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Jú lia M un ho z [EVOLUÇÃO DO SISTEMA NERVOSO E CLASSIFICAÇÃO DA NEUROCIÊNCIA] Duas grandes correntes filosóficas se destacaram na história das ideias quanto ao modo de encarar a questão cérebro-mente ou corpo-alma: o dualismo e o monismo. Para o dualismo, existem duas entidades distintas: a mente e o cérebro (o espírito e a matéria). Para o monismo, tudo no universo é constituído de matéria e energia, sendo a mente apenas uma propriedade do cérebro. Classificação da Neurociência em 5 tipos: a) Neurociência Molecular: estuda as diversas moléculas de importância funcional no SN (neuroquímica ou neurobiologia celular). Nota: moléculas mais internas do SN - dentro da célula - íons, neurotransmissores, sódio, cálcio, gaba. b) Neurociência Celular: aborda as células que formam o SN, estrutura e função delas (neurocitologia ou neurobiologia celular) Nota: células neurais ou não neurais (glia) - partes delas ou suas funções c) Neurociência Sistêmica: considera agrupamentos de células nervosas de diversas regiões do SN que constituem sistemas funcionais: visual, motor, etc. (neurohistologia ou neuroanatomia e neurofisiologia) Nota: conjunto de neurônios agrupados para desempenhar função - estrutura anatômica com uma função semelhante. d) Neurociência Comportamental: privilegia o estudo das estruturas neurais que produzem comportamentos e outros fenômenos psicológicos como o sono, emoções, etc. (psicofisiologia ou psicobiologia). Nota: duas ou mais estruturas que geram um comportamento. e) Neurociência Cognitiva: trata das capacidades mentais mais complexas como a linguagem, memória, etc. (neuropsicologia). - Daremos mais atenção à neurociência comportamental agora. Bases Biológicas do Comportamento Antigamente consideramos o coração como o lugar do pensamento e das emoções, porque ele era necessário para vida e porque as emoções o faziam bater mais forte. Contudo, até mesmo antes de Cristo, com Hipócrates (460 – 370 a.C), esse lugar foi atribuído ao cérebro. A Psicofisiologia surgiu com René Descartes que acreditava que o mundo era uma entidade puramente mecânica e que tínhamos o comportamento controlado por estímulos ambientais. Assim, alguns movimentos eram automáticos e involuntário e Descartes os chamou de reflexos. 1 Jú lia M un ho z [REFLEXO E ARCO REFLEXO] REFLEXO Resposta motora estereotipada para uma informação que não atingiu ainda os níveis superiores (cérebro e cerebelo) de decisão do SNC. ARCO REFLEXO É o componente anatômico do reflexo, que pode ser intra-segmentar (simples) ou intersegmentar (polissináptico ou complexo). Tem como estrutura: a) receptor: reage ao estímulo b) neurônio aferente (sensitivo); c) neurônio eferente (motor); d) interneurônio ou neurônio de associação. Reflexo Simples ou Intra-Segmentar ou Segmentar ou Monossináptico Um reflexo segmentar é aquele em que o arco reflexo passa através apenas de um pequeno segmento do SNC, participando deste circuito: - o receptor; - o neurônio aferente; - neurônio eferente; - músculo operador. São exemplos de reflexos segmentares: o piscar, o reflexo miotático, o reflexo de preensão. Reflexo Complexo ou Intersegmentar ou Polissináptico Um reflexo intersegmentar é aquele em que são utilizados múltiplos segmentos do SNC (sensitivo, motor e de associação), participando do circuito: - o receptor; - o neurônio aferente; - interneurônio ou neurônio de associação (localizado na medula ou no tronco encefálico) - o neurônio eferente; - músculo operador. No caso dos reflexos complexos temos diversos músculos respondendo a um estímulo. Exemplos: Reflexo de retirada; ajuste postural; ato de coçar; deglutição; ato de vomitar; reflexo de proteção (ex. alguém jogar um objeto e eu desviar); reflexo de moro (bebê estica os braços), reflexo de landau. 2 Jú lia M un ho z REFLEXO MIOTÁTICO (estiramento ou patelar) - (simples) Reflexo da importância postural. Exemplo: Quando uma pessoa pula, há a necessidade de manter-se em pé quando chegar ao chão, para isso quando os pés tocam o solo, os músculos extensores da perna são estirados e contraem-se vigorosamente, para que as articulações não se dobrem e o corpo colapse no chão. Assim, o reflexo miotático é a contração do músculo em resposta ao seu estiramento. O circuito básico do reflexo miotático é simples (monossináptico ou intra-segmentar) ou seja, o contato direto com o neurônio aferente (sensitivo) e o neurônio eferente (motor). 1) Uma pancada no joelho estimula os receptores sensitivos, criando um sinal nervoso. 2) O sinal viaja ao longo de um nervo até a medula espinhal. 3) Na medula espinhal, o sinal é transmitido de um nervo sensitivo até um nervo motor. 4) O nervo motor envia, de novo, o sinal a um músculo na coxa. 5) O músculo contrai-se, fazendo com que a parte inferior da perna salte. O reflexo todo ocorre sem envolver o cérebro. A resposta do motoneurônio alfa inclui o músculo agonista (quadríceps) e o antagonista (bíceps femoral), formando o princípio da inervação recíproca. 3 Jú lia M un ho z REFLEXO DE PREENSÃO (simples) Se você acariciar a palma da mão de um recém-nascido, ele automaticamente fecha a mão e aperta os seus dedos com firmeza. O circuito básico desse reflexo é simples (monossináptico ou intra-segmentar) ou seja, há a participação de um receptor de energia mecânica (o toque), um neurônio aferente (sensitivo) e um neurônio eferente (motor). REFLEXO DE RETIRADA (intersegmentar) Também chamado de protetor ou suavizador de movimentos, é um reflexo de proteção sensorial, no qual o corpo reage quando um estímulo nocivo atinge uma das extremidades (exemplo: pisar em algum prego, tocar o fogo). Nesse caso, o arco reflexo é composto (polissináptico ou intersegmentar) , pois há a participação do neurônio sensitivo, do neurônio associativo, localizado inteiramente na medula espinhal, e do neurônio motor. O impulso percorre três neurônios. O estímulo é percebido pelo neurônio sensorial, cujo corpo celular se encontra no gânglio sensorial localizado ao lado da coluna vertebral. Do neurônio sensorial, por meio de uma sinapse, o impulso é transmitido para o neurônio de associação (interneurônio), localizado integralmente na medula espinhal. Na mesma região sináptica, o impulso nervoso atinge a terminação de um outro neurônio, que transfere a informação para o encéfalo. Do neurônio de associação, o impulso nervoso chega ao neurônio motor, que o transmite até os músculos que irão executar o movimento. Antes que o cérebro analise a situação, a mão é retirada – é o ato reflexo de retirada. Os circuitos envolvidos nos reflexos de retirada são multi sinápticos. Sabe-se que os nociceptores transportam via fibras aferentes informação ao SNC, elas dividem-se (onde parte da informação segue até o tálamo e a outra parte segue via interneurônio, chegando ao motoneurônio, com a finalidade de contração do agonista). 4 https://www.coladaweb.com/biologia/corpo-humano/medula-espinhal https://www.coladaweb.com/biologia/corpo-humano/encefalo Jú lia M un ho z REFLEXO POSTURAL DE LANDAU (intersegmentar) É desencadeado quando o bebê é suspenso na posição prona. Observa-se elevação da cabeça acima do tronco. Em seguida o tronco é retificado e as pernas estendidas. Quando o examinador flete a cabeça, as pernas se fletem. É um reflexo postural fundamental para sentar e andar. Está presente a partir de 4 ou 5 meses de idade. Para se verificar o reflexo de Landau, coloca-se o bebê em posição ventral (de barriga para baixo) sobre o nosso braço, formando um ângulo reto com nosso antebraço. Nessa posição, o bebê deveria endireitar o tronco e levantar as extremidades e a cabeça. REFLEXO DE COÇAR (intersegmentar) Receptores presentes na pele são ativados por algum tipo de estímulo mecânico e os impulsos gerados são conduzidos por neurônios aferentes e transmitidos a neurônios de associação intersegmentares e, à distância, estimulam neurônios motores da pata posterior do cão a fim de executar a ação de coçar. REFLEXO DE ORIENTAÇÃO O reflexo de orientaçãoutiliza um arco reflexo intrassegmentar ou intersegmentar para que possa ocorrer? Intrassegmentar quando ocorre apenas o movimento dos olhos, pois o neurônio de associação não foi utilizado. Intersegmentar caso o estímulo seja muito intenso e a pessoa proteja os olhos com as mãos, nesse caso a resposta ocorre em local diferente de onde o estímulo foi provocado sendo utilizado, assim, o neurônio de associação. 