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SISTEMA DE ENSINO DIREITO DO TRABALHO Princípios do Direito do Trabalho Livro Eletrônico 2 de 61www.grancursosonline.com.br Princípios do Direito do Trabalho DIREITO DO TRABALHO Maria Rafaela Sumário Apresentação ................................................................................................................................... 3 Princípios do Direito do Trabalho ................................................................................................ 4 1. Núcleo Basilar de Princípios Especiais ................................................................................... 4 2. Princípio da Proteção ................................................................................................................. 5 3. Princípio da Norma mais Favorável ........................................................................................ 9 4. Princípio da Imperatividade das Normas Trabalhistas ..................................................... 11 5. Princípio da Indisponibilidade dos Direitos Trabalhistas ................................................. 11 6. Princípio da Condição mais Benéfica ....................................................................................12 7. Princípio da Inalterabilidade Contratual Lesiva ..................................................................13 8. Princípio da Intangibilidade Salarial .....................................................................................15 9. Princípio da Intangibilidade Contratual Objetiva ................................................................ 17 10. Princípio da Primazia da Realidade sobre a Forma ......................................................... 18 11. Princípio da Continuidade da Relação de Emprego ...........................................................19 12. Princípios Justrabalhistas Especiais Controvertidos, Princípio In Dubio pro Operario, Princípio do Maior Rendimento ................................................................................21 13. Renúncia e Transação no Direito do Trabalho ...................................................................21 14. Super-Revisão de Princípios Trabalhistas para a Melhor Síntese nas Provas ..........24 Resumo ............................................................................................................................................ 30 Mapas Mentais ...............................................................................................................................31 Questões de Concurso ................................................................................................................. 32 Gabarito ........................................................................................................................................... 58 Referências ..................................................................................................................................... 59 Anexo – Jurisprudência ................................................................................................................60 O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MANUELA KARINE GASPAR DE MIRANDA - 84623306291, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 3 de 61www.grancursosonline.com.br Princípios do Direito do Trabalho DIREITO DO TRABALHO Maria Rafaela ApresentAção Olá, querido(a) aluno(a)! Tudo bem contigo? Espero que você esteja estudando muito e aproveitando esses materiais que estou elabo- rando. Não é para desanimar jamais! Eu e a equipe do GRAN estamos aqui para turbinar seus estudos e você ser aprovado(a)! Meu nome é Maria Rafaela de Castro. Atualmente sou Juíza do Trabalho no TRT 7ª Região. Eu e todo a equipe do GRAN estamos aqui para te dar o máximo de dicas, teorias, exercí- cios, respondendo questões de provas anteriores e criando questões inéditas. Nesse ponto, esse material vai te ajudar a chegar à posse. No fim do nosso material, existe toda a jurisprudência atualizada sobre o tema exatamente para que você esteja apto para as provas. Então, teremos um conjunto de aulas para esgotar o seu edital de Direito do Trabalho, buscando sua sonhada aprovação. Espero que você goste do que vamos estudar e do material a seguir. Estou esperando as dúvidas no Fórum do Aluno! Preparado(a)? É para dizer SIM! SEMPRE! Maria Rafaela de Castro @mrafaela_castro O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MANUELA KARINE GASPAR DE MIRANDA - 84623306291, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 4 de 61www.grancursosonline.com.br Princípios do Direito do Trabalho DIREITO DO TRABALHO Maria Rafaela PRINCÍPIOS DO DIREITO DO TRABALHO 1. núcleo BAsilAr de princípios especiAis Os princípios são fontes jurídicas, previstas no artigo 8º da CLT. Possuem diversas finalida- des, tais como interpretativa e supletiva, ou podem informar determinada regra. Ou seja, são proposições fundamentais, sendo partes integrantes do sistema, da ciência jurídica, com muito destaque no Direito do Trabalho. Apesar de sua importância, não são axio- mas (ideias/valores/preceitos) absolutos e imutáveis. Os princípios atuam, muitas vezes, numa fase anterior à própria formação da norma jurídi- ca, daí porque alguns doutrinadores dizem que são fontes materiais do direito nesse momento, pois ajudam o legislador a elaborar a norma. Exemplo: princípio da proporcionalidade. Num segundo prisma, os princípios possuem uma matriz de interpretação jurídica, bem como aplicação no caso concreto. Você pode chamar de função descritiva. Também podem atuar na omissão da lei, funcionando como peças importantes na integra- ção do sistema. Então, aqui, temos uma função subsidiária. Ou, ainda, os princípios podem mesmo atuar de forma a tratar diretamente um caso con- creto, e, com isso, existe sua função normativa. Entre esses princípios que sintetizam norma, temos alguns princípios expressamente pre- vistos na CF/88, chamados princípios constitucionais do trabalho, os quais podemos citar: a) a dignidade da pessoa humana; b) princípio da valorização do trabalho e do emprego; c) prin- cípio da não discriminação; d) princípio da igualdade etc. Para o direito do trabalho, nos termos do artigo 8º da CLT, são aplicáveis como fontes tanto os princípios gerais como os princípios específicos do direito do trabalho. Em relação aos princípios gerais aplicados ao direito do trabalho, podemos citar, por exem- plo, o princípio da inalterabilidade contratual lesiva, lealdade e boa-fé como presunção inicial dos comportamentos humanos. Nesse caso, GODINHO (2019; 228-229) ressalta como princípios gerais utilizados no âmbi- to do direito do trabalho: a) lealdade e boa-fé; b) não alegação da própria torpeza; c) efeito lícito do exercício regular do próprio direito; d) vedação da prática de abuso de direito. Segundo o jurista Robert Alexy, os princípios estabelecem preceitos de otimização, en- quanto a regra normativa indica uma consequência jurídica a cada fato/situação. Para o direito do trabalho, os princípios representam valores fundamentais que constituem o núcleo do pró- prio sistema jurídico trabalhista. Isso, inclusive, foi enunciado de prova de concurso. Diante disso, vamos trabalhar com uma tabela para explicar melhor a situação: Funções dos Princípios Descritiva Interpretativa/Integrativa Normativa Os princípios atuam aqui ajudando na descrição da norma futura, servindo como espelho para o legislador. Por isso, que o princípio “descreve” o que deve ser feito. Na interpretação, existe uma lei e o prin- cípio auxilia na máxima utilização da norma.Na integração, ele age na ausên- cia de norma sobre o tema. Por isso que, nesse último, é uma função supletiva. O princípio se transforma efetivamente numa norma jurídica. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MANUELA KARINE GASPAR DE MIRANDA - 84623306291, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 5 de 61www.grancursosonline.com.br Princípios do Direito do Trabalho DIREITO DO TRABALHO Maria Rafaela Entre os princípios específicos do direito do trabalho, passaremos a analisar a partir de cada capítulo abaixo. 001. (TRT-8ª/TRT-8ª/JUIZ DO TRABALHO/2012) De acordo com a doutrina pátria, o princí- pio da norma mais favorável dispõe que, o operador do Direito do Trabalho, deve optar pela regra mais favorável ao obreiro em três dimensões distintas: no princípio orientador da ação legislativa, no princípio orientador do processo de hierarquização de normas trabalhistas e no princípio orientador do processo de revelação do sentido da regra trabalhista. São triplas as funções de qualquer dos princípios específicos do direito do trabalho, desde a sua construção, até mesmo em relação à aplicação e à interpretação pelo operador do direito. Isso serve para qualquer um dos princípios que forem mencionados. Certo. O PULO DO GATO A visão mais ampla do princípio da norma mais favorável entende que este atua em tríplice dimensão no direito do trabalho: informadora, interpretativa/normativa e hierarquizante 2. princípio dA proteção Antes de começar a tratar dos princípios específicos, vamos relembrar os pontos mais im- portantes dos princípios no direito do trabalho. Diante disso, veja: Princípios Funções Descritivas Normativas Subsidiária – interpretativa/integrativa Princípios Gerais de Direito Princípio da boa-fé Ex.: in dubio pro reo Princípio da vedação do abuso do direito Princípio da proteção Princípio do regular exercício do direito Princípio da primazia da realidade sobre a forma Evitar abuso de direito Não se pode beneficiar da sua própria torpeza Princípios Específicos de Direito O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MANUELA KARINE GASPAR DE MIRANDA - 84623306291, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 6 de 61www.grancursosonline.com.br Princípios do Direito do Trabalho DIREITO DO TRABALHO Maria Rafaela Esse princípio visa proteger a parte mais frágil/vulnerável da relação, buscando propiciar aqui uma situação de equilibrar a relação jurídica. Visa proteger os trabalhadores, daqui ema- nando uma série de princípios, principalmente relacionados com sua condição econômica e social mais fragilizada ou desfavorável. Esse princípio é responsável por justificar a existência do Direito do Trabalho, pois limitará as relações privadas, interferindo na autonomia da vontade. Destaca-se a posição clássica do uruguaio Américo Plá Rodriguez, referência no estudo de princípios e mencionado pela melhor doutrina. Ele aponta que o princípio da proteção é o carro-chefe. Inclusive, a observação desse jurista é cobrada em provas, pois afirma existirem três di- mensões do princípio da proteção. Na dúvida, em regras de direito material, favorece-se o trabalhador, daí porque se deve aplicar tanto a norma como a condição mais benéfica. Veja: Princípio da Proteção In dubio pro operario Princípio da norma mais favorável, com a ressalva da Reforma Trabalhista, em que o ACT prevalecerá sempre sobre a CCT Princípio da condição mais benéfica No direito do trabalho temos essa principiologia mais protetiva. Temos aqui uma evolução da aplicação dos direitos fundamentais. Você sabe que existem duas teorias para explicar os direitos fundamentais, surgindo agora uma terceira que se aplica ao direito do trabalho. É importante saber isso porque os direitos trabalhistas são sociais. Com base nisso, encai- xam-se no rol dos direitos fundamentais como está disposto na Constituição Federal de 1988. Na disciplina de direito constitucional, você estuda: a) verticalização dos direitos funda- mentais: relação do Estado com os indivíduos/sociedades na aplicação de direitos fundamen- tais; b) horizontalização dos direitos fundamentais: relação dos indivíduos entre si e a aplica- ção dos direitos fundamentais. Na verticalização, temos como exemplo, a situação em que o Estado age com o indivíduo e se limita nos direitos fundamentais. Exemplo: o Estado desapropria seu imóvel, mas precisa pagar uma indenização prévia e justa. Na horizontalização, é possível citar o exemplo da associação que vai expulsar o associa- do e, no entanto, para tais fins deverá usar o devido processo legal, permitindo que o associado possa desempenhar seu direito de defesa (indivíduo x indivíduo). O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MANUELA KARINE GASPAR DE MIRANDA - 84623306291, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 7 de 61www.grancursosonline.com.br Princípios do Direito do Trabalho DIREITO DO TRABALHO Maria Rafaela No âmbito da classificação dos direitos do trabalho, tem-se a teoria da diagonalização dos direitos fundamentais. Essa teoria busca aplicar os direitos fundamentais, mas não de forma plana como na horizontalização em que as partes estariam, em tese, em situações sociais e econômicas iguais. Tanto no direito do trabalho quanto no direito do consumidor temos uma situação em que uma das partes é mais vulnerável, em situação mais desfavorável economicamente. Isso im- plica uma reanálise da atuação dos direitos fundamentais. Por isso, foi desenvolvida tanto para o âmbito do direito do consumidor quanto para o direi- to do trabalho a TEORIA EFICÁCIA DIAGONAL dos direitos fundamentais. Isso ocorreu pela própria característica do direito do trabalho, nesse viés mais protecionis- ta e social. Sendo assim, o Tribunal Superior do Trabalho vem utilizando essa teoria diagonal. Há uma relação desigual, muitas vezes, nas relações trabalhistas. Por exemplo: imagine-se um operário no âmbito de uma empresa multinacional. Porém, isso não é uma situação generalizada. Podemos ter situações trabalhistas em que as partes estão economicamente quase na mesma situação, não havendo uma disparidade tão acentu- ada, como a doméstica e uma família de classe média. Porém, essa aplicação diagonal busca aproximar melhor da justiça aquela parte da rela- ção que está em situação desfavorável. Mais um exemplo: a inversão do ônus da prova no processo do trabalho, ou entender que a lei do doméstico deve ser interpretada de forma mais favorável ao doméstico etc. A aplicação diagonal dos direitos fundamentais surge exatamente como uma característi- ca do direito do trabalho que tem esse viés social mais acentuado. Essa visão social tem essa amplitude quando se supera a dificuldade principal, aumentan- do a proteção gradativamente da parte mais frágil. É o caso do consumidor e do trabalhador, por exemplo. Nesse ponto, é importante que você vá para as próximas provas sabendo que o Tribunal Superior do Trabalho entende ser possível aplicar essa teoria no direito e processo do trabalho. Com isso, você captou a essência do direito do trabalho e suas principais características. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MANUELA KARINE GASPAR DE MIRANDA - 84623306291, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.brhttps://www.grancursosonline.com.br 8 de 61www.grancursosonline.com.br Princípios do Direito do Trabalho DIREITO DO TRABALHO Maria Rafaela Veja a tabela que construí para você fixar melhor: Verticalização dos direitos fundamentais Horizontalização dos direitos fundamentais Diagonalização dos direitos fundamentais Aqui vemos com muita fre- quência no direito público, por exemplo, Direito Admi- nistrativo. O Estado possui sua supremacia, mas deve obediência aos direitos fun- damentais. Gosto muito do exemplo da desapropriação. O Estado pode desapro- priar, mas tem que indenizar previamente. Ocorre uma aplicação dos direitos fun- damentais quando os indiví- duos estão abaixo do Estado. Aqui vemos com muita frequ- ência no direito privado, por exemplo, Direito Civil. Todos são livres para se associarem. No entanto, quando uma as- sociação, por exemplo decide expulsar um associado deve também aplicar os direitos fundamentais, como o devi- do processo legal. Esse caso, inclusive, foi o decidido pelo Supremo Tribunal Federal que decidiu que também se aplicam direitos fundamen- tais nas relações privadas. Aqui vemos com muita frequ- ência no direito “social”, por exemplo, Direito do Traba- lho e Direito do Consumidor. Apesar de ser uma relação privada, existe uma parte inevitavelmente “mais fraca” na relação. Chamamos de hipossuficiente. Sendo uma relação privada, as normas tendem a permitir uma “dia- gonalização” naquela linha que antes era só horizontal para que as partes possam estar em igualdade/simetria e assim termos uma aplicação justa dos direitos fundamen- tais. Exemplo: a possibilidade de inversão do ônus da prova. RECAPITULANDO: Quando se trata de direitos fundamentais, existem teorias sobre sua aplicação: teoria da horizontalização, verticalização e diagonalização. As duas primeiras são conhecidas, tratando-se da relação Estado e indivíduo e entre os indivíduos. A diagonalização surge exatamente quando uma das partes está em situação desfavorável econômica, jurídica ou socialmente e é preciso equilibrar as forças. Com isso, existe a diagonalização. O TST já adotou essa tese. Você precisa relembrar o que já falei acerca da eficácia diagonal dos direitos fundamentais, pois tem tudo a ver com o princípio da proteção. Fica esperto neste pulo do gato: O PULO DO GATO Quando se trata de direitos fundamentais, existem teorias sobre sua aplicação: teoria da ho- rizontalização, verticalização e diagonalização. As duas primeiras são conhecidas, tratando- -se da relação Estado e indivíduo e entre os indivíduos. A diagonalização surge exatamente quando uma das partes está em situação desfavorável econômica, jurídica ou socialmente e é preciso equilibrar as forças. Com isso, existe a diagonalização. O TST já adotou essa tese. Isso em nome de preservar o princípio da proteção. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MANUELA KARINE GASPAR DE MIRANDA - 84623306291, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 9 de 61www.grancursosonline.com.br Princípios do Direito do Trabalho DIREITO DO TRABALHO Maria Rafaela Em suma, seria o princípio da proteção inspirador para os demais. Destaque-se que estou falando de uma norma de direito material. Ou seja, quando trato de direitos do trabalho. Isso não atinge aspectos processuais. Lá não se aplica esse princípio. Muito cuidado! 