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Revistatechne-158-maio-2010_(NBR-15575)_desempenho edificações habitacionais

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Vale o desempenho 
Nova norma deve ser um marco na construção, mas o atendimento requer 
mecanismos de gestão da qualidade de projetos e execução, além de rigor nas 
compras 
 
Por Luciana Tamaki 
 
 
A NBR 15.575 - Norma de Desempenho para 
Edificações Habitacionais de até Cinco 
Pavimentos, em vigor desde o dia 12 de maio, 
difere-se substancialmente das normas 
existentes, pois não trata de sistemas 
construtivos ou materiais constituintes do 
edifício. Sua atuação é sobre o desempenho do 
edifício habitacional, ou seja, seu 
comportamento global. 
 
A Norma estabelece requisitos e critérios de 
desempenho considerando as exigências do 
usuário. Essas exigências, antes subjetivas, 
viraram requisitos técnicos, com parâmetros 
determinados. Por isso, muitos conceitos presentes não são considerados em normas 
prescritivas, como, por exemplo, a durabilidade dos sistemas, a manutenibilidade da 
edificação, o conforto tátil e antropodinâmico dos usuários. 
 
O prazo para adequação de projetos à Norma é de seis meses. Portanto, a partir de 12 de 
novembro, todos os projetos protocolados nas prefeituras devem estar de acordo com a 
Norma de Desempenho. Vale lembrar que a NBR 15.575 não se aplica a obras de reforma ou 
retrofit. 
Elaboração e natureza da Norma 
Idealizada a partir de um pedido da Caixa Econômica Federal, 
a Norma inicialmente foi concebida para atuar sobre edifícios 
residenciais de até cinco pavimentos, para guiar uma análise 
qualitativa dos edifícios de interesse social. "Havia uma 
necessidade de atender a essas famílias, e a Norma veio 
cobrir essa lacuna", explica Inês Battagin, secretária do 
comitê de estudos da Norma. 
 
Porém, os conceitos colocados na Norma tornaram-na bem mais abrangente. No final, a 
Norma de Desempenho pode ser aplicada a qualquer edifício residencial, exceto nos requisitos 
Diferente do que foi concebido quando surgiu, a Norma de 
Desempenho tem requisitos válidos não só para 
edificações de até cinco pavimentos, mas sim de qualquer 
altura. Isso afeta todas as construções habitacionais
Os pisos internos devem atender a 
muitos conceitos antes subjetivos, 
como conforto tátil
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influenciados pela altura. E isso vai impactar, de alguma forma, todas as novas construções 
de edifícios. 
 
O conceito de normalizar o desempenho segue uma vertente 
internacional, iniciada na década de 1980. Em 1992 foi criada uma 
norma britânica (BS 7543), que versa sobre a durabilidade para 
edifícios e elementos componentes, com conceitos de desempenho. 
Essa norma britânica, segundo Battagin, guiou os critérios de 
durabilidade e vida útil da NBR 15.575. 
 
Inês Battagin resume da seguinte maneira: "Existem três atores 
importantes. Quem faz o projeto, que deve pensar em todos os 
conceitos; quem executa, que deve agir na direção do desempenho; e o usuário, que deve 
usar da maneira correta. Estamos aliando esses três atores". 
 
A Norma de Desempenho brasileira, porém, é mais avançada que 
muitas outras internacionais. Ainda, segundo Battagin, 
internacionalmente evoluiu-se muito em questões de desempenho 
acústico, térmico e um pouco de lumínico, "mas queríamos uma visão 
mais plena, mais inteira". Carlos Alberto Borges, coordenador da 
comissão de estudos, destaca o item da vida útil de projeto: "No Brasil, 
é a primeira norma que coloca a obrigação da vida útil em projeto". 
Para Borges, de certa forma, isso obriga o setor a não pensar apenas 
em custo inicial de construção, mas em custos de operação e 
manutenção. 
 
