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Editora Appris Ltda. 1.ª Edição - Copyright© 2020 dos autores Direitos de Edição Reservados à Editora Appris Ltda. Nenhuma parte desta obra poderá ser utilizada indevidamente, sem estar de acordo com a Lei nº 9.610/98. Se incorreções forem encontradas, serão de exclusiva responsabilidade de seus organizadores. Foi realizado o Depósito Legal na Fundação Biblioteca Nacional, de acordo com as Leis nos 10.994, de 14/12/2004, e 12.192, de 14/01/2010. Catalogação na Fonte Elaborado por: Josefina A. S. Guedes Bibliotecária CRB 9/870 S586g 2020 Silva, Carine Viana Guia prático de prescrição farmacêutica / Carine Viana Silva. - 1. ed. – Curitiba: Appris, 2020. 331 p. ; 27 cm – (Multidisciplinaridade em saúde e humanidades) Inclui bibliografias ISBN 978-85-473-4500-6 1. Serviços farmacêuticos. 2. Farmácias, drogarias, etc. – Guias e manuais, etc. I. Título. II. Série. CDD – 361.1782 Livro de acordo com a normalização técnica da ABNT. Editora e Livraria Appris Ltda. Av. Manoel Ribas, 2265 – Mercês Curitiba/PR – CEP: 80810-002 Tel: (41) 3156-4731 | (41) 3030-4570 http://www.editoraappris.com.br/ http://www.editoraappris.com.br/ FICHA TÉCNICA EDITORIAL Augusto V. de A. Coelho Marli Caetano Sara C. de Andrade Coelho COMITÊ EDITORIAL Andréa Barbosa Gouveia - UFPR Edmeire C. Pereira - UFPR Iraneide da Silva - UFC Jacques de Lima Ferreira - UP Marilda Aparecida Behrens - PUCPR EDITORAÇÃO Lucas Andrade ASSESSORIA EDITORIAL Lucas Casarini DIAGRAMAÇÃO Andrezza Libel CAPA Eneo Lage REVISÃO Camila Dias Manoel GERÊNCIA DE FINANÇAS Selma Maria Fernandes do Valle COMUNICAÇÃO Carlos Eduardo Pereira Débora Nazário Karla Pipolo Olegário LIVRARIAS E EVENTOS Estevão Misael CONVERSÃO PARA E-PUB Carlos Eduardo H. Pereira COMITÊ CIENTÍFICO DA COLEÇÃO MULTIDISCIPLINARIDADES EM SAÚDE E HUMANIDADES DIREÇÃO CIENTIFICA Dra. Doutora Márcia Gonçalves - UNITAU CONSULTORES Lilian Dias Bernardo – IFRJ Taiuani Marquine Raymundo - UFPR Janaína Doria Líbano Soares - IFRJ Rubens Reimao – USP Edson Marques – Unioeste Maria Cristina Marcucci Ribeiro – UNIAN-SP Maria Helena Zamora – PUC-Rio Aidecivaldo Fernandes de Jesus – FEPI Zaida Aurora Geraldes – FAMERP Aos meus alunos, que representam o futuro da profissão farmacêutica, para vocês foi realizada esta obra. Aos colegas que se dedicam a proporcionar um cuidado farmacêutico de qualidade ao paciente. Aos meus filhos, Bernardo e Pedro Henrique, que são minha motivação e alegria de viver. Conheça todas as teorias, domine todas as técnicas, mas ao tocar uma alma humana seja apenas outra alma humana (Carl Jung). Prefácio Em uma época de significativas transformações do que representa a profissão farmacêutica no Brasil, em que nossas atividades são crescentemente reconhecidas e regulamentadas para contribuir de forma direta com a qualidade de vida das pessoas, uma publicação como o Guia Prático de Prescrição Farmacêutica constitui obra indispensável para quem atua ou pretende atuar no cuidado em saúde centrado no paciente. Elaborado de forma minuciosa pela farmacêutica e docente Carine Viana Silva, experiente em serviços farmacêuticos e ações que estimulam o comprometimento do paciente, o autocuidado e o nível de adesão ao tratamento, o Guia conta uma linguagem acessível, referências atualizadas e uma notável capacidade de contextualizar aspectos úteis à rotina do farmacêutico prescritor. De modo didático, o livro apresenta conceitos vinculados à prática farmacêutica e elucida pontos vitais relacionados à prescrição, consultório e serviços farmacêuticos, sistematizando legislações e dicas para a conduta do profissional; informações essenciais que também permeiam interações, tratamentos e encaminhamentos, e tornam esta edição bastante completa e de fácil visualização para uma consulta rápida. É preciso considerar que as Resoluções CFF 585 e 586/13 respaldaram o farmacêutico para realizar uma série de atribuições clínicas e prescrever determinados medicamentos e terapêuticas. Segundo as normas, a prescrição deve ser realizada com base nas necessidades de saúde do paciente, nas melhores evidências científicas, em princípios éticos e em conformidade com as políticas de saúde vigentes. O ato deve estar fundamentado em conhecimentos e habilidades clínicas que abranjam boas práticas de prescrição, fisiopatologia, semiologia, comunicação interpessoal, farmacologia clínica e terapêutica. Não há dúvidas de que se trata de uma grande responsabilidade. No entanto, no momento em que o farmacêutico colocar no papel tudo o que diz ao paciente e as diversas orientações referentes aos cuidados de saúde, ele vai se empoderar. Com os encaminhamentos e observações, ele vai inclusive fortalecer a profissão. É um movimento que valoriza a categoria e contribui com a promoção da saúde pública. Diante dos desafios e possibilidades que as atividades clínicas oferecem ao farmacêutico, é fundamental que o profissional busque se capacitar, atualizar-se e ter acesso a fontes seguras de informação. Tais materiais embasarão a tomada de decisão para a adoção de terapias efetivas e racionais, e o livro que você tem em mãos é um exemplo. Mantenha-o sempre por perto e boa leitura! Silvana Furquim Presidente do CRF/RS 2020/21 Apresentação da obra Apresentamos o livro Guia Prático de Prescrição Farmacêutica, que tem a intenção de contribuir com farmacêuticos atuantes em farmácias e drogarias. O livro aborda a prescrição farmacêutica de forma prática e atualizada, para que possa ser utilizado no cotidiano do profissional. O profissional farmacêutico encontrará os principais medicamentos possíveis de serem prescritos de forma organizada, simples e objetiva, possibilitando uma consulta rápida. Salientamos que a área das Ciências Farmacêuticas está em constante evolução científica. Dessa forma, conforme novos conhecimentos são divulgados, poderão ocorrer mudanças nas indicações farmacêuticas, posologias, reações adversas, interações medicamentosas e nas orientações relacionadas aos medicamentos abordados nesta edição. Da mesma forma, o livro está fundamentado nas regulamentações sanitárias e profissionais atuais. As legislações podem ser atualizadas, e o que ora é permitido pode passar a ser proibido para prescrição pelo profissional farmacêutico. Os seis primeiros capítulos versam sobre serviços farmacêuticos, prescrição farmacêutica, semiologia farmacêutica, medicamentos isentos de prescrição, suplementos alimentares e fitoterápicos. A abordagem inicial inclui aspectos conceituais e regulatórios que são fundamentais para o profissional farmacêutico ter segurança na prescrição. Os capítulos seguintes incluem as principais afecções menores do cotidiano farmacêutico e os principais medicamentos passíveis de prescrição farmacêutica usados para: febre, cefaleia, resfriados, tosse, dor de garganta, alergias, azia, dispepsia, náuseas, vômitos, cólicas, constipação, diarreia, verminoses, acne, distúrbios proliferativos da pele, dermatomicoses, ferimentos, queimaduras, cicatrizantes, calos duros, verrugas, dermatite das fraldas, pediculose, escabiose, picada de insetos, mordida de artrópodes, sintomas de hemorroidas, condições oftalmológicas, impactação de cerume, saúde bucal e aftas. Nos dois últimos capítulos são abordados os suplementos vitamínicos, minerais e fitoterápicos mais utilizados na clínica farmacêutica. Salientamos que o farmacêutico prescritor deve ser um profissional informado das limitações éticas relacionadas à prescrição farmacêutica e deve buscar conhecimento atualizado sobre as alternativas terapêuticas relacionadas aos problemas de saúde autolimitados. Carine Viana Lista de abreviaturas AAS Ácido acetilsalicílico °C Graus Celsius AGE Ácidos graxos essenciais AINEs Anti-inflamatórios não esteroidais AMGC Automonitoramento da glicemia capilar Anvisa Agência Nacional de Vigilância Sanitária CBO Classificação Brasileira de Ocupações CFF Conselho Federal de Farmácia CI Contraindicações CMC Carboximetilcelulose CNAE Classificação Nacional de AtividadesEconômicas CNES Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde Concla Comissão Nacional de Classificação CRF Conselho Regional de Farmácia DM Diabetes mellitus DM1 Diabetes mellitus tipo 1 DM2 Diabetes mellitus tipo 2 EAB Efeito do avental branco EAM Efeitos adversos ao medicamento EAR Estomatite aftoide recorrente EDTA Etilenodiamino tetracetato de sódio Gite Grupos e Indicações Terapêuticas Especificadas HbA1c Hemoglobina glicada HPMC Hidroxipropilmetilcelulose HPV Papilomavírus humano IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IDR Ingestão diária recomendada IFAV Insumo farmacêutico ativo vegetal IM Interações medicamentosas IMC Índice de massa corporal IN Instrução normativa IND Indicação de uso Inmetro Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia MIP Medicamentos isentos de prescrição OF Orientações farmacêuticas OMS Organização Mundial da Saúde PA Pressão arterial PAD Pressão arterial diastólica PAS Pressão arterial sistólica PF Prescrição farmacêutica PFE Pico de fluxo expiratório PO Posologia e Modo de usar POPs Procedimentos operacionais padrão RA Reações adversas ao medicamento RDC Resolução da Diretoria Colegiada RE Retinol equivalente Rename Relação nacional de medicamentos essenciais SBD Sociedade Brasileira de Diabetes SUS Sistema Único de Saúde TLR Teste laboratorial remoto TOTG Teste oral de tolerância à glicose Sumário CAPÍTULO 1 SERVIÇOS FARMACÊUTICOS 19 Carine Viana CAPÍTULO 2 PRESCRIÇÃO FARMACÊUTICA 29 Carine Viana CAPÍTULO 3 SEMIOLOGIA FARMACÊUTICA 35 Carine Viana CAPÍTULO 4 MEDICAMENTOS ISENTOS DE PRESCRIÇÃO 53 Carine Viana CAPÍTULO 5 SUPLEMENTOS ALIMENTARES 61 Carine Viana Thaís Ramos Dal Molin CAPÍTULO 6 FITOTERÁPICOS 67 Carine Viana CAPÍTULO 7 FEBRE 75 Carine Viana CAPÍTULO 8 CEFALEIA 85 Carine Viana CAPÍTULO 9 RESFRIADOS 95 Carine Viana CAPÍTULO 10 TOSSE 109 Carine Viana CAPÍTULO 11 DOR DE GARGANTA 119 Carine Viana CAPÍTULO 12 ALERGIAS 127 Carine Viana CAPÍTULO 13 AZIA E DISPEPSIA 139 Carine Viana CAPÍTULO 14 NÁUSEAS E VÔMITOS 147 Carine Viana CAPÍTULO 15 CÓLICAS 151 Carine Viana CAPÍTULO 16 CONSTIPAÇÃO 161 Carine Viana CAPÍTULO 17 DIARREIA 171 Carine Viana CAPÍTULO 18 VERMINOSES 177 Carine Viana CAPÍTULO 19 ACNE 183 Carine Viana Viviane Deuschle CAPÍTULO 20 DISTÚRBIOS PROLIFERATIVOS DA PELE 197 Carine Viana Viviane Deuschle CAPÍTULO 21 MICOSES 205 Carine Viana Viviane Deuschle CAPÍTULO 22 DERMATITE DAS FRALDAS 215 Carine Viana Viviane Deuschle CAPÍTULO 23 FERIMENTOS E QUEIMADURAS 221 Carine Viana Viviane Deuschle CAPÍTULO 24 CICATRIZES 231 Carine Viana Viviane Deuschle CAPÍTULO 25 CALOS DUROS E VERRUGAS 239 Carine Viana Viviane Deuschle CAPÍTULO 26 PEDICULOSE E ESCABIOSE 245 Carine Viana Viviane Deuschle CAPÍTULO 27 PICADA DE INSETOS 251 Carine Viana Viviane Deuschle CAPÍTULO 28 SINTOMAS DE HEMORROIDAS 257 Carine Viana Viviane Deuschle CAPÍTULO 29 CONDIÇÕES OFTÁLMICAS 267 Carine Viana Viviane Deuschle CAPÍTULO 30 IMPACTAÇÃO DE CERUME 279 Carine Viana CAPÍTULO 31 SAÚDE BUCAL 283 Carine Viana CAPÍTULO 32 AFTAS 293 Carine Viana CAPÍTULO 33 SUPLEMENTOS VITAMÍNICOS E MINERAIS 303 Carine Viana Thaís Dal Molin CAPÍTULO 34 PRESCRIÇÃO DE FITOTERÁPICOS 317 Carine Viana Regis Augusto Deuschle ÍNDICE REMISSIVO 327 CAPÍTULO 1 SERVIÇOS FARMACÊUTICOS Carine Viana INTRODUÇÃO O movimento envolvendo a mudança da profissão farmacêutica ao longo dos anos é evidente. A implantação de serviços clínicos farmacêuticos foi iniciada em ambiente hospitalar, posteriormente expandindo para farmácias comunitárias. Somente nos últimos anos, mudanças na regulação propiciaram a implantação de consultórios farmacêuticos autônomos. A necessidade de um cuidado multiprofissional centrado no paciente exige que o farmacêutico busque inserção nas equipes de saúde. Aumentar a atuação farmacêutica no cuidado do paciente mostra para a sociedade e gestores que esse profissional é imprescindível ao sistema de saúde. O farmacêutico tem competência para atuar na promoção, proteção e recuperação da saúde, bem como na prevenção de doenças. Os serviços clínicos farmacêuticos são cada vez reconhecidos e respeitados pelos demais profissionais da saúde e pela sociedade. Entre as conquistas da profissão está a inserção de diversos procedimentos no âmbito do Sistema Único de Saúde brasileiro vinculados ao farmacêutico. A Ciência Farmacêutica está em constante evolução científica, promovendo alterações em protocolos clínicos e nas legislações pertinentes. Esses fatos, aliados às demandas atuais da sociedade, geram um desafio ao farmacêutico pela busca constante de conhecimentos atualizados. Apesar de ser estratégico ao sistema público de saúde, o farmacêutico não alcançou ainda a inserção adequada. Os gestores ainda não entendem que o profissional agrega conhecimento às equipes multiprofissionais e que representa economia financeira ao sistema de saúde. Por capilaridade, a atuação individual de cada profissional pelo uso racional de medicamentos vai nos auxiliar a alcançar o devido reconhecimento da profissão. Entre os desafios atuais está a padronização de termos técnicos entre os profissionais, os conselhos de classe e os órgãos de fiscalização sanitária. Conceitos relativos aos processos de trabalho do profissional farmacêutico devem ser claros e congruentes em todas as regulações emanadas pelos diferentes órgãos competentes. Com base em procedimentos e serviços definidos em todos os níveis, é possível avaliar e comparar de forma efetiva o trabalho do profissional farmacêutico. A valorização e inserção do profissional farmacêutico no sistema de saúde possibilita harmonizar a remuneração pelos serviços farmacêuticos. Atualmente, a principal ferramenta conceitual disponível ao farmacêutico é a publicação do Conselho Federal de Farmácia intitulada Serviços farmacêuticos diretamente destinados ao paciente, à família e à comunidade: contextualização e arcabouço conceitual. Termos conceituais bem definidos auxiliam a comunicação entre colegas farmacêuticos, com os demais profissionais da saúde e com o paciente. O Quadro 1.1 apresenta definições importantes dentro da prática farmacêutica com base em regulamentações vigentes e no Arcabouço Conceitual Publicado pelo CFF (2016). Em momento oportuno, os termos serão citados novamente com vistas à melhor contextualização. Quadro 1.1 - Definições e conceitos vinculados à prática farmacêutica TERMO DEFINIÇÃO TERMO DEFINIÇÃO Anamnese farmacêutica Entrevista realizada para coleta de dados do paciente, com finalidade de conhecer sua história de saúde, elaborar o perfil farmacoterapêutico e identificar suas necessidades de saúde. Assistência farmacêutica Conjunto de ações e serviços relacionados com o medicamento, destinados a apoiar as ações de saúde demandadas por uma comunidade. Envolve o abastecimento de medicamentos em todas as suas etapas, a conservação, o controle de qualidade, segurança, eficácia terapêutica dos medicamentos, o acompanhamento e a avaliação do uso, a obtenção e a difusão de informação sobre medicamentos e a educação permanente dos profissionais de saúde, do paciente e da comunidade para assegurar o uso racional de medicamentos. Atenção farmacêutica Prática farmacêutica desenvolvida no contexto da Assistência Farmacêutica e que envolve atitudes, valores éticos, habilidades, compromissos e corresponsabilidades na prevenção de doenças, promoção e recuperação da saúde, de forma integrada à equipe de saúde. Interação direta do farmacêutico com o usuário, visando a uma farmacoterapia racional e à obtenção de resultados definidos e mensuráveis, voltados para a melhoria da qualidade de vida. Essa interação também deve envolver as concepções dos seus sujeitos, respeitadas as suas especificidades biopsicossociais, sob a ótica da integralidade das ações de saúde. Consulta farmacêutica Atendimento ao paciente com a finalidade de obter os melhores resultados com a farmacoterapia e promover o uso racional de medicamentos. Consultório farmacêutico Local de trabalho para atendimentode pacientes, familiares e cuidadores, onde se realiza com privacidade a consulta farmacêutica. Pode funcionar de modo autônomo ou como dependência de hospitais, ambulatórios, farmácias comunitárias, unidades de atenção à saúde, instituições de longa permanência e demais serviços de saúde, no âmbito público e privado. Cuidado farmacêutico Modelo de prática que orienta a provisão de diferentes serviços farmacêuticos diretamente destinados ao paciente, à família e à comunidade, visando à prevenção e à resolução de problemas da farmacoterapia, ao uso racional e ótimo dos medicamentos, à promoção, à proteção e à recuperação da saúde, bem como à prevenção de doenças e de outros problemas de saúde. Farmácia clínica Área da farmácia voltada à ciência e à prática do uso racional de medicamentos, na qual o farmacêutico presta cuidado ao paciente para otimizar a farmacoterapia, promovendo saúde, bem-estar e prevenindo doenças. Intervenção farmacêutica Ato profissional planejado, documentado e realizado pelo farmacêutico, com a finalidade de otimização da farmacoterapia, promoção, proteção e da recuperação da saúde, prevenção de doenças e de outros problemas de saúde. Prescrição farmacêutica Ato farmacêutico documentado acerca das terapias farmacológicas e não farmacológicas selecionadas para o paciente, bem como outras intervenções relativas ao cuidado à saúde do paciente, visando à promoção, à proteção e à recuperação da saúde, e à prevenção de doenças e outros problemas de saúde. Problema de saúde autolimitado Enfermidade aguda de baixa gravidade, de breve período de latência, que desencadeia uma reação orgânica a qual tende a cursar sem danos ao paciente e que pode ser tratada de forma eficaz e segura com medicamentos e outros produtos com finalidade terapêutica, cuja dispensação não exija prescrição médica, incluindo medicamentos industrializados e preparações magistrais (alopáticos ou dinamizados), plantas medicinais, drogas vegetais ou com medidas não farmacológicas. Procedimentos farmacêuticos Ações realizadas durante a prestação de serviços farmacêuticos, ou fora deles, que visam contribuir para a prevenção de doenças, a promoção e recuperação da saúde, e para o bem-estar das pessoas. Semiologia farmacêutica Estudo dos sinais e sintomas por meio de competências que envolvem a realização do exame clínico, análise de exames laboratoriais e complementares, com o objetivo de identificar as necessidades de saúde do paciente. A semiologia farmacêutica permite avaliar a efetividade e segurança de medicamentos em uso e, ainda, detectar e resolver possíveis problemas relacionados à farmacoterapia. TERMO DEFINIÇÃO Serviços farmacêuticos Conjunto de atividades organizadas em um processo de trabalho, com objetivo de contribuir para prevenção de doenças, promoção, a proteção e recuperação da saúde, e para a melhoria da qualidade de vida das pessoas. Uso racional de medicamentos Processo onde o paciente recebe medicamentos apropriados para suas necessidades clínicas, em doses adequadas às suas características individuais, pelo período de tempo adequado e ao menor custo possível, para si e para a sociedade. Fonte: Política Nacional de Assistência Farmacêutica, 2004; Conselho Federal de Farmácia, 2013a; 2013b; 2016 SERVIÇOS FARMACÊUTICOS Serviços farmacêuticos são processos que buscam prevenir o desenvolvimento de doenças, promover, proteger e recuperar a saúde do indivíduo. Os serviços se diferenciam de procedimentos por exigirem conhecimento e envolverem processos cognitivos, por outro lado procedimentos requerem principalmente habilidades técnicas. Os procedimentos podem ser realizados para subsidiar os serviços farmacêuticos prestados. A Figura 1.1 apresenta os serviços farmacêuticos atualmente reconhecidos pelo Conselho Federal de Farmácia e alguns procedimentos farmacêuticos que podem estar envolvidos no processo de cuidado ao paciente. Figura 1.1 - Serviços e procedimentos farmacêuticos Fonte: autora A Resolução da Anvisa n° 44/2009 dispõe sobre Boas Práticas Farmacêuticas para o controle sanitário do funcionamento, da dispensação e da comercialização de produtos e da prestação de serviços farmacêuticos em farmácias e drogarias. Nessa regulação ainda são considerados somente os serviços farmacêuticos de atenção farmacêutica e a perfuração de lóbulo auricular para colocação de brincos. No serviço de atenção farmacêutica está inserida a atenção farmacêutica domiciliar, a administração de medicamentos, a aferição de parâmetros fisiológicos e bioquímicos. Além de prever o serviço de administração de medicamentos, a RDC da Anvisa nº 44/2009 prevê a participação em campanhas e programas de promoção da saúde e educação sanitária promovidos pelo Poder Público. Dessa forma, em 2013 o CFF regulamentou as atribuições e competências do farmacêutico na dispensação e aplicação de vacinas, em farmácias e drogarias. A promulgação da Lei Federal nº 13.021, em 2014, tornou a farmácia uma unidade de prestação de serviços tornando possível disponibilizar soros e vacinas, conforme o perfil epidemiológico regional. A revisão da RDC da Anvisa nº 44/2009 está na Lista de Temas da Agenda Regulatória da Anvisa para o quadriênio 2017-2020. O cuidado farmacêutico envolve a oferta de diferentes serviços farmacêuticos diretamente destinados ao paciente, buscando atender a suas necessidades de saúde. A Figura 1.2 mostra de forma simplificada as principais etapas desse processo, desde o atendimento da demanda até a avaliação farmacêutica dos resultados. A Resolução CFF nº 659/2018 define critérios éticos que orientam a atuação do farmacêutico no âmbito de propagandas, publicidades ou em anúncios apresentados em todas as formas de comunicação conhecida, seja escrita, falada, audiovisual, digital, virtual e afins. O farmacêutico fica proibido de anunciar ou divulgar técnicas, terapias de tratamento e área da atuação que não apresentem evidências científicas. Também é vedada a divulgação de serviços que não possuam instalações e equipamentos registrados nos órgãos competentes. Quanto à divulgação de preços dos serviços ou formas de pagamento para a captação de clientela, deve estar de acordo com os direitos do consumidor. O profissional farmacêutico não pode usar expressões como “o melhor”, “o mais eficiente”, “o único capacitado”, “resultado garantido” ou outras capazes de induzir o paciente ao erro. Da mesma forma, fica proibido fazer afirmações e citações que não sejam baseadas em publicações ou evidências científicas. A norma também garante ao cliente, ou seu responsável, o acesso à informação de qualidade, confiável e rastreável cientificamente. Figura 1.2 - Ciclo do cuidado farmacêutico Fonte: autora CONSULTÓRIO FARMACÊUTICO Os serviços farmacêuticos podem ser prestados de modo autônomo ou vinculados a diferentes estabelecimentos, tanto no âmbito público como privado. Idealmente a consulta farmacêutica deve ser realizada em consultório farmacêutico ou em ambiente que garanta a privacidade do atendimento. O atendimento farmacêutico pode ocorrer em farmácias, drogarias, unidades de atenção primária à saúde, farmácia hospitalar, leito hospitalar, serviços de urgência e emergência, ambulatórios, instituições de longa permanência e até mesmo no domicílio do paciente. Em 2017, o Conselho Federal de Farmácia (CFF) conseguiu que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e sua Comissão Nacional de Classificação (Concla) incluísse consultórios farmacêuticos e os serviços prestados por farmacêuticos na Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE). A partir de então, os farmacêuticos têm o respaldo burocrático e legal para a instalação de seus consultórios e a prestação de seus serviços. CNAE é uma classificação oficial que padroniza as atividades econômicas em todo o país, servindo para facilitar o enquadramento das empresas. Dessa forma, se o farmacêutico for atuar de forma autônoma, deverá definir os serviços que serão prestados e contratar um contador especializado na prestação deserviços de consultórios. Agora, caso o farmacêutico queira abrir o consultório em uma farmácia ou drogaria já existente, deve solicitar ao contador que inclua a atividade de consultório farmacêutico na Receita Federal. Os números da CNAE são 8650-0/99 para consultórios farmacêuticos e 8650-0/99 para serviços prestados por farmacêuticos clínicos em farmácia ou drogaria. O farmacêutico deverá também comunicar à Vigilância Sanitária do Município e ao Conselho Regional de Farmácia que vai prestar serviços farmacêuticos no estabelecimento e fazer os devidos encaminhamentos requeridos por ambos os órgãos. Em relação ao alvará da Vigilância Sanitária é fundamental atentar para as particularidades da região onde você mora. As legislações estaduais e municipais podem mudar em alguns detalhes. Outros documentos importantes do consultório farmacêutico são o alvará de funcionamento expedido pelo Município e a autorização do Corpo de Bombeiros. A RDC da Anvisa nº 44, de 17 de agosto de 2009, prevê que o ambiente destinado aos serviços farmacêuticos deve ser diverso daquele destinado à dispensação e à circulação de pessoas em geral. O ambiente deve garantir o conforto dos usuários, possuindo dimensões, mobiliário e infraestrutura adequados ao serviço. O consultório deve ser provido de lavatório contendo água corrente e dispor de toalha de uso individual e descartável, sabonete líquido, gel bactericida e lixeira com pedal e tampa. O acesso ao sanitário, caso exista, não deve ser pelo consultório. O procedimento de limpeza do consultório deve ser realizado diariamente no início e ao término do horário de funcionamento. Após cada atendimento, deve ser verificada a necessidade de realizar novo procedimento de limpeza, a fim de minimizar riscos à saúde dos usuários e dos funcionários do estabelecimento. No âmbito do Sistema Público de Saúde brasileiro, o código 2234-05, da Classificação Brasileira de Ocupações (CBO), referente ao farmacêutico, foi inserido em 2018 na Tabela de Procedimentos, Medicamentos e OPM (Órteses, Próteses e Materiais Especiais do SUS). O profissional farmacêutico foi vinculado a 49 procedimentos remunerados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O farmacêutico passa a compor o grupo de profissionais da saúde responsáveis pela realização de procedimentos remunerados pelo sistema, que contemplam ações de promoção e prevenção em saúde. A medida promove uma maior inserção e valorização do farmacêutico no âmbito da saúde pública. Dessa forma, o papel do farmacêutico no cuidado à saúde foi reforçado, e as atribuições clínicas do farmacêutico para melhorar a qualidade do atendimento prestado aos usuários do SUS foram reconhecidas. SERVIÇO DE VACINAÇÃO Nos últimos anos, o serviço de vacinação em farmácia é alvo de discussão dos órgãos reguladores e das entidades de classe. Dessa forma, os profissionais que decidirem ofertar esse serviço, além de se atualizarem, terão de estar capacitados de acordo com as normas vigentes. A vacinação não é foco desta publicação, mas a seguir consta um breve histórico em relação ao tema. Além de prever o serviço de administração de medicamentos, a RDC da Anvisa nº 44/2009 prevê a participação em campanhas e programas de promoção da saúde e educação sanitária promovidos pelo Poder Público. Assim, em 2013 o CFF regulamentou as atribuições e competências do farmacêutico na dispensação e aplicação de vacinas, em farmácias e drogarias. A Lei Federal nº 13.021, de 11 de agosto de 2014, que dispõe sobre o exercício das atividades farmacêuticas, tornou a farmácia uma unidade de prestação de serviços. Em seu artigo 7º definiu que as farmácias podem dispor de vacinas e soros, de acordo com perfil epidemiológico de sua região demográfica. A vacinação em farmácias e drogarias deve considerar a RDC da Anvisa nº 197/2017, a qual estabelece os requisitos mínimos para o funcionamento desse serviço em um estabelecimento da saúde. A farmácia ou drogaria deve estar licenciada para essa atividade pela autoridade sanitária e estar inscrita no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES). As instalações físicas devem ser adequadas para as atividades de acordo com a RDC da Anvisa n° 50/2002. A sala de vacinação deve conter no mínimo a estrutura descrita no quadro a seguir. Pia de lavagem, maca, bancada, mesa e cadeira. Equipamento de refrigeração exclusivo para guarda e conservação de vacinas. Local para a guarda dos materiais para administração das vacinas. Recipientes para descarte de materiais perfurocortantes e de resíduos biológicos. Caixa térmica de fácil higienização. O equipamento de refrigeração para guarda e conservação de vacinas deve estar regularizado perante a Anvisa. Tanto o refrigerador quanto as caixas térmicas devem possuir termômetro de momento com máxima e mínima. Em 2018, o CFF, Resolução n° 654, atualizou os requisitos necessários à prestação do serviço de vacinação pelo farmacêutico. O farmacêutico deverá afixar no local de prestação do serviço de vacinação declaração emitida pelo Conselho Regional de Farmácia que ateste sua aptidão técnica. O procedimento de administração de vacinas corresponde a uma etapa do serviço de vacinação pelo farmacêutico, mediante o qual se coloca o medicamento em contato com o ser humano, pela via injetável, oral ou outra, para que possa exercer sua ação local ou ser absorvido e exerça ação sistêmica. DOCUMENTAÇÃO A documentação de todo o processo envolvendo o paciente é obrigatória e deve ser mantida no estabelecimento por, no mínimo, cinco anos. O registro e a guarda de informações poderão ser feitos por meio físico ou eletrônico. Caso seja utilizado meio eletrônico para registro e guarda de informações, deverá ser feita cópia de segurança dos dados diariamente. O prontuário do paciente é um documento de caráter legal e sigiloso, que possibilita continuidade da assistência prestada. É constituído de um conjunto de informações sobre a saúde do paciente e a assistência a ele prestada, como os problemas de saúde identificados, as orientações fornecidas e intervenções realizadas, além de informações sobre a prescrição de medicamentos e outros cuidados. Cada farmacêutico que atuar na área clínica pode estabelecer um modelo de prontuário próprio para atender a sua demanda. A Declaração de Serviços Farmacêuticos é um documento a ser entregue ao usuário ao final da prestação de um serviço farmacêutico. A declaração deve ser emitida em duas vias, sendo que a primeira deve ser entregue ao usuário e a segunda permanecer arquivada no estabelecimento. A Figura 1.3 apresenta um modelo de Declaração de Serviços Farmacêuticos incluindo campo para prescrição farmacêutica. Entretanto o profissional deve formatar esses comprovantes de acordo com os serviços prestados. O mais adequado é ter documentos separados para cada tipo de serviço e procedimento realizado. O receituário farmacêutico específico para a prescrição deve ser usado no manejo de problema de saúde autolimitado. Nesse documento é obrigatório constar os dados do prescritor, a descrição da terapia farmacológica prescrita e a respectiva posologia. Além disso, o ideal é constar campos para o registro de terapias não farmacológicas e demais orientações farmacêuticas. Os dados da empresa ou do consultório também deverão estar presentes no receituário farmacêutico. Figura 1.3 - Modelo de Declaração de Serviços Farmacêuticos Fonte: autora Referências AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. RDC nº 50, de 21 de fevereiro de 2002. Regulamento Técnico para planejamento, programação, elaboração e avaliação de projetos físicos de estabelecimentos assistenciais de saúde. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2002/res00502102_2002.html. Acesso em: 7 out. 2019. AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. RDC n° 67, de 08 de outubro de 2007: Dispõe sobre Boas Práticas de Manipulação de Preparações Magistrais e Oficinais para Uso Humano em farmácias. Disponível em: http://189.28.128.100/dab/docs/legislacao/resolucao67081007.pdf. Acesso em: 7 out. 2019. AGÊNCIA NACIONALDE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Resolução RDC nº 44 de 17 de agosto de 2009. Dispõe sobre Boas Práticas Farmacêuticas para o controle sanitário do funcionamento, da dispensação e da comercialização de produtos e da prestação de serviços farmacêuticos em farmácias e drogarias e dá outras providências. Disponível em: http://portal.anvisa.gov.br/documents/33880/2568070/RDC_44_2009.pdf/ad27fafc-8cdb- 4e4f-a6d8-5cc93515b49b. Acesso em: 7 out. 2019. AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. RDC n° 197, de 26 de dezembro de 2017. Dispõe sobre os requisitos mínimos para o funcionamento dos serviços de vacinação humana. Disponível em: http://portal.anvisa.gov.br/documents/10181/3388061/RDC_197_2017_.pdf/316268f4-2645- 42b6-b948-21412fc60f75. Acesso em: 10 set. 2019. AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Agenda regulatória quadriênio 2017- 2020. DOU, 23 jan. 2019. Disponível em: http://portal.anvisa.gov.br/documents/33880/5269970/DOU+atualiza+2018- 2019+AR/49d96b93-1982-40e0-9201-fb773d7f27d2. Acesso em: 7 out. 2019. BRASIL. Ministério da Saúde. Conselho Nacional de Saúde. Resolução nº 338, de 06 de maio de 2004. Aprovar a Política Nacional de Assistência Farmacêutica. Disponível em: http://www.saude.sp.gov.br/resources/ses/perfil/gestor/assistencia- farmaceutica/resolucaon33806052004.pdf. Acesso em: 17 out. 2019. BRASIL. Lei Federal nº 13.021, de 8 de agosto de 2014. Dispõe sobre o exercício e a fiscalização das atividades farmacêuticas. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil03/Ato2011-2014/2014/Lei/L13021.htm. Acesso em: 7 out. 2019. CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Resolução nº 467, de 28 de novembro de 2007. Define, regulamenta e estabelece as atribuições e competências do farmacêutico na manipulação de medicamentos e de outros produtos farmacêuticos. Disponível em: http://www.cff.org.br/userfiles/file/resolucoes/467.pdf. Acesso em: 7 out. 2019. CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Resolução nº 555, de 30 de novembro de 2011. Regulamenta o registro, a guarda e o manuseio de informações resultantes da prática da assistência farmacêutica nos serviços de saúde. Disponível em: http://www.cff.org.br/userfiles/file/resolucoes/555.pdf. Acesso em: 7 out. 2019. CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Resolução nº 574 de 22 de maio de 2013. Define, regulamenta e estabelece atribuições e competências do farmacêutico na dispensação e aplicação de vacinas, em farmácias e drogarias. Disponível em: http://www.cff.org.br/userfiles/file/resolucoes/574.pdf. Acesso em: 7 out. 2019. CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Resolução nº 585 de 29 de agosto de 2013. Regulamenta as atribuições clínicas do farmacêutico e dá outras providências. Disponível em: http://www.cff.org.br/userfiles/file/resolucoes/585.pdf. Acesso em: 25 set. 2019. CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Resolução nº 586 de 29 de agosto de 2013. Regula a prescrição farmacêutica e dá outras providências. 2013. Disponível em: http://www.cff.org.br/userfiles/file/resolucoes/586.pdf. Acesso em: 7 out. 2019. CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Resolução n° 596, de 21 de fevereiro de 2014. Dispõe sobre o Código de Ética Farmacêutica, o Código de Processo Ético e estabelece as infrações e as regras de aplicação das sanções disciplinares. 2014. CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Curso online: prescrição farmacêutica no manejo de problemas de saúde autolimitados: módulo 2: unidade 1: semiologia farmacêutica e raciocínio clínico. Brasília: CFF, 2015. 30 p. CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Recompilação de Documentos. Prescrição Farmacêutica e Atribuições Clínicas do Farmacêutico. 2015. Disponível em: http://www.cff.org.br/userfiles/prescri%C3%A7%C3%A3o%20farmaceutica%202015(1).pdf. Acesso em: 7 out. 2019. CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Serviços farmacêuticos diretamente destinados ao paciente, à família e à comunidade: contextualização e arcabouço conceitual. Brasília: CFF, 2016. 200 p. Disponível em: http://www.cff.org.br/userfiles/Profar_Arcabouco_TELA_FINAL.pdf Acesso em: 17 out. 2019. CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Resolução nº 654 de 22 de fevereiro de 2018. Dispõe sobre os requisitos necessários à prestação do serviço de vacinação pelo farmacêutico e dá outras providências. 2013b. Disponível em: http://pesquisa.in.gov.br/imprensa/jsp/visualiza/index.jsp? data=27/02/2018&jornal=515&pagina=78&totalArquivos=86. Acesso em: 7 out. 2019. CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Resolução nº 659 de 27 de setembro de 2018. Regulamenta a publicidade, a propaganda ou o anúncio das atividades profissionais do farmacêutico. Disponível em: http://pesquisa.in.gov.br/imprensa/jsp/visualiza/index.jsp? data=02/10/2018&jornal=515&pagina=99&totalArquivos=104. Acesso em: 7 out. 2019. CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA DO ESTADO DE SÃO PAULO. Fascículo XI: Consulta e Prescrição Farmacêutica. São Paulo: CRF-SP, 2016. 120 p. CAPÍTULO 2 PRESCRIÇÃO FARMACÊUTICA Carine Viana PRESCRIÇÃO FARMACÊUTICA A prescrição farmacêutica é o ato onde o farmacêutico seleciona e documenta terapias farmacológicas e não farmacológicas, bem como outras intervenções, visando à promoção, à proteção e à recuperação da saúde do paciente, à prevenção de doenças ou outros problemas relacionados. Regulações de vários países têm sido alteradas de forma a expandir para outros profissionais da saúde o manejo clínico dos pacientes. A expansão das atividades do farmacêutico relacionadas ao processo de cuidado ao paciente também é uma resposta ao fenômeno da transição demográfica e epidemiológica observado na sociedade. Nesse perfil, o farmacêutico atua diretamente no cuidado ao paciente auxiliando na garantia do uso racional dos medicamentos. A prescrição farmacêutica se baseia principalmente em dois modelos, o independente e o dependente. Reino Unido e Canadá são exemplos de países que adotam o modelo independente realizado pelo farmacêutico licenciado como prescritor, com base na formação clínica e em treinamento feito em determinada área de atuação. Dentro do modelo dependente a prescrição farmacêutica deve ser realizada por meio de protocolos definidos e acordos entre outros profissionais de saúde ou instituições de saúde, para manejo clínico de pacientes e da terapia medicamentosa. O Brasil segue o modelo de prescrição farmacêutica do tipo dependente, que pode ser aplicado de quatro formas diferentes: Colaborativa: o médico faz o diagnóstico, e o farmacêutico seleciona, inicia, monitora, modifica e continua ou descontinua o tratamento. Suplementar: o médico faz o diagnóstico, seleciona e inicia a terapia medicamentosa. O farmacêutico realiza o manejo, monitora, modifica, registra fatos clínicos e reencaminha. Nesse caso, pode prescrever os medicamentos constantes em uma lista predefinida no acordo de colaboração e consulta ao médico sempre que necessário. Repetição de prescrição: o farmacêutico atua na continuidade de um tratamento já iniciado, conforme protocolos acordados de atenção farmacêutica. Prescrição ou indicação farmacêutica: é baseada em formulários de medicamentos, sendo exclusiva para afecções menores. A RDC da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) nº 44, de 17 de agosto de 2009, tornou um pouco mais clara a prestação de serviços farmacêuticos em farmácias e drogarias. A indicação de medicamentos isentos de prescrição (MIP) é um dos serviços farmacêuticos previsto nessa regulação. Prescrever no âmbito de sua competência profissional é uma das atribuições clínicas do farmacêutico previstas na Resolução nº 585/2013 do Conselho Federal de Farmácia (CFF). A prescrição constitui uma atribuição clínica do farmacêutico e deve ser realizada com base nas necessidades de saúde do paciente, nas melhores evidências científicas, em princípios éticos e em conformidade com as políticas de saúde vigentes. A Resolução do CFF nº 586/2013 amplia a definição de prescrição farmacêutica como a ação de recomendar algo ao paciente, a qual pode incluir a seleção de opção terapêutica, a oferta de serviços farmacêuticos ou o encaminhamento a outros profissionais de saúde. Essa regulação descreve o processo na perspectiva das boas práticas, estabelece os limitese a necessidade de documentar as atividades de prescrição. O farmacêutico prescritor deverá ter conhecimentos e habilidades clínicas que abranjam boas práticas de prescrição, fisiopatologia, semiologia, comunicação interpessoal, farmacologia clínica e terapêutica. O Quadro 1.1 apresenta os diferentes níveis de complexidade do arsenal terapêutico e a qualificação exigida do profissional farmacêutico prescritor. Considerando esses diferentes níveis de complexidade, é necessário desenvolver ações que aperfeiçoem a sua qualificação. As principais etapas do processo de prescrição farmacêutica são mostradas na Figura 1.1. Acolhimento significa receber, escutar e se responsabilizar pela queixa do paciente. O paciente que busca pelo farmacêutico espera ser acolhido e ter o problema dele resolvido. Com base na decisão pela intervenção nos problemas de saúde identificados, o farmacêutico assume responsabilidade formal e se compromete a selecionar terapias adequadas, dentro do seu espectro de atuação, fundamentado em princípios éticos, nas melhores evidências científicas e na legislação vigente. A anamnese farmacêutica é o procedimento de coleta de dados sobre o paciente, realizada pelo farmacêutico por meio da consulta farmacêutica, com a finalidade de conhecer sua história de saúde, elaborar o perfil farmacoterapêutico e identificar suas necessidades relacionadas do paciente em relação à sua saúde. Os sinais e sintomas verificados por meio da anamnese têm o propósito de prover cuidado ao paciente. O desfecho clínico baseado em dados obtidos por meio da anamnese levará a uma das seguintes condutas farmacêuticas: (I) proceder ao encaminhamento médico; (II) a condição de saúde pode ser resolvida com medidas não farmacológicas; ou (III) realizar a prescrição de medicamento isento de prescrição. Quadro 1.1 - Níveis de complexidade do arsenal terapêutico e a qualificação exigida do profissional prescritor Medicamentos com prescrição médica O farmacêutico deverá ser especialista profissional farmacêutico na área clínica, com formação que inclua conhecimentos e habilidades em boas práticas de prescrição, fisiopatologia, semiologia, comunicação interpessoal, farmacologia clínica e terapêutica. A prescrição é condicionada à existência de diagnóstico prévio e apenas quando estiver prevista em programas, protocolos, diretrizes ou normas técnicas aprovados para uso no âmbito de instituições de saúde ou quando da formalização de acordos de colaboração com outros prescritores ou instituições de saúde. Medicamentos isentos de prescrição médica Graduado com inscrição ativa no respectivo Conselho Regional de Farmácia. Plantas medicinais e fitoterápicos isentos de prescrição Título de especialista ou especialização em Fitoterapia, ou Disciplina de Fitoterapia com carga horária mínima de 60 horas, complementada com estágio em manipulação ou dispensação de plantas medicinais e fitoterápicos, de no mínimo 120 horas. Medicamentos dinamizados Título de especialista em Homeopatia ou Antroposofia. Essências florais Egresso de programa de pós-graduação lato sensu ou stricto sensu relacionado a essa área, ou Egresso de cursos livres nessa área com carga horária mínima de 180 horas. Fonte: Resolução do Conselho Federal de Farmácia nº 586 (2013) Figura 1.1 - Principais etapas da prescrição farmacêutica Fonte: autora No ato da prescrição, o farmacêutico deverá basear suas ações nas melhores evidências científicas, além de considerar a existência de outras condições clínicas e o uso de outros medicamentos. Os hábitos de vida e o contexto de cuidado do paciente também devem ser analisados. A comunicação das decisões e recomendações deverá ser adequada ao paciente, seu responsável ou cuidador, de tal modo que estes as compreendam de forma completa. Cabe salientar que é vedado ao farmacêutico modificar a prescrição de medicamentos do paciente emitida por outro prescritor, salvo quando previsto em acordo de colaboração, sendo que, neste caso, a modificação, acompanhada da justificativa correspondente, deverá ser comunicada ao outro prescritor. Este guia de prescrição farmacêutica abrange apenas produtos que o profissional farmacêutico pode prescrever de forma independente, ou seja, medicamentos cuja dispensação não exija prescrição médica, incluindo plantas medicinais e drogas vegetais, formulações magistrais, cosméticos e suplementos vitamínicos e minerais. Referências AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Resolução RDC nº 44 de 17 de agosto de 2009. Dispõe sobre Boas Práticas Farmacêuticas para o controle sanitário do funcionamento, da dispensação e da comercialização de produtos e da prestação de serviços farmacêuticos em farmácias e drogarias e dá outras providências. Disponível em: http://portal.anvisa.gov.br/documents/33880/2568070/RDC_44_2009.pdf/ad27fafc-8cdb- 4e4f-a6d8-5cc93515b49b. Acesso em: 1 out. 2018. CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Resolução nº 467, de 28 de novembro de 2007. Define, regulamenta e estabelece as atribuições e competências do farmacêutico na manipulação de medicamentos e de outros produtos farmacêuticos. Disponível em: http://www.cff.org.br/userfiles/file/resolucoes/467.pdf. Acesso em: 2 out. 2018. CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Resolução nº 477, de 28 de maio de 2008. Dispõe sobre as atribuições do farmacêutico no âmbito das plantas medicinais e fitoterápicos e dá outras providências. Disponível em: http://www.cff.org.br/userfiles/-١٧٪٢٠ ٢٠٪BRASIL_٪٢٠CONSELHO٪٢٠FEDERAL٪٢٠DE٪٢٠FARM٪C٣٪٨١CIA٪٢٠٢٠٠٨٪٢٠Resoluca o_٤٧٧_٢٠٠٨_CFF.pdf. Acesso em: ٢ out. ٢٠١٨. CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Resolução nº 546, de 21 de julho de 2011. Dispõe sobre a indicação farmacêutica de plantas medicinais e fitoterápicos isentos de prescrição e o seu registro. Disponível em: http://www.cff.org.br/userfiles/21%20- %20BRASIL_%20CONSELHO%20FEDERAL%20DE%20FARM%C3%81CIA_%202011%2 0Resolucao_546_2011_CFF.pdf. Acesso em: 3 out. 2018. CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Resolução nº 555, de 30 de novembro de 2011. Regulamenta o registro, a guarda e o manuseio de informações resultantes da prática da assistência farmacêutica nos serviços de saúde. Disponível em: http://www.cff.org.br/userfiles/file/resolucoes/555.pdf. Acesso em: 3 out. 2018. CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Resolução nº 585 de 29 de agosto de 2013. Regulamenta as atribuições clínicas do farmacêutico e dá outras providências. Disponível em: http://www.cff.org.br/userfiles/file/resolucoes/585.pdf. Acesso em: 1 out. 2018. CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Resolução nº 586 de 29 de agosto de 2013. Regula a prescrição farmacêutica e dá outras providências. 2013. Disponível em: http://www.cff.org.br/userfiles/file/resolucoes/586.pdf. Acesso em: 7 out. 2019. CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Resolução n° 596, de 21 de fevereiro de 2014. Dispõe sobre o Código de Ética Farmacêutica, o Código de Processo Ético e estabelece as infrações e as regras de aplicação das sanções disciplinares. CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Curso online: prescrição farmacêutica no manejo de problemas de saúde autolimitados: módulo 2: unidade 1: semiologia farmacêutica e raciocínio clínico. Brasília: CFF, 2015. 30 p. CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Recompilação de Documentos. Prescrição Farmacêutica e Atribuições Clínicas do Farmacêutico. 2015. Disponível em: http://www.cff.org.br/userfiles/prescri%C3%A7%C3%A3o%20farmaceutica%202015(1).pdf. Acesso em: 1 out. 2018. CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Serviços farmacêuticos diretamente destinados ao paciente, à família e à comunidade: contextualização e arcabouço conceitual / Conselho Federal de Farmácia. Brasília: CFF, 2016. 200 p. Disponível em: http://www.cff.org.br/userfiles/Profar_Arcabouco_TELA_FINAL.pdf Acesso em: 17 out. 2019. CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Guia de prática clínica: sinais e sintomas não específicos: febre. Brasília: CFF, 2018. 122 p. Disponível em: http://www.cff.org.br/userfiles/Profar-vol3-Febre_TELA_pgdupla%20-%20final.pdf. Acesso em: 13 out. 2019. CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA DO ESTADO DE SÃO PAULO. Fascículo XI: Consulta e PrescriçãoFarmacêutica. São Paulo: CRF-SP, 2016. 