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3 - Botânica

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Faculdade de 
Minas
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Página
43
)
 (
(31) 9863-1779
) (
BOTÂNICA
)
Sumário
A BOTÂNICA E SEU ENSINO: HISTÓRIA, CONCEPÇÕES E CURRÍCULO	4
BOTÂNICA: ASPECTOS HISTÓRICOS E CONCEPÇÕES	4
ASPECTOS HISTÓRICOS E CONCEPÇÕES DE BOTÂNICA	19
A SOCIEDADE BOTÂNICA DO BRASIL COMO ESPAÇO DE PRODUÇÃO DE SIGNIFICADO NO ENSINO DE BOTÂNICA DO BRASIL	37
AS CONCEPÇÕES DE ENSINO PRESENTES NA SBB	39
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS	46
FACUMINAS
A história do Instituto Facuminas, inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, em atender a crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-Graduação.Com isso foi criado a Facuminas, como entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. 
A Facuminas tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação.
A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base profissional e ética.Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no atendimento e valor do serviço oferecido.
A BOTÂNICA E SEU ENSINO: HISTÓRIA, CONCEPÇÕES E CURRÍCULO
BOTÂNICA: ASPECTOS HISTÓRICOS E CONCEPÇÕES
Tudo o que muda no tempo tem, por definição história – Universo, os países, as dinastias, a arte e a filosofia, e as ideias. Também a Ciência, já desde a sua origem nos mitos e nas filosofias primitivas, experimentou uma constante mudança histórica, e por isso constitui um tema legítimo para o historiador (MAYR, 1998, p.15).
Segundo Mayr (1998) a história da Ciência pode e deve ser estudada, pois, do tratamento adequado dado a compreensão desta história depende seu resgate autêntico, sua preservação e sua continuidade. Na história encontramos os “princípios que formam a matriz conceitual da Ciência” (MAYR, 1998, p.15) pois, se os problemas do passado não forem compreendidos os atuais também não poderão ser. 
Assim sendo, o estudo que este capítulo apresenta visa elucidar como a trajetória da Botânica e da Biologia modificaram as concepções de Ciência presentes nos atuais tempos. 
APROXIMAÇÕES INICIAIS 
As vertentes da humanidade e a constituição da sociedade humana iniciam seu percurso já na pré-história, assim como a formação do simbólico, ou seja, as significações iniciais e os atributos usados nelas. As relações mantidas, inicialmente, com os objetos (seres vivos e não-vivos) estabelecem os primórdios classificatórios do homem sobre os que se encontra a sua volta. 
Registros de Epígenes sobre observações astronômicas datadas de 720.000 a.C., realizadas por frígios, arcádios e egípicios, em rochas de cavernas, pintadas com extratos vegetais, demonstram a antiguidade das relações homem-planta. Temos de notar que datar os primórdios das civilizações não é tarefa fácil, haja vista as confusões feitas pelas civilizações antigas (FRANCO, 1997).
O que temos como pretensão de verdade pode não ser uma realidade pontual, pois a história da ciência, em especial a origem do conhecimento botânico, parece ser muito antiga. Desde o Homo erectus, segundo Chassot (2000, p.11), já havia a utilização de objetos de conquistas científicas posteriores. A humanidade existe há mais de um milhão de anos, como é confirmado pela análise de pedaços de pedras lascadas e outros trabalhos arqueologicamente datados, bem como fósseis de flora e fauna.
Um galho de árvore ou um fêmur tornam-se tanto armas para defesa quanto instrumentos para apanhar um fruto em lugares altos. (...) Novos materiais passaram a ser utilizados para a confecção de objetos: unhas, garras, chifres, dentes, conchas, fibras vegetais; utilizava-se couro para se fazerem martelos, arcos, agulhas, pentes, peneiras, trituradores, raspadores. (CHASSOT, 2000, p.12)
A descoberta do fogo foi um dos maiores benefícios que a humanidade constituiu, e a capacidade de produzi-lo e conservá-lo resultou de um processo de observação. A capacidade de observação e o pensamento científico (biológico) estão estreitamente relacionados com a origem do conhecimento botânico em tempos remotos. Depois do fogo, o cozimento de alimentos, no final do paleolítico, em utensílios de cerâmica, a fermentação de sucos de extratos vegetais, curtição de peles e tingimento de fibras, bem como a alteração de dietas alimentares (CHASSOT, 2000, p.13), mostrou como a relação Homem-Planta se efetivou. 
Pinturas rupestres, de 20.000 a.C., segundo Chassot (2000, p.14), confirmam as idéias já citadas de Franco (1997), ao representarem os afazeres e a tradição da humanidade. Tinham corantes muito apropriados para tais pinturas, decerto feitos com pigmentos vegetais cozidos em gordura animal e algum solvente, haja visto que as cores vermelho e amarelo destes vestígios não são de sangue, pois, se assim fosse, tornar-se-iam de cor marrom, à medida que o tempo passasse. 
No princípio, a relação do homem com os animais e as plantas era alimentícia, ou seja, da ingestão para sobrevivência; mais tarde foram usados na confecção de utensílios ou materiais; logo, na forma de registros de informações sinalizando em rochas e, somente depois, o uso na agricultura. Desde então, o homem já estabeleceu critérios de escolha destes seres para sua utilização, com isso formatando hierarquias, ora devida à importância alimentar, agrícola e/ou medicinal. 
Existem registros de que o arroz já era cultivado na China 5.000 anos antes de nossa era, e também, outros vegetais como a cevada, o linho e o trigo, segundo Chassot (2000, p.15-6).
Em uma determinada etapa de nossa história, nossos ancestrais, talvez há uns 10 mil anos, deixaram de ser caçadores e colhedores de frutos para se estabelecerem como cultivadores da terra e criadores de animais domésticos. Em vez de, simplesmente apropriar-se dos animais e dos frutos que encontravam na natureza, passaram a interferir nela (CHASSOT, 2000, p. 14).
A medicina mesopotâmica associou, à magia e à astrologia conhecimentos das plantas na preparação de remédios. Segundo Chassot (2000, p. 23), “(...) tratavam doenças como hidropisia, a febre, a lepra, a sarna, a hérnia, assim como problemas de pele e de cabelo, garganta, pulmões e estômago”. 
Os chineses, por exemplo, “cutivavam um grande número de plantas, e sua farmacopéia descrevia os produtos úteis, inúteis ou prejudiciais dos três reinos. Na mais antiga obra a respeito, encontram-se uma relação de mais de trezentas plantas e 46 substâncias minerais” (CHASSOT, 2000, p. 27). 
Na medicina, as plantas também vêm sendo usadas pela humanidade desde a antiguidade. Então, a mesma sociedade que determina a anti-relação entre planta e homem, está na dependência das plantas enquanto medicamentos, remetendo pesquisa às civilizações antigas para investigar, por exemplo, os saberes etnobotânicos, presentes nas diversas populações do mundo inteiro. 
Nota-se que o conhecimento das plantas (botânico) é anterior ao desenvolvimento do pensamento biológico mais amplo, estabelecendo-se na origem da humanidade, mas seu progresso só se torna possível a partir do momento em que a Botânica se estabelece como parte da Ciência Biológica. A moderna taxonomia das plantas emerge num meio influenciado pela história da filosofia, pelas discussões e apropriações de áreas em que a ciência positivista é determinante tais como: a física e a medicina, esta última, por sinal faz uso das plantas desde o seu início. Carregada desta constituição, a sistemática torna-se o centro da botânica, como disciplina e como estudo, e assim se dá a inserção do conhecimento botânico na educação – via ensino da sistemática.
A botânica mantém suas relações com a educação ecom o pensamento humano ao longo da história, possibilitando a emergência de um novo paradigma, em que o estudo das plantas se constitui de forma multidisciplinar.
A citação de Mayr justifica, em parte, como a humanidade iniciou as preocupações com a relação homem-planta e o quanto a apropriação dessa história incursiona nossa vida. 
Quando se encara a história da exploração da diversidade orgânica, não se pode evitar o espanto em face da diversidade avassaladora da natureza, no espaço (todos os continentes), no tempo (de 3,5 bilhões de anos atrás até o presente). No tamanho (dos vírus às baleias), no habitat (ar, terra, água doce, oceanos), e no estilo de vida (por si mesmo, ou parasito). Não há surpresa de que o homem jamais ignorou a incrível riqueza da vida orgânica que o cerca; na realidade, ele teve diversas razões para estudá-la. Antes de tudo, a sua curiosidade sempre presente , acerca do mundo circunstante, e seu desejo de conhecê-lo e compreendê-lo. Havia também a necessidade puramente prática de saber que animais e plantas, podiam ser-lhe úteis, em particular como alimento e, no caso das plantas, também como medicina. Quando perguntaram a Lineu para que servia o estudo da diversidade, ele como criacionista pio, respondeu da seguinte maneira, na sua dissertação Cui bono?: Todas as coisas criadas devem servir a um objetivo. Algumas plantas são para a medicina, alguns organismos são destinados à alimentação humana, e assim por diante. O criador sapientísssímo não criou nada em vão, mas criou todas as coisas para um fim específico, ou para o benefício de alguém ou alguma coisa. A nossa tarefa consiste em descobrir essas utilidades predeterminadas, e tal é o objetivo da história natural. (MAYR, 1998, p. 168-9)
CONTEXTO HISTÓRICO NA PRODUÇÃO DA CIÊNCIA BIOLÓGICA 
Uma Ciência é constituída ao longo de sua trajetória. A Biologia (a Ciência da Vida) inicia sua história a partir do surgimento da civilização humana. Então, entender como essa história se passou e como ela influenciou a Biologia e a Botânica, enquanto saber específico, é parte deste estudo. Para isso passo a relatar brevemente o pensamento humano, a história das civilizações, a Ciência Biológica, no seu percurso inicial, e as incursões da filosofia na história da Sistemática 2 - Botânica. 
