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Investimentos Professor Ricardo Razuk Retorno - Risco e Diversificação Alocação de Capital entre Ativo Arriscado e Ativo sem Risco Alocação de Capital entre Ativos com Risco Acrescentando Ativos sem Risco CAPM (Capital Asset Pricing Model) APT (Teoria de Precificação por Arbitragem) Eficiência de Mercado e Finanças Comportamentais 2 Conteúdo Retorno - Risco e Diversificação 3 Os indivíduos possuem o desejo de transferir recursos no tempo e entre “estados da natureza”, problema este que pode ser separado em duas partes: decisão de poupança escolha de carteira ótima 4 • A teoria de carteiras é a análise quantitativa para a administração eficiente do risco, avaliando as compensações entre benefícios e custos da redução do mesmo. • Esta teoria abrange o problema de como fazer uma escolha entre as alternativas financeiras a fim de maximizar as preferências declaradas, escolha essa que envolve avaliar a compensação entre receber um retorno esperado mais elevado e assumir um risco maior. Teoria da Carteira 5 • Os investidores são avessos ao risco: demandam um prêmio de risco para investir em ativos arriscados. – Prêmio de risco: diferença entre o retorno esperado de um ativo arriscado e o retorno de um ativo sem risco. • A função utilidade dos investidores depende negativamente do risco e positivamente do retorno do ativo. 6 Retorno Definição de retorno líquido nominal: r = dividendo pago no período + (preço final – preço inicial) preço inicial Exemplo: Consideremos a ação VALE5 (Vale PN). Suponha que você compre ações da Companhia Vale ao preço de R$ 15,00 por ação e que pretenda ficar com elas durante um ano. O dividendo pago no período foi R$ 2,50, enquanto o preço final foi de R$ 14,00. Calcule o retorno líquido nominal desta operação. 7 Retorno • O retorno acima só pôde ser calculado ex post, uma vez que o preço final e os dividendos foram observados. No entanto, quando tomamos as decisões financeiras as fazemos sem saber o que de fato acontecerá amanhã ou depois. • Certeza absoluta ~ caso degenerado de uma distribuição de probabilidade. • Uso de dados históricos. Problemas! 8 • Exemplo: Suponha que várias taxas de retorno das ações VALE5 sejam possíveis dependendo da conjuntura econômica, da administração da companhia e de seus concorrentes, fornecedores e clientes... 9 • Simplificando, vamos nos ater apenas a três estados possíveis da economia: forte, normal e fraco. Tabela: Distribuição de probabilidade das taxas de retorno da VALE5 Estado da economia Taxa de retorno da VALE5 Probabilidade de ocorrência Forte 20% 0,20 Normal 10% 0,70 Fraco -15% 0,10 10 • De posse destes dados, calculemos a taxa de retorno esperado E(r). Como? Assim, E(rVALE5) = 0,20*20+0,7*10+0,1*(-15)=9,5% 11 onde Pn é a probabilidade do cenário n ocorrer, Retn é o retorno do ativo i se n ocorrer e N é o número total de cenários. Valor Esperado de um Ativo 1 Re...ReReRe Re)(Re 1 332211 1 N n n NN n N n ni P tPtPtPtP tPtE 12 • Observemos agora esse mesmo cenário para o caso de ação PETR4, a qual possui a seguinte distribuição de probabilidade: Tabela: Distribuição de probabilidade das taxas de retorno da PETR4 Estado da economia Taxa de retorno da PETR4 Probabilidade de ocorrência Forte 35% 0,20 Normal 10% 0,70 Fraco -45% 0,10 13 Calculando o retorno esperado de PETR4: E(rPETR4) =0,2*35+0,7*10+0,10*(-45)=9,5% E aí, caso fosse possível comprar apenas uma delas, o que você faria? 14 • A volatilidade de um ativo será maior quanto maior for a gama de possíveis resultados e quanto maiores forem as probabilidades desses retornos ocorrerem em valores extremos. • A estatística mais frequentemente usada na teoria de Finanças para quantificar e mensurar a volatilidade da distribuição dos retornos de qualquer ativo é o desvio padrão. 