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UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS FACULDADE DE TECNOLOGIA ENGENHARIA DA COMPUTAÇÃO DEPARTAMENTO DE ELETRÔNICA E COMPUTAÇÃO LABORATÓRIO DE ELETRÔNICA ANALÓGICA I KENNEDY COELHO NOLASCO GUSTAVO DE FREITAS MARTINS RELATÓRIO 2: Polarização de Transistores e Amplificação com TBJ Manaus - AM 2022 KENNEDY COELHO NOLASCO GUSTAVO DE FREITAS MARTINS Diodos Segundo Relatório da Disciplina Laboratório de Eletrônica Analógica I apresentado ao Curso de Engenharia da Computação, Turma EC001. Francisco Januário, M.Sc. Manaus - AM 2022 Sumário 1 Introdução 2 2 Experimento 03 - Polarização de Transistores 2 2.1 Objetivos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 2.2 Fundamentação Teórica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 2.3 O Experimento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7 2.3.1 Material Utilizado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7 2.3.2 Procedimentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7 2.4 Resultados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13 3 Experimento 04 - Amplificação com TBJ 15 3.1 Objetivos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15 3.2 Fundamentação Teórica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15 3.3 O Experimento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20 3.3.1 Material Utilizado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20 3.3.2 Procedimentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21 3.3.3 Resultados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25 4 Conclusão 26 Referências 27 A Datasheet do transistor BC547B 28 1 Introdução Neste relatório serão apresentados os resultados dos Roteiro de Experimentos 03 - Polarização de Transistores e Roteiro de Experimentos 04 - Amplificação com TBJ. Ambos os roteiros foram disponi- bilizado pelo professor Januário através da plataforma CETELI Classroom, bem como a metodologia e as instruções em sala. Quanto aos experimentos, foram seguidos as duas práticas propostas nos roteiros. O relatório está dividindo em 4 seções, sendo a primeira a introdução, a segunda refere-se aos experimentos do laboratório 1, a terceira aos experimentos do laboratório 2 e por fim a conclusão. 2 Experimento 03 - Polarização de Transistores 2.1 Objetivos O objetivo deste relatório é analisar experimentalmente o comportamento de um transistor de jun- ção bipolar(TBJ) e como suas características mudam diante de diversas situações, também iremos verificar várias tipos de polarização e iremos realizar várias medições e analisar os resultados, para no final compararmos com a teoria e comprovarmos a autenticidade da mesma. Nesse relatório iremos analisar três tipos de polarização, a polarização com corrente de base constante, a polarização com corrente de emissor constante e a polarização por divisor de tensão na base, iremos medir as correntes de emissor, base e coletor para cada tipo de polarização, iremos medir a tensão dos nós emissor-base e emissor-coletor, depois iremos calcular o valor de β e comparar com o valor de β no datasheet e, no final, fazer comentários sobre os resultados obtidos. 2.2 Fundamentação Teórica O transistor é um componente fundamental para a eletrônica moderna, e foi o componente que possibilitou a revolução digital e a era dos computadores, ele é um dispositivo composto por um material semicondutor e possui três terminais, ele é utilizado para controlar circuitos ou para amplificar sinais, o precursor do transistor foi o tubo de vácuo, que era utilizado para fazer as mesmas tarefas que um transistor, porém um transistor consegue ser muito menor e necessita demenos energia para operar, fazendo com que os transistores revolucionassem a tecnologia do século XX, nesta fundamentação teórica nós iremos falar em específico, do transistor de junção bipolar. 