120 p. CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA DO ESTADO DO PARANÁ. Guia da Profissão Farmacêutica - Farmácia Comunitária. Curitiba: CRF-PR, 2016. Disponível em: https://www.crf-pr.org.br/uploads/revista/28748/yytuqsD-_6pQy4fpaPCvbkoHMBBZfJke.pdf Acesso em: 17 out. 2019. CAPÍTULO 3 SEMIOLOGIA FARMACÊUTICA Carine Viana SEMIOLOGIA A semiologia farmacêutica permite extrair de seu paciente dados e elementos que permitam a você emitir com segurança um parecer sobre o problema de saúde apresentado. Originalmente, a palavra semiologia é grega, onde semeion significa sintomas/sinais e logos significa estudo. Sintoma: uma sensação subjetiva anormal sentida pelo paciente e não visualizada pelo examinador (Ex.: dor, náusea, dormência). Sinal: dado objetivo notado pelo examinador por inspeção, palpação, percussão, auscultação ou evidenciado por meio de exames complementares (Ex.: tosse, edema, cianose). Síndrome: conjunto de sintomas e sinais que ocorrem associadamente e que podem ser determinados por diferentes causas. A Resolução da Anvisa n° 44/2009 determina que o ambiente para o atendimento farmacêutico individualizado deve garantir a privacidade e o conforto do paciente. Além disso, a sala deve ser tranquila, com temperatura agradável e livre de ruídos que possam causar distração. No Capítulo 1 estão descritas as principais recomendações regulatórias para infraestrutura de um consultório farmacêutico. A atenção farmacêutica deve ter como objetivos a prevenção, detecção e resolução de problemas relacionados a medicamentos, promover o uso racional dos medicamentos, a fim de melhorar a saúde e qualidade de vida dos usuários. Para subsidiar informações quanto ao estado de saúde do usuário e situações de risco, assim como permitir o acompanhamento ou a avaliação da eficácia do tratamento prescrito por profissional habilitado, fica permitida ao farmacêutico a aferição de determinados parâmetros fisiológicos e bioquímicos do usuário, nos termos e condições da Resolução da Anvisa nº 44/2009. Um roteiro no formato de um formulário poderá trazer maior confiança na realização da anamnese. Dessa forma, o farmacêutico não ficará preocupado em esquecer-se de certas perguntas importantes. O ideal é ter um formulário com as peculiaridades de cada afecção menor. Entretanto deve-se tomar um cuidado especial para que o processo não se torne algo mecânico e apenas um ato de fazer perguntas e anotar respostas. O farmacêutico deve ter conhecimentos e habilidades para colocar em prática a semiologia farmacêutica dentro da atenção farmacêutica. Por meio dos sinais e sintomas apresentados pelos pacientes, poderá avaliar a efetividade e a segurança de medicamentos em uso e, ainda, detectar possíveis problemas de saúde relacionados à farmacoterapia. Principais elementos de uma consulta farmacêutica: Acolhimento Anamnese Exame físico geral Exames complementares Encaminhamentos Parecer farmacêutico ACOLHIMENTO Acolher o paciente significa receber bem, confortar, escutar, responsabilizar-se pelo atendimento da sua queixa e auxiliar na escolha do melhor itinerário terapêutico. Um dos objetivos é identificar as situações que requerem intervenção do farmacêutico e aquelas que indicam necessidade de encaminhamento. O acolhimento do paciente com a sua queixa pode acontecer em diferentes situações do cotidiano farmacêutico, como exemplo: Demanda espontânea por medicamentos para afecções menores. Percepção por parte do paciente de inefetividade ou insegurança da terapia medicamentosa. Relato de sintomas que possam estar associados a resultados negativos a medicamentos já em uso. Durante o serviço de acompanhamento farmacêutico e revisão da terapia medicamentosa. Durante a aferição de um parâmetro fisiológico ou bioquímico. Encaminhamento de outros profissionais da saúde ao farmacêutico. O desfecho que o paciente espera do atendimento farmacêutico é ter o seu problema de saúde resolvido. Nem sempre será possível prescrever uma terapia, pois a queixa pode derivar para encaminhamento a outro profissional ou serviço de saúde. Quando o farmacêutico decide intervir nas necessidades e problemas de saúde identificados na queixa do paciente, ele assume a responsabilidade formal. O profissional deve se comprometer em selecionar as terapias no seu âmbito de atuação e de acordo com as normas vigentes. ANAMNESE Uma ferramenta muito útil na semiologia farmacêutica é a anamnese. Anamnese pode ser entendida como sendo uma entrevista realizada pelo farmacêutico que utiliza técnicas próprias para estabelecer uma avaliação da queixa do paciente. Por meio da anamnese, busca-se reconhecer as dimensões do problema do paciente, suas causas e circunstâncias. A anamnese possibilita ao farmacêutico: Estreitar a relação farmacêutico-paciente. Identificar sinais e sintomas, principalmente aqueles relacionados às afecções menores. Avaliar a necessidade de prescrição farmacêutica de MIPs. Conhecer fatores pessoais, familiares e ambientais que influenciam no seu processo saúde doença. Detectar de problemas relacionados a medicamentos (PRM) reais ou potenciais. Identificar de reações adversas aos medicamentos (RAM). Avaliar a necessidade de encaminhamento a outros profissionais da saúde envolvidos no cuidado do paciente. O farmacêutico deve estimular que o paciente relate todos os sintomas que apresenta, na ordem cronológica de como ocorreram e com que frequência. A empatia, ou seja, o ato de se colocar no lugar do outro, facilita ao farmacêutico entender o que o paciente sente e garantir que alcance a sua confiança. Detalhes da vida do paciente como comportamento, sentimentos e conflitos psicossociais são importantes para complementar as informações. O paciente pode acreditar que algumas informações não são importantes, pode não relatar e pode comprometer a terapêutica. O farmacêutico deve desenvolver a habilidade de extrair todos os dados relevantes. O farmacêutico deve fazer a pergunta e olhar diretamente para o paciente, verificando todos os sinais demonstrados durante o relato. Não interromper o paciente até que este tenha terminado de falar; se precisar anote os questionamentos para serem feitos no final. Deve escutar ativamente e mostrar interesse no relato do paciente, disponibilizando tempo necessário para ouvi-lo. Quando o paciente não tem condições de relatar a sua história, devemos contatar o responsável pelo cuidado com a terapia medicamentosa dele. Exemplos clássicos são bebês, crianças, idosos e pessoas com distúrbios mentais. Ao final da anamnese o farmacêutico deve se questionar se conseguiu obter as informações necessárias. Recomenda-se pedir ou sugerir ao paciente que ele faça um resumo sobre as suas prioridades de saúde. EXAME FÍSICO GERAL O farmacêutico deve se pautar nos limites e nos princípios éticos da profissão. O exame físico quando inserido dentro da atenção farmacêutica é um ato legal do profissional, sendo o objetivo principal avaliar farmacoterapia do paciente. Desta forma, o exame físico deve ser utilizado no contexto relacionado ao medicamento e não com finalidades diagnósticas. Os principais métodos de exploração física são inspeção, palpação, percussão, ausculta e olfação. Para aperfeiçoar essas técnicas é preciso paciência, perseverança e prática. O farmacêutico deve ensinar o seu olho a ver, as suas mãos a sentir e o seu ouvido a ouvir. A inspeção é a exploração feita com o sentido da visão. O processo se inicia desde o primeiro contato com o paciente, onde se avalia: Postura e sinal de desconforto. Expressões de dor, ansiedade ou depressão. Nível de consciência (lúcido, letárgico, torporoso). Comportamento, fala e linguagem. Biotipo e faces típicas. Aparência física e estrutura corporal. Mobilidade. Movimentos voluntários e involuntários. Cuidados com aparência, higiene, vestuário, hálito e odores corporais. Hidratação e presença de edemas. Palpação utiliza o sentido tátil, usando as mãos, as pontas dos dedos ou o punho com objetivo exploratório. Mantenha a sala de exame emtemperatura agradável e, ao realizar o exame, tomar cuidado para estar com as mãos aquecidas e as unhas cortadas. Durante o exame sempre informe ao paciente cada passo e por que está sendo realizado, para deixá- lo tranquilo. A palpação permite analisar texturas, edemas, temperatura, umidade, espessura, volume, dureza e sensibilidade do paciente. Percussão é um método de exame físico em que, mediante pequenos golpes ou batidas, aplicados a determinada parte do corpo, é possível obter informações sobre a condição dos tecidos adjacentes e porções mais profundas. Atualmente, usa-se basicamente a percussão direta e a percussão dígito-digital. Percussão direta é realizada golpeando-se diretamente com as pontas dos dedos a região- alvo. Os dedos devem imitar a forma de um martelo e os movimentos são feitos pela articulação do punho. Percussão dígito-digital é realizada golpeando-se com um dedo a borda ungueal ou a superfície dorsal da segunda falange do dedo médio ou indicador da outra mão, que se encontra espalmada e apoiada na região de interesse. A ausculta é a avaliação dos ruídos que diferentes órgãos produzem espontaneamente. Auscultação pulmonar identifica os ruídos pulmonares contribuindo para a monitorização da condição clínica e para a avaliação da resposta terapêutica. Na cavidade abdominal auxilia a detectar os ruídos característicos do sistema digestório. Para uma boa ausculta o ambiente silencioso é imprescindível. Olfação pode ser empregada no exame das transpirações cutâneas, do ar expirado e das excreções. Tem menor importância que as técnicas citadas anteriormente, porém pode auxiliar na anamnese. MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS As medidas antropométricas são úteis para cálculos de doses de medicamentos e na investigação de alterações abruptas de peso. Como exemplo, a anorexia, que é um efeito adverso comum a vários medicamentos, pode ser detectada com base nessas medidas. Além disso, em crianças e lactentes as medidas auxiliam no acompanhamento do crescimento. Em idosos, podem ser úteis no acompanhamento de doenças crônicas, na avaliação de problemas nutricionais e de dificuldades com a alimentação. Neste capítulo, serão abordadas as medidas antropométricas mais comuns, como altura, peso, índice de massa corporal (IMC), circunferência abdominal e a relação cintura-quadril. Após obter as medidas, estas devem ser comparadas aos valores considerados normais em relação à idade e ao sexo do paciente. A altura, em adultos e crianças maiores de 4 anos, pode ser determinada com uma vara de metal (metro) conectada à balança e que gira sobre a coroa da cabeça em um ângulo de 90º. Até 4 anos de idade, recomenda-se medir a altura deitada. O peso deve ser determinado em balança adequada e calibrada. Na avaliação do peso, o paciente deve ser mantido ereto sobre a plataforma e de costas para a balança. No recém- nascido deve ser utilizada uma balança apropriada. Paciente impossibilitado de ambular deve ser pesado em cama-balança. O IMC é calculado pela divisão do peso (em kg) pelo quadrado da altura (em metros). Esse indicador é útil, de fácil interpretação e aplicável à maior parte dos pacientes adultos. A Organização Mundial da Saúde (OMS) preconiza os seguintes pontos de corte para avaliar o estado nutricional: Magreza grau III (grave): IMC < 16,0 Magreza grau II (moderada): 16,0 ≤ IMC ≤ 16,99 Magreza grau I (leve): 17,0 ≤ IMC ≤ 18,49 Faixa normal: 18,5 ≤ IMC ≤ 24,99 Pré-obesidade (aumentado): 25,0 ≤ IMC ≤ 29,99 Obesidade grau I (moderado): 30,00 ≤ IMC ≤ 34,99 Obesidade grau II (grave): 35,0 ≤ IMC ≤ 39,99 Obesidade grau III (muito grave): IMC ≥ 40,00 Em idosos ocorre diminuição da estatura, da massa corporal magra e da quantidade de água. Dessa forma, há uma tolerância maior ao avaliar o nível de IMC dessa população. A circunferência abdominal deve ser medida no ponto médio entre a última costela e a crista ilíaca. O procedimento é simples e útil para avaliar risco de doenças, mesmo com peso considerado normal. Valores normais são até 88 cm para mulheres e até 102 cm para homens. O excesso de gordura abdominal está relacionado a doenças crônicas como dislipidemias, resistência à insulina, diabetes e hipertensão. A relação cintura-quadril é um dos critérios adotados pela OMS para medir o risco de ter doenças associadas à gordura visceral. Esse índice é obtido da medida da circunferência da cintura e do quadril no nível das espinhas ilíacas anteriores. O ideal, para mulheres, é menor que ٠,٨ e, para homens, menor que ٠,٩. Em casos de alterações bruscas de peso investigar: Qual o peso usual do paciente? Qual o período de tempo da perda ou do ganho de peso? Qual a possível causa? Foi desejada ou indesejada? Se desejada, qual o padrão de alimentação, o plano de dieta seguido? Se indesejada, foi por anorexia, vômito ou diarreia? Apresenta sede intensa? Alteração do estilo de vida ou atividade? Como normalmente o paciente faz as refeições (em restaurantes, apressadas ou pula refeições)? Faz uso de quais medicamentos? SINAIS VITAIS Os sinais vitais são indicadores do estado de saúde e revelam a eficácia das funções corporais circulatória, respiratória, renal e endócrina. Todos os profissionais da saúde devem conhecer faixa normal dos sinais vitais, demonstrar habilidade e capacidade de verificar, compreender, interpretar e comunicar os valores adequadamente. O farmacêutico, ao verificar discrepância entre os valores encontrados e os valores de referência constantes em literatura técnico-científica idônea, deverá proceder ao encaminhamento médico para que seja realizado o diagnóstico adequado. Na medição dos sinais vitais o farmacêutico deve utilizar equipamentos adequados e em boas condições. A abordagem ao paciente deve ser cuidadosa e com calma. Não há uma ordem a ser seguida na medição dos sinais vitais. Entretanto recomenda-se iniciar pela pressão arterial, porque ela pode ser alterada por diversos fatores. Em caso de valores anormais, o examinador pode fazer uma nova verificação ao final da avaliação dos demais sinais vitais. Dessa forma, dando mais tempo entre uma aferição e outra. Quando verificar os sinais vitais? Primeira consulta farmacêutica. Em uso de medicamentos que afetam as funções cardiovascular, respiratória ou que afetam o controle da temperatura. Quando o cliente relata sintomas inespecíficos de angústia física. Quando ocorre alteração da condição física geral do cliente. Antes e depois de prescrições que influenciam um sinal vital. TEMPERATURA CORPORAL Temperatura corporal é o equilíbrio entre o calor produzido e o calor eliminado pelo corpo. O corpo humano tem sua temperatura central mantida constante, tendo uma pequena variação em situação normal de no máximo ±0,6°C. Ao contrário da temperatura central, a temperatura cutânea varia conforme a temperatura ambiente. A temperatura central média do ser humano fica na faixa de 36,7°C e 37°C, quando medida na boca. Porém pode variar quando se praticam atividades físicas intensas, nas refeições, na gravidez ou quando se está exposto a temperaturas ambientais severas. A temperatura corporal central superior ou igual a 38,3ºC considera-se febre ou hipertermia. Entretanto os termos não são sinônimos. Febre: a febre é uma resposta fisiológica às moléculas inflamatórias pirógenas. Hipertermia: desequilíbrio do centro de termorregulação, resultante da excessiva produção de calor e que excede a capacidade de dissipação. As causas também podem ser golpe de calor e síndromes fármaco- induzidas. A temperatura corporal é verificada por meio de termômetros clínicos graduados em graus Celsius (°C). Os termômetros analógicos registram temperaturas entre 35°C e 43°C, e os termômetros digitais entre 32°C e 43°C. A temperatura corporal pode apresentar variações conforme o local de medição. Temperatura axilar: 35,5 a 37°C Temperatura retal: 36 a 37,5°C Temperatura sublingual: 36 a 37,4°C Axilar: essa medida é usada com frequência em afecções agudas. Tem desvantagens de ser o local menos preciso, a sudorese pode interferir e necessita de longoperíodo de mensuração. Retal: o termômetro deve ser individual e com bulbo redondo. Método desagradável, risco de exposição a fluidos e risco de lesão. Na maioria das circunstâncias clínicas representa a temperatura central. Sublingual: o termômetro é colocado embaixo da língua e deve ser individual. Está sujeita à variação técnica em pacientes impossibilitados de cooperar. Membrana timpânica: apresenta maior variabilidade e não tem grande aceitação na prática clínica. No curso de um estado de febre, a temperatura sempre deve ser medida com o mesmo aparelho e no mesmo lugar, de forma a permitir a comparação dos resultados. Nos últimos anos houve muitos avanços nas formas de medir a temperatura corporal, e os termômetros digitais são os mais utilizados. Entretanto as inovações incluem também termômetro digital com sensor infravermelho, termômetro digital tipo chupeta e adesivos. A partir de 2019, a Anvisa proibiu em todo o território nacional a produção, a importação e o comércio, assim como o uso em serviços de saúde, dos termômetros de coluna de mercúrio. PULSO Pulso é uma onda de pressão percebida como uma expansão da parede arterial, dependente da pressão arterial e sincrônica com o batimento cardíaco. Indicador do estado circulatório. Técnica de medição do pulso: Higienizar as mãos e aquecê-las, antes de tocar no paciente. Avisar o paciente do procedimento que vai ser realizado. Colocar o paciente sentado ou deitado com o braço apoiado. O examinador usa a mão direita para examinar o pulso esquerdo do paciente, e vice-versa. Colocar os dedos médios e indicador sobre a artéria radial ou outro local escolhido. Pressionar suavemente até localizar os batimentos. O polegar fecha a pinça, apoiando-se no dorso do punho do paciente. Contar as pulsações durante um minuto. Anotar frequência e características do pulso. A frequência do pulso é o número de pulsações por minuto e varia com a idade e conforme diversas outras condições fisiológicas. ADULTO: 60 a 100 bat/min CRIANÇA: 100 a 120 bat/min LACTENTE: 120 a 130 bat/min A frequência do pulso pode estar aumentada, por exemplo, em exercícios físicos, em estados febris, estados emocionais alterados, mudanças posturais bruscas e com uso de certos medicamentos. O ritmo é a sequência de pulsações. O normal é que elas ocorram em intervalos iguais. Se os intervalos forem variáveis (ora mais longos, ora mais curtos), indica uma alteração do ritmo cardíaco designada arritmia. As causas dessa variação podem ser fisiológicas ou patológicas. Deficit de pulso é quando o número de batimentos cardíacos é maior que o número de pulsações da artéria radial. A contração do coração é ineficiente em transmitir a onda do pulso para o pulso periférico. A amplitude ou magnitude do pulso está relacionada com o grau de enchimento da artéria durante a sístole e seu esvaziamento durante a diástole. Pode-se dizer que é a “força do pulso”, ou seja, uma característica tátil de quanto o examinador o sente. Quando se exerce uma pressão moderada sobre a artéria e há certa dificuldade de obliterar a artéria, o pulso é denominado de cheio. Pulsos fracos e finos são chamados filiformes. Algumas terminologias comuns: Normocardia: frequência cardíaca normal. Bradicardia: frequência cardíaca abaixo do normal. Taquicardia: frequência cardíaca acima do normal. Pulso irregular: intervalos entre os batimentos são desiguais, também chamado arrítmico. Bradisfigmia: pulso fino e bradicárdico. Taquisfigmia: pulso fino e taquicárdico. Pulso cheio: pulso robusto ao ser pressionado. Pulso filiforme: pulso fraco de pequena amplitude e mole. Pulso dicrótico: percebe-se dupla onda em cada pulsação. PRESSÃO ARTERIAL Pressão arterial (PA) ou pressão sanguínea é a força com a qual o coração bombeia o sangue por meio dos vasos, ou seja, refere-se à pressão exercida pelo sangue contra a parede das artérias. Sofre variações contínuas, dependente da posição do paciente, das atividades e da sua situação atual. A PA deve ser medida em toda avaliação do paciente por parte de todos profissionais da saúde devidamente capacitados. Recomenda-se, pelo menos, a medição da PA a cada dois anos para adultos com PA≤120/80 mmHg, e anualmente para aqueles com PA>120/80 mmHg e <140/90 mmHg. A medida da PA pode ser feita com esfigmomanômetros manuais, semiautomáticos ou automáticos. A Resolução da Anvisa n° 44/2009 coloca que devem ser mantidos registros das manutenções e calibrações periódicas desses aparelhos. O farmacêutico deverá elaborar procedimentos operacionais padrão (POPs) relacionados aos procedimentos de aferição dos parâmetros fisiológicos, indicando claramente os equipamentos e as técnicas utilizadas, parâmetros de interpretação de resultados com referências bibliográficas. A calibração desses equipamentos deve ser verificada anualmente de acordo com as orientações do Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia) e da Anvisa. A Portaria do Inmetro nº 24, de 22 de fevereiro de 1996, regula os esfigmomanômetros mecânicos do tipo aneroide, e a Portaria do Inmetro nº 96, de 20 de março de 2008, dita as normas para os esfigmomanômetros eletrônicos digitais de medição não invasiva. Esses equipamentos devem ser verificados uma vez ao ano, de preferência em laboratórios credenciados pelo Inmetro. Após consertos e manutenções, o detentor do instrumento deve realizar também verificações adicionais eventuais. A PA é medida geralmente no braço, devendo-se utilizar manguito adequado à sua circunferência. O Quadro 3.1 mostra as dimensões do manguito de acordo com a circunferência do membro do paciente. Quadro 3.1 - Dimensões do manguito de acordo com a circunferência do membro do paciente Circunferência do membro (cm) Manguito Denominação Largura (cm) Comprimento (cm) ≤ 7,5 Recém-nascido 3 5 7,5-13 Criança 5 8 13-20 Infantil 8 13 17-26 Adulto pequeno 11 17 24-32 Adulto 13 24 32-42 Adulto grande 17 32 42-50 Coxa 20 42 Fonte: Diretrizes Brasileiras de Monitorização Ambulatorial da Pressão Arterial, 2011 O farmacêutico deverá preparar adequadamente o paciente da seguinte forma: 1. Informar sobre o procedimento. 2. Deve ser instruído a não conversar durante a medição. 3. Possíveis dúvidas devem ser esclarecidas antes ou depois do procedimento. 4. Deve ser orientado a esvaziar a bexiga. 5. Sentado com as pernas descruzadas. 6. O braço deve estar na altura do coração, apoiado e com a palma da mão voltada para cima. 7. As roupas não devem garrotear o membro. 8. Antes da medida: 5 min: estar calmo e descansar. 30 min: não fazer uso de bebidas alcoólicas, café, fumo e alimentação copiosa. 60 min: não praticar exercícios físicos. Medida da PA no braço: Determinar a circunferência do braço. Escolher o manguito adequado. Localizar a artéria braquial. Colocar o manguito, sem deixar folgas. Braço na altura do coração. Estimar o nível da PA pelo pulso radial. Infle até ultrapassar 20 a 30 mmHg do nível estimado da PA. Proceder à deflação lentamente. Determinar a PA sistólica (PAS) pela ausculta do primeiro som (fase I de Korotkoff). Determinar a PA diastólica após o som se extinguir (fase V de Korotkoff). O farmacêutico deve realizar pelo menos duas medidas da PA, com intervalo em torno de dois minutos. Medições adicionais devem ser realizadas se as duas primeiras forem muito discrepantes. Ao final do procedimento, informar o valor de PA obtido para o paciente. O farmacêutico deve anotar os valores exatos e o braço em que foi realizada a medida. Na primeira avaliação, o ideal é medir a pressão em ambos os braços e usar o valor do braço onde foi obtida a maior pressão como referência. A hipotensão ortostática deve ser verificada com base na medida da PA com o paciente deitado por cinco minutos. Depois, medir a pressão novamente em pé após três minutos. A hipotensão ortostática é definida como a redução da PA sistólica (PAS) mais do que 20 mmHg ou da PA diastólica (PAD) mais do que 10 mmHg. São exemplos de pacientes que podem apresentar hipotensão ortostática os idosos, diabéticos ou aquelesem uso de medicação anti-hipertensiva. No caso de pacientes obesos, os manguitos devem ser mais longos e largos para não haver superestimação da PA. Não há manguito disponível para braços com circunferência superior a 50 cm. Nestes casos uma alternativa é medir a PA no antebraço e auscultar o pulso radial. Os idosos podem apresentar alterações próprias do envelhecimento, como a maior frequência de hiato auscultatório, que consiste no desaparecimento dos sons durante a deflação do manguito. Isso pode resultar em valores falsamente baixos para a PAS ou falsamente altos para a PAD. A presença de arritmias, como fibrilação atrial, pode dificultar a medição da PA. Em idosos há uma maior ocorrência de efeito do avental branco (EAB), hipotensão ortostática e pós-prandial. O EAB é a diferença de pressão entre as medidas obtidas na presença de um profissional da saúde e longe dele, desde que essa diferença seja igual ou superior a 20 mmHg na PAS ou 10 mmHg na PAD. O EAB dá a falsa impressão de que a terapia medicamentosa de um paciente hipertenso não esteja adequada. O Quadro 3.2 apresenta a classificação da PA a partir de 18 anos de idade, de acordo com as VII Diretrizes Brasileiras de Hipertensão da Sociedade Brasileira de Cardiologia (2016). Quadro 3.2 - Classificação da pressão arterial a partir de 18 anos de idade Classificação PAS(mm Hg) PAD (mm Hg) Normal ≤ 120 ≤ 80 Pré-hipertensão 121-139 81-89 Hipertensão estágio 1 140 – 159 90 – 99 Hipertensão estágio 2 160 – 179 100 - 109 Hipertensão estágio 3 ≥ 180 ≥ 110 Quando a PAS e a PAD situam-se em categorias diferentes, a maior deve ser utilizada para classificação. Considera-se hipertensão sistólica isolada se PAS ≥ 140 mm Hg e PAD < 90 mm Hg, devendo ser classificada em estágios 1, 2 e 3. Fonte: Diretrizes Brasileiras de Monitorização Ambulatorial da Pressão Arterial, 2016 São sintomas de pressão alta: Enjoos Dor de cabeça Dor na nuca Sonolência Zumbido no ouvido Pequenos pontos de sangue nos olhos Visão dupla Dificuldade para respirar Palpitações cardíacas Se o paciente estiver com pressão alta e com os sintomas característicos, mas nunca teve um diagnóstico de hipertensão, orientá-lo a procurar atendimento médico. No caso de pressão alta sem sintomas e sem diagnóstico prévio de hipertensão, o farmacêutico deve orientar o paciente a tentar relaxar e se acalmar. Após uma hora, deve- se medir a pressão novamente e, se esta ainda estiver alta, deve-se orientá-lo a procurar atendimento médico. No caso de paciente hipertenso com pressão alta e sintomas, orientá-lo a tomar o medicamento prescrito pelo cardiologista. Tentar repousar e relaxar. Se a pressão alta se mantiver superior a 140/90 mmHg após uma hora, é indicado procurar atendimento médico- hospitalar. Quando de gestante com pressão alta e sintomas, orientá-la a procurar o obstetra o mais rápido possível para prevenir complicações graves, como eclâmpsia. Principalmente no final da gestação com presença concomitante de dores abdominais e inchaço nas pernas e pés. Pressão baixa normalmente é definida como PAS abaixo de 90 mmHg e PAD abaixo de 60 mmHg. São sintomas de pressão baixa: Tonturas e enjoos Desmaio Excesso de sede Dificuldade de concentração Visão turva Cansaço excessivo Pele fria e pálida Fraqueza nos músculos Sensação de desmaio Dor de cabeça Cabeça pesada e sensação de vazio Se o paciente apresentar hipotensão com os sintomas descritos mais de duas vezes ao mês, orientá-lo a procurar atendimento médico para descobrir a causa do problema. A hipotensão é diagnosticada pelo médico, por meio de um exame clínico e do levantamento do histórico do paciente. Pessoas saudáveis podem sentir os sinais de hipotensão por vários motivos, por exemplo: exposição a calor intenso, longos períodos em jejum, desidratação, movimentos bruscos ao levantar. Além disso, pacientes hipertensos também devem ser instruídos a reconhecer os sintomas de hipotensão. Isto porque alguns medicamentos usados no tratamento da hipertensão causam esse problema como efeito adverso, principalmente no início da terapia. Fatores que normalmente afetam a PA: Idade: em crianças e adolescentes os valores são menores do que os encontrados em adultos. Sexo: geralmente mulheres têm a PA um pouco mais baixa, mas para fins práticos adotam-se os mesmos valores como referência. Sono: a PA sofre influência do ritmo circadiano com variações acentuadas entre o dia e a noite. Emoções: há aumento da PA durante as emoções. Exercícios musculares: há aumento tanto do débito cardíaco quanto da resistência periférica, com aumento da PA. Alimentação: há um leve aumento da PA após as refeições. FREQUÊNCIA RESPIRATÓRIA Respiração é um processo que tem como finalidade a troca de gases entre o organismo e o meio exterior. O pulmão possibilita que o oxigênio se mova do ar para dentro do sangue venoso e que o dióxido de carbono se mova para fora, mantendo os gases sanguíneos dentro de valores de normalidade. A frequência respiratória é o número de incursões respiratórias em um minuto (irpm) realizadas por um indivíduo. Esse número de incursões tem variação com a idade e o sexo. Homens: 12 a 20 irpm Mulheres: 18 a 20 irpm Crianças: 20 a 25 irpm Recém-nascidos: 40 a 60 irpm O tipo respiratório é reconhecido observando a movimentação do tórax e do abdômen, a fim de reconhecer em que região os movimentos são mais amplos. A respiração torácica ou costal com movimentação predominante da caixa torácica predomina em pessoas sadias, quando na posição em pé ou sentada. Em decúbito dorsal, a respiração é predominantemente diafragmática, onde prevalece o movimento da metade inferior do tórax e da parte superior do abdômen. Normalmente, a inspiração dura quase o mesmo tempo que a expiração, os dois movimentos são sucessivos, com mesma amplitude e intercalados por uma leva pausa. O farmacêutico deve conhecer a importância desse sinal vital e a técnica de medição. A análise da respiração avalia de forma integrada os processos de ventilação por meio da frequência, da profundidade e do ritmo. Algumas terminologias comuns: Eupneia: respiração normal, sem esforço. Bradipneia: respiração lenta, menos que 12 irpm. Taquipneia: respiração acelerada, mais que 20 irpm. Dispneia: dificuldade em respirar, aumento do esforço ventilatório, uso de musculatura acessória. Apneia: cessação da respiração durante vários segundos (10 a 20 seg). Ortopneia: condição anormal na qual o paciente precisa sentar-se ou ficar de pé para respirar. Hiperventilação: a frequência e a profundidade das respirações aumentam. Hipoventilação: a frequência e a profundidade das respirações diminuem. PICO DE FLUXO EXPIRATÓRIO A medida do pico de fluxo expiratório (PFE) é um método simples, não invasivo, econômico e rápido que avalia a força e a velocidade de saída do ar de dentro dos pulmões em L/min. O PFE pode detectar estreitamento das vias aéreas e servir de alerta sobre a diminuição da função respiratória. É uma das medidas de função pulmonar e que pode ser definida como o maior fluxo obtido em uma expiração forçada com base em uma inspiração completa ao nível da capacidade pulmonar total. A medida dos volumes pulmonares não avalia diretamente a função pulmonar, mas alterações nesse parâmetro podem estar associadas com condições respiratórias patológicas. Por essa razão, esses testes oferecem informações que auxiliam no acompanhamento de paciente com doença pulmonar. O guia global do manejo da asma recomenda medidas da função pulmonar como a medida de pico do fluxo expiratório (PFE) para avaliação da resposta à terapia. Devido à simplicidade e fácil avaliação, o monitoramento diário do PFE em nível domiciliar tem sido recomendado para pacientes com asma moderada a grave, de forma auxiliar no controle dos sintomas e como alerta em períodos de crise. A monitorização da asma tem vantagens como: detecção do aumento da obstrução ao fluxo aéreo, mostra ao paciente o estado de suas vias aéreas, identificação de fatores desencadeantes ambientais, auxilia no ajuste e monitoramentodo tratamento. Entretanto os pacientes têm dificuldade em manter a aderência ao monitoramento regular de longo prazo, muitas vezes por falta de motivação ou por não terem um plano de cuidado com acompanhamento de um profissional da saúde. As medidas do PFE podem ser obtidas por um equipamento manual portátil, que é um instrumento de baixo custo, simples, fácil transporte e manejo. Há várias marcas de equipamentos disponíveis comercialmente, uma vez que essa medida vem ganhando espaço crescente no âmbito ambulatorial e domiciliar. O medidor de pico de fluxo expiratório é feito de material plástico, contendo um sistema graduado de medidas que avalia a força e a velocidade de saída de ar de dentro dos pulmões em L/min. Os equipamentos possuem escala mecânica, com faixa de valores entre 60-880 L/min para os medidores adulto e faixa de registro entre 60 a 400 L/min para os pediátricos. Para a obtenção das medidas do pico de fluxo expiratório máximo, é necessário que o indivíduo expire forçadamente pelo bocal após uma inspiração máxima. O aparelho ser usado para novas medidas após a troca do bocal descartável. Técnica geral para realização da medida: Segurar o aparelho verticalmente, tomando o cuidado para que a saída de ar não seja bloqueada. Colocar a boca firmemente ao redor do bocal de plástico, tendo certeza de que não ocorra escape de ar. O paciente deve soprar tão forte e o mais rápido que puder. Realizar três medidas de pico de fluxo expiratório máximo. Não deve haver diferenças entre as medidas superiores a 5%. GLICEMIA CAPILAR A medição diária da glicemia capilar dos indivíduos com diabetes mellitus (DM) traz benefícios, por diminuir o risco de complicações agudas, tais como cetoacidose e hipoglicemia, e por permitir que o paciente entenda os determinantes de sua glicemia ao correlacionar os resultados glicêmicos em tempo real com a ingestão de alimentos ou com a prática de atividade física, por exemplo. Não há consenso sobre a utilização de automonitoramento da glicemia capilar (AMGC) em pacientes com diabetes mellitus tipo 2 (DM2) tratados apenas com antidiabéticos orais. Entretanto essa conduta estimula os pacientes a tornarem-se mais cooperativos, motivados e cientes dos fatores que afetam suas glicemias. O farmacêutico deve orientar pacientes diabéticos para a importância do controle glicêmico, do automonitoramento e da manutenção da glicemia próxima aos níveis normais. Os pacientes insulinodependentes atendidos no Sistema Único de Saúde (SUS) têm direito a receber glicosímetro para uso individual em domicílio. A frequência do monitoramento não é consenso, mas deve estar associada à melhora da hemoglobina glicada (HbA1c). O ideal seria que pacientes com diabetes mellitus tipo 1 (DM1) em terapia intensiva monitorem a glicemia cinco vezes ao dia: antes do café, do almoço e do jantar, ao deitar e duas horas após uma refeição, variável a cada dia. O paciente deve ser instruído a medir a glicemia também em situações especiais, como antes e depois de um exercício intenso. Os glicosímetros disponíveis comercialmente permitem o envio dos dados e a visualização de gráficos que ficam armazenados em nuvem. As glicemias são mostradas de acordo com o horário do dia, com o dia da semana ou com a tendência no decorrer do mês. Além disso, são fornecidos dados como: média e desvio-padrão da glicemia no período de dias ou meses, média de glicemias capilares realizadas no período, a menor ou a maior glicemia apresentada no período, além de índices que mostram risco de hipo ou hiperglicemia. Farmácias e drogarias podem oferecer o serviço de aferição de glicemia capilar em equipamentos de autoteste, o qual não é considerada um teste laboratorial remoto (TLR). Os resíduos como materiais perfurocortantes, gaze ou algodão sujos com sangue deverão ser descartados conforme as exigências da legislação específica para Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde. A Resolução da Anvisa n° 44/2009 define que o farmacêutico deverá ter procedimento operacional padrão (POP) detalhando a técnica usada no procedimento. A Declaração de Serviço Farmacêutico deve ser emitida em duas vias, sendo que a primeira deve ser entregue ao usuário e a segunda permanecer arquivada no estabelecimento. Os arquivos das medições realizadas no usuário devem ser mantidos no estabelecimento por, no mínimo, cinco anos. Procedimento: Explique o procedimento ao paciente. Calçar as luvas de procedimento. Posicione o paciente confortavelmente. Higienize as mãos. Ligar o aparelho e posicionar a fita e o glicosímetro de modo a facilitar a deposição da gota de sangue no local adequado. Limpar a área com algodão embebido em álcool a 70% ou após secar o local com algodão limpo e seco. Com a lanceta ou agulha estéril, fazer uma punção na ponta do dedo escolhido, preferencialmente na lateral do dedo, onde a dor é minimizada. Pingue a gota de sangue no local indicado na fita, até preenchimento de toda a fita. Pressionar o local da punção com algodão até hemostasia. Informar o resultado obtido ao paciente. Desprezar a fita reagente e a lanceta na caixa específica para material perfurocortantes. Limpar o glicosímetro com algodão embebido em álcool a 70% e guardá-lo. Retirar as luvas. Realizar a higienização das mãos. Registrar o valor obtido no prontuário do paciente. Dar orientação adequada ao paciente. As Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2017-2018 definem os objetivos glicêmicos da glicemia para indivíduos com e sem diabetes mellitus do tipo 1 (DM1) nos diferentes momentos do dia (Quadro 3.3). Quadro 3.3 - Objetivos glicêmicos para indivíduos com e sem DM do tipo 1 (DM1) Glicemia Não diabético(mg/dL) Crianças e adolescentes com DM1 (mg/dL) Adultos com DM1 (mg/dL) Jejum ou pré- prandial 65 a 100 70 a 145 70 a 130 Pós-prandial 80 a 126 90 a 180 < 180 Ao deitar 80 a 100 120 a 180 Na madrugada 65 a 100 80 a 162 Fonte: Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes, 2017 Pacientes sem diagnóstico prévio de diabetes, quando verificada discrepância entre os valores encontrados e os valores de referência, deverão ser orientados a procurar assistência médica. O médico realiza o diagnóstico laboratorial do diabetes por meio de glicemia de jejum, glicemia duas horas após teste oral de tolerância à glicose (TOTG) e hemoglobina glicada (HbA1c). Se esses exames estiverem alterados, idealmente o clínico repete o exame alterado com segunda amostra de sangue, na ausência de sintomas inequívocos de hiperglicemia. Pacientes com sintomas clássicos, tais como poliúria, polidipsia, polifagia e emagrecimento, são submetidos à dosagem de glicemia ao acaso e independente do jejum, não havendo necessidade de confirmação por meio de segunda dosagem caso se verifique glicemia aleatória ≥200 mg/dL. O farmacêutico deve ter conhecimento dos valores de normalidade desses exames laboratoriais. Os critérios de diagnóstico para normoglicemia, pré-diabetes e diabetes mais aceitos e adotados pela Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) encontram-se descritos no Quadro 3.4. No rastreamento em saúde, as medidas de encaminhamento médico devem ser estipuladas de modo a evitar que o paciente fique sem tratamento. A importância das atividades de rastreamento e diagnóstico precoce do DM2 não pode ser minimizada em um país como o Brasil, onde apenas a metade dos pacientes sabe que tem diabetes. Quadro 3.4 - Critérios de diagnósticos adotados pela Sociedade Brasileira de Diabetes Normoglicemia Pré-diabetes Diabetes Glicose de jejum (mg/dL) <100 ≥100 e <126 ≥126 Glicose 2 horas após sobrecarga com 75 g de glicose (mg/dL) <140 ≥140 e <200 ≥200 Glicose ao acaso - - ≥200 com sintomas HbA1c (%) <5,7 ≥5,7 e <6,5 ≥6,5 Fonte: Sociedade Brasileira de Diabetes, 2017 DECLARAÇÃO DE SERVIÇO FARMACÊUTICO De acordo com a legislação vigente, após a prestação do serviço farmacêutico, deve ser entregue ao usuário a “Declaração de Serviço Farmacêutico”. O Capítulo 1 apresenta um modelo de declaração com as informações mínimas exigidas, mas que pode ser adaptada pelofarmacêutico para atender às suas necessidades. Quando houver medição de parâmetros fisiológicos e bioquímico é obrigatório conter a frase: “ESTE PROCEDIMENTO NÃO TEM FINALIDADE DE DIAGNÓSTICO E NÃO SUBSTITUI A CONSULTA MÉDICA OU A REALIZAÇÃO DE EXAMES LABORATORIAIS”. EXAMES COMPLEMENTARES A Resolução do Conselho Federal de Farmácia (CFF) n° 585/2013 tornou legal a solicitação de exames clínico-laboratoriais pelo farmacêutico, no contexto da monitorização da farmacoterapia. Não está autorizada nessa resolução a solicitação de exames com finalidade diagnóstica. Algumas circunstâncias em que o farmacêutico poderá solicitar exames são: Monitorização dos resultados da farmacoterapia do paciente. Com a finalidade de evitar ou detectar precocemente a ocorrência de níveis tóxicos ou subterapêuticos. Para constatar a aderência do paciente ao tratamento. Identificar interações medicamentosas imprevisíveis que possam levar a aumento ou redução da concentração sanguínea esperada para a dose prescrita de medicamento. O monitoramento da terapêutica é indicado nos seguintes casos: Fármacos de baixo índice terapêutico. Suspeita de toxicidade medicamentosa. Individualização da terapia. Falta de adesão na terapia. Avaliar interações medicamentosas. Medicamentos nefrotóxicos ou hepatotóxicos. A maior parte dos fármacos não requer monitoramento laboratorial, pois sua ação pode ser avaliada pelo acompanhamento clínico do paciente, ou por outros exames complementares. Os fármacos a seguir são os mais comumente analisados em laboratórios clínicos: Agentes Cardíacos Digoxina Antibióticos Gentamicina Vancomicina Cloranfenicol Anticonvulsivantes Fenobarbital Fenitoína Ácido Valproico Carbamazepina Citotóxicos Metotrexato Imunossupressores CiclosporinaTacrolimus Psicofármacos Haloperidol Lítio Referências ACUÑA, K.; CRUZ, T. Avaliação do Estado Nutricional de Adultos e Idosos e Situação Nutricional da População Brasileira. Arquivos Brasileiros de Endocrinologia e Metabologia, v. 48, p. 345-361, 2004. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/%0D/abem/v48n3/a04v48n3.pdf. Acesso em: 5 out. 2019. BENSENOR, I. M.; ATTA, J. A.; MARTINS, M. A. Semiologia Clínica. São Paulo: Sarvier, ٢٠٠٢. BERGER, B. A. Habilidades de Comunicação para Farmacêuticos: construindo relacionamentos, otimizando o cuidado aos pacientes. São Paulo: Pharmabooks, 2011. BOAVENTURA, C. M. et al. Valores de referência de medidas de pico de fluxo expiratório máximo em escolares. Arquivos Médicos do ABC, v. 32, p. 30-34, 2009. BRASIL. Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial. Portaria nº 24 de 22 de fevereiro de 1996. Regulamento Técnico Metrológico, que com esta baixa, estabelecendo as condições a que devem satisfazer os esfigmomanômetros mecânicos do tipo aneróide. Disponível em: http://www.inmetro.gov.br/legislacao/rtac/pdf/RTAC000193.pdf. Acesso em: 5 out. 2019. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC nº 44 de 17 de agosto de 2009. Dispõe sobre Boas Práticas Farmacêuticas para o controle sanitário do funcionamento, da dispensação e da comercialização de produtos e da prestação de serviços farmacêuticos em farmácias e drogarias e dá outras providências. Disponível em: http://portal.anvisa.gov.br/documents/33880/2568070/RDC_44_2009.pdf/ad27fafc-8cdb- 4e4f-a6d8-5cc93515b49b. Acesso em: 5 out. 2019. CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Resolução nº 555, de 30 de novembro de 2011. Regulamenta o registro, a guarda e o manuseio de informações resultantes da prática da assistência farmacêutica nos serviços de saúde. Disponível em: http://www.cff.org.br/userfiles/file/resolucoes/555.pdf. Acesso em: 5 out. 2019. CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Resolução nº 585 de 29 de agosto de 2013. Regulamenta as atribuições clínicas do farmacêutico e dá outras providências. Disponível em: http://www.cff.org.br/userfiles/file/resolucoes/585.pdf. Acesso em: 5 out. 2019. CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Resolução nº 586 de 29 de agosto de 2013. Regula a prescrição farmacêutica e dá outras providências. Disponível em: http://www.cff.org.br/userfiles/file/resolucoes/586.pdf. Acesso em: 5 out. 2019. CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Recompilação de documentos. 