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1 GESTÃO FINANCEIRA EM ORGANIZAÇÕES PÚBLICA 1 Sumário NOSSA HISTÓRIA ................................... Erro! Indicador não definido. INTRODUÇÃO..........................................................................................3 OBJETIVOS DA GESTÃO FINANCEIRA.................................................4 PLANEJAMENTO ORÇAMENTÁRIO PÚLICO........................................8 ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA............................................................13 FINANÇAS PÚLICAS..............................................................................15 ORÇAMENTO PÚBLICO........................................................................27 ORGANIZAÇÃO PÚLICA.......................................................................28 REFERÊNCIAS......................................................................................33 2 NOSSA HISTÓRIA A nossa história, inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, em atender a crescente demanda de alunos para cursos de graduação e pós-graduação.com isso foi criado a instituição, como entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. INTRODUÇÃO 3 Dentro de qualquer organização, sabe-se que é imprescindível utilizar recursos financeiros de maneira adequada para obter melhor êxito nos objetivos estratégicos. Partindo desse ponto, este artigo abordará sobre os conceitos da administração financeira privada e pública, buscando identificar semelhanças e diferenças. Com base em pesquisas bibliográficas e entrevista com gestores de organizações públicas e privadas, nota-se grande diferença entre o método de administração dos recursos financeiros públicos e privados, mas ambas buscam administrá-lo da forma mais eficaz, visando atingir os objetivos a partir dos orçamentos planejados. Gerir este recurso financeiro está sendo cada vez mais abordado por diversas áreas e temas, pois praticamente tudo, desde uma compra pessoal ao investimento milionário de recursos, envolve uma decisão financeira. Este artigo tratará a maneira como o recurso financeiro é movimentado dentro de uma empresa privada e na organização pública de uma prefeitura. A base desse artigo tratará de conceitos teóricos sobre gestão financeira privada, objetivos e a elaboração do orçamento privado. Em segundo momento abordará os objetivos e a elaboração dos orçamentos públicos, assunto que é pertinente a todos os envolvidos em uma sociedade. Por fim, tratará um pouco sobre as leis que regem o destino dos recursos públicos, recursos estes que a população e as organizações contribuem. Ainda para melhor exemplificar os conceitos de estudiosos, este artigo também trará a explanação da pesquisa realizada com gestores financeiros, de uma organização privada e uma gestão pública, que vem ao encontro das bases teóricas. OBJETIVOS DA GESTÃO FINANCEIRA 4 Cada organização tem suas particularidades, porém todas envolvem gestão de recursos, dentre eles os financeiros. Gerir estes recursos de maneira eficaz garante maior permanência da organização no mercado onde está inserida. Lemes Junior, Rigo e Cherobim (2010) defendem que o objetivo da administração financeira é maximizar a riqueza dos acionistas na empresa, e o principal responsável para isso é o administrador financeiro. As principais decisões estratégicas, defendidas por Lemes Junior, Rigo e Cherobim (2010), para que o objetivo de aumentar o capital da empresa seja alcançado são: • investimento; • financiamento; • resultado. 5 Tratando sobre decisões de investimento, Lemes Junior, Rigo e Cherobim (2010) entendem que essa decisão de investimento abrange toda aplicação de capital em algum ativo, tangível ou não, para a obtenção de retorno futuro, podendo ser a aquisição de uma nova empresa ou implantação de um projeto por exemplo. Ao tratar de decisão em financiamento, entende-se que “quando uma empresa tem a capacidade de obter recursos com taxa e prazos compatíveis, ela consegue viabilizar bons projetos de investimento, consequentemente trazendo maior valor para seus acionistas” (LEMES JUNIOR; RIGO; CHEROBIM, 2010, p. 9). Sobre as decisões financeiras, cabe a decisão sobre o resultado, a qual trata do capital de giro dentro de um exercício (LEMES JUNIOR; RIGO; CHEROBIM, 2010). Como base nas teorias apresentadas, os objetivos do gestor financeiro baseiam-se em multiplicar a riqueza dos acionistas, fazendo investimentos com o capital, financiamentos de projetos que tragam retorno e administração de recursos de capital de giro. Planejamento orçamentário empresarial Com o objetivo de administrar o capital de giro e os recursos financeiros, o gestor deverá utilizar ferramentas de planejamento, incluindo o orçamento. Entende-se por orçamento um planejamento financeiro que aloca recursos ao longo de determinando período. Horngren (2000, p. 125) define orçamento como “expressão quantitativa de um plano de ação futuro da organização para um determinado período”. Knuth (2015) defende que o orçamento deve ser constituído com datas e unidades monetárias, visando atingir o plano financeiro em determinado período. Os