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DIVERSIDADE NA CONTEMPORANEIDADE AULA 1 – DIVERSIDADE E SEUS PRINCIPAIS CONCEITOS MATERIAL ELABORADO PARA FINS DIDÁTICOS PROFA DRA VIVIANI ANAYA DIVERSIDADE E SEUS PRINCIPAIS CONCEITOS • Diversidade: construção histórica das diferenças (social, cultural ou política); • A d v é m d a s r e l a ç õ e s d e p o d e r e d a s desigualdades; • Preconceito: julgamento feito de maneira preconcebida, que se manifesta numa atitude discriminatória, frente à diferença nas pessoas; • É uma ideia formada antecipadamente e que não tem critério algum, a não ser sua percepção errônea de mundo. • Alteridade: apreender o outro nas suas diferenças gerando um conhecimento novo e uma atitude nova em relação a cada grupo e a cada indivíduo dentro da sociedade. AMPLIANDO CONCEITOS • Etnocentrismo: É a visão de mundo produzida a partir de nossos próprios valores, modelos e ideias; • O Etnocêntrico tende a julgar, de maneira preconceituosa, culturas e experiências humanas distintas da sua, mesmo sem conhecê-las; • Vê o mundo de acordo com sua própria cultura e a considera superior às demais; • Etnocídio, ou genocídio cultral embate entre duas ou mais culturas resultando no extermínio de uma delas; • Alteridade é o contrário de etnocentrismo. AMPLIANDO CONCEITOS • Relativismo Cultural: interação despida de preconceitos, onde se busca conhecer os va lores , c renças e ide ias de uma determinada sociedade levando em conta seu próprio contexto. • Estereótipo: é um conceito, ideia ou modelo de imagem atribuída às pessoas ou grupos s o c i a i s , m u i ta s veze s d e m a n e i ra preconceituosa ; • Em resumo, os estereótipos são impressões, pré-conceitos e “rótulos” criados de maneira generalizada e simplificada pelo senso comum e sem fundamentação teórica Para pensar... • Intolerância, aceitação, respeito; • Diversidade: conceito ou atitude? DIVERSIDADE NA CONTEMPORANEIDADE AULA 2 – GÊNERO E SEXUALIDADE MATERIAL ELABORADO PARA FINS DIDÁTICOS PROFA DRA VIVIANI ANAYA DIVERSIDADE CULTURAL • Diversidade Religiosa: Fundamentalismo e discriminação religiosa; • Diversidade Sexual: Reducionismo a questões morais e religiosas; • Diversidade sexual vai além do gênero ou da sexualidade, é um conjunto de vivências, são nossas práticas, nossos desejos, nossos comportamentos, nossas expressões, a forma como agimos, como vemos e como mostramos a nossa sexualidade; GÊNERO • GÊNERO: é a construção social. O conceito foi criado nos anos 70, para diferenciar a dimensão biológica da social. • Sexo é um dado biológico, tudo aquilo relacionado ao nosso corpo físico; Gênero é um fato, uma construção sociocultural; • Relações de gênero: poder e resistência. • Gênero: reducionismo e homogeneização; • Movimentos feministas: 1ª onda: Movimento Sufragista: O Movimento Sufragista foi um movimento social, político e econômico que visava estender para as mulheres o direito de votar. • Outra grande reinvindicação das mulheres foi o direito à educação, fato que possibilitou o acesso às carreiras consideradas masculinas, como por exemplo, a medicina e o direito GÊNERO • Segunda Onda: anos de 1960 e 1970: Novas preocupações políticas e sociais passaram a ocupar a pauta: questões referentes ao espaço privado; a luta pela autonomia do próprio corpo; • Movimentos com o objetivo inicial, de (re)afirmar a i d e n t i d a d e d e m u l h e r , e m u m e s p a ç o predominantemente masculino. • Portanto, gênero é o primeiro modo de dar significados às diferenças. E essas diferenças são construídas socialmente. • Nesse sentido, o gênero feminino e o gênero masculino estão em um processo social contínuo. Essa categoria relacional é o que define ser homem e ser mulher e o que se espera socialmente de um, é diferente do que se espera do outro. • Essa divisão binária entre o masculino e o feminino foram as primeiras concepções das relações de gênero, ou seja, ainda com o enfoque pautado no sexo, não conseguindo se desvincular das características biológicas SEXUALIDADE • A sexualidade é um conjunto de fatores que são construídos socialmente mediante o tempo e espaço. • Cabe mencionar que a sexualidade também é normatizada, há uma pedagogia da sexualidade que nos ensina socialmente o que é certo e o que foge aos padrões. • Desde a infância nos dizem o que podemos ou não fazer quando relacionados ao nosso corpo e à nossa sexualidade. • Nesse sentido, a sexualidade, assim como gênero, é uma construção histórica e não pode ser interpretada como algo dado, como um fenômeno natural. • Nessa perspectiva, devemos lembrar que as possibilidades da sexualidade também são construídas a partir dessas relações sociais. • Quando nascemos, ancorada em nosso corpo, a sociedade dirá com quem devemos nos relacionar sexualmente, e essa regra é heteronormativa, ou seja, devemos nos relacionar com pessoas que têm o sexo oposto ao nosso. • Cabe mencionar que a sexualidade também é normatizada; • Há uma pedagogia da sexualidade que nos ensina socialmente o que é certo e o que foge aos padrões. Desde a infância nos dizem o que podemos ou não fazer quando relacionados ao nosso corpo e à nossa sexualidade GÊNERO E VIOLÊNCIA • Heteronormatividade: termo que se refere e limita o desejo sexual ao par binário: homem e mulher. Toda a manifestação contrária a esse modelo é marginalizada, oprimida, violentada. • Homofobia: Homofobia é a discriminação para pessoas com orientação diferente da heterossexual • A identidade de gênero está associada, de maneira direta, à subjetividade, ou seja, à percepção que determinada pessoa tem sobre si, sobre ser masculino ou feminino, ou, ainda, sobre ser ora um, ora outro (cisgênero ou transgênero). • Resumindo: Orientação sexual refere-se à direção que as pessoas destinam o seu desejo e o seu afeto – atualmente são reconhecidos: heterossexual, homossexual, bissexual, pansexual ou assexual. Já identidade de gênero, refere-se ao gênero com o qual a pessoa se identifica, independentemente de sua genitália (cisgênero e transgênero). • a violência de gênero engloba as agressões sofridas por qualquer pessoa desde que a violência tenha se pautado na orientação sexual ou na identidade de gênero. • Necessário desconstruir essa masculinidade, questionar os papéis de gênero, acabar com a violência de gênero, promovendo um mundo mais justo e igualitário. • Afinal, estamos falando de diversidade. FINALIZANDO • Sexo – corpo, diferença fisiológica entre ser homem ou mulher. • Identidade de gênero – modo de ser masculino ou feminino, independe da genitália. • Orientação sexual – objeto de atração, desejo, afeto. • A violência de gênero tem sua explicação pautada na questão cultural, na qual o agressor sente-se superior à vítima, podendo ser manifestada de diversas maneiras: por meio de agressões físicas, abuso sexual, estupro, ameaças, perseguição, linchamento, assédio moral ou sexual. • Ela atinge mulheres e pessoas LGBTI. • Duas leis importante relacionadas a violência contra a mulher: a Lei Maria da Penha e a lei sobre feminicídio. Para pensar... • Diversidade, Heteronormatividade e homofobia coabitam o mesmo espaço social? AULA 3 – RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS MATERIAL ELABORADO PARA FINS DIDÁTICOS PROFA DRA VIVIANI ANAYA Raça, racismo, etnicidade e branquitude • “A carne mais barata do mercado é a carne negra”; • Raça – grupos étnicos; • Segregação racial; • Racismo: doutrina que afirma a existência das raças, bem como a superioridade natural de umas sobre as outras; Raça, racismo, etnicidade e branquitude • Etnocentrismo: termo que designa o sentimento de superioridade que uma cultura tem em relação a outras. • Consiste em postular, indevidamente, como valores universais, os valores próprios da sociedade e da cultura a que o indivíduo pertence. • Racismo: usa essas diferenças como justificativa para a dominação. • Na contramão de todos os discursos de diversidade, respeito e inclusão, assistimos a manifestações de ódio, preconceito e intolerância todos os dias. Raça, racismo, etnicidade