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Diretrizes da sociedade brasileira de diabetes 2017-2018. São Paulo: Clannad, 2017. Disponível em: https://www.diabetes.org.br/profissionais/images/2017/diretrizes/diretrizes-sbd-2017- 2018.pdf. Acesso em: 5 out. 2019. TEIXEIRA, C. C. et al. Vital Signs Measurement: An Indicator of Safe Care Delivered to Elderly Patients. Texto & Contexto Enfermagem, v. 24, p. 1.071-1.078, 2015. WORLD HEALTH ORGANIZATION. Physical status: The use and interpretation of anthropometry. Report of a WHO expert committee. Geneva: WHO, 1995. WORLD HEALTH ORGANIZATION. Obesity: Preventing and managing the global epidemic. Report of a WHO consultation on obesity. Geneva: Who, 1998. CAPÍTULO 4 MEDICAMENTOS ISENTOS DE PRESCRIÇÃO Carine Viana No Brasil, os medicamentos isentos de prescrição (MIPs) foram citados pela primeira vez na Lei n° 5.991, de 17 de dezembro de 1973, que dispõesobre o controle sanitário de medicamentos. Na época, foi permitido que esses medicamentos fossem comercializados em estabelecimentos hoteleiros e similares para atendimento exclusivo de seus usuários. Em 2003, a Anvisa publicou a RDC n° 138, a qual prevê a categoria de venda de medicamentos isentos de prescrição. Todos os medicamentos cujos grupos terapêuticos e indicações terapêuticas estão descritos na Lista de Grupos e Indicações Terapêuticas Especificadas (Gite), respeitadas as restrições, são de venda sem prescrição médica. A Gite foi estabelecida baseando-se em critérios como índice terapêutico, toxicidade, legislações internacionais e na Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (Rename). Para os medicamentos apresentados em associações de princípios ativos, a resolução estabelece que, se um dos seus princípios ativos não se encontrar no Gite, estes deverão ser comercializados somente sob prescrição médica. Em 2016, a RDC da Anvisa n° 98 atualizou os critérios e procedimentos para o enquadramento de medicamentos como isentos de prescrição e o reenquadramento como medicamentos sob prescrição. Essa normativa revogou a RDC da Anvisa n° 138/2003. A Instrução Normativa n° 11/2016 instituiu a Lista de Medicamentos Isentos de Prescrição (LMIP) (Quadro 4.1). Quadro 4.1 - Lista de Medicamentos Isentos de Prescrição, de acordo com a Instrução Normativa da Anvisa n° 11/2016 Grupos Terapêuticos Indicações Terapêuticas Observações Antiacneicos e tópicos adstringentes Acne, acne vulgar, rosácea, espinhas Restrição:- Retinoides Antiácidos, Antieméticos, Acidez estomacal, Azia, Desconforto, Eupépticos, Enzimas digestivas Acidez estomacal, dor de estômago, dispepsia, enjoo, náusea, vômito, epigastralgia, má digestão, queimação, pirose, esofagite péptica, distensão abdominal, cinetose, hérnia de hiato Restrições: - Metoclopramida - Bromoprida - Mebeverina - Inibidores da Bomba de Prótons Antibacterianos tópicos Infecções bacterianas da pele Permitidos: - Bacitracina - Neomicina Antidiarreicos DiarreiaDisenteria Restrições: - Loperamida infantil - Opiáceos Antiespasmódicos Cólica, cólica menstrual, dismenorreia, desconforto pré-menstrual, cólicabiliar/renal/intestinal Restrição: - Mebeverina Anti-histamínicos Antisseborreicos Alergia, coceira, prurido, coriza, rinite alérgica, urticária, picada de inseto, ardência, ardor, conjuntivite alérgica, prurido senil, prurido nasal, prurido ocular alérgico, febre do feno, dermatite atópica, eczemas, caspa, dermatite seborreica, seborreia, oleosidade. Restrições: - Adrenérgicos - Corticoides (exceto hidrocortisona de uso tópico) Antissépticos orais Antissépticos buco- faríngeos Aftas, dor de garganta, profilaxia das cáries Antissépticos nasais Fluidificantes nasais Umectantes nasais Antissépticos nasais, fluidificantes nasais, umectantes nasais Antissépticos oculares Antissépticos oculares Restrições: Adrenérgicos (exceto nafazolina com concentração < 0,1%) - Corticoides Antissépticos da pele e mucosas Assaduras, dermatite de fraldas, dermatite de contato, dermatite amoniacal, intertrigo (mamário, perianal, interdigital, axilar), odores dos pés e axilas Antissépticos urinários Disúria, dor/ardor/desconforto para urinar Antissépticos vaginais tópicos Higiene íntima, desodorizante Grupos Terapêuticos Indicações Terapêuticas Observações Aminoácidos, Vitaminas e/ou Minerais Suplementos alimentares com as seguintes finalidades de uso: Antioxidantes; Auxiliar no sistema imunológico; Auxiliar nas anemias carenciais; Dietas restritivas e inadequadas; Doenças crônicas/convalescença; Gestação e aleitamento; Idosos; Períodos de crescimento acelerado; Pós-cirúrgico/cicatrizante; Prevenção de cegueira noturna/xeroftalmia; Prevenção do raquitismo; Prevenção/tratamento auxiliar na desmineralização óssea pré e pós-menopausal; Recém-nascidos, lactentes e crianças em fase de crescimento Anti-inflamatórios Lombalgia, mialgia, torcicolo, dor articular, artralgia, inflamação da garganta, dor muscular, dor na perna, dor varicosa, contusão, hematomas, entorses, tendinites, cotovelo de tenista, lumbago, dor pós-traumática, dor ciática, bursite, distensões, flebites superficiais, inflamações varicosas, quadros dolorosos da coluna vertebral, lesões leves oriundas da prática esportiva Permitidos: - Naproxeno - Ibuprofeno - Cetoprofeno - Tópicos não esteroidais (AINEs) Antiflebites Dor nas pernas, dor varicosa, sintomas de varizes, dores das pernasrelacionadas a varizes, dores após escleroterapia venosa Antifiséticos Antiflatulentos Carminativos Eructação, flatulência, empachamento, estufamento, aerofagia pós- operatória, gases, meteorismo Antifúngicos Antimicóticos Micoses de pele, frieira, micoses de unha, pano branco, infecções fúngicas das unhas, onicomicoses, dermatomicoses, pitiríase versicolor, tinha das mãos, tinha dos pés, pé de atleta, tinha do corpo, micose de praia, tinha da virilha, candidíase cutânea, monilíase cutânea, dermatite seborreica, dermatomicoses superficiais, vulvovaginites, dermatiteperianal, balanopostite, candidíase vaginal, candidíase oral Permitidos: - Formas farmacêuticas tópicas Anti-hemorroidarios Sintomas de hemorroidas Permitidos: - Formas farmacêuticas tópicas Antiparasitários orais Anti-helmínticos Verminoses Permitidos: - Mebendazol - Levamizol Antiparasitários tópicos Escabicidas Ectoparasiticidas Piolhos, sarna, escabiose, carrapatos, pediculose, lêndea Antitabágicos Alívio dos sintomas decorrente do abandono do hábito de fumar, alívio dossintomas da síndrome de abstinência Restrição: - Bupropiona Analgésicos Antitérmicos Antipiréticos Dor, dor de dente, dor de cabeça, dor abdominal e pélvica, enxaqueca, sintomas da gripe, sintomas do resfriado, febre, cefaleia, dores reumáticas, nevralgias, lombalgia, mialgia, torcicolo, dor articular, artralgia, inflamação da garganta, dor muscular, contusão, hematomas, entorses, tendinites, cotovelo de tenista, lumbago, dor pós-traumática, dor ciática, bursite, distensões Permitidos: - Analgésicos (exceto narcóticos) Ceratolíticos Descamação, esfoliação da pele, calos, verrugas, verruga plantar, verrugavulgar Cicatrizantes Feridas, escaras, fissuras de pele e mucosas, rachaduras Grupos Terapêuticos Indicações Terapêuticas Observações Colagogos Coleréticos Distúrbios digestivos, distúrbios hepáticos Descongestionantes nasais tópicos Congestão nasal, obstrução nasal, nariz entupido Restrições: - Vasoconstritores Descongestionantes nasais sistêmicos Congestão nasal, obstrução nasal, nariz entupido Permitido: - Fenilefrina Emolientes e lubrificantes cutâneos e de mucosas Hidratante, dermatoses hiperqueratóticas, dermatoses secas, pele seca e áspera, ictiose vulgar, hiperqueratose palmar e plantar, ressecamento da pele, substituto artificial da saliva, saliva artificial para tratamento da xerostomia Emolientes Lubrificantes Adstringentes oculares Secura nos olhos, falta de lacrimejamento, irritação ocular Expectorantes Balsâmicos Mucolíticos Sedativos da tosse Tosse, tosse seca, tosse produtiva, tosse irritativa, tosse com catarro, mucofluidificante Laxantes Catárticos Prisão de ventre, obstipação intestinal, constipação intestinal, intestino preso Reidratante oral Hidratação oral, reidratação oral Relaxantes musculares Torcicolo, contratura muscular, dor muscular, lumbago, entorses Rubefacientes Vermelhidão, rubor Tônicos orais Estimulante do apetite, astenia Fonte: Instrução Normativa da Anvisa n° 11, de 2016 A Figura 4.1 mostra os critérios para enquadramento como MIP no Brasil. O tempo mínimo de comercialização do princípio ativo ou da associação de princípios ativos (com as mesmas indicações, via de administração e faixa terapêutica) é de 10 anos, sendo pelo menos 5 anos no Brasil como medicamento sob prescrição ou 5 anos no exterior como MIP, com critérios compatíveis aos estabelecidos no Brasil. Figura 4.1 – Critérios para enquadramento como MIP no Brasil de acordo com a RDC da Anvisa n° 98/2016 Fonte: autora Os MIPssão aprovados para tratar de afecções e sintomas considerados menores. Esses medicamentos são de venda livre e disponíveis ao consumidor sem a apresentação de uma prescrição médica ou odontológica. Dessa forma, no seu consumo consideram-se apenas as orientações disponíveis nas bulas e nos rótulos. Entre os MIPs mais consumidos no Brasil estão os analgésicos e antipiréticos, antiácidos, antiflatulentos, analgésicos tópicos, expectorantes, medicamentos para obstipação, estomatológicos e os antigripais. A revisão do enquadramento de um medicamento como isento de prescrição poderá ocorrer a qualquer momento. A Anvisa disponibiliza as solicitações de reenquadramento de princípios ativos no seu sítio eletrônico. Alguns dos ativos listados no Quadro 4.2 são alvo de petições em andamento. A Anvisa solicita que as empresas com medicamentos fabricados com esses ativos, interessadas no mesmo enquadramento (MIPs), protocolizem suas petições para análise. Entretanto o peticionamento não é obrigatório. Caso haja alteração da restrição de venda, todas as empresas que detenham registro de medicamentos reenquadrados deverão realizar os procedimentos de adequação previstos na RDC da Anvisa nº 98/2016. Quadro 4.2 - Lista de princípios ativos que são alvo de petições em andamento na Anvisa para análise de enquadramento como medicamentos isentos de prescrição Fármaco Apresentação Ácido mefenâmico Comprimido 500 mg Alfaestradiol Solução capilar 0,25 mg/mL Bromoprida Cápsula dura 10 mgSolução oral 4 mg/mL Cetoprofeno Cápsula dura 50 mg Xarope 1 mg/mL Gel tópico 25 mg/g Ciclopirox olamina Creme 10 mg/g Esmalte 80 mg/g Loção 10 mg/mL Cloridrato de ioimbina Comprimido 5,4 mg Cloridrato de tiamina Comprimido revestido 300 mg Cloridrato de meclozina Comprimido 12,5 mg Cordia verbenacea DC Creme 5 mg/gAerossol 5 mg/g Desloratadina Comprimido revestido 5 mgXarope 0,5 mg/mL Diclofenaco potássico Comprimido revestido 50 mgComprimido dispersível 50 mg Diclofenaco resinato Suspensão 15 mg/mL Diclofenaco sódico Comprimido revestido 50 mg Dicloridrato de betaistina Comprimidos 6 mg, 16 mg e 24 mg Dicloridrato de hidroxizina Solução oral 2 mg/mL Xarope 2 mg/mL Comprimido 25 mg Dicloridrato de levocetirizina Comprimido revestido, 5 mgXarope 0,5 mg/mL Esomeprazol Comprimidos revestidos 20 mg e 40 mg Hedera Helix L. (extrato seco) Xarope 7 mg/mLXarope 15 mg/mL Ibuprofeno arginina Comprimido revestido 770 mgGranulado para solução oral 770 – 1.155 mg Nistatina Creme ginecológico 25.000 UI Nitrato de butoconazol Creme vaginal 20 mg/g Omeprazol Cápsula dura 10 – 40 mg Pantoprazol sódico Comprimido revestido 20 mg Penciclovir Creme 10 mg/g Fármaco Apresentação Propionato de fluticasona Solução nasal 0,05% Queratina + Cistina + associações Cápsula dura, 20 mg + 20 mg + 240 mg Sulfadiazina de prata Creme 1% Sulfato de Glicosamina Pó para solução oral 1.500 mg Fonte: Anvisa A Resolução do CFF nº 467, de 28 de novembro de 2007, aponta que compete ao farmacêutico manipular, dispensar e comercializar MIPs, bem como cosméticos e outros produtos farmacêuticos magistrais, independentemente da apresentação da prescrição. O farmacêutico deve acompanhar as atualizações das legislações relativas aos MIPs, de forma a garantir que sua prescrição esteja fundamentada em princípios éticos e legais. Problema de saúde autolimitado é definido como uma enfermidade aguda de baixa gravidade, de breve período de latência, que desencadeia uma reação orgânica a qual tende a cursar sem dano para o paciente e que pode ser tratada de forma eficaz e segura com medicamentos e outros produtos com finalidade terapêutica e cuja dispensação não exija prescrição médica. A terapia pode incluir medicamentos industrializados ou preparações magistrais, alopáticos ou dinamizados, plantas medicinais, drogas vegetais, dermocosméticos ou mesmo medidas não farmacológicas. Na avaliação farmacêutica, caso o problema de saúde do indivíduo não se enquadre como autolimitado ou seja autolimitado com agravantes, o indivíduo deverá ser encaminhado ao médico. Além de conhecer as etapas do processo semiológico aplicado ao manejo de problemas de saúde autolimitados, o farmacêutico deve ter conhecimento do embasamento legal de suas atribuições clínicas. A prescrição farmacêutica de MIPs em gestantes, lactantes, lactentes, bebês, crianças e idosos deve ser evitada, e o encaminhamento médico deve ser realizado. Esses pacientes são frágeis, vulneráveis, demandando cuidado clínico individualizado que assegure o uso racional de medicamentos. Referências BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. IN nº 11 de 29 de setembro de 2016. Dispõe sobre a lista de medicamentos isentos de prescrição. Disponível em: http://portal.anvisa.gov.br/documents/10181/2718376/(1)IN_11_2016_.pdf/e31d6cb1-0b3c- 43d3-bd59-9b4a8581daf2. Acesso em: 14 out. 2019. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Gerência Geral de Medicamentos e Produtos Biológicos – GGMED. Comunicado nº 01/2017-MIP/GGMED, de 19 de janeiro de 2017. Disponível em: http://portal.anvisa.gov.br/documents/33836/2984605/2017+01+Primeiro+edital+de+MIPs.pd f/096428bf-fa10-4a2b-8f18-aa4c560cd54d. Acesso em: 14 out. 2019. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. 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Resolução n° 596, de 21 de fevereiro de 2014. Dispõe sobre o Código de Ética Farmacêutica, o Código de Processo Ético e estabelece as infrações e as regras de aplicação das sanções disciplinares. CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Resolução nº 98, de 01 de agosto de 2016. Dispõe sobre os critérios e procedimentos para o enquadramento de medicamentos como isentos de prescrição e o reenquadramento como medicamentos sob prescrição, e dá outras providências. Disponível em: http://portal.anvisa.gov.br/documents/10181/2921766/RDC_98_2016.pdf/32ea4e54-c0ab- 459d-903d-8f8a88192412. Acesso em: 14 out. 2019. DEZ ativos podem ser enquadrados como isentos. Anvisa, 19 jan. 2017. Disponível em: http://portal.anvisa.gov.br/rss/-/assetpublisher/Zk4q6UQCj9Pn/content/id/3196376. Acesso em: 14 out. 2019. CAPÍTULO 5 SUPLEMENTOS ALIMENTARES Carine Viana Thaís Ramos Dal Molin SUPLEMENTOS ALIMENTARES Os suplementos alimentares são produtos para ingestão oral, apresentados em diferentes formas farmacêuticas e destinados a suprir determinadas necessidades da dieta de indivíduos saudáveis por meio de nutrientes, substâncias bioativas, enzimas ou probióticos, isolados ou combinados. Esses produtos não devem apresentar substâncias terapêuticas que promovam cura ou tratamento de doenças. LEGISLAÇÃO No Brasil, até 2018, as normas relacionadas aos produtos utilizados como suplementos alimentares encontravam-se fracionadas em diversas legislações sanitárias. Isso porque muitos desses produtos guardam características de alimentos e de medicamentos, por apresentarem certas atividades biológicas. Os suplementos eram enquadrados em diversas categorias de produtos: (I) Alimentos para atletas; (II) Suplementos vitamínicos e minerais; (III) Alimentos com alegação de propriedade funcional e/ou saúde; (IV) Novos alimentose novos ingredientes; (V) Substâncias bioativas e probióticos; (VI) Fitoterápicos; e (VII) Medicamentos específicos. O marco regulatório publicado em 2018 pela Anvisa prevê pela primeira vez em uma norma sanitária brasileira a denominação “suplemento alimentar”. Essa legislação surge com a finalidade de auxiliar tanto os fabricantes quanto os usuários e comerciantes desses produtos a identificarem a qualidade do produto. O marco legal para suplementos alimentares é formado por seis normas, as quais estão descritas no Quadro 5.1. Quadro 5.1 - Normas do marco legal para suplementos alimentares Norma Anvisa Ementa RDC 239/2018 Estabelece os aditivos alimentares e coadjuvantes de tecnologia autorizados para uso em suplementos alimentares. RDC 240/2018 Categorias de alimentos e embalagens isentos e com obrigatoriedade de registro sanitário. Altera a RDC nº 27/2010. RDC 241/2018 Requisitos para comprovação da segurança e dos benefícios à saúde dos probióticos para uso em alimentos. RDC 242/2018 Regulamenta o registro de vitaminas, minerais, aminoácidos e proteínas de uso oral, classificados como medicamentos específicos. Altera a RDC 24/2011, a RDC 107/2016, a IN 11/2016 e a RDC 71/2009. RDC 243/2018 Dispõe sobre os requisitos sanitários dos suplementos alimentares. IN 28/2018 Estabelecem as listas de constituintes, limites de uso, alegações permitidas e rotulagem complementar dos suplementos alimentares. Fonte: autora A categoria de suplementos alimentares passou a reunir a maior parte dos produtos que estavam enquadrados em diferentes categorias distintas de alimentos e em uma de medicamentos: (I) suplementos de vitaminas e minerais; (II) substâncias bioativas e probióticos; (III) novos alimentos; (IV) alimentos com alegações de propriedades funcionais; (V) suplementos; (VI) complementos alimentares para gestantes e nutrizes; e (VII) medicamentos específicos isentos de prescrição. Com as novas regras, a principal diferença entre um suplemento alimentar e um medicamento é a sua finalidade de uso. Enquanto um suplemento tem como finalidade suplementar a alimentação de pessoas saudáveis, os medicamentos devem possuir finalidade terapêutica ou medicamentosa comprovada. Não são permitidos na composição de suplementos alimentares: 1. Substâncias consideradas como doping pela Agência Mundial Antidopagem. 2. Substâncias sujeitas a controle especial, conforme Portaria do Ministério da Saúde n° 344/1998 e suas atualizações. 3. Substâncias obtidas das espécies que não podem ser utilizadas na composição de produtos tradicionais fitoterápicos, conforme a Resolução da Anvisa n° 26/2014. 4. Óleos e gorduras parcialmente hidrogenados. Os rótulos de suplementos alimentares não podem apresentar palavras, marcas, imagens ou qualquer outra representação gráfica que afirme ou sugira que: O produto possui finalidade medicamentosa ou terapêutica; O produto contém substâncias não autorizadas ou proibidas; A alimentação não é capaz de fornecer os componentes necessários à saúde; ou O produto é comparável ou superior a alimentos convencionais. PRESCRIÇÃO FARMACÊUTICA O Conselho Federal de Farmácia, considerando o avanço da prescrição clínica farmacêutica e as novas normativas para os suplementos alimentares, regulamentou os suplementos alimentares como modalidade da prática farmacêutica. A Resolução do CFF nº 661/2018 define o cuidado farmacêutico relacionado aos suplementos alimentares e demais categorias de alimentos na farmácia comunitária, consultório farmacêutico e estabelecimentos comerciais de alimentos. O cuidado farmacêutico relacionado à dispensação de suplementos alimentares deve contemplar principalmente a avaliação do uso desses produtos e a orientação do paciente ou do cuidador sobre sua utilização racional. A análise farmacêutica acerca da necessidade de uso dos suplementos alimentares deve considerar as características individuais e as evidências científicas que comprovem o benefício do produto à saúde do usuário. No processo de avaliação da prescrição ou mesmo da demanda espontânea para fins de autocuidado, o farmacêutico deverá considerar: Reações adversas potenciais. Interações potenciais com alimentos, suplementos, medicamentos, exames complementares e doenças. Toxicidade (aguda, subcrônica e crônica). Precauções, advertências e contraindicações. Posologia relacionada ao uso pretendido. Características do indivíduo (biológicas, socioeconômicas, culturais e psicológicas). O farmacêutico pode prescrever nutrientes, compostos bioativos isolados de alimentos, probióticos e enzimas, nas diversas categorias de alimentos, medicamentos isentos de prescrição médica ou de preparações magistrais, nos seguintes contextos: Para prevenção de doenças e de outros problemas de saúde. Para recuperação da saúde, sempre que no processo de rastreamento houver identificação de riscos. Na otimização do desempenho físico e mental, associado ao exercício físico ou não. Na complementação da farmacoterapia, como forma de potencializar resultados clínicos de medicamentos, bem como prevenir ou reduzir reações adversas a medicamentos. Na manutenção ou melhora da qualidade de vida. Cabe ressaltar a importância do trabalho interdisciplinar na prescrição de suplementos alimentares, aliado a equipes médicas e nutricionistas. O encaminhamento do paciente a outros profissionais de saúde deverá ser realizado para o atendimento de demandas com maiores complexidades. CATEGORIAS DE SUPLEMENTOS Para melhor entendimento, os suplementos alimentares podem ser subdivididos nas seguintes categorias: Suplementos vitamínicos e/ou minerais: indicados para atingir a ingestão diária recomendada (IDR) como forma de manutenção da saúde do paciente e prevenção de maiores complicações. Exemplos: vitamina C, vitamina D, vitamina B12, ferro e cálcio. Alimentos para atletas: suplementos com a finalidade de suprir as necessidades dos atletas de rendimento máximo a fim de fazer uma manutenção corporal essencial à vida. Exemplos: suplementos de proteína (albumina, aminoácidos e a proteína do soro do leite), creatina e suplementos energéticos a base de carboidratos como a maltodextrina. Alimentos de propriedade funcional e/ou saúde: produtos com efeitos metabólicos e/ou fisiológicos e/ou efeitos benéficos à saúde. Exemplos: ômega 3, luteína, quitosana e psyllium. Probióticos: microrganismos vivos que, quando administrados em quantidades adequadas, conferem benefícios à saúde do consumidor. No Capítulo 31 são abordados os suplementos vitamínicos e minerais mais consumidos entre a população visando ao bem-estar e à saúde do usuário. Referências BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução nº 16, de 30 de abril de 1999. Aprova o regulamento técnico de procedimentos para registro de Alimentos e Novos ingredientes, constante do anexo desta Portaria. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, Poder Executivo, 30 abr. 1999(a). BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução nº 18, de 19 de novembro de 1999. Regulamento técnico que estabelece as diretrizes para análise e comprovação de propriedade funcionais e ou se saúde alegadas em rotulagem de alimentos. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, Poder Executivo, 19 nov. 1999(b). BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução nº 132, de 29 de maio de 2003. Institui a categoria de registro de medicamentos específicos. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, Poder Executivo, DGF, 29 maio 2003. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução nº 269/2005. Regulamento técnico sobre a ingestão diária recomendada (IDR) de proteína, vitaminas e minerais. Brasília: Anvisa, 2005. Disponível em: http://portal.anvisa.gov.br/documents/10181/2718376/RDC_269_2005_COMP.pdf/25aaf9f3- 32bc-4e80-aa6c-0520332533a6. Acesso em: 8 jun. 2019. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. RDC n° 18 de 27 de abril de 2010. Dispõe sobre alimentos para atletas. Diário Oficial [da] República Federativado Brasil, Brasília, Poder Executivo, 30 abr. 2010. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução nº 26, de 13 de maio de 2014. Dispõe sobre o registro de medicamentos fitoterápicos e registro e notificação de produtos tradicionais fitoterápicos. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, Poder Executivo, 13 maio 2014. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. RDC nº 242, de 26 de julho de 2018. Altera a RDC nº 24, de 14 de junho de 2011, a RDC n° 107, de 5 de setembro de 2016, a IN n° 11, de 29 de setembro de 2016 e a RDC n° 71, de 22 de dezembro de 2009 e regulamenta o registro de vitaminas, minerais, aminoácidos e proteínas de uso oral, classificados como medicamentos específicos. Disponível em: http://portal.anvisa.gov.br/documents/10181/3898888/RDC_242_2018_.pdf/6ce767e9-7e1a- 476f-a7a7-8cfe5961a6dc. Acesso em: 8 jun. 2019. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. RDC nº 243 de 26 de julho de 2018. Dispõe sobre os requisitos sanitários dos suplementos alimentares. Disponível em: http://www.imprensanacional.gov.br/materia/-/asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/343 79969/do1-2018-07-27-resolucao-da-diretoria-colegiada-rdc-n-243-de-26-de-julho-de-2018- 34379917. Acesso em: 8 jun. 2019. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Perguntas e Respostas. Assunto: RDC nº 242/2018: Regulamentação do registro de vitaminas, minerais, aminoácidos e proteínas de uso oral, classificados como medicamentos específicos. Brasília: Anvisa, 10 dez. 2018. Disponível em: http://portal.anvisa.gov.br/documents/33836/351923/FAQ_RDC_242_2018_primeira_edi%C 3%A7%C3%A3o.pdf/de79e89e-5710-4fe1-aa3e-a002baa2ff60. Acesso em: 8 jun. 2019. BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 32, de 13 de janeiro de 1998. Regulamento Técnico para Fixação de Identidade e Qualidade de Suplementos Vitamínicos e ou de Minerais. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, Poder Executivo, 13 jan. 1998. BRASIL. Secretária de Vigilância Sanitária. Decreto-lei nº 986, de 21 de outubro de 1969. Institui normas básicas sobre alimentos. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, 21 out. 1969. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto- lei/Del0986.htm. Acesso em: 14 out. 2019. BRASIL. Secretária de Vigilância Sanitária. Portaria nº 32, de 13 de janeiro de 1998. Aprova o regulamento técnico para suplementos vitamínicos e ou de minerais. Disponível em: http://portal.anvisa.gov.br/documents/33916/394219/PORTARIA_32_1998.pdf/551775c4- 9fc2-4f62-bb62-c7ceea757476. Acesso em: 14 out. 2019. CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Resolução RDC nº 661, de 25 de outubro de 2018. Dispõe sobre o cuidado farmacêutico relacionado a suplementos alimentares e demais categorias de alimentos na farmácia comunitária, consultório farmacêutico e estabelecimentos comerciais de alimentos. Diário Oficial da União, Brasília, 2 out. 2018. Seção 1, p. 122-123. GLISSON, J. K.; WALKER, L. A. How physicians should evaluated dietary supplements. The American Journal of Medicine, v. 123, n. 7, p. 577-582, 2010. WALLACE T. C. et al. Dietary supplement regulation in United States. EUA: Springer, 2013. 53 p. CAPÍTULO 6 FITOTERÁPICOS Carine Viana DEFINIÇÕES Os fitoterápicos são produtos farmacêuticos obtidos de matéria-prima ativa vegetal, exceto substâncias isoladas, com finalidade profilática, curativa ou paliativa, incluindo medicamento fitoterápico e produto tradicional fitoterápico, podendo ser simples, quando o ativo é proveniente de uma única espécie vegetal medicinal, ou composto, quando o ativo é proveniente de mais de uma espécie vegetal. Definições dos produtos naturais importantes para a prescrição farmacêutica, baseadas em regulações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária e do Conselho Federal de Farmácias: Medicamentos fitoterápicos: aqueles obtidos com emprego exclusivo de matérias-primas ativas vegetais cuja segurança e eficácia sejam baseadas em evidências clínicas e que sejam caracterizados pela constância de sua qualidade. Produtos tradicionais fitoterápicos: os obtidos com emprego exclusivo de matérias- primas ativas vegetais cuja segurança e efetividade sejam baseadas em dados de uso seguro e efetivo publicados na literatura técnico-científica e que sejam concebidos para serem utilizados sem a vigilância de um médico para fins de diagnóstico, de prescrição ou de monitorização. Chás medicinais: droga vegetal com fins medicinais a ser preparada por meio de infusão, decocção ou maceração em água pelo consumidor. Não podem conter excipientes em suas formulações. Alcoolatura: preparação vegetal líquida obtida pelo processo de maceração a frio, da planta fresca rasurada ou de seus órgãos. Droga vegetal: planta medicinal, ou suas partes, que contenha as substâncias, ou classes de substâncias, responsáveis pela ação terapêutica, após processos de coleta, estabilização, quando aplicável, e secagem, podendo estar na forma íntegra, rasurada, triturada ou pulverizada. Planta medicinal: espécie vegetal, cultivada ou não, utilizada com propósitos terapêuticos. Insumo farmacêutico ativo vegetal (IFAV): matéria-prima ativa de origem vegetal utilizada no processo de fabricação de um fitoterápico. Pode ser a planta fresca, a droga vegetal ou um derivado vegetal. Derivado vegetal: produto da extração da planta medicinal fresca, ou da droga vegetal, que contenha as substâncias responsáveis pela ação terapêutica, podendo ocorrer na forma de extrato, cera, exsudato, óleo fixo e volátil. Decocção: preparação que consiste na ebulição da droga vegetal em água potável por tempo determinado. Método indicado para drogas vegetais com consistência rígida, tais como cascas, raízes, rizomas, caules, sementes e folhas coriáceas. Extrato: preparação de consistência líquida, sólida ou intermediária, obtida do IFAV. O material utilizado na preparação de extratos pode sofrer tratamento preliminar, como estabilização, moagem ou desengorduramento. O extrato pode ser preparado por percolação, maceração ou outro método adequado. Geralmente, utiliza como solvente álcool etílico ou água. Extrato fluido: preparação líquida obtida de drogas vegetais por extração com líquido extrator apropriado ou por dissolução do extrato seco correspondente, em que, exceto quando indicado de maneira diferente, uma parte do extrato, em massa ou volume, corresponde a uma parte, em massa, da droga vegetal utilizada na sua preparação. Os extratos fluidos podem ser padronizados em termos de concentração do solvente; teor de constituintes, ou de resíduo seco. Infusão: preparação que consiste em verter água fervente sobre a droga vegetal e, em seguida, se aplicável, tampar ou abafar o recipiente por tempo determinado. Método indicado para drogas vegetais de consistência menos rígida, tais como folhas, flores, inflorescências e frutos, ou que contenham substâncias ativas voláteis. Maceração com água: preparação, destinada a ser feita pelo consumidor, que consiste no contato da droga vegetal com água potável, a temperatura ambiente, por tempo determinado, específico para cada droga vegetal. Método indicado para drogas vegetais que possuam substâncias que se degradem com o aquecimento. Solução: forma farmacêutica líquida, límpida e homogênea, que contém IFAV dissolvido em um solvente adequado ou numa mistura de solventes miscíveis. Tintura: preparação etílica ou hidroetílica resultante da extração de drogas vegetais ou da diluição dos respectivos extratos. São obtidas por maceração ou percolação. PRESCRIÇÃO FARMACÊUTICA As definições para prescrição farmacêutica de plantas medicinais e fitoterápicos encontram- se fragmentadas na legislação vigente, tanto sanitárias quanto profissional. Portanto, o farmacêutico prescritor deve estar sempre atualizado para ter clareza dos seus limites e abrangência. Os Conselhos de Medicina, Enfermagem e Farmácia reconhecem a fitoterapia como área de atuação; a prescrição deve ser realizada somente por profissionais com especialização na área. Desses profissionais, somente ofarmacêutico possui na sua grade curricular disciplinas relacionadas a plantas medicinais, tais como botânica, farmacognosia e fitoterapia. A primeira norma do Conselho Federal de Farmácia (CFF) que definiu as atribuições do farmacêutico no âmbito das plantas medicinais e fitoterápicos foi a Resolução n° 459/2007. Essa resolução foi revogada pela Resolução nº 477/2008, que alterou o texto de forma a incluir aspectos relevantes. Uma das alterações foi prever a contribuição dos farmacêuticos para a formação de profissionais nessa área, por meio da disponibilização de estágios aos acadêmicos de farmácia nos ambientes de atuação previstos na resolução. Em relação à atuação do farmacêutico na farmácia magistral, a Resolução nº 477/08 insere maiores detalhes em relação a manipulação, dispensação e aconselhamento farmacêutico no uso de plantas medicinais e seus derivados, fitoterápicos manipulados e industrializados em atendimento a uma prescrição médica, ou na automedicação responsável. O texto também define que a automedicação responsável deverá ocorrer somente mediante orientação e acompanhamento de farmacêutico nos casos dos medicamentos oficinais isentos de prescrição. Em 2011, o CFF, por meio da Resolução 546, dispôs pela primeira vez sobre a indicação desses produtos por farmacêuticos e definiu os conhecimentos e as habilidades do profissional para exercer esse serviço. Entretanto essa norma foi revogada em 2016 pela Resolução n° 622. Cabe salientar que a Resolução do CFF n° 546/2011 conceitua a indicação farmacêutica como sendo o ato do farmacêutico, praticado em área específica do estabelecimento farmacêutico, registrado e documentado, fundamentado na informação e educação ao paciente/usuário sobre o uso correto e racional de plantas medicinais e fitoterápicos, que possibilite o êxito da terapêutica, induza a mudanças nos hábitos de vida e proporcione melhores condições de saúde à população. Atualmente, a Resolução do CFF n° 586/2013 regula a prescrição farmacêutica e define que farmacêutico devidamente habilitado poderá realizar a prescrição de medicamentos cuja dispensação não exija prescrição médica, incluindo plantas medicinais e drogas vegetais. O farmacêutico deve ter conhecimentos e habilidades clínicas que abranjam boas práticas de prescrição, fisiopatologia, semiologia, comunicação interpessoal, farmacologia clínica e terapêutica. O ato da prescrição de terapias relacionadas às práticas integrativas e complementares deverá estar fundamentado em conhecimentos e habilidades relacionados a estas práticas. PRODUTOS À BASE DE PLANTAS Muitas drogas e extratos vegetais têm sido disponibilizados no mercado e introduzidos na terapêutica. Desde 2004, os esforços regulatórios por parte da Anvisa têm auxiliadona garantia da qualidade dos medicamentos fitoterápicos. Entretanto, a prática clínica da fitoterapia ainda apresenta dificuldade com a falta de padronização das drogas vegetais e extratos disponíveis no mercado brasileiro. Há carência de ensaios clínicos com definição das doses seguras e eficazes. As informações costumam ser dispersas e discrepantes no que diz respeito a posologia e nas atividades farmacológicas atribuídas a espécie vegetal. As indefinições, somadas às diferenças de padronização dos diferentes extratos disponíveis, dificultam sobremaneira a prescrição farmacêutica. Acarretando falta de credibilidade da fitoterapia como terapêutica e problemas tais quais erros de dosagem, com resultados negativos para os pacientes. A prescrição farmacêutica pode envolver preparações extemporâneas, formulações farmacêuticas oficinais, produtos magistrais e ainda produtos tradicionais fitoterápicos. Os medicamentos fitoterápicos industrializados são registrados na Anvisa, sendo que os requisitos são comparáveis aos de medicamentos sintéticos. Entretanto os produtos tradicionais fitoterápicos podem ser passíveis de registro ou de notificação. Existem regulamentações específicas para o registro de medicamentos fitoterápicos, sendo a principal delas a norma RDC da Anvisa nº 26, de 13 de maio de 2014. Os produtos tradicionais fitoterápicos não podem se referir a doenças, distúrbios, condições ou ações consideradas graves, além disso, não podem conter matérias-primas em concentração de risco tóxico conhecido e não devem ser administrados via injetável ou oftálmica. A RDC da Anvisa 26/2014 prevê que os produtos tradicionais fitoterápicos são concebidos para serem utilizados sem a vigilância de um médico para fins de diagnóstico, de prescrição ou de monitorização. A Instrução Normativa da Anvisa nº 2, de 13 de maio de 2014, atualiza a “Lista de medicamentos fitoterápicos de registro simplificado” e a “Lista de produtos tradicionais fitoterápicos de registro simplificado”. A notificação consiste na prévia comunicação à Anvisa informando que se pretende fabricar, importar e/ou comercializar produtos tradicionais fitoterápicos. A manipulação de medicamentos para uso humano é feita em farmácias com base em preparações magistrais que são elaboradas de uma prescrição de profissional habilitado ou oficinais que estão inscritas no Formulário Nacional ou em Formulários Internacionais reconhecidos pela Anvisa. O Quadro 6.1 apresenta as formulações farmacêuticas relacionadas no 1º Suplemento do Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira publicado em 2018. Estas servem como referência para o sistema de notificação de produtos tradicionais fitoterápicos da Anvisa e ainda podem ser manipuladas de modo a estabelecer um estoque mínimo em farmácias magistrais. A prescrição de uma preparação magistral deve conter detalhes da composição, forma farmacêutica, posologia, modo de usar e a quem se destina. A atual norma que regulamenta a manipulação é a RDC da Anvisa n° 67/2007, atualizada pela RDC n° 87/2008, que define as boas práticas de manipulação de preparações magistrais e oficinais para uso humano em farmácias. A preparação extemporânea é feita pelo próprio usuário para uso imediato por infusão, decocção ou maceração. Quadro 6.1 - Formulações farmacêuticas relacionadas no Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira (2018) TINTURAS CÁPSULAS COM DERIVADOS VEGETAIS Achillea millefolium L. Actaea racemosa L. Allium sativum L. Aesculus hippocastanum L. Achyrocline satureioides (Lam.) DC. Allium sativum L. Aloysia polystachya (Griseb.) Moldenke. Alpinia zerumbet (Pers.) B.L. Burtt & R.M. SM. Arctium lappa L. Crataegus monogyna Jacq. Baccharis trimera (Less.) DC. Crataegus rhipidophylla Gand. Calendula officinalis L. Crataegus laevigata (Poir.) DC. Crataegus monogyna Jacq. Crataegus pentagyna Waldst. & Kit. ex Willd. Crataegus rhipidophylla Gand. Crataegus nigra Waldst. & Kit. e Crataegus azarolus L. Crataegus laevigata (Poir.) DC. Curcuma longa L. Crataegus pentagyna Waldst. & Kit. ex Willd. Curcuma longa L. Crataegus nigra Waldst. & Kit. Cynara scolymus L. Crataegus azarolus L. Echinacea purpurea (L.) Moench. Curcuma longa L. Equisetum arvense L. Cynara scolymus L. Eucalyptus globulus Labill. Echinacea angustifolia DC. Frangula purshiana (DC.) A. Gray. Echinacea purpurea (L.) Moench. Glycine max (L.) Merr. Equisetum arvense L. Glycyrrhiza glabra L. e/ou Glycyrrhiza inflata Batalin e/ou Glycyrrhiza uralensis Fisch. Eucalyptus globulus Labill. Glycyrrhiza glabra L. e/ou Glycyrrhiza inflata Batalin e/ou Glycyrrhiza uralensis Fisch. Foeniculum vulgare Mill. Harpagophytum procumbens DC. ex Meissn. e/ou Harpagophytum zeyheri Decne Handroanthus impetiginosus (Mart. ex DC.) Mattos. Hypericum perforatum L. Hypericum perforatum L. Maytenus ilicifolia Mart. ex Reissek. Lavandula angustifolia Mill. Mentha x piperita L. Leonurus cardiaca L. Salix [várias espécies incluindo S. purpurea L., S. daphnoides Vill., S. fragilis L.] Lippia alba (Mill.) N.E. Br. ex Britton & P. Wilson. Serenoa repens (W. Bartram) Small. Lippia sidoides Cham. Silybum marianum (L.) Gaertn. Melissa officinalis L. Tanacetum parthenium (L.) Sch.Bip. Mentha x piperita L. Taraxacum officinale F. H. Wigg.TINTURAS CÁPSULAS COM DERIVADOS VEGETAIS Mikania glomerata Spreng. Trifolium pratense L. Mikania laevigata Sch.Bip. ex Baker. Uncaria tomentosa (Willd. ex Roem. & Schult.) DC. Passiflora alata Curtis. Vaccinium macrocarpon Aiton. Passiflora edulis Sims. Vitex agnus-castus L. Passiflora incarnata L. Phyllanthus niruri L. Plantago major L. Plectranthus barbatus Andrews. Punica granatum L. Salvia officinalis L. Sambucus nigra L. Serenoa repens (W. Bartram) Small. Tanacetum parthenium (L.) Sch.Bip. Taraxacum officinale F.H. Wigg. Valeriana officinalis L. Vitex agnus-castus L. Zea mays L. Zingiber officinale Roscoe. Fonte: Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira, 2018 Referências BOORHEM, R. L.; LAGE, E. B. Drogas e Extratos Vegetais Utilizados em Fitoterapia. Revista Fitos, v. 4, p. 37-55, 2009. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. RDC n° 13, de 14 de março de 2013. Boas Práticas de Fabricação (BPF) para os produtos tradicionais fitoterápicos. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. IN nº 02, de 13 de maio de 2014. Publica a “Lista de medicamentos fitoterápicos de registro simplificado” e a “Lista de produtos tradicionais fitoterápicos de registro simplificado”. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. RDC nº 26, de 13 de maio de 2014. Dispõe sobre o registro de medicamentos fitoterápicos e o registro e a notificação de produtos tradicionais fitoterápicos. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. RDC n° 66, de 26 de novembro de 2014. Altera o Anexo IV da Resolução da Diretoria Colegiada - RDC nº 26 de 13 de maio de 2014, que dispõe sobre o registro de medicamentos fitoterápicos e o registro e a notificação de produtos tradicionais fitoterápicos. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Consolidado de normas de registro e notificação de fitoterápicos. Brasília: Anvisa, 16 out. 2018. Disponível em: http://portal.Anvisa.gov.br/documents/33836/2501251/Consolidado_fitoterapicos_2018.pdf/a 2f53581-43e5-47bb-8731-99d739114e10. Acesso em: 2 abr. 2019. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. RDC n° 225, de 11 de abril de 2018. Dispõe sobre a aprovação do 1º Suplemento do Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira, 1ª edição. In: BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Formulário de Fitoterápicos – Farmacopeia Brasileira. 1ª ed., 1° suplemento. Brasília: Anvisa, 2018. Disponível em: http://portal.Anvisa.gov.br/documents/33832/259456/Suplemento+FFFB.pdf/478d1f83-7a0d- 48aa-9815-37dbc6b29f9a Acesso em: 10 de abril de 2019. BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 971, de 03 de maio de 2006. Aprova a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) no Sistema Único de Saúde. Diário Oficial da União, Brasília, Poder Executivo, 4 maio 2006. BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria Interministerial nº 2.960, de 9 de dezembro de 2008. Aprova o Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos e cria o Comitê Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2008/pri2960_09_12_2008.html. Acesso em: 10 de abril de 2019. CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Resolução nº 459, de 28 de fevereiro de 2007. Define as atribuições do farmacêutico no âmbito das plantas medicinais e fitoterápicos e dá outras providências. Disponível em: http://www.cff.org.br. Acesso em: 2 maio 2019. CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Resolução nº 467, de 28 de novembro de 2007. Define, regulamenta e estabelece as atribuições e competências do farmacêutico na manipulação de medicamentos e de outros produtos farmacêuticos. Disponível em: http://www.cff.org.br/userfiles/file/resolucoes/467.pdf. Acesso em: 2 abr. 2019. CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Resolução nº 477, de 28 de maio de 2008. Dispõe sobre as atribuições do farmacêutico no âmbito das plantas medicinais e fitoterápicos e dá outras providências. Disponível em: http://www.cff.org.br/userfiles/17%20- %20BRASIL_%20CONSELHO%20FEDERAL%20DE%20FARM%C3%81CIA%202008%20 Resolucao_477_2008_CFF.pdf. Acesso em: 2 abr. 2019. CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Resolução nº 546, de 28 de maio de 2008. Dispõe sobre a indicação farmacêutica de plantas medicinais e fitoterápicos isentos de prescrição e o seu registro. Disponível em: http://www.cff.org.br. Acesso em: 2 maio 2019. CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Resolução nº 585 de 29 de agosto de 2013. Regulamenta as atribuições clínicas do farmacêutico e dá outras providências. Disponível em: http://www.cff.org.br/userfiles/file/resolucoes/585.pdf. Acesso em: 2 abr. 2019. CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Resolução nº 586 de 29 de agosto de 2013. Regula a prescrição farmacêutica e dá outras providências. Disponível em: http://www.cff.org.br/userfiles/file/resolucoes/586.pdf. Acesso em: 2 abr. 2019. CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Resolução nº 622, de 29 de abril de 2016. Revoga a Resolução CFF n° 546 de 21 de junho de 2013. Disponível em: http://www.cff.org.br. Acesso em: 2 maio 2019. CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Recompilação de documentos. Prescrição Farmacêutica e Atribuições Clínicas do Farmacêutico. 2015. Disponível em: http://www.cff.org.br/userfiles/prescri%C3%A7%C3%A3o%20farmaceutica%202015(1).pdf. Acesso em: 2 abr. 2019. CAPÍTULO 7 FEBRE Carine Viana Highlight SINAIS E SINTOMAS A temperatura corporal central superior ou igual a 38,3ºC considera-se febre ou hipertermia. Entretanto os termos não são sinônimos. A febre é uma resposta fisiológica às moléculas inflamatórias pirógenas. A hipertermia é designada como um desequilíbrio do centro de termorregulação, resultante da excessiva produção de calor e que excede a capacidade de dissipação. As causas também podem ser golpe de calor e síndromes fármaco-induzidas. A febre é considerada um sintoma geral e inespecífico. A sua presença pode originar outros sintomas, como fraqueza, fadiga, mal-estar, transpiração excessiva, calafrios, dor de cabeça e indisposição generalizada. Em crianças podem ocorrer convulsões. A seguir estão relacionadas algumas situações patológicas ou não que podem originar febre: Infecções por microrganismos. Reações de hipersensibilidade a medicamentos. Vacinas. Doenças inflamatórias e reumáticas. Alguns tipos de câncer. Exercícios físicos. Período de ovulação. A febre induzida por medicamentos se desenvolve entre 7 e 10 dias após início do tratamento, mas pode ocorrer também no início da terapia. Nesses casos, a febre cessa de um a três dias após a retirada do medicamento. Idosos são mais suscetíveis a febre de origem farmacológica. A causa medicamentosa está estimada entre 3% a 7% de episódios febris. Entretanto, em razão da subnotificação e por ser um diagnóstico de exclusão, essa incidência não é considerada real. Alguns exemplos de fármacos relacionados a febre medicamentosa: albendazol, mebendazol, carbamazepina, topiramato, fenitoína, desloratadina, citalopram, medroxiprogesterona, progesterona, omeprazol, captopril, propranolol, metildopa, sertralina, antibióticos betalactâmicos e sulfonamidas. Além disso, algumas vacinas podem provocar febre. AVALIAÇÃO FARMACÊUTICA A Resolução da Anvisa n° 44/2009 permite que farmácias e drogarias realizem aferição da temperatura corporal. A semiotécnica para verificação da temperatura corporal está descrita no Capítulo 5 sobre Semiologia Farmacêutica. As preferências do paciente ou do responsável quanto à maneira de aferir a temperatura corporal devem ser levadas em consideração. No processo da anamnese o farmacêutico deve buscar estabelecer se a febre é autolimitada ou se está relacionada a afecções clínicas de maior gravidade. Neste caso, deve ser realizado encaminhamento documentado a outro profissional ou serviço de saúde. A anamnese guia o profissional farmacêutico para a intervenção mais adequada, caso não necessite de encaminhamento. A Figura 7.1 apresenta um modelo de ficha de atendimento farmacêutico ao paciente com febre. Na avaliação farmacêutica deve-se avaliar o histórico de uso antitérmicos para identificar preferências do paciente, falhas terapêuticas,reações adversas ou eventuais erros de Highlight administração. Além disso, se o paciente já usou medicamento, pode ter seus sinais e sintomas mascarados, e essa informação é relevante para a definição do plano de cuidado. O farmacêutico deve levar em consideração o início, a frequência e a duração da febre. Deverá também definir o padrão de manifestação da febre, que pode variar desde ser intermitente até constante ou recorrente. O início da febre depende da sua origem. No caso de infecções bacterianas ou virais, depende do tempo de incubação do agente etiológico. A febre aguda comumente é autolimitada, desaparecendo em alguns dias ou no máximo em uma semana. Quando dura mais tempo ou se apresenta de forma recorrente, intercalando com períodos de apirexia, sugere infecção grave. Nos idosos, a resposta febril pode estar ausente ou mínima em 20 a 30% dos casos, mesmo na presença de infecção grave. A ausência de febre atrasa o diagnóstico e pode levar a um mau prognóstico. O paciente idoso é estimado febril em caso de temperatura persistente maior que 37,2ºC ou elevação maior que 1,3ºC na temperatura basal em qualquer local de medição. A presença de febre em paciente idoso indica infecção grave, e o encaminhamento médico deve ser realizado imediatamente. ENCAMINHAMENTO MÉDICO Pacientes menores de 2 anos de idade. Febre acompanhada de quadro alérgico. Febre com convulsão. Gestantes e lactantes. Idosos. Temperatura acima de 39,4°C. Febre persistente por mais de três dias. Febre recorrente, com intervalos de apirexia, sugere infecções mais graves ou outras doenças. Presença concomitante de vômitos e diarreia. Presença de dor aguda. Alterações na respiração, como dispneia e taquipneia. Suspeita de dengue, zica ou chicungunha deve ser encaminhado ao médico, e a notificação é compulsória. Em caso de suspeita de febre por reação adversa a medicamento, o farmacêutico deve fazer o encaminhamento por escrito ao prescritor da terapia do paciente. O tratamento da febre com AINE (anti-inflamatório tópico não esteroidal) em pacientes com hipertensão arterial, distúrbios gastrointestinais, asma, insuficiência cardíaca e insuficiência renal pode influenciar no controle dessas afecções clínicas; o ideal é encaminhamento ao médico. TRATAMENTO O uso de antitérmicos em pacientes com febre é disseminado tanto à cultura médica quanto à popular. Não há consenso sobre a prática de baixar a febre com uso de antitérmicos. Existem evidências que, durante a febre, as defesas imunes do organismo estão mais ativas. Em algumas condições, a redução da febre pode prolongar o período de disseminação viral. Todavia o uso de antitérmicos produz conforto ao paciente. Além disso, muitos antitérmicos possuem também ação analgésica e anti-inflamatória. Os medicamentos para o alívio da febre com venda isenta de prescrição médica são os anti-inflamatórios (ácido acetilsalicílico, ibuprofeno e naproxeno sódico) e antipiréticos (paracetamol e dipirona). Os medicamentos isentos de prescrição disponíveis comercialmente estão descritos do Quadro 7.1. O ideal é que o tratamento antipirético, apesar de não afetar o tempo de resolução de infecções virais ou bacterianas, seja iniciado depois da avaliação das prováveis causas. Na conduta da febre, o farmacêutico deve considerar as preferências do paciente, a experiência prévia deste com tratamentos, além da eficácia e a segurança dos fármacos. O farmacêutico deve também procurar estabelecer um regime de tomadas conveniente para o paciente, com formas farmacêuticas adequadas. A escolha de um antitérmico para pacientes adultos segue preferencialmente a seguinte ordem: (1ª) paracetamol ou ibuprofeno; (2ª) ácido acetilsalicílico (AAS); (3ª) dipirona ou naproxeno sódico. PRECAUÇÕES O uso de AAS em crianças e adolescentes deve ser evitado devido ao maior risco de síndrome de Reye. A prescrição pode ser realizada somente a maiores de 16 anos. Não é recomendado o uso profilático de antitérmico para prevenir a ocorrência de febre depois de uma vacina. A resposta imune a antígenos de algumas vacinas pode ficar reduzida com a administração desses medicamentos. Em caso de febre depois de vacina, recomenda-se tratamento não farmacológico para a diminuição da temperatura. Em pacientes com hipertensão arterial, distúrbios gastrointestinais, insuficiência cardíaca, insuficiência renal e asma, o uso de medicamentos para febre pode implicar exacerbação e descontrole dessas afecções. A escolha do fármaco deverá ser cautelosa. Hipertensos, pacientes com insuficiência renal, cardíaca ou pulmonar devem utilizar de preferência paracetamol pelo menor tempo possível. O uso de AINE deve ser evitado em pacientes com doença gastrointestinal, como gastrite ou úlcera péptica. Nesses casos, preferir o paracetamol para o controle da febre. Pacientes em uso de anticoagulantes ou antiagregantes plaquetários não devem usar AINEs em razão do aumento de risco de sangramento gastrointestinal. Dessa forma, o paracetamol é o antitérmico de escolha. De acordo com os critérios de Beers, que classificam os medicamentos potencialmente inadequados para idosos, o uso de AINEs deve ser evitado em razão do aumento de risco de sangramento gastrointestinal. No idoso se justificam precauções adicionais quanto ao uso de AINEs uma vez que nesses pacientes há uma elevada frequência de problemas gastrointestinais e distúrbios cardiovasculares, combinados com declínio da função renal relacionado à idade e ao uso de múltiplos medicamentos. O ácido acetilsalicílico pode desencadear exacerbações de doenças respiratórias como a asma. Dessa forma, o uso de AAS é medicamento contraindicado para esses pacientes. ORIENTAÇÕES FARMACÊUTICAS O cuidado farmacêutico na febre reduz o risco de automedicação inadequada e promove o uso seguro de medicamentos. Os cuidadores devem ser instruídos a não acordar crianças para tratar a febre. Dormir ajuda a recuperação, e a criança acordará naturalmente se ficar muito desconfortável. O farmacêutico pode orientar o paciente sobre tratamentos não farmacológicos, como banhos de esponja e ingestão de líquidos. O recomendável é orientar o paciente a usar vestimentas leves. O excesso de roupas pode agravar a febre. Essa prática geralmente ocorre em resposta à sensação de frio na pele, mas dificulta a troca de calor do corpo com o meio ambiente. Existe o mito de que é necessário dar um suador ao paciente para reduzir a febre. Apesar de a transpiração ser um dos mecanismos de redução da temperatura corporal, cobrir o corpo pode elevar a temperatura corporal. A temperatura do ambiente pode afetar a temperatura corporal, principalmente em idosos e crianças, agravando a febre. Figura 7.1 - Modelo de ficha de atendimento farmacêutico ao paciente com febre Fonte: autora Quadro 7.1 - Medicamentos isentos de prescrição para febre MEDICAMENTOS ISENTOS DE PRESCRIÇÃO Ácido Acetilsalicílico PF Comprimidos 85 (Melhoral® infantil). Comprimidos 100 mg (AAS® infantil, Sedalive®, Genérico EMS). Comprimidos 500 mg (Genérico EMS). Comprimidos revestidos 500 mg (Aspirina®). Comprimidos revestidos de liberação prolongada 500 mg (Aspirina® Microativa). Comprimidos revestidos 100 mg (AAS® Protect, Aspirina Prevent®). Comprimidos revestidos 300 mg (Aspirina Prevent®). PO Crianças: 1 a 3 anos: 100 mg. 4 a 6 anos: 200 mg. 7 a 9 anos: 300 mg. 9 a 12 anos: 400 mg. A partir de 12 anos: 500 mg. Se necessário, repetir a cada 8 horas. Máximo