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Contabilidade Pública e Governamental A contabilidade é balizada por normas. Assim sendo, a contabilidade aplicada ao setor público tem suas normas referenciadas por tal entidade. Essa norma divide-se em oito capítulos. SERVIÇO PÚBLICO - conjunto de bens e serviços que são exercidos ou colocados à disposição da coletividade, visando atender ao maior grau de bem-estar social ou da prosperidade pública. O modo que os serviços públicos são prestados se dividem em: • Serviços de natureza essencial: conhecidos por serviços públicos no sentido restrito (prestados exclusivamente pelo Estado), são impedidos de serem transferidos. • Serviços de natureza secundária: são serviços relevantes à sociedade, de utilidade pública, considerados não essenciais, e permitidos serem transferidos a terceiros. Serviço privativo do Estado - São serviços públicos que por sua natureza exigem centralização, são prestados pelas próprias repartições públicas da administração direta e são de competência exclusiva do Estado. EX: emissão de moeda, plano nacional de saúde e educação; defesa e segurança do território. Serviços de utilidade pública -São os que a administração, reconhecendo sua conveniência para os membros da coletividade, presta diretamente ou concede que sejam prestados por terceiros, nas condições regulamentadas e sob seu controle, mas por conta e risco dos prestadores, mediante remuneração. EX: Energia elétrica, Transporte público. Serviços de utilidade pública por concessão - A concessão é um procedimento pelo qual uma pessoa de direito público (autoridade concedente) autoriza uma pessoa física ou jurídica (concessionário) por delegação contratual de explorar um serviço público. Em contrapartida, o concessionário deve sujeitar-se a certas obrigações impostas pelo poder público. A remuneração da prestação de serviços por concessão ocorre por meio do sistema de tarifas pagas pelos usuários dos serviços. Fica o poder público responsável por fiscalizar, regulamentar e, havendo a necessidade, intervir e retomar o serviço. EX: Transporte coletivo. Energia elétrica. Telefonia. Radiodifusão. Exploração de jazidas e fontes minerais. Utilização de jazigo em cemitérios Serviços de utilidade pública por permissão - Permissão é o procedimento pelo qual uma pessoa de direito público autoriza uma pessoa física ou jurídica (permissionário), por delegação a título precário, a prestar obras e serviços podendo ser outorgada de forma gratuita ou remunerada e atendendo as condições estabelecidas pelo poder público. • serviços de transportes específicos; • atos dos capitães de navios e de aeronaves (como casamento ou prisão); • instalação de bancas de jornais; • serviços de radiodifusão sonora, de sons e imagens. Serviços de utilidade pública mista - Prestação de serviço mista é aquela prestada pela administração de Estado e que pode também ser executada por pessoa física ou jurídica de caráter privado ao mesmo tempo. Trata-se de serviço público não vedado à iniciativa privada e, portanto, desnecessária sua delegação. Isso acontece em função de Leis que atribuem certos direitos aos cidadãos e obrigações ao Estado, não vedando a execução de tais serviços a pessoas físicas e/ou jurídicas de direito privado. Os serviços de utilidade pública mista podem ser prestados pelo poder público e pelas pessoas físicas ou jurídicas, independentemente de delegação. Exemplos: • saúde; • educação; • seguro e previdência. Autorização- É outorgada de forma remunerada, despida de natureza contratual e não está sujeita à licitação. Exemplos: serviços de táxi, despachantes ou guarda particular ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA é gerir os serviços públicos; significa não só prestar serviços, executá-los, como também, dirigir, governar, exercer a vontade com o objetivo de obter um resultado útil, podemos dizer que a administração pública é o conjunto das normas, leis e funções desempenhadas para organizar a administração do Estado em todas as suas instâncias, objetivando a realização de seus serviços, visando à satisfação das necessidades coletivas. O campo de atuação da administração pública compreende os órgãos da administração direta (centralizada) e da administração indireta (descentralizada). Administração direta - ou centralizada é a constituída dos serviços integrados na estrutura administrativa do Poder Executivo, presidência