002. (FCC/PGE-RO/PROCURADOR DO ESTADO/2011) O princípio protetor é representado pela tríplice vertente: in dubio pro societate, a aplicação da norma mais favorável e a condição mais benéfica. Destaca-se a posição clássica do uruguaio Américo Plá Rodriguez, referência no estudo de princípios e mencionado pela melhor doutrina. Ele aponta que o princípio da proteção é o carro- chefe. Inclusive, a observação desse jurista é cobrada em provas, pois afirma existirem três dimensões do princípio da proteção. Na dúvida, em regras de direito material, favorece-se o trabalhador, daí porque se deve aplicar tanto a norma como a condição mais benéfica. Trata-se: in dubio pro operario, aplicação da norma mais benéfica, aplicação da condição mais benéfica. In dubio pro societate é a favor da sociedade, que não se encaixa na proteção do trabalhador. Errado. 3. princípio dA normA mAis FAvorável Esse princípio norteia o direito do trabalho em três grandes níveis: 1) quando forem ela- borar a norma, devem observar, entre as condições possíveis, a mais favorável para o traba- lhador; 2) quando duas ou mais regras concorrerem, devem levar em consideração a norma mais favorável ao trabalhador; 3) quando for interpretar determinada norma, tem que levar em consideração aquela que for mais favorável ao trabalhador. Por isso que existe tanta crítica e tanta alegação de inconstitucionalidade da Reforma Tra- balhista no Brasil e das Medidas Provisórias n. 927 e 936, durante a pandemia da COVID-19. Porém, essas alegações e críticas não são cobradas nas provas objetivas. GODINHO (2019; 235) menciona: Como critério de hierarquia, permite eleger como regra prevalecente, em uma dada situação do conflito de regras, aquela que for mais favorável ao trabalhador, observados certos procedimentos objetivos orientadores, evidentemente (…) Como princípio da interpretação do Direito, permite a es- colha da interpretação mais favorável ao trabalhador, caso antepostas ao intérprete duas ou mais consistentes alternativas de interpretação em face de uma regra jurídica enfocada. Assim, na criação, na aplicação e na integração das normas trabalhistas, esses aspectos devem ser levados em consideração em torno do princípio da norma mais favorável. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MANUELA KARINE GASPAR DE MIRANDA - 84623306291, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 10 de 61www.grancursosonline.com.br Princípios do Direito do Trabalho DIREITO DO TRABALHO Maria Rafaela 003. (FCC/PGE-RO/PROCURADOR DO ESTADO/2011) O princípio da aplicação da norma mais favorável aplica-se da seguinte forma: havendo normas válidas incidentes sobre a rela- ção de emprego, deve-se aplicar aquela mais benéfica ao trabalhador. Uma das premissas do princípio é exatamente ter esse viés de, na interpretação, usar a norma mais favorável ao trabalhador, como uma extensão do princípio da proteção. Certo. Ainda cabem duas informações importantes sobre esse princípio já vistas nas au- las passadas: • O Brasil, após a Reforma Trabalhista, considera que o ACORDO COLETIVO prevalece- rá sempre sobre a CONVENÇÃO COLETIVA DE TRABALHO, apesar de, em determinado caso, trazer uma situação menos favorável. Por isso que muito se questiona sobre sua constitucionalidade. Porém, na prova objetiva, marcar como correta a premissa da Re- forma Trabalhista, no artigo 620 da CLT; • No Brasil, adota-se, como regra, a teoria do conglobamento. Vamos lembrar de conglo- bamento e acumulação? Conglobamento Acumulação Verifica no conjunto de provas aquilo que for mais favorável ao trabalhador. Nesse caso, o trabalhador analisa no globo (conglobamento) aquilo que for mais interessante e aplica a norma na sua integralidade. Aqui não existe fracionamento das normas. Ex: norma A ou norma B. BRASIL ADOTA COMO REGRA. Tem um sinônimo: teoria da atomização. Escolhe o que for mais favorável de cada espécie normativa, criando uma espécie de 3ª norma só com os direitos vantajosos, aplican- do-os na prática trabalhista. Existe fracionamento das normas. Ex.: norma A e norma B – junta todas as vanta- gens em cada uma delas. O PULO DO GATO O Brasil adota o princípio da norma mais favorável. Ocorre que o sistema jurídico adota ateoria do conglobamento e, ainda, deve-se marcar na prova a literalidade do dispositivo da CLT, em que: Art. 620. As condições estabelecidas em acordo coletivo de trabalho sempre prevalecerão sobre as estipuladas em convenção coletiva de trabalho. 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Com isso, as regras jurídicas que possuem a tutela de proteção do Estado aos direitos mí- nimos merecem ser protegidos sob o manto da imperatividade, ou seja, tornam-se de natureza obrigatória. Algumas matérias sequer podem ser negociadas por acordo ou convenção coletiva, como questões de saúde pública, bem como da assinatura do contrato de trabalho. Assim, deve-se ficar atento a normas que representam o patamar civilizatório mínimo, como vimos no artigo 7º da CF/88, não podendo haver negociação em sentido contrário. Por exemplo: anotação da CTPS é direito indisponível absoluto. Logo, não podem as partes “combinarem” de ter uma relação de emprego sem anotação na CTPS. Geralmente, em salas de audiência, o empregador fala: “mas ele não queria que eu assinas- se a CTPS”. Isso não prospera pelo caráter imperativo das normas trabalhistas. 5. princípio dA indisponiBilidAde dos direitos trABAlhistAs Pode-se dizer que ele é uma decorrência do princípio da imperatividade. Isso porque a dou- trina faz uma divisão dos direitos de indisponibilidade absoluta ou relativa. É por isso que esse princípio também é conhecido como da irrenunciabilidade dos direitos trabalhistas. Esse nome é criticado, pois há direitos que são passíveis de renúncia ou passíveis de tran- sação, como está no artigo 472, § 2º, da CLT: Nos contratos por prazo determinado, o tempo de afastamento, se assim acordarem as partes inte- ressadas, não será computado na contagem do prazo para a respectiva terminação. Nesse ponto, esse princípio traz à tona a regra muito importante que é a indisponibilidade dos direitos trabalhistas. É muito apropriada a expressão de GODINHO (2019; 253): Absoluta será a indisponibilidade, do ponto de vista do Direito Individual do Trabalho, quando o direi- to enfocado merecer uma tutela de nível de interesse público, por traduzir um patamar civilizatório mínimo firmado pela sociedade política em dado momento histórico. É o que ocorre, como já apon- tado, ilustrativamente, com o direito à assinatura da CTPS, ao salário mínimo, à incidência das nor- mas de proteção à saúde e segurança do trabalhador. (…) Relativa será a indisponibilidade, do ponto de vista do Direito Individual do Trabalho, quando o direito enfocado traduzir interesse individual ou bilateral simples, que não caracterize um padrão civilizatório geral mínimo firmado pela sociedade política em dado momento histórico. É o que se passa, ilustrativamente, com a modalidade de salá- rio paga ao empregado ao longo da relação de emprego (…). 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É exatamente isso. Veja que a banca deixou claro que, em tese, os direitos trabalhistas são irrenunciáveis. Veja que a banca também afirmou “em grande parte”, deixando evidente que existem direitos renunciáveis. Logo, passíveis de transação. Você pode analisar com muita cautela isso nos artigos 611-A e 611-B da CLT. Certo. 6. princípio dA condição mAis BenéFicA Esse princípio é interessante e diferente da norma mais benéfica pelo seguinte: enquanto o princípio da norma mais benéfica significa aplicar a regra jurídica mais favorável ao trabalha- dor, o da condição mais benéfica, significa que o direito mais benéfico se aplica ao trabalhador. Posso ilustrar com o seguinte: a CLT possui normas mais favoráveis que a CF/1988. Então, pelo princípio da aplicação da norma mais benéfica, irei usar a CLT. No entanto, se existe a previsão de um direito mais benéfico no ACT ele prevalece, pois traz uma condição mais favorável, ou seja, a cláusula contratual mais vantajosa. Ou seja, nesse princípio não se trata de analisar a norma mais benéfica, mas sim a condi- ção de cláusula contratual mais benéfica/favorável ao trabalhador. Nesse ponto, registra-se a Súmula 51 do TST, recorrente nas provas: NORMA REGULAMENTAR. VANTAGENS E OPÇÃO PELO NOVO REGULAMENTO. ART. 468 DA CLT I – As cláusulas regulamentares, que revoguem ou alterem vantagens deferidas ante- riormente, só atingirão os trabalhadores admitidos após a revogação ou alteração do regulamento. II – Havendo a coexistência de dois regulamentos da empresa, a opção do empregado por um deles tem efeito jurídico de renúncia às regras do sistema do outro. 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Certo. 7. princípio dA inAlterABilidAde contrAtuAl lesivA Significa que as alterações contratuais da relação de emprego não podem ser alteradas unilateralmente pelo empregador para fins de piorar a situação jurídica do trabalhador. Existe influência do Direito Civil. Como consequência: é possível a alteração contratual unilateral do empregador para fins de melhora da condição. Exemplo: Exemplo: Emiliana trabalha em ambiente insalubre. Se o empregador deixar de mantê-la no setor insalubre, muito embora ela perca o valor do percentual, sua situação será melhor para ela, pois haverá uma situação mais benéfica para a sua saúde e condição física. Mesmo raciocínio serve para situações de periculosidade,adicional noturno, habitualidade de horas extras etc. Na essência desse princípio, temos a regra de que, nos contratos individuais de trabalho, só é lícita a alteração das respectivas condições por mútuo consentimento, e ainda assim desde que não resultem, direta ou indiretamente, prejuízos ao empregado, sob pena de nulidade da cláusula infringente desta garantia. Destaco três dispositivos importantes da CLT para seu conhecimento: Art. 444. As relações contratuais de trabalho podem ser objeto de livre estipulação das partes inte- ressadas em tudo quanto não contravenha às disposições de proteção ao trabalho, aos contratos coletivos que lhes sejam aplicáveis e às decisões das autoridades competentes. Parágrafo único. A livre estipulação a que se refere o caput deste artigo aplica-se às hipóteses previstas no art. 611-A desta Consolidação, com a mesma eficácia legal e preponderância sobre os instrumentos coletivos, no caso de empregado portador de diploma de nível superior e que perceba salário mensal igual ou superior a duas vezes o limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MANUELA KARINE GASPAR DE MIRANDA - 84623306291, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 14 de 61www.grancursosonline.com.br Princípios do Direito do Trabalho DIREITO DO TRABALHO Maria Rafaela Art. 468. Nos contratos individuais de trabalho só é lícita a alteração das respectivas condições por mútuo consentimento, e ainda assim desde que não resultem, direta ou indiretamente, prejuízos ao empregado, sob pena de nulidade da cláusula infringente desta garantia. § 1º Não se considera alteração unilateral a determinação do empregador para que o respectivo empregado reverta ao cargo efetivo, anteriormente ocupado, deixando o exercício de função de confiança. § 2º A alteração de que trata o § 1º deste artigo, com ou sem justo motivo, não assegura ao empre- gado o direito à manutenção do pagamento da gratificação correspondente, que não será incorpo- rada, independentemente do tempo de exercício da respectiva função. Art. 469. Ao empregador é vedado transferir o empregado, sem a sua anuência, para localidade diversa da que resultar do contrato, não se considerando transferência a que não acarretar necessa- riamente a mudança do seu domicílio. § 1º Não estão compreendidos na proibição deste artigo: os empregados que exerçam cargo de confiança e aqueles cujos contratos tenham como condição, implícita ou explícita, a transferência, quando esta decorra de real necessidade de serviço. § 2º É licita a transferência quando ocorrer extinção do estabelecimento em que trabalhar o empre- gado. § 3º Em caso de necessidade de serviço o empregador poderá transferir o empregado para locali- dade diversa da que resultar do contrato, não obstante as restrições do artigo anterior, mas, nesse caso, ficará obrigado a um pagamento suplementar, nunca inferior a 25% (vinte e cinco por cento) dos salários que o empregado percebia naquela localidade, enquanto durar essa situação. Esse princípio traz à tona a característica de ALTERIDADE do empregador, na medida em que o empregador assume os riscos do sucesso ou do fracasso do empreendimento, não po- dendo transferir ao empregado os problemas do seu empreendimento. Toda alteração contratual lesiva ao trabalhador, como, por exemplo, possibilidade de re- dução de salários, deve ocorrer mediante negociação coletiva (ACT ou CCT), destacando-se o que já se estudou do artigo 7º, VI, da CF/1988. Observe-se que os princípios não têm natureza absoluta, admitindo ressalvas/exceções, como ocorre no artigo 503 da CLT, por exemplo. Assim, tem como exceções a esse princípio: possibilidade de arbitragem individual, contrato de adesão para a rescisão do contrato de tra- balho etc. Ao mesmo tempo em que se permite a negociação coletiva, há limites também para estes fins. O PULO DO GATO Os princípios específicos do direito do trabalho são relativos, podendo ocorrer exceções às regras. Logo, nenhum princípio não tem natureza absoluta. Essa ideia não foi afastada pela Reforma Trabalhista. O princípio da inalterabilidade só se refere à impossibilidade de alteração unilateral das regras maléficas. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MANUELA KARINE GASPAR DE MIRANDA - 84623306291, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 15 de 61www.grancursosonline.com.br Princípios do Direito do Trabalho DIREITO DO TRABALHO Maria Rafaela 006. (FCC/TRT-11ª/JUIZ DO TRABALHO/2012) O princípio da autonomia privada coletiva autoriza a negociação coletiva quanto a direitos dos trabalhadores, exceto quanto à redu- ção salarial. A autonomia coletiva é exatamente a negociação coletiva. Analisando o artigo 7º, VI, da CF/1988, é possível a negociação coletiva para fins de redução do salário, nos termos do artigo 611-B da CLT. Sendo assim, é exatamente o contrário do que consta na premissa. Errado. 8. princípio dA intAngiBilidAde sAlAriAl Esse princípio segue o raciocínio do que falamos anteriormente, pois aqui se trata da pro- teção salarial, assegurando o valor, pela natureza alimentar. É um princípio concernente ao direito do trabalho, segundo o qual a verba salarial merece garantias diversificadas da ordem jurídica, de modo a assegurar seu valor, montante e disponi- bilidade em benefício do empregado Sobre essa natureza alimentar, destaco a posição muito interessante de GODINHO (2019; 243): A noção de natureza alimentar é simbólica, claro. Ela parte do suposto – socialmente correto, em regra – de que a pessoa física que vive fundamentalmente de seu trabalho empregatício proverá suas necessidades básicas do indivíduo e de membro de uma comunidade familiar (alimentação, moradia, educação, saúde, transporte etc.) com o ganho advindo desse trabalho: seu salário. A es- sencialidade dos bens a que se destinam o salário do empregado, por suposto, é que induz à criação de garantias fortes e diversificadas em torno da figura econômico – jurídica (…) mas é o salário, sem dúvida, a mais relevante contrapartida econômica pelo trabalho empregatício. Desse princípio surgem consequências, como, por exemplo, a garantia do valor do salário, garantia contra mudanças normativas prejudiciais ao valor do salário etc. Veja como as pro- vas cobram: 007. (FCC/TRT-11ª/JUIZ DO TRABALHO/2012) Considerando-se a doutrina, a legislação e o entendimento sumulado pelo TST, em relação aos princípios que orientam o Direito do Traba- lho no Brasil, o princípio da intangibilidade salarial admite exceções somente quando houver autorização expressa do trabalhador. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MANUELA KARINE GASPAR DE MIRANDA - 84623306291, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 16 de 61www.grancursosonline.com.br Princípios do Direito do Trabalho DIREITO DO TRABALHO Maria Rafaela Nesse caso, está equivocada a alternativa, nos termos do artigo 7º, VI, da CF/1988, em que se destaca que a possibilidade de redução de salários somente ocorre por negociação coletiva – ACT ou CCT. Errado. Importante destacar aqui a questão da impenhorabilidade do salário. Isso porque temos reflexões jurisprudenciais sobre o tema: verba trabalhista aplicada é impenhorável até 40 salá- rios mínimos. Os valores recebidos em rescisão trabalhista são impenhoráveis para efeitos de execução até o limite de 40 salários-mínimos Há entendimentodo STJ sobre a matéria: Ocorre que o novo Código de Processo Civil, em seu art. 833, deu à matéria tratamento um tanto diferente em relação ao Código anterior, no art. 649, substituindo no caput a expressão ‘absolutamente impenhoráveis’ pela palavra ‘impenhoráveis’, dando, assim, margem à mitigação da regra pelo intérprete, ao considerar o caso concreto.” (AgInt no AREsp 1.336.881/DF, Rel. Ministro Raul Araújo, Quarta Turma, julgado em 23/04/2019, DJe 27/05/2019) Diante disso, veja a relatividade dos princípios trabalhistas. Por fim, veja dispositivo impor- tante da CLT acerca dos princípios: Art. 462. Ao empregador é vedado efetuar qualquer desconto nos salários do empregado, salvo quando este resultar de adiantamentos, de dispositivos de lei ou de contrato coletivo.