orçamentos, além de definidos como curto e longo prazo, podem ser separados por: • Orçamento Base Zero: é o orçamento que, segundo Santos et al. (2008), começa de baixo para cima, não carregando valores passados. Classifica cada item do orçamento e sua finalidade com o objetivo de reduzir 6 custos. Na elaboração, envolve questões da real finalidade e possíveis alternativas para adequar melhor os recursos. • Orçamento Estático: de acordo com Knuth (2015), é definido com base em um determinado volume de produção que a empresa deseja atingir. • Orçamento Matricial: o orçamento matricial tem como objetivo aumentar o resultado da empresa, podendo até mesmo diminuir o valor de itens, mas criar a mesma satisfação ao cliente e remuneração ao acionista (OTLLEY, 1995; HORNGREN ET AL., 1993 apud SANTOS ET AL., 2008). • Orçamento de Tendências: O orçamento de tendências, segundo Knuth (2015), está fundado em projetar o futuro com situações já ocorridas, tendo em vista o ciclo de mercado e sazonalidade, ao exemplo de determinado produto que tem média de produção, assim, com histórico de produção há a tendência de que a média de vendas ocorra novamente. O orçamento de vendas, segundo Santos et al. (2008), representa a quantidade de vendas que a empresa deseja atingir, devendo conter quantidade, valor unitário e total de vendas. Esse orçamento tem como objetivo visualizar seu potencial dentro de um mercado consumidor, tendo em vista o crescimento histórico, do setor e da economia como um todo, podendo aumentar sua fatia de mercado e aumentando o resultado do exercício. Depois de definido o orçamento de vendas, que estima as receitas, é definido o quanto será gasto para obtenção desses recursos, o chamado Orçamento de produção. Sanvicente e Santos (1983,p. 58) dizem que “[…] ele consiste basicamente em um plano de produção para o período considerado, visando atender às vendas orçadas e aos estoques preestabelecidos”. Para a elaboração do orçamento de produção, Santos et al. (2008) afirmam que ele é composto por: • consumo de matérias-primas e matérias auxiliares; • custo de mão de obra; • gastos gerais de fabricação. 7 Logo, para a obtenção de receitas em determinado período, é elaborado o orçamento de vendas, e deste são orçados os custos para obtenção das receitas estimadas. Objetivos da gestão financeira pública Destacados os principais objetivos da gestão financeira privada, torna-se necessário destacar os objetivos da gestão financeira pública. Entende-se como entidade pública “todo serviço prestado pela administração, direta ou indireta, ou por seus delegados, sob normas e controles estatais, para satisfazer a necessidades essenciais ou secundárias da coletividade” (ANDRADE, 2002, p. 35). A estrutura organizacional brasileira, segundo Chiavenato (2008), em um sentido amplo é dividida em três poderes, Executivo, Legislativo e Judiciário, e em três níveis, União, estados e municípios. Esta divisão recebe o nome de aparelho do Estado. Silva (1983) define que os gastos públicos podem ser classificados em três principais pontos de vista: • finalidade do gasto; • natureza do dispêndio; • agente encarregado da execução do gasto. Podem ainda ser classificados os gastos nas categorias de funções, programas e subprogramas. Quanto à natureza do gasto, Silva (1983) identifica quatro principais categorias: custeio, investimento, transferências e inversões financeiras. . PLANEJAMENTO ORÇAMENTÁRIO PÚBLICO O orçamento público é uma lei, segundo Silva Junior (2010), que descreve em termos financeiros a alocação dos recursos públicos. A base para o orçamento público, conforme Matias (1999), está apoiada na Constituição Federal, que determina uma sequência de camadas lógicas e sistêmicas do planejamento de ação governamental, contendo o plano 8 plurianual, as diretrizes orçamentárias e os orçamentos anuais. Existe uma interação entre o plano plurianual e a lei de diretrizes orçamentárias, acompanhada da lei orçamentária anual, assim cumprindo a função legislativa de ligação entre plano e orçamento (MATIAS, 1999). Plano Plurianual (PPA), segundo Matias (1999), é a base do orçamento público, pois tem o objetivo de formular as diretrizes para finanças públicas no período do plano, buscando alocar os recursos de forma eficiente e racional. Ao se tratar das Diretrizes Orçamentárias (LDO), Lunelli (2015, s.p.) afirma que: No Brasil, a Lei de Diretrizes Orçamentárias - LDO - tem como a principal finalidade orientar a elaboração dos orçamentos fiscal e da seguridade social e de investimento do poder público, incluindo os poderes Executivo, Legislativo, Judiciário e as empresas públicas e autarquias. Busca sintonizar a Lei Orçamentária Anual - LOA - com as diretrizes, os objetivos e as metas da administração pública, estabelecidas no Plano Plurianual. A Constituição Federal, art. 165 § 2º, assim dispõe: “A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e prioridades da administração pública federal, incluindo as despesas de capital para o exercício subsequente [...]” (BRASIL, 1988, s.p.). Visão gerencial - entrevista com gestores Com a fundamentação teórica tratada, foi realizada uma pesquisa com