15 Se as probabilidades dos cenários são iguais: onde N é o número total de cenários. O desvio-padrão i é a raiz quadrada da variância. O quão adequada é esta métrica? Variância de um Ativo 2 1 2 )(ReRe tEtP n N n ni N n ni tEt N 1 22 )(ReRe 1 16 17 18 19 Apesar do uso unânime desta estatística como medida de volatilidade no mercado financeiro, é importante que observemos que o desvio padrão é construído a partir de desvios de valor absoluto, ou seja, uma observação xi, que seja inferior à média em n unidades, terá o mesmo desvio absoluto e, portanto entrará com o mesmo peso no cálculo da volatilidade que uma observação xj que seja superior à média também em n unidades. 20 E a capacidade desta estatística de captar o comportamento dos investidores, os quais normalmente reagem de forma diferente a informações boas e ruins de mesma magnitude ou importância, ou a ganhos e perdas de mesmo valor? 21 Medidas de Risco • Valor em Risco (VaR, quantil de uma distribuição) • Expectativa condicionada das caudas da distribuição (ECCD) • Desvio-padrão parcial inferior (DPPI) 22 0 5 10 15 20 25 30 -3 5 .0 % -3 3 .0 % -3 1 .0 % -2 9 .0 % -2 7 .0 % -2 5 .0 % -2 3 .0 % -2 1 .0 % -1 9 .0 % -1 7 .0 % -1 5 .0 % -1 3 .0 % -1 1 .0 % -9 .0 % -7 .0 % -5 .0 % -3 .0 % -1 .0 % 1 .0 % 3 .0 % 5 .0 % 7 .0 % 9 .0 % 1 1 .0 % 1 3 .0 % 1 5 .0 % 1 7 .0 % 1 9 .0 % 2 1 .0 % 2 3 .0 % 2 5 .0 % 2 7 .0 % M a is Fr e q ü ê n ci a Histograma: Retorno Mensal IBOV (1995-2016) Média = 1.3% Desvio Padrão = 8.8% 0 50 100 150 200 250 300 350 400 -1 0 .0 % -9 .3 % -8 .5 % -7 .8 % -7 .0 % -6 .3 % -5 .5 % -4 .8 % -4 .0 % -3 .2 % -2 .5 % -1 .8 % -1 .0 % -0 .2 % 0 .5 % 1 .3 % 2 .0 % 2 .8 % 3 .5 % 4 .3 % 5 .0 % 5 .8 % 6 .5 % 7 .3 % 8 .0 % 8 .8 % 9 .5 % M a is Fr eq ü ên ci a Histograma: Retornos Diários Ibov (1995-2016) Média = 0.07% Desvio padrão = 2.2% • Exemplo: Qual seria a volatilidade das ações VALE5 e PETR4? Relembrando .... (rVALE5) = (0,2*(20-9,5)2+0,7*(10-9,5)2+0,1*(-15-9,5)2)1/2=9,07 (rPETR4) =(0,2*(35-9,5)2+0,7*(10-9,5)2+0,1*(-45-9,5)2)1/2=20,67 2 1 ))(( n ii rErp 25 Exercício: Suponha que você tenha um projeto que tem a chance de 70% de dobrar seu investimento inicial em um ano e a chance de 30% de reduzir pela metade tal investimento. Qual o desvio padrão e o retorno líquido esperado desse projeto? 26 É útil comparar variâncias dos retornos dos ativos individuais com as variâncias dos retornos de uma carteira composta pelos mesmos ativos. A tabela abaixo (em %) contém retornos médios mensais e desvios-padrão para 10 ações do Ibovespa no período fev/95- ago/06, e também para uma carteira igualmente ponderada formada por estas ações. 27 Nome Média Desvio-Padrão Min. Max. Petrobrás PN 3,40 Vale PNA 3,05 Aracruz PNB 3,09 Bradesco PN 3,16 Cemig PN 2,48 Gerdau PN 4,12 Usiminas PNA 3,09 Itau Holding PN 3,38 BB ON 2,12 Klabin PN 2,49 Carteira 3,04 28 As volatilidades dos ativos individuais são claramente maiores do que a volatilidade da carteira. Pergunta: Se uma carteira diversificada é composta de ativos individuais, então por que a volatilidade da carteira não é igual à média das volatilidades individuais? 29 Os preços dos ativos não se movem precisamente juntos. Frequentemente, a queda no preço de um ativo é cancelada pelo aumento no preço de outro. Naturalmente, quanto maior for o número de ativos em um carteira, maior é a probabilidade de cancelamentos no movimento dos preços. 30 Produto esperado dos desvios dos retornos em relação á respectiva média.Medida de como 2 variáveis “andam juntas”. Sejam 2 ativos A e B Se as probabilidades dos cenários são iguais: Covariância entre 2 Ativos )(ReRe)(ReRe 1 B B nA A n N n nAB tEttEtP )(ReRe)(ReRe 1 1 B B nA A n N n AB tEttEt N 31 Sejam 2 ativos A e B A correlação, como a covariância, também é uma medida de como duas variáveis “andam juntas”. A correlação é apenas uma padronização da covariância (a correlação é mais intuitiva pois varia entre -1 e 1). Correlação entre 2 Ativos BA AB AB 32 Exemplos de correlação entre dois ativos 33 Em uma situação de risco, precisamos administrá-lo formulando as compensações de custo-benefício na redução do mesmo. Quais seriam as técnicas mais eficientes de gestão, de transferência de risco? Diversificação Operações de seguro Estratégias de hedge 34 Diversificação de Risco • Como os preços dos ativos não se movem em sincronia, a combinação de vários ativos em carteira tem um efeito atenuante em sua variabilidade - DIVERSIFICAÇÃO • Harry Markowitz (o Pai das Finanças Modernas) detalhou a mecânica da diversificação no início dos anos 50. Ele ganhou o prêmio Nobel em 1990. Continua sendo um dos pilares de Finanças. 