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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 2ª VARA DA COMARCA DE RIO DAS OSTRAS/RJ.
Processo: 0011568-13.2014.8.19.0068
ERIK JOHSON LOPES BARBOSA, já qualificado nos autos do processo supracitado, vem, por seu procurador, in fine, respeitosamente, perante V.Exª, apresentar suas ALEGAÇÕES FINAIS, na forma abaixo:
O réu foi denunciado juntamente com seu irmão Steve Jonathan Lopes Barbosa, pelo Ministério Público, pela suposta prática dos crimes de homicídio qualificado com ocultação de cadáver descrito nos artigos 121 § 2° incisos II e IV c/c artigo 211 do Código Penal.
A denúncia narra um crime que não se sabe precisa a data, porém, atribui a suposta prática criminosa antes de 04/06/2014, em razão da data do registro de ocorrência do desaparecimento da jovem Jennefer Tifany Veiga Pires.
Contudo, ainda consta na peça acusatória que os réus teriam ceifado a vida de Jennefer através de disparo de arma de fogo e em seguida, a esquartejaram jogando o seu corpo no rio goiamum.
Excelência, para comprovar a narrativa fantasiosa da denúncia, pode-se perceber que não existe rio goiamum no município de Rio das Ostras. De acordo com o INEA (Instituto Estadual do Ambiente), o município de Rio das Ostras é compreendido pelos rios: Rio das Ostras e Imboassica.
Ainda de acordo com o Comitê de Bacia do Rio Macaé, consta a informação de que: Nascendo entre a Serra do Pote e Careta com o nome de rio Jundiá, O Rio das Ostras percorre cerca de 29 km no sentido noroeste-leste,
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BASTOS ADVOCACIA MILITAR
 
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Dr. Flávio da Silva Bastos, OAB/RJ 197233. End.: Avenida Novo Rio das Ostras, n° 814, Bairro Novo Rio das Ostras,
Município de Rio das Ostras/RJ. CEP: 28893-410. Tel. (22) 2771-1078.
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descrevendo uma série de meandros até a sua foz, na Boca da Barra. Seus principais afluentes são o Rio Iriri e Maurício.1
Também consta nos autos, que nenhum corpo foi encontrado em rio, no município de Rio das Ostras, no período de 05/05/2014 a 02/12/2014, conforme investigação da polícia civil.
Além do Ministério Público insistir no pronunciamento do acusado (s) perante ao Tribunal das “lágrimas”, por entender que houve um crime de homicídio sem materialidade do delito até mesmo pela ausência do corpo, sequer um fio de cabelo foi encontrado, ainda impõe o crime de ocultação de cadáver, por entender que o corpo foi jogado em um rio que não existe.
Data máxima vênia, não existe qualquer indício mínimo de materialidade e autoria, que possa levar o acusado a ser pronunciado.
Em que pese os pais da jovem Jennnefer buscarem justiça pelo desaparecimento de sua filha, que é louvável, mesmo que caluniando o acusado em redes sociais, nada restou provado nos autos do processo, e sem provas não há que se falar em condenação.
DA AUSÊNCIA DOS INDÍCIOS DE AUTORIA E MATERIALIDADE DELITIVA DOS CRIMES IMPUTADOS.
Excelência, o parquet, mesmo após toda instrução criminal insiste na pronúncia do(s) acusado(s), sem qualquer prova, até mesmo sem a existência de exame de corpo de delito direto (exame de necrópsia), ou a declaração de morte presumida.
O artigo 413 do CPP, aduz que: O juiz, fundamentadamente, pronunciará o acusado, se convencido da materialidade do fato e da existência de indícios suficientes de autoria ou de participação.
Pôde-se perceber nestes autos, em que a ausência da materialidade pela falta do corpo, se é que Jennefer se encontra morta, a prova testemunhal poderia suprir a ausência do exame de necrópsia, na forma do artigo 167 do CPP.
Nas palavras do saudoso mestre Cezar Roberto Bittencourt, em seu Tratado de Direito Penal, existem "três formas de comprovar a materialidade
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http://cbhmacae.eco.br/bacia-hidrografica/
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Dr. Flávio da Silva Bastos, OAB/RJ 197233. End.: Avenida Novo Rio das Ostras, n° 814, Bairro Novo Rio das Ostras,
Município de Rio das Ostras/RJ. CEP: 28893-410. Tel. (22) 2771-1078.
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dos crimes que deixam vestígios, quais sejam: exame de corpo de delito direto, exame de corpo de delito indireto e prova testemunhal"2
Durante o contraditório e a ampla defesa dos acusados, nenhuma prova testemunhal foi produzida, e como é sabido, o ônus da prova compete a quem alega o fato (art. 156 CPP).
Quando ausente a prova testemunhal e a falta do encontro do cadáver, restaria o destaque para prova pericial, que também, não foi produzida.
Corroborando com o assunto, durante as investigações, o relatório final da autoridade policial, às fls. 1123, podemos extrair que:
“O presente procedimento talvez tenha se configurado no mais volumoso que já figurara nesta unidade policial, contando com cerca de 1.130 páginas. Foram realizadas diversas diligências, desde representação por quebra de sigilo telefônico, busca e apreensão, quebra de sigilo de aparelhos de telefonia e computadores etc. Todas as pessoas que se mencionaram no presente procedimento foram devidamente intimadas e ouvidas, algumas de forma reiterada, maçante, em várias oportunidades. Foram extraídas diligências de toda natureza, desde a solicitação de informações a órgãos extra policiais acerca de informações da desaparecida, como dentro do organismo da PCERJ, junto às unidades policiais que se avizinham junto à RISP do norte e noroeste fluminense, bem como em outras regiões. Não se logrou êxito em identificar o paradeiro da vítima. (...) Seguiram-se à juntada de Auto de Apreensão de bens no endereço dos suspeitos, após ordem de busca deferida pelo juízo 1ª Vara Criminal da Comarca de Rio das Ostras, onde não se logrou êxito em localizar qualquer arma de fogo no local, em que pese ser notória sua existência, já que nos autos consta que João Batista teria uma de uso pessoal. Também não se logrou êxito em localizar nenhuma arma de fogo do policial Erik, apontado como suspeito pelo desaparecimento de Jennifer. Juntado o AECD relativamente à quebra de sigilo de dados, o resultado fora frustrante: não foram encontradas qualquer evidência que correlacionasse com a imputação feita aos suspeitos.