gestores para explanar sua realidade na gestão financeira de cada área. Visando alinhar o conceito à prática, a visão de Eduardo Osti (2015) abordará seu ponto de vista na maneira como o seu dia a dia está ligado aos conceitos, tratando de forma sucinta de como funciona a gestão pública em uma prefeitura municipal da região do Vale do Itajaí, em Santa Catarina, na qual ocupa o cargo de gerente de controle interno. Para trazer a visão da gestão financeira privada, o mesmo método de pesquisa da gestão pública abordará a prática da realidade de dois gestores da mesma empresa, Gonçalves (2015) e Straub (2015). Gonçalves está no cargo de gerente financeiro em uma empresa de artigos promocionais de Blumenau/SC. Tem atribuições estratégicas dentro da organização. Straub atua como supervisor financeiro, cabendo algumas atribuições operacionais dentro da organização. Ambas pesquisas foram realizadas na 9 primeira quinzena do mês de setembro de 2015, nos locais de trabalho de cada gestor. Visão gerencial privada Para exemplificar um caso prático, tomaremos como exemplo a experiência de dois gestores da mesma organização, mas em graus hierárquicos diferentes, Gonçalves e Straub, que estão à frente de uma empresa na região de Blumenau/SC, que produz artigos promocionais. Gonçalves, que exerce a função de diretor financeiro, explana que o objetivo principal de sua gestão é gerenciar as estratégias e as metas dos períodos, que podem ser de três, seis e 12 meses. Cada um destes conta com projeções de mercado, metas de crescimento e estratégias gerais. Gonçalves salienta que o planejamento é a base da gestão financeira da empresa, pois partindo de onde se quer chegar, pode-se elaborar metas para alcançar estes objetivos. É essencial a colaboração de todos os funcionários da organização para alcançar os objetivos planejados. Após definidos os objetivos do período, são elaboradas as metas mensais de resultado, em que se projeta a quantidade de receitas que cada um dos meses deve atingir, para suprir os custos fixos de produção e obter a margem. Para Gonçalves, ao analisar com cuidado o mercado e as projeções, pode-se criar um orçamento de investimentos e produção eficaz para o exercício. Na elaboração dos orçamentos, vários gestores estão envolvidos: gestor de vendas, para identificar as quantidades vendidas em determinado período e possíveis mercados a se atingir; gestor de compras, produção e logística, para orçar custos de produção mensal que deverá ser atingido. Para a parte tática, o gestor Straub, que tem como cargo supervisor financeiro, salienta que cabe a ele o acompanhamento das metas e estratégias traçadas. Suas atribuições compreendem a gestão de contas organizacionais, sendo as contas a receber e contas a pagar. 10 Nas contas a receber, Straub analisa os prazos fornecidos para os clientes, analisados por outro setor do departamento financeiro, verificando o fluxo do caixa para analisar a situação atual da empresa. Este acompanhamento deve ser feito diariamente por ele, o que auxilia no acompanhamento dos objetivos traçados. Ainda Straub, após verificar as receitas futuras e fluxo atual de caixa, faz o acompanhamento e a gestão das contas a pagar da organização acompanhado de sua equipe, assim ele tem a visão organizacional financeira atual e futura, podendo prever se a organização terá lucro ou prejuízo na data a ser analisada. Visão gerencial pública Abordando uma visão prática da gestão financeira pública, Osti, gerente de controle interno, explana um pouco de sua experiência na gestão pública de uma prefeitura local. Osti defende que o gerenciamento de uma entidade pública é uma mescla de administração, contabilidade e economia, em que o gestor municipal ou a equipe que é escolhida deve ter bom senso e optar por metas a serem alcançadas. O que anseia a gestão pública é o desejo de realizar todas as necessidades da população, mas, com certeza, não existem verbas suficientes para tal. Segundo Osti, o gerenciamento público conta com três grandes instrumentos para definir prioridades e não fugir dos trilhos, que são as leis: Plano Plurianual (PPA), a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e Lei Orçamentária Anual (LOA). Todas têm como meta definir prioridades que o gestor deseja alcançar, fixando as despesas e estimando a receita, sendo o PPA um programa de médioprazo, quatro anos. A LDO dita as regras a serem seguidas, como se fossem as instruções do que pode ou não pode ser feito pelo Executivo, tais como questões tributárias, criação de cargos e autorização para concessão de qualquer vantagem ou aumento na remuneração de servidores. 