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Direito Processual do Trabalho II

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Aula 01 – 08/08/2022
Conflitos de Trabalho
- Conflitos Individuais: Serão sempre Impasses/controvérsias/divergências entre o empregado (individualmente considerado) e o empregador.
- Objeto – acertar condições de trabalho e/ou direitos e interesses individuais do empregado. Trata-se da regulação do contrato de trabalho (direitos e deveres de ambas as partes). O dissídio individual vai sempre tratar do interesse de um empregado enquanto o dissídio coletivo vai tratar do interesse (palavra mágica) de uma categoria. Essa é a diferença entre os dissídios, um defende o interesse de um empregado e outro defende o interesse de uma categoria, uma coletividade. 
Importante saber a diferença entre relação de emprego x relação de trabalho.
A relação de emprego é uma das modalidades de relação de trabalho. Portanto, podemos dizer que a relação de trabalho é gênero do qual a relação de emprego é espécie. Sendo assim, toda relação de emprego corresponde a uma relação de trabalho, mas nem toda relação de trabalho é uma relação de emprego. Desse modo, a relação de emprego apresenta como requisitos: i) a alteridade, ii) a subordinação, iii) a pessoalidade, iv) a onerosidade, e v) a não eventualidade. Tais requisitos, a fim de ser caracterizar uma relação de emprego, deverão ocorrer simultaneamente; de forma cumulativa
- São conflitos coletivos trabalhistas aquelas divergências, entre empregadores e empregados, que atinjam comunidades específicas de trabalhadores e empregadores ou tomadores de serviços, quer no âmbito restrito do estabelecimento ou empresa, quer no âmbito da categoria em larga escala.
Objetivo do conflito ou também chamado dissídio – buscar interesse dos representados.
Ações plúrimas não envolvem dissídio coletivo, mas envolve alguns empregados. Aqueles reclamantes tem um interesse individual e não de uma categoria. Os reclamantes que entram com ação plúrima tem condições semelhantes ou idênticas de trabalho. A ideia da plúrima é que se entre de uma vez só com uma ação idêntica para que não se entre com várias e fiquem distribuindo para tratar da mesma coisa. Ação de interesse individual. Pode ser que um polo da demanda tenha mais de um empregado, mas nem por isso ela vira ação coletiva. É necessário ver se o objeto da ação tem interesse individual ou coletivo. 
Os dissídios individuais têm competência diferente dos dissídios coletivos. O que define a competência é o tipo de conflito. No conflito individual a competência é da 1ª instância, a vara do trabalho. No dissídio coletivo o endereçamento é sempre na 2ª instância, os Tribunais. 
Os conflitos coletivos dividem-se em 2(dois) tipos de conflitos:
1. Conflitos jurídicos ou de direito: versam sobre a interpretação ou aplicação da norma trabalhista preexistente.
2. Conflitos econômicos ou de interesse: Tem por objetivo a criação ou modificação das condições de trabalho. Criação de norma nova, vai estar ligado a aumentos salarias, abono, etc.
Os Conflitos coletivos de trabalho são intermediados pelos Sindicatos (art. 8º, VI, da CF/88).
	Vl - é obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações coletivas de trabalho;
- Formas de Solução dos Conflitos Coletivos do Trabalho:
1. Autodefesa:
As próprias partes procedem à defesa de seus interesses. (Ex. Greve, feita pelos empregados e Lockout, feita pelo empregador)
A constituição não admite o exercício arbitrário das próprias razões para solução do conflito, punindo os excessos. (art. 9º §2 CF). Exemplo: vandalismo, impedir um empregado de trabalhar.
	§ 2° Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às penas da lei.
2. Autocomposição:
Forma de solução dos conflitos realizados pelas próprias partes, chegando à solução de suas controvérsias. (Ex. ACT e CCT). Não há participação de um terceiro. 
Acordo coletivo de trabalho, de um lado sindicato profissional x empresa. 
Convenção coletiva do trabalho, de um lado e de outro um ou mais sindicatos profissionais e do outro sindicato patronal. Alguém precisa ceder
	-Dividem-se em:
	2.1 Unilateral – Uma das partes renuncia sua pretensão.
	2.2 Bilateral – cada uma das partes faz concessões recíprocas.
3. Heterocomposição
Verifica-se quando a solução dos conflitos é intermediada ou determinada por um terceiro.
Serão estudados três tipos, a mediação, a arbitragem e a Tutela ou Jurisdição.
3.1 Mediação: ocorre quando um terceiro chamado pelas partes, vem ajudar a solucionar o conflito, sem propor soluções, promovendo a facilitação do diálogo entre as partes, para que elas próprias construam a solução adequada para o conflito.
O mediador pode ser qualquer pessoa, não necessitando de conhecimentos jurídicos. O mediador não tem poder de coação ou de coerção tomando qualquer decisão, apenas servindo de intermediário entre elas.
A mediação esteve prevista na lei 4.330/64 (lei de greve – revogada pela lei 7.783/89), quando era procedimento prévio e obrigatório realizado pela DRT. É inconstitucional o art. 4º do Decreto 1.572/95, que prevê o critério de que o Mediador tem de ser cadastrado pelo Ministério do Trabalho. (Art. 5º XIII)
	XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei
estabelecer;
Aula 02 – 15/08/2022
Para ser ajuizado, qualquer dissídio coletivo precisa de uma tentativa prévia de conciliação. O dissídio coletivo envolve categoria, muita gente, é mais benéfico que se resolva amigavelmente. A lógica geral da Justiça do Trabalho é o princípio da conciliação. Em alguns momentos o juiz é obrigado a renovar a tentativa de acordo, sob pena de nulidade. A mediação é uma das hipóteses de tentativa de acordo, porém não é obrigatório. 
Art. 11 da LEI. 10.192
	Art. 11. Frustrada a negociação entre as partes, promovida diretamente ou através de mediador, poderá ser ajuizada a ação de dissídio coletivo.
§ 1o O mediador será designado de comum acordo pelas partes ou, a pedido destas, pelo Ministério do Trabalho e Emprego, na forma da regulamentação de que trata o § 5o deste artigo.
§ 2o A parte que se considerar sem as condições adequadas para, em situação de equilíbrio, participar da negociação direta, poderá, desde logo, solicitar ao Ministério do Trabalho e Emprego a designação de mediador, que convocará a outra parte.
§ 3o O mediador designado terá prazo de até trinta dias para a conclusão do processo de negociação, salvo acordo expresso com as partes interessadas.
§ 4o Não alcançado o entendimento entre as partes, ou recusando-se qualquer delas à mediação, lavrar-se-á ata contendo as causas motivadoras do conflito e as reivindicações de natureza econômica, documento que instruirá a representação para o ajuizamento do dissídio coletivo.
§ 5o O Poder Executivo regulamentará o disposto neste artigo.
3.2 Arbitragem
Sua semelhança com a mediação está em ser optativa. Na arbitragem uma terceira pessoa, escolhida pelas partes, vem a decidir a controvérsia, impondo a solução aos litigantes. A pessoa designada chama-se árbitro. Também chamado de juízo arbitral. Quando a demanda é submetida ao juízo arbitral, não há como ser retirada. Da sentença proferida pelo juízo arbitral, não cabe recurso. 
A decisão denomina-se laudo arbitral. É uma forma voluntária de terminar o conflito, o que importa dizer, não é obrigatória.
Lei 9.307/96 – lei específica da arbitragem.
- Característica: de acordo com o artigo 1º da lei 9.307/96 a arbitragem só pode ser utilizada para dirimir conflitos cujos direitos sejam de natureza patrimonial disponível, aquele que possui expressão econômica e de que as partes podem livremente dispor, sem que haja norma de caráter cogente, visando resguardar os interesses da coletividade.
- Difere-se arbitragem de mediação, pois o mediador somente faz proposta para solução, enquanto o árbitro decide ao caso que lhe é submetido. 
- O laudo ou sentença arbitral tem eficácia e natureza jurídica de título executivo judicial apesar de ser produzido fora da justiça do trabalho (art. 515, VII, do CPC), podendo, assim, ser executado se não cumprido. A sentença vai direto para a execução.Art. 515. São títulos executivos judiciais, cujo cumprimento dar-se-á de acordo com os artigos previstos neste Título:
VII - a sentença arbitral;
4. JURISDIÇÃO OU TUTELA
É a forma de solucionar os conflitos por meio da interveniência do Estado, gerando o processo judicial. O estado diz o direito no caso concreto submetido ao Judiciário, impondo às partes a solução do litigio. Dever do Estado de dizer o direito, princípio da inafastabilidade da jurisdição. 
- A justiça do trabalho fica incumbida de solucionar os conflitos trabalhistas. (art. 114 CF)
- Nas varas do trabalho processam-se os dissídios individuais. 
- Nos Tribunais Regionais do Trabalho e no Tribunal Superior do Trabalho são ajuizados os Dissídios Coletivos (art. 114, Par. 2o, CF e art. 77 do Regimento Interno do TST).
	§ 2º Recusando-se qualquer das partes à negociação coletiva ou à arbitragem, é facultado às mesmas, de comum acordo, ajuizar dissídio coletivo de natureza econômica, podendo a Justiça do Trabalho decidir o conflito, respeitadas as disposições mínimas legais de proteção ao trabalho, bem como as convencionadas anteriormente.
· Competência da Justiça do Trabalho
Jurisdição x competência
Jurisdição – Consiste no poder/dever do Estado (delegado ao juiz) de prestar a tutela jurisdicional a todo aquele que tenha uma pretensão resistida por outrem, aplicando a regra jurídica na celeuma. Princípio da inafastabilidade. 
- O exercício da jurisdição pelo Estado restabelece a ordem jurídica, mediante a eliminação do conflito através do órgão que tenha competência.
Competência - É determinação do órgão competente para aplicar a Jurisdição. (Critérios: matéria, partes, função, território). Nesse contexto a jurisdição é indivisível, sendo a competência divisível em vários órgãos. A competência aplica a jurisdição. 
- A competência para processar, conciliar e julgar os dissídios coletivos de trabalho é originariamente dos Tribunais, assim compreendidos:
· Tribunais Regionais do Trabalho 
· Tribunal Superior do Trabalho.