da república e ministérios, na esfera federal; na esfera estadual, pelo governador e pelas secretarias de Estado e na esfera municipal, pelo prefeito e pelas secretarias. tem a estrutura de uma pirâmide e no seu ponto mais alto encontra-se a presidência – no âmbito federal –, que do topo dirige todos os serviços. é integrada pelo gabinete do presidente, ministérios e demais órgãos auxiliares previstos em lei federal, à qual foi atribuída a competência para o exercício, de forma centralizada, das atividades administrativas do Estado. Compõem, ainda, a administração direta, o Congresso Nacional e o Tribunal de Contas. Administração indireta - é aquela atividade administrativa caracterizada como serviço público ou de interesse público, transferido para outra entidade por ele criada ou cuja criação é por ela autorizada. Essas pessoas administrativas podem utilizar-se de pessoas de personalidade jurídica de direito público ou privado por meio das quais o Estado descentraliza os serviços públicos ou de interesse público. As administrativas podem ser de quatro tipos: autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia mista. Autarquias -são pessoas jurídicas de direito público criadas para desempenhar descentralizadamente atividades típicas de Estado, são indicados serviços que requeiram maior especialização e, consequentemente, organização adequada, autonomia de gestão e pessoal técnico especializado. não visam ao lucro e são criadas diretamente por lei específica, Sendo autônomas, não há subordinação entre as autarquias e o ente estatal, ao qual se vinculam apenas para efeito do controle finalístico, por meio do qual a administração direta verifica o cumprimento das funções que lhes foram atribuídas (poder de tutela administrativa) Autarquias educacionais: — Faculdades isoladas. Autarquias especiais: — Banco Central do Brasil. Autarquias profissionais: — Conselho Federal de Contabilidade Autarquias em regime especial - As agências reguladoras são autarquias de regime especial, criadas para regular certo setor da atividade econômica ou administrativa (exemplo: Anatel, Anvisa, ANS etc.). Entre os privilégios conferidos às agências reguladoras, citamos o mandato fixo de seus dirigentes, a autonomia financeira e o poder normativo. Sociedade de economia mista - Entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com patrimônio próprio, criação autorizada por lei para exploração de atividades econômica ou de serviço, com participação do poder público e de particulares no seu capital e na sua administração. Empresas públicas - Entidades dotadas de personalidade jurídica de direito privado, com patrimônio próprio e capital exclusivamente governamental, com criação autorizada por lei para a exploração de atividade econômica ou industrial à qual o governo é levado a exercer por força de contingência ou conveniência administrativa. Exemplos: • Federal: — Rede Ferroviária Federal. Entidades paraestatais - As entidades paraestatais são entidades de personalidade de direito privado, com finalidade de executar práticas de interesse ou utilidade pública, que tanto podem ser atividades econômicas com fins lucrativos, como podem perseguir fins não lucrativos e, para tanto, deverá ser escolhida a estrutura e organização adequada a cada finalidade. Exemplos: • Empresas públicas. • Sociedades de economia mista. • Fundações. • Serviços sociais autônomos. Sociedade de economia mista - Entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com patrimônio próprio, criação autorizada por lei para exploração de atividades econômica ou de serviço, com participação do poder público e de particulares no seu capital e na suaadministração. Fundos especiais - Os fundos especiais são um conjunto de recursos, previamente definidos na sua lei de criação ou em outro ato legal, destinados exclusivamente ao desenvolvimento ou à consolidação de atividades públicas devidamente caracterizadas. Exemplos: • Fundo Municipal da Habitação (FMH). • Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (Fundef). Fundos especiais de despesa são aqueles cujas receitas se vinculam à realização de objetivos ou serviços de diversos órgãos ou unidades administrativas. Não possuem personalidade jurídica. As receitas que mais têm sido utilizadas são: receita patrimonial, receita agropecuária, receita de serviços, receita industrial, juros e depósitos bancários, transferências