11 Já a LOA são as fatias do bolo, como está dividido todo o orçamento, seja ele de capital ou de despesas correntes, definindo o que pode ser gasto em cada setor, obedecendo à Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Todos os anteriores devem ser seguidos, geralmente, por um projeto de lei que é elaborado pela equipe técnica e, na sequência, apresentado pelo secretário de Finanças à população para que retifique ou ratifique os dados aí informados, após é encaminhado ao setor legislativo para análise e posterior aprovação. O estabelecimento dos prazos a serem obedecidos varia de legislação municipal para legislação municipal, mas em nosso município, Rio dos Cedros/SC, os prazos fixados são 10 de agosto para LDO e 10 de outubro para LOA. A LOA está dividida em unidades gestoras, como: prefeitura e fundos, unidades orçamentárias, a saber: educação, saúde e administração geral, e estas, por sua vez, divididas em programas/atividades, e estes por elementos. É importante frisar que a gestão pública precisa buscar sempre mais por recursos próprios e ainda convênios que possibilitem a execução de obras de cunho maior, não ficando prisioneira das receitas recebidas do Governo Federal, que pouco possibilitam a realização das obras necessárias (OSTI, 2015). Além destas ferramentas citadas, é necessário verificar a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), que define por lei índices que devem ser atendidos durante a elaboração do orçamento (OSTI, 2015). Os principais são 15% da saúde, 25% da educação e – o vilão da maioria das prefeituras – o índice de folha, que pode ser superior a 54%, e geralmente ultrapassa esse teto, resultando em uma série de restrições, que vão desde corte de horas extras, contratados a cargos comissionados, em função de enquadrar no orçamento (OSTI, 2015). ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA 12 As finanças da Administração Pública são regidas por regras orçamentárias visando maior controle e transparência, tanto na arrecadação quanto na aplicação dos recursos públicos. Esse conjunto de regras é conhecido no meio acadêmico e profissional como Administração Financeira e Orçamentária (AFO). O profissional ou estudante da área deve dominar o conjunto normativo sobre a matéria para entender os mecanismos de receitas e despesas públicas. Especificamente quanto à legislação, podemos destacar a Constituição Federal de 1988, a Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar 101/2000), a Lei 4.320/64, o Decreto-Lei 200/67, a Lei 10.180/2001 e as portarias que tratam das classificações das receitas e das despesas. Faz parte ainda do conjunto normativo de orçamento público, o Plano Plurianual (PPA), a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e a Lei Orçamentária Anual (LOA), cujo conteúdo geral está estipulado na Constituição Federal e, especificamente, quanto à LDO, na Lei de Responsabilidade Fiscal. Deve-se observar que o orçamento público anual é constituído de previsão de receita e fixação de despesa. Assim, deve haver compasso entre a execução orçamentária e financeira. Tanto é que a Lei de Responsabilidade Fiscal assevera que, se verificado, ao final de um bimestre, que a realização da receita poderá não comportar o cumprimento das metas de resultado primário ou nominal estabelecidas no Anexo de Metas Fiscais, a Administração Pública deverá promover limitação de empenho e movimentação financeira, segundo critérios fixados na lei de diretrizes orçamentárias. É o denominado contingenciamento da despesa pública. Dessa forma, entender as fases da receita e da despesa, as classificações orçamentárias, as regras lógicas do Plano de Contas Aplicado ao Setor Público (PCASP) e o reconhecimento dos fatos contábeis é importante para o entendimento e domínio da AFO. Outra fonte de conceitos e orientações sobre a Administração Financeira e Orçamentária pode ser encontrada nos manuais disponibilizados pelos órgãos 13 da Administração Pública. Como exemplo, o Manual Técnico de Orçamento (MTO), produzido pela Secretaria de Orçamento Federal (SOF), o Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público (MCASP) e o Manual de Demonstrativos Fiscais (MDF), ambos produzidos pela Secretaria do Tesouro Nacional (STN). Conforme mencionado no início, a correta execução orçamentária e financeira propicia o maior controle e transparência da aplicação dos recursos públicos, mas, também, a consolidação da contas públicas, fato que exige que todos os entes federados (União, Estados e Municípios) e seus órgãos e entidades obedeçam às orientações formuladas pelos órgãos centrais de orçamento e contabilidade nacionais. Nesse aspecto é que o conhecimento consolidado de Administração Financeira e Orçamentária (AFO) é fator preponderante para todos os profissionais que de alguma forma militam na área, bem como para estudantes em nível de graduação ou de pós-graduação, de modo a contribuir com mais eficiência na execução do orçamento público. FINANÇAS PÚBLICAS 14 As finanças públicas funcionam em uma lógica bem diferente das finanças pessoais. Em primeiro lugar, quando sobra um dinheirinho no fim do mês o poupador ficará, em muitos casos, feliz por ter economizado, e em geral esta será uma boa notícia. Já no setor público o negócio é diferente: se todo o dinheiro disponível já não dava conta das necessidades (postos de saúde, livros, combustível, funcionários…), economizando significa que foi feito menos ainda. Claro que a orientação não deve ser levada ao pé-da-letra, principalmente se você for prefeito, secretário de finanças de algum município ou utilizar um “Cartão corporativo”. Desculpem a simplificação do debate entre keynesianos e outros, mas este raciocínio acima é um divisor de águas na economia (principalmente a da Economia do Setor Público e macroeconomia). 