- A competência originária está adstrita ao Tribunal Regional do Trabalho se a controvérsia estiver veiculada aos limites territoriais do tribunal. Ex.: TRT10 – Distrito Federal e Tocantins – Competência geográfica.
- Caso o dissídio extrapole a base territorial de um ou mais Tribunais Regionais, será competente o TST, 
Exceção: se o conflito abranger localidades situadas nos Tribunais Regionais do Trabalho da 2º e 15º Região, onde com base na Lei n.° 9.254/96 tem por competente o TRT da 2° Região.
	Art. 860 - Recebida e protocolada a representação, e estando na devida forma, o Presidente do Tribunal designará a audiência de conciliação, dentro do prazo de 10 (dez) dias, determinando a notificação dos dissidentes, com observância do disposto no art. 841.
Parágrafo único - Quando a instância for instaurada ex officio, a audiência deverá ser realizada dentro do prazo mais breve possível, após o reconhecimento do dissídio.
Art. 861 - É facultado ao empregador fazer-se representar na audiência pelo gerente, ou por qualquer outro preposto que tenha conhecimento do dissídio, e por cujas declarações será sempre responsável.
Art. 862 - Na audiência designada, comparecendo ambas as partes ou seus representantes, o Presidente do Tribunal as convidará para se pronunciarem sobre as bases da conciliação. Caso não sejam aceitas as bases propostas, o Presidente submeterá aos interessados a solução que lhe pareça capaz de resolver o dissídio.
Art. 866 - Quando o dissídio ocorrer fora da sede do Tribunal, poderá o presidente, se julgar conveniente, delegar à autoridade local as atribuições de que tratam os arts. 860 e 862. Nesse caso, não havendo conciliação, a autoridade delegada encaminhará o processo ao Tribunal, fazendo exposição circunstanciada dos fatos (causa de pedir) e indicando a solução que lhe parecer conveniente.
O Termo INSTAURAR é utilizado no dissídio coletivo como sinônimo de ajuizar. 
Necessário ler todo o capítulo de dissídio coletivo na CLT
Aula 03 – 22/08/2022
A Jurisdição está relacionada diretamente ao Princípio da Inafastabilidade – toda demanda trazida ao judiciário não pode ser afastada. O Juiz deve se manifestar, nem que seja para dizer que é incompetente. A Jurisdição é una, não pode ser divisível. 
Sentença normativa é composta de várias cláusulas que serão normas entre as partes. 
QUEM PODE PROPOR (as partes): quem são os legitimados, quem tem interesse. 
1. Sindicato: o mais comum, pode instaurar o dissídio em qualquer situação. O artigo 857, parágrafo único, da CLT, coloca que “quando não houver sindicato representativo da categoria econômica (empregadores) ou profissional (empregados), poderá a representação (inicial) ser instaurada pelas federações correspondentes e, na falta destas, pelas confederações respectivas, no âmbito de sua representação”.
2.  Empresa: assim como o sindicato, a empresa pode instaurá-lo em qualquer situação, conforme artigo 616, §2º da CLT. “No caso de persistir a recusa à negociação coletiva […] é facultada aos Sindicatos ou empresas interessadas a instauração de dissídio coletivo”.
	Art. 616 - Os Sindicatos representativos de categorias econômicas ou profissionais e as empresas, inclusive as que não tenham representação sindical, quando provocados, não podem recusar-se à negociação coletiva.                    
 § 2º No caso de persistir a recusa à negociação coletiva, pelo desatendimento às convocações feitas pelo Departamento Nacional do Trabalho ou órgãos regionais do Ministério de Trabalho e Previdência Social, ou se malograr a negociação entabolada, é facultada aos Sindicatos ou empresas interessadas a instauração de dissídio coletivo.                      
 Ministério Público do Trabalho: em caso de greve em atividade essencial com possibilidade de lesão do interesse público, o MPT pode propor dissídio coletivo. Ver: Art. 114, § 3º, da CF. O Ministério Público é fiscal da lei e advogado da sociedade, sempre que há uma lesão aos direitos coletivos, é o Ministério Público que intervém. 
	Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar:
§ 3º Em caso de greve em atividade essencial, com possibilidade de lesão do interesse público, o Ministério Público do Trabalho poderá ajuizar dissídio coletivo, competindo à Justiça do Trabalho decidir o conflito.   
Uma última observação: apesar do artigo 856 da CLT dispor que o Presidente do Tribunal poderia, por sua iniciativa, ajuizar o dissídio em caso de greve, entende-se que essa norma não é mais possível, pois foi revogada pela Lei de Greve (Lei 7.783/89). 
A petição inicial nos dissídios coletivos deverá ser apresentada obrigatoriamente:
	Art. 856 - A instância será instaurada mediante representação escrita ao Presidente do Tribunal. Poderá ser também instaurada por iniciativa do presidente, ou, ainda, a requerimento da Procuradoria da Justiça do Trabalho, sempre que ocorrer suspensão do trabalho. NÃO É MAIS POSSÍVEL A INSTAURAÇÃO PELO PRESIDENTE DO TRIBUNAL. 
O Dissídio coletivo deve ser instaurado mediante representação escrita, ao contrário do dissídio individual, mas também pode ser feito de forma oral.
NÃO É MAIS POSSÍVEL SER INSTAURADA PELO PRESIDENTE. Não está revogada na CLT, mas é letra morta a instauração por iniciativa do presidente pois contraria vários princípios, o da inércia, o do livre convencimento. 
· Também será matéria obrigatória na inicial:
· a aprovação do sindicato em ASSEMBLEIA para que seja instaurada a instância com o quórum por maioria de 2/3 dos associados interessados, em primeira convocação, ou em segunda convocação por 2/3 dos presentes, na disposição do art. 859 da CLT. 
· Outro requisito indispensável à propositura de dissídio coletivo é a comprovação das tentativas negociais frustradas, pois somente será hipótese de admissibilidade do dissídio, com o esgotamento das tentativas negociais, conforme disposição constitucional.
· CONSEQUÊNCIA - sob pena de ser julgado extinto o processo sem resolução de mérito, por ausência dos pressupostos de constituição e desenvolvimentoválido e regular do processo.
Propositura de Comum Acordo:
	Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
(...)
§ 2º Recusando-se qualquer das partes à negociação coletiva ou à arbitragem, é facultado às mesmas, de comum acordo (ELE É RELATIVIZADO, MESMO NÃO HAVENDO COMUM ACORDO, UMA PARTE PODE AJUIZAR), ajuizar dissídio coletivo de natureza econômica, podendo a Justiça do Trabalho decidir o conflito, respeitadas as disposições mínimas legais de proteção ao trabalho, bem como as convencionadas anteriormente. 
O dissídio coletivo deve respeitar a constituição e a própria CLT. 
Dissídio coletivo de natureza jurídica é relacionado a uma norma que já existe, se objetiva o seu cumprimento, quando se fala em dissídio coletivo de natureza econômica, é um dissídio que se está tentando uma nova norma de proveito econômico como aumento de salário. 
· Existem julgados do TRT da 4º Região mencionando que a interpretação da Constituição no sentido do consenso entre as partes para a propositura de dissídio coletivo de natureza econômica deverá ser interpretada como mera faculdade.
· Ainda sobre a questão, cumpre ressaltar a possibilidade do julgamento dos tribunais no sentido de aceitarem o acordo exigido constitucionalmente por ambas as partes para o ajuizamento de dissídio coletivo de forma tácita, conforme decisões do Tribunal Regional do Trabalho da 2° Região. As partes chegam a um acordo mas sem necessariamente passar por um acordo coletivo ou convenção, eles querem ratificar esse acordo na Justiça, pode então ser feito por meio de um dissídio pois ele origina uma sentença normativa que tem prazo de validade. 
· “Havendo concordância tácita que se extrai dos atos inequívocos de assentimento consignados nos autos, como o comparecimento do suscitado à audiência para a qual foi intimado, o oferecimento de contestação do mérito sem questionamento sobre a questão extintiva e a apresentação, na audiência instrutória, de uma proposta de acordo sobre o índice de reajuste afastam a arguição ministerial de falta de ajuste prévio para ajuizamento do dissídio coletivo . Preliminar que se rejeita. (TRT 02- SDC- Proc. n.° 20140-2005-000- 02-00- Relatora- Wilma Nogueira De Araújo Vaz Da Silva)” 
Supremo Tribunal Federal STF - RECURSO EXTRAORDINÁRIO: RE 1002295 RJ
Acórdão
O Tribunal, por maioria, apreciando o tema 841 da repercussão geral, negou provimento ao recurso extraordinário, nos termos do voto do Ministro Alexandre de Moraes, Redator para o acórdão, vencidos os Ministros Marco Aurélio (Relator), Edson Fachin, Ricardo Lewandowski e Rosa Weber. Foi fixada a seguinte tese: "É constitucional a exigência de comum acordo entre as partes para ajuizamento de dissídio coletivo de natureza econômica, conforme o artigo 114, § 2º, da Constituição Federal, na redação dada pela Emenda Constitucional 45/2004". 
O comum acordo pode ser provado de várias formas, ele é relativo. Não é somente na assembleia, mas por atos. 
Deverá ainda com base no art. 858, b da CLT, conter a peça inicial, os motivos do dissídio e as bases da conciliação.
	Art. 858 - A representação será apresentada em tantas vias (quando o processo era físico) quantos forem os reclamados e deverá conter:
a) designação e qualificação dos reclamantes e dos reclamados e a natureza do estabelecimento ou do serviço;
b) os motivos do dissídio e as bases da conciliação.
· Procedimentos Dissídio Coletivo:
· Recebida e protocolada a inicial, respeitada a devida forma, será designada audiência de conciliação no prazo de 10 (dez) dias, determinando a notificação via postal dos dissidentes; Na fase de execução, a notificação é pessoal por meio de oficial de justiça.
· O Presidente do Tribunal solicita pronúncia sobre as bases da conciliação, sendo considerada a fase mais importante no dissídio coletivo, para muitos estudiosos;
· Porém, em sendo infrutífera a tentativa de acordo, ou não comparecendo ambas as partes ou uma delas, submeterá o Presidente a julgamento pelo Tribunal. (Não há revelia) 
Pode faltar o reclamado, pois já houve uma tentativa de acordo. 