5 Jú lia M un ho z [O SISTEMA NERVOSO] Nos humanos e outros vertebrados o sistema nervoso pode ser dividido em duas seções: sistema nervoso central e sistema nervoso periférico. ● O sistema nervoso central (SNC) é formado pelo encéfalo e a medula espinhal. É no SNC que toda análise de informações ocorre. ● O sistema nervoso periférico (SNP), que consiste nos neurônios e partes dos neurônios encontrados fora do SNC, inclui neurônios sensoriais e neurônios motores. Os neurônios sensoriais trazem sinais para o SNC e os neurônios motores levam os sinais do SNC. Os corpos celulares de alguns neurônios do SNP, tais como os neurônios motores que controlam os músculos esqueléticos (tipo de músculo encontrado em seu braço ou perna), estão localizados no SNC. Os neurônios motores têm longas extensões (axônios) que se estendem do SNC até os músculos com os quais se conectam (inervam). Os corpos celulares de outros neurônios do SNP, tais como os neurônios sensoriais que fornecem informação sobre o tato, posição, dor e temperatura, estão localizados fora do SNC, e são encontrados em aglomerados conhecidos como gânglios. 6 Jú lia M un ho z CLASSE DOS NEURÔNIOS Baseado em suas funções, os neurônios encontrados no sistema nervoso humano podem ser divididos em três classes: neurônios sensoriais, neurônios motores e interneurônios. 1.Neurônios sensoriais: captam a informação sobre o que está acontecendo dentro e fora do corpo e levam essa informação para o SNC para que seja processada. Por exemplo, se você pegar um carvão quente, os neurônios sensoriais com terminações nas pontas dos dedos irão transmitir a informação de que está muito quente para o seu SNC. Os neurônios que recebem o estímulo e conduzem aos gânglios são chamados de aferentes/sensitivos. 2. Neurônios motores: recebem informação de outros neurônios para transmitir comandos aos músculos, órgãos e glândulas. Por exemplo, se você pegar um carvão quente, seus neurônios motores que inervam os músculos dos seus dedos farão com que sua mão solte o carvão. Os neurônios que estão no interior do gânglio e transmitem o impulso até o músculo são chamados de motores/eferentes. 3.Interneurônios: são encontrados somente no SNC, conectam um neurônio a outro. Eles recebem informação de outros neurônios (neurônios sensoriais ou interneurônios) e transmitem esta informação para outros neurônios (neurônios motores ou interneurônios). Por exemplo, se você pegasse uma brasa, o sinal dos neurônios sensoriais nas pontas dos dedos viajaria até os interneurônios em sua medula espinhal. Alguns destes interneurônios enviariam sinais para os neurônios motores que controlam os músculos dos dedos (fazendo com que você soltasse a brasa), enquanto outros transmitiriam o sinal da medula espinhal até o cérebro, onde ele seria percebido como dor. Interneurônios são a mais numerosa classe de neurônios e estão envolvidos no processamento de informação, tanto em simples circuitos reflexos (como aqueles desencadeados por objetos quentes) quanto em circuitos cerebrais mais complexos. São combinações de interneurônios em seu cérebro que permitem a você concluir que coisas que parecem com brasas não são boas para pegar e, eles retêm essa informação para referência futura. FUNÇÕES DE UM NEURÔNIO Se você pensar sobre os papéis das três classes de neurônios, você pode fazer inferências gerais de que todos os neurônios possuem três funções básicas. São elas: 1. Receber sinais (ou informações). 2. Integrar sinais de entrada (para determinar se essa informação deve ser repassada ou não). 3. Comunicar sinais às células alvo (outros neurônios ou músculos ou glândulas). Estas funções neuronais são refletidas na anatomia do neurônio. 7 Jú lia M un ho z [ESTRUTURA DO NEURÔNIO] Os diversos tipos de neurônios do sistema nervoso possuem características comuns. Todos eles são cercados por uma membrana especializada (capaz de gerar e propagar impulsos elétricos) e compostos por: - Soma ou Corpo Celular: centro metabólico da célula. Responsável pela síntese de proteínas, processo de degradação e renovação celular e recepção de estímulos junto aos dendritos. (Nota: substância cinza) - Dendritos: numerosos prolongamentos que se ramificam a partir do soma, como galhos de árvores, e cuja principal função é receber os sinais de outras células neurais. - Axônio: prolongamento tubular único que surge no cone axônico e conduz impulsos elétricos; (Nota: substância branca - mielina) - Por onde os impulsos nervosos são levados a outro neurônio ou outro tipo de célula. - Cone Axonal: junção entre soma e axônio. Gatilho do disparo elétrico - Terminações Pré-Sinápticas (botões sinápticos ou botões terminais) ─ próximo ao seu final, o axônio se divide em ramos muito finos que irão estabelecer contato com outros neurônios. O ponto de contato entre os neurônios é chamado de sinapse. A célula transmissora de um sinal é denominada como célula pré-sináptica, enquanto a célula que recebe o sinal é a célula pós-sináptica. 8 Jú lia M un ho z Resumo: Soma ou Corpo Celular - Centro metabólico da célula - Responsável pela síntese de proteínas. - Processo de degradação e renovação celular. - Recepção de estímulos junto aos dendritos. Dendritos - Prolongamentos que recebem sinais de outras células; Axônio - prolongamento tubular único que surge no cone axônico e conduz impulsos elétricos; Terminações Pré-Sinápticas - região responsável pelo estabelecimento de contato entre duas células nervosas ou entre um neurônio e um órgão efetuador: sinapses; 9 Jú lia M un ho z ANATOMOFISIOLOGIA DA FIBRA NERVOSA (link) De acordo com a sua função, as fibras nervosas podem ser revestidas por um invólucro lipoprotéico denominado bainha de mielina, sendo que aquelas que apresentam essa estrutura são as neurofibras mielinizadas, enquanto aquelas que não a possuem são chamadas de neurofibras não mielinizadas (amielínicas). Fibras mielínicas A fibra nervosa, que tem o seu início no cone axônico, é formada por duas partes: uma central, o axônio; e o envoltório isolante, chamado de bainha de mielina ou de Schwann, que é formado pela sobreposição de camadas de mielina (substância lipídica). Esta bainha é interrompida a intervalos regulares, dando origem aos nódulos de Ranvier. Assim, a bainha que possui característica lipídica, e por isso é condutora de íons, serve como um excelente isolante elétrico para o axônio, exceto nos pontos dos nódulos de Ranvier. A bainha de mielina funciona como um isolante elétrico (devido à sua composição lipídica) e acelera a propagação dos impulsos nervosos pelo neurônio, além de impedir que tais impulsos sejam dispersos entre neurofibras vizinhas. Essa rapidez da condução dos impulsos nervosos se deve, principalmente, à presença dos nódulos de Ranvier, que são pontos de separação da bainha de mielina e que permitem a condução saltatória. Condução saltatória: Numa fibra mielinizada, o impulso se propaga saltando em sequência, pelos nódulos de Ranvier (regiões não mielinizadas). Apresenta duas vantagens: ganho de velocidade e economia de energia. Processos neurais que exigem rapidez de conexão, como os ajustes posturais, o reflexo de retirada frente a um estímulo lesivo etc. são supridos por fibras mielínicas. Fibras amielínicas (condução eletrotônica) A maioria das fibras nervosas, entretanto, não possui bainha de mielina, sendo chamadas de fibras amielínicas (velocidade mais lenta na propagação de impulsos). Atendem aos processos neurais que não precisam de grande velocidade e precisão, como o controle de movimentos do tubo digestivo, sinais de tatogrosseiro de todas as partes da pele, etc. Apesar da baixa velocidade, tem como vantagem o fato de ocuparem menos espaço do que as fibras mielínicas. 