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INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL NOS TRIBUNAIS DE JUSTIÇA - A LIMITAÇÃO DA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL EM MECANISMOS DECISIONAIS JURÍDICOS

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INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL NOS TRIBUNAIS DE JUSTIÇA: A LIMITAÇÃO DA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL EM MECANISMOS DECISIONAIS JURÍDICOS
Bruna Saraiva da Rocha
Resumo: O presente estudo tem como propósito a apresentação da utilização da Inteligência Artificial (IA) no âmbito da área jurídica e no Tribunais de Justiça espalhados pelo Brasil ajudando com a quantidade de processos que acabam por sufocar o sistema jurídico aumentando sua eficácia e rapidez de resolução.
Sumário: 1. Introdução; 2. O sufocamento e a lentidão do sistema judiciário brasileiro; 3. Inteligência Artificial no âmbito jurídico; 3.1. Conceito; 3.2. A Inteligência Artificial nos Tribunais de Justiça; 3.3. A limitação da AI em mecanismos decisionais. 4. Considerações Finais.
1. Introdução
	A Inteligência Artificial (AI) é um fato ativo e constantemente ajustado à realidade. Desde a sua primeira menção em 1950 pelo cientista Alan Turing até hoje a AI sofreu diversas ramificações para auxiliar o ser humano cada vez mais, esta é encontrada no dia a dia costumeiro, como em listas de recomendações apresentadas pelo Spotify e Netflix ou comandos ordenados à Alexa (Amazon), além de em diversas áreas profissionais.
	A AI está presente na medicina ao auxiliar no desenvolvimento de cirurgias robóticas, no julgamento de diagnósticos clínicos e imagens médicas. Na engenharia, apresenta-se nas pesquisas operacionais, solução de desafios estruturais complexos e identificação de padrões. 
No direito a Inteligência Artificial manifesta-se por meio do auxílio em pesquisas inteligentes doutrinárias e jurisprudenciais, revisão de contratos e julgamento de decisões modelos e repetitivas, assim como em serviços jurídicos automáticos on-line. Todas essas possibilidades de utilização da AI na área jurídica são utilizadas nos Tribunais de Justiça do Brasil, com projetos abrangentes especificamente no Supremo Tribunal Federal, Tribunal Superior do Trabalho, Tribunal de Justiça do Estado de Pernambuco , Tribunal de Justiça de Rondônia, Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios ( STF, TST, TJPE, TJRO e TJDFT respectivamente).
Devido a essas inúmeras utilizações, melhoramentos e facilidades de atividades realizadas pelo ser humano trazendo mais rapidez, ordem e praticidade ao cotidiano dos Tribunais, a AI passou a ser não apenas um benefício extra, mas uma necessidade.
Entretanto, uma forte discussão começou a surgir acerca dos limites da utilização da Inteligência Artificial principalmente em mecanismos decisionais no âmbito jurídico.
2.. O sufocamento e a lentidão do sistema judiciário brasileiro
	Aproximadamente 30,2 milhões de ações são ajuizadas a cada ano no Brasil, apesar de poder ocorrer duplicidade enquanto a um mesmo processo por ser iniciado em instâncias ou fases distintas[footnoteRef:1], ainda sim, são muitos novos litígios a serem resolvidos pelo Poder Judiciário todo ano. [1: “É o caso, por exemplo, de um processo que ingressa na fase de conhecimento de 1º grau e, no mesmo ano, submete recurso ao 2º grau e inicia a execução judicial na primeira instância. Se forem consideradas apenas as ações originárias dos tribunais, os processos de conhecimento e as execuções extrajudiciais, chega-se ao quantitativo de 20,2 milhões de processos protocolados no Judiciário em 2019.”] 
	Além da exorbitante quantidade de novas ações deve-se somar também os outros 77,1 milhões de processos em tramitação existentes nas diversas instâncias do sistema judiciário brasileiro.[footnoteRef:2] [2: Justiça em números 2020. Disponível em: https://www.cnj.jus.br/pesquisas-judiciarias/.] 
