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AULA 1 - DIVERSIDADE E SEUS PRINCIPAIS CONCEITOS 2

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DIVERSIDADE NA CONTEMPORANEIDADE 
 
AULA 1 – DIVERSIDADE E SEUS PRINCIPAIS CONCEITOS 
 
MATERIAL ELABORADO PARA FINS DIDÁTICOS 
PROFA DRA VIVIANI ANAYA 
 
 
DIVERSIDADE 
E SEUS 
PRINCIPAIS 
CONCEITOS
• Diversidade: construção histórica das diferenças 
(social, cultural ou política); 
• A d v é m d a s r e l a ç õ e s d e p o d e r e d a s 
desigualdades; 
• Preconceito: julgamento feito de maneira 
preconcebida, que se manifesta numa atitude 
discriminatória, frente à diferença nas pessoas; 
• É uma ideia formada antecipadamente e que não 
tem critério algum, a não ser sua percepção 
errônea de mundo. 
• Alteridade: apreender o outro nas suas diferenças 
gerando um conhecimento novo e uma atitude 
nova em relação a cada grupo e a cada indivíduo 
dentro da sociedade.
 
AMPLIANDO 
CONCEITOS
• Etnocentrismo: É a visão de mundo 
produzida a partir de nossos próprios 
valores, modelos e ideias; 
• O Etnocêntrico tende a julgar, de maneira 
preconceituosa, culturas e experiências 
humanas distintas da sua, mesmo sem 
conhecê-las; 
• Vê o mundo de acordo com sua própria 
cultura e a considera superior às demais; 
• Etnocídio, ou genocídio cultral embate entre 
duas ou mais culturas resultando no 
extermínio de uma delas; 
• Alteridade é o contrário de etnocentrismo.
 
 
AMPLIANDO CONCEITOS 
• Relativismo Cultural: interação despida de 
preconceitos, onde se busca conhecer os 
va lores , c renças e ide ias de uma 
determinada sociedade levando em conta 
seu próprio contexto. 
• Estereótipo: é um conceito, ideia ou modelo 
de imagem atribuída às pessoas ou grupos 
s o c i a i s , m u i ta s veze s d e m a n e i ra 
preconceituosa ; 
• Em resumo, os estereótipos são impressões, 
pré-conceitos e “rótulos” criados de 
maneira generalizada e simplificada pelo 
senso comum e sem fundamentação teórica
 
 
Para pensar... 
• Intolerância, aceitação, 
respeito; 
• Diversidade: conceito ou 
atitude?
DIVERSIDADE NA CONTEMPORANEIDADE 
 
AULA 2 – GÊNERO E SEXUALIDADE 
 
MATERIAL ELABORADO PARA FINS DIDÁTICOS 
PROFA DRA VIVIANI ANAYA 
 
 
DIVERSIDADE CULTURAL
• Diversidade Religiosa: Fundamentalismo 
e discriminação religiosa; 
• Diversidade Sexual: Reducionismo a 
questões morais e religiosas; 
• Diversidade sexual vai além do gênero ou 
da sexualidade, é um conjunto de 
vivências, são nossas práticas, nossos 
desejos, nossos comportamentos, nossas 
expressões, a forma como agimos, como 
vemos e como mostramos a nossa 
sexualidade;
 
 
GÊNERO
• GÊNERO: é a construção social. O conceito foi 
criado nos anos 70, para diferenciar a dimensão 
biológica da social. 
• Sexo é um dado biológico, tudo aquilo relacionado 
ao nosso corpo físico; Gênero é um fato, uma 
construção sociocultural; 
• Relações de gênero: poder e resistência. 
• Gênero: reducionismo e homogeneização; 
• Movimentos feministas: 1ª onda: Movimento 
Sufragista: O Movimento Sufragista foi um 
movimento social, político e econômico que visava 
estender para as mulheres o direito de votar. 
• Outra grande reinvindicação das mulheres foi o 
direito à educação, fato que possibilitou o acesso às 
carreiras consideradas masculinas, como por 
exemplo, a medicina e o direito
 
 
GÊNERO
• Segunda Onda: anos de 1960 e 1970: Novas 
preocupações políticas e sociais passaram a ocupar a 
pauta: questões referentes ao espaço privado; a luta 
pela autonomia do próprio corpo; 
• Movimentos com o objetivo inicial, de (re)afirmar a 
i d e n t i d a d e d e m u l h e r , e m u m e s p a ç o 
predominantemente masculino. 
• Portanto, gênero é o primeiro modo de dar significados 
às diferenças. E essas diferenças são construídas 
socialmente. 
• Nesse sentido, o gênero feminino e o gênero masculino 
estão em um processo social contínuo. Essa categoria 
relacional é o que define ser homem e ser mulher e o 
que se espera socialmente de um, é diferente do que se 
espera do outro. 
• Essa divisão binária entre o masculino e o feminino 
foram as primeiras concepções das relações de gênero, 
ou seja, ainda com o enfoque pautado no sexo, não 
conseguindo se desvincular das características biológicas
 