Construtores também concordam que a Norma de Desempenho trará 
benefícios à indústria da construção em geral. Para Maria Luiza Wolf, 
coordenadora de projetos da Goldsztein, a normativa irá melhorar a 
qualidade dos produtos. 
 
Cláudio Mitidieri, gerente do Laboratório de Sistemas Construtivos do IPT (Instituto de 
Pesquisas Técnológicas do Estado de São Paulo), também colaborador da Norma, acredita 
que as construtoras aprimorarão seus sistemas de gestão internos de qualidade e seus 
relacionamentos com fornecedores. "Será necessário uma interação maior, e o impacto da 
Norma é positivo", diz ele. 
Daqui para frente 
Mesmo sendo um grande primeiro passo, a Norma de Desempenho 
deve sofrer muitos questionamentos. Construtoras e os integrantes 
da comissão de estudos concordam que agora é que as dúvidas 
devem começar a surgir. Para Mitidieri, ainda há um desconhecimento 
muito grande. "A Norma é complexa, por isso é necessário uma 
organização setorial para um estudo dirigido e um entendimento da 
Norma de Desempenho", aponta ele. Se alguns setores sentirem 
algum exagero nas exigências, se houver justificativa técnica e 
consenso, a Norma poderá ser revista. 
Estrutura da Norma 
A Norma divide-se em seis partes: Requisitos gerais; Requisitos para os sistemas estruturais; 
Requisitos para os sistemas de pisos internos; Sistemas de vedação verticais externas e 
Os sistemas hidrossanitários 
também comportam quase 
todos os requisitos, desde 
estanqueidade e isolamento 
acústico até adequação 
ambiental
Paredes, pilares etc. 
podem ser produzidos com 
distintos concretos e 
mesmo outros materiais
Além de ensaios em 
laboratório, como de 
isolamento acústico, 
esquadrias devem ser 
testadas dentro do sistema 
de vedação vertical para 
requisitos como 
estanqueidade
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internas; Requisitos para sistemas de coberturas; e Sistemas hidrossanitários. Não são 
contemplados os sistemas elétricos, que fazem parte de um conjunto de normas com base na 
NBR 5.410. 
 
Nos requisitos gerais são definidas as exigências dos usuários que se 
transformaram em requisitos. São eles: segurança (estrutural, contra 
o fogo, no uso e na operação), habitabilidade (estanqueidade; 
conforto térmico; conforto acústico; conforto lumínico; saúde, higiene 
e qualidade do ar; funcionalidade e acessibilidade; conforto tátil e 
antropodinâmico) e sustentabilidade (durabilidade, manutenibilidade, 
impacto ambiental). Cada requisito tem seus critérios mínimos 
definidos (veja resumo na tabela 1) ou, se for o caso, são indicadas 
as normas a serem consideradas. 
 
Na parte de sistemas estruturais, explica-se que o desempenho estrutural deve ser avaliado a 
partir do estado limite último e estado limite de serviço. A Norma apresenta os 
deslocamentos limites e flechas máximas para pilares, paredes, lajes, forros etc., tanto por 
critérios técnicos - evitar destacamentos, fissuras e outros - como por motivos de 
insegurança psicológica do usuário. 
 
Para os sistemas de pisos internos há muitas definições, pois os pisos abarcam muitos 
critérios como segurança contra incêndio, resistência ao escorregamento, estanqueidade, 
desempenho acústico, entre outros. É definido, por exemplo, o tempo requerido de 
resistência ao fogo (TRRF) de no mínimo 30 minutos. Em relação a conforto tátil e 
antropodinâmico, o fator de planeza deve ser de no mínimo 13 para acabamento não liso e 
15 para liso. 
 
A parte de vedações verticais apresenta, como era de se esperar, muitas exigências sobre 
estanqueidade. Para vedações não estruturais, são indicados os deslocamentos e danos 
toleráveis sob ação de carregamentos. A Norma abrange solicitações de cargas suspensas, 
ações transmitidas por impactos nas portas, resistência dos guarda-corpos e parapeitos, 
umidade interna e externa. Os ensaios de estanqueidade devem se contextualizar em uma 
das cinco regiões brasileiras de exposição ao vento. 
 
