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O príncipe CAPÍTULO XVII DA CRUELDADE E DA PIEDADE; SE É MELHOR SER AMADO QUE TEMIDO, OU ANTES TEMIDO QUE AMADO. Maquiavel Biografia sobre o autor 01 Nicolau Maquiavel (1469-1527) foi um filósofo político, historiador, estadista e escritor italiano, autor da obra-prima "O Príncipe". Foi profundo conhecedor da política da época, estudou-a em suas diferentes obras. Viveu durante o governo de Lourenço de Médici. Realista e patriota definiu os meios para a unificação da Itália. O livro O Príncipe é o mais famoso de Nicolau Maquiavel e conta um verdadeiro tratado sobre política e sobre como governar. Também é um dos livros mais importantes da filosofia política. 01 03 02 04 Curiosidades sobre a obra O Príncipe foi publicado postumamente. Maquiavel o escreveu em 1513, mas só foi publicado em 1532, com a permissão do Papa Clemente VII. Embora a frase “os fins justificam os meios” seja atribuída a Maquiavel, ela não está presente no livro, nem em outros livros escritos por ele. Mas sim, a ideia do livro é a mesma da frase. O título do primeiro manuscrito foi “De principatibus” (O principado, em Latim), mas foi modificado pelos editores para O Príncipe. Por conta de alguns conteúdos do livro, o termo “maquiavélico” foi atribuído a algo negativo, manipulador, fingido e maligno. No entanto, Maquiavel não é maniqueísta e não separa o mundo entre o bom e o mau, mas sim entre circunstâncias e necessidades, entre a fortuna e a virtù. Características de O Príncipe 02 Conflito Principais ideias do livro Virtù Capacidade que o príncipe deve desenvolver para compreender, articular e manejar o jogo político Ideias Republicanas Príncipe de Maquiavel não é uma personagem absolutista, como tende a encarar o senso comum pelo nome que lhe é atribuído, mas, ao contrário do que se pensa, é uma proposta de uma nascente teoria republicana que qual explicita a necessidade de formação política com caráter público, acessível de modo autônomo e prático. Fortuna A fortuna pode ser compreendida como ocasião. Ter o momento certo para praticar tal feito. E também considerar um pouco com a sorte, que não está sujeita à manipulação. O príncipe governa um ambiente instável e dinâmico proveniente do conflito entre os atores políticos: o povo e os grandes. Transformação do pensamento político Maquiavel compreende que a política deve se tornar uma ciência autônoma e não mais depender da Igreja, Estado, tampouco ser respaldada pela Ética, como acontecia no período Medieval — Nicolau Maquiavel “Quero ir para o inferno, não para o céu. No inferno, gozarei da presença de papas, reis e príncipes. No céu, só terei por companhia mendigos, monges, eremitas e apóstolos”. 03 Resumo do CAPÍTULO XVII “Todo o príncipe deve desejar ser tido por piedoso e não por cruel. No entanto deve ter cuidado em não usar mal desta piedade. Entre todos os príncipes, o príncipe novo não pode libertar-se do nome de cruel, por se encontrarem os Estados novos cheios de perigos. Contudo, deve ser prudente no crer e no agir, não ter medo de si mesmo; deve proceder dum modo temperado, com prudência e humanidade; que a demasiada confiança não o faça incauto e a demasiada desconfiança o não torne intolerável. É muito mais seguro ser temido que amado. Os homens têm menor escrúpulo em ofender um que se faz amar, do que um que se faz temer, porque o amor está unido com o vínculo da obrigação o qual, por os homens serem maus, se parte na primeira ocasião em que surja o interesse, mas o temor é sustentado pelo medo do castigo o qual nunca se perde. Deve, todavia, o príncipe fazer-se temer de modo que, se não adquire amizade, evite ser odiado, porque pode muito bem ser ao mesmo tempo temido e não odiado. Mas quando um príncipe está com os exércitos e tem uma multidão de soldados sob o seu comando, então é de todo necessário que não se importe de passar por cruel; porque sem esta fama não se mantém um exército unido, nem disposto a qualquer feito. Amando os homens a seu bel prazer e temendo, pelo contrário, a bel prazer de quem os governa, deve o príncipe prudente basear-se no que é seu, não no que é dos outros; e deve apenas evitar o ódio, como se disse.” Na atualidade Nos dias de hoje, os governantes, de um modo geral, utilizam de táticas para ser amado, como o populismo ( ex: governo atual, populismo de Vargas- “pai dos pobres’), entretanto, pode-se dizer que faltam politicas para ser temido, afinal muitos governantes acabam perdendo o controle de seu povo no meio do processo, como Getúlio Vargas. É necessário uma conciliação entre ser amado e temido, afinal, governos autoritários e cruéis já não funcionam no século xx1, logo se faz essencial a junção dessas duas virtudes. Fontes bibliográficas: https://www.todoestudo.com.br/filosofia/o-principe-maquiavel https://livros01.livrosgratis.com.br/cv000052.pdf FIM