10 https://pt.khanacademy.org/science/biology/human-biology/neuron-nervous-system/v/saltatory-conduction-neurons Jú lia M un ho z GLIÓCITOS - CÉLULAS DA GLIA Microglias Remoção de detritos após lesão ou morte neural Nota monitoria: remove dendritos ou neurônios mortos ou danificados. ("limpeza") Está relacionada com a proteção do sistema nervoso. São ativadas quando há lesões, infecções ou doenças degenerativas, o que a faz proliferar intensamente e realizar a fagocitose de agentes invasores como vírus. Esse grupo celular possui função atrelada à defesa imunológica do SNC Astrócitos São os mais numerosos no SN e têm como função atuarem como elementos de proteção, uma vez que formam uma barreira seletiva semipermeável entre o sistema circulatório e os neurônios do encéfalo e da medula espinhal. Outra função atribuída a eles é a de nutrição dos neurônios. Formar a barreira hematoencefálica e nutrir os neurônios. Nota monitoria: proteção, sustentação e metabolização neural. - gera uma barreira hematoencefálica que protege o SN de substâncias nocivas. Os astrócitos são as células gliais maiores e mais comuns, compõem cerca de metade do cérebro. Há vários subtipos relacionados com funções diversas, em especial o metabolismo dos neurotransmissores, sua captação e o funcionamento das sinapses. Essas células compõem a barreira hemato-encefálica que é uma proteção do sistema nervoso central a agentes tóxicos presentes no sangue. Oligodendrócitos (SNC) e Células de Schwann (SNP) Essas células exercem a importante função de isolar eletricamente os axônios, enrolando-os em espiral com a bainha de mielina. Nota monitoria: Células de Schwann - mielinização do sistema nervoso periférico. Capacidade de regenerar as mielinas do sistema nervoso periférico. As células de Schwann são responsáveis pela formação da bainha de mielina nos neurônios do sistema nervoso periférico. Elas se enrolam em volta dos axônios, isolando-os eletricamente. Os espaços entre as células formam descontinuidades na bainha de mielina formando os nódulos de Ranvier. A mielinização do axônio torna a propagação do impulso elétrico mais rápida e eficiente, o que também se deve aos saltos produzidos pela descontinuidade dos nódulos. Glia Radial Guia (direciona) o crescimento axial e a migração neural. 11 Jú lia M un ho z Microglias Remove dendritos ou neurônios mortos ou danificados. ("limpeza") Esse grupo celular possui função atrelada à defesa imunológica do SNC Astrócitos Essas células compõem a barreira hemato-encefálica que é uma proteção do sistema nervoso central a agentes tóxicos presentes no sangue. Outra função atribuída a eles é a de nutrição dos neurônios. Oligodendrócitos (SNC) e Células de Schwann (SNP) Essas células exercem a importante função de isolar eletricamente os axônios, enrolando-os em espiral com a bainha de mielina. Glia Radial Guia (direciona) o crescimento axial e a migração neural. (glia radial) 12 Jú lia M un ho z [SINAPSES] Os neurônios se comunicam uns com os outros em pontos de contato chamados sinapses. Em uma sinapse, um neurônio envia uma mensagem para um neurônio alvo - uma outra célula. - São os sítios nos quais a informação é transferida do primeiro neurônio, o neurônio pré-sináptico, para o neurônio-alvo (o neurônio pós-sináptico). Geralmente a sinapse ocorre entre o axônio de um neurônio e o dendrito do neurônio seguinte, mas também pode ocorrer do axônio diretamente para o corpo celular, ou entre do axônio do neurônio para uma célula muscular. Existem dois tipos de sinapses: química e elétrica. A maioria das sinapses são químicas; nestas sinapses a comunicação é feita usando mensageiros químicos. Outras sinapses são elétricas; nestas sinapses ocorre um fluxo direto de íons entre as células. SINAPSES ELÉTRICAS Morfologicamente, trata-se de uma aproximação entre duas células que em determinadas situações se acoplam formando poros na membrana celular. Através dos quais passam íons, conduzindo potenciais elétricos de uma célula a outra. São presentes em pequeno número no corpo de mamíferos, servem como sincronizadores celulares e são encontrados no sistema nervoso (gliócitos adultos e neurônios imaturos), no fígado e no coração. Nota da monitoria: comunicação entre neurônios; não tem um fluxo definido, depende do momento; junção comunicante - canal iônico de voltagem dependente; pouco comum nos vertebrados, ocorre principalmente nos neurônios imaturos e músculos lisos (coração e vísceras). Dependentes de voltagem (muito encontrados nos axônios) = abertos por alteração na voltagem. 13 Jú lia M un ho z Nas sinapses elétricas, as correntes iônicas passam diretamente pelas junções comunicantes até chegarem às outras células. Por terem este contato íntimo entre as células através de junções abertas, a sinapse elétrica permite o fluxo livre de íons em uma transmissão muito mais rápida do que a que ocorre na sinapse química, além de não poder ser bloqueada. SINAPSES QUÍMICAS OU ELETROQUÍMICA Em uma sinapse química, um potencial de ação faz com que o neurônio pré-sináptico libere neurotransmissores. Estas moléculas ligam-se aos receptores na célula pós-sináptica e a tornam mais ou menos propensa a desencadear um potencial de ação. Canais iônicos dependentes de ligantes (bastante encontrado nos dendritos): precisam de neurotransmissores/neuromoduladores. 14 https://www.infoescola.com/quimica/ion/ Jú lia M un ho z EXCITATÓRIAS E INIBITÓRIAS Quando um neurotransmissor se liga ao seu receptor em uma célula receptora, ele faz com que canais iônicos se abram ou se fechem. Isto pode produzir uma mudança. ● Em alguns casos, a alteração torna a célula alvo mais propensa a disparar seu próprio potencial de ação. Neste caso, a mudança no potencial de membrana é chamada de potencial excitatório pós-sináptico, ou PEPS ● Em outros casos, a mudança torna a célula alvo menos propensa a disparar um potencial de ação e é chamada de potencial inibitório pós-sináptico, ou PIPS. Sendo assim, as sinapses químicas podem ser de dois tipos: excitatórias ou inibitórias. A excitatória atua no sentido de provocar uma descarga no neurônio receptor, descarga esta que se propaga pelo axônio deste último. É conhecida pela sigla PPSE (potencial pós sináptico excitatório). - despolarização A inibitória atua no sentido de inibir a descarga e é denominada PPSI (potencial pós-sináptico inibitório) - hiperpolarização Um PEPS é despolarizante: torna o interior da célula mais positivo, trazendo o potencial de membrana mais perto de seu limite para disparar um potencial de ação. Às vezes, um único PEPS não é grande o suficiente para trazer o neurônio ao limite, mas ele pode se somar a outros PEPSs para desencadear um potencial de ação. Os PIPSs têm o efeito oposto. Ou seja, eles tendem a manter o potencial de membrana do neurônio pós-sináptico abaixo do limiar de disparo de um potencial de ação. PIPSs são importantes porque podem neutralizar, ou anular, o efeito excitatório dos PEPSs. ─ Mecanismos de transmissão sináptica: 1. PPSE (ou PEPS) ─ Potencial pós-sináptico excitatório, aquele que provoca descargas elétricas nos componentes pós-sinápticos. 