendo ocorrer hipotensão arterial grave.
Medicamentos contendo fenilefrina não deverão ser administrados a pacientes fazendo uso de inibidores da
monoaminoxidase, ou até 14 dias após a descontinuação do tratamento. A fenilefrina não deve ser usada
com agentes bloqueadores adrenérgicos. Aumento do risco de arritmias cardíacas e atividade de marca-
passo ectópico cardíaco podem ocorrer quando a fenilefrina é usada concomitantemente com medicamentos
digitálicos. Antiácidos aumentam a absorção da fenilefrina e diminuem as concentrações de ácido
acetilsalicílico.
PF: prescrição farmacêutica; IND: Indicação de uso; PO: posologia e modo de usar; OF: orientações
farmacêuticas; CI: contraindicações e/ou precauções; EAM: Efeitos adversos ao medicamento.
Fonte: elaborado a partir da bibliografia refenciada
Referências
AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Bulário Eletrônico. Disponível em:
http://www.anvisa.gov.br/datavisa/fila_bula/index.asp. Acesso em: 21 out. 2019.
CAMELO-NUNES, I. C.; SOLÉ, D. Rinite alérgica: indicadores de qualidade de vida. Jornal
Brasileiro de Pneumologia, v. 36, p. 124-133, 2010.
CARVALHO, V. O. et al. Guia prático de atualização em dermatite atópica. Parte II.
Arquivos de Asma, Alergias e Imunologia, v. 1, p. 157-182, 2017.
DERMATITE de contato: o que é? Sociedade Brasileira de Dermatologia, [2019].
Disponívelem: https://www.sbd.org.br/dermatologia/pele/doencas-e-problemas/dermatite-
de-contato/2/. Acesso em: 21 out. 2019.
DERMATITE atópica: o que é? Sociedade Brasileira de Dermatologia, [2019]. Disponível
em: https://www.sbd.org.br/dermatologia/pele/doencas-e-problemas/dermatite-de-contato/2/.
Acesso em: 21 out. 2019.
GUILHERME, A. Q. Abordagem da dermatite atópica na infância pelo Médico de Família e
Comunidade. Revista Brasileira da Medicina de Família e Comunidade, v. 9, p. 159-168,
2014.
SOUZA, P. et al. Orientação farmacêutica na prevenção da rinite alérgica. Revista
Pesquisa e Ação, v. 2, p. 1-6, 2018.
CAPÍTULO 13
AZIA E DISPEPSIA
Carine Viana
A pirose ou azia é uma queimação ou dor na região do estômago a qual tem início na parte
posterior do esterno e se propaga, por meio de ondas ou golfadas, até a faringe. Pode estar
acompanhada de eructação com acidez e aumento da salivação.
A dispepsia é uma compilação de sintomas como eructação, náuseas, flatulência e vômitos,
sentidos geralmente após as refeições. Sensação de plenitude após refeições, sensação de
estômago distendido e sensação de má digestão.
Na dispepsia funcional não há alteração no trato gastrointestinal que justifique os sintomas.
Considerada uma doença de caráter benigno e com baixa morbidade, no entanto gera
impacto na qualidade de vida dos pacientes. O seu caráter crônico, aliado ao fato de não
haver um tratamento satisfatório, torna essa afecção um considerável agravo à saúde.
AVALIAÇÃO FARMACÊUTICA
O farmacêutico deve considerar os seguintes aspectos na avaliação inicial do paciente:
Desde quando apresenta os sintomas.
Qual momento do dia costumam ocorrer.
Presença de outros sintomas concomitantes.
Indagar se o paciente apresenta náuseas, desconforto ou algum outro sintoma, após ficar um certo período
sem ingerir alimentos.
Hábitos alimentares do paciente.
Medicamentos, fitoterápicos ou suplementos alimentares em uso.
Consumo de bebidas alcóolicas e de cafeína.
Quantidades de fibras ingeridas normalmente pelo paciente.
Presença de estresse físico e emocional.
Indagar o paciente sobre patologias gastrointestinais. Exemplos: úlcera péptica, gastrite, refluxo
gastroesofágico, intolerância alimentar, síndrome do intestino irritável, síndrome da má-absorção e
parasitoses.
TRATAMENTO
O tratamento da dispepsia é multifatorial e pode abranger dieta adequada, exercícios
físicos, relaxamento, fitoterápicos e medicamentos.
Mudanças no estilo de vida podem ajudar a aliviar a azia e a dispepsia. Fazer pequenas
refeições por dia e em maior número, em vez de três grandes refeições, pode reduzir o
problema. Também pode ser evitado o uso de álcool, cafeína e de alimentos que provocam
a indigestão.
O ideal é buscar alternativas para as prováveis causas da indigestão, por exemplo estresse,
ansiedade, medicamentos e mesmo o tipo de alimentação.
No caso da acidez por diminuição do nível de pH no estômago, o tratamento pode ser com
substâncias que aumentam o pH do estômago, ou ainda com medicamentos que possam
bloquear a liberação do ácido clorídrico e proteger o estômago.
Entre os medicamentos mais utilizados para esse problema estão os inibidores da bomba
de prótons, como o omeprazol e seus análogos, lansoprazol, pantoprazol, rabeprazol,
esomeprazol e dexlansoprazol. Todavia essa classe farmacológica somente deve ser
utilizada sob prescrição e orientação médica.
Para ajudar no desconforto estomacal o farmacêutico pode prescrever formulações
contendo antiácidos, como sais de alumínio e magnésio, bicarbonato de sódio e carbonato
de sódio. Os antiácidos neutralizam a hiperacidez gástrica por meio de uma reação direta
com o ácido clorídrico. Outro fármaco comumente presente em formulações usadas para
gastrites e dispepsias é a dimeticona. Este fármaco é útil para auxiliar nos gases intestinais,
geralmente associados nesses casos. Além desses fármacos, quando os sintomas
incluírem azia, má digestão e acidez estomacal concomitantemente com dor de cabeça,
existem antiácidos contendo ácido acetilsalicílico na formulação.
O Quadro 13.1 mostra os principais medicamentos isentos de prescrição para o alívio de
desconforto estomacal.
ORIENTAÇÕES FARMACÊUTICAS
Os antiácidos interferem na absorção de uma grande parte dos fármacos, por isso a
principal orientação ao paciente é fazer uso longe da administração de outros
medicamentos via oral.
A recomendação é aguardar duas horas após a administração de qualquer
medicamento para o uso de antiácidos, a fim de se evitar uma alteração nos efeitos
de outro fármaco.
Medicamentos com revestimento gastrorresistentes usados juntamente de antiácidos
podem ter a absorção e efeitos modificados, podendo ocasionar irritação gástrica ou
duodenal.
Contraceptivos orais podem ter efeito reduzido pela diminuição da absorção quando
administrado com antiácidos.
Os antiácidos em suspensão devem ser agitados antes de usar devido à precipitação
dos seus constituintes.
Orientar ao paciente que alimentos contendo altas concentrações de sódio devem
ser evitados com produtos contendo sais de sódio, como o bicarbonato de sódio.
Isso porque pode haver uma exacerbação dos sintomas associados ao excesso de
sódio na corrente sanguínea.
PRECAUÇÕES
Certificar-se de que o paciente não apresente nenhum problema cardíaco, edema,
insuficiência renal ou hipertensão, pois alguns antiácidos possuem sais de sódio na
formulação.
Antiácidos geralmente não devem ser administrados a pacientes severamente
debilitados ou apresentado sintomas de disfunção renal, alcalose ou
hipermagnesemia.
Devem ser usados com cautela em pacientes com insuficiência renal, devido ao
aumento do risco de hipermagnesemia.
Em pacientes com insuficiência renal, os níveis plasmáticos de alumínio e magnésio
estão aumentados. Nesses pacientes, a exposição prolongada a altas doses de sais
de alumínio de magnésio pode causar encefalopatia, demência, anemia microcítica
ou piora da osteomalácia induzida por diálise.
Sais de magnésio não são recomendados para pacientes com colite ulcerativa, que
pode ser agravada pelo seu efeito laxante.
Hidróxido de alumínio e de magnésio não são recomendados para pacientes que
serão ou foram submetidos à colostomia, ileostomia ou que apresentam diverticulite,
uma vez que aumentam o risco de desenvolver um desequilíbrio eletrolítico.
Bicarbonato de sódio é contraindicado para uso de pacientes com alcalose
metabólica, pacientes com hipocloridria e hipocalcemia.
Formulações de antiácidos contendo AAS não deve ser utilizado em pacientes com
história de alergia aos anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs). Esses produtos
também não devem ser prescritos a pacientes com problemas no fígado, coração,
rins, hemofilia, suspeita de dengue, úlcera estomacal, sangramento no estômago,
histórico de gota e se já teve algum problema de coagulação sanguínea.
Quadro 13.1 - Medicamentos isentos de prescrição para o alívio de desconforto estomacal
MEDICAMENTOS ISENTOS DE PRESCRIÇÃO MÉDICA
Alginato de Sódio + Bicarbonato de Potássio
PF Suspensão contendo a cada 10 mL: alginato de sódio 1000 mg + bicarbonato de potássio 200 mg
(LuftaGastroPro®).
PO Adultos, idosos e crianças acima de 12 anos: tomar 5 a 10 mL após as três principais refeições do dia e antes
de dormir.
OF Orientar o usuário a não ultrapassar a dose máxima diária de 40 mL. A Não tomar doses com intervalo menor
do que 2 horas.
CI Contraindicado para menores de 12 anos. Categoria de risco na gravidez: B. Pode ser utilizado durante a
gestação e o aleitamento, mas a duração do tratamento deve ser a mais curta possível.
RA Reações muito raras: manifestações alérgicas, tais como urticária, broncoespasmo e reações anafiláticas,
podem ocorrer em pacientes sensíveis aos componentes da fórmula.
IM Aguardar 2 horas para o uso de outros medicamentos, especialmente tetraciclinas, fluoroquinolonas, sais de
ferro, hormônios da tireoide, cloroquina, bifosfonatos e estramustina.
Alginato de Sódio + Bicarbonato de Sódio + Carbonato de Cálcio
PF Suspensão oral contendo alginato de sódio 50 mg/mL +bicarbonato de sódio 26,7 mg/mL + carbonato de
cálcio 16 mg/mL (Gaviscon®).
Comprimidos mastigáveis contendo alginato de sódio 250 mg + bicarbonato de sódio 133,5 mg + carbonato de
cálcio 80 mg (Gaviscon®).
PO Adultos, idosos e crianças acima de 12 anos: a dose recomendada é 10 a 20 mL da solução oral ou 2 a 4
comprimidos mastigáveis.
OF Administrar o medicamento 4 vezes ao dia, a cada 4 horas. Tomar após as três principais refeições do dia e
antes de dormir. Não exceder 80 mL ou 16 comprimidos mastigáveis, em doses fracionadas, em um período de
24h.
CI Requer cautela no tratamento de pacientes com hipercalcemia, nefrocalcinose e cálculos renais recorrentes
contendo cálcio. Contraindicado para menores de 12 anos.
RA Reações muito raras: manifestações alérgicas, tais como urticária, broncoespasmo e reações anafiláticas,
podem ocorrer em pacientes sensíveis aos componentes da fórmula.
IM Aguardar 2 horas para o uso de outros medicamentos, especialmente anti-histamínico H2, tetraciclinas,
digoxina, fluoroquinolonas, sais de ferro, cetoconazol, neurolépticos, hormônios da tireoide, penicilina,
betabloqueadores (atenolol, metoprolol, propranolol), glicocorticoide, quinolona, alendronato, fluoretos de sódio
e zinco, cloroquina, bisfosfonatos e estramustina. Pode provocar aumento da ação das anfetaminas.