35 Diversificação de risco Quando falamos em diversificar, estamos nos referindo a uma aquisição de vários ativos com características particulares, em vez de concentrar toda a nossa poupança na aquisição de um só ativo, uma só ação. Segundo o princípio da diversificação, ao diversificar o indivíduo consegue uma redução de sua exposição ao risco total, sem necessariamente reduzir o retorno esperado... 36 onde Wi é o peso do ativo i na carteira c e I é o número total de ativos na carteira c. Valor Esperado de uma Carteira i I i ic tEWtE Re)(Re 1 37 Variância de uma Carteira n i n ij j jijii n i ic WWW 1 1 , 2 1 22 Wi = Proporção investida no ativo “i”; 2 = Variância da taxa de retorno do ativo “i”; ij = Covariância entre as taxas de retorno do ativo i e do ativo j. 38 Variância de uma Carteira Para 2 ativos: Para 3 ativos: 2,121 2 2 2 2 2 1 2 1 2 2 WWWWc 3,2323,131 2,121 2 3 2 3 2 2 2 2 2 1 2 1 2 22 2 WWWW WWWWWc 39 Diversificação de risco • Exemplo: Além das ações VALE5 e PETR4, existe uma terceira ação, BBDC4, com a seguinte distribuição de probabilidade: Tabela: Distribuição de probabilidade das taxas de retorno da BBDC4 Estado da economia Taxa de retorno da BBDC4 Probabilidade de ocorrência Forte -15% 0,20 Normal 15% 0,70 Fraco 20% 0,10 40 • Examinemos as três ações disponíveis: – As ações VALE5 e PETR4 possuem um comportamento semelhante.... – A ação BBDC se comporta de maneira inversa. • O quão diferentes seriam esses comportamentos? Como mensurar? 41 25,187 )5,945(*)5,915(*1,0)5,910(*)5,910(*7,0)5,935(*)5,920(*2,0 )(ReRe)(ReRe 1 Petr Petr nVale Vale n N n nPetrVale tEttEtP Tabela: E(r), volatilidade e correlação das ações VALE5, PETR4 e BBDC4 Ação Retorno esperado Volatilidade VALE5 9,5% 9,07% PETR4 9,5% 20,67 BBDC4 9,5% 12,34% Correl. (VALE5,PETR4) = 0,9989 Correl. (VALE5,BBDC4) = -0,6725 Correl. (BBDC4,PETR4) = -0,7067 9989,0 07,9*67,20 25,187 * PetrVale PetrVale PetrVale 42 Diversificação de risco Com base nos resultados para as correlações, o que seria esperado em termos de redução de volatilidade ao montarmos carteiras que contenham duas ou até mesmo as três ações? 43 • Simulações simples, básicas: • Quais seriam as lições e conclusões? Diversificação de risco Tabela: Retorno esperado e volatilidade das carteiras Carteira Retorno esperado Volatilidade A: 0,5 VALE5 + 0,5 PETR4 9,5% 14,87% B: 0,5 VALE5 + 0,5 BBDC4 9,5% 4,58% C: 0,5 PETR4 + 0,5 BBDC4 9,5% 7,40% D: 1/3 VALE5 + 1/3 PETR4 + 1/3 BBDC4 9,5% 7,64% 44 Diversificação de risco Neste exemplo, conseguimos a menor volatilidade ao montarmos a carteira B, dentre as montadas no exemplo. Seria essa a carteira de volatilidade mínima que podemos obter a partir destas três ações? 45 Diversificação de risco • De fato não! No momento, não estamos querendo abordar a técnica usada para determinarmos tal carteira, mas sim interessados em saber até que ponto conseguiríamos reduzir a volatilidade ou o risco existente nessa economia. • Fazendo algumas simulações, podemos evidenciar que aumentando um pouco o peso da ação VALE5 e reduzindo um pouco o peso da ação BBDC4, conseguimos obter uma volatilidade bem próxima de 4%, mas não menos que isso. Qual a razão disso? 46 Exemplo: O gráfico a seguir nos mostra a evolução da volatilidade anual média de carteiras formadas a partir de ações negociadas na Bolsa de Nova York (NYSE). 47 48 Diversificação de risco No gráfico anterior, vimos que uma boa parte do risco existente em grupos com poucas ações pode ser reduzida via diversificação, de forma que chamamos tal fração de diversificável ou idiossincrática. Estamos diante do fato de que em todo cenário econômico existem riscos chamados de sistemáticos, não-diversificáveis ou de mercado, os quais não podem ser extintos ou reduzidos a partir de diversificação, independente de quantos ativos sejam usados na carteira. 