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BLINDAGEM CONTRA AS TREVAS.

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Prévia do material em texto

Oswaldo Lôbo Jr.
Oswaldo Lôbo Jr.
B l in d a g e m
CONTRA AS
TREVAS
A armadura de Deus Salmo 91
Arte da capa:
Adilson Proc
Desenvolvimento da capa: 
Rogério Proença 
Editoração:
Manoel Menezes 
Acompanhamento editorial: 
Priscila Laranjeira 
Revisão ortográfica:
Lilian Sobreira Gonçalves 
Impressão e acabamento: 
Gráfica Exklusiva
C opyright© 20l6 por 
Oswaldo C. Lôbo Jr.
Todos os direitos reservados por: 
A. D . Santos Editora 
Al. Júlia da Costa, 215 
80410-070
Curitiba - Paraná — Brasil 
+55(41)3207-8585
www.adsantos.com.br
editora@adsantos.com.br
D a d o s In te rn a c io n a is de C a ta logação n a P ub licação (C IP)
LÔ BO , Oswaldo C. Jr.,
Blindagem contra as trevas - A armadura de Deus no Salmo 91 / Oswaldo C. 
Lôbo Jr. — A .D . Santos Editora, Curitiba, 2016. 312 Páginas.
ISBN - 9 7 8 .8 5 .7 4 5 9 -3 8 5 -2
C D D : 235
1. Seres imateriais, os santos, os anjos, os demônios, os arcanjos, Satanás 
C D D : 433
1. Literatura devocional_____ 2. Religião - Fé ____________
Ia Edição: Junho / 2016
Proibida a reprodução total ou parcial, 
po r quaisquer meios a não ser em citações breves, 
com indicação da fonte.
Edição e Distribuição:
SANTOS
E D I T O R A
http://www.adsantos.com.br
mailto:editora@adsantos.com.br
D ed icató ria
Para Sebastião Brito Netto, meu querido pastor.
Por mais de uma década, as suas mãos sobre a mi- 
nha cabeça trazem bênçãos e seus joelhos dobrados, 
a contínua proteção do Senhor.
AGRADECIMENTOS
escrever sobre o Salmo 91, devo reconhecer a grande 
ívida que tenho com muitos pastores e autores com os 
quais aprendí por muitos anos. Olhando para trás, hoje acho quase 
impossível localizar muitas das fontes que me empolgaram e foram 
tão estimulantes, por isso, devo expressar o meu mais profundo 
reconhecimento a todos que ensinaram e pregaram sobre este tema.
Manifesto enorme gratidão à generosidade da liderança da 
Igreja Batista Alameda que me confiou o púlpito quando minis- 
trei este conjunto de mensagens nos Cultos de Libertação com 
o propósito de preparar um corpo de cristãos capacitados para 
servir no ministério da graça de Deus.
Ao Pr. Sebastião Brito Netto, meu querido pai espiritual que 
me gerou de sua própria semente ministerial, as minhas mais 
emocionadas palavras de afeição por manter-me sob seu amor.
Aos amigos maravilhosos, Maurício Almeida e Annelise 
Hilling, por me amarem com tão grande amor.
Meu reconhecimento à Karolina Becker Trápaga e também 
ao seu esposo Emanoel Theodoro Salloum Silva, que manifesta- 
ram grande alegria após a leitura de cada capítulo do manuscrito 
e me animaram a escrever, com ainda mais dedicação, até o final 
desta obra. De todo coração, agradeço-lhes.
Aos queridos irmãos e amigos Paulo e Lilian Sobreira Gon- 
çalves, Edilson Luiz dos Santos e Silvia Barroso Gomes Souto, 
agradeço as palavras de incentivo, a crítica profissional e o traba- 
lho minucioso de revisão. Vocês foram maravilhosos e contri- 
buíram para que a m inha tarefa de escrever fosse muito mais fácil.
À m inha amada irmã e professora Zenaide Claudino Possas 
pelo generoso esforço em rever todo o material escrito e fazer as 
devidas correções gramaticais e ortográficas.
Agradeço ao colegiado de pastores, líderes, ministros e às ove- 
lhas da Igreja Batista Alameda, em Curitiba, Paraná. Andar ao 
lado de pessoas tão maravilhosas me faz imaginar como serão os 
nossos dias no céu. Muitíssimo obrigado por tão imenso amor 
dedicado a mim e a m inha família.
Devo expressar as minhas mais devotadas palavras de grati- 
dão ao time de valentes ministros de libertação da Igreja Batista 
Alameda, à Ester Fylyk com os integrantes da Equipe de Interces- 
são, e a todos aqueles que têm contribuído para a cura do povo de 
Deus através desse ministério.
Meu muito obrigado à Priscila Laranjeira e ao pastor Adelson 
D. Santos, meus editores, e a todo pessoal da AD Santos Editora, 
pelo encorajamento e entusiasmo que mostraram na publicação 
deste trabalho.
Deus me presenteou com uma família maravilhosa, por isso, 
deixo uma palavra de amor para os meus pais, Oswaldo e Inês, 
e aos meus irmãos Marcelo, Marcos, Beto, João Paulo e Rebeca, 
sem me esquecer da querida Grace.
Aos meus filhos Nathália e Arthur, fonte inesgotável de ale- 
gria que jorra sobre a m inha vida. Nenhum pai tem filhos mais 
amáveis e queridos. Agradeço a Deus todos os dias de m inha vida 
feliz ao lado de vocês.
Finalmente, agradeço à m inha esposa Fabíola que sempre me 
encorajou enquanto caminhamos na causa do evangelho, nos úl- 
timos 25 anos. Você foi especialmente doce em todo o tempo em 
que escrevi esta obra, ajudando a me m anter focado na tarefa de 
escrever em meio a muitas demandas competitivas de meu tem- 
po de gabinete pastoral, palestras, sermões e vida na igreja. Eu te 
amo, meu amor!
VI
Apresentação
lindagem Contra as Trevas é a segunda obra deste autor 
a respeito do tema Batalha Espiritual. Nela, o pastor 
Oswaldo C. Lôbo Jr. busca trilhar a mesma direção do enorme 
sucesso de seu livro anterior, Autoridade Sobre as Trevas.
Este trabalho é constituído por uma série de exposições que 
abrangem todo o Salmo 91 e que se caracterizam por dois obje- 
tivos: expor acuradamente o texto bíblico e, ao mesmo tempo, 
proporcionar uma leitura suave e agradável.
Não se trata de um comentário teológico, mas busca elucidar 
as Escrituras e aplicá-las ao dia a dia dos cristãos do m undo con- 
temporâneo. Seu objetivo é apresentar uma mensagem que leva 
o leitor ao “esconderijo do Altíssimo” para mantê-lo em absoluta 
segurança, enquanto desfruta de um texto acessível que aborda a 
verdade da Palavra de Deus, com muita seriedade.
Esta obra se junta a tantas outras que têm contribuído sobre 
esse mesmo tema do saltério para o crescimento e saúde do Cor- 
po de Cristo. Foi escrita com muito cuidado para todos os que 
desejam ouvir atentamente ao que o Espírito Santo suavemente 
diz à Igreja.
Adelson Damascene Santos
O Editor
V I1
Prefácio d o Au t o r
ao escrevi este livro para teólogos, mestres ou doutores 
da Bíblia. Em meu íntimo busquei uma forma de aben- 
çoar pessoas comuns com um texto simples, que pudesse dar um 
entendimento claro sobre a inviolável proteção do Senhor para a 
vida do homem.
Este conjunto de mensagens foi revelado inicialmente para 
aplicação em treinamentos de homens e mulheres envolvidos em 
ministérios ligados ao tema “batalha espiritual”. Contudo, para 
minha surpresa, durante as ministrações, recebi inúmeras palavras 
de incentivo para pregá-las para todos os membros do corpo de 
Cristo.
Conquanto eu tivesse crescido num a família de oficiais e in- 
gressado na Força Aérea quando ainda era um adolescente, fui 
profundamente impactado com as metáforas da ação de Deus 
apresentadas em figuras clássicas de defesa militar que se espa- 
lham por todo o salmo como fortaleza, baluarte, escudo e bro- 
quel. Essas palavras obtiveram um significado muito mais claro 
durante o aprofundamento dos meus estudos e pude perceber a 
enorme garantia que há por trás de cada verso que contém uma 
das mais conhecidas e reconfortantes promessas de cuidado e pro- 
teção em situações de perigo.
O Espírito Santo me conduziu a antigas recordações que 
eu nunca havia compreendido e ensinou-me a respeito de como 
Deus guardou a minha vida e também tem, ainda hoje, operado
IX
para a proteção de todos os Seus filhos espalhados sobre a face da 
terra, especialmente em momentos de ameaças e de crises.
Ao final de cada capítulo, o leitor terá a oportunidade de diri- 
gir-se a Deus em orações que foram compostas como um resumo 
de tudo o que foi escrito. Certamente cada pessoa será impactada 
com as respostas de Deus através de cada um dos clamores que 
devem ser feitos em voz audível. Estou certo de que o m undo es- 
piritual será afetado em favor daqueles que fizerem as suas orações 
com fé.
Escrever esta obra foi uma maravilhosa experiência que me 
levou a um tempo de profunda intimidade, inspiração e purezaao lado do Senhor. Durante este trabalho jejuei e orei para que 
houvesse uma poderosa transformação na vida de cada um dos 
meus leitores, para que descobrissem a alegria de viver protegidos 
e se sentissem blindados e muito a vontade no “esconderijo do 
Altíssimo”.
Oswaldo C. Lobo Jún ior
Prefácio
Apraz-me com muita honra apresentar esta obra produzi- da pelo Pastor Oswaldo Lobo Jr. Ele tem dedicado sua 
vida ao ministério pastoral de maneira dinâmica e efetiva, procu- 
rando consolar e ajudar pessoas que sofrem, especialmente aque- 
las que possuem problemas ligados diretamente à área espiritual. 
Com extrema dedicação o Pastor Lobo tem investido na vida de 
pessoas que sofrem e que necessitam de uma intervenção especial 
e direta de Deus em suas vidas.
Este texto não é dedicado especificamente a quem é versado 
nas Sagradas Escrituras, mas a todos quantos desejam entender 
este tão controverso tema. Foi escrito de forma direta para alcan- 
çar, preferencialmente àqueles que estando confusos, duvidosos 
ou carentes da graça de Deus, necessitam de um livro que lhes 
traga paz, conforto, alento e consolo da parte de Deus.
Por conseguinte, o Pr. Lobo não tem por objetivo nesta obra 
BLINDAGEM C O N TR A AS TREVAS escrever um texto filo- 
sófico sobre o assunto, haja vista que sua intenção é eminente- 
mente prática e pastoral. Seu objetivo é atingir seus leitores para 
que os mesmos tenham uma compreensão da proteção de Deus 
sobre aqueles que o temem, ao mesmo tempo, procura através 
de um conjunto de mensagens demonstrar as circunstâncias que 
envolvem a questão do ministério ligado à denominada “batalha 
espiritual”.
