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Instalações Elétricas Sistemas de Proteção Contra Descargas Atmosféricas – SPDA Instituto Federal de Rondônia – IFRO Campus Porto Velho Calama Curso de Engenharia de Controle e Automação Prof. Me. Vitor Akira Uesugui Costa E-mail: vitor.costa@ifro.edu.br DESCARGAS ATMOSFÉRICAS ❑ O Brasil registra anualmente cerca de 77,8 milhões descargas atmosféricas, sendo o país com maior incidência de raios no mundo. ❑ Levantamento realizado pelo INPE, apontou que no dia 25/01/2020, somente no município de Porto Velho foram registrados 44.575 raios. ❑ O recorde de municípios ficou por conta de Cáceres, no Mato Grosso, sendo o município do país que registrou o maior número de raios, contabilizando 131.515 raios em um único dia na primavera de 2018. DESCARGAS ATMOSFÉRICAS ❑ As descargas atmosféricas tem em média, um pico de corrente de 30 kA. ❑ Medidas de corrente em torres equipadas, tem registrado valores máximos de até 400 kA. ❑ O potencial elétrico de uma descarga atmosférica é de cerca de 100 milhões de volts. ❑ A duração média de uma descarga atmosférica é de cerca de 0,2s. DESCARGAS ATMOSFÉRICAS ❑ Mapa de densidade de descargas atmosféricas no Brasil: DESCARGAS ATMOSFÉRICAS ❑ Uma pesquisa realizada em 2007 pelo grupo de Eletricidade Atmosférica (ELAT) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), estimou que, os raios causam prejuízos estimados em 1 bilhão de dólares ao Brasil. Este prejuízo afeta diversos setores como: ▪ setor elétrico; ▪ telecomunicações; ▪ eletroeletrônicos; ▪ agropecuário DESCARGAS ATMOSFÉRICAS ❑ Prejuízos ocasionados por descargas atmosféricas: DESCARGAS ATMOSFÉRICAS ❑ Prejuízos ocasionados por descargas atmosféricas: DESCARGAS ATMOSFÉRICAS ❑ Prejuízos ocasionados por descargas atmosféricas: DESCARGAS ATMOSFÉRICAS ❑ Prejuízos ocasionados por descargas atmosféricas: DESCARGAS ATMOSFÉRICAS ❑ Prejuízos ocasionados por descargas atmosféricas: DESCARGAS ATMOSFÉRICAS ❑ Riscos de choque elétrico causados por descargas atmosféricas: DESCARGAS ATMOSFÉRICAS ❑ Tensão de passo: NBR 5419/2015 ❑ NBR 5419/2015: Proteção contra descargas atmosféricas ▪ Parte 1: Princípios gerais; ▪ Parte 2: Gerenciamento de risco; ▪ Parte 3: Danos físicos a estruturas e perigos à vida (SPDA); ▪ Parte 4: Sistemas elétricos e eletrônicos internos na estrutura (MPS). NBR 5419/2015 ❑ NBR 5419/2015: Proteção contra descargas atmosféricas GERENCIAMENTO DE RISCOS ❑ Os danos ocasionados pelas descargas atmosféricas podem produzir diferentes tipos de perdas (L) consequentes em uma estrutura a ser protegida. O tipo de perda pode acontecer dependendo das características da própria estrutura e do seu conteúdo. Os seguintes tipos de perdas devem ser levados em consideração de acordo com a NBR 5419/2015: ▪ L1: perda de vida humana (incluindo ferimentos permanentes); ▪ L2: perda de serviço ao público; ▪ L3: perda de patrimônio cultural; ▪ L4: perda de valores econômicos (estrutura, conteúdo, e perdas de atividades). GERENCIAMENTO DE RISCOS ❑ O risco, R, é um valor relativo a uma provável perda anual média. Para cada tipo de perda que pode aparecer na estrutura, o risco resultante deve ser avaliado. Os riscos a serem avaliados em uma estrutura são os seguintes: ▪ R1: risco de perda de vida humana (incluindo ferimentos permanentes); ▪ R2: risco de perda de serviço ao público; ▪ R3: risco de perda de patrimônio cultural; ▪ R4: risco de perda de valores econômicos. GERENCIAMENTO DE RISCOS ❑ A NBR 5419 indica os valores máximos toleráveis para cada um dos tipos de riscos existentes: Obs: Para perda de valor econômico (L4), deve ser realizada uma comparação custo/benefício conforme anexo da norma. Se os dados para esta análise não estão disponíveis, o