49 Exercício Suponha uma economia com apenas 2 ativos arriscados. O ativo A tem retorno esperado de 10% e desvio-padrão de 5% e o ativo B tem retorno esperado de 20% e desvio-padrão de 8%. Calcule o retorno esperado e o desvio-padrão de uma carteira composta por 50% em cada ativo se a correlação entre eles é de 0,5 e -0.5. 50 Será que haveria uma única e mais acertada estratégia ótima de montagem de carteira para uma determinada cesta de ativos? 51 • Não! Na realidade, indivíduos diferentes não necessariamente possuem uma mesma estratégia ótima para a seleção e composição de carteiras, mesmo que o conjunto de ativos disponíveis seja o mesmo e que possuam as mesmas limitações. • Entretanto, para todos os agentes ditos avessos ao risco... 52 Até o presente momento, discutimos o risco sob uma abordagem estatística simples. Investidores avessos ao risco rejeitam investimentos que possuem prêmio de risco nulo, ou negativo, de forma que estes somente aceitam oportunidades que sejam livres de risco ou que possuem um prêmio de risco positivo que compense pelo risco incorrido. Outra forma de interpretar esse comportamento é aceitar que o investidor avesso penaliza o investimento pelo risco associado a este, exigindo, portanto um maior retorno esperado por isso. 53 Aversão e tolerância ao risco • Analogamente, a tolerância ao risco de um indivíduo consiste na sua pré-disposição para assumir riscos. 54 Aversão e tolerância ao risco Alocação de Capital entre Ativo Arriscado e Ativo sem Risco Profº Ricardo Razuk 55 Sabemos então que se os investidores são avessos ao risco então demandam um prêmio de risco para investir em ativos arriscados e que a sua felicidade (função utilidade) depende negativamente do risco e positivamente do retorno esperado do ativo. 56 A função utilidade dos investidores depende negativamente do risco e positivamente do retorno do ativo. A literatura comumente segue Markowitz, assumindo que: U = E[r] – (½)A 2 Quanto maior a aversão ao risco (A), maior a intensidade do impacto da variância na perda de utilidade do investidor. OBS: O retorno esperado e o desvio-padrão entram na forma decimal. Utilidade 57 • Para construção da carteira ótima: – Decisão de Alocação de Capital: escolha das proporções da carteira destinadas aos ativos sem risco e aos ativos arriscados (é sobre o que falaremos a seguir) – Decisão de Seleção de Ativos: escolha dos ativos individuais para se investir. Carteira Ótima 58 • Dado o conjunto de oportunidades das alternativas de investimento (retornos esperados e covariâncias), quais carteiras um investidor racional compraria? • Hipóteses Implícitas: – 1) O risco e o retorno de uma carteira pode ser completamente caracterizado pela média e variância do retorno. – 2) Os investidores são aversos ao risco e racionais. Preferem mais retornoe menos risco. 59 • Suponha que um investidor tenha que decidir a proporção y da sua carteira a ser investida no ativo arriscado P (assim, ele investe 1-y no rf): E[rc] = yE[rp] + (1 - y)rf c = y p Portanto, y define o retorno esperado e o risco da carteira Carteira com um Ativo sem Risco e um Ativo Arriscado 60 • Conjunto de Oportunidades de Investimento: Conjunto de pares factíveis de retorno esperado e de desvio-padrão da carteira, que satisfazem a equação: (chega-se nessa equação combinando-se as 2 anteriores) Carteira com um Ativo sem Risco e um Ativo Arriscado c p fp fc r-]E[r r]E[r 61 • Linha de Alocação de Capital (LAC): Linha que representa o conjunto de oportunidades de investimento (reta no gráfico em que eixo das abscissas é o desvio-padrão e eixo das ordenadas é retorno esperado, ambos da carteira) O gráfico é uma reta com coeficiente linear rf e coeficiente angular Carteira com um Ativo sem Risco e um Ativo Arriscado c p fp fc r-]E[r r]E[r p fp r-]E[r 62 Carteira com um Ativo sem Risco e um Ativo Arriscado c p fp fc r-]E[r r-]E[r c E(rc) rf Linha de Alocação de Capital (LAC) Mais 1% de risco, ganho