XI
Sua base maior é o Salmo 91 que apresenta determinadas 
figuras de linguagem de proteção na defesa militar; sendo assim, 
por ter servido na Força Aérea Brasileira, pode compreender na 
prática o que tais figuras representam para quem está enfrentando 
um campo de batalha. Ao usar seu conhecimento militar nessas 
metáforas que o Salmista usa, o autor pode trazer a perfeita se- 
gurança que se encontra no texto analisado do Salmo. Procura 
demonstrar de forma cabal que as Escrituras prometem conforto, 
cuidado e completa proteção a todos aqueles que se encontram 
em perigo, ameaças e crises, mas que confiam em Deus.
Assaz importante é ressaltar o fato de que o leitor tem ao 
final de cada capítulo a oportunidade de refletir sobre o assunto 
estudado, através de uma oração que sintetiza o texto. Dessa for- 
ma, vê-se a preocupação pastoral do escrito, pois o leitor tem a 
oportunidade de analisar-se, orar e como resultado, ser abençoa- 
do por Deus através de respostas divinas em suas mais específicas 
dificuldades e necessidades.
Por fim, ressalto que o autor busca de forma prática e pastoral 
aplicar o texto bíblico nas mais diversas situações em que o cristão 
possa estar inserido. Dessa forma, ajudará no desenvolvimento 
pessoal daqueles que tanto necessitam do esconderijo de Deus e 
que buscam segurança absoluta, perene, perfeita e contínua, pois 
uma vez libertos do mal e do pecado, estamos sob a égide do Es- 
pírito Santo de Deus.
Uma excelente leitura!
Dr. Jaziel Guerreiro Martins
Teólogo, demonólogo, cientista da religião,
pastor, escritor de diversos livros,
professor no programa de Mestrado
e diretor geral das Faculdades Batista do Paraná.
X l l
Sa l m o 91
Aquele que habita no esconderijo do Altíssimo, à sombra do Onipotente descansará. Direi do Senhor: Ele é o meu 
Deus, o meu refugio, a m inha fortaleza, e nele confiarei. Porque 
ele te livrará do laço do passarinheiro, e da peste perniciosa. Ele te 
cobrirá com as suas penas, e debaixo das suas asas te confiarás; a 
sua verdade será o teu escudo e broquel. Não terás medo do terror 
de noite nem da seta que voa de dia. Nem da peste que anda na 
escuridão, nem da mortandade que assola ao meio-dia. Mil cairão 
ao teu lado, e dez mil à tua direita, mas não chegará a ti. Somente 
com os teus olhos contemplarás, e verás a recompensa dos ímpios. 
Porque tu, ó Senhor, és o meu refúgio. No Altíssimo fizeste a tua 
habitação. Nenhum mal te sucederá, nem praga alguma chegará 
à tua tenda. Porque aos seus anjos dará ordem a teu respeito, para 
te guardarem em todos os teus caminhos. Eles te sustentarão nas 
suas mãos, para que não tropeces com o teu pé em pedra. Pisa- 
rás o leão e a cobra; calcarás aos pés o filho do leão e a serpente. 
Porquanto tão encarecidamente me amou, também eu o livrarei; 
pô-lo-ei em retiro alto, porque conheceu o meu nome. Ele me 
invocará, e eu lhe responderei; estarei com ele na angústia; dela 
o retirarei, e o glorificarei. Fartá-lo-ei com longura de dias, e lhe 
mostrarei a minha salvação.
Salmo 91:1-16
ΧΠ1
Su m á r i o
Capítulo 1 - Introdução: Um Cântico de Proteção......................19
Capítulo 2 — 0 Tamanho do Meu Deus............... .........................41
Capítulo 3 - Lábios que Conquistam Vitórias............................. 59
Capítulo 4 - Livre das Arm adilhas.................................................81
Capítulo 5 — Antídoto Contra o Veneno........................................103
Capítulo 6 - Protegido Sob as Asas................................................127
Capítulo 7 —0 Escudo do Senhor.................................................149
Capítulo 8 — Do Que Terei Medo?.................................................167
Capítulo 9 — Onze M il Cairão...................................................... 187
Capítulo 10 - Praga Não Atinge a Minha Casa......................... 205
Capítulo 11 - Exércitos Invencíveis me Protegem....................... 227
Capítulo 12 - Pisando na Cabeça da Serpente...........................249
Capítulo 13 - Meu Deus me Ouve................................................ 271
Capítulo 14 — Dias na Eternidade Com meu Salvador..............287
XV
Segura será a minha caminhada,
Secretamente armado contra todos os esforços da morte;
Seguro quando toda a segurança se fo i;
Seguro quando homens caem;
E se esses pobres membros morrerem, mais seguro do que nunca.
Rupert Brooke
XVII
C apítulo 1
TRODUÇÃO:
Um Câ n t ic o d e 
p r o t e ç ã o
Tu és o lugar em que me escondo; tu me 
preservas da angústia; tu me cercas de 
alegres cantos de livramento.
Salmo 32:7
UM CÂNTICO DE 
PROTEÇÃO
mal é capaz de atingir o homem de incontáveis formas 
e todas elas de maneira absolutamente devastadora. Em 
sua história, a humanidade tem experimentado todo tipo de tra- 
gédias, desgraças, desastres, fatalidades, ameaças, ataques, maldi- 
ções, infelicidades, tribulaçoes, acidentes, perdas, prejuízos, mo- 
léstias e diversos outros sofrimentos implacáveis.
Vislumbrando todos esses infortúnios que vão desde inimi- 
gos poderosos e adversários brutais a intimidações com contornos 
cruéis, está a possibilidade de derrotas dramáticas.
Essas situações conspiram contra o ser humano, levando-o 
a crer que não há nenhuma forma de defesa possível. São becos 
sem saída onde não existe qualquer probabilidade de resistência 
humana e a perspectiva de socorro é inatingível, pois não há qual- 
quer outra chance de livramento. Nesses casos, só resta uma espe- 
rança: apelar para Deus.
É por essa razão que o Salmo 91 é tão conhecido e seu signi- 
ficado é tão particular em tempos de calamidade. Dentre todos os 
cento e cinquenta cânticos que compõem o livro dos Salmos, esse 
hino é um convite da parte de Deus para uma aliança inviolável. 
É um anúncio de uma providência cautelar da Sua parte que ga- 
rante ao ser hum ano uma blindagem contra todo o mal.
A lealdade de Deus é apresentada como um pacto de prote- 
ção em favor de Seus filhos que se abrigam em Seu esconderijo, 
garantindo uma segurança completa, não importando a quais for- 
ças e perigos o ser hum ano esteja exposto.
Esse salmo de louvor convida o homem a um lugar de des- 
canso à sombra do Todo-Poderoso, onde Deus será o livramento
21
Blindagem Contra As Trevas
do laço do passarinheiro, que fica invisível e, subitamente,apanha 
a presa desatenta. Nesse ambiente protegido, existe abrigo e refu- 
gio contra a ação da peste perniciosa que tira a vida de homens 
sem que eles a percebam, e contra a qual não há como se proteger.
A segurança que o salmo produz no coração do leitor vem do 
livramento. Esse é sempre anunciado antes que uma situação de 
ameaça, de ataque ou de flagelo possa causar qualquer dano. Com 
ele o Senhor intervém tornando-se um escudo contra toda espécie 
de perigo, protegendo de forma infalível contra as mais adversas 
condições.
UM ESCONDERIJO PERFEITO
Quando se sente ameaçado, o homem busca a sua proteção 
em diversos lugares ou sob autoridade de algum governante ou 
nação que possam salvá-lo. Em situações de guerra ou naquelas 
em que líderes tiranos submetem pessoas a um governo ditatorial 
ou ainda em casos de epidemias, é natural fugir para um lugar 
seguro.
Cavernas, casas, casamatas, muralhas, castelos e lugares onde 
se pode encontrar o bem-estar são exemplos de estabilidade e se- 
gurança. O salmista declara que Deus é seu lugar seguro e usa 
imagens para descrevê-lo como esconderijo, refugio, fortaleza, 
baluarte e sombra protetora. Essa combinação de figuras mostra 
que o Senhor protege o homem de quaisquer perigos, sejam eles 
humanos, naturais ou espirituais.
Inspirado pelo Espírito Santo, o salmista mostra duas carac- 
terísticas do Criador que tranquilizarão a qualquer um que neces- 
sitar de refúgio: a identidade libertadora e o caráter amoroso do 
Pai Celestial.
22
1. Um Cântico de Proteção
UM REPERTÓRIO OFICIAL DE ORAÇÕES
Também conhecido como Saltério, que indica uma coleção 
ou coletânea, o livro dos Salmos poderia ser chamado de “repertó- 
rio oficial de orações”1, cujo destinatário do louvor é Deus.
Os hebreus chamam esse livro de Tehilim, que significa “Sal- 
mos de Louvor”2, pois é sem dúvida o tema mais frequente. Esse 
título é a descrição genérica que se refere a todas as composições 
adequadas para serem cantadas, sejam louvores históricos, doutri- 
nários, de súplica ou de adoração.
A intenção das canções bíblicas compiladas num conjunto 
literário é muito maior do que apenas prover o culto de músicas 
para a liturgia, ou de servir como modelo de expressões ou de 
orações a Deus. Na verdade, seu objetivo maior é incentivar o 
homem a uma vida plena de fé, auxiliando a memória com lem- 
branças espirituais, ajudando a expressar a confiança em Deus e 
também ensinando e alertando a nós mesmos e uns aos outros: 
Habite ricamente em vocês a palavra de Cristo; ensinem 
e aconselhem-se uns aos outros com toda a sabedoria, e 
cantem salmos, hinos e cânticos espirituais com gratidão 
a Deus em seus corações.
Colossenses 3:16
A tradição judaica e cristã, sem distinção, canonizou esse li- 
vro, confessando convictamente que o seu conteúdo é sagrado e 
que é uma obra de Deus.
Para efeito de estudo, os salmos são normalmente divididos 
em cinco blocos de livros onde se cria uma espécie de “pentateu- 
co” da oração. Essas cinco coleções são marcadas por grupos de
1 CHOKEL, Luis Alonso; CARNITI, Cecília. Salmos I - Grande Comentário Bíblico
dos Salmos (Página 73). São Paulo: Editora Paulus. 1998.
2 HENRY, Matthew. Comentário Bíblico de Matthew Henry do Antigo Testamento -
Jó a Cantares de Salomão, Volume III - Edição Completa (Páginas 213 a 215). Rio de
Janeiro: Editora CPAD, 2010.
23
Blindagem Contra As Trevas
cânticos desiguais em tamanho e heterogêneos em conteúdo, cor- 
respondendo aos cinco livros do Pentateuco (os cinco primeiros 
livros da Bíblia).
A tradição judaica diz que Davi começou intencionalmente 
a organização dos salmos dessa forma, a fim de dar a Israel um 
hinário que correspondesse à Lei de Deus para o Seu povo.