Bicarbonato de Sódio + Carbonato de Sódio + Ácido Cítrico
PF Pó efervescente em envelopes (5 g) e granulado efervescente a granel contendo: Bicarbonato de sódio 462
mg/g + carbonato de sódio 90 mg/g + ácido cítrico 438 mg/g (Estomazil ®).
Pó efervescente em envelopes (5 g) e a granel contendo: bicarbonato de sódio 460 mg/g + carbonato de sódio
100 mg/g + ácido cítrico 440 mg/g (Frusalt ®).
Pó efervescente contendo a cada 5 g: bicarbonato de sódio 2,30 g + carbonato de sódio 0,50 g + ácido cítrico
2,20 g (Sal de Fruta Eno®).
Pó efervescente contendo a cada 5 g: bicarbonato de sódio 2,15 g + carbonato de sódio 0,50 g + ácido cítrico
2,15 g (Stomaliv®).
PO A dose recomendada é de 1 ou 2 pastilhas mastigáveis 30 minutos a 1 hora após as refeições e ao deitar. Pó
efervescente: dissolver o conteúdo de 1 envelope (5 g) em meio copo de água, deixar completar a
efervescência e beber de só uma vez. Granulado efervescente a granel: dissolver 1 colher de chá (5 g) em
meio copo de água, deixar completar a efervescência e beber de uma só vez. Crianças: entre 4 e 6 anos, usar
um terço da dose para adultos e acima de 6 anos a metade da dose.
MEDICAMENTOS ISENTOS DE PRESCRIÇÃO MÉDICA
OF
Cuidado com alimentos contendo altas concentrações de sódio, uma vez que pode haver uma exacerbação
dos sintomas associados ao excesso de sódio na corrente sanguínea.
CI Por conter bicarbonato de sódio, o medicamento é contraindicado a pacientes com alcalose respiratória e
metabólica, em pacientes com hipocloridria e com hipocalcemia devido ao risco de desenvolver tetanias
induzidas pela alcalose. Por conter sódio, deve ser administrado com cuidado aos pacientes com problemas
cardíacos, edema, insuficiência renal e pressão alta.
RA Retenção de líquidos, hipersecreção gástrica, rebote ácido, flatulência, distensão gástrica, cólicas abdominais,
náuseas, vômitos, fissuras anais, eructação e cálculo renal.
IM Antiácidos podem diminuir a absorção de: cetoconazol, itraconazol, digoxina, antimuscarínicos (atropina,
escopolamina, glicopirrolato, ipatrópio), captopril, clordiazepóxido, delavirdina, penicilina, fenitoína, fenotiazinas
(principalmente clorpromazina), izoniazida, prednisona, atenolol, anti-inflamatórios não esteroidais
(cetoprofeno, diclofenaco sódico, diclofenaco potássico, diflunisal, fenilbutazona, indometacina,
oxifenbutazona, flurbiprofeno, ibuprofeno, naproxeno, piroxican, sulindaco, tenoxican ). Interfere na absorção
oral de azitromicina, diritromicina, nitrofurantoína e de bisfosfonatos (alendronato, risendronato, etidronato e
tiludronato). Antiácidos podem diminuir a eliminação da memantina. Antiácidos podem aumentar o risco de
intoxicação por quinina. Antiácidos podem aumentar o risco de reações adversas da mefloquina. Antiácidos
podem afetar a dissolução e os efeitos de comprimidos de bisacodil. Pode provocar aumento da ação das
anfetaminas.
Bicarbonato de Sódio + Carbonato de Sódio + Ácido Cítrico + AAS
PF Comprimidos efervescentes contendo bicarbonato de sódio 1854 mg + carbonato de sódio 400 mg + ácido
cítrico 1413 mg + ácido acetilsalicílico 325 mg (Sonrisal®).
Comprimidos efervescentes contendo bicarbonato de sódio 1644 mg + carbonato de sódio 400 mg + ácido
cítrico 1507,8 mg + ácido acetilsalicílico 325 mg (Sonrisal® Limão).
PO A dose recomendada é 1 a 2 comprimidos dissolvidos em meio copo de água, esperar completar a
efervescência e beber de uma vez.
OF Orientar o usuário a não ultrapassar a dose máxima diária de 2 comprimidos e não usar por mais de 10 dias
sem orientação. Não tomar doses com intervalo menor do que 2 horas. Indicado para azia, má digestão e
acidez estomacal que se apresentam concomitantemente com dor de cabeça.
CI Não usar em pacientes com problemas no fígado, coração ou rins; se seguir uma dieta restrita em sódio; se
suspeita de dengue; se já teve asma ou dificuldade de respirar após o uso de ácido acetilsalicílico; se tiver
histórico de úlcera estomacal, perfuração ou sangramento no estômago; se tiver histórico de gota e se já teve
algum problema de coagulação sanguínea ou tem hemofilia.
Por conter bicarbonato de sódio o medicamento é contraindicado para uso em pacientes com alcalose
respiratória e metabólica preexistentes, em pacientes com hipocloridria e com hipocalcemia devido ao risco de
desenvolver tetania induzidas pela alcalose.
Por conter sais de sódio, o medicamento deve ser administrado com cuidado aos pacientes com problemas
cardíacos, edema, insuficiência renal e pressão alta.
RA Eructação, flatulência, distensão abdominal, náuseas e vômito. Interromper o uso em casos de: reações
alérgicas como coceira, vermelhidão na pele, chiado no peito, tosse, dificuldade para respirar, sangramento
estomacal, sangramentos nasais, hematomas, inchaço ou retenção de líquido. Casos de hipersensibilidade
manifestada por broncoespasmo, asma, rinite, urticária e outras manifestações cutâneas.
IM Pode provocar aumento da ação das anfetaminas. Pode aumentar a atividade dos anticoagulantes cumarínicos
e a atividade hipoglicemiante das sulfonilureias. Anticoagulantes podem acentuar os sangramentos digestivos
causados pelo AAS. Pode aumentar a atividade e toxicidade metotrexato. AAS aumenta as concentrações
plasmáticas de digoxina em função da diminuição da excreção renal. Aumento da toxicidade do ácido valproico
devido ao deslocamento dos sítios de ligação com as proteínas. Evitar uso com álcool devido ao aumento do
dano à mucosa gastrintestinal. AAS pode reduzir os efeitos de: inibidores da ECA, anti-hipertensivos
betabloqueadores, agentes uricosúricos como probenicida e sulfimpirazona, diuréticos especialmente em
pacientes com doença cardiovascular ou renal existente.
MEDICAMENTOS ISENTOS DE PRESCRIÇÃO MÉDICA
Hidróxido de Alumínio
PF Comprimidos mastigáveis contendo hidróxido de alumínio 230 mg (Aziram®, Pepsamar®).
Suspensão contendo hidróxido de alumínio 310 mg/5 mL (Genérico).
PO Duas a quatro doses, cerca de uma hora após as refeições e ao deitar.
OF O medicamento deve ser ingerido no máximo durante 7 dias seguidos. A suspensão deve ser agitada antes de
usar. Deve ser ingerido com um intervalo de 2 a 3 horas antes ou após a administração de outros
medicamentos ou alimentos.
CI Contraindicado a pacientes com hipofosfatemia ou obstrução intestinal. A administração em pacientes com
dieta pobre em fosfato pode ocasionar a depleção de fosfato acompanhada pelo aumento da reabsorção óssea
e hipercalciúria com o risco de osteomalácia. Categoria de risco C na gravidez.
RA Pode causar constipação, náuseas e vômitos. Contraindicado para uso por pacientes com insuficiência renal.
Acúmulo de alumínio em casos de insuficiência renal.
IM Aumenta a absorção de fármacos fracamente básicos,tais como pseudoefedrina e levodopa. Diminui a
absorção de tetraciclinas, antagonistas H2, benzodiazepínicos, fenotiazinas, fenitoína, clorpromazina diflunisal,
digoxina, cetoconazol, fluorquinolonas, propranolol, penicilaminas, neurolépticos fenotiazínicos, metoprolol,
atenolol, captopril, ranitidina, sais de lítio, sais de ferro, cefdinir, cefpodoxima, cloroquina, ciclinas, bifosfonato,
etambutol, fluoreto de sódio, glicocorticoides, indometacina, isoniazida, levotiroxina, lincosamidas,
rosuvastatina, quinidna, ácido acetilsalicílico.
Hidróxido de Magnésio
PF Suspensão contendo a cada 15 mL hidróxido de magnésio 1.282,50 mg (Leite de Magnésia Phillips® Original).
Suspensão contendo a cada 15 mL hidróxido de magnésio 1.214,25 mg (Leite de Magnésia de Phillips®
Hortelã).
PO Para adultos e crianças de 12 anos ou mais: 1 colher de chá (5 mL) a 1 colher de sopa (15 mL), conforme
necessário. Respeitar a dose máxima diária, que é de 3 colheres de sopa (45 mL) a cada 24 horas. Para
crianças de 2 a 11 anos: 1 colher de chá (5 mL), conforme necessário. Respeitar a dose máxima diária, que é
de 30 mL (2 colheres de sopa ou 6 colheres de chá) a cada 24 horas.
OF Durante o uso desse medicamento, deve-se manter uma adequada ingestão de líquidos. Como antiácido, o
período máximo de uso recomendado desse medicamento é de 14 dias consecutivos. O hidróxido de magnésio
pode interferir localmente na absorção de outros medicamentos administrados por via oral devido ao aumento
do pH gástrico. Isso pode ser evitado com um intervalo de 2-3 horas entre a administração de medicamentos e
essa formulação.
CI Em pacientes com insuficiência renal pode ocorrer acúmulo de magnésio. Contraindicado em casos de
doenças gastrointestinais agudas. Não utilizar em casos de coma hepático, e em casos de danos renais evitar
o uso ou diminuir dose, aumenta risco de toxicidade. Cuidado com pacientes idosos e debilitados. Pacientes
menores de 2 anos.
RA Esse medicamento pode causar diarreia. Caso isso ocorra, principalmente em idosos e crianças, deve
imediatamente ser interrompido o uso desse medicamento. Em caso de dor abdominal persistente, fazer
encaminhamento médico.
IM O hidróxido de magnésio pode aumentar a absorção de ibuprofeno e diminuir a absorção de penicilamina,
bifosfonatos, cetoconazol e tetraciclina.
Hidróxido de Alumínio + Hidróxido de Magnésio + Dimeticona
MEDICAMENTOS ISENTOS DE PRESCRIÇÃO MÉDICA
PF Comprimidos mastigáveis contendo hidróxido de alumínio 153 mg + hidróxido de magnésio 200 mg +
dimeticona 25 mg (Gastrogel®, Gastrol TC®, Maalox Plus®).
Suspensão oral contendo hidróxido de alumínio 37 mg/mL + hidróxido de magnésio 40 mg/mL + dimeticona 5
mg/mL (Gastrogel®, Gastrol TC®, Maalox Plus®).
Suspensão oral contendo hidróxido de alumínio 120 mg/mL + hidróxido de magnésio 60 mg/mL + dimeticona 7
mg/mL (Simeco Plus®).
Suspensão oral contendo hidróxido de alumínio 80 mg/mL + hidróxido de magnésio 80 mg/mL + dimeticona 6
mg/mL (Gelmax DIM®, Mylanta Plus®).
PO Comprimidos mastigáveis: crianças a dose varia de 1 a 2 comprimidos ao dia. Adultos, a dose varia de 2 a 4
comprimidos, 4 vezes ao dia.