 O período paleolítico detém os primórdios do simbolismo, ou seja, o surgimento da linguagem. Neste momento, “o homem”, ao nomear os objetos e situações, que, segundo Bernal (1997, p.69), são sempre mais complexos do que os sons empregados para descrevê-los, começa a criar os símbolos, que as sociedades humanas significam pelo uso da palavra. Estes símbolos constituíam o pensamento humano, através do seu uso direto na linguagem e de sua imaginação visual.
As diferentes formas de conhecimento da humanidade tiveram um caminho inicial no campo da dominação do inanimado. O homem se dedicou basicamente a produzir mecanicamente utensílios e a conhecer animais e plantas como fonte de alimento. Nos primórdios, a ciência percorria um caminho, mas não havia interesse em sua exploração. Ocorria que as manipulações dos objetos e dos seres vivos serviam para a sobrevivência do homem e ao conhecê-los empreendia a observação e o conhecer científico. 
A continuidade das sociedades humanas caracterizadas por Bernal (1997, p. 63) ocorre desde o Paleolítico, através da combinação da capacidade manual e visual com outra especial, a aprendizagem, possibilitando usos a priori da pedra e madeira e a posteriori de objetos mais selecionados, de acordo com suas aplicações em necessidades humanas. Portanto, a capacidade de aprender e ensinar, generalizando a tradição de passar de um o conhecimento pré-adquirido a outro, é que caracteriza a existência e a persistência das sociedades humanas.
O conhecimento obtido pela observação da natureza, como a necessidade de alimentar-se, neste momento, se deu pelo conhecer os hábitos de animais (Comportamento) e as propriedades das plantas (Botânica). Então, aqui encontra-se imbricada a base da Biologia atual. 
A história dos pressupostos da hierarquia biológica, ou seja, a classificação é mais antiga que a própria ciência consciente, conforme Bernal (1997), reforçado por Chassot:
estudo das plantas fez parte dos primeiros conhecimentos do homem, pois este necessitava selecionar raízes, caules, folhas, frutos e sementes destinados alimentação, vestuário e construção. Imaginemos os problemas de seleção de raízes não-tóxicas para a alimentação tanto animal como humana (CHASSOT, 2000, p.15).
Na citação, explica-se a possibilidade de seleção de diferentes partes dos vegetais pela humanidade em seus primórdios. Podemos pensar também, como selecionaram e classificaram os galhos que faziam o fogo durar mais ou os pigmentos usados como tintas.
Na humanidade do período pré-histórico, não havia uma distinção clara entreconhecimento biológico e mítico; por conseguinte, essas culturas foram muito instáveis no que realmente acreditavam.
O conhecimento biológico, por ser complexo para o pensamento humano seguiu um caminho diferente do conhecimento popular. As razões míticas incutidas nos fenômenos e a falta de uma distinção com o científico, constituíram uma classificação inicial que permitiu, por sua vez, o desenvolvimento da Biologia e também da Química. Embora, inicialmente, a classificação já detivesse seu significado na vida humana, baseando-se fundamentalmente na linguagem oral, que era “uma teoria em que os seres vivos ou objetos (nomes) eram susceptíveis a ação ou passividade dada pelo homem (verbos)” (BERNAL, 1997, p.76), não tínhamos a separação clara entre os objetos de conhecimento da ciência e da sociedade. 
Na Idade do Ferro, nasceu o alfabeto, através do uso de símbolos advindos dos mesopotâmicos e dos egípcios, mais tarde, constituindo o nascimento da escrita. Na ordem de registro dos acontecimentos e das Áreas de Conhecimento a Biologia e a Literatura ficaram por último. 
Estes caminhos incomuns, pelos quais a ciência primitiva tramitou, incursionaram aspectos apreendidos em nossa cultura advindos de períodos outros, por consequência, anteriores à escrita. 
A passagem do conhecer inicial (pensamento humano primitivo) para um saber, ou seja, de uma verdade para outra, está na escrita. A linguagem, então, torna-se o pressuposto fundamental das posteriores mudanças que a forma de conhecer da humanidade incorporou através dos tempos. 
O surgimento da escrita e a história da caminhada do povo de Deus, contada na Bíblia, fazem com que a humanidade adquira um contexto e, por conseguinte, é nela que encontramos o primeiro ato de identificar (tido como nomear) os seres vivos, com objetivo de dar significação aos demais seres que habitavam a terra, e também para separar o humano do objeto de conhecimento humano. 
Tendo, pois, o Senhor Deus formado da terra todos os animais terrestres e todas as aves do céu, levou-os diante de Adão, para este ver como os havia de chamar; e todo o nome que Adão pôs aos animais vivos, esse é o seu verdadeiro nome. (Gênesis, 2, 19-20)
Na Bíblia, o livro de Gênesis (capítulo7) conta a história do dilúvio, em que ocorre uma forma de classificar os animais (todos os seres vivos da terra) como puros e impuros, selváticos e domésticos, para separar os diferentes grupos de animais pela importância quanto à utilidade doméstica ou não. 
A escrita é a alavanca da mudança do pensamento humano no início das civilizações, modificando, com isso, a relação entre homem e natureza, conforme Marques (1993). 
Embora a Bíblia tenha imposto um caminho para a sociedade após sua escrita, principalmente na organização das civilizações antigas, o povo grego e sua cultura tornam-se o elo entre o primitivo e o início da história que afeta a sociedade moderna (BERNAL, 1997). 
A partir daí dá-se, o início de uma cultura que tem sido de maior, ou até mesma única relevância no desenvolvimento do pensamento biológico. Daí a relevância da escrita e da bíblia (povo hebreu), para marcar o elo entre o inicial - anterior e o novo mundo, dosgregos. 
A civilização grega, na Idade Antiga, caracterizou-se por pilhar e apossar-se das culturas devastadas, e, também, por aprender e incorporar culturas e símbolos diferentes. Daí serem os gregos o elo de ligação entre o anterior à escrita (da Bíblia) e o posterior, ou seja, a história contada na escrita é a única que interfere até os dias de hoje, porque os gregos assim assumiram o papel de disseminadores, dando um curso apropriado à cultura grega até os dias de hoje na história das civilizações. 
A sociedade classista também deixou marcos, no que tange a vincular a ciência e sua aprendizagem, segundo Bernal (1997, p.114), às classes de maior prestígio, como a matemática, astronomia e medicina, enquanto que a Biologia e a Química tiveram que conquistar seu espaço duramente para obter seu reconhecimento cultural. Tal situação perdurou até o século XVIII. 
O paradigma das Essências rompe com a indistinção de homem - natureza, ehomem passa a dominá-la, tendo, como instrumento para separar ou disciplinar esta distinção, a simbologia do que, mais tarde, seria a matemática.
A Bíblia é tida como saber do povo, em que se misturam a fé e a razão por explicações de fundo mítico. Quando surgem os sofistas, primeiros professores, a filosofia possui grande prestígio. Sócrates, num contexto de objetividade, apela para a reminiscência, e busca, segundo Marques (1993), no mandamento de Apolo, Delfos, “conhece-te a ti mesmo”, a referência para sua caminhada. Junto dele Platão ensaia o princípio da filosofia “ser para sempre, para além das aparências físicas (ton meta ta physica)”. 
No dualismo da fé e da razão, o cristianismo prendeu seus pilares e o dogma cristão: corpo/alma, segundo Mayr (1998), dominou o pensamento biológico durante muitos anos. Aristóteles, buscando consolidar o pensamento de Platão, teve a filosofia como vertente de verdades na época e o essencialismo, desde Platão, só se removeu, por Darwin, devido a observações de taxonomistas da época. Então, a filosofia não só estabeleceu regras para o pensamento humano em geral, na época, como também influenciou o pensamento biológico. 
A filosofia e sua história é que garantiram, por outro lado, a passagem e as contribuições do pensamento de Aristóteles, primeiro taxonomista, até a taxonomia clássica, passando por Santo Agostinho:
a importância de Aristóteles para a cultura europeia está também no fato de ele ter criado uma linguagem técnica usada ainda hoje pelas mais diversas ciências. Ele foi o grande sistematizador, o homem que fundou e ordenou as várias ciências (GAARDER, 1995, p.122). 
