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ARTIGO CRIS VERSÃO 25 10 docx - Documentos Google

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INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL NA PRESTAÇÃO JURISDICIONAL 
 CRISTINA GIOVANONI 1 
 FERNANDA TRENTIN 2 
 RESUMO ABSTRACT 
 O congestionamento do judiciário e a lentidão nas 
 sentenças judiciais causam questionamentos sobre a 
 necessidade de ampliar a celeridade processual e 
 nesse caso, a implementação da inteligência judicial 
 como meio auxiliar. O objetivo deste estudo é 
 analisar o uso de ferramentas de inteligência artificial 
 e se podem ser reconhecidos como auxiliares à 
 prestação jurisdicional. Conclui-se que se trata de 
 ferramenta de extrema importância ao judiciário e 
 devem ser reconhecidos como métodos de auxílio à 
 prestação jurisdicional e ao acesso à justiça. Este 
 estudo é de abordagem quantitativa, método indutivo 
 e o estudo será desenvolvido a partir de dados 
 reconhecidos cientificamente e de bases confiáveis, 
 procedendo-se de pesquisas que explicitem o tema e 
 que corroboram o assunto, dando embasamento 
 teórico à pesquisa. 
 Palavras-chave: Celeridade Processual. Garantias 
 Constitucionais. Inteligência Artificial 
 The congestion of the judiciary and the slowness of 
 judicial sentences raise questions about the possibility 
 of increasing procedural speed and, in this case, the 
 implementation of judicial intelligence as an auxiliary 
 means. This study has a quantitative approach, 
 inductive method and the study will be developed 
 from scientifically recognized data and from reliable 
 bases, proceeding from research that explains the 
 theme and that corroborates the subject, giving 
 theoretical basis to the research. The objective of this 
 study is to analyze the use of artificial intelligence 
 tools and if they can be recognized as auxiliaries to 
 the jurisdictional provision. It is concluded that it is an 
 extremely important tool for the judiciary and should 
 be recognized as methods of aiding judicial provision 
 and access to justice. 
 Keywords: Procedural Speed. Constitutional 
 Guarantees. Artificial intelligence 
 INTRODUÇÃO 
 A Inteligência Artificial é um avanço tecnológico que permite que sistemas simulem 
 uma inteligência similar à humana, indo além da programação de ordens específicas para 
 tomar decisões de forma autônoma, baseadas em padrões de enormes bancos de dados. 
 Atualmente é muito questionada e debatida no meio jurídico como possível meio alternativo 
 para celeridade processual e descongestionamento do judiciário. 
 Neste contexto , questiona-se se os avanços tecnológicos inaugurados pelo uso das 
 ferramentas de inteligência artificial no âmbito do Poder Judiciário podem ser reconhecidos 
 como métodos de auxílio à prestação jurisdicional. 
 2 Advogada, Professora e coordenadora do Curso de Direito Unoesc PZO. Mestre em Direito pela Universidade 
 Federal de Santa Catarina. Especialista em Direito do Consumidor e da Empresa (UNOPAR); Direito civil e 
 processual civil (UNOESC) e Direito e Processo do Trabalho Contemporâneo (UPF). 
 1 Acadêmica curso de Direito Unoesc PZO, 10o período 
 2 
 O presente estudo tem como objetivo analisar se o uso de ferramentas de inteligência 
 artificial pode ser reconhecido como métodos de auxílio à prestação jurisdicional. Assim, 
 busca-se analisar; a aplicação da Inteligência Artificial ao Direito, com o fim de promover 
 eficiência à jurisdição para materializar o direito fundamental da celeridade processual; 
 conhecer modelos de uso de inteligência artificial eventualmente utilizados pelo judiciário; 
 analisar se o uso de ferramentas de inteligência artificial pode ser reconhecido como métodos 
 de auxílio à prestação jurisdicional. 
 Justifica-se o tema para analisar a importância da inteligência artificial na prestação 
 jurisdicional, o que é essa inteligência e quais seus benefícios e ou prejuízos causados à 
 sociedade. Uma das preocupações do judiciário é a busca de soluções para resolver o 
 problema na demora do despacho dos processos, para resolver a questão de demanda, que é 
 muito maior do que capacidade de atendimento. A crescente judicialização de demandas 
 congestiona a prestação jurisdicional. O princípio da razoável duração do processo, 
 juntamente com as leis reformadoras no ordenamento processual trazem uma garantia 
 constitucional por um processo mais célere, eficaz e econômico, o que quase nunca ocorre. 
 A pesquisa a ser realizada aplicará ao método indutivo, o qual permite a conclusões 
 mais amplas do que o conteúdo estabelecido, observando repetidos fenômenos que confirmem 
 uma resposta para o problema, dada ênfase à pesquisa quantitativa, da qual é possível analisar 
 o perfil descritivo, uma relação lógica das proposições apresentadas, além de um método de 
 pesquisa teórico, com a fundamentação de dados. Além disso, será desenvolvida a partir de 
 dados reconhecidos cientificamente e de bases confiáveis, procedendo-se de pesquisas que 
 explicitem o tema e que corroborem o problema, dando embasamento teórico profundo à 
 pesquisa. 
 São vários os desafios a serem superados para que a inteligência artificial seja 
 implantada no sistema jurisdicional. A celeridade processual é o ponto mais sensível do 
 judiciário. 
 A partir deste estudo será possível compreender, de forma mais aprofundada, os 
 fundamentos da inteligência artificial na prestação jurisdicional, abrindo caminhos para 
 construir novos olhares e debates sobre o assunto. 
 Nos tópicos seguintes discorre-se sobre a aplicação da Inteligência Artificial ao 
 Direito, com o fim de promover eficiência à jurisdição para materializar o direito fundamental 
 da celeridade processual e a apresentação de modelos de uso de inteligência artificial 
 3 
 eventualmente utilizados pelo judiciário. Discutir o que é a inteligência artificial e os sistemas 
 jurídicos inteligentes, e como se dá a aplicação de tal tecnologia no direito. 
 1 ASPECTOS INTRODUTÓRIOS SOBRE A INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL 
 A inteligência artificial é um ramo da ciência da computação, tem como principal 
 interesse, em desenvolver computadores que pensam de forma inteligente, é potencialmente 
 relevante para qualquer esfera da atividade intelectual humana. Teve início após a segunda 
 guerra mundial. Pode-se destacar que o primeiro trabalho da inteligência artificial foi 
 realizado por Warrem Macculloch e Walter Pitts, basearam-se em três fontes: “o 
 conhecimento da fisiologia básica e da função dos neurônios do cérebro, uma análise formal 
 da lógica proporcional criada por Russell e Whitehead e a teoria da computação de Turing .”. 
 (GOMES, 2010 .) 
 Após anos de estudos complexos e persistência dos pesquisadores, em 1980, surge o 
 primeiro programa bem-sucedido, o R1, era um programa responsável pela configuração de 
 pedidos de novos sistemas de computador, a empresa Digital Equipament Corporation lucrou 
 milhões com seu uso. A partir daí, despertou interesse de grandes empresas Americanas e 
 Japonesas, expandindo a cada vez, resultando em uma grande evolução até os dias atuais. 
 (GOMES, 2010 .) 
 Atualmente, sistemas baseados na Inteligência Artificial operam em várias áreas de 
 nosso cotidiano. Resultando em grandes investimentos no setor privado e no setor público. 
 Em setorespúblicos, o uso da inteligência artificial demonstra-se muito efetivo, após 
 pesquisas realizadas por estudiosos, indicam que a IA possa reduzir encargos administrativos, 
 ajudar a resolver problemas de alocação de recursos e assumir tarefas significativamente 
 complexas. Hoje os serviços estão concentrados em cinco categorias, quais sejam; responder 
 questões, preencher e pesquisar documentos, gerenciamento de pedidos, tradução e 
 elaboração de documentos. (MHER, 2017). 
 Entende-se por inteligência artificial o estudo de um conjunto de métodos, abordagens 
 e tecnologias que promovem a um computador se comportar de maneira inteligente, ou seja, 
 com uma percepção de aprendizagem, raciocínio, planejamento, percepção, processamento de 
 linguagem natural e robótica de formas eficazes e ágeis. A base de fundamentação da 
 inteligência artificial é o algoritmo, caracterizado por um conjunto de entrada de dados, 
 processamento e saída. Um procedimento lógico voltado à solução de determinado problema, 
 4 
 tendo como ponto de partida os dados que são fornecidos ao sistema. ( Revista RD Uno- Uno 
 Chapecó, 2021). 