Sobre sistemas de coberturas, a Norma trata da resistência e durabilidade (com exigências 
correlatas às de estrutura), ação do granizo, deslizamento de componentes e arrancamento 
pelo vento, escoamento de águas pluviais, estanqueidade, absortância térmica, estabilidade 
da cor de telhas, entre outros. Admite-se manchas de umidade na face inferior das telhas, 
mas sem ocorrência de gotejamentos.Para os sistemas hidrossanitários, são definidos parâmetros como sobrepressão nas válvulas 
de descarga, com valor máximo de 0,2 MPa; resistência das tubulações, que deve ser de 
cinco vezes a pressão de serviço; sobrepressão máxima da parada de bombas de recalque, 
com velocidade do fluido até 10 m/s. São indicadas as vazões mínimas de água nas 
diferentes peças: chuveiros e duchas 0,25 l/s; mictório 0,15 l/s; torneiras (lavatório, pia, 
tanque, uso geral, torneira automática economizadora) 0,12 l/s; torneiras para jardim 0,25 
l/s. 
 
A Norma estabelece as 
lâminas d'água e o tempo de 
ensaio dentro do qual não 
deve haver infiltração
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Níveis de desempenho 
A norma define três níveis de desempenho: Mínimo (M), Intermediário (I) e Superior (S). 
Todos os sistemas devem ter um desempenho que atinja pelo menos o nível M. Os prazos de 
garantia mínimos, por exemplo, devem ser aumentados em 25% ou 50% para se atingir os 
níveis I e S, respectivamente. 
 
No impacto de corpo mole em pisos, um impacto de 480 J atende ao nível M se não ocasionar 
ruínas, sendo admitidas falhas localizadas (como fissuras, destacamento e outras). Porém, só 
serão alcançados os níveis I e S se não houver nem ruína nem falhas. Em outro exemplo, no 
desempenho de vedações, os ensaios de campo para níveis de ruído determinam nível M para 
índice de redução sonora na faixa de 30 a 34 dB. O nível I é alcançado com desempenho 
melhor, com redução de 35 a 39 dB, e, o S, acima de 39 dB. 
 
Essa classificação deve ser um diferencial para a comercialização do imóvel, pois se pode 
cobrar mais por um empreendimento que tenha melhor desempenho e durabilidade, e que 
possivelmente trará menos custos, por exemplo, com economia de energia. 
Implementação 
Algumas construtoras vêm se preparando há mais de um ano para a implementação dos 
critérios de desempenho em seus empreendimentos. Mas o trabalho é extenso. A Goldsztein, 
uma das primeiras construtoras a iniciar estudos sobre a nova Norma, em agosto de 2008, 
ainda está formatando seu memorial de desempenho padrão, que compila todas as normas 
aplicáveis a cada etapa da construção, e também realizando controle e especificação em cada 
setor da empresa. 
 
Segundo Maria Luiza Wolf, a empresa, em um primeiro diagnóstico, atendia a 50% dos itens 
da Norma, o que foi muito satisfatório, segundo ela. "Hoje já atendemos a 75%, pois já 
evoluímos quanto a fornecedores, projetistas, suprimento e assistência técnica", completa 
Luiza. A Gafisa também preparou um manual que indica, para todos os procedimentos de 
obra, quais estão de acordo com a Norma e quais não estão (veja tabela 2). Porém, a 
empresa ainda está na fase de cruzar custos com desempenho, e ainda não concluiu, por 
exemplo, se o custo de alguns itens irão subir. 
 