e branquitude • Eurocentrismo: perspectiva que vê a Europa como a origem única de qualquer padrão, a partir do qual o resto do planeta deve ser medido e comparado; • Branquitude: Os estudos sobre a branquitude são bastante recentes; iniciaram-se por volta da década de 1990, e tratam do tema como uma ideia sobre o privilégio ou a vantagem estrutural de ser branco. • O homem branco sempre foi apontado como o ser ideal, cidadão hegemônico, o que lhe garantiu privilégios ao longo da história e, mesmo com tantos esforços de políticas de enfrentamento ou questionamento do racismo, continua mantendo seu lugar, o topo da hierarquia social. • Perpetuação do racismo – desfavorecimento do negro. Desigualdade étnico-racial no Brasil • Colonização pautada em uma visão eurocêntrica e racista; • Mito da democracia racial: sugere que o Brasil é um país onde não há discriminação por raça ou cor e onde essas diferenças são respeitadas e a convivência entre diferentes grupos é harmônica; • Tríade onde se ancora a formação do provo brasileiro: o índio (preguiçoso e arredio), do negro (melancólico e bom para o trabalho) e do português (valente e desbravador). • Essa definição de miscigenação não coloca cada grupo no mesmo plano, mas as tipifica como raças diferentes e atribui qualidades distintas a cada uma delas, além de hierarquizar supostas características morais. • Portanto, podemos afirmar que tanto o Estado quanto a sociedade, foram pensados de um ponto de vista eurocêntrico e racista. Desigualdade étnico-racial no Brasil • O resultado dessa disparidade social são as limitações na vida escolar, profissional e de acesso à saúde e outros serviços. • É a desigualdade de condições, que gera diferença de desempenho, que por sua vez gera diversidade de recompensa: ter um bom emprego e possibilidade de ascensão social versus ter um emprego ruim (ou nenhum) que limite esta pessoa a permanecer sempre na mesma posição da pirâmide; • Outro fator fundamental para compreendermos o que é desigualdade, é a discriminação, ou seja, o tratamento diferente e excludente atribuído a pessoas em função de suas diferenças (gênero, cor, etnia, orientação sexual, religião); • Neste caso, não se atribuem qualidades ou defeitos ao indivíduo por seu caráter ou desempenho, e sim pelo grupo social do qual faz parte; • Analisando essas informações, fica fácil perceber que preconceito, discriminação e desigualdade caminham juntos. • Os dois primeiros são mecanismos fundamentais para a manutenção e produção das desigualdades raciais e da estratificação da sociedade. Desigualdade étnico-racial no Brasil • O resultado dessa disparidade social são as limitações na vida escolar, profissional e de acesso à saúde e outros serviços. • É a desigualdade de condições, que gera diferença de desempenho, que por sua vez gera diversidade de recompensa: ter um bom emprego e possibilidade de ascensão social versus ter um emprego ruim (ou nenhum) que limite esta pessoa a permanecer sempre na mesma posição da pirâmide; • Outro fator fundamental para compreendermos o que é desigualdade, é a discriminação, ou seja, o tratamento diferente e excludente atribuído a pessoas em função de suas diferenças (gênero, cor, etnia, orientação sexual, religião); • Neste caso, não se atribuem qualidades ou defeitos ao indivíduo por seu caráter ou desempenho, e sim pelo grupo social do qual faz parte; • Analisando essas informações, fica fácil perceber que preconceito, discriminação e desigualdade caminham juntos. • Os dois primeiros são mecanismos fundamentais para a manutenção e produção das desigualdades raciais e da estratificação da sociedade. Políticas e ações afirmativas • Marco fundamental: Constituição Federal de 1988, que reconheceu a diversidade étnica e racial da população brasileira, pondo fim à tutela do Estado sobre os grupos indígenas e garantindo à eles uma educação diferenciada, reconhecendo as comunidades quilombolas e seu direito à terra, além do reconhecimento do racismo como um problema real da sociedade