O pregador inglês e autor J. Sidlow Baxter explica como os 
hinos que compõem esses cinco livros estão ligados, formando 
um único livro de Salmos, da seguinte forma:
“O primeiro grupo de salmos, que corresponde ao Gênesis, 
tem muito a dizer sobre o homem. O segundo grupo, que corres- 
ponde ao Êxodo, tem muito a dizer sobre libertação. O terceiro 
grupo, o que corresponde ao Levítico, tem sua ênfase nos salmos 
de Asafe que tratam do santuário. O quarto grupo é o que cor- 
responde ao livro de Números e salienta desde o momento da 
vida errante até quando as nações se dobrarão ao Rei que vem em 
nome de Deus. O quinto grupo corresponde ao Deuteronômio, 
tendo diversos agradecimentos pela fidelidade divina e coloca 
muita ênfase sobre a palavra do Senhor.”3
CANÇÕES QUE VIERAM DO TRONO E 
VOLTAM PARA O TRONO
Toda a Escritura, sendo recebida por inspiração de Deus, é 
proveitosa para transmitir a luz divina ao entendimento; mas o 
livro dos Salmos é de uso singular no sentido de trazer vida e 
confiança no poder do Altíssimo; além disso, ajuda a estabelecer 
formas corretas de se dirigir a Deus. Por isso não existe um livro 
sequer nas Escrituras que seja mais útil para a devoção dos crentes 
do que esse, em todas as épocas do povo de Deus e da Igreja.
3 BÍBLIA SAGRADA. Bíblia de Esboços e Sermões - Um sermão completo para cada 
versículo e passagem das Escrituras. São Paulo: Leadership Ministries Worldwide, 
1996.
24
1. Um Cântico de Proteção
Os salmos vêm sendo utilizados como cânticos de batalha, 
hinos nupciais, marchas de peregrinos, orações e louvores nos cul- 
tos públicos de todas as nações cristãs desde que o cristianismo 
nasceu. Essas canções têm o poder de transformar uma história de 
provação em esperança de uma vida de alegria.
Esse livro encontra-se bem no meio da Bíblia e também é 
chamado de “a Bíblia dentro da Bíblia”4. A maior parte de seus 
versos é constituída de testemunhos que não são meras formas de 
adoração, mas palavras vindas do coração de homens que não po- 
dem viver longe de Deus, e de respostas vindas do Trono de Deus 
que não deixa Seus filhos sem amparo.
Os salmos são divididos em diversas categorias como: hinos, 
cantos de entronização da realeza de Deus, cantos para Sião (que 
canta as vitórias do Senhor em favor de Israel e Jerusalém), louvo- 
res de ações de graças, clamores de súplica nacional ou individual 
para o perseguido, o enfermo e o inocente acusado.
Um terço dos salmos está na categoria de lamento, que é um 
pedido de ajuda em tempos de crise. H á os salmos de confiança 
que anunciam a certeza do livramento do Eterno antes do mal 
ocorrer. Já o cântico de louvor é uma expressão de gratidão (e é a 
contraparte do cântico de lamento), pois contém o cumprimento 
da promessa de Deus. Nesse caso, a crise passou, o fiel foi liberto 
e agora derrama a sua gratidão, testemunhando o que o Senhor 
fez por ele.
E por fim, os salmos sapienciais, que se distinguem por temas 
ligados à inteligência, ao raciocínio, à ciência, ao conhecimento 
e à própria sabedoria em um tom didático. Aqui está incluído o 
Salmo 91, caracterizado como um hino sapiencial5.
4 M EYER, F. B. C om entário Bíblico F. B. M eyer - A ntigo e N o v o T estam entos (Página 
2 7 0 ). B elo H orizonte: Editora Betânia, 2 0 0 2 .
5 S C H O K E L , Luis A lonso; C A R N IT I, Cecília. Salmos I — G rande C om entário Bíblico 
dos Salmos (Página 9 3 ). São Paulo: Editora Paulus, 1998 .
25
Blindagem Contra As Trevas
Alguns estudiosos também chamam o Salmo 91 de salmo 
régio6, pois identificam nele características do rei messiânico es- 
perado, aquele que representa Deus, que vem para defender o 
povo, ou salvá-lo, como Deus o fez no Êxodo, libertando o povo 
do Egito.
Outros teólogos ligam esse cântico frequentemente ao sal- 
mo precedente e ao posterior, formando o que ficou conhecido 
como trilogia da confiança7. Diversas conexões de pensamento e 
expressões servem para soldá-los. O Salmo 90 descreve o pedido 
de libertação, o Salmo 92 se alegra no seu cumprimento; e o Sal- 
mo 91 une a oração e sua resposta em uma expressão de confiança 
singular.
Normalmente os teólogos atribuem a Davi, setenta e dois sal- 
mos8. Asafe, que foi designado por Davi como o líder dos can- 
tores (1 Crônicas 16:4,5),aparece como autor de doze; a família 
Coré, de onze, enquanto Salomão e Moisés levam a autoria de um 
salmo cada.
Figuram ainda 34 salmos sem nome ou conhecimento do au- 
tor, chamados de salmos órfãos9, e dentre estes está o Salmo 91. 
Nesse caso, o fato de as descrições das experiências do salmista 
serem muito próximas à realidade atual, ajuda no emprego da 
linguagem de confiança em orações, que podem dar a conotação 
de autoria a qualquer pessoa que passa por situações semelhantes.
O crente pode replicar os textos desse cântico contra as forças 
das trevas, para vencer os desejos pecaminosos que o afastam de
6 BRUCE, F. F. Comentário Bíblico NVI - Antigo e Novo Testamento (Página 763). 
São Paulo: Editora Vida, 2008.
7 CHAPMAN, Milo L.; PURKISER W. T.; WOLF, Earl C ; ; FiARPER, A. F. Comenta- 
rio Bíblico Beacon: Volume 3 — Jó a Cantares de Salomão (Página 255 a 256). Rio de 
Janeiro: Editora CPAD, 2005·
8 BRUCE, F. F. Comentário Bíblico NVI: Antigo e Novo Testamento (Página 758 — 
759). São Paulo: Editora Vida, 2008.
9 CHAMPLIN, Russel Norman. O Antigo Testamento Interpretado: Versículo por 
Versículo, Volume 4 (Página 2342). São Paulo: Editora Hagnos, 2001.
26
1. Um Cântico de Proteção
Deus ou usando-os como orações para pedir o favor divino, ven- 
cer o mal e para que seja estabelecido o Seu reino de justiça.
OS SALMOS NOS LÁBIOS DE JESUS E SEUS
DISCÍPULOS
O Novo Testamento registra cerca de quatrocentas referências 
do Antigo Testamento e, dentre elas, cita expressamente 78 versos 
que são capturados das malhas de diversas passagens de todo o 
Saltério10. Entre citações formais, frases ocasionais e alusões, esses 
versos anunciam Jesus como o Messias vindo ao m undo da parte 
do Pai.
Em outras passagens, os escritores neotestamentários citam 
um salmo ou verso como tipo ou profecia que se cumpre em algu- 
ma circunstância da vida de Cristo ou que ilumina algum aspecto 
do Seu ministério.
Essas referências ao livro dos Salmos acontecem diversas vezes 
por uma razão muito simples: quando Jesus ressuscitou dentre os 
mortos e subiu aos céus, a comunidade cristã primitiva recém- 
-formada precisou explicar que esses primeiros cristãos não esta- 
vam querendo sair do judaísmo. Na verdade, eles queriam incluir 
o evangelho naquela fé que equivocadamente ainda esperava a 
vinda do Messias e que não reconhecia Jesus como tal.
Entretanto, eles ainda não tinham enxergado o alcance de 
sua missão e se viam apenas como mais uma das muitas seitas 
judaicas que tentaram harmonizar sua situação com o judaísmo, 
como aconteceu com os saduceus (Atos 5:17) e os fariseus (Atos 
15:5), ambos vistos igualmente como pequenas ramificações da fé 
judaica. Por essa razão, eles tiveram que reinterpretar o judaísmo 
e as Escrituras do Antigo Testamento.
10 S C H O K E L , Luis A lonso; C A R N IT I, Cecília. Salmos I - G rande C om entário Bíblico 
dos Salmos (Página 16). São Paulo: Editora Paulus, 1998.
27
Blindagem Contra As Trevas
Na tentativa de se justificar, a comunidade cristã do primeiro 
século se debruçou com seriedade nos estudos no Antigo Testa- 
mento e especialmente sobre o livro dos Salmos. Os sermões de 
Pedro no Pentecostes e diante do Sinédrio são exemplos de men- 
sagens cheias de alusões às Escrituras, com diversas referências aos 
salmos.
O fato é que esse é o maior livro do Antigo Testamento e, 
consequentemente, foi o mais citado pelos israelitas e também pe- 
los autores do Novo Testamento. Os cânticos dos salmos sempre 
apresentaram muitas das expectativas espirituais dos judeus. Sem 
contar que, por serem hinos poéticos, eram o melhor vetor para 
que os fiéis expressassem suas esperanças em Deus.
A enorme incidência do seu uso em profecias acabou se tor- 
nando uma simples questão matemática. Cerca de 10% de todo o 
livro (16 salmos) podem ser classificados como Salmos Messiâni- 
cos11, ou seja, que fazem uma clara alusão a Cristo, entre os quais 
podemos citar os Salmos 2, 8, 16, 22, 23, 24, 40, 41, 45, 68, 69, 
72, 89, 102, 110 e 118.
Todos eles relatam muito sobre a pessoa de Cristo, Sua vida, 
rejeição, sofrimento, morte, ressurreição, divindade e realeza. Por 
essas evidências, o próprio Jesus entendeu e testificou que os Sal- 
mos falavam dele. Um exemplo está na conversa com os dois ho- 
mens na estrada de Emaús onde ele se viu nos Salmos:
Ele lhes disse: "Como vocês custam a entender e como 
demoram a crer em tudo 0 que os profetas falaram! Não 
devia 0 Cristo sofrer estas coisas, para entrar na sua glória?"
E começando por Moisés e todos os profetas, explicou-lhes 
0 que constava a respeito dele em todas as Escrituras 
(...) Então os olhos deles foram abertos e 0 reconheceram, e 
ele desapareceu da vista deles. Perguntaram-se um ao outro: 
"Não estavam ardendo os nossos corações dentro de nós,
11 MACDONALD, William. Comentário Bíblico Popular — Novo Testamento (Página 
464). São Paulo: Mundo Cristão, 2001.
28
1. Um Cântico de Proteção
enquanto ele nos falava no caminho e nos expunha as Escri- 
turas?"(...) E disse-lhes: "Foi isso que eu lhes falei enquanto 
ainda estava com vocês: Era necessário que se cumpris- 
se tudo 0 que a meu respeito estava escrito na Lei de 
Moisés, nos Profetas e nos Salmos". Então lhes abriu 0 en- 
tendimento, para que pudessem compreender as Escrituras.
E lhes disse: "Está escrito que 0 Cristo haveria de sofrer e 
ressuscitar dos mortos no terceiro dia".
Lucas 24:25-46
Cristo usou muito esses cânticos espirituais para falar sobre 
si, por isso, Agostinho chamou Jesus de “esse admirável cantor de 
Salmos”12. E foi através da revelação dos salmos que a comunida- 
de cristã primitiva teve a compreensão de que o Messias não era 
apenas o Salvador dos judeus, mas do mundo inteiro.
Ele é o Filho de Deus com Sua divindade (Salmo 2:7; 45:6- 
7; Salmo 102:25-27); o Filho do Homem com Sua humanidade 
afirmada (Salmo 8:4-6); o Rei descendente de Davi (Salmo 2; 
Salmo 24; Salmo 89:3-4, 27, 29); e o Profeta que apresenta os 
irmãos diante de Deus (Salmo 22:22-25 e Salmo 40:9-10).