 
SEXUALIDADE
• A sexualidade é um conjunto de fatores que são construídos 
socialmente mediante o tempo e espaço. 
• Cabe mencionar que a sexualidade também é normatizada, há uma 
pedagogia da sexualidade que nos ensina socialmente o que é certo 
e o que foge aos padrões. 
• Desde a infância nos dizem o que podemos ou não fazer quando 
relacionados ao nosso corpo e à nossa sexualidade. 
• Nesse sentido, a sexualidade, assim como gênero, é uma construção 
histórica e não pode ser interpretada como algo dado, como um 
fenômeno natural. 
• Nessa perspectiva, devemos lembrar que as possibilidades da 
sexualidade também são construídas a partir dessas relações sociais. 
• Quando nascemos, ancorada em nosso corpo, a sociedade dirá com 
quem devemos nos relacionar sexualmente, e essa regra é 
heteronormativa, ou seja, devemos nos relacionar com pessoas que 
têm o sexo oposto ao nosso. 
• Cabe mencionar que a sexualidade também é normatizada; 
• Há uma pedagogia da sexualidade que nos ensina socialmente o que 
é certo e o que foge aos padrões. Desde a infância nos dizem o que 
podemos ou não fazer quando relacionados ao nosso corpo e à 
nossa sexualidade
 
 
GÊNERO E 
VIOLÊNCIA
• Heteronormatividade: termo que se refere e limita o desejo sexual ao par 
binário: homem e mulher. Toda a manifestação contrária a esse modelo é 
marginalizada, oprimida, violentada. 
• Homofobia: Homofobia é a discriminação para pessoas com orientação 
diferente da heterossexual 
• A identidade de gênero está associada, de maneira direta, à subjetividade, ou 
seja, à percepção que determinada pessoa tem sobre si, sobre ser masculino 
ou feminino, ou, ainda, sobre ser ora um, ora outro (cisgênero ou 
transgênero). 
• Resumindo: Orientação sexual refere-se à direção que as pessoas destinam o 
seu desejo e o seu afeto – atualmente são reconhecidos: heterossexual, 
homossexual, bissexual, pansexual ou assexual. Já identidade de gênero, 
refere-se ao gênero com o qual a pessoa se identifica, independentemente de 
sua genitália (cisgênero e transgênero). 
• a violência de gênero engloba as agressões sofridas por qualquer pessoa 
desde que a violência tenha se pautado na orientação sexual ou na 
identidade de gênero. 
• Necessário desconstruir essa masculinidade, questionar os papéis de gênero, 
acabar com a violência de gênero, promovendo um mundo mais justo e 
igualitário. 
• Afinal, estamos falando de diversidade. 
 
FINALIZANDO • Sexo – corpo, diferença fisiológica entre ser homem ou 
mulher. 
• Identidade de gênero – modo de ser masculino ou 
feminino, independe da genitália. 
• Orientação sexual – objeto de atração, desejo, afeto. 
• A violência de gênero tem sua explicação pautada na 
questão cultural, na qual o agressor sente-se superior à 
vítima, podendo ser manifestada de diversas maneiras: por 
meio de agressões físicas, abuso sexual, estupro, ameaças, 
perseguição, linchamento, assédio moral ou sexual. 
• Ela atinge mulheres e pessoas LGBTI. 
• Duas leis importante relacionadas a violência contra a 
mulher: a Lei Maria da Penha e a lei sobre feminicídio.
 