Mesmo com a adoção de políticas como Metas Nacionais e Prêmio CNJ de Qualidade, realizada pelo Conselho Nacional de Justiça como ferramentas de gestão, de controle e incentivo ao aprimoramento da prestação jurisdicional e com um gasto total de R$ 1000,2 bilhões com o sistema judiciário, ainda sim muitos processos continuam pendentes.[footnoteRef:3] [3: Justiça em números 2020. Disponível em: https://www.cnj.jus.br/pesquisas-judiciarias/.] 
O tempo médio para a tramitação de um processo é extremamente alto, na Justiça Federal por exemplo o processo possui uma duração de em média 8 anos se tramitar na Justiça Federal, na Justiça Estadual, 6 anos, na Justiça do Trabalho, 4 anos. 
Essa morosidade processual é o resultado de um sistema formado por um alto índice de litígios – que inclusive poderiam ser resolvidos com métodos alternativos, como a negociação ou a conciliação -, um excesso de ritos burocráticos desnecessários e uma ineficiência da administração pública.[footnoteRef:4] [4: Equipe SAJ ADV. Morosidade processual: os motivos que ajudam a travar o Judiciário. 2019.] 
	Dessa forma, tem-se um sistema judiciário com altos gastos, lento, inacessível e que acaba por violar direito s e garantias constitucionais do indivíduo como por exemplo o direito a razoável duração do processo (art. 5º, inciso LXXVIII da CF) e ao devido processo legal ((art. 5º, inciso LIV da CF).
Nesse contexto de sufocamento e lentidão do Poder Judiciário, a tecnologia da informação é utilizada para ajudar na eficácia e celeridade das atividades judiciais, em especial a Inteligência Artificial.
3. Inteligência Artificial no âmbito jurídico
3.1. Conceitos
A inteligência artificial não possui um único conceito aceito entre os doutrinadores da área, visto que se trata na realidade de “uma série de diferentes tecnologias atuando em diferentes funções através de várias aplicações”[footnoteRef:5]. [5: The answer company,Thompson Reuters. Desconstruindo Inteligência Artificial (IA): um guia para o profissional jurídico ir além do ruído.] 
A primeira aparição da inteligência artificial remete a 1950, quando o cientista inglês Alan Turing formulou um teste – jogo da imitação - e publicou um artigo para dissentir se uma máquina possui a capacidade de pensar.[footnoteRef:6] [6: ESTRADA, Manuel Martín Pino. Inteligência Artificial e Direito. Direito & TI – Porto Alegre / RS. ISSN 2447-1097.] 
Uma definição muito aclamada foi a fornecida por Nils J. Nilsson de que:
 Inteligência artificial é aquela atividade dedicada a tornar as máquinas inteligentes, e inteligência é aquela qualidade que permite a uma entidade funcionar de forma adequada e com previsão em seu ambiente.[footnoteRef:7] [7: Nils J. Nilsson, The Quest for Artificial Intelligence: A History of Ideas and Achievements (Cambridge, UK: Cambridge University Press, 2010) apud STONE, Peter, ET AL. Artificial Intelligence and life in 2030: report of the 2015-2016, Stanford University, 2016. ] 
Enquanto que para Richard Bellman, trata-se de uma automatização das atividades relacionadas à cognição humana como a tomada de decisões, soluções de problemas e aprendizado por exemplo.[footnoteRef:8] [8: BELLMAN, Richard. Na Introduction to Artificial Intelligence: Can Computers Think? Boyd & Frase, 1978, apud RUSSEL, Stuart J.; NORVIG, Peter. Artificial Intelligence: A Modern Approach, Third Edition, Pearson Education Limited, 2016. Apud A Inteligência Artificial Nos Tribunais Brasileiros: Um Redutor De Custos De Transação.] 