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Ensaios e fornecedores 
Uma das dificuldades mais apontadas para adequação à Norma é em relação aos ensaios 
necessários. O gerente do departamento de Desenvolvimento de Operações e Tecnologia da 
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Gafisa, Thiago Leomil, levanta a questão: "O mercado não está preparado para essa 
demanda. Há poucos laboratórios". Luiza Wolf vai além: "Os laboratórios cadastrados estão 
quase todos em São Paulo". 
 
Materiais com uso consagrado, como aço, não precisam de testes, pois já vêm certificados. 
Basta a construtora exigir os parâmetros necessários para atender aos requisitos de vida útil, 
por exemplo. Por outro lado, sistemas ou materiais construtivos inovadores necessitarão de 
mais ensaios. Um bom modo de se guiar é verificar se o produto está no Programa Setorial 
da Qualidade do PBQP-H (Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat). 
 
A adequação dos fornecedores também pode ser uma etapa trabalhosa. "Muitos não 
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atendiam [aos requisitos da Norma de Desempenho]. Nós pedimos laudos, ensaios, e agora 
parte deles já mudou", conta Luiza. Leomil, da Gafisa, acrescenta que, dependendo do estudo 
de viabilidade, pode-se chegar à conclusão de que não será mais possível trabalhar com 
determinado material. 
 
Mas o maior desafio para adequação à Norma, segundo Leomil, será não só nas etapas da 
obra, mas também no setor de produto. "As áreas de produto, desenvolvimento e os 
projetistas terão que se desdobrar para preservar a estética, ou isso exigirá uma adaptação 
do consumidor. Por exemplo, para os guarda-corpos atingirem certa rigidez, pode ser 
necessário um número maior de montantes por metro, e, se não encontrada a melhor técnica 
para preservar a estética, os modelos poderão sofrer adaptações", diz ele. 
 
Segurança contra o incêndioSegurança contra o incêndio 
A segurança da estrutura contra incêndios foi pensada em seis partes: dificultar o princípio do 
incêndio, evitar a inflamação generalizada, dificultar a propagação do incêndio, minimizar o 
risco de um colapso estrutural, facilitar a fuga e, por fim, dispor a edificação de sistemas de 
extinção e sinalização de incêndio. A Norma estabelece que, para dificultar o princípio do 
incêndio, deve-se proteger a edificação contra descargas atmosféricas, ignição nas 
instalações elétricas e vazamentos nas instalações de gás. O projeto e execução desses itens 
devem seguir as normas existentes. 
 
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Para dificultar a inflamação generalizada, deve-se avaliar todos os materiais que compõem 
tanto a face interna como a externa do edifício, de tal forma que eles tenham características 
de propagação de incêndio controladas. Já para a propagação do incêndio para fora da 
unidade, deve-se atentar para a distância entre os edifícios, as medidas de proteção (como 
portas corta-fogo) e sistemas que assegurem a estanqueidade e isolamento. Para evitar o 
colapso estrutural, a avaliação das estruturas deve ser feita segundo normas já existentes. As 
rotas de fuga e os equipamentos de extinção, sinalização e iluminação de emergência 
também devem atender a norma própria. 
 
Isolamento de ruído 
Há critérios tanto para ruído de impacto em piso como para ruído aéreo entre unidades. O 
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nível de pressão sonora (para o impacto) deve ser no máximo de 80 dB, e o valor mínimo é o 
correspondente a um piso de concreto maciço com espessura de 10 cm. Para a análise, 
podem ser utilizados tanto o método de engenharia como o método simplificado, ambos 
descritos na Norma. 
 
Para isolamento de ruído aéreo, a Norma prevê ensaios em laboratório e em campo. Em 
laboratório, a redução sonora deve ser de 40 dB para paredes que separam áreas privativas 
de áreas comuns e 45 dB para paredes e pisos que separam unidades habitacionais. Para 
avaliação em campo, o requisito é a diferença de nível entre ambientes, que deve ser de 35 
dB para paredes que separam áreas privativas de áreas comuns e 40 dB para paredes e pisos 
que separam unidades habitacionais. 
 