Na época de Jesus, o hinário usado na sinagoga era o Livro 
dos Salmos, por isso, ele os conhecia profundamente e citou-os 
em muitas passagens de seus ensinamentos e cantou uma parte 
deles com Seus discípulos no final da celebração da última Páscoa 
(Mateus 26:30). Na cruz, Jesus morreu com as palavras do salmo 
22:1 em Seus lábios, ao declarar: “Deus meu, Deus meu, por que 
me desamparaste”.
Vale notar que alguns comentaristas do Novo Testamen- 
to lembram que Romanos 8:31 tem uma ligação com o tema 
desse salmo pela exclamação entusiasmada de Paulo quando diz: 
“Se Deus é por nós, quem será contra nós?” A expressão poética
12 FILHO, Isaltino Gomes Coelho. Teologia dos Salmos (Página 18). Rio de Janeiro: 
Editora JUERP, 1996.
29
Blindagem Contra As Trevas
do apóstolo se aproxima da mesma certeza que o Salmo 91 dá ao 
que crê no Deus Altíssimo.
O SALMO MISTURADO COM VENENO NA 
BOCA DA SERPENTE
Por qual razão o Adversário de nossas almas recitaria a Pala- 
vra de Deus se é essa mesma escritura que o derrota, o acusa, o 
condena e o sentencia? Mais especificamente, por que usar um 
salmo profético? A resposta é simples: desde o princípio, a Palavra 
de Deus tem sido alvo da distorção satânica. Assim como Eva foi 
enganada no Éden pelo veneno das palavras da serpente, o Diabo 
tentou enganar Jesus com a própria Palavra de Deus.
Muitas pessoas pensam que o desejo de Satanás é que o ho- 
mem lhe obedeça, mas isso é uma tolice. Na verdade, o Diabo 
tem por objetivo que o homem desobedeça a Deus, como ele 
mesmo fez e foi lançado nas trevas, como Adão fez e foi lançado 
fora do Paraíso, como outros bilhões de seres humanos fizeram e 
foram destituídos da glória de Deus.
Uma outra razão é que o Maligno sabe que a promes- 
sa de Deus, contida nesta porção específica da Escritura, é tão 
impressionantemente poderosa, que até cita no episódio da ten- 
tação do deserto quando disse: “aos teus anjos dará ordem ao teu 
respeito” (Salmo 91:13). Nesseincidente, o seu único objetivo foi 
distorcer a Escritura com uma lógica perversa, tentando corrom- 
pê-la do seu sentido verdadeiro.
O Diabo citou a Escritura como se quisesse colocar os versos 
como isca no seu anzol. Ainda hoje, muita gente tem, frequen- 
temente, aceitado ensinos falsificados com o veneno da mentira, 
mas com aparência de “palavra profética” ou de sermões de sa- 
cerdotes “ungidos”, ainda mais se estão acompanhados por um 
bocado de versículos bíblicos fora do verdadeiro entendimento 
das Escrituras.
30
Por isso, deve-se ter muito cuidado em examinar a Bíblia, 
pois o mesmo Diabo que pode se disfarçar de anjo celestial (2 Co- 
ríntios 11:13-15), pode também deturpar a Palavra de Deus para 
seus propósitos sórdidos. Neste caso, o inimigo somou três enga- 
nos em sua boca, os misturou com um pedaço do salmo e lançou 
como um tiro contra Jesus.
Em primeiro lugar, usou apenas um pedaço do verso do sal- 
mo, ou seja, se utilizou de uma meia verdade (ou se preferir, uma 
mentira inteira), por isso Jesus replicou com a expressão: “tam- 
bém está escrito”, mostrando que Seu conhecimento ia além das 
mentiras engendradas pelo Maligno. Em segundo lugar, ele to- 
mou a passagem fora do contexto, a pretexto de levar o Senhor a 
abusar das promessas de proteção do Pai celestial. E, por último, 
Satanás usou da sua versatilidade para que Jesus ousasse avançar 
além da habitação do Altíssimo, exigindo a comprovação de uma 
promessa que nunca havia sido feita.
Sem falar que ao citar o texto, o Tentador deixou de fora o 
quanto aquela mesma promessa ia contra ele mesmo, pois os fi- 
lhos de Deus que habitam em Seu esconderijo, triunfarão sobre 
os poderes das trevas: “Pisarás o leão e a cobra; calcarás aos pés o 
filho do leão e a serpente” (Salmo 91:13). Isso mesmo, o Diabo, 
chamado de “leão que ruge” (1 Pedro 5:8) e de “antiga serpente” 
(Apocalipse 12:9) será esmagado debaixo dos nossos pés (Roma- 
nos 16:20).
Observa-se, na continuação da promessa, que Deus vai “guar- 
dar” o homem “em todos os teus caminhos”, ou seja, quando 
não há qualquer perigo aparente, ainda assim precisamos da Sua 
proteção, e mesmo quando a crise estiver mais iminente, nós a 
teremos.
1. Um Cântico de Proteção
31
Blindagem Contra As Trevas
ANJOS QUE NOS PROTEGEM
Existe uma ordem dada aos anjos e segundo a incumbência 
que receberam: “eles te sustentarão nas suas mãos”, o que mostra 
tanto a Sua grande capacidade, quanto o Seu grande amor. E eles 
protegem o caminhar dos santos, para que não pisem em falso e 
caiam em pecado ou em angústia. Em outras palavras, o cuidado 
amoroso de Deus é tamanho, que fornece a atuação de seres ceies- 
tiais13 que nos carregam por um caminho seguro entre as pedras 
de tropeço.
Essas declarações revelam o caráter imutável de Deus que 
provê um quadro em que não se deve temer o inimigo. Pois ao 
que deposita a sua fé, a sua confiança e toda a sua esperança em 
Deus, Ele reage como Deus!
O mundo espiritual pode ser invisível aos nossos olhos, mas 
é revelado pelas Escrituras. O cristão não está sozinho na batalha 
espiritual. Deus dá o apoio de anjos poderosos que estão disponí- 
veis para nos servir, segundo o comando Dele:
Os anjos não são, todos eles, espíritos ministradores 
enviados para servir aqueles que hão de herdar a salva- 
ção?
Hebreus 1:14
Anjos não estão a nossa disposição. Estão à disposição de 
Deus para servir conforme a ordem de Deus. Eles não servem a 
qualquer um, mas apenas aos salvos. Isto é claríssimo na Bíblia. 
Não se deve acreditar em fábulas que falam de “anjos da guarda”. 
As Escrituras jamais trataram desse assunto, ou sequer menciona- 
ram algo assim.
Ou seja, os anjos são seres criados, caracterizados como es- 
píritos que ministram a favor dos que herdarão a vida eterna,
13 CHAMPLIN, Russel Norman. O Antigo Testamento Interpretado: Versículo por 
Versículo, Volume 4 (Página 2343). São Paulo: Editora Hagnos, 2001.
32
1. Um Cântico de Proteção
apresentados como conservos de todos aqueles que guardam o 
testemunho de Cristo e de Sua Palavra, e, portanto, protetores a 
serviço dos filhos de Deus, mas apenas sob as ordens do Senhor.
UM SALMO DE DEFESA MILITAR
Existe em todo o discurso do Salmo 91 uma blindagem de 
proteção que não aparece em nenhuma outra porção da Bíblia. 
E uma espécie de garantia divina que estabelece medidas preven- 
tivas contra ataques e dá a certeza de que é possível ser salvo, mes- 
mo que se esteja preso no laço do inimigo ou sob a ação de uma 
peste epidêmica14.
Com uma imagem de um pássaro que coloca os filhotes sob 
suas asas para protegê-los de predadores, o cântico prossegue com 
mais um conjunto de retratos associadas a uma proteção blindada 
de guerra.
Para dar uma ideia do significado que esse salmo apresenta, é 
necessário entender que “blindagem” é um termo naturalmente 
militar. E é caracterizada como um composto formado por me- 
tais, cerâmicas ou fibras leves, mas de altíssima resistência. Na ver- 
dade, a blindagem é uma manta protetora, mais resistente que o 
aço e ao mesmo tempo flexível, que proporciona uma segurança 
balística inquestionável. Por isso, também é usada na fabricação 
de embarcações, veículos, coletes e escudos de guerra.
Desde a Antiguidade, a mobilidade das forças era aceita como 
elemento primordial para a vitória. O comandante que conseguia 
surpreender o adversário, deslocando rapidamente suas tropas 
para atacar nos locais onde a defesa era mais fraca, normalmente 
era o vencedor.
Nesse sentido, a velocidade dos movimentos da cavalaria de- 
sempenhava papel importantíssimo, mas era um suicídio mano-
14 BRUCE, F. F. Comentário Bíblico NVI: Antigo e Novo Testamento (Página 853). São 
Paulo: Editora Vida, 2008.
33
Blindagem Con era As Trevas
brar cavalos contra as posições defensivas equipadas com metra- 
lhadoras e artilharia de tiro rápido. Por isso, foram introduzidas 
as modificações dos blindados nos combates, pois os confrontos 
eram desgastantes e exigiam um enorme dispêndio de munição e 
vidas humanas.
UMA BLINDAGEM CONTRA O INIMIGO
Tudo começou na batalha do Passcheandale, na Bélgica, entre 
os britânicos e seus aliados contra os alemães durante a Primeira 
Guerra Mundial (1917). Nesse exemplo, a artilharia aliada dispa- 
rou logo no início do combate 4 milhões de projéteis e 107 mil 
toneladas de explosivos contra as linhas alemãs, mantendo uma 
cadência de 2 milhões de tiros por semana até o fim da operação. 
E quando ela terminou, os aliados tinham avançado apenas uns 
poucos quilômetros e perdido mais de cem mil homens pela falta 
de cobertura da blindagem (contra perdas equivalentes nas tropas 
germânicas), sem obter nenhum resultado decisivo15.
Por esse motivo, foi necessário produzir um meio de romper as 
linhas de trincheiras, ou o conflito prosseguiría até o esgotamento 
humano e material de ambos os contendores. Assim, foi criado o 
blindado, conhecido mundialmente como tanque de guerra, que 
passou a oferecer uma enorme vantagem tática, pois era capaz de 
proteger seus ocupantes do fogo das armas leves da infantaria e 
dos estilhaços da artilharia, de superar barreiras de arame farpado 
e posições de metralhadoras, abrindo caminho para a posterior 
passagem da infantaria amiga e evitando as perdas registradas até 
então.
Com a introdução da blindagem, a guerra virou em favor dos 
aliados britânicos e foi o grande segredo da vitória do seu exérci­
15 EDMONDS, James. Military Operations France and Belgium 1917 II. 7 June - 10 
November. Messines and Third Ypres (Passchendaele). (Página 22) Battery Press 1991 
ed. London: HMSO, 1948.
34
1. Um Cântico de Proteção
to. E quando os primeiros exemplares de tanques ingleses foram 
embarcados para a França, estavam cobertos com lona e nelas 
escrito Water Tank-British Army (tanque de água para o Exérci- 
to Britânico)16. Daí nasceu o nome “Tanque” que genericamente 
conservam até hoje.
E é como uma blindagem invulnerável de um tanque no 
meio de um campo de guerra que Deus promete umaproteção 
inabalável durante a batalha, como um escudo atrás do qual po- 
demos nos esconder.