valor representativo de risco tolerável 𝑅𝑇 = 10 −3 pode ser utilizado. NÍVEL DE PROTEÇÃO / CLASSE DO SPDA ❑ Os resultados da etapa de gerenciamento de riscos indicam a necessidade ou não de instalação de um SPDA na edificação, além disso, indicam também o nível de proteção do SPDA caso ele seja necessário. ❑ O nível de proteção define a eficiência de um SPDA, indicando as probabilidades de proteção de um SPDA a uma estrutura contra os efeitos das descargas atmosféricas. ❑ O nível de proteção também garante o dimensionamento adequados dos valores especificados em projeto. NÍVEL DE PROTEÇÃO / CLASSE DO SPDA ❑ Níveis de proteção / Classe do SPDA NÍVEL DE PROTEÇÃO / CLASSE DO SPDA ❑ A probabilidade (𝑃𝐵) de uma descarga atmosférica causar danos físicos a uma estrutura em função da Classe do SPDA é dada pela tabela a seguir: SUBSISTEMAS DO SPDA ❑ Todo SPDA deve ser composto por três subsistema: ▪ Subsistema de captores; ▪ Subsistema de condutores de descida; ▪ Subsistema de aterramento. COMPONENTES NATURAIS ❑ Os subsistemas podem ser compostos por componentes naturais ou não-naturais. ❑ Os componentes não naturais são elementos instalados especificamente para compor o SPDA: captor tipo Franklin, condutores de cobre nu, hastes. ❑ Os componentes naturais são elementos condutivos não instalados especificamente para o SPDA, mas que podem ser integrados ao mesmo. ▪ captor natural (estrutura e telhas metálicas); ▪ descida natural (perfis metálicos configurando os pilares de sustentação); ▪ eletrodo de aterramento natural (armaduras do concreto armado providas de continuidade elétrica). COMPONENTES NATURAIS ❑ Exemplos de componentes naturais do SPDA: COMPONENTES NÃO NATURAIS ❑ Exemplos de componentes não naturais do SPDA: SUBSISTEMAS DO SPDA ❑ Composição de um SPDA com elementos naturais e não naturais: MÉTODOS DE PROTEÇÃO ❑ Quanto ao susbsistema de captação, a NBR 5419 admite três métodos de proteção, devendo ser adotado o que melhor se adequar à estrutura a ser protegida. São eles: ▪ Método do ângulo de proteção (Franklin); ▪ Método das malhas (Gaiola de Faraday); ▪ Método da esfera rolante (Eletrogeométrico). MÉTODOS DE PROTEÇÃO ❑ Método do ângulo de proteção (Franklin): é recomendado para edificações de até 60 metros de altura, e que não possuem uma área horizontal muito grande. MÉTODOS DE PROTEÇÃO ❑ Método das malhas: é recomendado para edificações que possuam uma grande área horizontal e com telhados sem grandes curvaturas ou inclinações. MÉTODOS DE PROTEÇÃO ❑ Método da esfera rolante: este método é apropriado para edificações muito altas, ou de geometria particular, cuja arquitetura expõe muitas saliências, e reentrâncias . MÉTODOS DE PROTEÇÃO ❑ Captores radioativos: são captores que durante as décadas de 70 e 80 eram utilizados como alternativa ao tipo Franklin. São facilmente reconhecidos, visto que, utilizam discos sobrepostos ao invés das características hastes pontiagudas no topo. A fabricação e comercialização destes captores está proibida no Brasil desde 1989 devido à não comprovação da sua maior eficiência em relação aos captores convencionais. CLASSE DO SPDA ❑ Parâmetros de projeto de acordo com a Classe do SPDA: CLASSE DO SPDA ❑ Parâmetros de projeto de acordo com a Classe do SPDA: Ângulo de proteção correspondente à Classe do SPDA CLASSE DO SPDA ❑ Parâmetros de projeto de acordo com a Classe do SPDA: Instalações Elétricas SPDA – Parte 2 Instituto Federal de Rondônia – IFRO Campus Porto Velho Calama Curso de Engenharia de Controle e Automação Prof. Me. Vitor Akira Uesugui Costa E-mail: vitor.costa@ifro.edu.br NÚMERO DE CONDUTORES DE DESCIDA 𝑁𝑐𝑑 = 𝑃𝑐𝑜 𝐷𝑐𝑑 𝑁𝑐𝑑 - Número de condutores de descida; 𝑃𝑐𝑜 - Perímetro da construção, em m; 𝐷𝑐𝑑 - Espaçamento entre os condutores de