Aula 04 – 29/08/2022
· Sentença normativa: É o nome que se dá no dissídio coletivo.
· As decisões proferidas pelo Poder Judiciário em dissídio coletivo, são denominadas SENTENÇA NORMATIVA, contendo algumas peculiaridades: 
· Sentença normativa – Entrada em vigor:
· Já existindo sentença normativa, acordo ou convenção coletiva, o dissídio deverá ser instaurado dentro dos sessenta dias que antecedem seu término, para que possa ter aplicação no dia imediato a seu termo, conforme dispõe artigos 616, § 3° e 867, par. único, ambos da CLT.
	§ 3° - Havendo convenção, acordo ou sentença normativa em vigor, o dissídio coletivo deverá ser instaurado dentro dos 60 (sessenta) dias anteriores ao respectivo termo final, para que o novo instrumento possa ter vigência no dia imediato a esse termo. _(Redação dada pelo Decreto-lei n° 424, de 21 .1 .1969)_
	Art. 867 - Da decisão do Tribunal serão notificadas as partes, ou seus representantes, em registrado postal, com franquia, fazendo-se, outrossim, a sua publicação no jornal oficial, para ciência dos demais interessados.
Parágrafo único - A sentença normativa vigorará: _(lncluído pelo Decreto-lei n° 424, de 21.1.1969)
a) a partir da data de sua publicação, quando ajuizado o dissídio após o prazo do art. 616,_§i°, ou, quando não existir acordo, convenção ou sentença normativa em vigor, da data do ajuizamento; _(lncluída pelo Decreto-lei n° 424, de 21.1.1969)
b) a partir do dia imediato ao termo final de vigência do acordo, convenção ou sentença normativa, quando ajuizado o dissídio no prazo do art. 616,_§3°. _(lncluída pelo Decreto-lei n° 424, de 21 .1.1969)_
· Contudo, caso não seja respeitado o limite temporal acima mencionado, bem como nos casos em que não exista sentença normativa anterior, terá vigência a partir do momento de sua publicação. Regra geral, não há vacatio legis para matéria trabalhista. A aplicação é imediata e irretroativa, porque o crédito trabalhista tem natureza alimentar. O crédito trabalhista tem prioridade. 
· A sentença normativa terá como prazo máximo de validade QUATRO ANOS, conforme menciona art. 868, par. único da CLT, todavia, a praxe vem estabelecendo o prazo de vigência de um ano. Porque as condições daquela categoria podem mudar. 
· Divergente está a opinião entre doutrina e jurisprudência com relação à coisa julgada oriunda de dissídio coletivo. Apenas para conhecer.
· Duas vertentes despontam sobre o assunto:
· Coisa julgada Formal;(A coisa julgada pode ser formal, quando a sentença não pode ser alterada dentro do mesmo processo, porém poderá ser discutida em outra ação)
- Coisa Julgada Formal e material; (denomina-se coisa julgada material a eficácia, que torna imutável e indiscutível a sentença, não mais sujeita a recurso ordinário ou extraordinário
· COISA JULGADA FORMAL 
- A primeira corrente sustenta pela formação de coisa julgada formal na sentença normativa, entre os diversos argumentos adotados, podemos mencionar que a sentença normativa pode ser objeto de ação de cumprimento mesmo antes do seu trânsito em julgado (Súmula n.° 246 do TST), a sentença poderá ser objeto de revisão após um ano de vigência, pela teoria da imprevisão.
Ação de cumprimento. 
Uma segunda corrente sustenta que a sentença proferida em dissídio coletivo produz coisa julgada formal e material com sustento no art. 2º da lei 7701, menciona competência, sessões especializadas em dissídios coletivos, sessões normativas, para julgar originalmente ação rescisória proposta com suas sentenças normativas. 
· Sentença normativa – Extensão da aplicação
- A lei autoriza também a extensão dos efeitos da sentença à toda a categoria profissional, sendo necessária a realização de um novo dissídio coletivo com a anuência do Ministério Público e das partes interessadas, mesmo que a extensão tenha ocorrido de ofício.
- Trata-se de mecanismo de extensão das decisões coletivas à totalidade da categoria, quandofor parte apenas uma parcela da categoria.
· Sentença normativa: Extensão
- A extensão a toda a categoria profissional situada na jurisdição do Tribunal poderá ser solicitada por: (instaura um novo dissídio)
a) por solicitação de um ou mais empregadores, ou de qualquer sindicato destes;
b) por solicitação de um ou mais sindicatos de empregados;
c) ex officio, pelo Tribunal que houver proferido a decisão;
d) por solicitação da Procuradoria da Justiça do Trabalho.
· Sentença normativa: cabe Recursos
a) por meio de embargos infringentes, a serem julgados pelo mesmo órgão que proferiu a sentença impugnada, somente na hipótese de a sentença ser proferida por divergência ou, qualquer que seja o resultado, quando proferida contra ente público;
b) através de recurso extraordinário, para os casos de afronta direta a Constituição Federal, cujo apelo deverá ser dirigido diretamente ao STF. Isso pode ser feito simplesmente pela alteração da lei ordinária (CLT e Lei n.° 7;701/88), mediante decisão política do Congresso Nacional.
c) Prescreve o art. 895, b da CLT, que caberá recurso ordinário para a instância superior as decisões definitivas dos Tribunais Regionais, no prazo de oito dias, tanto em dissídios individuais, como em dissídios coletivos. (EFEITO DEVOLUTIVO)
Liquidação de Sentença
As sentenças condenatórias, quando não cumpridas voluntariamente, dependem de outra fase, denominada execução, para a entrega do bem da vida a quem de direito. 
Requisito – Título líquido e certo.
Pode ocorrer, no entanto, de a sentença judicial não ser líquida. Nesse caso, há necessidade de liquidação da sentença, que busca complementá-la e prepará-la para a execução. Tem, portanto, a finalidade de apurar o montante devido (quantum debeatur), sendo admitida apenas nas obrigações de pagar quantia certa, conforme o art. 509 do CPC. 
Aula 05 – 05/09/2022
Liquidação de Sentença
Conceito: é o conjunto de atos processuais necessários para aparelhar o título executivo, que possui certeza (mérito), mas não liquidez, a execução que se seguirá.
Quem poderá requerer a liquidação de sentença?
· credor ou 
· devedor (tem interesse pois pode ser cobrado juros)
Art. 509, CPC: “Quando a sentença condenar ao pagamento de quantia ilíquida, proceder-se-á à sua liquidação, a requerimento do credor ou do devedor:”
Obs.: O juiz, de acordo com a reforma trabalhista, só pode atuar de ofício quando não há advogado (arbitramento e cálculos), ou seja, no jus postulandi. Somente atuará de ofício na EXECUÇÃO. Antes da reforma, o juiz agia de ofício. 
“Art. 878.  A execução será promovida pelas partes, permitida a execução de ofício pelo juiz ou pelo Presidente do Tribunal apenas nos casos em que as partes não estiverem representadas por advogado.”
Cabe destacar que pode acontecer de uma só sentença conter parcelas líquidas e ilíquidas na condenação. 
· Nesses casos, o credor poderá promover simultaneamente a execução da parcela líquida e, em autos apartados, a liquidação da parcela ilíquida (CPC, art. 509, § 1º). 
· É importante observar que, na liquidação, não se poderá modificar, ou inovar, a sentença liquidanda nem discutir matéria pertinente à causa principal (CPC, art. 509, § 4º). 
	 Art. 509. Quando a sentença condenar ao pagamento de quantia ilíquida, proceder-se-á à sua liquidação, a requerimento do credor ou do devedor:
I - por arbitramento, quando determinado pela sentença, convencionado pelas partes ou exigido pela natureza do objeto da liquidação;
II - pelo procedimento comum, quando houver necessidade de alegar e provar fato novo.
§ 1º Quando na sentença houver uma parte líquida e outra ilíquida, ao credor é lícito promover simultaneamente a execução daquela e, em autos apartados, a liquidação desta.
§ 2º Quando a apuração do valor depender apenas de cálculo aritmético, o credor poderá promover, desde logo, o cumprimento da sentença.
§ 3º O Conselho Nacional de Justiça desenvolverá e colocará à disposição dos interessados programa de atualização financeira.
§ 4º Na liquidação é vedado discutir de novo a lide ou modificar a sentença que a julgou.
O objeto da liquidação é:
· Fase preparatória a execução.
· Pratica-se um ou mais atos.
· Por uma ou ambas as partes.
· Finalidade de determinar o valor da condenação.
· Individualizar o objeto.
· Se necessário pode ser utilizado todos os meios admitidos em direito. (Liquidação por artigos -Procedimento comum – art. 509, II e 369, ambos do CPC) 
Art. 879, da CLT. Sendo ilíquida a sentença exequenda, ordenar-se-á, previamente, a sua liquidação, que poderá ser feita por cálculo, por arbitramento ou por artigos. 
§ 1º Na liquidação, não se poderá modificar, ou inovar, a sentença liquidanda nem discutir matéria pertinente à causa principal.
MODALIDADES DE LIQUIDAÇÃO -
A liquidação de sentença pode ser realizada de 3 formas: 
1) liquidação por cálculos: quando depende apenas de cálculos aritméticos; 
2) liquidação por arbitramento: quando há necessidade de nomeação de perito; 
3) liquidação por artigos: quando se busca provar fato novo na liquidação. 
MODALIDADES DE LIQUIDAÇÃO -
Além disso, mesmo que a sentença estabeleça que a liquidação seja realizada de uma determinada forma, é possível o juiz se valer de outra modalidade, sem que ocorra violação à coisa julgada. Nesse sentido, a Súmula n° 344 do STJ: 
‘’Súmula n° 344 do STJ. “A liquidação por forma diversa da estabelecida na sentença não ofende a coisa julgada.”