Sua aplicação aparenta ser inimaginável e abstrata, apesar de estar sempre presente em tantos âmbitos da vida humana, sendo responsável pelas recomendações de listas personalizadas do Spotify e da Netflix com base no habito musical do usuário e até diversas notícias sobre esporte ou relatórios financeiros. 
A onipresença e a ubiquidade da tecnologia estão, possivelmente, entre as características mais marcantes da contemporaneidade. Nas residências, na indústria, na cidade, no campo, nas escolas, nos bolsos e nos corpos dos cidadãos, o dia a dia das pessoas comuns é, crescente intensidade, monitorado, acompanhado e formado por dispositivos eletrônicos, orientados por decisões algorítmicas e conectadas à Internet. [footnoteRef:9] [9: Wimmer, Miriam. Algorítmicos e o Direito: Um panorama do Principais Desafios. Direito Digital: Debates Contemporâneos.] 
A inteligência artificial possui uma forte atuação em diversas áreas de estudoe de técnicas como por exemplo, computação, robótica, machine learning[footnoteRef:10], lógica/inferência e processionalmente de linguagem natural, estas que posteriormente são utilizadas no setor jurídico. [10: Trata-se de uma ferramenta da IA que tem como objetivo o “desenvolvimento de técnicas computacionais sobre o aprendizado bem como a construção de sistemas capazes de adquirir conhecimento de forma automática” (REZENDE, 2003, P. 90)”.] 
A inteligência artificial lógica/Inferência é utilizada para construir árvores de decisão jurídicas em sistemas. Dessa maneira, os usuários são encaminhados para as devidas respostas legais ou rascunhos de documentos legais. Já o Processamento de linguagem natural (PLN) é usado na área jurídica para traduzir termos de para buscas legais em plataformas de pesquisa e também para analisar o idioma em documentos, a fim de que eles possam ser usados para revisão eletrônica ou análise de diligências. [footnoteRef:11] [11: The answer company,Thompson Reuters. Desconstruindo Inteligência Artificial (IA): um guia para o profissional jurídico ir além do ruído.] 
Essas técnicas são aplicadas no mundo jurídico de inúmeras formas para a pesquisa jurídica, estruturação de estratégia de litígios, investigação, autoatendimento jurídico on-line, revisão e análise de contratos e modelos de resolução de disputas.[footnoteRef:12] [12: The answer company,Thompson Reuters. Desconstruindo Inteligência Artificial (IA): um guia para o profissional jurídico ir além do ruído.] 
	Dessas possibilidades, muitas já são utilizadas por escritórios de advocacia, sites do âmbito jurídico de pesquisa de artigos e jurisprudências – recentemente até mesmo em sites do “planalto” que apresentam a jurisprudência relacionada ao artigo escolhido dentro de uma lei - e em muitos dos tribunais de justiça.
 
3.2. A Inteligência Artificial nos Tribunais de Justiça
	A utilização da inteligência artificial nos Tribunais de Justiça já é uma realidade no Brasil, oferecendo ao Poder Judiciário inúmeros benefícios como uma maior celeridade e eficiência diária.
	Inicialmente, a sua utilização limitava-se a auxiliar na necessidade de um especialista a gerencia de atributos do processamento para garantir unicamente a efetividade deste. Contudo, mais recentemente suas vertentes foram expandias para: auxiliar na elaboração de textos jurídicos, identificar classe e assunto do processo a partir da petição inicial, identificar processos com similaridades e repercussão geral -assim os magistrados possuem uma atuação mais ágil e uniforme -, realizar movimentos processuais e específicas decisões e previsão de séries temporais - como anteriormente a apresentada Justiça em Números (do CNJ) -, a fim de contribuir com a criação novas de políticas públicas.[footnoteRef:13] [13: MELO, Jair. Inteligência artificial: uma realidade no Poder Judiciário. Artigos, discursos e entrevistas TJDFT. 2020.] 
	Um exemplo da aplicação da inteligência artificial citada acima foi o emprego do sistema denominado Radar, que em menos de 1 segundo julgou 280 processos. Tratavam-se de recursos que possuíam pedidos idênticos, o voto padrão foi desenvolvido pelos magistrados com base em teses pré-fixados pelos Tribunais. 