2. PPSI (ou PIPS) ─ Potencial pós-sináptico inibitório, aquele que inibe a produção de descargas elétricas nesses componentes. PPSE PPSI Cafeína; Taurina, Anfetamina; Cocaína; Crack; Heroína; Antidepressivo; Psicoestimulante; Nicotina; Dopamina; Glutamato, Ritalina (Metilfenidato), Álcool; Maconha; Ansiolítico; Antipsicótico; Anticonvulsivante; GABA; Morfina; Ketamina. 15 Jú lia M un ho z ETAPAS DO PROCESSO DE TRANSMISSÃO SINÁPTICA A transmissão sináptica é um processo eletroquímico, porque possui uma etapa elétrica por meio do potencial de ação do terminal sináptico que provoca uma onda de despolarização que ocorre ao longo do axônio e químico, porque há a mudança dessessinais em neurotransmissores que são liberados da vesícula sináptica pelo influxo de Ca++ na célula. 1- Etapa pré-sináptica; a) síntese da substância transmissora (no soma ou no botão terminal); b) armazenamento (quantum) e liberação dela na fenda; O quantum, ou seja, a quantidade de neurotransmissores liberadas pela vesícula na fenda sináptica é proporcional ao potencial de ação que entra no terminal. 2- Pós-sinápticas: a) interação do transmissor com o receptor; b) remoção do transmissor da fenda sináptica. 16 Jú lia M un ho z Processo (Link): Dentro do terminal do axônio de uma célula transmissora há muitas vesículas sinápticas. Elas são esferas ligadas a membrana e repletas de moléculas de neurotransmissor. Há um pequeno espaço entre o terminal do axônio do neurônio pré-sináptico e a membrana da célula pós-sináptica, e este espaço é chamado de fenda sináptica. Quando um potencial de ação, ou impulso nervoso, chega ao terminal do axônio, ele ativa canais de cálcio voltagem-dependentes na membrana da célula. O Ca2+, que está presente em uma concentração muito maior fora do neurônio do que dentro dele, invade a célula. O Ca2+ permite que as vesículas sinápticas se fundam com a membrana do axônio terminal, liberando o neurotransmissor dentro da fenda sináptica. As moléculas de neurotransmissor se difundem através da fenda sináptica e se ligam às proteínas receptoras na célula pós-sináptica. A ativação de receptores pós-sinápticos leva à abertura ou fechamento de canais iônicos na membrana celular. Isto pode ser despolarização — tornar o interior da célula mais positivo — ou hiperpolarização — tornar o interior da célula mais negativo — dependendo dos íons envolvidos. Conceitos úteis: - Receptor − macromolécula protéica. - Sítio de ação (ou de ligação) − local ao qual o transmissor se une e que faz parte do receptor. - Canal iônico − macromolécula protéica que possui no interior dela um canal, e é ativada pelo transmissor, para permitir a entrada ou saída de íons do neurônio. 17 https://pt.khanacademy.org/science/biology/human-biology/neuron-nervous-system/a/the-synapse#:~:text=Em%20uma%20sinapse%2C%20um%20neur%C3%B4nio,de%20%C3%ADons%20entre%20as%20c%C3%A9lulas Jú lia M un ho z DIFERENÇAS ENTRE AS SINAPSES ELÉTRICAS E QUÍMICAS 1. Não existe contato físico entre as células envolvidas na sinapse química, formando a conhecida fenda sináptica, ao contrário das sinapses elétricas onde há formação das junções comunicantes (gap junctions - contato físico com formação de canais - ligação de proteínas de membrana); 2. As sinapses químicas utilizam neurotransmissores, que atravessam a fenda sináptica e chegam aos receptores de membrana da célula pós-sináptica. Nas sinapses elétricas existe a livre troca de íons e outras substâncias pelos canais formados, não havendo necessidade de uma molécula transmissora; 3. Nas sinapses químicas, a energia chega no terminal sináptico na forma de energia elétrica, é convertida em energia química quando os neurotransmissores são liberados e novamente transformada em energia elétrica quando o impulso é transmitido na célula pós-sináptica. Já na sinapse elétrica a energia não altera, vem como elétrica e continua como elétrica. 18 Jú lia M un ho z [COMUNICAÇÃO INTERNEURAL: NEUROTRANSMISSORES E NEUROMODULADORES] Um esquema geral da transmissão sináptica, dividindo o esquema em duas etapas pré-sinápticas e duas etapas pós-sinápticas, pode ser dividido assim: 1. Síntese da transmissão neurotransmissora, que pode ocorrer no soma ou nos botões terminais; 2. O armazenamento e a liberação do neurotransmissor; 3. A interação do neurotransmissor com o receptor; 4. A remoção do neurotransmissor com a fenda sináptica. Uma substância não é aceita como um neurotransmissor a não ser que cumpra os seguintes requisitos: - ser sintetizada no neurônio; - estar presente no terminal pré-sináptico e ser liberada em quantidade suficiente para exercer uma ação definida sobre o neurônio pós-sináptico ou órgão efetor; - quando administrada de maneira exógena (como uma droga), em concentrações razoáveis, imitar exatamente a ação do neurotransmissor endógeno; - existir um mecanismo específico para sua remoção do sítio de ação ou de ligação (local o qual o neurotransmissor se une). Vimos que, a neurotransmissão química consiste na liberação pelo terminal axônico, de uma molécula neurotransmissora que atravessa a fenda sináptica e se liga a um receptor - macromolécula protéica - pós-sináptico, provocando nele uma mudança conformacional. Se o receptor for ele próprio um canal iônico (macromolécula protéica que possui no interior dela o canal, e é ativada pelo neurotransmissor para permitir a entrada ou saída de íons do neurônio), os chamados receptores ionotrópicos, rapidamente se produz um potencial elétrico na membrana da célula pós-sináptica. Caso o receptor não seja ele um próprio canal iônico, receptores metabotrópicos (macromolécula protéica ligada a uma proteína localizada no interior do neurônio), a mudança conformacional dele poderá ativar moléculas intermediárias localizadas no interior da célula pós-sináptica (ex. proteína G.). Isso terminará influenciando, direta ou indiretamente, canais iônicos próximos da membrana pós-sináptica, o que poderá resultar na produção de um potencial pós-sináptico. Os efeitos são indiretos por meio da proteína intracelular G, que fosforila os neurotransmissores absorvidos formando os íons que irão seguir o potencial de ação. A ativação de receptores de neurotransmissores de segunda classe só afeta a abertura e fechamento do canal iônico indiretamente. Nesse caso, a proteína que se liga ao neurotransmissor - o receptor de neurotransmissor - não é um canal iônico. Sinalização por meio desses receptores metabotrópicos depende da ativação de diversas moléculas dentro da célula e frequentemente envolve uma via de segundos mensageiros. Por envolver mais passos, a sinalização por receptores metabotrópicos é muito mais lenta que aquela feita por canais iônicos ativados por ligantes. 19 https://pt.khanacademy.org/science/biology/cell-signaling/mechanisms-of-cell-signaling/a/intracellular-signal-transduction/ https://pt.khanacademy.org/science/biology/cell-signaling/mechanisms-of-cell-signaling/a/intracellular-signal-transduction/ Jú lia M un ho z Como os neurotransmissores apresentam dois efeito gerais sobre a membrana pós-sináptica (PPSE - despolarização - e PPSI - hiperpolarização), poderia se esperar que existissem apenas dois tipos de neurotransmissores: um excitatório e um inibitório. Contudo, mesmo para que sejam produzidos apenas esses dois efeitos, existem muitos tipos diferentes deles. No encéfalo, a maior parte da comunicação sináptica é feita por dois neurotransmissores: um com efeitos excitatórios (glutamato) e outro com efeitos inibitórios (GABA). Um outro neurotransmissor inibitório, a glicina, é encontrado na medula espinhal e no tronco cerebral. Também encontramos no sistema: acetilcolina; epinefrina; dopamina; histamina; norepinefrina; serotonina e adenosina. Hoje são conhecidas várias substâncias que atuam nas sinapses. Essas possuem muito mais efeitos modulatórios que efeitos sobre a transmissão de informações e, por isso, são chamados de neuromoduladores (substância atuante na sinapse, não somente na membrana pós-sináptica, mas também na pré-sináptica ou em vesículas, influenciando a ação do neurotransmissor sem modificá-la essencialmente, ou seja, modulando-a). Entre os neuromoduladores mais conhecidos, encontramos os peptídeos (vasopressina, ocitocina, CCK, encefalinas, etc.) e os gases (óxido nítrico e monóxido de carbono) Resumindo: A transmissão sináptica pode ocorrer de duas formas diferenciadas: 1) NEUROTRANSMISSÃO Neurotransmissor - substância química que ao interagir com seu receptor determina o aparecimento de um potencial pós-sináptico excitatório rápido (PPSE) ou inibitório (PPSI); Tem como objetivo a transmissão de informações, e pode ocorrer por meio de dois tipos diferentesde receptores: a) Ionotrópicos (afinidade por íons) − gasta aproximadamente 2 milissegundos. Ex. receptores colinérgicos nicotínicos dos músculos. b) Metabotrópicos (afinidade por reações químicas) − gasta aproximadamente 100 milissegundos. Ex. receptores da cafeína. 