correntes etc. Fundos especiais de financiamento (rotativos) são aqueles cujas receitas se vinculam à execução de programas de empréstimo e financiamento a entidades públicas ou privadas, sem personalidade jurídica, que, geralmente, devem ser administradas por uma instituição financeira oficial ou vinculada à administração pública. Podem contar com as seguintes receitas: • Juros Princípios da administração pública A Constituição Federal de 1988, em seu art. 37, define que a administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos seguintes princípios: • Legalidade: significa a qualidade de algo que está de acordo com as normas do direito positivo, isto é, de acordo com as normas regulares escritas. • Impessoalidade: indica que as ações da administração pública atendam o interesse público e não o dos seus agentes, e que não haja imputação do mérito a eles, mas aos órgãos ou entidades. • Moralidade: exige que as ações dos administradores públicos, dos agentes governamentais, sejam realizadas de forma a não contrariar o que a sociedade acredita que deva ser respeitado, ainda que a norma escrita não diga a mesma coisa. Em outras palavras, a atuação da administração pública não pode contrariar a lei, mas nem a moral, a honestidade, a lealdade, enfim, os bons costumes. • Publicidade: a administração tem o dever de manter plena transparência de todos os seus comportamentos, inclusive de oferecer informações que estejam armazenadas em seus bancos de dados, quando sejam solicitadas, em razão dos interesses que ela representa quando atua. • Eficiência: a administração pública deve buscar um aperfeiçoamento na prestação dos serviços públicos, mantendo ou melhorando a qualidade dos serviços, com economia de despesas. ORGANIZAÇÃO POLÍTICOADMINISTRATIVA BRASILEIRA - Verifica-se pela expressão textual do artigo constitucional que a União constitui-se em pessoa de direito público interno, autônoma em relação aos estados, tendo por missão o exercício das prerrogativas da soberania do Estado brasileiro, pois se configura como entidade federal resultante da reunião dos estados-membros, municípios e do Distrito Federal. A organização político-administrativa brasileira é a de um Estado Federal e caracteriza-se pela união indissolúvel dos estados-membros, dos municípios e do Distrito Federal, destacando-se, ainda, no sistema brasileiro, a existência de territórios, não caracteristicamente entidades federativas, mas unidades político-administrativas, que integram a União, reconhecidas pela Constituição. Sistema político brasileiro O sistema político brasileiro é o presidencialismo puro, ou seja, o Presidente da República é o representante político e administrativo. Esse sistema é diferente das repúblicas parlamentaristas, nas quais há a figura do São chamadas de inversões financeiras as(os): Juros e encargos das dívidas O processo de accountability pode ser divido em duas esferas maiores de ação, horizontal e vertical. Estão ligadas ou são instrumentos de accountability horizontal e vertical, respectivamente: III – Comissão Parlamentar Mista de Inquérito e Orçamento participativo. IV – Tribunal de Contas e plebiscito. V – Senado e sufrágio universal. CONTABILIDADE PÚBLICA é o ramo da contabilidade geral que registra e controla os atos e fatos da administração pública em todos os seus níveis, demonstra o patrimônio público e suas variações, bem como o responsável pela elaboração dos relatórios exigidos pela mesma lei para a prestação de contas da execução do orçamento. objetivo da contabilidade aplicada ao setor público é fornecer aos usuários informações sobre os resultados alcançados e os aspectos de natureza orçamentária, econômica, financeira e física do patrimônio da entidade do setor público e suas mutações, em apoio ao processo de tomada de decisão, à adequada prestação de contas e ao necessário suporte para a instrumentalização do controle social. Patrimônio público e bens públicos Corroborando com a ideia de que bens fazem parte do patrimônio público, faz-se necessária uma distinção para um melhor entendimento e classificação no setor público, os quais são: • Bens móveis: são aqueles bens que têm existência material e que podem ser transportados sem alteração da substância ou da destinação econômico-social. São exemplos de bens móveis as máquinas, aparelhos, equipamentos, ferramentas, bens de informática, móveis e utensílios, materiais