Suspensão oral: crianças de 4 a 7 anos, a dose recomendada é 2 mL, 1 a 2 vezes ao dia, 1 hora após as
refeições. Crianças de 7 a 12 anos, a dose recomendada é 5 mL de 1 a 2 vezes ao dia, 1 hora após as
refeições. Adultos, a dose varia de 5 a 10 mL, 4 vezes ao dia.
OF Esse medicamento deve ser ingerido de meia a uma hora antes ou após as refeições. Não é aconselhável
prolongar o tratamento por mais de 14 dias com a dose máxima. Evitar a administração de outros
medicamentos durante duas horas após o uso de antiácidos.
CI Contraindicado a pacientes com hipofosfatemia, casos de obstrução intestinal e insuficiência renal. Categoria
de risco B na gravidez.
RA Hidróxido de alumínio pode causar constipação e superdose; com sais de magnésio pode causar
hipomotilidade intestinal. Diarreia e constipação foram as reações adversas mais frequentemente reportadas,
mas em geral é bem tolerado.
IM Pode aumentar o nível plasmático da quinidina e do tacrolimo. Antiácidos contendo alumínio podem diminuir a
absorção de fenitoína, hipoglicemiantes, antagonistas H2, atenolol, metoprolol, propranolol, cefdinir,
cefpodoxima, cloroquina, diflunisal, etambutol, cetoconazol, levotiroxina, fluorquinolonas, digoxina,
indometacina, glicocorticoides, isoniazida, levodopa, bifosfonatos, fluoreto de sódio, oxalato de potássio,
lincosamidas, neurolépticos fenotiazínicos, penicilamina, tetraciclina, nitrofurantoína, rosuvastatina, sais de
ferro, fexofenadina, risedronato sódico, amprenavir, azitromicina, dasatinibe, gabapentina, lansoprazol,
micofenolato de mofetila e naproxeno. Aumento da excreção renal dos salicilatos por alcalinização da urina.
Hidróxido de Alumínio + Hidróxido de Magnésio + Carbonato de Cálcio
PF Comprimidos mastigáveis contendo hidróxido de alumínio 178 mg + hidróxido de magnésio 185 mg +
carbonato de cálcio 230 mg (Gelmax®).
Comprimidos mastigáveis contendo: hidróxido de alumínio 141,47 mg + hidróxido de magnésio 185mg +
carbonato de cálcio 230 mg (Estomazil® Pastilhas).
Suspensão oral contendo hidróxido de alumínio 35,6 mg/mL + hidróxido de magnésio 37 mg/mL + carbonato
de cálcio 48,4 mg/mL (Gelmax®).
Pó efervescente de 5 g contendo hidróxido de alumínio 178 mg + hidróxido de magnésio 185 mg + carbonato
de cálcio 230 mg (Gelmax®).
Pó efervescente de 5 g contendo hidróxido de alumínio 178 mg + hidróxido de magnésio 185 mg + carbonato
de cálcio 235 mg (Gastrol®).
Pastilhas contendo hidróxido de alumínio 178 mg + hidróxido de magnésio 185 mg + carbonato de cálcio 231,5
mg (Gastrol®).
Suspensão oral contendo hidróxido de alumínio 180 mg/mL + hidróxido de magnésio 125 mg/mL + carbonato
de cálcio 50 mg/mL (Gastrol®).
PO Comprimidos mastigáveis: mastigar 1 a 2 comprimidos ao dia.
Pó efervescente: tomar o conteúdo de 1 ou 2 sachês, dissolvidos em água. Não ultrapassar a dose máxima de
8 envelopes ao dia.
Pastilhas: usar 1 a 2 pastilhas ao dia. A dose máxima diária recomendada é de 10 pastilhas.
Suspensão: 10 a 20 mL. Não ultrapassar 20 mL por dose e 80 mL por dia.
MEDICAMENTOS ISENTOS DE PRESCRIÇÃO MÉDICA
OF As tomadas devem ser preferencialmente meia a 1 hora após as refeições e ao deitar-se. Não é aconselhável
ultrapassar as doses recomendadas ou prolongar o tratamento por mais de 14 dias com a dose máxima. A
dosagem poderá ser aumentada ou reduzida, de acordo com as necessidades em casos de úlceras pépticas.
Recomenda-se evitar a ingestão de bebida alcoólicas durante a administração desse medicamento. Tomar
qualquer outro medicamento com intervalo maior do que 2 horas.
CI Contraindicado para os seguintes casos: hipercalcemia, disfunção renal grave, hipocloridria, em crianças
menores de 6 anos, no primeiro trimestre de gravidez, em pessoas com doenças renais (hidróxido de
magnésio em presença de insuficiência renal provoca depressão do SNC e outros sintomas de
hipermagnesemia), excesso de alumínio no sangue, constipação, obstrução gastrointestinal,
hiperparatireoidismo, pacientes com colite, diverticulite, pacientes submetidos à colostomia ou ileostomi.
Categoria de risco C na gravidez.
RA Antiácidos contendo magnésio podem ter um efeito laxativo podendo causar diarreia, já antiácidos contendo
alumínio podem causar constipação podendo levar a obstrução intestinal. A mistura magnésio/alumínio contida
nos antiácidos é utilizada para evitar a alteração na função intestinal.
IM Diminui os efeitos dos fármacos: tetraciclinas, fenitoínas, fluconazol, itraconazol, isoconazol, etambutol,
suplementos de ferro, cefazolina, cefadroxil, gabapentina, digoxina, erlotinibe, atazanavir, amprenavir,
levotiroxina, amlodipina, nifedipina e verapamil.
PF: prescrição farmacêutica; PO: posologia e modo de usar; OF: orientações farmacêuticas; CI:
contraindicações e/ou precauções; RA: reações adversas ao medicamento; IM: interações
medicamentosas.
Fonte: elaborado a partir da bibliografia refenciada
Referências
AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIASANITÁRIA. Bulário de medicamentos. Disponível
em: http://www.anvisa.gov.br. Acesso em: 14 out. 2019.
BRUNTON, L. L. et al. Goodman e Gilman: As Bases Farmacológicas da Terapêutica. 13
ed. Rio de Janeiro: McGraw-Hill, 2018. 1.760 p.
CHEHTER, E. Z. Doença do refluxo gastroesofágico: uma afecção crônica. Arquivos
Médicos do ABC, v. 29, p. 12-18, 2004. Disponível em:
https://www.portalnepas.org.br/amabc/article/view/313/294. Acesso em: 11 out. 2019. 
FERREIRA, I. K.; BELLO, S. R. B.; GOMES, K. S. G. O tratamento da dispepsia funcional
na atenção primária à saúde: uma proposta de fitoterapia. Revista de Saúde Pública do
Paraná, v. 1, p. 116-122, 2018.
PEDROSO, E. R. P.; OLIVEIRA, R. G. Blackbook - Clínica Médica. 2. ed. Belo Horizonte:
Blackbook, 2014.
ZATERKA, S.; NATAN, E. Tratado de Gastroenterologia da Graduação À Pós-
graduação. Rio de Janeiro: Atheneu, 2011.
CAPÍTULO 14
NÁUSEAS E VÔMITOS
Carine Viana
SINAIS E SINTOMAS
Náusea, mal-estar generalizado, falta de vontade de comer, vontade de ficar parado. Os
sintomas variam conforme a causa, em casos de infecções gastrointestinais causadas por
vírus ou bactérias, e pode ocorrer dor, distensão abdominal e diarreia. O vômito é o evento
pelo qual o trato gastrintestinal se livra de seu conteúdo quando é submetido à irritação ou
excitação. Náusea é o termo usado para descrever a sensação de que o paciente vai
vomitar, mas não são os vômitos em si.
O vômito pode ser causado por abuso de álcool ou outras substâncias, infecção bacteriana
ou viral, como também em casos de intoxicação alimentar. Esses sintomas podem ocorrer
na labirintite, cinetose, pós-tratamentos radioterápicos e em pré e pós-operatórios, incluindo
vômitos pós-cirurgias do trato gastrintestinal.
O vômito pode ser causado por diversas situações, entre elas fatores psicológicos, como
cenas desagradáveis, odores incômodos e outros fatores visuais. Durante o primeiro
trimestre da gravidez, a sensibilidade a certos cheiros pode estar exacerbada. Ansiedade,
depressão, anorexia e bulimia também estão associadas a náuseas e vômitos.
AVALIAÇÃO FARMACÊUTICA
O farmacêutico no exame físico e anamnese deverá considerar:
Em que situações ocorreram os sintomas?
Estão associados ao consumo de algum alimento específico?
Utiliza algum medicamento contínuo?
Os sintomas são persistentes ou raros?
Você faz uso de muitos medicamentos?
Ingere álcool com frequência?
Está fazendo algum tratamento no momento?
Há suspeita de gravidez?
Quais outros sintomas existem, além da náusea e do vômito?
ENCAMINHAMENTO MÉDICO
Crianças devem ser encaminhadas no caso de: vômitos por mais de 24 horas, apresenta
diarreia junto, há sintomas de desidratação, não urinou há mais de seis horas ou se
apresenta febre superior a 38 ºC.
Os adultos devem ser encaminhados para assistência médica de emergência se
apresentarem algum dos seguintes sintomas: dor de cabeça severa, torcicolo, letargia,
confusão, presença de sangue no vômito, pulso rápido, febre de mais de 38°C, vômito
acompanhado de diarreia e dor abdominal grave.
O controle dos vômitos associados com gravidez e labirintite deve ser realizado pelo
médico.
Em náuseas e vômitos sem causa aparente, deve ser descartada a possibilidade de infarto
agudo do miocárdio.
Náuseas e vômitos são efeitos colaterais frequentes após a administração dos
quimioterápicos antineoplásicos. Esses sintomas podem afetar o estado emocional do
paciente, interferir na alimentação e causar recusa à continuidade do tratamento pelo
desconforto gerado. O tratamento médico envolve agentes antieméticos como
ondansetrona, prometazina, dimenidrinato e droperidol.
TRATAMENTO
A maioria dos casos de vômitos desaparece ao fim de 6 a 24 horas depois do primeiro
ataque. Entretanto o vômito severo pode conduzir à desidratação e à diminuição de
eletrólitos. Se os episódios durarem mais de 24 horas, deve ser recomendada uma solução
de reidratação oral, para prevenir e tratar a desidratação.
Manter-se hidratado é essencial para uma recuperação mais rápida e para impedir o
desequilíbrio dos fluidos corpóreos. A ingestão de água gelada ou de gelo esmagado pode
ajudar a diminuir a náusea. Recomenda-se evitar alimentos sólidos até que os vômitos
passem.
Os medicamentos são usados para reduzir o incômodo associado à náusea, assim como
para impedir os ataques de vômitos. Os antieméticos ajudam a aliviar a náusea. Muitos
desses agentes aceleram o esvaziamento do intestino, aliviando a náusea e a plenitude
incômoda do estômago.
Os fármacos mais utilizados devem ser dispensados apenas com prescrição médica, tais
como: dimenidrinato, bromoprida, metoclopramida, domperidona e ondansetrona.
Dependendo do quadro apresentado pelo paciente, o médico pode utilizar outras classes
farmacológicas para o tratamento de náuseas, como os antidepressivos.
O Quadro 14.1 apresenta uma formulação farmacêutica isenta de prescrição para
tratamento de náuseas e vômitos, contendo maleato de mepiramina.