2 Figura 1: Transistor TBJ e seu símbolo. Retirado da internet. Quando não existe corrente na base do transistor, ele não permite a passagem de corrente do coletor pro emissor, agindo como uma chave aberta, mas quando colocamos corrente na base do transistor, ele vai permitir a passagem de corrente entre o coletor e o emissor, a corrente que ele permite passar é proporcional à uma constante β, que é chamada de ganho β do transistor, que é específica de cada transistor, por isso é necessário cuidado ao se escolher um. Existem dois tipos de transistor de junção bipolar, que são os transistores PNP e os transistores NPN, eles são fabricados pela união de três materiais semicondutores, alternando entre os tipos de materiais, por exemplo o PNP é formado por três camadas, uma do tipo P, outra do tipo N e a última do tipo P, o transistor NPN é feito de forma similar, mas trocando o tipo de material, os transistores TBJ recebem esse nome por serem compostos de duas junções PN, a região do terminal emissor é mais dopada que a região dos terminais de base e coletor, a região do coletor é moderadamente dopada, enquanto a região de base é minimamente dopada. Um transistor TBJ possui diversos modos de operação, para explicar os modos, iremos considerar um transistor NPN, no modo de operação em corte, a junção emissor-base é polarizada reversamente, e a junção coletor-base também é polarizada reversamente, nesse modo de operação o transistor vai agir como uma chave aberta, não permitindo passagem de corrente por ele. Figura 2: Transistor no modo de operação em corte. Retirado da internet. O segundo modo de operação é o modo de saturação, nesse modo a junção emissor-base é polari- 3 zada diretamente e a junção coletor-base é polarizada diretamente, nesse modo o transistor age como um curto-circuito, permitindo a passagem total de corrente por ele. Figura 3: Transistor no modo de operação em corte. Retirado da internet. O terceiro modo de operação de um transistor TBJ é o modo ativo, nesse modo a junção emissor- base é polarizada diretamente e a junção coletor-base é polarizada reversamente, nessemodo a corrente que passa entre o coletor e o emissor é proporcional à corrente de base. Figura 4: Transistor no modo de operação ativo. Retirado da internet. Podemos perceber que para utilizar o transistor como uma chave eletrônica, utiliza-se ele nos modos de saturação e corte, o modo de saturação ativa o estado on do circuito e o modo de corte ativa o estado off do circuito. Para utilizar o transistor como um amplificador de sinal, utilizamos ele no modo ativo, pois é possível controlar a corrente entre o emissor e coletor variando a corrente de base. Observando a Figura 4, nós podemos analisar o comportamento das duas junções PN do transistor TBJ quando ele está em modo ativo, nesse modo, irá existir uma corrente de base, essa corrente irá 4 reduzir o tamanho da região de depleção e isso fará com que os elétrons se locomovam através da região de depleção, gerando corrente, a magnitude da corrente vai depender da corrente da base pois ela vai influenciar no tamanho da região de depleção, o transistor TBJ funciona a partir desse principio, quando ele está em modo de corte, a região de depleção aumenta, fazendo com que seja impossível os elétrons se locomoverem através dela, o que impede a geração de corrente através do resistor, no modo de saturação as junções PN se comportam de maneira similar ao modo de operação ativo, também ocorre a redução da região de depleção, porém essa redução vai ser maior. A corrente de coletor é a corrente que passa pelo coletor, é a corrente que a corrente de base permite passar pelo terminal coletor. A corrente de base é a corrente que controla o comportamento do transistor, essa corrente vai injetar lacunas da base para o emissor, também é responsável pela recombinação de elétrons com lacunas na base: iB = ICβ (1) A corrente de emissor é a soma das correntes de base e coletor: iE = iC + iB (2) Onde α é o ganho de corrente de base comum do transistor: α = β β + 1 (3) O ganho β de um transistor, também conhecido como ganho de corrente de emissor comum, ele pode ser obtido a partir da fórmula da corrente de base ou pela seguinte fórmula: β = α 1− α (4) Quando o transistor está no modo de operação ativo, ele pode ser polarizado de várias maneiras diferentes e ter características distintas para cada tipo de polarização, nesse relatório nós fizemos testes com três tipos de polarização, a primeira foi a polarização com corrente de base constante, neste tipo de circuito, a corrente de base IB não varia pois a tensão de entrada Vcc e o resistor de base RB são constantes. 