Sob essa blindagem, não é necessário temer o terror notur- 
no nem qualquer arma que os inimigos empunham de dia, nem 
as que enfrentamos contra as trevas nas batalhas espirituais con- 
tra os poderes malignos. Por essa razão também, esse salmo tem 
sido empregado com eficácia em processos de libertação espiritual 
contra as trevas, como veremos no capítulo 12.
Naquele dia este cântico será entoado em Judá: Temos 
uma cidade forte; Deus estabelece salvação como muros 
e trincheiras.
Isaías 26:1
DEUS É UMA FORTALEZA
Parece claro nas Escrituras que Deus se agrada de se apresentar 
como uma guarnição militar que abriga os Seus filhos. Os termos 
militares citados como fortaleza e baluarte mostram que o Senhor 
dos Exércitos provê uma ampla proteção e que os inimigos não 
têm permissão de atingir quem está abrigado em Seu esconderijo:
16 BISH O P, Chris. T he Encyclopedia o f Tanks an d A rm ored F ighting Vehicles: From 
W orld W ar I to the Present D ay (P áginas 1 4 -1 6 ). T hunder Bay Press: 1st ed ition ,
2006 .
35
Blindagem Contra As Trevas
Como os montes cercam Jerusalém, assim 0 Senhor 
protege 0 seu povo, desde agora e para sempre.
Salmo 125:2
Sem a proteção de Deus, o homem estaria desamparado e 
seria fatalmente atingido. Por essa razão, o quadro da preserva- 
ção de um ataque violento com milhares morrendo à direita e à 
esquerda, em decorrência de enfermidades e guerras ao redor, é 
um dos mais lembrados. Num ambiente em que o mal só atinge 
com a calamidade aos ímpios, os que confiam no Altíssimo veem 
vitórias por todos os lados:
Pois eu, diz 0 Senhor, serei para ela um muro de fogo 
em redor, e para glória estarei no meio dela (...) Porque 
assim diz 0 Senhor dos Exércitos: Depois da glória ele me 
enviou às nações que vos despojaram; porque aquele que 
tocar em vós toca na menina do seu olho.
Zacarias 2:5, 8
Diversas metáforas são empregadas a respeito da proteção 
como pavês, um pequeno escudo em forma arredondada e o es- 
cudo que cobria o corpo inteiro, com um formato comprido. 
Através delas, o Senhor é apresentado como quem serve de blin- 
dagem para todas as circunstâncias. Por isso, o salmista resolve se 
abrigar, permanentemente, nesse refugio que também se tornou 
sua fortaleza.
UM SALMO QUE ANUNCIA A VITÓRIA 
PARA OS FILHOS
Como foi observado, Satanás, o inimigo de nossas almas, cita 
as Escrituras em Mateus 4:6, usando a promessa de proteção do 
salmo para tentar Jesus a se lançar do pináculo do templo como 
forma de provar e autenticar a Sua identidade de Filho de Deus.
36
1. Um Cântico de Proteção
Fez isso porque sabe que as promessas divinas são para os 
filhos de Deus. Porém, a oferta de proteção nao significa que o 
homem pode fazer coisas erradas e insensatas, ou que fazendo 
não terá prejuízos. O salmo não é um cheque sem fundo, com 
o qual o homem pode gastar a sua vida em loucuras. A verdade 
é que Deus nos guardará em todos os Seus caminhos e não nos 
caminhos do pecado.
As promessas desse salmo não são para qualquer um, mas 
apenas para “aquele que habita no esconderijo do Altíssimo”, por 
isso, o cântico termina com Deus prometendo resgatar e proteger 
aqueles que O amam, pois reconhecem Seu nome, sabem que é 
Senhor e O invocam para pedir livramento.
Se somos filhos de Deus, podemos estar certos do cuidado de 
nosso Pai em todas as circunstâncias, mesmo nas desagradáveis, 
mas é bom dizer que Deus não afirma que os que creem estarão 
absolutamente imunes de todos problemas, mas dá a garantia de 
que estará com eles em suas dificuldades.
No desfecho do salmo, a promessa de longevidade e salvação 
também não significa, necessariamente, que todos os cristãos te- 
rão vida longa neste mundo. Em algumas ocasiões, a fim de ser 
glorificado e cumprir Seus propósitos, poderá permitir que o Seu 
povo sofra perseguição, fome e enfermidade.
Se o Salmo 91 não é uma promessa aos imprudentes e tei- 
mosos, com certeza é uma aliança que comunica fé aos que se 
posicionam sob o cuidado especial dos céus e que, por isso, se- 
rão resgatados da maldade do poder das trevas por intermédio de 
uma proteção singular. Estes ficarão sob a incumbência de anjos e 
triunfarão sobre os seus inimigos. E, por fim, serão tratados como 
os favoritos do próprio Deus.
O cântico é um convite de Deus para os nossos dias, para 
que o homem se abrigue debaixo de Suas asas. Não importa a 
intensidade da batalha, não importa a lista das perdas, o crente
37
Blindagem Contra As Trevas
sobreviverá sem um arranhão. Ele será um mero expectador da 
justiça de Deus se cumprindo sobre os ímpios.
Mas o incrível é que, mesmo com tamanha promessa, mi- 
lhões de pessoas hoje ainda rejeitam essa proteção como fizeram 
seus antepassados. Por essa razão, Jesus chorou ao contemplar Je- 
rusalém, a cidade que não quis a proteção do Altíssimo, mas que 
rejeitou, apedrejou e matou Seus profetas enviados.
E certo que o Senhor insistiu veementemente para que o 
povo de Israel ficasse sob Seus cuidados. Quantas vezes “Deus 
quis” protegê-los como uma galinha que ajunta seus pintinhos 
debaixo das asas para blindá-los, mas diante de tantas negativas 
do Seu povo, não sobrou pedra sobre pedra na construção da his- 
tória daquela geração.
A PROMESSA DA PROTEÇÃO DE DEUS
Habitar no esconderijo de Deus é ficar sob a responsabilida- 
de de quem o defenderá com o maior poder e eficácia possíveis. 
O Senhor será o protetor implacável, que o cobrirá, mantê-lo-á 
em segredo e o guardará a salvo de qualquer perigo ou ataque de 
criaturas nocivas e vorazes:
Pois no dia da adversidade Ele me guardará protegido 
em sua habitação; no seu tabernáculo me esconderá e me 
porá em segurança sobre um rochedo. Então triunfarei so- 
bre os inimigos que me cercam.
Salmos 27:5,6
O Eterno faz comparações para expressar o Seu cuidado com 
Seu povo, que é indefeso como os pintinhos e que facilmente 
pode virar presa. Deus quer que o homem saiba que Ele é capaz 
de guardar o Seu povo como um guerreiro com uma armadura.
Nenhuma construção de defesa edificada pelas mãos do ho- 
mem pode proteger como o Senhor. Nem fechaduras e nem ca­
38
1. Um Cântico de Proteção
deados podem evitar as doenças, os temores noturnos, ou ainda a 
peste que anda na escuridão.
Nada pode impedir a praga da morte como aquela que tirou 
a vida dos primogênitos dos egípcios, ou uma seta que voa de dia 
sem ser vista, nem uma mortandade que assola ao meio-dia.
Mas, esse esconderijo blindado oferecido pelo salmista tem a 
capacidade de proteção que não somente livrará do mal, mas tam- 
bém do medo do mal. Quando a própria suposição ou a menção 
de um grande perigo já puder amedrontar, os mais apavorados em 
nenhum momento se sentirão inseguros neste local.
ORAÇÃO
S e n h o r D eu s , em n o m e d e Je su s , e u c o n fe s so q u e s o u f r á g il e in d e fe - 
s o co n tra to d o s o s a ta q u e s q u e te n h o re c e b id o d a s tre va s. E s to u so b re ca r- 
re g a d o e p re c is o d e s c a n s a r d e b a ix o d e S u a s a s a s e s o b a Sua so m b ra . O s 
m e u s in im ig o s m e p e rs e g u e m d e m u ita s fo rm a s e p o r is so , m e s in to cer- 
c a d o e se m n e n h u m a s a íd a . L iv re -m e d o s m e u s a d v e rs á r io s q u e s ã o m a is 
fo r te s d o q u e eu e le v a n te em v o lta d e m im a s S u a s m u ra lh a s d e de fesa . 
P re c iso d o S eu s o c o r ro e c la m o p a ra q u e d ê o rd e n s a o s S eu s a n jo s a o m eu 
re sp e ito p a ra q u e n ã o m e d e ix e m t ro p e ç a r e m e a fa s ta r d o Senhor. P eço 
p a ra q u e m e a c e ite n o S eu e s c o n d e r ijo e d e r ra m e a S u a p a z q u e e x ce d e 
to d o 0 m e u e n te n d im e n to s o b re a m in h a v ida .
E sp ír ito S a n to d e D eus, e u p e ç o p a ra q u e f iqu e c o m ig o d u ra n te a le i- 
tu ra d e s te l iv ro e m e d ê e n te n d im e n to e d is c e rn im e n to p a ra q u e e u p o s s a 
v iv e r p ro te g id o p e la b lin d a g e m in v io lá v e l d o Senhor. Eu te a g ra d e ç o p o r 
m e ouv ir, m e a c e ita r e m e g ua rda r. B e n d ito é 0 S eu S a n to n o m e . A m é m .
39
C apítulo 2
*
O TAMANHO DO
Meu D eusJ j Ê.
“Com quem vocês me compararão? 
Q uem se assemelha a mim?”, pergunta 
o Santo. Ergam os olhos e olhem para as 
alturas. Q uem criou tudo isso? Aquele 
que põe em marcha cada estrela do seu 
exército celestial, e a todas chama pelo 
nome. Tão grande é o seu poder e tão 
imensa a sua força, que nenhum a delas 
deixa de comparecer!
Isaías 40:25,26
O TAMANHO DO MEU DEUS
"Aquele que habita no esconderijo do Altíssimo, à som- 
bra do Onipotente descansará. Direi do Senhor: Ele é 0 meu 
Deus, 0 meu refúgio, a minha fortaleza, e Nele confiarei."
Salmo 91:1,2
sse cântico é uma declaração de fé que contém uma oferta 
de proteção e de descanso mesmo em situações de perigo. 
A sombra do Todo-Poderoso pode abrigar qualquer um que nela 
se refugiar em todas as épocas, cenários e conjunturas. Em resu- 
mo, é um acordo firmado na eternidade e registrado nas Escritu- 
ras com a promessa de cuidado do Altíssimo.
Dentre as garantias de segurança, existe um abrigo perfeito 
para quando o homem é ameaçado por uma potência do mal, 
um refúgio contra aborrecimentos, uma cobertura contra perigos 
naturais ou provocados, uma proteção contra inimigos que ferem 
sem serem vistos, um livramento contra vários tipos de ataques e 
pragas e a blindagem contra tribulaçÕes e calamidades.
O Dr. Thomas L. Constable, membro da Sociedade Evangé- 
lica de Teologia e Professor Sênior Emérito de Exposição Bíblica 
do Seminário Teológico de Dallas, no Texas, expõe isso com a 
seguinte referência:
“O salmista fala com grande confiança, mas seu tom é um 
pouco de instrução, como se quisesse tranquilizar alguém que não 
tem certeza de sua própria segurança. No entanto, a garantia não 
é apenas didática, mas confessional. É um testemunho pessoal de 
alguém cuja experiência própria faz a segurança da fé convincente 
e autentica. ' 17
17 C O N ST A B L E , T hom as L. Thom as C onstable’s Notes on the Bible. Vol. I: G enesis- 
-D euteronom y. Vol. I ll: Job-Song o f S o lom on (Página 2 5 9 8 ). D allas, Texas: Tyndale 
Sem inary Press, 1996 .
