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RECURSO ADMINISTRATIVO - SIN 2.docx ILUSTRÍSSIMO SENHOR, PRESIDENTE DA COMISSÃO DE LICITAÇÃO, DA SECRETARIA DE ESTADO DA INFRAESTRUTURA DO RIO GRANDE DO NORTE Ref.: Tomada de Preços 009/2022 - SIN APIAN ENGENHARIA EIRELI, pessoa jurídica de direito privado, ins- crita no CNPJ/MF sob nº 21.969.421/0001-03, com sede na Rua Bertoldo Gurgel, nº 122, Bairro de Lagoa Nova, Natal/RN, por intermédio de seu representante legal, subscrito ao final, vem, com o devido respeito, a augusta presença de Vossa Senhoria, interpor RECURSO ADMINISTRATIVO Em face da respeitável, porém equivocada decisão de inabilitar a empresa no certame acima referenciado, pelas razões de fato e de Direito expostas a seguir. DOS FATOS E DAS RAZÕES DA REFORMA Sucede que, após o conhecimento da publicação do resultado de habilitação no Diário Oficial do Estado publicado no dia 14 de janeiro de 2023, identificamos que a referida decisão não deve prosperar uma vez que não discorre a verdade. Segundo o Relatório de Conferência dos documentos de habilitação da referida tomada de preços, a empresa APIAN ENGENHARIA não apresentou em seu acervo técnico a quantia exigida na parcela de maior relevância “Porta/esquadria em alumínio, na quantidade mínima de 49,27 m²”. Porém é possível ver que na documentação de habilitação em Anexo foi cumprida a exigência editalícia. Na forma de facilicar a verificação, vejamos a tabela 1: Acervo Página do arquivo de habilitação Descrição Unidade Quantidade CAT 1300328/2016 Página 92 Portão de alumínio m² 8,00 CAT 1300328/2016 Página 92 Portão de alumínio incl ferragens m² 8,00 CAT 1300328/2016 Página 92 Janela em alumínio, inclusive vidro e ferragens m² 30,00 CAT 1292882/2015 Página 102 Janela em alumínio, inclusive vidro e ferragens m² 5,00 CAT 1292882/2015 Página 102 Portão de alumínio incl ferragens m² 20,00 CAT 1404586/2022 Página 110 Janela de alumínio de correr, 2 folhas, fixação com argamassa, com vidros padronizada m² 58,30 TOTAL: 129,30 Tabela 1 Ou seja, apresentamos em certidões de acervos técnicos mais do que o necessário requerido, em um somatório de esquadrias de alumínio como mencionado no Edital. A empresa tomou plenos cuidados a apresentar atestados que comprovem nossa experiência para todos os serviços relevantes ao orçamento. E contudo, foi comprovado expertise. DO PEDIDO Diante do exposto, a Recorrente requer a Vossa Senhoria o conhecimento do presente recurso administrativo, pois tempestivo, para no mérito dar-lhe integral provimento, retificando a decisão administrativa para alterar decisão do julgamento da licitação por ser a única manifestação possível de respeito aos princípios da isonomia, da legalidade, da eficiência e, sobretudo, à J U S T I Ç A. Termos em que Pede, E Aguarda Deferimento. Natal/RN, 19 de janeiro de 2023. DIRETOR GERAL DA APIAN ENGENHARIA APIAN ENGENHARIA EIRELI – ME Rua: Engenheiro Bertoldo Gurgel, n° 122 – Lagoa Nova – Natal/RN CNPJ: 21.969.421/0001-03, Telefone: (84) 3027-1118 E-mail: apianeng2019@gmail.com image1.png 705b55beac490ed24feec20c68b41ba2.pdf SENHOR PRESIDENTE DA COMISSÃO DE LICITAÇÕES - DEPARTAMENTO DE TRÂNSITO DE JOINVILLE - DETRANS - COORDENADORIA DA ÁREA DE LICITAÇÕES - JOINVILE - ESTADO DE SANTA CATARINA. PROCESSO ADMINISTRATIVO LICITATÓRIO. EDITAL SEI N° 0850114/2017 - DETRANS.NAD. CONCORRÊNCIA 009/2017. PROCESSO SEI N° 17.0.010961-5. TRAFFIC SINALIZAÇÕES LTDA., já qualificada nos autos do procedimento licitatório em epigrafe, ora denominada simplesmente Recorrente, por seu representante legal infra-assinado, vem mui respeitosamente à presença de V.Sa., interpor o presente RECURSO ADMINISTRATIVO inconformada com a decisão da digna Comissão de Licitação na fase abertura dos envelopes de habilitação. Nesses Termos, Pede Deferimento. Curitiba, 11 de agosto de 2017. TRAFFIC SINALIZAÇÕES LTDA. DETRANS RECEBEMOS EM. Data:_ 1 SENHOR PRESIDENTE DA COMISSÃO DE LICITAÇÕES - DEPARTAMENTO DE TRÂNSITO DE JOINVILLE - DETRANS - COORDENADORIA DA ÁREA DE LICITAÇÕES - JOINVILE - ESTADO DE SANTA CATARINA. TRAFFIC SINALIZAÇÕES LTDA., já qualificada nos autos do procedimento licitatório em epigrafe, ora denominada simplesmente Recorrente, por seu representante legal infra-assinado, vem mui respeitosamente à presença de V.Sa., apresentar suas RAZÕES DE I1(1/ASO para tanto, expondo e requerendo o seguinte: PRELIMINARES: I - DA TEMPESTIVIDADE Tendo em vista a decisão administrativa proferida pela Comissão de Licitação, na modalidade Concorrência n° 009/2017, proferida em 08 de agosto de 2017. Considerando que a lei estabelece o prazo de 5 (cinco) dias úteis para interposições de recursos, a interposição do presente Recurso Administrativo é tempestivo. II - DO CABIMENTO DO PRESENTE APELO E DO EFEITO SUSPENSIVO Precipuamente esclarece a Recorrente que a interposição do presente Recurso Administrativo é o exercício do direito e da garantia constitucional do contraditório e da ampla defesa, jamais havendo por parte desta empresa o interesse em tentativa de frustrar o procedimento licitatório, ao contrário, o objetivo sempre foi e será de que este ocorra dentro dos ditames legais, sob a égide dos sagrados e basilares princípios da legalidade e da igualdade. 2 Atende a empresa Recorrente os pressupostos para admissão da inconformidade, uma vez que presentes os requisitos a que alude MARÇAL JUSTEN FILHO, quais sejam os subjetivos, estes consubstanciados no interesse ,recursal e na legitimidade e os requisitos objetivos, estes aportados na existência do ato administrativo de cunho decisório, tempestividade, forma escrita, fundamentação e o pedido de nova decisão. (in Comentários à Lei de Licitações e Contratos Administrativos, Aide, 4a ed.p. 501). Espera que se receba esta peça como efetiva contribuição à legalidade do procedimento. De acordo com o § 2° do artigo 109, da Lei 8.666/93, bem como o disposto no item do edital, solicita esta Recorrente que seja atribuído efeito suspensivo ao presente apelo. III - MÉRITO a) - INABILITAÇÃO - EXCESSO DE FORMALISMO. A ora Recorrente, participante do presente procedimento licitatório (LOTE II), foi inabilitada nos seguintes termos: ~°r;attií Sihalitaço}:; i A equivocada decisão merece reformas. Senão vejamos: Incialmente cumpre esclarecer, que o Edital de Licitação, apesar de exigir a declaração, não contempla nenhum modelo especifico e/ou exclusivo de declaração do item 8.3.5. 3 Entretanto, o Edital, contempla o (1) MODELO DE DECLARAÇÃO DE QUALIFICAÇÃO TÉCNICA, que contempla expressamente "que caso sela vencedora desta licitação cumprira todas as exigências do item 8.3 do edital.", (ii) MODELO DE DECLARAÇÃO DE CUMPRIMENTO DAS EXIGÊNCIAS DO EDITAL "Sendo assim, declara possuir capacidade de fornecimento dos materiais e execução dos serviços por cruzamento e que cumprirá todas as exigências do edital, assumindo total responsabilidade de conhecimento de serviços a serem executados, das condições físicas, estruturais e ambientais, não podendo alegar qualquer desconhecimento de fato ou condição, nesses termos, que lhe acarrete prejuízos posteriores." seguintes: As declarações apresentadas pela Recorrente foram as ANEXO VIII -DED AI*AÇÃO DE CUMPRIMa=NTO-DAS EXIGÊNCIAS- D© EDITAL. coNG0i7RENCtA 00012017 EDITAL_ SEI oe-80114l2017 L3ETRANS.tYiD IC- SINALIZAÇÕES LTDA., Inacrila no CNPJ sob o n° 01,607,2962!0001-30, ~tente de rnãncia ri 009/2017, promovido pelo DEPARTAMENTO DE TRANSITO DE .iOINVILLE — DETRAN6, DECLARA, por melo do seu .Res,ponSAVOI Legal; Sr, Afonso- Condido de Figueiredo Raciha. portador da carieka de identidade ri 666_399, expedido peio SSP/PR, ♦ do CPF n4 0+70.2.50.sas-137, 0ue tem conhecimento dos local* de execução, vias do muniatplo de- Joinville. Sendo ~sim, declara possuir capacidade de fornecimento dos materla)e e execarç90 doa eerviçus por cruzamento e- que cumprirá todas as exigenc ae do edital, assumindo total responsabilidade da [mento de serviços a serem executa —. doe condições floloas, eatruturats c ambiente&s, o podando ate9ar qualquer desconhecimento de fato ou asnd çao, nesses termos. que ine acarrete prejulzOe posteriores, /PR, 20 de Julho de 2017.. TR,r~i<FlC 51NALIZAG¢£3 -- CNPJ'bY:'BS77:962f001-30 AFdtV CA C1t'S DE Fjb4EIREDp ROCFtA -- abobo DIRETOR erra lkrrslae ~ver, 1861 - txr¡)o iY.re - 4`iis BD.O4O•140 - - puciarh e-mnilc Haencw4ruQt+aRio-rrv-b< - iop+atieoWreSda.sbxtx' ForYeffax: (41) 2021-24ó7 - ewl: ts77•2024 - 992/-1533 4 ANEXO Vi -DECLARAÇÃO DE QUAUFCAÃO TÉCNICA - LO1 fl CONCORRÉNCIA 000/2017 EDITAL SEI N° 08501142017 - TRAFF1C INMJZÕES LTDA. Inscrito rm CNPJ sob o n° 01,r47,882g)0i-30, citante da. Concorren0a n° 009/2017, promovid, DE ATAMENTO OE TRAI511-0 DE JOINVILLE - OETRANS, DECLARA, par me4o de seu Responsável Legal, Sr. Afonso CanoMo de Figueiredo Rocha, portador da CadOita d. Identidade n° 586.369, expedida pelo $8P/PR, e do CPF 080,2503359-87, que caso seja vencedora desta lIcItaçao ctImprtra todas as e)dgéncIas do item 5,3 do edital. Oitis , ZO de Julho do 2017. TRAFFIC NAiluçÕF!, CNÍ'J ,007-62/(A1-30 AFONSO CANDIDO DE FI ÊEDO RCICNA SOC ft) DIRETOR tua $4,115a ba4 r v- U -14G . ii1Ic;:lv,htr »242427 c4(.; 9971'2,i, z4 Ora, Ilustre Julgador, veja-se que inexistindo modelo de declaração do item 8.3.5, ambas declarações apresentadas pelo ora recorrente, suprem tal declaração, haja vista que i) MODELO DE DECLARAÇÃO DE QUALIFICAÇÃO TÉCNICA, que contempla expressamente "que caso seja vencedora desta licitação