 
Para pensar... 
• Diversidade, 
Heteronormatividade e 
homofobia coabitam o 
mesmo espaço social?
AULA 3 – RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS
MATERIAL ELABORADO PARA FINS DIDÁTICOS 
PROFA DRA VIVIANI ANAYA
Raça, racismo, etnicidade e branquitude
• “A carne mais barata do mercado é a carne negra”; 
• Raça – grupos étnicos; 
• Segregação racial; 
• Racismo: doutrina que afirma a existência das raças, 
bem como a superioridade natural de umas sobre 
as outras;
Raça, racismo, etnicidade e branquitude
• Etnocentrismo: termo que designa o sentimento de superioridade 
que uma cultura tem em relação a outras. 
• Consiste em postular, indevidamente, como valores universais, os 
valores próprios da sociedade e da cultura a que o indivíduo 
pertence. 
• Racismo:
usa essas diferenças como justificativa para a dominação. 
• Na contramão de todos os discursos de diversidade, respeito e 
inclusão, assistimos a manifestações de ódio, preconceito e 
intolerância todos os dias. 
Raça, racismo, etnicidade e branquitude
• Eurocentrismo: perspectiva que vê a Europa como a origem única de 
qualquer padrão, a partir do qual o resto do planeta deve ser medido e 
comparado; 
• Branquitude: Os estudos sobre a branquitude são bastante recentes; 
iniciaram-se por volta da década de 1990, e tratam do tema como uma 
ideia sobre o privilégio ou a vantagem estrutural de ser branco. 
• O homem branco sempre foi apontado como o ser ideal, cidadão 
hegemônico, o que lhe garantiu privilégios ao longo da história e, mesmo 
com tantos esforços de políticas de enfrentamento ou questionamento do 
racismo, continua mantendo seu lugar, o topo da hierarquia social. 
• Perpetuação do racismo – desfavorecimento do negro.
 
Desigualdade étnico-racial no Brasil 
• Colonização pautada em uma visão eurocêntrica e racista; 
• Mito da democracia racial: sugere que o Brasil é um país onde não há 
discriminação por raça ou cor e onde essas diferenças são respeitadas e a 
convivência entre diferentes grupos é harmônica; 
• Tríade onde se ancora a formação do provo brasileiro: o índio (preguiçoso 
e arredio), do negro (melancólico e bom para o trabalho) e do português 
(valente e desbravador). 
• Essa definição de miscigenação não coloca cada grupo no mesmo plano, 
mas as tipifica como raças diferentes e atribui qualidades distintas a cada 
uma delas, além de hierarquizar supostas características morais. 
• Portanto, podemos afirmar que tanto o Estado quanto a sociedade, foram 
pensados de um ponto de vista eurocêntrico e racista.
 
Desigualdade étnico-racial no Brasil 
• O resultado dessa disparidade social são as limitações na vida escolar, profissional e de acesso à 
saúde e outros serviços. 
• É a desigualdade de condições, que gera diferença de desempenho, que por sua vez gera diversidade 
de recompensa: ter um bom emprego e possibilidade de ascensão social versus ter um emprego 
ruim (ou nenhum) que limite esta pessoa a permanecer sempre na mesma posição da pirâmide; 
• Outro fator fundamental para compreendermos o que é desigualdade, é a discriminação, ou seja, o 
tratamento diferente e excludente atribuído a pessoas em função de suas diferenças (gênero, cor, 
etnia, orientação sexual, religião); 
• Neste caso, não se atribuem qualidades ou defeitos ao indivíduo por seu caráter ou desempenho, e 
sim pelo grupo social do qual faz parte; 
• Analisando essas informações, fica fácil perceber que preconceito, discriminação e desigualdade 
caminham juntos. 
• Os dois primeiros são mecanismos fundamentais para a manutenção e produção das desigualdades 
raciais e da estratificação da sociedade.
 