2 Tratado de Direito Penal, volume 2, p.39, 3ª edição, Editora Saraiva.
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Dr. Flávio da Silva Bastos, OAB/RJ 197233. End.: Avenida Novo Rio das Ostras, n° 814, Bairro Novo Rio das Ostras,
Município de Rio das Ostras/RJ. CEP: 28893-410. Tel. (22) 2771-1078.
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(grifo meu)
O relatório acima, é oriundo da investigação policial do caso do desaparecimento de Jennefer Tifany, na qual nenhuma prova foi produzida durante as investigações.
Logo no entender do delegado o divisor de aguas durante as investigações se deu com o comparecimento da testemunha Gladys de Santana Lora, sendo que está mantém contato com a senhora Glaucia Rose Veiga Pires (mãe de Jennefer), desde 2016, conforme relatado por Gladys. Ou seja, elas se conhecem e possuem um vínculo de amizade.
Vide, Gladys às fls. 2164. “que a depoente conheceu a Glaucia no mês em que ele vendeu o carro à depoente, em 2016. Que a depoente foi atrás dela para ver se, realmente, esse fato era com ela mesmo ou era com outra pessoa, porque ele ameaçou a depoente; que a depoente fez o vídeo e a carta; que a depoente manteve contato com a Glaucia e a chamou para ir à delegacia, porque ficou com muito medo dele;”
Então o depoimento da senhora Gladys seria uma prova testemunhal induvidosa? Mesmo ela sendo considerada inocente pela lei até o trânsito em julgado dos processos na qual responde, e sendo considerada de maus antecedentes.
Vale salientar que Gladys de Santana Lora, se encontra presa preventivamente em razão dos crimes de Associação Criminosa art. 288 CP, Estelionato art. 171 do CP, e Falsidade Ideológica art. 299, nos autos do processo de nº 0288851-96.2018.8.19.0001, além de possuir registros pretéritos pelos crimes de estelionato, furto, falsificação e uso de documento público, e de responder pelo crime do artigo 238, parágrafo único da Lei 8.069/90, (prometer ou efetivar a entrega de filho ou pupilo a terceiro, mediante paga ou recompensa), conforme consta no recebimento da denúncia do processo acima descrito.
Informo ainda que Gladys recentemente foi condenada pelo crime do artigo 168(receptação) do Código Penal, após denúncia do Ministério Público ter sido julgada procedente por esse juízo nos autos do processo n° 0008219- 60.2018.8.19.0068.
É importante lembrar que Gladys, relata que os acusados teriam comparecido em sua residência em dezembro do ano de 2010, (fls. 827), com
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Dr. Flávio da Silva Bastos, OAB/RJ 197233. End.: Avenida Novo Rio das Ostras, n° 814, Bairro Novo Rio das Ostras,
Município de Rio das Ostras/RJ. CEP: 28893-410. Tel. (22) 2771-1078.
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um veículo Cerato de cor preta, por volta das 23hs, com as camisas de Erick e Steve estavam machadas de sangue e que o sangue seria proveniente de uma agressão a um homem, e que ela emprestou duas blusas, e as camisas sujas de sangue foram guardadas dentro de uma garrafa pet que foi guardada embaixo da geladeira da mesma. E que 04 (quatro) meses depois os acusados teriam retornado até a casa de Gladys para a questionarem se as camisas haviam sido descartadas, e que naquele momento os acusados a haviam informado que o sangue que estava na camisa era de Jennefer Tifany, e que eles a teriam matado em razão da guarda dos filhos e que Steve não teria como pagar pensão alimentícia, e mediante isso ela teria sido morta com disparo de arma de fogo e o corpo teria sido esquartejado e dispensado no rio guaiamum em Rio das Ostras.