 Segundo John McCarthy, conhecido como “pai da Inteligência artificial”, pode-se 
 definir a IA como: fazer com que uma máquina se comporte de maneira que, caso se tratasse 
 de um ser humano, seria considerada inteligente. (MCCARTHY, 2000) 
 1.1 A INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL E O PODER JUDICIÁRIO 
 Com o grande avanço tecnológico, e o surgimento da IA, como alternativa que pode 
 ser imposta ao poder judiciário, para auxiliar nas elevadas demandas, contando com 
 celeridade nos processos e respeitando o princípio norteador da celeridade processual. Os 
 ideais, portanto, de otimização do tempo x redução de custos, bem como de incremento na 
 produção x acurácia de resultados, propiciados pela automatização de processos, são de 
 interesse de todos os setores produtivos. O Poder Judiciário não poderia resistir a esse 
 fenômeno da virada tecnológica, ainda mais diante do contingente avassalador de processos 
 judiciais em andamento no Brasil e da intensificação na adoção de meios virtuais e de outras 
 tecnologias estimuladas pela recente pandemia da Covid-19, com a consequente 
 impossibilidade, durante o período de isolamento social, do comparecimento pessoal de 
 juízes, das partes e de seus advogados para a realização de atos processuais. (MELCHIOR, 
 2021) 
 As empresas do setor apresentam a inteligência artificial como uma sedutora 
 alternativa ao descontingenciamento de processos, especialmente relacionados aos litígios de 
 massa, bem como de redução de custos, além de permitir um melhor aproveitamento do 
 tempo pelos humanos. Não se pode descartar o perigo de a tecnologia ser utilizada não como 
 auxílio para a tomada de decisões, mas sim para que sejam tomadas decisões de forma 
 inteiramente automatizada. (MELCHIOR, 2021) 
 Quando se trata da utilização de IA no processo decisório, em especial na confecção 
 de decisões, o tema se torna bastante controverso; é necessário regulamentação emanada do 
 Poder Legislativo. No momento, é feito uso de tecnologia como ferramenta de classificação, 
 triagem, identificação de processos que atendam a determinadas características, entre outras 
 opções. O objetivo é aprimorar a prestação da atividade jurisdicional, justificada pela redução 
 do congestionamento processual na base de proferimentos de sentença. 
 5 
 A preocupação com a qualidade do sistema judiciário do país, que deve ser efetivo, 
 adequado e acessível, com disponibilização da justiça para todos os que precisarem, traz a 
 necessidade de criação de alternativas para a solucionar o atual problema de 
 congestionamento do judiciário. O uso da inteligência artificial, no meio jurídico, vem 
 ganhando várias controvérsias, são vários desafios a serem enfrentados. Por conseguinte, 
 demonstra-se o posicionamento de artigos e pesquisa sobre a temática abordada no presente 
 projeto. 
 Para Paulo e Alexandrino (2016) a demora nas soluções dos conflitos judiciais e a 
 baixa eficácia de suas decisões entre outros infortúnios, atrasam o progresso nacional, 
 desanimam investidores, facilitam o inadimplemento, geram impunidade e acabam com a 
 crença de que os cidadãos possuem no sistema democrático e, devido a esse cenário caótico. 
 O princípio da razoável duração do processo, garantia fundamental inserida no texto 
 constitucional em 2004, no Art. 5°, LXXVIII, também exposto no Art. 4° do NCPC, afirmam 
 que: 
 Art. 4º, as partes têm o direito de obter em prazo razoável a solução integral do 
 mérito, incluída a atividade satisfativa. 
 Art. 5º LXXVIII – a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a 
 razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua 
 tramitação. 
 Fica evidente a necessidade dos jurisdicionados perceberem as suas demandas 
 solucionadas adequadamente em prazo razoável. 
 Há uma grande expectativa da elaboração de sentenças judiciais por Inteligência 
 Artificial, que poderia reduzir consideravelmente a morosidade, bem como a 
 discricionariedade excessiva; tais fatores possibilitam a redução de custos e a insegurança 
 jurídica. Contudo, há que se prezar pela cautela na utilização dessas ferramentas. Portanto, os 
 algoritmos elaborados para as soluções de IA devem seguir diretrizes específicas que reflitam 
 os princípios norteadores do ordenamento jurídico em que serão utilizados, em consonância 
 com os preceitos constitucionais: 
 Toda a potencialidade tecnológica oferecida pelos algoritmos utilizados no judiciário 
 brasileiro deve ser analisada de forma inteligente, reanimando a Constituição e 
 fortalecendo a fruição de direitos. Não deve ser utilizada tão somente para 
 persecução de agilidade e rapidez decisória, de forma a facilitar a produção de 
 padrões decisórios, sem participação dos sujeitos afetados pelo provimento: 
 tampouco examinada ao alvedrio da necessária reconstrução argumentativa do caso, 
 como justificativa para resolução da chamada "crise" do judiciário. (MELO, 2020, 
 n/p) 
 6 
 Estas iniciativas devem considerar as diretrizes éticas ao obter maior celeridade 
 processual, não podem causar prejuízos aos demais direitos fundamentais. Contudo, no que 
 diz respeito à busca da celeridade, o eminente processualista Nelson Nery Júnior alerta: 
 A busca da celeridade e razoável duração do processo não pode ser feita a esmo, de 
 qualquer jeito, a qualquer preço, desrespeitando outros valores constitucionais e 
 processuais caros e indispensáveis ao estado democrático de direito. O mito da 
 rapidez acima de tudo e o submito do hiperdimensionamento da malignidade da 
 lentidão são alguns dos aspectos apontados pela doutrina como contraponto a 
 celeridade e a razoável duração do processo que, por isso, devem ser analisados e 
 ponderados juntamente com outros valores e direitos constitucionais fundamentais, 
 notadamente o direito ao contraditório e a ampla defesa. (JUNIOR, 2010, p. 323). 
 Além dos preceitos fundamentais a serem considerados, vários contextos precisam ser 
 estudados no desenvolvimentodesta ferramenta. A importância da transparência e da 
 segurança do sistema é fundamental. Os sistemas de segurança devem estar muito bem 
 preparados. 
 Pode-se definir os algoritmos usados para criar sistemas de Inteligência Artificial em 
 cinco abordagens distintas: a) agir de forma humana, simular o comportamento humano de 
 forma que um interlocutor não seja capaz de discernir se interage com um humano ou uma 
 máquina); b) modelagem cognitiva: determina-se o modo do pensar humano e replica-se a 
 forma estabelecida para o programa; c) leis do pensamento: os sistemas inteligentes são 
 construídos através de enunciados da lógica formal, desenvolvida no século XIX; d) tem-se a 
 abordagem do agente racional: o objetivo é agir para alcançar o melhor resultado esperado, 
 num cenário de incertezas; e) máxima proteção contra hackers e vírus que podem 
 comprometer as decisões. . (MELCHIOR, 2021) 
 Como exposto, existem vários desafios a serem superados para que a inteligência 
 artificial seja implantada no sistema jurisdicional. A celeridade processual é o ponto mais 
 sensível do judiciário. Apesar da celeridade com o uso desta tecnologia, é necessário repensar 
 outros problemas que a informatização poderia trazer aos magistrados e em consequência ao 
 próprio ser humano. É evidente que muita pesquisa precisa ser efetuada antes da implantação 
 de qualquer sistema, mas sobretudo apresenta-se possível o auxílio da inteligência artificial na 
 prestação jurisdicional. (MELCHIOR, 2021) 
 O Conselho Nacional de Justiça (CNJ), na busca por melhorias no sistema judiciário e 
 aprimorar os canais de atendimento com a sociedade, tem investido cada vez mais no 
 desenvolvimento e aperfeiçoamento de soluções tecnológicas. O desenvolvimento dessas 
 iniciativas deve promover a economicidade, a celeridade processual, a interoperabilidade 
 tecnológica dos sistemas processuais eletrônicos, o uso de tecnologias em formatos abertos e 
 7 
 livres, a transparência, acesso à informação, capacitação e o estabelecimento da governança 
 colaborativa. (CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA, 2020) 
 Conforme relatório “Justiça em Números” de 2020, elaborado pelo Conselho Nacional 
 de Justiça (CNJ), destaca que o Brasil tinha cerca de 77,1 milhões de processos em tramitação 
 até o final de dezembro de 2019. Apesar de o relatório registrar, pela segunda vez 
 consecutiva, uma redução no número de casos acumulados e destacar a diminuição de 
 aproximadamente 1,5 milhão de processos em comparação com o ano anterior, o panorama 
 geral da litigância no Brasil continua sendo surpreendente e insustentável . (CONSELHO 
 NACIONAL DE JUSTIÇA, 2020) 
 A preocupação desses dados estampa a preocupação do CNJ em busca de soluções 
 para amenizar este grande congestionamento do judiciário. Uma das alternativas presentes na 
 realidade atual de proporcionar eficiência no julgamento e corroborar de diversas formas com 
 a persecução do princípio constitucional da duração razoável do processo, é o 
 desenvolvimento, pelos tribunais, de forma esparsa e descentralizada, de mecanismos de 
 Inteligência Artificial (IA). (CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA, 2020) 
 Como exposto pelo próprio CNJ, hoje existem no Brasil 41 projetos de IA sendo 
 conduzidos em 32 tribunais. Dentre estes, destaca-se: O Tribunal de Justiça do Distrito 
 Federal e Territórios (TJDFT) possui 4 projetos. Em seguida, com 2 projetos, vêm os 
 Tribunais do Alagoas (TJAL), Santa Catarina (TJSC), Tribunais Federais da 3ª (TRF4) e 4ª 
 região (TRF4) e o Tribunal Superior do Trabalho (TST). (CONSELHO NACIONAL DE 
 JUSTIÇA, 2020) 
 Preocupados com o bom desempenho do uso da IA, em 21 de agosto de 2020, o CNJ 
 lança A Resolução nº 332, dispõe sobre a ÉTICA E GOVERNANÇA PARA PRODUÇÃO E 
 USO DA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL NO PODER JUDICIÁRIO. 