§ 1º - Em caso de dano causado pelo empregado, o desconto será lícito, desde de que esta possibilidade tenha sido acordada ou na ocorrência de dolo do empregado. Além disso, deve-se destacar a nova visão do artigo 468 da CLT, principalmente porque quem recebia gratificação por muito tempo, como, por exemplo, 10 anos, fazia uso da ideia de estabilidade financeira, não podendo ser suprimida. A Reforma Trabalhista fez essa alteração. Fique atento ao dispositivo abaixo, pois já é cobrado nas provas: Art. 468. Nos contratos individuais de trabalho só é lícita a alteração das respectivas condições por mútuo consentimento, e ainda assim desde que não resultem, direta ou indiretamente, prejuízos ao empregado, sob pena de nulidade da cláusula infringente desta garantia. § 1º Não se considera alteração unilateral a determinação do empregador para que o respectivo empregado reverta ao cargo efetivo, anteriormente ocupado, deixando o exercício de função de confiança. § 2º A alteração de que trata o § 1º deste artigo, com ou sem justo motivo, não assegura ao empre- gado o direito à manutenção do pagamento da gratificação correspondente, que não será incorpo- rada, independentemente do tempo de exercício da respectiva função. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MANUELA KARINE GASPAR DE MIRANDA - 84623306291, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 17 de 61www.grancursosonline.com.br Princípios do Direito do Trabalho DIREITO DO TRABALHO Maria Rafaela 9. princípio dA intAngiBilidAde contrAtuAl oBjetivA Esse princípio decorre da própria noção do princípio da inalterabilidade contratual lesiva. Ele faz menção agora às regras objetivas do contrato, na medida em que não podem mo- dificar as normas de forma unilateral em prejuízo do trabalhador, parte mais vulnerável da relação jurídica. Isso aqui é importante, principalmente com a mudança do empregador e a ideia de suces- são trabalhista. Nesse ponto, destacam-se os seguintes artigos da CLT, que são recorrentes nas provas: Art. 9º Serão nulos de pleno direito os atos praticados com o objetivo de desvirtuar, impedir ou frau- dar a aplicação dos preceitos contidos na presente Consolidação. Art. 10. Qualquer alteração na estrutura jurídica da empresa não afetará os direitos adquiridos por seus empregados. Art. 448. A mudança na propriedade ou na estrutura jurídica da empresa não afetará os contratos de trabalho dos respectivos empregados. Art. 448-A. Caracterizada a sucessão empresarial ou de empregadores prevista nos arts. 10 e 448 desta Consolidação, as obrigações trabalhistas, inclusive as contraídas à época em que os empre- gados trabalhavam para a empresa sucedida, são de responsabilidade do sucessor. Parágrafo único. A empresa sucedida responderá solidariamente com a sucessora quando ficar comprovada fraude na transferência. Art. 449. Os direitos oriundos da existência do contrato de trabalho subsistirão em caso de falência, concordata ou dissolução da empresa. § 1º Na falência constituirão créditos privilegiados a totalidade dos salários devidos ao empregado e a totalidade das indenizações a que tiver direito. Pelos dispositivos acima transcritos fica evidente que o conteúdo do contrato, objetiva- mente considerado, não pode ser alterado em desfavor do reclamante, apesar da alteração da situação das partes envolvidas. A mudança do empregador não altera a relação trabalhista. Lembre-se de que a pessoali- dade só existe para a pessoa do empregado. No caso do empregador, essa pessoalidade não subsiste. Exatamente porque é um reflexo da relação de emprego entre as partes. Veja como é cobrado nas provas: 008. (FCC/TRT-11ª/JUIZ DO TRABALHO/2012) O conteúdo do contrato de emprego, de acor- do com o princípio da intangibilidade contratual objetiva, poderia ser modificado, caso ocorres- se efetiva mudança no plano do sujeito empresarial. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MANUELA KARINE GASPAR DE MIRANDA - 84623306291, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 18 de 61www.grancursosonline.com.br Princípios do Direito do Trabalho DIREITO DO TRABALHO Maria Rafaela A premissa está equivocada, desvirtuando o princípio que estamos estudando. Além disso, não altera em nada a relação de emprego, mesmo que altere a figura do empregador, como ocorre com a sucessão trabalhista. Nesse ponto, destaque-se na CLT: Art. 448. A mudança na propriedade ou na estrutura jurídica da empresa não afetará os contratos de trabalho dos respectivos empregados. Errado. 10. princípio dA primAziA dA reAlidAde soBre A FormA Um dos princípios mais invocados nas questões de prova e na prática jurídica. Significa que os fatos podem ter validade maior que os documentos. Preste atenção! Não significa que a prova documental não é aproveitada ou considerada pelo juiz, mas sim que o juiz analisará muito mais o conteúdo que a forma. Então, por exemplo, se Berenice assina um contrato de prestação de serviços, mas con- segue demonstrar que realmente existe uma relação de emprego, prevalece a sua tese. Isso porque a realidade é mais importante que a formalidade. O importante e mais relevante é o conteúdo, pois se busca a verdade real, e não, simples- mente, a verdade formal. É uma decorrência do princípio da proteção. Também é conhecido como princípio realidade. Nesse ponto, GODINHO (2019; 244) ressalta: No Direito do Trabalho, deve-se pesquisar, preferentemente, a prática concreta efetivada ao longo da prestação de serviços, independentemente da vontade eventualmente manifestada pelas partes na respectiva relação jurídica. A prática habitual – na qualidade de uso – altera o contrato pactuado, gerando direitos e obrigações novos às partes contratantes (respeitada a fronteira da inalterabilida- de contratual lesiva). 009. (FCC/TRT-11ª/JUIZ DO TRABALHO/2012) O Juiz do Trabalho pode privilegiar a situa- ção de fato, devidamente comprovada, em detrimento dos documentos ou do rótulo conferido à relação de direito material, em razão do princípio da primazia da realidade sobre a forma. Exatamente a aplicação do princípio da primazia da realidade sobre a forma. Nesse ponto, o juiz pode ultrapassar a ideia de rótulos formais em nome da real essência da relação jurídica. A premissa é o conceito do princípio da primazia da realidade sobre a forma. Certo. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MANUELA KARINE GASPAR DE MIRANDA - 84623306291, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 19 de 61www.grancursosonline.com.br Princípios do Direito do Trabalho DIREITO DO TRABALHO Maria Rafaela O conteúdo do contrato é mais relevante. Tudo em nomede se encontrar a verdade real, a principal essência da relação. Nesse ponto, até mesmo as anotações na CTPS possuem presunção relativa (juris tantum), conforme súmula do TST: Súmula n. 12 do TST CARTEIRA PROFISSIONAL (mantida) As anotações apostas pelo empregador na carteira profissional do empregado não geram presunção juris et de jure”, mas apenas juris tantum”. Logo, se na CTPS existe a anotação de um salário mínimo, mas na prática, ele recebe “sa- lário por fora”, se o empregado consegue provar, por exemplo, que eram pagos valores a mais, ora, nesse ponto, prevalece o salário por fora. Por exemplo, o empregado junta os extratos de transferência bancária em que recebia os valores. Por fim, observe-se o que consta no site do TST exatamente sobre esse princípio que sintetiza: O chamado Princípio da Primazia da Realidade define que em uma relação de trabalho o que real- mente importa são os fatos que ocorrem, mesmo que algum documento formalmente indique o contrário. Assim, vale mais a realidade, do que o que está formalizado no contrato. Por exemplo: caso o empregador pague ao empregado um valor diferente do registrado na carteira, ou o colaborador assine o ponto em horário contrário ao da jornada de trabalho. Essas situações demostram que a realidade é diferente do que foi pactuado no contrato. A incidência do Princípio da Primazia da Realidade pode ser observada no artigo 442 da Conso- lidação das Leis do Trabalho que estabelece “contrato individual de trabalho é o acordo tácito ou expresso, correspondente à relação de emprego”. O artigo 456 da CLT também expressa a teoria, ao prever que a “prova do contrato individual do trabalho será feita pelas anotações constantes da carteira profissional ou por instrumento escrito e suprida por todo os meios permitidos em direito”. O PULO DO GATO Pelo princípio da continuidade da relação de emprego, o contrato de trabalho é firmado por tempo indeterminado, ou seja, não há prazo previamente fixado para seu fim. Assim, a obri- gação de provar a ruptura do contrato de trabalho é do empregador. Em respeito ao princípio da primazia da realidade, o trabalho exercido de fato se sobrepõe às disposições contratu- ais escritas. Além disso, deve-se buscar a real intenção das partes no momento de firmar o contrato, seja verbal ou escrito. 11. princípio dA continuidAde dA relAção de emprego Pela natureza alimentícia dos salários, entende-se que, em regra, o trabalhador precisa manter a relação de emprego para manter seu sustento. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MANUELA KARINE GASPAR DE MIRANDA - 84623306291, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 20 de 61www.grancursosonline.com.br Princípios do Direito do Trabalho DIREITO DO TRABALHO Maria Rafaela Com isso, a regra é que o trabalhador foi dispensado sem justa causa. No caso de dúvi- das ou insuficiência probatória (de provas) do empregador, presume-se que a dispensa foi sem justa causa. Também na dúvida se o contrato é por prazo determinado ou indeterminado, entende-se que é indeterminado, justamente pela concepção de que o vínculo de trabalho deveria ser permanente para manter o sustento. Por isso, que o legislador exige formalidades do contrato por prazo determinado, por exemplo, contrato de experiência, os contratos a termo etc. Diante disso, não estando for- malizados os contratos por prazo determinado, entende-se que o contrato é POR PRAZO INDETERMINADO. Nesse ponto, tem-se claramente que a relação de emprego se constitui apesar da mu- dança do empregador, tal como ocorre na sucessão trabalhista, conforme os artigos 10 e 448 da CLT. GODINHO (2019; 245) menciona: Informa tal princípio que é de interesse do Direito do Trabalho a permanência do vínculo emprega- tício, com a integração do trabalhador na estrutura e dinâmica empresariais. Apenas mediante tal permanência e integração é que a ordem justrabalhista poderia cumprir satisfatoriamente o obje- tivo teleológico do Direito do Trabalho, de assegurar as melhores condições, sob a ótica obreira, de pactuação e gerenciamento da força de trabalho em determinada sociedade. Existem outras modalidades de fim da ruptura contratual, porém, por esse princípio, na dúvida, presume-se a continuidade da relação de emprego. As outras modalidades que estudaremos nas próximas aulas são: pedido de demissão, dispensa por justa causa, por culpa recíproca, força maior, extinção da empresa etc. Nesse azo, é ônus do empregador provar a justa causa de um trabalhador ou que ele pe- diu demissão. Na parte processual, esse princípio tem grande destaque. Há sempre a ideia de continuidade da relação de emprego. Com isso, também há presun- ções favoráveis ao trabalhador, dos quais destaca-se: SÚMULA N. 212 - DESPEDIMENTO. ÔNUS DA PROVA O ônus de provar o término do contrato de trabalho, quando negados a prestação de ser- viço e o despedimento, é do empregador, pois o princípio da continuidade da relação de emprego constitui presunção favorável ao empregado. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MANUELA KARINE GASPAR DE MIRANDA - 84623306291, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 21 de 61www.grancursosonline.com.br Princípios do Direito do Trabalho DIREITO DO TRABALHO Maria Rafaela Veja o mapa mental: Princípio da Continuidade da Relação de Emprego Natureza alimentar dos salários Pedido de demissão tem que ser provado pelo empregador Em regra: o contrato por prazo indeterminado Justa causa tem que ser provada pelo empregador Presunção relativa das anotações da CTPS Exceção: contrato por prazo determinado que deve ser FORMAL SEMPRE Em regra: dispensa sem justa causa 12. princípios justrABAlhistAs especiAis controvertidos, princípio In DubIo pro operarIo, princípio do mAior rendimento Alguns princípios são questionados no âmbito do direito do trabalho. Destacam-se dois que são recorrentes nas provas de concurso e é por isso que separei um capítulo específico. Princípio in dubio pro operario: aqui temos um princípio que favorece a parte mais vulnerá- vel, in dubio pro misero. Porém, isso é apenas um aspecto material. Não vale para fins processuais. Deve-se optar pela norma ou condição mais favorável ao trabalhador na situação de interpretar qual norma será aplicada. Princípio do maior rendimento: aqui se tem a concepção de que o trabalhador gasta suas energias com a força produtiva do seu empregador. Existe uma vertente do princípio da lealdade e da boa-fé. Também leva em consideração o poder diretivo do empregador e seu poder disciplinar, observando a boa-fé do empregado na condução dos seus trabalhos. 13. renúnciA e trAnsAção no direito do trABAlho Os direitos trabalhistas podem ser renunciados e transacionados? Para tais fins, é preciso estabelecer duas grandes premissas: • os direitos trabalhistas podem ter indisponibilidade absoluta e relativa; • existem dois institutos relacionados com a renúncia e a transação. Para fins de estudar essas perguntas, é possível analisar a CLT, do qual destaco, adaptando na tabela abaixo (artigos 611-A e 611-B): O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MANUELA KARINE GASPAR DE MIRANDA - 84623306291, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 22 de 61www.grancursosonline.com.br Princípios do Direito do Trabalho DIREITO DO TRABALHO Maria Rafaela Artigo 611-A Artigo 611-B Podem ser negociados:o negociado prevalece sobre o legislado INDISPONIBILIDADE RELATIVA Não pode existir negociação, porque são matérias de ordem pública INDISPONIBILIDADE ABSOLUTA Banco de horas anual; Intervalo intrajornada, respeitado o limite mínimo de trinta minutos para jornadas superiores a seis horas; Adesão ao Programa Seguro Emprego (PSE); Representante dos trabalhadores no local de trabalho; Teletrabalho, regime de sobreaviso, e trabalho intermitente; Remuneração por produtividade, incluídas as gorje- tas percebidas pelo empregado, e remuneração por desempenho individual; Troca do dia de feriado; Enquadramento do grau de insalubridade; Participação nos lucros ou resultados da empresa etc. Normas de identificação profissional, inclusive as anotações na Carteira de Trabalho e Previdência Social; Seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário; Valor dos depósitos mensais e da indenização res- cisória do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS); Salário mínimo; Valor nominal do décimo terceiro salário; Remuneração do trabalho noturno superior à do diurno; Proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua retenção dolosa; Salário-família; Repouso semanal remunerado etc. Nesse caso, verifica-se claramente que a Reforma Trabalhista fez uma divisão muito clara sobre o que pode ser negociado (o tal do negociado que prevalece sobre o legislado) e o que tem interesse público que não pode ser negociado em desfavor do trabalhador. Então, duas conclusões devem ser consideradas: 1) nem sempre o negociado prevalece sobre o legislado; 2) no caso do artigo 611-B da CLT pode existir negociação coletiva, mas para favorecer o trabalhador, e não prejudicar. Com base nisso, é preciso entender o que são direitos de indisponibilidade absoluta e rela- tiva. Veja nesta tabela abaixo: Indisponibilidade absoluta Indisponibilidade relativa Existe um nível de interesse público. Patamar civilizatório mínimo. Exemplos: assinatura da CTPS, salário mínimo, normas de proteção de saúde e segurança do trabalhador etc. Norma de interesse abstrato da categoria, como no caso de direito coletivo. Pode haver negociação coletiva quanto a esses direitos. A autonomia da vontade é algo permitido pelo legislador constituinte. Artigos 611-A e 611-B devem ser lidos com frequência por você! Então, com base nos conhecimentos doutrinários e legislativos acima, têm-se aqui duas conclusões: 1) os direitos trabalhistas, independentemente, se forem relativos ou absolutos, não podem ser renunciados em regra, pois somente em situações excepcionais se admite a O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MANUELA KARINE GASPAR DE MIRANDA - 84623306291, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 23 de 61www.grancursosonline.com.br Princípios do Direito do Trabalho DIREITO DO TRABALHO Maria Rafaela renúncia; 2) somente alguns dos direitos podem ser transacionados, mas somente os direitos de indisponibilidade relativa. Sobre a renúncia dos direitos trabalhistas, tem-se a explicação de GODINHO (2019; 255): Desse modo, independentemente da presença (ou não) dos requisitos jurídicos – formais, o ato de renúncia, em si, é sumariamente repelido pela normatividade justrabalhista imperativa (arts. 9 e 444, caput, CLT) e pelo princípio da indisponibilidade. Quer isso dizer que apenas em raríssimas situa- ções – inquestionavelmente autorizadas pela ordem jurídica heterônoma estatal – é que a renúncia será passível de validade. É o que ocorre, por exemplo, com a renúncia a velha estabilidade celetista em decorrência da opção retroativa pelo regime do FGTS (…) Ou a renúncia tácita à garantia de emprego pelo dirigente sindical que solicitar a transferência para fora da base territorial (...) Eviden- temente que se verificando uma das raras situações de renúncia (…) Além da transação e renúncia, tem-se, sobretudo, a ideia de conciliação que se assemelha à transação, mas a conciliação é de aspecto processual. A ideia de composição também é interessante, porque, nesse instrumento, também se re- conhece a titularidade de um direito com o objetivo de solucionar a controvérsia. Na transação, é preciso verificar a capacidade das partes, bem como a natureza dos direi- tos envolvidos e se o objeto é lícito e possível, bem como determinado. As regras para a transação são as do Código Civil quanto aos elementos dos negócios jurídicos. Analise a situação entre as distinções, cobradas em prova: Transação Renúncia Ato BILATERAL Não pode haver transação de direito de indis- ponibilidade absoluta. Pode haver transação de indisponibilidade relativa. Observação: a conciliação é um ato judicial. Ato UNILATERAL Não se renunciam direitos de indisponibilidade absoluta e relativa, em regra. É um ato rejeitado pela ordem jurídica em