brasileira que seria combatido com programas específicos; • Diz o Artigo 5º da CF: “consta a prática do racismo como crime inafiançável e imprescritível, sujeito à reclusão”. • Apesar disso, muitas ações racistas acabam sendo classificadas como atitudes preconceituosas, o que não configura crime. • Assim, apesar de necessária, essa legislação tem algumas restrições quanto à sua aplicabilidade; • O ensino da temática indígena no currículo escolar tornou-se obrigatório, no Brasil, a partir da entrada em vigor da Lei 11.645/2008. Apesar do significativo avanço legal, inserir a temática no currículo escolar ainda é um desafio para o educador. • As leis 10.639/2003 e 11.645/2008 tornam obrigatório o ensino da História e cultura africana e afro-brasileira no currículo escolar com ênfase nas disciplinas de História, Arte e Literatura, objetivando a educação para as relações étnico-raciais; • De forma gradativa, muitas ações vêm sendo desenvolvidas em nosso país para mudar essa realidade de desigualdade em que nos encontramos. • É preciso dar um passo de cada vez, e acreditar que, juntos, podemos fazer a diferença e tornar o Brasil uma nação ainda melhor Quer aprofundar a discussão? Assista o filme VISTA MINHA PELE Disponível em https://www.youtube.com/watch? v=LWBodKwuHCM https://www.youtube.com/watch?v=LWBodKwuHCM https://www.youtube.com/watch?v=LWBodKwuHCM DIVERSIDADE NA CONTEMPORANEIDADE Profa. Dra Viviani Anaya AULA 4 - Comunidades Quilombolas Material elaborado para fins didáticos • A palavra quilombo origina-se do termo kilombo, presente no idioma dos povos Bantu, originários de Angola, e significa local de pouso ou acampamento. • Os povos da África Ocidental eram, antes da chegada dos colonizadores europeus, essencialmente nômades, e os locais de acampamento eram utilizados para repouso em longas viagens. • No Brasil Colonial, a palavra foi adaptada para designar o local de refúgio dos escravos fugitivos. • Quilombola é a pessoa que habita o quilombo. • Ao longo da história brasileira, vários quilombos foram registrados, alguns com grande número de habitantes. • O Quilombo dos Palmares, por exemplo, que na verdade era formado por um conjunto de 10 quilombos próximos, chegou a ter uma população estimada em 20 mil habitantes no século XVII. • A exemplo do Quilombo dos Palmares, outros tantos quilombos se formaram em todo o Brasil, com escravos que buscavam resistir de forma coletiva ao regime ao qual estavam expostos. • Com a promulgação da Lei Áurea em 1888, os escravos ganharam a liberdade, porém, longe da terra de seus ancestrais e desamparados, tiveram de continuar suas lutas, agora não mais pela liberdade, mas, por terra, alimentação, respeito e dignidade. DO PONTO DE VISTA LEGAL • A Constituição de 1988, além dos itens que mencionam a igualdade em seus textos, trouxe duas questões que têm implicações diretas no reconhecimento das populações que vivem em áreas remanescentes de quilombos. • Duas delas inseridas nos artigos 215 e 216: • Art. 215. O Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos culturais e acesso às fontes da cultura nacional, e apoiará e incentivará a valorização e a difusão das manifestações culturais. • § 1º O Estado protegerá as manifestações das culturas populares, indígenas e afro-brasileiras, e das de outros grupos participantes do processo civilizatório nacional. [...] • Art. 216. Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais se incluem: [...] • § 5º Ficam tombados todos os documentos e os sítios detentores de reminiscências históricas dos antigos quilombos. DO PONTO DE VISTA LEGAL • Um dos marcos mais importantes para os quilombolas é o artigo 68 dos Atos das Disposições Constitucionais Transitórias: • Art. 68. Aos remanescentes das comunidades dos quilombos que estejam ocupando suas terras é reconhecida a propriedade definitiva, devendo o Estado emitir-lhes os títulos respectivos (Brasil, Constituição da República Federativa do Brasil, 1988); • Apesar do reconhecimento da Constituição ao direito do