Aproveitando a transcrição do depoimento da senhora Gladys de Santana Lora, em Juízo, transcrito pelo parquet, podemos observar que:
“Que a depoente é surda e só consegue ler os lábios; que a depoente não é nada dos acusados, mas tiveram amizade no passado; que sobre o homicídio, a depoente quase foi também e quer contar o que aconteceu; que quando o pai da depoente teve AVC, ela ficou sozinha; que como tinham amizade havia muito tempo, a depoente vendeu uma casa sua para que pudesse cuidar de seu pai e comprar um carro; que o Erik ofereceu um Elantra e a depoente transferiu para a conta dele trinta e cinco mil; que o advogado dele conhece a depoente e sabe muito bem que ela é uma pessoa muito correta; que a depoente está presa por algo que não cometeu...; que depois que a depoente transferiu o dinheiro para a conta dele, ele simplesmente sumiu e não entregou o Elantra; que quando a depoente foi atrás dele, ele ameaçou a depoente e falou "eu esquartejei a minha cunhada e vou esquartejar você também"; que ele falou que também esquartejaria a depoente e ela tem isso por escrito; que ele falou que a menina chama Jennefer, um negócio assim; que entre 2010 para 2011, os dois estiveram na casa da depoente e chegaram com a camisa cheia de sangue; que disseram que tinham batido em um homem, mas não bateram em homem nenhum, é mentira; que do jeito que ele ameaçou a depoente e falou que esquartejou a menina e jogou ali no Goiamum...; que os dois estavam ensanguentados, o Erik e o Steve; que primeiro eles disseram que tinham batido em um homem e demorou um bom tempo para eles confessarem, uns dois meses, mais ou menos; que a irmã da depoente, que é dentista, não queria que a depoente ficasse de amizade com ele, nem com o policial Carvalho; que a depoente demonstrou uma forte confiança para que ele lhe confessasse; que ele falou para a depoente que ele tinha matado a menina; que quem falou foram os dois; que era porque a menina estava separando do irmão dele, ia colocá-lo na Justiça e ia pedir pensão pros dois filhos; que como ele não trabalhava, não tinha emprego fixo, ia ficar preso; que ele falou que bateu na menina, deu um negócio para a menina dormir, depois pegou e deu um tiro na cabeça da menina; que foi ele, o pai dele, os três, e depois cortou o corpo em pedaços e jogou lá no Goiamum;
que ele que falou, a depoente não está afirmando nada, não; que o Erik cortou o corpo; que ele que falou que o pai dele estava junto, ele mesmo que meteu o nome do pai dele junto; que depois a mãe dele e o pai dele vieram pedir de joelho, por favor, à depoente; que a depoente transferiu a mensagem que o pai dele mandou para a depoente para o telefone dele; que quando ele falou isso para a depoente, ela achou coisa de moleque, coisa de polícia; que polícia fala besteira mesmo, a depoente tem um bocado de amigo que é polícia e fala besteira para intimidar os outros; que a depoente achou que aquilo era uma bobagem, não levou a sério; que ele não mostrava comportamento agressivo; que quando ele vendeu o Elantra à depoente, ela viu que aquilo que ele falou era verdade, porque ele a ameaçou, disse que a esquartejaria, como ele fez com a cunhada dele, e sumiria com seu corpo, de modo que nunca mais sua família iria achar; que a depoente teve um prejuízo de trinta e cinco mil, um risco de vida muito sério, a depoente e seu filho; que seu filho está com treze anos hoje e estava com oito na época, estava junto; que a depoente ficou com medo; que foi por isso que a depoente foi falar com a polícia e procurou saber da Gláucia; que a depoente encontrou a Gláucia porque foi levantar o nome dele; que a depoente também é formada, como o Promotor e os demais; que a depoente botou o nome dele mesmo, naquele negócio do Fórum em que consulta o processo; que a depoente foi ao Fórum e pediu para ver o processo; que tinha um endereço da Gláucia no processo aqui; que onde a depoente foi, ela não mora mais; que mora uma amiga dela; que a amiga dela chamou ela, a depoente conversou com ela e contou tudo o que estava acontecendo; que a depoente contou a verdade também para o advogado dele, porque ele falou para a depoente que ele é um otário e está trabalhando enganado; que isso ele falou; que no dia em que a depoente falou com a Gláucia, estava ela, o marido e as duas amigas dela, cujo nome a depoente não sabe; que a depoente tem as conversas do "Zap" que não deu tempo de mostrar à polícia; que quem gravou o vídeo foi a amiga da Gláucia; que era a depoente falando e a depoente pediu para gravar, porque se ela aparecesse morta, se acontecesse alguma coisa com a depoente, esse vídeo teria que vir para a Justiça; que a depoente escreveu uma carta e tudo o que escreveu é a realidade; que a depoente passou realmente por isso e não está mentindo; que podem levantar agora a conta dele no banco, com o nome de Josué, que transferiu o dinheiro para a conta dele; que a depoente, voluntariamente, quis escrever aquela carta, porque estava com medo dele; que a depoente passou a ter inimizade com o Erik; que essa situação do Elantra fez com que a depoente tivesse raiva dele, porque perdeu trinta e cinco mil reais; que a depoente não quis se vingar, não; que a depoente não é vingativa, é uma pessoa muito correta; que a depoente foi ameaçada; que se ela aparece morta, a justiça do homem é uma coisa, mas a gente espera muito tempo pela justiça de Deus, porque um dia ele virá para ressurgir todos nós, mas enquanto a gente não ressurge, a gente fica embaixo do chão; que a depoente sabe que, se estiver fazendo uma acusação falsa, vai responder depois a um processo, mas não tem acusação falsa, não; que a depoente tem certeza de que eles passaram isso para ela e a depoente não está fazendo isso como forma de vingança, de jeito nenhum; que a depoente ainda mostra as mensagens que estão gravadas em seu telefone; que a depoente é formada em Engenharia Civil; que a