15 Muitos teóricos da economia (keynesianos) defendem que o setor público deve gastar o bastante para atender as demandas sociais básicas e as não atendidas pelo setor privado. Não que este gasto seja desequilibrado ou irresponsável, mas deverá atender às demandas e, principalmente: ativar à economia. Outro grande grupo defende que deve gastar o menos possível, sendo o Estado apenas um agente regulador das relações, estabelecendo leis e regras gerais de relacionamento, além de julgar as disputas no mercado. Mas como essa economia e gastos acontecem no dia-a-dia? Há três esferas principais das finanças públicas: a orçamentária, a financeira e a patrimonial. Orçamento é um documento que especifica as despesas e receitas para um determinado período, no caso brasileiro é um ano civil. São leis com caráter administrativo, votadas anualmente pelo legislativo, mas propostas pelo executivo. Seu nome é Lei Orçamentária Anual – LOA. A receita é prevista. Todos os ingressos de dinheiro nos cofres públicos são previstos de acordo com métodos que variam bastante. Alguns lugares utilizam para esta previsão a inflação averiguada no período entre o orçamento anterior e o que está em fase de feitura (10% de inflação, aumenta-se 10% a previsão de receita em relação à previsão do ano anterior), outros lugares utilizam o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do país e há ainda os que utilizam os índices de crescimento da receita nos últimos anos (A receita subiu 3% de um ano para outro nos últimos 50 anos, sem variação nenhuma, há de se supor que também subirá 3% no próximo!). As receitas orçamentárias são agrupadas; 1. Receitas Próprias: Que são de responsabilidade do próprio ente (município, estadoou União), por exemplo, IPTU se caso pertença ao orçamento de uma prefeitura; 16 2. Transferências: São receitas vindas de outros entes federados (Fundo de Participação dos Municípios – Sai do caixa da União e vai para os municípios) Existem também as extras orçamentárias. estas não podem ser usadas pelo executivo, ficam apenas “guardadas” nos cofres. São cauções por exemplo ou dinheiro dos funcionários públicos, ainda não repassado ao INSS. Já a despesa não é “prevista” como a receita, mas sim fixada. Significa que a despesa será executada com certeza, salvo um grande acidente, mas a receita não necessariamente precisará se comportar como o previsto. Traduzindo: poderá ser gasto mais do que se arrecadou, mas não de forma ilesa, já que poderá inferir em crime fiscal, mas este é outro tópico. Funciona assim porque não se pode escolher pagar ou não pagar o salário dos médicos, dos bombeiros, da polícia militar etc. O salário desses profissionais precisará ser pago de qualquer forma, mesmo que se adquira uma dívida para isso. Não se pode escolher pagar a manutenção da bomba de água do bairro “x”, por isso a despesa é fixada. À despesa: o orçamento organiza a despesa basicamente em quatro dimensões principais: 1. Categoria econômica: a) Correntes – pessoal, material de consumo, serviços de terceiros etc. e de b) Capital – prédios, equipamentos etc. 2. Funções: saúde, educação, segurança pública, assistência social etc. 17 3. Classificação Institucional: Despesas da Secretaria de Educação, Despesas da Secretaria de Saúde, Despesas do Gabinete… etc.); 4. Programas: Programa de Segurança Alimentar, Programa de Esportes para os Idosos etc.) Dessa forma, um programa de Segurança Alimentar poderá comprar um carro (Despesa de Capital) para deslocamento de uma equipe de nutricionistas (Despesa Corrente) que são funcionários Secretaria de Saúde (Classificação institucional do salário destes nutricionistas), mas este custo será TAMBÉM distribuído na FUNÇÃO Assistência Social, cuja secretaria principal não é a de Saúde, mas a de Assistência Social. Veja que uma despesa pode ser classificada e compreendida por diversos enfoques. Já a esfera financeira é a do dinheiro em si, dos créditos bancários e de fornecimento. Uma coisa é o prefeito assinar um papel (Ordem de Empenho) para que comprem um equipamento de ginástica para o Programa de Esportes na Terceira Idade, outra coisa é pagar este equipamento, emitindo um cheque da prefeitura. À contabilização das “contas bancárias” dá-se o nome de sistema financeiro. Entre a autorização para compra e o pagamento desta há as fases da despesa pública que são: 1. Fixação: colocar no orçamento e votar; 2. Empenho: autorizar a despesa; 3. Liquidação: entrega do que foi comprado ou prestação do serviço contratado; 4. Pagamento: emissão do cheque. 18 Entre a contratação/compra e seu respectivo pagamento, dias, meses ou anos podem decorrer. Por último temos a esfera patrimonial. No caso de nossos exemplos acima, tanto um carro quanto o equipamento para ginástica serão patrimonializados, o que significa que entrarão para o patrimônio da entidade. Tal como quando uma casa ou carro é comprado dizemos “meu patrimônio aumentou em x reais!”