5 Figura 5: Polarização com corrente de base constante. Retirado da internet. Esse tipo de circuito sofre muito com mudanças de temperatura, pois as variações da corrente de fuga e do ganho βcom a temperatura são grandes, fazendo com que a corrente de coletor IC também varie, fazendo com que ela fique instável na região ativa. O segundo tipo de polarização é a polarização com corrente de emissor constante, para se ter essa polarização nós adicionamos no circuito da imagem 6 um resistor RE no terminal emissor do transistor, essa polarização resolve o problema da instabilidade na região ativa, com a adição do resistor RE , quando a corrente do coletor aumenta por conta do aumento da temperatura, a tensão no resistor RE também aumenta, diminuindo a tensão no resistorRB para compensar a equação da malha de entrada, quando a tensão no resistor RB diminui, a corrente de base IB também diminui, fazendo com que a corrente no coletor IC também diminua pois IC = β ∗ IB, por conta disso nós garantimos uma estabilidade maior ao transistor na região ativa. Figura 6: Polarização com corrente de emissor constante.. Retirado da internet. A polarização por divisor de tensão na base resolve problemas de instabilidade mais eficiente- mente, principalmente a instabilidade por temperatura, esse tipo de polarização é montada da seguinte maneira: 6 Figura 7: Polarização por divisor de tensão na base. Retirado da internet. Onde VR2 = VBE + VRE , como as tensões VR2 e VBE quase não variam, a tensão VRE é pratica- mente constante, fazendo com que a corrente de emissor e coletor não variem também, fazendo com que os parâmetros de polarização não se alterem, independente das variações de β. 2.3 O Experimento 2.3.1 Material Utilizado Os componentes e materiais que utilizamos para a montagem dos circuitos foram os seguintes: • Fonte de tensão • Transistor BC548 (Substituído pelo BC547B) • Resistores: 100Ω, 330Ω, 1,2kΩ, 1kΩ, 3,9kΩ, 5,6kΩ, 150kΩ – 1/4W • Multímetro • Protoboard Em todos os circuitos substituímos o transistor BC548 pelo BC547B para ter melhores resultados. 2.3.2 Procedimentos Seguimos o passa-a-passo dado no roteiro do experimento. 4.1.1 – Monte o Circuito apresentado pela Figura. Para a primeira polarização, utilizamos a configuração de corrente de base constante, o circuito apresentado no roteiro é o da Figura 8. 7 Figura 8: Circuito de polarização com corrente de base constante. O circuito montado pode ser visto na Figura 9. Figura 9: Circuito do segmento 4.1.1 montado. 4.1.2 – Anote na Tabela os valores requisitados. 8 Tabela 1: Medições para polarização com corrente de base constante. IB (μA) IC (mA) IE (mA) VBE (V) VCE (V) Calculado 75,333 25,608 25,683 0,7 3,549 Medido 74,1 25,2 25,4 0,72 3,6 Para esse segmento, nós fizemos o cálculo de IB, IC , IE, VBEeVCE , para fazer esses cálculos fixa- mos o valor de VBE em 0,7V e utilizamos o valor de βdo transistor, para obter βutilizamos as medidas obtidas com o multímetro da corrente IB e IC , depois substituímos na fórmula β = IC Ib = 25,2∗10 −3 74,1∗10−6 . Agora basta utilizar as fórmulas e substituir os valores: IB = (12–0, 7)/150000 = 75, 333A IC = 340, 08 ∗ 75, 3 ∗ 10− 6 = 25, 608mA IE = IB + IC = 25, 683mA VBE = 0, 7V VCE = 12–(330 ∗ 25, 608 ∗ 10− 3) = 3, 549V 4.1.3 – Anote os valores do parâmetro β da folha de especificação e o obtido com os dados oriundos da medição. Basta ver o valor no datasheet do transistor e calcular com o βcalculado, o datasheet utilizado está anexado no final do relatório. Tabela 2 β (Folha de especificação) 200 a 450 β (IC/IB – medidos da tabela) 340,08 4.2.1 - Monte o circuito apresentado na figura Para a segunda polarização, utilizamos a configuração de corrente de emissor constante, o dia- grama do circuito Figura 10. 9 Figura 10: Circuito de polarização com corrente de emissor constante. O circuito montado no laboratório ficou conforme a Figura 11. Figura 11: Circuito montado no laboratório. 