Quadro 14.1 - Medicamento isento de prescrição disponível para tratamento de náuseas e vômitos
MEDICAMENTOS ISENTOS DE PRESCRIÇÃO MÉDICA
Maleato de Mepiramina + Hidróxido de Alumínio + AAS + Cafeína
PF Maleato de mepiramina 15 mg + hidróxido de alumínio 150 mg + ácido acetilsalicílico 150 mg + cafeína 50 mg
(Engov®).
IND O maleato de mepiramina apresenta atividade anti-histamínica e antiemética. O hidróxido de alumínio confere
ação antiácida e tem a finalidade de neutralizar o excesso de ácido produzido pelo estômago. O ácido
acetilsalicílico é um analgésico. A cafeína é estimulante suave do SNC que associado a analgésicos auxilia no
alívio da dor.
PO Tomar de 1 a 4 comprimidos por dia, no máximo 4 comprimidos.
OF Esse medicamento pode causar doping.
CI A amamentação deve ser evitada durante e após 48h após o uso devido à possibilidade de excreção pelo leite
materno. Esse medicamento é contraindicado para menores de 12 anos. Esse medicamento é contraindicado
nos 3 primeiros meses de gravidez. Categoria de risco C na gravidez.
RA A cafeína pode causar insônia, agitação, taquicardia, zumbidos, delírios, tremor e tensão muscular. Altas
doses de hidróxido de alumínio podem causar constipação intestinal, principalmente em pacientes com
problemas renais agudos. O uso prolongado em altas doses de ácido acetilsalicílico tem sido associado com
necrose papilar renal.
IM A administração de hidróxido de alumínio interfere ou reduz a absorção de algumas drogas, como agentes
colinérgicos (pilocarpina, moscariam), barbituratos (flurazepam, nitrazepam etc.), digoxina, quinina, quinidina,
varfarina, tetraciclinas, mianserina, maprotilina, mirtazapina e vitaminas. A atividade dos anticoagulantes orais
(varfarina, fenprocumona e fenindiona), como dos cumarínicos, e a atividade hipoglicemiante das sulfonilureias
podem ser aumentadas. Os anticoagulantes podem acentuar o efeito hemorrágico eventualmente causado
pelo ácido acetilsalicílico sobre a mucosa gástrica. O ácido acetilsalicílico diminui o efeito dos agentes
uricosúricos como a probenicida e a sulfinpirazona.
PF: prescrição farmacêutica; IND: indicação; PO: posologia e modo de usar; OF: orientações
farmacêuticas; CI: contraindicações e/ou precauções; RA: reações adversas ao medicamento; IM:
interações medicamentosas.
Fonte: elaborado a partir da bibliografia refenciada
Referências
AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Bulário de medicamentos. Disponível
em: http://www.anvisa.gov.br. Acesso em: 14 out. 2019.
BECKER, J.; NARDIN, J. M. Utilização de antieméticos no tratamento antineoplásico de
pacientes oncológicos. Revista Brasileira de Farmácia Hospitalar e Serviços de Saúde,
v. 2, p. 18-22, 2011.
GONDIM, C. R. N. et al. Prevenção e tratamento de náuseas e vômitos no período pós-
operatório. Revista Brasileira de Terapia Intensiva, v. 21, p. 89-95, 2009. Disponível em:
http://dx.doi.org/10.1590/S0103-507X2009000100013. Acesso em: 29 maio 2019.
PEDROSO, E. R. P.; OLIVEIRA, R. G. Blackbook de Clínica Médica. 2. ed. Belo
Horizonte: Blackbook, 2014.
CAPÍTULO 15
CÓLICAS
Carine Viana
SINAISE SINTOMAS
Dor em cólica no baixo ventre, de intensidade variável, que se irradia para as costas e
membros inferiores. É uma dor aguda e intermitente, às vezes incapacitante, com curtos
períodos de acalmia. Em grau acentuado, pode estar associada a outros sintomas como
cefaleia, náuseas, vômitos, sudorese, diarreia, inchaço nas mamas, dor em membros
inferiores, vertigem e até desmaio.
Cólica menstrual, também chamada menalgia, algomenorreia ou dismenorreia, é uma
queixa ginecológica comum, consistindo em dor pélvica do tipo cólica antes ou durante a
menstruação. A dor é gerada pelas contrações uterinas que decorrem da produção
excessiva de prostaglandina endometrial.
A dismenorreia atinge de 60% a 80% das mulheres, sendo que entre 8% e 18% destas
sofrem desconforto tão intenso a ponto de interferir no desempenho das atividades
cotidianas. As cólicas iniciam geralmente umas horas antes ou no início do fluxo menstrual,
é mais intensa nos primeiros dois ou três dias do fluxo. O processo de espera da dor pode
ocasionar alterações psicológicas na mulher.
A classificação da dismemorreia compreende dismenorreia primária e secundária, com
graus leve, moderado e acentuado.
Dismenorreia primária: refere-se à dor tipo cólica recorrente no abdômen inferior durante o período menstrual,
quando a anatomia pélvica é normal.
Dismenorreia secundária: decorre de outras condições clínicas, por exemplo a endometriose (a principal causa),
a adenomiose, os miomas uterinos e a doença inflamatória pélvica.
No grau leve a dor não compromete as atividades habituais, mas no grau moderado a dor
afeta as atividades e pode durar todo o ciclo menstrual. No grau acentuado possui sintomas
associados e a dor compromete as atividades corriqueiras.
A queixa de dismemorreia primária pode ser considerada como problema de saúde
autolimitado, mas o manejo farmacêutico requer cautela. Em casos suspeitos de
dismemorreia secundária, o encaminhamento médico deve ser realizado.
Os primeiros sangramentos menstruais habitualmente se manifestam sem cólicas. A
dismenorreia primária inicia na adolescência com os ciclos ovulatórios, cerca de 6 a 12
meses após a menarca, depois de constância de ciclos ovulatórios. A prevalência da
dismenorreia diminui com o avanço da idade, com a gravidez e com o uso de
contraceptivos orais.
A ocorrência e gravidade das dores menstruais podem estar relacionadas a fatores como a
dieta alimentar, a prática desportiva, o peso, a idade, as características do ciclo menstrual, o
tabagismo, o consumo de álcool, o estresse e a ansiedade.
AVALIAÇÃO FARMACÊUTICA
Na demanda espontânea do sintoma cólica, o farmacêutico deve identificar as
possibilidades de condutas, avaliando situações especiais e precauções. Assim, o
farmacêutico na avaliação deverá identificar as necessidades e problemas de saúde do
paciente.
De uma forma geral, na ficha de avaliação inicial o farmacêutico deve considerar e indagar
ao paciente:
Idade, sexo e peso.
Nível socioeconômico e escolaridade.
Sinais vitais.
Alergias a medicamentos.
Comorbidades médicas presentes.
Função renal e hepática.
Estado mental.
A queixa de dor fora do período menstrual pode indicar dismenorreia secundária.
A presença de qualquer sinal de alerta de gravidade indica a necessidade de
encaminhamento médico imediato.
Sinais de alerta de gravidade:
Febre
Sinais vitais alterados
Vômitos
Cianose
Icterícia
Gravidez
Incapacidade de ingestão
Parada na eliminação de fezes
Ingestão de substância cáustica ou desconhecida
Procedimento cirúrgico recente
Perda de sangue por via digestiva
Confusão mental
Perda de consciência
A faixa etária da paciente é critério importante. Meninas na pré-menarca devem ser
encaminhadas ao médico para avaliação quanto a malformações genitais e outras
condições não ginecológicas para a dor.
Após a menarca, a possibilidade de condições e complicações associadas à gravidez deve
ser considerada. Mulheres com atividade sexual têm maior risco de infecções genitais e
doenças sexualmente transmissíveis.
A dismenorreia secundária tem um início mais tardio, geralmente após a terceira década de
vida, e pressupõe a existência de patologia pélvica. A dor persiste durante todos os dias do
fluxo menstrual, e podem estar presentes outros sintomas ginecológicos, tais como dor
durante a relação sexual ou menorragias.
Pacientes idosas apresentam maior possibilidade de comorbidades associadas que podem
proporcionar evoluções clínicas inesperadas.
ENCAMINHAMENTO MÉDICO
Pacientes com sinais de alerta de gravidade na avaliação de pacientes com cólicas.
Mulheres grávidas ou no puerpério com cólicas.
Paciente que apresentar dor, recorrente ou não, que não é aliviada com AINEs.
Quando existir suspeita de dismenorreia secundária.
Dor abdominal severa e de causa desconhecida que persiste ou esteja associada a
sintomas como febre, náusea, vômito, alteração da motilidade intestinal, aumento da
sensibilidade abdominal, queda da pressão arterial, desmaio ou presença de sangue
nas fezes.
Cólicas com sangramento uterino anormal, sangramentos excessivos ou
sangramentos no período intermenstrual.
Sempre que houver dúvida na identificação da necessidade de saúde do paciente.
Dor abdominal aguda no quadrante superior direito do abdome, ou epigástrica, que
piora depois de refeições pode ser colelitíase, úlcera péptica ou pancreatite.
Dor periumbilical que irradia para o quadrante inferior direito pode ser apendicite.
Dor abdominal associada à dor ao urinar, urgência miccional e/ou presença de
sangue na urina.
Orientar a paciente que em caso de agravamento da dor nas próximas 12 a 24 horas
indica a necessidade de avaliação médica.
TRATAMENTO
A paciente faz a opção pelo autocuidado para o alívio da dor aguda. Entretanto a
abordagem terapêutica adequada deve considerar o manejo durante a crise e nos intervalos
das crises. Além do uso racional dos medicamentos, o farmacêutico tem o papel de orientar
o paciente a buscar uma avaliação médica para instituir uma terapia fora da crise, visando à
cura do seu problema de saúde.
O manejo da crise de dismenorreia é paliativo e emergencial, podendo ser recomendado
desde repouso, aplicação de calor local, analgesia, antiespasmódicos, até ansiolíticos em
dismenorreia de grau acentuado.
As classes de medicamentos para o alívio dessa condição clínica, cuja venda é isenta de
prescrição médica, são anti-inflamatórios, antiespasmódicos e analgésicos.
Os antiespasmódicos foram os primeiros usados no tratamento da dismenorreia. Esses
fármacos atuam nos plexos parassimpáticos, exercendo atividade na musculatura lisa do
trato gastrointestinal, geniturinário e vias biliares.
Atualmente, os anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) são a primeira linha de escolha no
manejo da dismenorreia. Os AINEs, ao inibirem a síntese de prostaglandinas, são
altamente efetivos no alívio da dismenorreia, com uma eficácia que atinge os 95%.
Geralmente são utilizados de três a cinco dias de tratamento, iniciando um a dois dias antes
do início do fluxo menstrual. O paracetamol pode ser eficaz na dor moderada ou em
situações de contraindicação aos AINEs.
O Quadro 15.1 mostra os principais medicamentos isentos de prescrição para o alívio de
cólicas.
Suplementos alimentares contendo vitaminas B6, B1, E, magnésio, ácidos graxos e ômega
3 têm sido utilizados como métodos complementares ao tratamento da dismenorreia.
Os contraceptivos de uso oral e injetáveis também são prescritos para diminuir a
dismenorreia, pois proporcionam melhora do quadro clínico em 65% das pacientes. Os
contraceptivos atuam pela inibição da ovulação, redução da espessura endometrial,
redução dos níveis de prostaglandinas durante a menstruação e redução do fluxo
menstrual. Se houver o desejo de contracepção pela paciente, esta passa a ser a melhor
opção terapêutica. Neste caso, o farmacêutico deve realizar encaminhamento ao
ginecologista para avaliação médica da paciente.