Desigualdade étnico-racial no Brasil 
• O resultado dessa disparidade social são as limitações na vida escolar, profissional e de acesso à 
saúde e outros serviços. 
• É a desigualdade de condições, que gera diferença de desempenho, que por sua vez gera diversidade 
de recompensa: ter um bom emprego e possibilidade de ascensão social versus ter um emprego 
ruim (ou nenhum) que limite esta pessoa a permanecer sempre na mesma posição da pirâmide; 
• Outro fator fundamental para compreendermos o que é desigualdade, é a discriminação, ou seja, o 
tratamento diferente e excludente atribuído a pessoas em função de suas diferenças (gênero, cor, 
etnia, orientação sexual, religião); 
• Neste caso, não se atribuem qualidades ou defeitos ao indivíduo por seu caráter ou desempenho, e 
sim pelo grupo social do qual faz parte; 
• Analisando essas informações, fica fácil perceber que preconceito, discriminação e desigualdade 
caminham juntos. 
• Os dois primeiros são mecanismos fundamentais para a manutenção e produção das desigualdades 
raciais e da estratificação da sociedade.
Políticas e ações afirmativas
• Marco fundamental: Constituição Federal de 1988, que reconheceu a diversidade étnica e racial da população brasileira, 
pondo fim à tutela do Estado sobre os grupos indígenas e garantindo à eles uma educação diferenciada, reconhecendo as 
comunidades quilombolas e seu direito à terra, além do reconhecimento do racismo como um problema real da sociedade 
brasileira que seria combatido com programas específicos; 
• Diz o Artigo 5º da CF: “consta a prática do racismo como crime inafiançável e imprescritível, sujeito à reclusão”. 
• Apesar disso, muitas ações racistas acabam sendo classificadas como atitudes preconceituosas, o que não configura crime. 
• Assim, apesar de necessária, essa legislação tem algumas restrições quanto à sua aplicabilidade; 
• O ensino da temática indígena no currículo escolar tornou-se obrigatório, no Brasil, a partir da entrada em vigor da Lei 
11.645/2008. Apesar do significativo avanço legal, inserir a temática no currículo escolar ainda é um desafio para o educador. 
• As leis 10.639/2003 e 11.645/2008 tornam obrigatório o ensino da História e cultura africana e afro-brasileira no currículo 
escolar com ênfase nas disciplinas de História, Arte e Literatura, objetivando a educação para as relações étnico-raciais; 
• De forma gradativa, muitas ações vêm sendo desenvolvidas em nosso país para mudar essa realidade de desigualdade em 
que nos encontramos. 
• É preciso dar um passo de cada vez, e acreditar que, juntos, podemos fazer a diferença e tornar o Brasil uma nação ainda 
melhor
Quer aprofundar a discussão? 
Assista o filme VISTA MINHA PELE 
Disponível em 
https://www.youtube.com/watch?
v=LWBodKwuHCM 
https://www.youtube.com/watch?v=LWBodKwuHCM
https://www.youtube.com/watch?v=LWBodKwuHCM
DIVERSIDADE NA 
CONTEMPORANEIDADE
Profa. Dra Viviani Anaya
AULA 4 - Comunidades 
Quilombolas
Material elaborado 
para fins didáticos
• A palavra quilombo origina-se do termo kilombo, presente no idioma dos 
povos Bantu, originários de Angola, e significa local de pouso ou 
acampamento. 
• Os povos da África Ocidental eram, antes da chegada dos colonizadores 
europeus, essencialmente nômades, e os locais de acampamento eram 
utilizados para repouso em longas viagens. 
• No Brasil Colonial, a palavra foi adaptada para designar o local de refúgio dos 
escravos fugitivos. 
• Quilombola é a pessoa que habita o quilombo.
• Ao longo da história brasileira, vários quilombos foram 
registrados, alguns com grande número de habitantes. 
• O Quilombo dos Palmares, por exemplo, que na verdade era 
formado por um conjunto de 10 quilombos próximos, chegou 
a ter uma população estimada em 20 mil habitantes no século 
XVII.
• A exemplo do Quilombo dos Palmares, outros tantos quilombos se 
formaram em todo o Brasil, com escravos que buscavam resistir de 
forma coletiva ao regime ao qual estavam expostos. 
• Com a promulgação da Lei Áurea em 1888, os escravos ganharam a 
liberdade, porém, longe da terra de seus ancestrais e desamparados, 
tiveram de continuar suas lutas, agora não mais pela liberdade, mas, 
por terra, alimentação, respeito e dignidade.
DO PONTO DE VISTA LEGAL
• A Constituição de 1988, além dos itens que mencionam a igualdade em seus textos, trouxe duas questões 
que têm implicações diretas no reconhecimento das populações que vivem em áreas remanescentes de 
quilombos. 
• Duas delas inseridas nos artigos 215 e 216: 
• Art. 215. O Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos culturais e acesso às fontes da cultura 
nacional, e apoiará e incentivará a valorização e a difusão das manifestações culturais. 
• § 1º O Estado protegerá as manifestações das culturas populares, indígenas e afro-brasileiras, e das de 
outros grupos participantes do processo civilizatório nacional. [...] 
• Art. 216. Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material e imaterial, tomados 
individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes 
grupos formadores