MODALIDADES DE LIQUIDAÇÃO -
Além disso, mesmo que a sentença estabeleça que a liquidação seja realizada de uma determinada forma, é possível o juiz se valer de outra modalidade, sem que ocorra violação à coisa julgada. Nesse sentido, a Súmula n° 344 do STJ: 
Liquidação por cálculos: importante alteração da reforma. ‘’
O art. 879 da CLT prevê:
§ 2º Elaborada a conta e tornada líquida, o juízo deverá abrir às partes prazo comum de oito dias para impugnação fundamentada com a indicação dos itens e valores objeto da discordância, sob pena de preclusão.’’
‘’879.
§ 1º- B. As partes deverão ser previamente intimadas para a apresentação do cálculo de liquidação, inclusive da contribuição previdenciária incidente.’’
Prazo para manifestação de partes diversas:
· União para manifestação, no prazo de 10 dias, sob pena de preclusão (CLT, art. 879, § 3°). 
· O INSS tem o prazo de dez dias sob pena de preclusão. 
Juros e Correção Monetária:
Os juros e a correção monetária também devem ser incluídos na liquidação, ainda que omisso o pedido inicial ou a condenação (Súmula n° 211 do TST).
Correção Monetária:
· OBS.: Mesmo com a reforma trabalhista, que trazia a atualização dos créditos decorrentes de atualização judicial pela TR, o TST entendeu que não se aplica à Justiça do Trabalho, sendo utilizado o IPCA-E (Índice de Preços ao Consumidor Amplo Especial), como fator de correção a ser utilizado na tabela de atualização monetária dos débitos trabalhistas.
JUROS:
· Os juros são devidos a partir do ajuizamento da reclamação (CLT, art. 883), até o efetivo pagamento, incidindo sobre a importância da condenação já corrigida monetariamente (Súmula n° 200 do TST). 
· Obs. - Nas condenações de indenização por dano moral, a atualização monetária é devida a partir da data da decisão de arbitramento ou de alteração do valor. Os juros incidem desde o ajuizamento da ação, nos termos do art. 883 da CLT (Súmula n° 439 do TST). 
· Não apresentação dos cálculos:
‘’Art. 11-A. Ocorre a prescrição intercorrente no processo do trabalho no prazo de dois anos. 
§ 1º. A fluência do prazo prescricional intercorrente inicia-se quando o exequente deixa de cumprir determinação judicial no curso da execução. 
§ 2º. A declaração da prescrição intercorrente pode ser requerida ou declarada de ofício em qualquer grau de jurisdição.’’
Obs. - Antes da reforma muito se discutia a possibilidade de ser considerada possível essa prescrição ao crédito alimentício, e do princípio da irrenunciabilidade do crédito trabalhista, mas agora é cabível. 
Liquidação por arbitramento:
· A liquidação será por arbitramento quando houver necessidadede conhecimentos técnicos, ou seja, quando for nomeado perito. 
· Essa modalidade de liquidação será realizada quando: 
1) determinada pela sentença; 
2) as partes convencionarem expressamente; 
3) o exigir a natureza do objeto da liquidação (CPC, art. 509, 1). 
Exemplo, para definir o valor do salário in natura (habitação, alimentação etc.). 
Sentença judicial determina que a habitação fornecida pela empresa deve integrar o salário do empregado para todos os efeitos (CLT, art. 458), determinando que o valor da habitação seja apurado em liquidação por arbitramento. Nesse caso, no momento da liquidação, é nomeado perito para apurar o valor da habitação, ou seja, o valor do aluguel para um imóvel equivalente ao que o empregado morava. 
Liquidação por arbitramento :
Assim, iniciada a liquidação por arbitramento, o juiz:
Art. 510 CPC "intimará as partes para a apresentação de pareceres ou documentos elucidativos, no prazo que fixar, e, caso não possa decidir de plano, nomeará perito, observando-se, no que couber, o procedimento da prova pericial.” 
· Liquidação por artigos
· A liquidação por artigos ocorrerá quando houver necessidade de alegar e provar fato novo para determinar o valor da condenação (CPC, art. 509, II). 
Obs. - Fato novo ou porque não existia ou porque era desconhecido. 
· Liquidação por artigos
· Ex. – Condenação do empregador em ressarcir todas as despesas médicas ante a acidente de trabalho.
- Muitas vezes se faz necessário novos procedimentos após a fase de conhecimento, que se provada a relação com o acidente, devem ser ressarcidos pelo empregador. 
Da revelia na liquidação de sentença trabalhista. 
A liquidação tem natureza constitutiva, mas não se aplica efeitos da revelia, pois os limites da liquidação estão vinculados ao trânsito em julgado da sentença. 
· IMPUGNAÇÃO DA DECISÃO DE LIQUIDAÇÃO 
No processo do trabalho, a decisão de liquidação, tem natureza de sentença, mas não pode ser impugnada de imediato. Estabelece o art. 884, § 3°, da CLT: 
‘’§ 3°- Somente nos embargos à penhora poderá o executado impugnar a sentença de liquidação, cabendo ao exequente igual direito e no mesmo prazo.’’ 
Requisito – Garantir o Juízo!
· Pelo executado: utilizando-se os embargos à execução, no prazo de 5 dias, contados da intimação da penhora. 
· Pelo exequente: Impugnação dos cálculos no prazo de 5 dias contados da homologação da liquidação.
Aula 06 – 12/09/2022
A Execução pode ser conceituada como sendo um conjunto de atos de atuação das partes e do juiz que tem mira a concretização daquilo que foi estabelecido em um título executivo, seja ele judicial ou extrajudicial. Ou seja, execução de sentença é o conjunto de atos. 
As regras aplicáveis ao processo de execução na justiça de trabalho encontram-se nos seguintes diplomas normativos, segundo a seguinte ordem de importância: CLT ART 876-892) regra básica da execução trabalhista; lei 6.830/80 – trata-se da lei da execução fiscal, à qual a CLT (art. 889) faz expressa remissão, como norma subsidiária para a execução trabalhista, pois os créditos trabalhistas e fiscais tem a mesma natureza de créditos privilegiados em relação aos demais créditos.
Exequente: é o credor da obrigação judicial ou extrajudicialmente reconhecida que promove a execução.
Executado: é aquele que responde pela dívida judicial ou extrajudicialmente assumida por si ou por outrem, podendo variar a responsabilidade em:
Responsabilidade direta: na qual o próprio devedor responde pelos débitos assumidos (neste rol entra o sucessor, que, mesmo não tendo sido o empregador do trabalhador, ao adquirir o patrimônio da empresa passa a ser o responsável pelos débitos trabalhistas.
Responsabilidade solidária: na qual há mais de um responsável pela obrigação, podendo qualquer um ser acionado para responder integralmente pelo débito comum (é o caso do empreiteiro principal, que responde pelos débitos trabalhistas do subempreiteiro, nos termos do art. 455 da CLT, tendo, no entanto, direito de regresso contra o subempreiteiro, cobrável nos próprios autos a reclamação trabalhista)
Responsabilidade subsidiária: na qual há um responsável principal, que se, não tiver patrimônio suficiente para arcar com a dívida, fará com que seja acionado também aquele que responde secundariamente pela obrigação.
Terceiro interessado – é aquele que, sem ter sido parte no processo de conhecimento, sofre a constrição judicial, tendo seus bens penhorados. 
Regem a execução os seguintes princípios:
Princípios da suficiência: somente serão penhorados bens suficientes à satisfação do crédito do exequente e não mais.
Princípio da Utilidade: só serão penhorados bens que economicamente sejam úteis à satisfação do crédito. 836 cpc.
Princípio da não onerosidade – a execução deve ser feita da maneira menos gravosa para o executado. 805 cpc.
Princípio da disponibilidade – o credor pode, a qualquer momento, desistir da execução, sem assentimento do devedor. 775 CPC.
Princípio da primazia do credor trabalhista. Todos os atos devem convergir para a satisfação do crédito. 797 cpc.
Princípio do título: necessita de uma pretensão conforme o direito.
Função Social da execução Trabalhista: deve direcionar o juiz do trabalho, a execução no sentido de que o exequente, efetivamente, receba o bem da vida pretendido de forma célere e justa, e que as atividades executivas sejam direcionadas, e que a execução somente atinja o patrimônio do próprio devedor, preservando-se sempre a dignidade tanto da pessoa humana do exequente como do executado. 
Aula 07 – 03/10/2022
EXECUÇÃO
Conceito:
Conjunto de atos voltados à concretização daquilo que foi estabelecido em um título executivo, seja ele judicial ou extrajudicial.
A fase de execução só começa se houver condenação ou acordo não cumprido na fase de conhecimento, em que se discutiu a existência ou não de direitos.
As partes no processo de execução são: EXEQUENTE – credor da obrigação judicial/ extrajudicialmente reconhecida, que promove a execução;
	Art. 769 - Nos casos omissos, o direito processual comum será fonte subsidiária do direito processual do trabalho, exceto naquilo em que for incompatível com as normas deste Título.
EXECUTADO - responde pela dívida judicial/extrajudicialmente assumida.
Fase de Execução: Quando não cumprido os termos do acordo, o título é executado. Outra hipótese, se não tem acordo, vai para audiência de instrução. O pressuposto da execução é um título seja ele judicial ou extrajudicial que contém algum direito assegurado ao trabalhador e por não ter sido cumprido é levado à execução.
Do Título Executivo
Não há execução sem título. A execução pressupõe a existência de título que contenha obrigação certa, líquida e exigível (CPC, arts. 783 e 786).
Os títulos executivos poderão ser judiciais ou extrajudiciais.
	Art. 876 - As decisões passadas em julgado ou das quais não tenha havido recurso com efeito suspensivo; os acordos, quando não cumpridos; os termos de ajuste de conduta firmados perante o Ministério Público do Trabalho e os termos de conciliação firmados perante as Comissões de Conciliação Prévia serão executada pela forma estabelecida neste Capítulo.                     (Redação dada pela Lei nº 9.958, de 12.1.2000)
Parágrafo único.  A Justiça do Trabalho executará, de ofício, as contribuições sociais previstas na alínea a do inciso I e no inciso II do caput do art. 195 da Constituição Federal, e seus acréscimos legais, relativas ao objeto da condenação constante das sentenças que proferir e dos acordos que homologar.                 (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017)
A primeira fase da execução se chama liquidação, ela é o momento que os valores são atualizados ou até mesmo calculados. A liquidação é feita por cálculo; arbitramento (realizado por perito) ou por artigos (realização de provas). 