. Este patrimônio é controlado por aquelas plaquinhas de metal, que vemos nas cadeiras e mesas das escolas públicas, cada uma com um número. Este patrimônio deveria se depreciado ano a ano, em outras palavras, seu desgaste deveria ser contabilizado, mas isso não acontece em praticamente nenhuma instituição pública, até onde conhecemos. Estas três esferas (orçamentária, financeira e patrimonial) se conversam, são interligadas e interdependentes. Formam um complexo que controla os grandes volumes de dinheiro do Estado e desde a época do Egito elas são copiadas de um país para o outro, melhoradas, pioradas, burocratizadas… enfim: em desenvolvimento. A lei que rege as finanças públicas brasileira é a 4.320 de 1964 A lei que rege as licitações é a 8.666 de 1993 E a lei mais temida do setor público: a de Responsabilidade Fiscal, Lei Complementar 101 de 2000. ORÇAMENTO PÚBLICO A origem do Orçamento como instituto jurídico fundamenta-se na necessidade “de se tornar um instrumento de exercício da democracia pelo qual os particulares exercem o direito, por intermédio de seus mandatários, de só verem efetivadas as despesas permitidas e as arrecadações tributárias que estiverem autorizadas na lei do orçamento (grifo estranho ao orignal)” . 19 De fato, o Orçamento Público como instituto jurídico constitui em autêntica conquista da sociedade e encontra-se essencialmente relacionado para com o conceito de democracia. Aliás, como bem salientado por Agenor de Roure, “a votação do Orçamento, com cálculo da receita e a fixação da despesa, representa a vitória do princípio da soberania popular sobre a soberania real vitória obtida, depois de lutas muito sérias entre as duas soberanias, pela consagração definitiva de regras gerais a adotar na limitação das despesas e na determinação das taxas e dos impostos a cobrar, substituindo o regime anterior da cobrança de taxas e impostos por exclusiva vontade dos Reis, que gastavam como entendiam”. Diante dessa constatação, cabe-nos indagar: uma vez que os princípios jurídicos que regem a política fiscal, a evolução dos mesmos e o respeito a esses princípios por parte das autoridades políticas são frutos do amadurecimento de um Estado Democrático de Direito, de que serviria eleger pessoas para cargos públicos se estas, uma vez eleitas, não cumprissem com os princípios formadores do Direito Tributário e Financeiro ou não fiscalizassem o cumprimento destes? Portanto, cabe-nos indagar: há efetivo controle nas escolhas orçamentárias? A proposta orçamentária, sua aprovação e execução seguem a critérios éticos? Se esse controle não é exercido de forma satisfatória, poder-se-ia dizer que a democracia se realiza plenamente? Tais questões são relevantes para a análise do orçamento como instituto jurídico político, haja vista a forte conexão entre Orçamento Público e Democracia, sendo indispensável conceber está não apenas como um regime no qual há um processo eleitoral para escolha de nomes (democracia formal), mas como um instrumento efetivo pelo qual a sociedade logra fiscalizar, por seus representantes, os gastos públicos, tanto nos aspectos formais com os quais são autorizados como em seus aspectos éticos, em sua economicidade, eficiência, qualidade. 20 A esse respeito, insta salientar o entendimento do nobre Professor Diogo de Figueiredo: “Ora, uma democracia substantiva, para sua prática, não pode depender apenas do sufrágio eletivo de representantes; exige, cada vez mais uma decidida abertura a uma autêntica participação, com a derrubada dos remanescentes dos muros autocráticos... infelizmente, ainda erguidos em mentes de políticos estatocratas, que se revelam em suas práticas anacrônicas, pelo desprezo à economicidade, ao equilíbrio fiscal, à prudência fiscal e, sobretudo, à legitimidade nos gastos públicos, que, afinal, oneram os contribuintes e impõem altos custos e insegurança às transações econômicas e ao progresso dos povos” . Destaca-se, por oportuno, que um dos principais deveres do Poder Legislativo – senão o mais importante – diz respeito ao controle financeiro do Estado, ou seja, consentir com a carga tributária a ser suportada pela sociedade e autorizar as despesas que o Poder Público pretende realizar; aliás, não por acaso esse controle se encontra elencado, justamente, nos dois primeiros incisos do artigo 48 da Constituição da República, que dispõe sobre as atribuições do Congresso Nacional; vejamos: Art. 48. Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da República,não exigida está para o especificado nos arts. 49, 51 e 52, dispor sobre todas as matérias de competência da União, especialmente sobre: I - Sistema tributário, arrecadação e distribuição de rendas; II - Plano plurianual, diretrizes orçamentárias, orçamento anual, operações de crédito, dívida pública e emissões de curso forçado; Ora, uma vez que pela Lei do Orçamento se realiza de forma concreta o princípio dos impostos consentidos e das despesas autorizadas, se não houver na sociedade uma noção clara da importância do orçamento em si, ou seja, da maneira como se deve conduzir a gestão orçamentária (sua proposição, aprovação e execução) no sentido de, efetivamente, o referido instrumento jurídico se prestar para a realização da democracia substancial, não haverá como exercer um controle efetivo sobre aqueles os parlamentares que tem a missão, justamente, de fiscalizar o Poder Público, isto é, de controlar a política de captação e de gastos do Estado; e, esse controle, vale lembrar, engloba a qualidade dessa política. 