Os filósofos e a história da Filosofia revelam parte de como o pensamento biológico, que definiu o início da sistemática, chegou até nós, perpassando principalmente a Idade Antiga e Média, e, a partir daí, o seu percurso como ciênciana Idade Moderna e no Mundo Contemporâneo. Abaixo, são citados alguns filósofos, épocas e os fatos decorrentes de sua história para a constituição do pensamento biológico e, ainda, a lógica de transmissão da sistemática botânica através dos tempos.
Tales de Mileto: Água é origem de todas as coisas.
Anaximandro: Mundo era uma parte do infinito.
Anaxímenes: O ar ou o sopro era a base de todas as coisas.
Parmênides: Tudo sempre existiu. “Só acredito vendo”, pois, os sentidos nos enganam (semente do racionalismo).
HeráclitoEféso: “Tudo flui”, a natureza é fruto de suas transformações, e as impressões dos sentidos são confiáveis.
Empédocles: O ar, a água, a terra e o fogo são as “raízes” da natureza, seus elementos básicos.
Anaxágoras: A natureza era composta por partículas bem pequenas invisíveis a olho nu, e tudo pode ser dividido em partes cada vez menores.
Demócrito: Último Filósofo da Natureza - todas as coisas eram formadas por partes menores, minúsculas, cada uma delas eterna e mutável.
Sócrates: A relva e as árvores nada lhe ensinavam.
Platão: Idealista e, na sua escola, passou sua visão sobre Sócrates.
Aristóteles: Realista, primeiro sistematizador das ciências. Organizador meticuloso que queria pôr ordem nos conceitos dos homens (ordem é também sinônimo do positivismo mais tarde), fundando assim a lógica como ciência.
SantoAgostinho: Vertente idealista de Platão, acreditava que o homem necessitava de salvação divina (da fé).
São Tomás de Aquino: Cristianizou Aristóteles, encarando duas verdades: a 1ª do que era natural antes da revelação divina e a 2ª após a revelação, sem contrapô-las.
Os três primeiros eram considerados os filósofos da natureza, na antiguidade, por terem dado atenção especial a fenômenos naturais, princípio que alavancou a separação entre a filosofia e a religião. Foram os primeiros a tecer um caminho que levou a humanidade a uma “forma científica” de pensar o mundo, propiciando o nascer das ciências naturais. Eles buscavam o conhecimento e criticavam a mitologia, contrapondo-a à fé, já que nada pode surgir do nada. 
Se Heráclito já acreditava nos sentidos e na observação, Aristóteles ao sintetizar as ideias deste filósofo, cujos escritos foram perdidos, percebeu importância da observação, como base do método defendido, posteriormente. 
Na antiguidade, a escola de Platão pregou o discurso de Sócrates, que foi queimado por “persuadir” jovens de sua época. Aristóteles não usou apenas a razão como Platão, usou também seus sentidos (GAARDER, 1995, p.121). Daí a importância da observação e comparação nos métodos taxionômicos. No desenvolvimento da história da filosofia está imbricado o percurso inicial da biologia, pois Aristóteles, pode ser considerado também, o primeiro biólogo da Europa, porque seu maior interesse estava na “natureza viva” (p.121). 
Segundo Gaarder (1995, p.127), “Quando reconhecemos as coisas, nós as ordenamos em diferentes grupos ou categorias”, pois todas as coisas na natureza podem ser agrupadas ou categorizadas para facilitar sua identificação, e Aristóteles tentou mostrar este processo à humanidade. Para ele, o que diferenciava os animais e as plantas das pessoas era a capacidade de pensar, ou seja, ordenar suas impressões sensoriais em diferentes grupos e classes. 
No final da Antiguidade, temos o período romano, em que Roma assume o predomínio militar (50 a.C.). A cultura romana e a língua latina passam juntamente a predominar desde a Europa até a Ásia. O latim foi a língua escolhida nas ciências, para separar o laico do erudito, já que a religião separou e distinguiu o profano(povo) do sagrado(sábios da igreja). 
A ciência do helenismo advinda da internacionalização dos reinos helênicos - Macedônia, Egito e Síria - fez com que Alexandria, no Egito, fosse a união do Oriente e com o Ocidente (GAARDER, 1995, p.116), tornando-se a capital da Biologia, da Medicina e das Artes, entre outras. 
A medicina desenvolveu-se utilizando a botânica (o conhecimento das plantas) como sendo sua base teórica. Sabe-se que as ervas medicinais e as essências extraídas por boticários estão presentes desde a origem da medicina até os dias de hoje na base de inúmeros medicamentos e tratamentos. 
Durante toda a Idade Média, o Renascimento fez com que a cultura antiga e as ideias de Aristóteles, por meio de São Tomás de Aquino, constituíssem novos conhecimentos.
Durante toda a Idade Média, os árabes foram líderes em ciências tais como o matemática, química, astronomia e medicina. Até hoje empregamos os ‘algarismos arábicos’, por exemplo. Em alguns campos, a cultura árabe era mesmo superior à cristã (GAARDER, 1995, p. 191). 
Além disso, percebe-se que não só os cristãos eram conhecedores da Ciência mas, também, outros povos, como os árabes (cf. GAARDER, 1995). Podemos, com isso, notar que a história se encarregou de manter presente o passado, transmitindo às civilizações um produto cultural, baseado em seus conhecimentos através da tradição, de geração a geração (BERNAL, 1997). 
Já na Idade Moderna (séculos XV e XVI), as transformações como a “Reforma”, serviram segundo Gaarder (1995, p.215), para deixar a relação entre ciência e religião mais livre à autonomia, da razão e da ciência. 
O Renascimentotraz consigo os experimentos sistemáticos de Galileu Galilei, que visam tornar tudo mensurável, pois, até o século XVII, a matemática e a física eram rainhas absolutas das ciências. Constrói-se, assim, o método científico baseado no Empirismo - Indutivismo, defendido amplamente pelo filósofo Inglês Francis Bacon, este considerado o Pai da Ciência Moderna, em função do uso desse método. 
Desde a Idade Antiga, o homem indagou-se sobre a origem do mundo e da vida, tentando entender a vida como um processo. Ele avançou em diferentes aspectos, embora, até a Idade Média, tenha sido dominado pelos dogmas da religião, dos ensinamentos bíblicos, das revelações e do sobrenatural. 
A ciência passa a encarar os fenômenos como perguntas, com dúvidas e explicações, opondo-se à religião. Durante muito tempo, esse processo foi esquecido e, somente após a Alta Idade Média e durante a revolução científica, foi relembrado, conforme Mayr (1998). Com essa retomada, começou-se a questionar também as Escrituras Sagradas (Bíblia). 
A lógica escolástica dominou o método taxonômico, do conhecimento biológico de Cesalpino até Lineu (MAYR, 1998). 
O Aristotelismo grego seguia um padrão, uma doutrina imposta pela sociedade sagrada da época (igreja - detentora do conhecimento). O nominalismo que atribuía uma mera denominação às coisas segundo Marques (1993), predominou no surgimento do método escolástico (científico) que tinha como premissa o “colocar a questio”. Então a tradicional e mecanicista concepção de ciência esteve em ascensão desde esta época. 
Na ciência, residiam as explicações alternativas, não como dogmas da religião e sim, para substituir uma teoria por outra. Segundo Mayr (1998), para Galileu a medida e a quantificação eram de suma importância e para Aristóteles o método experimental era a única aproximação que conduzia a resultados. 
Nasce, assim, o Método da Ciência, que despontou a partir do séc. XIX, e, foi iniciado por Aristóteles, seguido por Descartes, ambos indutivistas, para mais tarde ser consolidado como o Método hipotético-dedutivo, a partir da especulação e depois da condução dos experimentos. Usado por Darwin, desmantelou o indutivismo (de Bacon), crucial desde o séc. XVIII. A física rendeu-se ao método e dessa decisão nasce o seu grande predomínio entre as ciências. No século XVII, o Método foi escrito por René Descartes em francês e não em latim, uma consideração importante para o desmantelamento das questões postas, ou seja, do conhecimento científico ser apenas daqueles que conheciam latim. 
A Biologia concebeu seu pensamento baseando-se no Método indutivo e no hipotético-dedutivo comparativo, a partir da observação, da classificação, da análise e das leituras do real com aproximações. O método científico foi também responsável pela condução da hierarquia Lineana (MAYR, 1998). De mais a mais, não existem grandes separações entre estes métodos; existe, sim, uma complementaridade. 
A Física, hoje, já se entende como produto de múltiplos saberes, usando também da observação e aproximações para não perder seu espaço dentre as demais ciências modernas. 