ORIENTAÇÕES FARMACÊUTICAS
Práticas alternativas como acupuntura, repouso, massagens ao nível da coluna
lombossacral, bem como a aplicaçãode frio e pressão no abdome também são muito
utilizadas.
As técnicas de terapia manual, área consolidada da fisioterapia, destacam-se dentre as
práticas não farmacológicas e são habitualmente aplicadas. O método pilates também é
uma opção terapêutica porque trabalha a musculatura pélvica que é a mais acometida
nessa síndrome. Além de trabalhar força, flexibilidade, postura e percepção corporal que
também estão alteradas pela dismenorreia.
A crioterapia também pode ajudar a diminuir o espasmo muscular e abolir a dor de maneira
prática e econômica. O ideal é a aplicação de frio com bolsas contendo gel térmico, na
região do baixo ventre, durante 20 minutos por dia. O tratamento deve começar um a dois
dias antes do período menstrual e seguir durante o período menstrual. A aplicação de frio
se mostra mais eficaz na redução da dor do que a aplicação de calor.
A dismenorreia é mais comum e grave em fumantes, mas não está comprovado que parar
de fumar melhore os sintomas. O mecanismo parece estar relacionado com o efeito
vasoconstritor da nicotina, com redução do fluxo sanguíneo endometrial e isquemia.
A obesidade está associada a aumento da prevalência e severidade da dismenorreia, mas
não é comprovado que a redução de peso melhore os sintomas. Inclusive a preocupação
excessiva em perder peso é ser descrita como um dos fatores de risco.
Alguns autores reportam benefício terapêutico com a modificação do estilo de vida com
adoção de dieta equilibrada e o controle de fatores promotores de estresse.
A prática regular de atividade física também é uma opção de tratamento não
medicamentoso eficaz na redução da dor decorrente de dismenorreia.
Quadro 15.1 - Principais medicamentos isentos de prescrição para o alívio de cólicas
MEDICAMENTOS ISENTOS DE PRESCRIÇÃO MÉDICA
Butilbrometo de Escopolamina
PF Drágeas 10 mg (Buscopan®).Solução oral gotas de 10 mg/mL (Buscopan®, Genéricos).
PO
Drágeas: a dose recomendada para adultos e crianças acima de 6 anos é de 1 a 2 drágeas (10-20 mg), 3 a 5
vezes ao dia.
Solução oral gotas: adultos e crianças acima de 6 anos, tomar 20 a 40 gotas (10-20 mg), 3 a 5 vezes ao dia.
Crianças entre 1 e 6 anos, tomar 10 a 20 gotas (5-10 mg), 3 vezes ao dia.
OF Esse medicamento não deve ser administrado de forma contínua ou por períodos prolongados sem que acausa da dor abdominal seja investigada.
CI
Miastenia grave, megacólon, diarreia aguda ou persistente da criança, estenose mecânica no trato
gastrointestinal, íleo paralítico ou obstrutivo. Esse medicamento é contraindicado para idosos sensíveis aos
efeitos secundários dos antimuscarínicos, como secura da boca e retenção urinária. Categoria B de risco na
gravidez.
RA
Muitos dos efeitos indesejáveis podem ser atribuídos às propriedades anticolinérgicas. Pode ocorrer
hipersensibilidade, reações anafiláticas, dispneia, choque anafilático, eritema reações cutâneas, urticária,
prurido, taquicardia, boca seca, disidrose.
IM
Intensifica a ação anticolinérgica de antidepressivos, anti-histamínicos, antipsicóticos, quinidina, amantadina e
disopiramida. O uso com a metoclopramida pode diminuir a atividade de ambos os fármacos no trato
gastrintestinal. Pode aumentar a ação taquicárdica dos beta-adrenérgicos.
Dipirona
PF
Comprimidos 500 mg (Genéricos, Anador®, Doril®, Magnopyrol®, Novalgina®).
Comprimidos 1000 mg (Atroveram® DIP, Lisador®Dip, Novalgina®).
Comprimidos efervescente 1000 mg (Novalgina®).
Solução oral gotas 500 mg/mL (Anador®, Atroveram® DIP, Dipimed®, Dorfebril®, Magnopyrol®, Genéricos).
Solução oral 50 mg/mL (Novalgina®, Genéricos).
PO Adultos: comprimidos de 500 a 1.000 mg por dose até 4 vezes ao dia. Gotas 20 a 40 gotas por dose até 4vezes ao dia. Crianças: 10 a 15 mg/kg/dose até 4 vezes ao dia.
OF Deve ser administrado com água.
CI
Não deve ser usada em crianças menores de 3 meses ou pesando menos de 5 kg pelo risco de disfunção
renal. Pacientes com alergia à dipirona sódica. Pacientes com desenvolvimento anterior de broncoespasmo.
Em pacientes idosos e pacientes debilitados deve-se considerar a possibilidade de desenvolvimento de
insuficiência hepática e renal. Categoria de risco na gravidez: D. Contraindicado na lactação, nefrites crônicas,
discrasias sanguíneas e deficiência de G6PD.
RA
Efeitos adversos frequentes incluem náuseas, vômitos, diarreia e hipotensão transitória. De forma menos
frequente pode causar reações anafiláticas, anemia aplástica, agranulocitose, pancitopenia, leucopenia e
trombocitopenia.
IM
A dipirona pode causar redução dos níveis plasmáticos de ciclosporina. Metotrexato: aumenta a
hematotoxicidade do metotrexato particularmente em pacientes idosos. Diminui efeito dos barbitúricos.
Clorpromazina causa hipotermia grave.
Dipirona + Butilbrometo de Escopolamina
PF
Drágeas contendo butilbrometo de escopolamina 10 mg + Dipirona 250 mg (Algexin composto®).
Comprimidos revestidos contendo butilbrometo de escopolamina 10 mg + Dipirona 250 mg (Binospan
Composto®, Buscopan composto®, Belspan®, Neocopan compost®).
Solução oral gotas contendo butilbrometo de escopolamina de 6,67 mg/mL + Dipirona 333,4 mg/mL (Algexin
composto®, Atrovex®, Belspan®, Buscoplex composto®, Buscoveran composto®, Neocopan compost®).
MEDICAMENTOS ISENTOS DE PRESCRIÇÃO MÉDICA
PO
Drágeas e comprimidos revestidos: adultos tomar de 1 a 2 doses, 3 a 4 vezes ao dia.
Solução oral gotas: adultos, 20 a 40 gotas, 3 a 4 vezes ao dia. Crianças acima de 6 anos 10 a 20 gotas, 3 a 4
vezes ao dia.
OF Não deve ser usado por períodos prolongados.
CI
Hipersensibilidade prévia a pirazolonas ou pirazolidinas ou ao butilbrometo de escopolamina. Glaucoma,
hipertrofia da próstata, retenção urinária, estenose mecânica do trato gastrintestinal, taquicardia, megacólon e
miastenia. Comprometimento da função da medula óssea ou doenças do sistema hematopoiético. Deficiência
genética de glicose-6-fosfato-desidrogenase. Totalmente contraindicado no terceiro trimestre de gravidez e na
amamentação. Categoria de risco D na gravidez.
RA Reações comuns: hipotensão, tontura, boca seca. Reações incomuns: agranulocitose, leucopenia e reaçõescutâneas. Reações raras: hipersensibilidade, reações anafiláticas, dispneia, choque anafilático, rash, eritema.
IM
Metotrexato: aumenta a toxicidade sanguínea do metotrexato particularmente em pacientes idosos.
Clorpromazina: pode causar hipotermia grave. Ácido acetilsalicílico: Dipirona pode reduzir o efeito
antiplaquetário do ácido acetilsalicílico. Bupropiona: A dipirona pode reduzir os níveis de bupropiona no
sangue. Substâncias beta-adrenérgicos: pode aumentar a ação taquicárdica dos agentes beta-adrenérgicos.
Dipirona + Cloridrato de Adifenina + Cloridrato de Prometazina
PF
Comprimidos contendo dipirona 500 mg + prometazina 5 mg + Adifenina 10 mg (Dorilen®, Lisador®).
Solução oral gotas contendo dipirona 500 mg/1,5 mL + prometazina 5 mg/1,5 mL + Adifenina 10 mg/1,5 mL
(Dorilen®).
PO
Adultos: 1 comprimido ou 30 a 60 gotas, em intervalos mínimos de 6 horas. Dose máxima diária recomendada:
8 comprimidos ao dia.
Crianças acima de 2 anos: 8 a 16 gotas. O intervalo mínimo entre as doses deve ser de 6 horas. Dose máxima
diária recomendada 70 gotas/dia.
OF
Tomar os comprimidos, em intervalos mínimos de 6 horas, com um pouco de água e sem mastigar. Não deve
ser administrado em altas doses ou por períodos prolongados, sem acompanhamento médico. Durante o
tratamento, o paciente não deve dirigir veículos ou operar máquinas, pois sua habilidade e atenção podem
estar prejudicadas. A ingestão concomitante com álcool compromete as habilidades motoras. Esse
medicamento não é de uso contínuo. Se após 3 dias de uso, persistirem os sintomas, deve ser procurada
orientação médica.
CI
Solução oral contraindicada em crianças com menos de 2 anos de idade, e em comprimido é contraindicado
para menores de 12 anos. Contraindicado no caso de problemas renais, hipertensão, lesões hepáticas graves,
úlcera gastroduodenal, discrasias sanguíneas, púrpura trombocitopenica, doenças cardíacas e nos vasos
sanguíneos. Categoria de riscoC na gravidez.
RA
Perda de apetite, náuseas, desconforto epigástrico, constipação ou diarreia, boca seca, tosse, retenção
urinária, disúria, azia, febre, vermelhidão cutânea, glaucoma, paralisia da pupila do globo ocular, dores de
cabeça, pele seca e hipotensão. Reações de sonolência, dificuldades motoras, tontura, zumbido no ouvido,
cansaço, falta de coordenação, fadiga, visão borrada, visão dupla, nervosismo, insônia e tremores. Algumas
vezes a urina com pH ácido pode apresentar coloração avermelhada. Este fato pode ser decorrente da
presença do ácido ribossômico, metabólito presente em baixa concentração, evento sem significado clínico
toxicológico.
IM
A dipirona pode causar redução dos níveis plasmáticos de ciclosporina; aumenta a hematotoxicidade do
metotrexato, particularmente em idosos; com a clorpromazina pode causar hipotermia grave; reações
hipertensivas graves com inibidores da monoaminoxidase (IMAOs). A dipirona aumenta a ação de anti-
inflamatórios não hormonais (naproxeno, cetoprofeno, ibuprofeno, piroxicam, tenoxicam, meloxicam,
diclofenaco, aceclofenaco, sulindac, nimesulida, fentiazac e ácido acetilsalicílico) e de anticoagulantes
(varfarina e a fenindiona). Prometazina pode aumentar a ação de: fenobarbital, morfina, codeína,
hidroxicodona, fentanil, tramadol, metadona, clonidina, clordiazepóxido, diazepam, clonazepam,
antidepressivos tricíclicos e lítio.
MEDICAMENTOS ISENTOS DE PRESCRIÇÃO MÉDICA
Dipirona + Cloridrato de Isometepteno + Cafeína
PF
Drágeas contendo dipirona 300 mg + mucato de isometepteno 30 mg + cafeína 30 mg (Doralgina®,
Neosaldina®, Neosaldor ®, Sedol®, Tensaldin ®).
Comprimidos revestidos contendo dipirona 300 mg + mucato de isometepteno 30 mg + cafeína 30 mg
(Neralgyn®, Sedamed®).
Solução oral gotas de 300 mg/mL de dipirona + 50 mg/mL de cloridrato de isometepteno + 30 mg/mL de
cafeína (Neosaldina®, Sedol®).