Método de avaliação do desempenho térmico 
São três procedimentos que avaliam a adequação da habitação às oito regiões bioclimáticas 
do Brasil, definidas na NBR 15.220-3: o simplificado, que consiste na verificação de que os 
sistemas de vedação e cobertura atendem aos requisitos da própria Norma de Desempenho; 
e os procedimentos globais, de simulação computacional e medição - "in loco" ou em 
protótipos. 
 
A edificação que não atender ao procedimento simplificado pode ser aprovada por uma 
avaliação global. Para a medição, são estabelecidos os recintos para medição, a orientação 
para simulação ou construçãodo protótipo, entre outros. Para a simulação computacional, há 
critérios de avaliação tanto para condições de verão quanto para inverno. Há orientações para 
a especificação dos dados de entrada no programa em relação à ventilação, absortância das 
paredes, recintos adjacentes etc., tanto para o verão como para o inverno, e tanto para 
edificações térreas como multipiso. 
 
Vida útil de projeto x garantia 
A norma define o que é a VUP (Vida Útil de Projeto), conceito que difere de prazo de garantia. 
A VUP é o tempo dentro da qual o edifício e seus sistemas devem atender aos requisitos de 
desempenho estabelecidos. Já o prazo de garantia é o período de tempo no qual a ocorrência 
de defeitos não pode ser justificada por mau uso ou envelhecimento natural, garantido pelo 
construtor ou incorporador. 
 
São oferecidas diretrizes para as definições dos prazos mínimos de garantia por parte dos 
construtores e incorporadores. Já os prazos mínimos de VUP para cada sistema da edificação 
são definidos conforme tabela abaixo: 
 
Sistema/VUP mínima (anos) 
� Estrutura ≥ 40 
� Vedação vertical externa ≥ 40 
� Vedação vertical interna ≥ 20 
� Cobertura ≥ 20 
� Hidrossanitário ≥ 20 
� Pisos internos ≥ 13 
 
Tire suas dúvidas 
 
A Norma deve acarretar aumento de custo para os 
construtores? Qual a estimativa? Quais os principais fatores de 
pressão de custo? 
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Requisitos de desempenho estrutural, de segurança contra incêndio e 
outros que remetem para normas existentes não causarão impacto. 
No caso da isolação acústica a ruído de impactos em piso, isolação 
acústica de paredes entre unidades privativas, as empresas que não 
atendem ao requisito terão aumento de custo. 
Se todos os produtos que compõem um sistema construtivo forem normalizados, o 
resultado será um sistema que atende à Norma de Desempenho? 
Não necessariamente. O atendimento às normas de desempenho tem uma forte participação 
de premissas e critérios de projeto. Por exemplo: para atender aos requisitos de desempenho 
térmico é essencial que o projeto resolva bem a implantação do empreendimento, as áreas de
ventilação, o pé-direito etc. 
Quando a cidade não tiver laboratório acreditado pelo InMetro (Instituto Nacional 
de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial) para ensaiar um sistema "in 
loco", o produto poderá ser simulado em outra cidade? 
Os ensaios de caracterização de desempenho se dividem em duas categorias: ensaios de 
laboratório e ensaios de campo, além de simulações computacionais e medições em campo. 
Ensaios de laboratório e simulações podem ser feitos em qualquer cidade; os ensaios e 
medições de campo precisam ser feitos no local da obra. 
Há laboratórios capacitados para avaliarem desempenho de todos os sistemas de 
um edifício residencial ou há sistemas que nunca foram avaliados, sob o ponto de 
vista do desempenho, pelos laboratórios brasileiros? 
Os laboratórios brasileiros estão capacitados em sua maioria apenas para os ensaios de 
controle tecnológico de concreto, aço, argamassas etc. Os ensaios de desempenho térmico, 
desempenho acústico, segurança contra incêndio, estanqueidade, segurança no uso e outros 
são realizados em poucos laboratórios. 
A Norma poderá aumentar a industrialização das obras? 
Obter o desempenho adequado é mais fácil com sistemas industrializados, pois há mais 
controle sobre as variáveis que determinam o desempenho. Mas não é impossível ter bom 
desempenho com sistemas moldados " in loco". 
 