A autonomia da Biologia seguia seu curso, ainda que tênue. A história da Biologia continua por áreas diversas como a Zoologia, a Botânica e a Embriologia. O pensamento humano rompe paradigmas, coloca-se à frente na pesquisa, registra suas observações, analisa e remonta histórias próprias, específicas. 
A história da sociedade humana apresentada neste texto, mostra que o pensamento biológico surgiu posterior ao conhecimento botânico e que a Botânica, enquanto saber específico, teceu e tece história, memória e relações com o homem. 
ASPECTOS HISTÓRICOS E CONCEPÇÕES DE BOTÂNICA
A Botânica, enquanto estudo das plantas e área da Biologia, ao longo de sua história concebeu teorias, gerou pensadores e sustentou formas de pensamento. Em especial a sistemática, que trata da identificação dos vegetais assumiu modelos e perspectivas, com isso, difundiu concepções de Ciência, de Ensino, e de Currículo. Nesta perspectiva, em que a Botânica através de seu percurso histórico fez opções, tomou caminhos e constituiu uma trajetória que influenciou e influencia diretamente a pesquisa-ciência e o ensino, penso ser importante compreender a hierarquia biológica desde as vertentes à contemporaneidade da taxonomia das plantas, tecendo uma leitura dos nomes que fizeram parte desta história. 
A taxionomia, a morfofisioligia, o uso e a distribuição das plantas são os focos do estudo botânico. 
O ensino da Botânica tem raízes recentes dentro desta Ciência, constitui-se como pesquisa, no Brasil, em 1982, com a criação da uma Sessão de Ensino dentro da Sociedade Botânica do Brasil – SBB, mas o pensamento biológico e o conhecimento botânico que o sustentam estão presentes na humanidade desde seus primórdios. 
Acredito que o início da relação homem-planta pode ser datado de 720.000 a. C., a partir da análise de inscrições em cavernas Sírias, Arcádias e Egípcias. Daí em diante, o surgimento do fogo, o cozimento dos alimentos, a construção de utensílios e a agricultura foram algumas das realizações da humanidade, utilizando as plantas. Enquanto o Homo sapiens sapiens descobria o mundo das plantas, acontecia também o registro escrito destes saberes, garantindo, assim, que a cultura preservasse esta história. 
Com o desenvolvimento da Ciência Moderna, o conhecimento botânico passou a ser privilégio da Medicina e da Farmácia (plantas para cura de doenças) e da Agronomia (cultivo econômico das plantas), somente mais tarde é que a Biologia recebeu o reconhecimento da Botânica enquanto saber específico. 
A relação homem-planta na sociedade moderna passa pela concepção de que a humanidade modifica o mundo a sua volta para a sobrevivência, esquecendo com isso, que a garantia da vida no Planeta depende da Luz Solar e das Plantas (produção de alimento). A sociedade moderna industrializa, ocupa e extermina florestas inteiras com o discurso enganoso da sobrevivência. O Homo sapiens sapiens muda o ritmo biológico do Planeta e coloca a Vida de todos os seres vivos em perigo, ou seja, em ameaça de extinção. 
A pós-modernidade/discurso pós-moderno faz com que nasça uma outra concepção/paradigma para relação homem-planta, o entendimento da Condição Humana (que depende de todos os outros seres vivos e do ecossistema Terra para sobrevivência) e da Consciência Cosmológica (pensamento complexo que expressa a necessidade de entendermos o todo do Universo como parte de nossas vidas) numa época chamada Era Planetária (de nos apegarmos as questões biológicas para entender os processos vitais do mundo). 
Essas alterações no pensamento humano modificam também a Ciência e, por sua vez, o ensino nela fundamentado. É verdade, porém, que nem toda sociedade reconhece estes estudos ou essa concepção de mundo, mas todos têm experimentado nas suas peles as condições climáticas, por exemplo, fruto dos erros humanos que agridem o ambiente Terra. Então, se não for acordo da sociedade repensar a situação de vida na Terra, que sirva de alerta ao mundo o pensamento aqui exposto e as pesquisas nesta direção. 
Dentro desse contexto social e histórico de produção de pesquisa, convive a Escola, e o currículo escolar. O currículo que aprende e ensina Botânica não é diferente do todo da Escola, ele sofre as alterações impostas pelo discurso reconhecido como válido pela sociedade. A história da Botânica, do pensamento biológico e da constituição curricular do seu ensino traçou uma determinada trajetória que, hoje, nos permite pensar novas dimensões acerca do ensinar e do aprender. 
O currículo que ensinava as plantas, das páginas escuras do livro, dá lugar ao texto, à discussão e à experiência prática com as plantas. Os passeios à mata e o uso do laboratório ganham novos significados dentro da prática pedagógica. Os discursos ambientalistas desbotam e reforça-se o tom da ação e intervenção nos ambientes e ecossistemas frágeis. A luta pela não-extinção cede espaço ao estudo e pesquisa genômica para preservar as espécies.O currículo escolar aposta na linguagem viva, no discurso da ação e modifica a escola, na pretensa intenção de melhorar a qualidade de vida de todos os seres vivos. 
Mas a Escola não se descuida do texto, da biblioteca, da pesquisa e do fazer pedagógico que resgata a diferença, que respeita as crenças, as culturas, os gêneros e a produção de conceitos científicos através da interlocução dos saberes na mediação da aprendizagem. 
A taxonomia é o princípio que deu origem à Botânica e sustentou sua expansão por toda a modernidade, conforme mostra a história. No sentido de entender desde as vertentes da Botânica até a concepção contemporânea do estudo das plantas pela humanidade, investi parte deste trabalho no estudo histórico da Botânica. 
As crescentes discussões sobre como melhorar os Sistemas de Classificação e tornar a Botânica Sistemática acessível aos cientistas e à população em geral faz com que se inicie, em meados do século XX, uma preocupação dessa Ciência em se fazer entender. Com isso, aponta-se uma discussão nova e emergente na academia e na sociedade: o “paradigma das plantas”. Esse paradigma não é a saída e, sim, o constructo histórico que surgiu da análise das diferentes e fracassadas formas de relação homem-planta já enunciadas, neste texto. Assim, entender esta história é parte indispensável para o estudo e compreensão do currículo de Botânica que reflete esta trajetória. 
Os paradigmas constituem-se ao longo do tempo revelando as formas de pensamento humano acerca de um tema. Na relação homem-planta, constituiu-se a história da Botânica, apresentada abaixo, a partir de Miranda (1944) e Carvalho (2000).
Botânica Erudita (Antiguidade): Filosofia base de seu pensamento, constituindo-os fundadores dessa Ciência. 
Botânica Clássica (Idade Média): As grandes navegações conferiam-lhes o título de botânicos após a publicação das listas de plantas dos países visitados. Cesalpino e Lineu, criadores de sistemas de classificação das plantas, deram a botânica à ordem clássica das chaves de identificação utilizando como método agrupamentos baseados na estrutura da flor na maioria das vezes.
Botânica Moderna (Idade Moderna/Contemporânea- Séc. XIX e XX): Adeptos dos estudos da filogenia, dagenética, do parentesco entre os agrupamentos.
Botânica Contemporânea (Séc. XX e XXI): Coloca em xeque a relação do homem com as plantas, visa comprometer a educação, a humanidade e o ambiente peladiscussão sobre os caminhos do planeta. 
O é possível perceber acima, como o pensamento botânico perpassou os diferentes momentos da história, traçando um perfil específico, a cada tempo. As concepções de ciência implicam diretamente nas formas de ensino e no currículo que as norteia, uma vez que a Ciência é produzida na Universidade onde é formado o licenciado da área. 
Aristóteles, Teofrasto, Dioscórides e Plínio foram, segundo Miranda (1944, p.25), os fundadores da botânica erudita.
Desde a Idade Média até o século XVIII, os filósofos gregos e romanos da antiguidade, que se ocuparam das questões naturalistas, foram considerados os Pais da Botânica, alguns deles, como Hipócrates, Galeno, Dioscórides e Plínio, dedicaram-se mais à descrição e nomenclatura das plantas de seus países. “Como a botânica sempre andou ligada à medicina, não se esqueciam estes descritores de dar o maior relevo às virtudes que cada espécie vegetal possuía para a cura dos males humanos” , Miranda (1944, p. 25). 
O maior de todos estes naturalistas foi Aristóteles. Nenhum ramo das ciências pode deixar de o citar, tão vasta e variada era a sua erudição. (...) Quando nas Universidades medievais, surgia qualquer dúvida sobre qualquer ponto da filosofia ou da ciência, ia-se consultar a obra de Aristóteles. (...) Foi na história natural que Aristóteles mais se aproximou dos conhecimentos modernos. Fez a classificação das ciências e estabeleceu a hierarquia dos seres (MIRANDA, 1944, p. 26).