43
Blindagem Contra As Trevas
O salmista encontra-se absolutamente confiante contra ame- 
aças mortais, pois toda a promessa é combinada com uma ampla 
proteção militar para ataques de todo e qualquer inimigo, onde 
não existe nenhum poder ou força que possa mostrar-se eficaz. 
Em suma, ele está em um lugar onde o caos não tem permissão 
para tocá-lo.
A escritora norte americana, Peggy Joyce Ruth18, define com 
grande clareza o porquê da despreocupação otimista contida na 
declaração do autor do Salmo 91, pois ele “é a medida preventiva 
da parte de Deus para Seus filhos contra cada mal conhecido pela 
humanidade. Não há em outro lugar essa garantia de proteção 
(incluindo a ajuda de anjos e promessas, assegurando-nos nossa 
autoridade), acumulada em uma aliança, oferecendo um paco- 
te completo para viver neste mundo. É uma medida ofensiva e 
defensiva para evitar qualquer mal antes que ele tenha tempo de 
atacar. Essa não é apenas uma cura, mas também um plano de 
prevenção completa”.
REFÚGIO: O LUGAR SECRETO
Os dois primeiros versos do salmo mostram o tipo de prote- 
ção oferecida por Deus ao homem, combinando duas palavras: 
refúgio e esconderijo.
Refúgio é traduzido literalmente como um “lugar secreto”19, 
que significa principalmente um véu que esconde ou uma cober- 
tura que torna inatingível. E a cláusula condicional para o Senhor 
realizar a segurança perfeita, é que o homem deve “habitar no 
esconderijo do Altíssimo”.
18 RUTH, Peggy Joyce. Salmo 9 1 —0 Escudo de Proteção de Deus (Página 46). Rio de 
Janeiro: Graça Editorial, 2008.
19 JONES, William. BURN, J. W. BARLOW, George. Homilética Completa do Prega- 
dor - Comentário no Livro de Salmos VOLUME II - SALMOS 88-109 (Página 16). 
Nova Iorque: Funk & Wagnalls Company, 1892.
44
2. O Tamanho do Meu Deus
Esconderijo é um lugar guardado em segredo, onde nunca 
poderão encontrar o que foi escondido, onde o mistério não po- 
derá ser revelado, onde ninguém pode encontrar o que foi ocul- 
tado. Ali os segredos estão protegidos e o que tem valor não será 
encontrado.
Conheço histórias de pessoas que esconderam tão bem seus 
valores, objetos, cartas, segredos e senhas, que nem mesmo elas 
conseguiram de novo encontrar, seja pelo fato de terem esquecido 
o local do esconderijo, seja por perderem a chave ou a lembrança 
de acesso do que foi ocultado.
NO ESCONDERIJO SECRETO
Durante a Segunda Guerra, estimativas contam que, somente 
na Holanda, aproximadamente 28.000 judeus refugiaram-se por 
longos períodos de tempo da perseguição alemã para não irem 
para a prisão ou a um campo de concentração nazista.
Além da vida dos judeus, os trabalhadores da resistência tam- 
bém estavam em risco e necessitavam de um abrigo para se pro- 
teger. Alguns retiraram-se para a cidade e outros para a província 
rural. Outros se esconderam atrás de documentos e identidade 
falsos. Quem saía do esconderijo poderia se tornar mais uma ví ti- 
ma do genocídio de Hitler.
O mais famoso dos esconderijos descobertos, chamado de 
“anexo secreto”, era o refugio da adolescente alemã Anne Frank, 
que ficava no prédio do escritório do seu pai, em Amsterdã. Foi lá 
que a família Frank e outras quatro pessoas das famílias Van Pels e 
Fritz Pfeffer, todos judeus, viveram clandestinamente, num a ten- 
tativa de se esconder dos nazistas durante a guerra, até serem des- 
cobertos e levados para o campo de concentração de Auschwitz, 
na Polônia e mais tarde transferidos para o campo de Bergen- 
-Belsen, na Alemanha, onde Anne e sua irmã Margot morreram 
de tifo, em 1945.
45
Blindagem Contra As Trevas
A verdade é que nenhum esconderijo humano é suficiente- 
mente forte para prover proteção total em todo o tempo. Somen- 
te Deus pode garantir uma segurança completa e para isso o ho- 
mem deve “habitar” no esconderijo do Altíssimo.
O verbo habitar tem, como tradução literal, a ideia de: “aque- 
le que está sentado no”. O cristão não pode ser um visitante espo- 
rádico do esconderijo, não deve ir ao lugar secreto de Deus como 
uma visita para passar um breve período de tempo como em um 
hotel ou pousada, mas deve permanecer como um habitante que 
se estabelece em sua própria residência para sempre e sem nenhu- 
ma intenção de abandoná-la.
É justamente sobre o desejo de permanecer para sempre nesse 
lugar maravilhoso, que trata o famoso Salmo 23. A sua conclu- 
são é extraordinária porque, depois de ser conduzido para pastos 
verdejantes e águas tranquilas, ser protegido através de vales de 
sombra e morte, alcançar as “mesas” fartas do Senhor e receber 
todo o cuidado necessário para se sentir plenamente protegido e 
satisfeito, ele deseja apenas permanecer nesse ambiente para todo 
o sempre:
"...habitarei na casa do Senhor enquanto eu viver"
Salmo 23:6.
UM PACTO SEGURO, MAS CONDICIONAL
Preciso fazer um alerta aqui: vejo muitas pessoas empregando 
esse salmo como uma promessa destinada a qualquer um, mas 
isso não é verdade, como veremos mais adiante. Habitar é ficar 
permanentemente sob a proteção ou sob a sombra do Todo-Po- 
deroso. Jones cita Hengstenberg,20 que traduz a expressão como
20 JONES, William. BURN, J. W. BARLOW, George. Homilética Completa do Prega- 
dor - Comentário no Livro de Salmos VOLUME II - SALMOS 88-109 (Página 18). 
Nova Iorque: Funk & Wagnalls Company, 1892.
46
2. O Tamanho do Meu Deus
alguém que “passa a noite”, pois essa é a sua casa, o lugar onde ele 
passa naturalmente suas noites.
Habitar é colocar a vida sob a responsabilidade de seu pro- 
tetor. Homens desobedientes queabandonam a Palavra de Deus, 
que desprezam os conselhos do Senhor, que não creem em Seus 
princípios e ordenanças, na verdade nunca estarão totalmente 
protegidos. O pecado afasta o homem de Deus e consequente- 
mente do abrigo de Deus:
Mas as vossas iniquidades fazem separação entre vós e 
0 vosso Deus.
Isaías 59:2
O filho pródigo (Lucas 15) é uma das figuras exemplificadas 
na Bíblia de alguém que escolhe viver fora do esconderijo do 
Altíssimo. Ele deixa a segurança da casa do pai e vai para uma 
terra distante. Lá encontra falsos amigos, desproteção, abandono, 
fome e sua vida vira um chiqueiro.
Jacó, conhecido também como Israel, sofreu muito ao ser in- 
centivado por sua mãe a enganar o pai, já velho e cego, com o 
intuito de roubar para si a bênção que era destinada a seu irmão 
Esaú. A escolha de sair de baixo da autoridade paternal acabou 
desprotegendo-o, e por fim, tornou-se um fugitivo, ameaçado de 
morte, em uma terra longe do abrigo do seu pai.
Essa decisão insensata custou o alto preço de ser enganado 
por um sogro maligno que o lançou em uma arena de um ca- 
sarnento bígamo com as suas próprias filhas e o escravizou por 
quatorze anos, e ainda o explorou por mais sete anos, trocando 
propositadamente seus salários.
Um outro modelo desse princípio encontra-se na vida de 
Davi. Ele era conhecido como um “homem segundo o coração de 
Deus” (Atos 13:22), entretanto, acreditou que poderia abando- 
nar, por alguns instantes, o esconderijo do Altíssimo e que mesmo 
assim, ficaria imune aos ataques do mal.
47
Blindagem Contra As Trevas
Assim, em um m omento de tórrida paixão, deita- se com a 
mulher de seu vizinho, em uma única noite de prazer e atrai para 
o resto de sua vida experiências amargas compostas de tragédia 
familiar, ódio entre os seus filhos, competição pelo trono, abusos 
sexuais dentro de sua casa, praga na sua descendência, vinganças 
de morte e divisão do seu reino.
Não se engane, desobedecer é viver o sofrimento como esses 
exemplos de crentes notáveis que saíram de baixo da cobertura 
protetora de Deus, como outros que ainda hoje apenas repetem 
os atos daquele que tem, há m uito tempo, enganado a humanida- 
de. O Diabo sabe perfeitamente que, se o homem desobedecer a 
Deus, ficará desprotegido e será alvo de dores, perseguições, pra- 
gas, setas e outros sofrimentos de contornos cruéis:
Quem subirá ao monte do Senhor? Quem estará no seu 
tabernáculo? Aquele que é limpo de mãos e puro de coração, 
que não entrega a sua alma à vaidade, nem jura enganosa- 
mente. Este receberá do Senhor a bênção e a justiça do Deus 
da sua salvação.
Salmo 24:4 -5
Lúcifer, um anjo que andava no Éden, foi o primeiro ser cria- 
do a sair debaixo da proteção do Altíssimo para tentar construir o 
seu próprio reino fora da habitação de Deus e acabou se transfor- 
mando em Satanás, o inimigo de Deus:
E tu dizias no teu coração: Eu subirei ao céu, acima das 
estrelas de Deus exaltarei 0 meu trono, e no monte da con- 
gregação me assentarei, aos lados do Norte. Subirei sobre as 
alturas das nuvens, e serei semelhante ao Altíssimo. E, con- 
tudo, levado serás ao inferno, ao mais profundo do abismo.
Isaías 14:13-15
48
2. O Tamanho do Meu Deus
QUEM HABITA NO ESCONDERIJO?
Em meu ministério tenho visto muita gente de Deus, crentes 
sérios, mas que em algum momento da caminhada de fé fizeram 
a tola escolha de sair de baixo da proteção de Deus em troca de 
dinheiro, sexo, um ministério a qualquer custo, sucesso e outras 
tentações, e, por isso, têm sofrido consequências terríveis da des- 
proteção como o filho pródigo, Jacó e Davi.
Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis 
no meu amor; do mesmo modo que eu tenho guardado os 
mandamentos de meu Pai, e permaneço no seu amor.