	Art. 877 - É competente para a execução das decisões o Juiz ou Presidente do Tribunal que tiver conciliado ou julgado originariamente o dissídio.
Art. 877-A - É competente para a execução de título executivo extrajudicial o juiz que teria competênciapara o processo de conhecimento relativo à matéria.                  (Incluído pela Lei nº 9.958, de 25.10.2000)
Art. 878.  A execução será promovida pelas partes, permitida a execução de ofício pelo juiz ou pelo Presidente do Tribunal apenas nos casos em que as partes não estiverem representadas por advogado.                    (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017)
Parágrafo único.  (Revogado).                   (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017)
Art. 878-A. Faculta-se ao devedor o pagamento imediato da parte que entender devida à Previdência Social, sem prejuízo da cobrança de eventuais diferenças encontradas na execução ex officio.                   (Incluído pela Lei nº 10.035, de 2000)
Liquidação: 1ª parte da Execução
▪ Cálculo, em moeda corrente, do valor do que foi objeto de condenação.
• 4 tipos de cálculos:
- pela parte
- por um contador judicial
- por um perito (liquidação por arbitramento- ex. adicional de insalubridade) e
- por artigos: permite a produção de provas de fatos que não foram totalmente esclarecidos na fase de conhecimento (ex. hora extra).
	Art. 879 - Sendo ilíquida a sentença exeqüenda, ordenar-se-á, previamente, a sua liquidação, que poderá ser feita por cálculo, por arbitramento ou por artigos.                 (Redação dada pela Lei nº 2.244, de 23.6.1954)
§ 1º - Na liquidação, não se poderá modificar, ou inovar, a sentença liquidanda nem discutir matéria pertinente à causa principal.               (Incluído pela Lei nº 8.432, 11.6.1992)
§ 1o-A. A liquidação abrangerá, também, o cálculo das contribuições previdenciárias devidas.                  (Incluído pela Lei nº 10.035, de 2000)
§ 1o-B. As partes deverão ser previamente intimadas para a apresentação do cálculo de liquidação, inclusive da contribuição previdenciária incidente.                  (Incluído pela Lei nº 10.035, de 2000)
§ 2o  Elaborada a conta e tornada líquida, o juízo deverá abrir às partes prazo comum de oito dias para impugnação fundamentada com a indicação dos itens e valores objeto da discordância, sob pena de preclusão.                 (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017)
§ 3o  Elaborada a conta pela parte ou pelos órgãos auxiliares da Justiça do Trabalho, o juiz procederá à intimação da União para manifestação, no prazo de 10 (dez) dias, sob pena de preclusão.               (Redação dada pela Lei nº 11.457, de 2007)        (Vigência)
§ 4o A atualização do crédito devido à Previdência Social observará os critérios estabelecidos na legislação previdenciária.                      (Incluído pela Lei nº 10.035, de 2000)
§ 5o  O Ministro de Estado da Fazenda poderá, mediante ato fundamentado, dispensar a manifestação da União quando o valor total das verbas que integram o salário-de-contribuição, na forma do art. 28 da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991, ocasionar perda de escala decorrente da atuação do órgão jurídico.               (Incluído pela Lei nº 11.457, de 2007)    (Vigência)
§ 6o  Tratando-se de cálculos de liquidação complexos, o juiz poderá nomear perito para a elaboração e fixará, depois da conclusão do trabalho, o valor dos respectivos honorários com observância, entre outros, dos critérios de razoabilidade e proporcionalidade.                (Incluído pela Lei nº 12.405, de 2011)
§ 7o  A atualização dos créditos decorrentes de condenação judicial será feita pela Taxa Referencial (TR), divulgada pelo Banco Central do Brasil, conforme a Lei no 8.177, de 1o de março de 1991.                (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)     (Vide ADC 58)    (Vide ADC 59)     (Vide ADI 5867)    (Vide ADI 5867)      (Vide ADI 6021)
Liquidação por cálculo – mais comum
Etapas:
· Transitada em julgado a decisão, reclamante é intimado para apresentar os cálculos: prazo normalmente de dez dias.
· Reclamado é intimado para se manifestar no mesmo prazo de 10 dias.
· Apreciação do magistrado:
-Havendo divergência, JT determina a correção/cálculos por perito.
-Não havendo divergência = homologação dos cálculos
· Sumula 200 do TST: Os juros de mora incidem sobre a importância da condenação já corrigida monetariamente. 
Impugnação aos cálculos:
Antes de proferir a sentença de liquidação, o JT deverá abrir vista às partes por um prazo sucessivo de 8 dias para manifestação sobre o cálculo.
· Na impugnação: devem ser indicados itens e valores objeto da discordância, sob pena de preclusão.
· O que acontece após a definição do montante a ser pago?
Proferida a sentença de liquidação, o juiz expede mandado para que o oficial de Justiça intime a parte condenada a pagar a dívida mediante depósito de dinheiro em juízo ou oferecimento de bens a penhora no prazo de 48 horas. 
HOMOLOGAÇÃO DIRETA DOS CÁLCULOS:
Quando efetuado o depósito do valor em conta judicial/realizada penhora do bem de valor igual ou superior ao da execução; haverá possibilidade de impugnação posterior.
	Art. 884 - Garantida a execução ou penhorados os bens, terá o executado 5 (cinco) dias para apresentar embargos, cabendo igual prazo ao exeqüente para impugnação.  
§ 1º - A matéria de defesa será restrita às alegações de cumprimento da decisão ou do acordo, quitação ou prescrição da divida.
§ 2º - Se na defesa tiverem sido arroladas testemunhas, poderá o Juiz ou o Presidente do Tribunal, caso julgue necessários seus depoimentos, marcar audiência para a produção das provas, a qual deverá realizar-se dentro de 5 (cinco) dias.
§ 3º - Somente nos embargos à penhora poderá o executado impugnar a sentença de liquidação, cabendo ao exeqüente igual direito e no mesmo prazo.                      (Incluído pela Lei nº 2.244, de 23.6.1954)
§ 4o Julgar-se-ão na mesma sentença os embargos e as impugnações à liquidação apresentadas pelos credores trabalhista e previdenciário.                       (Redação dada pela Lei nº 10.035, de 2000)
§ 5o  Considera-se inexigível o título judicial fundado em lei ou ato normativo declarados inconstitucionais pelo Supremo Tribunal Federal ou em aplicação ou interpretação tidas por incompatíveis com a Constituição Federal.                     (Incluído pela Medida provisória nº 2.180-35, de 2001)
§ 6o  A exigência da garantia ou penhora não se aplica às entidades filantrópicas e/ou àqueles que compõem ou compuseram a diretoria dessas instituições.                      (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
EMBARGOS: fase ou ação autônoma?
Em razão dos princípios da celeridade e simplicidade, sempre foram opostos por petição nos próprios autos do processo e nele processados (…)
	Art. 525. Transcorrido o prazo previsto no art. 523 sem o pagamento voluntário, inicia-se o prazo de 15 (quinze) dias para que o executado, independentemente de penhora ou nova intimação, apresente, nos próprios autos, sua impugnação.
§ 1º Na impugnação, o executado poderá alegar:
I - falta ou nulidade da citação se, na fase de conhecimento, o processo correu à revelia;
II - ilegitimidade de parte;
III - inexequibilidade do título ou inexigibilidade da obrigação;
IV - penhora incorreta ou avaliação errônea;
V - excesso de execução ou cumulação indevida de execuções;
VI - incompetência absoluta ou relativa do juízo da execução;
VII - qualquer causa modificativa ou extintiva da obrigação, como pagamento, novação, compensação, transação ou prescrição, desde que supervenientes à sentença.
§ 2º A alegação de impedimento ou suspeição observará o disposto nos arts. 146 e 148 .
§ 3º Aplica-se à impugnação o disposto no art. 229.
§ 4º Quando o executado alegar que o exequente, em excesso de execução, pleiteia quantia superior à resultante da sentença, cumprir-lhe-á declarar de imediato o valor que entende correto, apresentando demonstrativo discriminado e atualizado de seu cálculo.
§ 5º Na hipótese do § 4º, não apontado o valor correto ou não apresentado o demonstrativo, a impugnação será liminarmente rejeitada, se o excesso de execução for o seu único fundamento, ou, se houver outro, a impugnação será processada, mas o juiz não examinará a alegação de excesso de execução.
§ 6º A apresentação de impugnação não impede a prática dos atosexecutivos, inclusive os de expropriação, podendo o juiz, a requerimento do executado e desde que garantido o juízo com penhora, caução ou depósito suficientes, atribuir-lhe efeito suspensivo, se seus fundamentos forem relevantes e se o prosseguimento da execução for manifestamente suscetível de causar ao executado grave dano de difícil ou incerta reparação.
§ 7º A concessão de efeito suspensivo a que se refere o § 6º não impedirá a efetivação dos atos de substituição, de reforço ou de redução da penhora e de avaliação dos bens
§ 8º Quando o efeito suspensivo atribuído à impugnação disser respeito apenas a parte do objeto da execução, esta prosseguirá quanto à parte restante.
§ 9º A concessão de efeito suspensivo à impugnação deduzida por um dos executados não suspenderá a execução contra os que não impugnaram, quando o respectivo fundamento disser respeito exclusivamente ao impugnante.
§ 10. Ainda que atribuído efeito suspensivo à impugnação, é lícito ao exequente requerer o prosseguimento da execução, oferecendo e prestando, nos próprios autos, caução suficiente e idônea a ser arbitrada pelo juiz.
§ 11. As questões relativas a fato superveniente ao término do prazo para apresentação da impugnação, assim como aquelas relativas à validade e à adequação da penhora, da avaliação e dos atos executivos subsequentes, podem ser arguidas por simples petição, tendo o executado, em qualquer dos casos, o prazo de 15 (quinze) dias para formular esta arguição, contado da comprovada ciência do fato ou da intimação do ato.
§ 12. Para efeito do disposto no inciso III do § 1º deste artigo, considera-se também inexigível a obrigação reconhecida em título executivo judicial fundado em lei ou ato normativo considerado inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal, ou fundado em aplicação ou interpretação da lei ou do ato normativo tido pelo Supremo Tribunal Federal como incompatível com a Constituição Federal , em controle de constitucionalidade concentrado ou difuso.