depoente já fez bacharelado em Direito e trocou sua matrícula para Engenharia Civil; que a depoente não chegou a se formar em Direito; que a depoente foi para Portugal e tem sua declaração escolar; que processo criminal que fizeram contra a depoente ela não cometeu crime nenhum; que a depoente está presa por um processo dizendo que é de sua empresa, mas a empresa é sua; que a depoente não sabe se está presa por outro processo sem ser esse, porque ela nunca veio ao Fórum responder a nenhum processo; que a única coisa que fizeram contra a depoente foi sua empregada, Priscila Sales, que lhe deu uma criança e disse para a depoente que...; que a depoente não tem nenhuma vingança contra ele, nada disso; que é só pela segurança da depoente, porque ele lhe fez ameaça mesmo e a depoente fala na cara dele; que o paidele passou uma mensagem para a depoente e o advogado dele sabe muito bem; que a depoente transferiu na mesma hora; que ele pediu, por favor, para a depoente tirar a queixa na delegacia e não fazer isso, porque seu filho poderia ser preso; que ele sabe que a depoente está falando a verdade e que não veio acusar ninguém, nem mentir; que as camisas ensanguentadas a depoente guardou, mas não lembra onde foi, porque quando sua filha morreu, a depoente ficou seis meses tomando remédio controlado; que a depoente guardou porque foi orientada por uma terceira pessoa, que disse para a depoente guardar porque poderia ser isso, mas poderia não ser, então a depoente guardou; que a depoente colocou em uma garrafa as duas camisas e colocou no fundo de uma geladeira; que a depoente vendia sorvetes; que a camisa que ele tirou na casa da depoente, ele disse que não poderia voltar para casa com a camisa suja; que a depoente tem filho na altura dele fisicamente e deu outra camisa para ele vestir; que a depoente não sabe nada disso, se acharam o corpo no rio, só sabe que ele a ameaçou por causa do Elantra e ele mesmo falou para a depoente assim: "Eu esquartejei a minha cunhada e esquartejo você também. Nem sua família vai achar seu corpo!"; que a depoente sabia que ele era policial militar, porque se conheceram por aí; que a relação era só amizade mesmo; que a depoente o conheceu por conta de uma busca de um roubo que fizeram; que roubaram o carro do cunhado e do irmão da depoente; que o carro era dos dois; que quando ele foi socorrer os dois, começaram a conversar e fizeram amizade; que amizade todo mundo faz; que a depoente faz amizade com todo mundo; que de tanto que a depoente confiou nele, acreditou que o carro seria de um policial, como ele mesmo disse; que se ele estivesse aqui, a depoente falaria na cara dele, na frente do Promotor; que ele falou para a depoente que o carro era de um policial, que era vinte e cinco mil reais e parcelaria mil reais por mês; que a depoente se interessou e estava dentro de suas condições; que a depoente o levou junto com ela para vender sua casa em São Pedro da Aldeia; que o Sr. Josué Guimarães transferiu para a conta dele trinta e cinco mil reais, porque ele disse que o pai dele estava mal de saúde; que a data, só olhando no "Zap" mesmo; que isso foi quando ele vendeu o carro para a depoente, já vai fazer dois ou três anos; que foi em 2016; que a depoente procurou a polícia logo depois da ameaça, uma semana depois; que a depoente foi procurar a polícia, levantou o nome dele, aí achou a Gláucia e foi procurar saber se realmente...; que a depoente só procurou a família da Gláucia porque foi ameaçada pelo Erick e quis saber se isso realmente procedia, mas não veio aqui se vingar de ninguém; que a depoente
conheceu o Erik em 2009; que a depoente conheceu o Erik e o Steve no mesmo dia e morava em Barra de São João, perto do DPO; que ele foi à casa da depoente e cada um foi com suas namoradas; que a depoente conhece os dois meninos e deu enxoval pro bebê dele com uma menina que está com ele recente, porque não conheceu a que morreu; que a depoente conheceu o Erik em Barra de São João e ele levou o Steve na casa da depoente; que fizeram amizade todos juntos e a depoente nunca pensou, em sua consciência, que ele fosse um monstro; que eles foram à casa da depoente ajudá-la a fazer sua mudança no centro; que a depoente confiou neles, abriu as portas de sua casa para eles, ele pediu ajuda à depoente, falando que o pai estaria doente; que foi o Erik que falou que o pai estava doente; que a depoente conheceu a namorada dele do cabelão grande, pois ele a levou na casa da depoente, e conheceu os pais dele; que foi uma amizade normal; que a depoente os conheceu quando eles foram socorrer um assalto que seu cunhado e seu irmão sofreram; que o Erik foi como policial e estava fardado, em 2009; que ele falou para a depoente que era PM havia quatro anos; que quando ele foi à casa da depoente, ele tinha um carro preto; que quando o pai deles mandou mensagem pedindo para tirar a queixa, a depoente não tirou; que a depoente tem filhos, família e trabalha, não era nem para estar presa; que a depoente sofreu ameaça dele por causa de um prejuízo de trinta e cinco mil reais; que a depoente é viúva; que o marido da depoente, José Carlos, morreu com sua filha; que foi em 2010 que eles chegaram lá com a blusa suja; que os réus foram no enterro da filha da depoente; que o Erik já foi muitas vezes fardado na casa da depoente; que fizeram amizade na rua, normal; que ele socorreu o problema e, no outro dia, a depoente o encontrou no armarinho da Cidade Praiana; que se a advogada quiser pedir vídeo desse armarinho, dessa data em que a depoente o conheceu, tem câmera; que fica na Rua Santa Catarina o Armarinho da Zezé; que ele estava comprando um caderno rosa; que a depoente nunca teve um relacionamento amoroso com o Erik, deus que a livre; que ele é jovem e a depoente é mais velha, teria até vergonha de um negócio desse; que com o Steve também não, com nenhum dos dois; que para a depoente, eles eram uns filhos, porque os filhos da depoente também são assim, rapazinhos iguais a eles; que a depoente conheceu o Erik nessas duas ocasiões, no socorro e no armarinho; que no socorro, ele foi como policial, mas não foi na viatura; que ele foi no carro dele preto; que a depoente tem testemunhas e tem vídeo, porque a casa da depoente tem vídeo e foi perto, bem perto; que a depoente tem como sua testemunha de que ele lhe vendeu um Elantra o Dr. Fabrício, que trabalhou com eles; que a depoente foi com o Dr. Fabrício na delegacia porque ele é sua testemunha de que a depoente colocou dinheiro na conta dele; que não tem parto suposto nenhum, não; que isso aí é a empregada da depoente, que queria duzentos e cinquenta mil numa criança, mas a depoente não compra nem um coelho; [...] que a depoente não tem raiva do Erik e do Steve, porque quem tem raiva é cachorro; que a depoente entrega na mão de Deus; que a depoente ratifica que, em 2010, os acusados Erik e Steve estiveram em sua casa; que eles tinham a chave também para entrar; que a depoente deu porque confiava neles; que as camisas eram uma branca e outra coral; que a depoente escondeu dentro da geladeira; que a depoente tinha uma geladeira que tinha um buraco embaixo, mas a depoente não lembra onde foi parar; que a