PO
Adultos e maiores de 12 anos: tomar de 1 a 2 drágeas ou comprimidos, a cada 6 horas.
Gotas: crianças 9-15 kg (1-3 anos), 8 a 14 gotas. Crianças 16-21 kg (4-6 anos), 15 a 18 gotas. Crianças 22-28
kg (7-9 anos), 20 a 27 gotas. Crianças 29-40 kg (10-12 anos), 29 a 36 gotas. Crianças 40-50 kg (13-14 anos),
38 a 45 gotas. Para mais de 15 anos e adultos, 30 a 60 gotas.
Não ultrapassar 4 tomadas diárias e respeitar o mínimo de 6 horas entre as doses.
OF
O aparecimento de uma coloração vermelha na urina significa a eliminação do ácido rubazônico, um metabólito
inócuo da dipirona. Pode interferir no sono, devido à presença de cafeína. Não deve ser utilizada
concomitantemente com álcool.
CI
A solução oral é contraindicada para menores de 1 ano de idade. Cuidado com hipertensos, devido à ação
vasoconstritora do isometepteno, e é totalmente contraindicada nas crises hipertensivas. Categoria C de risco
na gravidez.
RA
Reações comuns: hipersensibilidade na pele, nas mucosas dos olhos e das cavidades nasofaríngea. Reações
raras: sob uso prolongado, pode causar trombocitopenia, pancitopenia, agranulocitose, anemia,
metaemoglobinemia e aplasia medular.
IM
A dipirona pode causar redução dos níveis plasmáticos de ciclosporina; aumenta a hematotoxicidade do
metotrexato, particularmente em idosos; com a clorpromazina pode causar hipotermia grave; reações
hipertensivas graves com inibidores da monoaminoxidase (IMAOs). A cafeína pode reduzir a ação sedativa dos
benzodiazepínicos. A dipirona aumenta a ação de anti-inflamatórios não hormonais (naproxeno, cetoprofeno,
ibuprofeno, piroxicam, tenoxicam, meloxicam, diclofenaco, aceclofenaco, sulindac, nimesulida, fentiazac e
ácido acetilsalicílico), anticoagulantes (varfarina e a fenindiona).
Dipirona + Cloridrato de Papaverina + Atropa belladonna L.
PF Comprimidos contendo cloridrato de papaverina 30 mg + dipirona 250 mg+ extrato fluido de Atropa belladonaLinné 0,03 mL (Atroveram composto®).
PO Tomar 2 a 3 comprimidos por vez, de acordo com a necessidade. Dosagem máxima: 8 comprimidos por dia.
OF Durante o tratamento, recomenda-se evitar a ingestão de bebidas alcoólicas.
CI
Contraindicado para pacientes portadores de glaucoma de ângulo agudo, retenção urinária, hipertrofia
prostática, com asma, infecções respiratórias crônicas e distúrbios hematopoiéticos. Deve ser evitado nos
primeiros três meses e nas últimas seis semanas da gestação.
RA
Em doses acima das recomendadas, o produto poderá ocasionar náuseas, taquicardia, tonteira e congestão
facial. A papaverina frequentemente causa elevação da fosfatase alcalina no plasma, indicativo da
hepatotoxicidade. A dipirona pode provocar reações de hipersensibilidade, sendo as mais graves: choques e
discrasias sanguíneas.
IM
A dipirona aumenta a ação de anti-inflamatórios não hormonais (naproxeno, cetoprofeno, ibuprofeno,
piroxicam, tenoxicam, meloxicam, diclofenaco, aceclofenaco, sulindac, nimesulida, fentiazac e ácido
acetilsalicílico), anticoagulantes (varfarina e a fenindiona). A dipirona pode causar redução dos níveis
plasmáticos de ciclosporina; aumenta a hematotoxicidade do metotrexato, particularmente em idosos; com a
clorpromazina pode causar hipotermia grave; reações hipertensivas graves com inibidores da
monoaminoxidase (IMAOs).
Ibuprofeno
MEDICAMENTOS ISENTOS DE PRESCRIÇÃO MÉDICA
PF
Comprimidos revestidos de 200 mg (Advil®) e 400 mg (Alivium®).
Cápsulas gelatinosas moles 400 mg (Advil®, Alivium®, Capsfen®).
Suspensão oral gotas 30 mg/mL (Alivium®).
Suspensão gotas 50 mg/mL e 100 mg/mL (Alivium®, Algy-Flanderil®, Vantil®, Genérico).
PO
Comprimidos 200 mg: adultos e crianças acima de 12 anos, a dose recomendada é 1 ou 2 comprimidos,
repetida 3 a 4 vezes ao dia, com intervalo mínimo de 4 horas.
Comprimidos e cápsulas 400 mg: dose recomendada é 1 comprimido (ou cápsula) a cada 4 a 6 horas. A dose
diária não deve exceder 2.400 mg/dia em doses divididas (400 mg a cada 4 horas).
Suspensão oral 30 mg/mL: Adultos a dose 7 mL, repetida a cada 6 horas. Suspensão 30 mg/mL vem
acompanhado de uma seringa dosadora.
Suspensão Gotas 50 mg/mL: crianças com mais de 6 meses, pode variar de 1 a 2 gotas/kg de peso, em
intervalos de 6 a 8 horas, não excedendo 40 gotas por dose (200 mg). Adultos: 40 gotas (200 mg) a 80 gotas
(400 mg), repetida a cada 6 horas.
Suspensão Gotas 100 mg/mL: para crianças com mais de 6 meses, é de 1 gota/kg de peso, em intervalos de 6
a 8 horas, não excedendo 20 gotas por dose. Pacientes pediátricos com mais de 30 kg não devem exceder a
dose máxima de 20 gotas (200 mg) por dose. Adultos: a posologia pode variar de 20 gotas (200 mg) a 40 gotas
(400 mg), no máximo 4 vezes por dia.
OF
Permitida ingestão com alimentos. O início de ação ocorre de 15 a 30 minutos após sua administração oral e
permanece por 4 a 6 horas. Não exceder 4 doses ao dia. Crianças menores de 2 anos, gestantes e idosos não
devem usar sem acompanhamento médico. Os comprimidos revestidos possuem uma fina camada que facilita
a deglutição, e devem ser ingeridos inteiros com um pouco de líquido.
CI
Contraindicado a pacientes com úlcera gastroduodenal, sangramento gastrintestinal, insuficiência renal,
insuficiência hepática grave e insuficiência cardíaca grave. Esse medicamento é contraindicado para menores
de 6 meses. Primeiro e segundo trimestre de gravidez: Categoria de risco C. Terceiro trimestre de gravidez:
Categoria de risco D.
RA Os efeitos adversos incluem tontura, náuseas, epigastralgia, rash cutâneo, raramente pode ocorrer diarreia,retenção urinária, cefaleia, flatulência e anorexia.
IM
O uso de ibuprofeno concomitantemente com corticosteroides aumenta o risco de úlcera gástrica e com
inibidores seletivos de recaptação da serotonina (ISRS) aumenta o risco de sangramento gastrintestinal.
Diminui o efeito diurético de furosemida e diuréticos tiazídicos.
Paracetamol + Butilbrometo de Escopolamina
PF Comprimido revestido contendo paracetamol 500 mg + butilbrometo de escopolamina 10 mg (Buscoduo®,Espaslit® Duo).
PO Adultos: a dose é de 1 a 2 comprimidos, 3 vezes ao dia. A dose diária não deve ultrapassar 6 comprimidos.
OF Não usar por mais de 3 dias.
CI Não utilizarse o paciente tiver miastenia, megacólon, insuficiência hepática, estenose mecânica no tratogastrintestinal, Íleo paralítico ou obstrutivo. Categoria de risco C na gravidez.
RA
Reações incomuns: sudorese anormal, prurido, reação cutânea, náusea, boca seca. Reações raras: eritema,
diminuição da pressão arterial incluindo choque, taquicardia. Reações com frequência desconhecida:
pancitopenia, agranulocitose, trombocitopenia, leucopenia, reação anafilática, erupção cutânea, dispneia,
hipersensibilidade, edema angioneurótico, urticária, rash, exantema, broncoespasmo, aumento de
transaminases e retenção urinária.
IM
Barbitúricos, carbamazepina, hidantoína, rifampicina, sulfimpirazona e álcool: hepatotoxicidade aumentada.
Aumenta toxicidade do cloranfenicol. O efeito de alguns medicamentos pode ser intensificado, tais como:
amitriptilina, imipramina, nortriptilina, mirtazapina, mianserina, antialérgicos (prometazina, dexclorfeniramina,
hidroxizina), antipsicóticos (clorpromazina, flufenazina, haloperidol), quinidina, amantadina, disopiramida,
metoclopramida e anticoagulantes.
PF: prescrição farmacêutica; PO: posologia e modo de usar; OF: orientações farmacêuticas; CI:
contraindicações e/ou precauções; RA: reações adversas ao medicamento; IM: interações
medicamentosas.
Fonte: elaborado a partir da bibliografia refenciada
Referências
AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Bulário de medicamentos. Disponível
em: http://www.anvisa.gov.br. Acesso em: 14 out. 2019.
ALVES, T. P. et al. Dismenorreia: diagnóstico e tratamento. Revista Científica da
Faculdade de Educação e Meio Ambiente, v. 7, p. 1-12, 2016.
ARAÚJO, I. M.; LEITÃO, T. C.; VENTURA, P. L. Estudo comparativo da eficiência do calor e
frio no tratamento da dismenorreia primária. Revista Dor, v. 11, p. 218-221, 2010.
Disponível em: http://files.bvs.br/upload/S/1806-0013/2010/v11n3/a1465.pdf. Acesso em: 18
out. 2019.
CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Guia de prática clínica: sinais e sintomas do
aparelho genital feminino: dismenorreia. Brasília: CFF, 2017. 218 p. Disponível em:
http://www.cff.org.br/userfiles/file/Profar-vol2-Dismenorreia-FINAL-TELA%20001.pdf. Acesso
em: 13 out. 2019.
FRARE, J. C.; TOMADON, A.; SILVA, J. R. Prevalência da dismenorreia e seu efeito na
qualidade de vida entre mulheres jovens. Revista Brasileira de Ciências da Saúde, v. 39,
p. 15-20, 2014.
MARTINS, M. A. et al. Clínica Médica: dos Sinais e Sintomas ao Diagnóstico e Tratamento.
Barueri: Manole, 2007.
PEDROSO, E. R. P.; OLIVEIRA, R. G. Blackbook de Clínica Médica. 2. ed. Belo
Horizonte: Blackbook, 2014.
PINHO, L. E. et al. Terapia manual no tratamento da dismenorreia primária: revisão
sistemática. Revista Pesquisa em Fisioterapia, v. 7, p. 224-232, 2017. Disponível em:
http://dx.doi.org/10.17267/2238-2704rpf.v7i2.1327. Acesso em: 13 out. 2019.
QUINTANA, L. M. et al. Influência do nível de atividade física na dismenorreia. Revista
Brasileira de Atividade Física & Saúde, v. 15, p. 101-105, 2010. Disponível em:
https://doi.org/10.12820/rbafs.v.15n2p101-104. Acesso em: 13 out. 2019.
RODRIGUES, A.C. et al., Dismenorreia em adolescentes e jovens adultas. Acta Médica
Portuguesa, v. 24, p. 383-392, 2011. Disponível em: http://files.bvs.br/upload/S/1806-
0013/2010/v11n3/a1465.pdf. Acesso em: 18 out. 2019.