 Art. 2º A Inteligência Artificial, no âmbito do Poder Judiciário, visa promover o 
 bem-estar dos jurisdicionados e a prestação equitativa da jurisdição, bem como 
 descobrir métodos e práticas que possibilitem a consecução desses objetivos. 
 Nesta resolução estão implantadas diretrizes que devem ser seguidas nas aplicações da 
 IA nas prestações jurisdicionais. 
 Nos tribunais, sistemas inteligentes estão sendo utilizados para tomar decisões 
 referentes a casos que se enquadrem em temas de repercussão geral. Sua função é auxiliar 
 analistas, interpretando recursos e separando-os por temas, identificando e separando as 
 8 
 principais peças do processo, além de funcionalidades que auxiliam a execução processual 
 (SALVO, 2020). 
 A base do direito está atribuída ao processo de fundamentação, em argumentar, expor 
 sua tese de defesa relacionado ao caso concreto, demonstrando as peculiaridades do fato. 
 Segundo Manuel Atienza (2005), argumentar constitui, definitivamente, a atividade central 
 dos juristas e se pode dizer inclusive que há muito tempo poucas profissões em que a 
 argumentação tenha um papel mais importante que no Direito”. 
 Para o filósofo Alexy, afirma que os argumentos jurídicos eram definidos em quatro 
 graus, quais sejam: o discurso prático geral; o procedimento legislativo; o discurso jurídico; e 
 o procedimento judicial. Concluindo todas estas etapas a argumentação jurídica teria passado 
 por todas as regras do discurso racional e procedimentos legislativos, sendo a partir disso, 
 positivado com a lei. Com base no Direito posto, 
 ...a argumentação jusfundamental, especialmente com as formas e regras da 
 interpretação na justificação externa”, busca atingir seu objetivo, que seria ‘a 
 determinação de direitos definitivos a partir dos direitos prima facie assegurados 
 pela declaração principiológica dos direitos fundamentais (TOLEDO, 2005, grifos 
 no original) 
 Para Alexy, citado por Toledo, como normas de aprimoramento, os princípios jurídicos 
 efetivam-se para diferentes tipos de decisão. Desse modo, a definição do direito fundamental 
 como direito definitivo, só seria possível na ocorrência do caso concreto. Neste sentido, 
 Toledo expõe: 
 Todo esse percurso para a determinação, no caso concreto trazido ao procedimento 
 judicial, de direitos definitivos a partir de direitos de prima facie apenas se faz 
 discursivamente, seguindo-se, de maneira imprescritível, as formas e regras da 
 argumentação jurídica para ser tida como racional, ou seja, como correta – a 
 despeito, mais uma vez, de não se afirmar como a única necessariamente possível. 
 Formalmente, a controlabilidade da decisão somente pode ser feita, então, pelo 
 exame do procedimento racional de justificação efetivado (TOLEDO, 2005, grifos 
 no original). 
 No Brasil, além dos tribunais, a IA está sendo adotada em diversos escritórios de 
 advocacia, sua principal utilização é automatizar certos procedimentos que se repetem em 
 processos judiciais, extraindo as informações e o armazenado em banco de dados. 
 2 JUDICIÁRIO BRASILEIRO E A INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL 
 Neste tópico, serão prestados alguns exemplos de IA apresentados utilizados no 
 judiciário Brasileiro. Inteligência Artificial no Brasil vem obtendo significativas evoluções, 
 9 
 havendo um vastocrescimento nesse sentido, para fins de potencializar a entrega da prestação 
 jurisdicional e sofisticar o serviço prestado. 
 2.1 SISTEMAS DE JULGAMENTO UTILIZADAS PELA IA 
 A origem para criação de um sistema inteligente que seja confiável e eficaz se baseia 
 em sistemas de aprendizado de máquina, ligado ao processamento de linguagem natural como 
 forma de interface para a compreensão dos textos jurídicos. Vários programas já foram 
 testados para tomadas de decisões dos processos. (ALETRAS, 2016) 
 Um grupo de engenheiros de computação da faculdade de Londres, em testes na 
 criação de programa de IA, desenvolveram um programa para prever com precisão o 
 resultado de casos relacionados a Direitos Humanos. Utilizaram como base, várias decisões 
 sobre o tema, repassando essas informações a algoritmos de aprendizado da máquina. O 
 treinamento consistiu da captura de cada um dos documentos, transformando-o em um 
 conjunto de palavras a ser analisado. (ALETRAS, 2016) 
 Nikolaos Aletras, um dos componentes do grupo de estudo, declara que: “imagine que 
 você deseja analisar o sentimento expressado em comentários de filmes. Como humanos, o 
 que basicamente se faz é ler os comentários e realizar um julgamento sobre cada comentário. 
 Se quisermos fazer algo mais abstrato, poderíamos contar quantas palavras positivas ou 
 negativas existem em cada comentário e baseado nessa informação, decidir se um comentário 
 é positivo ou negativo”. 
 Este método foi o primeiro a prever os resultados de um grande tribunal internacional 
 analisando automaticamente o texto usando um algoritmo de aprendizado de máquina. Para 
 evitar preconceitos e erros de aprendizagem, eles selecionaram um número igual de casos de 
 violação e não violação. Ao contrário de pesquisas já desenvolvidas anteriormente, que 
 utilizam dados da natureza do crime, esta pesquisa se fundamenta em análises textuais, 
 buscando o aperfeiçoamento desta ferramenta tão prometedora nos tribunais. A pesquisa foi 
 muito satisfatória, demonstrou certa confiabilidade nas decisões, mas não demonstra a 
 possibilidade de substituição de juízes humanos para a IA. (ALETRAS, 20 16). 
 Inicialmente, a própria OAB disponibilizou um sistema de pesquisa de jurisprudência 
 baseado em inteligência artificial. O sistema, tem como objetivo gerar maior praticidade aos 
 profissionais do direito, permitindo, entre outras funcionalidades, a pesquisa dos resultados 
 desejados por tribunais, partes, área do direito e data da ação, com resultados otimizados. 
 10 
 No TJDFT, conforme informações do site do TJDFT, os quatro projetos em produção 
 são: Amon, Artiu, Hórus e Natureza Conciliação – e outros dois em fase de finalização – Toth 
 e Saref - que ainda não aparecem no painel, o TJDFT vem utilizando a IA com sucesso há 
 cerca de dois anos para aprimorar a prestação jurisdicional. ( TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO 
 DISTRITO FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS , 2020) 
 Os sistemas têm sido desenvolvidos pela Coordenadoria-Geral de Tecnologia da 
 Informação – CGTI do TJDFT, por meio das equipes da Secretaria de Desenvolvimento de 
 Sistemas - SEDES. Cada sistema possui sua característica e função específica; 
 O sistema Amon atua no reconhecimento facial, a partir de fotografias, gerencia o controle 
 integrado de acesso às dependências do Tribunal. Em funcionamento desde junho de 2020, o 
 sistema permite realizar a conferência de cada pessoa pelo reconhecimento facial, gerando 
 maior controle sobre os acessos ao Tribunal. Com isso, o TJDFT consegue oferecer mais 
 segurança aos magistrados, servidores e todos os que ingressam em seus prédios. ( TRIBUNAL 
 DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS , 2020) 
 Ao contrário do sistema Amon, o sistema Artiu atua no encaminhamento correto de 
 mandados. Para a distribuição e o cumprimento dos mandados, a Coordenadoria de 
 Administração de Mandados – COAMA necessita do CEP do destinatário. Quando não é 
 possível localizá-lo, seja por dado faltante ou por alguma inconsistência, a IA procura 
 identificar qual é o setor ao qual será enviado o mandado e faz o ajuste do endereço de forma 
 automática. O sistema também foi treinado para obter o tipo de mandado, sendo capaz de 
 classificá-lo e enviá-lo com a prioridade necessária. Agiliza os procedimentos tornando-os 
 mais eficazes. ( TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS , 
 2020) 
 O sistema Hórus, por sua vez, realiza a inserção automática no PJe de processos 
 digitalizados, reconhece o código de caracteres dos documentos via OCR, recupera dados de 
 sistema de tramitação de processos físicos, classifica tipos de documentos e utiliza certificado 
 digital do Tribunal para inserir documentos no PJe. ( TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO 
 FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS , 2020) 
 Integrando o Projeto de Modernização da Vara de Execuções Fiscais – VEF, o Hórus 
 trouxe resultados efetivos e velozes ao cadastramento de processos digitalizados, integrou a 
 digitalização de processos físicos com o PJe e viabilizou movimentações processuais no 
 11 
 sistema judicial legado – SISTJ, tornando o TJDFT o primeiro Tribunal a utilizar técnicas de 
 Inteligência Artificial nesse caso. 