de excesso de retorno esperado. p fp r-]E[r 63 • Razão recompensa por variação ou Índice de Sharpe, também conhecido como Índice de Retorno de Volatilidade: é a inclinação da linha de alocação de capital: • quanto maior o índice de Sharpe, maior a atração do investidor pelo ativo de risco. Carteira com um Ativo sem Risco e um Ativo Arriscado p fp r-]E[rIS 64 • Posição de investimento alavancada em um ativo (y > 100%): posição de investimento na qual se investe mais que 100% do orçamento no ativo. – A posição de alavancagem só é possível caso o investidor não tenha restrição ao crédito. – Na teoria, vamos supor que uma instituição possa pegar emprestado à taxa do ativo livre de risco (essa suposição é factível apenas para grandes “players”) Carteira com um Ativo sem Risco e um Ativo Arriscado 65 • Venda à descoberto (“short sales”): venda de um ativo sem possuí-lo. – Por exemplo: pode-se vender a ação A (sem possuí-la) para comprar a ação B (a venda de A é uma venda à descoberto) – Na prática, aluga-se a ação A e vende-se ela no mercado – Supondo B constante, Se A sobe (cai) o investidor perde (ganha). Ou seja, o investidor está vendido em A. Carteira com um Ativo sem Risco e um Ativo Arriscado 66 • Dada a LAC, o investidor deve escolher a carteira ótima. – Nessa escolha, ele leva em consideração o trade-off entre risco e retorno esperado e o seu nível particular de aversão ao risco. A variável de escolha é a proporção y da sua carteira a ser investida no ativo arriscado Exemplo: Max yU = E[rc] – 0.5A c2 Combinação ótima entre Ativo sem Risco e Ativo Arriscado 67 Max yU = E[rc] – 0.5A c2 Max yU = yE[rp] + (1 - y)rf – 0.5A y2 p2 Combinação ótima entre Ativo sem Risco e Ativo Arriscado 2 fp r-]E[ry* pA c E(rc) rf LAC y* U( ) Markowitz (1953) U( ) tem esta forma pois para cada unidade de risco adicional, o investidor avesso ao risco exige mais retorno (U’’( ) > 0). 68 Toda a teoria até agora apresentada também vale para, ao invés de um ativo arriscado, uma carteira com ativos arriscados. Combinação ótima entre ativo sem risco e uma carteira arriscada 69 Linha do Mercado de Capitais (Capital Market Line) Se a carteira com ativos arriscados for a carteira de mercado, a LAC é chamada Linha do Mercado de Capitais c E(rc) rf CML (Capital Market Line) E(rm) m 70 Linha do Mercado de Capitais (Capital Market Line) Na prática, muitos consideram o ativo de mercado como o S&P500 (EUA) e o IBOVESPA (Brasil) Possuir uma carteira com o montante dividido em S&P500 e em renda fixa (T-Bills, por exemplo) é uma Estratégia Passiva de Montagem de Carteiras. 71 Exercícios Suponha uma economia com apenas um ativo arriscado, com retorno esperado de 10% e desvio-padrão de 16%, e um ativo livre de risco que rende 6%. Qual é a sua alocação ótima para um investidor com aversão ao risco de 4? E se o ativo sem risco rende 7%? E se a aversão ao risco do investidor cair para 2? 72 Exercícios Seja um investidor que aplica 50% em PETR4 e 50% em um ativo sem risco. Suponha que o retorno esperado da PETR4 é de 25% e volatilidade de 50% e que o ativo sem risco rende 10%. Qual é a aversão ao risco desse investidor? Agora, suponha que esse investidor se depare com a seguinte loteria: Cenário Prob Ret A 50% 10% B 50% 0% Qual o equivalente certeza dessa loteria? 73 Alocação de Capital (Ativos com Risco) Profº Ricardo Razuk 74 Risco de uma Carteira n i n ij j jijii n i ic WWW 1 1 , 2 1 22 Wi = Proporção investida no ativo “i”; 2 = Variância da taxa de retorno do ativo “i”; ij = Covariância entre as taxas de retorno do ativo i e do ativo j. 75 Risco de uma Carteira Assim sendo, o Risco da carteira considera os riscos de todos os ativos tratados individualmente e a relação existente entre eles definida pela covariância. Para 2 ativos: 2,121 2 2 2 2 2 1 2 1 2 2 WWWWc 76 Risco de uma Carteira Diversificação Carteira com n ativos que possuem a mesma participação financeira em uma carteira, ou seja, a participação de cada ativo é 1/n. n i n ij j jii n i c nnn 1 1 , 2 1 22 ) 1 )( 1 () 1 ( 77 Risco de uma Carteira Diversificação