21 Destaca-se que esse controle não é missão exclusiva do Parlamento e aqui é que se encontra uma faceta interessante da Advocacia Pública: os Procuradores de Estado e do Distrito Federal, no cumprimento de seus deveres institucionais, segundo cediço, podem e devem exercer, internamente, o controle da legalidade dos atos da administração; ora, uma vez que o Parlamento instituiu a Lei de Responsabilidade Fiscal, com o efeito de alcançar os princípios do equilíbrio e da prudência fiscais, foi conferida aos Advogados Públicos uma importante ferramenta jurídica através da qual podem exercer, prévia e internamente, o controle da legalidade da gestão orçamentária. A Lei de Responsabilidade Fiscal, aliás, constitui um valioso instrumento de controle das finanças públicas e surgiu na esteira da evolução do conceito de uma democracia meramente formal para uma democracia substancial, isto é, que não se limita ao sufrágio eletivo dos governantes, já que a gestão da coisa pública deve dar-se em conformidade para com princípios da economicidade, do equilíbrio e prudência fiscais, da ética financeira e orçamentária, e tal gestão, por sua vez, deve ser também objeto de controle, não apenas por parte do Poder Legislativo , como também da parte dos membros das Procuraturas, no âmbito interno da própria Administração. A este respeito, insta ressaltar os ensinamentos do Professor Diogo de Figueiredo: “Porém, mais do que a todas as pessoas, a Constituição exige essa observância por parte daqueles que, por profissão, livremente abraçada, devam sustentar permanentemente, em prol da sociedade, a supremacia desses valores fundantes: tal é o caso dos membros das Procuraturas constitucionais, aos quais são impostos certos comportamentos específicos, como, sinteticamente o são, os de sustentar, com dever mínimo, e o de aperfeiçoar, como dever pleno, a ordem jurídica instituída. Se com o comando sustentar, se visa ao desempenho de atos eficazes, aptos a manter a incolumidade da ordem jurídica, indubitavelmente, com o comando aperfeiçoar há de se pretender, além da efetiva prática desses atos, comportamentos eficientes, capazes de aprimorar qualitativamente o sistema, pois a democracia material não se aperfeiçoa senão trilhando o laborioso caminho da eficiência” . Eis, portanto, um relevante e nobre missão da Advocacia Pública no sentido de colaborar para a concretização da democracia substancial, tendo as normas e princípios pertinentes ao direito financeiro e orçamentário como instrumentos para tanto. 22 23 PLANEJAMENTO GOVERNAMENTAL 24 Planejar é estabelecer ações/serviços públicos, a partir de políticas públicas pré-definidas, dimensionando os recursos físicos, humanos e financeiros para atingir objetivos e metas em determinado horizonte de tempo. POR QUE PLANEJAR? • 1. RACIONALIZAR A UTILIZAÇÃO DOS RECURSOS ESCASSOS; • 2. TOMAR DECISÕES SEGURAS; • 3. GERAR TRANSPARÊNCIA NAS APLICAÇÕES PÚBLICAS; • 4. PREVENIR RISCOS E CORRIGIR DESVIOS que possam afetar o equilíbrio das contas públicas; Alcance dos objetivos/metas Planejamento público envolve recursos públicos. Portanto, a Constituição exige que os instrumentos de planejamento sejam instituídos por lei de iniciativa do Poder Executivo – e sejam analisados e aprovados pelo Poder Legislativo. A sociedade participa do processo de elaboração e aprovação desses instrumentos, através das audiências públicas e da representação parlamentar. LEGISLAÇÃO BÁSICA EM MATÉRIA ORÇAMENTÁRIA CONSTITUIÇÃO FEDERAL – ARTIGOS 165 A 169 CONSTITUIÇÃO ESTADUAL – ARTIGOS 149 A 156 LEI ESTADUAL COMPLEMENTAR Nº 07/90 LEI 4.320/64 LEI COMPLEMENTAR Nº 101/2000 LEI DA TRANSPARÊNCIA Nº 131/2009 LEI DE ACESSO A INFORMAÇÃO Nº 12.527/2011 DECRETO FEDERAL Nº 2.829/98 PORTARIAS INTERMINISTERIAIS 42 e 163 – (MCASP) LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS DECRETO DE PROGRAMAÇÃO FINANCEIRA LEI Nº13.019/2014 ORÇAMENTO PÚBLICO 25 Funções do Orçamento Público FUNÇÃO ALOCATIVA VISA SOBRETUDO CORRIGIR “FALHAS DE MERCADO”, FORNECENDO BENS PÚBLICOS (EX: JUSTIÇA, SEGURANÇA PÚBLICA, SAÚDE, EDUCAÇÃO) NÃO OFERTADOS PELO MERCADO, ATRAVÉS DE INVESTIMENTOS E INTERVENÇÕES; FUNÇÃO DISTRIBUTIVA – POR MEIO DA RECEITA E DESPESA ORÇAMENTÁRIAS PODE-SE REDISTRIBUIR A RENDA E RIQUEZA DA ECONOMIA, EXEMPLO: TRIBUTAÇÃO PROGRESSIVA X PROGRAMAS SOCIAIS; FUNÇÃO ESTABILIZADORA A POLÍTICA FISCAL, EXPRESSA NO ORÇAMENTO, IMPACTA: NA RENDA (E, PORTANTO, O NÍVEL DE EMPREGO); NOS PREÇOS; SETOR EXTERNO (BALANÇA DE PAGAMENTOS). ORGANIZAÇÃO PÚLICA 26 A Gestão Pública é a forma como são aplicados os processos de planejamento e as práticas gerenciais no setor público. Seu foco é o bem comum, ou seja, o desenvolvimento econômico e social da população. Mas como as atividades da Gestão Pública impactam positivamente a vida dos brasileiros? Por meio das políticas públicas — ações desenvolvidas direta ou indiretamente pelo Estado, com a participação de entidades públicas ou privadas que visam impactar de alguma forma a realidade social, cultural, política ou econômica. E tem mais alguma coisa que orienta tudo isso? Sim, a Constituição Federal! Esse conjunto de leis, normas e regras estabelece cinco princípios que orientam a administração pública: legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. 