 Para agilizar processos de conciliação foi criado o projeto Natureza 
 Conciliação, atende aos Centros Judiciários de Solução de Conflitos e Cidadania – CEJUSCs. 
 O Sistema de Conciliação utilizado pelos CEJUSCs, que já era capaz de realizar a importação 
 automática de processos de redução a termo do PJe, passou a classificar procedimentos por 
 meio do processo de aprendizado da máquina. Para cada processo importado, é gerado um 
 novo procedimento que resultará em uma ou mais sessões de conciliação. (TRIBUNAL DE 
 JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS, 2022) 
 Após ser criado, cada um desses procedimentos ainda precisa passar por uma triagem 
 visando a complementação de informação necessária para a realização da sessão. Isso era 
 feito por um ou mais servidores ou estagiários e agora é realizado de maneira automática pelo 
 próprio sistema, eliminando tarefas repetitivas e dispensando os servidores para novas 
 atribuições. 
 O projeto Toth busca recomendar a classe e os assuntos do processo, durante a etapa 
 do fluxo do PJe, identificada como petição inicial. Essa recomendação é baseada no 
 treinamento supervisionado de algoritmos de classificação tendo como base a inicial 
 submetida pelo advogado. A unidade piloto escolhida para iniciar os testes de usuário será a 
 1ª Vara Cível, de Família e de órgãos e Sucessões de Santa Maria. (TRIBUNAL DE 
 JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS, 2020) 
 Em 14 de junho de 2021, entrou em operação na Vara de Execuções das Penas em 
 Regime Aberto - VEPERA a primeira fase do Sistema de Apresentação Remota e 
 Reconhecimento Facial - SAREF. O sistema possui como objetivo principal facilitar a 
 apresentação dos apenados na Vara. (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL 
 E DOS TERRITÓRIOS, 2020) 
 Este projeto visa agilizar a apresentação de uma população de 20 mil apenados na 
 VEPERA, por meio de algoritmos de reconhecimentofacial, auxiliando e modernizando o 
 controle de presença da unidade. O sistema possui 03 fases no total e ainda se encontra em 
 homologação das fases dois e três. 
 No Tribunal de Justiça de Alagoas, a ferramenta de inteligência artificial foi criada 
 pelo Laboratório de Estatística de Ciências dos Dados da Universidade Federal de Alagoas 
 12 
 (Ufal) em parceria com a Diretoria de Tecnologia (DIATI) do Tribunal de Justiça de Alagoas. 
 Nesta parceria foram desenvolvidos dois programas de IA. ( UNIVERSIDADE 
 FEDERAL DE ALAGOAS , 2021) ; 
 O sistema H ércules lê petições e faz a triagem de peças, dando condições para que as 
 varas agilizem os procedimentos para conclusão dos processos. Em função distinta , o sistema 
 Spartacus possui a função de gerir depósitos judiciais. Com objetivo de organizar o cadastro 
 de depósitos para que o Tribunal tenha o controle deles. ( UNIVERSIDADE FEDERAL DE 
 ALAGOAS , 2021) ; 
 O sistema de inteligência artificial implantado no TJSC, no momento não possui nome 
 específico, atua semanalmente, com o auxílio dos robôs para varrer todos os sistemas que 
 possuem cadastramento de endereço, para identificar o endereço das partes, após certificado, 
 gera um arquivo em PDF que será juntado ao processo. Em seguida é feita a intimação da 
 parte, com informações sobre os resultados da pesquisa e orientação sobre o recolhimento das 
 diligências – quando necessárias –, e, por fim, a indicação do endereço na petição. 
 (TRIBUNAL DE JUSTIÇA SANTA CATARINA, 2021) 
 Nos tribunais Federais da 3° (TRF3) o sistema é conhecido como SIGMA, a IA 
 utilizada no TRF3 é um sistema inteligente de utilização de modelos para produção de 
 minutas. O programa ordena os textos armazenados, comparando informações extraídas das 
 peças processuais com a maneira como cada unidade utiliza seus modelos. A inteligência 
 artificial gera insumos para a redação do relatório e, observando as peças processuais, sugere 
 modelos já utilizados para um mesmo tipo de processo, acelerando a produtividade de 
 magistrados e servidores, de forma a evitar, ainda, decisões conflitantes. (TRIBUNAL 
 REGIONAL FEDERAL DA 3° REGIÃO, 2020) 
 O programa facilita e acelera a pesquisa no acervo do órgão de Justiça. Para isso, 
 utiliza ferramentas de tecnologia da informação, que, diferentemente dos sistemas 
 convencionais, são capazes de executar tarefas mais rapidamente do que o raciocínio humano. 
 Conhecido como clusterização de processos, o Tribunal Regional do Trabalho (TRT4) 
 desenvolveu, pela equipe interna do Tribunal, a IA que tem como função o agrupamento de 
 processos semelhantes, com o propósito de agilizar a análise de admissibilidade dos Recursos 
 de Revista. Agrupamento de processos semelhantes nos gabinetes dos Desembargadores a fim 
 de otimizar a elaboração de votos. (TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO, 2021) 
https://ufal.br/
https://ufal.br/
https://ufal.br/
https://ufal.br/
 13 
 O tribunal superior do trabalho utiliza o sistema Bem-te-vi, sistema desenvolvido a 
 partir de inteligência artificial, conta com diversos filtros que permitem saber, por exemplo, 
 quantos processos estão relacionados a determinado tema, há quanto tempo essas ações 
 chegaram ao gabinete ou se o número de julgados está de acordo com as metas estabelecidas 
 pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), também permite a análise automática da 
 tempestividade (observância de prazos) dos processos. Analisando que atualmente, cerca de 
 3% dos processos que chegam anualmente ao TST (10 mil ações) são considerados 
 intempestivos, isto é, foram apresentados fora do prazo. 
 Utilizado pelo Superior Tribunal Federal, o projeto Victor, teve seu lançamento oficial 
 em 30 de agosto de 2018, tendo como missão o aumento da eficiência e desempenho na 
 avaliação judicial dos processos. O anúncio oficial foi feito pela Ministra Carmen 
 Lúcia, à época presidente do STF, que, de acordo com notícia veiculada no site oficial do 
 Supremo Tribunal Federal, explicou: 
 que a ferramenta será utilizada na execução de quatro atividades: conversão de 
 imagens em textos no processo digital, separação do começo e do fim de um 
 documento (peça processual, decisão, etc) em todo o acervo do Tribunal, separação e 
 classificação das peças processuais mais utilizadas nas atividades do STF e a 
 identificação dos temas de repercussão geral de maior incidência. (CARMEM, 
 2018) 
 A necessidade apresentada pelo STF, foi a criação de uma ferramenta que realizasse a 
 separação das peças jurídicas que compõem os processos que chegam ao Tribunal. Após 
 muitos testes, os pesquisadores desenvolveram o sistema utilizando-se da aprendizagem de 
 máquina, os ensinamentos ao computador foram no sentido de classificar os temas de 
 repercussão geral e classificar as peças jurídicas. A máquina não decide, não julga, isso é 
 atividade humana, mas Victor está sendo treinado para atuar em camadas de organização dos 
 processos para aumentar a eficiência e a velocidade de avaliação judicial, inclusive para 
 propor minutas de decisão (SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, 2018). 