Retirando 1/n do primeiro somatório e (n-1)/n do segundo, tem-se que: n i n ij j ji n i i c nnn n nn 1 1 , 1 2 2 ] )1( [ 1 ][ 1 O primeiro termo entre colchetes é a média das variâncias dos ativos e o segundo a média das covariâncias entre os ativos: 78 Risco de uma Carteira Diversificação O primeiro termo da equação indica a contribuição dos riscos individuais para o risco total da carteira. Quanto maior a diversificação da carteira, menor a contribuição individual da variância de um ativo para o risco total da carteira. É o chamado risco diversificável. jiic n n n , 22 11 79 Risco de uma Carteira Diversificação O segundo termo da equação indica que quanto maior a diversificação, mais ele se aproxima da média da covariância dos ativos da carteira. Este é o chamado risco não diversificável, risco de mercado ou risco sistemático. Este risco deriva do fato de existirem alguns fatores no mercado que afetam todos os negócios simultaneamente. jiic n n n , 22 11 80 Risco de uma Carteira Diversificação Em uma carteira suficientemente diversificada, só o risco sistemático interessa, já que o risco diversificável foi eliminado. A diversificação decorre do fato de que as ações não são perfeitamente correlacionadas, ou seja, quando os preços de algumas caem, os preços de outras, eventualmente, podem estar até subindo, o que contrabalança o efeito total. 81 Risco de uma Carteira Diversificação Conclusão: O risco individual de cada ativo pode ser diversificado: é o chamado risco diversificável, risco não- sistemático ou, ainda, risco idiossincrático. O risco proveniente da covariância entre os ativos não pode ser diversificado: é o chamado risco não diversificável, risco de mercado ou risco sistemático. 82 Risco Sistemático O risco sistemático é atribuído a fatores que afetam o mercado como um todo. Em geral, os fatores macroeconômicos - taxa de juros, inflação, desempenho da economia, cenário externo - afetam os preços de todas as ações. Este tipo de risco não pode ser coberto com a diversificação, por maior que seja a carteira. 83 Risco Não-Sistemático O risco não sistemático está ligado a acontecimentos que afetam um setor ou empresa isoladamente. Neste caso, a estratégia de diversificar o patrimônio entre ações de setores/empresas diferentes, minimiza o risco em relação àqueles que mantém posições concentradas em poucas ações. 84 Mínima Variância de uma Carteira com 2 ativos 2/1 2,121 2 2 2 2 2 1 2 1 )2( WWWWc em que W2 = 1 - W1. Para se determinar o valor de W1 que minimiza a equação, basta derivá-la em relação a W1 e igualá-la azero. Condição de segunda ordem deve ser satisfeita (derivada segunda deve ser positiva) 85 Mínima Variância de uma Carteira com 2 ativos e W2(MV) = 1 - W1(MV). W1 e W2 são os pesos percentuais dos ativos na carteira, para que ela possua o menor risco possível. 212,1 2 2 2 1 212,1 2 2 1 2 )(MVW 86 Conjunto de Oportunidade de Carteiras Conjunto de Oportunidade de Carteiras: conjunto de todas as combinações de retorno esperado e desvio-padrão das carteiras Considere uma carteira formada pelos ativos 1 e 2 que possuem os seguintes retornos esperados e desvios-padrão (Venda a descoberto não permitida) Retorno Esperado Desvio- Padrão Ativo 1 10% 5% Ativo 2 4% 2% 87 Conjunto de Oportunidade de Carteiras (correlação igual a 1) Caso em que a correlação é igual a 1: X1 0% 10% 20% 30% 40% 50% E(Ret) 4,00% 4,60% 5,20% 5,80% 6,40% 7,00% Desvio- Padrão 2,00% 2,30% 2,60% 2,90% 3,20% 3,50% X1 60% 70% 80% 90% 100% E(Ret) 7,60% 8,20% 8,80% 9,40% 10,00% Desvio- Padrão 3,80% 4,10% 4,40% 4,70% 5,00% 88 Conjunto de Oportunidade de Carteiras (correlação igual a 1) Risco X Retorno 0,00% 2,00% 4,00% 6,00% 8,00% 10,00% 12,00% 0,00% 1,00% 2,00% 3,00% 4,00% 5,00% 6,00% Risco R e t o r n o 89 Conjunto de Oportunidade de Carteiras (correlação igual a 1) No caso de ativos perfeitamente correlacionados, o retorno e o risco da carteira de dois ativos são médias ponderadas, pelas respectivas participações, do retorno e do risco dos ativos individuais. 