regra. Somente em situações específicas podem ocor- rer (ex.: renúncia da estabilidade sindical). Direitos Trabalhistas Absolutamente INDISPONÍVEIS: assinatura da CTPS, normas de dignidade, saúde, segurança etc. Relativamente INDISPONÍVEIS: que a CF/1988 permite como negociação coletiva: ACT e CCT Transação: ato BILATERAL, pelo qual as partes acertam direitos e obrigações (acordo) Renúncia: ato UNILATERAL, em que o trabalhador se despoja de um direito de que é titular O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MANUELA KARINE GASPAR DE MIRANDA - 84623306291, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 24 de 61www.grancursosonline.com.br Princípios do Direito do Trabalho DIREITO DO TRABALHO Maria Rafaela O PULO DO GATO Não se renunciam direitos trabalhistas em âmbito individual. Transacionam-se direitos traba- lhistas de indisponibilidade relativa. O que contrariar essa norma é nulo, nos termos do artigo 9º da CLT. 14. super-revisão de princípios trABAlhistAs pArA A melhor síntese nAs provAs No PRINCÍPIO DA PROTEÇÃO, o direito do trabalho utiliza algumas premissas para fins de proteger a parte mais vulnerável ou hipossuficiente da relação trabalhista. Assim, é uma forma de consertar os naturais desequilíbrios financeiros e sociais das partes na relação de trabalho. Claro que isso é visto como uma premissa regra e apenas abrange o aspecto do direito ma- terial, não sendo aplicável ao processo do trabalho. Então, na relação trabalhista, havendo dúvi- das, por exemplo, sobre qual norma aplicar, deve-se considerar aquela que seja mais vantajosa ao obreiro, na medida e que é preciso protegê-lo, surgindo, nessa concepção a possibilidade de direitos de indisponibilidade absoluta. GODINHO, por exemplo, aponta aqui a integridade física, anotação do contrato de emprego na CTPS, pagamento do mínimo constitucional etc. Por isso, que a proteção surge como um escudo evitando que o obreiro abra mão de direitos tão caros e conquistados durante os sécu- los que se torne como descartável no sistema e na relação de emprego. Esse princípio, portanto, aplica-se ao direito individual do trabalho, mas não ao direito pro- cessual do trabalho e nem ao direito coletivo do trabalho, que será visto em livro próprio. No âmbito processual, existe o ônus da prova em que cada parte demonstrará o que alega, nos termos da CLT e do CPC. No âmbito do direito coletivo do trabalho, entende-se que as par- tes (sindicatos entre si ou sindicato e empresa) possuem paridade de armas e de condições de negociar de igual para igual. É, assim, um princípio CENTRAL do direito do trabalho e que serve de fundamento e inspi- ração para os demais princípios trabalhistas, razão pela qual entende-se que ele surge como próprio justificador da ciência jurídica em estudo. O PRINCÍPIODA NORMA MAIS FAVORÁVEL significa que aplicaremos a norma que seja mais vantajosa ao obreiro no que se refere a propiciar maiores ganhos e direitos. Isso deve ser observado tanto no momento da elaboração da norma como na sua interpretação e aplicação. É uma forma de estender em máxima completude o princípio da proteção. Lembre-se que aqui no direito do trabalho – material individual – não temos a ideia de hie- rarquia tal como ocorre em outros ramos jurídicos, mas sim a concepção de que, no confronto de normas, aplica-se aquela que reúne maiores vantagens à classe trabalhadora. Logo, se o O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MANUELA KARINE GASPAR DE MIRANDA - 84623306291, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 25 de 61www.grancursosonline.com.br Princípios do Direito do Trabalho DIREITO DO TRABALHO Maria Rafaela ACT trata de adicional de horas extras de 100% e a CF/88 fala em 50%, logo, aplica-se o ACT naquele caso concreto em detrimento da norma constitucional. Porém, isso era uma premissa absoluta que não admitia ressalvas, mas com a Reforma Trabalhista, passou-se a estabelecer uma regra que pode ser cobrada em provas, qual seja, no confronto do ACT e da CCT, prevalecerá sempre o ACT mesmo que preveja normas menos favoráveis ao obreiro. Logo, se pegarmos o mesmo exemplo acima, e observar o seguinte: se o ACT trata de adi- cional de horas extras de 100% e a CF/88 fala em 50% e a CCT fala em 120%, aplica-se o ACT. Embora no caso em comento, a CCT seja mais favorável ao obreiro do que o ACT, a Reforma Trabalhista faz a determinação de que o ACT prevalecerá e, no exemplo indicado, o percentu- al de 100%. Então, esse princípio se aplica em situação de estabelecer o critério de hierarquia quando da existência de confronto de duas ou mais normas versando sobre a mesma questão. Para GODINHO, o fundamento desse princípio está no caput do artigo 7o da CF/88 e, assim, tem-se que esse princípio se torna relevante quando o juiz vai aplicar a norma no caso concreto. Um ponto importante é que esse princípio, ao menos, no Brasil, fez opção pela teoria DO CON- GLOBAMENTO, na medida em que é a norma em sua totalidade que é aplicada na situação concreta. Não é possível selecionar em cada legislação os pontos mais benéficos ao obreiro para fins de aplicação, sob pena de criarmos uma terceira nova, em pura intervenção judicial descabida. O Brasil, portanto, não aceita a teoria da acumulação, pois é preciso ter em mente a totali- dade da norma que será aplicada para fins de incidência no caso em comento. Como diz GO- DINHO: “o operador jurídico deve buscar a regra mais favorável enfocando globalmente o con- junto de regras componentes do sistema, discriminando, no máximo, os preceitos em função da matéria, de modo a não perder, ao longo desse processo, o caráter sistemático da ordem jurídica e os sentidos lógico e teleológico básicos que sempre devem informar o fenômeno do Direito (teoria do conglobamento). O PRINCÍPIO DA IMPERATIVIDADE DAS NORMAS TRABALHISTAS, ao seu turno, aduz que as regras trabalhistas são comandos que devem ser cumpridas pelas partes, principalmente, aquelas previstas no artigo 7 da CF/88, quando trata de jornada, salário, adicionais, não discri- minação e, ainda, as regras de garantia provisória no emprego. Existe, portanto, uma restrição à autonomia de vontade. A imperatividade concede a ideia de ordem, importância e que se impõe sobre a livre von- tade desmedida das partes. Exatamente pela desigualdade econômica entre empregado e em- pregador, o Estado intervém através de normas para fins de estabelecer os limites mínimos e máximos dessa negociação, seja nos pactos individuais, bem como nas negociações coletivas (ACT e CCT). O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MANUELA KARINE GASPAR DE MIRANDA - 84623306291, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 26 de 61www.grancursosonline.com.br Princípios do Direito do Trabalho DIREITO DO TRABALHO Maria Rafaela Isso significa que a liberdade aqui é contida, na medida em que o empregador pode ditar regras sobre o início e fim da jornada, bem como se quer que o labor seja diurno ou noturno ou em turnos de revezamento, por exemplo, mas não pode impor que a jornada diária seja de 10 horas por dia. Não pode também dizer que num labor com jornada no mínimo constitucional só pagará 50% do salário-mínimo nacional ou estipular no contrato e dizer que reduzirá os adi- cionais de insalubridade, periculosidade ou noturno etc. Não é assim. Há regras mínimas que devem ser observadas e cumpridas pelo empregador, não se concedendo uma liberdade desmedida para criar cortinas de fumaça que burlem os direitos mínimos concedidos pelo texto constitucional, por exemplo. Isso porque existe o pata- mar civilizatório mínimo composto pelos direitos conseguidos e conquistados durante séculos de luta que se incorporam ao patrimônio jurídico do empregado. Sugiro que você esteja com os artigos 611-A e 611-B da CLT memorizados, pois ali cons- tam as possibilidades de negociação e os limites do que pode ser transacionado. A CLT, após a Reforma Trabalhista, nesse tocante, buscou dar uma certa transparência e norte para as partes acerca do que podem ou não negociar sem invadir a constitucionalidade do que foi regulado. Essa imperatividade tem como principal objetivo garantir os direitos fundamentais dos tra- balhadores. Por isso, que também se afirma que não é possível a renúncia dos direitos traba- lhistas, pois a renúncia é um ato unilateral. É importante para fins de prova, entender que a transação é um ato bilateral e aceito no direito material como processual do trabalho. Por isso, que a liberdade aqui deve ser vigiada, não se permitindo que o obreiro possa dispor integralmente de todos os seus direitos traba- lhistas em prol do empregador, pois isso aniquilaria até mesmo na ideia de sua dignidade de pessoa humana. Ainda temos o princípio da INDISPONIBILIDADE DOS DIREITOS TRABALHISTAS, em con- tinuidade a tudo que já tratamos acima. GODINHO traz uma boa síntese: “Ele traduz a inviabi- lidade técnico-jurídico de poder o empregado despojar-se, por sua simples manifestação de vontade, das vantagens e proteções que lhe asseguram a ordem jurídica e o contrato”. Por isso que essa ideia de indisponibilidade pode ser dividida em relativa ou absoluta. Mais uma vez afirmo a importância de conhecer os artigos 611- A e 611 – B da CLT, na medida em que o obreiro deve ser limitado no seu âmbito de negociar, pois está em desvantagem econô- mica. Então, mais uma vez a doutrina assinala sobre a impossibilidade de renúncia. A situação de trabalho escravo, bem como os trabalhos proibidos são situações em que existe afronta direta aos direitos trabalhistas em que a parte trabalhadora permanece em situ- ação de escuridão no gozo dos seus direitos. No trabalho escravo, por exemplo, ou no trabalho infantil, tem-se, na realidade fática, uma usurpação de direitos que não podem ser tolerados justamente pela existência do princípio que estamos estudando. Mas cuidado, pois, como já dito, há direitos que podem ser negociados, como a jornada extraordinária que pode ser paga, ou compensada ou utilizado o banco de horas, por exemplo. Também O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MANUELA KARINE GASPAR DE MIRANDA - 84623306291, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 27 de 61www.grancursosonline.com.brPrincípios do Direito do Trabalho DIREITO DO TRABALHO Maria Rafaela se pode negociar a redução do tempo do intervalo intrajornada. Então, é preciso compreender que existem direitos de indisponibilidade absoluta e relativa. E como saber se é o caso de um ou outro? A jurisprudência e a doutrina estão sempre ajudando a construir essa diferença e, como já dito, a leitura dos artigos 611-A e 611 – B, ambos da CLT apontam a matéria de forma mais didática. No PRINCÍPIO DA CONDIÇÃO MAIS BENÉFICA, busca-se aplicar a norma contratual mais vantajosa ao obreiro. Aqui é importante levar para a prova objetiva a memorização da súmula 51 do TST. Portanto, consiste na garantia, ao longo de todo o contrato de trabalho, da preservação de cláusulas contratuais mais vantajosas ao empregado para evitar que ele sofra prejuízos. GODINHO sobre a aplicação correta desse princípio comenta: “O que o princípio abrange são as cláusulas contratuais, ou qualquer dispositivo que tenha, no Direito do Trabalho, essa natureza. Por isso é que, tecnicamente, seria mais bem enunciado pela expressão princípio da aplicação da cláusula mais benéfica.” Como aplicação disso, tem-se na CLT: O artigo 468 prevê que nos contratos individuais de trabalho só é lícita a alteração das respectivas condições por mútuo consentimento, e ainda assim desde que não resultem, direta ou indiretamente, prejuízos ao empregado, sob pena de nulidade da cláusula em questão. Dica: esse artigo sempre é cobrado nas provas. Há um importante princípio para a sua prova: INALTERABILIDADE CONTRATUAL LESIVA, em que não se pode prejudicar o obreiro mediante complicações ou situações adversas na relação de emprego, penalizando o obreiro. Lembre-se que vigora entre nós a teoria do risco do empreendimento em que o empregador se submete à sorte ou azar do seu negócio, não podendo transferir os prejuízos ao empregado. Não se pode, ainda, compreender que o obreiro seja sacrificado e surpreendido de forma nega- tiva pelo comportamento do empregador. Este detém o poder diretivo, mas não tem o condão de ser algo absoluto, conforme o artigo 2 da CLT. O risco do empreendimento é do empregador, ou seja, ele detém a alteridade. Logo, reitere-se o que tratamos acerca do dispositivo do artigo 468 da CLT. Sugiro a memorização do dispositivo e sua correta interpretação nas questões de casos concretos da prova. Assim, é vedado ao empregador alterar, unilateralmente, as condições pactuadas, exceto se houver consentimento do empregado e desde que a este não resultem prejuízos, diretos ou indiretos. Importante destacar um ponto significativo para a sua prova, conforme orientação do TST: De acordo com o princípio da inalterabilidade contratual lesiva é vedada qualquer alteração contratual que seja lesiva ao empregado, mesmo se houver consentimento deste. Destaca-se o princípio da PRIMAZIA DA REALIDADE SOBRE A FORMA. Aqui a realidade fáti- ca demonstrada cabalmente e a investigação da vontade real das partes prevalece em relação a documentos divergentes. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MANUELA KARINE GASPAR DE MIRANDA - 84623306291, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 28 de 61www.grancursosonline.com.br Princípios do Direito do Trabalho DIREITO DO TRABALHO Maria Rafaela Por exemplo: se o obreiro laborou por mais de um ano e consegue demonstrar, tal condição é valorada pelo juiz e considerada na sentença, apesar de ser anotado somente parte do con- trato de emprego ou até de nunca o empregador ter assinado a CTPS. O mesmo raciocínio pode ser usado para situações de desvio ou acúmulo de função, salá- rio por fora etc. Assim, vale mais a realidade, do que o que está formalizado no contrato. Por isso, a súmula 12 do TST trata das anotações do contrato de emprego como de presunção relativa, juris tantum, admitindo prova em contrário. Por isso também que a prova testemunhal tem significado especial no processo do traba- lho e atualmente o uso de provas digitais. Essas situações demostram que a realidade é diferente do que foi pactuado no contrato. A incidência do Princípio da Primazia da Realidade pode ser observada no artigo 442 da Consolidação das Leis do Trabalho que estabelece “contrato individual de trabalho é o acordo tácito ou expresso, correspondente à relação de emprego. O artigo 456 da CLT também expressa a teoria, ao prever que a “prova do contrato individual do trabalho será feita pelas anotações constantes da carteira profissional ou por instrumento escrito e suprida por todo os meios permitidos em direito”. Guarde com carinho todos os artigos e súmulas que estamos mencionando nessa revisão para você! Acerca do PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE DA RELAÇÃO DE EMPREGO, é importante trazer à baila a súmula 212 do TST, sempre lembrada pelas bancas de provas. Por esse princípio, pela condição econômica mais vulnerável do obreiro, tem-se que se pre- sume que o vínculo trabalhista entre empregador e empregado permaneça. Ele visa a preserva- ção do emprego. Tendo em vista este conceito, contratos com prazo determinado representam exceção, embora a CLT preveja a hipótese. Assim, a regra, por esse princípio, é que o contrato de trabalho seja POR TEMPO INDETER- MINADO. Pelo princípio da continuidade da relação de emprego, o contrato de trabalho é firma- do por tempo indeterminado, ou seja, não há prazo previamente fixado para seu fim. Assim, a obrigação de provar a ruptura do contrato de trabalho é do empregador. Em respeito ao princípio da primazia da realidade, o trabalho exercido de fato se sobrepõe às disposições contratuais escritas. Além disso, deve-se buscar a real intenção das partes no momento de firmar o contrato, seja verbal ou escrito. GODINHO trata com muita propriedade desse princípio ao afirmar: “Informa tal princípio que é de interesse do Direito do Trabalho a permanência do vínculo empregatício, com a in- tegração do trabalhador na estrutura e dinâmica empresariais. Apenas mediante tal perma- nência e integração é que a ordem justrabalhista poderia cumprir satisfatoriamente o objetivo teleológico do Direito do Trabalho, de assegurar as melhores condições, sob a ótica obreira, de pactuação e gerenciamento da força de trabalho em determinada sociedade”. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MANUELA KARINE GASPAR DE MIRANDA - 84623306291, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 29 de 61www.grancursosonline.com.br Princípios do Direito do Trabalho DIREITO DO TRABALHO Maria Rafaela Por derradeiro, futuro (a) empossado (a), trato do PRINCÍPIO DA INTANGIBILIDADE SALA- RIAL em que há garantias para proteger o salário do obreiro, pois, afinal de contas, são verbas de natureza alimentar. Aqui está em jogo o PRINCÍPIO DA DIGNIDADE, em que o obreiro não pode ter a supressão absoluta dos seus salários. Seu principal objetivo é garantir ao trabalhador o direito de perceber a contraprestação a que faz jus por seu trabalho, de maneira estável e segura, não sujeita às oscilações inerentes ao ramo da atividade econômica explorada ou à mera vontade do empregador. Mais uma vez relembro a você sobre a teoria do risco do empreendimento. Nesse princípio, aplicam-se aquelas regras acerca dos limites de descontos que podem ser feitos nos salários, conforme o teor do artigo 462 da CLT. Sugiro a leitura no CPC do artigo 833 também. Em regra, o trabalhador não pode ter sua remuneração condicionada à simples vontade de quem emprega, sendo credor, nesses casos, das diferenças salariais decorrentes da supres- são ilegal. Cuidado! A redução de salários pode ser flexibilizada mediante negociação coletiva.Nes- se período de pandemia, tivemos essa possibilidade através de medidas provisórias editadas pelo Presidente da República no ano de 2020. Não reputo relevante aprofundar nessa temática, salvo se expressamente previsto no edital. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MANUELA KARINE GASPAR DE MIRANDA - 84623306291, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 30 de 61www.grancursosonline.com.br Princípios do Direito do Trabalho DIREITO DO TRABALHO Maria Rafaela RESUMO Existem princípios gerais e específicos no âmbito trabalhista. Os princípios têm função pré-jurídica (política) antes da elaboração das normas, para fins de aplicação das normas e, ainda, interpretativa e subsidiária, conforme o artigo 8º da CLT. Segundo o jurista Robert Alexy, os princípios estabelecem preceitos de otimização, enquanto a regra normativa indica uma consequência jurídica a cada fato/situação. Para o direito do trabalho, os princípios representam valores fundamentais que constituem o núcleo do próprio sistema jurídico trabalhista. Entre os princípios específicos, temos o carro-chefe, que é o princípio da proteção. Dele decorrem outros princípios interessantes e impactantes, como aplicação da norma mais fa- vorável, da condição mais benéfica, do princípio da continuidade da relação de emprego, do princípio da primazia da realidade sobre a forma. Os direitos trabalhistas podem ter natureza de indisponibilidade absoluta e relativa. Nesse âmbito, é preciso que você memorize os artigos 611-A e 611-B da CLT. Assim, nem tudo é “o negociado prevalece sobre o legislado”. Os direitos trabalhistas não podem ser renunciados em regra, mas somente em situações excepcionalmente admitidas pelo legislador. Os direitos de indisponibilidade relativa podem ser objeto de transação. A renúncia é ato unilateral. A transação é ato bilateral. Na compensa- ção, reconhece-se a titularidade de um direito. A conciliação é uma transação em nível judicial. O princípio da primazia da realidade sobre a forma existe quando o conteúdo é mais impor- tante que a forma. Logo, os rótulos não são essenciais, pois se busca a verdade real/material. Pelo princípio da continuidade da relação de emprego, presumem-se: a) na dúvida, o con- trato de trabalho é por prazo indeterminado; b) na dúvida, a relação de emprego ocorreu sem justa causa, e não por iniciativa ou culpa do empregado. Pela natureza alimentícia dos salários, há o princípio da intangibilidade (proteção) dos salários. Nenhum princípio é de aplicação absoluta. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MANUELA KARINE GASPAR DE MIRANDA - 84623306291, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 31 de 61www.grancursosonline.com.br Princípios do Direito do Trabalho DIREITO DO TRABALHO Maria Rafaela MAPAS MENTAIS Princípio da Continuidade da Relação de Emprego Natureza alimentar dos salários Pedido de demissão tem que ser provado pelo empregador Em regra: o contrato por prazo indeterminado Justa causa tem que ser provada pelo empregador Presunção relativa das anotações da CTPS Exceção: contrato por prazo determinado que deve ser FORMAL SEMPRE Em regra: dispensa sem justa causa Princípio da Proteção In dubio pro operario Princípio da norma mais favorável, com a ressalva da Reforma Trabalhista, em que o ACT prevalecerá sempre sobre a CCT Princípio da condição mais benéfica Princípios Funções Descritivas Normativas Subsidiária – interpretativa/integrativa Princípios Gerais de Direito Princípio da boa-fé Ex.: in dubio pro reo Princípio da vedação do abuso do direito Princípio da proteção Princípio do regular exercício do direito Princípio da primazia da realidade sobre a forma Evitar abuso de direito Não se pode beneficiar da sua própria torpeza Princípios Específicos de Direito O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MANUELA KARINE GASPAR DE MIRANDA - 84623306291, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 32 de 61www.grancursosonline.com.br Princípios do Direito do Trabalho DIREITO DO TRABALHO Maria Rafaela QUESTÕES DE CONCURSO 010. (DEDALUS CONCURSOS/COREN-SC/ADVOGADO/2020) O chamado jus variandi refe- re-se a casos excepcionais previstos expressamente no ordenamento jurídico, nos quais o empregador poderá alterar o contrato de trabalho unilateralmente, mesmo que em prejuízo ao trabalhador. Tais situações são exceções ao seguinte princípio trabalhista: a) Princípio da condição mais benéfica. b) Princípio da indisponibilidade dos direitos trabalhistas. c) Princípio da imperatividade das normas trabalhistas. d) Princípio da norma mais favorável. e) Princípio da inalterabilidade contratual lesiva ao obreiro. O jus variandi é o poder do empregador, mas não é absoluto. Isso porque possui limites, na me- dida em que não pode existir prejuízo ao trabalhador quando existe um comportamento exclu- sivamente unilateral do empregador que prejudique o obreiro. Mas nesses tipos de questões, é preciso também uma análise se o direito que a questão menciona é individual e coletivo. No caso, trata-se de situação de direito individual em que o trabalhador está numa situação vul- nerável e as alterações não podem prejudicá-lo. Na letra e, estamos diante de aplicação para alterar lesivamente o contrato de trabalho que é justamente o princípio que evita situações desfavoráveis ao obreiro por vontade exclusiva de seu empregador respectivo. Letra e. 011. (CEBRASPE/TJ-DFT/JUIZ/2007) Julgue o item a seguir, referentes aos direitos individu- ais, previstos constitucionalmente. Se uma empresa francesa, estabelecida no Brasil, conferir vantagens aos seus empregados franceses, diferentes e mais benéficas que as vantagens concedidas aos empregados brasileiros. Nessa situação, configurar-se-á ofensa ao princípio da igualdade, pois a diferenciação, no caso, baseia-se no atributo da nacionalidade. Existirá ofensa ao princípio da isonomia, na medida em que ambos os trabalhadores estariam no mesmo país – franceses e brasileiros. Haveria uma afronta à igualdade de tratamento es- tabelecida pelo caput do artigo 7º da CF/1988, bem como a nacionalidade não pode ser um critério discriminatório se houver o desempenho das mesmas funções. Certo. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MANUELA KARINE GASPAR DE MIRANDA - 84623306291, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 33 de 61www.grancursosonline.com.br Princípios do Direito do Trabalho DIREITO DO TRABALHO Maria Rafaela 012. (FCC/TRT-14ª/ANALISTA JUDICIÁRIO/2016) O Tribunal Superior do Trabalho editou a Súmula de Jurisprudência de no 212, segundo a qual o ônus de provar o término do contrato de trabalho, quando negados a prestação de serviço e o despedimento, é do empregador, pois determinado princípio do Direito do Trabalho constitui presunção favorável ao empregado. O referido princípio é o da a) indisponibilidade dos direitos trabalhistas. b) continuidade da relação de emprego. c) flexibilização das normas trabalhistas. d) intangibilidade salarial. e) primazia da realidade. Dispõe a aludida súmula: o ônus de provar o término do contrato de trabalho, quando negados a prestação de serviço e o despedimento, é do empregador,pois o princípio da continuidade da relação de emprego constitui presunção favorável ao empregado. Nesse caso, tem-se cla- ramente que se trata de princípio da continuidade da relação de emprego, na medida em que, em regra, é pela base da natureza alimentar dos salários. Letra b. 013. (CEBRASPE/TRT-9ª/2007) Acerca dos direitos dos trabalhadores, sobretudo os consi- derados na Constituição Federal de 1988, julgue o seguinte item. O salário é irredutível, exceto quando assim estipulado em acordo entre as partes, considerada alguma compensação com outro direito. Só é possível reduzir salários mediante acordos e convenções coletivas, conforme o artigo 7º, VI, da CF/1988. Não existe nenhuma previsão quanto aos acordos individuais, tal como sugere a questão. Em suma, é preciso expressamente que essa redução de salário e jornada seja feita por instrumentos coletivos de negociação e que ocorra em situação temporária. Errado. 014. (GUALIMPE/PREFEITURA DE PORCIUNCULA-RJ/PROCURADOR ADJUNTO/2019) É o princípio que amplia a noção civilista de que o operador jurídico, no exame das declarações volitivas, deve atentar mais à intenção dos agentes do que ao envoltório formal através de que transpareceu à vontade.” O Direito Trabalhista, assim como outros ramos do Direito, é regido por diversos Princípios norteadores. Assinale a opção que diz respeito ao Princípio Trabalhista conceituado acima. a) Princípio da Primazia da Realidade sobre a forma. b) Princípio da Norma Mais Favorável. c) Princípio da Condição Mais Benéfica. d) Princípio da Proteção. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MANUELA KARINE GASPAR DE MIRANDA - 84623306291, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 34 de 61www.grancursosonline.com.br Princípios do Direito do Trabalho DIREITO DO TRABALHO Maria Rafaela Nesse caso, em que prevalece muito mais o conteúdo do que os rótulos e formas, tem-se o princípio da primazia da realidade sobre a forma, principalmente porque estamos diante da busca da verdade material. Nesse ponto, a vontade das partes é mais forte que os rótulos. Letra a. 015. (INAZ DO PARÁ/CRF-AC/ADVOGADO/2019) A permanência de cláusulas contratuais que são mais vantajosas ao trabalhador e que devem permanecer durante a vigência do víncu- lo empregatício, trata-se do princípio: a) Princípio da primazia da realidade. b) Princípio da indisponibilidade dos direitos trabalhistas. c) Princípio da proteção. d) Princípio continuidade da relação de emprego. e) Princípio da condição mais benéfica. No caso da questão, estamos falando de condições do trabalhador que são favoráveis e que se incorporariam, em tese, no seu contrato de trabalho. Logo, são as condições que se tornam mais benéficas, favoráveis, devendo isso ser norte do princípio e da sua respectiva aplicação. Letra e. 016. (QUADRIX/CRP 17ª REGIÃO/ADVOGADO/2019) Após a Reforma Trabalhista, trazi- da pela Lei n.º 13.467/2017, houve a previsão de o empregado negociar livremente com seu empregador, nas mesmas condições concedidas aos sindicatos, as cláusulas do contrato de trabalho. Dessa forma, é certo que o princípio da proteção ao trabalhador não esteja mais presente nas relações trabalhistas, independentemente do nível de instrução do empregado, conforme a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Não é verdade a premissa. A arbitragem individual, permitida pela Reforma Trabalhista, exige que o indivíduo tenha concomitantemente a instrução em nível superior completo e que ganhe mais que o dobro da maior remuneração paga no RGPS. São requisitos cumulativos e, portan- to, a arbitragem individual, como sugere a questão, tem aplicação restritiva. E, ainda assim, subsiste o princípio da proteção. Destaque-se que essa arbitragem individual não é a regra do sistema. Prestigia-se em nosso ordenamento constitucional e infraconstitucional a arbitragem coletiva, em nível, de negociação por acordo coletivo e convenção coletiva do trabalho. Errado. 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(CONSULPAM/PREFEITURA DE VIANA-ES/ADVOGADO/2019) Relativamente aos prin- cípios do Direito do Trabalho, assinale a alternativa CORRETA: a) A visão mais ampla do princípio da norma mais favorável entende que este atua em tríplice dimensão no Direito do Trabalho: informadora, interpretativa/normativa e hierarquizante. b) O princípio da condição mais benéfica dispõe que o operador do Direito do Trabalho deve optar pela regra, norma jurídica, mais favorável ao obreiro. c) O in dubio pro operário é regra de aplicação da norma, visa proteger o empregado. Em caso de dúvida quanto a que norma aplicar, aplica-se a mais benéfica. d) O princípio da irrenunciabilidade se traduz em proteção ao empregador, que não poderá vo- luntariamente renunciar seus direitos. De fato, na melhor doutrina, os princípios possuem visão tríplice, ou seja, descritiva (informati- va), em que atuam no momento de elaboração da norma; na função normativa (interpretativa) e, ainda, hierárquica. Não se deve confundir o princípio da condição da norma mais favorável, que se refere à cláusula mais favorável, e, ainda, da norma mais benéfica, que consiste na apli- cação da norma mais favorável. Isso não se confunde com o princípio in dubio pro misero. Essa questão foi muito bem elaborada. b) Errada. Aqui é o princípio da condição mais benéfica. c) Errada. Existe uma confusão dos princípios. d) Errada. Pode haver renúncia em situação excepcional. Letra a. 019. (IDECAN/CRF-SP/PROCURADOR/2018) Segundo o jurista Robert Alexy, os princípios estabelecem preceitos de otimização, enquanto a regra normativa indica uma consequência jurídica a cada fato/situação. Para o direito do trabalho, os princípios representam valores fun- damentais que constituem o núcleo do próprio sistema jurídico trabalhista. O in dubio pro ope- rario é uma das três regras de aplicação normativa que integram o princípio da razoabilidade. A primeira premissa do conceito de Robert Alexy é correta e até citei no seu material de apoio. No entanto, estamos tratando do centro do princípio da proteção. O in dubio pro operario passa a ser o centro do sistema do PRINCÍPIO DA PROTEÇÃO, e não da razoabilidade. Errado. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MANUELA KARINE GASPAR DE MIRANDA - 84623306291, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 36 de 61www.grancursosonline.com.br Princípios do Direito do Trabalho DIREITO DO TRABALHO Maria Rafaela 020. (QUADRIX/CRP-17ª REGIÃO/ADVOGADO/2019) Pelo princípio da continuidade da re- lação de emprego, o contrato de trabalho é firmado por tempo indeterminado, ou seja, não há prazo previamente fixado para seu fim. Assim, a obrigação de provar a ruptura do contrato de trabalho é do empregador. Em respeito ao princípio da primazia da realidade, o trabalho exerci- do de fato não se sobrepõe àsdisposições contratuais escritas. A assertiva está errada, pois representa o contrário da premissa do princípio da continuidade da relação de emprego e da continuidade ao princípio da pri-mazia da realidade sobre a forma. Em regra, o contrato de trabalho é por pra-zo INdeterminado e o trabalho exercido de fato se so- brepõe às disposições contratuais escritas na medida em que a realidade fática tem mais valor que os documentos, por exemplo. Com isso, a primazia da realidade considera que os fatos e a prova destes prevalecem sobre meros aspectos formais. Além disso, quando estamos diante do princípio da continuidade do vínculo de emprego, da relação de trabalho que sobrevive até mesmo diante de situações como su-cessão trabalhista e de qualquer transformação empre- sarial. Nesse sentido, é valioso destacar que a premissa regra é exatamente a de compreender que, na dúvida, a relação de emprego continua, apesar das intempéries fáticas e jurídicas do empregador, como, por exemplo, situações de sucessões. Errado. 021. (CIEE/TRT-10ª/ESTAGIÁRIO DE DIREITO/2019) O artigo 7º, VI, da Constituição Federal de 1988 dispõe que um dos direitos conferidos aos trabalhadores urbanos e rurais é a irreduti- bilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo. Essa disposição cons- titui uma exceção ao princípio da(o) a) irrenunciabilidade de direitos. b) inalterabilidade contratual lesiva. c) primazia da realidade. d) in dubio pro operario. Na verdade, o enunciado se aplica muto mais ao princípio da irredutibilidade salarial, que, por sua vez, está atrelado ao princípio da intangibilidade contratual lesiva, que está relacionado com os problemas de salários, descontos etc. Letra b. 022. (FUNDEP/PREFEITURA DE CONTAGEM-MG/PROCURADOR/2019) O princípio da nor- ma mais favorável tem relevância na fase pré-jurídica ao funcionar como critério de política legislativa, influindo no processo de construção do Direito do Trabalho como ramo jurídico especializado. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MANUELA KARINE GASPAR DE MIRANDA - 84623306291, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 37 de 61www.grancursosonline.com.br Princípios do Direito do Trabalho DIREITO DO TRABALHO Maria Rafaela A visão mais ampla do princípio da norma mais favorável entende que este atua em tríplice dimensão no direito do trabalho: informadora, interpretativa/normativa e hierarquizante. No caso da questão, estamos diante da fase de atuação dos princípios na elaboração da norma. Inclusive, isso está expressamente no livro do Godinho que usamos no nosso material como carro-chefe da melhor doutrina. Certo. 023. (IBFC/EMDEC/ANALISTA DE RECURSOS HUMANOS/2019) O Direito do Trabalho é o ramo da ciência do direito que versa sobre as normas, as instituições jurídicas e os princípios que disciplinam as relações de trabalho subordinado. O princípio da irrenunciabilidade dos di- reitos determina que na mesma relação de emprego, uma vantagem já conquistada não deve ser reduzida. O princípio da irrenunciabilidade de direitos é tratado como sinônimo do princípio da indis- ponibilidade de direitos, sendo esta uma opção de muitos doutrinadores. Por essa razão, a premissa está correta, pois é exatamente o fato de os direitos trabalhistas serem, em regra, indisponíveis e que os direitos conquistados não podem ser suprimidos ou reduzidos. Certo. 