três doses ao dia. A posologia pode também ser calculada com base no peso da criança, adotando-se a dose de 11 mg/kg até 6 vezes ao dia ou 16mg/kg até 4 vezes ao dia. Adultos: 500 a 1000 mg. Se necessário, repetir a cada 4 a 8 horas. Idosos: 500 mg, com repetição de dose somente após um período mínimo de 4 horas. OF Deve ser ingerido de preferência após as refeições ou com um pouco de leite. O comprimido de uso infantil deve ser colocado na boca até que se dissolva. Pode também ser esfarelado e adicionado ao leite ou à água. AAS não deve ser usado por mais de 7 dias, devido ao aumento do risco deocorrência de graves efeitos renais, cardiovasculares e gastrintestinais. Evitar a ingestão de bebidas alcoólicas, pois a ação irritante no estômago é aumentada, podendo aumentar o risco de úlcera e sangramento. Recomenda-se não exceder a dose máxima diária de 3 g de ácido acetilsalicílico em adultos, e em idosos a dose máxima é 2 g ao dia. CI Pacientes com doenças no estômago, fígado ou rins, pacientes com hemofilia e em uso de anticoagulantes. Não deve ser usado no último trimestre de gestação, pois pode causar problemas no feto ou complicações durante o parto. Crianças ou adolescentes não devem usar AAS para catapora ou sintomas gripais antes que um médico seja consultado sobre a síndrome de Reye, uma rara e grave doença associada a esse medicamento. Durante os dois primeiros trimestres de gestação, Categoria de risco C; e Categoria de risco D para último trimestre da gestação. RA Casos de hipersensibilidade manifestada por broncoespasmo, asma, rinite, urticária e outras manifestações cutâneas. Pode provocar diminuição da função renal, irritação da mucosa gástrica e sangramento digestivo, sobretudo em doses altas e em tratamento prolongado. IM Pode aumentar a atividade dos anticoagulantes cumarínicos e a atividade hipoglicemiante das sulfonilureias. Anticoagulantes podem acentuar os sangramentos digestivos causados pelo AAS. Pode aumentar a atividade e toxicidade metotrexato. AAS aumenta as concentrações plasmáticas de digoxina em função da diminuição da excreção renal. Aumento da toxicidade do ácido valproico devido ao deslocamento dos sítios de ligação com as proteínas. Evitar uso com álcool devido ao aumento do dano à mucosa gastrintestinal. AAS pode reduzir os efeitos de: inibidores da ECA, anti-hipertensivos betabloqueadores, agentes uricosúricos como probenicida e sulfimpirazona, diuréticos, especialmente em pacientes com doença cardiovascular ou renal existente. Dipirona Sódica PF Comprimidos 500 mg (Genéricos, Anador®, Doril®, Magnopyrol®, Novalgina®). Comprimidos 1000 mg (Atroveram® DIP, Lisador®Dip, Novalgina®). Comprimidos efervescente 1000 mg (Novalgina®). Solução oral gotas 500 mg/mL (Anador®, Atroveram® DIP, Dipimed®, Dorfebril®, Magnopyrol®, Genéricos). Solução oral 50 mg/mL (Novalgina®, Genéricos). PO Adultos: comprimidos de 500 a 1.000 mg por dose até 4 vezes ao dia. Gotas 20 a 40 gotas por dose até 4vezes ao dia. Crianças: 10 a 15 mg/kg/dose até 4 vezes ao dia. OF Deve ser administrado com água. MEDICAMENTOS ISENTOS DE PRESCRIÇÃO CI Não deve ser usado em crianças menores de 3 meses ou pesando menos de 5 kg, pelo risco de disfunção renal. Pacientes com alergia à dipirona sódica. Pacientes com desenvolvimento anterior de broncoespasmo. Em pacientes idosos e pacientes debilitados, deve-se considerar a possibilidade de desenvolvimento de insuficiência hepática e renal. Categoria de risco na gravidez: D. Contraindicado na lactação, nefrites crônicas, discrasias sanguíneas e deficiência de G6PD. RA Efeitos adversos frequentes incluem náuseas, vômitos, diarreia e hipotensão transitória. De forma menos frequente, pode causar reações anafiláticas, anemia aplástica, agranulocitose, pancitopenia, leucopenia e trombocitopenia. IM A dipirona pode causar redução dos níveis plasmáticos de ciclosporina. Metotrexato: aumenta a hematotoxicidade do metotrexato, particularmente em pacientes idosos. Diminui efeito dos barbitúricos. Clorpromazina causa hipotermia grave. Ibuprofeno PF Comprimidos revestidos de 200 mg (Advil®) e 400 mg (Alivium®). Cápsulas gelatinosas moles 400 mg (Advil®, Alivium®, Capsfen®). Suspensão oral 30 mg/mL (Alivium®). Suspensão oral gotas 50 mg/mL e 100 mg/mL (Alivium®, Algy-Flanderil®, Vantil®, Genérico). PO Comprimidos 200 mg: para adultos e crianças acima de 12 anos, a dose recomendada é 1 ou 2 comprimidos, repetida 3 a 4 vezes ao dia, com intervalo mínimo de 4 horas. Comprimidos e cápsulas de 400 mg: a dose recomendada é 1 comprimido ou cápsula a cada 4 a 6 horas. A dose diária não deve exceder 2.400 mg/dia em doses divididas (400 mg a cada 4 horas). Suspensão 30 mg/mL: a posologia deve ser conforme o peso da criança, em intervalos de 6 a 8 horas, ou seja, de 3 a 4 vezes ao dia. Pacientes pediátricos com mais de 30 kg não devem exceder a dose máxima de 7 mL. Adultos: como antipirético, é de 7 mL, dose repetida a cada 6 horas. Suspensão 30 mg/mL. Vem acompanhado de uma seringa dosadora. Suspensão Gotas 50 mg/mL: em crianças a partir de 6 meses, pode variar de 1 a 2 gotas/kg de peso, em intervalos de 6 a 8 horas, não excedendo 40 gotas por dose (200 mg). Adultos: 40 gotas (200 mg) a 80 gotas (400 mg), repetida a cada 6 horas. Suspensão Gotas 100 mg/mL: para crianças a partir de 6 meses, é de 1 gota/kg de peso, em intervalos de 6 a 8 horas, não excedendo 20 gotas por dose. Pacientes pediátricos com mais de 30 kg não devem exceder a dose máxima de 20 gotas (200 mg) por dose. Adultos: a posologia pode variar de 20 gotas (200 mg) a 40 gotas (400 mg), no máximo 4 vezes por dia. OF Permitida ingestão com alimentos. O início de ação ocorre de 15 a 30 minutos após sua administração oral e permanece por 4 a 6 horas. Não exceder quatro doses ao dia. Crianças menores de 2 anos, gestantes e idosos não devem usar sem acompanhamento médico. Os comprimidos revestidos possuem uma fina camada que facilita a deglutição, e devem ser ingeridos inteiros com um pouco de líquido. CI Contraindicado a pacientes com úlcera gastroduodenal, sangramento gastrintestinal, insuficiência renal, insuficiência hepática grave e insuficiência cardíaca grave. Esse medicamento é contraindicado para menores de 6 meses. Primeiro e segundo trimestre de gravidez: Categoria de risco C. Terceiro trimestre de gravidez: Categoria de risco D. RA Os efeitos adversos incluem tontura, náuseas, epigastralgia, rash cutâneo; raramente, pode ocorrer diarreia,retenção urinária, cefaleia, flatulência e anorexia. IM O uso de ibuprofeno, concomitantemente com corticosteroides, aumenta o risco de úlcera gástrica e, com inibidores seletivos de recaptação da serotonina (ISRS), aumenta o risco de sangramento gastrintestinal. Diminui o efeito diurético de furosemida e diuréticos tiazídicos. Paracetamol MEDICAMENTOS ISENTOS DE PRESCRIÇÃO PF Suspensão oral 100 mg/mL (Tylemax® Baby, Tylenol® Bebê, Cimegripe® Bebê). Suspensão oral 32 mg/mL (Cimegripe® Criança, Tylemax® Criança, Tylenol® Criança). Comprimidos mastigáveis 160 mg (Tylenol® Criança 6+). Comprimidos 500 mg (Genérico). Comprimidos 750 mg (Genérico, Multigrip® Dor e febre, Paramol®, Tylenol®). Comprimidos efervescentes 500 mg (Sonridor®). Gotas 200 mg/mL (Genérico, Cimegripe® Dor e Febre, Paramol®, Tylemax®, Tylenol®). Pó para preparação extemporânea 500 mg/5 g (Cimegripe® 77C). PO Crianças menores que 12 anos: 1 gota por kg de peso, por dose, até o limite de 35 gotas por dose. Crianças acima de 12 anos, 35 a 55 gotas, 3 a 5 vezes ao dia. Adultos: 500 a 1000 mg, de 3 a 5 vezes ao dia. Essa administração pode ser repetida 4 a 5 vezes por dia, com intervalo mínimo de 4 horas, não devendo ultrapassar 5 administrações nas 24 horas. OF Os comprimidos efervescentes devem ser dissolvidos em pelo menos meio copo com água. CI Pacientes com hipersensibilidade ao paracetamol. Deve ser evitado com bebidas alcoólicas. Pacientes com doenças renais, hepática, que façam uso regular de álcool, que estão abaixo do peso ou desnutridos devem ser encaminhados ao médico. Categoria B na gravidez. RA Náuseas, vômitos, hepatotoxicidade; hipersensibilidades incluindo erupções cutâneas, urticária, eritemas, broncoespasmo, angioedema e choque anafilático; outras reações de incidência rara são discrasias sanguíneas, hepatite, hipoglicemia; icterícia, hematúria, micção dificultosa ou dolorosa. Lesão renal em uso crônico. IM Barbitúricos, carbamazepina, hidantoína, rifampicina, sulfimpirazona e álcool: hepatotoxicidade aumentada.Aumenta meia vida plasmática do cloranfenicol. Anticoagulantes: paracetamol pode aumentar o efeito. Paracetamol + Cloridrato de FenilefrinaPF Comprimido amarelo contendo paracetamol 400 mg + cloridrato de fenilefrina 20 e comprimido brancocontendo paracetamol 400 mg (Benegrip® Multi Dia). PO Adultos e crianças acima de 12 anos: tomar 2 comprimidos (1 amarelo + 1 branco) a cada 8 horas, com um copo de água. Sempre respeitar o intervalo mínimo de 8 horas entre as doses. Não exceder 4 doses em 24 horas. A dose diária máxima recomendada de paracetamol é de 4.000 mg e de cloridrato de fenilefrina é 120 mg. OF Uma dose é composta de 2 comprimidos (1 amarelo + 1 branco). Não deve ser administrado por mais de 3 dias para a febre. Evitar usar concomitante com outros medicamentos contendo paracetamol por risco de toxicidade hepática. Evitar operar máquinas e veículos. CI O cloridrato de fenilefrina pode causar aumento pronunciado da pressão arterial em pacientes idosos. Não pode ser usado em pacientes com úlcera péptica, doença das artérias coronárias grave, hipertensão grave, doença hepática e em pacientes com glaucoma de ângulo estreito. Contraindicado para menores de 12 anos. Categoria de risco C na gravidez. RA Náusea, vômito, dor abdominal, hipotermia, palpitação, palidez, erupções pruriginosas e urticária. Sob uso prolongado podem surgir discrasias sanguíneas e pode causar necrose papilar renal. O paracetamol pode causar dano hepático, trombocitopenia, pancitopenia, agranulocitose, anemia hemolítica e meta-hemoglobina. Leve sonolência poderá ocorrer após a 1ª dose. Podem ocorrer também nervosismo e tremores devido à fenilefrina. IM Pacientes que fazem uso regular de álcool e barbitúricos, há risco de sobrecarga metabólica ou de agravamento de um comprometimento hepático já existente. Não deve ser utilizado concomitantemente com barbitúricos, antidepressivos tricíclicos e carbamazepina devido a aumento do risco de hepatotoxicidade. Com antidepressivos inibidores da MAO ou outras drogas de efeito hipertensor, há risco de hipertensão. Naproxeno PF Naproxeno sódico: comprimido revestido 275 mg (Flanax®, Genérico). Comprimido revestido 550 mg (Flanax®,Genérico, Napronax®). Naproxeno base: comprimido revestido 250 mg e 500 mg (Naprox®, Genérico). MEDICAMENTOS ISENTOS DE PRESCRIÇÃO PO Comprimidos revestidos de 250 mg: tomar 1 comprimido 1 a 2 vezes por dia. Comprimidos revestidos de 500 mg: tomar 1 comprimido 1 vez por dia. A dose diária (24 horas) de 500 mg não deve ser excedida, salvo sob prescrição médica. Doses em idosos: sendo os idosos mais propensos a efeitos adversos, devem ser consideradas doses mais baixas. OF Os efeitos indesejáveis podem ser diminuídos tomando-se a menor dose eficaz pelo menor tempo necessáriopara controlar os sintomas. Não se deve usar naproxeno por mais de 10 dias consecutivos. CI Contraindicado a pacientes com asma, rinite, pólipos nasais, urticária, úlcera péptica, insuficiência cardíaca ou insuficiência renal. Cuidado em idosos devido aos problemas estomacais causados pelo fármaco. Contraindicado para menores de 12 anos. Categoria de risco na gravidez: D. RA Estomatite ulcerativa, azia, esofagite, úlceras pépticas, sangramento, perfuração gastrintestinal, ulceração gastrintestinal não péptica, melena, náuseas, vômitos, diarreia, flatulência, constipação, dispepsia, dor abdominal, exacerbação de colite ulcerativa e da doença de Crohn, pancreatite, hepatite e icterícia. IM Pode aumentar as concentrações sanguíneas de ciclosporina, lítio e metotrexate. Aumenta o risco de úlcera e sangramento gastrintestinal quando usado com outros AINEs, corticoides, antiplaquetários e inibidores seletivos da recaptação da serotonina. Pode aumentar os efeitos anticoagulantes da varfarina. Pode inibir o efeito de betabloqueadores e da furosemida. PF: prescrição farmacêutica; PO: posologia e modo de usar; OF: orientações farmacêuticas; CI: contraindicações e/ou precauções; RA: reações adversas ao medicamento, IM: interações medicamentosas. Fonte: elaborado a partir da bibliografia refenciada Referências BATISTA, R.; MARTINS, S. C.; PIMENTA, M. F. Revisitando as Síndromas Hipertérmicas Fármaco-Induzidas. Medicina Interna, v. 25, p. 224-232, 2018. Disponível em: http://www.scielo.mec.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0872- 671X2018000300013&lng=pt&nrm=iso Acesso em: 13 out. 2019. AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Bulário de medicamentos. Disponível em: http://www.anvisa.gov.br. Acesso em: 14 out. 2019. CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Guia de prática clínica: sinais e sintomas não específicos: febre. Brasília: CFF, 2018. 122 p. Disponível em: http://www.cff.org.br/userfiles/Profar-vol3-Febre_TELA_pgdupla%20-%20final.pdf. Acesso em: 13 out. 2019. FINKEL, R.; PRAY, W. S. Guia de dispensação de produtos terapêuticos que não exigem prescrição. Porto Alegre: Artmed, 2007. LAMBERTUCCI, J. R.; ÁVILA, R. E.; VOIETA, I. Febre de origem indeterminada em adultos. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, v. 38, p. 507-513, 2005. PORTO, C. C., PORTO, A. L. Semiologia Médica. 8. ed. São Paulo: Guanabara Koogan, 2019. 1.360 p. CAPÍTULO 8 CEFALEIA Carine Viana SINAIS E SINTOMAS Dores de cabeça são uma das queixas mais comuns no atendimento farmacêutico. Na maioria dos casos é autolimitada, de intensidade leve a moderada, podendo ser controlada com medicação sintomática. Entretanto mais importante do que um medicamento que alivie os seus sintomas é saber a origem do problema. Cefaleia primária: quando não está presente nenhuma outra doença subjacente. A cefaleia primária apresenta alguns subtipos mais comuns, que estão descritos no quadro a seguir. Cefaleia tensional: dor leve a moderada, dor em faixa em torno da cabeça, bilateral, com sensação de aperto ou pressão muscular. Geralmente, sem náuseas ou vômitos, mas com fotofobia e fonofobia. Durando de horas a dias. Enxaqueca: doença neurológica crônica caracterizada por cefaleia moderada a severa recorrente, muitas vezes, unilateral, acompanhada de náuseas, vômitos e perturbações sensoriais variáveis. Enxaqueca em salvas: dor de cabeça na região da órbita do olho, frequente em pacientes do sexo masculino de meia idade. A dor é excruciante, penetrante, contínua e não é latejante. O paciente sente como se seu olho estivesse sendo forçado a sair da órbita. A dor é intensa, sempre do mesmo lado e dura de 15 minutos a 3 horas. Enxaqueca menstrual: crises ocorrem dois dias antes do início da menstruação e três dias depois do ciclo menstrual, mas podem ocorrer em outros momentos. Geralmente, é uma enxaqueca sem aura, podendo ser de gravidade alta. A aura é um fenômeno neurológico focal que precede ou acompanha a dor. Dura geralmente entre ٥ e ٢٠ minutos. Os sintomas da aura de enxaqueca podem ser visual, sensorial e motor. A aura visual é a mais comum. Cefaleia secundária: a dor existe como sintoma de outra condição. São causas comuns de cefaleia secundária: Resfriados e outras viroses. Sinusites e outras infecções. Doenças febris. Aneurismas e doenças vasculares. Traumatismos cranianos. Neurites e neuralgias. Problemas dentários. Induzida por drogas. Doenças psiquiátricas. Meningites e encefalites. Tumor cerebral. Alterações na pressão arterial. Alterações nos níveis de glicemia. A cefaleia pode ser desencadeada por fatores alimentares; tanto a ingestão quanto a abstinência de alimentos podem ocasionar crises. A abstinência alimentar é considerada um importante gatilho dos ataques de cefaleia. Neste caso, a cefaleia melhora com a ingestão de alimentos. AVALIAÇÃO FARMACÊUTICA O manejo da cefaleia deve iniciar com a identificação da causa e afastar a possibilidade de cefaleia secundária. A presença de possíveis sinais e sintomas de alerta indica a necessidade de encaminhamento médico. Na anamnese é importante definir a história evolutiva do problema, quando começou, quais os sintomas associados, duração e frequência das crises. Alguns dos sinais de benignidade da cefaleia incluem: cefaleias anteriores idênticas; ausência de outros sintomas (exceto náuseas, vômitos, fotofobia e fonofobia); nível de consciência preservado e comportamento adequado;sinais vitais normais. O farmacêutico deve estar ciente de que o padrão de localização, natureza, intensidade e de radiação da dor por si só não fornecem informações suficientes para estabelecer uma conduta terapêutica. O ideal é conduzir sempre o encaminhamento médico para a avaliar a causa e definir o diagnóstico de forma adequada. Todo paciente com cefaleia, especialmente se acompanhada de febre, deve ser encaminhado ao médico para avaliação dos sinais de irritação meníngea. Dor é um sinal de alarme, e deve ser verificada a possível causa. No caso de uma dor de cabeça originada de um evento estressante, o desfecho ideal seria a dor passar rapidamente ou após uma noite de sono. Dores de cabeça que ocorrem mais de uma vez por mês, ou duram mais de 3 a 4 horas, não são normais. ENCAMINHAMENTO MÉDICO Em caso de cefaleia nas seguintes condições: Relato de ser a pior cefaleia da vida. Primeiro episódio de cefaleia e de início súbito, sobretudo em idade superior a 50 anos. Pacientes que apresentam sintomas como febre, perda de peso e alteração da pressão arterial. Pacientes com afecções oftálmicas. Pacientes com epilepsia. Traumatismo craniano recente. Paciente diabético ou hipertenso. Cefaleia que acorda o paciente à noite. Cefaleia em paciente com HIV ou câncer. Gestantes ou lactantes. Paciente apresentando a tríade rigidez na nuca, fotofobia e dor de cabeça. TRATAMENTO A escolha de um medicamento para tratar uma crise de cefaleia dependerá de vários fatores, como: Idade do indivíduo. Tipo da dor de cabeça. História anterior de sucesso ou não com analgésicos. Relato de alergias. Presença de condições associadas (por exemplo, vômitos). Disponibilidade e custo do medicamento. Os principais medicamentos isentos de prescrição (MIPs) usados no tratamento das cefaleias são dipirona, paracetamol, ácido acetilsalicílico, naproxeno e ibuprofeno. O farmacêutico deve ter cuidado, pois o ibuprofeno na dosagem maior que 600 mg deve ser dispensado sob prescrição médica. O Quadro 8.1 apresenta os principais fármacos e associações disponíveis comercialmente que são MIPs. As classes de medicamentos sob prescrição médica utilizados no tratamento de cefaleia e enxaquecas incluem: AINEs (ácido mefenâmico, cetoprofeno, indometacina), narcóticos (codeína), triptanos (naratriptano, rizatriptana, sumatriptano, zolmitriptana), derivados do ergot (diidroergotamina) e antieméticos (metoclopramida). Outras classes como os anticonvulsivantes (topiramato) e os antidepressivos (amitriptilina) também são utilizados na profilaxia de enxaquecas e cefaleias crônicas. ORIENTAÇÕES FARMACÊUTICAS O farmacêutico pode orientar o paciente a fazer um diário de acompanhamento da dor de cabeça. Esse documento é uma ferramenta útil na detecção de fatores desencadeantes, bem como a verificação de melhora com o tratamento estabelecido. Na dispensação de analgésicos, orientar o paciente a procurar auxílio médico em casos de: Piora ou mudança no padrão da cefaleia. Febre. Precisar de medicamentos por mais de 2 ou 3 dias por semana. Vômitos ou incapacidade de ingerir líquidos. Tonturas, vertigem e desequilíbrio. Alterações visuais, motoras ou de linguagem. Outras anormalidades que perturbem o paciente. Quadro 8.1 - Medicamentos isentos de prescrição disponíveis comercialmente para cefaleia MEDICAMENTOS ISENTOS DE PRESCRIÇÃO MÉDICA Ácido Acetilsalicílico PF Comprimidos 85 (Melhoral® infantil). Comprimidos 100 mg (AAS® infantil, Sedalive®, Genérico EMS). Comprimidos 500 mg (Genérico EMS). Comprimidos revestidos 500 mg (Aspirina®). Comprimidos revestidos de liberação prolongada 500 mg (Aspirina® Microativa). Comprimidos revestidos 100 mg (AAS® Protect, Aspirina Prevent®). Comprimidos revestidos 300 mg (Aspirina Prevent®). PO Crianças: 1 a 3 anos: 100 mg. 4 a 6 anos: 200 mg. 7 a 9 anos: 300 mg. 9 a 12 anos: 400 mg. A partir de 12 anos: 500 mg. Se necessário, repetir a 8 horas. Máximo 3 doses ao dia. A posologia pode também ser calculada com base no peso da criança, adotando-se a dose de 11 mg/kg até 6 vezes ao dia ou 16mg/kg até 4 vezes ao dia. Adultos: 500 a 1.000 mg. Se necessário, repetir a cada 4 a 8 horas. Idosos: 500 mg, com repetição de dose somente após um período mínimo de 4 horas. OF Deve ser ingerido de preferência após as refeições ou com um pouco de leite. O comprimido de uso infantil deve ser colocado na boca até que se dissolva. Pode também ser esfarelado e adicionado ao leite ou à água. AAS não deve ser usado por mais de 7 dias, devido ao aumento do risco de ocorrência de graves efeitos renais, cardiovasculares e gastrintestinais. Evitar a ingestão de bebidas alcoólicas, pois a ação irritante no estômago é aumentada podendo aumentar o risco de úlcera e sangramento. Recomenda-se não exceder a dose máxima diária de 3 g de ácido acetilsalicílico em adultos, e em idosos a dose máxima é 2 g ao dia. CI Pacientes com doenças no estômago, fígado ou rins, pacientes com hemofilia e em uso de anticoagulantes. Crianças ou adolescentes não devem usar AAS para catapora ou sintomas gripais antes que um médico seja consultado sobre a síndrome de Reye. Durante os dois primeiros trimestres de gestação, Categoria de risco na C, e Categoria de risco D para último trimestre da gestação. RA Pode provocar diminuição da função renal, irritação da mucosa gástrica e sangramento digestivo, sobretudoem doses altas e em tratamento prolongado. IM Pode aumentar a atividade dos anticoagulantes cumarínicos e a atividade hipoglicemiante das sulfonilureias. Anticoagulantes podem acentuar os sangramentos digestivos causados pelo AAS. Pode aumentar a atividade e toxicidade metotrexato. Casos de hipersensibilidade manifestada por broncoespasmo, asma, rinite, urticária e outras manifestações cutâneas. AAS aumenta as concentrações plasmáticas de digoxina em função da diminuição da excreção renal. Aumento da toxicidade do ácido valproico devido ao deslocamento dos sítios de ligação com as proteínas. Evitar uso com álcool devido a aumento do dano à mucosa gastrintestinal. Ácido Acetilsalicílico + Cafeína PF Comprimido contendo 500 mg de ácido acetilsalicílico e 65 mg de cafeína (Tylenol®DC). Comprimido contendo 650 mg de ácido acetilsalicílico e 65 mg de cafeína (Cafiaspirina®). Comprimido contendo 500 mg de ácido acetilsalicílico e 30 mg de cafeína (Calmador®, Doril®). Comprimido revestido contendo 500 mg de ácido acetilsalicílico e 30 mg de cafeína (Melhoral®). PO Adultos: 1 a 2 comprimidos de 4 em 4 horas. OF Tomar preferencialmente após as refeições, com um pouco de água, não pode ser partido, aberto ou mastigado. O tratamento com AAS não deve se prolongar por mais de 7 dias, devido ao aumento do risco de ocorrência de graves efeitos renais, cardiovasculares e gastrintestinais. Evitar a ingestão de bebidas alcoólicas, pois a ação irritante no estômago é aumentada podendo aumentar o risco de úlcera e sangramento. Recomenda-se não exceder a dose máxima diária de 3 g de ácido acetilsalicílico em adultos, e em idosos a dose máxima é 2 g ao dia. MEDICAMENTOS ISENTOS DE PRESCRIÇÃO MÉDICA CI Contraindicado para pacientes com suspeita de dengue, problemas gastrointestinais ativos, função renal ou hepática comprometida, problemas de coagulação, discrasias sanguíneas, deficiência de vitamina K, terapia anticoagulante ou recente infarto do miocárdio, estados hemorrágicos, hemofilia, angioedema, anafilaxia, asma, trombocitopenia, problemas cardíacos graves e hipertensão. Crianças ou adolescentes não devem usar AAS para catapora ou sintomas gripais antes que um médico seja consultado sobre a síndrome de Reye. Durante os dois primeiros trimestres de gestação Categoria de risco C, e Categoria de risco D para último trimestre da gestação. RA Os eventos adversos incluem broncoespasmos, angioedema, urticária, úlcera péptica, náusea, vômito, azia, dor abdominal e síndrome de Stevens Johnson. Raramente, pode ocorrer insônia, nervosismo ou zumbido, perda de audição. IM O AAS aumenta o efeito de anticoagulantes orais, sulfonilureias, ácido valproico e metotrexato.O AAS diminuio efeito dos esteroides, betabloqueadores, captopril, enalapril, furosemida, espironolactona e dos AINEs. Ácido Acetilsalicílico + Paracetamol + Cafeína PF Comprimido revestido contendo 250 mg de ácido acetilsalicílico, 250 mg de paracetamol e 65 mg de cafeína(Doril® Enxaqueca, Migrainex®). PO Para dores leves a moderadas: tomar 2 comprimidos, podendo repetir a dose cada 6 horas; não administrar mais de 8 comprimidos em 24 horas. Para enxaqueca: tomar apenas uma dose de 2 comprimidos em 24 horas. Se após uma dose a enxaqueca persistir, orientar o paciente a consultar um médico. OF O medicamento deve ser tomado com água, não pode ser partido, aberto ou mastigado. Não usar por mais de 5 dias para dor ou 3 dias para febre. O início de ação ocorre aproximadamente em 15 minutos após a administração oral. O tempo de ação desse medicamento poderá variar de paciente para paciente. CI Contraindicado em caso de reação alérgica antecedente a qualquer outro analgésico ou antipirético, na gestação, na lactação e para menores de 12 anos de idade. A dose recomendada para esse produto contém aproximadamente tanta cafeína quanto uma xícara de café. O paciente deverá limitar o uso de alimentos ou bebidas que contenham cafeína, uma vez que a cafeína pode causar nervosismo, irritabilidade, insônia e ocasionalmente aumento dos batimentos cardíacos. RA Os efeitos adversos incluem reações alérgicas, zumbido nos ouvidos, perda da audição, a área da dor ficavermelha ou inflama. IM Metoclopramida, dipiridamol e metoprolol podem aumentar concentração do AAS. Corticosteroides, antiácidos e contraceptivos orais podem reduzir os níveis plasmáticos do AAS. O AAS pode competir com outros AINEs pelos sítios de ligação das proteínas plasmáticas. AAS pode aumentar a ação de metotrexato, fenitoína e valproato. AAS pode diminuir os efeitos da probenecida e sulfinpirazona. Paracetamol aumenta o risco de efeitos adversos renais dos AINEs. O paracetamol prolonga a meia-vida do cloranfenicol. O probenecida interfere com o metabolismo do paracetamol. Isoniazida e rifampicina aumentam a hepatotoxicidade do paracetamol. A fluvoxamina inibe a CYP1A2 e prolonga a meia-vida de eliminação da cafeína. A cafeína antagoniza os efeitos sedativos do diazepam. Dipirona PF Comprimidos 500 mg (Genéricos, Anador®, Doril®, Magnopyrol®, Novalgina®). Comprimidos 1.000 mg (Atroveram® DIP, Lisador®Dip, Novalgina®). Comprimidos efervescente 1.000 mg (Novalgina®). Solução oral gotas 500 mg/mL (Anador®, Atroveram® DIP, Dipimed®, Dorfebril®, Magnopyrol®, Genéricos). Solução oral 50 mg/mL (Novalgina®, Genéricos). PO Adultos: comprimidos de 500 a 1.000 mg por dose até 4 vezes ao dia. Gotas 20 a 40 gotas por dose até 4vezes ao dia. Crianças: 10 a 15 mg/kg/dose até 4 vezes ao dia. OF Deve ser administrado com água. MEDICAMENTOS ISENTOS DE PRESCRIÇÃO MÉDICA CI Não deve ser usada em crianças menores de 3 meses ou pesando menos de 5 kg pelo risco de disfunção renal. Pacientes com alergia à dipirona sódica. Pacientes com desenvolvimento anterior de broncoespasmo. Em pacientes idosos e pacientes debilitados, deve-se considerar a possibilidade de desenvolvimento de insuficiência hepática e renal. Categoria de risco na gravidez: D. Contraindicado na lactação, nefrites crônicas, discrasias sanguíneas e deficiência de G6PD. RA Náuseas, vômitos, diarreia e hipotensão transitória. De forma menos frequente pode causar reaçõesanafiláticas, anemia aplástica, agranulocitose, pancitopenia, leucopenia e trombocitopenia. IM A dipirona pode causar redução dos níveis plasmáticos de ciclosporina; aumenta a hematotoxicidade do metotrexato, particularmente em idosos; diminui efeito dos barbitúricos; com a clorpromazina pode causar hipotermia grave. Dipirona Sódica + Cafeína PF Comprimidos contendo 500 mg de dipirona e 65 mg de cafeína (Apracur®DC, Cafilisador®, Doril® DC 500). PO Tomar 1 a 2 comprimidos até 4 vezes ao dia, com um pouco de água e sem mastigar. Dose máxima diáriarecomendada: 8 comprimidos/dia equivalente a 4 g/dia de dipirona. OF Esse medicamento não deve ser partido, aberto ou mastigado. Durante o tratamento recomenda-se evitar aingestão de bebidas alcoólicas, pois aumenta o risco de úlcera e sangramento. CI Contraindicado a pacientes com problemas renais, hipertensão arterial, problemas cardiocirculatórios, hepáticos, úlcera gastroduodenal, agranulocitopenia e deficiência genética da glicose-6-fosfato desidrogenase. Gravidez: Categoria de risco C. RA Reações adversas comuns podem incluir prurido na pele, erupções e hipotensão. Raramente podem ocorrer reações alérgicas (choque anafilático), asma, náuseas, vômitos, diarreia, dor de garganta, inflamação da boca, dificuldades de engolir, mal-estar e calafrios. IM A dipirona aumenta a ação de anti-inflamatórios não hormonais (naproxeno, cetoprofeno, ibuprofeno, piroxicam, tenoxicam, meloxicam, diclofenaco, aceclofenaco, sulindac, nimesulida, fentiazac e ácido acetilsalicílico), anticoagulantes (varfarina e a fenindiona), glimepirida, clorpromazina. A dipirona diminui a ação da ciclosporina. Dipirona Sódica + Mucato de Isometepteno + Cafeína PF Drágeas contendo dipirona 300 mg + mucato de isometepteno 30 mg + cafeína 30 mg (Doralgina®, Neosaldina®, Neosaldor ®, Sedol®, Tensaldin ®). Comprimidos revestidos contendo dipirona 300 mg + mucato de isometepteno 30 mg + cafeína 30 mg (Neralgyn®, Sedamed®). Solução oral gotas de 300 mg/mL de dipirona + 50 mg/mL de cloridrato de isometepteno + 30 mg/mL de cafeína (Neosaldina®, Sedol®). PO Adultos e maiores de 12 anos: tomar de 1 a 2 drágeas ou comprimidos, a cada 6 horas. Gotas: Crianças 9 - 15 kg (1 - 3 anos) 8 a 14 gotas. Crianças 16 - 21 kg (4 - 6 anos) 15 a 18 gotas. Crianças 22 - 28 kg (7 - 9 anos) 20 a 27 gotas. Crianças 29 - 40 kg (10 - 12 anos) 29 a 36 gotas. Crianças 40 - 50 kg (13 - 14 anos) 38 a 45 gotas. A partir de 15 anos e adultos 30 a 60 gotas. Não ultrapassar 4 tomadas diárias e respeitar o mínimo de 6 horas entre as doses. OF O aparecimento de uma coloração vermelha na urina significa a eliminação do ácido rubazônico, um metabólito inócuo da dipirona. Pode interferir no sono, devido à presença de cafeína. Não deve ser utilizada concomitantemente com álcool. CI A solução oral é contraindicada para menores de 1 ano de idade. Cuidado com hipertensos devido à ação vasoconstritora do isometepteno, e é totalmente contraindicada nas crises hipertensivas. Categoria C de risco na gravidez. RA Reações comuns: hipersensibilidade na pele, nas mucosas dos olhos e das cavidades nasofaríngea. Reações raras: sob uso prolongado, pode causar trombocitopenia, pancitopenia, agranulocitose, anemia, metaemoglobinemia e aplasia medular. MEDICAMENTOS ISENTOS DE PRESCRIÇÃO MÉDICA IM A dipirona pode causar redução dos níveis plasmáticos de ciclosporina; aumenta a hematotoxicidade do metotrexato, particularmente em idosos; com a clorpromazina pode causar hipotermia grave; reações hipertensivas graves com inibidores da monoaminoxidase (IMAOs). A cafeína pode reduzir a ação sedativa dos benzodiazepínicos. A dipirona aumenta a ação de anti-inflamatórios não hormonais (naproxeno, cetoprofeno, ibuprofeno, piroxicam, tenoxicam, meloxicam, diclofenaco, aceclofenaco, sulindac, nimesulida, fentiazac e ácido acetilsalicílico), anticoagulantes (varfarina e a fenindiona). Dipirona Sódica + Citrato de Orfenadrina + Cafeína PF Comprimidos contendo dipirona monoidratada 300 mg + citrato de orfenadrina 35mg + cafeína 50 mg (Dorflex®, Sedalex®). Solução oral gotas contendo dipirona monoidratada 300 mg/mL+ citrato de orfenadrina 35mg/mL+ cafeína 50 mg/mL (Sedalex®). PO Adultos: 1 a 2 comprimidos ou 30 a 60 gotas, 3 a 4 vezes ao dia. Não exceder a dose máxima de 8comprimidos ao dia. OF Os comprimidos devem ser engolidos inteiros, sem partir ou mastigar, com um copo de água e com ou semalimentos. CI Contraindicado a pacientes com glaucoma, obstrução pilórica ou duodenal, acalasia do esôfago, hipertrofia prostática, obstrução do colo da bexiga, miasteniagrave, porfiria hepática aguda intermitente, deficiência congênita da glicose-6-fosfato-desidrogenase, função da medula óssea insuficiente (ex.: após tratamento citostático), doenças do sistema hematopoiético, problemas gástricos ou hepáticos graves. Categoria D de risco na gravidez. Utilizar com cautela em pacientes com problemas cardíacos. RA Secura da boca, alterações do ritmo cardíaco, palpitações, diminuição da sudorese, retenção urinária, visão borrada, dilatação da pupila, aumento da pressão intraocular, fraqueza, náusea, vômitos, dor de cabeça, tonturas, constipação, sonolência, reações alérgicas, coceira, alucinações, agitação, tremor, irritação gástrica, urticária e outras dermatoses. Pacientes idosos podem apresentar confusão mental. IM Propoxifeno: confusão, ansiedade e tremores. Clorpromazina: hipotermia. Pode aumentar a hematotoxicidade do metotrexato particularmente em pacientes idosos. A dipirona pode reduzir o efeito do AAS na agregação plaquetária. A dipirona pode causar a redução na concentração sanguínea de bupropiona. A cafeína pode reduzir a ação sedativa dos benzodiazepínicos. Dipirona + Prometazina + Adifenina PF Comprimidos contendo dipirona 500 mg + prometazina 5 mg + Adifenina 10 mg (Dorilen®, Lisador®). Solução oral gotas contendo dipirona 500 mg/1,5 mL + prometazina 5 mg/1,5 mL + Adifenina 10 mg/1,5 mL (Dorilen®). PO Adultos: 1 comprimido ou 30 a 60 gotas, em intervalos mínimos de 6 horas. Dose máxima diária recomendada: 8 comprimidos ao dia. Crianças acima de 2 anos: 8 a 16 gotas. O intervalo mínimo entre as doses deve ser de 6 horas. Dose máxima diária recomendada 70 gotas/dia. OF Tomar os comprimidos, em intervalos mínimos de 6 horas, com um pouco de água e sem mastigar. Não deve ser administrado em altas doses ou por períodos prolongados, sem acompanhamento médico. Durante o tratamento, o paciente não deve dirigir veículos ou operar máquinas, pois sua habilidade e atenção podem estar prejudicadas. A ingestão concomitante com álcool compromete as habilidades motoras. Esse medicamento não é de uso contínuo. Se após 3 dias de uso persistirem os sintomas, deve ser procurada orientação médica. CI Solução oral contraindicada em crianças com menos de 2 anos de idade, e em comprimido é contraindicado para menores de 12 anos. Contraindicado no caso de problemas renais, hipertensão, lesões hepáticas graves, úlcera gastroduodenal, discrasias sanguíneas, púrpura trombocitopenica, doenças cardíacas e nos vasos sanguíneos. Categoria de risco C na gravidez. MEDICAMENTOS ISENTOS DE PRESCRIÇÃO MÉDICA RA Perda de apetite, náuseas, desconforto epigástrico, constipação ou diarreia, secura na boca, tosse, retenção urinária, disúria, azia, febre, vermelhidão cutânea, glaucoma, paralisia da pupila do globo ocular, dores de cabeça, pele seca e hipotensão. Reações de sonolência, dificuldades motoras, tontura, zumbido no ouvido, cansaço, falta de coordenação, fadiga, visão borrada, visão dupla, nervosismo, insônia e tremores. Algumas vezes a urina com pH ácido pode apresentar coloração avermelhada. Este fato pode ser decorrente da presença do ácido ribossômico, metabólito presente em baixa concentração, evento sem significado clínico toxicológico. IM A dipirona pode causar redução dos níveis plasmáticos de ciclosporina; aumenta a hematotoxicidade do metotrexato, particularmente em idosos; com a clorpromazina pode causar hipotermia grave; reações hipertensivas graves com inibidores da monoaminoxidase (IMAOs). A dipirona aumenta a ação de anti- inflamatórios não hormonais (naproxeno, cetoprofeno, ibuprofeno, piroxicam, tenoxicam, meloxicam, diclofenaco, aceclofenaco, sulindac, nimesulida, fentiazac e ácido acetilsalicílico) e de anticoagulantes (varfarina e a fenindiona). Prometazina pode aumentar a ação de: fenobarbital, morfina, codeína, hidroxicodona, fentanil, tramadol, metadona, clonidina, clordiazepóxido, diazepam, clonazepam, antidepressivos tricíclicos e lítio. Ibuprofeno PF Comprimidos revestidos de 200 mg (Advil®) e 400 mg (Alivium®). Cápsulas gelatinosas moles 400 mg (Advil®, Alivium®, Capsfen®). Suspensão oral gotas 30 mg/mL (Alivium®). Suspensão gotas 50 mg/mL e 100 mg/mL (Alivium®, Algy-Flanderil®, Vantil®, Genérico). PO Comprimidos 200 mg: adultos e crianças acima de 12 anos a dose recomendada é 1 ou 2 comprimidos, repetida 3 a 4 vezes ao dia, com intervalo mínimo de 4 horas. Comprimidos e cápsulas 400 mg: dose recomendada é 1 comprimido (ou cápsula) a cada 4 a 6 horas. A dose diária não deve exceder 2.400 mg/dia em doses divididas (400 mg a cada 4 horas). Suspensão oral 30 mg/mL: adultos a dose 7 mL, repetida a cada 6 horas. Suspensão 30 mg/mL vem acompanhado de uma seringa dosadora. Suspensão gotas 50 mg/mL: crianças com 6 meses ou mais, pode variar de 1 a 2 gotas/kg de peso, em intervalos de 6 a 8 horas, não excedendo 40 gotas por dose (200 mg). Adultos: 40 gotas (200 mg) a 80 gotas (400 mg), repetida a cada 6 horas. Suspensão gotas 100 mg/mL: para crianças com idade acima de 6 meses, é de 1 gota/kg de peso, em intervalos de 6 a 8 horas, não excedendo 20 gotas por dose. Pacientes pediátricos com mais de 30 kg não devem exceder a dose máxima de 20 gotas (200 mg) por dose. Adultos: a posologia pode variar de 20 gotas (200 mg) a 40 gotas (400 mg), no máximo 4 vezes por dia. OF Permitida ingestão com alimentos. O início de ação ocorre de 15 a 30 minutos após sua administração oral e permanece por 4 a 6 horas. Não exceder 4 doses ao dia. Crianças menores de 2 anos, gestantes e idosos não devem usar sem acompanhamento médico. Os comprimidos revestidos possuem uma fina camada que facilita a deglutição, e devem ser ingeridos inteiros com um pouco de líquido. CI Contraindicado para pacientes com úlcera gastroduodenal, sangramento gastrintestinal, insuficiência renal, insuficiência hepática grave e insuficiência cardíaca grave. Esse medicamento é contraindicado para menores de 6 meses. Primeiro e segundo trimestre de gravidez: Categoria de risco C. Terceiro trimestre de gravidez: Categoria de risco D. RA Os efeitos adversos incluem tontura, náuseas, epigastralgia, rash cutâneo, raramente pode ocorrer diarreia,retenção urinária, cefaleia, flatulência e anorexia. IM O uso de ibuprofeno concomitantemente com corticosteroides aumenta o risco de úlcera gástrica e, com inibidores seletivos de recaptação da serotonina (ISRS), aumenta o risco de sangramento gastrintestinal. Diminui o efeito diurético de furosemida e diuréticos tiazídicos. Paracetamol MEDICAMENTOS ISENTOS DE PRESCRIÇÃO MÉDICA PF Suspensão oral 100 mg/mL (Tylemax® Baby, Tylenol® Bebê, Cimegripe® Bebê). Suspensão oral 32 mg/mL (Cimegripe® Criança, Tylemax® Criança, Tylenol® Criança). Comprimidos mastigáveis 160 mg (Tylenol® Criança 6+). Comprimidos 500 mg (Genérico). Comprimidos 750 mg (Genérico, Multigrip® Dor e febre, Paramol®, Tylenol®). Comprimidos efervescentes 500 mg (Sonridor®). Gotas 200 mg/mL (Genérico, Cimegripe® Dor e Febre, Paramol®, Tylemax®, Tylenol®). Pó para preparação extemporânea 500 mg/5 g (Cimegripe® 77C). PO Crianças menores que 12 anos: 1 gota por kg de peso, por dose, até o limite de 35 gotas por dose. Crianças acima de 12 anos, 35 a 55 gotas, 3 a 5 vezes ao dia. Adultos: 500 a 1.000 mg de 3 a 5 vezes ao dia. Essa administração pode ser repetida 4 a 5 vezes por dia, com intervalo mínimo de 4 horas, não devendo ultrapassar 5 administrações nas 24 horas. OF Os comprimidos efervescentes devem ser dissolvidos em pelo menos meio copo com água. CI Pacientes com hipersensibilidade ao paracetamol. Deve ser evitado com bebidas alcoólicas. Pacientes com doenças renais, hepática, que façam uso regular de álcool, que estão abaixo do peso ou desnutridos devem ser encaminhados ao médico. Categoria B na gravidez. RA Náuseas, vômitos, hepatotoxicidade; hipersensibilidades incluindo erupções cutâneas, urticária, eritemas, broncoespasmo, angioedema e choque anafilático; outras reações de incidência rara são discrasias sanguíneas, hepatite, hipoglicemia; icterícia, hematúria, micçãodificultosa ou dolorosa. Lesão renal em uso crônico. IM Barbitúricos, carbamazepina, hidantoína, rifampicina, sulfimpirazona e álcool: hepatotoxicidade aumentada.Aumenta meia vida plasmática do cloranfenicol. Anticoagulantes: paracetamol pode aumentar o efeito. Paracetamol + Cafeína PF Comprimido efervescente contendo paracetamol 500 mg + cafeína 65 mg (Sonridor®Caf).Comprimidos revestidos contendo paracetamol 500 mg + cafeína 65 mg (Tylenol® DC, Genéricos). PO Adultos e crianças acima de 12 anos: tomar 2 comprimidos ou 2 comprimidos efervescentes dissolvidos em pelo menos meio copo com água (100 mL), a cada 4 ou 6 horas. Não ultrapassar a dose de 8 comprimidos ao dia. OF O comprimido revestido não pode ser partido, aberto ou mastigado. CI Usuários crônicos de bebidas alcoólicas podem apresentar um risco aumentado de doenças do fígado casoseja ingerida uma dose maior que a dose recomendada. Contraindicado para menores de 12 anos de idade. RA O paracetamol pode causar dano hepático. Muito raramente, foram relatados os seguintes efeitos adversos: aumento das transaminases, reações anafiláticas, hipersensibilidade, insônia, tonturas, palpitações, taquicardia, erupções, erupções pruriginosas e urticária. IM A cafeína com estimulantes do SNC pode resultar em estimulação excessiva do SNC; a cafeína pode aumentar a excreção renal de lítio. A cafeína pode produzir arritmias cardíacas ou hipertensão em usuário de inibidores da monoamino oxidase (IMAO). Aumento da excreção renal de lítio. Naproxeno PF Naproxeno sódico: comprimido revestido 275 mg (Flanax®, Genérico). Comprimido revestido 550 mg (Flanax®,Genérico, Napronax®). Naproxeno base: comprimido revestido 250 mg e 500 mg (Naprox®, Genérico). PO Comprimidos revestidos de 250 mg: tomar 1 comprimido 1 a 2 vezes por dia. Comprimidos revestidos de 500 mg: tomar 1 comprimido 1 vez por dia. A dose diária (24 horas) de 500 mg não deve ser excedida, salvo sob prescrição médica. Doses em idosos: sendo os idosos mais propensos a efeitos adversos, devem ser consideradas doses mais baixas. MEDICAMENTOS ISENTOS DE PRESCRIÇÃO MÉDICA OF Os efeitos indesejáveis podem ser diminuídos tomando-se a menor dose eficaz pelo menor tempo necessáriopara controlar os sintomas. Não se deve usar naproxeno por mais de 10 dias consecutivos. CI Contraindicado a pacientes com asma, rinite, pólipos nasais, urticária, úlcera péptica, insuficiência cardíaca ou insuficiência renal. Cuidado em idosos devido aos problemas estomacais causados pelo fármaco. Contraindicado para menores de 12 anos. Categoria de risco na gravidez: D. RA Estomatite ulcerativa, azia, esofagite, úlceras pépticas, sangramento, perfuração gastrintestinal, ulceração gastrintestinal não péptica, melena, náuseas, vômitos, diarreia, flatulência, constipação, dispepsia, dor abdominal, exacerbação de colite ulcerativa e da doença de Crohn, pancreatite, hepatite e icterícia. IM Pode aumentar as concentrações sanguíneas de ciclosporina, lítio e metotrexate. Aumenta o risco de úlcera e sangramento gastrintestinal quando usado com outros AINEs, corticoides, antiplaquetários e inibidores seletivos da recaptação da serotonina. Pode aumentar os efeitos anticoagulantes da varfarina. Pode inibir o efeito de betabloqueadores e da furosemida. PF: prescrição farmacêutica; PO: posologia e modo de usar; OF: orientações farmacêuticas; CI: contraindicações e/ou precauções; RA: reações adversas ao medicamento; IM: interações medicamentosas. Fonte: elaborado a partir da bibliografia refenciada Referências AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Bulário de medicamentos. Disponível em: http://www.anvisa.gov.br. Acesso em: 14 out. 2019. BRUNTON, L. L. et al. Goodman & Gilman: As Bases Farmacológicas da Terapêutica. 13. ed. Rio de Janeiro: McGraw-Hill, 2018. 1.760 p. BULAS MED. Bulário de medicamentos. Disponível em: http://www.bulas.med.br. Acesso em: 14 out. 2019. MEDICINA NET. Bulário de medicamentos. Disponível em: http://www.medicinanet.com.br. Acesso em: 14 out. 2019. MELHADO, E. M. et al. Protocolo de Tratamento de Cefaleia na Emergência em um Hospital-Escola. Headache Medicine, v. 8, p. 43-47, 2017. Disponível em: https://headachemedicine.com.br/revistas/HM%202017.2.pdf#page=16 Acesso em: 12 jun. 2019. PEDROSO, E. R. P.; OLIVEIRA, R. G. Blackbook de Clínica Médica. 