CAPÍTULO 16
CONSTIPAÇÃO
Carine Viana
SINAIS E SINTOMAS
Obstipação intestinal ou constipação intestinal é uma síndrome composta por sintomas
intestinais decorrentes não somente da redução do número de evacuações (menos de três
por semana), mas também pela sensação de evacuação insatisfatória e incompleta, esforço
evacuatório excessivo, dificuldade na passagem das fezes pelo canal anal, presença de
fezes ressecadas ou necessidade de auxílio manual para evacuação.
Alguns fatores que podem causar constipação são:
Baixo consumo de fibras.
Baixo consumo de líquidos.
Falta de exercícios físicos.
Ignorar a vontade de ir ao banheiro.
Estresse e ansiedade.
Mudança na rotina, como viagens.
Fissura anal.
Obstrução intestinal.
Estreitamento do cólon (estenose do intestino).
Tumores na região abdominal que pressionam o cólon.
Câncer de cólon ou câncer retal.
A constipação pode ser associada ao uso de medicamentos como:
Agentes antidiarreicos
Anti-inflamatórios não esteroides
Antiácidos contendo alumínio e cálcio
Antidepressivos
Antidepressivos tricíclicos
Antiepilépticos
Antiespasmódicos
Anti-histamínicos
Antipsicóticos
Bloqueadores dos canais de cálcio
Diuréticos
Inibidores da monoamino-oxidase
Medicamentos antiparkinsonianos
Opiáceos
Simpatomiméticos
Suplementos de cálcio e de ferro
AVALIAÇÃO FARMACÊUTICA
O farmacêutico no atendimento dos pacientes com constipação deve procurar identificar
sintomas de alarme e a possível causa.
Atentar para os relatos de:
Distensão abdominal, dor, desconforto.
Natureza das fezes.
Movimentos intestinais.
Esforço defecatório prolongado ou excessivo.
Defecação insatisfatória.
Uso de laxantes, frequência e dosagem.
Condições atuais e histórico médico.
Estilo de vida do paciente, fibra na dieta e ingestão de líquidos.
Solicitar ao paciente diário com registro dos movimentos intestinais durante uma semana. A
Escala Bristol da Forma das Fezes é uma classificação visual que pode ser utilizada como
ajuda para o paciente relatar a consistência das fezes.
ENCAMINHAMENTO MÉDICO
O encaminhamento ao médico deve ser realizado obrigatoriamente em caso de gestação,
amamentação e crianças menores de 2 anos. Sintomas e situações em que o
encaminhamento ao médico também deve ser realizado:
Constipação de recente instalação
Sangramento retal
Prolapso retal
Emagrecimento sem explicação
Alteração no calibre das fezes
Anemia ferropênica
Sintomas obstrutivos
Pacientes maiores de 50 anos não submetidos a triagem prévia para câncer de
cólon.
Na constipação crônica severa ou na presença dos sintomas de alarme, o médico vai
solicitar exames auxiliares para diagnóstico, como imagenologia, endoscopia, testes
funcionais e laboratoriais.
TRATAMENTO
O gerenciamento da constipação pode incluir mudanças na dieta, estilo de vida,
medicamentos e até mesmo técnicas comportamentais.
A constipação intestinal ou prisão de ventre é uma doença provocada principalmente pelo
consumo insuficiente de fibras. Um adulto necessita ingerir em média 25 g de fibras e 2
litros de água ao dia. A ingesta inadequada de água e fibra, juntamente à falta de atividade
física, provoca a chamada constipação funcional. A água e as fibras ajudam na formação do
bolo fecal, a atividade física estimula a musculatura intestinal.
Assim, entre as alternativas de tratamento não farmacológico, está aumentar a quantidade
de fibras ingeridas. O processamento dos alimentos acaba retirando fibras e alguns
nutrientes do alimento. Os alimentos in natura, como frutas, legumes e verduras, são ótimas
fontes de fibras. Além disso, cereais integrais, como arroz integral, centeio, aveia, sementes
de linhaça, farelo de aveia e trigo, também podem ser incluídos na dieta.
Suplementos contendo fibras alimentares são desenvolvidos para compensar as
deficiências diárias de fibra na alimentação. Exemplos: Agar-Agar, Goma guar, Plantago
ovata, dextrina resistente de trigo, Psyllium e Testa triticum.
Os medicamentos laxativos são úteis no início do tratamento da constipação quando existe
grande volume de fezes e o paciente evacua somente uma parte desse conteúdo. Os
laxantes devem ser usados até alcançar uma ou duas dejeções amolecidas. Após, o
tratamento deve ser continuado com uma dieta rica em fibras.
O uso crônico de laxantes é um hábito frequente que deve ser evitado e combatido com
orientação adequada aos pacientes.
Os laxantes podem ser classificados em: (I) Emolientes ou lubrificantes; (II) Formadores de
massa e coloides hidrófilos; (III) Osmóticos ou salinos; (IV) Estimulantes ou irritantes. O
Quadro 15.1 mostra o modo de ação de cada grupo com exemplos de fármacos usados na
terapêutica da constipação.
A terapêutica com medicamentos isentos de prescrição pode ser realizada pelo
farmacêutico em casos de constipaçãode trânsito normal não complicada e sem sintomas
de alarme. Em casos de constipação resistente ao tratamento, deverá ser encaminhado ao
médico especialista para identificar a causa e prescrever a terapia adequada ao caso.
Sequência preconizada de conduta
1. Suplementos com fibra ou outros agentes formadores de volume, juntamente ao aumento da ingestão de
líquidos.
2. O próximo passo é acrescentar laxantes osmóticos como a lactulose, o polietilenoglicol ou sais de
magnésio.
3. O terceiro passo inclui laxantes estimulantes como o bisacodil ou picossulfato de sódio.
4. Ajustar a medicação conforme resposta.
Em idosos a prescrição farmacêutica deve ser realizada com cautela, pois nessa população
os efeitos adversos de vários fármacos são exacerbados. Suplementos de fibra e os
laxantes osmóticos constituem um manejo adequado para a constipação nesses pacientes.
A Figura 16.1 resume o manejo farmacêutico racional de pacientes com constipação.
Quadro 16.1 mostra a classificação dos laxantes, modo de ação de cada grupo e exemplos
de fármacos usados na terapêutica da constipação. Quadro 16.2 apresenta os principais
medicamentos isentos de prescrição para o tratamento da constipação.
PRECAUÇÕES
Laxativos não devem ser utilizados com outros fármacos simultaneamente, pois
podem diminuir ou mesmo anular a absorção de outros medicamentos. A
recomendação geral é que qualquer medicamento de uso oral deve ser administrado
no mínimo duas horas após o uso do laxante.
O uso frequente ou prolongado de laxativos pode levar à dependência dessa
medicação e à perda da função intestinal normal, assim como à diarreia.
Nos três primeiros meses da gestação e na lactação, evitar qualquer substância sem
prescrição médica.
Na gravidez não devem ser prescritos laxantes estimulantes.
Em gestantes são usadas doses moderadas de laxativos pouco absorvíveis, caso a
dieta e os hábitos diários não sejam o suficiente.
A terapêutica de constipação intestinal em crianças deve ser prescrita pelo médico
pediatra.
Laxantes não são indicados em casos de dores abdominais, estomacais, náuseas ou
vômitos.
Figura 16.1 - Manejo farmacêutico de pacientes com constipação
Fonte: autora
Quadro 16.1 - Classificação dos laxantes, modo de ação de cada grupo e exemplos de fármacos
usados na terapêutica da constipação
Classificação Modo de ação Exemplos
Emolientes
ou
lubrificantes
Lubrificam e amolecem as fezes, impedindo a sua dessecação. Óleo mineral e
o docusato de
sódio.
Formadores
de massa e
coloides
hidrófilos
Agentes indigeríveis com propriedades hidrófilas que promovem amolecimento
das fezes e aumentam seu volume, com consequente distensão das fibras
musculares intestinais, induzindo relaxamento e aumentando a motilidade
intestinal, o que resulta em efeito laxativo. Utilizados no tratamento da
constipação crônica, síndrome do intestino irritável, diverticulose e constipação
durante a gravidez, convalescença e senilidade.
Policarbofila
cálcica.
Osmóticos
ou salinos
Atividade osmótica no lúmen intestinal atraindo água para essa região. Assim,
ocorre distensão das fibras musculares intestinais que por reflexo aumenta o
peristaltismo, gerando efeito laxante.
Polietilenoglicol,
sais de
magnésio, sais
de sódio,
lactulose,
glicerina e
sorbitol.
Estimulantes
ou irritantes
Promovem a irritação da mucosa intestinal ou inibem a absorção de água,
eletrólitos e nutrientes, ou ainda, estimulam os plexos nervosos intramurais,
aumentando a motilidade intestinal provocando o efeito laxante.
Bisacodil,
picossulfato de
sódio, óleo de
rícino e extratos
vegetais ricos
em
antraquinonas.
Quadro 16.2 - Principais medicamentos isentos de prescrição para o tratamento da constipação
MEDICAMENTOS ISENTOS DE PRESCRIÇÃO MÉDICA
Bisacodil
PF Drágeas e comprimidos revestidos de 5 mg (Bisalax ®, Ducodil®, Dulcolax®, Lacto Purga®, Plesonax®).
PO Via oral, 5-10 mg à noite, aumentar até 20 mg se necessário. Via retal, 10 mg pela manhã.
OF Este medicamento não deve ser partido ou mastigado.
CI Obstrução intestinal, condições cirúrgicas abdominais agudas, inflamação intestinal aguda, desidrataçãosevera e síndrome do intestino irritável. Categoria de risco B na gravidez.
RA Cólicas abdominais, diarreia, hipocalemia, irritação e queimação retal. Pode provar hipocalcemia e acidosemetabólica.
MEDICAMENTOS ISENTOS DE PRESCRIÇÃO MÉDICA
IM O uso concomitante de diuréticos ou adrenocorticosteroides pode aumentar o risco de desequilíbrio eletrolítico.O desequilíbrio eletrolítico pode aumentar a sensibilidade aos glicosídeos cardíacos (digoxina).
Docusato de sódio + Bisacodil
F Comprimido revestido: Docusato de sódio 60 mg + Bisacodil 5mg (Humectol D®).
PO Adultos: tomar 1 ou 2 comprimidos revestidos, ao deitar.Dose máxima diária recomendada: 2 comprimidos ao dia.
OF
Não mais do que durante alguns dias ou 1 semana, salvo prescrição médica diferente. Não pode ser
mastigado. Não deve ser administrado concomitantemente com diuréticos, antiácidos ou acompanhado de
leite, apenas 1 hora antes ou depois.
CI
Contraindicado em casos de dores abdominais, náuseas, vômitos, ou quaisquer sintomas de apendicite,
abdômen agudo, impacção fecal, obstrução intestinal, perfuração intestinal, hepatite aguda. Pode passar para
o leite materno.
RA Cólicas abdominais, diarreia, hipocalemia, náuseas, vômitos e dispepsia.
IM
Pode aumentar a perda de potássio causada por outros medicamentos. O uso concomitante de diuréticos ou
adrenocorticosteroides pode aumentar o risco de desequilíbrio eletrolítico. O desequilíbrio eletrolítico pode
aumentar a sensibilidade aos glicosídeos cardíacos (digoxina).
Fosfatos
PF Enema: fosfato de sódio 6% e ácido fosfórico 16% (Fleet
® Enema, Phosfoenema®).
Enema: fosfato de sódio 22% (Enemaplex® e Travad®).