024. (IESES/PREFEITURA DE SÃO JOSÉ-SC/ANALISTA DE RECURSOS HUMANOS/2019) Em direito do trabalho, os fatos concretos do dia a dia laboral prevalecem sobre o conteúdo de documentos para estabelecer os efeitos jurídicos da relação trabalhista. A verdade dos fatos, prevalece sobre a verdade formal. Essa afirmação refere-se ao princípio da: a) Primazia da realidade. b) Continuidade da relação de emprego. c) Irrenunciabilidade de direitos. d) Intangibilidade da realidade. O enunciado da questão se refere ao princípio da primazia da realidade sobre a forma, na me- dida em que, no direito do trabalho, a realidade tem muito mais valor que os rótulos, as formas, os formatos. A realidade deve prevalecer por ser mais benéfico ao trabalhador. Letra a. 025. (CKM SERVIÇOS/EPTC/ADVOGADO/2017) Segundo Moraes Filho e Moraes (2003), às temáticas pautadas pelo Direito do Trabalho aplicam-se princípios norteadores peculiares, dos quais se exclui: O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MANUELA KARINE GASPAR DE MIRANDA - 84623306291, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 38 de 61www.grancursosonline.com.br Princípios do Direito do Trabalho DIREITO DO TRABALHO Maria Rafaela a) Irretroatividade da lei mais severa. b) Irredutibilidade salarial c) Primazia da realidade. d) In dubio pro operario. Todas as alternativas, de fato, representam princípios do direito do trabalho, salvo a do item “a”, pois nem se cogita irretroatividade da lei mais severa, na medida em que as regras de direito material do trabalho e processual do trabalho são imediatamente aplicadas, a exemplo do que ocorreu com a Reforma Trabalhista em novembro de 2017. Letra a. 026. (IADES/CRN-3ª REGIÃO/ADVOGADO/2019) Em uma ação trabalhista, o reclamante afir- ma que diariamente prestava duas horas de jornada extraordinária sem, entretanto, receber os valores destas e os respectivos reflexos. Em sede contestatória, a empresa negou tal fato e apresentou cartões de ponto que demonstravam horários de entrada e saída uniformes (ponto britânico); por sua vez, o reclamante fez provas testemunhais que comprovavam o alegado na peça exordial. Ao analisar a lide, o juiz condenou a empresa ao pagamento das horas extras e dos respectivos reflexos. Tendo por base o caso hipotético apresentado, assinale a alternativa que corresponde ao princípio do direito do trabalho aplicado em sentença. a) Indisponibilidade de direitos b) Continuidade da relação de emprego c) Primazia da realidade d) Imperatividade das normas trabalhistas e) Intangibilidade salarial No caso em liça, no caso hipotético, o juiz acertadamente julgou buscando a verdade material, ocasião em que se ateve mais aos fatos realmente ocorridos, como a prova oral colhida, do que propriamente às provas documentais. Letra c. 027. (NC-UFPR/PREFEITURA DE CURITIBA-PR/ADVOGADO/2019) A autonomia do direito do trabalho caracteriza-se pela extensão de sua matéria, métodos e princípios próprios. Por isso, para dominar tal ramo das ciências jurídicas e sociais, é preciso bem compreender os seus princípios, principalmente aqueles consagrados internacionalmente. O princípio da irre- nunciabilidade está relativizado na atualidade nacional ante a equiparação legal de trabalhador e empregador na manifestação de vontades por ocasião da contratação. A assertiva dessa questão está errada, pois não houve equiparação com a Reforma Trabalhista de resolução de questões individuais e coletivas mediante o uso de arbitragem. Na verdade, O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MANUELA KARINE GASPAR DE MIRANDA - 84623306291, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 39 de 61www.grancursosonline.com.br Princípios do Direito do Trabalho DIREITO DO TRABALHO Maria Rafaela existiu a possibilidade de arbitragem individual, mas em situações específicas e como exce- ção, mas não como regra. A arbitragem individual, permitida pela Reforma Trabalhista, exige que o indivíduo tenha concomitantemente a instrução em nível superior completo e que ganhe mais que odobro da maior remuneração paga no RGPS. São requisitos cumulativos e, portan- to, a arbitragem individual, como sugere a questão, tem aplicação restritiva. E, ainda assim, subsiste o princípio da proteção. Destaque-se que essa arbitragem individual não é a regra do sistema. Prestigia-se em nosso ordenamento constitucional e infraconstitucional a arbitragem coletiva, em nível, de negociação por acordo coletivo e convenção coletiva do trabalho. Errado. 028. (INAZ DO PARÁ/CORE-PE/ASSISTENTE JURÍDICO/2019) Os princípios peculiares do direito do trabalho têm como funções informar o legislador, orientar o juiz na sua atividade interpretativa e, por fim, integrar o direito, que é sua função normativa. Dentre eles, temos o princípio da proteção, que está fundamentado no princípio da norma mais flexível que indica a existência de duas ou mais normas, cuja preferência na aplicação é objeto de polêmica. Esse princípio autoriza a aplicação da norma mais favorável, dependendo da hierarquia a qual está sendo submetido. As premissas estão todas equivocadas. Primeiramente, não há hierarquia tradicional no direito do trabalho. O que norteia a aplicação no direito do trabalho é a norma mais favorável. Logo, essa última frase da questão está totalmente errada. E, além disso, é o princípio da proteção da norma mais favorável que se fundamenta no princípio da prote- ção, e não o contrário. Errado. 029. (COSEAC/PREFEITURA DE MARICÁ/PROCURADOR DO MUNICÍPIO/2018) Princípio concernente ao Direito do Trabalho, segundo o qual a verba salarial merece garantias diver- sificadas da ordem jurídica, de modo a assegurar seu valor, montante e disponibilidade em benefício do empregado: a) primazia da realidade. b) condição mais benéfica. c) inalterabilidade contratual lesiva. d) intangibilidade salarial. e) continuidade. De fato, quando se trata de proteção do salário do trabalhador pela sua natureza de verba alimentar, inclusive, nos termos do artigo 7º, IV e VI, da CF/1988, estamos diante do princípio que norteia a proteção desse salário e, com isso, estamos falando da “intangibilidade salarial”. Letra d. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MANUELA KARINE GASPAR DE MIRANDA - 84623306291, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 40 de 61www.grancursosonline.com.br Princípios do Direito do Trabalho DIREITO DO TRABALHO Maria Rafaela 030. (VUNESP/PGE-SP/PROCURADOR DO ESTADO/2018) Havendo a coexistência de dois regulamentos de empresa, a opção do empregado por um deles, com prejuízo às regras do sistema do outro, não afronta o princípio da irrenunciabilidade. A premissa é uma repetição da Súmula 51 do TST: Súmula n. 51 do TST NORMA REGULAMENTAR. VANTAGENS E OPÇÃO PELO NOVO REGULAMENTO. ART. 468 DA CLT – As cláusulas regulamentares, que revoguem ou alterem vantagens deferidas anteriormente, só atingirão os trabalhadores admitidos após a revogação ou alteração do regulamento. (ex-Súmula n. 51 - RA 41/1973, DJ 14.06.1973) II – Havendo a coexistência de dois regulamentos da empresa, a opção do empregado por um deles tem efeito jurídico de renúncia às regras do sistema do outro. Certo. 031. (NC-UFPR/PREFEITURA DE CURITIBA-PR/ADVOGADO/2019) O princípio da primazia da realidade significa que, em caso de discordância entre o que ocorre na prática e o que emer- ge de documentos ou acordos, deve prevalecer o que sucede no terreno dos fatos. No caso em liça, estamos tratando do princípio da primazia da realidade sobre as formas. Os rótulos não são suficientes no direito do trabalho que aprofunda em demasia a situação real da relação jurídica travada entre as partes. Pela busca da verdade material, o juiz tem que analisar o conjunto de provas e, nessa análise, pode chegar à conclusão de que as provas documentais não indiquem a verdade dos fatos, desconsiderando-as, por exemplo. Certo. 032. (INAZ DO PARÁ/CRF-PE/ADVOGADO/2018) Sobre o Direito do Trabalho, qual alternati- va apresenta uma proposição incorreta? a) O Direito do Trabalho é um ramo do Direito Público. b) São fontes do Direito do Trabalho a Constituição Federal, as leis, os decretos e regulamen- tos, as portarias, acordos coletivos, convenção coletiva, sentença normativa, os regulamentos das empresas, os costumes e os contratos de trabalho. c) Entende-se por acordo coletivo o pacto celebrado entre uma ou mais empresas com o sin- dicato dos empregados. d) O contrato de trabalho é o acordo correspondente à relação de emprego. e) A ideia de aplicação do que for mais benéfico para o trabalhador a partir da norma mais favorável identifica o princípio do in dubio pro operário. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MANUELA KARINE GASPAR DE MIRANDA - 84623306291, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 41 de 61www.grancursosonline.com.br Princípios do Direito do Trabalho DIREITO DO TRABALHO Maria Rafaela Todas as premissas estão corretas, mas a alternativa A está incorreta porque o direito do tra- balho é ramo do direito privado. Letra a. 033. (VUNESP/PGE-SP/PROCURADOR DO ESTADO/2018) O princípio da inalterabilidade contratual in pejus (art. 468 da Consolidação das Leis do Trabalho) assegura ao empregado ocupante de função de confiança o direito à manutenção da gratificação correspondente após a reversão ao emprego efetivo, independentemente da existência de justo motivo a fundamen- tar tal reversão. Com a Reforma Trabalhista, não existe mais a proteção dessa estabilidade financeira, nos ter- mos do artigo 468, a seguir transcrito: Art. 468. Nos contratos individuais de trabalho só é lícita a alteração das respectivas condições por mútuo consentimento, e ainda assim desde que não resultem, direta ou indiretamente, prejuízos ao empregado, sob pena de nulidade da cláusula infringente desta garantia. § 1º Não se considera alteração unilateral a determinação do empregador para que o respectivo empregado reverta ao cargo efetivo, anteriormente ocupado, deixando o exercício de função de confiança. § 2º A alteração de que trata o § 1º deste artigo, com ou sem justo motivo, não assegura ao empre- gado o direito à manutenção do pagamento da gratificação correspondente, que não será incorpo- rada, independentemente do tempo de exercício da respectiva função. Errado. 034. (INSTITUTO AOCP/TRT-1ª/OFICIAL DE JUSTIÇA/2018) Os princípios estão situados no ordenamento jurídico cumprindo uma função integrativa de lacunas, partindo das leis para atingir as regras gerais que delas derivam. Com base nessa premissa, assinale a alternati- va correta. a) O princípio da proteção, que busca conferir ao trabalhador uma equidade processual, subdi- vide-se em 3 (três) outros princípios: in dubio pro societa, da aplicação da norma mais favorável e da condição mais benéfica b) Segundo o princípio da primazia da realidade no Direito do Trabalho, predomina a verdade real em face da verdade formal, ou seja, predomina a verdade da forma em face da verdade dos fatos. c) Em relação ao princípio da aplicação da norma mais favorável, a Teoria do Conglobamento defende que através da comparação das diversas regras sobre cada instituto ou matéria, res- peitando-se o critério da especialização, deve ser buscada a norma mais favorável ao caso. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MANUELA KARINE GASPAR DE MIRANDA - 84623306291, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 42 de 61www.grancursosonline.com.br Princípios do Direito doTrabalho DIREITO DO TRABALHO Maria Rafaela d) O princípio da inalterabilidade contratual veda a possibilidade de alterações no contrato de trabalho, lesivas ou benéficas ao trabalhador. e) O princípio da vedação à redução Salarial não sofre qualquer tipo de mitigação, não podendo Acordo Coletivo de Trabalho ou Convenção Coletiva de Trabalho dispor sobre redução salarial. A questão foi muito bem elaborada. No caso em liça, abordou as funções dos princípios, os conceitos de alguns dos princípios e a teoria do conglobamento. Ora, é possível reduzir sa- lários, conforme o artigo 7º, VI, da CF/1988. Além disso, o princípio da inalterabilidade só se refere à impossibilidade de alteração unilateral das regras maléficas. Se forem benéficas, as regras podem ser modificadas unilateralmente. a) Errada. In dubio pro operário. b) Errada. É o contrário d) Errada. Veda as maléficas. e) Errada. Pode sim, nos termos da CF/1988. Letra c. 035. (FCC/PGE-TO/PROCURADOR DO ESTADO/2018) Os princípios exercem um papel cons- titutivo da ordem jurídica, cuja interpretação leva em consideração os valores que os compõem. Nesse sentido, o entendimento jurisprudencial adotado pelo Tribunal Superior do Trabalho de que o encargo de provar o término do contrato de trabalho, quando negados a prestação de serviço e o despedimento é do empregador está embasado no princípio a) protetor. b) da primazia da realidade. c) da irrenunciabilidade. d) da continuidade da relação de emprego. e) da boa-fé contratual subjetiva. A questão trata do princípio da continuidade da relação de emprego, na medida em que a regra é que os contratos de trabalho são por tempo indeterminado e dispensa sem justa causa, em regra. As outras hipóteses são ônus do empregador. Na verdade, a assertiva está em confor- midade com a súmula 212 do TST que despenca em diversas bancas. Letra d. 036. (FCC/TRT-6ª/ANALISTA JUDICIÁRIO/2018) Invocando a regra da condição mais bené- fica ao empregado, que se insere no princípio da proteção peculiar ao Direito do Trabalho, é correto afirmar: a) Havendo conflito entre duas normas jurídicas, prevalece a mais favorável ao empregado. b) Havendo dúvida quanto ao alcance da norma tutelar, julga-se a favor do empregado. 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Dispõe a Súmula 51, I do TST: as cláusulas regulamentares, que revoguem ou alterem vanta- gens deferidas anteriormente, só atingirão os trabalhadores admitidos após a revogação ou alteração do regulamento. Isso torna correta a alternativa C. Pela Reforma Trabalhista, o ACT prevalece sobre a CCT. Normas legais podem prevalecer diante de normas de ACT e CCT, desde que mais favoráveis. A alternativa A está incorreta, pois agora existe a previsão de o ACT prevalecer sempre sobre a CCT embora menos favorável ao trabalhador. Letra d. 037. (FAURGS/HCA/ADVOGADO/2016) O princípio da intangibilidade salarial estabelece que os salários merecem garantias diversificadas da ordem jurídica, as quais, entretanto, não são absolutas, pois a proteção relativa ao valor não o preserva de perdas decorrentes da corrosão monetária; a vedação de redução pode ser flexibilizada mediante negociação coletiva ou, independente desta, mediante situações de força maior ou prejuízos empresa- riais devidamente comprovados, neste caso, até o limite de 25%; assim como a proteção contra constrições externas (penhora, por exemplo) encontra exceção diante de prestação alimentícia ou dívida fiscal. A premissa está errada, pelo que consta no artigo 7º, VI, da CF/1988 e do que se extrai do art. 503 da CLT, que dispõe: É lícita, em caso de força maior ou prejuízos devidamente comprovados, a redução geral dos salá- rios dos empregados da empresa, proporcionalmente aos salários de cada um, não podendo, entre- tanto, ser superior a 25% (vinte e cinco por cento), respeitado, em qualquer caso, o salário mínimo da região. Cessados os efeitos decorrentes do motivo de força maior, é garantido o restabelecimento dos salários reduzidos. Na premissa, ainda não se excepcionou a questão do crédito trabalhista. Errado. 038. (FCC/TST/JUIZ DO TRABALH0/2017) Sobre os princípios norteadores do Direito do Tra- balho, considere: O princípio da primazia da realidade ou do contrato realidade autoriza a des- caracterização de uma pactuada relação civil de prestação de serviços, instrumentalizada em O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MANUELA KARINE GASPAR DE MIRANDA - 84623306291, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 44 de 61www.grancursosonline.com.br Princípios do Direito do Trabalho DIREITO DO TRABALHO Maria Rafaela documento escrito, desde que, no cumprimento do contrato, despontem, objetivamente, todos os elementos fático jurídicos da relação de emprego. O princípio da intangibilidade salarial deve ser analisado de forma absoluta, admitindo-se exceção única quando se verificar a anu- ência expressa do trabalhador, por escrito, em razão da efetiva possibilidade de manutenção de seu emprego. Em razão do princípio da primazia da realidade, está correta a premissa. No entanto, sobre a intangibilidade salarial, não é absoluto, mas sim relativo, admitindo-se como exceção o artigo 7º, VI, da CF/1988 e, ainda, do artigo 503 da CLT. Errado. 039. (CEBRESPE/DPU/DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO/2017) A respeito da estabilida- de no trabalho e da terceirização trabalhista, julgue o item a seguir, tendo como referência o entendimento dos tribunais superiores. Em razão do princípio constitucional de proteção ao nascituro, assegura-se à empregada pública grávida, mesmo que ela tenha sido contratada sem prévia aprovação em concurso público, a continuidade laboral em razão da garantia de emprego à gestante. Tanto o TST quanto o STF possuem como norte de proteção o nascituro, e não a gestante. O Plenário do Supremo Tribunal Federal assentou o entendimento consolidado na Súmula 244 do Tribunal Superior do Trabalho, sobre a estabilidade da gestante, que o desconhecimento da gravidez no momento da dispensa da empregada não afasta a responsabilidade do emprega- dor pelo pagamento da indenização por estabilidade. Errado. 040. (FCC/TST/JUIZ DO TRABALH0/2017) O princípio da continuidade do qual o contrato de trabalho constitui presunção favorável ao empregador em razão da segurança jurídica contra- tual, razão pela o ônus da prova, quanto ao término do contrato de trabalho, é do trabalhador, nas hipóteses em que são negadas a prestação dos serviços e o despedimento. Em consonân- cia com o princípio da intangibilidade contratual objetiva, a mudança subjetiva perpetrada no sujeito empregador não se configura apta a produzir mudança no corpo do contrato, em seus direitos e obrigações. O princípio da continuidade da relação de emprego é presunção favorável ao empregado, e não AO EMPREGADOR, daí porque a resposta sobre ônus da prova está equivocada. Quanto O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MANUELA KARINE GASPAR DE MIRANDA - 84623306291, vedada, por quaisquer meios e a qualquertítulo, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 45 de 61www.grancursosonline.com.br Princípios do Direito do Trabalho DIREITO DO TRABALHO Maria Rafaela ao 2º princípio da premissa, está correta, pois a mudança da figura do empregador não altera a responsabilização e proteção ao empregado. Por exemplo: no caso de sucessão trabalhista. Errado. 041. (FAURGS/HCA/ADVOGADO/2016) Podem ser consideradas fontes formais heterôno- mas do direito do trabalho a Constituição, as leis (inclusive medidas provisórias), regulamen- tos normativos (expedidos mediante decretos do Presidente da República), recomendações e convenções internacionais do trabalho, estas, mesmo quando não estiverem ratificadas. Aqui estamos revisando aulas anteriores. No caso acima, as convenções internacionais não ratificadas não são fontes do direito do trabalho. As recomendações também não são fon- tes formais. Errado. 