10 4.2.2 - Anote na Tabela 2 os valores requisitados. Tabela 3: Medições para polarização com corrente de emissor constante. IB (μA) IC (mA) IE (mA) VBE (V) VCE (V) Calculado 61,413 20,817 20,879 0,7 3,042 Medido 59,0 20,0 20,1 0,722 3,14 Similar ao primeiro experimento, fixamos VBE em 0,7V e calculamos β, que ficou β = IC IB = 20∗10−3 59∗10−6 = 338, 98 Agora basta utilizar as fórmulas e substituir os valores: IB = (12− 0, 7)/(150000 + (338, 98 + 1) ∗ 100) = 61, 413A IC = 338, 98 ∗ 61, 413 ∗ 10− 6 = 20, 817mA IE = IB + IC = 20, 879mA VBE = 0, 7V VCE = 12− 20, 757 ∗ 10− 3 ∗ 330− 100 ∗ 20, 879 ∗ 10− 3 = 3, 04V 4.2.3 - Anote os valores do parâmetro β da folha de especificação e o obtido com os dados oriundos da medição. Tabela 4 β (Folha de especificação) 200 a 450 β (IC/IB – medidos da tabela) 338,98 4.3.1 - Monte o Circuito apresentado pela Figura. Para a terceira polarização, utilizamos a configuração de polarização por divisão de tensão, o circuito apresentado no roteiro é o seguinte: 11 Figura 12: Diagrama do circuito de polarização por divisão de tensão. Infelizmente, para essa configuração, não tiramos foto do circuito que montamos no laboratório, trocamos o resistor de 3,3k ohms por um de 3,9k ohms. 4.3.2 - Anote na Tabela 3 os valores requisitados. Tabela 5 IB (μA) IC (mA) IE (mA) VBE (V) VCE (V) Calculado 3,446 1,410 1,413 0,7 5,08 Medido 4,3 1,76 1,62 0,64 4,47 β = IC Ib = 1,76∗10 −3 4,3∗10−6 = 409, 302 Para essa polarização utilizaremos o equivalente de Thevénin. 12 Figura 13: Equivalente de Thevénin do circuito da imagem 12. IB = 3, 446A IC = 409, 302 ∗ 3, 446 ∗ 10− 6 = 1, 410mA IE = IB + IC = 1, 413mA VBE = 0, 7V VCE = 12− 3900 ∗ 1.410 ∗ 10− 3− 1000 ∗ 1, 413 ∗ 10− 3 = 5, 08V 4.3.3 - Anote os valores do parâmetro b da folha de especificação e o obtido com os dados oriundos da medição. Tabela 6 β (Folha de especificação) 200 a 450 β (IC/IB – medidos da tabela) 409,302 2.4 Resultados 1) Comente sobre os resultados encontrados em relação aos esperados para cada tipo de polarização. Em cada tipo de polarização, nós fizemos as medições de corrente de base, corrente de coletor, corrente de emissor, tensão base-emissor e tensão coletor-emissor, para cada medição feita em labora- tório, nós calculamos o valor utilizando as fórmulas teóricas, e como vimos, os resultados calculados deram bem próximos dos valores medidos, e os valores coincidiram com as características apresen- tadas na fundamentação teórica. Além disso, para cada tipo de polarização, nós calculamos o valor 13 de β e vimos que o valor estava no intervalo de valores especificados no datasheet do dispositivo, os resultados obtidos experimentalmente foram satisfatórios. 2) O experimento se mostrou válido? Explique por quê? O objetivo deste experimento é aprender como os tipos de polarização são montados, e analisar a diferença entre cada tipo de polarização de forma prática, ao realizar o experimento no laboratório conseguimos entender como os tipos de polarização são feitos, e ao fazer os cálculos nós pudemos verificar que as medições feitas em laboratório estavam corretas, e fazendo a comparação entre cada tipo de polarização, pudemos observar as diferenças dascaracterísticas de cada uma, por fim pudemos verificar a autenticidade das fórmulas teóricas realizando o cálculo utilizando-as e comparando com as medições feitas, tendo tudo isso em mente, podemos dizer que o experimento se mostrou válido, nos dando uma boa visualização de como funciona a polarização de transistores TBJ. Uma coisa a se observar é que cada tipo de polarização possui suas vantagens e desvantagens, mas algumas podem ser vistas a seguir: • Polarização simples e barato de se implementar. • Circuito sensível à variações de temperatura e de β, fazendo ele se tornar instável na região ativa. • Se mudarmos o transistor, todos os parâmetros mudam, além de mudar também o ponto de operação. • Esse tipo de polarização é raramente utilizado em circuitos lineares devido aos pontos discutidos acima, mas é utilizado em circuitos onde o transistor age como uma chave de liga/desliga. Polarização com corrente de emissor constante: • Circuito estável em relação à variações de temperatura e variações de β. • Caso esteja usando essa polarização em um amplificador, ele terá ganho de tensão reduzido devido ao resistor RE . • Esse tipo de polarização é utilizado em circuitos lineares quando se há uma análise se vale a pena ou não, levando em conta as vantagens e desvantagens acima. Polarização por divisão de tensão: • Circuito é mais estável ainda em relação à variações de temperatura e variações de β. • Também ocorrerá uma redução do ganho de tensão do amplificador caso esteja utilizando essa polarização, por conta do resistor RE . 