cumprira todas as exigências do item 8.3 do edital.", (h) MODELO DE DECLARAÇÃO DE CUMPRIMENTO DAS EXIGÊNCIAS DO EDITAL "Sendo assim, declara possuir capacidade de fornecimento dos materiais e execução dos serviços por cruzamento e que cumprirá todas as exigências do edital, assumindo total responsabilidade de conhecimento de serviços a serem executados, das condições físicas, estruturais e ambientais, não podendo alegar qualquer desconhecimento de fato ou condição, nesses termos, que lhe acarrete prejuízos posteriores." Frise-se, ainda, que o MODELO DE DECLARAÇÃO DE QUALIFICAÇÃO TÉCNICA, contempla expressamente "que caso seja vencedora desta licitação cumprira todas as exigências do item 8.3 do edital.", no que está incluído e subentendido o item 8.3.5. Veja-se, o item 8.3 do Edital: 8.3 — Da Qualificação Técnica: 8.3.1 — Apresentará certidão atualizada de registro de Pessoa Jurídica expedida pelo Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA) ou Conselho Regional de Arquitetura e Urbanismo (CAU), com indicação do(s) responsável(eis) técnico(s) da empresa; caso a licitante e/ou seu(s) responsável(eis) técnico(s) sejam provenientes de outros Estados, será exigido o visto na seção local do CREA ou CAU para a participação em Licitações Públicas na forma das Resoluções Vigentes de ambos os Conselhos; 8.3.2 — Deverá possuir, em seu quadro permanente, como sócio, empregado ou autônomo contratado, ENGENHEIRO CIVIL ou outro profissional com atribuição para desempenhar o serviço, conforme Lei n° 5.194 de 24 de dezembro de 1966 e resoluções específicas do sistema CONFEA. OBRIGATÓRIO PARA TODOS OS LOTES. 8.3.3 — Deverá possuir em seu quadro permanente profissional devidamente registrado no Conselho Regional de Química — CRQ da sede da licitante, EXCLUSIVAMENTE PARA O LOTE 01. 8.3.4 — As comprovações a que se referem os itens 8.3.2 e 8.3.3, do licitante vencedor, se dará da seguinte forma: a) Tratando-se de sócio da empresa, a comprovação se fará mediante a verificação do seu nome no contrato social da empresa; 6 b) Tratando-se de empregado, a empresa deverá apresentar cópia das páginas da carteira de trabalho contendo a identificação do trabalhador e o registro do contrato de trabalho; c) Tratando-se de profissional autónomo contratado, a empresa deverá apresentar cópia do contrato de prestação de serviços firmado com o profissional. 8.3.5 — Declaração de que tem pleno conhecimento das condições exigidas para a execução dos serviços, constantes no Termo de Referência, atestando a garantia do lote a que concorrerá. Com efeito, a despeito da DECLARAÇÃO DE QUALIFICAÇÃO TÉCNICA apresentada pelo Recorrente não conter as exatas palavras previstas no edital - "que caso seja vencedora desta licitação cumprira todas as exigências do item 8.3 do edital.", no que está incluído e subentendido o item 8.3.5.-, o documento atende perfeitamente o objetivo a que se propõe, qual seja, garantir à Administração que a Licitante atende as qualificações técnicas necessárias para a participação do certame, mostrando- se desarrazoada e dotada de excesso de formalismo a inabilitação para que participe do restante das etapas do procedimento licitatório. Sobre o excesso de formalismo, assim o TCU se propõe, ao "combate o formalismo exagerado do administrador, quando este aplica restritivamente as cláusulas do edital, de modo a excluir indevidamente possíveis licitantes" in verbis: PRIMEIRA CÂMARA Desclassificação de proposta em razão de preços unitários inexequíveis Representação formulada ao TCU indicou possíveis irregularidades no Pregão Eletrônico n.° 7/2009, do Banco do Nordeste do Brasil (BNB), que teve por objeto a contratação de serviços de manutenção predial em unidades do banco. Os responsáveis pela condução do certame foram chamados em oitiva, para apresentar justificativas quanto à «desclassificação de 10 (dez) empresas, ofertantes dos menores preços, por motivos meramente formais, em desacordo com o princípio do julgamento objetivo das propostas, ao arrepio do art. 3° da Lei n° 8.666/93". Em seu voto, o relator reforçou a posição de que o Tribunal combate o formalismo exagerado do administrador, quando este aplica restritivamente as cláusulas do edital, de modo a excluir indevidamente possíveis licitantes. Defendeu como salutar a atuação do controle externo até no sentido de, ao apreciar casos concretos 7 submetidos a seu crivo, afastar as próprias cláusulas do edital que se mostram desarrazoadas e prejudiquem a competitividade da licitação. Nesse mesmo sentido, mencionou o voto condutor do Acórdão n.° 3.046/2008-Plenário. No caso concreto, concluiu o relator que o BNB não procedeu ao arrepio do edital, nem se mostraram desarrazoados os critérios de julgamento observados pelo banco para a desclassificação das licitantes. Destacou que o representante do Ministério Público junto ao TCU, em seu parecer, «demonstrou com precisão que todas as propostas desclassificadas apresentaram alguma inconsistência no custo da mão de obra, notadamente pela falta de cotação dos adicionais noturno, de insalubridade e de periculosidade". E para o Parquet especializado, "essas irregularidades relativas ao custo de mão de obra são indícios de que as respectivas propostas podem ser inexequíveis, uma vez que os valores apresentados não são suficientes para cobrir as despesas a que se destinam. É verdade que, em princípio, é da empresa contratada o dever de arcar com os eventuais erros existentes na proposta que formulou. No entanto, se isso não ocorrer, esse ônus recai sobre a administração (..), conforme a Súmula 331, IV, do TST (..)". E arrematou o relator: "a falta de segurança por parte da administração em conhecer especificamente como se compõem os itens de custo, tais como os mencionados, compromete o julgamento objetivo para a natureza do objeto pretendido, que cuida essencialmente de prestação de serviços terceirizados". Acompanhando a manifestação do relator, deliberou a Primeira Câmara no sentido de considerar improcedente a representação. Acórdão n.° 744/2010-1 a Câmara, TC-010.109/2009-9, rel. Min. Valmir Campelo, 23.02.2010. Licitação para contratação de bens e serviços: 2 - As exigências para o fim de habilitação devem ser compatíveis com o objeto da licitação, evitando-se o formalismo desnecessário Ainda nas tomadas de contas anuais do Terceiro Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego - (Cindacta III), referentes aos exercícios de 2003 e 2004, julgadas pelo TCU, respectivamente, regulares e regulares com ressalva, outra irregularidade apurada foi a inabilitação de uma empresa em uma licitação por não ter acrescido à declaração exigida pelo inciso V do artigo 27 da Lei 8.666/ 1993 a expressão "exceto na condição de menor aprendiz". Ao examinar o assunto, a unidade técnica considerou que a inabilitação, pela razão apontada, denotaria excesso de rigor formal, pois a declaração da empresa eliminada afirmava não haver menores trabalhando em seus quadros. Assim, ainda para a unidade responsável pelo processo, "a partir dessa declaração, o gestor público somente poderia concluir pela inexistência de menores aprendizes. Afinãl, menores aprendizes são menores. E como havia sido informada a inexistência de menores trabalhando, não era razoável se depreender que a empresa empregasse menores aprendizes". Caberia, no máximo, por parte da instituição promotora da licitação "promover diligência destinada a esclarecer a questão, indagando da empresa a utilização ou não de menores aprendizes", o que não configuraria irregularidade, qualquer que fosse a resposta obtida. Por conseguinte, votou pelo provimento dos recursos de revisão intentados, e, no ponto, pela rejeição das justificativas apresentadas pelos responsáveis envolvidos, levando o fato em consideração para votar, ainda, pela irregularidade das contas correspondentes, sem prejuízo de aplicação de multa, o que foi aprovado pelo Plenário. Precedente citado: Acórdão no 7334/2009 - 2a Câmara. Acórdão n.° 2003/2011-Plenário, TC-008.284/2005-9, rel. Min. Augusto Nardes, 03.08.2011. Ademais, a inabilitação do participante devido a um mero vício formal, escusável e sanável confronta-se com o próprio interesse público, fundado na ampla participação de todos os interessados - que, evidentemente, preencham os requisitos básicos exigidos - para oportunizar à Administração a escolha da proposta mais vantajosa, além de ferir o direito de participação do licitante que preencheu as exigências básicas exigidas no certame. Nesse sentido, acosto a seguinte jurisprudência: ADMINISTRATIVO. LICITAÇÃO. EXIGÊNCIA EDITALÍCIA. FINALIDADE DA EXIGÊNCIA. EXCESSO DE FORMALISMO. ILEGALIDADE. Apesar da Administração estar vinculada às condições do Edital, configura-se excesso de formalismo excluir empresa que demonstra, de forma diversa da prevista no Edital, preencher os requisitos à finalidade da exigência editalícia. (AMS 2007.72.00.000303-8/ SC, Relator Des. Federal EDGARD ANTÔNIO LIPPMANN JÚNIOR, D.E. 13-5-2008) MANDADO DE SEGURANÇA. PROCESSO DE LICITAÇÃO. FALTA DE INSTRUMENTO DE MANDATO NA APRESENTAÇÃO DA PROPOSTA DE HABILITAÇÃO. EXIGÊNCIA FORMAL SANÁVEL. Filio-me ao entendimento já proferido por esta Corte no sentido de que a inabilitação do participante devido a um mero vício formal e sanável confronta-se com o próprio interesse público, fundado na ampla participação de todos os interessados - que, evidentemente, preencham os requisitos básicos exigidos - para 9 oportunizar à Administração a escolha da proposta mais vantajosa, além de ferir o direito de participação do licitante que preencheu as exigências básicas exigidas no certame. (TRF4, APELREEX 2007.70.00.011319-8, TERCEIRA TURMA, Relatora MARIA LÚCIA LUZ LEIRIA, D.E. 19/ 11/ 2008) MANDADO DE SEGURANÇA. ADMINISTRATIVO. LICITAÇÃO. PROPOSTA TÉCNICA. INABILITAÇÃO. ARGÜIÇÃO DE FALTA DE ASSINATURA NO LOCAL PREDETERMINADO. ATO ILEGAL. EXCESSO DE FORMALISMO. PRINCÍPIO DA RAZOABILIDADE. 