2. ed. Belo Horizonte: Blackbook, 2014. PEREIRA, M. L. et al. Os analgésicos utilizados no tratamento abortivo da migrânea: Quando eles chegaram ao Brasil? Headache Medicine, v. 8, p. 38-42, 2017. Disponível em: https://headachemedicine.com.br/revistas/HM%202017.2.pdf#page=16 Acesso em: 12 jun. 2019. PEREIRA, R. S. Clínica e Prescrição Farmacêutica. Belo Horizonte: Rona. 2014. v. 1, 236 p. SOARES, A. A.; SILVA-NÉTO, R. P. Cefaleia e abstinência de alimentos. Headache Medicine, v. 8, p. 34-37, 2017. Disponível em: https://headachemedicine.com.br/revistas/HM%202017.2.pdf#page=16 Acesso em: 12 out. 2019. CAPÍTULO 9 RESFRIADOS Carine Viana DEFINIÇÕES Gripes e resfriados são infecções viróticas autolimitadas das vias aéreas superiores com cura espontânea em cerca de uma semana, independentemente do tratamento. Eventuais complicações bacterianas como sinusite, bronquite, pneumonia, otites podem suceder essas viroses e exigir tratamento com antibióticos. Gripes e resfriados são muito confundidos, principalmente em caso de resfriado mais intenso. Embora tenham etiologias diferentes, os processos inflamatórios das vias aéreas superiores envolvidos nessas afecções possuem sintomas comuns. Fato que pode gerar diagnóstico equivocado, tratamento inadequado e uso irracional de antibióticos. Resfriado comum: uma virose respiratória benigna que pode ser causada por mais de cem tipos diferentes de vírus com sintomatologia nasal e sistêmica mais discreta que na gripe. Gripe: diferencia-se de um resfriado pela maior intensidade em que os sintomas se apresentam no paciente. Maior risco de complicações bacterianas associadas. Causada pelo vírus Influenza (A, B e H1N1), mas síndromes gripais podem ser causadas por outros vírus. Resfriado comum Gripes e síndromes gripais Adenovírus Coronavírus Coxsackievirus Enterovírus Influenza (A, B, C) Parainfluenza Rinovírus Influenza (A, B, H1N1) Parainfluenza Adenovírus Echovírus Coxsackievirus Vírus sincicial respiratório SINAIS E SINTOMAS As manifestações clínicas dependem do vírus, subtipo e cepa, mas principalmente da imunidade prévia específica e imunocompetência do paciente. Apesar da tendência em provocar quadros parecidos, um mesmo vírus pode causar apenas um resfriado no pai e no filho uma bronquite ou pneumonia intersticial. Os sinais e sintomas que podem estar presentes são mal-estar, dor muscular, cansaço, dor de cabeça, dor de garganta, rouquidão, congestão nasal, secreções nasais, espirros, tosse não produtiva, olhos lacrimejantes e em casos graves febre. O Quadro 9.1 descreve os principais sintomas presentes no resfriado, gripe comum e gripe H1N1. Quadro 9.1 - Principais sintomas presentes no resfriado, gripe comum e gripe H1N1 Sintomas Resfriado Gripe Comum Gripe H1N1 ARDÊNCIA OLHOS LEVE LEVE INTENSA CALAFRIOS RAROS RAROS FREQUENTES CANSAÇO LEVE MODERADO INTENSO CONGESTÃO NASAL MODERADA FORTE LEVE DOR DE CABEÇA LEVE MODERADA INTENSA DOR DE GARGANTA MODERADA INTENSA LEVE DOR MUSCULAR LEVE MODERADA INTENSA FEBRE AUSENTE OU BAIXA 37°C a 39°C + 39°C TOSSE LEVE MODERADA SECA E CONTÍNUA Fonte: CRF-SP, 2016 AVALIAÇÃO FARMACÊUTICA O farmacêutico no exame físico e anamnese deverá considerar: Sintomas presentes. Há quanto tempo estão ocorrendo. Se os sintomas estão piorando a cada dia. Se o paciente está fazendo uso de alguma medicação. Se o paciente possui alergias já diagnosticadas (poeira, fumaça, mofo, pólen, pelos, medicamentos etc.). Se o paciente é portador de alguma doença crônica. ENCAMINHAMENTO MÉDICO Os principais sinais de alerta de complicações que exigem encaminhamento médico estão descritos no quadro a seguir. Sintomas persistentes (mais de 5 a 7 dias). Temperatura acima de 38°Cpor mais de 48 horas. Dor torácica. Taquipneia. Tosse com dor no peito. Tosse com secreção purulenta. Falta de ar e broncoespasmo. Halitose. Dor de garganta. Desidratação e incapacidade de ingerir líquidos. Forte dor de cabeça com febre. Prostração acentuada. Alteração da consciência. Agravamento da dor em um ou ambos os ouvidos. Suspeita de gripe influenza e gripe A H1N1. Qualquer condição médica crônica. Ex.: asma ou diabetes. TRATAMENTO O resfriado é uma afecção autolimitada e que não exige tratamento. Medicamentos são usados para diminuir o desconforto causado pelos sintomas. Também é indicada maior ingestão de líquidos para manter as secreções fluidas e facilitar sua eliminação. Analgésicos e antitérmicos comuns, como a dipirona e paracetamol, são indicados para dor e febre acima de 38°C. Crianças e adolescentes não devem usar ácido acetilsalicílico (AAS) para catapora ou sintomas gripais antes que um médico seja consultado sobre a síndrome de Reye. Considerar os efeitos colaterais significativos das associações de descongestionantes sistêmicos com anti-histamínicos. Os principais fármacos usados no tratamento sintomático de resfriados e sintomas gripais estão descritos no Quadro 9.1. Os medicamentos isentos de prescrição disponíveis comercialmente estão descritos do Quadro 9.2. ORIENTAÇÕES FARMACÊUTICAS O resfriado pode passar de pessoa para pessoa por secreções nasais ou contato com as mãos da pessoa afetada. É mais contagioso nos primeiros três dias após os sintomas começarem. O vírus pode durar até cinco horas na pele e em superfícies. A vacinação é o método adequado para prevenção da gripe, mas quando o indivíduo já apresenta manifestações clínicas da doença precisa ser medicado. Orientações para prevenção de gripes e resfriados: Lavar as mãos frequentemente, sobretudo após tossir e espirrar. Evitar tocar os olhos, nariz e boca, para diminuir a propagação de vírus. Cobrir boca e nariz com um pano (ou com o braço) quando espirrar ou tossir, para evitar que o vírus se espalhe. Procurar repouso, enquanto estiver doente. Evitar aglomerações e ambientes fechados. Manter os ambientes ventilados. Vacinar-se contra gripe todo ano, por causa da alta taxa de mutação do vírus. A gripe é um vírus, antibióticos não servem para tratá-la. A menos que ocorra infecção bacteriana secundária. Quadro 9.2 - Principais fármacos usados no tratamento sintomático de resfriados e sintomas gripais FÁRMACO AÇÃO NO RESFRIADO Analgésicos Inibem a síntese de prostaglandinas e atuam no centro termorregulador cerebral promovendo vasodilatação e sudorese, efeitos que resultam em atividade analgésica e antipirética. Aliviam as dores da cefaleia, mialgias e artralgias sentidas durante um resfriado. Exemplos: ácido acetilsalicílico, dipirona, naproxeno, paracetamol e ibuprofeno. Anti-histamínicos Anti-histamínicos impedem o efeito da histamina e o de substâncias histaminoides que são liberadas nos casos de infecções gripais, pela desintegração de substâncias proteicas em consequência do metabolismo perturbado pela irrigação sanguínea insuficiente, por influência de temperaturas baixas, bem como metabólitos bacterianos que agem como alérgenos. Antialérgicos impermeabilizam as paredes celulares e capilares e diminui edemas de mucosas. A combinação de anti-histamínico com aminas simpaticomiméticas reduz efetivamente a secreção nasofaríngea e diminui o edema e congestão do aparelho respiratório. Exemplos: maleato de bronfeniramina, maleato de clorfeniramina e maleato de carbinoxamina. Cafeína Estimulante suave do SNC, comumente utilizado associado aos analgésicos, com a intençãode aumentar a resposta terapêutica no tratamento. Descongestionantes Agem nos receptores alfadrenérgicos da mucosa causando vasoconstrição, com consequente limitação do fluxo sanguíneo, reduzindo o edema e a obstrução, resultando no alívio da congestão nasal e melhorando a respiração. Exemplos: fenilefrina (uso oral), cloridrato de nafasolina e cloridrato de oximetazolina (uso tópico). Solução salina de irrigação nasal A solução salina age na mucosa nasal fluidificando a secreção, facilitando assim a eliminação do muco e aumentando a permeabilidade da via respiratória. O modo de ação é mecânico, removendo as impurezas, o excesso de muco e as secreções das cavidades nasais e dos seios paranasais. Não é absorvido pela mucosa nasal. Esses produtos podem ser usados como fluidificante das secreções nasais em resfriados, rinites, sinusites e outras condições relacionadas ao ressecamento da mucosa nasal, como baixa umidade do ar, exposição ao ar condicionado e poluição. Exemplos: cloreto de sódio 0,9% e solução hipertônica de cloreto de sódio 3%. FÁRMACO AÇÃO NO RESFRIADO Vitamina C O ácido ascórbico é uma vitamina hidrossolúvel que faz parte do sistema de proteção do organismo, com ação antioxidante. Diminui o pH no microambiente celular e impede os vírus de se acoplarem na célula hospedeira e injetar seu material genético. A vitamina C é imunoestimulante auxiliando a ativar o sistema de defesa do organismo. Também exerce papel particular no processo anti-inflamatório e na função leucocitária. As necessidades de ácido ascórbico são aumentadas nas doenças infecciosas. Quadro 9.3 - Medicamentos isentos de prescrição disponíveis comercialmente para tratamento sintomático de resfriados e sintomas gripais MEDICAMENTOS ISENTOS DE PRESCRIÇÃO MÉDICA Ácido Acetilsalicílico PF Comprimidos 85 mg (Melhoral® infantil). Comprimidos 100 mg (AAS® infantil, Sedalive®, Genérico EMS). Comprimidos 500 mg (Genérico EMS). Comprimidos revestidos 500 mg (Aspirina®). Comprimidos revestidos de liberação prolongada 500 mg (Aspirina® Microativa). Comprimidos revestidos 100 mg (AAS® Protect, Aspirina Prevent®). Comprimidos revestidos 300 mg (Aspirina Prevent®). PO Crianças: 1 a 3 anos: 100 mg. 4 a 6 anos: 200 mg. 7 a 9 anos: 300 mg. 9 a 12 anos: 400 mg. Com mais de 12 anos de idade: 500 mg. Se necessário, repetir a 8 horas. Máximo três doses ao dia. A posologia pode também ser calculada com base no peso da criança, adotando-se a dose de 11 mg/kg até 6 vezes ao dia ou 16 mg/kg até 4 vezes ao dia. Adultos: 500 a 1.000 mg. Se necessário, repetir a cada 4 a 8 horas. Idosos: 500 mg, com repetição de dose somente após um período mínimo de 4 horas. OF Deve ser ingerido de preferência após as refeições ou com um pouco de leite. O comprimido de uso infantil deve ser colocado na boca até que se dissolva. Pode também ser esfarelado e adicionado ao leite ou à água. AAS não deve ser usado por mais de 7 dias, devido ao aumento do risco de ocorrência de graves efeitos renais, cardiovasculares e gastrintestinais. Evitar a ingestão de bebidas alcoólicas, pois a ação irritante no estômago é aumentada podendo aumentar o risco de úlcera e sangramento. Recomenda-se não exceder a dose máxima diária de 3 g de ácido acetilsalicílico em adultos, e em idosos a dose máxima é 2 g ao dia. CI Pacientes com doenças no estômago, fígado ou rins, pacientes com hemofilia e em uso de anticoagulantes. Crianças ou adolescentes não devem usar AAS para catapora ou sintomas gripais antes que um médico seja consultado sobre a síndrome de Reye. Durante os dois primeiros trimestres de gestação, categoria de risco na C, e categoria de risco D para último trimestre da gestação. Contraindicado em casos suspeitos ou confirmados de dengue. RA Pode provocar diminuição da função renal, irritação da mucosa gástrica e sangramento digestivo, sobretudoem doses altas e em tratamento prolongado. IM Pode aumentar a atividade dos anticoagulantes cumarínicos e a atividade hipoglicemiante das sulfonilureias. Anticoagulantes podem acentuar os sangramentos digestivos causados pelo AAS. Pode aumentar a atividade e toxicidade metotrexato. Casos de hipersensibilidade manifestada por broncoespasmo, asma, rinite, urticária e outras manifestações cutâneas. AAS aumenta as concentrações plasmáticas de digoxina em função da diminuição da excreção renal. Aumento da toxicidade do ácido valproico devido ao deslocamento dossítios de ligação com as proteínas. Evitar uso com álcool devido ao aumento do dano à mucosa gastrintestinal. Ácido Acetilsalicílico + Cafeína PF Comprimido contendo 500 mg de ácido acetilsalicílico e 65 mg de cafeína (Tylenol®DC). Comprimido contendo 650 mg de ácido acetilsalicílico e 65 mg de cafeína (Cafiaspirina®). Comprimido contendo 500 mg de ácido acetilsalicílico e 30 mg de cafeína (Calmador®, Doril®). Comprimido revestido contendo 500 mg de ácido acetilsalicílico e 30 mg de cafeína (Melhoral®). PO Adultos: 1 a 2 comprimidos de 4 em 4 horas. MEDICAMENTOS ISENTOS DE PRESCRIÇÃO MÉDICA OF Tomar preferencialmente após as refeições, com um pouco de água, não pode ser partido, aberto ou mastigado. O tratamento com AAS não deve se prolongar por mais de 7 dias, devido ao aumento do risco de ocorrência de graves efeitos renais, cardiovasculares e gastrintestinais. Evitar a ingestão de bebidas alcoólicas, pois a ação irritante no estômago é aumentada podendo aumentar o risco de úlcera e sangramento. Recomenda-se não exceder a dose máxima diária de 3 g de ácido acetilsalicílico em adultos, e em idosos a dose máxima é 2 g ao dia. CI Contraindicado para pacientes com suspeita de dengue, problemas gastrointestinais ativos, função renal ou hepática comprometida, problemas de coagulação, discrasias sanguíneas, deficiência de vitamina K, terapia anticoagulante ou recente infarto do miocárdio, estados hemorrágicos, hemofilia, angioedema, anafilaxia, asma, trombocitopenia, problemas cardíacos graves e hipertensão. Crianças ou adolescentes não devem usar AAS para catapora ou sintomas gripais antes que um médico seja consultado sobre a síndrome de Reye. Durante os dois primeiros trimestres de gestação, Categoria de risco na C, e Categoria de risco D para último trimestre da gestação. RA Os eventos adversos incluem broncoespasmos, angiodema, urticária, úlcera péptica, náusea, vômito, azia, dor abdominal e Síndrome de Stevens Johnson. Raramente, pode ocorrer insônia, nervosismo ou zumbido, perda de audição. IM O AAS aumenta o efeito de anticoagulantes orais, sulfonilureias, ácido valproico e metotrexato. O AAS diminuio efeito dos esteroides, betabloqueadores, captopril, enalapril, furosemida, espironolactona e dos AINEs. Ácido Acetilsalicílico + Ácido Ascórbico PF Comprimido efervescente contendo ácido acetilsalicílico 400 mg + ácido ascórbico 240 mg (Aspirina® C, Melhoral® C efervescente). Comprimido contendo ácido acetilsalicílico 400 mg + ácido ascórbico 200 mg (Melhoral® C). PO Comprimido efervescente – adultos: 1 comprimido em intervalos de 4 a 8 horas. Crianças com 10 anos ou mais: tomar 1 comprimido efervescente diluído em água, em dose única. A dose diária recomendada de ácido acetilsalicílico para crianças é geralmente cerca de 60 mg/kg, dividida em 4 a 6 doses, isto é, cerca de 15 mg/kg a cada 6 horas ou 10 mg/kg a cada 4 horas. Comprimidos: tomar 1 a 2 comprimidos com quantidade suficiente de água, podendo-se repetir a dose após 4 horas. OF Manter o intervalo mínimo de 4 horas entre cada administração, não ultrapassando as doses estabelecidas. Dissolver o comprimido efervescente em um copo com água antes de tomar. Recomenda-se não exceder a dose máxima diária de 3 g de ácido acetilsalicílico em adultos, e em idosos a dose máxima é 2 g ao dia. Não administrar por mais de ٥ dias. CI Contraindicado para pacientes com suspeita de dengue, úlcera gastroduodenal, diátese hemorrágica; insuficiência renal, insuficiência hepática, insuficiência cardíaca. Crianças ou adolescentes não devem usar AAS para catapora ou sintomas gripais antes que um médico seja consultado sobre a síndrome de Reye. Contraindicado para menores de 10 anos. Durante os dois primeiros trimestres de gestação, Categoria de risco na C, e Categoria de risco D para último trimestre da gestação. RA Dispepsia, dor gastrintestinal e abdominal, inflamação gastrintestinal, úlcera gastrintestinal, hemorragia perioperativa, hematomas, epistaxe, sangramento urogenital e sangramento gengival, erupção cutânea, urticária, edema, prurido, alterações cardiorrespiratórias, zumbidos e tonturas. IM Metotrexato, anticoagulantes, salicilatos, benzobromarona, probenecida, digoxina, sulfonilureias, diuréticos,glicocorticoides, ácido valproico e álcool. Ácido Acetilsalicílico + Maleato de Dexclorfeniramina + Cloridrato de Fenilefrina + Cafeína PF Comprimidos contendo ácido acetilsalicílico 400 mg + maleato de dexclorfeniramina 1 mg + cloridrato defenilefrina 10 mg + cafeína 30 mg (Coristina D®). PO Adultos e crianças maiores de 12 anos: um comprimido de 4 em 4 horas, não excedendo 4 comprimidos emum período de 24 horas. MEDICAMENTOS ISENTOS DE PRESCRIÇÃO MÉDICA OF O tratamento é sintomático e deve ser utilizado apenas enquanto durarem os sintomas. Os pacientes deverão ser alertados quanto a exercerem atividades que necessitem de estado de alerta mental, tais como dirigir automóveis, operar máquinas etc. Os anti-histamínicos podem causar vertigens, sedação e hipotensão arterial em pacientes com mais de 60 anos (idosos). CI Pacientes com glaucoma primário de ângulo fechado, retenção urinária, hipertensão arterial grave, doença isquêmica cardíaca crônica grave, hipertireoidismo, hemofilia, úlcera péptica, transtornos hemorrágicos e uso concomitante com IMAO’s, agentes bloqueadores adrenérgicos. Crianças ou adolescentes não devem usar AAS para catapora ou sintomas gripais antes que um médico seja consultado sobre a síndrome de Reye. Durante os dois primeiros trimestres de gestação, Categoria de risco na C, e Categoria de risco D para último trimestre da gestação. Contraindicado para menores de 12 anos. Contraindicado em casos suspeitos ou confirmados de dengue. RA Pirose, náuseas, vômitos e dor epigástrica, zumbido, broncoespasmo, úlcera gástrica, úlcera duodenal, dispepsia, anorexia, hemorragia gastrintestinal, hepatite, nefrite túbulo-intersticial, alergia, eritema, prurido, urticária, tontura, convulsão, erupções cutâneas, choque anafilático, anemia hemolítica, equimoses, hematomas e trombocitopenia. IM O uso concomitante de anti-histamínicos com álcool, antidepressivos tricíclicos, barbitúricos e outros depressores do sistema nervoso central pode potencializar os efeitos sedativos da dexclorfeniramina. A ação dos anticoagulantes orais pode ser inibida pelos anti-histamínicos. Os inibidores da monoaminoxidase prolongam e intensificam os efeitos dos anti-histamínicos, podendo ocorrer hipotensão arterial grave. Medicamentos contendo fenilefrina não deverão ser administrados a pacientes fazendo uso de inibidores da monoaminoxidase, ou até 14 dias após a descontinuação do tratamento. A fenilefrina não deve ser usada com agentes bloqueadores adrenérgicos. Aumento do risco de arritmias cardíacas e atividade de marca-passo ectópico cardíaco podem ocorrer quando a fenilefrina é usada concomitantemente com medicamentos digitálicos. Antiácidos aumentam a absorção da fenilefrina e diminuem as concentrações de ácido acetilsalicílico. Cloreto de Sódio PF Solução nasal contendo cloreto de sódio 0,9% (Salsep®, Sinustrat®). Solução spray contendo cloreto de sódio 3% (Naridrin® H, Rinoso® SIC, Sorine® H). Solução salina de água do mar equivalente a cloreto de sódio 0,9% (Nasoclean®). PO Instilação nasal, pode ser usado até 6 vezes ao dia, conforme a necessidade. Limpe o aplicador com um lençode papel, após o uso. Se necessário, assue o nariz para retirar as secreções já fluidificadas. OF Esse medicamento deve ser administrado somente por via nasal. Medidas de higiene recomendam o usoindividual desse produto. CI Não apresenta contraindicações específicas. Gravidez: Categoria de risco A. RA Sem efeitos colaterais significativos. IM Não são conhecidas interações medicamentosas específicas e tampouco restrições específicas quanto àingestão concomitante com alimentos. Cloridrato de Nafazolina PF Solução nasal contendo cloridrato de nafazolina 0,5 mg/mL (Genéricos, Nasofluid®, Sinustrat® Vasoconstritor,Sorine®). PO Gotejar 1 a 2 gotas em cadanarina, 4 a 6 vezes ao dia. O intervalo de tempo entre as administrações não deveser menor do que 3 horas. A dose máxima diária não deverá ultrapassar 24 gotas. OF Administração nasal, sendo contraindicado seu uso em inaloterapia. Não deve ser ingerido. Não utilizar o produto por mais de 3 a 5 dias. O frasco não deve ser utilizado por mais de uma pessoa com a finalidade de diminuir o risco de contaminação e transmissão do processo infeccioso, quando houver. MEDICAMENTOS ISENTOS DE PRESCRIÇÃO MÉDICA CI Deve ser utilizado com cautela em pacientes com problemas cardiovasculares, hipertireoidismo, diabetes, hipertrofia prostática e pacientes que apresentem reação a agentes simpatomiméticos, evidenciada por sinais de insônia ou vertigem. Contraindicado a pacientes com glaucoma de ângulo agudo e hipersensibilidade a agentes adrenérgicos. Esse medicamento é contraindicado para menores de 12 anos. Categoria de risco na gravidez: C. RA Uso ininterruptamente durante longos períodos pode danificar a mucosa nasal e causar ardor, queimação,espirros e aumento da rinorreia. A nafazolina pode provocar sonolência. IM O uso concomitante da nafazolina e inibidores da monoaminooxidases (fenelzina, tranilcipromina emoclobemida) e antidepressivos tricíclicos pode gerar crise hipertensiva. Dipirona PF Comprimidos 500 mg (Genéricos, Anador®, Doril®, Magnopyrol®, Novalgina®). Comprimidos 1000 mg (Lisador®Dip, Novalgina®). Comprimidos efervescente 1000 mg (Novalgina®). Solução oral gotas 500 mg/mL (Anador®, Dipimed®, Dorfebril®, Magnopyrol®, Genéricos). Solução oral 50 mg/mL (Novalgina®, Genéricos). PO Adultos: comprimidos de 500 a 1.000 mg por dose até 4 vezes ao dia. Gotas 20 a 40 gotas por dose até 4vezes ao dia. Crianças: 10 a 15 mg/kg/dose até 4 vezes ao dia. OF Deve ser administrado com água. CI Não deve ser usado em crianças menores de 3 meses ou pesando menos de 5 kg, pelo risco de disfunção renal. Pacientes com alergia à dipirona sódica. Pacientes com desenvolvimento anterior de broncoespasmo. Em pacientes idosos e pacientes debilitados deve-se considerar a possibilidade de desenvolvimento de insuficiência hepática e renal. Categoria de risco na gravidez: D. Contraindicado na lactação, nefrites crônicas, discrasias sanguíneas e deficiência de G6PD. RA Náuseas, vômitos, diarreia e hipotensão transitória. De forma menos frequente, pode causar reaçõesanafiláticas, anemia aplástica, agranulocitose, pancitopenia, leucopenia e trombocitopenia. IM A dipirona pode causar redução dos níveis plasmáticos de ciclosporina; aumenta a hematotoxicidade do metotrexato, particularmente em idosos; diminui efeito dos barbitúricos; com a clorpromazina pode causar hipotermia grave. Dipirona Sódica + Cafeína PF Comprimidos contendo 500 mg de dipirona e 65 mg de cafeína (Apracur®DC, Cafilisador®, Doril® DC 500). PO Tomar 1 a 2 comprimidos até 4 vezes ao dia, com um pouco de água e sem mastigar. Dose máxima diáriarecomendada: 8 comprimidos/dia equivalente a 4 g/dia de dipirona. OF Esse medicamento não deve ser partido, aberto ou mastigado. Durante o tratamento recomenda-se evitar aingestão de bebidas alcoólicas, pois aumenta o risco de úlcera e sangramento. CI Contraindicado a pacientes com problemas renais, hipertensão arterial, problemas cardiocirculatórios, hepáticos, úlcera gastroduodenal, agranulocitopenia e deficiência genética da glicose-6-fosfato desidrogenase. Gravidez: categoria de risco C. RA Reações adversas comuns podem incluir prurido na pele, erupções e hipotensão. Raramente pode ocorrer reações alérgicas (choque anafilático), asma, náuseas, vômitos, diarreia, dor de garganta, inflamação da boca, dificuldades de engolir, mal-estar e calafrios. IM A dipirona aumenta a ação de anti-inflamatórios não hormonais (naproxeno, cetoprofeno, ibuprofeno, piroxicam, tenoxicam, meloxicam, diclofenaco, aceclofenaco, sulindac, nimesulida, fentiazac e ácido acetilsalicílico), anticoagulantes (varfarina e a fenindiona), glimepirida, clorpromazina. A dipirona diminui a ação da ciclosporina. Dipirona Sódica + Maleato de Clorfeniramina + Cafeína MEDICAMENTOS ISENTOS DE PRESCRIÇÃO MÉDICA PF Comprimido revestido contendo dipirona sódica 500 mg + maleato de clorfeniramina 2 mg + cafeína 30 mg(Benegrip®). PO Tomar 1 comprimido revestido verde e 1 comprimido revestido amarelo, ao mesmo tempo, 3 a 4 vezes ao dia. OF Não se deve dirigir veículos ou operar máquinas. Esse medicamento pode causar doping. CI Dipirona: contraindicada para indivíduos com determinadas doenças metabólicas, tais como deficiência congênita da glicose-6-fosfato desidrogenase e porfiria hepática, pacientes com glaucoma de ângulo fechado, nefrites crônicas, discrasias sanguíneas, asma, infecções respiratórias crônicas e quadros clínicos de comprometimento cardiocirculatório. Em indivíduos com deficiência de protrombina, a dipirona pode agravar a tendência ao sangramento. Maleato de clorfeniramina: contraindicado uso de outras drogas que deprimem o sistema nervoso central e com bebidas alcoólicas. Cafeína: contraindicado na presença de úlcera gastroduodenal. Essa formulação é contraindicada para menores de 12 anos. Gravidez: Categoria de risco C. RA Reações adversas referentes ao maleato de clorfeniramina: sedação, tonturas, zumbidos, lassidão, ataxia (incoordenação motora), fadiga, diminuição da visão, diplopia, euforia, nervosismo, insônia, tremores, perda de apetite, náuseas, vômitos, desconforto epigástrico, obstipação e diarreia. IM Não deve ser usado com inibidores da monoaminoxidase (IMAO): fenelzina, iproniazida, isocarboxazida, harmalina, nialamida, pargilina, selegilina, toloxatona, tranilcipromina, moclobemida. Com dipirona não se deve ingerir bebidas alcoólicas durante o tratamento, porque o efeito do álcool pode ser potencializado. Não usar ciclosporina concomitantemente, pois ocorre diminuição do seu nível sanguíneo. Uso com clorpromozina pode ocorrer hipotermia grave. O maleato de clorfeniramina pode aumentar o efeito sedativo dos depressores do SNC como o álcool, os barbitúricos (fenobarbital, tiopental, metohexital, pentobarbital), os hipnóticos (triazolan, midazolan, oxazepam, clordiazepoxido, clonazepam), os analgésicos narcóticos (morfina, codeína e meperidina), os sedativos e os tranquilizantes. A ingestão de outros estimulantes do SNC pode potencializar o efeito da cafeína. Dipirona Sódica + Maleato de Clorfenamina + Ácido Ascórbico PF Comprimido revestido contendo dipirona sódica 100 mg + maleato de clorfenamina 1 mg + ácido ascórbico 50mg (Apracur®). PO Adultos e maiores de 14 anos: 1 a 2 comprimidos revestidos, 3 vezes ao dia. Crianças de 10 a 14 anos: 1 comprimido revestido, 2 a 3 vezes ao dia. A dose máxima diária não deve exceder a dose recomendada, ou seja, 6 comprimidos revestidos para adultos e maiores de 14 anos e 3 comprimidos para crianças de 10 a 14 anos. OF Convém tomar o último comprimido do dia, no mínimo 2 horas antes de dormir. O tratamento não pode exceder 7 dias. O paciente não deve dirigir veículos ou operar máquinas, pois sua habilidade e atenção podem estar prejudicadas. CI Graves perturbações da função renal, deficiência genética da glicose 6-fosfodesidrogenase, porfiria hepática aguda, granulocitopenia, hipertensão arterial, tireotoxicose, alterações orgânicas cardíacas graves e dos vasos sanguíneos, arritmias cardíacas, glaucoma de ângulo fechado, obstrução do ducto biliar, hipertrofia prostática benigna, durante ataques agudos de asma, úlcera péptica, obstrução piloroduodenal. Contraindicado para menores de 10 anos. Não administrar em caso de suspeita de dengue. Gravidez: Categoria de risco C. RA Sonolência leve a moderada, vertigem, cefaleia, fadiga, excitabilidade, nervosismo, confusão, náuseas, xerostomia, diarreia, dor abdominal, aumento de apetite, ganho de peso, fraqueza, oligúria e espessamento das secreções brônquicas. IM Isoniazida, anticoagulantes cumarínicos, sulfonilureias e narcóticos. Os efeitos sedativos da clorfeniraminapodem ser potencializados se houver administraçãoconcomitante com álcool ou medicamentos sedativos. Ibuprofeno PF Comprimidos revestidos de 200 mg (Advil®) e 400 mg (Alivium®). Cápsulas gelatinosas moles 400 mg (Advil®, Alivium®, Capsfen®). Suspensão oral gotas 30 mg/mL (Alivium®). Suspensão gotas 50 mg/mL e 100 mg/mL (Alivium®, Algy-Flanderil®, Vantil®, Genérico). MEDICAMENTOS ISENTOS DE PRESCRIÇÃO MÉDICA PO Comprimidos 200 mg: para adultos e crianças acima de 12 anos, a dose recomendada é 1 ou 2 comprimidos, repetida 3 a 4 vezes ao dia, com intervalo mínimo de 4 horas. Comprimidos e cápsulas 400 mg: dose recomendada é 1 comprimido (ou cápsula) a cada 4 a 6 horas. A dose diária não deve exceder 2.400 mg/dia em doses divididas (400 mg a cada 4 horas). Suspensão oral 30 mg/mL: em adultos, dose de 7 mL, repetida a cada 6 horas. A suspensão 30 mg/mL vem acompanhada de uma seringa dosadora. Suspensão Gotas 50 mg/mL: para crianças acima de 6 meses de idade, pode variar de 1 a 2 gotas/kg de peso, em intervalos de 6 a 8 horas, não excedendo 40 gotas por dose (200 mg). Adultos: 40 gotas (200 mg) a 80 gotas (400 mg), repetida a cada 6 horas. Suspensão Gotas 100 mg/mL: para crianças acima de 6 meses de idade, 1 gota/kg de peso, em intervalos de 6 a 8 horas, não excedendo 20 gotas por dose. Pacientes pediátricos com mais de 30 kg não devem exceder a dose máxima de 20 gotas (200 mg) por dose. Adultos: a posologia pode variar de 20 gotas (200 mg) a 40 gotas (400 mg), no máximo 4 vezes por dia. OF Permitida ingestão com alimentos. O início de ação ocorre de 15 a 30 minutos após sua administração oral e permanece por 4 a 6 horas. Não exceder 4 doses ao dia. Crianças menores de 2 anos, gestantes e idosos não devem usar sem acompanhamento médico. Os comprimidos revestidos possuem uma fina camada que facilita a deglutição, e devem ser ingeridos inteiros com um pouco de líquido. CI Contraindicado a pacientes com úlcera gastroduodenal, sangramento gastrintestinal, insuficiência renal, insuficiência hepática grave e insuficiência cardíaca grave. Esse medicamento é contraindicado para menores de 6 meses. Primeiro e segundo trimestre de gravidez: Categoria de risco C. Terceiro trimestre de gravidez: Categoria de risco D. RA Os efeitos adversos incluem tontura, náuseas, epigastralgia, rash cutâneo, raramente pode ocorrer diarreia,retenção urinária, cefaleia, flatulência e anorexia. IM O uso de ibuprofeno concomitantemente com corticosteroides aumenta o risco de úlcera gástrica, e com inibidores seletivos de recaptação da serotonina (ISRS) aumenta o risco de sangramento gastrintestinal. Diminui o efeito diurético de furosemida e diuréticos tiazídicos. Maleato de Bronfeniramina + Cloridrato de Fenilefrina PF Solução oral gotas contendo maleato de bronfeniramina 2 mg/mL + cloridrato de fenilefrina 2,5 mg/mL (Decongex Plus®). Xarope contendo maleato de bronfeniramina 2 mg/5 mL + cloridrato de fenilefrina 5 mg/5 mL (Decongex Plus®). Comprimidos revestidos de liberação programada contendo maleato de bronfeniramina 12 mg + cloridrato de fenilefrina 15 mg (Decongex Plus®). PO Solução oral gotas: crianças acima de 2 anos, ingerir 2 gotas por kg de peso (como dose diária total), dividida em 3 vezes ao dia (1 ml =20 gotas). Dosagem máxima diária limitada a 60 gotas. Xarope: para adultos, tomar 10 a 15 mL, 3 a 4 vezes ao dia. Crianças acima de 2 anos: 2,5 a 5 ml, 4 vezes ao dia. Dosagem máxima diária limitada a 60 mL. Comprimidos: adultos, tomar 1 comprimido pela manhã e 1 comprimido à noite. Dosagem máxima diária limitada a 2 comprimidos. OF Durante o tratamento, o paciente não deve dirigir veículos ou operar máquinas, pois sua habilidade e atenção podem estar prejudicadas. Deve-se evitar a ingestão de álcool ou a administração de tranquilizantes durante o tratamento, uma vez que pode aumentar a sonolência e diminuir consideravelmente os reflexos. CI Pacientes cardíacos, coronariopatias severas, arritmias cardíacas, glaucoma, hipertireoidismo e aumentoanormal da próstata. Contraindicado para menores de 2 anos. Categoria de risco na gravidez: C. RA Reações devido a fenilefrina são hipertensão, arritmia cardíaca, náuseas, vômitos, cefaleia e vertigem. Reações devido a bronfeniramina são secura da boca, nariz, garganta, sonolência, diminuição dos reflexos, insônia, nervosismo, irritabilidade, visão turva e espessamento das secreções brônquicas. MEDICAMENTOS ISENTOS DE PRESCRIÇÃO MÉDICA IM Fenilefrina com broncodilatadores: pode ocorrer taquicardia e outras arritmias cardíacas. Fentolamina e propranolol: pode diminuir o efeito da fenilefrina. IMAO reduz o metabolismo da fenilefrina, os efeitos vasoconstritores da fenilefrina são potencializados. Uso da bronfeniramina com medicamentos barbitúricos, drogas hipnóticas, analgésicos opioides, ansiolíticos e antipsicóticos causam depressão do sistema nervoso central. Paracetamol PF Suspensão oral 100 mg/mL (Tylemax® Baby, Tylenol® Bebê, Cimegripe® Bebê). Suspensão oral 32 mg/mL (Cimegripe® Criança, Tylemax® Criança, Tylenol® Criança). Comprimidos mastigáveis 160 mg (Tylenol® Criança 6+). Comprimidos 500 mg (Genérico). Comprimidos 750 mg (Genérico, Multigrip® Dor e febre, Paramol®, Tylenol®). Comprimidos efervescentes 500 mg (Sonridor®). Gotas 200 mg/mL (Genérico, Cimegripe® Dor e Febre, Paramol®, Resfenol® Thermus Gotas, Tylemax®, Tylenol®). Pó para preparação extemporânea 500 mg/5 g (Cimegripe® 77C, Resfenol® Thermus Sachê). PO Crianças menores que 12 anos: 1 gota por kg de peso, por dose, até o limite de 35 gotas por dose. Crianças acima de 12 anos: 35 a 55 gotas, 3 a 5 vezes ao dia. Adultos: 500 a 1.000 mg, de 3 a 5 vezes ao dia. Essa administração pode ser repetida 4 a 5 vezes por dia, com intervalo mínimo de 4 horas não devendo ultrapassar 5 administrações nas 24 horas. OF Os comprimidos efervescentes devem ser dissolvidos em pelo menos meio copo com água. CI Pacientes com hipersensibilidade ao paracetamol. Deve ser evitado com bebidas alcoólicas. Pacientes com doenças renais, hepática, que façam uso regular de álcool, que estão abaixo do peso ou desnutridos devem ser encaminhados ao médico. Categoria B na gravidez. RA Náuseas, vômitos, hepatotoxicidade; hipersensibilidades incluindo erupções cutâneas, urticária, eritemas, broncoespasmo, angioedema e choque anafilático; outras reações de incidência rara são discrasias sanguíneas, hepatite, hipoglicemia; icterícia, hematúria, micção dificultosa ou dolorosa. Lesão renal em uso crônico. IM Barbitúricos, carbamazepina, hidantoína, rifampicina, sulfimpirazona e álcool: hepatotoxicidade aumentada.Aumenta meia-vida plasmática do cloranfenicol. Anticoagulantes: paracetamol pode aumentar o efeito. Paracetamol + Cafeína PF Comprimido efervescente contendo paracetamol 500 mg + cafeína 65 mg (Sonridor®Caf). PO Comprimidos revestidos contendo paracetamol 500 mg + cafeína 65 mg (Tylenol® DC, Genéricos). OF Adultos e crianças acima de 12 anos: tomar 2 comprimidos ou 2 comprimidos efervescentes dissolvidos em pelo menos meio copo com água (100 mL), a cada 4 ou 6 horas. Não ultrapassar a dose de 8 comprimidos ao dia. CI O comprimido revestido não pode ser partido, aberto ou mastigado. RA Usuários crônicos de bebidas alcoólicas podem apresentar um risco aumentado de doenças do fígado casoseja ingerida uma dose maior que a dose recomendada. Contraindicado para menores de 12 anos de idade. IM O paracetamol pode causar dano hepático. Muito raramente, foram relatados os seguintes efeitos adversos: aumento das transaminases, reações anafiláticas, hipersensibilidade, insônia, tonturas, palpitações, taquicardia, erupções, erupções pruriginosas e urticária. A cafeína com estimulantes do SNC pode resultar em estimulação excessiva do SNC; a cafeína pode aumentar a excreção renal de lítio. A cafeína pode produzir arritmias cardíacas ou hipertensão em usuário de inibidores da monoamino oxidase (IMAO). Aumento da excreção renal de lítio. Paracetamol + Cloridrato de Fenilefrina MEDICAMENTOS ISENTOS DE PRESCRIÇÃO MÉDICA PF Comprimido amarelo contendo paracetamol 400mg + cloridrato de fenilefrina 20 e comprimido brancocontendo paracetamol 400 mg (Benegrip® Multi Dia, Cimegrip® Dia, Fluviral® Dia, Naldecon® Dia). PO Adultos e crianças acima de 12 anos: tomar 2 comprimidos (1 de cada cor) a cada 8 horas, com um copo de água. Sempre respeitar o intervalo mínimo de 8 horas entre as doses. Não exceder 4 doses em 24 horas. A dose diária máxima recomendada de paracetamol é de 4.000 mg e de cloridrato de fenilefrina é 120 mg. OF Uma dose é composta de 2 comprimidos (1 de cada cor). Não deve ser administrado por mais de 3 dias para a febre ou sintomas gripais. Evitar usar concomitante com outros medicamentos contendo paracetamol por risco de toxicidade hepática. Evitar operar máquinas e veículos. CI O cloridrato de fenilefrina pode causar aumento pronunciado da pressão arterial em pacientes idosos. Não pode ser usado em pacientes com úlcera péptica, doença das artérias coronárias grave, hipertensão grave, doença hepática e em pacientes com glaucoma de ângulo estreito. Contraindicado para menores de 12 anos. Categoria de risco C na gravidez. RA Náusea, vômito, dor abdominal, hipotermia, palpitação, palidez, erupções pruriginosas e urticária. Sob uso prolongado podem surgir discrasias sanguíneas e pode causar necrose papilar renal. O paracetamol pode causar dano hepático, trombocitopenia, pancitopenia, agranulocitose, anemia hemolítica e meta-hemoglobina. Leve sonolência poderá ocorrer após a 1ª dose. Podem ocorrer também nervosismo e tremores devido à fenilefrina. IM Em pacientes que fazem uso regular de álcool e barbitúricos, há risco de sobrecarga metabólica ou de agravamento de um comprometimento hepático já existente. Não deve ser utilizado concomitantemente com barbitúricos, antidepressivos tricíclicos e carbamazepina devido a aumento do risco de hepatotoxicidade. Com antidepressivos inibidores da MAO ou outras drogas de efeito hipertensor há risco de hipertensão. Paracetamol + Cloridrato de Fenilefrina + Maleato de Carbinoxamina PF Solução contendo paracetamol 13,30 mg/mL + cloridrato de fenilefrina 0,33 mg/mL + maleato de carbinoxamina 0,13 mg/mL (Benegrip® Multi). Comprimido amarelo contendo paracetamol 400 mg e cloridrato de fenilefrina 20 mg + comprimido alaranjado contendo paracetamol 400 mg e maleato de carbinoxamina 4 mg (Benegrip® Multi Noite, Fluviral® Noite, Naldecon® Noite). PO Solução: adultos e crianças acima de 12 anos: 30 mL a cada 6 horas. Não exceder 4 doses em 24 horas. Crianças até 12 anos: a dose varia de acordo com o peso e idade conforme segue: (2 anos/12 kg/9 mL; 3 anos/14 kg/10,5 mL; 4 anos/16 kg/12 mL; 5 anos/18 kg/13,5 mL; 6 anos/20 kg/15 mL; 7 anos/22 kg/16,5 mL; 8 anos/24 kg/18 mL; 9 anos/26 kg/19,5 mL; 10 anos/28 kg/21 mL; 11 anos/30 kg/22,5 mL). Comprimidos: uma dose é composta de 2 comprimidos (1 amarelo + 1 laranja). Adultos e crianças acima de 12 anos: tomar uma dose a cada 8 horas. Sempre respeitar o intervalo mínimo de 8 horas entre as doses. Não exceder 4 doses em 24 horas. A dose diária máxima recomendada de paracetamol é de 4.000 mg, a de fenilefrina é 120 mg e a de carbinoxamina é de 32 mg. OF Não deve ser administrado por mais de 10 dias para dor, e por mais de 3 dias para a febre ou sintomas gripais. Evitar usar concomitante outros medicamentos contendo paracetamol por risco de toxicidade hepática. Evitar operar máquinas e veículos. Esse medicamento pode causar doping. CI A solução oral é contraindicada a pacientes com glaucoma de ângulo estreito. Contraindicado para menores de2 anos. Comprimido é contraindicado para menores de 12 anos. Categoria de risco C na gravidez. RA Náusea, vômito, dor abdominal, hipotermia, palpitação, palidez, erupções pruriginosas e urticária. Sob uso prolongado podem surgir discrasias sanguíneas e pode causar necrose papilar renal. O paracetamol pode causar dano hepático, trombocitopenia, pancitopenia, agranulocitose, anemia hemolítica e meta-hemoglobina. Leve sonolência poderá ocorrer após a 1ª dose. Podem ocorrer também nervosismo e tremores devido à fenilefrina. MEDICAMENTOS ISENTOS DE PRESCRIÇÃO MÉDICA IM Pacientes que fazem uso regular de álcool e barbitúricos, há risco de sobrecarga metabólica ou de agravamento de um comprometimento hepático já existente. Não deve ser utilizado concomitantemente com barbitúricos, antidepressivos tricíclicos e carbamazepina devido a aumento do risco de hepatotoxicidade. Com antidepressivos inibidores da MAO ou outras drogas de efeito hipertensor há risco de hipertensão. Associação de anti-histamínicos e procarbazina pode causar depressão do SNC. Paracetamol + Cloridrato de Fenilefrina + Maleato de Clorfeniramina PF Cápsulas contendo paracetamol 400 mg + maleato de clorfeniramina 4 mg + cloridrato de fenilefrina 4 mg (Cimegrip®, Gripeol®, Resfedryl®, Resfenol®, Resfryneo®, Multigrip®). Comprimidos contendo paracetamol 400 mg + maleato de clorfeniramina 4 mg + cloridrato de fenilefrina 4 mg (Fluviral®). Solução oral contendo paracetamol 40 mg/mL + maleato de clorfeniramina 0,6 mg/mL + cloridrato de fenilefrina 0,6 mg/mL (Gripeol®, Resfedryl®, Resfenol®, Resfryneo®). Pó para solução oral contendo paracetamol 400 mg + maleato de clorfeniramina 4 mg + cloridrato de fenilefrina 4 mg em sachê de 5 g (Resfenol®, Resfriliv®, Stilgrip®). PO Cápsulas e comprimidos: adultos, tomar 1 dose 3 a 4 vezes ao dia. Limite máximo diário: 5 doses. Solução oral: adultos, tomar 10 mL a cada 6 horas. Limite máximo diário: não tomar mais de 40 mL. Pó para solução oral: adultos, 1 a 2 sachês a cada 4 horas. Dissolver o conteúdo do sachê em uma xícara de água. Consumir quente ou frio. Limite máximo diário: não tomar mais de 10 sachês ao dia. Pó para solução oral: crianças (de 6 a 12 anos), tomar 1 sachê a cada 4 horas. OF Duração de tratamento: enquanto durarem os sintomas, respeitando o limite máximo de 3 dias. O medicamento não deve ser partido, aberto ou mastigado. Os medicamentos podem conter corante amarelo de tartrazina, que pode causar reações de natureza alérgica, entre as quais asma brônquica, especialmente em pessoas alérgicas ao ácido acetilsalicílico. CI Não deve ser administrado em pacientes com hipertensão, doença cardíaca, diabetes, glaucoma, hipertrofia da próstata, doença renal crônica, insuficiência hepática grave e disfunção tireoidiana. Contraindicado na gravidez e lactação. RA Sonolência, náuseas, dor ocular, tontura, palpitações, boca seca, desconforto gástrico, diarreia, tremor, sede,insônia, cansaço, flatulência, sudorese, turvação visual. IM Inibidores da MAO, barbitúricos e álcool. Naproxeno PF Naproxeno sódico: comprimido revestido 275 mg (Flanax®, Genérico). Comprimido revestido 550 mg (Flanax®,Genérico, Napronax®). Naproxeno base: comprimido revestido 250 mg e 500 mg (Naprox®, Genérico). PO Comprimidos revestidos de 250 mg: tomar 1 comprimido 1 a 2 vezes por dia. Comprimidos revestidos de 500 mg: tomar 1 comprimido 1 vez por dia. A dose diária (24 horas) de 500 mg não deve ser excedida, salvo sob prescrição médica. Doses em idosos: devem ser consideradas doses mais baixas, porque os idosos são mais propensos a efeitos adversos. OF Os efeitos indesejáveis podem ser diminuídos tomando-se a menor dose eficaz pelo menor tempo necessáriopara controlar os sintomas. Não se deve usar naproxeno por mais de 10 dias consecutivos. CI Contraindicado a pacientes com asma, rinite, pólipos nasais, urticária, úlcera péptica, insuficiência cardíaca ou insuficiência renal. Cuidado em idosos devido aos problemas estomacais causados pelo fármaco. Contraindicado para menores de 12 anos. Categoria de risco na gravidez: D. RA Estomatite ulcerativa, azia, esofagite, úlceras pépticas, sangramento, perfuração gastrintestinal, ulceração gastrintestinal não péptica, melena, náuseas, vômitos, diarreia, flatulência, constipação, dispepsia, dor abdominal, exacerbação de colite ulcerativa e da doença de Crohn, pancreatite, hepatite e icterícia. MEDICAMENTOS ISENTOS DE PRESCRIÇÃO MÉDICA IM Pode aumentar as concentrações sanguíneas de ciclosporina,lítio e metotrexate. Aumenta o risco de úlcera e sangramento gastrintestinal quando usado com outros AINEs, corticoides, antiplaquetários e inibidores seletivos da recaptação da serotonina. Pode aumentar os efeitos anticoagulantes da varfarina. Pode inibir o efeito de betabloqueadores e da furosemida. PF: prescrição farmacêutica; PO: posologia e modo de usar; OF: orientações farmacêuticas; CI: contraindicações e/ou precauções; RA: reações adversas ao medicamento; IM: interações medicamentosas. Fonte: elaborado a partir da bibliografia refenciada Referências AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Bulário de medicamentos. Disponível em: http://www.anvisa.gov.br. Acesso em: 14 out. 2019. BRUNTON, L. L. et al. Goodman & Gilman: As Bases Farmacológicas da Terapêutica. 13. ed. Rio de Janeiro: McGraw-Hill, 2018. 1.760 p. CAMPOS, H. S. Gripe ou resfriado? Sinusite ou rinite? Jornal Brasileiro de Medicina, v. 102, p. 41-50, 2014. Disponível em: http://files.bvs.br/upload/S/0047- 2077/2014/v102n1/a4024.pdf Acesso em: 17 out. 2019. CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA DO ESTADO DE SÃO PAULO. Farmacêuticos contra gripe H1N1. Revista do Farmacêutico, v. 125, 2016. Disponível em: http://www.crfsp.org.br/revistas/469-revista-do-farmaceutico/revista-125/7580-revista-do- farmaceutico-125-tecnica-pratica. Acesso em: 17 out. 2019. MARQUES, L. A. M. Prescrição Farmacêutica em Problemas de Saúde Autolimitados. São Paulo: Editora Farmacêutica, ٢٠١٨. ٢٧٠ p. OLIVEIRA, E. et al. H1N1: revisão literária a respeito do histórico da existência do vírus e seu impacto na atualidade. Ensaios e Ciência: C. Biológicas, Agrárias e da Saúde, v. 17, p. 97-108, 2013. PEDROSO, E. R. P.; OLIVEIRA, R. G. Blackbook de Clínica Médica. 2. ed. Belo Horizonte: Blackbook, 2014. PEREIRA, R. S. Clínica e Prescrição Farmacêutica. Belo Horizonte: Rona. 2014. v. 1, 236 p. CAPÍTULO 10 TOSSE Carine Viana SINAIS E SINTOMAS A tosse é resultado de um estímulo ou reflexo de proteção causada quando a via aérea está irritada ou obstruída, com objetivo de remover secreções ou corpos estranhos, para que a respiração ocorra normalmente. Pode ser classificada em aguda quando persiste por até três semanas, subaguda entre três e oito semanas e crônica com duração maior que oito semanas. A tosse pode ser classificada de acordo com sua natureza em não produtiva e produtiva. Não produtiva (seca ou irritativa) é autolimitada geralmente causada por infecção viral. Na chamada tosse produtiva ocorre a produção de escarro, sendo que essa hipersecreção leva à tosse. AVALIAÇÃO FARMACÊUTICA A avaliação farmacêutica vai indicar se o manejo da tosse será por meio da prescrição de um MIP ou encaminhar o paciente ao médico. Na anamnese o farmacêutico deverá considerar: Tempo, início, frequência e duração da tosse. Natureza da tosse: seca ou produtiva, com ou sem sangue. Presença de dispneia e dor torácica. Quais os fatores que agravam ou pioram e se há outros sintomas associados. Indagar o paciente sobre a presença de: corrimento nasal, dor de garganta, febre, calafrios, dor pleurítica, perda de peso, azia, dificuldade em engolir. Uso de medicamentos que causam tosse como efeito adverso, por exemplo, os inibidores da ECA. Existência de patologias associadas: asma, doença pulmonar obstrutiva crônica, diabetes, doença cardíaca, refluxo gastroesofágico, infecções respiratórias recentes ou alergias. As pessoas que têm alergia respiratória podem desenvolver tosse persistente quando expostas a elementos como pólen, poeira, ácaros, animais, variações bruscas de temperatura e poluição do ar. ENCAMINHAMENTO MÉDICO Paciente gestante e lactente. Paciente com menos de 2 anos de idade. Tosse recorrente ou persistente por mais de uma semana. Sintomas que indicam irritação brônquica. Presença de febre, alergia ou dor de cabeça. Presença de sangue ou escarros que apresentam cor verde, amarelo ou ferrugem pode indicar infecção bacteriana. Paciente com doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), asma ou enfisema. Tosse relacionada a tabagismo ou a algum medicamento. TRATAMENTO Quando o paciente não apresentar nenhuma das condições de encaminhamento médico obrigatório, o farmacêutico poderá optar por prescrever um medicamento para alívio dos sintomas. A maioria das tosses é autolimitada e se resolve com ou sem tratamento dentro de poucos dias. As formulações para tosse são compostas geralmente por antitussígenos, expectorantes ou mucolíticos. Os antitussígenos inibem a tosse em nível central, sendo indicados para tosse seca ou irritativa. Os mucolíticos tornam o muco mais fluido para facilitar sua expulsão. E os expectorantes estimulam mecanismos que promovem a eliminação do muco. Os expectorantes e mucolíticos são indicados para tosse produtiva. ANTITUSSIGENOS MUCOLÍTICOS E EXPECTORANTES Clobutinol Cloperastina Dropopizina Acetilcisteína Ambroxol Bromexina Carbocisteína Guaifenesina Iodeto de potássio Anti-histamínicos como a loratadina, a ebastina e a doxilamina também podem ser prescritos, pois combatem reações edematosas das paredes da árvore respiratória. Sendo útil para amenizar os sintomas e desconfortos relacionados à fenômenos tussígenos de natureza alérgica. A doxilimanina apresenta-se comercialmente associada ao antitussígeno clobutinol. Alguns produtos de origem natural são utilizados para tratamento da tosse. A terpina, o mentol e o eucaliptol são substâncias aromáticas com ação antisséptica das vias respiratórias que estimulam a expectoração fluidificando a secreção bronquial. A Mikania glomerata Sprengel contém cumarinas que promovem dilatação dos brônquios, auxiliando na eliminação das secreções respiratórias, por meio da tosse. Os medicamentos antitussígenos deveriam ser usados apenas em momentos de crise ou quando a tosse atrapalha as atividades, pois eles impedem o reflexo da tosse, que é um mecanismo de defesa e de proteção da via aérea. A Figura 10.1 apresenta o resumo do manejo farmacêutico do paciente com tosse. O Quadro 10.1 mostra os principais medicamentos isentos de prescrição para o alívio dos sintomas da tosse. Algumas medidas não farmacológicas podem ser adotadas para tentar diminuir o desconforto relativo à tosse: Manter os ambientes bem ventilados. Inalação de vapores quentes hidrata as vias respiratórias secas e irritadas e ajuda a aliviar a inflamação. Manter a hidratação do corpo com ingestão de líquidos, de preferência água, para favorecer a eliminação do muco. Elevar a cabeceira da cama ajuda a aliviar a tosse durante a noite. Aplicação de soro fisiológico nas narinas ajuda a limpar e fluidificar as vias respiratórias. Figura 10.1 - Resumo do manejo farmacêutico do paciente com tosse Fonte: autora Quadro 10.1 - Principais medicamentos isentos de prescrição para o alívio dos sintomas da tosse MEDICAMENTOS ISENTOS DE PRESCRIÇÃO MÉDICA Acetilcisteína PF Granulado em envelope: 100 – 200 – 600 mg/envelope. Ampola 3 mL (300 mg). Xarope pediátrico: 100 mg/5 mL. Xarope adulto: 200 mg/5 mL. Genéricos, Bromuc®, Cetilplex®, Cisteil®, Flucistein®, Fluicis®, Fluimucil®, Fluteína®, Mucocetil®, NAC®, Pneumucil®. PO Uso oral: crianças, 15 mg/kg/dia, dividida em 3 vezes ao dia. Adultos, 600 mg/dia, podendo ser dividida entre 1 a 3 administrações durante o dia. Uso inalatório: utilizam-se 300 mg (1 ampola) em cada sessão, diluída em igual quantidade de soro fisiológico, efetuando-se 1 a 2 sessões por dia, durante 5 a 10 dias. OF Tomar bastante líquido durante o tratamento. CI Contraindicado para menores de 2 anos. Não se sabe se acetilcisteína é excretada no leite materno; uso na lactação somente se os benefícios esperados do tratamento para a mãe superarem os riscos potenciais para o bebê. Categoria de risco B durante a gravidez. RA Reações adversas do uso inalatório incluem hipersensibilidade, broncoespasmo, rinorreia, estomatite, vômito,náusea, urticária, erupção cutânea e prurido. IM Não associar com antitussígenos, pois a redução do reflexo da tosse pode levar ao acúmulo de secreçõesbrônquicas. Interação medicamentosa com nitroglicerinae carbamazepina. Ambroxol PF Xarope pediátrico: 15 mg/5 mL. Xarope adulto: 30 mg/5 mL. Gotas (uso oral ou inalatório): 7,5 mg/mL (1 mg/3 gotas). Cápsulas com microgrânulos de liberação controlada 75 mg. Produtos disponíveis: Genéricos, Anabron®, Ambroflux®, Ambrol®, Broncoflux®, Bronqtrat®, Bronxol®, Fluibron®, Fluisolvan®, Mucoclean®, Mucolin®, Mucosolvan®, Mucoxolan®, Neosolvan®, Sedavan®, Spectoflux®. PO Xarope adulto: adultos e adolescentes: 5 mL, 3 vezes ao dia. Xarope pediátrico: crianças de 2 a 5 anos: 2,5 mL, 3 vezes ao dia. Crianças de 5 a 10 anos: 5 mL, 3 vezes ao dia. Uso por inalação: a dose para inalação pode ser calculada na razão de 0,6 mg de ambroxol por quilograma de peso corpóreo, de 1 a 2 vezes ao dia. Gotas para inalação podem ser utilizadas misturadas com solução fisiológica salina e diluídas na proporção de 1:1, a fim de se obter uma umidificação adequada do ar liberado pelo inalador. Cápsulas: uso adulto, 1 cápsula uma vez ao dia. OF Tomar bastante líquido durante o tratamento. CI Categoria de risco B na gravidez. Ambroxol atravessa a barreira placentária e é excretado no leite materno. RA Distúrbios do paladar, hipoestesia da faringe, náusea, hipoestesia oral, vômitos, diarreia, dispepsia, dorabdominal, boca seca, anafilaxia, manifestações alérgicas. IM Ambroxol aumenta concentração de antibióticos (amoxicilina, cefuroxima, eritromicina e doxiciclina) no tecidopulmonar. MEDICAMENTOS ISENTOS DE PRESCRIÇÃO MÉDICA Bromexina PF Xarope pediátrico: 4 mg/5 mL. Xarope adulto: 8 mg/5 mL. Gotas (uso oral ou inalatório): 2 mg/mL (0,13 mg/gota). Produtos disponíveis: Genéricos, Bisolphar®, Bisolvon®, Bispect®, Bisuran®, Bromexpec®, Bequidex®, Bontoss®, Bronxina®. PO Xarope pediátrico: crianças de 2 a 6 anos: 2,5 mL (2 mg) 3 vezes ao dia. Crianças de 6 a 12 anos: 5 mL (4 mg) 3 vezes ao dia. Adultos e crianças acima de 12 anos: 10 mL (8 mg) 3 vezes ao dia. Xarope adulto: a dose para adultos e crianças acima de 12 anos é 5 mL (8 mg) 3 vezes ao dia. OF Tomar bastante líquido durante o tratamento. Bromexina pode ser ingerida com ou sem alimentos. CI Não deve ser utilizado em crianças menores de 2 anos de idade. Pacientes com intolerância à frutose nãodevem usar esse medicamento. Categoria de risco B na gravidez. RA Dor abdominal superior, náusea, vômitos, diarreia, hipersensibilidade, erupção cutânea, reação anafilática,choque anafilático, broncoespasmo, edema angioneurótico, urticária, prurido. IM Não foram relatadas interações desfavoráveis