14 • Esse tipo de polarização é bastante utilizada em circuitos lineares devido à sua estabilidade. Apesar de não termos visto no experimento todas as vantagens e desvantagens mencionadas acima, pudemos ter um bom entendimento de como os circuitos funcionam, como eles são montados e podem ser utilizados. 3 Experimento 04 - Amplificação com TBJ 3.1 Objetivos Neste relatório iremos observar experimentalmente como um transistor TBJ pode ser utilizado para fazer um circuito amplificador de sinais, vendo como um sinal de entrada é modificado pelo amplifi- cador, observando o sinal de saída. Utilizaremos o transistor no modo de operação ativo e utilizando a polarização por divisor de tensão, iremos ver na prática como os amplificadores funcionam assim como as suas características, além de observar os diversos aspectos que podem influenciar no fun- cionamento de um amplificador. Mediremos o ganho de tensão que o amplificador possui, também veremos a diferença de fase na saída que ocorre quando utilizamos tais circuitos, outro ponto impor- tante que analisaremos nesse circuito é como capacitores de acoplamento podem ser utilizados para auxiliar no funcionamento de um amplificador, veremos como esses capacitores alteram o comporta- mento do circuito. Para cada resultado obtido em laboratório, faremos uma análise comparativa dos resultados que conseguimos ao realizar o roteiro, comparando eles à teoria, comprovando a veracidade da mesma. 3.2 Fundamentação Teórica Vimos no roteiro anterior que o transistor TBJ possui três modos de operação, esses modos são o de saturação, corte e ativo, falamos um pouco também como um transistor TBJ pode ser utilizado para amplificar sinais, quando este está em modo de operação ativo, neste roteiro iremos entrar em mais detalhes como podemos utiliza-lo para montar um circuito amplificador. Um amplificador é um circuito que aumenta a potência do sinal de entrada, o coeficiente em que o sinal é amplificado é chamado de ganho, existem ganhos de corrente, tensão, e potência, os três são calculados da mesma forma, o valor da saída dividido pelo valor da entrada, as fórmulas para os ganhos são: 15 Figura 14: Circuito para demonstrar as fórmulas. Retirado da internet. GanhoDeTensao(Av) = vo vi GanhoDePotencia(Ap) = PotenciaNaCarga(PL) PotenciaNaEntrada(Pi) = voi0 viii GanhoDeCorrente(Ai) = io ii Figura 15: Símbolo do amplificador. Retirado da internet. A fórmula dada para os ganhos não possuem unidade de medidas, são apenas coeficientes que multiplicam o valor da entrada, caso se queira obter um valor de ganho que possua unidade de medida, utilizamos as seguintes fórmulas para obter o valor dos ganhos em decibéis: GanhoDeTensao(dB) = 20log|Av|dB GanhoDeCorrente(dB) = 20log|Ai|dB GanhoDePotenciao(dB) = 10log|Ap|dB Apesar do amplificador ser um dispositivo que aumenta a potência do sinal de entrada, podemos ter casos em que o valor do ganho do amplificador seja negativo, existem duas situações, a primeira é quando o ganho adimensional(sem unidade de medida) é negativo, que significa que o amplificador defasou o sinal de entrada em 180°, chamamos esse tipo de amplificador de amplificador inversor. O segundo caso é quando o ganho em decibéis é negativo, quando isso ocorre, quer dizer que houve uma perda do sinal de entrada, a amplitude do sinal de saída será menor que a amplitude do sinal de entrada, ou seja, ao invés de amplificar o sinal de entrada, ocorrerá uma redução do sinal. 