culturais, educacionais, veículos, bens móveis em andamento, dentre outros. Bens imóveis: são os bens vinculados ao terreno (solo) que não podem ser retirados sem destruição ou danos. São exemplos desse tipo de bem os imóveis residenciais, comerciais, edifícios, terrenos, aeroportos, pontes, viadutos, obras em andamento, hospitais, entre outros. Bens de uso comum do povo: são aqueles que a comunidade utiliza diretamente e sem intermediário. Por exemplo: praças, ruas, parques, rios etc. Não são contabilizáveis. Não são inventariados e não podem ser alienados. Somente sofrerão lançamentos orçamentários e financeiros na conta de investimentos. Bens de uso especiais: são para uso do público, porém há necessidade de alguém para tornar isso possível. Por exemplo: biblioteca, escola, creche etc. São utilizados para o Estado prestar um serviço público. São contabilizados, ou seja, sofrem lançamentos orçamentários e financeiros na conta de Investimentos além de lançamentos patrimoniais. Devem ser objeto de registro de imóvel em nome da Instituição, tendo obrigatoriamente a afetação da área pública e seu respectivo registro. Via de regra, são inalienáveis. Bens dominicais (dominiais): são os bens sobre os quais o Estado tem a posse e o domínio. Por exemplo: bens destinados à reforma agrária, armazéns, glebas, casas, apartamentos, terrenos, lojas. Podem ser utilizados para qualquer fim. Estão sujeitos à contabilização. São inventariados. Podem ser alienados conforme a Lei e podem produzir rendas. Para os demais itens que compõem o patrimônio público (os direitos e as obrigações) não há a necessidade de um detalhamento ou caracterização específica para o setor público, uma vez que para esses itens patrimoniais a contabilidade aplicada ao setor público se equipara à contabilidade aplicada aos demais setores. Reforçando que a contabilidade aplicada ao setor público tem por objetivo evidenciar a situação econômica, financeira e patrimonial de todos que, de qualquer modo, arrecadem receitas, efetuem despesas, administrem ou guardem patrimônio público pertencentes ou confiados às entidades públicas de forma a permitir, entre outras coisas, o controle sobre a administração pública. Controle nas entidades públicas - O controle tem a finalidade de garantir que os agentes públicos estejam exercendo a função administrativa de acordo com os princípios e normas contábeis. No controle interno nas entidades de direito público, ressalvadas as competências dos Tribunais de Contas ou órgãos equivalentes, a tomada de contas dos agentes responsáveis por bens ou dinheiros públicos é realizada com base nos serviços de contabilidade por meio dos Relatórios Contábeis de Propósito Geral (RCPG) com o objetivo de garantir o cumprimento das normas e comprovar a legalidadedos atos da administração, bem como avaliar os resultados quanto à eficiência e à eficácia dos atos. O controle externo é exercido de várias formas, diretamente pela sociedade, por meio do acompanhamento de obras e serviços, e/ou indiretamente, pela promotoria pública ou pelo poder legislativo. As fiscalizações contábil, financeira e orçamentária serão exercidas pelo Congresso Nacional; na União, terá como órgão auxiliar, quando das fiscalizações contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial, o Tribunal de Contas da União, nos termos da Carta Constitucional. Nos estados e nos municípios, os Poderes Legislativos têm como órgãos auxiliares para tal tarefa os Tribunais de Contas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e suas atribuições, no que couber, o que nesses artigos estiver disposto, cabendo à Constituição dos Estados e do Distrito Federal e à Lei Orgânica dos Municípios disporem sobre os respectivos Tribunais. Regimes contábeis - A contabilidade aplicada ao setor público, assim como qualquer outro ramo da ciência contábil, obedece aos princípios fundamentais de contabilidade, em que se aplica o princípio da competência em sua integralidade, ou seja, tanto na receita quanto na despesa. Porém, durante muito tempo, foi possível encontrar na literatura disponível que o regime contábil utilizado para contabilidade aplicada ao setor público era o regime misto, que preconizava o regime de competência para as despesas e o regime de caixa para a receita. Observa-se que, além do registro dos fatos ligados à execução orçamentária, exige-se a evidenciação dos fatos ligados à administração financeira e