Conforme Miranda (1944), nos fragmentos do livro “Teoria das plantas” de Aristóteles, encontra-se a distinção entre plantas anuais e vivazes como esboço de classificação. Na obra de Teofrasto, podemos distinguir as árvores de arbustos, de subarbustos e de ervas, conforme o porte, e também, plantas aquáticas de terrestres, e ainda, as de folhas persistentes das de folhas caducas. E, Dioscórides fez sua obra descrevendo aquelas de uso médico para reorientar a ciência na época, considerando apenas as de interesse curativo, sem se preocupar com aquelas vulgares. Não fez sequência alfabética tampouco teceu planos de classificação.
Como poderia uma verdadeira teoria unificada da sistemática desenvolver-se efetivamente, enquanto perdurasse o fato de que o termo “afinidade” era usado tanto para mera semelhança como para o parentesco genético, enquanto o termo “variedade” era empregado para populações geograficamente circunscritas e para variantes intrapopulacionais (indivíduos) (...) (MAYR, 1998, p.173).
As palavras utilizadas pelos botânicos tinham significados muito diferentes e eram usadas para variados aspectos ou formas dos vegetais. Por exemplo, lótus poderia ser uma árvore ou um arbusto, ou simplesmente uma triste erva, chegando até à nomenclatura de Lineu para dar nome à palma (Lótus corniculata L.). 
Plínio era considerado um discípulo continuador de Aristóteles. Em sua obra “História natural”, descreveu, em 37 livros, a ciência, dedicando 10 às plantas, comprendendo títulos do tipo as flores, a medicina e as ervas, plantas que se semeiam, árvores silvestres, plantas de bom aroma, entre outros (Miranda, 1944). Permanecendo um grande problema para os botânicos da época, confundiam–se as plantas com mesmo nome e de locais distintos com mesmo uso, faltando a compilação destes trabalhos. 
Na Idade Média, o interesse pela história natural declinou, mas o gosto pelo estudo das plantas despertou quando os árabes, apoderando-se do Egito, salvaram boa parte dos escritos que se perderam dos gregos e romanos em Alexandria, quando incendiada. Mais tarde, quando os árabes invadiram a Península hispânica mostraram à população da Europa que possuíam estes escritos sobre as plantas, permanecendo, estes, assim entre a humanidade. 
Averrohoes, árabe nascido na Espanha, traduziu e comentou as obras de Aristóteles e ministrou seus ensinamentos nas Universidades medievais. Miranda (1944) cita que a descrição de plantas milagrosas e o sentido de busca da humanidade logo progrediu novamente. Na Idade Média, a família Pólo, de Marco Pólo, fez viagens famosas e descreveu uma forma de localizar estas plantas de especiarias e cura, o que fez, em parte, despertar, na Itália, na Espanha e em Portugal, o desejo de buscar estas plantas em seus navios. 
As grandes expedições de portugueses e espanhóis revelaram a flora da América e do Oriente, Hernandez e Garcia da Orta foram os principais naturalistas dessas novas descobertas. Estes, ao lado de Cristóvão Colombo, apesar de serem pouco versados em história natural, tinham o espírito observador e relatavam seus conhecimentos distribuindo plantas trazidas como especiarias, temperos e condimentos, tais como a pimenta, a canela, a noz-noscada, o que paulatinamente conferia status a botânica. O México, por anos, utilizou, como moeda, a semente do cacaueiro, árvore que cresce nas bacias do Amazonas. 
Na América, Francisco Hernandez foi o naturalista que mais nos roubou e revelou ao mundo essas riquezas. “Tão importante foi a colheita das plantas medicinais do Novo Mundo, que em sua honra se criaram, na Europa, os primeiros Jardins Botânicos da Itália, Holanda e França” (MIRANDA, 1944, p.47). 
As plantas que foram levadas da América Latina, como o milho, a batata, o tomate, o pastel, o pau-brasil, a goiaba, o maracujá, a manga, o abacate, a papaia, entre outras tantas, propiciaram a outros povos o aproveitamento de suas propriedades e agregação de valor econômico. 
No século XVI, na Europa, os naturalistas resolveram dedicar-se a observação e experimentação, como botânicos de campo, descrevendo várias espécies. Entre eles podem ser citados:Clusius - Carlos de L’Ecluse - descreveu da Espanha e de Portugal, cerca de 200 novas espécies que estão no seu livro de História das Plantas Raras; Brunfels - Othon Brunfels - estudou a flora indígena dos arredores de Estrasburgo e do Vale do Reno e escreveu a História das Plantas Indígenas, descrevendo todas aquelas que pessoalmente conheceu e as desenhou naturalmente, revolucionando os hábitos científicos da época. Na obra de Clusius, parece haver um cuidado com a taxonomia; primeiro trata de plantas arbóreas e por segundo, de plantas bulbosas e rizomatosas. “Na nomenclatura começaram os descritores a usar, para designar as plantas, as descrições curtas e precisas, com o menor número de palavras” (MIRANDA, 1944, p. 56). 
Foi Anguillara, no século XVI, quem iniciou essa forma, aproveitando os nomes vulgares das plantas, conservados desde o latim pela tradição popular, embora modificados pela evolução natural das línguas. Muitas centenas de plantas já eram descritas por duas palavras, tal como Lineu haveria de propor mais tarde.
André Cesalpino, tido como o mais notável fisiologista da época, estudou a flor entre outras partes da planta, e distinguiu algumas delas, nomeando-as.
Quanto a flor, Cesalpino distingue nela uma parte principal e uma parte acessória que protege a primeira como simples invólucro. Designa os carpelos por estamina e os estames por flocci. Stamina e flocci constituem a parte principal. O invólucro protetor é o calyx, formado por folículos, uns verdes, outros corados. Às vezes, o calyx falta inteiramente (MIRANDA, 1944, p. 57).
Foi ainda Cesalpino quem fez um primeiro ensaio de sistematização verdadeira, havia um número considerável de plantas descritas que, somadas às americanas, trazidas à Europa, aumentavam a todo o momento. Ele dividiu inicialmente, como os clássicos já faziam, em agrupamentos de árvores e ervas, e, depois, dentro dessas, procurou grupos mais limitados. Ele utilizava, como critério para as árvores, as sementes e os embriões destas, agrupando-as em duas classes: na 1ª, o embrião está orientado para o vértice da semente e, na 2ª, o embrião está mais próximo à haste. Quanto às ervas, dividiu-as em 15 classes, sendo a 1ª as de sementes aparentes, a 2ª as de sementes não aparentes e, aquelas, cujos frutos tinham apenas uma semente, estavam na 3ª classe. Da 4ª à 14ª classes, distinguiam-se pelo número e disposição das sementes, pelo aspecto fibroso ou bulboso da raiz e pela disposição das flores. E, por fim, na 15ª classe estavam as ervas sem frutos e sem flores. 
Lobelius – Matias Lobel fez a primeira tentativa de agrupamentos por famílias e percebeu que o sistema de Cesalpino, logo que pronto, não conseguia dar conta de todas as plantas já registradas. Um dos nomes propostos encontra-se até hoje em uso com adaptações pequenas – graminia- gramíneas, irides – irifiáceas e labiatae- labiatas. 
Conrad Gesner, outro botânico da época, propôs o gênero, após observar que plantas que tinham a mesma forma de flor e de frutos, tinham, em regra, outros órgãos em comum. Ele, então, deu sentido à correlação de características que mais tarde propiciaram base para os métodos naturais de classificação (MIRANDA, 1944).
Os taxonomistas do século XVII adotaram o gênero como agrupamento fundamental e, em consequência, a botânica torna-se acessível e popular. Neste período o microscópio é descrito cientificamente por Antonie van Leeuwenhoek (1632-1723), e isto permite analisar a anatomia vegetal com maior clareza. Jean Bauhin era suíço e descreveu neste século mais de 5000 espécies de plantas, sem falar em classificação própria, dispõe seus livros em 40 volumes, separando os grupamentos de vegetais com afinidades, os quais, hoje, têm o nome de famílias. Gaspar Bauhin, irmão de Jean, foi um herborizador que procurava primeiramente catalogar as plantas de uma região delimitada. Sua Flora dos arredores de Bale serve de exemplo até hoje, para organizar a de outros estados e países. Cada espécie é designada por um nome genérico – o seu nome vulgar em latim - seguido de um ou dois atributos que a caracterizam, sem perigo de confusão. Aperfeiçoou os nomes genéricos de tal forma que foram utilizados por Tournefort e por Lineu, e o conceito de gênero galgou posições com isso. 
John Ray – Rajus era inglês e dedicou-se, como amador, à organização da Flora dos arredores de Cambridge e, mais tarde, a das Ilhas Britânicas, Holanda, França, Alemanha, Suíça, Itália, Sicília e Malta. “A botânica deve-lhe um sistema de classificação que é geralmente considerado como o inspirador de Tournefort” (MIRANDA, 1944, p.62). Ray dividiu as plantas em ervas e árvores, como outros já o fizeram anteriormente; essas eram “divididas em classes, conforme o seu aspecto geral e as características do fruto e da flor, principalmente da corola” (p. 63). No seu sistema, aquelas designadas por fungos (os cogumelos) eram ervas imperfeitas. Umbelíferas e Papilionáceas eram designações quanto à disposição ou forma das flores, Pomíferas, Bacíferas, Seliquosas relacionadas com os frutos. Árvores de sementes nuas, sem fruto, eram as Gimnosmonospérmicas, e aquelas a que nenhuma classe fazia alusão eram chamadas anômalas. Seu sistema era falível, confessado por ele próprio, porque se baseava exclusivamente no estudo da flor. 