27 Esses princípios traçam as diretrizes da Gestão Pública atual, que tem sido conduzida a uma reforma gradativa de suas práticas por diversos desafios vividos no campo institucional: a necessidade de redução dos gastos públicos; a busca por políticas públicas mais efetivas; a infinidade de demandas criadas por cidadãos mais esclarecidos; a evolução tecnológica, especialmente no potencial da divulgação da informação; a mudança de valores, que questionam a administração pública interna e externamente; a crescente pressão de grupos empresariais e da indústria pela flexibilização e desburocratização das instituições públicas; gestão por resultado. Quais os objetivos da Gestão Pública? Nesse cenário de mudanças, torna-se essencial para a Gestão Pública: melhorar a eficiência, a qualidade e a transparência dos gastos públicos a curto e longo prazo; ampliar a capacidade de governança na implementação de políticas públicas; criar instrumentos para a participação social na atividade pública; realizar investimentos para acelerar a competitividade nacional; melhorar a qualidade dos serviços públicos disponibilizados aos cidadãos; aumentar a produtividade sem desrespeitar as leis que regem a atuação de empresas públicas; promover a inovação, a gestão e o compartilhamento do conhecimento entre as esferas públicas, a sociedade e o mercado; 28aprimorar a gestão orçamentária; adotar sistemas de planejamento, monitoramento e avaliação; lançar mão de práticas mais comuns no setor privado, como a implementação do sistema de gestão de pessoas baseado no gerenciamento de competências e na meritocracia; investir continuamente na formação e capacitação dos gestores públicos, dos quais serão exigidas novas habilidades. Em outras palavras, o objetivo é profissionalizar o modo como as organizações são gerenciadas. Para isso, a preparação e formação dos servidores são cada vez mais requisitadas. É preciso contar com servidores capacitados e prontos para gerarem resultados positivos nas organizações públicas e na sua região de atuação. Somente com profissionais gabaritados, produtivos, éticos, compromissados e com pleno conhecimento do funcionamento das organizações será possível mudar a Gestão Pública e colaborar para o desenvolvimento do país. Qual seria o campo de estudo da Gestão Pública? Seu campo de estudo abrange áreas tradicionais como Recursos Humanos, Finanças Públicas, Administração de Materiais, Contabilidade, Orçamento, Prestação de Serviços, Atendimento ao Público, Tecnologia da Informação, Políticas Públicas, entre outros. Entretanto, o foco da Gestão Pública é próprio gestor. Afinal, para conduzir uma organização pública são necessárias algumas competências gerenciais. Mas qual seria o perfil do profissional mais adequado a esse novo conceito de Gestão Pública? O gestor público precisa desenvolver suas habilidades humanas, profissionais e públicas. Confira algumas delas: 29 Habilidades humanas: comunicação, proatividade, liderança, negociação, empreendedorismo, administração e solução de conflitos e enfrentamento de crises; Habilidades profissionais: visão estratégica, monitoramento de contratos, conhecimento em tecnologia da informação, incentivo à criatividade e inovação, capacidade de criar indicadores e mensurar desempenhos; Habilidades públicas: manter-se motivado e consciente de sua responsabilidade social, ser ético, conhecer os conceitos de cidadania e democracia, compreender o contexto sócio-político e cultural da administração pública e comprometer-se com a excelência dos serviços prestados à sociedade. 30 REFERÊNCIAS ANDRADE, N. A. Contabilidade pública na gestão municipal. São Paulo: Atlas, 2002. 31 BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Promulgada em 5 de outubro de 1988. Brasília: 1988. Disponível em: . Acesso em: 28 jun. 2017. CHIAVENATO, I. Administração geral e pública. 2. ed. Rio de Janeiro, Elsevier, 2008. GONÇALVES, A. M. Entrevista concedida sobre gestão financeira privada estratégica. Blumenau, 18 set. 2015. HORNGREN, C. T. Contabilidade de Custos. 9. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2000. KNUTH, V. Gestão financeira e orçamentária. Indaial: Uniasselvi, 2015. LUNELLI, R. L. A elaboração do orçamento público. 2015. Disponível em: . Acesso em: 1 out. 2015. LEMES JÚNIOR, A. B.; RIGO, C. M.; CHEROBIM, A. P. M. S. Administração financeira: princípios, fundamentos e práticas brasileiras. 3. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010. MATIAS, P. J. Finanças públicas: a política orçamentária no Brasil. São Paulo: Atlas, 1999. NASCIMENTO, E. R. Gestão pública. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2010. OSTI, E. Entrevista concedida sobre gestão financeira pública. Rio dos Cedros, 15 set. 2015. 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