da sociedade brasileira, nos quais se incluem: [...] 
• § 5º Ficam tombados todos os documentos e os sítios detentores de reminiscências históricas dos antigos 
quilombos.
DO PONTO DE VISTA LEGAL
• Um dos marcos mais importantes para os quilombolas é o artigo 68 dos Atos das Disposições 
Constitucionais Transitórias: 
• Art. 68. Aos remanescentes das comunidades dos quilombos que estejam ocupando suas terras é 
reconhecida a propriedade definitiva, devendo o Estado emitir-lhes os títulos respectivos (Brasil, 
Constituição da República Federativa do Brasil, 1988); 
• Apesar do reconhecimento da Constituição ao direito do título de propriedade, era necessário que o poder 
público editasse uma norma que instrumentalizasse o reconhecimento das comunidades remanescentes 
de quilombo para a expedição dos seus títulos de propriedade. 
• Até 2003, a regulamentação era feita pelo Decreto nº 3.912, de 10 de setembro de 2001, revogado em 
2003 ante a edição do Decreto nº 4.887, de 20 de novembro de 2003. 
• O Decreto de 2001 colocava a cargo da Fundação Cultural Palmares todo o processo de certificação e 
titularização das áreas, tendo a Fundação, a partir do Decreto de 2003, o encargo somente da certificação 
da autoatribuição de grupos étnicos em comunidades remanescentes de quilombos. 
• Um total de 17 comunidades foram certificadas e tituladas pela Fundação Cultural Palmares até o ano de 
2003, quando a competência da titulação passou a ser do Instituto Nacional de Colonização e Reforma 
Agrária (INCRA)
DO PONTO DE VISTA LEGAL
• O Artigo 2º do Decreto 4.887/2003 traz importante definição do que considera remanescente de 
comunidades quilombolas: 
• Art. 2º Consideram-se remanescentes das comunidades dos quilombos, para os fins deste Decreto, os 
grupos étnico-raciais, segundo critérios de autoatribuição, com trajetória histórica própria, dotados de 
relações territoriais específicas, com presunção de ancestralidade negra relacionada com a resistência à 
opressão histórica sofrida. 
• Os povos quilombolas não se agrupam em uma região específica ou vieram de um lugar específico. A 
origem em comum dos remanescentes de quilombos é a ancestralidade africana de negros escravizados 
que fugiram da crueldade da escravidão e refugiaram-se nas matas. 
• Essa definição foi um importante avanço para estas comunidades, pois o decreto anterior não trazia uma 
definição clara, prevalecendo até então a interpretação de que remanescentes de quilombos seriam as 
comunidades formadas até a extinção da escravidão no Brasil e que estivem ocupadas pelos descentes de 
ex-escravos quando da promulgação da Constituição de 1988 em 05 de outubro de 1988.
BAHIA 
229 QUILOMBOS 
MARANHÃO 
112 QUILOMBOS
MINAS GERAIS 
89 QUILOMBOS 
PARÁ 
81 QUILOMBOS 
ACRE, RORAIMA E DISTRITO 
FEDERAL 
NÃO POSSUEM QUILOMBOS 
CADASTRADOS 
QUILOMBO DOS PALMARES 
O MAIS FAMOSO QUILOMBO, 
LOCALIZA-SE NA SERRA DA 
BARRIGA, ZONA DA MATA 
ALAGOANA
Estados brasileiros onde se encontra o maior número de quilombos
ESCOLAS NAS COMUNIDADES QUILOMBOLAS 
• Segundo a Fundação Cultural Palmares, existem 1209 comunidades quilombolas registradas no Brasil e 143 
áreas quilombolas com terras tituladas. 
• No entanto, a educação oferecida a essas comunidades ainda é extremamente precária. 
• As instalações educacionais são inadequadas, as condições sanitárias são inapropriadas para o seu 
funcionamento, não há água potável ou energia elétrica em muitas delas, além de encontrarem-se longe das 
residências de muitos estudantes. 
• Também há um deficit de professores, sendo que os poucos profissionais não têm formação adequada e 
muitas salas de aula são multisseriadas (têm estudantes de várias séries por conta do baixo número de 
professores). 
• Ações de formação continuada para professores vêm sendo tomadas desde 2007, além da destinação de 
verbas para a educação básica que contemple a realidade quilombola. 
• No entanto, apesar dos esforços de alguns governos em melhorar a educação oferecida às comunidades 
quilombolas, há ainda muito o que se fazer para que as condições dessa educação fiquem, ao menos, mais 
próximas do ideal.
ESCOLAS NAS COMUNIDADES QUILOMBOLAS 
• Segundo as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Escolar Quilombola (2012), as 
escolas devem estar inscritas em suas terras, ter uma pedagogia própria em respeito à 
especificidade étnico-cultural de cada comunidade, bem como reconhecer e valorizar sua 
diversidade cultural. 
• O que diferencia uma escola quilombola de uma escola regular é o respeito à cultura e à 
história do local. 
• Por causa disso, o projeto político pedagógico da escola precisa, além do núcleo comum, estar 
voltado para a realidade local. 
• Esse modelo diferenciado de educação escolar se centraliza na realidade das 
comunidades quilombolas, valoriza a territorialidade como espaço educativo, estabelece 
contatos respeitosos com valores ancestrais cultuados pela comunidade: a oralidade; a religião 
de matriz africana e demais questões vinculadas à população afro-brasileira; o combate ao 