João 15:10
REFÚGIO NO PRINCÍPIO 
DA OBEDIÊNCIA
Quando observo alguma área na vida de alguém em que há 
alguma demora ou processo de rebelião em relação a obedecer 
às Escrituras, também percebo justamente um ciclo de derrotas 
especificamente naquele ponto da vida dessa pessoa. Sonegar o 
dízimo produz dívidas. Abortos, assassinatos e derramamento de 
sangue inocente atraem a morte e a falência financeira. Roubos 
atraem maldição e miséria. Pornografia atrai a insensibilidade 
moral. O adultério produz cegueira espiritual e endemoniamen- 
to do leito conjugal. A prostituição gera alianças com espíritos 
imundos:
E será que, se ouvires a voz do SENHOR teu Deus, tendo 
cuidado de guardar todos os seus mandamentos que eu 
hoje te ordeno, 0 SENHOR teu Deus te exaltará sobre todas 
as nações da terra. E todas estas bênçãos virão sobre ti e 
te alcançarão, quando ouvires a voz do SENHOR teu Deus 
(...) Entretanto, se vocês não obedecerem ao Senhor, ao 
seu Deus, e não seguirem cuidadosamente todos os seus 
mandamentos e decretos que hoje lhes dou, todas estas
49
Blindagem Contra As Trevas
maldições cairão sobre vocês e os atingirão: Vocês serão 
amaldiçoados na cidade e serão amaldiçoados no campo.
Deuteronômio 28:1-2; 15-16
Não podemos nos enganar: habitar no esconderijo do Altíssi- 
mo é a única condição para o cumprimento do pacto prometido 
de viver descansado à sombra do Onipotente. Deve-se reparar que 
o primeiro verso anuncia a nossa responsabilidade antes mesmo 
de mencionar as promessas da parte que cabe a Deus. Lembre- 
-se que a nossa parte deve vir primeiro, e o esconderijo secreto é 
condicional.
Senhor, quem habitará no teu santuário? Quem poderá 
morar no teu santo Monte? Aquele que é íntegro em sua 
conduta e pratica 0 que é justo, que de coração fala a verda- 
de e não usa a língua para difamar, que nenhum mal faz 
ao seu semelhante e não lança calúnia contra 0 seu pró- 
ximo, que rejeita quem merece desprezo, mas honra os que 
temem ao Senhor, que mantém a sua palavra, mesmo 
quando sai prejudicado, que não empresta 0 seu dinhei- 
ro visando lucro nem aceita suborno contra 0 inocente. 
Quem assim procede nunca será abalado!
Salmo 15:1-5
UMA PROMESSA PARA FILHOS 
OBEDIENTES
A moldura que envolve todas as promessas apresentadas do 
início ao fim desse salmo é a obediência. Sem obediência a Deus 
é inútil ter qualquer esperança de que as proteções apresentadas 
serão ativadas em nosso favor.
As palavras desse cântico são exclusivas para quem tem uma 
aliança com o Senhor e que precisa ser banhada no sangue do 
Cordeiro de Deus, Jesus Cristo de Nazaré, o único caminho para
50
2. O Tamanho do Meu Deus
a santidade que confirma uma vida de obediência transformada 
pela fé:
Eu lhes dou a vida eterna, e elas jamais perecerão; nin- 
guém as poderá arrancar da minha mão. Meu Pai, que 
as deu para mim, é maior do que todos; ninguém as pode 
arrancar da mão de meu Pai. Eu e 0 Pai somos um.
João 10:2830־
Só assim, o filho de Deus experimentará os dois segredos do 
Altíssimo. O primeiro, como vimos, é que Ele é um esconderijo e 
que o crente passou a ficar protegido em Sua habitação. O segun- 
do é que a intimidade da presença de Deus projeta uma sombra 
protetora sobre sua vida.
UM DEUS INCOMPARÁVEL
Para aprimorar o entendimento, precisamos apelar para as 
palavras que o profeta Isaías recebeu do Espírito Santo e que 
anunciam, de maneira muito clara, o incontestável tamanho de 
Deus. Por metáforas, ele descreve o Deus Altíssimo ao fazer com- 
parações que deixam muitíssimo pequeno o nosso mundo e os 
nossos problemas.
A DIMENSÃO DAQUELE QUE 
CRIOU O UNIVERSO
A Bíblia apresenta todos os argumentos relativos aos atos do 
Criador dos Confins da Terra e que revelam, pouco a pouco, a 
enormidade do Seu tamanho. O profeta começa apontando para 
o passado, num tempo em que só a Trindade de Deus era presen- 
te. E através de algumas perguntas apresenta a dimensão de Deus, 
sob o ponto de vista da própria criação:
Quem mediu as águas na concha da mão, ou com 0 
palmo definiu os limites dos céus? Quem jamais calculou 0
51
Blindagem Contra As Trevas
peso da terra, ou pesou os montes na balança e as colinas 
nos seus pratos?
Isaías 40:12
Deus tirou o mundo de dentro das águas,num tempo em 
que o “Espírito de Deus se movia sobre a face das águas” (Gênesis 
1:2). Assim, o mar, a terra e os céus são construídos como os três 
andares do universo criado.
Inicialmente mensurou as águas que estão acima do firma- 
mento, aquelas sobre as quais a terra repousa e os oceanos que 
cobrem a terra. Depois o Criador passou uma fita métrica na ex- 
pansão dos céus, que são o andar superior, ou o piso de cima do 
universo. E por fim, através de uma pergunta retórica revela que 
a terra foi firmada e milimetricamente alicerçada em suas fron- 
teiras, com as montanhas fixadas como os apoios fundamentais 
sobre os quais está o firmamento.
UM DEUS DESSA ENVERGADURA PRECISA
DE AJUDA?
Quem definiu limites para 0 Espírito do Senhor, ou 0 
instruiu como seu conselheiro? A quem 0 Senhor consultou 
que pudesse esdarecê-10, e que lhe ensinasse a julgar com 
justiça? Quem lhe ensinou 0 conhecimento ou lhe aponta 0 
caminho da sabedoria?
Isaías 40:13,14
Quem guiou o Espírito de Deus? O Grande Deus não preci- 
sou de conselheiros, porquanto não suportariam a Sua sabedoria 
infinita. Nenhum ser de nenhuma espécie podería ter prestado 
auxílio, porquanto ainda nem existia. Deus não precisou consul- 
tar ninguém a fim de receber compreensão quanto a planos e 
idéias; pois todos eles procederam de Sua própria sabedoria.
52
2. O Tamanho do Meu Deus
Quem conheceu a mente do Senhor? Ou quem foi seu 
conselheiro? Quem primeiro lhe deu, para que ele 0 recom- 
pense? Pois dele, por ele e para ele são todas as coisas. A ele 
seja a glória para sempre! Amém.
Romanos 11:34-36
A ENORMIDADE DE DEUS E A PEQUENEZ 
DAS NAÇÕES
Diante de tais palavras já podemos imaginar o tamanho do 
Altíssimo, que é capaz de medir as nações do m undo inteiro com 
um instrumento muito singular: um pequeno balde. E se essa 
medida de água já é realmente uma pequena quantidade, imagine 
tirar dali apenas uma gota. Uma gota não é absolutamente nada.
Qualquer objeto colocado em uma balança de precisão já 
será uma coisa pequena. Mas, se nesta balança não há nenhum 
peso, mas somente um pouco de poeira, então isso na verdade 
será como se nada fosse. Resumindo, Deus é enorme! As nações 
são como uma gota ou como poeira sem peso:
Na verdade, as nações são como a gota que sobra do 
balde; para ele são como 0 pó que resta na balança; para 
ele as ilhas não passam de um grão de areia. Nem as fio- 
restas do Líbano seriam suficientes para 0 fogo do altar, nem 
os animais de lá bastariam para 0 holocausto. Diante dele 
todas as nações são como nada; para ele são sem valor e 
menos que nada.
Isaías 40:15-17
Esse breve esboço compara a grandeza de Deus com o ho- 
mem que, individual ou coletivamente, é como nada diante do 
Criador. De fato, o quadro é muito maior do que imaginamos. 
As nações são tão pequenas que o Altíssimo é capaz de aferir com 
a palma de suas mãos a distância entre o Brasil e o Japão. E pesar 
a quantidade de areia do m undo inteiro num a balança é tarefa tão
53
Blindagem Contra As Trevas
simples quanto queimar as soberbas florestas de um país inteiro 
como combustível do Seu altar.
Champlin chama esse texto das Sagradas Escrituras como as 
“Metáforas do Nada”21 e considera pelo menos quatro pontos: pri- 
meiro, sendo pequenas como quase nada, as nações não ameaçam 
a Deus e Ele dirige a história humana como quer. Em segundo 
lugar, Deus só presta atenção aos povos por causa de Sua própria 
graça. O terceiro ponto, todas as pretensões que os homens levam 
muito a sério são tolas. E por fim, a história humana só tem valor 
por causa daquilo que Deus faz com os homens.
O ser humano em si vale muito pouco. O homem é pó! E a 
menos que Deus lhe dê valor, vai continuar valendo o que vale, 
um pouquinho de pó, ou seja: nada. Na verdade, Deus valorizou 
o homem ao morrer por ele na cruz. E seja como for, as nações, 
tão pequenas e insignificantes como são, naturalmente terão de 
curvar-se diante de Sua grandeza.
COM QUEM COMPARAREI DEUS?
A quem vocês compararão Deus? Como poderão repre- 
sentá-lo? Com uma imagem que funde 0 artesão, e que 0 ou- 
rives cobre de ouro e lhe modela correntes de prata? Ou com 
0 ídolo do pobre que pode apenas escolher um bom pedaço 
de madeira e procurar um marceneiro para fazer uma ima- 
gem que não caia?
Isaías 40:18-20
A ideia de compará-Lo a ídolos feitos de pedaços de madeira 
ou esculpidos em forma de imagens, é simplesmente impensável. 
E o texto prossegue aumentando ainda mais a superioridade de 
Deus ao utilizar uma figura com a qual o planeta Terra parece
21 CHAMPLIN, Russel Norman. O Antigo Testamento Interpretado: Versículo por 
Versículo. Volume 3 (Página 2897). São Paulo: Hagnos, 2001.
54
2. O Tamanho do Meu Deus
muito menor, o que continua a reduzir a raça humana a uma in- 
significância comparada a menos do que nada:
Será que vocês não sabem? Nunca ouviram falar? Não 
lhes contaram desde a antiguidade? Vocês não compreende- 
ram como a terra foi fundada?
Isaías 40:21
Andromeda, a vizinha mais próxima da Via Láctea (se é que 
podemos definir dessa forma a distância de 2,54 milhões de anos- 
-luz de distância da Terra), é uma imensa galáxia formada como 
um cacho de planetas, sistemas estelares, nebulosas de enorme 
grandeza e que contém em torno de cem bilhões de sóis, cada 
qual maior do que o nosso próprio sol, e que perto de Deus, tam- 
bém não é nada:
Ele se assenta no seu trono, acima da cúpula da terra, 
cujos habitantes são pequenos como gafanhotos. Ele es- 
tende os céus como um forro, e os arma como uma tenda 
para neles habitar.
Isaías 40:22
Por isso somos comparados a insetos, ou seja, o Altíssimo está 
tão acima, que os homens ficam pequenos aos Seus olhos. E Ele 
quem estende as cortinas dos céus, mostrando toda a familiarida- 
de com o Universo, da mesma forma como o homem tem com a 
cortina de sua casa.