1. A interpretação dos termos do Edital não pode conduzir a atos que acabem por malferir a própria finalidade do procedimento licitatório, restringindo o número de concorrentes e prejudicando a escolha da melhor proposta. 2. O ato coator foi desproporcional e desarrazoado, mormente tendo em conta que não houve falta de assinatura, pura e simples, mas assinaturas e rubricas fora do local preestabelecido, o que não é suficiente para invalidar a proposta, evidenciando claro excesso de formalismo. Precedentes. 3. Segurança concedida. (STJ, MS 5.869/DF, Rel. Ministra LAURITA VAZ, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 11.09.2002, DJ 07.10.2002 p. 163) DIREITO PUBLICO. MANDADO DE SEGURANÇA. PROCEDIMENTO LICITATORIO. VINCULAÇÃO AO EDITAL. INTERPRETAÇÃO DAS CLAUSULAS DO INSTRUMENTO CONVOCATORIO PELO JUDICIARIO, FIXANDO-SE O SENTIDO E O ALCANCE DE CADA UMA DELAS E ESCOIMANDO EXIGENCIAS DESNECESSARIAS E DE EXCESSIVO RIGOR PREJUDICIAIS AO INTERESSE PUBLICO. POSSIBILIDADE. CABIMENTO DO MANDADO DE SEGURANÇA PARA ESSE FIM. DEFERIMENTO. O "EDITAL" NO SISTEMA JURIDICO-CONSTITUCIONAL VIGENTE, CONSTITUINDO LEI ENTRE AS PARTES, E NORMA FUNDAMENTAL DA CONCORRENCIA, CUJO OBJETIVO E DETERMINAR O "OBJETO DA LICITAÇÃO", DISCRIMINAR OS DIREITOS E OBRIGAÇÕES DOS INTERVENIENTES E O PODER PUBLICO E DISCIPLINAR O PROCEDIMENTO ADEQUADO AO ESTUDO E JULGAMENTO DAS PROPOSTAS. CONSOANTE ENSINAM OS JURISTAS, O PRINCIPIO DA VINCULAÇÃO AO EDITAL NÃO E 'ABSOLUTO, DE TAL FORMA QUE IMPEÇA O JUDICIARIO DE INTERPRETAR-LHE, BUSCANDO-LHE O SENTIDO E A COMPREENSÃO E ESCOIMANDO-0 DE CLAUSULAS DESNECESSARIAS OU QUE EXTRAPOLEM OS DITAMES DA LEI DE REGENCIA E CUJO EXCESSIVO RIGOR POSSA AFASTAR, DA CONCORRENCIA, POSSIVEIS PROPONENTES, OU QUE O TRANSMUDE DE UM INSTRUMENTO DE DEFESA DO INTERESSE PUBLICO EM a_.10 CONJUNTO DE REGRAS PREJUDICIAIS AO QUE, COM ELE, OBJETIVA A ADMINISTRAÇÃO. (...) O FORMALISMO NO PROCEDIMENTO LICITATORIO NÃO SIGNIFICA QUE SE POSSA DESCLASSIFICAR PROPOSTAS EIVADAS DE SIMPLES OMISSÕES OU DEFEITOS IRRELEVANTES. SEGURANÇA CONCEDIDA. VOTO VENCIDO. (MS 5.418/DF, Rel. Ministro DEMÓCRITO REINALDO, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 25.03.1998, DJ 01.06.1998 p. 24). DIREITO ADMINISTRATIVO. LICITAÇÃO. LEI N° 8.666/ 93. CONTRATAÇÃO DE SERVIÇOS TÉCNICOS ESPECIALIZADOS. QUALIFICAÇÃO TÉCNICA E ECONÔMICA. INOBSERVÂNCIA DAS NORMAS DO EDITAL. NÃO DEMONSTRADA. ILEGALIDADE. INEXISTÊNCIA. PRECEDENTES. . As obras, serviços, compras e alienações serão contratadas mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações (ex-vi do artigo 37, XXI, da CRFB); . Ainda que eventualmente subsista dúvida sobre a interpretação conferida às normas do edital, ressalta-se que deve prevalecer a interpretação que favoreça a ampliação de disputa entre os interessados, de modo a não comprometer o interesse da Administração Pública, o princípio da isonomia, a finalidade e a segurança da contratação. (TRF4, AC 5034392-15.2013.404.7100, QUARTA TURMA, Relator CANDIDO ALFREDO SILVA LEAL JUNIOR, juntado aos autos em 11/12/2015) Destaque-se que, apesar do dever de obediência ao princípio da legalidade, não se pode admitir o formalismo em excesso, que acaba por prejudicar a administração pública. Nas palavras do professor Marçal Justen Filho: 'Não é incomum constar do edital que o descumprimento a qualquer exigência formal acarretará a nulidade da proposta. A aplicação dessa regra tem de ser temperada pelo princípio da razoabilidade. É necessário ponderar os interesses existentes e evitar resultados que, a pretexto de tutelar o interesse público de cumprir o edital, produzam a eliminação de propostas vantajosas para os cofres públicos. Certamente, não haveria conflito se o ato convocatório reservasse a sanção de nulidade apenas para as desconformidades efetivamente relevantes. Mas nem sempre é assim. Quando o defeito é irrelevante, tem de interpretar-se a regra do edital com atenuação.' (JUSTEN FILHO, 11 Marçal. Comentários à Lei de Licitações e Contratos Administrativos. 9° edição. São Paulo: Dialética, 2002. p. 428). Repita-se, novamente, que a despeito da DECLARAÇÃO DE QUALIFICAÇÃO TÉCNICA apresentada pelo Recorrente não conter as exatas palavras previstas no edital - "que caso seja vencedora desta licitação cumprira todas as exigências do item 8.3 do edital.", no que está incluído e subentendido o item 8.3.5.. Ademais, o princípio a vinculação ao edital não pode ser interpretado de forma tão rigorosa a ponto de sobrepor-se ao objetivo da licitação e ao interesse público. A ora recorrente cumpriu com as exigências do item 8.3, no qual está incluso o item 8.3.5, assim, em tese, eventual irregularidade formal constatada não se mostra prejudicial aos outros participantes do certame e, ainda, não constituíram ofensa ao princípio da isonomia e economicidade buscada pelo processo licitatório. Nesse sentido, colaciona-se o seguinte precedente jurisprudencial: ADMINISTRATIVO, LICITAÇÃO. VINCULAÇÃO AO EDITAL. FORMALISMO. EXCESSO. - Deve ser desconsiderado o excesso de formalismo que venha a prejudicar o interesse público. - Não é razoável a desclassificação da proposta mais vantajosa para a Administração Pública na hipótese de meros equívocos formais. A ausência de juntada da cópia da Convenção Coletiva do Trabalho e a "suposta" _falta de especificação da reserva técnica incidente sobre os insumos nenhum prejuízo trouxe ao Certame e à Administração. (TRF4, MAS 2000.04,01,111700-0, Terceira Turma, Relator Eduardo Tonetto Picarelli, DJ 03/ 04/2002). Assim, após tão esclarecedores argumentos sobre o assunto, resta-se, apenas, em reforço ao já explicitado, ressaltar que a forma prescrita no edital não pode ser encarada com excesso de formalismo pela Administração a ponto de excluir do certame concorrente que possa oferecer condições mais vantajosas na execução do objeto licitado, haja vista que demostrou-se preencher os requisitos exigidos, sendo contrário aos princípios do ato administrativo o excesso formal desarrazoado. 12 Diante de todo exposto se faz necessário o presente recurso administrativo, como medida de justiça e de direito, pois como única opção para a Recorrente neste momento para garantir a sua participação em igualdade de condições e ser declarada habilitada no procedimento licitatório em apreço. Curitiba, 11 de agosto de 2017. Nesses Termos, Pede Provimento. J TRAFEIC SINALIZAÇÕES LTDA. 13 989609017-razoes-1.pdf Av. Nossa Senhora de Fátima, nº 2576 – Carlos Prates – Belo Horizonte – Minas Gerais - CEP: 30.710-020 Tel. (31) 2533-3100/2533-3114 – Website: www.brslicita.com.br - Webmail:juridico@brslicita.com.br 1 A ILMA. SENHORA FERNANDA CANCADO E SILVA, PREGOEIRA OFICIAL DA COMPANHIA DE DESENVOLVIMENTO DE MINAS GERAIS – CODEMGE REF.: PROCESSO INTERNO N°: 72/2018 – ECM:47518 - EDITAL DE PREGÃO ELETRÔNICO N.º 023/2018 PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO RIVAL DO FOGO LTDA EPP, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o n.º 07.835.954.0001-63, com sede à Rua Hibisco, no. 352, Bairro Arvoredo, Município de Contagem, CEP 32.113.150, Estado de Minas Gerais, por seu representante que esta subscreve, conforme procuração em anexo (Anexo III – Doc. 03), SR. FABRÍCIO ANTÔNIO ANTUNES, brasileiro, casado, empresário, portador da cédula de identidade n.º M- 6.359.577 e inscrito no CPF sob o n.º 838.493.606-44, com endereço profissional na Av. Nossa Senhora de Fátima, n.º 2.576, Bairro Carlos Prates, Município de Belo Horizonte, Estado de Minas Gerais, CEP: 30.710-020, vem respeitosamente na presença de V.Sa., em tempo hábil com fulcro na Lei Federal n° 10.520, de 17 de julho de 2002, Lei Estadual n° 14.167, de 10 de janeiro de 2002, pelo Decreto Estadual n° 44.786, de 19 de abril de 2008, pela Lei Federal n° 13.303, de 01 de julho de 2016, pelo Decreto Estadual n° 47.154 de 20 de fevereiro de 2017, e no item 12 e demais subitens do Instrumento Convocatório, a fim de interpor RECURSO ADMINISTRATIVO Contra decisão deste respeitável Pregoeiro em habilitar, bem como em declarar vencedora do lote 02, no presente certame a empresa EXTINTORES MINAS GERAIS LTDA, inscrita no CNPJ sob o n.º 18.286.492/0001-99, para fornecimento do LOTE 02 (dois), do Instrumento Convocatório, pelos fatos e fundamentos a seguir especificados: Av. Nossa Senhora de Fátima, nº 2576 – Carlos Prates – Belo Horizonte – Minas Gerais - CEP: 30.710-020 Tel. (31) 2533-3100/2533-3114 – Website: www.brslicita.com.br - Webmail:juridico@brslicita.com.br 2 I – DO RESUMO DOS FATOS A COMPANHIA DE DESENVOLVIMENTO DE MINAS GERAIS – CODEMGE, inscrita no CNPJ sob o n.