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PROC-IBR-GER-007-2016 - Parcelamento de Obra

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PROC-IBR-GER 007/2016 
Análise de Parcelamento de Obra 
INSTITUTO RUI BARBOSA – IRB / COMITÊ OBRAS PÚBLICAS 
INSTITUTO BRASILEIRO DE AUDITORIA DE OBRAS PÚBLICAS – IBRAOP 
Primeira edição válida a partir de: ___/___/_____ 
www.ibraop.org.br irbcontas.org.br 
 
 
1. OBJETIVOS/JUSTIFICATIVAS 
 
O procedimento tem por objetivo verificar se houve o parcelamento e se ocorreu de forma que as 
parcelas do objeto a ser licitado são técnica e economicamente viáveis, aumentaram a competitividade 
e sem perda da economia de escala (art. 23, § 1º e 2º da Lei Federal nº 8.666/93). 
 
A verificação se faz necessária para que não ocorra o fracionamento do objeto da licitação, na medida 
em que existe risco de não atender o que determinam os artigos 23 e 24 da Lei Federal n.º 8.666/93 e 
demais legislações aplicáveis. 
 
Fracionamento é o parcelamento irregular, isto é, quando a modalidade adotada para as parcelas do 
objeto não preserva a modalidade pertinente para a execução da totalidade do objeto em licitação. 
 
2. EQUIPAMENTOS/INSTRUMENTOS NECESSÁRIOS 
- 
 
3. PROCEDIMENTO 
 
A Equipe de Auditoria deverá verificar a partir de uma análise comparativa, o projeto do objeto 
licitado, na sua integralidade, e a parcela objeto da licitação. 
 
A Equipe de Auditoria deverá verificar a utilização irregular de “dispensa”, “convite” ou “tomada de 
preço”, conforme o caso, para parcelas de uma mesma obra ou serviço, ou ainda para obras e serviços 
de mesma natureza e no mesmo local que possam ser realizadas conjunta e concomitantemente, 
sempre que o somatório de seus valores caracterizarem o caso de "tomada de preços" ou 
"concorrência", respectivamente (art. 23, § 5º c/c art. 24, inciso I da Lei Federal nº 8.666/93), exceto 
quando for referente às parcelas de natureza específica que possam ser executadas por pessoas ou 
empresas de especialidade diversa daquela do executor da obra ou serviço (art. 23, § 5º da Lei Federal 
nº 8.666/93). 
 
Em determinados tipos de obra é possível a execução por trechos, desde que seja respeitada a 
modalidade de licitação do todo. 
 
A Equipe de Auditoria deverá atentar para os exemplos listados a seguir que indicam a possibilidade 
ou não de parcelamento por tipos de obras usualmente contratadas pelo poder público: 
a) Linhas de Transmissão de Energia Elétrica 
O parcelamento é possível para: 
- trechos das linhas de transmissão; e 
- aquisição dos cabos e dos elementos das estruturas de aço. 
O parcelamento se justifica, entre outros motivos, em virtude de: 
- longas distâncias destinadas à transmissão de energia elétrica; e 
- materialidade dos valores dos insumos que compõem os cabos e as estruturas. 
b) Subestações de Energia Elétrica 
Para uma única subestação, não é recomendável o parcelamento, sendo a contratação realizada por 
meio de regime de empreitada integral (obras civis com fornecimento e montagem dos equipamentos). 
Para a contratação de várias subestações, recomenda-se o parcelamento das obras por distribuidora ou 
sistema de distribuição de energia ou, ainda, pelo critério da localização. 
A justificativa do não parcelamento reside, por exemplo: 
- na alta probabilidade de ocorrência de interferências indesejadas entre os serviços contratados 
separadamente, que podem atrasar as obras; e 
- na utilização de equipamentos fabricados por diferentes fornecedores em subestações que atendam à 
mesma finalidade, tornando o custo de manutenção e operação mais oneroso. 
 
 c) Portos 
O parcelamento pode ser feito da seguinte forma: 
- berços de atracação; 
- molhes, acessos viários e terminais especiais; e 
- equipamentos em grandes obras portuárias. 
Entre outros fatores, o parcelamento se justifica em virtude de que: 
- os berços são predominantemente constituídos de obras civis; 
- as construções de molhes, acessos rodoviários e terminais especiais são obras de características bem 
distintas; e 
- a aquisição e a montagem de equipamentos de operação portuária são serviços específicos. 
d) Dragagem e Derrocagem 
Não é recomendável o parcelamento, sendo que a justificativa do não parcelamento reside nas 
características próprias dessas obras, nas quais, os custos com equipamentos são quase a totalidade do 
valor contratado. 
 