racismo, às desigualdades raciais, que, segundo a Organização das Nações Unidas – ONU –, são 
as principais fontes geradoras das desigualdades sociais. 
• Assista o documentário: QUILOMBOS DO SÉCULO XXI 
• Disponíve l em https : //w w w.youtube.com/watch?
v=CNhqvWJjGII
https://www.youtube.com/watch?v=CNhqvWJjGII
https://www.youtube.com/watch?v=CNhqvWJjGII
https://www.youtube.com/watch?v=CNhqvWJjGII
https://www.youtube.com/watch?v=CNhqvWJjGII
AULA 5 – EDUCAÇÃO 
INDÍGENA
MATERIAL ELABORADO PARA FINS DIDÁTICOS. 
PROFA DRA VIVIANI ANAYA
CONTEXTUALIZANDO
! O que é ser indígena de verdade? 
! Estima-se que a população originária na América Latina ficava em torno de 35 
milhões antes da chegado do europeu. 
! Segundo o IBGE, no ano de 2010, viviam no Brasil 896.917 índios. 
! Destes, 324.834 viviam em cidades e 572.083 em áreas rurais indígenas, agrupados 
em 231 povos. 
! Estes povos estão concentrados em 200 municípios entre os mais de cinco mil 
existentes no Brasil. 
! Os povos indígenas representam 0,4 % da população no Brasil. 
! Quando nos referimos aos indígenas no Brasil, estamos falando de diversos povos. 
! Cada povo representa uma etnia que tem historicamente, e regionalmente, sua 
língua, crença, modo de vestir, morar, alimentar e viver em grupo.
CONTEXTUALIZANDO 
! Desde a chegada dos portugueses ao Brasil foram dizimadas centenas 
de etnias, ou povos indígenas. 
! Com estes seres humanos se foram línguas, modos de viver e sentir o 
mundo, bem como o conhecimento dos diversos biomas que compõe o 
território brasileiro. 
! O Estado, desde a colonização, tende a olhar para os povos indígenas 
como um problema político. 
! Desde então, várias políticas foram adotadas, ora no sentido de 
aculturar, ora com o objetivo de preservar a cultura destes povos, ou 
seja, uma tentativa de mantê-la inalterada, intacta, assim como era 
antes da chegada dos portugueses em terras brasileiras em 1500. 
! Aculturar: fenômeno de modificação cultural de indivíduo, grupo ou 
povo que se adapta a outra cultura ou dela retira traços significativos.
CONTEXTUALIZANDO 
! Tendemos a ter dois olhares diferenciados para a temática indígena. 
! Um, seria o romantizado, aquele que vê sentido no “ser” indígena 
apenas enquanto aldeado ou sobrevivendo nu em meio à floresta 
preservando sua cultura de maneira absoluta. 
! Para as pessoas que possuem essa percepção, causa estranheza ver um 
indígena usando calças jeans e celular. Elas tendem a romantizar o 
indígena como parte de uma paisagem “natural”. 
! O segundo olhar pode ser interpretado como uma consequência do 
primeiro; é um olhar de julgamento em relação às demarcações de 
terras, como se por não viver como séculos atrás, eles não tivessem 
direito a essas terras. 
! É quase um afirmar: mas, eles nem são “índios”.
FUNDAMENTOS LEGAIS E PEDAGÓGICOS DA 
EDUCAÇÃO INDÍGENA
! A educação escolar indígena demanda
uma escola específica, diferenciada, 
intercultural, bilíngue – ou multilíngue – e comunitária. 
! Em 2001, o Plano Nacional de Educação, através da Lei nº 10.172, estabelece o 
formato da educação indígena. 
! O PNE, trata da educação indígena como modalidade de ensino, fazendo, 
primeiramente, um diagnóstico do histórico da educação indígena, marcada pela 
negação dos direitos e da cultura indígena, a fim de fazer com que os índios 
assimilassem a cultura e os costumes que não eram deles; 
! Estabelece as diretrizes para a escola indígena, mantendo o ensino bilíngue, 
propondo uma escola diferenciada e de qualidade, atribuindo o papel da 
docência, preferencialmente, aos docentes índios e prevendo formação adequada 
à estes professores.
FUNDAMENTOS LEGAIS E PEDAGÓGICOS DA 
EDUCAÇÃO INDÍGENA 
! Segundo a LDB, em seu Art. 23, a educação básica poderá organizar-se em séries 
anuais, períodos semestrais, ciclos, alternância regular de períodos de estudos, grupos 
não-seriados, com base na idade, na competência e em outros critérios, ou por 
forma diversa de organização, sempre que o interesse do processo de aprendizagem 
assim o recomendar. 
! A ideia do tempo comunidade é alcançada com a implantação da pedagogia da 
alternância. 
! O objetivo é fazer com que os alunos aprendam, nas comunidades, em dois 
ambientes distintos: a Escola com pedagogias voltada para formação intelectual dos 
alunos e a aldeia com a formação respectiva a cultura de seu povo.
FUNDAMENTOS LEGAIS E PEDAGÓGICOS DA 
EDUCAÇÃO INDÍGENA 
! No dia 10 de março de 2008, foi sancionada a Lei nº 11.645, revisando o artigo 26-A 
da LDB 9.394/1996, determinando que nos “estabelecimentos de ensino fundamental 
e de ensino médio, públicos e privados, torna-se obrigatório o estudo da história e 
cultura afro-brasileira e indígena”. 
! Mas que história indígena é essa que devemos abordar nas escolas? 
! O que se tem produzido, via de regra, não foi escrito por indígenas; 
! É importante que a temática indígena não seja fundamentada apenas no passado, 
mas aborde, principalmente, os problemas presentes. 
! Descolar-se da visão eurocêntrica.
Quer aprofundar-se na temática? 
Assista o documentário: 
 