depoente colocou em uma garrafa pet; que ao serem mostradas garrafas pet para a depoente, ela afirma que em uma não cabe blusa e aponta a que cabem duas; que não adianta tentar intimidar ou incriminar a depoente, porque ela sabe que fez e guardou mesmo; que a depoente usou uma garrafa só com duas blusas; que se o advogado quiser, a depoente enfia agora para ele ver; que a depoente tinha uma fábrica de sorvete, mas quando perdeu sua filha Carol, se desfez da fábrica e não sabe para onde foi; que a depoente já procurou e pediu ajuda a policial da 128 para ir com ela aonde ela colocou todas as geladeiras; que tinha também um moço que consertava; que a depoente foi atrás dele e também não achou; que a depoente lembra muito pouco, mas o senhor que consertava geladeira era o Joelson e tinha outros, eram três; que a depoente toma remédio controlado e vai tomar bastante até morrer, pois está com saco cheio de viver; que a depoente não guardou as camisas com intenção de entregar ninguém à polícia, só guardou porque uma pessoa a orientou a guardar porque poderia servir depois, já que a depoente não sabia; que quando a depoente comprou o Elantra com ele, ele sabe que é verdade... ele falou que esquartejaria a depoente, o Erik; que quem orientou a depoente a guardar essas camisas foi sua empregada Ana, que faleceu agora, há pouco tempo, dia 12 do mês passado, e está no cemitério do Âncora; que a depoente ficou sabendo porque recebeu uma carta, dizendo que ela faleceu; que se pegar o extrato da conta do Erik, vai ver que o Josué Pereira Guimarães colocou trinta e cinco mil; que a depoente o levou lá em Barra de São João quando foi vender sua casa para comprar o Elantra, queele disse que era de um policial; que o policial queria vinte e cinco mil e, dez mil, o acusado pediu à depoente, que era para cuidar do pai dele, porque ele disse que o pai dele estava morrendo; que a depoente está falando a verdade na cara dele; que se estivesse morta, não estaria nem ali falando; que a depoente fez a carta porque, se ele a matasse, como que a polícia ia descobrir?; que criaram um Facebook falso para a depoente; que a depoente não tem nem Facebook e criaram um com essa foto; que essa foto é do notebook da depoente, que foi roubado; que a depoente fica nervosa, porque sua empregada criou um Facebook falso, criou a depoente de barriga, acusou a depoente de parto suposto e a depoente está presa sem ter feito nada; que a depoente toma remédio controlado e já foi internada por isso, quando perdeu sua filha, porque o homem que passou com o caminhão por cima do carro está solto; que a filha da depoente está internada junto com o marido da depoente e ela era sua única filha; que a depoente já ficou internada em hospital psiquiátrico duas vezes por conta da morte de sua filha; que a filha da depoente faleceu no dia 02/05/2015; que antes disso, a depoente nunca tinha sido internada e é uma mulher normal; que a depoente tem vontade de morrer todos os dias para encontrar com ela; que era a única filha que a depoente tinha e ninguém faz justiça por nada; que a depoente se aproximou do Erik por amizade normal; que a depoente faz amizade com todo mundo, tem um milhão de amigos e ajuda muita gente; que a depoente jamais esperava que ele lhe desse esse golpe; que eles foram à casa da depoente e pediram camisa para trocar de roupa; que eles falaram que não podiam chegar em casa com a camisa suja e disseram que tinham batido em um homem; que eles chegaram em um carro preto; que eles foram procurar a depoente só para trocar as camisas, à noite; que ele não disse onde ocorreu a briga; que, na época, a depoente
morava em Barra de São João; que a depoente conheceu a Gláucia no mês em que ele vendeu o carro à depoente, em 2016; que a depoente foi atrás dela para ver se, realmente, esse fato era com ela mesmo ou era com outra pessoa, porque ele ameaçou a depoente; que a depoente fez o vídeo e a carta; que a depoente manteve contato com a Gláucia e a chamou para ir à delegacia, porque ficou com muito medo dele; que só o que falavam na mensagem era sobre isso; que a depoente não tinha amizade com a moça [Gláucia]; que a depoente não manteve contato, só falou com ela nesse dia, depois foram na delegacia; que a depoente nem sabe onde a Gláucia mora, só foi com ela na delegacia; que ela também nunca foi na casa da depoente; que a depoente foi procurá-la no endereço dela, só que ela não mora mais, quem mora lá é uma amiga dela; que a depoente bateu na porta dessa casa, estava apavorada e pediu para gravar o vídeo, porque, se aparecesse morta, qual causa de morte que a polícia ia suspeitar? Quem a matou? O que aconteceu?; que depois dessa ameaça, a depoente nunca mais falou com ele; que a depoente não foi em festa de aniversário nenhuma com ele em 2017; que a depoente foi entregar o bolo na casa do Felipe, em 2016, e foi no caminho conversando com ele que queria o carro, porque comprou. (Gladys de Santana Lora – testemunha de acusação – fl. 2001).
Entende o Ministério Público (fls. 2165) que Gladys iniciou uma amizade com o acusado Erik, no ano de 2009, a partir de uma ocorrência policial de roubo de veículo e que Erick se apresentava como policial militar no exercício de suas funções.
Gladys em Juízo disse que: (...) que a depoente os conheceu quando eles foram socorrer um assalto que seu cunhado e seu irmão sofreram; que o Erik foi como policial e estava fardado, em 2009; que ele falou para a depoente que era PM havia quatro anos. (...).
A defesa comprovou documentalmente que o acusado Erick, não era policial militar no ano de 2009, pois ingressou na PM em 05 de março de 2012 (Boletim da PM 065 de 09/04/2012), permanecendo no curso de formação de soldados no Rio de Janeiro, até se formar e iniciar o trabalho nas ruas, em 09 de janeiro de 2013, na 2ª UPP do 22º Batalhão/Bonsucesso (Boletim da PM n° 006 de 03/04/2013), e apenas ter sido movimentado para o 32° BPM/Macaé em 03 de abril de 2014 (Boletim da PM n° 061 de 03/04/2014), quando começou a trabalhar em Rio das Ostras, e conheceu a senhora Gladys, quando estava em patrulhamento no bairro cidade praiana, e ela se dirigiu até ele quando se encontrava no interior de uma papelaria, o que também foi comprovado pelas testemunhas de defesa. Fls.2015/2025.