relevantes com outras medicações. Estudos de interação comanticoagulante oral ou digoxina não foram realizados. Carbocisteína PF Xarope pediátrico: 100 mg/5 mL. Xarope adulto: 8 mg/5 mL. Gotas (uso oral ou inalatório): 2 mg/mL (0,13 mg/gota). Granulado para solução oral (envelope) 250 mg/4g. Genéricos, Carbotrat®, Carboxil®, Fluitoss®, Mucofan®, Mucoflux®, Mucolab®, Mucolitic®, Mucolix®, Mucotoss®, Santóss®. PO Crianças 2 a 5 anos: 5 mg/kg/dose 3 vezes ao dia. Crianças 5 a 12 anos: 100 a 200 mg 3 vezes ao dia.Adultos: 250 a 500 mg 3 vezes ao dia. OF Tomar bastante líquido durante o tratamento. CI Contraindicado para menores de 2 anos de idade e para pacientes com úlcera péptica ativa. Categoria B derisco na gravidez. RA Náuseas, diarreia, desconforto gástrico, sangramento gastrointestinal, erupções dermatológicas, tonturas,insônia, cefaleia, palpitações e hipoglicemia leve. IM Mucomodificadores brônquicos não devem ser associados com antitussígenos ou substâncias atropínicas. Clobutinol PF Xarope 4 mg/mL (Genérico). PO Adultos e crianças acima de 12 anos: 10 a 20 mL, 3 vezes ao dia. Crianças de 6 a 12 anos: 7,5 a 10 mL, 3 vezes ao dia. Crianças de 3 a 6 anos: 5 a 7,5 mL, 3 vezes ao dia. Crianças de 2 a 3 anos: 5 mL, 3 vezes ao dia. OF Durante o tratamento o paciente não deve dirigir veículos ou operar máquinas, pois suas habilidades e atençãopodem estar prejudicadas. CI Contraindicado para menores de 2 anos, gestantes, lactantes, cardiopatias, toxicomania, epilepsia e pacientescom conhecida síndrome congênita do QT Longo. Categoria de risco B na gestação. RA Agitação, sonolência, tonturas, hipertonia, convulsão, náuseas, vômitos, taquicardia, arritmias. IM Não deve ser associado ao álcool ou medicamentos depressores do SNC. Clobutinol + Doxilamina PF Xarope clobutinol 4 mg/mL + doxilamina 0,75 mg/mL. Solução oral (gotas) clobutinol 48 mg/mL + doxilamina 9mg/mL (Genéricos, Hytos Plus®). MEDICAMENTOS ISENTOS DE PRESCRIÇÃO MÉDICA PO Adultos e adolescentes acima de 12 anos: 20 gotas ou 10 mL xarope, 3 vezes ao dia. Crianças de 3 a 12 anos: 10 a 20 gotas ou 5 mL a 10 mL xarope, 3 vezes ao dia. Crianças de 2 a 3 anos: 5 a 10 gotas ou 2,5 mL a 5 mL xarope, 3 vezes ao dia. OF Durante o tratamento o paciente não deve dirigir veículos ou operar máquinas, pois suas habilidades e atençãopodem estar prejudicadas. CI Contraindicado para menores de 2 anos, gestantes, lactantes, cardiopatias, toxicomania, epilepsia e pacientescom conhecida síndrome congênita do QT Longo. Categoria de risco B na gestação. RA Agitação, tremores, exantema pruriginoso, náuseas, vômitos, tonturas, fadiga, sonolência e queixas gastrintestinais. Raramente foi observado dispneia, hipertonia muscular e convulsões. Raros casos de reações alérgicas (angioedema, urticária e casos isolados de anafilaxia). IM Não associar ao álcool ou medicamentos depressores do SNC. Com inibidores da MAO, atropina e outras substâncias atropínicas, pode prolongar a intensificar os efeitos anticolinérgicos como secura da boca, retenção urinária, constipação, suor. Fendizoato de Cloperastina PF Suspensão oral gotas 35,4 mg/mL e xarope 3,54 mg/mL (Genérico e Seki®). PO Adultos: 10 mL xarope ou 20 gotas da suspensão oral, 3 vezes ao dia. Crianças até 12 anos: 0,5-1,0 mL/kg/diade xarope ou 1-2 gotas/kg/dia, divididas em 3 tomadas diárias. OF Durante o tratamento o paciente não deve dirigir veículos ou operar máquinas, pois suas habilidades e atençãopodem estar prejudicadas. CI Categoria de risco B na gestação. RA Pode causar secura na boca e sonolência. IM Cloperastina pode aumentar o efeito sedativo do álcool. Dropropizina PF Xarope pediátrico 1,5 mg/mL. Xarope adulto 3,0 mg/mL. Solução oral gotas 30 mg/mL (Vibral®, Tussiflex®). PO Xarope adulto: 10 mL, 3 a 4 vezes ao dia. Xarope infantil: para crianças de 3 a 12 anos 10 mL, 3 a 4 vezes aodia. Crianças de 2 a 3 anos: 4 a 8 gotas, 4 vezes ao dia. OF A duração do tratamento antitussígeno deve ser tão curta quanto possível, em geral poucos dias. CI Contraindicado a indivíduos insuficiência respiratória grave e hipotensão, em asmáticos e em crianças com menos de 2 anos de idade. Como qualquer outro antitussígeno, é contraindicado quando a tosse for necessária para a expectoração de secreções anormalmente excessivas ou de partículas estranhas. Categoria de risco para gestantes: C. RA Em casos de doses elevadas ou de hipersensibilidade pode ocorrer hipotensão ortostática e sonolência. IM Álcool e depressores do SNC podem potencializar efeitos adversos como hipotensão ortostática e sonolência. Ebastina PF Comprimido revestido contendo ebastina 10 mg (Ebastel®).Xarope contendo ebastina 1 mg/mL (Ebastel®). PO Adultos e crianças maiores de 12 anos: um comprimido de 10 mg, administrado 1 vez ao dia; é eficaz no alívio dos sintomas da rinite alérgica. Pacientes com sintomas mais intensos, incluindo rinite alérgica intermitente, a dose de 20 mg uma vez ao dia promove maior alívio dos sintomas. OF O comprimido revestido não deve ser partido ou mastigado. CI Contraindicado para pacientes com hipersensibilidade conhecida à ebastina, pacientes com insuficiênciahepática grave. Contraindicado para menores de 2 anos. Categoria de risco C na gravidez. MEDICAMENTOS ISENTOS DE PRESCRIÇÃO MÉDICA RA As RA comuns incluem cefaleia, tontura e boca seca. Incomuns são dor abdominal, dispepsia, epistaxe,náusea, insônia e astenia. IM A ebastina pode potencializar o efeito de outros anti-histamínicos. Foram observadas interaçõescetoconazol e eritromicina (ambos conhecidos por prolongar o intervalo QT), relatando-se um aumento no intervalo QT. O itraconazol pode aumentar os níveis séricos de ebastina, e a rifampicina pode diminuir os níveis de ebastina. A ebastina não apresenta interação com teofilina, varfarina, cimetidina, diazepam ou álcool. Guaifenesina PF Xarope pediátrico 6,667 mg/mL e xarope adulto 13,3 mg/mL (Genérico, Expectoflui®, Frenotosse®, Glyteol®,Transpulmin®). PO Adultos e crianças maiores de 12 anos: 15 mL (200 mg) a cada 4 horas. Crianças de 6 a 12 anos: 7,5 mL (100mg) a cada 4 horas. Crianças de 2 a 6 anos: 5 mL (66,7 mg) a cada 4 horas. OF Tomar bastante líquido durante o tratamento. Não tomar por mais de 5 dias. CI Não indicado para menores de 2 anos. Não indicado em caso de tosse crônica causada por fumo, asma,bronquite crônica ou enfisema. Categoria de risco na gravidez: C. RA Náuseas, vômitos, diarreias e dor de estômago. Neurológicos: dor de cabeça, sonolência e vertigem. Renais:urolitíase (cálculos nas vias urinárias). Dermatológicos: erupções cutâneas e urticária. IM Até o momento não foram descritas interações da guaifenesina com outros medicamentos. Loratadina PF Comprimido 10 mg, Solução oral 1 mg/mL e xarope 1 mg/mL (Genérico, Claritin®, Loratamed®). PO Adultos e crianças acima de 12 anos: 10 mL de loratadina xarope (10 mg) 1 vez por dia. Crianças de 2 a 12 anos: peso corporal abaixo de 30 kg, 5 mL (5 mg) de loratadina xarope 1 vez por dia. Peso corporal acima de 30 kg, 10 mL (10 mg) de loratadina xarope 1 vez por dia. OF Tomar com o estômago cheio ou vazio. No caso de esquecimento de alguma dose, oriente o paciente a tomar a medicação assim que possível e a manter o mesmo horário da tomada do medicamento pelo restante do tratamento. CI Não indicado para menores de 2 anos. Nos pacientes idosos não há necessidade de alteração de dose. Pacientes com hepatopatia grave devem iniciar o tratamento com doses baixas de loratadina, uma vez que podem ter a depuração reduzida. Categoria de risco na gravidez: B. RA Fadiga, cefaleia, sonolência, boca seca, transtornos gastrintestinais como náuseas e gastrite e tambémmanifestações alérgicas cutâneas (exantema ou rash). IM Não exerce efeito potencializador com o álcool. Inibidores do metabolismo hepático devem ser coadministradoscom cautela, até que estudos de interação sejam realizados. Maleato de Dexclorfeniramina PF Comprimido revestido 2 mg, Drágea repetabs 6 mg, Solução 0,4 mg/mL e Solução gotas 2,8 mg/mL (Genérico,Alergomine®, Polaramine®). PO Adultos e crianças maiores de 12 anos: 5 mL, 3 a 4 vezes ao dia. Crianças de 6 a 12 anos: 2,5 mL, 3 vezes aodia. Crianças de 2 a 6 anos: 1,25 mL, 3 vezes ao dia. OF Os pacientes que operam máquinas ou dirigem veículos devem ser advertidos da possibilidade do surgimentode sonolência. Evitar o uso de bebidas alcóolicas e outros medicamentos contendo álcool. CI Cuidado em pacientes com asma brônquica, pressão intraocular elevada, hipertireoidismo, doença cardiovascular, hipertensão, portadores de glaucoma de ângulo agudo, úlcera péptica estenosante, obstrução piloroduodenal, hipertrofia prostática. Comprimido revestido e drágeas repetabs é contraindicado na faixa etária abaixo de 12 anos. Solução e solução gotas são contraindicados em crianças menores de 2 anos. MEDICAMENTOS ISENTOS DE PRESCRIÇÃO MÉDICA RA Efeitos adversos gerais: sonolência, urticária, rash cutâneo, choque anafilático, fotossensibilidade, perspiração excessiva, calafrios, secura na boca, nariz e garganta. Sistema Gastrintestinal: anorexia, náuseas, vômito. Sistema nervoso: sedação, tontura, vertigem, tinido, labirintite, distúrbios da coordenação, fadiga, confusão, inquietação, excitação, nervosismo, tremor, irritabilidade, insônia, euforia, parestesia, visão turva, histeria, neurite, convulsões. Sistema cardiovascular: cefaleia, palpitações, taquicardia e hipotensão. Sistema hematológico: anemia, trombocitopenia, agranulocitose, neutropenia, leucopenia. Podem causar excitação em crianças de baixa idade e maior sedação e hipotensão em pacientes com mais de 60 anos. IM Os anti-histamínicos têm efeito aditivo com o álcool e outros depressores do SNC, como sedativos, hipnóticos e tranquilizantes. Os inibidores da monoaminoxidase prolongam e intensificam os efeitos dos anti-histamínicos, podendo ocorrer hipotensão grave. Pode ocorrer aumento dos efeitos indesejáveis de substâncias atropínicas (antidepressivos imipramínicos, antiparkinsonianos anticolinérgicos, antiespasmódicos atropínicos, disopiramida, neurolépticos fenotiazínicos) como retenção urinária, constipação e boca seca. Guaifenesina + Cloridrato de Oxomemazina + Iodeto de Potássio + Benzoato de Sódio PF Xarope contendo cloridrato de oxomemazina 0,4 mg/mL + iodeto de potássio 20 mg/mL + benzoato de sódio 4mg/mL + guaifenesina 6 mg/mL (Expec®). PO Adulto: 5 mL 6 vezes ao dia. Crianças de 2 a 6 anos: 5 mL de 3 a 4 vezes ao dia. Crianças de 6 a 12 anos: 5mL de 4 a 6 vezes ao dia. OF Deve-se ter cautela ao administrar a indivíduos condutores de veículos ou máquinas potencialmente perigosas,devido ao risco de sonolência. CI Contraindicado para pacientes com: alergia ao iodo, problemas respiratórios, hepatopatias, nefropatias,taquicardia, insuficiência cardíaca ou coronariopatias. RA Sonolência, prisão de ventre, dificuldade em urinar, retenção urinária, confusão mental, boca seca e mádigestão. IM Pode potencializar os depressores do SNC, bem como os atropínicos centrais, quando em associação com outras substâncias anticolinérgicas (outros anti-histamínicos, depressores imipramínicos, neurolépticos fenotiazínicos, antiparkisonianos anticolinérgicos, antiespasmódicos atropínicos e disopiramida). O uso concomitante com diuréticos poupadores de potássio pode levar à hiperpotassemia (hipercalemia) e a arritmias cardíacas. Terpina + Mentol + Eucaliptol PF Xarope contendo por mL: 0,123 mg de terpina, 0,160 mg de mentol, 0,00016 mL de eucalipto (Bromil®) PO Crianças: até 5 anos: 5 mL do copo dosador de 4 a 6 vezes ao dia, durante 4 dias. Acima de 5 anos: 10 mL do copo dosador de 4 a 6 vezes ao dia, durante 4 dias. Adulto: 2 copos dosadores (30 mL) 5 vezes ao dia, durante 3 dias. OF Atenção aos diabéticos, pois contém açúcar. CI Contraindicado para menores de 2 anos. Categoria de risco para gestantes: C. RA Em caso de reação adversa orientar que o paciente interrompa o uso imediatamente. IM Não há relatos de interações medicamentosas em literatura. Extratos Vegetais de Guaco + Polígala + Ipecacuanha PF Xarope contendo por mL: extrato de guaco 0,00833 mL, extrato de polígala 0,00833 mL e extrato deipecacuanha 0,00043 mL (Melagrião®). PO Adultos e crianças acima de 12 anos: 15 mL de 3 em 3 horas. Crianças de 6 a 12 anos: 7,5 mL de 3 em 3horas. Crianças de 2 a 6 anos: 5 mL de 4 em 4 horas. OF Oriente o paciente para que nunca tome uma dose dobrada a fim de compensar uma dose esquecida. MEDICAMENTOS ISENTOS DE PRESCRIÇÃO MÉDICA CI Não usar em pacientes com inflamação do estômago, úlceras gástricas e intestinais e na doença renal inflamatória. Também não se recomenda seu uso em pacientes com deficiência da atividade da tireoide, com problemas cardíacos e com pressão sanguínea muito baixa. Contraindicado para menores de 2 anos. Categoria de risco para gestantes: C. RA O uso prolongado pode causar sobrecarga da função renal. Com doses elevadas pode ocorrer enjoo, vômitos,diminuição da pressão arterial, dores musculares, arritmias cardíacas, inflamação dos nervos e diarreia. IM Não associar com o anticoagulante warfarina, pois pode potencializar os seus efeitos e antagonizar o efeito davitamina K. Mikania glomerata Sprengl. (Guaco) PF Aglix®, Bioexpecto®, Xarope de Guaco Herbarium, Guacovita®, Peitoral Martel®. PO Adultos: 10 mL 3 vezes ao dia. Crianças maiores de 5 anos: 5 mL 3 vezes ao dia. Crianças de 2 a 5 anos: 2,5mL 3 vezes ao dia. OF Em casos de afecções respiratórias agudas, recomenda-se o uso por 7 dias e, em casos crônicos, por 2semanas. CINão deve ser utilizada em gestantes, lactantes, crianças menores de dois anos, alcoolistas e diabéticos Categoria de risco para gestantes: C. Pacientes com problemas hepáticos podem apresentar toxicidade com o uso prolongado. RA Em raros casos, pessoas hipersensíveis ao guaco podem apresentar um agravamento na dificuldade pararespirar e tossir. O guaco pode causar aumento da pressão arterial. IM Não associar a anticoagulantes e produtos contendo Tabebuia avellanedae (ipê-roxo). PF: prescrição farmacêutica; PO: posologia e modo de usar; OF: orientações farmacêuticas; CI: contraindicações e/ou precauções; RA: reações adversas ao medicamento; IM: interações medicamentosas. Fonte: elaborado a partir da bibliografia refenciada Referências AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Bulário de medicamentos. Disponível em: http://www.anvisa.gov.br. Acesso em: 14 out. 2019. BRUNTON, L. L. et al. Goodman e Gilman: As Bases Farmacológicas da Terapêutica. 13. ed. Rio de Janeiro: McGraw-Hill, 2018. 1.760 p. BULAS MED. Bulário de medicamentos. Disponível em: http://www.bulas.med.br Acesso em: 14 out. 2019. II DIRETRIZES Brasileiras no Manejo da Tosse Crônica. Jornal Brasileiro de Pneumologia, v. 32, p. 403-446, 2006. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/S1806- 37132006001000002. Acesso em: 11 out. 2019. CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Programa de Suporte ao Cuidado Farmacêutico na Atenção à Saúde. Guia de Prática Clínica: Sinais e Sintomas Respiratórios Tosse. Disponível em: http://www.cff.org.br/userfiles/file/Guia%20tosse.pdf. Acesso em: 14 out. 2019. MEDICINA NET. Bulário de medicamentos. Disponível em: http://www.medicinanet.com.br. Acesso em: 14 out. 2019. PEDROSO, E. R. P.; OLIVEIRA, R. G. Blackbook de Clínica Médica. 2. ed. Belo Horizonte: Blackbook, 2014. CAPÍTULO 11 DOR DE GARGANTA Carine Viana SINAIS E SINTOMAS Dores de garganta podem se dar em razão de infecções, por vírus ou bactérias, que causam dor para engolir, falar e bocejar, mal-estar, vermelhidão na garganta e tosse seca. Em caso de infecção bacteriana, há formação de placas de pus. SEMIOLOGIA FARMACÊUTICA A diferenciação entre amigdalite virótica e bacteriana não é fácil, porque a sintomatologia é superponível. O farmacêutico no exame físico e anamnese deverá considerar: Há quantos dias o paciente apresenta os sintomas. Há presença de pus ou dificuldade extrema ao engolir ou falar? Possui febre concomitante? O paciente possui alergia a algum medicamento especifico? O paciente é diabético, tem problemas hepáticos, renais ou algum outro problema de saúde? Faz uso de outros medicamentos? Considerar as possíveis interações medicamentosas. ENCAMINHAMENTO MÉDICO Em caso de dor de garganta grave ou acompanhada de febre elevada, dor de cabeça, enjoos e vômitos, realizar o encaminhamento médico. Realizar o encaminhamento médico também caso a dor ou a febre piorar, durar mais de 3 dias, não se obtenha melhora após 24 horas de tratamento, ocorra vermelhidão ou inchaço na área dolorosa ou surjam novos sintomas. O encaminhamento ao médico deve ser realizado obrigatoriamente em caso de gestação, amamentação e crianças menores de 2 anos. Em idosos a prescrição farmacêutica deve ser realizada com cautela, pois nessa população os efeitos adversos de vários fármacos são exacerbados. Em caso de amigdalites bacterianas, há formação de placas de pus e o paciente deverá ser encaminhado ao médico para uso de antibioticoterapia. TRATAMENTO Em casos de faringites virais, o tratamento medicamentoso tem o objetivo de promover o alívio sintomático do uso anti-inflamatórios, analgésicos e anestésicos locais. O Quadro 11.1 mostra os principais princípios ativos usados em produtos farmacêuticos indicados para o alívio sintomático da dor de garganta. O Quadro 11.2 mostra os principais medicamentos isentos de prescrição para o alívio dos sintomas da dor de garganta. PRECAUÇÕES Certificar-se sobre possíveis doenças do coração, nos rins ou no fígado antes de prescrever qualquer medicamento ao paciente. Cautela na prescrição de AINEs em pacientes que apresentem dor de estômago, estomatite ulcerativa, azia, esofagite, úlceras pépticas, sangramento, perfuração gastrintestinal, dispepsia e dor abdominal. Pacientes com asma ou outras doenças alérgicas, deve-se ter cautela na prescrição de AINEs. Anti-inflamatórios também podem causar alteração nas células do fígado e dos rins, alergia e urticária na pele. Quadro 11.1 - Principais princípios ativos usados em produtos farmacêuticos indicados para o alívio sintomático da dor de garganta Substância Ação farmacológica Benzocaína Anestésico tópico que proporciona alívio das dores e irritações provenientes de afecções da boca e da garganta. Produz anestesia superficial de longa duração porque sua solubilidade baixa faz com que seja liberada lentamente. Borato de sódio Ação antisséptica e fungicida. Citrato de sódio e cloreto de amônio Atuam como expectorantes, fluidificando as secreções, auxiliando na permeabilidade das vias aéreas. Cloreto de cetilpiridínio Antisséptico que atua na prevenção e na terapêutica dos processos infecciosos na região buco- faríngea. Cloridrato de benzidamina Anti-inflamatório não esteroidal indicado para uso sistêmico ou tópico. Também possui eficácia analgésica e anestésica local. Cloridrato de difenidramina Anti-histamínico do tipo H1 que diminui a sensação de irritação da orofaringe, inibe o reflexo da tosse e alivia o processo inflamatório local. Atua também diminuindo a permeabilidade vascular, melhorando a congestão nasal e brônquica. Flurbiprofeno Anti-inflamatório não esteroide que possui potentes propriedades analgésicas, antipiréticas eanti-inflamatórias. Hidroxiquinolina Antisséptico das mucosas e no tratamento das afecções da cavidade bucal e da orofaringe. Ibuprofeno Anti-inflamatório não esteroide que possui potentes propriedades analgésicas, antipiréticas e anti-inflamatórias. O ibuprofeno na dosagem acima de 600 mg deve ser dispensado sob prescrição médica. Malva sylvestris L. Ação anti-inflamatória e antisséptica. Naproxeno Anti-inflamatório não esteroide que possui potentes propriedades analgésicas, antipiréticas eanti-inflamatórias. Tirotricina Ação antibacteriana, inibindo a ação enzimática e retardando o crescimento das bactériassusceptíveis. Não é absorvida pelo trato gastrointestinal possuindo ação apenas local. Quadro 11.2 - Principais medicamentos isentos de prescrição para o alívio dos sintomas da dor de garganta MEDICAMENTOS ISENTOS DE PRESCRIÇÃO MÉDICA Cloridrato de Benzidamina PF Colutório contendo cloridrato de benzidamina 1,5 mg/mL (Flogolab®, Flogoral®). Creme dental colutório contendo cloridrato de benzidamina 5 mg/g (Flogoral®). Spray contendo cloridrato de benzidamina 1,5 mg/mL (Ciflogex®, Flogoral®). Pastilhas contendo cloridrato de benzidamina 3 mg (Angino-Rub®, Ciflogex®, Flogoral®). PO Solução: fazer bochechos ou gargarejos com 15 mL do produto, podendo ser diluído em um pouco de água. Limite máximo diário de 10 bochechos. Pastilhas: dissolver uma pastilha na boca, 2 ou mais vezes ao dia, até o alívio dos sintomas. Limite máximo diário de 10 pastilhas. Spray: Fazer 2 a 6 nebulizações ao dia nas áreas afetadas da boca. OF Utilizar até o alívio dos sintomas. Não desaparecendo os sintomas, encaminhar ao médico. CI Contraindicado para menores de 6 anos. Categoria de risco C na gravidez. MEDICAMENTOS ISENTOS DE PRESCRIÇÃO MÉDICA RA Podem ocorrer reações de hipersensibilidade, incluindo urticária, fotossensibilidade e broncoespasmo. Em caso de ingestão acidental de doses elevadas, poderão ocorrer agitação, ansiedade, alucinações e convulsões. IM Não são conhecidas interações com outros medicamentos nem outras formas de interação. Cloreto de Cetilpiridínio e Benzocaína PF Spray contendo cloreto de cetilpiridínio 0,5 mg/mL + benzocaína 4 mg/mL (Neopiridin®).Pastilha contendo cloreto de cetilpiridínio 1,466 mg + benzocaína 10 mg (Neopiridin®). PO Solução: fazer bochechos ou gargarejos, pura ou diluída em um pouco deágua, 3 a 4 vezes ao dia. Pastilha: deixar dissolver na boca de acordo com as necessidades, não excedendo 6 pastilhas por dia. Spray: fazer 3 a 6 nebulizações na área afetada a cada 2 a 3 horas, até no máximo de 6 vezes ao dia. OF A solução e o spray são de uso tópico na mucosa, portanto não deve ser ingerido. Esse produto deve serusado com cuidado se a mucosa estiver muito traumatizada. CI O produto não deve ser administrado a crianças com menos de 6 anos de idade e em pacientes com históriade hipersensibilidade aos anestésicos locais ou ao cloreto de cetilpiridínio. Categoria de risco na gravidez: C. RA Pode ocorrer sensação de queimação na boca, distúrbio do paladar e leve alteração na coloração dos dentes. Ocasionalmente, têm sido relatados casos de intolerância e reações alérgicas (sensações de queimação, irritação e edema na boca). Esse produto é geralmente bem tolerado nas doses recomendadas. IM As gorduras presentes no leite e ovos antagonizam os efeitos do cloreto de cetilpiridínio. Cloridrato de Difenidramina, Cloreto de Amônio e Citrato de Sódio PF Pastilhas contendo 5 mg de cloridrato de difenidramina, 50 mg de cloreto de amônio e 10 mg de citrato desódio (Benalet®, Benatux®, Endcoff®). PO Adultos e crianças acima de 12 anos: colocar a pastilha na boca e esperar sua dissolução. OF Como esse medicamento pode causar sonolência, orientar o paciente de que não deve usar mais que 2pastilhas por hora e mais que 8 pastilhas por dia. CI Contraindicado para pacientes diabéticos, deficiência da função hepática ou renal, glaucoma de ângulo agudo, hipertrofia prostática com formação de urina residual, epilepsia, bradicardia, hipomagnesemia, hipocalemia, arritmias cardíacas e asma. Idosos pode ser necessária a redução da dose nesses pacientes, pois os efeitos colaterais podem ser mais pronunciados em pacientes idosos. Contraindicado para menores de 12 anos. Contraindicado durante a lactação, pois o cloridrato de difenidramina é excretado no leite materno e devido ao potencial de ocorrência de reações adversas em lactentes. Categoria C de risco na gravidez. RA Tonturas, sedação excessiva, vertigens, secura na boca, desmaio, confusão mental e hipotensão. IM Evitar o uso concomitante com outros antitussígenos, como a codeína; com inibidores da MAO (ex.: selegilina, moclobemida), pois pode levar a queda de pressão sanguínea, interferir no sistema nervoso central e na função respiratória; com outros depressores do SNC, como hipnóticos (ex.: alprazolam, fenobarbital), analgésicos opiáceos (ex.: codeína, morfina) e álcool, pois pode levar a uma potencialização imprevisível dos efeitos de ambos os medicamentos; fármacos que possam prolongar o intervalo QT no ECG, como antiarrítmicos de classe Ia (ex.: disopiramina) e classe III (ex.: amiodarona, sotalol). As propriedades anticolinérgicas da difenidramina podem ser potencializadas por outras substâncias anticolinérgicas, como atropina, biperideno, antidepressivos tricíclicos (ex.: imipramina, amitriptilina) ou inibidores da MAO, podendo resultar em paralisia intestinal com risco de vida, retenção urinária ou elevação aguda da pressão intraocular. Flurbiprofeno PF Pastilhas contendo 8,75mg de flurbiprofeno (Strepsils®). PO Adultos e crianças acima de 12 anos: dissolver uma pastilha lentamente na boca, a cada 3 a 6 horas ouconforme necessidade. Máximo de 5 pastilhas em 24 horas. Recomenda-se não usar por mais de 3 dias. OF Efeito com duração de até 3 horas. Início de ação a partir de 15 minutos. MEDICAMENTOS ISENTOS DE PRESCRIÇÃO MÉDICA CI Contraindicado para menores de 12 anos, mulheres grávidas (categoria B) ou lactantes sem orientação médica. Contraindicado para pacientes com hipersensibilidade prévia a outros AINEs, asma, broncoespasmo, rinite, angioedema, urticária, existência, úlceras pépticas, ulceração intestinal, histórico de sangramento ou perfuração gastrointestinal, colites, falência cardíaca, renal ou hepática graves. RA Dor abdominal, náuseas, diarreia, cefaleia, tontura, formigamento na boca, boca seca e úlceras na boca. IM Potencializa o efeito de heparina, cumarina e dipiridamol, pode causar hemorragia gastrintestinal duranteterapia com glicocorticoides. Esse medicamento pode atenuar o efeito de glicosídeos cardíacos. Ibuprofeno PF Comprimidos revestidos de 200 mg (Advil®) e 400 mg (Alivium®). Cápsulas gelatinosas moles 400 mg (Advil®, Alivium®, Capsfen®). Suspensão oral 30 mg/mL (Alivium®). Suspensão oral gotas 50 mg/mL e 100 mg/mL (Alivium®, Algy-Flanderil®, Vantil®, Genérico). PO Comprimidos 200 mg: Adultos e crianças acima de 12 anos, a dose recomendada é 1 ou 2 comprimidos, repetida 3 a 4 vezes ao dia, com intervalo mínimo de 4 horas. Comprimidos e cápsulas de 400 mg: dose recomendada é 1 comprimido ou cápsula a cada 4 a 6 horas. A dose diária não deve exceder 2.400 mg/dia em doses divididas (400 mg a cada 4 horas). Suspensão 30 mg/mL: a posologia deve ser conforme o peso da criança, em intervalos de 6 a 8 horas, ou seja, de 3 a 4 vezes ao dia. Pacientes pediátricos com mais de 30 kg não devem exceder a dose máxima de 7 mL. Adultos, como antipirético a dose é de ٧ mL, repetida a cada ٦ horas. A suspensão de ٣٠ mg/mL vem acompanhada de uma seringa dosadora. Suspensão gotas 50 mg/mL: crianças com mais de 6 meses, pode variar de 1 a 2 gotas/kg de peso, em intervalos de 6 a 8 horas, não excedendo 40 gotas por dose (200 mg). Adultos: 40 gotas (200 mg) a 80 gotas (400 mg), repetida a cada 6 horas. Suspensão gotas 100 mg/mL: para crianças com mais de 6 meses, é de 1 gota/kg de peso, em intervalos de 6 a 8 horas, não excedendo 20 gotas por dose. Pacientes pediátricos com mais de 30 kg não devem exceder a dose máxima de 20 gotas (200 mg) por dose. Adultos: a posologia pode variar de 20 gotas (200 mg) a 40 gotas (400 mg), no máximo 4 vezes por dia. OF Permitida ingestão com alimentos. O início de ação ocorre de 15 a 30 minutos após sua administração oral e permanece por 4 a 6 horas. Não exceder 4 doses ao dia. Crianças menores de 2 anos, gestantes e idosos não devem usar sem acompanhamento médico. Os comprimidos revestidos possuem uma fina camada que facilita a deglutição, e devem ser ingeridos inteiros com um pouco de líquido. CI Contraindicado a pacientes com úlcera gastroduodenal, sangramento gastrintestinal, insuficiência renal, insuficiência hepática grave e insuficiência cardíaca grave. Esse medicamento é contraindicado para menores de 6 meses. Primeiro e segundo trimestre de gravidez: Categoria de risco C. Terceiro trimestre de gravidez: Categoria de risco D. RA Os efeitos adversos incluem tontura, náuseas, epigastralgia, rash cutâneo, raramente pode ocorrer diarreia,retenção urinária, cefaleia, flatulência e anorexia. IM O uso de ibuprofeno concomitantemente com corticosteroides aumenta o risco de úlcera gástrica e com inibidores seletivos de recaptação da serotonina (ISRS) aumenta o risco de sangramento gastrintestinal. Diminui o efeito diurético de furosemida e diuréticos tiazídicos. Malva sylvestris L. + Benzocaína + Cloreto de Cetilpiridínio + Borato de Sódio PF Solução benzocaína 0,2 mg/mL + borato de sódio 60 mg/mL + cloreto de cetilpiridínio 1 mg/mL + Malvasylvestris L. (extrato fluído). Esse produto contém álcool 0,36 mL/mL (Malvona®). PO Bochechos ou gargarejos: diluir uma colher de chá (5 mL) em um copo com 50 mL de água fria ou morna. Usar4 a 5 vezes ao dia. Também pode ser aplicado na lesão com um pedaço de algodão embebido na solução. OF Deve ser utilizada exclusivamente por via oral, por meio de bochechos ou gargarejos. Portanto, não deve seringerida. CI Não usar em crianças. Categoria de risco C na gravidez. MEDICAMENTOS ISENTOS DE PRESCRIÇÃO MÉDICA RA Até o momento não foi relatada nenhuma reação adversa grave. IM Não são conhecidas até o momento interações medicamentosas com o uso deste medicamento. Malva sylvestris L. (tintura) + Tirotricina + Hidroxiquinolina PF Solução tópica uso oral pronta para uso: contendo tirotricina 0,1 mg/mL + sulfato de hidroxiquinolina 1 mg/mL+ tintura de Malva sylvestris L. Contém 0,0638 mL/mL de álcool em sua composição (Malvatricin®). Solução para diluição: tirotricina 0,3 mg/mL + sulfato de hidroxiquinolina 10 mg/mL + tintura de Malva sylvestris L. Contém 0,40 mL/mL de álcool em sua composição (Malvatricin®). Solução spray contendo tirotricina 0,1 mg/mL + sulfato de hidroxiquinolina 2 mg/mL + cloridrato de lidocaína 4 mg/mL + tintura de Malva sylvestris L. Contém 0,1 mL/mL de álcool em sua composição (Malvatricin®). Pastilhas contendo tirotricina 1 mg + sulfato de hidroxiquinolina 0,7 mg + benzocaína 5 mg + tintura de Malva sylvestris L. (Malvatricin®). Gel dental contendo tirotricina 0,25 mg/g + sulfato de hidroxiquinolina 6,20 mg/g + fluoreto de sódio 2,20 mg/g + tintura de Malva sylvestris L. Contém 0,0161 mL/g de álcool em sua composição (Malvatricin®). PO Solução tópica uso oral pronta para uso: adultos podem bochechar ou gargarejar uma tampa-medida, 3 a 4 vezes ao dia. Solução para diluição: adultos podem diluir 10 mL (um copo-medida) da solução em meio copo de água. Bochechar ou gargarejar 3 a 4 vezes ao dia. Solução spray: fazer de 2 a 3 aplicações, 3 a 4 vezes ao dia. Pastilhas: dissolver uma pastilha na boca, 4 vezes ao dia. Gel dental: escove os dentes normalmente de 3 a 5 vezes ao dia. Pode-se também utilizar o dedo indicador para massagear a gengiva. OF A solução deve ser utilizada exclusivamente por via tópica, por meio de bochechos ou gargarejos. Portanto, não deve ser ingerida. A solução tópica pronta para uso não deve ser diluída em água. Para uma melhor ação do produto, é aconselhável não comer ou beber durante 30 minutos após o uso. Nos quadros agudos, pode ser usado de 2 em 2 horas. CI A formulação em spray é contraindicada para menores de 2 anos de idade. As pastilhas são contraindicadaspara menores de 6 anos. Categoria de risco na gravidez: C. RA Não foram registradas reações adversas graves com o uso dessa formulação. IM Não são conhecidas até o momento interações medicamentosas com o uso desse medicamento. Naproxeno PF Naproxeno sódico: comprimido revestido 275 mg (Flanax®, Genérico). Comprimido revestido 550 mg (Flanax®,Genérico, Napronax®). Naproxeno base: comprimido revestido 250 mg e 500 mg (Naprox®, Genérico). PO Comprimidos revestidos de 250 mg: tomar 1 comprimido 1 a 2 vezes por dia. Comprimidos revestidos de 500 mg: tomar 1 comprimido 1 vez por dia. A dose diária (24 horas) de 500 mg não deve ser excedida, salvo sob prescrição médica. Doses em idosos: devem ser consideradas doses mais baixas, porque os idosos são mais propensos a efeitos adversos. OF Os efeitos indesejáveis podem ser diminuídos tomando-se a menor dose eficaz pelo menor tempo necessáriopara controlar os sintomas. Não se deve usar naproxeno por mais de 10 dias consecutivos. CI Contraindicado a pacientes com asma, rinite, pólipos nasais, urticária, úlcera péptica, insuficiência cardíaca ou insuficiência renal. Cuidado em idosos devido aos problemas estomacais causados pelo fármaco. Contraindicado para menores de 12 anos. Categoria de risco na gravidez: D. RA Estomatite ulcerativa, azia, esofagite, úlceras pépticas, sangramento, perfuração gastrintestinal, ulceração gastrintestinal não péptica, melena, náuseas, vômitos, diarreia, flatulência, constipação, dispepsia, dor abdominal, exacerbação de colite ulcerativa e da doença de Crohn, pancreatite, hepatite e icterícia. MEDICAMENTOS ISENTOS DE PRESCRIÇÃO MÉDICA IM Pode aumentar as concentrações sanguíneas de ciclosporina, lítio e metotrexate. Aumenta o risco de úlcera e sangramento gastrintestinal quando usado com outros AINEs, corticoides, antiplaquetários e inibidores seletivos da recaptação da serotonina. Pode aumentar os efeitos anticoagulantes da varfarina. Pode inibir o efeito de betabloqueadores e da furosemida. PF: prescrição farmacêutica; PO: posologia e modo de usar; OF: orientações farmacêuticas; CI: contraindicações e/ou precauções; RA: reações adversas ao medicamento; IM: interações medicamentosas. Fonte: elaborado a partir da bibliografia refenciada Referências AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Bulário de medicamentos. Disponível em: http://www.anvisa.gov.br. Acesso em: 14 out. 2019. BRUNTON, L. L. et al. Goodman e Gilman: As Bases Farmacológicas da Terapêutica. 13. ed. Rio de Janeiro: McGraw-Hill, 2018. 1.760 p. BULAS MED. Bulário de medicamentos. Disponível em: http://www.bulas.med.br Acesso em: 14 out. 2019. MEDICINA NET. Bulário de medicamentos. Disponível em: http://www.medicinanet.com.br. Acesso em: 14 out. 2019. PEDROSO, E. R. P.; OLIVEIRA, R. G. Blackbook de Clínica Médica. 2. ed. Belo Horizonte: Blackbook, 2014. PEREIRA, R. S. Clínica e Prescrição Farmacêutica. Belo Horizonte: Rona. 2014. v. 1, 236 p. GIOMBELLI, L. F.; HORN, A. C.; COLACITE, J. Perfil fitoquímico e atividade antimicrobiana das folhas de Malva sylvestris (Malvaceae). Revista de Biologia e Saúde da UNISEP, v. 5, 2012, p. 17-22. Disponível em: https://dialnet.unirioja.es/servlet/articulo?codigo=4748133. Acesso em: 21 set. 2019. CAPÍTULO 12 ALERGIAS Carine Viana Rinite alérgica A rinite alérgica é uma afecção sintomática do nariz, decorrente da reação inflamatória mediada por anticorpos IgE específicos e manifesta após a exposição da mucosa de revestimento da cavidade nasal a alérgenos específicos. Os sintomas incluem geralmente obstrução nasal, coriza hialina, espirros e prurido nasal, sendo reversíveis espontaneamente ou com tratamento. Outros sintomas que também causam desconforto são sede, baixa concentração e cefaleia. Segundo a frequência, a rinite alérgica é classificada como intermitente quando os sintomas regridem ou persistente quando os sintomas estão presentes mais de quatro dias na semana e perduram por mais de quatro semanas De acordo com a intensidade dos sintomas, é definida como leve, moderada e grave. Nos casos grave, ocorrem alterações do sono, prejuízo de atividades diárias, diminuição do rendimento escolar ou profissional, sendo que os pacientes relatam os sintomas como insuportáveis. De maneira geral, os prejuízos físicos, psicológicos e sociais são vivenciados por adultos, crianças e adolescentes. Os pacientes sentem-se incomodados por não conseguir dormir bem à noite e estar exaustos durante o dia. A necessidade de carregar lenços e de assuar o nariz com frequência causa irritação e ansiedade. A rinite alérgica é fator de risco para o desenvolvimento da asma, e parte dos pacientes com asma tem rinite. Pacientes com rinite alérgica frequentemente apresentam também conjuntivite alérgica, dermatite atópica, infecções do trato respiratório superior e polipose nasal. A conjuntivite alérgica está descrita no Capítulo 29, que trata sobre condições oftálmicas. Dermatite atópica Dermatite atópica é uma disfunção da barreira cutânea que facilita a penetração de alérgenos ou irritantes na epiderme, provocando reação inflamatória. É um dos tipos mais comuns de alergia cutânea caracterizada por pele seca, erupções que coçam e crostas. Seu surgimento é comum nos cotovelos e joelhos. A pele na região acometida é seca com prurido, que leva a esfoliação devido a coceira, alterações na cor, vermelhidão, inflamação da pele, áreas espessas parecidas com couro. Trata-se de uma afecção inflamatória da pele que vai e volta, podendo haver intervalos de meses ou anos, entre uma crise e outra. Doença crônica com etiologia pouco elucidada, mas desencadeada pela interação entre fatores genéticos, alterações estruturais da pele e fatores imunitários, exógenos e alimentares. Possui forte correlação com outras doenças atópicas, tais como asma brônquica e rinite alérgica. A dermatite atópica baseia-se na interação de fatores genéticos, alérgenos (ácaros e alimentos) e não alérgenos (roupa áspera, Staphylococcus aureus, calor e exposição a agentes irritantes), que propiciam o seu aparecimento. O defeito na barreira cutânea associado às alterações de imunidade da pele aumenta a predisposição às agressões externas, favorecendo o aparecimento de complicações. Dentre estas,destacam-se as infecções por Staphylococcus aureus, que atuam como alérgenos, desencadeando resposta às suas toxinas, que exacerba a inflamação. A dermatite atópica também gera impacto nas relações sociais e no estado psicológico do paciente, principalmente devido à cronicidade, ao caráter recidivante, ao prurido intenso, à perturbação do sono e das atividades diárias. Dermatite de contato A dermatite de contato é uma reação inflamatória na pele decorrente da exposição a um agente capaz de causar irritação ou alergia. Existem dois tipos: a irritativa e a alérgica. Ocorrem lesões eritematosas com presença de vesículas, crostas, exsudatos e liquenificação. A distribuição da dermatite de contato tem ligação com agentes irritantes, como sabonetes, detergentes e níquel presente em bijuterias. A relação da exposição aos agentes irritantes está relacionada ao início e à duração dos sintomas, bem como com à localização das lesões. As lesões da pele acometem o local de contato com a pele, podendo se estender à distância. Alguns produtos causam reações somente após exposição solar concomitante, como o sumo de frutas cítricas e perfumes. AVALIAÇÃO FARMACÊUTICA A avaliação farmacêutica vai indicar se o manejo da alergia será por meio da prescrição de um MIP ou encaminhamento do paciente ao médico. Relatos da ocorrência de pelo menos um dos sintomas cardinais que são característicos, após a exposição aos possíveis desencadeantes ou agravantes típicos auxiliam na identificação dos casos. Os principais alérgenos envolvidos são poeira, fungos de animais domésticos, pólens, fumaça de cigarro, odores fortes, poluição e mudanças bruscas de temperatura e de umidade. Na avaliação da rinite alérgica o farmacêutico deverá considerar: A intensidade e a frequência dos sintomas. Padrão dos sintomas (sazonal ou perene). Identificação dos fatores desencadeantes. Relatos de outros sintomas associados como: dispneia, dor torácica, dor de garganta, febre, dor pleurítica, azia, dificuldade em engolir. Medicamentos em uso pelo paciente. Informações detalhadas sobre o ambiente onde o paciente vive e trabalha. Existência de patologias associadas: infecções respiratórias recentes, asma, doença pulmonar obstrutiva crônica, diabetes, doença cardíaca etc. A dermatite seborreica, dermatite de contato, psoríase e escabiose são as afecções que devem ser consideradas como diferenciação. O encaminhamento médico deverá ser realizado diante das seguintes condições: Paciente gestante e lactente. Paciente com menos de 2 anos de idade. Tosse recorrente ou persistente por mais de uma semana. Sintomas que indicam irritação brônquica. Presença de febre, alergia ou dor de cabeça. Paciente com doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), asma ou enfisema. Tosse relacionada a tabagismo ou a algum medicamento. TRATAMENTO Quando o paciente não apresentar nenhuma das condições de encaminhamento médico obrigatório, o farmacêutico poderá optar por prescrever um medicamento para alívio dos sintomas. Os anti-histamínicos impedem o efeito da histamina e o de substâncias histaminoides que são liberadas nos casos de infecções gripais, pela desintegração de substâncias proteicas em consequência do metabolismo perturbado pela irrigação sanguínea insuficiente, por influência de temperaturas baixas, bem como metabólitos bacterianos que agem como alérgenos. Antialérgicos impermeabilizam as paredes celulares e capilares e diminui edemas de mucosas. A combinação de anti-histamínico com aminas simpaticomiméticas reduz secreções nasofaríngeas, o edema e congestão do aparelho respiratório. O medicamento empregado para o alívio dos sintomas da rinite pode influenciar na produtividade do indivíduo, devido a efeitos colaterais como sedação. O ideal é o emprego de anti-histamínicos que não apresentam tais problemas, uma vez que a própria rinite já reduz o desempenho do paciente. A obstrução nasal também tem impacto significante sobre a qualidade do sono e a qualidade de vida relacionada ao sono. Dessa forma, descongestionantes são requeridos para promover o alívio da congestão nasal. Os descongestionantes são agentes alfadrenérgicos que controlam a obstrução nasal. Agem nos receptores alfadrenérgicos da mucosa causando vasoconstrição, com consequente limitação do fluxo sanguíneo, reduzindo o edema, resultando no alívio da congestão nasal e melhorando a respiração. Exemplos: fenilefrina (uso oral), cloridrato de nafasolina e cloridrato de oximetazolina (uso tópico). Não devem ser ministrados por tempo superior a cinco dias, pois a obstrução por efeito rebote pode ocorrer e ser seguida por rinite medicamentosa. Os de uso oral (por ex., pseudoefedrina), embora não ocasionem o efeito rebote, apresentam menor ação sobre o fluxo nasal. Além disso, possuem propriedades estimulantes podendo ocasionar insônia e agitação. O tratamento da dermatite atópica se baseia na orientação dos pacientes em relação à hidratação da pele, evitar os desencadeantes alergênicos, além de controle do prurido com anti-histamínicos e da inflamação com anti-inflamatórios tópicos. A betametasona é um corticosteroide que controla os principais sintomas da dermatite atópica, como o prurido e as lesões eczematosas. Os corticosteroides estão indicados assim que a lesão inicia, ou seja, de forma reativa nas crises. O tempo de uso recomendado nas crises é até que ocorra melhora significativa da lesão com redução da espessura, e podem ser necessários de dias a semanas. O uso de corticosteroides pode ser usado como terapia proativa para dermatite atópica com aplicação duas vezes por semana nas áreas em que frequentemente ocorrem as lesões. Estudos mostram que a aplicação é eficiente em reduzir as crises, diminuir a gravidade da doença e em reduzir a produção de IgE contra aeroalérgenos. Desse modo, pode ser uma opção para os pacientes com crises frequentes. O Quadro 12.1 mostra os principais medicamentos antialérgicos isentos de prescrição para o alívio dos sintomas. ORIENTAÇÕES FARMACÊUTICAS No tratamento do paciente com dermatite atópica, além de evitar os agentes desencadeantes e irritantes, o uso de hidratantes é fundamental, e acredita-se que tenha ação preventiva de surtos agudos. O uso de hidratantes melhora o ressecamento e também o prurido. Ao prescrever um hidratante, devem-se evitar produtos com essências, conservantes e substâncias sensibilizantes. Além disso, considerar a preferência de cada paciente quanto à forma que pode ser loção, creme ou pomada. O custo deve ser avaliado, porque para que a pele fique hidratada são necessárias no mínimo duas aplicações diárias e por longo período. Quadro 12.1 - Principais medicamentos isentos de prescrição para o alívio dos sintomas da tosse MEDICAMENTOS ISENTOS DE PRESCRIÇÃO MÉDICA Loratadina PF Comprimido contendo loratadina 10 mg, Solução oral contendo 1 mg/mL e xarope contendo 1 mg/mL(Genérico, Claritin®, Loratamed®). IND Alívio temporário dos sintomas associados com rinite alérgica, como: coceira nasal, coriza, espirros, ardor ecoceira nos olhos. Também indicado para o alívio dos sinais e sintomas de urticária e outras alergias da pele. PO Adultos e crianças acima de 12 anos: 10 mL de loratadina xarope (10 mg) 1 vez por dia. Crianças de 2 a 12 anos: peso corporal abaixo de 30 kg: 5 mL (5 mg) de loratadina xarope 1 vez por dia. Peso corporal acima de 30 kg: 10 mL (10 mg) de loratadina xarope 1 vez por dia. OF Tomar com o estômago cheio ou vazio. No caso de esquecimento de alguma dose, oriente o paciente a tomar a medicação assim que possível e a manter o mesmo horário da tomada do medicamento pelo restante do tratamento. CI Não indicado para menores de 2 anos. Nos pacientes idosos não há necessidade de alteração de dose. Pacientes com hepatopatia grave devem iniciar o tratamento com doses baixas de loratadina, uma vez que podem ter a depuração reduzida. Categoria de risco B na gravidez. EAM Fadiga, cefaleia, sonolência, boca seca, transtornos gastrintestinais como náuseas e gastrite e também manifestações alérgicas cutâneas (exantemaou rash). Não exerce efeito potencializador com o álcool. Inibidores do metabolismo hepático devem ser coadministrados com cautela, até que estudos de interação sejam realizados. Ebastina PF Comprimido revestido contendo ebastina 10 mg (Ebastel®).Xarope contendo ebastina 1 mg/mL (Ebastel®). IND Indicado para o tratamento e alívio dos sintomas da rinite alérgica, como secreção nasal, espirros, coceira eentupimento nasal, associados ou não à conjuntivite alérgica. PO Adultos e crianças maiores de 12 anos: um comprimido de 10 mg, administrado 1 vez ao dia, é eficaz no alívio dos sintomas da rinite alérgica. Pacientes com sintomas mais intensos, incluindo rinite alérgica intermitente, a dose de 20 mg 1 vez ao dia promove maior alívio dos sintomas. OF O comprimido revestido não deve ser partido ou mastigado. CI Contraindicado para pacientes com hipersensibilidade conhecida à ebastina, pacientes com insuficiênciahepática grave. Contraindicado para menores de 2 anos. Categoria de risco C na gravidez. EAM As RA comuns incluem cefaleia, tontura e boca seca. Incomuns são dor abdominal, dispepsia, epistaxe, náusea, insônia e astenia. A ebastina pode potencializar o efeito de outros anti-histamínicos. Foram observadas interações cetoconazol e eritromicina (ambos conhecidos por prolongar o intervalo QT), relatando-se um aumento no intervalo QT. O itraconazol pode aumentar os níveis séricos de ebastina e a rifampicina pode diminuir os níveis de ebastina. A ebastina não apresenta interação com teofilina, varfarina, cimetidina, diazepam ou álcool. Maleato de Dexclorfeniramina PF Drágeas Repetabs contendo maleato de dexclorfeniramina 6 mg (Polaramine®; Medicamento genérico). Comprimidos revestidos contendo maleato de dexclorfeniramina 2 mg (Polaramine®; Hystin®; Histamin®; Polaren®; Polaryn® Medicamento genérico). Solução oral contendo maleato de dexclorfeniramina 2 mg/5 mL (Polaramine®; Hystin®; Histamin®; Polaren®; Polaryn® Medicamentos genéricos). Solução oral em gotas: 2,8 mg/mL (Polaramine®; Medicamento genérico). Creme contendo maleato de dexclorfeniramina 10 mg/g (Polaramine®; Histamin®; Polaryn® Alergomine®; Medicamento genérico). IND Indicado para alergia, prurido, rinite alérgica, urticária, picada de inseto, conjuntivite alérgica, dermatiteatópica e eczemas alérgicos. MEDICAMENTOS ISENTOS DE PRESCRIÇÃO MÉDICA PO Uso tópico em creme: aplicar sobre a área da pele afetada 2 vezes ao dia. Deve-se evitar cobrir a área que está sendo tratada. Não deve ser aplicado nos olhos, boca, nariz, genitália ou em outras mucosas. Uso oral: adultos e crianças maiores de 12 anos, a dose usual é 2 mg 3 a 4 vezes por dia. Drágeas repetabs, tomar uma pela manhã e outra ao deitar. Não ultrapassar a dose máxima de 12 mg ao dia. Crianças de 6 a 12 anos, a dose usual é 1 mg 3 vezes ao dia. Não ultrapassar a dose máxima de 6 mg ao dia. Crianças de 2 a 6 anos: 1 gota para cada 2 kg de peso, 3 vezes por dia. Um máximo de 3 mg ao dia (ou seja, 30 gotas/dia). OF Os pacientes que operam máquinas ou dirigem veículos devem ser advertidos da possibilidade dosurgimento de sonolência. Evitar o uso de bebidas alcóolicas e outros medicamentos contendo álcool. CI Cuidado em pacientes com asma brônquica, pressão intraocular elevada, hipertireoidismo, doença cardiovascular, hipertensão, portadores de glaucoma de ângulo agudo, úlcera péptica estenosante, obstrução piloroduodenal, hipertrofia prostática. Comprimido revestido e drágeas repetabs é contraindicado na faixa etária abaixo de 12 anos. Solução e solução gotas são contraindicados em crianças menores de 2 anos. EAM Efeitos adversos gerais sonolência, urticária, rash cutâneo, choque anafilático, fotossensibilidade, perspiração excessiva, calafrios, secura na boca, nariz e garganta. Sistema gastrintestinal: anorexia, náuseas, vômito. Sistema nervoso: sedação, tontura, vertigem, tinido, labirintite, distúrbios da coordenação, fadiga, confusão, inquietação, excitação, nervosismo, tremor, irritabilidade, insônia, euforia, parestesia, visão turva, histeria, neurite, convulsões. Sistema