EDUCAÇÃO ESCOLAR INDÍGENA: UMA HÍSTÓRIA 
DE CONQUISTAS 
 
Disponível em: 
Educação Escolar Indígena - Uma História de 
Conquistas (Eduardo Nunes 2006) - 
Documentário – YouTube 
https://www.youtube.com/watch?v=IfaTlxwE7Go
https://www.youtube.com/watch?v=IfaTlxwE7Go
https://www.youtube.com/watch?v=IfaTlxwE7Go
https://www.youtube.com/watch?v=IfaTlxwE7Go
AULA 6 – MOVIMENTOS SOCIAIS E 
SUA IMPORTÂNCIA NA LUTA 
PELAS DESIGUALDADES
MATERIAL ELABORADO PARA FINS DIDÁTICOS 
PROFA DRA VIVIANI ANAYA
FEMINISMO – LGBTQIA+ - MOVIMENTO 
NEGRO
! Sabemos conviver com as diferenças? 
! Existem verdades absolutas? 
! Sociedade – pessoas – necessidades – interesses; 
! Onde se inserem os movimentos sociais? 
! Mudanças sociais; 
! Grupos majoritários; 
! FEMINISMO 
! Papel da mulher na sociedade; 
! Equidade e empoderamento; 
! Primeira onda do feminismo: ocorreu entre o final do século XIX e 
meados do XX. Sua pauta estava focada em três reinvindicações 
principais: fim dos casamentos arranjados, a diferença contratual nas 
conquistas de propriedades e o direito ao voto;
FEMINISMO – LGBTQIA+ - MOVIMENTO NEGRO 
! A década de 1960 pode ser pensada como o início da segunda onda do 
feminismo, iniciada nos Estados Unidos. 
! No entanto, em alguns países, o feminismo aderiu aspectos dessa segunda 
onda somente na década de 1970, como é o caso do nosso país. 
! Já com o direito de voto garantido, o feminismo de segunda onda 
criticava a naturalização dos papéis de gênero. 
! A terceira onda do movimento feminista teve início na década de 1990, 
abordando a discussão das especificidades. 
! Micropolítica: O direito de igualdade na diferença foi a pauta dessa onda. 
! Inicialmente, o próprio movimento passou por indagações que resultaram 
em novas ideias e estratégias. 
! A condição de ser mulher deveria levar em conta a intersecção com 
outros fatores como classe, raça/etnia, geração, orientação sexual. 
FEMINISMO – LGBTQIA+ - MOVIMENTO 
NEGRO
! Na atualidade, o feminismo continua em pauta, com antigas e novas demandas: a 
descriminalização do aborto, contra a cultura do estupro, amor próprio, aceitação 
do corpo, contra a ditadura da beleza e a violência. 
! MOVIMENTO LGBTQIA+ 
! No Brasil se articulam em torno de três pautas principais: 
! 1) Criminalizar a homofobia e lutar contra qualquer forma de preconceito em 
relação à homossexualidade; 
! 2) Divulgar informações corretas e positivas em relação a homossexualidade, 
desmistificando tabus; 
! 3) Conscientizar a comunidade homossexual da importância de organização em 
grupos em prol da defesa e luta pelos direito
FEMINISMO – LGBTQIA+ - MOVIMENTO 
NEGRO
! A primeira grande manifestação, que depois se tornou marco para a comunidade 
homossexual, aconteceu em um famoso bar de Nova Iorque, nos Estados Unidos, no 
último ano da década de 1960; 
! Em 1980, ainda nos Estados Unidos, os grupos e manifestantes saíam às ruas para 
quebrar o tabu de que a AIDS era proveniente dos gays, ou, como dito 
popularmente, o câncer gay; 
! Parada da Diversidade: A primeira aconteceu no Rio de Janeiro em 1995, dois anos 
depois, aconteceu a segunda, em São Paulo; 
! MOVIMENTO NEGRO 
! É possível pensar em Movimento Negro no Brasil, mesmo que não organizado (com 
moldes atuais) e de maneira clandestina, desde o período da escravidão 
! Organizado em três fases:
FEMINISMO – LGBTQIA+ - MOVIMENTO 
NEGRO
! Fase republicana: de 1889 até 1937, possui organizações de vários perfis: clubes, 
grêmios, associações beneficentes; 
! De 1945 até 1964: atingiu um número maior de pessoas. Foi nesse período que o 
Movimento Negro passou a enfatizar de maneira veemente a luta pelos direitos civis; 
! A terceira fase teve início em 1978: Movimento Negro Unificado, que promoveu o 
primeiro ato com grande número de adeptos em prol da democracia racial. 
! Na década de 1990 a discussão ganha novos adeptos: a militância negra de núcleos 
de pesquisa e estudos. 
! Nesse período o debate chega a outros setores da sociedade. 
! Em 1995 aconteceu, em Brasília, a Marcha Zumbi, com o objetivo de despertar a 
necessidade de discutir e implantar políticas públicas para negros. 
! A questão racial ganhava, nesse contexto, amplitude nacional nas discussões de 
politicas públicas. 
FEMINISMO – LGBTQIA+ - MOVIMENTO NEGRO 
! Em 2001: Conferência Mundial Contra o Racismo, Discriminação Racial, 
Xenofobia e Formas Correlatadas de Intolerância que aconteceu em 
Durban, na África do Sul; 
! A partir da Conferência citada, e desde então, ocorreram inúmeras 
conquistas importantes para o Movimento Negro. 
! Exemplos disso é a lei que torna obrigatório o ensino da história e cultura 
da África e da Afro-brasileira, as cotas e o Estatuto da Igualdade Racial.
DIVERSIDADE NA CONTEMPORANEIDADE 
 