16 Figura 16: Gráfico de tensão de entrada e saída de um amplificador não-inversor. Retirado da internet. Figura 17: Gráfico de tensão de entrada e saída de um amplificador inversor. Retirado da internet. O gráfico de tensão de entrada e saída para o amplificador que reduz o sinal de entrada será parecida com o gráfico da imagem 2, porém os sinais de entrada e saída estariam trocados, sendo a tensão maior na entrada e uma tensão menor na saída. Podemos construir um amplificador utilizando um transistor TBJ, para fazer isso basta fazer com que ele fique no modo de operação ativo. Figura 18: Exemplo de um circuito amplificador utilizando um transistor TBJ. Retirado da internet. 17 Um amplificador linear permite que o sinal de entrada seja amplificado sem nenhuma distorção no sinal de saída, pois ele não altera a forma de onda do sinal de entrada, porém o amplificador linear é um amplificador ideal, na vida real ele será difícil de se encontrar, fazendo com que sejam utilizados amplificadores não-lineares, porém podemos fazer com que um amplificador não linear se comporte como um amplificador linear, para fazer isso precisamos polarizar o circuito amplificador adequadamente para que ele funcione no ponto de operação Q, que está ilustrado na figura a seguir. Figura 19: Curva característica do amplificador. Retirado da internet. Para obter o ponto de operação Q, precisamos polarizar o circuito com uma fonte de tensão contí- nua, assim como foi feito no roteiro do experimento 3, isso faz com que o amplificador opere no centro da curva, fazendo com que ele se comporte como um amplificador linear, a partir do gráfico acima conseguimos obter o ganho de tensão do amplificador, que é exatamente a inclinação da reta. Neste roteiro utilizamos o amplificador na configuração de emissor comum, ele é caracterizado da seguinte maneira: 18 Figura 20: Amplificador na configuração de emissor comum. Retirado da internet. Ele possui as seguintes características: • A tensão de entrada Vin é composta por uma componente de corrente continua e uma compo- nente de corrente alternada, que seria o sinal de polarização e o sinal que desejamos amplificar. • Vin está entre a base e o emissor e é igual à VBE(Tensão base-emissor) e Vout está entre o coletor e o emissor e é igual à VCE(Tensão coletor-emissor). • Semelhante à Vin, a tensão de saída Vout também possui uma componente de corrente continua e uma componente de corrente alternada, que seria o sinal de polarização e o sinal amplificado. • O resistor RC serve para fazer a polarização do circuito, também tem a tarefa de converter a corrente ic na tensão de saída Vout. tensão V+ é a tensão que polariza o circuito, também vai fornecer a potência necessária para o amplificador funcionar corretamente. O ganho de tensão do amplificador TBJ linear é dado pela seguinte fórmula: Av = − Vcc − Vce VT (5) Onde VCC é a tensão que polariza o circuito e VT é a tensãotérmica. Como podemos ver, o ganho adimensional possui sinal negativo, isso quer dizer que o amplificador emissor comum é um amplificador inversor, o sina de saída será defasado em 180°. Como visto anteriormente, os sinais de entrada e saída do amplificador terão componentes DC e AC, mas isso pode fazer com que o circuito se comporte de maneira inesperada, para resolver esse problema utiliza-se capacitores de acoplamento, 19 que vai filtrar as frequências indesejadas do sinal, melhorando o funcionamento do circuito e reduzindo o ruído. Figura 21: Circuito amplificador com capacitores de acoplamento. Retirado da internet. No circuito acima, temos três capacitores de acoplamento que estão sendo indicados pelas setas, o capacitor na entrada irá filtrar o componente DC do sinal, permitindo passagem apenas o componente AC, que será amplificado. O capacitor no sinal de saída também fará o mesmo papel, ele irá filtrar o componente DC e deixará passar apenas o componente AC amplificado. Já o capacitor no canto inferior direito irá fazer o contrário, ele irá barrar o componente AC e deixar passar apenas a parte DC do sinal, estabilizando a corrente do emissor e melhorando o funcionamento do circuito. 3.3 O Experimento 3.3.1 Material Utilizado Os componentes e materiais que utilizamos para a montagem dos circuitos foram os seguintes: • Fonte de tensão • Transistores: BC548 ou BC547 • Resistores: 220Ω, 1KΩ, 3,3KΩ, 10KΩ, 33KΩ e 82KΩ - 1/4W • Capacitores: 10μF, 15μF e 47μF > 16V • Multímetro • Osciloscópio 20 3.3.2 Procedimentos Novamente, seguimos o passa-a-passo dado no roteiro do experimento. 