2211 2 22112121 2 2 2 2 2 1 2 1 2,12121 2 2 2 2 2 1 2 1 2 2 2 WW WWWWWW WWWW p p 90 Conjunto de Oportunidade de Carteiras (correlação igual a 1) Desta forma, não há redução de risco ao se comprar os dois ativos. O ponto de mínima variância, neste caso, é o ponto em que W1 = 0% e W2 = 100% (pois o ativo 2 é o ativo menos arriscado) 91 Conjunto de Oportunidade de Carteiras (correlação igual a -1) Caso em que a correlação é igual a -1: X1 0% 10% 20% 30% 40% 50% E(Ret) 4,00% 4,60% 5,20% 5,80% 6,40% 7,00% Desvio- Padrão 2,00% 1,30% 0,60% 0,10% 0,80% 1,50% X1 60% 70% 80% 90% 100% E(Ret) 7,60% 8,20% 8,80% 9,40% 10,00% Desvio- Padrão 2,20% 2,90% 3,60% 4,30% 5,00% 92 Conjunto de Oportunidade de Carteiras (correlação igual a -1) Risco X Retorno 0,00% 2,00% 4,00% 6,00% 8,00% 10,00% 12,00% 0,00% 1,00% 2,00% 3,00% 4,00% 5,00% 6,00% Risco R e to r n o 93 Conjunto de Oportunidade de Carteiras (correlação igual a -1) Nem todas as carteiras são eficientes. Compare, por exemplo, a carteira em que W1 é 10% e W2 é 90% com a em que W1 é 30% e W2 é 70%. A primeira possui risco maior e retorno menor. A fronteira eficiente, neste caso, se constitui nas composições da carteira em que os valores em W1 são maiores ou iguais ao ser valor no ponto de mínima variância. 94 Conjunto de Oportunidade de Carteiras (correlação igual a -1) O ponto de mínima variância é o ponto em que W1 = 28,57% e W2 = 71,43%. No caso de ativos negativamente perfeitamente correlacionados, há sempre uma combinação de ativos em que o risco da carteira é zero, o que mostra que a diversificação possui a propriedade da redução do risco. 95 Conjunto de Oportunidade de Carteiras (correlação igual a -1) Caso em que r = -1: há sempre uma combinação de ativos em que o risco da carteira é zero. Para ver isso, basta substituir W1(MV) e W2(MV) na fórmula da variância da carteira. 96 Conjunto de Oportunidade de Carteiras (correlação igual a 0) Caso em que a correlação é igual a 0: X1 0% 10% 20% 30% 40% 50% E(Ret) 4,00% 4,60% 5,20% 5,80% 6,40% 7,00% Desvio- Padrão 2,00% 1,87% 1,89% 2,05% 2,33% 2,69% X1 60% 70% 80% 90% 100% E(Ret) 7,60% 8,20% 8,80% 9,40% 10,00% Desvio- Padrão 3,10% 3,55% 4,02% 4,50% 5,00% 97 Conjunto de Oportunidade de Carteiras (correlação igual a 0) Risco X Retorno 0,00% 2,00% 4,00% 6,00% 8,00% 10,00% 12,00% 0,00% 1,00% 2,00% 3,00% 4,00% 5,00% 6,00% Risco R e to r n o 98 Conjunto de Oportunidade de Carteiras (correlação igual a 0) O ponto de mínima variância é o ponto em que W1 = 13,79% e W2 = 86,21%. Também é possível observar que nem todas as carteiras são eficientes. A fronteira eficiente ocorre para as carteiras em que W1 é maior ou igual a 13,79%. Este formato de gráfico vale também para -1 < r < 1 99 Conjunto de Oportunidade de Carteiras 100 Escolha da combinação ótima entre os Ativos Arriscados MaxwU = E[rc] – 0.5A c2 Para 2 ativos: Max wU = )) W-(12) W-(1(0.5A – ]E[r) W-(1]E[rW 2,111 2 2 2 1 2 1 2 12111 WW 0)2W-(12)1(220.5A– ]E[r-]E[r 12,11 2 21 2 121 1 WW W U 0)2W-(1)1(A– ]E[r-]E[r 12,11 2 21 2 121 WW 2,1 2 2 2 1 2,1 2 221 1 2 A]E[r-]E[r A W 101 Fronteira Eficiente A fronteira eficiente é uma combinação de ativos disponíveis que representam as melhores alternativas de investimento para determinados níveis de risco e de acordo com as restrições impostas. 102 Fronteira Eficiente A teoria de Markowitz considera que todas as oportunidades de investimento possíveis estão disponíveis para todos os investidores, no contexto risco-retorno. As carteiras dominarão os ativos individuais, na medida em que através da diversificação, elas conseguem reduzir o risco. Se a diversificação de Markowitz for aplicada a todos os ativos que formam o conjunto de oportunidades de investimentos, as carteiras resultantes formarão o conjunto eficiente de carteiras, que irão dar origem à fronteira eficiente. 