patrimonial, exigindo que os fatos modificativos sejam levados à conta de resultado e que as informações contábeis permitam o conhecimento da composição patrimonial e dos resultados econômicos e financeiros de determinado exercício. Portanto, com o objetivo de evidenciar o impacto orçamentário que será demonstrado no balanço orçamentário, deve-se respeitar o exigido pelo art. 35 da Lei n. 4.320/1964, ou seja, utilizar o regime de caixa para as receitas e o regime de competência para as despesas. Já com o objetivo de evidenciar o impacto no patrimônio nos balanços patrimonial e financeiro, deve-se atender os princípios contábeis em que o registro da receita e das despesas ocorrem em função do fato gerador. Exercícios contábeis x exercício social (períodos) - Na contabilidade, é comum usar o termo exercício social que diz respeito ao período em que as empresas devem elaborar as suas demonstrações contábeis que, normalmente, tem duração de um ano (12 meses) e, em geral, coincide com o ano civil (entre 1º de janeiro e 31 de dezembro). Na contabilidade aplicada ao setor público, as demonstrações também seguem esse padrão, porém a Lei n. 4.320/1964, no que tange a questões orçamentárias, determina que o exercício financeiro coincidirá como o ano civil. Tal determinação tem relação direta com a execução da Lei Orçamentária Anual. Orçamento público -Tal definição, que talvez seja a que melhor retrate esse instrumento, direciona os atos que o governo deverá implementar para que possa cumprir as suas atividades administrativas. Por tratar-se de uma imposição legal, tendo em vista que sua exigência está descrita na forma da lei, podemos chegar à conclusão que o orçamento público representa um instrumento gerencial de administração pública, que visa atender as necessidades da sociedade em um determinado período, levando em consideração as ações da gestão pública. O planejamento do orçamento público é feito pela administração pública por meio de planos e programas de trabalho por ela desenvolvidos pela planificação das receitas a serem obtidas e pelas despesas a serem efetuados, objetivando a continuidade e a melhoria quantitativa e qualitativa dos serviços prestados à sociedade. A metodologia utilizada no Brasil é a denominada de orçamento-programa, definido como um plano de trabalho expresso por um conjunto de ações a realizar e pela identificação dos recursos necessários para a sua execução. Princípios orçamentários -Na elaboração do orçamento público, uma série de normas e regras, chamadas de princípios orçamentários básicos, devem ser seguidas nos processos orçamentários. Tais princípios orçamentários visam estabelecer regras básicas, a fim de conferir racionalidade, eficiência e transparência aos processos de elaboração, execução e controle do orçamento público. Os princípios que integram o Manual de Contabilidade Aplicado ao Setor Público (BRASIL, 2018) e cuja existência e aplicação derivam de normas jurídicas, são os seguintes: Unidade ou totalidade, Universalidade, Anualidade ou periodicidade, Exclusividade, Orçamento bruto, Legalidade, Publicidade, Transparência Os créditos adicionais classificam-se em: • Suplementares: destinados a reforço de dotação orçamentária já existente, geralmente ao nível de grupos de despesas por natureza insuficiente, isto é, haverá uma complementação direta de um tipo de despesa que já havia sido discriminada no orçamento público. • Especiais: destinados para despesas que não estavam relacionadas no orçamento e são para a cobertura de despesas eventuais ou essenciais e, por isso mesmo, não consideradas no orçamento. • Extraordinários: destinados somente a atender despesas imprevisíveis e urgentes como em casos de guerra, comoção interna ou calamidade pública. Os empenhos podem ser classificados em: • Ordinário: é o tipo de empenho utilizado para as despesas de valor fixo e previamente determinado, cujo pagamento deva ocorrer de uma só vez. • Estimativo: é o tipo de empenho utilizado para as despesas cujo montante não se pode determinar previamente, tais como serviços de fornecimento de água e energia elétrica, aquisição de combustíveis e lubrificantes e outros. • Global: é o tipo de empenho utilizado para despesas contratuais ou outras de valor determinado, sujeitas a parcelamento, como, por exemplo, os compromissos decorrentes de aluguéis. PLANO DE CONTAS APLICADO AO SETOR PÚBLICO - Partindo da definição dada pelo