4.1.1 Monte o Circuito apresentado pela Figura. Figura 22: Circuito Amplificador Emissor Comum. Retirado do roteiro. 21 Figura 23: Circuito Amplificador Emissor Comum montado. 4.1.2 Meça e anote na Tabela os valores requisitados observando os seguintes passos. a) Antes de aplicar o sinal vs, meça as tensões VBE e VCE e certifique-se se o transistor está operando na região ativa. Meça também a corrente IC Compare com as estimativas teóricas. As medições e os valores calculados estão na tabela abaixo: Tabela 7 Vbe Vce Ic Calculado 0,7V 0V 2,805mA Medido 0,67V 1,04V 2,160mA Medimos um valormuito alto para Vce, repetimos amedição diversas e vezes e checamos o circuito. Apesar dessa discrepância, decidimos continuar o experimento. 22 b)Aplique na entrada vs do amplificador uma tensão senoidal de amplitude 100mVe frequên- cia 1KHz. Observe as formas de onda de Vs e Vo no osciloscópio. Verifique a diferença de fase. Meça as amplitudes e calcule o ganho de tensão. Compare com o ganho estimado teoricamente. As formas de onda no osciloscópio: Figura 24: Vs Figura 25: Vo 23 Figura 26: Vs e Vo O TBJ está operando em modo de saturação. A saída está defasada em 180° em relação à entrada. O ganho é dado por aproximadamente Av = −10. c) Observe a tensão nos seguintes pontos: Tabela 8 DC AC Entrada 3,27V 100mV Base do Transistor 2,55V 10V Emissor do Transistor 1,94V 840mV Nó entre RE1 e RE2 1,59V 1V Coletor do Transistor 6,74V 9V Saída 0,4mV 1V d) Aumente a amplitude do sinal vs enquanto observa no osciloscópio o sinal de saída Vo. Verifique a máxima amplitude de Vo sem distorção. Verifique se a distorção é devida ao corte ou à saturação. Observamos que a amplitude máxima para Vo foi de 300 mV. Tabela 9 Vce Ic Av |v0| |vs| Calculado 5,217V 1,485mA 12,3 3,69V 300mV Medido 5,345V 1,833mA 12,86 3,94V 300mV 4.1.3 Retire o capacitor de emissor CE do circuito da Figura 2 e meça e anote na Tabela 2 os valores requisitados, observando os seguintes passos: 24 a) Antes de aplicar o sinal vs, meça as tensões VBE e VCE e certifique-se se o transistor está operando na região ativa. Meça também a corrente IC Compare com as estimativas teóricas. Infelizmente perdemos as imagens do das medições no osciloscópio. b)Aplique na entrada vs do amplificador uma tensão senoidal de amplitude 100mVe freqüên- cia 1KHz. Observe as formas de onda de Vs e Vo no osciloscópio. Verifique a diferença de fase. Meça as amplitudes e calcule o ganho de tensão. Compare com o ganho estimado teoricamente c) Observe a tensão nos seguintes pontos: As medições e os valores calculados estão na tabela abaixo: Tabela 10 DC AC Entrada 16,9µV 100mV Base do Transistor 3,33V 103mV Emissor do Transistor 2,69V 138,56mV Nó entre RE1 e RE2 3,33V 141,416mV Coletor do Transistor 4,72V 280mV Saída 33µV 280mV Tabela 11 Vce Ic Av Calculado 1,85V 2,24mA 290 Medido 2,128V 2,04mA 324 d) Compare as tensões com os respectivos valores observados com capacitor CE. Justifique as diferenças 0 capacitor emissor serve para aumentar o ganho do amplificador. Assim, observando as diferen- ças, vemos que a tensão em Vce é muito menor sem o capacitor. Isso acontece devido ao capacitor passar se comportar como um curto-circuito com os resistores emissores devido à sua reatância. Então em altas frequências, RE passa a ser 0, aumentando o ganho. 3.3.3 Resultados Respondendo às questões propostas: 1) Comente sobre os resultados encontrados em relação aos esperados para o amplificador de pequenos sinais. Primeiramente foi analisado o circuito em regime contínuo e depois em regime alternado, sem o capacitor emissor. Observamos que em regime alternado o capacitor se comporta em curto-circuito, 25 forçando o TBJ a atingir seu ponto de saturação. Sem o capacitor, o TBJ permanece em modo ativo. Assim, temos que a inclusão do capacitor emissor é fundamental para se obter um maior ganho no amplificador de pequenos sinais. 