Neste período, o estudo da morfologia dos órgãos da planta foi consagrado pelo alemão Joaquim Yung em termos adaptados por Lineu. O seu maior feito foi designar, ao contrário de Cesalpino, por stamina os estames, e por stylos os estiletes, coroados pelos estigmas. Fez, ainda, desaparecer a confusão entre fruto e semente, pois a última, na sua concepção, era envolvida por um invólucro externo.
Já no final do século XVII, revelou-se, na França, um dos maiores botânicos modernos, José Pitton de Tourneford, que sintetizou suas observações e de seus antecessores, selecionou doutrinas expostas, anteriormente, esclarecendo-as. Descreveu, após inúmeras viagens, um sistema de classificação das plantas pela flor. Morreu cedo e publicou o “Método de Conhecer as Plantas”, com mais de 1356 catalogadas, muitas delas desconhecidas na época.
Na figura , entre outras coisas, encontram-se algumas famílias, até hoje conhecidas, como por exemplo, as Umbelíferas, Liliáceas, Crucíferas e Rosáseas. Outro fator importante é que os nomes de famílias ou gêneros (nomes vulgares, genéricos) de plantas surgiram na cultura popular e permaneceram até hoje, graças à tradição das populações que as utilizavam como alimento ou medicamento. Isto foi incorporado pela ciência e conferiu à Botânica um “status” de ciência acessível e popular. 
Sempre o povo chamou roseira a qualquer roseira, e pinheiro a qualquer espécie de pinheiro. De forma que o inventor do gênero não foi realmente nem Gesner, nem Buhin, nem Tournefort, nem Lineu, mas sim o povo, o camponês, o agricultor e o jardineiro. A ciência [adaptou] a sabedoria e bom senso do povo, e de aí resultou para ela um extraordinário benefício: inúmeras pessoas até aí alheias à botânica passaram a interessar-se pelas plantas, encarando-as sob um ponto de vista científico e aperfeiçoando os conhecimentos de ordem prática, e muitas vezes incertos, que possuíam (MIRANDA, 1944, p. 69).
Essa citação aponta para um princípio fundante da ciência biológica: a organização do mundo vivo a partir da sistemática, permitindo sua consolidação enquanto ciência e saber científico, que permitisse evolução. 
Karl Van Linné – Lineu era sueco, nasceu em Roeshult, na Smolândia distinguiu-se dos demais naturalistas e botânicos por ter criado a nomenclatura binária para identificar as espécies, além de descrever e nomear inúmeras plantas por todo o globo. Além de criar o seu sistema de determinação, publicou obras como Sistema Naturae (1735), em que se pode conhecer o chamado “Sistema Sexual de Lineu”, que, mesmo incompleto, serviu para a época como a maior obra de taxonomia existente, e, em Genera Plantarum (1737) e Species Plantarum (1735), estabeleceu formas, nomes, classes e ordens sempre levando emconsideração o sexo e o número de estames. Veja, nas figuras, o Sistema de Lineu.
Os sistemas de Tournefort e Lineu (figuras), assim como os demais ensaios anteriores, pareciam artificiais “agrupavam as plantas segundo critérios arbitrários considerando essencialmente aspectos morfológicos de fácil reconhecimento em todos os vegetais” (Carvalho, 2000, p. 12). Após Lineu, surgem os primeiros sistemas naturais, destacando-se os de Antonine Laurent de Jussieu (1748 –1836) e o de Augustin Pyrame de Condolle (1778 –1841), que tinham a pretensão de considerar os aspectos evolutivos, mas não o conseguiram porque estava em vigência o conceito inalterável de espécie. Conforme o próprio Lineu apud Papavero, “Species tot numeramus quot diversae formae in princípio sunt creatae” (1999, p. 72 - as espécies seriam enumeradas tantas quantas fossem as formas criadas a princípio por Deus). Daí originam-se os sistemas naturais modernos ou filogenéticos.
A questão da origem de formas novas de organismos, levantada por Sant-Hilaire e Lamarck, teve solução definitivamente encaminhada com os trabalhos de Wallace e Darwin, de tal modo que o dogma da imutabilidade da espécie foi abandonado, sendo as afinidades entre as plantas considerada reflexo de sua evolução filogenética (CARVALHO, 2000, p.18).
Desse modo, a Botânica passa a ter respaldo para construir sistemas filogenéticos, baseados nos estudos da Evolução e da Fitopaleontologia. Conforme Carvalho, “um moderno sistema de classificação, baseando-se em relações genéticas não pode prescindir dos conhecimentos oriundos da teoria da evolução, que teve o mérito de introduzir na ciência um novo modo de pensar acerca da organização das plantas” (2000, p.18). 
Dentre os botânicos sistematas da filogenia, destacaram-se August Wilhelm Eichler (1839-1887), Adolf Engler (1844-1930) e Arthur Cronquist com publicação oficial de 1981. 
Temos, ainda, autores da taxonomia moderna, como Aylthon Brandão Joly, Focko Weberling e Hans Otto Schwantes. Estes, além de criarem sistemas naturais modernos ou filogenéticos, partiram dos princípios da evolução e consideraram outros fatores, tais como a presença ou não de alcalóides e pigmentos, a biologia da dispersão das sementes, as flores, a ecologia e a fisiologia, entre outros. “Com o advento da cladística e das tecnologias de engenharia genética” (TISSOT-SQUALI,
2002, p. 1) os resultados de pesquisas em sistemática vegetal “trouxeram novidades na classificação dos vegetais superiores” (idem anterior), destes estudos participa além de outros o botânico da escola alemã: Judd. 
Os pensadores modernos da Botânica Sistemática têm muito a nos dizer. Mas, esta parte da Botânica está em discussão hoje, interessava-me revisar e entender a trajetória botânica até o presente. As discussões sobre a Botânica hoje e seu ensino estão presentes ao longo desta dissertação através da análise da Sessão de Ensino da SBB. 
A sistemática botânica evolui, assim como as concepções de ciência que tramitam nesta área. Em decorrência disto, os pensadores tomam parte da discussão não somente da compreensão dos sistemas de classificação, mas da botânica como um processo, no seu todo. Então, os estudos começam a apontar para discussões acerca da sobrevivência do homem e da interdependência entre planta-homem. Esses estudos não limitam as discussões em torno da sobrevida apenas, mas colocam em xeque a condição humana. 
A BOTÂNICA E O PARADIGMA DAS PLANTAS 
A conceituação do Paradigma das Plantas, a discussão de onde ele emerge, no que se fundamenta e no que interfere, bem como os apontamentos sobre as incursões deste no ensino de Botânica, são abordados na figura 5.
A figura 5, além de apresentar a relação entre o paradigma das plantas com os “movimentos da sociedade” como modificadores das concepções pelas quais passam o aprender e o ensinar, mostra como o currículo de botânica vem sofrendo intensas proposições da história da humanidade. 
Segundo Pelt (2001), a emergência da vida vegetal na sociedade decorre de cinco pilares: 1) Não se sentir envergonhado por falar das plantas; 2)Insistir sobre a noção de evolução; 3)Introduzir a noção de ecologia; 4)O lugar das plantas na alimentação e na saúde; 5) As plantas no alcance da mão. E, penso ser necessário acrescer mais um pilar: 6) A nutrição (fotossíntese) das plantas e a relação com a sobrevivência da Sociedade Humana. 
A discussão de Pelt (2001) promove o entendimento de quão importante é a interação entre homem-planta e como podemos pensar nossa condição humana a partir dessa relação.
No que se refere à botânica e ao ensino da sistemática, Pelt traz presenteque:
Essa identificação imediata em meio a flora é o exercício número 1 da botânica, como aliás, também a preocupação de descrevê-la por meio de uma abordagem típica do hemisfério esquerdo do cérebro. Essa abordagem, que foi adotada por nossos antepassados desde a Renascença e, sobretudo desde Lineu, encontra-se hoje condenada (PELT, 2001, p. 114).
Além de condenar a botânica clássica, Pelt (2001) apresenta três abordagens para o ensino dos nomes das plantas: a “abordagem descritiva, estritamente botânica, abordagem genética, abordagem estética” (p.114). Com isso, no ensino, “o sentido da observação será assim educado ao mesmo tempo que a capacidade de maravilhar-se, pois ciências naturais também devem educar para a descoberta da beleza” (p.114). 
Assim, o autor, ao defender essa concepção “nova” de ensino e de Botânica produz uma teoria que busca relações interpessoais associadas à linguagem e à interlocução dos saberes, ao mesmo tempo em que procura dar ênfase às compreensões biológicas sobre a vida. 