O policial militar Carlos Vinícius Rabelo Coelho que se encontrava de serviço com o acusado Erick, em juízo disse que, fls. 1997 e 2169: Que é amigo
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Dr. Flávio da Silva Bastos, OAB/RJ 197233. End.: Avenida Novo Rio das Ostras, n° 814, Bairro Novo Rio das Ostras,
Município de Rio das Ostras/RJ. CEP: 28893-410. Tel. (22) 2771-1078.
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do Erick. Que trabalhou com o Erick no final de março de 2014 quando vieram transferidos da UPP para cá. Que o primeiro contato com a testemunha Gladys foi nessa época também. Que estava de patrulhamento quando a Gladys chegou e perguntou se eles faziam um serviço de escolta do Rio de Janeiro. (...). Que nunca tinha visto ela antes. (...). que a abordagem de Gladys foi espantosa e não pareceu que a mesma conhecia o Erick.
Além do policial militar Carlos Vinícius Rabelo, podemos extrair do depoimento do senhor Rogério Ferreira Sposito, fls. 1431/1437, que presenciou o dia que supostamente a testemunha Gladys teria conhecido Erick em uma papelaria.
A própria Gladys afirma m seu depoimento em Juízo que conheceu Erik na papelaria da Cidade Praiana, e isso se deu em março de 2014: ...a depoente o encontrou no armarinho da Cidade Praiana; que se a advogada quiser pedir vídeo desse armarinho, dessa data em que a depoente o conheceu, tem câmera; que fica na Rua Santa Catarina o Armarinho da Zezé; que ele estava comprando um caderno rosa.
A própria Gladys confirma em seu depoimento que conheceu o Erick em 2014, o que vai de encontro com tudo que ela disse a respeito de tê-lo conhecido em 2009 ou 2010 e 2011. Essa contradição coloca em descredito tudo o que ela diz, em relação à imputação dos crimes, devendo prevalecer em caso de dúvida o in dubio pro reo.
O Ministério Público ainda diz que no ano de 2010 ou 2011, os acusados foram à residência de Gladys com camisas ensanguentadas e pediram que ela lhes emprestasse camisas limpas, às fls. 2165.
Mais uma vez foi provado pela defesa que no ano de 2010 e 2011, os acusados não conheciam a senhora Gladys.
Logo, impossível mediante as provas produzidas pela defesa e carreadas nos autos, que Gladys teria conhecido os acusados em 2010 ou 2011, e eles teriam estado em sua casa com camisas sujas de sangue e que ela lhes teria fornecido duas camisas limpas, o que se torna mais absurdo ainda, pois Gladys em seu depoimento em juízo diz que naquela época seu filho estava com oito anos de idade e agora estaria com treze anos.
Excelência, duas camisas emprestadas de uma criança de oito anos de idade não cabem em dois adultos.
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Gladys em Juízo: “(...) que a camisa que ele tirou na casa da depoente, ele disse que não poderia voltar para casa com a camisa suja; que a depoente tem filho na altura dele fisicamente e deu outra camisa para ele vestir.”
Se naquela época (2010/2011) o filho de Gladys, estava com 8 anos, jamais teria a estatura dos acusados, e na data de seu depoimento em 2019, não poderia estar com 13 anos. Veja, que a senhora Gladys, não possui a mínima noção de tempo e espaço, pois ela mesma não sabe a idade do seu filho.
Outro trecho do depoimento de Gladys, fls. 2161/2162: (...). Que a depoente passou a ter inimizade com Erik; que essa situação do Elantra fez com que a depoente tivesse raiva dele, porque perdeu trinta e cinco mil reais;que a depoente não quis se vingar, não; que a depoente não é vingativa, é uma pessoa muito correta; que a depoente foi ameaçada; que se ela aparecer morta, a justiça do homem é uma coisa, mas a gente espera muito tempo pela justiça de Deus, porque um dia ele virá para ressurgir todos nós, mas enquanto a gente não se ressurge, a gente fica embaixo do chão;
A senhora Gladys se torna uma pessoa parcial nestes autos, uma vez que é evidente seu estado emocional de raiva e sentimento de vingança pessoal para com o acusado Erick, e todo o tempo ela se reporta em seu depoimento a respeito do veículo Elantra e do dinheiro que havia entregue a Erick, de notória insatisfação e sentimento de vingança.
Ainda pode-se perceber em suas palavras uma completa distorção textual, quando ela troca de assunto sem motivo aparente algum, alegando que Deus vai ressurgir, e que as pessoas estão abaixo no chão, ou seja, uma confusão mental aparente, e ainda, que (...) a depoente foi com o Dr. Fabrício na delegacia porque ele é sua testemunha de que a depoente colocou dinheiro na conta dele; que não tem parto suposto nenhum, não; que isso aí é a empregada da depoente, que queria duzentos e cinquenta mil numa criança, mas a depoente não compra nem um coelho.
É fácil perceber o desencontro de palavras e assuntos em suas declarações.
Não se reveste de nenhuma credibilidade o depoimento de Gladys Santana Lora, pois existem inúmeras incoerências em suas declarações.
Vejamos outras contradições:
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O parquet ainda aduz que Gladys a princípio não teria levado a estória a sério, porém, suas impressões mudaram após ter sofrido um prejuízo no valor de 35mil reais na negociação de um veículo com o acusado Erick, às Fls. 2165.