AULA 7 – AS DIVERSIDADE NO COTIDIANO ESCOLAR 
 
MATERIAL ELABORADO PARA FINS DIDÁTICOS 
PROFA DRA VIVIANI ANAYA 
 
 
ESCOLA E 
DIVERSIDADE 
DE GÊNERO
• Escola: Local privilegiado para desenvolvimento 
de narrativas; 
• Reprodutivistas – Problematizadora; 
• Discurso Institucional ou individual; 
• Material didático; 
• Escola plural; 
• A escola é um reflexo da sociedade em que está 
inserida; 
• Sociedade binária, escola binária; 
• Importância de se discutir gênero na sala de aula; 
• Papéis desempenhados por homem e mulher é 
uma invenção, uma construção 
• Propositura de uma educação pautada na 
desconstrução dessa imposição; 
• A escola pode ser um espaço de transformação
 
Diferenças sexuais 
e o cotidiano 
escolar
• A sexualidade continua a ser um tabu para a escola; 
• Como que crianças e adolescentes lidam com essas relações 
desiguais? 
• Existe alguém mais ou menos digno de frequentar o ambiente 
escolar? 
• O que é o direito à educação? Será que é só abrir
o portão da 
escola e dizer a todos: sejam bem-vindos? 
• Valores pautados na diversidade; 
• Heteronormatividade; 
• As maiores vítimas de humilhação são os homossexuais, os 
negros e os pobres; 
• Como a escola e os professores podem mudar esse quadro? 
• Adotar prát icas pedagógicas de enfrentamento às 
discriminações e preconceitos à diversidade e, assim, somar 
experiências positivas relacionadas ao acesso e a permanência 
de pessoas LGBTI nas escolas, com uma educação voltada à 
valorização, reconhecimento e respeito às diferenças e 
diversidades.
 
 
Diversidade e gênero no currículo escolar 
• Escola paradoxal; 
• Pensar o currículo em uma perspectiva crítica, 
problematizadora, ou seja, ir além das rotinas 
conteudistas e questionar as relações de poder, 
as hierarquias sociais que são constituídas a 
partir delas. 
• Se isso não acontece, cria-se uma lacuna, um 
abismo entre o real e o ideal. 
• Ausência de materiais didáticos; 
• Estratégias pedagógicas, com o objetivo de 
trabalhar as temáticas de gênero e diversidade 
com públicos escolares diversos; 
• Escola, espaço democrático de discussão.

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