	Em casos como o demonstrado, em que a decisão é padrão para pedidos idênticos e com teses já fixadas é possível a atuação da inteligência artificial, desde que supervisionada (dentro de algumas áreas do Direito Civil, Tributário e Financeiro). Assim, para litígios de diferenciados e complexos (criminais, empresariais por exemplo) os magistrados possuem mais tempo. 
 3.3. A limitação da AI em mecanismos decisionais. 
	A inteligência artificial aplicada no Poder Jurídico possui uma relevância econômica e social impactante, os litígios são resolvidos com mais celeridade, eficiência e economia para o dinheiro público. Consequentemente, abre-se espaço para um maior acesso à justiça em um país classificado como “deficiente” em diversos aspectos.
	Como apresentado, as decisões advindas da atuação da inteligência artificial deve se limitar a casos repetitivos e com teses firmadas, pois mesmo que muitas vezes julguem o magistrado parcial, inconscientemente, existe a necessidade da motivação humana na justificativa das decisões. 
	Dierle Nunes e Ana Luiza Pinto Coelho Marques apresentaram as decisões tomadas por seres humanos são possíveis de culpabilização, visto que é possível averiguar os fatores que orientaram o magistrado para determinada sentença, além de que o próprio magistrado deve apesentar uma justificativa para aceitar ou rejeitar uma tese/um pedido. 
Isso porque, por mais enviesadas que sejam as decisões proferidas por juízes, sempre se tem certo grau de acesso aos motivos (mesmo errados, subjetivos ou enviesados) que os levaram a adotar determinada posição, pois, ainda que decidam consciente ou inconscientemente por razões implícitas, suas decisões devem ser fundamentadas. Assim, em todos os casos, os afetados podem impugná-las e discuti-las.[footnoteRef:14] [14: NUNES, Dierle e MARQUES, Ana Luiza. Inteligência Artificial e Direito Processual: Vieses Algorítmicos e os Riscos de Atribuição de Função Decisória às Máquinas. Revista de Processo | vol. 285/2018 | p. 421 - 447 | Nov / 2018.] 
	O risco que os algorítmicos apresentam é que sua forma de atuação e tomada de decisão é obscura para a maioria das pessoas as e até mesmo para seus programadores, tornando difícil encontrar uma justificativa real que não apenas seja um apontamento legal.[footnoteRef:15] [15: NUNES, Dierle e MARQUES, Ana Luiza. Inteligência Artificial e Direito Processual: Vieses Algorítmicos e os Riscos de Atribuição de Função Decisória às Máquinas. Revista de Processo | vol. 285/2018 | p. 421 - 447 | Nov / 2018.] 
	Assim, a busca inalcançável pela imparcialidade total do julgador, por meio da utilização de inteligência artificial, pode na verdade produzir um efeito contrário, uma vez que as máquinas apenas reproduz os valores humanos implícitos – o que pode ocasionar decisões injustas, preconceituosas e principalmente, sem a possibilidade de recorrer, devida a opacidade que o sistema algorítmico possui.
	A inteligência artificial existe para auxiliar, facilitar, enaltecer atividades realizadas pelo ser humano, servindo como um constante complementador do conhecimento humano e não o responsável pela sua substituição.	
	Além, confiar em uma máquina para prever resultados, analisar estatísticas, apresentar decisões com tese fixadas é completamente diferente de confiar à uma máquina ou à um sistema a vida de outro ser humano (casos criminais) ou a garantias do difere constitucionalize um cidadão. Pois para uma análise adequada a inteligência artificial teria que discernir e dar determinado peso para as circunstâncias do crime ou para a sobreposição hierárquica de princípios constitucionais, atitude que devido a complexidade social deve ser realizada por um ser humano.
Nesse contexto, percebe-se a necessidade de um ser humano na função de julgador, pois o Poder Judiciário não pode perder a essência humana, sendo assim a principal função da máquina auxiliar os magistrados no volume e no congestionamento de processos do sistema judiciário brasileiro.
4. Considerações Finais
	O Brasil realmente possui um Poder Judiciário sufocado em processos que causa a morosidade processual e inacessibilidade do sistema judiciário devido aos altos índices de novos processos a cada ano e os em tramite sem resolução em tempo satisfatório e excesso de ritos burocráticos e injustos.
	Nesse cenário conturbado e insatisfatório, percebe-se a importância e necessidade da utilização da Inteligência Artificial nos Tribunais de Justiça brasileiros na busca por uma maior celeridade e eficiência jurídica e administrativa.
	Como apresentado anteriormente a AI é capaz de jugar processos repetitivos e modelos e apresentar decisões com voto padrão com teses já pré-fixadas pelos magistrados dos Tribunais. 
	Entretanto, quando se trata de mecanismos decisionais mais complicadas e diferentes/únicastransparecem a necessidade da motivação humana na justificativa da decisão.
	Em casos de maior complexidade, principalmente na área do Direito Penal, o uso de AI pode apresentar maior risco do que benefício devido à obscuridade que os algorítmicos trazem ao processo e reprodução de valores humanos implícitos injustos e ilegais. Ademais, a ideologia de um ser mecânico e automático ser capaz de decidir sobre um processo que envolve serres humanos não é bem absorvida pelas pessoas que preferem um magistrado que observará a situação com um “olhar humano”.
	Conclui-se que a Inteligência Artificial é bem-vinda para ser utilizada de várias maneiras no âmbito jurídico, contudo em determinados casos (sem tese pré-fixada ou modelos) existe uma questão de humanidade que não pode ser descartada, dependendo assim de um ser humano julgar a lide exposta.
Referências
A Inteligência Artificial Nos Tribunais Brasileiros: Um Redutor De Custos De Transação.
Equipe SAJ ADV. Morosidade processual: os motivos que ajudam a travar o Judiciário. 2019. Disponível em: https://blog.sajadv.com.br/morosidade-processual/. 
ESTRADA, Manuel Martín Pino. Inteligência Artificial e Direito. Direito & TI – Porto Alegre / RS. ISSN 2447-1097. Disponível em: www.direitoeti.com.br/artigos.
Justiça em números 2020. Disponível em: https://www.cnj.jus.br/pesquisas-judiciarias/.
MELO, Jair. Inteligência artificial: uma realidade no Poder Judiciário. Artigos, discursos e entrevistas TJDFT. 2020. Disponível em: https://www.tjdft.jus.br/institucional/imprensa/campanhas-e-produtos/artigos-discursos-e-entrevistas/artigos/2020/inteligencia-artificial. 
NUNES, Dierle e MARQUES, Ana Luiza. Inteligência Artificial e Direito Processual: Vieses Algorítmicos e os Riscos de Atribuição de Função Decisória às Máquinas. Revista de Processo | vol. 285/2018 | p. 421 - 447 | Nov / 2018.
STONE, Peter, ET AL. Artificial Intelligence and life in 2030: report of the 2015-2016, Stanford University, 2016. Disponível em: https://ai100.stanford.edu/sites/g/files/sbiybj9861/f/ai100report10032016fnl_singles.pdf. 
TACCA, Adriano; ROCHA, Leonel Severo. Inteligência Artificial: Reflexos no Sistema do Direito. Revista do Programa de Pós-Graduação em Direito da UFC. V. 38.2, jul./dez. 2018.
The answer company,Thompson Reuters. Desconstruindo Inteligência Artificial (IA): um guia para o profissional jurídico ir além do ruído. Disponível em: https://www.thomsonreuters.com.br/content/dam/openweb/documents/pdf/Brazil/white-paper/thomson-retuers-desconstruindo-ia.pdf. 
Wimmer, Miriam. Algorítmicos e o Direito: Um panorama do Principais Desafios. Direito Digital: Debates Contemporâneos.

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