§ 13. No caso do § 12, os efeitos da decisão do Supremo Tribunal Federal poderão ser modulados no tempo, em atenção à segurança jurídica.
§ 14. A decisão do Supremo Tribunal Federal referida no § 12 deve ser anterior ao trânsito em julgado da decisão exequenda.
§ 15. Se a decisão referida no § 12 for proferida após o trânsito em julgado da decisão exequenda, caberá ação rescisória, cujo prazo será contado do trânsito em julgado da decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal.
Em que momento ocorre a alienação dos bens penhorados?
Só ocorre após o trânsito em julgado da sentença de liquidação, ou seja, após decisão final sobre o montante devido (sem recurso pendente).
A partir daí, o depósito judicial é liberado para o pagamento da dívida/ o bem penhorado é levado a leilão para ser convertido em $.
O que acontece se o devedor não tiver bens para o pagamento?
O processo vai para o arquivo provisório até que sejam localizados bens do devedor para pagamento da dívida trabalhista.
Se houver penhora subsistente:
Segue-se para a AVALIAÇÃO.
Art. 887 - A avaliação dos bens penhorados em virtude da execução de decisão condenatória, será feita por avaliador escolhido de comum acordo pelas partes (...).
Art. 888 - Concluída a avaliação, dentro de dez dias, contados da data da nomeação do avaliador, seguir-se-á a arrematação, que será anunciada por edital afixado na sede do juízo ou tribunal e publicado no jornal local, se houver, com a antecedência de vinte (20) dias.
§ 1º A arrematação far-se-á em dia, hora e lugar anunciados e os bens serão vendidos pelo maior lance, tendo o exeqüente preferência para a adjudicação.
	Art. 835. A penhora observará, preferencialmente, a seguinte ordem:
I - dinheiro, em espécie ou em depósito ou aplicação em instituição financeira;
II - títulos da dívida pública da União, dos Estados e do Distrito Federal com cotação em mercado;
III - títulos e valores mobiliários com cotação em mercado;
IV - veículos de via terrestre;
V - bens imóveis;
VI - bens móveis em geral;
VII - semoventes;
VIII - navios e aeronaves;
IX - ações e quotas de sociedades simples e empresárias;
X - percentual do faturamento de empresa devedora;
XI - pedras e metais preciosos;
XII - direitos aquisitivos derivados de promessa de compra e venda e de alienação fiduciária em garantia;
XIII - outros direitos.
§ 1º É prioritária a penhora em dinheiro, podendo o juiz, nas demais hipóteses, alterar a ordem prevista no caput de acordo com as circunstâncias do caso concreto.
§ 2º Para fins de substituição da penhora, equiparam-se a dinheiro a fiança bancária e o seguro garantia judicial, desde que em valor não inferior ao do débito constante da inicial, acrescido de trinta por cento.
§ 3º Na execução de crédito com garantia real, a penhora recairá sobre a coisa dada em garantia, e, se a coisa pertencer a terceiro garantidor, este também será intimado da penhora.
· Súmula nº 417 do TST
MANDADO DE SEGURANÇA. PENHORA EM DINHEIRO - Res. 212/2016, DEJT divulgado em 20, 21 e 22.09.2016
I - Não fere direito líquido e certo do impetrante o ato judicial que determina penhora em dinheiro do executado para garantir crédito exequendo, pois é prioritária e obedece à gradação prevista no art. 835 do CPC de 2015 (art. 655 do CPC de 1973).
II - Havendo discordância do credor, em execução definitiva, não tem o executado direito líquido e certo a que os valores penhorados em dinheiro fiquem depositados no próprio banco, ainda que atenda aos requisitos do art. 840, I, do CPC de 2015 (art. 666, I, do CPC de 1973). (ex-OJ nº 61 da SBDI-2 - inserida em 20.09.2000).
Aula 08 – 17/10/2022
· RESPONSABILIDADE PATRIMONIAL 
- devedor poderá responder, para o cumprimento de suas obrigações, com todos os seus bens presentes e futuros, salvo as restrições estabelecidas em lei (CPC, art. 789). 
- outros sujeitos podem ficar responsáveis pelo pagamento da dívida, sem que sejam devedores (responsabilidade secundária):
· o sucessor trabalhista (arts. 10 e 448 da CLT);
· o tomador de serviços na terceirização lícita - Súmula n° 331, IV, do TST: IV - O inadimplemento das obrigações trabalhistas, por parte do empregador (prestadora de serviços), implica a responsabilidade subsidiária do tomador dos serviços quanto àquelas obrigações, desde que haja participado da relação processual e conste também do título executivo judicial;
· o sócio » desconsideração da personalidade jurídica
Art. 855-A. Aplica-se ao processo do trabalho o incidente de desconsideração da personalidade jurídica previsto nos arts. 133 a 137 da Lei no 13.105, de 16 de março de 2015 - Código de Processo Civil. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
§ 1o Da decisão interlocutória que acolher ou rejeitar o incidente:
I - na fase de cognição, não cabe recurso de imediato, na forma do § 1o do art. 893 desta Consolidação; 
II - na fase de execução, cabe agravo de petição, independentemente de garantia do juízo; (oito dias)
III - cabe agravo interno se proferida pelo relator em incidente instaurado originariamente no tribunal. (oito dias) 
§ 2o A instauração do incidente suspenderá o processo, sem prejuízo de concessão da tutela de urgência de natureza cautelar de que trata o art. 301 da Lei no 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil)
Basta que o patrimônio da pessoa jurídica seja insuficiente para pagar a dívida trabalhista. 
· CPC:
Art. 134. O incidente de desconsideração é cabível em todas as fases do processo de conhecimento, no cumprimento de sentença e na execução fundada em título executivo extrajudicial.
Art. 135. Instaurado o incidente, o sócio ou a pessoa jurídica será citado para manifestar-se e requerer as provas cabíveis no prazo de 15 (quinze) dias.
Art. 136. Concluída a instrução, se necessária, o incidente será resolvido por decisão interlocutória.
· Efeitos da Penhora
a) individualiza determinados bens do devedor, ficando sujeitos à atividade executiva; 
b) garante o juízo: significa que, sendo os bens penhorados suficientes para o pagamento docrédito do exequente e das despesas processuais; 
c) gera direito de preferência ao credor: havendo mais de uma penhora sobre o bem, o credor que, primeiramente, obteve a penhora tem preferência quanto aos demais credores; 
d) retira do devedor (executado) a posse direta do bem; 
e) torna ineficaz os atos de alienação e oneração dos bens penhorados: 
E se forem alienados??
	Art. 792. A alienação ou a oneração de bem é considerada fraude à execução:
I - quando sobre o bem pender ação fundada em direito real ou com pretensão reipersecutória, desde que a pendência do processo tenha sido averbada no respectivo registro público, se houver;
II - quando tiver sido averbada, no registro do bem, a pendência do processo de execução, na forma do art. 828 ;
III - quando tiver sido averbado, no registro do bem, hipoteca judiciária ou outro ato de constrição judicial originário do processo onde foi arguida a fraude;
IV - quando, ao tempo da alienação ou da oneração, tramitava contra o devedor ação capaz de reduzi-lo à insolvência;
V - nos demais casos expressos em lei.
§ 1º A alienação em fraude à execução é ineficaz em relação ao exequente.
§ 2º No caso de aquisição de bem não sujeito a registro, o terceiro adquirente tem o ônus de provar que adotou as cautelas necessárias para a aquisição, mediante a exibição das certidões pertinentes, obtidas no domicílio do vendedor e no local onde se encontra o bem.
§ 3º Nos casos de desconsideração da personalidade jurídica, a fraude à execução verifica-se a partir da citação da parte cuja personalidade se pretende desconsiderar.
§ 4º Antes de declarar a fraude à execução, o juiz deverá intimar o terceiro adquirente, que, se quiser, poderá opor embargos de terceiro, no prazo de 15 (quinze) dias.
Embargos de Terceiro – Aplicação subsidiária do CPC – o TERCEIRO não possui jus postulandi.
	 Art. 675. Os embargos podem ser opostos a qualquer tempo no processo de conhecimento enquanto não transitada em julgado a sentença e, no cumprimento de sentença ou no processo de execução, até 5 (cinco) dias depois da adjudicação, da alienação por iniciativa particular ou da arrematação, mas sempre antes da assinatura da respectiva carta.
Parágrafo único. Caso identifique a existência de terceiro titular de interesse em embargar o ato, o juiz mandará intimá-lo pessoalmente.
Art. 676. Os embargos serão distribuídos por dependência ao juízo que ordenou a constrição e autuados em apartado.
Parágrafo único. Nos casos de ato de constrição realizado por carta, os embargos serão oferecidos no juízo deprecado, salvo se indicado pelo juízo deprecante o bem constrito ou se já devolvida a carta.
Art. 677. Na petição inicial, o embargante fará a prova sumária de sua posse ou de seu domínio e da qualidade de terceiro, oferecendo documentos e rol de testemunhas.
§ 1º É facultada a prova da posse em audiência preliminar designada pelo juiz.
§ 2º O possuidor direto pode alegar, além da sua posse, o domínio alheio.
§ 3º A citação será pessoal, se o embargado não tiver procurador constituído nos autos da ação principal.
§ 4º Será legitimado passivo o sujeito a quem o ato de constrição aproveita, assim como o será seu adversário no processo principal quando for sua a indicação do bem para a constrição judicial.
Art. 681. Acolhido o pedido inicial, o ato de constrição judicial indevida será cancelado, com o reconhecimento do domínio, da manutenção da posse ou da reintegração definitiva do bem ou do direito ao embargante.
SATISFAÇÃO DO EXEQUENTE:
· Em que momento ocorre a alienação dos bens penhorados?
Só ocorre após o trânsito em julgado da sentença de liquidação, ou seja, após decisão final sobre o montante devido (sem recurso pendente). 
A partir daí, o depósito judicial é liberado para o pagamento da dívida/ o bem penhorado é levado a leilão para ser convertido em $.
· O que acontece se o devedor não tiver bens para o pagamento?