Antes da entrega do empreendimento, os condomínios realizarão ensaios para 
verificar se o desempenho foi atendido? 
Não é função do condomínio ensaiar para essa verificação. É responsabilidade de quem 
projeta, incorpora e constrói atender o que a Norma estabelece. 
Essa Norma deverá aumentar o trabalho de peritos e gerar uma demanda 
homologatória de desempenho, como um cartel? 
Nos países desenvolvidos, o seguro exige que o atendimento a normas seja demonstrado 
pelas empresas. Existem instituições técnicas que avaliam o projeto, e os fabricantes só 
podem fornecer produtos que atendam às normas de especificações e/ou de desempenho. 
Com a falta de laboratórios e critérios de aferição de ensaios pouco claros, os 
resultados de desempenho poderão ser muito diferentes? Quem dá a palavra final? 
Os métodos de ensaios estão integralmente associados a métodos previstos em normas 
brasileiras ou estrangeiras. Quem deve avaliar são instituições idôneas tecnicamente para 
realizar os ensaios e avaliações previstas na Norma para cada requisito. 
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Para manter seus empreendimentos em conformidade, todas as construtoras 
precisarão criar um departamento de gestão do sistema de desempenho? 
Não. Basta que os profissionais se atualizem. Desempenho é "conhecimento tecnológico". 
Será preciso se atualizar para projetar de acordo com a conceituação que, por exemplo, era 
comum nas décadas de 1960 e 1970. 
Para sistemas construtivos industrializados, será preciso toda vez fazer os testes de 
desempenho ou, uma vez homologado o produto, o sistema está permanentemente 
aprovado? 
Se o produto for utilizado dentro das condições de exposição e de uso para as quais foi 
avaliado, uma vez caracterizado seu desempenho, não será necessário avaliar mais. Se a 
condição de uso influir sobre o desempenho, deverá ser novamente avaliado. 
O consumidor poderá exigir a troca de um elemento construtivo baseado na norma 
de desempenho? 
O consumidor que comprar um apartamento ou casa cujo projeto tenha sido protocolado em 
prefeitura seis meses após a entrada em vigor da Norma poderá exigir o integral 
cumprimento da Norma (amparado pelo Código de Defesa do Consumidor). 
Existe norma similar em outros países? 
A norma que estabeleceu as bases da metodologia de desempenho foi a ISO 6241 - 
Performance Standards in Building - Principles for Their Preparation and Factors to be 
Considered, de 1984. A partir dela vários países elaboraram suas normas para tratar de todos 
os aspectos do desempenho. 
É verdade que a exigência de desempenho acústico no Brasil é metade da exigida na 
Europa? Cite outras referências de países que adotaram a Norma. 
No caso dos requisitos de acústica, estamos muito abaixo porque, principalmente em países 
do Hemisfério Norte, a exigência de grande estanqueidade ao ar e à água, no caso de 
caixilhos e paredes, leva a um alto isolamento acústico. 
Os fornecedores que fabricam produtos fora de norma serão naturalmente excluídos 
do mercado? 
Se as empresas que compram materiais e componentes se dispuserem a exigir o 
cumprimento de normas, os fornecedores precisarão se ajustar à conformidade necessária. 
Produtos em não conformidade não podem estar no mercado, pois apresentam desempenho 
inadequado e riscos. 
Que cláusulas adicionais deverão constar, por regra, dos memoriais descritivos? 
Os memoriais descritivos devem dar evidências de que as normas de projeto foram seguidas, 
e os produtos especificados nos memoriais devem ser especificados quanto ao desempenho, 
não mais com nome de marca e modelo. O desempenho especificado deve permitir que se 
busque o fornecedor que demonstre atender a esse desempenho. 
 
 
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