º 9.768.219/0001-17, localizada na Rua Manaus, 467, Santa Efigênia, Belo Horizonte, Estado de Minas Gerais, CEP 30150-350, tornou pública a realização de licitação, na modalidade Pregão Eletrônico do tipo MENOR PREÇO, objetivando o “CONTRATAÇÃO DE EMPRESA ESPECIALIZADA NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE INSPEÇÃO, MANUTENÇÃO, RECARGA, TESTE E AQUISIÇÃO DE EXTINTORES E MANGUEIRAS DE INCÊNDIO DO EXPOMINAS JUIZ DE FORA”, conforme especificações constantes do Termo de Referência/Especificação Técnica do Objeto, Anexo I, do edital. A abertura da sessão pública aconteceu no dia 08/06/2018, as 09h00mim, através do SISTEMA ELETRÔNICO – PORTAL DE COMPRAS DE MINAS GERAIS, ACESSO ATRAVÉS DO SITE www.compras.mg.gov.br. A empresa PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO RIVAL DO FOGO LTDA EPP, sagrou-se vencedora do LOTE 01 e a empresa EXTINTORES MINAS GERAIS LTDA, sagrou-se vencedora do LOTE 02. Ambas as empresas foram declaradas HABILITADAS ao certame. Ao abrir o prazo para interposição de recursos a empresa PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO RIVAL DO FOGO LTDA EPP, manifestou, tempestivamente sua intenção recursal, contra a habilitação da empresa EXTINTORES MINAS GERAIS LTDA, para o fornecimento dos itens licitados no Lote 02, vejamos: http://www.compras.mg.gov.br/ Av. Nossa Senhora de Fátima, nº 2576 – Carlos Prates – Belo Horizonte – Minas Gerais - CEP: 30.710-020 Tel. (31) 2533-3100/2533-3114 – Website: www.brslicita.com.br - Webmail:juridico@brslicita.com.br 3 Em razão das preliminares acima invocadas é que a empresa PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO RIVAL DO FOGO LTDA EPP, vem requerer a reforma da decisão desta respeitável Equipe de Apoio ao Pregão. II – DA TEMPESTIVIDADE E DO CABIMENTO O prazo para apresentação das razões de recurso é de 03 (três) dias uteis, conforme estabelecido no item 12 e demais subitens do Instrumento Convocatório. 12. DOS RECURSOS 12.1. Aceita a documentação de habilitação do licitante vencedor ou fracassado o lote, será aberto, pelo Pregoeiro, prazo de 10 (dez) minutos para que os licitantes manifestem, através do sistema eletrônico, intenção de recorrer. 12.1.1. O negará admissibilidade ao recurso quando da manifestação não constar motivação ou estiver fora do prazo estabelecido. 12.1.2. Nesse momento o Pregoeiro não adentrará no mérito recursal, mas apenas verificará as condições de admissibilidade do recurso. 12.1.3. A falta de manifestação imediata e motivada da intenção de recorrer dos licitantes importará decadência do direito de recurso. 12.2. Será concedido o prazo de 3 (três) dias úteis, contados da sessão pública, para apresentação das razões de recurso, ficando os demais participantes, desde logo, intimados, sem necessidade de publicação, a apresentarem contrarrazões em igual número de dias, contados do término do prazo do recorrente, sendo-lhes assegurada vista imediata dos autos. 12.3. Todos os atos relacionados à interposição de recurso, compreendida a manifestação da intenção do licitante durante a sessão pública, e o encaminhamento das razões do recurso e de eventuais contrarrazões pelos demais licitantes, serão realizados exclusivamente por meio do sistema eletrônico, inclusive a juntada de documentos complementares. 12.4. Não serão conhecidos recursos não registrados na forma e prazo estabelecidos neste item. Av. Nossa Senhora de Fátima, nº 2576 – Carlos Prates – Belo Horizonte – Minas Gerais - CEP: 30.710-020 Tel. (31) 2533-3100/2533-3114 – Website: www.brslicita.com.br - Webmail:juridico@brslicita.com.br 4 12.5. Após a decisão motivada do recurso pelo Pregoeiro, que poderá reconsiderar a decisão ou mantê-la, a ata do julgamento será submetida à Autoridade Administrativa para decisão final. 12.5.1. Os recursos serão decididos em até 5 (cinco) dias úteis, contados do encerramento do prazo para a apresentação de contrarrazões. 12.6. Os recursos têm efeito suspensivo, isto é, até que sejam decididos o processo licitatório não terá seguimento 12.7. O acolhimento de recurso importará a invalidação exclusivamente dos atos insuscetíveis de aproveitamento. 12.8. As decisões dos recursos serão divulgadas no endereço eletrônico da CODEMGE – www.codemge.com.br e no Portal de Compras – www.compras.mg.gov.br. Nesse sentido, dispõe a LEI FEDERAL 10.520, DE 17 DE JULHO DE 2002, que “Institui, no âmbito da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, nos termos do art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal, modalidade de licitação denominada pregão, para aquisição de bens e serviços comuns, e dá outras providências”. “Art. 4º - A fase externa do pregão será iniciada com a convocação dos interessados e observará as seguintes regras: (...) XVIII - declarado o vencedor, qualquer licitante poderá manifestar imediata e motivadamente a intenção de recorrer, quando lhe será concedido o prazo de 3 (três) dias para apresentação das razões do recurso, ficando os demais licitantes desde logo intimados para apresentar contra-razões em igual número de dias, que começarão a correr do término do prazo do recorrente, sendo-lhes assegurada vista imediata dos autos; (...).” Também de acordo com o art. 26 do Decreto Federal 5.450/05 de que “Regulamenta o pregão, na forma eletrônica, para aquisição de bens e serviços comuns, e dá outras providências”: “Art. 26. Declarado o vencedor, qualquer licitante poderá, durante a sessão pública, de forma imediata e motivada, em campo próprio do sistema, manifestar sua intenção de recorrer, quando lhe será concedido o Av. Nossa Senhora de Fátima, nº 2576 – Carlos Prates – Belo Horizonte – Minas Gerais - CEP: 30.710-020 Tel. (31) 2533-3100/2533-3114 – Website: www.brslicita.com.br - Webmail:juridico@brslicita.com.br 5 prazo de três dias para apresentar as razões de recurso, ficando os demais licitantes, desde logo, intimados para, querendo, apresentarem contra-razões em igual prazo, que começará a contar do término do prazo do recorrente, sendo-lhes assegurada vista imediata dos elementos indispensáveis à defesa dos seus interesses”. (Grifos nossos). Por fim, em relação à contagem dos prazos estabelece a LEI FEDERAL N.º 8.666, DE 21 DE JUNHO DE 1993, que “Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal, institui normas para licitações e contratos da Administração Pública e dá outras providências”, em aplicação subsidiária. “Art. 110. Na contagem dos prazos estabelecidos nesta Lei, excluir-se-á o dia do início e incluir-se-á o do vencimento, e considerar-se-ão os dias consecutivos, exceto quando for explicitamente disposto em contrário. Parágrafo único. Só se iniciam e vencem os prazos referidos neste artigo em dia de expediente no órgão ou na entidade.” Assim, a empresa PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO RIVAL DO FOGO LTDA EPP apresenta o presente RECURSO ADMINISTRATIVO, cuja prazo final para apresentação de memoriais de recurso se encerrará em data de 13/06/2018. Portanto, é manifesto o cabimento da presente demanda, posto que, além de apresentar-se tempestiva e de acordo com os ditames constitucionais e legais, se trata de um direito público subjetivo, liberto de quaisquer condicionantes, usado com a finalidade de que a autoridade administrativa competente possa tomar conhecimento dos fatos, coibindo, assim, a prática de atos contrários às disposições legais aplicáveis. Devidamente comprovada a tempestividade e o cabimento deste recurso requer o recebimento do presente para o seu devido processamento e apreciação legal. III – DAS RAZÕES DE RECURSO Av. Nossa Senhora de Fátima, nº 2576 – Carlos Prates – Belo Horizonte – Minas Gerais - CEP: 30.710-020 Tel. (31) 2533-3100/2533-3114 – Website: www.brslicita.com.br - Webmail:juridico@brslicita.com.br 6 3.1. Da Legitimidade para recorrer Preliminarmente, registra-se que a recorrente, como empresa especializada no ramo pertinente ao objeto licitado, detém total e irrestrita capacidade estrutural e tecnológica de oferecer os serviços necessários. Portanto, em razão de sua solidificação no mercado público, possui plena capacidade técnica e financeira para oferecer os produtos licitados pela COMPANHIA DE DESENVOLVIMENTO DE MINAS GERAIS – CODEMGE. Contudo, ao passo que no presente certame foram adotadas posições que comprometeram a disputa, ficando a Administração inviabilizada de analisar uma oferta extremamente vantajosa em seu preço, impossibilitando até mesmo que uma das empresas mais capacitadas para esta contratação possa ser contratada. 3.2. Dos Fundamentos O presente recurso pretende afastar do presente procedimento licitatório, critérios adotados em extrapolação ao disposto na legislação federal, que disciplina o instituto das licitações. A fase recursal do procedimento licitatório tem como fundamento legal na CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988, que dispõe: “Art. 5º - Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: (...) XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas: https://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/viwTodos/509f2321d97cd2d203256b280052245a?OpenDocument&Highlight=1,constitui%C3%A7%C3%A3o&AutoFramed Av. Nossa Senhora de Fátima, nº 2576 – Carlos Prates – Belo Horizonte – Minas Gerais - CEP: 30.710-020 Tel. (31) 2533-3100/2533-3114 – Website: www.brslicita.com.br - Webmail:juridico@brslicita.com.br 7 a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder; (...).” É dessa garantia constitucional que decorrem as diversas formas de provocação da Administração Pública, para o exercício do direito de petição. Nesse sentido vejamos as palavras de Di Pietro1: “Dentro do direito de petição estão agasalhados inúmeras modalidades de recursos administrativos... É o caso da representação, da reclamação administrativa, do pedido de reconsideração, dos recursos hierárquicos próprios e impróprios da revisão.” Seguindo esse entendimento, Carvalho Filho2 afirma que: “O direito de petição é um meio de controle administrativo e dá fundamento aos recursos administrativos por que tais recursos nada mais são do que meios de postulação a um órgão administrativo. O instrumento que propicia o exercício desse direito consagrado na CF é o recurso administrativo.” Desta feita, temos que o recurso administrativo instrumentaliza o exercício do direito de petição junto ao poder público. 3.3.Das irregularidades apresentadas na Qualificação Técnica da empresa EXTINTORES MINAS GERAIS LTDA – dos atestados de Capacidade Técnica apresentados pela mesma O art. 30, da Lei Federal n.º 8.666/93, ao tratar das exigências habilitatórias pertinentes à capacitação técnica dos licitantes, estabelece a possibilidade de ser comprovada a capacidade técnica-operacional do licitante (pertinente à empresa). 1 DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo, p 579. São Paulo: Atlas, 2000. 2 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo, p. 905. Rio de Janeiro: Lúmen Juris. 2009. Av. Nossa Senhora de Fátima, nº 2576 – Carlos Prates – Belo Horizonte – Minas Gerais - CEP: 30.710-020 Tel. (31) 2533-3100/2533-3114 – Website: www.brslicita.com.br - Webmail:juridico@brslicita.com.br 8 Com efeito, determina o Estatuto Federal Licitatório que: “Art. 30. A documentação relativa à qualificação técnica limitar-se-á a: I – (...) II – comprovação de aptidão para desempenho de atividade pertinente e compatível em características, quantidades e prazos com o objeto da licitação, e indicação das instalações e do aparelhamento e do pessoal técnico adequados e disponíveis para a realização do objeto da licitação, bem como da qualificação de cada um dos membros da equipe técnica que se responsabilizará pelos trabalhos. (...).” (Grifos nossos) Neste sentido, pondera Carlos Pinto Coelho Motta3, in Eficácia nas Licitações e Contratos, 1994, p. 149, citando Antônio Carlos Cintra do Amaral: “1. Para efeito de qualificação técnica de empresas licitantes, a Administração deve, com base na Lei 8.666/93, exigir atestados referentes à sua capacitação técnica, com vistas à ‘comprovação de aptidão para desempenho de atividade pertinente e compatível em características, quantidades e prazos com o objeto da licitação’ (art. 30, II). Também se manifestou o TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO: “Habilitação. Qualificação técnica. Capacitação técnico-profissional. Capacitação técnico-operacional. Concorrência. A estabilidade do futuro contrato pode ser garantida com a exigência de atestados de capacitação técnico-profissional aliada ao estabelecimento de requisitos destinados a comprovar a capacitação técnico-operacional nos termos do inciso II do art. 30 da Lei nº 8.666/93. (TC-009.987/94-0, publicado no Boletim de Licitações e Contratos, NDJ, 1995, vol. 11, p. 564). Citamos ainda, os seguintes julgados que corroboram o alegado: 3 MOTTA, Carlos Pinto Coelho. Eficácia nas Licitações e Contratos, 1994, p. 149, citando Antônio Carlos Cintra do Amaral Av. Nossa Senhora de Fátima, nº 2576 – Carlos Prates – Belo Horizonte – Minas Gerais - CEP: 30.710-020 Tel. (31) 2533-3100/2533-3114 – Website: www.brslicita.com.br - Webmail:juridico@brslicita.com.br 9 “Administrativo. Procedimento Licitatório. Atestado Técnico. Comprovação. Autoria. Empresa. Legalidade. Quando, em procedimento licitatório, exige- se comprovação, em nome da empresa, não está sendo violado o art. 30, §1º, II, caput, da Lei nº 8.66/93. É de vital importância, no trato da coisa pública, a permanente perseguição ao binômio qualidade e eficiência, objetivando não só a garantir a segurança jurídica do contrato, mas também a consideração de certos fatores que integram a finalidade das licitações, máxime em se tratando daquelas de grande complexidade e de vulto financeiro tamanho que imponha ao administrador a elaboração de dispositivos, sempre em atenção à pedra de toque do ato administrativo –a lei – mas com dispositivos que busquem resguardar a Administração de aventureiros ou de licitantes de competência estrutural, administrativa e organizacional duvidosa. Recurso provido. (Resp. nº 44.750-SP, rel. Ministro Francisco Falcão, 1ª T., unânime, DJ de 25.9.00)” (sem grifo no original). “STJ - SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA Classe: ROMS - RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA – 18240 Processo: 200400682387 UF: RS Órgão Julgador: PRIMEIRA TURMA Data da decisão: 20/06/2006 Documento: STJ000696608 Data da publicação: 30/06/2006 ADMINISTRATIVO. RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA. LICITAÇÃO. FASE DE HABILITAÇÃO. COMPROVAÇÃO DOS REQUISITOS DE QUALIFICAÇÃO TÉCNICA. 1. Se a licitante não demonstrou, da forma prevista no Edital de convocação, o cumprimento dos requisitos relativos à qualificação técnica, não tem direito líquido e certo a ser habilitada no certame.” “TJ-RS - Reexame Necessário REEX 70050947910 RS (TJ-RS) Data de publicação: 13/05/2013 Ementa: REEXAME NECESSÁRIO. LICITAÇÃO E CONTRATO ADMINISTRATIVO. ATESTADOS DE QUALIFICAÇÃO TÉCNICA. http://tj-rs.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/112883594/reexame-necessario-reex-70050947910-rs Av. Nossa Senhora de Fátima, nº 2576 – Carlos Prates – Belo Horizonte – Minas Gerais - CEP: 30.710-020 Tel. (31) 2533-3100/2533-3114 – Website: www.brslicita.com.br - Webmail:juridico@brslicita.com.br 10 DOCUMENTOS INCOMPLETOS. IMPOSSIBILIDADE DE SUPRIMENTO. PRINCÍPIOS DA VINCULAÇÃO AO EDITAL E IGUALDADE ENTRE OS LICITANTES. Não apresentados os documentos necessários e suficientes à comprovação da qualificação técnica do licitante, descabe buscar suprir a falta a si imputável por ocasião do recurso administrativo. Providência que viola o princípio da vinculação ao edital, pois desatende o quanto lá determinado, e também o princípio da igualdade, ao prejudicar injustificadamente os licitantes que diligenciaram para satisfazer, a tempo e a contento, os requisitos constantes na lei fundamental do certame. Concessão da ordem que se impunha. SENTENÇA CONFIRMADA EM REEXAME NECESSÁRIO. DECISÃO MONOCRÁTICA. (Reexame Necessário Nº 70050947910, Vigésima Segunda Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Eduardo Kraemer, Julgado em 30/04/2013) Verifica-se, portanto, a legalidade da exigência de atestado para comprovação da qualificação técnica dos licitantes interessados em participar de processo licitatório. Portanto, no presente certame, relativo à capacidade técnico-operacional, deve, ser efetivamente comprovada a aptidão da licitante para execução dos serviços e para o fornecimento dos bens licitados, em função de sua experiência, para avaliar se a empresa que se pretende contratar é capaz de executar o objeto da futura avença com a qualidade, a segurança e a eficiência esperadas. Necessário destacar que o Edital de Pregão Eletrônico n.º 023/2018, em seu subitem 10.4, fez-se exigências relacionadas à documentação relativa à qualificação técnica, com a seguinte redação: 10.4. Quanto à QUALIFICAÇÃO TÉCNICA: I. Comprovação por meio de certidões e/ou atestados de outras pessoas jurídicas de direito público ou privado, de contratações similares de complexidade tecnológica e operacional equivalente ou superior ao objeto licitado; Av. Nossa Senhora de Fátima, nº 2576 – Carlos Prates – Belo Horizonte – Minas Gerais - CEP: 30.710-020 Tel. (31) 2533-3100/2533-3114 – Website: www.brslicita.com.br - Webmail:juridico@brslicita.com.br 11 II. Certificado de Cadastro junto ao Corpo de Bombeiro Militar de Minas Gerais, conforme exigido na Lei nº 14.130 de 19 de dezembro de 2001, Art. 07; III. Registro no CREA da região onde está localizada a sede do licitante; IV. Certificado válido de inspeção e manutenção das mangueiras de incêndio, conforme a norma ABNT NBR 12779/2009 – Mangueiras de Incêndio, Manutenção e Cuidados; Desta forma, a empresa EXTINTORES MINAS GERAIS LTDA, apresentou dois Atestados de Capacidade Técnica, que foram emitidos pela empresa MINISTÉRIO PÚBLICO DE MINAS GERAIS, e pela empresa privada EXTINCONTAGEM SISTEMAS DE COMBATE DE INCENDIO EIRELI, conforme anexos abaixo: Av. Nossa Senhora de Fátima, nº 2576 – Carlos Prates – Belo Horizonte – Minas Gerais - CEP: 30.710-020 Tel. (31) 2533-3100/2533-3114 – Website: www.brslicita.com.br - Webmail:juridico@brslicita.com.br 12 Há ressalvas a serem feitas, com relação a ambos os Atestados de Capacidade Técnica, vejamos: Av. Nossa Senhora de Fátima, nº 2576 – Carlos Prates – Belo Horizonte – Minas Gerais - CEP: 30.710-020 Tel. (31) 2533-3100/2533-3114 – Website: www.brslicita.com.br - Webmail:juridico@brslicita.com.br 13 1º - O Atestado de Capacidade Técnica emitido pelo Ministério Público de Minas Gerais, não engloba o objeto licitado no Lote 02, que é o fornecimento de Mangueiras e Extintores de Incêndio. O Atestado em referência, apenas engloba a prestação de serviços de manutenção com reposição de peças, nos sistemas de combate a incêndio, ou seja, não há aquisição de Mangueiras e nem mesmo de Extintores de Incêndio, desta forma, o Atestado não serve para comprovação de aptidão da empresa para fornecimento dos bens licitados no Lote 02. 2º - O Atestado de Capacidade Técnica emitido pela empresa EXTINCONTAGEM SISTEMAS DE COMBATE DE INCENDIO EIRELI, tem origem duvidosa, já que foi emitido pelo Pai de um dos sócios da empresa EXTINTORES MINAS GERAIS LTDA. O emitente do Atestado de Capacidade Técnica é o Senhor Ramon Carlos de Freitas, não há indicação alguma de cargo ou ocupação do mesmo dentro da empresa emitente do Atestado. Porém, o Senhor Ramon Carlos de Freitas, nada mais é do que Pai do Senhor Guilherme Henrique de Pinho Freitas, sócio da empresa EXTINTORES MINAS GERAIS LTDA, que contem 20% (vinte por cento) das cotas da empresa. Vejamos: Av. Nossa Senhora de Fátima, nº 2576 – Carlos Prates – Belo Horizonte – Minas Gerais - CEP: 30.710-020 Tel. (31) 2533-3100/2533-3114 – Website: www.brslicita.com.br - Webmail:juridico@brslicita.com.br 14 Av. Nossa Senhora de Fátima, nº 2576 – Carlos Prates – Belo Horizonte – Minas Gerais - CEP: 30.710-020 Tel. (31) 2533-3100/2533-3114 – Website: www.brslicita.com.br - Webmail:juridico@brslicita.com.br 15 Vejamos que na certidão de emancipação do Sócio Guilherme Henrique de Pinho Tavares, consta o nome dos pais do mesmo: Ainda, ao pesquisar o CADASTRO NACIONAL DA PESSOA JURÍDICA da empresa EXTINCONTAGEM SISTEMAS DE COMBATE DE INCENDIO EIRELI, vemos que o único sócio da empresa é o Senhor Ronald Antônio de Pinho Queiroz, que tem o mesmo sobrenome da Mãe do Sócio Guilherme Henrique de Pinho Freitas, que é a Senhora Keila de Pinho Queiroz. Portanto, além do Atestado de Capacidade Técnica ter sido emitido pelo Pai de um dos sócios da empresa beneficiada, ainda possivelmente, existe um parentesco do único sócio da empresa emitente com a mãe do Sócio da empresa recorrida, concomitantemente também haverá parentesco com o sócio da empresa recorrida Guilherme Henrique de Pinho Freitas. O que ainda nos chama atenção quanto a este Atestado de Capacidade Técnica é que o sócio Guilherme Henrique de Pinho Freitas, foi admitido como sócio da empresa no dia 03/02/2017 e o Atestado de Capacidade Técnica foi supostamente emitido no dia 29/08/2017, ou seja, após a entrada no novo sócio, ao quadro societário da empresa recorrida, que é FILHO DO EMITENTE E POSSIVELMENTE PARENTE PRÓXIMO DO ÚNICO SÓCIO DA EMPRESA EXTINCONTAGEM SISTEMAS DE COMBATE DE INCENDIO EIRELI. Av. Nossa Senhora de Fátima, nº 2576 – Carlos Prates – Belo Horizonte – Minas Gerais - CEP: 30.710-020 Tel. (31) 2533-3100/2533-3114 – Website: www.brslicita.com.br - Webmail:juridico@brslicita.com.br 16 3º - No Atestado emitido pela empresa EXTINCONTAGEM SISTEMAS DE COMBATE DE INCENDIO EIRELI, não há qualquer referência de tempo de fornecimento, de quantidades fornecidas ou de prazo contratual, ou seja, é um Atestado muito genérico que apenas afirma que a empresa forneceu determinados itens, mas não demonstra prazo, quantidade ou outra informações que façam com que a Administração Pública, avalie sua condição de fornecer os bens licitados. Portanto, a empresa EXTINTORES MINAS GERAIS LTDA não apresentou nenhum Atestado de Capacidade Técnica que permita com que a Administração Pública licitante, possa avaliar sua real capacidade de fornecer os bens licitados. Dessa forma, tendo em vista que o Atestado emitido pelo MINISTÉRIO PÚBLICO DE MINAS GERAIS, não contempla os itens licitado no Lote 02 e que o Atestado emitido pela empresa EXTINCONTAGEM SISTEMAS DE COMBATE DE INCENDIO EIRELI, apresenta indício de ilegalidade e que o mesmo não informa quantidades e prazos de fornecimento, a empresa deve ser declarada INABILITADA para o fornecimento dos bens licitados no Lote 02. 3.5. DO DESCUMPRIMENTO DO PRINCIPIO DA LEGALIDADE: Com base no art. 3º, caput, da Lei Federal n.º 8.666/1993, podemos identificar como princípios jurídicos que são aplicáveis às licitações: LEGALIDADE; IMPESSOALIDADE; MORALIDADE; IGUALDADE; PUBLICIDADE; PROBIDADE ADMINISTRATIVA; VINCULAÇÃO AO INSTRUMENTO CONVOCATÓRIO; E JULGAMENTO OBJETIVO. Vejamos: “Art. 3º A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para a administração e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável e será processada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao Av. Nossa Senhora de Fátima, nº 2576 – Carlos Prates – Belo Horizonte – Minas Gerais - CEP: 30.710-020 Tel. (31) 2533-3100/2533-3114 – Website: www.brslicita.com.br - Webmail:juridico@brslicita.com.br 17 instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos.” (Grifos nossos) Boa parte desses preceitos já se encontra consubstanciada no art. 37 da Constituição Federal. Vejamos: “Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) (...).” Os princípios são regras que servem de interpretação das demais normas jurídicas, apontando os caminhos que devem ser seguidos pelos aplicadores da lei. Os princípios procuram eliminar lacunas, oferecendo coerência e harmonia para o ordenamento jurídico. O PRINCÍPIO DA LEGALIDADE representa uma garantia para os administrados, pois, qualquer ato da Administração Pública somente terá validade se respaldado em lei, em sua acepção ampla. Representa um limite para a atuação do Estado, visando à proteção do administrador em relação ao abuso de poder. O Princípio da Legalidade é uma das maiores garantias para os gestores frente o Poder Público. Ele representa total subordinação do Poder Público à previsão legal, visto que, os agentes da Administração Pública devem atuar sempre conforme a lei. Como leciona Hely Lopes Meirelles4: “A legalidade, como princípio de administração, significa que o administrador público está, em toda sua atividade funcional, sujeito aos mandamentos da lei, e às exigências do bem comum, e deles não se pode 4 MIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 30. Ed. São Paulo: Malheiros, 2005. Av. Nossa Senhora de Fátima, nº 2576 – Carlos Prates – Belo Horizonte – Minas Gerais - CEP: 30.710-020 Tel. (31) 2533-3100/2533-3114 – Website: www.brslicita.com.br - Webmail:juridico@brslicita.com.br 18 afastar ou desviar, sob pena de praticar ato inválido e expor-se à responsabilidade disciplinar, civil e criminal, conforme o caso. Na Administração Pública não há liberdade nem vontade pessoal. Enquanto na administração particular é lícito fazer tudo que a lei não proíbe, na Administração Pública só é permitido fazer o que a lei autoriza”. A Legalidade é intrínseca a ideia de Estado de Direito, pensamento este que faz que ele próprio se submeta ao direito, fruto de sua criação, portanto esse é o motivo desse princípio ser tão importante, um dos pilares do ordenamento. É na legalidade que cada indivíduo encontra o fundamento das suas prerrogativas, assim como a fonte de seus deveres. A administração não tem fins próprios, mas busca na lei, assim como, em regra não tem liberdade, escrava que é do ordenamento. Nesse passo, é de se ver que os Documentos de Habilitação apresentados pela empresa não atendem as exigências editalícias retro transcritas, notadamente quanto aos documentos para comprovação da habilitação para a comprovação da qualificação técnica da empresa. Desta feita, não há como afirmar que o certame foi conduzido de acordo com os Princípios basilares do Direito Administrativo, restando a empresa recorrente prejudicada, já que a mesma, apresentou todos os documentos conforme o exigido no Edital, e, já foi habilitada para o fornecimento do Lote 01. Com suporte na doutrina e jurisprudência, pode-se entender como desídia da Administração deixar de exigir a comprovação de qualificação técnica, nos exatos termos do edital e normas pertinentes, face ao princípio da vinculação ao instrumento convocatório, sob pena de restar prejudicada a futura execução do objeto ora posto em licitação, em prejuízo ao interesse público do qual não se pode descurar. Ainda nesse contexto, relevante frisar que o edital é a lei interna da licitação (art. 41, da Lei 8.666/93), fazendo que, tanto a Administração quanto as licitantes fiquem presas ao que for nele estipulado, sendo inadmissível, ilegal e incompreensível a Av. Nossa Senhora de Fátima, nº 2576 – Carlos Prates – Belo Horizonte – Minas Gerais - CEP: 30.710-020 Tel. (31) 2533-3100/2533-3114 – Website: www.brslicita.com.br - Webmail:juridico@brslicita.com.br 19 aceitação de documentos ou propostas em desacordo com o exigido no instrumento convocatório. Não faz sentido que a Administração fixe um determinado procedimento e forma no edital e que, na hora da análise, quer da documentação, quer das propostas ou mesmo da forma pré-estabelecida para a sua entrega, venha a admitir que se contrarie o exigido. Neste caso, a Administração pública exigiu o seguinte: 10.4. Quanto à QUALIFICAÇÃO TÉCNICA: I. Comprovação por meio de certidões e/ou atestados de outras pessoas jurídicas de direito público ou privado, de contratações similares de complexidade tecnológica e operacional equivalente ou superior ao objeto licitado; Desta forma, se, a Administração Pública, exigiu que as empresas apresentassem Atestados de Capacidade Técnica, comprovando similaridade e complexidade tecnológica e operacional equivalente, não pode agora aceitar dois Atestados que não permitem com que a mesma, verifiquem a real capacidade da empresa licitante, o que de fato, ocorreu neste certame. Um dos Atestados não tem similaridade alguma com o objeto licitado para o Lote 02, já que, o Atestado é de prestação de serviços de manutenção e o objeto licitado no Lote 02 é a aquisição de mangueiras e de extintores, portanto, deve ser desclassificado. O outro Atestado foi supostamente emitido pelo Pai de um dos sócios da empresa recorrida, o que por si só, já deve gerar a desclassificação do Atestado, e ainda, não traz comprovação alguma de quantidades e prazos. Ou seja, não há como a Administração verificar se há similaridade na complexidade tecnológica e operacional do mesmo. Av. Nossa Senhora de Fátima, nº 2576 – Carlos Prates – Belo Horizonte – Minas Gerais - CEP: 30.710-020 Tel. (31) 2533-3100/2533-3114 – Website: www.brslicita.com.br - Webmail:juridico@brslicita.com.br 20 Com relação ao estudo dos princípios, que possuem grande relevância para a Administração Pública no Estado de Direito, o maior administrativista em atividade no país, Prof. Celso Antônio Bandeira de Mello5, expõe de forma notável e com perfeição: “Violar um princípio é muito mais grave do que transgredir uma norma. A desatenção ao princípio implica ofensa não a um específico mandamento obrigatório, mas a todo um sistema de comandos. É a mais grave forma de ilegalidade ou inconstitucionalidade, conforme o escalão do princípio violado, porque representa insurgência contra todo um sistema, subversão de seus valores fundamentais, contuméria irremissível a seu arcabouço lógico e corrosão de sua estrutura mestra.” (Grifos nossos) Possui grande relevo, in casu, o Princípio da Legalidade e da Vinculação ao Instrumento Convocatório que são o basilares para a configuração do regime jurídico-administrativo, e específico para o Estado de Direito. Nessa esteira, oportuno registrar os comentários do Prof. Marçal Justen Filho6, consignados na sua luminosa obra Comentários à Lei de Licitações e Contratos Administrativos: “O princípio da legalidade disciplina integralmente a atividade administrativa, tal como consagrado constitucionalmente (CF/88, art. 5º, inc. II, e art. 37). Logo, a atividade licitatória deve necessariamente sujeitar-se ao disposto na ordem jurídica. É um truísmo afirmar que o princípio da legalidade domina toda a atividade administrativa do Estado. Como regra, é vedado à Administração Pública fazer ou deixar de fazer algo senão em virtude de lei.” (Grifos nossos) 5 BANDEIRA DE MELO. Celso Antônio. Curso de Direito Administrativo. 23 ed. São Paulo: Malheiros, 2007, p. 927. 6 JUSTEN FILHO, Marçal. Comentários à Lei de Licitações e Contratos Administrativos. 12 ed. São Paulo: Dialética, 2008, p. 69 e 813. Av. Nossa Senhora de Fátima, nº 2576 – Carlos Prates – Belo Horizonte – Minas Gerais - CEP: 30.710-020 Tel. (31) 2533-3100/2533-3114 – Website: www.brslicita.com.br - Webmail:juridico@brslicita.com.br 21 Em perfeita consonância com o texto do art. 3º da LLC, afigura-se certo e induvidoso que os procedimentos a serem adotados pela Pregoeira deverão ter como principal balizador o Edital. A jurisprudência, também é clara quando cita o Princípio da Vinculação ao Instrumento Convocatório: AGRAVO DE INSTRUMENTO. LICITAÇÃO E CONTRATO ADMINISTRATIVO. MANDADO DE SEGURANÇA. LIMINAR. ASSINATURA DO CONTRATO APÓS A CONCESSÃO DA LIMINAR. PERDA DO OBJETO. NÃO OCORRÊNCIA. RECONSIDERAÇÃO PELA RELATORA NO AGRAVO INTERNO Nº 70072328693. PREENCHIMENTO DOS REQUISITOS DO EDITAL. PRINCÍPIO DA VINCULAÇÃO AO INSTRUMENTO CONVOCAT ORIO. O edital é a lei interna do procedimento licitatório, não pode ser descumprido pela Administração e deve ser observado por todos os licitantes, para que concorram em igualdade de condições. EDITAL. VEDAÇÃO DE PARTICIPAÇÃO DE MICROEMPRESA E EMPRESA DE PEQUENO PORTE. FATURAMENTO ABAIXO DO LIMITE PREVISTO DA LC 123/2006. HABILITAÇÃO NO CERTAME. DESCABIMENTO. Caso em que o edital prevê expressamente a vedação de participação de microempresas e empresas de pequeno porte no certame, em razão do valor expressivo do contrato, o qual excede o valor previsto na Lei Complementar nº 123/2006. Conforme assentado pelo juízo a quo, o Certificado de Capacidade Financeira da agravante expedido pela Contadoria e Auditoria-Geral do Estado - CAGE e válido à época da fase de habilitação, revela que a receita bruta anual da empresa era de R$ 3.599.499,40, inferior, portanto, ao objeto contratado. Diante disso, torna- se absolutamente irrelevante o fato de que a agravante esteja, ou não, vinculada ao Regime Geral de Tributação, ou que não esteja registrada na Junta Comercial como sociedade empresária. Decisão agravada mantida. Aplicação da penalidade por litigância de má-fé. Arts. 80 e 81 do CPC/2015. AGRAVO DE INSTRUMENTO DESPROVIDO. (Agravo de Instrumento Nº 70072144934, Vigésima Segunda Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Denise Oliveira Cezar, Julgado em Av. Nossa Senhora de Fátima, nº 2576 – Carlos Prates – Belo Horizonte – Minas Gerais - CEP: 30.710-020 Tel. (31) 2533-3100/2533-3114 – Website: www.brslicita.com.br - Webmail:juridico@brslicita.com.br 22 08/06/2017). Encontrado em: Vigésima Segunda Câmara Cível Diário da Justiça do dia 17/07/2017 - 17/7/2017 Agravo de Instrumento. (Grifos Nossos). Como é cediço, o Pregoeiro, por força da regra inscrita no artigo 41 da Lei n.º 8.666/93, não pode afastar-se do edital para proferir seu julgamento em qualquer das fases do processo licitatório. O edital, nesse caso, torna-se lei entre as partes. Segundo Lucas Rocha Furtado7, Procurador-Geral do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União: “O instrumento convocatório é a lei do caso, aquela que irá regular a atuação tanto da administração pública quanto dos licitantes. Esse princípio é mencionado no art. 3º da Lei de Licitações, e enfatizado pelo art. 41 da mesma lei que dispõe que “a Administração não pode descumprir as normas e condições do edital, ao qual se acha estritamente vinculada”. Ainda sobre a vinculação ao edital, Marçal Justen Filho8 afirma que: “Quando o edital impuser comprovação de certo requisito não cogitado por ocasião do cadastramento, será indispensável a apresentação dos documentos correspondentes por ocasião da fase de habilitação” (Pregão. Comentários à Legislação do Pregão Comum e do Eletrônico, 4ª ed., p. 305). Como exemplo de violação ao referido princípio, o referido autor cita a não apresentação de documento exigido em edital e/ou a apresentação de documento em desconformidade com o edital (como documento enviado por fac-símiles em apresentação dos originais posteriormente). Neste sentido é a lição de José dos Santos Carvalho Filho9: 7FURTADO, Lucas Rocha, Curso de Direito Administrativo, 2007, p.416. 8 JUSTEN FILHO, Marçal. Comentários à Lei de Licitações e Contratos Administrativos. 12 ed. São Paulo: Dialética, 2008, p. 69 e 813. 9 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. 26ª ed. São Paulo: Atlas, 2013, p. 246. Av. Nossa Senhora de Fátima, nº 2576 – Carlos Prates – Belo Horizonte – Minas Gerais - CEP: 30.710-020 Tel. (31) 2533-3100/2533-3114 – Website: www.brslicita.com.br - Webmail:juridico@brslicita.com.br 23 “A vinculação ao instrumento convocatório é garantia do administrador e dos administrados. Significa que as regras traçadas para o procedimento devem ser fielmente observadas por todos. Se a regra fixada não é respeitada, o procedimento se torna inválido e suscetível de correção na via administrativa ou judicial. O princípio da vinculação tem extrema importância. Por ele, evita-se a alteração de critérios de julgamento, além de dar a certeza aos interessados do que pretende a Administração. E se evita, finalmente, qualquer brecha que provoque violação à moralidade administrativa, à impessoalidade e à probidade administrativa. Se o instrumento de convocação, normalmente o edital tiver falha, pode ser corrigido, desde que oportunamente, mas os licitantes deverão ter conhecimento da alteração e a possibilidade de se amoldarem a ela. Vedado à Administração e aos licitantes é o descumprimento das regras de convocação, deixando de considerar o que nele se exige, como, por exemplo, a dispensa de documento ou a fixação de preço fora dos limites estabelecidos. Em tais hipóteses, deve dar-se a desclassificação do licitante, como, de resto, impõe o art. 48, I, do Estatuto.” (grifos nossos) No mesmo sentido é a lição de Jessé Torres Pereira Jr10: “A vinculação da Administração às normas e condições do edital (vale também para a carta – convite), que a lei qualifica de estrita, acarreta pelo menos cinco consequências importantes: (a) a discricionariedade da Administração para estabelecer o conteúdo do edital transmuda-se em vinculação uma vez este publicado, passando a obrigar tanto o administrador quanto os competidores; (b) o descumprimento de disposição editalícia, pela Administração, equivale à violação do direito subjetivo dos licitantes de se submeterem ao certame segundo regas claras, previamente fixadas, estáveis e iguais para todos os interessados; 10 STJ, MS n°5.596- DF, Rel. Min. Américo Luz. DJU de 04.02.98, pág.03, in Comentários à Lei de Licitações e contratações da administração pública, ed. Renovar, pag. 436/437. Av. Nossa Senhora de Fátima, nº 2576 – Carlos Prates – Belo Horizonte – Minas Gerais - CEP: 30.710-020 Tel. (31) 2533-3100/2533-3114 – Website: www.brslicita.com.br - Webmail:juridico@brslicita.com.br 24 (c) para que o edital vincule legitimamente a Administração e os licitantes, necessários é que todas as suas cláusulas e condições conformem-se aos princípios regentes da matéria e à lei, seguindo-se que o edital não é peça intangível, ao inteiro alvedrio da Administração; (d) observância estrita não é sinônimo de apego cego à literalidade de palavras isoladas, impondo-se no caso de dúvida razoável, a busca interpretação que assegure a prevalência do interesse público, de acordo com o sistema de princípios e normas que o moldam; (e) tampouco é conveniente “para o bom êxito de certame licitatório a