O processo vai para o arquivo provisório até que sejam localizados bens do devedor para pagamento da dívida trabalhista. 
Se houver penhora subsistente (o bem é suficiente para satisfazer o crédito existente):
Segue-se para Avaliação
	Art. 887 - A avaliação dos bens penhorados em virtude da execução de decisão condenatória, será feita por avaliador escolhido de comum acordo pelas partes, que perceberá as custas arbitradas pelo juiz, ou presidente do tribunal trabalhista, de conformidade com a tabela a ser expedida pelo Tribunal Superior do Trabalho. 
§ 1º Não acordando as partes quanto à designação de avaliador, dentro de cinco dias após o despacho que o determinou a avaliação, será o avaliador designado livremente pelo juiz ou presidente do tribunal.
§ 2º Os servidores da Justiça do Trabalho não poderão ser escolhidos ou designados para servir de avaliador.
Art. 888 - Concluída a avaliação, dentro de dez dias, contados da data da nomeação do avaliador, seguir-se-á a arrematação, que será anunciada por edital afixado na sede do juízo ou tribunal e publicado no jornal local, se houver, com a antecedência de vinte (20) dias.                  (Redação dada pela Lei nº 5.584, de 26.6.1970)
§ 1º A arrematação far-se-á em dia, hora e lugar anunciados e os bens serão vendidos pelo maior lance, tendo o exeqüente preferência para a adjudicação.                   (Redação dada pela Lei nº 5.584, de 26.6.1970)
§ 2º O arrematante deverá garantir o lance com o sinal correspondente a 20% (vinte por cento) do seu valor.                  (Redação dada pela Lei nº 5.584, de 26.6.1970)
§ 3º Não havendo licitante, e não requerendo o exeqüente a adjudicação dos bens penhorados, poderão os mesmos ser vendidos por leiloeiro nomeado pelo Juiz ou Presidente.                 (Redação dada pela Lei nº 5.584, de 26.6.1970)
§ 4º Se o arrematante, ou seu fiador, não pagar dentro de 24 (vinte e quatro) horas o preço da arrematação, perderá, em benefício da execução, o sinal de que trata o § 2º dêste artigo, voltando à praça os bens executados.                      (Redação dada pela Lei nº 5.584, de 26.6.1970)
1- (TRT 9ª 2013 - FCC - Analista Judiciário - Área Judiciária) A fase de execução no processo trabalhista possui regramentos próprios e típicos, conforme previsões contidas na Consolidação das Leis do Trabalho, sendo correto afirmar sobre essa fase que
a) a matéria de defesa nos embargos do executado será restrita às alegações de cumprimento da decisão ou do acordo, quitação ou prescrição da dívida, não cabendo produção de prova testemunhal.
b) requerida a execução, o Juiz mandará expedir mandado de citação do executado para que faça o pagamento em 15 (quinze) dias ou garanta a execução, sob pena de penhora.
c) o executado que não pagar a importância reclamada poderá nomear bens à penhora, não havendo qualquer ordem preferencial a ser observada.
d) garantida a execução ou penhorados os bens, terá a empresa executada 5 (cinco) dias para apresentar embargos, cabendo igual prazo ao exequente para impugnação.
e) serão julgados em sentenças distintas os embargos e as impugnações à liquidação apresentadas pelos credores trabalhista e previdenciário, para possibilitar recursos parciais.
· D
· Fundamentação:
Art. 884 - Garantida a execução ou penhorados os bens, terá o executado 5 (cinco) dias para apresentar embargos, cabendo igual prazo ao exeqüente para impugnação.
§ 2º - Se na defesa tiverem sido arroladas testemunhas, poderá o Juiz ou o Presidente do Tribunal, caso julgue necessários seus depoimentos, marcar audiência para a produção das provas, a qual deverá realizar-se dentro de 5 (cinco) dias.
2- (FGV - 2022 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXXV)
As entidades, mesmo as filantrópicas, podem ser empregadoras e, portanto, reclamadas na Justiça do Trabalho. 
A entidade filantrópica Beta foi condenada em uma reclamação trabalhista movida por uma ex-empregada e, após transitado em julgado e apurado o valor em liquidação, que seguiu todos os trâmites de regência, o juiz homologou o crédito da exequente no valor de R$ 25.000,00 (vinte e cinco mil reais). 
A ex-empregadora entende que o valor está emdesacordo com a coisa julgada, pois, nas suas contas, o valor devido é bem menor, algo em torno de 50% do que foi homologado e cobrado. 
Sobre o caso, diante do que dispõe a CLT, assinale a afirmativa correta. 
Alternativas
A Para ajuizar embargos à execução, a entidade, por ser filantrópica, não precisará garantir o juízo.
B Por ser entidade filantrópica, a Lei expressamente proíbe o ajuizamento de embargos à execução.
C É possível o ajuizamento dos embargos, desde que a entidade filantrópica deposite nos autos os R$ 25.000,00 (vinte e cinco mil reais).
D Os embargos somente poderão ser apreciados se a entidade depositar o valor que reconhece ser devido.
· A
· Fundamentação:
Art. 884 - Garantida a execução ou penhorados os bens, terá o executado 5 (cinco) dias para apresentar embargos, cabendo igual prazo ao exeqüente para impugnação.
§ 6o  A exigência da garantia ou penhora não se aplica às entidades filantrópicas e/ou àqueles que compõem ou compuseram a diretoria dessas instituições. 
ATENÇÃO! Lei 9.494/96 Art. 1o-A. Estão dispensadas de depósito prévio, para interposição de recurso, as pessoas jurídicas de direito público federais, estaduais, distritais e municipais.
Estão dispensados da garantia do juízo: 
· Entidades filantrópicas
Pessoas Jurídicas de direito público
3- (FGV - 2022 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXXV)
No decorrer de uma execução trabalhista, não se conseguiu penhorar nenhum bem da empresa executada nem reter qualquer numerário dela em ativos financeiros. Então, o exequente instaurou um incidente de desconsideração de personalidade jurídica para direcionar a execução em face de um sócio. O referido sócio foi citado e, no prazo de 15 dias, manifestou-se contrariamente à sua execução. Submetida a manifestação ao contraditório e não havendo outras provas a produzir, o juiz julgou procedente o incidente e incluiu o sócio no polo passivo da execução na condição de executado, sendo, então, publicada essa decisão.
Considerando a situação retratada e os ditames da CLT, assinale a afirmativa correta.
Alternativas
A Por ser interlocutória, essa decisão é irrecorrível, devendo o sócio se submeter ao comando e pagar a dívida.
B O sócio em questão poderá recorrer da decisão independentemente de garantia do juízo.
C Sendo a Lei omissa a respeito, caberá ao juiz definir se a decisão do incidente poderá ser objeto de recurso e se será necessário garantir o juízo.
D O sócio poderá recorrer da decisão, mas terá de garantir o juízo em 50%.
· B
· Fundamentação:
Art. 855-A – Aplica-se ao processo do trabalho o incidente de desconsideração da personalidade jurídica previsto nos arts. 133 a 137 da Lei no 13.105, de 16 de março de 2015 - Código de Processo Civil.
§ 1º Da decisão interlocutória que acolher ou rejeitar o incidente: 
 I - na fase de execução, cabe agravo de petição, independentemente de garantia do juízo; 
Aula 09 – 24/10/2022
1. Qual o objetivo da execução? Quem são suas partes?
Satisfazer um crédito decorrente de reclamação trabalhista. Concretizar aquilo que foi estabelecido em um título executivo, seja ele judicial ou extrajudicial. Suas partes são EXEQUENTE – credor da obrigação judicial/extrajudicialmente reconhecida, que promove a execução; EXECUTADO - responde pela dívida judicial/extrajudicialmente assumida. Art. 876
Art. 876 - As decisões passadas em julgado ou das quais não tenha havido recurso com efeito suspensivo; os acordos, quando não cumpridos; os termos de ajuste de conduta firmados perante o Ministério Público do Trabalho e os termos de conciliação firmados perante as Comissões de Conciliação Prévia serão executada pela forma estabelecida neste Capítulo. (Redação dada pela Lei n° 9.958, de 12.1.2000)_
Parágrafo único. A Justiça do Trabalho executará, de ofício, as contribuições sociais previstas na alínea a do inciso I e no inciso ll do caput do art. 195 da Constituição Federal, e seus acréscimos legais, relativas ao objeto da condenação constante das sentenças que proferir e dos acordos que homologar. _(Redação dada pela Lei n° 13.467, de 2017)_
2. Qual é o pressuposto de uma execução, seja ela fase, seja ela processo?
Se for fase, o pressuposto é a decisão ou acordo, um título executivo judicial que deve conter uma obrigação líquida, certa e exigível. Se for processo, o pressuposto é um título executivo extrajudicial, com uma obrigação líquida, certa e exigível. Os exemplos são acordos feitos em juntas de conciliação prévia e o termos de ajuste de conduta firmados perante o MPT. 
3. Qual a relação da execução trabalhista com a execução processual civil?
Uma relação de subsidiariedade. Nos casos omissos, o direito processual comum será fonte subsidiária do direito processual do trabalho, exceto naquilo em que for incompatível com as normas deste Título.
4. Como se fixa a competência para a fase e para o processo de execução?
Fase: Art. 877 - É competente para a execução das decisões o Juiz ou Presidente do Tribunal que tiver conciliado ou julgado originariamente o dissídio.
Processo: Art. 877-A - É competente para a execução de título executivo extrajudicial o juiz que teria competência para o processo de conhecimento relativo à matéria. A competência trabalhista se fixa no local da prestação de serviço. 
5. É possível a execução promovida por impulso judicial, sem provocação das partes?
Art. 878. Quando as partes não estiverem representadas por advogados
A execução será promovida pelas partes, permitida a execução de ofício pelo juiz ou pelo Presidente do Tribunal apenas nos casos em que as partes não estiverem representadas por advogado.
6. Para que serve a fase de liquidação, e quais são as suas espécies?
Tem, portanto, a finalidade de apurar o montante devido (quantum debeatur). Serve para apurar um valor por meio de simples cálculo matemático que pode ser apresentado pelas partes ou por um contador judicial; por meio de arbitramento, quando os cálculos são elaborados por perito e por meio de artigos quando há necessidade de complementar a verificação de fatos que não ficaram totalmente elucidados na fase de conhecimento, horas extras, é possível abrir para as partes produzirem provas de fatos que não ficaram totalmente esclarecidos. 