título de propriedade, era necessário que o poder público editasse uma norma que instrumentalizasse o reconhecimento das comunidades remanescentes de quilombo para a expedição dos seus títulos de propriedade. • Até 2003, a regulamentação era feita pelo Decreto nº 3.912, de 10 de setembro de 2001, revogado em 2003 ante a edição do Decreto nº 4.887, de 20 de novembro de 2003. • O Decreto de 2001 colocava a cargo da Fundação Cultural Palmares todo o processo de certificação e titularização das áreas, tendo a Fundação, a partir do Decreto de 2003, o encargo somente da certificação da autoatribuição de grupos étnicos em comunidades remanescentes de quilombos. • Um total de 17 comunidades foram certificadas e tituladas pela Fundação Cultural Palmares até o ano de 2003, quando a competência da titulação passou a ser do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) DO PONTO DE VISTA LEGAL • O Artigo 2º do Decreto 4.887/2003 traz importante definição do que considera remanescente de comunidades quilombolas: • Art. 2º Consideram-se remanescentes das comunidades dos quilombos, para os fins deste Decreto, os grupos étnico-raciais, segundo critérios de autoatribuição, com trajetória histórica própria, dotados de relações territoriais específicas, com presunção de ancestralidade negra relacionada com a resistência à opressão histórica sofrida. • Os povos quilombolas não se agrupam em uma região específica ou vieram de um lugar específico. A origem em comum dos remanescentes de quilombos é a ancestralidade africana de negros escravizados que fugiram da crueldade da escravidão e refugiaram-se nas matas. • Essa definição foi um importante avanço para estas comunidades, pois o decreto anterior não trazia uma definição clara, prevalecendo até então a interpretação de que remanescentes de quilombos seriam as comunidades formadas até a extinção da escravidão no Brasil e que estivem ocupadas pelos descentes de ex-escravos quando da promulgação da Constituição de 1988 em 05 de outubro de 1988. BAHIA 229 QUILOMBOS MARANHÃO 112 QUILOMBOS MINAS GERAIS 89 QUILOMBOS PARÁ 81 QUILOMBOS ACRE, RORAIMA E DISTRITO FEDERAL NÃO POSSUEM QUILOMBOS CADASTRADOS QUILOMBO DOS PALMARES O MAIS FAMOSO QUILOMBO, LOCALIZA-SE NA SERRA DA BARRIGA, ZONA DA MATA ALAGOANA Estados brasileiros onde se encontra o maior número de quilombos ESCOLAS NAS COMUNIDADES QUILOMBOLAS • Segundo a Fundação Cultural Palmares, existem 1209 comunidades quilombolas registradas no Brasil e 143 áreas quilombolas com terras tituladas. • No entanto, a educação oferecida a essas comunidades ainda é extremamente precária. • As instalações educacionais são inadequadas, as condições sanitárias são inapropriadas para o seu funcionamento, não há água potável ou energia elétrica em muitas delas, além de encontrarem-se longe das residências de muitos estudantes. • Também há um deficit de professores, sendo que os poucos profissionais não têm formação adequada e muitas salas de aula são multisseriadas (têm estudantes de várias séries por conta do baixo número de professores). • Ações de formação continuada para professores vêm sendo tomadas desde 2007, além da destinação de verbas para a educação básica que contemple a realidade quilombola. • No entanto, apesar dos esforços de alguns governos em melhorar a educação oferecida às comunidades quilombolas, há ainda muito o que se fazer para que as condições dessa educação fiquem, ao menos, mais próximas do ideal. ESCOLAS NAS COMUNIDADES QUILOMBOLAS • Segundo as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Escolar Quilombola (2012), as escolas devem estar inscritas em suas terras, ter uma pedagogia própria em respeito à especificidade étnico-cultural de cada comunidade, bem como reconhecer e valorizar sua diversidade cultural. • O que diferencia uma escola quilombola de uma escola regular é o respeito à cultura e à história do local. • Por causa disso, o projeto político pedagógico da escola precisa, além do núcleo comum, estar voltado para a realidade local. • Esse