Excelência, o veículo que se refere o MP, seria o veículo Hyundai Elantra, que foi comprado pelo acusado ERICK, que pagou 11 mil reais de entrada e financiou o restante em 60 parcelas de R$ 1.552,40, da conforme recibo de pagamento da empresa Italia Motors, que inclusive posteriormente foram renegociados com parcelas de menor preço, valores bem longe do alegado pela senhora Gladys. doc.anexo
A senhora Gladys relata de próprio punho em carta que é advogada (fls.826), e depois veterinária, as fls. 830, e em Juízo, disse que era engenheira civil, porém, sem qualquer registro nos referidos órgãos de classe, e que faz uso de remédio controlado, e ao ser questionada pela defesa, disse que ficou internada em hospital psiquiátrico duas vezes. fls. 2164.
(...) que a depoente toma remédio controlado e já foi internada por isso, quando perdeu sua filha, porque o homem que passou com o caminhão por cima do carro está solto; que a filha da depoente está internada junto com o marido da depoente e ela era sua única filha; que a depoente já ficou internada em hospital psiquiátrico duas vezes (...).
(...); que a depoente toma remédio controlado e vai tomar bastante até morrer, pois está com saco cheio de viver;
É certo que se Gladys fosse acusada nesse processo já teria sido instaurado um exame de sanidade metal.
A senhora Gladys disse que possuía um total de 05 geladeiras e que vendia sacolé (fls. 1122). O que causa estranheza, uma vez que, uma pessoa que vende sacolé, entende-se que possui certa dificuldade financeira, o que não corrobora com as suas declarações, quando, ela está sendo processada criminalmente nos autos do processo n° 0288851-96.2018.8.19.0001, conforme denúncia do Ministério Público: “(fls. 06 da denúncia). Entre 07 de março de 2014 e 03 de abril de 2014, nesta Comarca, os denunciados GLADYS, JOSÉ RICARDO, RINALDO, MOACYR, ANTÔNIO, JOSÉ, VALCEMIR, REINALDO,
SERGIO e VIVIANE, de forma livre e consciente, em comunhão de ações e designos entre si, obtiveram vantagem ilícita no valor de R$ 5.700.000,00 (cinco milhões e setecentos mil reais) em prejuízos dos sócios da IMOBENS ADMINISTRAÇÃO E PARTICIPAÇÃO LTDA e da NSM RJ EMPREENDIMENTOS
LTDA, induzindo e mantendo em erro, mediante ardil e fraude, na medida em que simularam a venda do imóvel do situado na Avenida Lucio Costa, n° 5.170, Barra da Tijuca/RJ, matrícula 132.834, mediante uso de documentos inidônea (fls. 06/46).
Além de ter condições financeiras para ajudar Steve com o enxoval do filho que havia nascido, e que dispunha de R$ 5.000,00 (cinco) mil reais para emprestar ao Erick, e que ela decidiu comprar um veículo Hyundai Elantra no valor de 55 (cinquenta e cinco) mil reais de um amigo de Erick, e que teria 100 (cem) mil reais para receber referente a um distrato de um imóvel localizado em São Pedro da Aldeia, e que Erick teria recebido os valores em sua conta, mas não lhe entregou o veículo, e ainda, ela teria doado R$ 10.000, 00 (dez) mil reais para a cirurgia do pai do Erick, que nunca realizou qualquer cirurgia. Fls. 827/829. Tudo relatado por Gladys sem qualquer comprovação. E de forma contrária, a defesa provou que nada disso existiu.
O Ministério Público às fls. 2143 relata que: Em juízo, mesmo após tantos anos, Gladys ratificou integralmente, e sem se contradizer, o depoimento outrora prestado. De forma coesa, ela relatou ter avençado a compra do veículo com o acusado Erik e ter tido um enorme prejuízo financeiro, pelo que passou a efetuar cobranças e acabou sendo ameaçada por ele com as seguintes palavras: “eu esquartejei minha cunhada e vou esquartejar você também”.
Excelência, Gladys, relatou, porém, nada disso ela comprovou, até mesmo por parte do MP, que apenas se pauta nas palavras da testemunha de acusação. Ao contrário, a defesa comprovou documentalmente que o veículo foi comprado de forma legítima e parcelada em uma agência de automóveis, sem existir qualquer amigo de Erick intermediando o negócio.
As testemunhas de acusação Márcio de Oliveira Pires, pai de Jennefer Tifany, logo, foi ouvido como informante sem compromisso de dizer a verdade e não como testemunha, e nada sabe a respeito da morte ou desaparecimento da filha, além de possuir problemas pessoais com a família do acusado. Disse em juízo que ele e sua filha sempre tiveram uma ótima relação familiar, apesar do diário de Jennefer constar fato diverso escrito por ela, que inclusive o chama de porco, e que não poderia contar a verdade com medo de colocar a sua nova família em risco por causa do Márcio e seus capangas. Fls.36-40.
Transcrição literal: no dia em que a dona Cristina o Steve e seu Batista estiveram na minha casa para me buscar so Deus, Jesus Cristo sabe a vontade
que tive de ir embora com eles na ora eu peguei até a mala para juntar as minhas coisas mais o Marcio não deixou me ameaçou Burra, Besta, tive medo naquele dia eu chorei erra de medo e de raiva não porque gostava daquele porco. Eu tive tanto medo não tinha para quem contar o que aconteceu de verdade nem podia contar e colocar a a vida das pessoas que me ajudaram a sair de lá em risco (...).
É importante salientar que é controversa a preocupação do senhor Márcio para com sua filha, pois em seu próprio depoimento ele disse que a última vez que teve contato direto com a filha foi no ano de 2009. Vale lembrar que somente no ano de 2014 que Marcio se recordou da filha e fez um registro de desaparecimento. Nada restou comprovado em suas declarações. Fls. 2005.
Tanto o senhor Márcio (pai) e Gláucia (mãe), se apoiam nas declarações de Gladys, mesmo sendo uma declaração sem qualquer credibilidade, pelas simples razão, de acreditarem em algo que lhes tragam conforto pelo desaparecimento da filha, porém, isso não é sinônimo de justiça quando os fatos devem ser comprovados a luz da lei.