Brosse (1993) é outro autor que, em seu livro “As plantas e sua magia”, discute a relação homem-planta, a partir do entendimento de que o pilar mestre da condição humana na Terra depende em primeira instância e diretamente, “do milagre da clorofila” (p. 13) e da relação de dependência nutricional dos animais pelas plantas. 
E, acrescenta:
a fotossíntese constitui o milagre criador de onde tudo tem origem, pois ela metamorfoseia o mineral em orgânico, o inanimado em animado, o inerte em vivo; a clorofila é a fonte universal em que se abastecem todos os seres vivos (BROSSE, 1993, p.14).
Esse novo paradigma mexe nas formas de pensar não só as plantas no mundo em que vivemos, mas na botânica enquanto saber que pode e deve nos ajudar a compreender a vida. 
A História da Botânica e de seu Ensino são temas que necessitam de um cuidado especial, pois a escola não nos permite mais desconhecer a dimensão histórica para lermos o mundo de hoje. Os caminhos de uma ciência nos permitem compreender seus enlaces, encontros e desencontros e nos dão a chance de descobrir o porquê, o quê e para quem ensinamos. A base do “porquê”, penso ter constituído nesse capítulo, que também evidencia o “o quê” e o “para quem” ensino, num conteúdo disciplinar escolar que forma sujeitos conhecedores e capazes de interagir no meio. 
A historicidade de uma ciência nos permite vislumbrar que a taxonomia, enquanto saber botânico e conhecimento biológico, não são invenções fechadas e sim um constructo de uma representação (des)contínua, produzida por pessoas que registram os conhecimentos adquiridos e permitirão a sua progressão. 
Através da dimensão histórica, podemos entender o presente e modificar as aspirações futuras, de modo a esclarecer as razões do caminho adotado, por exemplo, pelos taxonomistas-professores das Universidades brasileiras, formadores de professores de Ciências e de Biologia e sócios da SBB, onde publicam suas preocupações relativas ao ensino. As concepções/tendências pedagógicas, as formas de ensino e as teorias que este ensino produziu, são construções ligadas intrinsecamente à produção da disciplina de Botânica, ao longo de sua história, e, estão apresentadas no terceiro capítulo dessa dissertação. 
Os pressupostos já apresentados neste capítulo afirmam que o caminho percorrido pela Botânica, ao longo de sua trajetória, sustentou e vem sustentando o pensamento (concepção)mecanicista como sendo dominante e ainda vigente, mas não como única. Nesse sentido, torna-se indispensável analisar o currículo formador e conhecer as muitas e diferentes formas de ensino de Botânica, como um saber que reflete inúmeros momentos de mudanças. 
A SOCIEDADE BOTÂNICA DO BRASIL COMO ESPAÇO DEPRODUÇÃO DE SIGNIFICADO NO ENSINO DE BOTÂNICA DO BRASIL
A pesquisa documental permitiu-me leituras acerca da Sociedade Botânica do Brasil enquanto espaço de produção de ensino em Botânica, a partir de suas publicações. Entender a SBB como um tempo-espaço de produção de significados e de currículo facilitou a compreensão de meu problema de pesquisa, à medida que este deixava de ser uma reação rançosa com os processos de identificação e passava a ser uma possibilidade de compreender o ensino-aprendizagem e currículo esboçado. 
A SBB congrega os Botânicos brasileiros e está dividida em Sessões. A de maior relevância e com maior número de trabalhos publicados conforme Barradas & Nogueira (2000), é a Sessão de Sistemática das Fanerógamas 1, em que os autores publicam trabalhos acerca de como se identificam essas plantas. No entanto, após ano de 1982, com a criação da Sessão de Ensino, as preocupações sobre como ensinar a identificação das plantas torna-se acentuada. A cada ano, cresce o número de trabalhos apresentados nesta sessão (quadro 4), e o Ensino da Botânica inicia uma trajetória paralela ao estudo da identificação das plantas: a Taxionomia 2. Então a SBB existe não somente como sociedade científica, mas, sim, como um espaço de discussão e produção de significado acerca do processo de ensinar e aprender Botânica no currículo das Licenciaturas de Ciências e Biologia.
A análise da SBB se deu a partir dos trabalhos apresentados e publicados de 1982 até 2001, nos livros de resumos dos CNB, dos quais foram analisados.
No conteúdo, pode-se verificar, nitidamente, o número reduzido de trabalhos expostos até o ano de 1999 e os estudos sobre o ensino de Botânica até 2001 confundem-se com outros temas, como anatomia, fisiologia e educação ambiental, conforme Nogueira (2000). 
Após 1999, as temáticas deixam de analisar o ensinar-aprender enquanto processo, preocupando-se mais com a produção de metodologias diferenciadas de ensino. 
A partir da leitura dos resumos e da análise inicial do conteúdo, tratei de organizá-los em um quadro que sistematizasse a descrição sumária de cada trabalho, servindo como um direcionamento posterior. Essas descrições facilitaram as categorizações, uma vez que sintetizam as ideias essenciais retiradas de cada um dos trabalhos. 
No quadro 5, apresento os títulos dos trabalhos considerados, o ano, as instituições de origem das publicações, o nível de ensino abordado e uma descrição breve de cada um deles.
AS CONCEPÇÕES DE ENSINO PRESENTES NA SBB
Nesses trabalhos, percebeu-se que a Botânica se inscreve em diferentes contextos, e, que a trajetória da SBB influenciou os caminhos do seu ensino desde a sua criação (1950) até os dias de hoje. Da mesma forma, a análise dos resumos mostrou que esse ensino tem sofrido modificações nas concepções que o perpassam, evoluindo desde uma abordagem mecanicista, passando pela adoção de um caminho interdisciplinar, até os ensaios numa perspectiva histórico-cultural (quadro 6). No entanto, pode-se afirmar que não há uma proposta pedagógica única embasando de forma clara os processos de ensino-aprendizagem para a botânica sistemática. Os relatos dos resumos referem-se a escolas de educação básica e de ensino superior. A proposta pedagógica, referida neste parágrafo, é uma teoria que sustente as formas de ensino descritas e/ou as pesquisas que foram analisadas, pois, ao mesmo tempo que mostram correlação com uma concepção de ensino, não se afirmam como resultantes do estudo e aplicação desta concepção. As escolas nas quais se inserem as pesquisas analisadas, por certo, têm uma proposta em particular, mas estas não ficam claras nos resumos analisados.
1982 - Base Curricular para competência: Interdisciplinar
1995 - Políticas de ensino: Interdisciplinar e Metodologias de Ensino: Mecanicista
1996 - Diagnóstico do ensino superior de botânica: Interdisciplinar
 - Metodologias de Ensino:Mecanicista
1997 - Metodologias de Ensino: Mecanicista
 - O ensino e paradigma mecanicista: Histórico-cultural
1998 - Técnicas e Instrumentos de ensino: Mecanicista
1999 -	 Abordagem em Projeto: Interdisciplinar 
 - Técnicas e Instrumentos de ensino: Mecanicista 
 - O componente vegetal na aprendizagem: Histórico-cultural
2000 - Metodologias de Ensino: Mecanicista
 - O significado e a aprendizagem: Histórico-cultural
 - Técnicas e Instrumentos de ensino: Mecanicista
 - Diagnóstico do Ensino: Interdisciplinar
2001 - Técnicas e Instrumentos de ensino: Mecanicista
 - Metodologias de Ensino: Mecanicista
 - Ensino de botânica e currículo: Histórico-cultural
A partir das temáticas analisadas, no quadro 6, dos 44 trabalhos, observa-se que a concepção Mecanicista está presente em 77,27% deles, a concepção Interdisciplinar em 13,63%, enquanto que a Histórico-cultural apenas mostra sua face em 9,09% dos trabalhos. 
No Brasil, a Botânica tem uma constituição como saber do povo (popular) anterior ao seu desenvolvimento científico, passando, inicialmente, pela criação de Jardins Botânicos e Herbários, e depois, ao lado da Química nas Escolas de Agronomia. A formação botânica restringia-se, inicialmente, as áreas agronômica, farmacêutica e médica. Somente mais tarde, a Biologia constituiu-se como uma ciência, em que a botânica se inscreve. Isso permitiu que o seu ensino fosse também impregnado dessas formas de fazer ciência, uma abordagem mecanicista passou a imperar por muitos anos nessa disciplina, cujas consequências estão presentes até hoje. 
Marques (1993) descreve que a forma mecanicista de pensar tornou o ensino tradicional, clássico e regrado em demasia. Como se evidencia no ensino de Botânica, em que um único instrumento de aprendizagem, a chave analítica de famílias, é usado em todas as escolas desde o ensino fundamental até o superior. 