cardiovascular: cefaleia, palpitações, taquicardia e hipotensão. Sistema hematológico: anemia, trombocitopenia, agranulocitose, neutropenia, leucopenia. Podem causar excitação em crianças de baixa idade e maior sedação e hipotensão em pacientes com mais de 60 anos. Os anti-histamínicos têm efeito aditivo com o álcool e outros depressores do SNC, como sedativos, hipnóticos e tranquilizantes. Os inibidores da monoaminoxidase prolongam e intensificam os efeitos dos anti- histamínicos podendo ocorrer hipotensão grave. Pode ocorrer aumento dos efeitos indesejáveis de substâncias atropínicas (antidepressivos imipramínicos, antiparkinsonianos anticolinérgicos, antiespasmódicos atropínicos, disopiramida, neurolépticos fenotiazínicos) como retenção urinária, constipação e boca seca. A ação dos anticoagulantes orais pode ser diminuída por anti-histamínicos. Cloridrato de Nafazolina + Maleato de Feniramina PF Solução Oftálmica Estéril contendo: Cloridrato de nafazolina 0,25mg/mL + maleato de feniramina 3,0 mg/mL(Claril®; Cristalin®; Genérico Geolab). IND O maleato de feniramina é um anti-histamínico, e a nafazolina um vasoconstritor. Alívio da vermelhidão dos olhos causada por poluição, fumaça, pó, pelos de animais, pólen, grama, caspa, bem como os sintomas leves de coceira. PO Instilar 1 ou 2 gotas em cada olho afetado a cada 4 horas. OF Usar com cautela em pessoas com doenças cardiovasculares, diabetes tipo I, hipotensão ortostática, hipertensão e hipertireoidismo. O uso prolongado ou excessivo pode levar a vasodilatação ou congestão ocular de rebote. Esse produto contém cloreto de benzalcônio, que pode causar irritação ocular e alterar a cor das lentes de contato gelatinosas. Não utilizar se estiver fazendo uso de lentes de contato. Esperar 15 minutos após a aplicação para recolocar as lentes de contato. Pode causar midríase passageira ou visão borrada. Neste caso, o paciente deve esperar até que a visão normalize antes de dirigir ou operar máquinas. CI Esse medicamento é contraindicado para pessoas com hipersensibilidade aos princípios ativos ou com glaucoma de ângulo estreito. Contraindicado para pacientes que estão em tratamento com inibidores da MAO. Categoria C de risco de gravidez. EAM O uso excessivo de nafazolina e feniramina em bebês e crianças pode causar depressão do sistema nervosocentral e redução significativa da temperatura corporal. Acetato de Hidrocortisona PF Pomada contendo acetato de hidrocortisona 10 mg/g (Stiefcortil®; Berlison®). Creme contendo acetato dehidrocortisona 10 mg/g (Stiefcortil®; Berlison®; Cortigen®; Cortisonal®; Nutracort®; Medicamento Genérico). IND Dermatoses inflamatórias e alérgicas que respondem à corticoterapia tópica, por exemplo eczema de contato,eczema atópico e picadas de inseto. MEDICAMENTOS ISENTOS DE PRESCRIÇÃO MÉDICA PO Não é adequado para uso oftálmico. Aplicar uma camada fina do creme ou da pomada 1 a 2 vezes por dia, sob fricção leve. Após melhora, aplicar 1 vez ao dia. Não ultrapassar 4 aplicações por dia. O período de uma a duas semanas é suficiente. É recomendável a lavagem da área afetada com água e sabão neutro antes das aplicações. OF Após o uso, não encobrir a pele com curativos oclusivos. Reduzir as aplicações ao longo dos dias de forma gradual. O tratamento deve ser de no máximo três semanas, especialmente nas zonas cobertas oclusivas ou cobertas por fraldas. Deve-se ter cuidado para não entrar em contato com os olhos. CI Não deve ser utilizado para reações após aplicação de vacinas na área aplicada, para rosácea, na presença de processos tuberculosos ou sifilíticos na área a ser tratada, doenças causadas por vírus (por exemplo, varicela, herpes zoster). Categoria de risco C na gravidez. Cuidado redobrado em lactantes. EAM Podem ocorrer sintomas locais como ardência, prurido, irritação, secura, foliculite, hipertricose, erupção acneiforme e hipopigmentação. Verifica-se ocorrência de glaucoma em usuários de corticosteroidestópicos, após administração de doses elevadas ou em áreas extensas por período prolongado, ou o descuidado ao passar ao redor dos olhos. Cloridrato de Difenidramina + Calamina + Cânfora PF Creme contendo em cada grama: cloridrato de difenidramina10 mg + calamina 81,134 mg (equivalente a 80mg de óxido de zinco) + cânfora 1 mg (Caladryl®; Calamed®). IND Contém substâncias com propriedade antialérgica, analgésica, adstringente e protetora dermatológica da pele. Indicado para brotoejas e picadas de insetos, aliviando o ardor e regenerando a pele. Reduz a sensação de coceira, irritação e ardor. A ação inicia logo após sua aplicação sobre a pele. PO Aplicar na região lesionada 3 a 4 vezes ao dia. OF Assim como todos os anti-histamínicos de uso tópico, pode provocar reação de fotossensibilidade em casode exposição solar após a aplicação do produto. CI Não aplicar em regiões bolhosas ou secretoras. Categoria C de risco na gestação. Não deve ser utilizado emcrianças menores de 2 anos. EAM Hipersensibilidade conhecida ao óxido de zinco. Cloridrato de Isotipendil PF Gel contendo cloridrato de isotipendil 7,5 mg/g (Andantol®). IND Tratamento dos sintomas cutâneos de alguns tipos de alergia, principalmente prurido, eritema, edema e dor.Tratamento sintomático tópico das picadas de insetos. Tratamento sintomático tópico do prurido em geral. PO Lavar com água o local afetado antes da aplicação. Aplicar uma fina camada do gel uma ou mais vezes aodia sobre a parte afetada. Não exceder 6 aplicações ao longo do dia. OF Medicamento de uso externo, não deve ser ingerido. Evitar longa exposição ao sol após o uso, pois poderáocorrer fotossensibilização. CI Categoria de risco C na gravidez. EAM Foi notificado um único caso de hipersensibilidade ao isotipendil, e observou-se uma possível exacerbaçãoda lesão. Dipirona Sódica + Maleato de Clorfeniramina + Cafeína PF Comprimido revestido contendo dipirona sódica 500 mg + maleato de clorfeniramina 2 mg + cafeína 30 mg(Benegrip®). PO Tomar 1 comprimido revestido verde e 1 comprimido revestido amarelo, ao mesmo tempo, 3 a 4 vezes ao dia. MEDICAMENTOS ISENTOS DE PRESCRIÇÃO MÉDICA IND Alivia a congestão nasal, cefaleia e outros sintomas associados a processos alérgicos. O maleato de clorfeniramina possui um acentuado efeito antialérgico, impermeabiliza as paredes celulares e capilares e diminui edemas de mucosas. Sua ação direta sobre os receptores promove vasoconstrição, levando ao descongestionamento nasal e à redução da coriza. OF Não se deve dirigir veículos ou operar máquinas. Esse medicamento pode causar doping. CI Dipirona: contraindicada para indivíduos com determinadas doenças metabólicas, tais como deficiência congênita da glicose-6-fosfato desidrogenase e porfiria hepática, pacientes com glaucoma de ângulo fechado, nefrites crônicas, discrasias sanguíneas, asma, infecções respiratórias crônicas e quadros clínicos de comprometimento cardiocirculatório. Em indivíduos com deficiência de protrombina, a dipirona pode agravar a tendência ao sangramento. Maleato de clorfeniramina: contraindicado uso de outras drogas que deprimem o sistema nervoso central e com bebidas alcoólicas. Cafeína: contraindicado na presença de úlcera gastroduodenal. Essa formulação é contraindicada para menores de 12 anos. Gravidez: categoria de risco C. EAM Reações adversas referentes ao maleato de clorfeniramina: sedação, tonturas, zumbidos, lassidão, ataxia (incoordenação motora), fadiga, diminuição da visão, diplopia, euforia, nervosismo, insônia, tremores, perda de apetite, náuseas, vômitos, desconforto epigástrico, obstipação e diarreia. Não deve ser usado com inibidores da monoaminoxidase (IMAO): fenelzina, iproniazida, isocarboxazida, harmalina, nialamida, pargilina, selegilina, toloxatona, tranilcipromina, moclobemida. A dipirona não se deve ingerir bebidas alcoólicas durante o tratamento, porque o efeito do álcool pode ser potencializado. Não usar ciclosporina concomitantemente, pois ocorre diminuição do seu nível sanguíneo. Uso com clorpromozina pode ocorrer hipotermia grave. O maleato de clorfeniramina pode aumentar o efeito sedativo dos depressores do SNC como o álcool, os barbitúricos (fenobarbital, tiopental, metohexital, pentobarbital), os hipnóticos (triazolan, midazolan, oxazepam, clordiazepoxido, clonazepam), os analgésicos narcóticos (morfina, codeína e meperidina), os sedativos e os tranquilizantes. A ingestão de outros estimulantes do SNC pode potencializar o efeito da cafeína. Paracetamol + Cloridrato de Fenilefrina + Maleato de Clorfeniramina PF Cápsulas contendo paracetamol 400 mg + maleato de clorfeniramina 4 mg + cloridrato de fenilefrina 4 mg (Cimegrip®, Gripeol®, Resfedryl®, Resfenol®, Resfryneo®, Multigrip®). Comprimidos contendo paracetamol 400 mg + maleato de clorfeniramina 4 mg + cloridrato de fenilefrina 4 mg (Fluviral®). Solução oral contendo paracetamol 40 mg/mL + maleato de clorfeniramina 0,6 mg/mL + cloridrato de fenilefrina 0,6 mg/mL (Gripeol®, Resfedryl®, Resfenol®, Resfryneo®). Pó para solução oral contendo paracetamol 400 mg + maleato de clorfeniramina 4 mg + cloridrato de fenilefrina 4 mg em sachê de 5 g (Resfenol®, Resfriliv®, Stilgrip®). IND Embora não seja a primeira escolha para rinite, essa formulação pode ser útil na redução do desconforto esintomas associados aos processos alérgicos, pois contém anti-histamínico, descongestionante e analgésico. PO Cápsulas e comprimidos: adultos, tomar 1 dose 3 a 4 vezes ao dia. Limite máximo diário: 5 doses. Solução oral: adultos, tomar 10 mL a cada 6 horas. Limite máximo diário: não tomar mais de 40 mL. Pó para solução oral: adultos, 1 a 2 sachês a cada 4 horas. Dissolver o conteúdo do sachê em uma xícara de água. Consumir quente ou frio. Limite máximo diário: Não tomar mais de 10 sachês ao dia. Pó para solução oral: Crianças (de 6 a 12 anos), tomar 1 sachê a cada 4 horas. OF Duração de tratamento: enquanto durarem os sintomas, respeitando o limite máximo de 3 dias. O medicamento não deve ser partido, aberto ou mastigado. Os medicamentos podem corante amarelo de Tartrazina, que pode causar reações de natureza alérgica, entre as quais asma brônquica, especialmente em pessoas alérgicas ao ácido acetilsalicílico. CI Não deve ser administrado em pacientes com hipertensão, doença cardíaca, diabetes, glaucoma, hipertrofia da próstata, doença renal crônica, insuficiência hepática grave e disfunção tireoidiana. Contraindicado na gravidez e lactação. EAM Sonolência, náuseas, dor ocular, tontura, palpitações, boca seca, desconforto gástrico, diarreia, tremor, sede, insônia, cansaço, flatulência, sudorese, turvação visual. Possui interações medicamentosas com inibidores da MAO, barbitúricos e álcool. MEDICAMENTOS ISENTOS DE PRESCRIÇÃO MÉDICA Paracetamol + Cloridrato de Fenilefrina + Maleato de Carbinoxamina PF Solução contendo paracetamol 13,30 mg/mL + cloridrato de fenilefrina 0,33 mg/mL + maleato de carbinoxamina 0,13 mg/mL (Benegrip® Multi). Comprimido amarelo contendo paracetamol 400 mg e cloridrato de fenilefrina 20 mg + comprimido alaranjado contendo paracetamol 400 mg e maleato de carbinoxamina 4 mg (Benegrip® Multi Noite, Fluviral® Noite, Naldecon® Noite). IND Auxilia no alívio dos sintomas do paciente alérgico. A formulação contém paracetamol (analgésico), cloridrato de fenilefrina (descongestionante) e maleato de cabinoxamina um anti-histamínico; reduz a secreção de muco. PO Solução: adultos e crianças acima de 12 anos: 30 mL a cada 6 horas. Não exceder 4 doses em 24 horas. Crianças até 12 anos: a dose varia de acordo com o peso e idade (conforme segue: 2 anos/12 kg/9 mL; 3 anos/14 kg/10,5 mL; 4 anos/16 kg/12 mL; 5 anos/18 kg/13,5 mL; 6 anos/20 kg/15 mL; 7 anos/22 kg/16,5 mL; 8 anos/24 kg/18 mL; 9 anos/26 kg/19,5 mL; 10 anos/28 kg/21 mL; 11 anos/30 kg/22,5 mL). Comprimidos: uma dose é composta de 2 comprimidos (1 amarelo + 1 laranja). Adultos e crianças acima de 12 anos: tomar 1 dose a cada 8 horas. Sempre respeitar o intervalo mínimo de 8 horas entre as doses. Não exceder4 doses em 24 horas. A dose diária máxima recomendada de paracetamol é de 4.000 mg, a de fenilefrina é 120 mg, e a de carbinoxamina é de 32 mg. OF Não deve ser administrado por mais de 10 dias para dor, e por mais de 3 dias para a febre ou sintomas gripais. Evitar usar concomitante outros medicamentos contendo paracetamol por risco de toxicidade hepática. Evitar operar máquinas e veículos. Esse medicamento pode causar doping. CI A solução oral é contraindicada a pacientes com glaucoma de ângulo estreito. Contraindicado para menoresde 2 anos. Comprimido é contraindicado para menores de 12 anos. Categoria de risco C na gravidez. EAM Náusea, vômito, dor abdominal, hipotermia, palpitação, palidez, erupções pruriginosas e urticária. Sob uso prolongado podem surgir discrasias sanguíneas e pode causar necrose papilar renal. O paracetamol pode causar dano hepático, trombocitopenia, pancitopenia, agranulocitose, anemia hemolítica e meta- hemoglobina. Leve sonolência poderá ocorrer após a 1ª dose. Podem ocorrer também nervosismo e tremores devido à fenilefrina. Pacientes que fazem uso regular de álcool e barbitúricos possuem risco de sobrecarga metabólica ou de agravamento de um comprometimento hepático já existente. Não deve ser utilizado concomitantemente com barbitúricos, antidepressivos tricíclicos e carbamazepina devido a aumento do risco de hepatotoxicidade. Com antidepressivos inibidores da MAO ou outras drogas de efeito hipertensor há risco de hipertensão. Anti-histamínico usado concomitante com procarbazina pode causar depressão do SNC. Maleato de Bronfeniramina + Cloridrato de Fenilefrina PF Solução oral gotas contendo maleato de bronfeniramina 2 mg/mL + cloridrato de fenilefrina 2,5 mg/mL (Decongex Plus®). Xarope contendo maleato de bronfeniramina 2 mg/5 mL + cloridrato de fenilefrina 5 mg/5 mL (Decongex Plus®). Comprimidos revestidos de liberação programada contendo maleato de bronfeniramina 12 mg + cloridrato de fenilefrina 15 mg (Decongex Plus®). IND Alívio sintomático de quadros clínicos relacionados a afecções das vias aéreas superiores e das manifestações alérgicas do sistema respiratório, tais como: coriza, rinite alérgica, prurido nasal, congestão nasal, alergia. O maleato de bronfeniramina, um anti-histamínico associado às aminas simpaticomiméticas, reduz efetivamente a secreção nasofaríngea e diminui o edema e congestão do aparelho respiratório. PO Solução oral gotas: crianças acima de 2 anos, ingerir 2 gotas por kg de peso (como dose diária total), dividida em 3 vezes ao dia (1 ml = 20 gotas). Dosagem máxima diária limitada a 60 gotas. Xarope: adultos, tomar 10 a 15 mL 3 a 4 vezes ao dia. Crianças acima de 2 anos, 2,5 a 5 ml, 4 vezes ao dia. Dosagem máxima diária limitada a 60 mL. Comprimidos: adultos, tomar 1 comprimido pela manhã e 1 comprimido à noite. Dosagem máxima diária limitada a 2 comprimidos. OF Durante o tratamento, o paciente não deve dirigir veículos ou operar máquinas, pois sua habilidade e atenção podem estar prejudicadas. Deve-se evitar a ingestão de álcool ou a administração de tranquilizantes durante o tratamento, uma vez que pode aumentar a sonolência e diminuir consideravelmente os reflexos. MEDICAMENTOS ISENTOS DE PRESCRIÇÃO MÉDICA CI Pacientes cardíacos, coronariopatias severas, arritmias cardíacas, glaucoma, hipertireoidismo e aumentoanormal da próstata. Contraindicado para menores de 2 anos. Categoria de risco na gravidez: C. EAM Reações devido a fenilefrina são hipertensão, arritmia cardíaca, náuseas, vômitos, cefaleia e vertigem. Reações devido a bronfeniramina são secura da boca, nariz, garganta, sonolência, diminuição dos reflexos, insônia, nervosismo, irritabilidade, visão turva e espessamento das secreções brônquicas. O uso de fenilefrina com broncodilatadores podem ocorrer taquicardia e outras arritmias cardíacas. Fentolamina e propranolol podem diminuir o efeito da fenilefrina. IMAO reduz o metabolismo da fenilefrina, os efeitos vasoconstritores da fenilefrina são potencializados. Uso da bronfeniramina com medicamentos barbitúricos, drogas hipnóticas, analgésicos opioides, ansiolíticos e antipsicóticos causam depressão do sistema nervoso central. Ácido Acetilsalicílico + Maleato de Dexclorfeniramina + Cloridrato de Fenilefrina + Cafeína PF Comprimidos contendo ácido acetilsalicílico 400 mg + maleato de dexclorfeniramina 1 mg + cloridrato defenilefrina 10 mg + cafeína 30 mg (Coristina D®). IND Indicado como analgésico, antipirético, obstrução nasal e antialérgico. A formulação combina a ação analgésica, obtida com o ácido acetilsalicílico, a ação anti-histamínica do maleato de dexclorfeniramina e as propriedades vasoconstritoras do cloridrato de fenilefrina. A inclusão da cafeína tem por função compensar a sonolência que pode ocorrer com o componente anti-histamínico. PO Adultos e crianças maiores de 12 anos: um comprimido de 4 em 4 horas, não excedendo 4 comprimidos emum período de 24 horas. OF O tratamento é sintomático e deve ser utilizado apenas enquanto durarem os sintomas. Os pacientes deverão ser alertados quanto a exercerem atividades que necessitem de estado de alerta mental, tais como dirigir automóveis, operar máquinas etc. Os anti-histamínicos podem causar vertigens, sedação e hipotensão arterial em pacientes com mais de 60 anos (idosos). CI Pacientes com glaucoma primário de ângulo fechado, retenção urinária, hipertensão arterial grave, doença isquêmica cardíaca crônica grave, hipertireoidismo, hemofilia, úlcera péptica, transtornos hemorrágicos e uso concomitante com IMAO’s, agentes bloqueadores adrenérgicos. Crianças ou adolescentes não devem usar AAS para catapora ou sintomas gripais antes que um médico seja consultado sobre a síndrome de Reye. Durante os dois primeiros trimestres de gestação, categoria de risco na C, e categoria de risco D para último trimestre da gestação. Contraindicado para menores de 12 anos. Contraindicado em casos suspeitos ou confirmados de dengue. EAM Pirose, náuseas, vômitos e dor epigástrica, zumbido, broncoespasmo, úlcera gástrica, úlcera duodenal, dispepsia, anorexia, hemorragia gastrintestinal, hepatite, nefrite túbulo-intersticial, alergia, eritema, prurido, urticária, tontura, convulsão, erupções cutâneas, choque anafilático, anemia hemolítica, equimoses, hematomas e trombocitopenia. O uso concomitante de anti-histamínicos com álcool, antidepressivos tricíclicos, barbitúricos e outros depressores do sistema nervoso central pode potencializar os efeitos sedativos da dexclorfeniramina. A ação dos anticoagulantes orais pode ser inibida pelos anti-histamínicos. Os inibidores da monoaminoxidase prolongam e intensificam os efeitos dos anti-histamínicos, podendo ocorrer hipotensão arterial grave. Medicamentos contendo fenilefrina não deverão ser administrados a pacientes fazendo uso de inibidores da monoaminoxidase, ou até 14 dias após a descontinuação do tratamento. A fenilefrina não deve ser usada com agentes bloqueadores adrenérgicos. Aumento do risco de arritmias cardíacas e atividade de marca- passo ectópico cardíaco podem ocorrer quando a fenilefrina é usada concomitantemente com medicamentos digitálicos. Antiácidos aumentam a absorção da fenilefrina e diminuem as concentrações de ácido acetilsalicílico. PF: prescrição farmacêutica; IND: Indicação de uso; PO: posologia e modo de usar; OF: orientações farmacêuticas; CI: contraindicações e/ou precauções; EAM: Efeitos adversos ao medicamento. Fonte: elaborado a partir da bibliografia refenciada Referências AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Bulário Eletrônico. Disponível em: http://www.anvisa.gov.br/datavisa/fila_bula/index.asp. Acesso em: 21 out. 2019. CAMELO-NUNES, I. C.; SOLÉ, D. Rinite alérgica: indicadores de qualidade de vida. Jornal Brasileiro de Pneumologia, v. 36, p. 124-133, 2010. CARVALHO, V. O. et al. Guia prático de atualização em dermatite atópica. Parte II. Arquivos de Asma, Alergias e Imunologia, v. 1, p. 157-182, 2017. DERMATITE de contato: o que é? Sociedade Brasileira de Dermatologia, [2019]. Disponívelem: https://www.sbd.org.br/dermatologia/pele/doencas-e-problemas/dermatite- de-contato/2/. Acesso em: 21 out. 2019. DERMATITE atópica: o que é? Sociedade Brasileira de Dermatologia, [2019]. Disponível em: https://www.sbd.org.br/dermatologia/pele/doencas-e-problemas/dermatite-de-contato/2/. Acesso em: 21 out. 2019. GUILHERME, A. Q. Abordagem da dermatite atópica na infância pelo Médico de Família e Comunidade. Revista Brasileira da Medicina de Família e Comunidade, v. 9, p. 159-168, 2014. SOUZA, P. et al. Orientação farmacêutica na prevenção da rinite alérgica. Revista Pesquisa e Ação, v. 2, p. 1-6, 2018. CAPÍTULO 13 AZIA E DISPEPSIA Carine Viana A pirose ou azia é uma queimação ou dor na região do estômago a qual tem início na parte posterior do esterno e se propaga, por meio de ondas ou golfadas, até a faringe. Pode estar acompanhada de eructação com acidez e aumento da salivação. A dispepsia é uma compilação de sintomas como eructação, náuseas, flatulência e vômitos, sentidos geralmente após as refeições. Sensação de plenitude após refeições, sensação de estômago distendido e sensação de má digestão. Na dispepsia funcional não há alteração no trato gastrointestinal que justifique os sintomas. Considerada uma doença de caráter benigno e com baixa morbidade, no entanto gera impacto na qualidade de vida dos pacientes. O seu caráter crônico, aliado ao fato de não haver um tratamento satisfatório, torna essa afecção um considerável agravo à saúde. AVALIAÇÃO FARMACÊUTICA O farmacêutico deve considerar os seguintes aspectos na avaliação inicial do paciente: Desde quando apresenta os sintomas. Qual momento do dia costumam ocorrer. Presença de outros sintomas concomitantes. Indagar se o paciente apresenta náuseas, desconforto ou algum outro sintoma, após ficar um certo período sem ingerir alimentos. Hábitos alimentares do paciente. Medicamentos, fitoterápicos ou suplementos alimentares em uso. Consumo de bebidas alcóolicas e de cafeína. Quantidades de fibras ingeridas normalmente pelo paciente. Presença de estresse físico e emocional. Indagar o paciente sobre patologias gastrointestinais. Exemplos: úlcera péptica, gastrite, refluxo gastroesofágico, intolerância alimentar, síndrome do intestino irritável, síndrome da má-absorção e parasitoses. TRATAMENTO O tratamento da dispepsia é multifatorial e pode abranger dieta adequada, exercícios físicos, relaxamento, fitoterápicos e medicamentos. Mudanças no estilo de vida podem ajudar a aliviar a azia e a dispepsia. Fazer pequenas refeições por dia e em maior número, em vez de três grandes refeições, pode reduzir o problema. Também pode ser evitado o uso de álcool, cafeína e de alimentos que provocam a indigestão. O ideal é buscar alternativas para as prováveis causas da indigestão, por exemplo estresse, ansiedade, medicamentos e mesmo o tipo de alimentação. No caso da acidez por diminuição do nível de pH no estômago, o tratamento pode ser com substâncias que aumentam o pH do estômago, ou ainda com medicamentos que possam bloquear a liberação do ácido clorídrico e proteger o estômago. Entre os medicamentos mais utilizados para esse problema estão os inibidores da bomba de prótons, como o omeprazol e seus análogos, lansoprazol, pantoprazol, rabeprazol, esomeprazol e dexlansoprazol. Todavia essa classe farmacológica somente deve ser utilizada sob prescrição e orientação médica. Para ajudar no desconforto estomacal o farmacêutico pode prescrever formulações contendo antiácidos, como sais de alumínio e magnésio, bicarbonato de sódio e carbonato de sódio. Os antiácidos neutralizam a hiperacidez gástrica por meio de uma reação direta com o ácido clorídrico. Outro fármaco comumente presente em formulações usadas para gastrites e dispepsias é a dimeticona. Este fármaco é útil para auxiliar nos gases intestinais, geralmente associados nesses casos. Além desses fármacos, quando os sintomas incluírem azia, má digestão e acidez estomacal concomitantemente com dor de cabeça, existem antiácidos contendo ácido acetilsalicílico na formulação. O Quadro 13.1 mostra os principais medicamentos isentos de prescrição para o alívio de desconforto estomacal. ORIENTAÇÕES FARMACÊUTICAS Os antiácidos interferem na absorção de uma grande parte dos fármacos, por isso a principal orientação ao paciente é fazer uso longe da administração de outros medicamentos via oral. A recomendação é aguardar duas horas após a administração de qualquer medicamento para o uso de antiácidos, a fim de se evitar uma alteração nos efeitos de outro fármaco. Medicamentos com revestimento gastrorresistentes usados juntamente de antiácidos podem ter a absorção e efeitos modificados, podendo ocasionar irritação gástrica ou duodenal. Contraceptivos orais podem ter efeito reduzido pela diminuição da absorção quando administrado com antiácidos. Os antiácidos em suspensão devem ser agitados antes de usar devido à precipitação dos seus constituintes. Orientar ao paciente que alimentos contendo altas concentrações de sódio devem ser evitados com produtos contendo sais de sódio, como o bicarbonato de sódio. Isso porque pode haver uma exacerbação dos sintomas associados ao excesso de sódio na corrente sanguínea. PRECAUÇÕES Certificar-se de que o paciente não apresente nenhum problema cardíaco, edema, insuficiência renal ou hipertensão, pois alguns antiácidos possuem sais de sódio na formulação. Antiácidos geralmente não devem ser administrados a pacientes severamente debilitados ou apresentado sintomas de disfunção renal, alcalose ou hipermagnesemia. Devem ser usados com cautela em pacientes com insuficiência renal, devido ao aumento do risco de hipermagnesemia. Em pacientes com insuficiência renal, os níveis plasmáticos de alumínio e magnésio estão aumentados. Nesses pacientes, a exposição prolongada a altas doses de sais de alumínio de magnésio pode causar encefalopatia, demência, anemia microcítica ou piora da osteomalácia induzida por diálise. Sais de magnésio não são recomendados para pacientes com colite ulcerativa, que pode ser agravada pelo seu efeito laxante. Hidróxido de alumínio e de magnésio não são recomendados para pacientes que serão ou foram submetidos à colostomia, ileostomia ou que apresentam diverticulite, uma vez que aumentam o risco de desenvolver um desequilíbrio eletrolítico. Bicarbonato de sódio é contraindicado para uso de pacientes com alcalose metabólica, pacientes com hipocloridria e hipocalcemia. Formulações de antiácidos contendo AAS não deve ser utilizado em pacientes com história de alergia aos anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs). Esses produtos também não devem ser prescritos a pacientes com problemas no fígado, coração, rins, hemofilia, suspeita de dengue, úlcera estomacal, sangramento no estômago, histórico de gota e se já teve algum problema de coagulação sanguínea. Quadro 13.1 - Medicamentos isentos de prescrição para o alívio de desconforto estomacal MEDICAMENTOS ISENTOS DE PRESCRIÇÃO MÉDICA Alginato de Sódio + Bicarbonato de Potássio PF Suspensão contendo a cada 10 mL: alginato de sódio 1000 mg + bicarbonato de potássio 200 mg (LuftaGastroPro®). PO Adultos, idosos e crianças acima de 12 anos: tomar 5 a 10 mL após as três principais refeições do dia e antes de dormir. OF Orientar o usuário a não ultrapassar a dose máxima diária de 40 mL. A Não tomar doses com intervalo menor do que 2 horas. CI Contraindicado para menores de 12 anos. Categoria de risco na gravidez: B. Pode ser utilizado durante a gestação e o aleitamento, mas a duração do tratamento deve ser a mais curta possível. RA Reações muito raras: manifestações alérgicas, tais como urticária, broncoespasmo e reações anafiláticas, podem ocorrer em pacientes sensíveis aos componentes da fórmula. IM Aguardar 2 horas para o uso de outros medicamentos, especialmente tetraciclinas, fluoroquinolonas, sais de ferro, hormônios da tireoide, cloroquina, bifosfonatos e estramustina. Alginato de Sódio + Bicarbonato de Sódio + Carbonato de Cálcio PF Suspensão oral contendo alginato de sódio 50 mg/mL +bicarbonato de sódio 26,7 mg/mL + carbonato de cálcio 16 mg/mL (Gaviscon®). Comprimidos mastigáveis contendo alginato de sódio 250 mg + bicarbonato de sódio 133,5 mg + carbonato de cálcio 80 mg (Gaviscon®). PO Adultos, idosos e crianças acima de 12 anos: a dose recomendada é 10 a 20 mL da solução oral ou 2 a 4 comprimidos mastigáveis. OF Administrar o medicamento 4 vezes ao dia, a cada 4 horas. Tomar após as três principais refeições do dia e antes de dormir. Não exceder 80 mL ou 16 comprimidos mastigáveis, em doses fracionadas, em um período de 24h. CI Requer cautela no tratamento de pacientes com hipercalcemia, nefrocalcinose e cálculos renais recorrentes contendo cálcio. Contraindicado para menores de 12 anos. RA Reações muito raras: manifestações alérgicas, tais como urticária, broncoespasmo e reações anafiláticas, podem ocorrer em pacientes sensíveis aos componentes da fórmula. IM Aguardar 2 horas para o uso de outros medicamentos, especialmente anti-histamínico H2, tetraciclinas, digoxina, fluoroquinolonas, sais de ferro, cetoconazol, neurolépticos, hormônios da tireoide, penicilina, betabloqueadores (atenolol, metoprolol, propranolol), glicocorticoide, quinolona, alendronato, fluoretos de sódio e zinco, cloroquina, bisfosfonatos e estramustina. Pode provocar aumento da ação das anfetaminas. Bicarbonato de Sódio + Carbonato de Sódio + Ácido Cítrico PF Pó efervescente em envelopes (5 g) e granulado efervescente a granel contendo: Bicarbonato de sódio 462 mg/g + carbonato de sódio 90 mg/g + ácido cítrico 438 mg/g (Estomazil ®). Pó efervescente em envelopes (5 g) e a granel contendo: bicarbonato de sódio 460 mg/g + carbonato de sódio 100 mg/g + ácido cítrico 440 mg/g (Frusalt ®). Pó efervescente contendo a cada 5 g: bicarbonato de sódio 2,30 g + carbonato de sódio 0,50 g + ácido cítrico 2,20 g (Sal de Fruta Eno®). Pó efervescente contendo a cada 5 g: bicarbonato de sódio 2,15 g + carbonato de sódio 0,50 g + ácido cítrico 2,15 g (Stomaliv®). PO A dose recomendada é de 1 ou 2 pastilhas mastigáveis 30 minutos a 1 hora após as refeições e ao deitar. Pó efervescente: dissolver o conteúdo de 1 envelope (5 g) em meio copo de água, deixar completar a efervescência e beber de só uma vez. Granulado efervescente a granel: dissolver 1 colher de chá (5 g) em meio copo de água, deixar completar a efervescência e beber de uma só vez. Crianças: entre 4 e 6 anos, usar um terço da dose para adultos e acima de 6 anos a metade da dose. MEDICAMENTOS ISENTOS DE PRESCRIÇÃO MÉDICA OF Cuidado com alimentos contendo altas concentrações de sódio, uma vez que pode haver uma exacerbação dos sintomas associados ao excesso de sódio na corrente sanguínea. CI Por conter bicarbonato de sódio, o medicamento é contraindicado a pacientes com alcalose respiratória e metabólica, em pacientes com hipocloridria e com hipocalcemia devido ao risco de desenvolver tetanias induzidas pela alcalose. Por conter sódio, deve ser administrado com cuidado aos pacientes com problemas cardíacos, edema, insuficiência renal e pressão alta. RA Retenção de líquidos, hipersecreção gástrica, rebote ácido, flatulência, distensão gástrica, cólicas abdominais, náuseas, vômitos, fissuras anais, eructação e cálculo renal. IM Antiácidos podem diminuir a absorção de: cetoconazol, itraconazol, digoxina, antimuscarínicos (atropina, escopolamina, glicopirrolato, ipatrópio), captopril, clordiazepóxido, delavirdina, penicilina, fenitoína, fenotiazinas (principalmente clorpromazina), izoniazida, prednisona, atenolol, anti-inflamatórios não esteroidais (cetoprofeno, diclofenaco sódico, diclofenaco potássico, diflunisal, fenilbutazona, indometacina, oxifenbutazona, flurbiprofeno, ibuprofeno, naproxeno, piroxican, sulindaco, tenoxican ). Interfere na absorção oral de azitromicina, diritromicina, nitrofurantoína e de bisfosfonatos (alendronato, risendronato, etidronato e tiludronato). Antiácidos podem diminuir a eliminação da memantina. Antiácidos podem aumentar o risco de intoxicação por quinina. Antiácidos podem aumentar o risco de reações adversas da mefloquina. Antiácidos podem afetar a dissolução e os efeitos de comprimidos de bisacodil. Pode provocar aumento da ação das anfetaminas. Bicarbonato de Sódio + Carbonato de Sódio + Ácido Cítrico + AAS PF Comprimidos efervescentes contendo bicarbonato de sódio 1854 mg + carbonato de sódio 400 mg + ácido cítrico 1413 mg + ácido acetilsalicílico 325 mg (Sonrisal®). Comprimidos efervescentes contendo bicarbonato de sódio 1644 mg + carbonato de sódio 400 mg + ácido cítrico 1507,8 mg + ácido acetilsalicílico 325 mg (Sonrisal® Limão). PO A dose recomendada é 1 a 2 comprimidos dissolvidos em meio copo de água, esperar completar a efervescência e beber de uma vez. OF Orientar o usuário a não ultrapassar a dose máxima diária de 2 comprimidos e não usar por mais de 10 dias sem orientação. Não tomar doses com intervalo menor do que 2 horas. Indicado para azia, má digestão e acidez estomacal que se apresentam concomitantemente com dor de cabeça. CI Não usar em pacientes com problemas no fígado, coração ou rins; se seguir uma dieta restrita em sódio; se suspeita de dengue; se já teve asma ou dificuldade de respirar após o uso de ácido acetilsalicílico; se tiver histórico de úlcera estomacal, perfuração ou sangramento no estômago; se tiver histórico de gota e se já teve algum problema de coagulação sanguínea ou tem hemofilia. Por conter bicarbonato de sódio o medicamento é contraindicado para uso em pacientes com alcalose respiratória e metabólica preexistentes, em pacientes com hipocloridria e com hipocalcemia devido ao risco de desenvolver tetania induzidas pela alcalose. Por conter sais de sódio, o medicamento deve ser administrado com cuidado aos pacientes com problemas cardíacos, edema, insuficiência renal e pressão alta. RA Eructação, flatulência, distensão abdominal, náuseas e vômito. Interromper o uso em casos de: reações alérgicas como coceira, vermelhidão na pele, chiado no peito, tosse, dificuldade para respirar, sangramento estomacal, sangramentos nasais, hematomas, inchaço ou retenção de líquido. Casos de hipersensibilidade manifestada por broncoespasmo, asma, rinite, urticária e outras manifestações cutâneas. IM Pode provocar aumento da ação das anfetaminas. Pode aumentar a atividade dos anticoagulantes cumarínicos e a atividade hipoglicemiante das sulfonilureias. Anticoagulantes podem acentuar os sangramentos digestivos causados pelo AAS. Pode aumentar a atividade e toxicidade metotrexato. AAS aumenta as concentrações plasmáticas de digoxina em função da diminuição da excreção renal. Aumento da toxicidade do ácido valproico devido ao deslocamento dos sítios de ligação com as proteínas. Evitar uso com álcool devido ao aumento do dano à mucosa gastrintestinal. AAS pode reduzir os efeitos de: inibidores da ECA, anti-hipertensivos betabloqueadores, agentes uricosúricos como probenicida e sulfimpirazona, diuréticos especialmente em pacientes com doença cardiovascular ou renal existente. MEDICAMENTOS ISENTOS DE PRESCRIÇÃO MÉDICA Hidróxido de Alumínio PF Comprimidos mastigáveis contendo hidróxido de alumínio 230 mg (Aziram®, Pepsamar®). Suspensão contendo hidróxido de alumínio 310 mg/5 mL (Genérico). PO Duas a quatro doses, cerca de uma hora após as refeições e ao deitar. OF O medicamento deve ser ingerido no máximo durante 7 dias seguidos. A suspensão deve ser agitada antes de usar. Deve ser ingerido com um intervalo de 2 a 3 horas antes ou após a administração de outros medicamentos ou alimentos. CI Contraindicado a pacientes com hipofosfatemia ou obstrução intestinal. A administração em pacientes com dieta pobre em fosfato pode ocasionar a depleção de fosfato acompanhada pelo aumento da reabsorção óssea e hipercalciúria com o risco de osteomalácia. Categoria de risco C na gravidez. RA Pode causar constipação, náuseas e vômitos. Contraindicado para uso por pacientes com insuficiência renal. Acúmulo de alumínio em casos de insuficiência renal. IM Aumenta a absorção de fármacos fracamente básicos,tais como pseudoefedrina e levodopa. Diminui a absorção de tetraciclinas, antagonistas H2, benzodiazepínicos, fenotiazinas, fenitoína, clorpromazina diflunisal, digoxina, cetoconazol, fluorquinolonas, propranolol, penicilaminas, neurolépticos fenotiazínicos, metoprolol, atenolol, captopril, ranitidina, sais de lítio, sais de ferro, cefdinir, cefpodoxima, cloroquina, ciclinas, bifosfonato, etambutol, fluoreto de sódio, glicocorticoides, indometacina, isoniazida, levotiroxina, lincosamidas, rosuvastatina, quinidna, ácido acetilsalicílico. Hidróxido de Magnésio PF Suspensão contendo a cada 15 mL hidróxido de magnésio 1.282,50 mg (Leite de Magnésia Phillips® Original). Suspensão contendo a cada 15 mL hidróxido de magnésio 1.214,25 mg (Leite de Magnésia de Phillips® Hortelã). PO Para adultos e crianças de 12 anos ou mais: 1 colher de chá (5 mL) a 1 colher de sopa (15 mL), conforme necessário. Respeitar a dose máxima diária, que é de 3 colheres de sopa (45 mL) a cada 24 horas. Para crianças de 2 a 11 anos: 1 colher de chá (5 mL), conforme necessário. Respeitar a dose máxima diária, que é de 30 mL (2 colheres de sopa ou 6 colheres de chá) a cada 24 horas. OF Durante o uso desse medicamento, deve-se manter uma adequada ingestão de líquidos. Como antiácido, o período máximo de uso recomendado desse medicamento é de 14 dias consecutivos. O hidróxido de magnésio pode interferir localmente na absorção de outros medicamentos administrados por via oral devido ao aumento do pH gástrico. Isso pode ser evitado com um intervalo de 2-3 horas entre a administração de medicamentos e essa formulação. CI Em pacientes com insuficiência renal pode ocorrer acúmulo de magnésio. Contraindicado em casos de doenças gastrointestinais agudas. Não utilizar em casos de coma hepático, e em casos de danos renais evitar o uso ou diminuir dose, aumenta risco de toxicidade. Cuidado com pacientes idosos e debilitados. Pacientes menores de 2 anos. RA Esse medicamento pode causar diarreia. Caso isso ocorra, principalmente em idosos e crianças, deve imediatamente ser interrompido o uso desse medicamento. Em caso de dor abdominal persistente, fazer encaminhamento médico. IM O hidróxido de magnésio pode aumentar a absorção de ibuprofeno e diminuir a absorção de penicilamina, bifosfonatos, cetoconazol e tetraciclina. Hidróxido de Alumínio + Hidróxido de Magnésio + Dimeticona MEDICAMENTOS ISENTOS DE PRESCRIÇÃO MÉDICA PF Comprimidos mastigáveis contendo hidróxido de alumínio 153 mg + hidróxido de magnésio 200 mg + dimeticona 25 mg (Gastrogel®, Gastrol TC®, Maalox Plus®). Suspensão oral contendo hidróxido de alumínio 37 mg/mL + hidróxido de magnésio 40 mg/mL + dimeticona 5 mg/mL (Gastrogel®, Gastrol TC®, Maalox Plus®). Suspensão oral contendo hidróxido de alumínio 120 mg/mL + hidróxido de magnésio 60 mg/mL + dimeticona 7 mg/mL (Simeco Plus®). Suspensão oral contendo hidróxido de alumínio 80 mg/mL + hidróxido de magnésio 80 mg/mL + dimeticona 6 mg/mL (Gelmax DIM®, Mylanta Plus®). PO Comprimidos mastigáveis: crianças a dose varia de 1 a 2 comprimidos ao dia. Adultos, a dose varia de 2 a 4 comprimidos, 4 vezes ao dia. Suspensão oral: crianças de 4 a 7 anos, a dose recomendada é 2 mL, 1 a 2 vezes ao dia, 1 hora após as refeições. Crianças de 7 a 12 anos, a dose recomendada é 5 mL de 1 a 2 vezes ao dia, 1 hora após as refeições. Adultos, a dose varia de 5 a 10 mL, 4 vezes ao dia. OF Esse medicamento deve ser ingerido de meia a uma hora antes ou após as refeições. Não é aconselhável prolongar o tratamento por mais de 14 dias com a dose máxima. Evitar a administração de outros medicamentos durante duas horas após o uso de antiácidos. CI Contraindicado a pacientes com hipofosfatemia, casos de obstrução intestinal e insuficiência renal. Categoria de risco B na gravidez. RA Hidróxido de alumínio pode causar constipação e superdose; com sais de magnésio pode causar hipomotilidade intestinal. Diarreia e constipação foram as reações adversas mais frequentemente reportadas, mas em geral é bem tolerado. IM Pode aumentar o nível plasmático da quinidina e do tacrolimo. Antiácidos contendo alumínio podem diminuir a absorção de fenitoína, hipoglicemiantes, antagonistas H2, atenolol, metoprolol, propranolol, cefdinir, cefpodoxima, cloroquina, diflunisal, etambutol, cetoconazol, levotiroxina, fluorquinolonas, digoxina, indometacina, glicocorticoides, isoniazida, levodopa, bifosfonatos, fluoreto de sódio, oxalato de potássio, lincosamidas, neurolépticos fenotiazínicos, penicilamina, tetraciclina, nitrofurantoína, rosuvastatina, sais de ferro, fexofenadina, risedronato sódico, amprenavir, azitromicina, dasatinibe, gabapentina, lansoprazol, micofenolato de mofetila e naproxeno. Aumento da excreção renal dos salicilatos por alcalinização da urina. Hidróxido de Alumínio + Hidróxido de Magnésio + Carbonato de Cálcio PF Comprimidos mastigáveis contendo hidróxido de alumínio 178 mg + hidróxido de magnésio 185 mg + carbonato de cálcio 230 mg (Gelmax®). Comprimidos mastigáveis contendo: hidróxido de alumínio 141,47 mg + hidróxido de magnésio 185mg + carbonato de cálcio 230 mg (Estomazil® Pastilhas). Suspensão oral contendo hidróxido de alumínio 35,6 mg/mL + hidróxido de magnésio 37 mg/mL + carbonato de cálcio 48,4 mg/mL (Gelmax®). Pó efervescente de 5 g contendo hidróxido de alumínio 178 mg + hidróxido de magnésio 185 mg + carbonato de cálcio 230 mg (Gelmax®). Pó efervescente de 5 g contendo hidróxido de alumínio 178 mg + hidróxido de magnésio 185 mg + carbonato de cálcio 235 mg (Gastrol®). Pastilhas contendo hidróxido de alumínio 178 mg + hidróxido de magnésio 185 mg + carbonato de cálcio 231,5 mg (Gastrol®). Suspensão oral contendo hidróxido de alumínio 180 mg/mL + hidróxido de magnésio 125 mg/mL + carbonato de cálcio 50 mg/mL (Gastrol®). PO Comprimidos mastigáveis: mastigar 1 a 2 comprimidos ao dia. Pó efervescente: tomar o conteúdo de 1 ou 2 sachês, dissolvidos em água. Não ultrapassar a dose máxima de 8 envelopes ao dia. Pastilhas: usar 1 a 2 pastilhas ao dia. A dose máxima diária recomendada é de 10 pastilhas. Suspensão: 10 a 20 mL. Não ultrapassar 20 mL por dose e 80 mL por dia. MEDICAMENTOS ISENTOS DE PRESCRIÇÃO MÉDICA OF As tomadas devem ser preferencialmente meia a 1 hora após as refeições e ao deitar-se. Não é aconselhável ultrapassar as doses recomendadas ou prolongar o tratamento por mais de 14 dias com a dose máxima. A dosagem poderá ser aumentada ou reduzida, de acordo com as necessidades em casos de úlceras pépticas. Recomenda-se evitar a ingestão de bebida alcoólicas durante a administração desse medicamento. Tomar qualquer outro medicamento com intervalo maior do que 2 horas. CI Contraindicado para os seguintes casos: hipercalcemia, disfunção renal grave, hipocloridria, em crianças menores de 6 anos, no primeiro trimestre de gravidez, em pessoas com doenças renais (hidróxido de magnésio em presença de insuficiência renal provoca depressão do SNC e outros sintomas de hipermagnesemia), excesso de alumínio no sangue, constipação, obstrução gastrointestinal, hiperparatireoidismo, pacientes com colite, diverticulite, pacientes submetidos à colostomia ou ileostomi. Categoria de risco C na gravidez. RA Antiácidos contendo magnésio podem ter um efeito laxativo podendo causar diarreia, já antiácidos contendo alumínio podem causar constipação podendo levar a obstrução intestinal. A mistura magnésio/alumínio contida nos antiácidos é utilizada para evitar a alteração na função intestinal. IM Diminui os efeitos dos fármacos: tetraciclinas, fenitoínas, fluconazol, itraconazol, isoconazol, etambutol, suplementos de ferro, cefazolina, cefadroxil, gabapentina, digoxina, erlotinibe, atazanavir, amprenavir, levotiroxina, amlodipina, nifedipina e verapamil. PF: prescrição farmacêutica; PO: posologia e modo de usar; OF: orientações farmacêuticas; CI: contraindicações e/ou precauções; RA: reações adversas ao medicamento; IM: interações medicamentosas. Fonte: elaborado a partir da bibliografia refenciada Referências AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIASANITÁRIA. Bulário de medicamentos. Disponível em: http://www.anvisa.gov.br. Acesso em: 14 out. 2019. BRUNTON, L. L. et al. Goodman e Gilman: As Bases Farmacológicas da Terapêutica. 13 ed. Rio de Janeiro: McGraw-Hill, 2018. 1.760 p. CHEHTER, E. Z. Doença do refluxo gastroesofágico: uma afecção crônica. Arquivos Médicos do ABC, v. 29, p. 12-18, 2004. Disponível em: https://www.portalnepas.org.br/amabc/article/view/313/294. Acesso em: 11 out. 2019. FERREIRA, I. K.; BELLO, S. R. B.; GOMES, K. S. G. O tratamento da dispepsia funcional na atenção primária à saúde: uma proposta de fitoterapia. Revista de Saúde Pública do Paraná, v. 1, p. 116-122, 2018. PEDROSO, E. R. P.; OLIVEIRA, R. G. Blackbook - Clínica Médica. 2. ed. Belo Horizonte: Blackbook, 2014. ZATERKA, S.; NATAN, E. Tratado de Gastroenterologia da Graduação À Pós- graduação. Rio de Janeiro: Atheneu, 2011. CAPÍTULO 14 NÁUSEAS E VÔMITOS Carine Viana SINAIS E SINTOMAS Náusea, mal-estar generalizado, falta de vontade de comer, vontade de ficar parado. Os sintomas variam conforme a causa, em casos de infecções gastrointestinais causadas por vírus ou bactérias, e pode ocorrer dor, distensão abdominal e diarreia. O vômito é o evento pelo qual o trato gastrintestinal se livra de seu conteúdo quando é submetido à irritação ou excitação. Náusea é o termo usado para descrever a sensação de que o paciente vai vomitar, mas não são os vômitos em si. O vômito pode ser causado por abuso de álcool ou outras substâncias, infecção bacteriana ou viral, como também em casos de intoxicação alimentar. Esses sintomas podem ocorrer na labirintite, cinetose, pós-tratamentos radioterápicos e em pré e pós-operatórios, incluindo vômitos pós-cirurgias do trato gastrintestinal. O vômito pode ser causado por diversas situações, entre elas fatores psicológicos, como cenas desagradáveis, odores incômodos e outros fatores visuais. Durante o primeiro trimestre da gravidez, a sensibilidade a certos cheiros pode estar exacerbada. Ansiedade, depressão, anorexia e bulimia também estão associadas a náuseas e vômitos. AVALIAÇÃO FARMACÊUTICA O farmacêutico no exame físico e anamnese deverá considerar: Em que situações ocorreram os sintomas? Estão associados ao consumo de algum alimento específico? Utiliza algum medicamento contínuo? Os sintomas são persistentes ou raros? Você faz uso de muitos medicamentos? Ingere álcool com frequência? Está fazendo algum tratamento no momento? Há suspeita de gravidez? Quais outros sintomas existem, além da náusea e do vômito? ENCAMINHAMENTO MÉDICO Crianças devem ser encaminhadas no caso de: vômitos por mais de 24 horas, apresenta diarreia junto, há sintomas de desidratação, não urinou há mais de seis horas ou se apresenta febre superior a 38 ºC. Os adultos devem ser encaminhados para assistência médica de emergência se apresentarem algum dos seguintes sintomas: dor de cabeça severa, torcicolo, letargia, confusão, presença de sangue no vômito, pulso rápido, febre de mais de 38°C, vômito acompanhado de diarreia e dor abdominal grave. O controle dos vômitos associados com gravidez e labirintite deve ser realizado pelo médico. Em náuseas e vômitos sem causa aparente, deve ser descartada a possibilidade de infarto agudo do miocárdio. Náuseas e vômitos são efeitos colaterais frequentes após a administração dos quimioterápicos antineoplásicos. Esses sintomas podem afetar o estado emocional do paciente, interferir na alimentação e causar recusa à continuidade do tratamento pelo desconforto gerado. O tratamento médico envolve agentes antieméticos como ondansetrona, prometazina, dimenidrinato e droperidol. TRATAMENTO A maioria dos casos de vômitos desaparece ao fim de 6 a 24 horas depois do primeiro ataque. Entretanto o vômito severo pode conduzir à desidratação e à diminuição de eletrólitos. Se os episódios durarem mais de 24 horas, deve ser recomendada uma solução de reidratação oral, para prevenir e tratar a desidratação. Manter-se hidratado é essencial para uma recuperação mais rápida e para impedir o desequilíbrio dos fluidos corpóreos. A ingestão de água gelada ou de gelo esmagado pode ajudar a diminuir a náusea. Recomenda-se evitar alimentos sólidos até que os vômitos passem. Os medicamentos são usados para reduzir o incômodo associado à náusea, assim como para impedir os ataques de vômitos. Os antieméticos ajudam a aliviar a náusea. Muitos desses agentes aceleram o esvaziamento do intestino, aliviando a náusea e a plenitude incômoda do estômago. Os fármacos mais utilizados devem ser dispensados apenas com prescrição médica, tais como: dimenidrinato, bromoprida, metoclopramida, domperidona e ondansetrona. Dependendo do quadro apresentado pelo paciente, o médico pode utilizar outras classes farmacológicas para o tratamento de náuseas, como os antidepressivos. O Quadro 14.1 apresenta uma formulação farmacêutica isenta de prescrição para tratamento de náuseas e vômitos, contendo maleato de mepiramina. Quadro 14.1 - Medicamento isento de prescrição disponível para tratamento de náuseas e vômitos MEDICAMENTOS ISENTOS DE PRESCRIÇÃO MÉDICA Maleato de Mepiramina + Hidróxido de Alumínio + AAS + Cafeína PF Maleato de mepiramina 15 mg + hidróxido de alumínio 150 mg + ácido acetilsalicílico 150 mg + cafeína 50 mg (Engov®). IND O maleato de mepiramina apresenta atividade anti-histamínica e antiemética. O hidróxido de alumínio confere ação antiácida e tem a finalidade de neutralizar o excesso de ácido produzido pelo estômago. O ácido acetilsalicílico é um analgésico. A cafeína é estimulante suave do SNC que associado a analgésicos auxilia no alívio da dor. PO Tomar de 1 a 4 comprimidos por dia, no máximo 4 comprimidos. OF Esse medicamento pode causar doping. CI A amamentação deve ser evitada durante e após 48h após o uso devido à possibilidade de excreção pelo leite materno. Esse medicamento é contraindicado para menores de 12 anos. Esse medicamento é contraindicado nos 3 primeiros meses de gravidez. Categoria de risco C na gravidez. RA A cafeína pode causar insônia, agitação, taquicardia, zumbidos, delírios, tremor e tensão muscular. Altas doses de hidróxido de alumínio podem causar constipação intestinal, principalmente em pacientes com problemas renais agudos. O uso prolongado em altas doses de ácido acetilsalicílico tem sido associado com necrose papilar renal. IM A administração de hidróxido de alumínio interfere ou reduz a absorção de algumas drogas, como agentes colinérgicos (pilocarpina, moscariam), barbituratos (flurazepam, nitrazepam etc.), digoxina, quinina, quinidina, varfarina, tetraciclinas, mianserina, maprotilina, mirtazapina e vitaminas. A atividade dos anticoagulantes orais (varfarina, fenprocumona e fenindiona), como dos cumarínicos, e a atividade hipoglicemiante das sulfonilureias podem ser aumentadas. Os anticoagulantes podem acentuar o efeito hemorrágico eventualmente causado pelo ácido acetilsalicílico sobre a mucosa gástrica. O ácido acetilsalicílico diminui o efeito dos agentes uricosúricos como a probenicida e a sulfinpirazona. PF: prescrição farmacêutica; IND: indicação; PO: posologia e modo de usar; OF: orientações farmacêuticas; CI: contraindicações e/ou precauções; RA: reações adversas ao medicamento; IM: interações medicamentosas. Fonte: elaborado a partir da bibliografia refenciada Referências AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Bulário de medicamentos. Disponível em: http://www.anvisa.gov.br. Acesso em: 14 out. 2019. BECKER, J.; NARDIN, J. M. Utilização de antieméticos no tratamento antineoplásico de pacientes oncológicos. Revista Brasileira de Farmácia Hospitalar e Serviços de Saúde, v. 2, p. 18-22, 2011. GONDIM, C. R. N. et al. Prevenção e tratamento de náuseas e vômitos no período pós- operatório. Revista Brasileira de Terapia Intensiva, v. 21, p. 89-95, 2009. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/S0103-507X2009000100013. Acesso em: 29 maio 2019. PEDROSO, E. R. P.; OLIVEIRA, R. G. Blackbook de Clínica Médica. 2. ed. Belo Horizonte: Blackbook, 2014. CAPÍTULO 15 CÓLICAS Carine Viana SINAISE SINTOMAS Dor em cólica no baixo ventre, de intensidade variável, que se irradia para as costas e membros inferiores. É uma dor aguda e intermitente, às vezes incapacitante, com curtos períodos de acalmia. Em grau acentuado, pode estar associada a outros sintomas como cefaleia, náuseas, vômitos, sudorese, diarreia, inchaço nas mamas, dor em membros inferiores, vertigem e até desmaio. Cólica menstrual, também chamada menalgia, algomenorreia ou dismenorreia, é uma queixa ginecológica comum, consistindo em dor pélvica do tipo cólica antes ou durante a menstruação. A dor é gerada pelas contrações uterinas que decorrem da produção excessiva de prostaglandina endometrial. A dismenorreia atinge de 60% a 80% das mulheres, sendo que entre 8% e 18% destas sofrem desconforto tão intenso a ponto de interferir no desempenho das atividades cotidianas. As cólicas iniciam geralmente umas horas antes ou no início do fluxo menstrual, é mais intensa nos primeiros dois ou três dias do fluxo. O processo de espera da dor pode ocasionar alterações psicológicas na mulher. A classificação da dismemorreia compreende dismenorreia primária e secundária, com graus leve, moderado e acentuado. Dismenorreia primária: refere-se à dor tipo cólica recorrente no abdômen inferior durante o período menstrual, quando a anatomia pélvica é normal. Dismenorreia secundária: decorre de outras condições clínicas, por exemplo a endometriose (a principal causa), a adenomiose, os miomas uterinos e a doença inflamatória pélvica. No grau leve a dor não compromete as atividades habituais, mas no grau moderado a dor afeta as atividades e pode durar todo o ciclo menstrual. No grau acentuado possui sintomas associados e a dor compromete as atividades corriqueiras. A queixa de dismemorreia primária pode ser considerada como problema de saúde autolimitado, mas o manejo farmacêutico requer cautela. Em casos suspeitos de dismemorreia secundária, o encaminhamento médico deve ser realizado. Os primeiros sangramentos menstruais habitualmente se manifestam sem cólicas. A dismenorreia primária inicia na adolescência com os ciclos ovulatórios, cerca de 6 a 12 meses após a menarca, depois de constância de ciclos ovulatórios. A prevalência da dismenorreia diminui com o avanço da idade, com a gravidez e com o uso de contraceptivos orais. A ocorrência e gravidade das dores menstruais podem estar relacionadas a fatores como a dieta alimentar, a prática desportiva, o peso, a idade, as características do ciclo menstrual, o tabagismo, o consumo de álcool, o estresse e a ansiedade. AVALIAÇÃO FARMACÊUTICA Na demanda espontânea do sintoma cólica, o farmacêutico deve identificar as possibilidades de condutas, avaliando situações especiais e precauções. Assim, o farmacêutico na avaliação deverá identificar as necessidades e problemas de saúde do paciente. De uma forma geral, na ficha de avaliação inicial o farmacêutico deve considerar e indagar ao paciente: Idade, sexo e peso. Nível socioeconômico e escolaridade. Sinais vitais. Alergias a medicamentos. Comorbidades médicas presentes. Função renal e hepática. Estado mental. A queixa de dor fora do período menstrual pode indicar dismenorreia secundária. A presença de qualquer sinal de alerta de gravidade indica a necessidade de encaminhamento médico imediato. Sinais de alerta de gravidade: Febre Sinais vitais alterados Vômitos Cianose Icterícia Gravidez Incapacidade de ingestão Parada na eliminação de fezes Ingestão de substância cáustica ou desconhecida Procedimento cirúrgico recente Perda de sangue por via digestiva Confusão mental Perda de consciência A faixa etária da paciente é critério importante. Meninas na pré-menarca devem ser encaminhadas ao médico para avaliação quanto a malformações genitais e outras condições não ginecológicas para a dor. Após a menarca, a possibilidade de condições e complicações associadas à gravidez deve ser considerada. Mulheres com atividade sexual têm maior risco de infecções genitais e doenças sexualmente transmissíveis. A dismenorreia secundária tem um início mais tardio, geralmente após a terceira década de vida, e pressupõe a existência de patologia pélvica. A dor persiste durante todos os dias do fluxo menstrual, e podem estar presentes outros sintomas ginecológicos, tais como dor durante a relação sexual ou menorragias. Pacientes idosas apresentam maior possibilidade de comorbidades associadas que podem proporcionar evoluções clínicas inesperadas. ENCAMINHAMENTO MÉDICO Pacientes com sinais de alerta de gravidade na avaliação de pacientes com cólicas. Mulheres grávidas ou no puerpério com cólicas. Paciente que apresentar dor, recorrente ou não, que não é aliviada com AINEs. Quando existir suspeita de dismenorreia secundária. Dor abdominal severa e de causa desconhecida que persiste ou esteja associada a sintomas como febre, náusea, vômito, alteração da motilidade intestinal, aumento da sensibilidade abdominal, queda da pressão arterial, desmaio ou presença de sangue nas fezes. Cólicas com sangramento uterino anormal, sangramentos excessivos ou sangramentos no período intermenstrual. Sempre que houver dúvida na identificação da necessidade de saúde do paciente. Dor abdominal aguda no quadrante superior direito do abdome, ou epigástrica, que piora depois de refeições pode ser colelitíase, úlcera péptica ou pancreatite. Dor periumbilical que irradia para o quadrante inferior direito pode ser apendicite. Dor abdominal associada à dor ao urinar, urgência miccional e/ou presença de sangue na urina. Orientar a paciente que em caso de agravamento da dor nas próximas 12 a 24 horas indica a necessidade de avaliação médica. TRATAMENTO A paciente faz a opção pelo autocuidado para o alívio da dor aguda. Entretanto a abordagem terapêutica adequada deve considerar o manejo durante a crise e nos intervalos das crises. Além do uso racional dos medicamentos, o farmacêutico tem o papel de orientar o paciente a buscar uma avaliação médica para instituir uma terapia fora da crise, visando à cura do seu problema de saúde. O manejo da crise de dismenorreia é paliativo e emergencial, podendo ser recomendado desde repouso, aplicação de calor local, analgesia, antiespasmódicos, até ansiolíticos em dismenorreia de grau acentuado. As classes de medicamentos para o alívio dessa condição clínica, cuja venda é isenta de prescrição médica, são anti-inflamatórios, antiespasmódicos e analgésicos. Os antiespasmódicos foram os primeiros usados no tratamento da dismenorreia. Esses fármacos atuam nos plexos parassimpáticos, exercendo atividade na musculatura lisa do trato gastrointestinal, geniturinário e vias biliares. Atualmente, os anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) são a primeira linha de escolha no manejo da dismenorreia. Os AINEs, ao inibirem a síntese de prostaglandinas, são altamente efetivos no alívio da dismenorreia, com uma eficácia que atinge os 95%. Geralmente são utilizados de três a cinco dias de tratamento, iniciando um a dois dias antes do início do fluxo menstrual. O paracetamol pode ser eficaz na dor moderada ou em situações de contraindicação aos AINEs. O Quadro 15.1 mostra os principais medicamentos isentos de prescrição para o alívio de cólicas. Suplementos alimentares contendo vitaminas B6, B1, E, magnésio, ácidos graxos e ômega 3 têm sido utilizados como métodos complementares ao tratamento da dismenorreia. Os contraceptivos de uso oral e injetáveis também são prescritos para diminuir a dismenorreia, pois proporcionam melhora do quadro clínico em 65% das pacientes. Os contraceptivos atuam pela inibição da ovulação, redução da espessura endometrial, redução dos níveis de prostaglandinas durante a menstruação e redução do fluxo menstrual. Se houver o desejo de contracepção pela paciente, esta passa a ser a melhor opção terapêutica. Neste caso, o farmacêutico deve realizar encaminhamento ao ginecologista para avaliação médica da paciente. ORIENTAÇÕES FARMACÊUTICAS Práticas alternativas como acupuntura, repouso, massagens ao nível da coluna lombossacral, bem como a aplicaçãode frio e pressão no abdome também são muito utilizadas. As técnicas de terapia manual, área consolidada da fisioterapia, destacam-se dentre as práticas não farmacológicas e são habitualmente aplicadas. O método pilates também é uma opção terapêutica porque trabalha a musculatura pélvica que é a mais acometida nessa síndrome. Além de trabalhar força, flexibilidade, postura e percepção corporal que também estão alteradas pela dismenorreia. A crioterapia também pode ajudar a diminuir o espasmo muscular e abolir a dor de maneira prática e econômica. O ideal é a aplicação de frio com bolsas contendo gel térmico, na região do baixo ventre, durante 20 minutos por dia. O tratamento deve começar um a dois dias antes do período menstrual e seguir durante o período menstrual. A aplicação de frio se mostra mais eficaz na redução da dor do que a aplicação de calor. A dismenorreia é mais comum e grave em fumantes, mas não está comprovado que parar de fumar melhore os sintomas. O mecanismo parece estar relacionado com o efeito vasoconstritor da nicotina, com redução do fluxo sanguíneo endometrial e isquemia. A obesidade está associada a aumento da prevalência e severidade da dismenorreia, mas não é comprovado que a redução de peso melhore os sintomas. Inclusive a preocupação excessiva em perder peso é ser descrita como um dos fatores de risco. Alguns autores reportam benefício terapêutico com a modificação do estilo de vida com adoção de dieta equilibrada e o controle de fatores promotores de estresse. A prática regular de atividade física também é uma opção de tratamento não medicamentoso eficaz na redução da dor decorrente de dismenorreia. Quadro 15.1 - Principais medicamentos isentos de prescrição para o alívio de cólicas MEDICAMENTOS ISENTOS DE PRESCRIÇÃO MÉDICA Butilbrometo de Escopolamina PF Drágeas 10 mg (Buscopan®).Solução oral gotas de 10 mg/mL (Buscopan®, Genéricos). PO Drágeas: a dose recomendada para adultos e crianças acima de 6 anos é de 1 a 2 drágeas (10-20 mg), 3 a 5 vezes ao dia. Solução oral gotas: adultos e crianças acima de 6 anos, tomar 20 a 40 gotas (10-20 mg), 3 a 5 vezes ao dia. Crianças entre 1 e 6 anos, tomar 10 a 20 gotas (5-10 mg), 3 vezes ao dia. OF Esse medicamento não deve ser administrado de forma contínua ou por períodos prolongados sem que acausa da dor abdominal seja investigada. CI Miastenia grave, megacólon, diarreia aguda ou persistente da criança, estenose mecânica no trato gastrointestinal, íleo paralítico ou obstrutivo. Esse medicamento é contraindicado para idosos sensíveis aos efeitos secundários dos antimuscarínicos, como secura da boca e retenção urinária. Categoria B de risco na gravidez. RA Muitos dos efeitos indesejáveis podem ser atribuídos às propriedades anticolinérgicas. Pode ocorrer hipersensibilidade, reações anafiláticas, dispneia, choque anafilático, eritema reações cutâneas, urticária, prurido, taquicardia, boca seca, disidrose. IM Intensifica a ação anticolinérgica de antidepressivos, anti-histamínicos, antipsicóticos, quinidina, amantadina e disopiramida. O uso com a metoclopramida pode diminuir a atividade de ambos os fármacos no trato gastrintestinal. Pode aumentar a ação taquicárdica dos beta-adrenérgicos. Dipirona PF Comprimidos 500 mg (Genéricos, Anador®, Doril®, Magnopyrol®, Novalgina®). Comprimidos 1000 mg (Atroveram® DIP, Lisador®Dip, Novalgina®). Comprimidos efervescente 1000 mg (Novalgina®). Solução oral gotas 500 mg/mL (Anador®, Atroveram® DIP, Dipimed®, Dorfebril®, Magnopyrol®, Genéricos). Solução oral 50 mg/mL (Novalgina®, Genéricos). PO Adultos: comprimidos de 500 a 1.000 mg por dose até 4 vezes ao dia. Gotas 20 a 40 gotas por dose até 4vezes ao dia. Crianças: 10 a 15 mg/kg/dose até 4 vezes ao dia. OF Deve ser administrado com água. CI Não deve ser usada em crianças menores de 3 meses ou pesando menos de 5 kg pelo risco de disfunção renal. Pacientes com alergia à dipirona sódica. Pacientes com desenvolvimento anterior de broncoespasmo. Em pacientes idosos e pacientes debilitados deve-se considerar a possibilidade de desenvolvimento de insuficiência hepática e renal. Categoria de risco na gravidez: D. Contraindicado na lactação, nefrites crônicas, discrasias sanguíneas e deficiência de G6PD. RA Efeitos adversos frequentes incluem náuseas, vômitos, diarreia e hipotensão transitória. De forma menos frequente pode causar reações anafiláticas, anemia aplástica, agranulocitose, pancitopenia, leucopenia e trombocitopenia. IM A dipirona pode causar redução dos níveis plasmáticos de ciclosporina. Metotrexato: aumenta a hematotoxicidade do metotrexato particularmente em pacientes idosos. Diminui efeito dos barbitúricos. Clorpromazina causa hipotermia grave. Dipirona + Butilbrometo de Escopolamina PF Drágeas contendo butilbrometo de escopolamina 10 mg + Dipirona 250 mg (Algexin composto®). Comprimidos revestidos contendo butilbrometo de escopolamina 10 mg + Dipirona 250 mg (Binospan Composto®, Buscopan composto®, Belspan®, Neocopan compost®). Solução oral gotas contendo butilbrometo de escopolamina de 6,67 mg/mL + Dipirona 333,4 mg/mL (Algexin composto®, Atrovex®, Belspan®, Buscoplex composto®, Buscoveran composto®, Neocopan compost®). MEDICAMENTOS ISENTOS DE PRESCRIÇÃO MÉDICA PO Drágeas e comprimidos revestidos: adultos tomar de 1 a 2 doses, 3 a 4 vezes ao dia. Solução oral gotas: adultos, 20 a 40 gotas, 3 a 4 vezes ao dia. Crianças acima de 6 anos 10 a 20 gotas, 3 a 4 vezes ao dia. OF Não deve ser usado por períodos prolongados. CI Hipersensibilidade prévia a pirazolonas ou pirazolidinas ou ao butilbrometo de escopolamina. Glaucoma, hipertrofia da próstata, retenção urinária, estenose mecânica do trato gastrintestinal, taquicardia, megacólon e miastenia. Comprometimento da função da medula óssea ou doenças do sistema hematopoiético. Deficiência genética de glicose-6-fosfato-desidrogenase. Totalmente contraindicado no terceiro trimestre de gravidez e na amamentação. Categoria de risco D na gravidez. RA Reações comuns: hipotensão, tontura, boca seca. Reações incomuns: agranulocitose, leucopenia e reaçõescutâneas. Reações raras: hipersensibilidade, reações anafiláticas, dispneia, choque anafilático, rash, eritema. IM Metotrexato: aumenta a toxicidade sanguínea do metotrexato particularmente em pacientes idosos. Clorpromazina: pode causar hipotermia grave. Ácido acetilsalicílico: Dipirona pode reduzir o efeito antiplaquetário do ácido acetilsalicílico. Bupropiona: A dipirona pode reduzir os níveis de bupropiona no sangue. Substâncias beta-adrenérgicos: pode aumentar a ação taquicárdica dos agentes beta-adrenérgicos. Dipirona + Cloridrato de Adifenina + Cloridrato de Prometazina PF Comprimidos contendo dipirona 500 mg + prometazina 5 mg + Adifenina 10 mg (Dorilen®, Lisador®). Solução oral gotas contendo dipirona 500 mg/1,5 mL + prometazina 5 mg/1,5 mL + Adifenina 10 mg/1,5 mL (Dorilen®). PO Adultos: 1 comprimido ou 30 a 60 gotas, em intervalos mínimos de 6 horas. Dose máxima diária recomendada: 8 comprimidos ao dia. Crianças acima de 2 anos: 8 a 16 gotas. O intervalo mínimo entre as doses deve ser de 6 horas. Dose máxima diária recomendada 70 gotas/dia. OF Tomar os comprimidos, em intervalos mínimos de 6 horas, com um pouco de água e sem mastigar. Não deve ser administrado em altas doses ou por períodos prolongados, sem acompanhamento médico. Durante o tratamento, o paciente não deve dirigir veículos ou operar máquinas, pois sua habilidade e atenção podem estar prejudicadas. A ingestão concomitante com álcool compromete as habilidades motoras. Esse medicamento não é de uso contínuo. Se após 3 dias de uso, persistirem os sintomas, deve ser procurada orientação médica. CI Solução oral contraindicada em crianças com menos de 2 anos de idade, e em comprimido é contraindicado para menores de 12 anos. Contraindicado no caso de problemas renais, hipertensão, lesões hepáticas graves, úlcera gastroduodenal, discrasias sanguíneas, púrpura trombocitopenica, doenças cardíacas e nos vasos sanguíneos. Categoria de riscoC na gravidez. RA Perda de apetite, náuseas, desconforto epigástrico, constipação ou diarreia, boca seca, tosse, retenção urinária, disúria, azia, febre, vermelhidão cutânea, glaucoma, paralisia da pupila do globo ocular, dores de cabeça, pele seca e hipotensão. Reações de sonolência, dificuldades motoras, tontura, zumbido no ouvido, cansaço, falta de coordenação, fadiga, visão borrada, visão dupla, nervosismo, insônia e tremores. Algumas vezes a urina com pH ácido pode apresentar coloração avermelhada. Este fato pode ser decorrente da presença do ácido ribossômico, metabólito presente em baixa concentração, evento sem significado clínico toxicológico. IM A dipirona pode causar redução dos níveis plasmáticos de ciclosporina; aumenta a hematotoxicidade do metotrexato, particularmente em idosos; com a clorpromazina pode causar hipotermia grave; reações hipertensivas graves com inibidores da monoaminoxidase (IMAOs). A dipirona aumenta a ação de anti- inflamatórios não hormonais (naproxeno, cetoprofeno, ibuprofeno, piroxicam, tenoxicam, meloxicam, diclofenaco, aceclofenaco, sulindac, nimesulida, fentiazac e ácido acetilsalicílico) e de anticoagulantes (varfarina e a fenindiona). Prometazina pode aumentar a ação de: fenobarbital, morfina, codeína, hidroxicodona, fentanil, tramadol, metadona, clonidina, clordiazepóxido, diazepam, clonazepam, antidepressivos tricíclicos e lítio. MEDICAMENTOS ISENTOS DE PRESCRIÇÃO MÉDICA Dipirona + Cloridrato de Isometepteno + Cafeína PF Drágeas contendo dipirona 300 mg + mucato de isometepteno 30 mg + cafeína 30 mg (Doralgina®, Neosaldina®, Neosaldor ®, Sedol®, Tensaldin ®). Comprimidos revestidos contendo dipirona 300 mg + mucato de isometepteno 30 mg + cafeína 30 mg (Neralgyn®, Sedamed®). Solução oral gotas de 300 mg/mL de dipirona + 50 mg/mL de cloridrato de isometepteno + 30 mg/mL de cafeína (Neosaldina®, Sedol®). PO Adultos e maiores de 12 anos: tomar de 1 a 2 drágeas ou comprimidos, a cada 6 horas. Gotas: crianças 9-15 kg (1-3 anos), 8 a 14 gotas. Crianças 16-21 kg (4-6 anos), 15 a 18 gotas. Crianças 22-28 kg (7-9 anos), 20 a 27 gotas. Crianças 29-40 kg (10-12 anos), 29 a 36 gotas. Crianças 40-50 kg (13-14 anos), 38 a 45 gotas. Para mais de 15 anos e adultos, 30 a 60 gotas. Não ultrapassar 4 tomadas diárias e respeitar o mínimo de 6 horas entre as doses. OF O aparecimento de uma coloração vermelha na urina significa a eliminação do ácido rubazônico, um metabólito inócuo da dipirona. Pode interferir no sono, devido à presença de cafeína. Não deve ser utilizada concomitantemente com álcool. CI A solução oral é contraindicada para menores de 1 ano de idade. Cuidado com hipertensos, devido à ação vasoconstritora do isometepteno, e é totalmente contraindicada nas crises hipertensivas. Categoria C de risco na gravidez. RA Reações comuns: hipersensibilidade na pele, nas mucosas dos olhos e das cavidades nasofaríngea. Reações raras: sob uso prolongado, pode causar trombocitopenia, pancitopenia, agranulocitose, anemia, metaemoglobinemia e aplasia medular. IM A dipirona pode causar redução dos níveis plasmáticos de ciclosporina; aumenta a hematotoxicidade do metotrexato, particularmente em idosos; com a clorpromazina pode causar hipotermia grave; reações hipertensivas graves com inibidores da monoaminoxidase (IMAOs). A cafeína pode reduzir a ação sedativa dos benzodiazepínicos. A dipirona aumenta a ação de anti-inflamatórios não hormonais (naproxeno, cetoprofeno, ibuprofeno, piroxicam, tenoxicam, meloxicam, diclofenaco, aceclofenaco, sulindac, nimesulida, fentiazac e ácido acetilsalicílico), anticoagulantes (varfarina e a fenindiona). Dipirona + Cloridrato de Papaverina + Atropa belladonna L. PF Comprimidos contendo cloridrato de papaverina 30 mg + dipirona 250 mg+ extrato fluido de Atropa belladonaLinné 0,03 mL (Atroveram composto®). PO Tomar 2 a 3 comprimidos por vez, de acordo com a necessidade. Dosagem máxima: 8 comprimidos por dia. OF Durante o tratamento, recomenda-se evitar a ingestão de bebidas alcoólicas. CI Contraindicado para pacientes portadores de glaucoma de ângulo agudo, retenção urinária, hipertrofia prostática, com asma, infecções respiratórias crônicas e distúrbios hematopoiéticos. Deve ser evitado nos primeiros três meses e nas últimas seis semanas da gestação. RA Em doses acima das recomendadas, o produto poderá ocasionar náuseas, taquicardia, tonteira e congestão facial. A papaverina frequentemente causa elevação da fosfatase alcalina no plasma, indicativo da hepatotoxicidade. A dipirona pode provocar reações de hipersensibilidade, sendo as mais graves: choques e discrasias sanguíneas. IM A dipirona aumenta a ação de anti-inflamatórios não hormonais (naproxeno, cetoprofeno, ibuprofeno, piroxicam, tenoxicam, meloxicam, diclofenaco, aceclofenaco, sulindac, nimesulida, fentiazac e ácido acetilsalicílico), anticoagulantes (varfarina e a fenindiona). A dipirona pode causar redução dos níveis plasmáticos de ciclosporina; aumenta a hematotoxicidade do metotrexato, particularmente em idosos; com a clorpromazina pode causar hipotermia grave; reações hipertensivas graves com inibidores da monoaminoxidase (IMAOs). Ibuprofeno MEDICAMENTOS ISENTOS DE PRESCRIÇÃO MÉDICA PF Comprimidos revestidos de 200 mg (Advil®) e 400 mg (Alivium®). Cápsulas gelatinosas moles 400 mg (Advil®, Alivium®, Capsfen®). Suspensão oral gotas 30 mg/mL (Alivium®). Suspensão gotas 50 mg/mL e 100 mg/mL (Alivium®, Algy-Flanderil®, Vantil®, Genérico). PO Comprimidos 200 mg: adultos e crianças acima de 12 anos, a dose recomendada é 1 ou 2 comprimidos, repetida 3 a 4 vezes ao dia, com intervalo mínimo de 4 horas. Comprimidos e cápsulas 400 mg: dose recomendada é 1 comprimido (ou cápsula) a cada 4 a 6 horas. A dose diária não deve exceder 2.400 mg/dia em doses divididas (400 mg a cada 4 horas). Suspensão oral 30 mg/mL: Adultos a dose 7 mL, repetida a cada 6 horas. Suspensão 30 mg/mL vem acompanhado de uma seringa dosadora. Suspensão Gotas 50 mg/mL: crianças com mais de 6 meses, pode variar de 1 a 2 gotas/kg de peso, em intervalos de 6 a 8 horas, não excedendo 40 gotas por dose (200 mg). Adultos: 40 gotas (200 mg) a 80 gotas (400 mg), repetida a cada 6 horas. Suspensão Gotas 100 mg/mL: para crianças com mais de 6 meses, é de 1 gota/kg de peso, em intervalos de 6 a 8 horas, não excedendo 20 gotas por dose. Pacientes pediátricos com mais de 30 kg não devem exceder a dose máxima de 20 gotas (200 mg) por dose. Adultos: a posologia pode variar de 20 gotas (200 mg) a 40 gotas (400 mg), no máximo 4 vezes por dia. OF Permitida ingestão com alimentos. O início de ação ocorre de 15 a 30 minutos após sua administração oral e permanece por 4 a 6 horas. Não exceder 4 doses ao dia. Crianças menores de 2 anos, gestantes e idosos não devem usar sem acompanhamento médico. Os comprimidos revestidos possuem uma fina camada que facilita a deglutição, e devem ser ingeridos inteiros com um pouco de líquido. CI Contraindicado a pacientes com úlcera gastroduodenal, sangramento gastrintestinal, insuficiência renal, insuficiência hepática grave e insuficiência cardíaca grave. Esse medicamento é contraindicado para menores de 6 meses. Primeiro e segundo trimestre de gravidez: Categoria de risco C. Terceiro trimestre de gravidez: Categoria de risco D. RA Os efeitos adversos incluem tontura, náuseas, epigastralgia, rash cutâneo, raramente pode ocorrer diarreia,retenção urinária, cefaleia, flatulência e anorexia. IM O uso de ibuprofeno concomitantemente com corticosteroides aumenta o risco de úlcera gástrica e com inibidores seletivos de recaptação da serotonina (ISRS) aumenta o risco de sangramento gastrintestinal. Diminui o efeito diurético de furosemida e diuréticos tiazídicos. Paracetamol + Butilbrometo de Escopolamina PF Comprimido revestido contendo paracetamol 500 mg + butilbrometo de escopolamina 10 mg (Buscoduo®,Espaslit® Duo). PO Adultos: a dose é de 1 a 2 comprimidos, 3 vezes ao dia. A dose diária não deve ultrapassar 6 comprimidos. OF Não usar por mais de 3 dias. CI Não utilizarse o paciente tiver miastenia, megacólon, insuficiência hepática, estenose mecânica no tratogastrintestinal, Íleo paralítico ou obstrutivo. Categoria de risco C na gravidez. RA Reações incomuns: sudorese anormal, prurido, reação cutânea, náusea, boca seca. Reações raras: eritema, diminuição da pressão arterial incluindo choque, taquicardia. Reações com frequência desconhecida: pancitopenia, agranulocitose, trombocitopenia, leucopenia, reação anafilática, erupção cutânea, dispneia, hipersensibilidade, edema angioneurótico, urticária, rash, exantema, broncoespasmo, aumento de transaminases e retenção urinária. IM Barbitúricos, carbamazepina, hidantoína, rifampicina, sulfimpirazona e álcool: hepatotoxicidade aumentada. Aumenta toxicidade do cloranfenicol. O efeito de alguns medicamentos pode ser intensificado, tais como: amitriptilina, imipramina, nortriptilina, mirtazapina, mianserina, antialérgicos (prometazina, dexclorfeniramina, hidroxizina), antipsicóticos (clorpromazina, flufenazina, haloperidol), quinidina, amantadina, disopiramida, metoclopramida e anticoagulantes. PF: prescrição farmacêutica; PO: posologia e modo de usar; OF: orientações farmacêuticas; CI: contraindicações e/ou precauções; RA: reações adversas ao medicamento; IM: interações medicamentosas. Fonte: elaborado a partir da bibliografia refenciada Referências AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Bulário de medicamentos. Disponível em: http://www.anvisa.gov.br. Acesso em: 14 out. 2019. ALVES, T. P. et al. Dismenorreia: diagnóstico e tratamento. Revista Científica da Faculdade de Educação e Meio Ambiente, v. 7, p. 1-12, 2016. ARAÚJO, I. M.; LEITÃO, T. C.; VENTURA, P. L. Estudo comparativo da eficiência do calor e frio no tratamento da dismenorreia primária. 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Disponível em: http://dx.doi.org/10.17267/2238-2704rpf.v7i2.1327. Acesso em: 13 out. 2019. QUINTANA, L. M. et al. Influência do nível de atividade física na dismenorreia. Revista Brasileira de Atividade Física & Saúde, v. 15, p. 101-105, 2010. Disponível em: https://doi.org/10.12820/rbafs.v.15n2p101-104. Acesso em: 13 out. 2019. RODRIGUES, A.C. et al., Dismenorreia em adolescentes e jovens adultas. Acta Médica Portuguesa, v. 24, p. 383-392, 2011. Disponível em: http://files.bvs.br/upload/S/1806- 0013/2010/v11n3/a1465.pdf. Acesso em: 18 out. 2019. CAPÍTULO 16 CONSTIPAÇÃO Carine Viana SINAIS E SINTOMAS Obstipação intestinal ou constipação intestinal é uma síndrome composta por sintomas intestinais decorrentes não somente da redução do número de evacuações (menos de três por semana), mas também pela sensação de evacuação insatisfatória e incompleta, esforço evacuatório excessivo, dificuldade na passagem das fezes pelo canal anal, presença de fezes ressecadas ou necessidade de auxílio manual para evacuação. Alguns fatores que podem causar constipação são: Baixo consumo de fibras. Baixo consumo de líquidos. Falta de exercícios físicos. Ignorar a vontade de ir ao banheiro. Estresse e ansiedade. Mudança na rotina, como viagens. Fissura anal. Obstrução intestinal. Estreitamento do cólon (estenose do intestino). Tumores na região abdominal que pressionam o cólon. Câncer de cólon ou câncer retal. A constipação pode ser associada ao uso de medicamentos como: Agentes antidiarreicos Anti-inflamatórios não esteroides Antiácidos contendo alumínio e cálcio Antidepressivos Antidepressivos tricíclicos Antiepilépticos Antiespasmódicos Anti-histamínicos Antipsicóticos Bloqueadores dos canais de cálcio Diuréticos Inibidores da monoamino-oxidase Medicamentos antiparkinsonianos Opiáceos Simpatomiméticos Suplementos de cálcio e de ferro AVALIAÇÃO FARMACÊUTICA O farmacêutico no atendimento dos pacientes com constipação deve procurar identificar sintomas de alarme e a possível causa. Atentar para os relatos de: Distensão abdominal, dor, desconforto. Natureza das fezes. Movimentos intestinais. Esforço defecatório prolongado ou excessivo. Defecação insatisfatória. Uso de laxantes, frequência e dosagem. Condições atuais e histórico médico. Estilo de vida do paciente, fibra na dieta e ingestão de líquidos. Solicitar ao paciente diário com registro dos movimentos intestinais durante uma semana. A Escala Bristol da Forma das Fezes é uma classificação visual que pode ser utilizada como ajuda para o paciente relatar a consistência das fezes. ENCAMINHAMENTO MÉDICO O encaminhamento ao médico deve ser realizado obrigatoriamente em caso de gestação, amamentação e crianças menores de 2 anos. Sintomas e situações em que o encaminhamento ao médico também deve ser realizado: Constipação de recente instalação Sangramento retal Prolapso retal Emagrecimento sem explicação Alteração no calibre das fezes Anemia ferropênica Sintomas obstrutivos Pacientes maiores de 50 anos não submetidos a triagem prévia para câncer de cólon. Na constipação crônica severa ou na presença dos sintomas de alarme, o médico vai solicitar exames auxiliares para diagnóstico, como imagenologia, endoscopia, testes funcionais e laboratoriais. TRATAMENTO O gerenciamento da constipação pode incluir mudanças na dieta, estilo de vida, medicamentos e até mesmo técnicas comportamentais. A constipação intestinal ou prisão de ventre é uma doença provocada principalmente pelo consumo insuficiente de fibras. Um adulto necessita ingerir em média 25 g de fibras e 2 litros de água ao dia. A ingesta inadequada de água e fibra, juntamente à falta de atividade física, provoca a chamada constipação funcional. A água e as fibras ajudam na formação do bolo fecal, a atividade física estimula a musculatura intestinal. Assim, entre as alternativas de tratamento não farmacológico, está aumentar a quantidade de fibras ingeridas. O processamento dos alimentos acaba retirando fibras e alguns nutrientes do alimento. Os alimentos in natura, como frutas, legumes e verduras, são ótimas fontes de fibras. Além disso, cereais integrais, como arroz integral, centeio, aveia, sementes de linhaça, farelo de aveia e trigo, também podem ser incluídos na dieta. Suplementos contendo fibras alimentares são desenvolvidos para compensar as deficiências diárias de fibra na alimentação. Exemplos: Agar-Agar, Goma guar, Plantago ovata, dextrina resistente de trigo, Psyllium e Testa triticum. Os medicamentos laxativos são úteis no início do tratamento da constipação quando existe grande volume de fezes e o paciente evacua somente uma parte desse conteúdo. Os laxantes devem ser usados até alcançar uma ou duas dejeções amolecidas. Após, o tratamento deve ser continuado com uma dieta rica em fibras. O uso crônico de laxantes é um hábito frequente que deve ser evitado e combatido com orientação adequada aos pacientes. Os laxantes podem ser classificados em: (I) Emolientes ou lubrificantes; (II) Formadores de massa e coloides hidrófilos; (III) Osmóticos ou salinos; (IV) Estimulantes ou irritantes. O Quadro 15.1 mostra o modo de ação de cada grupo com exemplos de fármacos usados na terapêutica da constipação. A terapêutica com medicamentos isentos de prescrição pode ser realizada pelo farmacêutico em casos de constipaçãode trânsito normal não complicada e sem sintomas de alarme. Em casos de constipação resistente ao tratamento, deverá ser encaminhado ao médico especialista para identificar a causa e prescrever a terapia adequada ao caso. Sequência preconizada de conduta 1. Suplementos com fibra ou outros agentes formadores de volume, juntamente ao aumento da ingestão de líquidos. 2. O próximo passo é acrescentar laxantes osmóticos como a lactulose, o polietilenoglicol ou sais de magnésio. 3. O terceiro passo inclui laxantes estimulantes como o bisacodil ou picossulfato de sódio. 4. Ajustar a medicação conforme resposta. Em idosos a prescrição farmacêutica deve ser realizada com cautela, pois nessa população os efeitos adversos de vários fármacos são exacerbados. Suplementos de fibra e os laxantes osmóticos constituem um manejo adequado para a constipação nesses pacientes. A Figura 16.1 resume o manejo farmacêutico racional de pacientes com constipação. Quadro 16.1 mostra a classificação dos laxantes, modo de ação de cada grupo e exemplos de fármacos usados na terapêutica da constipação. Quadro 16.2 apresenta os principais medicamentos isentos de prescrição para o tratamento da constipação. PRECAUÇÕES Laxativos não devem ser utilizados com outros fármacos simultaneamente, pois podem diminuir ou mesmo anular a absorção de outros medicamentos. A recomendação geral é que qualquer medicamento de uso oral deve ser administrado no mínimo duas horas após o uso do laxante. O uso frequente ou prolongado de laxativos pode levar à dependência dessa medicação e à perda da função intestinal normal, assim como à diarreia. Nos três primeiros meses da gestação e na lactação, evitar qualquer substância sem prescrição médica. Na gravidez não devem ser prescritos laxantes estimulantes. Em gestantes são usadas doses moderadas de laxativos pouco absorvíveis, caso a dieta e os hábitos diários não sejam o suficiente. A terapêutica de constipação intestinal em crianças deve ser prescrita pelo médico pediatra. Laxantes não são indicados em casos de dores abdominais, estomacais, náuseas ou vômitos. Figura 16.1 - Manejo farmacêutico de pacientes com constipação Fonte: autora Quadro 16.1 - Classificação dos laxantes, modo de ação de cada grupo e exemplos de fármacos usados na terapêutica da constipação Classificação Modo de ação Exemplos Emolientes ou lubrificantes Lubrificam e amolecem as fezes, impedindo a sua dessecação. Óleo mineral e o docusato de sódio. Formadores de massa e coloides hidrófilos Agentes indigeríveis com propriedades hidrófilas que promovem amolecimento das fezes e aumentam seu volume, com consequente distensão das fibras musculares intestinais, induzindo relaxamento e aumentando a motilidade intestinal, o que resulta em efeito laxativo. Utilizados no tratamento da constipação crônica, síndrome do intestino irritável, diverticulose e constipação durante a gravidez, convalescença e senilidade. Policarbofila cálcica. Osmóticos ou salinos Atividade osmótica no lúmen intestinal atraindo água para essa região. Assim, ocorre distensão das fibras musculares intestinais que por reflexo aumenta o peristaltismo, gerando efeito laxante. Polietilenoglicol, sais de magnésio, sais de sódio, lactulose, glicerina e sorbitol. Estimulantes ou irritantes Promovem a irritação da mucosa intestinal ou inibem a absorção de água, eletrólitos e nutrientes, ou ainda, estimulam os plexos nervosos intramurais, aumentando a motilidade intestinal provocando o efeito laxante. Bisacodil, picossulfato de sódio, óleo de rícino e extratos vegetais ricos em antraquinonas. Quadro 16.2 - Principais medicamentos isentos de prescrição para o tratamento da constipação MEDICAMENTOS ISENTOS DE PRESCRIÇÃO MÉDICA Bisacodil PF Drágeas e comprimidos revestidos de 5 mg (Bisalax ®, Ducodil®, Dulcolax®, Lacto Purga®, Plesonax®). PO Via oral, 5-10 mg à noite, aumentar até 20 mg se necessário. Via retal, 10 mg pela manhã. OF Este medicamento não deve ser partido ou mastigado. CI Obstrução intestinal, condições cirúrgicas abdominais agudas, inflamação intestinal aguda, desidrataçãosevera e síndrome do intestino irritável. Categoria de risco B na gravidez. RA Cólicas abdominais, diarreia, hipocalemia, irritação e queimação retal. Pode provar hipocalcemia e acidosemetabólica. MEDICAMENTOS ISENTOS DE PRESCRIÇÃO MÉDICA IM O uso concomitante de diuréticos ou adrenocorticosteroides pode aumentar o risco de desequilíbrio eletrolítico.O desequilíbrio eletrolítico pode aumentar a sensibilidade aos glicosídeos cardíacos (digoxina). Docusato de sódio + Bisacodil F Comprimido revestido: Docusato de sódio 60 mg + Bisacodil 5mg (Humectol D®). PO Adultos: tomar 1 ou 2 comprimidos revestidos, ao deitar.Dose máxima diária recomendada: 2 comprimidos ao dia. OF Não mais do que durante alguns dias ou 1 semana, salvo prescrição médica diferente. Não pode ser mastigado. Não deve ser administrado concomitantemente com diuréticos, antiácidos ou acompanhado de leite, apenas 1 hora antes ou depois. CI Contraindicado em casos de dores abdominais, náuseas, vômitos, ou quaisquer sintomas de apendicite, abdômen agudo, impacção fecal, obstrução intestinal, perfuração intestinal, hepatite aguda. Pode passar para o leite materno. RA Cólicas abdominais, diarreia, hipocalemia, náuseas, vômitos e dispepsia. IM Pode aumentar a perda de potássio causada por outros medicamentos. O uso concomitante de diuréticos ou adrenocorticosteroides pode aumentar o risco de desequilíbrio eletrolítico. O desequilíbrio eletrolítico pode aumentar a sensibilidade aos glicosídeos cardíacos (digoxina). Fosfatos PF Enema: fosfato de sódio 6% e ácido fosfórico 16% (Fleet ® Enema, Phosfoenema®). Enema: fosfato de sódio 22% (Enemaplex® e Travad®). PO Utilizar via retal, em dose única. Aplicação: deitar, retirar a capa protetora da cânula retal e inseri-la suavemente no reto, como se a ponta fosse em direção ao umbigo. Comprimir o frasco para o líquido ser expelido. Não é preciso esvaziar completamente o frasco pois ele contém uma quantidade acima do necessário. Após a aplicação a posição deve ser mantida até sentir forte vontade de evacuar (geralmente dentro de 2 a 5 minutos). OF O paciente deve ser orientado a manter hidratação adequada e deve assegurar que o conteúdo do intestino seja evacuado após a administração deste medicamento. Seu uso repetido em intervalos curtos deve ser evitado. CI Casos de apendicite, colite ulcerativa, insuficiência hepática ou renal, insuficiência cardíaca congestiva, hipertensão arterial, obstrução intestinal. Contraindicado em menores de 12 anos de idade. Em paciente desidratado ou debilitado, o volume da solução administrada deve ser cuidadosamente determinado por tratar- se de uma solução hipertônica, seu uso pode levar ao agravamento dessa condição. Categoria de risco C na gravidez. RA Reações de hipersensibilidade (alérgicas) podem ocorrer em indivíduos suscetíveis. O uso prolongado doproduto pode ocasionar um desequilíbrio eletrolítico dos níveis de fosfato, potássio e cálcio. IM Pode ocorrer diminuição da absorção gastrintestinal de alimentos e outros medicamentos devido ao aumentoperistáltico e diarreia induzida pelo agente purgativo. Glicerol PF Supositório lactente de glicerol contendo: 0,828 g (Glicerin®); 0,831 g (Glicel®). Supositório pediátrico de glicerol contendo: 1,10 g (Glycelax®); 1,44 g (Pfizer Supositório de Glicerina®); 1,37 g (Glycelax® Pediátrico; Glicelivy® Infantil). Supositório adulto de glicerol contendo: 1,651 g (Glycelax®); 2,254 g (Glicel®); 2,28 g (Glycelax®); 2,392 g (Glicerin®); 2,68 g (Pfizer Supositório de Glicerina®). MEDICAMENTOS ISENTOS DE PRESCRIÇÃO MÉDICA PO Utilizar um supositório ao dia, umidificado com água, quando necessário. O supositório pediátrico é mais delgado e comprido, possuindo formato anatômico especial para uso infantil. O efeito desejado de evacuação das fezes retidas com a constipação intestinal é alcançado poucos minutos após a introdução do supositório no reto. Pode-se deixar o supositórioatuar por 15 a 30 minutos. Não é necessário que o produto se dissolva completamente para que produza o efeito desejado. OF O supositório pode ser umedecido com água antes da inserção, para reduzir a tendência inicial da base de retirar água das mucosas, irritando os tecidos. Orientar o paciente a interromper o tratamento e consultar um médico nos seguintes casos: aparecimento de sangue nas fezes, irritação retal, dor ou se não houver melhoras nos hábitos intestinais. O tratamento não deve exceder uma semana. CI A glicerina dever ser utilizada com precaução por pacientes com risco de hipervolemia, insuficiência cardíaca ou distúrbio renal. Pacientes com doenças graves somente deverão utilizar enema de glicerina sob rigoroso controle médico. Gravidez: categoria de risco C. RA Glicerol é praticamente atóxico e geralmente apresenta boa tolerabilidade. Raramente ocorrem reações adversas como cólicas intestinais, irritação retal, tonturas, vômitos e sede. Podem ocorrer desconforto retal, aumento do fluxo sanguíneo retal e irritação local. IM O uso crônico de laxantes hiperosmóticos pode diminuir a ação de suplementos de potássio e de diuréticospoupadores de potássio, promovendo a redução do potássio sanguíneo. Hidróxido de Magnésio PF Suspensão contendo a cada 15 mL hidróxido de magnésio 1282,50 mg (Leite de Magnésia Phillips® Original). Suspensão contendo a cada 15 mL hidróxido de magnésio 1214,25 mg (Leite de Magnésia de Phillips® Hortelã). PO Como laxante para adultos e crianças de 12 anos ou mais: 2 a 4 colheres de sopa (30 a 60 mL) ao dia. Para crianças de 6 a 11 anos: 1 a 2 colheres de sopa (15 a 30 mL) 1 vez ao dia. Para crianças de 2 a 5 anos: 1 colher de chá a 1 colher de sopa (5 a 15 mL) 1 vez ao dia. OF Período máximo de uso: 3 dias consecutivos. O hidróxido de magnésio pode interferir localmente na absorção de outros medicamentos administrados por via oral devido ao aumento do pH gástrico. Isso pode ser evitado com um intervalo de 2-3 horas entre a administração de medicamentos e essa formulação. CI Contraindicado em casos de doenças gastrointestinais agudas. Em casos de danos renais, deve-se evitar o uso ou diminuir dose, pois há risco de toxicidade. Não utilizar em casos de coma hepático. Cuidado com pacientes idosos e debilitados. Pacientes menores de 2 anos. RA Hipermagnesemia que pode causar hipotensão e depressão respiratória com risco maior se houver insuficiência renal, hipofosfatemia e hipocalcemia secundárias. Em caso de dor abdominal persistente, fazer encaminhamento médico. IM O hidróxido de magnésio pode aumentar a absorção de ibuprofeno e diminuir a absorção de penicilamina, bifosfonatos, cetoconazol e tetraciclina. Lactulose PF Xarope contendo lactulose 667 mg/mL (Duphalac®, Farlac®, Lactulona®). Sachê de 15 mL contendo lactulose 667 mg/mL (Duphalac®). PO Crianças de 1 a 5 anos: 5 a 10 mL/dia. Crianças de 6 a 12 anos: 10 a 15 mL/dia. Acima de 12 anos e adultos: 15 a 30 mL/dia. A posologia pode ser ajustada para que se obtenham duas ou três evacuações diariamente. OF A administração pode ser em uma única tomada pela manhã ou à noite, sozinha ou com alimentos. A náusea causada pode ser reduzida se administrar junto de água, suco de frutas ou com as refeições. CI Contraindicado em casos de intolerantes a lactose, galactosemia e obstrução intestinal. Categoria de risco C na gravidez. RA Náusea, vômito, flatulência, cólicas e desconforto abdominal. MEDICAMENTOS ISENTOS DE PRESCRIÇÃO MÉDICA IM Lactulose pode aumentar o efeito anticoagulante de cumarinas. Alterações de exames laboratoriais: a administração prolongada ou de doses elevadas de lactulose pode aumentar a concentração plasmática de glicose e diminuir os níveis séricos de potássio. Petrolato Líquido (Óleo Mineral) PF Óleo mineral em frasco com 120 ou 200 mL (Nujol®). PO Adultos: 1 colher das de sopa à noite e outra no dia seguinte ao despertar. Caso o paciente não obtenha êxito, deve ser orientado a aumentar a dosagem para 2 colheres à noite e 1 pela manhã. Crianças maiores de 6 anos: 1-2 mL/kg de peso à noite ou pela manhã. OF Não é absorvido via oral e não engorda. Não administrar junto a alimentos. CI Não fazer uso na presença de náuseas, vômitos, dor abdominal a esclarecer, gravidez, dificuldade de deglutição e em pacientes acamados. Não deve ser utilizado por crianças menores de 6 anos. RA Dosagem oral excessiva pode resultar em incontinência anal e prurido anal. Pneumonia lipídica pode acontecer após ingestão oral e consequente aspiração do óleo mineral. Menores de 6 anos, idosos, debilitados e indivíduos com disfagia são mais sujeitos à aspiração de gotículas de óleo. IM O uso prolongado pode reduzir a absorção das vitaminas lipossolúveis (A, D, E e K), cálcio, fosfatos e alguns medicamentos administrados por via oral, como anticoagulantes cumarínicos ou indandiônicos, anticoncepcionais e glicosídeos cardíacos. Picossulfato de Sódio PF Solução oral gotas contendo 7,5 mg/mL (Guttalax®, Diltin®, Rapilax®). PO Adultos: 10 a 20 gotas (5 a 10 mg) ao dia. Crianças acima de 10 anos de idade: 10 a 20 gotas da solução oral (5-10 mg) por dia. Crianças de 4 a 10 anos de idade: 5 a 10 gotas da solução oral (2,5-5 mg) por dia. Para crianças menores de 4 anos: 0,25 mg por quilograma de peso corpóreo por dia (1 gota da solução contém 0,5 mg de picossulfato de sódio). OF Deve ser tomado à noite, com água suficiente, para produzir evacuação na manhã seguinte. Efeito começa após 6 a 10 horas. Não deve ser tomado diariamente, de forma contínua, ou por períodos prolongados sem investigação da causa da constipação. CI Contraindicado em casos de obstrução intestinal, inflamação intestinal e pacientes com dor severa ou com quadros abdominais agudos febris (por exemplo, apendicite) potencialmente associados com episódios de náuseas e vômitos. Categoria de risco B na gravidez. RA Náusea, vômito, cólicas abdominais, diarreia e hipocalemia. IM O uso concomitante em doses excessivas com diuréticos ou adrenocorticosteroides pode aumentar o risco de perda de substâncias como sódio e potássio. A perda dessas substâncias pela evacuação excessiva pode aumentar a sensibilidade a medicamentos para o coração. Picossulfato de Sódio + Óleo Mineral + Agar-Agar PF Emulsão oral contendo por mL: picossulfato de sódio 0,334 mg + óleo mineral 282,25 mg + agar-agar 2,72 mg (Agarol®). PO Uso em adultos e crianças maiores de 12 anos: 1/2 a 2 colheres de sopa (7,5 a 30 mL) ao deitar-se. OF Não administrar junto a alimentos. MEDICAMENTOS ISENTOS DE PRESCRIÇÃO MÉDICA CI Não deve ser utilizado por crianças menores de 12 anos. Contraindicado nos casos de colopatias orgânicas complementares (enfermidades de Crohn, retocolite ulcerativa), síndrome oclusiva e suboclusiva, síndromes dolorosas e abdominais sem diagnóstico e a pacientes com quadros abdominais agudos (por ex., obstrução intestinal). Laxantes são contraindicados em casos de sintomas de apendicite, sangramento retal não diagnosticado ou no caso de não funcionamento do intestino por apenas 1 ou 2 dias. O óleo mineral não é recomendado a pacientes com dificuldade de deglutição, debilitados, disfagia, idosos ou pacientes acamados, uma vez que a aspiração de gotículas pode produzir pneumonia lipídica. Sendo administrado ao deitar, o paciente não deve estar reclinado, para evitar a aspiração de gotículas de óleo mineral. RA Pode provocar dores abdominais tipo cólica ou diarreia, especialmente em pacientes com síndrome de cólon irritável. Pneumonia lipídica pode acontecer após ingestão oral e consequente aspiração do óleo mineral. O uso prolongado pode reduzir a absorção das vitaminas lipossolúveis (A, D, E e K) cálcio e fosfatos. IM Apresenta interação com medicamentos antiarrítmicos (tipo quinina), sotalol, amiodarona, vincamina, digitálicos, fármacos hipocalemiantes (anfotericina B, corticoides e diuréticos hipocalemiantes, isolados ou associados), anticoagulantes derivados da cumarina e da indanediona, vitaminas lipossolúveis (A, D, E e K) e contraceptivos orais.