042. (INSTITUTO AOCP/EBSHER/ANALISTA ADMINISTRATIVO/2015) Qual é o princípio que, de acordo com o Art. 461 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), garante ao traba- lhador que, no exercício de sua função, realize trabalho idêntico para o mesmo empregador e localidade, sem distinção de sexo, nacionalidade ou idade? a) Economia salarial. b) Moralidade. c) Isonomia salarial. d) Liberdade. e) Impessoalidade. A questão trata do princípio da isonomia, em que as pessoas devem ser tratadas igualmente, e um dos exemplos clássicos é a isonomia salarial. Nesse azo, vedam-se as práticas discrimina- tórias por razão da idade, sexo, gênero, nacionalidade quando há o desempenho das mesmas atividades e de igual formação profissional. Um dos reflexos desse princípio é o instituto da equiparação salarial. Veja essa indicação constitucional: Não se admite critérios de discrimi- nação, por força expressa da CF/1988, da qual citamos o artigo 7º e incisos: XXX – proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil; XXXI – proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios de admissão do trabalhador portador de deficiência; XXXII – proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e intelectual ou entre os profissionais respectivos. Letra c. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MANUELA KARINE GASPAR DE MIRANDA - 84623306291, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 46 de 61www.grancursosonline.com.br Princípios do Direito do Trabalho DIREITO DO TRABALHO Maria Rafaela 043. (IBEG/IPREV/CONTADOR/2017) Os princípios gerais da Constituição, aplicáveis ao Di- reito do Trabalho. Analise a validade das suposições abaixo e assinale a alternativa ERRADA. a) O respeito à dignidade humana b) Os valores sociais do trabalho c) Da livre-iniciativa d) A inviolabilidade do direito à vida e) A interferência do Estado na organização sindical. Todos os princípios estão listados na CF/1988, salvo o da alternativa E, pois contraria especi- ficamente o artigo 8º, inciso I: Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte: I – a lei não poderá exigir autorização do Estado para a fundação de sindicato, ressalvado o registro no órgão competente, vedadas ao Poder Público a interferência e a intervenção na organização sindical. Letra e. 044. (IBEG/IPREV/PROCURADOR PREVIDENCIÁRIO/2017) Acerca dos princípios específi- cos do Direito do Trabalho, podemos afirmar o que se segue, exceto: a adoção de medidas ten- dentes a facilitar o acesso ao mercado de trabalho às mulheres e aos negros constitui violação ao princípio da não discriminação, que proíbe diferença de critério de admissão por motivo de religião, crença, raça ou sexo; o princípio da continuidade da relação de emprego confere su- porte teórico ao instituto da sucessão de empregadores. Não se admite critérios de discriminação, por força expressa da CF/1988, da qual citamos o artigo 7º e incisos: XXX – proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por mo- tivo de sexo, idade, cor ou estado civil; XXXI – proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios de admissão do traba- lhador portador de deficiência; XXXII – proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e intelectual ou entre os profissionais respectivos; Na questão 45, há duas premissas. Logo, deve-se compreender que no caso da premissa 1, a previsão está expressa nos termos constitucionais que proíbe qualquer formato de discrimina- ção dos trabalhadores. Em relação à premissa 2, estamos diante de uma informação valiosa que é o princípio da continuidade do vínculo de emprego, da relação de trabalho que sobrevive até mesmo diante de situações como sucessão trabalhista e de qualquer transformação em- presarial. Nesse sentido, é valioso destacar que a premissa regra é exatamente a de compre- O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MANUELA KARINE GASPAR DE MIRANDA - 84623306291, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 47 de 61www.grancursosonline.com.br Princípios do Direito do Trabalho DIREITO DO TRABALHO Maria Rafaela ender que, na dúvida, a relação de emprego continua, apesar das intempéries fáticas e jurídicas do empregador, como, por exemplo, situações de sucessões. Embora o enunciado da questão seja truncado, a verdade é que se abordam dois temas como o caso de aplicação do princípio da continuidade e do princípio da não discriminação Errado. 045. (FAURGS/HCA/ADVOGADO/2016) O princípio da condição mais benéfica importa na garantia de preservação, ao longo de todo o período correspondente à relação de emprego, da condição laboral mais vantajosa ao trabalhador, seja ela proveniente de cláusula contratual alterada, de convenção ou de acordo coletivo anterior (portanto, já substituído) com vigência já expirada, ou ainda, de lei (regra estatal) expressamente revogada. A resposta está incorreta, pois contrária a Súmula 51 do TST: NORMA REGULAMENTAR. VANTAGENS E OPÇÃO PELO NOVO REGULAMENTO. ART. 468 DA CLT I – As cláusulas regulamentares, que revoguem ou alterem vantagens deferidas ante- riormente, só atingirão os trabalhadores admitidos após a revogação ou alteração do regulamento. II – Havendo a coexistência de dois regulamentos da empresa, a opção do empregado por um deles tem efeito jurídico de renúncia às regras do sistema do outro. Errado. 046. (FCC/TRT-24ª/OFICIAL DE JUSTIÇA/2017) No estudo da Teoria Geral do Direito do Tra- balho é correto afirmar que na hipótese de um instrumento coletivo de trabalho dispor sobre norma prevista na Consolidação das Leis do Trabalho − CLT, porém com determinação de mul- ta com valor superior em caso de infração, é de se aplicar aquela norma em detrimento desta, com fundamento no princípio da a) primazia da realidade. b) boa fé contratual objetiva. c) intangibilidade contratual objetiva. d) aplicação da norma mais favorável. e) leal contraprestação. Entre o conflito de duas normas, aplica-se a mais favorável ao trabalhador, logo, aplica-se a norma que seja mais vantajosa. O princípio da alternativa E não existe na melhor doutrina de direito do trabalho. Os demais princípios existem, mas não se encaixam no perfil da questão. Letra d. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MANUELA KARINE GASPAR DE MIRANDA - 84623306291, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 48 de 61www.grancursosonline.com.br Princípios do Direito do Trabalho DIREITO DO TRABALHO Maria Rafaela 047. (FCC/TRT-24ª /ANALISTA JUDICIÁRIO /2017) O advogado Hércules pretende funda- mentar uma tese na petição inicial de reclamatória trabalhista utilizando o ditame segundo o qual, ainda que haja mudanças vertiginosas no aspecto de propriedade ou de alteração da estrutura jurídica da empresa, não pode haver afetação quanto ao contrato de trabalho já esta- belecido. Tal valor está previsto no princípio de Direito do Trabalho denominado a) razoabilidade. b) disponibilidade subjetiva. c) responsabilidade solidária do empregador. d) asserção empresarial negativa. e) continuidade da relação de emprego. Não se trata de razoabilidade, pois não é princípio específico do direito do trabalho. Também não existe aplicação dos princípios B na doutrina de direito do trabalho. No caso da alternativa e, tem-se exatamente o sinal do princípio da continuidade da relação de emprego, que sobrevi- ve até as mudanças do empregador, pois as relações trabalhistas permanecem inalteradas. As regras da Súmula n. 212 do TST que tratam sobre este princípio é justamente que, na dúvida, o contrato de trabalho é por prazo indeterminado e a dispensa é sem justa causa. A sucessão de empregadores está prevista no art. 448 da CLT, que despenca em provas, e, ainda, é um reflexo direto do princípio em estudo nesta questão. Letra e. 048. (IBEG/IPREV/PROCURADOR PREVIDENCIÁRIO/2017) Acerca dos princípios específi- cos do Direito do Trabalho, podemos afirmar o que se segue: de acordo com a jurisprudência consolidada do Tribunal Superior do Trabalho, o princípio da primazia da realidade sobre a for- ma autoriza a descaracterização de um contrato de prestação civil de serviços, desde que des- pontem, ao longo de sua execução, todos os elementos fático jurídicos da relação de emprego. De fato, essa é a ideia do princípio da primazia da realidade sobre a forma. Os fatos prevalecem sobre os documentos, podendo existir descaracterização de rótulos. Certo. 049. (TRT-22ª/TRT-22ª/JUIZ DO TRABALHO/2013) O princípio da primazia da realidade é manejado, como exemplo, sobre a análise das provas da prestação de serviços com objetivo de identificar o conteúdo verídico da relação jurídica, pouco importando o nome dado pelas partes litigantes. De fato, essa é a ideia do princípio da primazia da realidade sobre a forma. Os fatos prevalecem sobre os documentos, podendo existir descaracterização de rótulos. Certo. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MANUELA KARINE GASPAR DE MIRANDA - 84623306291, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 49 de 61www.grancursosonline.com.br Princípios do Direito do Trabalho DIREITO DO TRABALHO Maria Rafaela 050. (FCC/TRT-20ª/SE/OFICIAL DE JUSTIÇA/2016) O artigo 7º da Constituição Federal de 1988 estabeleceu direitos mínimos dos trabalhadores urbanos e rurais, objetivando a garantia e o aprimoramento da sua condição social, inserindo princípios do Direito do Trabalho, mesmo que de forma implícita, como por exemplo, a) primazia da realidade; intangibilidade salarial; razoabilidade. b) boa fé contratual; primazia da realidade; irredutibilidade salarial. c) irredutibilidade salarial; igualdade salarial; intangibilidade salarial. d) alteridade; continuidade da relação de emprego; princípio da despersonalização do empregador. e) continuidade da relação de emprego; pacta sunt servanda; proteção à criança e ao adolescente. A questão trata especificamente do artigo 7º e incisos com princípios. Analisando os princí- pios, verifica-se que a C é a que representa incisos como o VI e ainda os que evitam comporta- mento discriminatório e desigualdade salarial: XXX – proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por mo- tivo de sexo, idade, cor ou estado civil; XXXI – proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios de admissão do traba- lhador portador de deficiência; XXXII – proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e intelectual ou entre os profissionais respectivos; Letra c. 051. (FCC/TRT-20ª/SE/ANALISTA JUDICIÁRIO/2016) A restrição à autonomia da vontade inerente ao contrato de trabalho, em contraponto à soberania da vontade contratual das partes que prevalece no Direito Civil, é tida como instrumento que assegura as garantias fundamen- tais do trabalhador, em face do desequilíbrio de poderes inerentes ao contrato de emprego, é expressão do princípio da a) autonomia privada coletiva. b) condição mais benéfica. c) primazia da realidade. d) imperatividade das normas trabalhistas. e) prevalência do negociado em face do legislado. De fato, é preciso proteger o patamar civilizatório mínimo, razão pela qual é o limite do nego- ciado entre as partes – ACT e CCT, como bem representado pelo artigo 611-B da CLT. Nesse ponto, as normas trabalhistas do patamar civilizatório mínimo são imperativas e são freios da negociação coletiva. Letra d. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MANUELA KARINE GASPAR DE MIRANDA - 84623306291, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 50 de 61www.grancursosonline.com.br Princípios do Direito do Trabalho DIREITO DO TRABALHO Maria Rafaela 052. (CEBRASPE/TRT-8ª/ANALISTA JUDICIÁRIO/2016) Em relação aos princípios e às fon- tes do direito do trabalho, assinale a opção correta. a) Em virtude do princípio da boa-fé, via de regra, o trabalhador pode renunciar a seu direito de férias, se assim preferir. b) Na falta de disposições legais ou contratuais, a justiça do trabalho ou as autoridades ad- ministrativas poderão decidir o caso de acordo com os usos e costumes, que são fontes do direito do trabalho. c) Por conter regras específicas acerca da maioria dos institutos trabalhistas, na análise de um caso concreto, a Consolidação das Leis do Trabalho pode se sobrepor aos dispositivos cons- tantes da Constituição Federal de 1988 (CF). d) A sentença normativa é fonte do direito do trabalho, mas não o são os atos normativos do Poder Executivo. e) Os princípios gerais de direito não são aplicados na interpretação das normas do direito do trabalho, ainda que subsidiariamente. A alternativa B está correta conforme o caput do artigo 8º da CLT: As autoridades administrativas e a Justiça do Trabalho, na falta de disposições legais ou contratu- ais, decidirão, conforme o caso, pela jurisprudência, por analogia, por equidade e outros princípios e normas gerais de direito, principalmente do direito do trabalho, e, ainda, de acordo com os usos e costumes, o direito comparado, mas sempre de maneira que nenhum interesse de classe ou parti- cular prevaleça sobre o interesse público. Por esse mesmo artigo legal, a alternativa E está incorreta. a) Errada. O direito é irrenunciável, pois faz parte do patamar civilizatório mínimo. c) Errada. A argumentação está incorreta, por se tratar de norma mais benéfica. d) Errada. Os atos do Poder Executivo são fontes formais do direito do trabalho. Letra b. 053. (TRT-22ª/TRT-22ª/JUIZ DO TRABALHO/2013) O princípio da continuidade da relação de emprego faz pressupor que o contrato de trabalho é por tempo indeterminado, que o trabalha- dor não pediu demissão e não abandonou o emprego, excetuando-se a sua aplicação quando apura-se a ocorrência de justa causa para despedida do empregado. Na verdade, essa é a ideia do princípio da continuidade que continua existindo após a Reforma Trabalhista, razão pela qual a justa causa é ônus do empregador, devendo ele provar a justa Oconteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MANUELA KARINE GASPAR DE MIRANDA - 84623306291, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 51 de 61www.grancursosonline.com.br Princípios do Direito do Trabalho DIREITO DO TRABALHO Maria Rafaela causa do trabalhador e, com isso, o princípio persiste. Tem-se exatamente o sinal do princípio da continuidade da relação de emprego, que sobrevive até as mudanças do empregador, pois as relações trabalhistas permanecem inalteradas. As regras da súmula 212 do TST que tratam sobre este princípio é justamente que, na dúvida, o contrato de trabalho é por prazo indetermi- nado e a dispensa é sem justa causa. A sucessão de empregadores está prevista no art. 448 da CLT, que despenca em provas, e, ainda, é um reflexo direto do princípio em estudo nesta ques- tão. Por isso, ainda, situações de JUSTA CAUSA ou PEDIDO DE DEMISSÃO é ônus da prova do empregador na relação trabalhista. Errado. 054. (FCC/MANAUSPREV/PROCURADOR AUTÁRQUICO/2015) Os princípios são proposi- ções genéricas que exercem as funções informativa, normativa e interpretativa da ciência jurí- dica. Em relação aos princípios aplicáveis ao Direito do Trabalho, é correto afirmar: a) Derivado do princípio da intangibilidade salarial surge o princípio da irredutibilidade salarial que admite exceções somente quando houver autorização expressa do trabalhador. ERRADA b) Desde que o trabalhador seja maior e capaz serão válidas a renúncia e a transação, indepen- dentemente de previsão legal, ainda que lhe importem em prejuízos indiretos. c) São princípios constitucionais específicos do Direito do Trabalho: liberdade sindical, reco- nhecimento das convenções e acordos coletivos, proteção em face da automação. d) O princípio da continuidade do contrato de trabalho constitui em presunção favorável ao empregador, razão pela qual o encargo em provar o término do contrato de trabalho é do traba- lhador, quando negadas a prestação dos serviços e o despedimento. e) Com o objetivo de assegurar a eficácia e a segurança dos atos jurídicos no Direito do Traba- lho, como regra geral, a formalidade deve prevalecer sobre a realidade dos fatos. Conforme expressamente previsto nos artigos 7º e 8º da CF/1988. a) Errada. Exige expressa negociação coletiva, nos termos do inciso VI. b) Errada. A renúncia é situação excepcional e deve ser prevista na CF ou na lei. d) Errada. O princípio favorece o empregado. e) Errada. Prevalecem os fatos em prol dos rótulos, nos termos do princípio da primazia da realidade sobre a forma. Letra c. 055. (TRT-8ª/TRT-8ª/JUIZ DO TRABALHO/2012) De acordo com a doutrina pátria, o princí- pio da norma mais favorável dispõe que, o operador do Direito do Trabalho, deve optar pela regra mais favorável ao obreiro em três dimensões distintas: no princípio orientador da ação legislativa, no princípio orientador do processo de hierarquização de normas trabalhistas e no princípio orientador do processo de revelação do sentido da regra trabalhista. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MANUELA KARINE GASPAR DE MIRANDA - 84623306291, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 52 de 61www.grancursosonline.com.br Princípios do Direito do Trabalho DIREITO DO TRABALHO Maria Rafaela Existem triplas dimensões dos princípios, sendo que a resposta está em conformidade com a melhor doutrina de direito do trabalho. Certo. 056. (CESPE/CÂMARA DOS DEPUTADOS/ANALISTA LEGISLATIVO/2014) Julgue o item a seguir com base nos princípios do direito do trabalho. Será nulo o contrato individual de tra- balho que preveja remuneração das horas extras com adicional de 100% sobre a hora normal, uma vez que a Constituição Federal de 1988 (CF) determina acréscimo de apenas 50%. A CF/1988 prevê o mínimo, podendo existir legislação posterior que elasteça o mínimo cons- titucional. Veja que a CF/1988 estipula uma condição mínima, conforme o art. 7º, inciso XVI: Remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinquenta por cento à do normal. Errado. 057. (TRT-8ª/TRT-8ª/JUIZ DO TRABALHO/2012) O princípio da indisponibilidade dos direitos trabalhistas está materializado em vários dispositivos da Consolidação das Leis do Trabalho, dentre os quais se destaca o artigo 9º, que dispõe que serão nulos de pleno direito os atos praticados com o objetivo de desvirtuar, impedir ou fraudar a aplicação dos preceitos contidos na referida Consolidação. Está correta a correspondência acerca da proteção que se concede aos direitos trabalhistas no patamar civilizatório mínimo. Nesse sentido, tudo que fraudar direitos trabalhistas ofende a indisponibilidade. Certo. 