O modo mecanicista de ensinar foi estudado na própria sessão de ensino, no ano de 1997, a partir do trabalho intitulado “O ensino de botânica e o viés do paradigma mecanicista”, que enfoca um ensino preso à classificação/descrição com técnicas únicas de identificação de vegetais. Assim, podemos verificar que essa forma, baseada na racionalidade técnica, vem sendo utilizada e ao mesmo tempo questionada nas próprias publicações da área.
As concepções de ensino na disciplina de Botânica, além de absorver diferentes influências da ciência vigente, assumiram, na sua trajetória, uma postura de adotar o discurso pedagógico vigente, como por exemplo, a interdisciplinaridade (RIBEIRO, 1999) que está presente de forma marcante nesses trabalhos da SBB. 
No trabalho “Programa de Ensino do projeto flora fanerogâmica do estado de São Paulo. Uma experiência na cidade de São Carlos” (CNB, 1999), podemos vislumbrar, com muita facilidade, o viés da interdisciplinaridade. Este documento descreve a prática de um grupo de professores que introduz conceitos botânicos, faz visitações, atividades musicais, trabalhando com a consciência ambiental e ação antrópica no meio, e ainda, resgata valores étnicos, envolvendo todas as disciplinas e docentes da escola. 
Encontramos uma outra linha de pensamento, ainda que tênue, a abordagem histórico-cultural, em que o ensino passa de simples técnicas, metodologias ou didáticas de ensinar e começa a pensar como a botânica pode partir do real cotidiano de cada escola para construir o conhecimento científico. Essa concepção está baseada na teoria de Vigotski, alicerçada na constituição do sujeito e dos saberes através da relação com o outro (outros sujeitos), mediatizados pela linguagem (VIGOSTKI, 2001, 1991). 
Para notarmos como essa teoria passa a embasar algumas práticas pedagógicas, o trabalho “Os significados das atividades de campo no aprendizado de botânica:Uma experiência em Santos” (CNB, 2000), consegue através de uma prática calcada na análise de concepções da práxis e teoria do educador, descrever como os educandos desenvolvem o pensamento, apresentando concepções reais e críticas, frente ao ensino atual. 
As concepções trazidas não são as únicas possíveis, mas sim as que foram analisadas e estão presentes, ainda hoje, nas publicações, cujas bases teóricas seguem um movimento próprio que perpassa a formação dos sujeitos autores desses textos. Por isso, no quadro 6, pode-se notar perfeitamente esse movimento.
O ensino da Botânica, nos resumos analisados, inscreve-se em diferentes contextos, caracterizando-se mais acentuadamente numa perspectiva positivista e disciplinar, sem acolher as múltiplas vozes que o constituem. Por outro lado, tornou-se significativo no que se refere à identificação das plantas, mostrando que, mesmo numa perspectiva disciplinar, ocorreu ensino e aprendizagem.
O CURRÍCULO E O ENSINO DE BIOLOGIA 
A questão do currículo de Botânica é apontada, dentro dos estudos da Biologia e de Ciências, por Krasilchick (1987), Carvalho & Gil-Pérez (2000), Soncini (1992), como indispensável de ser repensada e compreendida na sua representação social e funcional, enquanto conhecimento científico que perpassa a escola. No PCN de Ciências Naturais, “utilizar características e propriedades de materiais, objetos, seres vivos para elaborar classificações” (v. 4, p.64), manifesta claramente a presença e a importância da taxonomia desde o primeiro ciclo, pois a nomeação, ou seja, a identificação dos seres vivos é que permite conhecê-los. Discutir o currículo formador de professores de Biologia e Ciências, no que tange à Botânica tem seu aporte no entendimento de que a formação inicial é determinadora dos sujeitos-professores, constituindo-se um campo urgente de investigação. 
Nesse sentido, segundo Gil-Pérez & Carvalho (2000), temos de adquirir conhecimentos que fundamentem as propostas construtivas, tais como:
A-	reconhecer a existência de concepções espontâneas(e sua origem) difíceis de ser substituídas por conhecimentos científicos, senão mediante uma mudança conceitual e metodológica.
B-	saber que os alunos aprendem significativamente construindo conhecimentos, o que exige aproximar a aprendizagem das Ciências às características do trabalho científico.
C-	saber que os conhecimentos são respostas a questões, o que implica propor aprendizagem a partir de situações problemáticas de interesse para os alunos.
D-	conhecer o caráter social da construção de conhecimentos científicos e saber organizar aprendizagem de forma consequente.
E-	conhecer a importância que possuem, na aprendizagem das Ciências - isto é, na construção dos conceitos científicos -, o ambiente da sala de aula e o das escolas, as expectativas do professor, seu compromisso pessoal com o progresso dos alunos, etc (GIL-PÉREZ & CARVALHO, 2000. p.32).
As propostas de Gil-Pérez & Carvalho mostram claramente uma preocupação com os fatores sociais, aproximando-se de uma base teórica interacionista, que trabalha na perspectiva da produção de conceitos a partir do conhecimento prévio-cotidiano do educando. 
Evidenciando a necessidade de uma readequação do ensino de Ciências, o trabalho de KRASILCHIK (1994) indica como um problema: a “ - memorização; - falta de vínculo com a realidade”, e, como fatores que o influenciam negativamente, “a preparação deficiente dos professores e os guias e livros inadequados e de má qualidade”, e como condições para a sua melhoria, os “programas de aperfeiçoamento para professores”, deixando claro que existem problemas que nos remetem a sua formação inicial. 
Pode-se assegurar, com isso, que o currículo formador deve ser, no mínimo, repensado, de forma a se encontrar consoante com a realidade de hoje e dando conta dos problemas já mencionados ou notando sua presença. 
Soncini (1992) trata da formação inicial de professores de Ciências Biológicas, e, vislumbra cinco aspectos importantes para que essa área participe do núcleo comum de disciplinas no Ensino Médio, constatando, assim que:
-	cada área do conhecimento possui um código intrínseco, uma lógica interna. Por isso, cada uma delas atua de forma específica na construção e no desenvolvimento do pensamento;
-	o ensino de biologia, como as demais áreas do conhecimento, possibilita a contraposição entre o místico e o científico nas explicações dos fenômenos naturais (...), sendo uma de suas características a possibilidade de ser questionada e de se transformar;
-	compreender o mundo e tentar superar problemas constituem características da espécie humana. A curiosidade e a necessidade são dois grandes móveis, que nos fazem caminhar em busca do conhecimento. A biologia faz parte do conhecimento e os fenômenos são objeto de interesse dos indivíduos desde que iniciam a sua exploração do mundo. Cabe à escola assegurar que esse interesse subsista.
-	ser importante compreender que a vida se manifesta de formas diversas (reinos: vírus, monera, protista, fungos, vegetais e animais), relacionadas entre si e com o meio; que todas essas formas estão sujeitas a transformações que ocorrem no tempo e no espaço; que tais transformações são fruto das interações entre organismo e ambiente, podendo ou não ser causa de novas formas de interação;
- questões polêmicas como as que dizem respeito ao impacto ambiental – usode inseticidas na agricultura, erradicação de moléstias, utilização de aditivos alimentares, desmatamento, biotecnologia e tantas outras – só podem ser julgadas e devidamente encaminhadas se tivermos conhecimento sobre a dinâmica dos ecossistemas, dos organismos, enfim sobre o modo como a natureza se comporta e como a vida se processa. (SONCINI, 1992. p. 21)
Soncini (1992) demonstra intensa preocupação com os códigos próprios de cada componente do ensino e com a sua valorização como conhecimento científico e enquanto conceitos constituintes do conteúdo escolar. A autora ainda considera a articulação dos conteúdos, “de tal forma que os alunos compreendam que o fenômeno vida se caracteriza por um conjunto de processos organizados e integrados, quer ao nível de indivíduo, quer ao nível de organismos no ambiente” (SONCINI, 1992. p. 23) e “que o conhecimento vem sendo construído historicamente” (p. 24), pois a ciência é dinâmica e evolutiva, em consequência das investigações constantes. 
O ensino de Biologia tem preocupações que vão para além do aprender as interações com o ambiente natural, deve atentar para que o ambiente social e o natural sejam considerados de forma integrada e interdependente. Portanto, aprender e ensinar Ciências, Biologia e, por sua vez, Botânica pressupõe a aquisição constitutiva de um corpus teórico que tem exigências, segundo GIL-PÉREZ & CARVALHO (2000, p. 37), para além de “recursos ou estilos de ensino”, como em qualquer outro domínio científico. 
Lopes (2002) chama atenção para a concepção positivista da Biologia como sendo parte do currículo de Ciências e discute como os Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio (PCNEM – Brasil, 1999) adotam a categoria interdisciplinar para apontar a necessidade de uma integração curricular. E, reintera, ainda, a discussão acerca da padronização e constituição curricular nacional única que preocupa em todos os níveis de ensino. 
Essas dimensões teóricas da área específica leva-nos a crer que o ensino da Biologia, em especial da Botânica, merecem uma atenção especial que permita repensar o que, como e porque ensinamos, sem nos descuidar de para quem e com quem ensinamos e aprendemos. 
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