2) NEUROMODULAÇÃO Substância que influencia a ação do NT sem, contudo, modificá-la. Em geral, neuromoduladores aumentam ou diminuem de forma mais prolongada a excitabilidade neuronal de uma determinada região. Substância química que ao interagir com seu receptor altera a liberação de um neurotransmissor ou altera a excitabilidade pós-sináptica facilitando ou dificultando a ativação do elemento pós-sináptico pelo neurotransmissor. Também pode ocorrer através dos dois tipos de receptores acima descritos, com a diferença de suas reações podem durar aproximadamente segundos ou até mesmo alguns minutos. Toda substância exógena é neuromoduladora, mas nem todo neuromodulador é exógeno. Exógena: comer, tomar, ingerir, cheirar, injetar, fumar. 20 Jú lia M un ho z [COMUNICAÇÃO INTRANEURAL: PROPRIEDADES BIOELÉTRICAS DA MEMBRANA] Figura 1: Neurônio; Figura 2: Membrana plasmática do neurônio MEMBRANA PLASMÁTICA A membrana celular do neurônio é composta de uma dupla camada de lipídio. Não é hidrossolúvel, sendo portanto semipermeável, e forma uma barreira para os íons dissolvidos em solução aquosa. Íons biológicos são altamente hidrofílicos, assim para passarem pela camada lipídica, que é semipermeável, são necessários canais iônicos. Canais iônicos: Canais iônicos são proteínas integrais, formadoras de poros na membrana plasmática das células e são de extrema importância para as funções intra e extracelulares. Os poros ajudam no transporte rápido e seletivo dos íons, nutrientes e metabólitos pela membrana plasmática. - Eles conduzem as passagens de íons entre as camadas extra e intracelulares. 21 Jú lia M un ho z AMBIENTE LÍQUIDO - LEC E LIC Todas as células do corpo vivem imersas em um líquido que: 1) permeia todos os espaços diminutos entre as células; 2) passa para dentro e para fora dos vasos sangüíneos − através dos poros dos capilares, e; 3) é transportado pelo sangue a todas as partes do corpo. Essa massa de líquido que constantemente banha o exterior das células é chamada de líquido extracelular (LEC). Quando o LEC está no interior dos vasos sangüíneos é chamado de plasma e quando está fora é chamado de fluido intersticial. Dessa forma, é o LEC que fornece nutrientes e outras substâncias necessárias ao funcionamento normal das células, sendo ele também o responsável pela eliminação dos excretas celulares (gás carbônico; compostos nitrogenados − amônia; uréia − metabólitos das proteínas), altamente tóxicos para o organismo. O líquido no interior das células, chamado de líquido intracelular (LIC), é muito diferente do existente por fora das células. Podemos deduzir, portanto, com as informações anteriores, que todas as células do corpo que não são banhadas pelo LEC − como é o caso da camada mais externa da pele − não são compostas de células vivas, uma vez que não recebem nenhum tipo de nutriente. Para que as células do corpo continuem a viver, existe um requisito básico: a composição do LEC tem de ser controlada com muita precisão, sem que qualquer constituinte importante varie alguma vez em mais do que uns poucos por cento. Um exemplo é o cálcio: se o teor de cálcio no sangue humano (de cerca de 10 miligramas por cem mililitros de sangue) cair para a metade de seu valor normal, o indivíduo começará a tremer e eventualmente apresentará convulsões, que poderão ser fatais. Por outro lado, se o teor de cálcio aumentar em meia vez, ele apresentará violenta depressão e parecerá estar em coma, que também poderá ser fatal. LEC (ou o meio interno) fica completamente isolada do meio externo. 22 Jú lia M un ho z Diferenças entre o LEC e o LIC Esses dois líquidos contêm diferentes quantidades dos nutrientes usuais necessários ao metabolismo celular. Alguns dos íons são distribuídos de modo bastante diferente entre o LEC e o LIC. Chama a atenção a concentração do íon sódio (Na+) que é muito elevada no LEC. Ao contrário, a concentração do íon potássio (K+) é muito alta no LIC e muito reduzida no LEC. De modo semelhante o cálcio (Ca2+) é elevado fora e reduzido dentro;. o magnésio (Mg2+) é elevado dentro e reduzido fora; o cloreto (Cl−) é elevado fora e reduzido dentro. Maior concentração de Na+, Ca+2 e CI- no lado extracelular; Maior concentração de K+ no lado intracelular. 23 Jú lia M un ho z PROPRIEDADES BIOELÉTRICAS DA MEMBRANA A compreensão dos mecanismos de funcionamento normal e anormal, do sistema nervoso, requer o conhecimento das propriedades elétricas dos neurônios e de como os potenciais elétricos podem ser gerados ao nível da membrana celular. Potencial de Membrana Ao pegarmos dois eletrodos e os colocarmos sobre uma membrana não observamos nenhuma diferença de potencial. Mas se inserirmos um deles no LIC do neurônio, mediremos uma diferença de potencial entre o LIC e o LEC. A diferença de potencial detectada entre os eletrodos no LIC e no LEC é denominada de potencial de membrana (termo genérico que se refere ao potencial através da membrana, seja durante o repouso ou durante a ativação da fibra nervosa) e, em geral, situa-se em torno de − 70 milivolts (mV). É chamado de potencial de repouso quando não sofre qualquer variação no tempo. Para evitar a redução do potencial de repouso é que existe em praticamente todas as células do organismo a chamada “bomba de sódio-potássio”. Os gradientes de concentração de Na+ e Ka+ através da membrana da célula são mantidos pela atividade de uma proteína chamada bomba de sódio-potássio (Na+ -Ka+). Se a bomba for desligada, os gradientes de concentração se dissiparão e o potencial da membrana também. A permeabilidade seletiva da membrana a alguns íons e os gradientes de concentração formados pelo transporte ativo (bombas sódio/potássio) levam a uma diferença no potencial elétrico nos dois lados da membrana: o potencial de repouso da membrana. Isto explica a concentração de cargas elétricas positivas fora e as negativas dentro, a base para a diferença de voltagem transmembrana. A origem do potencial de membrana está na distribuição desigual de íons entre o LIC e o LEC. Na célula em repouso existe um excesso de cargas positivas na superfície externa e um excesso de cargas negativas no interior da membrana, que funciona como uma barreira semipermeável à difusão dos íons. O LEC é particularmente rico em Na+(cátions − íons positivos), enquanto o LIC é rico em ânions (íons negativos) protéicos, que em função de suas dimensões, são pouco difusíveis na membrana celular. Potencial de membrana ─ surge em virtude da desigualdade das concentrações de íons entre o LEC e o LIC. - excesso de cargas positivas no LEC - excesso de cargas negativas no LIC Essa separação de cargas é mantida pois os íons não podem atravessar livremente a bicamada fosfolipídica. Assim, os fatores que contribuem para tal desigualdade são: a) velocidade de uso da substância na célula; b) seletividade da membrana quanto ao transporte de íons; c) transporte ativo de íons (bombas iônicas). 