058. (CESPE/FUNPRESP-EXE/ANALISTA/2022) João possui uma rede de restaurantes com mais de 100 funcionários e, no ano de 2019, em razão da crise econômica vivenciada no Brasil, a qual atingiu diretamente a empresa, João reuniu-se com os funcionários, restando acordada a redução temporária de salários, conforme documento reduzido a termo assinado pelos fun- cionários. Considerando essa situação hipotética, julgue o item a seguir com base no direito constitucional dos trabalhadores e nos princípios que regem o direito do trabalho. É válido o termo assinado pelos funcionários porque a redução temporária dos salários visa à valoriza- ção do princípio da continuidade da relação de emprego. 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Importante destacar um ponto significativo para a sua prova, conforme orientação do TST: De acordo com o princípio da inalterabilidade contratual lesiva é veda- da qualquer alteração contratual que seja lesiva ao empregado, mesmo se houver consenti- mento deste. Errado. 059. (VUNESP/PREFEITURA DE SÃO PAULO/PROCURADOR/2021) Assinale a alternativa contrária ao princípio do Direito do Trabalho. a) Alterabilidade contratual lesiva. b) In dubio pro operario. c) Primazia da realidade. d) Intangibilidade salarial. e) Proteção. Em todas as alternativas, a incorreta é a alternativa A, pois o nome correto do princípio é INAL- TERABILIDADE CONTRATUAL LESIVA que significa o seguinte: é vedado ao empregador alte- rar, unilateralmente, as condições pactuadas, ex-ceto se houver consentimento do empregado e desde que a este não resultem prejuízos, diretos ou indiretos. Letra a. 060. (FCC/PGE-GO/PROCURADOR DO ESTADO/2021) Em relação aos princípios que nor- teiam o Direito do Trabalho, considerando-se a doutrina, a legislação e as Súmulas de Jurispru- dência do Tribunal Superior do Trabalho, a) de acordo com o princípio da intangibilidade contratual objetiva, o conteúdo do contrato de emprego pode ser modificado, caso ocorra efetiva mudança no plano do sujeito empresarial. b) o princípio da irrenunciabilidade informa que o Direito do Trabalho impede a supressãode direitos trabalhistas em face do exercício, pelo devedor trabalhista, de prerrogativa legal. c) não há nenhum dispositivo expresso que atribui aos princípios uma função integrativa ou que indique a primazia do interesse público na Consolidação das Leis do Trabalho, porque a mesma regula o contrato individual nas relações de trabalho. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MANUELA KARINE GASPAR DE MIRANDA - 84623306291, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 54 de 61www.grancursosonline.com.br Princípios do Direito do Trabalho DIREITO DO TRABALHO Maria Rafaela d) em razão do princípio da primazia da realidade sobre a forma, o Juiz do Trabalho privilegia a situação de fato, devidamente comprovada, em detrimento dos documentos ou do rótulo conferido à relação de direito material. e) o princípio da continuidade do contrato de trabalho constitui presunção favorável ao empre- gador, razão pela qual tanto o ônus da prova quanto seu término é do empregado, nas hipóte- ses em que são negados a prestação dos serviços e o despedimento. a) Errada. A própria CLT afirma que não altera as condições jurídicas do contrato de trabalho. b) Errada. Tendo em vista que existem situações que podem existir a indisponibilidade do bem de família na execução trabalhista em detrimento do trabalhador, por exemplo. Também citam- -se como exemplos a prescrição e a decadência. c) Errada. Diante do que consta no artigo 8 da CLT. e) Errada. É favorável ao empregado. Letra d. 061. (FCC/TRT-9ª/ANALISTA/2015) Considere: I. Inobstante o princípio basilar do Direito Individual do Trabalho no tocante à indisponibilidade dos direitos trabalhistas, não há impedimento na supressão de direitos trabalhistas em face do exercício, pelo devedor trabalhista, da arguição da prescrição ou em face do não exercício, pelo credor trabalhista, de prerrogativa legal, como no caso da decadência. II. A renúncia e a transação são exemplos de supressão de direitos trabalhistas, operadas pe- los titulares de seus direitos, sendo a renúncia ato unilateral da parte e a transação ato bilateral, pelo qual se acertam direitos e obrigações entre as partes acordantes, mediante concessões recíprocas. III. Mesmo sendo titular de um direito indisponível, o trabalhador não pode dispor de todos os seus direitos trabalhistas, que estão acobertados pela indisponibilidade absoluta, como é o caso do direito ao registro em CTPS, ao salário-mínimo e à incidência das normas de proteção à saúde e segurança do trabalhador. Está correto o que se afirma em a) I, II e III. b) I e II, apenas c) I e III, apenas. d) II, apenas. e) I, apenas. O inciso I está correto, pois é autoexplicativo que o princípio da intangibilidade é relativo, haja vista que se admite no ordenamento a prescrição e a decadência. O inciso II está correto, na O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MANUELA KARINE GASPAR DE MIRANDA - 84623306291, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 55 de 61www.grancursosonline.com.br Princípios do Direito do Trabalho DIREITO DO TRABALHO Maria Rafaela medida que trata das diferenças de renúncia e transação. O inciso III está correto, pois, na dou- trina de Maurício Godinho Delgado afirma que existem direitos de indisponibilidade absoluta e são eles, por exemplo, os que constam na assertiva. É o chamado patamar civilizatório mínimo. Letra a. 062. (FCC/TRT-14ª/ANALISTA/2015) O Tribunal Superior do Trabalho editou a Súmula de Ju- risprudência de no 212, segundo a qual o ônus de provar o término do contrato de trabalho, quando negados a prestação de serviço e o despedimento, é do empregador, pois determinado princípio do Direito do Trabalho constitui presunção favorável ao empregado. O referido prin- cípio é o da a) indisponibilidade dos direitos trabalhistas. b) continuidade da relação de emprego. c) flexibilização das normas trabalhistas. d) intangibilidade salarial. e) primazia da realidade. A Súmula 212 trata exatamente do princípio da continuidade da relação de emprego, quando trata das presunções de que, na dúvida, a dispensa foi sem justa causa e que os contratos de trabalho são de prazo indeterminado. Nesse azo, tem-se claramente que a ideia é que os salá- rios e as relações são de natureza sucessiva. Letra b. 063. (FCC/ TRT-24ª/2010) O princípio que faz prevalecer a restrição à autonomia da vontade no contrato trabalhista, em contraponto à diretriz civil de soberania das partes no ajuste das condições contratuais, é, especificamente, o princípio a) da condição mais benéfica. b) da imperatividade das normas trabalhistas. c) da primazia da realidade sobre a forma. d) da continuidade da relação de emprego. e) do in dubio pro operatio. O princípio da imperatividade das normas trabalhistas veda exatamente os abusos cometidos nas negociações coletivas, impondo limites nas tratativas de acordos e convenções coletivas de trabalho. Destaca-se que a imperatividade tem a ideia de que as normas protetivas são de ordem pública. Letra b. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MANUELA KARINE GASPAR DE MIRANDA - 84623306291, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 56 de 61www.grancursosonline.com.br Princípios do Direito do Trabalho DIREITO DO TRABALHO Maria Rafaela 064. (FCC/TRT-9ª/ANALISTA JUDICIÁRIO/2015) A renúncia e a transação são exemplos de supressão de direitos trabalhistas, operadas pelos titulares de seus direitos, sendo a renúncia ato unilateral da parte e a transação ato bilateral, pelo qual se acertam direitos e obrigações entre as partes acordantes, mediante concessões recíprocas. A questão aborda exatamente os conceitos e diferenças entre renúncia e transação e devem ser vistas, dessa feita, como exceções ao sistema. Lembre-se que a renúncia é ato unilateral e a transação é bilateral. Certo. 065. (FCC/TRT-9ª/ANALISTA JUDICIÁRIO/2015) Mesmo sendo titular de um direito indis- ponível, o trabalhador não pode dispor de todos os seus direitos trabalhistas, que estão aco- bertados pela indisponibilidade absoluta, como é o caso do direito ao registro em CTPS, ao salário-mínimo e à incidência das normas de proteção à saúde e segurança do trabalhador. É exatamente essa a ideia e o conceito trazido pela valiosa doutrina do Ministro do TST, Mau- rício Godinho Delgado, na medida em que alguns direitos não podem ser transacionados, por estarem no patamar civilizatório mínimo. São os direitos que chamamos de indisponibilidade absoluta, e a questão aborda exatamente os exemplos do livro do doutrinador. Certo. 066. (FCC/TRT-20ª/ANALISTA/2011) A renúncia a direitos futuros é, em regra, inadmissível, sendo proibido pelo TST, inclusive, a pré-contratação de horas extras pelos bancários quando da sua admissão. A resposta está em consonância com o entendimento do TST, do qual se extrai a notícia do site oficial do TST, do qual menciono em respeito aos direitos autorais: A Quinta Turma do Tribunal Superior do Trabalho rejeitou a pretensão do Banco Bozano Simonsen S.A. de validar a pré-contratação de horas extras de bancário. Por maioria, a Turma negou conhecimento a recurso do banco e confirmou decisão de segunda instância que reconheceu o direito de um ex-empregado do banco ao recebimento de duas horas extras diárias. O Tribunal Regional do Trabalho do Rio de Janeiro (1ª Região) aplicou ao caso a jurisprudência do TST consolidada na Súmula 199, que estabelece a nulidade dapré-contratação do serviço suplementar quando é feita pelo empregador quando da admissão do trabalhador bancário. Os valores assim ajus- tados apenas remuneram a jornada normal, sendo devidas as horas extras com o adicional de, no mínimo, 50%, as quais não configuram pré-contratação, se pactuadas após a admissão do bancário, especifica na súmula. No recurso contra a decisão do TRT-RJ, o Banco alega que O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MANUELA KARINE GASPAR DE MIRANDA - 84623306291, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 57 de 61www.grancursosonline.com.br Princípios do Direito do Trabalho DIREITO DO TRABALHO Maria Rafaela essa jurisprudência do TST não se aplicaria ao caso porque o bancário passou a fazer horas extras apenas a partir do segundo mês de contratação e não a partir do momento da contrata- ção, como estaria previsto na Súmula 199. Seria, segundo o Bozano Simonsen, aplicável outra súmula, de número 48, que valida o sistema de compensação de horário quando a jornada ado- tada é a chamada semana espanhola, que alterna a prestação de serviços de quarenta e oito horas em uma semana e quarenta horas em outra. A Súmula 199 foi editada com vistas a coibir o desrespeito à jornada legalmente prevista para o bancário, disse o relator, juiz convocado José Pedro de Camargo, ao propor o não conhecimento do recurso. Ele citou também o artigo 225 da CLT, que continua em pleno vigor e estabelece que a prorrogação do trabalho bancário só poderá ocorrer de forma excepcional. Não se pode permitir expedientes que contornem a aplicação da lei, enfatizou. Certo. 067. (FCC/TRT-20ª/ANALISTA/2011) O direito ao aviso prévio é renunciável pelo empregado, sendo que o pedido de dispensa de cumprimento sempre exime o empregador de pagar o res- pectivo valor. A assertiva está em descompasso com a ideia do TST: Súmula 276: “O direito ao aviso prévio é irrenunciável pelo empregado. O pedido de dispensa de cumprimento não exime o emprega- dor de pagar o respectivo valor, salvo comprovação de haver o prestador dos serviços obtido novo emprego”. Errado. 068. (FCC/MPU/ANALISTA/2009) É nula a renúncia que obste a aplicação de norma cogente. A assertiva está correta, pois as normas cogentes são de ordem pública e de cumprimento obrigatório, com supedâneo na ideia de imperatividade das normas trabalhistas. Certo. 069. (FCC/MPU/ANALISTA/2009) Em virtude dos princípios que informam o Direito do Tra- balho, a renúncia e a transação devem ser tidas como exceção, não sendo admitida a renúncia tacitamente manifestada nem interpretação extensiva do ato pelo qual o trabalhador se despo- ja de direitos que lhe são assegurados. A questão traz exatamente a premissa que estamos estudando em nosso material de apoio, na medida em que renúncia e transação são medidas de exceção, em razão do princípio da prote- ção dos direitos trabalhistas e, com isso, a interpretação dos termos é restritiva, observando-se a real intenção das partes. Certo. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MANUELA KARINE GASPAR DE MIRANDA - 84623306291, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 58 de 61www.grancursosonline.com.br Princípios do Direito do Trabalho DIREITO DO TRABALHO Maria Rafaela GABARITO 10. e 11. C 12. b 13. E 14. a 15. e 16. E 17. E 18. a 19. E 20. E 21. b 22. C 23. C 24. a 25. a 26. c 27. E 28. E 29. d 30. C 31. C 32. a 33. E 34. c 35. d 36. d 37. E 38. E 39. E 40. E 41. E 42. c 43. e 44. E 45. E 46. d 47. e 48. C 49. C 50. c 51. d 52. b 53. E 54. C 55. C 56. E 57. C 58. E 59. a 60. d 61. a 62. b 63. b 64. C 65. C 66. C 67. E 68. C 69. C O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MANUELA KARINE GASPAR DE MIRANDA - 84623306291, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 59 de 61www.grancursosonline.com.br Princípios do Direito do Trabalho DIREITO DO TRABALHO Maria Rafaela REFERÊNCIAS BARROS, Alice Monteiro de. Curso de Direito do Trabalho. São Paulo: Ltr, 2011. BRASIL. Consolidação das Leis do Trabalho (1943). Consolidação das Leis do Trabalho. Brasí- lia: Senado, 1943. BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Se- nado, 1988. ______Supremo Tribunal Federal. Brasília: acesso em outubro/2020. Site oficial: www.stf.jus.b _______Tribunal Superior do Trabalho. Brasília: acesso em outubro/2020. Site oficial: www. tst.jus.br CASSAR, Vólia Bomfim. Direito do Trabalho. 11ª Ed. São Paulo: Editora Método, 2015. DELGADO, Maurício Godinho. Curso de Direito do Trabalho. 19ª Ed. São Paulo: Editora LTr, 2019. DELGADO, Maurício Godinho; DELGADO, Gabriela Neves. A Reforma Trabalhista no Brasil: Com os comentários à Lei n. 13.467/2017. São Paulo: Editora LTr, 2017. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MANUELA KARINE GASPAR DE MIRANDA - 84623306291, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br http://www.stf.jus.br/ http://www.tst.jus.br/ http://www.tst.jus.br/ 60 de 61www.grancursosonline.com.br Princípios do Direito do Trabalho DIREITO DO TRABALHO Maria Rafaela ANEXO – JURISPRUDÊNCIA Súmula n. 51 do TST NORMA REGULAMENTAR. VANTAGENS E OPÇÃO PELO NOVO REGULAMENTO. ART. 468 DA CLT I – As cláusulas regulamentares, que revoguem ou alterem vantagens deferidas ante- riormente, só atingirão os trabalhadores admitidos após a revogação ou alteração do regulamento. II – Havendo a coexistência de dois regulamentos da empresa, a opção do empregado por um deles tem efeito jurídico de renúncia às regras do sistema do outro. Ocorre que o novo Código de Processo Civil, em seu art. 833, deu à matéria tratamento um tanto diferente em relação ao Código anterior, no art. 649, substituindo no caput a expressão ‘absolutamente impenhoráveis’ pela palavra ‘impenhoráveis’, dando, assim, margem à mitigação da regra pelo intérprete, ao considerar o caso concreto.” (AgInt no AREsp 1.336.881/DF, Rel. Ministro Raul Araújo, Quarta Turma, julgado em 23/04/2019, DJe 27/05/2019) Súmula n. 12 do TST CARTEIRA PROFISSIONAL (mantida) As anotações apostas pelo empregador na carteira profissional do empregado não geram presunção juris et de jure”, mas apenas juris tantum”. Súmula n. 212 - Despedimento. Ônus da prova O ônus de provar o término do contrato de trabalho, quando negados a prestação de ser- viço e o despedimento, é do empregador, pois o princípio da continuidade da relação de emprego constitui presunção favorável ao empregado. Maria Rafaela Juíza do trabalho substituta da 7ª Região. Doutoranda em Direito pela Universidade do Porto/Portugal. Mes- tre em Ciências Jurídicas pela Universidade do Porto/Portugal. Professora de cursos de pós-graduação na Universidade de Fortaleza - Unifor. Palestrante. Professora convidada da Escola Judicial do TRT 7ª Região. Especialista em Direito do Trabalho e Processo do Trabalho. Professora de cursos preparatórios para con- cursos públicos. Formadora da Escola de Magistratura do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará. Cargos desempenhados: foi juíza do trabalho substituta no TRT 14ª Região, promotora de justiça titular do MPRO, analista judiciária do TJCE; professora concursada do quadro permanente na Universidade Federal de Ron- dônia; professora concursada temporária na Universidade Federal do Ceará.Aprovada em outros concursos públicos. Autora de artigos científicos publicados. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MANUELA KARINE GASPAR DE MIRANDA - 84623306291, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MANUELA KARINE GASPAR DE MIRANDA - 84623306291, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. Apresentação Princípios do Direito do Trabalho 1. Núcleo Basilar de Princípios Especiais 2. Princípio da Proteção 3. Princípio da Norma mais Favorável 4. Princípio da Imperatividade das Normas Trabalhistas 5. Princípio da Indisponibilidade dos Direitos Trabalhistas 6. Princípio da Condição mais Benéfica 7. Princípio da Inalterabilidade Contratual Lesiva 8. Princípio da Intangibilidade Salarial 9. Princípio da Intangibilidade Contratual Objetiva 10. Princípio da Primazia da Realidade sobre a Forma 11. Princípio da Continuidade da Relação de Emprego 12. Princípios Justrabalhistas Especiais Controvertidos, Princípio In Dubio pro Operario, Princípio do Maior Rendimento 13. Renúncia e Transação no Direito do Trabalho 14. Super-Revisão de Princípios Trabalhistas para a Melhor Síntese nas Provas Resumo Mapas Mentais Questões de Concurso Gabarito Referências Anexo – Jurisprudência AVALIAR 5: Página 61: