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estudo de caso micologia

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BIOMEDICINA - UNINGÁ
ESTUDO DE CASO – MICOLOGIA CLÍNICA
M.S.L., 35 anos, portadora de HIV, está em um quadro de imunodepressão, causado pelo vírus. Em sua consulta mensal, queixou-se ao médico sobre algumas manchas em sua pele, de coloração mais clara, descamativas e com leve coceira. Além disso, também havia notado uma “sujeira branca” que se acumulava em seu cabelo, sem coceira. O médico encaminhou a paciente ao micologista da unidade e recomendou uma coleta de amostras e análises. Descreva como deve ser realizada a coleta e qual deve ser a sequência das análises procedidas pelo micologista.
Como está descrito no estudo que a paciente está em um quadro de imunodepressão, possivelmente se trata de uma micose oportunista que se enquadra como sistêmica, onde um fungo pouco virulento se aproveita do estado do paciente com pouquíssima imunidade, para se manistar. Sendo de extrema importância a correta identificação do fungo para realizar o diagnóstico e posterior tratamento, a coleta deve ser realizada da seguinte forma:
- primeiro que a amostra deve ser analisada com no máximo 2 horas, para que o material não seja perdido.
A sequência das análises deve ser:
- fase pré-analítica:
- Coleta da pele:
deve ser realizada a antissepsia com álcool isopropílico 70% e seguir com a raspagem do local da lesão. Podem ser raspadas até três lesões em uma mesma amostragem. Para coletar a escamas, é preciso utilizar uma placa de petri estéril ou papel preto também estéril.
- No cabelo da paciente: os cabelos suspeitos de contaminação precisam ser retirados com uma pinça, desde a raiz, evitando a quebra. Pode ser feita uma antibioticoterapia prévia, de acordo com as recomendações médicas, para evitar qualquer infecção no folículo piloso de onde o pelo foi removido.
- fase analítica: A fase analítica engloba todo o processamento em laboratório, desde a preparação,
microscopia, cultivo em meio de cultura até a posterior identificação do agente patológico.
A primeira etapa de qualquer identificação é a observação do estado do material e a determinação da técnica a ser utilizada. Em seguida, se possível, é feita a microscopia direta da amostra, que irá revelar as estruturas fúngicas presentes, como hifas ou leveduras. 
A microscopia direta das amostras, provenientes de escamas de pele e cabelos deve ser feita após um processo de clarificação com KOH ou NAOH 40%, para facilitar a visualização. Depois, emprega-se uma montagem de lâmina e lamínula, podendo ser utilizado ou não corante, como lactofenol azul algodão. Essa preparação pode ser observada em microscópio óptico de luz.
Em alguns casos, a partir dessa observação inicial, é possível estabelecer um laudo primário, com o gênero do fungo já definido. Após esse processo, é necessário cultivar o fungo para posterior observação das colônias, realização de testes mais específicos e identificação final do fungo. A cultura deverá ser feita de acordo com os achados iniciais.
- fase pós-analítica: Os laudos, preferencialmente, devem vir com a identificação da espécie do fungo causador da doença. Em alguns casos, saber o gênero correto já é suficiente para estabelecer-se um tratamento efetivo. Se não for possível a identificação, deve ser recomendada uma nova coleta de material. Testes de susceptibilidade a antifúngicos são importantes e devem ser realizados sempre que possível, pois existem diversos relatos, na literatura, sobre fungos resistentes aos mais diversos tratamentos. O micologista precisa prestar atenção no laudo, escrever os nomes dos organismos de forma clara e correta, para que haja a melhor comunicação possível com o médico responsável, favorecendo o tratamento do paciente.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
BOTELHO, Natália de Souza. MICOLOGIA CLÍNICA. Uningá.