24 https://pt.khanacademy.org/science/biology/membranes-and-transport/active-transport/v/sodium-potassium-pump-video Jú lia M un ho z Por existir uma diferença de potencial na membrana celular, a membrana é dita polarizada. ● Se o potencial da membrana se torna mais positivo do que está no potencial de repouso, então a membrana é dita despolarizada. ● Se o potencial da membrana se torna mais negativo do que está no potencial de repouso, a membrana é dita hiperpolarizada. Potencial de ação Quando um sinal é transmitido ao longo de uma fibra nervosa, o potencial de membrana passa por uma série de variações que, no seu conjunto, são denominadas de potencial de ação. Este pode ser produzido por qualquer fator que aumente, bruscamente, a permeabilidade da membrana aos íons Na+, uma vez que a membranaem seu potencial de repouso é pouquíssimo permeável a estes íons e bastante aos íons K+. Quando a fibra fica permeável ao sódio (PPSE), estes íons que se apresentam em grande quantidade no LEC, vão para o interior da célula com suas cargas positivas e tornam esta face positiva, enquanto que a face externa torna-se negativa. Este estágio do potencial de ação recebe o nome de despolarização. Para que a despolarização leve à formação de um potencial de ação é necessário que seja atingido um valor crítico denominado de limiar. É a conhecida lei do tudo-ou-nada: ou o estímulo é bastante forte para despolarizar toda a fibra ou não a despolariza. Limiar de excitação ─ intensidade mínima que um estímulo deve apresentar para que possa disparar um impulso elétrico em um neurônio. 25 Jú lia M un ho z Após algum tempo, a positividade interna impede a continuação do fluxo de sódio para o interior da fibra e também faz com que a membrana se torne, de novo, impermeável aos íons sódio. Contudo, a membrana permanece muito permeável aos íons potássio, que devido a sua alta concentração no LIC começam a difundir-se para o exterior, levando cargas positivas consigo, o que restabelece o padrão elétrico anterior ao potencial de ação. Este estágio é denominado de repolarização, e ocorre após alguns décimos-milésimos de segundo após a despolarização. Já, quando um ocorre um PPSI, a membrana pós-sináptica se torna mais permeável aos íons Cl−, e a entrada deles torna o LIC mais negativamente carregado em relação ao LEC. Este fenômeno, que não é uma das fases da despolarização, recebe o nome de hiperpolarização, e nele a membrana pós-sináptica torna-se menos suscetível de ser despolarizada diminuindo a frequência das descargas no neurônio pós-sináptico. Um exemplo desta situação ocorre quando a pessoa ingere um ansiolítico − droga que atua diminuindo a ansiedade. Potencial de ação ─ ocorre quando há mudanças no potencial de membrana durante a transmissão de um impulso elétrico. E apresenta as seguintes fases: a) Despolarização ─ nela há inversão da polaridade elétrica da célula, devido ao grande influxo de Na+ (sódio) para o LIC (+ 35 mV). b) Repolarização ─ nela há o restabelecimento do padrão elétrico anterior ao potencial de ação, devido ao aumento da permeabilidade da membrana ao K+ (potássio, volta a - 70 mV) c) Hiperpolarização ─ PPSIs fazem que o interior da célula pós-sináptica torne-se mais negativo ainda em relação ao LEC, em função do grande influxo de Cl─ (- 90 mV). 26 Jú lia M un ho z Despolarização (entrada de sódio) Quando uma célula excitável (neurônio) recebe um estímulo nervoso do tipo limiar ou supralimiar, sua d.d.p. de repouso é elevada até o limitar de despolarização ou o ultrapassa, respectivamente, desencadeando o potencial de ação. Neste momento, na membrana celular abrem canais de sódio (Na+). Com isso, grande quantidade de sódio entra na célula, tornando seu interior mais positivo e seu exterior mais negativo. Este mecanismo é conhecido como despolarização e a d.d.p. nesta fase é aproximadamente +45mv. Repolarização (saída de potássio) A entrada de grande quantidade de Na+ na célula estimula o fechamento dos canais de Na+ e a imediata abertura de canais de K+, ocorrendo a saída de K+. Nesta fase, a bomba de sódio-potássio funciona transportando ativamente três moléculas de Na+ para o exterior e recolocando duas moléculas de K+ no interior da célula, tornando seu interior mais negativo e seu exterior mais positivo. A repolarização faz com que o potencial de membrana volte a ser negativo, retornando a sua d.d.p. normal de potencial de repouso (-75 mV). Hiperpolarização (saída do excesso de potássio) Quando uma célula recebe um estímulo inibitório, ocorre a saída do íon potássio (K+) e a entrada do íon cloro (Cl-), tornando o meio interno da célula mais negativo e o meio externo mais positivo, inibindo a propagação do potencial de ação. A hiperpolarização dura alguns milissegundos e, nesta fase, a d.d.p. pode chegar até a -90mV. 27 Jú lia M un ho z [NEUROTRANSMISSORES] Neurotransmissores são substâncias químicas que diferem entre elas quanto a algumas características: categoria química a que pertencem; efeitos delas sobre as células-alvo etc. Quanto à categoria química: Os neurotransmissores possuem características comuns a todos eles: local de síntese; tipos de receptores que possuem; vias neurais que eles usam; e o mecanismo de uma droga que aja modulando o efeito deles (mecanismos de ação: agonismo e antagonismo - diretos ou indiretos) *Agonista – droga que age mimetizando (direto) ou modulando alostericamente (indireto) para mais, a ação do NT. *Antagonista – droga que age bloqueando (direto) ou modulando alostericamente (indireto) para menos, a ação do NT. 28 Jú lia M un ho z AMINOÁCIDOS (AA) Por serem usados por todas as células do cérebro para a síntese de proteínas, é difícil provar que um determinado AA é um neurotransmissor. Dois deles são os mais comuns no SNC: glutamato e gaba. GLUTAMATO (ácido glutâmico) - excitatório Por se tratar do principal neurotransmissor excitatório no cérebro e na medula espinhal, o glutamato é produzido em abundância pelos processos metabólicos das células do SNC. São sintetizados no citoplasma de todas as células, geralmente a partir de proteínas decompostas ou de glicose. Pesquisadores descobriram quatro tipos de receptores para o glutamato. Três deles são ionotrópicos (NMDA, AMPA e cainato) e, o último deles, é o receptor glutamatérgico, que é metabotrópico. Por ser usado em todo o SNC, não possui vias neurais específicas. Mecanismo de ação de uma droga que age modulando o efeito do glutamato: a fenciclidina, droga desenvolvida como analgésico, teve o uso interrompido após apresentar sintomas psicóticos. Denominada de PCP e também conhecida como "angel-dust", essa droga alucinógena funciona como um antagonista indireto. Isso porque ao acoplar-se ao sítio de ligação dela, impede que os íons de CA+ atravessem o canal iônico. Por se tratar de uma droga sintética, ou seja, não ser produzida pelo cérebro, ela não é o ligante natural. Alguns dos sintomas comportamentais são: imagem alterada do corpo; desorganização cognitiva; sonolência e apatia; sensações de irrealidade. Local de Síntese Receptores Vias Neurais Mecanismo de ação No citoplasma a partir de glicose ou proteínas degradadas; - ionotrópicos (são três – AMPA; NMDA; e CAINATO); - metabotrópicos (são três – grupo 1, grupo 2 e grupo 3). usado em todo o SNC. – Fenciclidina (PCP; pó-de-anjo – angel dust) Antagonista* glutamatérgico** indireto*** (impede a entrada de íons Ca2+ / Na+ nos neurônios e, portanto, modula a ação glutamatérgica para menos). 