 A IA está presente na área judicial, embora ainda não relacionada a decisões de 
 sentenças, mas mostrando-se eficaz em três exemplos de IA que trabalham em prol da 
 diminuição de prazos na solução de conflitos: os projetos Victor no STF, Sinapses no Tribunal 
 de Justiça do Estado de Rondônia (TJRO) e o Radar do Tribunal de Justiça de Minas Gerais 
 (TJMG). No STF, Victor, a ferramenta de inteligência artificial é resultado da iniciativa do 
 STF em conhecer e aprofundar a discussão sobre as aplicações de IA no Judiciário. Na 
 14 
 primeira fase, o Victor lê os recursos extraordinários que sobem dos tribunais para o STF, 
 identificando quais estão vinculados a determinados temas de repercussão geral, acelerando as 
 etapas de distribuição de processos para os gabinetes dos ministros. 
 Para evitar violações de princípios constitucionais, dos riscos de danos diante da 
 possibilidade de igualar os julgamentos pelo STF decorrente do julgamento dos recursos pelo 
 Victor, é que se evidencia a necessidade de acompanhamento do Projeto pela sociedade em 
 geral e principalmente pela comunidade jurídica. 
 2.2 INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL, DIREITO E O ACESSO À JUSTIÇA 
 O acesso à justiça, é um direito fundamental de primeira dimensão, previsto no Art. 5, 
 XXXV da CRFB/88; “a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça de 
 direito”. Regido pelo princípio da inafastabilidade do controle jurisdicional ou princípio do 
 direito de ação, é a garantia de que qualquer pessoa pode ter seu conflito analisado pelo Poder 
 Judiciário. 
 Neste mesmo sentido o art. 8º, 1 da Convenção Interamericana sobre Direitos 
 Humanos prevê, artigo 8º – Garantias judiciais: 
 Toda pessoa terá o direito de ser ouvida, com as devidas garantias e dentro 
 de um prazo razoável, por um juiz ou Tribunal competente, independente e 
 imparcial, estabelecido anteriormente por lei, na apuração de qualquer 
 acusação penal formulada contra ela, ou na determinação de seus direitos e 
 obrigações de caráter civil, trabalhista, fiscalou de qualquer outra natureza. 
 O acesso à justiça concede o direito do ser humano de ser ouvido em juízo e atender 
 para a proteção de seus direitos, concedendo-lhe a garantia de que a solução de seus conflitos 
 será dada de forma justa e adequada. O objetivo deste direito fundamental nada mais é do que 
 a realização da justiça. (MARCIA, 2008) 
 É a certeza de um processo justo que passa necessariamente pelo juiz independente, 
 imparcial e que não subverte a ordem legal, é um compromisso de superar os obstáculos que 
 impedem ou dificultam que grande parcela da população tenha acesso a uma ordem jurídica 
 justa, bem como que desfrutem de assistência jurídica plena e integral. 
 15 
 Segundo Pereira, (2005, p.12) O acesso à justiça é um direito do cidadão, ocorre a 
 materialização da cidadania e a efetivação da dignidade da pessoa humana. Mediante o 
 exercício dos direitos humanos e sociais torna possível o Estado democrático de direito. 
 Atualmente, observa-se uma alta demanda ao acesso à justiça, gerando um 
 congestionamento no poder judiciário, dificultando para que o acesso à justiça seja efetivo 
 para que todos os cidadãos tenham de forma justa e ágil a solução de seus conflitos. 
 O objetivo da IA é fazer com que os computadores possam “pensar” exatamente como 
 os humanos, criando análises, raciocinando, compreendendo e obtendo respostas para 
 diferentes situações, sem envolver sentimentos ou emoções. uma das metas da IA é a 
 descoberta de sistema que consiga se autodesenvolver, ou seja, avaliar as informações já 
 obtidas para que se desenvolva algo novo. 
 O fenômeno da utilização das IA se explica porque, à medida em que se tem 
 evoluções tecnológicas, o homem fica mais tendente a utilizar dos novos recursos 
 proporcionados, buscando uma facilitação na realização de seus afazeres quotidianos, o que é 
 justificável, tendo em vista que, cada vez mais, pretende-se deixar de lado as atividades de 
 realização mais árdua. ( RAPHAEL, 2020). 
 A pesquisa mais completa sobre a IA realizada em tribunais brasileiros foi efetuada 
 pelo ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Luís Felipe Salomão. Com intuito de 
 analisar e eficiência da IA, relacionada à grande demanda recorrente no judiciário: 
 No Brasil, a quantidade de litígios, estimada em cerca de 78,7 milhões,1 demonstra a 
 existência de espaço e necessidade para aprimoramento das técnicas de gestão dos 
 órgãos, processos e pessoas ligadas ao Poder Judiciário, de modo que inovações 
 adequadas e bem-sucedidas se mostram relevantes para melhorar os impactos 
 econômicos e sociais atrelados à atuação judicial. Assim, seja para assegurar o 
 cumprimento dos deveres organizacionais e constitucionais do Poder Judiciário, seja 
 para atribuir sua dimensão adequada, na economia, torna-se importante que o Poder 
 Judiciário tenha sua atuação bem administrada, com o uso de mecanismos de gestão 
 para melhor alocação de recursos, aumento da qualidade do serviço prestado e, com 
 isso, a maximização de sua eficiência. ( LUIS FELIPE SALOMÃO, 2021) 
 O Poder Judiciário brasileiro assumiu um compromisso relevante no que se refere à 
 concretização dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030 das Nações 
 Unidas, tendo sido reconhecido como o primeiro Judiciário no mundo a integrar oficialmente 
 os ODS aos seus procedimentos cotidianos. Além deste compromisso, o Brasil faz parte, 
 desde de 2019, da Organização para a Cooperação de Desenvolvimento Econômico (OCDE), 
 com o intuito de desenvolvimento tecnológico. 
 16 
 No total são 42 Países que buscam ampliar seus sistemas e inovar a prestação de seus 
 serviços. O documento da OCDE implantou diretrizes que devem ser seguidas na implantação 
 da IA, que deve ser de forma inovadora, confiável e que respeite os direitos humanos e os 
 valores democráticos. 
 Além de estarem presentes os cinco princípios para a administração responsável da 
 Inteligência Artificial confiável (HOUTEN, 2021); 
 1) Crescimento inclusivo, desenvolvimento sustentável e bem-estar: a IA deve 
 ser criada para colocar os interesses das pessoas e do planeta em primeiro 
 lugar, por meio do aumento das capacidades humanas, da promoção do 
 crescimento inclusivo e do desenvolvimento sustentável, bem como da 
 proteção dos ambientes naturais (HOUTEN, 2021). 
 2) Valores e justiça centrados no ser humano : os atores de IA devem respeitar 
 o Estado de Direito, os direitos humanos e os valores democráticos, durante 
 todo o ciclo de vida do sistema, incluindo liberdade, dignidade e autonomia, 
 privacidade e proteção de dados, não discriminação e igualdade, diversidade, 
 justiça, justiça social e direitos trabalhistas internacionalmente reconhecidos 
 (HOUTEN, 2021). 
 3) Transparência e explicabilidade : sistemas de IA devem ser regidos pela 
 transparência e divulgação responsável. Para tanto, os atores devem fornecer 
 informações com significado, apropriadas ao contexto e consistentes com o 
 avanço tecnológico. Tal princípio é essencial para promover informação ampla 
 e de fácil compreensão pela sociedade sobre os sistemas de IA, para 
 possibilitar que os adversamente afetados desafiem seus resultados, bem como 
 para conscientizar as partes interessadas sobre suas interações com os sistemas 
 de IA, inclusive no local de trabalho (HOUTEN, 2021). 
 4) Robustez, segurança e proteção: um sistema de IA robusto é aquele 
 protegido durante todo o seu ciclo de vida, para que possa funcionar de forma 
 apropriada e não coloque riscos de segurança inaceitáveis. Por isso, os atores 
 de IA devem assegurar a rastreabilidade, incluindo a relativa aos conjuntos de 
 dados, processos e decisões tomadas ao longo do ciclo de vida do sistema de 
 IA. Ainda, os atores da IA devem aplicar uma abordagem contínua de 
 avaliação e de gerenciamento de riscos (HOUTEN, 2021). 
 17 
 5) Responsabilidade ou prestação de contas: os atores da IA devem ser 
 responsabilizados pelo seu funcionamento adequado e em harmonia com os 
 princípios acima, conforme seus papéis, o contexto e consistência com o 
 avanço tecnológico (HOUTEN, 2021). 
 Com base nos cinco princípios citados, para uma gestão responsável dos sistemas de 
 IA e em observância às suas recomendações, foi criada a Estratégia Brasileira de Inteligência 
 Artificial (EBIA) em abril de 2021. Essa estratégia busca potencializar o desenvolvimento e a 
 utilização da tecnologia para a promoção do avanço científico e a solução de problemas 
 concretos do país, identificando áreas prioritárias nas quais há maior potencial de obtenção de 
 benefícios (HOUTEN, 2021). 