modelo diferenciado de educação escolar se centraliza na realidade das comunidades quilombolas, valoriza a territorialidade como espaço educativo, estabelece contatos respeitosos com valores ancestrais cultuados pela comunidade: a oralidade; a religião de matriz africana e demais questões vinculadas à população afro-brasileira; o combate ao racismo, às desigualdades raciais, que, segundo a Organização das Nações Unidas – ONU –, são as principais fontes geradoras das desigualdades sociais. • Assista o documentário: QUILOMBOS DO SÉCULO XXI • Disponíve l em https : //w w w.youtube.com/watch? v=CNhqvWJjGII https://www.youtube.com/watch?v=CNhqvWJjGII https://www.youtube.com/watch?v=CNhqvWJjGII https://www.youtube.com/watch?v=CNhqvWJjGII https://www.youtube.com/watch?v=CNhqvWJjGII AULA 5 – EDUCAÇÃO INDÍGENA MATERIAL ELABORADO PARA FINS DIDÁTICOS. PROFA DRA VIVIANI ANAYA CONTEXTUALIZANDO ! O que é ser indígena de verdade? ! Estima-se que a população originária na América Latina ficava em torno de 35 milhões antes da chegado do europeu. ! Segundo o IBGE, no ano de 2010, viviam no Brasil 896.917 índios. ! Destes, 324.834 viviam em cidades e 572.083 em áreas rurais indígenas, agrupados em 231 povos. ! Estes povos estão concentrados em 200 municípios entre os mais de cinco mil existentes no Brasil. ! Os povos indígenas representam 0,4 % da população no Brasil. ! Quando nos referimos aos indígenas no Brasil, estamos falando de diversos povos. ! Cada povo representa uma etnia que tem historicamente, e regionalmente, sua língua, crença, modo de vestir, morar, alimentar e viver em grupo. CONTEXTUALIZANDO ! Desde a chegada dos portugueses ao Brasil foram dizimadas centenas de etnias, ou povos indígenas. ! Com estes seres humanos se foram línguas, modos de viver e sentir o mundo, bem como o conhecimento dos diversos biomas que compõe o território brasileiro. ! O Estado, desde a colonização, tende a olhar para os povos indígenas como um problema político. ! Desde então, várias políticas foram adotadas, ora no sentido de aculturar, ora com o objetivo de preservar a cultura destes povos, ou seja, uma tentativa de mantê-la inalterada, intacta, assim como era antes da chegada dos portugueses em terras brasileiras em 1500. ! Aculturar: fenômeno de modificação cultural de indivíduo, grupo ou povo que se adapta a outra cultura ou dela retira traços significativos. CONTEXTUALIZANDO ! Tendemos a ter dois olhares diferenciados para a temática indígena. ! Um, seria o romantizado, aquele que vê sentido no “ser” indígena apenas enquanto aldeado ou sobrevivendo nu em meio à floresta preservando sua cultura de maneira absoluta. ! Para as pessoas que possuem essa percepção, causa estranheza ver um indígena usando calças jeans e celular. Elas tendem a romantizar o indígena como parte de uma paisagem “natural”. ! O segundo olhar pode ser interpretado como uma consequência do primeiro; é um olhar de julgamento em relação às demarcações de terras, como se por não viver como séculos atrás, eles não tivessem direito a essas terras. ! É quase um afirmar: mas, eles nem são “índios”. FUNDAMENTOS LEGAIS E PEDAGÓGICOS DA EDUCAÇÃO INDÍGENA ! A educação escolar indígena demanda uma escola específica, diferenciada, intercultural, bilíngue – ou multilíngue – e comunitária. ! Em 2001, o Plano Nacional de Educação, através da Lei nº 10.172, estabelece o formato da educação indígena. ! O PNE, trata da educação indígena como modalidade de ensino, fazendo, primeiramente, um diagnóstico do histórico da educação indígena, marcada pela negação dos direitos e da cultura indígena, a fim de fazer com que os índios assimilassem a cultura e os costumes que não eram deles; ! Estabelece as diretrizes para a escola indígena, mantendo o ensino bilíngue, propondo uma escola diferenciada e de qualidade, atribuindo o papel da docência, preferencialmente, aos docentes índios e prevendo formação adequada à estes professores. FUNDAMENTOS LEGAIS E PEDAGÓGICOS DA EDUCAÇÃO INDÍGENA ! Segundo a LDB, em seu Art. 23, a