descida em m. MÉTODOS DE PROTEÇÃO Método do ângulo de proteção: o para-raios deve oferecer uma proteção dada por um cone cujo vértice corresponde à extremidade superior do captor e cuja geratriz faz um ângulo de α° com a vertical, propiciando um raio de base do cone de valor dado pela equação a seguir: 𝑅𝑏 = ℎ 𝑥 𝑡𝑔 α° 𝑅𝑏 – Raio da base do cone ℎ – Alturado mastro acima do plano de referência α – ângulo de proteção ÂNGULO DE PROTEÇÃO No método do ângulo de proteção, deve-se ter sempre em mente a altura do captor em relação ao plano de referência, pois este valor interfere diretamente no ângulo de proteção provido à estrutura: ÂNGULO DE PROTEÇÃO ❑ Ângulo de proteção correspondente à Classe do SPDA: ÂNGULO DE PROTEÇÃO ❑ Ângulo de proteção correspondente à Classe do SPDA: 3m 12m 2m EXEMPLO – ÂNGULO DE PROTEÇÃO ❑ Um prédio residencial com 4 andares + térreo, possui uma altura de 15 metros e dimensões de 20x20m (comprimento x largura). Trata-se de uma edificação Classe IV. a) Verificar se a utilização de um único captor com mastro de 5m instalado no topo do edifício é viável para a proteção do mesmo. b) Calcular o número de condutores de descida. ❑ I) Determinar o raio da base do cone de proteção: 𝑅𝑏𝑎𝑠𝑒 = 20² + 20² 2 = 14,14𝑚 EXEMPLO – ÂNGULO DE PROTEÇÃO ❑ II) Determinar o ângulo mínimo necessário para a proteção da cobertura: 𝑅𝑏𝑎𝑠𝑒 = ℎ 𝑥 𝑡𝑔α° 14,14 = 5 𝑥 𝑡𝑔α° t𝑔α = 14,14 5 t𝑔α = 2,83 α = 𝑡𝑔−1 2,83 = 70° EXEMPLO – ÂNGULO DE PROTEÇÃO ❑ III) Verificar se o ângulo correspondente da classe da edificação é suficiente para proteção do edifício: EXEMPLO – ÂNGULO DE PROTEÇÃO 74° O ângulo de proteção proporcionado por um captor de Classe IV com 5m de altura em relação ao plano de referência é 74°. Sendo assim o SPDA é viável, uma vez que o ângulo mínimo exigido para a edificação é de 70°. 𝑁𝑐𝑑 = 𝑃𝑐𝑜 𝐷𝑐𝑑 𝑁𝑐𝑑 = 4 𝑥 20 20 𝑁𝑐𝑑 = 80 20 = 4 𝑐𝑜𝑛𝑑𝑢𝑡𝑜𝑟𝑒𝑠 EXEMPLO – ÂNGULO DE PROTEÇÃO MÉTODO DAS MALHAS ❑ Método das malhas: Para o cálculo do número de condutores da malha captora, devem-se utilizar as fórmulas a seguir: 𝑁𝑐𝑚1 = 𝐶 𝐴𝑐𝑚 + 1 𝑁𝑐𝑚2 = 𝐿 𝐴𝑐𝑚 + 1 𝑁𝑐𝑚1 - Número de condutores na direção 1; 𝑁𝑐𝑚2 - Número de condutores na direção 2; 𝐶 - Comprimento da edificação, em m; 𝐿 – Largura da edificação em m; 𝐴𝑐𝑚 - Afastamento dos condutores da malha de acordo com a classe escolhida EXEMPLO – MÉTODO DAS MALHAS ❑ Projetar o afastamento dos condutores num SPDA tipo Gaiola de Faraday para um prédio residencial (Classe III) com altura de 15 metros e dimensões de 75x40m (comprimento x largura). A figura abaixo ilustra as dimensões da cobertura. EXEMPLO – MÉTODO DAS MALHAS ❑ I) Calcular o número de condutores nos dois sentidos da malha do SPDA: ▪ Direção 1: 𝑁𝑐𝑚1 = 𝐶 𝐴𝑐𝑚 + 1 𝑁𝑐𝑚1 = 75 15 + 1 = 6 condutores ▪ Direção 2: 𝑁𝑐𝑚2 = 𝐿 𝐴𝑐𝑚 + 1 𝑁𝑐𝑚2 = 40 15 + 1 ≅ 4 𝑐𝑜𝑛𝑑𝑢𝑡𝑜𝑟𝑒𝑠 EXEMPLO – MÉTODO DAS MALHAS ❑ II) Calcular o número de condutores de descida: 𝑁𝑐𝑑 = 𝑃𝑐𝑜 𝐷𝑐𝑑 𝑁𝑐𝑑 = 40𝑥2+75𝑥2 15 𝑁𝑐𝑑 = 40𝑥2+75𝑥2 15 𝑁𝑐𝑑 = 15,3 ≅ 16 𝑐𝑜𝑛𝑑𝑢𝑡𝑜𝑟𝑒𝑠 EXEMPLO – MÉTODO DAS MALHAS ❑ III) Configuração final da malha: ❑ ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5419 Proteção contra descargas atmosféricas – Parte 1: Princípios gerais. Rio de Janeiro, p. 67, 2015. ❑ ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5419 Proteção contra descargas atmosféricas – Parte 2: Gerenciamento de risco. Rio de Janeiro, p. 104, 2015. ❑ ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5419 Proteção contra descargas atmosféricas – Parte 3: Danos físicos a estruturas e perigos à vida. Rio de Janeiro, p. 51, 2015. ❑ CRUZ, Eduardo Cesar Alves; ANICETO, Larry Aparecido. Instalações elétricas: fundamentos, práticas e projetos em instalações residenciais e comerciais. Saraiva Educação SA, 2019. Referências
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