 Para sua implementação, foram estabelecidos os nove eixos temáticos abaixo: 
 Fonte: Luís Felipe Salomão, 2021 
 A partir destes nove pilares, a estratégia busca: (i) contribuir para a elaboração de 
 princípios éticos para o desenvolvimento e uso de IA responsáveis; (ii) promover 
 investimentos sustentados em pesquisa e desenvolvimento em IA; (iii) remover barreiras à 
 inovação em IA; (iv) capacitar e formar profissionais para o ecossistema da IA; (v) estimular 
 a inovação eo desenvolvimento da IA brasileira em ambiente internacional e (vi) promover 
 ambiente de cooperação entre os entes públicos e privados, a indústria e os centros de 
 pesquisas para o desenvolvimento da IA. (Salomão, 2021) 
 A criação deste projeto demonstra a importância das ações estratégicas para que o 
 Brasil atue no cenário Internacional também como produtor de tecnologia e não apenas como 
 importador. 
 18 
 3 A INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL E SUA CONTRIBUIÇÃO PARA A PRESTAÇÃO 
 JURISDICIONAL 
 A possibilidade do ingresso da IA nos atos decisórios dos processos judiciais guarda 
 consigo preocupações sobre a possibilidade de falhas e seus respectivos impactos, sobretudo 
 no atual momento de desenvolvimento tecnológico. 
 Deve-se identificar algumas premissas que são adequadas para o enfrentamento de 
 problemas de desafios que a IA apresenta no direito e premissas que são inadequadas. A mais 
 recorrente nas discussões jurídicas é a ideia que a IA busca algum tipo de submissão humana, 
 no direito, é muito concreto quando é debatido sobre a IA como um elemento enfraquecedor, 
 empobrecedor das discussões jurídicas. Isso ocorre quando a filosofia jurídica, teoria do 
 direito ou a ética se tornam mais rasas quando se está usufruindo e construindo soluções com 
 base na IA, são premissas absolutamente inadequadas. 
 Segundo Hartamann 3 , após experiências elaboradas, é comum e recorrente a análise 
 sobre a IA, e quando necessário rever o processo e efetuar alguns ajustes, é recorrido a teoria 
 do direito, a filosofia jurídica e a ética. A discussão ética é fundamental em qualquer 
 instalação de sistemas de IA. Qualquer discussão de um propósito adequado relacionado à IA 
 é voltada na discussão ética. Neste ponto, pode-se considerar ineficaz o comentário sobre a IA 
 que torna o direito mais raso, muito pelo contrário, mostra-se que a IA abre caminhos, destaca 
 as deficiências e os necessários debates e construções sobre os ideais da profissão do direito 
 como um todo, concretização de justiça, de diminuição de desigualdades, de promoção de 
 direitos fundamentais. 
 Outro ponto saliente sobre a IA, é a discussão que ela se torna limitada em termos de 
 capacitação da sensibilidade, do caráter passional que as pessoas utilizam no raciocínio 
 jurídico, e que seria impossível a IA ter este sentimento de sensibilidade e de nível de atenção, 
 em controvérsia, que o ser humano sempre age com total atenção e sensibilidade, cuidado 
 com o outro, o que nem sempre é verdadeiro. Quando é possível identificar as construções de 
 partida de benefícios e de riscos, ocorre ganhos consistentes nos parâmetros de observação da 
 tecnologia como algo estratégico, como algo que pode ser para o bem e como algo que pode 
 nos defender do mal uso, a tecnologia bem aplicada não afeta de forma negativa, seu 
 desenvolvimento do conhecimento criado para proteger os valores contra o mal uso. 
 3 Coordenador acadêmico do Projeto Victor UnB-STF Coordenador Acadêmico do Projeto Mandamus 
 (UnB-TJRR). 
 19 
 O primeiro caso bem-sucedido de Inteligência artificial implantado no Judiciário 
 Brasileiro foi a urna eletrônica, utilizada pela primeira vez nas eleições municipais de 1996. 
 Após a solidificação desse sistema na Justiça Eleitoral, houve um grande avanço na geração 
 de investimentos aplicados em tecnologia nos tribunais. (TRIBUNAL SUPERIOR 
 ELEITORAL, 2021) 
 Outro marco do uso da tecnologia no sistema judiciário ocorreu com a digitalização 
 dos processos físicos para formato eletrônico. Com este avanço tecnológico ocorre um grande 
 avanço nos despachos dos processos e torna mais ágil os serviços judiciários. Além das 
 audiências virtuais e citações por meios eletrônicos. Vários caminhos foram encurtados até o 
 momento, utilizando-se das praticidades e celeridade que a tecnologia nos fornece. 
 Cabe ainda citar, a IA utilizada em escritórios de advocacia no Brasil; um escritório do 
 interior de São Paulo passou a utilizar o supercomputador Watson da IBM para advogar 
 (MOSCELLA, 2011; RAVAGNANI, 2017). Esse escritório aumentou a produtividade e 
 desempregou advogados. Hoje é o maior escritório de contencioso de massa do país com mais 
 de 10% das ações do Brasil, recebe 25 mil novas por mês e teve um faturamento de 110 
 milhões de reais em 2014 (BUENO, 2015). 
 Igualmente, um grande escritório de advocacia do Recife desenvolveu uma solução 
 baseada no Watson, qualificando o seu processo de negócio e diminuindo o quadro funcional 
 nas tarefas mais básicas. Em uma declaração, o juiz do TJSC Alexandre Morais da Rosa 
 atesta o amplo uso de ferramentas tecnológicas avançadas e a diminuição de empregos de 
 advogados em outro grande escritório de advocacia no Rio de Janeiro. Porém concluiu que, a 
 maioria dos juízes ainda não se deu conta da informatização (digitalização) e do uso da IA. 
 3.1 A INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL FRENTE ÀS GARANTIAS CONSTITUCIONAIS 
 É de suma importância sinalizar as lesões que o uso da Inteligência Artificial tem 
 sobre os direitos e garantias constitucionais. Desde os direitos mais básicos do homem, as 
 inteligências artificiais geram um perigo velado pela seguridade gerada pela confiança no 
 processo matemático e sua suposta exatidão. 
 Como já mencionado anteriormente, a IA tem evoluído com o passar dos anos, e que a 
 etimologia está atrelada a “alguém” que realiza trabalhos obrigatórios e repetitivos, auxiliando 
 nas tarefas mais árduas e cuja prática pretende ser evitada pelo próprio homem, que almeja, 
 cada vez mais, por simplificar os seus meios de trabalho e o seu estilo de vida. 
 20 
 Nesse aspecto, Nunes e Marques (2018, p. 421) “sustentam que a utilização desses 
 sistemas tecnológicos é sobremaneira crescente, haja vista que eles trazem, de fato, precisão e 
 eficiência na prestação dos serviços desempenhados, otimizando-os de maneira tal que as 
 demandas atendidas têm apuração mais rápida”. 
 A implementação das IA no âmbito do Poder Judiciário baseia-se nos fundamentos de 
 redução de mão de obra e agilidade no processo, no entanto, o que precisamos nos questionar 
 é se, realmente, a celeridade, a eficiência e a redução do número de demandas, hoje tão 
 almejados, devem ter preferência com a utilização de tecnologias artificiais de reprodução do 
 comportamento humano, colocando em eventual prejuízo os demais direitos 
 constitucionalmente previstos e que são, da mesma forma, aplicáveis ao processo. 
 O devido processo legal constitui um super princípio diretamente ligado à noção de 
 justiça, que abarca todos e abrangem os demais princípios menores, informadores e 
 universais. (THEODORO JUNIOR, 2020, p. 46). 
 Isso também pode ocorrer porque, processo justo e devido é o processo que, não 
 observa somente as disposições legais, dá ao juiz o dever de valer-se de critérios integrativos, 
 aplicando e considerando, para o caso concreto, não apenas as normas de direito positivo na 
 exata medida do que indicam, mas sim valer-se de outras fontes e costumes utilizadas nas 
 decisões. 
 O direito ao duplo graude jurisdição, não está expressamente previsto na Constituição 
 Federal, tem feição de direito fundamental, é visto através de hermenêutica pautada em 
 interpretação extensiva, a sua previsão, ainda que subjacente. 
 O duplo grau de jurisdição decorre de um amplo aspecto que se dá ao princípio 
 constitucional da ampla defesa, pelo qual é dado aos litigantes o direito de defenderem-se em 
 juízo, traduzindo-se tal defesa, inclusive, no direito à revisão da decisão prolatada, nos termos 
 do art. 5º, LV da CRFB/88. 