Glaucia em Juízo: fls.2152: (...) que a depoente dá credibilidade ao que a Gladys falou porque a depoente não encontrou a sua filha e a procura com cartazes, mídias e jornais e ninguém dá notícias (...).
Entende o Ministério Público às fls. 2140, que a materialidade e autoria dos acusados encontram-se demonstradas nos autos através do Registrode Ocorrência e seus aditamentos, dos termos de declaração em sede policial, dos receituários médicos, das fotos de família, dos autos de apreensão, dos dados eleitorais da vítima etc.
Excelência, a materialidade e a autoria foram provadas com registro de ocorrência e fotos da família, etc.? É isso mesmo?
O código de processo penal diz que prova incumbe a quem a alega, assim, para que haja condenação o fato deve ser provado.
Mero registro de ocorrência não leva ninguém a uma condenação sem o crivo do contraditório e da ampla defesa em Juízo, assim, como a colheita de qualquer prova.
O próprio legislador seguiu nessa direção ao estabelecer no artigo 386, inciso VI, do CPP que o ônus da prova da defesa é impróprio em relação às
causas que excluem o crime ou isentem de pena, pois basta, para absolvição, que haja fundada dúvida sobre sua existência (MENDONÇA, 2008), prestigiando-se, por conseguinte, o princípio do in dubio pro reo. Portanto, o acusado não tem o ônus de provar sua inocência, pelo fato desta encontrar-se presumida.3
A autoridade policial em seu relatório às fls. 1129, disse que: “Foram realizadas diligências no dia em que essa informação fora prestada em vários objetos que poderiam ser o local em que as vestes estariam escondidas, mas não se logrou êxito em localizá-las. Segundo consta, seria um local em que o acesso por rato e outros animais seria fácil, bem como por pessoas que suspeitassem do paradeiro dos vestígios, podendo ali terem ingressado e os resgatado do local em que foram colocados”.
(grifo meu)
Além de nada ter sido encontrado, até mesmo a geladeira, o subjetivismo tomou conta da imaginação da autoridade policial ao entender que no local é frequentado por rato, que pode ter ali ingressado e os resgatado as vestes, só faltou dizer que o rato retirou a tampa da garrafa e pegou as pegou.
O Ministério Público se utiliza de aproximadamente 40 laudas em suas alegações finais, para convencer esse Juízo do inacreditável, e inaceitável e fantasiosa estória da senhora Gladys, e apenas se utiliza de duas laudas para o oferecimento da denúncia.
Caso houvesse apenas uma prova concreta seria o suficiente para uma lauda de alegações finais para levar os acusados a pronúncia no tribunal do júri. O excesso de laudas por parte do MP, são para convencer o Juízo que existe indícios de autoria e materialidade, porém sem qualquer fundamento.
Os acusados por sua vez negaram a autoria do crime de homicídio, e ocultação de cadáver, e seus depoimentos tanto em Juízo como em sede policial são coerentes, sem qualquer distorção, e sempre caminham no mesmo sentido de que Jennefer deixou o lar e seus filhos no dia 05/05/2014, tomando destino ignorado.
3 BADARÓ, Gustavo Henrique Righi Ivahy. Ônus da Prova no Processo Penal. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2003.
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Logo, não há que se falar que o acusado teria concorrido para a prática dos crimes narrados na denúncia, por ausência de indícios de materialidade autoria nestes autos.
As demais pessoas ouvidas pela acusação, (fls. 2001, 2004, 2005), foram ouvidas na condição de informantes por serem parentes e um amigo (fls. 2003) de Jennefer Tyfani Veiga Pires, salvo, o delegado e o inspetor de polícia responsáveis pela investigação, que foram ouvidos como testemunhas.
E todos, relatam apenas o que souberam através da versão fantasiosa da senhora Gladys de Santana Lora. As demais informações prestadas foram no sentido de relatar o namoro entre Jennnefer e Steve, e que a família não concordava com o relacionamento, nada de relevante para se chegar à autoria e materialidade de um crime.
Nenhuma das testemunhas relataram que presenciaram qualquer homicídio e ocultação de cadáver. Até mesmo a Informante Gladys de Santana Lora, às fls. 2001.
Com efeito, a senhora Gladys possui raiva do Erick, em razão do veículo Elantra e se aproveita do desaparecimento da Jennefer, para lhe imputar um crime grave.
(...) que a depoente jamais esperava que ele lhe desse esse golpe
(...).
(...) Que a depoente passou a ter inimizade com Erik; que essa
situação do Elantra fez com que a depoente tivesse raiva dele (...).
DOS PEDIDOS.
Isso posto, nada restou provado em relação à existência do fato, tampouco existe exame de corpo de delito, pois esse tipo de infrações (homicídio e ocultação de cadáver), deixam vestígios, e a única prova capaz de demonstrar nos termos da lei processual a materialidade seria a referida perícia, o que denota a absolvição, (art. 415, do CPP) do acusado ou a Impronúncia de acordo com o entendimento de V.Exª, por ausência de materialidade e indícios suficientes de autoria, na forma do art. 414 do CPP.
Requer ainda, o deferimento da liberdade do acusado Erick Johson Lopes Barbosa, em substituição da prisão preventiva por medida cautelar diversa da prisão, em razão do término da instrução processual, não
persistindo nenhum requisito capaz de mantê-lo encarcerado nesta fase do processo.
Nestes termos em que,
P. Deferimento.
Rio das Ostras, 04 de maio de 2020.
FLAVIO DA SILVA BASTOS
Assinado de forma digital por FLAVIO DA SILVA BASTOS Dados: 2020.05.05
17:12:46 -03'00'
Flávio da Silva Bastos
OAB/RJ 197.233

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