educação básica poderá organizar-se em séries anuais, períodos semestrais, ciclos, alternância regular de períodos de estudos, grupos não-seriados, com base na idade, na competência e em outros critérios, ou por forma diversa de organização, sempre que o interesse do processo de aprendizagem assim o recomendar. ! A ideia do tempo comunidade é alcançada com a implantação da pedagogia da alternância. ! O objetivo é fazer com que os alunos aprendam, nas comunidades, em dois ambientes distintos: a Escola com pedagogias voltada para formação intelectual dos alunos e a aldeia com a formação respectiva a cultura de seu povo. FUNDAMENTOS LEGAIS E PEDAGÓGICOS DA EDUCAÇÃO INDÍGENA ! No dia 10 de março de 2008, foi sancionada a Lei nº 11.645, revisando o artigo 26-A da LDB 9.394/1996, determinando que nos “estabelecimentos de ensino fundamental e de ensino médio, públicos e privados, torna-se obrigatório o estudo da história e cultura afro-brasileira e indígena”. ! Mas que história indígena é essa que devemos abordar nas escolas? ! O que se tem produzido, via de regra, não foi escrito por indígenas; ! É importante que a temática indígena não seja fundamentada apenas no passado, mas aborde, principalmente, os problemas presentes. ! Descolar-se da visão eurocêntrica. Quer aprofundar-se na temática? Assista o documentário: EDUCAÇÃO ESCOLAR INDÍGENA: UMA HÍSTÓRIA DE CONQUISTAS Disponível em: Educação Escolar Indígena - Uma História de Conquistas (Eduardo Nunes 2006) - Documentário – YouTube https://www.youtube.com/watch?v=IfaTlxwE7Go https://www.youtube.com/watch?v=IfaTlxwE7Go https://www.youtube.com/watch?v=IfaTlxwE7Go https://www.youtube.com/watch?v=IfaTlxwE7Go AULA 6 – MOVIMENTOS SOCIAIS E SUA IMPORTÂNCIA NA LUTA PELAS DESIGUALDADES MATERIAL ELABORADO PARA FINS DIDÁTICOS PROFA DRA VIVIANI ANAYA FEMINISMO – LGBTQIA+ - MOVIMENTO NEGRO ! Sabemos conviver com as diferenças? ! Existem verdades absolutas? ! Sociedade – pessoas – necessidades – interesses; ! Onde se inserem os movimentos sociais? ! Mudanças sociais; ! Grupos majoritários; ! FEMINISMO ! Papel da mulher na sociedade; ! Equidade e empoderamento; ! Primeira onda do feminismo: ocorreu entre o final do século XIX e meados do XX. Sua pauta estava focada em três reinvindicações principais: fim dos casamentos arranjados, a diferença contratual nas conquistas de propriedades e o direito ao voto; FEMINISMO – LGBTQIA+ - MOVIMENTO NEGRO ! A década de 1960 pode ser pensada como o início da segunda onda do feminismo, iniciada nos Estados Unidos. ! No entanto, em alguns países, o feminismo aderiu aspectos dessa segunda onda somente na década de 1970, como é o caso do nosso país. ! Já com o direito de voto garantido, o feminismo de segunda onda criticava a naturalização dos papéis de gênero. ! A terceira onda do movimento feminista teve início na década de 1990, abordando a discussão das especificidades. ! Micropolítica: O direito de igualdade na diferença foi a pauta dessa onda. ! Inicialmente, o próprio movimento passou por indagações que resultaram em novas ideias e estratégias. ! A condição de ser mulher deveria levar em conta a intersecção com outros fatores como classe, raça/etnia, geração, orientação sexual. FEMINISMO – LGBTQIA+ - MOVIMENTO NEGRO ! Na atualidade, o feminismo continua em pauta, com antigas e novas demandas: a descriminalização do aborto, contra a cultura do estupro, amor próprio, aceitação do corpo, contra a ditadura da beleza e a violência. ! MOVIMENTO LGBTQIA+ ! No Brasil se articulam em torno de três pautas principais: ! 1) Criminalizar a homofobia e lutar contra qualquer forma de preconceito em relação à homossexualidade; ! 2) Divulgar informações corretas e positivas em relação a homossexualidade, desmistificando tabus; ! 