 A utilização da inteligência artificial no ordenamento jurídico, ofende o princípio da 
 publicidade (art. 5º, LX e 93, IX da Constituição e art. 8º do CPC), além de ferir o direito do 
 contraditório, já que o processo algorítmico é inacessível. Há que se lembrar do previsto no 
 inciso XXXV, do art. 5º, da CF/88, que se garante acesso à justiça, assim como o princípio do 
 juiz natural. 
 21 
 Segundo Roque e Santos, “[...] seria inconstitucional a tomada de decisões 
 exclusivamente por robôs, sem que suas decisões sejam de alguma forma submetidas à 
 revisão humana, sendo assegurado pela Carta Magna o direito público subjetivo de acesso aos 
 juízes” (2021, p. 71) 
 Não é sem razão que a própria Constituição Federal brasileira de 1988, trata dos 
 direitos sociais, reconhece a necessidade de proteção dos trabalhadores em face da 
 automação: 
 Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de 
 outros que visem à melhoria de sua condição social: XXVII - 
 proteção em face da automação, na forma da lei (BRASIL, 1988). 
 Muitos fatores constitucionais precisam ser analisados para a fiel implantação da IA, 
 ao tempo que traz conforto, pode haver um efeito de rebote, buscar medidas que, embora 
 facilitadoras, poderiam afrontar objetivos e fundamentos da República, colocando em xeque 
 os postulados da dignidade da pessoa humana e da erradicação das desigualdades. 
 3.2 MALEFÍCIOS DO USO DA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL NO DIREITO 
 A base de todas as pesquisas relacionadas à IA é a análise de algoritmos na 
 alimentação dos sistemas, que buscam entender o comportamento humano e sua previsão. 
 Uma pesquisa implantada em Nova Jersey, relacionada à análise para prestação de fiança, 
 identifica que a tomada de decisão da IA relacionada à personalidade é mais eficaz que a 
 decisão tomada por juízes. 
 No entanto, outra pesquisa realizada em Harvard, tem mostrado uma ameaça real de 
 discriminação não intencional, mesmo quee esses algoritmos tenham criados conforme 
 legislação e que teoricamente de forma legal e justa, aumentam a discriminação e o racismo. 
 Apesar dos critérios implementados nos algoritmos não serem incluídos a raça, outros 
 critérios podem acabar sendo agrupados e agregando para o final da decisão, como exemplo, 
 local de residência, nomes semelhantes, profissões, resultando em efeitos inconstitucionais. 
 (Salvo, 2020) 
 Atualmente, no Brasil, as inteligências artificiais jurídicas estão em um patamar de 
 assistência processual. Têm-se algoritmos que analisam tempestividade, prazos, 
 22 
 gerenciamento de controvérsias, modelos, pesquisas de jurisprudências e doutrinas, todos 
 voltados para o auxílio e a celeridade processual. 
 Ao contrário, os softwares estadunidenses usados no âmbito jurídico estão, de certa 
 forma, mais em níveis mais avançados que os brasileiros. A eles já foram atribuídas um maior 
 grau de autonomia. Conforme O’Neil (2020), há o questionário LSI-R, Level of Service 
 Inventory – Revised, que é um dos modelos mais populares aplicados. Trata-se de um longo 
 questionário que um detento deve responder e cuja relevância encontra-se no fato de ele 
 realizar o cálculo do risco de reincidência desse preso. Assim, existem perguntas como se o 
 indivíduo é reincidente, se houve ou não cúmplices e, ainda, acerca do uso de entorpecentes 
 em geral. Contudo, conforme se dá seguimento ao questionário, é notável o surgimento de 
 questões com viés discriminatório. (O’NEIL, 2020) 
 O questionário é composto de perguntas como nascimento, criação, família, amigos e 
 vizinhança, não sendo questões relevantes para o caso criminal ou para a sentença, 
 contrapondo-se à relevância da sentença justa e imparcial que descartaria estes fatos que não 
 se correlacionam com o crime, sendo notável a injustiça contida neste questionário. 
 Outro caso emblemático, que pode ser citado, é o sistema compas , um software 
 chamado Correctional Offender Management Profiling for Alternative Sanctions, é um outro 
 sistema de questionário. Este sistema utiliza vários dados para calcular as chances de um 
 jurisdicionado reincidir e os juízes utilizam tais resultados para decidir sobre a manutenção da 
 prisão preventiva e sobre a pena a ser aplicada. Serve para o cálculo da reincidência e da 
 dosimetria da pena (VIEIRA, 2019). 
 O compas , assim como o LSI-R, é composto por questionário, destina-se a categorizar 
 o indivíduo como de baixo ou alto risco, de acordo com seu resultado. Conforme Agra (2021), 
 O COMPAS é uma inteligência artificial que usa “aprendizado de máquinas”, 
 conhecida como machine learning, e tem a intenção de tornar as decisões judiciais 
 cada vez menos influenciáveis por erros humanos. Importante entender que essa 
 solução de tecnologia digital se utiliza das experiências de sentenciamento do Poder 
 Judiciário, identificando padrões de dosimetria através de correlações e análises de 
 dados e das respostas dos questionários. A partir desses padrões analisados, a máquina 
 vai conseguir fazer determinações e até predições, por variáveis encontradas dentro de 
 todo o seu banco de dados. 
 Em uma pesquisa publicada por uma empresa dos EUA, com intuito de calcular a 
 probabilidade de reincidência criminal dos jurisdicionados, revelou que esse sistema era 
 enviesado contra negros, classificando essas pessoas como duas vezes mais propícias a 
 reincidir. O algoritmo do COMPAS aprendeu com base em decisões anteriores nas quais o 
 23 
 preconceito e discriminações raciais tiveram forte influência e passou a se comportar 
 conforme essa regra. Ou seja, a base de dados do sistema era alimentada com aqueles dados 
 fornecidos pelas autoridades públicas, como estatísticas de prisões baseadas em etnia, idade, 
 raça e condição econômica. Assim, o racismo praticado na realidade física era importado para 
 a realidade digital. (HOW WE ANALYZED THE COMPAS RECIDIVISM ALGORITHM) 
 Esse sistema possui até 19 fatores de risco quando analisa diferentes grupos e pessoas. 
 Dentre as diversas propostas, destacam-se a análise do risco individual do comportamento 
 violento, da prática de novos delitos e da obstrução do processo. Em síntese, trata-se de 
 relatórios atuariais que definem os "riscos" do acusado/réu a partir desse programa de 
 computador e, com isso, cria-se uma orientação para o sistema de justiça criminal. (VIEIRA, 
 2019) 
 A análise utilizada pelo sistema a partir dos "riscos" resulta sempre na 
 supervalorização da taxa de periculosidade de indivíduos específicos, como daquelas 
 populações majoritariamentemarginais na sociedade americana (negros, latinos, imigrantes 
 no geral, pessoas economicamente hipossuficientes, entre outros). Isso porque a própria base 
 de dados que era alimentada no sistema já estava enviesada. (VIEIRA, 2019) 
 Fica demonstrado que o peso das perguntas dispostas em ambos os questionários 
 resulta em uma pontuação mais elevada para as populações periféricas, perpetuando as 
 desigualdades já existentes. Percebe-se que o indivíduo solto após uma condenação encara o 
 mundo com antecedentes criminais, dificultando ainda mais sua reinserção social. 
 Há de se tratar, também, acerca da grande incidência de disfunções no reconhecimento 
 facial. O documentário Coded Bias (2020) demonstra o caso de como uma pesquisadora da 
 Tecnologia de Massachusetts (MIT), Joy Buolamwini, descobre e investiga o viés racista por 
 parte da codificação em Inteligência Artificial no que tange ao reconhecimento facial. A 
 pesquisadora, em uma tarefa, descobre que, ao posicionar um rosto negro em frente a um 
 algoritmo dessa espécie, o rosto não era reconhecido, portanto, ao adicionar uma máscara 
 branca em frente a câmera, era instantaneamente identificado. Ela, então, dá início a uma 
 investigação que constata que tais algoritmos de inteligência artificial são programados para a 
 identificação de padrões baseados nos dados de entrada. Rostos negros e femininos não eram 
 reconhecidos, pois o banco de dados da IA era carregada com rostos de homens brancos. 
 (CODED BIAS, SHALINI KANTAYYA, 2020) 
 24 
 Nos sistemas de Inteligência Artificial, é difícil identificar qual seria os algoritmos 
 decisórios seguidos pela máquina, tendo em vista que o sistema possui uma complexidade 
 extremamente alta, de modo que não é possível identificar as relações entre entrada e saída, 
 ou seja, não é possível identificar o motivo e/ou o caminho seguido pela máquina para se 
 chegar a uma conclusão/decisão específica. 