Art. 879 - Sendo ilíquida a sentença exeqüenda, ordenar-se-á, previamente, a sua liquidação, que poderá ser feita por cálculo, por arbitramento ou por artigos.
7. É possível impugnar os cálculos apresentados pela outra parte? Quando e como isso se dá?
Art. 879 § 2º Elaborada a conta e tornada líquida, o juízo deverá abrir às partes prazo comum de oito dias para impugnação fundamentada com a indicação dos itens e valores objeto da discordância, sob pena de preclusão.’’
8. Homologados os cálculos, ainda assim é possível às partes apresentar algum tipo de impugnação? Qual seria a matéria passível de defesa? Há aplicação do CPC no caso?
Proferida a sentença de liquidação, o juiz expede mandado para que o oficial de Justiça intime a parte condenada a pagar a dívida mediante depósito de dinheiro em juízo ou oferecimento de bens a penhora no prazo de 48 horas. 
Quando efetuado o depósito do valor em conta judicial/realizada penhora do bem de valor igual ou superior ao da execução; haverá possibilidade de impugnação posterior. A matéria de defesa será restrita às alegações de cumprimento da decisão ou do acordo, quitação ou prescrição da divida. 
	Art. 525. Transcorrido o prazo previsto no art. 523 sem o pagamento voluntário, inicia-se o prazo de 15 (quinze) dias para que o executado, independentemente de penhora ou nova intimação, apresente, nos próprios autos, sua impugnação.
§ 1º Na impugnação, o executado poderá alegar:
I - falta ou nulidade da citação se, na fase de conhecimento, o processo correu à revelia;
II - ilegitimidade de parte;
III - inexequibilidade do título ou inexigibilidade da obrigação;
IV - penhora incorreta ou avaliação errônea;
V - excesso de execução ou cumulação indevida de execuções;
VI - incompetência absoluta ou relativa do juízo da execução;
VII - qualquer causa modificativa ou extintiva da obrigação,como pagamento, novação, compensação, transação ou prescrição, desde que supervenientes à sentença.
 
9. A requerimento do credor e após não localizar bens da pessoa jurídica ex-empregadora, o juiz desconsiderou a personalidade jurídica numa reclamação trabalhista, incluiu um dos sócios no polo passivo e o citou para pagamento. Este sócio, então, depositou a quantia exequenda, mas pretende questionar o valor da execução. De que maneira ele poderá manifestar o seu inconformismo?
Embargos à execução. 
10. É possível ao terceiro que deve seus bens penhorados em uma execução apresentar defesa? Como isso se dá?
Sim, por meio de embargos de terceiros. 
11. Quando os bens do executado forem insuficientes para satisfazer o crédito exequendo, como se dá a responsabilização do sócio pelo débito em questão? De que espécie é essa responsabilidade e qual a teoria aplicada majoritariamente ao caso?
Incidente de desconsideração da personalidade jurídica. Responsabilidade Secundária (de forma subsidiária). É aplicada a teoria menor. 
Inquérito Judicial para apuração de Falta Grave – justa causa
Art. 853 CLT
Inquérito Judicial para apuração de falta grave
Noção: Procedimento judicial especial previsto pelo art. 853, da CLT para a rescisão do contrato de trabalho de determinados empregados dotados de estabilidade, que por conta de sua condição não pode ter seu contrato de trabalho diretamente rescindido. 
Ação Constitutiva negativa, voltada à extinção de uma relação jurídica necessária para apuração de falta grave que autoriza a resolução do contrato de trabalho do empregado estável por iniciativa do empregador (Carlos Henrique Bezerra Leite).
Estabilidade definitiva: art. 492 CLT: o empregado que contar mais de dez anos de serviço na mesma empresa não poderá ser despedido senão por motivo de falta grave ou circunstância de força maior, devidamente comprovadas.
Estabilidade provisória: definida em convenções coletivas, por força de sentença judicial em dissídio coletivo, ou por força de lei.
Hipóteses legais;
a) Dirigente sindical (art. 8, VII, da CF/88 e art. 543, parágrafo 3, da CLT)
b) Empregados membros do Conselho Nacional da Previdência Social – CNPS (artigo 3º, parágrafo 7, da lei 8.213/91)
c) Empregados eleitos membros de comissão de conciliação prévia (art. 625-B), Parágrafo primeiro da CLT)
d) Empregados titulares de representação na Comissão Interna de prevenção de acidentes – CIPA (art. 165 CLT)
A dispensa está condicionada à realização de inquérito para apuração de falta grave para:
1) Os empregados dotados de estabilidade definitiva (art. 492 clt)
2) Os dirigentes sindicais: CLT, Art. 543
§ 3° - Fica vedada a dispensa do empregado sindicalizado ou associado, a partir do momento do registro de sua candidatura a cargo de direção ou representação de entidade sindical ou de associação profissional, até 1 (um) ano após o final do seu mandato, caso seja eleito inclusive como suplente, salvo se cometer falta grave devidamente apurada nos termos desta Consolidação.
Súmula 379 do TST: O dirigente sindical somente poderá ser dispensado por falta grave mediante a apuração em inquérito judicial, inteligência dos art. 494 e 543, §3º, da CLT.
 Art. 493 - Constitui falta grave a prática de qualquer dos fatos a que se refere o art. 482, quando por sua repetição ou natureza representem séria violação dos deveres e obrigações do empregado.
Art. 482 - Constituem justa causa para rescisão do contrato de trabalho pelo empregador:
a) ato de improbidade (deslealdade);
b) incontinência de conduta ou mau procedimento;
c) negociação habitual por conta própria ou alheia sem permissão do empregador, e quando constituir ato de concorrência à empresa para a qual trabalha o empregado, ou for prejudicial ao serviço;
d) condenação criminal do empregado, passada em julgado, caso não tenha havido suspensão da execução da pena;
e) desídia no desempenho das respectivas funções;
f) embriaguez habitual ou em serviço;
g) violação de segredo da empresa;
h) ato de indisciplina ou de insubordinação;
i) abandono de emprego (30 dias para razoável para retornar ao serviço após a cessação do motivo que ensejou;
j) ato lesivo da honra ou da boa fama praticado no serviço contra qualquer pessoa, ou ofensas físicas, nas mesmas condições, salvo em caso de legítima defesa, própria ou de outrem;
k) ato lesivo da honra ou da boa fama ou ofensas físicas praticadas contra o empregador e superiores hierárquicos, salvo em caso de legítima defesa, própria ou de outrem;
l) prática constante de jogos de azar.
m) perda da habilitação ou dos requisitos estabelecidos em lei para o exercício da profissão, em decorrência de conduta dolosa do empregado.               (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
Parágrafo único - Constitui igualmente justa causa para dispensa de empregado a prática, devidamente comprovada em inquérito administrativo, de atos atentatórios à segurança nacional.              
Previsão Legal:
Art. 853 - Para a instauração do inquérito para apuração de falta grave contra empregado garantido com estabilidade, o empregador apresentará reclamação por escrito a Junta ou Juízo de Direito, dentro de 30 (trinta) dias, contados da data da suspensão do empregado.
Art. 855 - Se tiver havido prévio reconhecimento da estabilidade do empregado, o julgamento do inquérito pela Junta ou Juízo não prejudicará a execução para pagamento dos salários devidos ao empregado, até a data da instauração do mesmo inquérito.
· Procedimento:
· O empregador tem a faculdade de suspender do trabalho o empregado contra o qual vai ajuizar o inquérito para apuração de falta grave. 
· Nesse caso, terá o prazo decadencial de 30 dias para ajuizar o inquérito judicial. A suspensão do empregado durará até o trânsito em julgado da decisão.
· Se não ajuizar o inquérito: a suspensão vai durar apenas 30 dias, sob pena de configurar rescisão indireta por culpa do empregador.
· Peculiaridades:
· Exigência de petição escrita
· Rito ordinário
· até 6 testemunhas
· Procedimento:
Após o ajuizamento da ação pelo empregador, o empregado estável é citado para comparecimento em audiência de instrução e julgamento.
Na audiência - instrução: 
1) o obreiro apresentar defesa oral pelo prazo de 20 (vinte) minutos ou por memoriais;
2) depoimentos do empregador e do empregado nesta ordem; 
3) oitiva das testemunhas até o limite de 6 (seis) para cada parte;
4) Produção de outras provas, ex.: pericial. 
Após a instrução:
- prazo de 10 minutos para a apresentação de alegações finais orais
Art. 821 - Cada uma das partes não poderá indicar mais de 3 (três) testemunhas, salvo quando se tratar de inquérito, caso em que esse número poderá ser elevado a 6 (seis).
· Sentença:
· Procedente a pretensão do empregador/reconhecendo a prática de falta grave pelo empregador estável: rescinde-se o contrato de trabalho do empregado por justa causa, retroagindo à data da suspensão, se houver, ou, se não, da data da sentença, determinando seu afastamento definitivo do local de trabalho. 
· Improcedente a ação: reintegração do empregado afastado tão logo ocorra o trânsito em julgado da decisão + condenação do autor (empregador) ao pagamento de todas as verbas devidas durante o período de afastamento, sem a necessidade de reconvenção (natureza dúplice da sentença: obrigação de fazer + pagar).
1- (FGV - 2011 - OAB - Exame de Ordem Unificado - III)
A empresa XPTO Ltda., necessitando dispensar empregado estável, ajuizou inquérito para apuração de falta grave em face de seu empregado. No dia da audiência, a empresa apresentou seis testemunhas, protestando pela oitiva de todas. O empregado apresentou três testemunhas, afirmando ser este o limite na Justiça do Trabalho.
Assinale a alternativa que mostra qual advogado agiu da forma determinada na CLT.
A O advogado da empresa agiu corretamente, pois trata-se de inquérito para apuração de falta grave.
B O juiz determinou que a empresa dispensasse três das seis testemunhas, pois é necessário o equilíbrio com a outra parte. Logo, ambos os advogados agiram corretamente, levando o número

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