3) Conscientizar a comunidade homossexual da importância de organização em grupos em prol da defesa e luta pelos direito FEMINISMO – LGBTQIA+ - MOVIMENTO NEGRO ! A primeira grande manifestação, que depois se tornou marco para a comunidade homossexual, aconteceu em um famoso bar de Nova Iorque, nos Estados Unidos, no último ano da década de 1960; ! Em 1980, ainda nos Estados Unidos, os grupos e manifestantes saíam às ruas para quebrar o tabu de que a AIDS era proveniente dos gays, ou, como dito popularmente, o câncer gay; ! Parada da Diversidade: A primeira aconteceu no Rio de Janeiro em 1995, dois anos depois, aconteceu a segunda, em São Paulo; ! MOVIMENTO NEGRO ! É possível pensar em Movimento Negro no Brasil, mesmo que não organizado (com moldes atuais) e de maneira clandestina, desde o período da escravidão ! Organizado em três fases: FEMINISMO – LGBTQIA+ - MOVIMENTO NEGRO ! Fase republicana: de 1889 até 1937, possui organizações de vários perfis: clubes, grêmios, associações beneficentes; ! De 1945 até 1964: atingiu um número maior de pessoas. Foi nesse período que o Movimento Negro passou a enfatizar de maneira veemente a luta pelos direitos civis; ! A terceira fase teve início em 1978: Movimento Negro Unificado, que promoveu o primeiro ato com grande número de adeptos em prol da democracia racial. ! Na década de 1990 a discussão ganha novos adeptos: a militância negra de núcleos de pesquisa e estudos. ! Nesse período o debate chega a outros setores da sociedade. ! Em 1995 aconteceu, em Brasília, a Marcha Zumbi, com o objetivo de despertar a necessidade de discutir e implantar políticas públicas para negros. ! A questão racial ganhava, nesse contexto, amplitude nacional nas discussões de politicas públicas. FEMINISMO – LGBTQIA+ - MOVIMENTO NEGRO ! Em 2001: Conferência Mundial Contra o Racismo, Discriminação Racial, Xenofobia e Formas Correlatadas de Intolerância que aconteceu em Durban, na África do Sul; ! A partir da Conferência citada, e desde então, ocorreram inúmeras conquistas importantes para o Movimento Negro. ! Exemplos disso é a lei que torna obrigatório o ensino da história e cultura da África e da Afro-brasileira, as cotas e o Estatuto da Igualdade Racial. DIVERSIDADE NA CONTEMPORANEIDADE AULA 7 – AS DIVERSIDADE NO COTIDIANO ESCOLAR MATERIAL ELABORADO PARA FINS DIDÁTICOS PROFA DRA VIVIANI ANAYA ESCOLA E DIVERSIDADE DE GÊNERO • Escola: Local privilegiado para desenvolvimento de narrativas; • Reprodutivistas – Problematizadora; • Discurso Institucional ou individual; • Material didático; • Escola plural; • A escola é um reflexo da sociedade em que está inserida; • Sociedade binária, escola binária; • Importância de se discutir gênero na sala de aula; • Papéis desempenhados por homem e mulher é uma invenção, uma construção • Propositura de uma educação pautada na desconstrução dessa imposição; • A escola pode ser um espaço de transformação Diferenças sexuais e o cotidiano escolar • A sexualidade continua a ser um tabu para a escola; • Como que crianças e adolescentes lidam com essas relações desiguais? • Existe alguém mais ou menos digno de frequentar o ambiente escolar? • O que é o direito à educação? Será que é só abrir o portão da escola e dizer a todos: sejam bem-vindos? • Valores pautados na diversidade; • Heteronormatividade; • As maiores vítimas de humilhação são os homossexuais, os negros e os pobres; • Como a escola e os professores podem mudar esse quadro? • Adotar prát icas pedagógicas de enfrentamento às discriminações e preconceitos à diversidade e, assim, somar experiências positivas relacionadas ao acesso e a permanência de pessoas LGBTI nas escolas, com uma educação voltada à valorização, reconhecimento e respeito às diferenças e diversidades. Diversidade e gênero no currículo escolar • Escola paradoxal; • Pensar o currículo em uma perspectiva crítica, problematizadora, ou seja, ir além das rotinas conteudistas e questionar as relações de poder, as hierarquias sociais que são constituídas a partir delas. • Se isso não acontece, cria-se uma lacuna, um abismo entre o real e o ideal. • Ausência de materiais didáticos; • Estratégias pedagógicas, com o objetivo de trabalhar as temáticas de gênero e diversidade com públicos escolares diversos; • Escola, espaço democrático de discussão.