PO
Utilizar via retal, em dose única. Aplicação: deitar, retirar a capa protetora da cânula retal e inseri-la
suavemente no reto, como se a ponta fosse em direção ao umbigo. Comprimir o frasco para o líquido ser
expelido. Não é preciso esvaziar completamente o frasco pois ele contém uma quantidade acima do
necessário. Após a aplicação a posição deve ser mantida até sentir forte vontade de evacuar (geralmente
dentro de 2 a 5 minutos).
OF
O paciente deve ser orientado a manter hidratação adequada e deve assegurar que o conteúdo do intestino
seja evacuado após a administração deste medicamento. Seu uso repetido em intervalos curtos deve ser
evitado.
CI
Casos de apendicite, colite ulcerativa, insuficiência hepática ou renal, insuficiência cardíaca congestiva,
hipertensão arterial, obstrução intestinal. Contraindicado em menores de 12 anos de idade. Em paciente
desidratado ou debilitado, o volume da solução administrada deve ser cuidadosamente determinado por tratar-
se de uma solução hipertônica, seu uso pode levar ao agravamento dessa condição. Categoria de risco C na
gravidez.
RA Reações de hipersensibilidade (alérgicas) podem ocorrer em indivíduos suscetíveis. O uso prolongado doproduto pode ocasionar um desequilíbrio eletrolítico dos níveis de fosfato, potássio e cálcio.
IM Pode ocorrer diminuição da absorção gastrintestinal de alimentos e outros medicamentos devido ao aumentoperistáltico e diarreia induzida pelo agente purgativo.
Glicerol
PF
Supositório lactente de glicerol contendo: 0,828 g (Glicerin®); 0,831 g (Glicel®). Supositório pediátrico de
glicerol contendo: 1,10 g (Glycelax®); 1,44 g (Pfizer Supositório de Glicerina®); 1,37 g (Glycelax® Pediátrico;
Glicelivy® Infantil). Supositório adulto de glicerol contendo: 1,651 g (Glycelax®); 2,254 g (Glicel®); 2,28 g
(Glycelax®); 2,392 g (Glicerin®); 2,68 g (Pfizer Supositório de Glicerina®).
MEDICAMENTOS ISENTOS DE PRESCRIÇÃO MÉDICA
PO
Utilizar um supositório ao dia, umidificado com água, quando necessário. O supositório pediátrico é mais
delgado e comprido, possuindo formato anatômico especial para uso infantil. O efeito desejado de evacuação
das fezes retidas com a constipação intestinal é alcançado poucos minutos após a introdução do supositório no
reto. Pode-se deixar o supositórioatuar por 15 a 30 minutos. Não é necessário que o produto se dissolva
completamente para que produza o efeito desejado.
OF
O supositório pode ser umedecido com água antes da inserção, para reduzir a tendência inicial da base de
retirar água das mucosas, irritando os tecidos. Orientar o paciente a interromper o tratamento e consultar um
médico nos seguintes casos: aparecimento de sangue nas fezes, irritação retal, dor ou se não houver melhoras
nos hábitos intestinais. O tratamento não deve exceder uma semana.
CI
A glicerina dever ser utilizada com precaução por pacientes com risco de hipervolemia, insuficiência cardíaca
ou distúrbio renal. Pacientes com doenças graves somente deverão utilizar enema de glicerina sob rigoroso
controle médico. Gravidez: categoria de risco C.
RA
Glicerol é praticamente atóxico e geralmente apresenta boa tolerabilidade. Raramente ocorrem reações
adversas como cólicas intestinais, irritação retal, tonturas, vômitos e sede. Podem ocorrer desconforto retal,
aumento do fluxo sanguíneo retal e irritação local.
IM O uso crônico de laxantes hiperosmóticos pode diminuir a ação de suplementos de potássio e de diuréticospoupadores de potássio, promovendo a redução do potássio sanguíneo.
Hidróxido de Magnésio
PF Suspensão contendo a cada 15 mL hidróxido de magnésio 1282,50 mg (Leite de Magnésia Phillips® Original).
Suspensão contendo a cada 15 mL hidróxido de magnésio 1214,25 mg (Leite de Magnésia de Phillips®
Hortelã).
PO Como laxante para adultos e crianças de 12 anos ou mais: 2 a 4 colheres de sopa (30 a 60 mL) ao dia. Para
crianças de 6 a 11 anos: 1 a 2 colheres de sopa (15 a 30 mL) 1 vez ao dia. Para crianças de 2 a 5 anos: 1
colher de chá a 1 colher de sopa (5 a 15 mL) 1 vez ao dia.
OF Período máximo de uso: 3 dias consecutivos. O hidróxido de magnésio pode interferir localmente na absorção
de outros medicamentos administrados por via oral devido ao aumento do pH gástrico. Isso pode ser evitado
com um intervalo de 2-3 horas entre a administração de medicamentos e essa formulação.
CI Contraindicado em casos de doenças gastrointestinais agudas. Em casos de danos renais, deve-se evitar o
uso ou diminuir dose, pois há risco de toxicidade. Não utilizar em casos de coma hepático. Cuidado com
pacientes idosos e debilitados. Pacientes menores de 2 anos.
RA Hipermagnesemia que pode causar hipotensão e depressão respiratória com risco maior se houver
insuficiência renal, hipofosfatemia e hipocalcemia secundárias. Em caso de dor abdominal persistente, fazer
encaminhamento médico.
IM O hidróxido de magnésio pode aumentar a absorção de ibuprofeno e diminuir a absorção de penicilamina,
bifosfonatos, cetoconazol e tetraciclina.
Lactulose
PF Xarope contendo lactulose 667 mg/mL (Duphalac®, Farlac®, Lactulona®). Sachê de 15 mL contendo lactulose
667 mg/mL (Duphalac®).
PO Crianças de 1 a 5 anos: 5 a 10 mL/dia. Crianças de 6 a 12 anos: 10 a 15 mL/dia. Acima de 12 anos e adultos:
15 a 30 mL/dia. A posologia pode ser ajustada para que se obtenham duas ou três evacuações diariamente.
OF A administração pode ser em uma única tomada pela manhã ou à noite, sozinha ou com alimentos. A náusea
causada pode ser reduzida se administrar junto de água, suco de frutas ou com as refeições.
CI Contraindicado em casos de intolerantes a lactose, galactosemia e obstrução intestinal. Categoria de risco C
na gravidez.
RA Náusea, vômito, flatulência, cólicas e desconforto abdominal.
MEDICAMENTOS ISENTOS DE PRESCRIÇÃO MÉDICA
IM Lactulose pode aumentar o efeito anticoagulante de cumarinas. Alterações de exames laboratoriais: a
administração prolongada ou de doses elevadas de lactulose pode aumentar a concentração plasmática de
glicose e diminuir os níveis séricos de potássio.
Petrolato Líquido (Óleo Mineral)
PF Óleo mineral em frasco com 120 ou 200 mL (Nujol®).
PO Adultos: 1 colher das de sopa à noite e outra no dia seguinte ao despertar. Caso o paciente não obtenha êxito,
deve ser orientado a aumentar a dosagem para 2 colheres à noite e 1 pela manhã.
Crianças maiores de 6 anos: 1-2 mL/kg de peso à noite ou pela manhã.
OF Não é absorvido via oral e não engorda. Não administrar junto a alimentos.
CI Não fazer uso na presença de náuseas, vômitos, dor abdominal a esclarecer, gravidez, dificuldade de
deglutição e em pacientes acamados. Não deve ser utilizado por crianças menores de 6 anos.
RA Dosagem oral excessiva pode resultar em incontinência anal e prurido anal. Pneumonia lipídica pode acontecer
após ingestão oral e consequente aspiração do óleo mineral. Menores de 6 anos, idosos, debilitados e
indivíduos com disfagia são mais sujeitos à aspiração de gotículas de óleo.
IM O uso prolongado pode reduzir a absorção das vitaminas lipossolúveis (A, D, E e K), cálcio, fosfatos e alguns
medicamentos administrados por via oral, como anticoagulantes cumarínicos ou indandiônicos,
anticoncepcionais e glicosídeos cardíacos.
Picossulfato de Sódio
PF Solução oral gotas contendo 7,5 mg/mL (Guttalax®, Diltin®, Rapilax®).
PO Adultos: 10 a 20 gotas (5 a 10 mg) ao dia.
Crianças acima de 10 anos de idade: 10 a 20 gotas da solução oral (5-10 mg) por dia.
Crianças de 4 a 10 anos de idade: 5 a 10 gotas da solução oral (2,5-5 mg) por dia.
Para crianças menores de 4 anos: 0,25 mg por quilograma de peso corpóreo por dia (1 gota da solução contém
0,5 mg de picossulfato de sódio).
OF Deve ser tomado à noite, com água suficiente, para produzir evacuação na manhã seguinte. Efeito começa
após 6 a 10 horas. Não deve ser tomado diariamente, de forma contínua, ou por períodos prolongados sem
investigação da causa da constipação.
CI Contraindicado em casos de obstrução intestinal, inflamação intestinal e pacientes com dor severa ou com
quadros abdominais agudos febris (por exemplo, apendicite) potencialmente associados com episódios de
náuseas e vômitos. Categoria de risco B na gravidez.
RA Náusea, vômito, cólicas abdominais, diarreia e hipocalemia.
IM O uso concomitante em doses excessivas com diuréticos ou adrenocorticosteroides pode aumentar o risco de
perda de substâncias como sódio e potássio. A perda dessas substâncias pela evacuação excessiva pode
aumentar a sensibilidade a medicamentos para o coração.
Picossulfato de Sódio + Óleo Mineral + Agar-Agar
PF Emulsão oral contendo por mL: picossulfato de sódio 0,334 mg + óleo mineral 282,25 mg + agar-agar 2,72 mg
(Agarol®).
PO Uso em adultos e crianças maiores de 12 anos: 1/2 a 2 colheres de sopa (7,5 a 30 mL) ao deitar-se.
OF Não administrar junto a alimentos.
MEDICAMENTOS ISENTOS DE PRESCRIÇÃO MÉDICA
CI Não deve ser utilizado por crianças menores de 12 anos. Contraindicado nos casos de colopatias orgânicas
complementares (enfermidades de Crohn, retocolite ulcerativa), síndrome oclusiva e suboclusiva, síndromes
dolorosas e abdominais sem diagnóstico e a pacientes com quadros abdominais agudos (por ex., obstrução
intestinal). Laxantes são contraindicados em casos de sintomas de apendicite, sangramento retal não
diagnosticado ou no caso de não funcionamento do intestino por apenas 1 ou 2 dias. O óleo mineral não é
recomendado a pacientes com dificuldade de deglutição, debilitados, disfagia, idosos ou pacientes acamados,
uma vez que a aspiração de gotículas pode produzir pneumonia lipídica. Sendo administrado ao deitar, o
paciente não deve estar reclinado, para evitar a aspiração de gotículas de óleo mineral.
RA Pode provocar dores abdominais tipo cólica ou diarreia, especialmente em pacientes com síndrome de cólon
irritável. Pneumonia lipídica pode acontecer após ingestão oral e consequente aspiração do óleo mineral. O
uso prolongado pode reduzir a absorção das vitaminas lipossolúveis (A, D, E e K) cálcio e fosfatos.
IM Apresenta interação com medicamentos antiarrítmicos (tipo quinina), sotalol, amiodarona, vincamina,
digitálicos, fármacos hipocalemiantes (anfotericina B, corticoides e diuréticos hipocalemiantes, isolados ou
associados), anticoagulantes derivados da cumarina e da indanediona, vitaminas lipossolúveis (A, D, E e K) e
contraceptivos orais.

Mais conteúdos dessa disciplina