29 Jú lia M un ho z GABA (ácido aminobutírico) inibitório Ele é um neurotransmissor inibitório sintetizado nos botões terminais a partir do glutamato, pela ação de uma enzima, a GAD. Existem dois tipos de receptores gabaérgicos identificados: o GABAa e GABAc, que além de ser ionotrópico e controlar um canal de cloreto, possui cinco sítios de ligação; e o GABA b2, metabotrópico e controlador do canal de potássio. O GABA é amplamente usado no SNC. Vários são os exemplos de drogas que agem sobre o GABAa, produzindo os efeitos característicos delas. Ex: ansiolíticos, benzodiazepínicos, barbitúricos e a picrotoxina. Local de Síntese Receptores Vias Neurais Mecanismo de ação Síntese – nos botões terminais a partir do glutamato, pela ação da GAD; ― ionotrópicos (são dois GABAa e GABAc, que controlam canais de Cl–); ― metabotrópico (um – GABAb que controla canal de K+). usado em todo o SNC. – Álcool etílico, ansiolíticos benzodiazepínicos (BZD), anticonvulsivantes, barbitúricos, hipnóticos, agindo como agonistas indiretos sobre o receptor GABAA , modulando-o alostericamente; – Picrotoxina (convulsivante), age como antagonista indireto, modulando-o alostericamente; – Muscimol (agonista direto – princípio ativo do Amanita muscaria, que mimetiza o GABA) e bicuculina (antagonista direto – substânciaconvulsivante, que bloqueia a ação do GABA). - Bacoflen - agonista direto GABAb AMINAS Aqui, começaremos pela acetilcolina e depois veremos as monoaminas (serotonina, dopamina e noradrenalina) que podem ser divididas em duas subclasses: as catecolaminas (dopamina e noradrenalina) e as indolaminas (serotonina). – Monoaminas: Dopamina; Noradrenalina; e, Serotonina. 30 Jú lia M un ho z ACETILCOLINA (ACh) - excitatório É sintetizada no botão sináptico, a partir da colina (substância derivada da quebra de lipídeos) vinda do soma e daquela recaptada na fenda sináptica. Há dois tipos de receptores para a ACh: 1) ionotrópico, ativado pela nicotina e por isso denominado nicotínico, que está presente em maior quantidade nas fibras musculares do organismo. 2) metabotrópico, estimulado pela muscarina (substância presente no cogumelo Amanita) e denominado muscarínico. Predomina no SNC, que também conta com receptores nicotíncos. Axônios e botões terminais de neurônios colinérgicos são amplamente distribuídos pelo encéfalo, sobre o qual eles agem de forma excitatória. Três são os sistemas colinérgicos mais importantes: 1) região dorso-lateral da ponte (responsável por eliciar características do sono MOR); 2) prosencéfalo basal (ativação do córtex e facilitação da aprendizagem); 3) septo medial (controle do hipocampo e modulação de memórias) Mecanismo de ação de uma droga que age modulando o efeito da acetilcolina: O curare, droga extraída de várias espécies de plantas da América do Sul, produz paralisia muscular por agir bloqueando os receptores nicotínicos e impedindo a ação da ACh sobre eles, o que pode levar à morte poucos minutos depois por asfixia. Age da mesma forma à toxina botulínica. Local de Síntese Receptores Vias Neurais Mecanismo de ação Nos botões terminais a partir da colina (substância derivada da quebra de lipídios); ― ionotrópico (nicotínicos – fibras musculares em maior quantidade. Controla canais de Na+ e quando ativado produz PPSE. Denominados: Nn quando presente nos sistemas nervoso central e visceral; ou Nm quando presente nos músculos); ― metabotrópico (muscarínicos – SNC em maior quantidade). Divididos em duas famílias: I – M1 (M3, M5) acoplados à proteína Gq quando ativados produzem PPSE. II – M2 (M4) acoplados à proteína Gi quando ativados produzem PPSI. I – Região dorso-lateral da ponte – responsável por expelir características do sono MOR (REM); II – Prosencéfalo basal – ativação do córtex cerebral e facilitação da aprendizagem (Alzheimer e inibidores da AChE – acetilcolinesterase) III –Septo medial – controla o hipocampo, portanto, modula certos tipos de memórias. – Toxina botulínica, antagonista colinérgico indireto. – Curare, antagonista colinérgico direto. – Nicotina e muscarina (princípio ativo do Amanita muscaria – sem efeito psicoativo), agonistas colinérgicos diretos. 31 Jú lia M un ho z DOPAMINA (DA) - excitatório majoritariamente Ela é sintetizada no citoplasma do botão terminal a partir de uma molécula precursora obtida na dieta, a tirosina, que é um AA essencial. Já foram identificados cinco tipos diferentes de receptores para a dopamina, sendo que todos são metabotrópicos. Eles podem ser divididos em duas famílias, correspondentes aos dois receptores mais comuns: a) D1 - exclusivamente pós-sinápticos quando estimulados aumentam a produção do 2º mensageiro AMP cíclico, o que faz produzirem PPSE. O D5 apresenta características semelhantes a ele. b) D2 - encontrados pré e pós-sinapticamente, a estimulação deles diminui a produção do mesmo 2º mensageiro citado acima, sendo que o mesmo ocorre com D3 e D4. A ativação desses auto-receptores produz hiperpolarização (PPSI), o que reduz a atividade neural dos neurônios dopaminérgicos nos quais eles se encontram. Três são os sistemas dopaminérgicos mais importantes: 1) Nigroestriatal - responsável pelo controle dos movimentos; 2) Mesolímbico - desempenha importante papel reforçador sobre certas categorias de estímulos. 3) Mesocortical - tem efeito excitatório sobre córtex frontal (formação de MCP; planejamento e preparação de estratégias para a solução de problemas). Mecanismo de ação de uma droga que age modulando o efeito da dopamina: O metilfenidato (ritalina) e a cocaína são dois exemplos. No primeiro caso temos uma droga usada no tratamento de crianças com TDAH, por agir sobre a via mesocortical. Já a cocaína, apesar de poder ser usada como analgésico local em oftalmologia, bloqueia canais de NA+ dependentes de voltagem, é usada mais como droga de abuso. Local de Síntese Receptores Vias Neurais Mecanismo de ação Nos botões terminais a partir da tirosina (AA); Todos os 5 são metabotrópicos e divididos em duas famílias: I – D1 (D5) produzem PPSE e são pós-sinápticos. II – D2 (D3, D4) – produzem PPSI e são pré (autorreceptores) e pós-sinápticos. I – Nigroestriatal: responsável pelo controle dos movimentos; II – Mesolímbica: desempenha importante papel reforçador sobre certas categorias de estímulos; III – Mesocortical: tem efeito excitatório sobre córtex frontal (formação de MCP; planejamento e preparação de estratégias para a solução de problemas). – Metilfenidato (Ritalina) e cocaína, agonistas dopaminérgicos indiretos, bloqueando moléculas transportadoras presentes na membrana pré-sináptica; – Apomorfina tanto pode ser antagonista (pequenas doses que agem em autorreceptores D2) como agonista (grandes doses que agem sobre receptores pós-sinápticos D1). 32 Jú lia M un ho z NOREPINEFRINA OU NORADRENALINA (NA) - excitatório Diferentemente dos demais neurotransmissores, ela é sintetizada no interior das vesículas sinápticas, que ficam cheias de DA e que pela ação da enzima, dopamina B-hidroxilase, e convertida em norepinefrina. Os receptores são metabotrópicos e produzem tanto PPSE quanto PPSI quando estimulados: I – α1A, α1B, α1D e α2A, α2B, α2C1 – encontrados no SNC e no corpo. Os α1 quando estimulados produzem PPSE na membrana pós-sináptica, enquanto que os α2 produzem PPSI, sendo encontrados na membrana pré-sináptica (autorreceptores). II – β1; β2 e β31 – sendo que o último não é encontrado no SNC. β1 e β2 têm ação neuromodulatória, pois aumentam a responsividade de neurônios pós-sinápticos às aferências excitatórias deles.1 Quase todas as regiões do cérebro recebem aferências de neurônios noradrenérgicos. Os corpos neuronais deles estão no bulbo, ponte e tálamo. As vias mais importantes têm origem no locus cerúleo e que apresenta como principal efeito, quando ativado, produzir um aumento na vigilância. Mecanismo de ação de uma droga que age modulando o efeito da norepinefrina: O ácido fusárico, droga que inibindo a atividade da enzima B-hidroxilase, bloqueia a produção de NA