 3.3 A INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL COMO MÉTODO DE AUXÍLIO À PRESTAÇÃO 
 JURISDICIONAL 
 A IA consegue ir além de certos limites que nós seres humanos conseguimos atingir, 
 como exemplo, atividades repetitivas, cansativas e limitantes, foi a base seguida para criação 
 do projeto Vitor, utilizado pelo STF. Pois o processo cansativo da realização das mesmas 
 tarefas, acaba dispersando a atenção necessária para o real julgamento e discernimento para 
 tomada de decisões, fato que não ocorre com a IA. Acresce o conceito que a IA melhora o 
 desempenho das atividades realizadas, com redução de tempo e percentual de erros. 
 Um dos principais pontos que retardam os processos, atualmente, são as citações e 
 intimações, pensando nisso, foi desenvolvido o sistema Mandamus, utilizados pelo TJ de 
 Roraima, sistema inteligente do controle de processos judiciais, da decisão ao cumprimento 
 do mandado. Funciona 100% digital. Sistema simples, mas que ataca um problema muito 
 grande no judiciário. ( MANDAMUS...,2019). 
 Além da IA ser vista como um apoio técnico, ela deve ser vista com um apoio 
 comportamental, porque indica, auxilia, permite que o ser humano desempenhe suas 
 atividades de forma mais estratégica. Para ter razão, fundamento ela tem que ser indissociável 
 de uma base ética, essa a principal premissa dos pesquisadores do direito e da IA. 
 A inteligência artificial possui o raciocínio, a personalidade e conhecimento baseado 
 nos exemplos previamente apresentados, ou seja, trata-se de um modelo matemático 
 sofisticado, que é inspirado na nossa arquitetura cerebral, com a capacidade de se auto ajustar 
 e aprender a concluir por uma configuração que melhor responda aos exemplos em que ela foi 
 exposta. (ROMANEIRA, 2020) 
 A tecnologia será lastreada não só com as regras gerais dispostas em todo 
 Ordenamento Jurídico, mas também em conformidade com base de dados preexistente e até 
 com a interpretação da norma, de acordo também com os valores éticos orientados pela sua 
 equipe de desenvolvimento. 
 25 
 Independentemente da aplicação prática que a Inteligência Artificial possa ter no 
 âmbito do Poder Judiciário Brasileiro, o seu sustento e legitimação tem sido alicerçado na 
 garantia da efetivação da duração razoável do processo. A utilização da Inteligência Artificial 
 no Poder Judiciário se apresenta como um caminho sem volta e muito promissor. 
 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 A estratégia digital do Poder Judiciário se voltou ao uso de tecnologias mais avançadas 
 do que a informática convencional: estuda-se como utilizar ferramentas de IA em todas as 
 etapas do processo judicial, desde o ingresso dos feitos no gabinete do juiz, na preparação e 
 fundamentação da decisão, acelerando o processo de decisão do caso fático, inclusive 
 qualificando a decisão. Os algoritmos podem classificar e separar as informações de cadastro 
 e documentos que são recebidos, acelerando e qualificando o andamento dos processos 
 judiciais. 
 O judiciário Brasileiro sofre com as elevadas demandas de processos, causando um 
 congestionamento e grandes atrasos em seus despachos. Com o grande avanço tecnológico, 
 estão surgindo alguns meios alternativos para auxiliar na solução deste problema; a 
 implantação de ferramentas digitais para auxiliar nas funções administrativas com o intuito de 
 agilizar e resolver o problema da morosidade do judiciário, é a proposta para o futuro. 
 Pode-se identificar que a inteligência artificial é um assunto relevante no meio 
 jurídico, fomentando muitas discussões, dúvidas, certezas e incertezas. Comporta-se como 
 uma proposta tentadora para o judiciário suportar a demanda atual, respeitando os princípios 
 constitucionais e cumprir sua função de transmitir segurança jurídica aos cidadãos. 
 A IA deve ser entendida como ponto estratégico para a profissão do direito e não 
 como concorrência, uma estratégia para resolução dos problemas que enfrentamos no direito, 
 principalmente na demanda da justiça substancial, de modo a aproveitar um momento de 
 transformação e inovação de padrões que a IA está provocando no mundo como um todo. 
 Há muita pesquisa a ser definida sobre o assunto na esfera jurídica, porém os testes de 
 sistemas já implantados no judiciário, apresentam uma grande evolução e cumprem a 
 finalidade para que foram propostos. Vários projetos já estão sendo executados e passando 
 por várias atualizações. A inteligência Artificial, vem sendo tratada como a grande aliada ao 
 aumento da produtividade do Poder Judiciário brasileiro, havendo importante investimento 
 26 
 direcionado à automação de algumas atividades. Não há dúvidas de que a tecnologia pode 
 tornar a justiça mais efetiva e com mais qualidade. 
 A configuração da IA, por meio de algoritmos inteligentes e imparciais, torna o 
 trabalho de selecionar quais leis, decretos, regulamentos, casos e decisões anteriores e 
 jurisprudências que podem ser utilizadas em cada caso concreto, com grau de precisão igual 
 ou maior do que a dos especialistas humanos (juízes e assessores). 
 A ideia da Inteligência Artificial para julgamentos imparciais, seja qual for, encontra, 
 aqui, um revés. Surge oquestionamento de como o software, em sua maneira de atuação, 
 alcança um resultado. Se máquinas geram resultados a partir da absorção dos dados retirados 
 de cada indivíduo em seu uso algorítmico, conclui-se que esta reproduz a perspectiva moral 
 por meio do aprendizado de máquina dos dados colhidos ou do próprio programador, na 
 criação de seu código. 
 A questão da transparência do processo algorítmico é um dos pontos mais críticos a 
 serem analisados, visto que o programador, ao criar o código, poderá inserir nos mesmos, 
 vieses preconceituosos que não poderão ser vistos e, portanto, não poderão ser argumentados. 
 desta forma, durante a criação dos softwares, poderão ser inseridos preconceitos já enraizados 
 na sociedade e, até mesmo, do próprio programador, indo contra os princípios e garantias 
 constitucionais. 
 Assim, além de afetar o indivíduo, o sistema consegue criar uma mecânica de 
 repercussão que pesará na condenação de todos os que cercam aquele cidadão condenado, 
 gerando uma bolha de comunidades marginalizadas. Pode-se explicar usando-se o mesmo 
 exemplo do indivíduo já demonstrado anteriormente, uma vez que esta condenação ecoará em 
 toda sua comunidade e sua família, impactando na pontuação dos próximos que passarem por 
 esses sistemas. 
 Em suma, a Inteligência artificial aplicada na sociedade gera um tipo de efeito dominó 
 de lesão aos direitos e garantias fundamentais, ferindo a todos em escalas diferentes. As 
 classes sociais menos favorecidas, por óbvio, são as mais injuriadas. Fica evidente o risco da 
 utilização das Inteligências Artificiais citadas neste trabalho, pois se mostram falhas em sua 
 aplicabilidade. Se inseridas no sistema brasileiro, aumentariam a disparidade de classes já 
 existentes, assim como poderiam vir a afetar o sistema judiciário e carcerário, ferindo o 
 próprio princípio da dignidade humana e o da ampla defesa. 
 27 
 Contudo, a IA é um reforço para o judiciário, um caminho sem volta no mundo 
 tecnológico que estamos inseridos, deve ser utilizada de apoio, é uma ferramenta que poderá 
 contribuir em muitos sentidos. O grande desafio da IA, é promover a possibilidade desses 
 algoritmos serem inseridos de forma imparcial, livre de fundamentos racistas e desiguais, os 
 resultados da IA se ajustarem à realidade em que o ser humano esteja inserido. 
 Os programas de IA já utilizados pelo judiciário Brasileiro demonstram-se efetivos, 
 pois atuam como auxiliares da justiça e não impactam na tomada de decisões, ao contrário dos 
 sistemas internacionais citados ao longo do trabalho, que atuam na tomada de decisões, 
 deixando aparente que estes agem com padrões parciais, não tendo o réu, um julgamento justo 
 e imparcial. 
 É notório que a IA contribuiu diretamente para a eficácia e eficiência do exercício dos 
 princípios da celeridade processual, tendo em vista o grande número de processos judiciais e 
 consequentemente a morosidade no deslinde processual para alcançar a sua solução que já 
 afeta a própria duração razoável do processo e dificulta o acesso à justiça da sociedade, sendo 
 este, mais um princípio constitucional. Sendo que, qualquer tecnologia guarda consigo uma 
 curva evolutiva, ou seja, demanda de aperfeiçoamento, no sentido de eliminar eventuais falhas 
 resultantes do seu uso. 
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 MINISTRA Cármen

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