2) O experimento se mostrou válido? Explique Sim, apesar de alguns problemas de execução e a perda de algumas imagens, o experimento de- monstrou claramente o comportamento do amplificador para pequenos sinais, observou-se a atuação do TBJ em modo ativo e em modo saturação e como o capacitor emissor atua. 4 Conclusão Com o experimento 03, pudemos verificar experimentalmente o funcionamento de transistores TBJ, assim como fazer uma análise sobre os diferentes tipos de polarização que ele pode ter, todos os objetivos para este relatório foram alcançados, fazendo com que pudéssemos ter um bom entendimento do conteúdo do roteiro, vimos como um transistor opera no modo ativo, como funciona a relação da corrente de base com a corrente do coletor através do parâmetro β, que pôde ser calculado, vimos como os parâmetros do circuito se comporta em cada tipo de polarização, vendo as vantagens e desvantagens de cada circuito, fazendo com que possamos escolher de maneira adequada o tipo de polarização para a montagem de um circuito. Nesse laboratório não encontramos nenhuma grande dificuldade, a montagem no laboratório foi feita de maneira satisfatória, e através dos cálculos e medições, pudemos fazer uma boa comparação do resultado experimental e a teoria, comprovando a autenticidade da mesma. Já no experimento 04, verificamos o funcionamento de um amplificador de pequenos sinais uti- lizando transistores TBJ. Os resultados obtidos demonstraram claramente os efeitos do transistor e a estrutura do amplificador e o papel do capacitor emissor. 26 Referências Material disponibilizado pelo professor. https://en.wikipedia.org/wiki/Bipolartransistorbiasing https://www.allaboutcircuits.com/textbook/semiconductors/chpt-4/active-mode-operation-bjt/ http://joinville.ifsc.edu.br/btaques/ https://www.electronics-tutorials.ws/transistor/tran1.html https://www.electronics-tutorials.ws/amplifier/amp2.html 27 B C 546 / B C 547 / B C 548 / B C 549 / B C 550 — N P N E p itax ial S ilico n Tra n sis to r © 2002 Fairchild Semiconductor Corporation www.fairchildsemi.com BC546 / BC547 / BC548 / BC549 / BC550 Rev. 1.1.0 2 Absolute Maximum Ratings Stresses exceeding the absolute maximum ratings may damage the device. The device may not function or be opera- ble above the recommended operating conditions and stressing the parts to these levels is not recommended. In addi-tion, extended exposure to stresses above the recommended operating conditions may affect device reliability. The absolute maximum ratings are stress ratings only. Values are at TA = 25°C unless otherwise noted. Electrical Characteristics Values are at TA = 25°C unless otherwise noted. hFE Classification Symbol Parameter Value Unit VCBO Collector-Base Voltage BC546 80 VBC547 / BC550 50 BC548 / BC549 30 VCEO Collector-Emitter Voltage BC546 65 VBC547 / BC550 45 BC548 / BC549 30 VEBO Emitter-Base Voltage BC546 / BC547 6 V BC548 / BC549 / BC550 5 IC Collector Current (DC) 100 mA PC Collector Power Dissipation 500 mW TJ Junction Temperature 150 °C TSTG Storage Temperature Range -65 to +150 °C Symbol Parameter Conditions Min. Typ. Max. Unit ICBO Collector Cut-Off Current VCB = 30 V, IE = 0 15 nA hFE DC Current Gain VCE = 5 V, IC = 2 mA 110 800 VCE(sat) Collector-Emitter Saturation Voltage IC = 10 mA, IB = 0.5 mA 90 250 mV IC = 100 mA, IB = 5 mA 250 600 VBE(sat) Collector-Base Saturation Voltage IC = 10 mA, IB = 0.5 mA 700 mV IC = 100 mA, IB = 5 mA 900 VBE(on) Base-Emitter On Voltage VCE = 5 V, IC = 2 mA 580 660 700 mV VCE = 5 V, IC = 10 mA 720 fT Current Gain Bandwidth Product VCE = 5 V, IC = 10 mA, f = 100 MHz 300 MHz Cob Output Capacitance VCB = 10 V, IE = 0, f = 1 MHz 3.5 6.0 pF Cib Input Capacitance VEB = 0.5 V, IC = 0, f = 1 MHz 9 pF NF Noise Figure BC546 / BC547 / BC548 VCE = 5 V, IC = 200 μA, f = 1 kHz, RG = 2 kΩ 2 10 dB BC549 / BC550 1.2 4.0 BC549 VCE = 5 V, IC = 200 μA, RG = 2 kΩ, f = 30 to 15000 MHz 1.4 4.0 BC550 1.4 3.0 Classification A B C hFE 110 ~ 220 200 ~ 450 420 ~ 800 A Datasheet do transistor BC547B 28 Introdução Experimento 03 - Polarização de Transistores Objetivos Fundamentação Teórica O Experimento Material Utilizado Procedimentos Resultados Experimento 04 - Amplificação com TBJ Objetivos Fundamentação Teórica O Experimento Material Utilizado Procedimentos Resultados Conclusão Referências Datasheet do transistor BC547B
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