sem afetar a de DA, o que pode ser usado em laboratórios para teste de algumas hipóteses sobre a ação dessas duas monoaminas sobre transtornos psicológicos. Local de Síntese Receptores Vias Neurais Mecanismo de ação No interior das vesículas a partir da dopamina (dopamina β-hidroxilase); Todos os 9 são metabotrópicos e produzem tanto PPSE quanto PPSI quando estimulados: I – α1A, α1B, α1D e α2A, α2B, α2C1 – encontrados no SNC e no corpo. Os α1 quando estimulados produzem PPSE na membrana pós-sináptica, enquanto que os α2 produzem PPSI, sendo encontrados na membrana pré-sináptica (autorreceptores). II – β1 ; β2 e β31 – sendo que o último não é encontrado no SNC. β1 e β2 têm ação neuromodulatória, pois aumentam a responsividade de neurônios pós-sinápticos às aferências excitatórias deles. As vias mais importantes têm origem no Locus ceruleus (loco cerúleo), núcleo localizado na região dorsal da ponte. Quando ativado produz um aumento da vigília (atenção aos eventos do ambiente). – Reboxetina (antidepressivo ISRN – inibidor seletivo de recaptação de noradrenalina – mais eficaz no tratamento de depressão associada à fadiga, apatia, dificuldade de concentração, déficit de memória etc.) ; – Sibutramina (potente inibidor da recaptação de NA/5-HT usado para a perda de peso por produzirdiminuição do apetite). 33 Jú lia M un ho z SEROTONINA (5-HT ou 5-hidroxitriptamina) - inibitório Ela é sintetizada no botão terminal a partir do AA essencial, triptofano. Tipos de receptores: - Treze são metabotrópicos: 5-HT1A, 5-HT1B, 5-HT1D, 5-HT1E e 5-HT1F – 5-HT2A, 5-HT2B e 5-HT2C – 5-HT4 – 5-HT5A e 5-HT5B – 5-HT6 – e 5-HT7. - e um é ionotrópico: 5-HT3. Corpos celulares de neurônios são encontrados em nove agrupamentos no mesencéfalo, na ponte e no bulbo. Os dois agrupamentos mais importantes são encontrados nos núcleos dorsal e medial da rafe (estria, ruga), da ponte e do mesencéfalo, os quais projetam seus axônios para o córtex cerebral e para o giro dentado do hipocampo. Local de Síntese Receptores Vias Neurais Mecanismo de ação No botão terminal a partir do AA essencial denominado triptofano. ― 13 são metabotrópicos: 5-HT1A, 5-HT1B, 5-HT1D, 5-HT1E e 5-HT1F – 5-HT2A, 5-HT2B e 5-HT2C – 5-HT4 – 5-HT5A e 5-HT5B – 5-HT6 – e No interior das vesículas a partir da dopamina (dopamina β-hidroxilase);5-HT7. ― e um é ionotrópico: 5-HT3. As vias mais importantes têm origem no em núcleos localizados na ponte e mesencéfalo, denominados de Núcleos dorsal e medial da rafe. Entre as funções destas vias estão a regulação do humor; do controle alimentar; do sono e vigília; e da dor. – LSD (dietilamida do ácido lisérgico), agonista direto que age sobre o sítio de ação da 5-HT nos receptores 5-HT2A (produzindo os efeitos comportamentais dessa droga); – Sibutramina (potente inibidor da recaptação de NA/5-HT usado para a perda de peso por produzir diminuição do apetite, especificamente para carboidratos). Para recordar: 34 Jú lia M un ho z 35 Jú lia M un ho z DROGA SÍTIO DE AÇÃO FUNÇÃO E EFEITO AÇÃO Lidocaína (anestésico) Canais de Na+ Antagonista Indireto Impede a abertura dos canais iônicos de Na+ (impede a despolarização) e age ao lado da membrana. Memantina Glutamato Antagonista Indireto Bloqueia canais iônicos de Na+ impedindo a despolarização Fenciclidina (PCP; pó-de-anjo – angel dust) - Ketamina - Special K Glutamato Antagonista Indireto Impede a entrada de íons Ca2+ / Na+ nos neurônios e, portanto, modula a ação glutamatérgica para menos Álcool Etílico GABA Agonista Indireto Hiperpolariza Barbitúricos GABA Agonista Indireto Hiperpolariza Benzodiazepínicos (BZD) GABA Agonista Indireto Hiperpolariza Anticonvulsivantes GABA Agonista Indireto Hiperpolariza Ansiolíticos GABA Agonista Indireto Hiperpolariza Hipnóticos GABA Agonista Indireto Hiperpolariza Picrotoxina (Convulsivante) GABA Antagonista Indireto Modulação alostérica Amanita muscaria (Muscimol) GABA Agonista Direto Mimetização Bicuculina GABA Antagonista Direto Bloqueia Ação do GABA Bacofleno GABA Agonista Direto O Bacofleno é uma droga relaxante (PPSI, inibitória). Flunitrazepam (Rophynol (BZD) GABA Agonista Indireto Potente inibidor agonista indireto GABA, que controla canais iônicos de Cl- Anfetamina Dopamina Agonista Indireto Sensação de bem estar nas vias dopaminérgicas Metilfenidato (Ritalina) Dopamina Agonista Indireto Bloqueiam moléculas transportadoras presentes na membrana pré-sináptica; Apomorfina Dopamina Antagonista Indireto Em pequenas doses que agem nos receptores D2 Apomorfina Dopamina Agonista Indireto Em grandes doses que agem sobre receptores pós-sinápticos D1. Cocaína Dopamina Agonista Indireto Bloqueiam moléculas transportadoras presentes na membrana pré-sináptica; Toxina botulínica (Botox) Acetilcolina (Ach) Antagonista Indireto 36 Jú lia M un ho z DROGA SÍTIO DE AÇÃO FUNÇÃO E EFEITO AÇÃO Curare Acetilcolina (Ach) Antagonista Direto Nicotina e Muscarina (Amanita Muscaria) Acetilcolina (Ach) Agonista Direito Agem sobre o sistema de recompensas do cérebro, mudando de forma duradoura a liberação de dopamina, são agonistas colinérgicas diretas. Escopolamina (Lírio) Acetilcolina (Ach) Antagonista Indireto Bloqueia canais de Ach Triexifenidil (Artane) Acetilcolina (Ach) Antagonista Indireto Bloqueios de receptores metabotrópicos colinérgicos. Cannabis Sativa (THC) (Maconha) Anandamida Agonista Indireto (Fome) Mimetiza o efeito da anandamida. Cannabis Sativa (THC) (Maconha) Anandamida Antagonista Indireto Analgesia e redução dos sintomas de certos distúrbios motores Canabidiol (Maconha) Anandamida Antagonista Indireto Receptor CB1: medeia a maior parte dos efeitos nas funções cognitivas, dor e memória de curto prazo (hipocampo, córtex), controle e coordenação motora (núcleos da base e cerebelo) Canabidiol (Maconha) Anandamida Antagonista Indireto Receptor CB2: sua expressão é restrita a células imunes, Células-T, Células-B,baço, amígdalas e células microgliais ativadas. Reboxetina Noradrenalina Agonista Indireto Antidepressivo ISRN – inibidor seletivo de recaptação de noradrenalina – mais eficaz no tratamento de depressão associada à fadiga, apatia, dificuldade de concentração, déficit de memória etc. Sibutramina Noradrenalina Antagonista Indireto Potente inibidor da recaptação de NA/5-HT usado para a perda de peso por produzir diminuição do apetite Ioimbina e Piperoxano Noradrenalina Antagonista Indireto Produção de ansiedade. Antagonista de receptores Noradrenérgicos dificultam a recaptação no componente neuronal pré-sinaptico. Mantendo a noradrenalina na fenda sináptica por mais tempo, aumenta a ansiedade. Clonidina Noradrenalina Redução da Ansiedade LSD (dietilamida do ácido lisérgico) Serotonina Agonista Direto age sobre o sítio de ação da 5-HT nos receptores 5-HT2A (produzindo os efeitos comportamentais dessa droga). Efeitos alucinógenos. Sibutramina Serotonina Antagonista Indireto (potente inibidor da recaptação de NA/5-HT usado para a perda de peso por produzir diminuição do apetite, especificamente para carboidratos 37 Jú lia M un ho z Dimetiltriptamina (DMT) (Ayahuasca) Serotonina Agonista Direto Agem para produzir PPSE em receptores canabinóides do tipo CB1. Inibidor Monoamina Oxidase (IMAO) (Ayahuasca) Serotonina Agonista Indireto Monoamina Oxidase (MAO) (Ayahuasca) Serotonina Antagonista Indireto Êxtase (MDMA) Derivado da Anfetamina Serotonina Agonista Indireto Age bloqueando a recaptação da 5HT e estimulando a liberação na fenda sináptica Anandamida Endocanabinóide Agonista Direto Agem para produzir PPSE em receptores canabinóides do tipo CB1. Naltrexona Antagonista Direto [LINK DAS PROVAS ANTIGAS] 1) https://drive.google.com/drive/folders/1F-dexpLS_BXKGTWqHKrUprrNddq5QmKv 38 https://drive.google.com/drive/folders/1F-dexpLS_BXKGTWqHKrUprrNddq5QmKv
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