MCASP (BRASIL, 2019), plano de contas é a estrutura básica da escrituração contábil, formada por uma relação padronizada de contas contábeis, que permite o registro contábil dos atos e fatos praticados pela entidade de maneira padronizada e sistematizada, bem como a elaboração de relatórios gerenciais e demonstrações contábeis de acordo com as necessidades de informações dos usuários. • Padronizar os registros contábeis das entidades do setor público. • Distinguir os registros de natureza patrimonial, orçamentária e de controle. • Permitir o detalhamento das contas contábeis, a partir do nível mínimo estabelecido pela STN, de modo que possa ser adequado às peculiaridades de cada ente. • Possibilitar a consolidação nacional das contas públicas. PCASP é obrigatória para todos os órgãos e entidades da administração direta e da administração indireta dos entes da federação, incluindo seus fundos, autarquias, inclusive especiais, fundações e empresas estatais dependentes. A utilização do PCASP é facultativa para as demais entidades. O PCASP está estruturado de acordo com as seguintes naturezas das informações contábeis: • Natureza de informação orçamentária: registra, processa e evidencia os atos e os fatos relacionados ao planejamento e à execução orçamentária. • Natureza de informação patrimonial: registra, processa e evidencia os fatos financeiros e não financeiros relacionados com a composição do patrimônio público e suas variações qualitativas e quantitativas. • Natureza de informação de controle: registra, processa e evidencia os atos de gestão cujos efeitos possam produzir modificações no patrimônio da entidade do setor público, bem como aqueles com funções específicas de controle. O que hoje é designado de natureza de informação, no passado era chamado de subsistema de informação e constitui um sistema de informação que pode ser comparado a um grande e complexo banco de dados, com o objetivo de consolidar os dados (registros)e gerar as informações (demonstrações) segundo as mais diversas necessidades e características. Registro/lançamentos contábeis - O registro contábil deve ser feito pelo método das partidas dobradas e os lançamentos devem debitar e creditar contas que apresentem a mesma natureza de informação. Assim, os lançamentos estarão fechados dentro das classes 1 a 4 ou das classes 5 e 6 ou 7 e 8: • Lançamentos de natureza patrimonial: apenas debitam e creditam contas das classes 1, 2, 3 e 4. • Lançamentos de natureza orçamentária: apenas debitam e creditam contas das classes 5 e 6. • Lançamentos de natureza de controle: apenas debitam e creditam contas das classes 7 e 8. Dessa forma os registros podem gerar lançamentos em uma única natureza de informação ou em várias simultaneamente. As naturezas de informação são integradas entre si, mas o sistema de partidas dobradas deve ser apurado em cada natureza individualmente, ou seja, não pode haver um débito em uma natureza com a contrapartida em outra natureza. DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS APLICADAS AO SETOR PÚBLICO - A contabilidade deve proceder aos registros de todos os eventos econômicos que ocorrem durante o exercício, sejam eles referentes à execução do orçamento, à movimentação financeira e patrimonial ou devidos controles e aos demais registros que provocam ou possam vir a provocar alterações no patrimônio da entidade pública. Todos esses registros são acumulados na forma de dados e informações fazendo que surja a necessidade de se demonstrar em relatórios periódicos, conforme a necessidade do usuário. Em uma visão estritamente contábil, tais relatórios são as Demonstrações Contábeis Aplicadas ao Setor Público (DCASP), que têm como objetivo padronizar os conceitos, as regras e os procedimentos relativos às demonstrações contábeis do setor público a serem observados pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios, permitindo a evidenciação e a consolidação das contas públicas em âmbito nacional, em consonância com os procedimentos do Plano de Contas Aplicado ao Setor Público (PCASP). O balanço patrimonial demonstra os bens, direitos, obrigações e patrimônio líquido da entidade em determinado momento. O patrimônio líquido é também chamado de situação líquida e, no modelo apresentado no Anexo 14 da Lei n. 4.320/1964, é denominado de ativo real e representa a diferença entre o valor dos bens mais os direitos menos as obrigações da entidade.