Ao particularizar, coloca-nos em um microscópio e dentre 
todos os humanos, destaca os grandes da terra, os poderosos, os 
príncipes e os juizes. E declara que não os vê de maneira especial, 
pois Ele mesmo reduz a nada os poderosos. Reconhece que até 
príncipes que têm algum poder, mal começam a ter solidez e são 
arrancados:
Ele aniquila os príncipes e reduz a nada os juizes 
deste mundo. Mal eles são plantados ou semeados, mal 
lançam raízes na terra, Deus sopra sobre eles, e eles mur­
55
Blindagem Contra As Trevas
cham; um redemoinho os leva como palha. "Com quem vo- 
cês me compararão? Quem se assemelha a mim?", pergun- 
ta 0 Santo.
Isaías 40:23-25
Também apresenta a imagem de um oficial general que reú- 
ne seus exércitos, fazendo a chamada e dando ordens para cada 
um, que obedecem imediatamente para se deslocarem em uma 
marcha de guerra. Cada estrela, cada planeta, cada galáxia, cada 
cometa está exatamente em seu lugar por ordem de Deus. Cada 
uma tem sua característica singular em brilho, tamanho e lugar 
no Universo. Ele conhece cada detalhe de cada estrela e cada uma
chama pelo seu nome:
Ergam os olhos e olhem para as alturas. Quem criou 
tudo isso? Aquele que põe em marcha cada estrela do seu 
exército celestial, e a todas chama pelo nome. Tão grande é 
0 seu poder e tão imensa a sua força, que nenhuma delas 
deixa de comparecer!
Isaías 40:21, 26
Por tudo isso, confie no nome desse Deus incomparável e 
desfrute do descanso de Sua habitação. Acredite, o seu Deus é tão 
grande que o mal não poderá deliberadamente tocá-lo.
ORAÇAO
Senhor meu Deus e meu Pai, sei que todas as promessas de proteção 
são para filhos obedientes. Portanto, em nome de Jesus, quero entregar 
a minha vida ao Senhor. Eu reconheço que sou pecador e que preciso do 
Seu perdão. Quero confessar que Seu filho Jesus de Nazaré é 0 meu único 
e suficiente Salvador. Peço que me lave no sangue da cruz, me purifique 
de todas as minhas iniquidades e transgressões e me dê uma vida nova. 
Clamo por Sua ajuda para conseguir obedecer aos Seus mandamentos.
Meu Pai Celestial, decido viver, a partir de hoje, em Seu esconderijo e 
descansar à Sua sombra,pois reconheço a Sua grandeza e a obra de Suas 
mãos expressa na Sua magnífica criação. Diante do Senhor os meus pro-
56
2. O Tamanho do Meu Deus
b le m a s s ã o c o m o n ad a . N a S u a p re s e n ça a m in h a v id a e s tá a b s o lu ta m e n te 
seg u ra . P o r isso , e u c la m o p a ra q u e la n c e p a ra lo n g e d e m im to d a s a s 
a m e a ç a s e a s p e r s e g u iç õ e s d o s m e u s in im ig o s e m e d ê a S u a m a ra v ilh o s a 
p a z . O ro em n o m e d e Jesu s . A m é m .
57
C apítulo 3
Lá b i o s q u e 
C o n q u i s t a m 
V i t ó r i a s
Se com a tua boca confessares ao Senhor 
Jesus, e em teu coração creres que Deus o 
ressuscitou dentre os m ortos, serás salvo.
Visto que com o coração se crê para a 
justiça, e com a boca se faz confissão para 
a salvação.
Romanos 1 0 ־910:
LÁBIOS QUE
CONQyiSTAMVlTÓRIAS
"Aquele que habita no esconderijo do Altíssimo, à som- 
bra do Onipotente descansará. Direi do Senhor: Ele é 0 meu 
Deus, 0 meu refúgio, a minha fortaleza, e Nele confiarei."
Salmo 91:1,2
salmista canta vantagem de sua segurança e total con- 
fiança na proteção oferecida por Deus, mesmo diante 
de adversários cruéis; suas palavras iniciais formam sentenças que 
expressam a certeza de que não é preciso temer o mal seja de cará- 
ter natural, humano ou espiritual.
Da sua própria boca são liberadas palavras que garantem o 
caráter imutável e salvador de Deus que livrará Seus filhos de to- 
das as maquinações malignas, seja qual for a ferocidade, a estraté- 
gia ou a violência do ataque de seus inimigos.
A proteção de Deus funciona como imunidade para o ho- 
mem que está sendo ameaçado por calamidades e que precisa de 
um abrigo; mas somente os que aceitam a oferta de permanecer 
debaixo da sombra do Altíssimo podem descansar.
A SOMBRA PROJETADA
Só é seguro descansar quando se está certo de que a sua segu- 
rança não pode ser abalada por nenhuma ameaça. A sombra do 
Altíssimo representa uma presença tão próxima que nada pode 
afetar o homem, justamente porque é protegido pela presença 
constante do Deus Onipotente:
61
Blindagem Concra As Trevas
0 SENHOR é quem te guarda; 0 SENHOR é a tua sombra 
à tua direita.
Salmo 121:5
Nos momentos de tentação, aflição e trevas, o salmista deck- 
ra que pode descansar sob a sombra de Deus. Até mesmo durante 
as lutas do dia-a־dia, com toda a exigência de esforço e o calor das 
batalhas, há segurança na presença do Todo-Poderoso.
Está claro que é na proximidade de Deus que a segurança re- 
side e que a Sua sombra é o lugar mais seguro da Terra e nenhum 
mal pode acontecer, contudo, se a proximidade d’Ele significa 
segurança, igualmente, ficar a distância significa estar vulnerável: 
Porque Tu tens sido 0 meu auxílio; então, à sombra das 
tuas asas me alegrarei.
Salmo 63:7
A decisão de descansar revela a confiança de deixar nas mãos 
de Deus o futuro com todos os seus interesses, crendo que “aquele 
que prometeu é fiel para cumprir” (Hebreus 10:23) a Sua pala- 
vra empenhada. Também comunica a intimidade com o Criador 
e quanto mais próximo, mais protegido estará sob à sombra do 
Onipotente:
Porque foste a fortaleza do pobre, e a fortaleza do ne- 
cessitado, na sua angústia; refúgio contra a tempestade, e 
sombra contra 0 calor; porque 0 sopro dos opressores é 
como a tempestade contra 0 muro.
Salmo 25:4
Essa sombra não diz respeito ao conceito literal do termo, 
mas apresenta o sentido numa linguagem figurada, que indica a 
influência exercida em favor do salvo em Cristo e o total e abso- 
luto controle sobre o protegido.
A sombra é uma correspondência exata do Altíssimo, que está 
colocado como um anteparo entre a ameaça e o filho de Deus.
62
3■ Lábios que Conquistam Vitórias
É o retrato da majestade divina e poderosa como uma enorme 
montanha cuja presença ressalta uma sombra ou esconderijo se- 
guro para abrigar o crente22. O nosso Deus é grande, portanto a 
Sua sombra é grande e os seus nomes, Altíssimo e Onipotente, 
anunciam toda a base que sustenta a segurança do salmista.
QUATRO BLINDAGENS CONTRA 
QUATRO ATAQUES
Aquele que habita no esconderijo do Altíssimo, à som- 
bra do Onipotente descansará. Direi do Senhor: Ele é 0 meu 
Deus, 0 meu refúgio, a minha fortaleza, e nele confiarei.
Salmos 91:1,2
De acordo com o dicionário da língua portuguesa23, blindar 
significa revestir, cobrir ou proteger. Para melhor compreensão, é 
preciso entender o que a blindagem acarreta quando se está sob a 
sombra do Altíssimo.
O Salmo 91 traz quatro blindagens que são credenciadas pe- 
los nomes que atribuem a Deus todo poder necessário para defen- 
der o ser humano contra quatro ataques que se seguirão logo nos 
versos posteriores.
Quatro palavras representam o tipo de proteção que Deus 
oferece aos que habitam em Sua presença: esconderijo, sombra, 
refúgio e fortaleza.
Altíssimo, Onipotente, Senhor e meu Deus são os quatro no- 
mes que endossam o caráter de Deus e definem como o Eterno 
garante toda a proteção necessária.
22 RADMACHER, Earl. ALLEN, Ronald B. HOUSE, H. Wayne. O Novo Comentário 
Bíblico do Antigo Testamento, Com Recursos Adicionais - A Palavra de Deus ao 
alcance de todos (Página 824). Rio de Janeiro: Editora Central Gospel, 2009.
23 MICHAELIS, Henriette. Dicionário Prático - Língua Portuguesa - Nova Ortogra-
fia (Página 82). Rio de Janeiro: Editora Melhoramentos, 2011.
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Blindagem Contra As Trevas
Você não temerá 0 pavor da noite, nem a flecha que 
voa de dia, nem a peste que se move sorrateira nas tre- 
vas, nem a praga que assola ao meio-dia.
Salmos 91:5,6
As quatro ameaças que intentarão contra a vida do crente 
são chamadas de “pavor da noite”, “flecha que voa de dia”, “pes- 
te sorrateira das trevas” e “praga que assola ao meio-dia” (Salmo 
91:5,6). Por causa da previsão desses ataques e a fim de não ser 
atingido pelos intentos malignos, o homem precisa estar protegí- 
do em um lugar absolutamente secreto:
Tens sido fortaleza para os pobres, refúgio para 0 
necessitado em sua aflição, abrigo contra a tempestade e 
sombra contra 0 calor quando 0 sopro dos cruéis é como 
tempestade contra um muro.
Isaías 25:4
AS CREDENCIAIS DO MEU DEUS 
PROTETOR
“Altíssimo”
Como já visto, as quatro metáforas de proteção: esconde- 
rijo, refúgio, sombra e fortaleza ligam-se a quatro nomes que 
identificam a Deus. Ele é um “refúgio” como um lugar secreto. 
Um “esconderijo” tranquilo e seguro que abriga das calamidades. 
Ele também é uma “fortaleza” que dá uma ideia de lugar de defesa 
para resistir aos ataques de forças opostas. E uma sombra proteto- 
ra que dá descanso:
Aquele que habita no esconderijo do Altíssimo...
Salmo 91:1
O salmo apresenta também quatro nomes divinos que se es- 
premem nos versos iniciais. Esses títulos são lembranças do tem­
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po dos patriarcas da Bíblia e endossam a identidade e o caráter de 
Deus.
Altíssimo (em hebraico Eliori), nome que aparece pela pri- 
meira vez em Gênesis 14:18-20 e sua tradução O apresenta como 
alguém que é mais exaltado do que os reis da Terra e do que os 
falsos deuses das nações.
Como superlativo de alto, Altíssimo é um título capaz de 
reduzir todas as ameaças ao seu tamanho certo, pois nada pode se 
comparar a Sua grandeza e majestade.
É significante entender que não existe uma escada, um salto, 
um avião ou até mesmo um ônibus espacial que possa chegar até 
alguém que está num lugar altíssimo. É um lugar inalcançável e 
onde todos os problemas, o caos, todas as loucuras e as dificulda- 
des não interferem na paz consequente do descansar no Altíssimo.
NÃO INTERESSA O QUE OS OUTROS
DIZEM
“Deus, Onipotente e Senhor”
Ao confessar quem é Deus, independentemente do que ou- 
tras pessoas possam dizer a Seu respeito, o salmista declara que o 
Senhor não falhará com ele, pois o Altíssimo é uma fortaleza e um 
castelo forte que pode escondê-lo. Não há nenhuma razão para 
questionar a Sua suficiência, basta apenas confiar.
Onipotente {El Shaddai)24, o Deus que

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