inclusão de exigências que se prestam apenas a dificultar a participação dos concorrentes. Os requisitos que verdadeiramente importam devem ser aqueles referentes ao específicos objeto do contrato e não à forma como os documentos devem ser apresentados. A burocracia e a formalidade excessivas podem afastar excelentes candidatos, em prejuízo final da própria Administração” Isso significa que tanto as regras de regência substantiva quanto procedimental não poderão ser atropeladas pela Administração e pelos licitantes, permanecendo vigorosas ao longo da licitação. Conclui-se, pois, que a Administração Pública, no curso do processo de licitação, não pode se afastar das regras por ela mesma estabelecidas no instrumento convocatório, pois, para garantir segurança e estabilidade às relações jurídicas decorrentes do certame licitatório, bem como para se assegurar o tratamento isonômico entre os licitantes, é necessário observar estritamente as disposições constantes do edital ou instrumento congênere. Ademais, a aceitação da referida empresa no certame, após descumprimento às normas contidas no edital, consistirá em QUEBRA DO PRINCÍPIO DA IGUALDADE, já que todos os participantes devem ser tratados de igual forma, devendo cumprir as normas legais e editalícias. Av. Nossa Senhora de Fátima, nº 2576 – Carlos Prates – Belo Horizonte – Minas Gerais - CEP: 30.710-020 Tel. (31) 2533-3100/2533-3114 – Website: www.brslicita.com.br - Webmail:juridico@brslicita.com.br 25 Caso se aceite a participação de empresas que não cumpram com as estipulações contidas no instrumento convocatório, estará privilegiando alguns em detrimento dos demais, o que é vedado pelo art. 3º da Lei Federal nº 8.666/93. Portanto, estando, tanto as licitantes quanto a Administração Pública, vinculada ao instrumento convocatório, o qual se consubstancia na lei interna da licitação, imperiosa a inabilitação/desclassificação da Recorrida, ante ao não cumprimento das determinações editalícias em sua integralidade, nos termos da Lei Federal n.º 8.666/93. Diante do exposto, requeremos a desclassificação da proposta e posterior inabilitação da empresa EXTINTORES MINAS GERAIS LTDA, por descumprimento das exigências editalícias, notadamente quanto à Proposta de Preços apresentada em desconformidade com o Edital e a não comprovação da habilitação jurídica da empresa. IV – DAS CONSIDERAÇÕES FINAIS. 4.1. Do dever da autotutela da Administração em rever atos ilegais a qualquer tempo. A licitação pública é um procedimento obrigatório para o Poder Público quando pretende realizar contratos para adquirir, locar, alienar bens, contratar a execução de obras ou serviços. Nesse contexto, os princípios da legalidade, da moralidade, da impessoalidade e da isonomia assumem importante papel para inibir e auxiliar no controle de atos que conflitem com essa finalidade pública da licitação. (VERÍSSIMO. Dijonilson Paulo Amaral. Princípios gerais e específicos da licitação. Âmbito Jurídico. (Disponível http://www.ambitojuridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo _id=12955&revista_caderno=4). http://www.ambitojuridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=12955&revista_caderno=4 http://www.ambitojuridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=12955&revista_caderno=4 Av. Nossa Senhora de Fátima, nº 2576 – Carlos Prates – Belo Horizonte – Minas Gerais - CEP: 30.710-020 Tel. (31) 2533-3100/2533-3114 – Website: www.brslicita.com.br - Webmail:juridico@brslicita.com.br 26 Sabedores do empenho e compromisso desta Administração com o presente certame, necessário esclarecer que de todo modo, o dever da autotutela deve prevalecer, sob pena de perpetuar atos ilegais e potencialmente ampliar os prejuízos públicos envolvidos. O princípio da autotutela sempre foi observado no seio da Administração Pública, e está contemplado na Súmula nº 473 do STF, vazada nos seguintes termos: "A Administração pode anular seus próprios atos quando eivados de vícios que os tornem ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá- los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em qualquer caso, a apreciação judicial". Ainda, temos a Súmula nº 346 do STF: “A administração pública pode declarar a nulidade dos seus próprios atos.” Assim, a ocorrência de ilegalidades nos atos e decisões durante o processo licitatório, até mesmo a negação ao princípio da publicidade, a Administração Pública tem a obrigatoriedade de anular os seus próprios atos, de ofício ou mediante manifestação de terceiros, quando estes são eivados de vícios, conforme reza a LEI FEDERAL N.º 8.666/93: Art. 49. A autoridade competente para a aprovação do procedimento somente poderá revogar a licitação por razões de interesse público decorrente de fato superveniente devidamente comprovado, pertinente e suficiente para justificar tal conduta, devendo anulá-la por ilegalidade, de ofício ou por provocação de terceiros, mediante parecer escrito e devidamente fundamentado. Assim, como infelizmente padecem de ilegalidade a conduta da Equipe de Apoio ao Pregão no presente processo de licitação instaurado na Modalidade Pregão Eletrônico n.º 023/2018, visto que contrariam frontalmente a Lei de Acesso a Informações, a Lei do Processo Administrativo e a Lei de Licitações, conforme exposto no decorrer do presente recurso, necessária a imediata revisão das Av. Nossa Senhora de Fátima, nº 2576 – Carlos Prates – Belo Horizonte – Minas Gerais - CEP: 30.710-020 Tel. (31) 2533-3100/2533-3114 – Website: www.brslicita.com.br - Webmail:juridico@brslicita.com.br 27 decisões de julgamento de propostas pautadas exclusivamente nestes dispositivos, sob pena de perpetuação da ilegalidade e iminentes riscos a obtenção da proposta mais vantajosa à Administração. Isto posto, fica claro que o descumprimento do princípio da publicidade implica na ilegalidade de todo os atos praticados no processo licitatório, por ser impossível sanar esse vício em momento posterior. Desse modo, a Administração Pública licitadora, impulsionada pelo dever do autocontrole, deve, ao analisar a ilegalidade do ato, pautar-se naqueles que ferem o interesse público, como o presente, e, independentemente do presente recurso, deve a Administração Pública Estadual, anular tal ato de ofício, exclusivamente em defesa deste interesse. Neste sentido, esclarecendo claramente a necessidade de rever atos pautados em previsões ilegais, cite-se decisões judiciais: TRF-1 - AGRAVO DE INSTRUMENTO AG 32645 DF 2007.01.00.032645-2 (TRF-1) Data de publicação: 08/10/2007 Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO. PEDIDO DE ANTECIPAÇÃO DE TUTELA RECURSAL. ANULAÇÃO DE LICITAÇÃO COM VENCEDOR DECLARADO POR ATO DE OFÍCIO. FALTA DE PLANILHA DE COMPOSIÇÃO DE PREÇO ENTRE OS ANEXOS DO EDITAL. PEÇA ESSENCIAL SEGUNDO DECISÃO DO TCU - 781/2006. AUSÊNCIA DE ILEGALIDADE NO ATO ADMINISTRATIVO. 1 - Se a empresa pública que promove a licitação constata que houve falta de inclusão de planilha de formação de preço entre os anexos do edital, é possível a anulação do certame, mesmo com a proclamação do licitante vencedor, uma vez que o Tribunal de Contas da União reputa tal instrumento como essencial, indicando que sua falta viola o princípio da legalidade. Av. Nossa Senhora de Fátima, nº 2576 – Carlos Prates – Belo Horizonte – Minas Gerais - CEP: 30.710-020 Tel. (31) 2533-3100/2533-3114 – Website: www.brslicita.com.br - Webmail:juridico@brslicita.com.br 28 2 - Não se afigura razoável relativizar o princípio da legalidade, quando há indicação de que a falta constatada conduziu à redução da competitividade do certame, objetivo maior do procedimento de licitação. 3 - Constatada a adequação do procedimento adotado pela promotora da licitação, é descabido obrigar a empresa pública a contratar, eis que se estaria atentando contra o princípio da legalidade, que deve nortear o processamento do certame. 4 - Antecipação de tutela revogada. 5 - Agravo de instrumento improvido. TJ-SC - Apelação Cível em Mandado de Segurança MS 20120079277 SC 2012.007927-7 (Acórdão) (TJ-SC) Data de publicação: 22/07/2013 Ementa: APELAÇÃO CÍVEL. ADMINISTRATIVO. MANDADO DE SEGURANÇA APONTANDO NULIDADES EM PROCESSO LICITATÓRIO, VISANDO À SUA ANULAÇÃO. RECONHECIDA, NA ORIGEM, A PERDA DO OBJETO, DIANTE DAHOMOLOGAÇÃO E ENCERRAMENTO DA LICITAÇÃO. CIRCUNSTÂNCIA QUE NÃO IMPLICA NA EXTINÇÃO DO PROCESSO, POR EXISTIREM INDÍCIOS DE IRREGULARIDADES NO CERTAME, DEVENDO AS POSSÍVEIS FALHAS SEREM ANALISADOS PELO PODER JUDICIÁRIO. SENTENÇA QUE EXTINGUIU O FEITO ANULADA. APELO PROVIDO, PARA DETERMINAR O REGULAR PROSSEGUIMENTO DO FEITO. "1. O mandado de segurança voltou-se contra ilegalidades que viciavam o edital do certame, motivo pelo qual superveniente adjudicação não dá ensejo à perda de objeto - pois é evidente que, se o procedimento licitatório é eivado de nulidades de pleno direito desde seu início, a adjudicação e a posterior celebração do contrato também o são (art. 49 , § 2º , da Lei n. 8.666 /93). 2. Entendimento diverso equivaleria a dizer que a própria Administração Pública, mesmo tendo dado causa às ilegalidades, pode convalidar administrativamente o procedimento, afastando-se a possibilidade de controle de arbitrariedades pelo Judiciário (malversação do art. 5º , inc. XXXV , da Constituição da República vigente)" (STJ, REsp n. 1059501/MG, rel. Min. Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, j. 18.8.09). Av. Nossa
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