e) Usinas Hidrelétricas 
Em geral, esse tipo de obra é executado por meio de três contratos principais: obras civis, fornecimento 
e montagem dos equipamentos eletromecânicos e projetos/engenharia do proprietário. 
Em alguns casos, se justifica a aquisição de cimento e de aço em separado. 
São obras de grande complexidade, que envolvem a construção de barragens, túneis, vertedouros, 
casas de força, além da utilização de equipamentos de tecnologia específica, como turbinas e 
geradores. 
O parcelamento para aquisição de aço e cimento depende do projeto concebido para a usina e da 
materialidade envolvida nos custos globais desses materiais. 
f) Barragens (exceto para geração de energia) e Açudes. 
O parcelamento pode ser feito da seguinte maneira: 
- contratações das obras civis; e 
- aquisição de cimento (insumo mais relevante nas barragens de concreto ou CCR), a depender do 
projeto concebido para a usina e da materialidade envolvida nos custos de concreto a serem nela 
empregados. 
 
g) Canais e Irrigação 
O parcelamento é recomendável para: 
- trechos em quilômetros ou perímetros de irrigação; e 
- conjuntos de motobombas das estações elevatórias. 
O parcelamento se justifica em virtude de: 
- complexidade das obras que visam à integração de diferentes bacias hidrográficas, transportando 
água para diversas finalidades, ou à irrigação de grandes perímetros; 
- longas extensões, com centenas de quilômetros; e 
- fornecimento, aquisição e montagem de equipamentos específicos. 
h) Ferrovias 
O parcelamento é recomendável por trechos em quilômetros. 
Os principais elementos de uma ferrovia são a infraestrutura e a superestrutura composta de lastro, 
dormentes e trilhos. Numa obra ferroviária há também as estações e os pátios de manobra e 
manutenção, que em geral estão incluídos nos contratos dos trechos, não sendo usual seu 
parcelamento. 
i) Edificações (diversas). 
A recomendação geral é de que não haja parcelamento de objeto nas edificações singulares. A 
depender da materialidade e do padrão da obra, pode ocorrer o parcelamento de: 
- determinadas instalações especiais (elevadores, ar-condicionado e outras); e 
- terraplenagem em áreas de grande extensão. 
 
 Em edificações múltiplas, caso sejam executados em locais distintos, recomenda-se o parcelamento 
por edificação ou localidade. 
A justificativa do não parcelamento reside no fato de que se trata de obras usuais de engenharia, 
executadas por um grande número de empresas e geralmente num mesmo local. 
j) Aeroportuárias 
O parcelamento é possível em terminais de passageiros e nos pátios/pistas de pouso e decolagem. 
O parcelamento se justifica em virtude de que: 
- obras de pátios/pistas são serviços típicos de obras rodoviárias, como terraplenagem e pavimentação; 
e 
- obras de terminais possuem características mais próximas das de edificações. 
k) Infraestrutura de Saneamento Básico e adutoras 
O parcelamento é possível: 
- por critério da localidade ou divisão geográfica (região, bacia ou sub-bacia); 
- para ETAs, ETEs, estações elevatórias e outros componentes relevantes; e 
- aquisição de tubulações de aço ou ferro fundido. 
O parcelamento se justifica em virtude de: 
- grande área de abrangência; 
- materialidade e complexidade envolvidas na execução das ETAs, ETEs, estações elevatórias e outros 
componentes relevantes; e 
- materialidade do valor das tubulações no total da obra. 
 
4. POSSÍVEIS ACHADOS DE AUDITORIA 
 
a) Fracionamento do Objeto: Objeto parcelado de forma indevida (fracionamento) sendo que as 
parcelas do objeto a ser licitado não são técnica e economicamente viáveis e/ou reduzirama 
competitividade e/ou houve perda da economia de escala (art. 23, § 1º da Lei Federal nº 8.666/93). 
 
b) Fracionamento do Objeto: Objeto parcelado de forma indevida (fracionamento) na qual não 
houve correspondência, na licitação específica, que preservou a modalidade pertinente para a 
execução da totalidade do objeto (art. 23, § 2º da Lei Federal nº 8.666/93). 
 
c) Fracionamento do Objeto: Objeto parcelado de forma indevida (fracionamento), com fuga ao 
procedimento licitatório, mediante realização de dispensas de licitação (art. 3º; art. 22; art. 23, §§ 
1º e 2º; art. 23, caput da Lei Federal nº 8.666/93). 
 
d) Modalidade indevida de licitação: Objeto parcelado de forma indevida (fracionamento), com a 
adoção de modalidade de licitação diversa da legalmente prevista, considerando a totalidade do 
objeto e a soma das parcelas (art. 3º; art. 22 e art. 23, § 5º da Lei Federal nº 8.666/93). 
 
5. DOCUMENTOS PARA A INSTRUÇÃO PROCESSUAL 
 
a. Cópia de elementos da licitação: 
- Projeto Básico do Objeto na sua integralidade e/ou da parcela licitada; 
- Planilha de Orçamento do Objeto na sua integralidade e/ou da parcela licitada; 
- Instrumento convocatório (Edital ou convite) e seus anexos; 
 
6. NORMAS TÉCNICAS RELACIONADAS 
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