103 104 Fronteira Eficiente As carteiras eficientes são definidas por meio da utilização do conceito de dominância, que diz que um investidor preferirá, para o mesmo nível de risco, a carteira que lhe proporcione o maior retorno esperado ou, inversamente, para o mesmo retorno esperado a carteira de menor risco. Deste modo, podemos definir fronteira eficiente como o lugar geométrico de pontos no espaço físico Retorno X Risco que contém o máximo de retorno para cada nível de risco. A curva pode diferir de um investidor para outro caso tenham algum tipo de restrição de crédito, pois os pesos nesse caso não podem ser negativos. 105 Exercício Existem apenas 2 ações no mercado, com os seguintes dados: Retorno Esperado Desvio-Padrão ação 1 10% 18% ação 2 5% 8% Correlação entre as ações: 0,35. U = E[rc] – 0.5A c 2, onde A = 5 a) Suponha que não exista ativo livre de risco. Qual a fronteira eficiente de investimento? b) Qual a carteira ótima para ativos arriscados? 106 Exercício Suponha que você seja gestor de um fundo mútuo e que haja 2 ativos no mercado: um ativo arriscado (S) com retorno esperado de 20% e desvio padrão de 30%, um título (B) com retorno esperado de 12% e desvio padrão de 15%. A correlação entre os ativos arriscados é de 0,10. a) Obtenha as proporções de cada ativo da carteira arriscada ótima, para o caso de um agente com utilidade a la Markowitz com aversão ao risco, A = 4. b) Qual o desvio padrão e o retorno esperado desta carteira (item a)? 107 Acrescentando Ativos sem Risco Profº Ricardo Razuk 108 Teoria Moderna de Carteiras Modelo de James Tobin Incorpora ao conceito de fronteira eficiente a possibilidade de se emprestar ou tomar emprestado a taxa de juros livre de risco Surge uma nova fronteira eficiente que passa a ser a reta que passa pelo ponto Rf e tangencia a fronteira eficiente de ativos com risco no ponto M (retorno da carteira eficiente dos ativos com risco). Esta reta é chamada de Capital Market Line (CML). 109 Teoria Moderna de Carteiras Modelo de James Tobin rfrf rf E(rM) 110 Teoria Moderna de Carteiras Modelo de James Tobin Toda a carteira sobre a CML representa alguma combinação de M e Rf. A carteira M é a única sobre a CML que não está utilizando as oportunidades de emprestar ou tomar emprestado. Entre Rf e M: há capital investido à taxa livre de risco Rf. Mais de 100% no ativo “M”: toma-se emprestado a taxa livre de risco e investe-se no ativo com risco, o que aumenta a expectativa de retorno e risco da carteira. 111 112Teoria de Moderna de Carteiras Modelo de James Tobin O retorno esperado de uma carteira que combina o ativo livre de risco e a carteira M (carteira na CML): E(rc)= Retorno esperado da carteira “p”; rF = Retorno do ativo livre de risco; E(rM)= Retorno esperado da carteira de mercado; y = Percentual investido na carteira de mercado. )()1()( MFc ryEryrE 113 Teoria de Moderna de Carteiras Modelo de James Tobin Como F e M,F são nulos, p = y M. Substituindo Y na equação do retorno: Esta é a Equação da CML c M FM Fc rrE rrE )( )( 114 Como chegar na carteira de mercado? Como chegar no portfolio de Mercado? Ou seja, em quais ativos arriscados se deve investir? Solução: o objetivo é encontrar os pesos tais que a carteira arriscada tenha o maior índice de Sharpe possível, isto é, o peso que maximiza a inclinação da linha de alocação de capitais. P FP rrEMax )( s.a. equações de E(rp) e p 115 Como chegar na carteira de mercado? Para 2 ativos com risco (ativos 1 e 2), a maximização fica: 5.0 2,111 2 2 2 1 2 1 2 1 2111 )) W- (12) W- (1( ]E[r ) W- (1 ]E[rW WW R MaxISMax F 0 ]E[r ) W- (1 ]E[rW )W21(2)W-2(1-2W 2 1 ]E[r ]E[r 2111 1,21 2 21 2 11 5.05.0 21 1 FR AA W IS 2 22,1 2 212,1 2 2 2 1 2 1 2,111 2 2 2 1 2 1 2 1 )(2)2( ) W- (12) W- (1 WW WWASeja 116 Como chegar na carteira de mercado? FR AA ]E[r ) W- (1 ]E[rW )W21()W-(1-W ]E[r ]E[r 2111 1,21 2 21 2 11 5.05.0 21 FRA ]E[r ])E[r- ](E[rW-)2-(W ]E[r ]E[r 22111,2 2 21,2 2 2 2 1121 1,2 2 21,2 2 2 2 112 1,2 2 21,2 2 2 2 11121 2 21,2 2 211,2 2 2 2 1 2 121 -)2-(W ]E[r -)2-(W])WE[r- ](E[r )(2W)2-(W ]E[r ]E[r FR 1,2 2 21,2 2 2 2 112 1,2 2 211,2 2 2 2 1 2 121 2 21,2 2 211,2 2 2 2 1 2 121 -)2-(W ]E[r )(-W)2-(W])E[r- ](E[r )(2W)2-(W ]E[r ]E[r FR 117 Como chegar na carteira de mercado? 1,2 2 21,2 2 2 2 112 2 21,2 2 2121 -)2-(W ]E[r )(W ]E[r ]E[r FR 2 221 2 21,22 1,2 2 2 2 12 2 21,2211 ]E[r ]E[r- ]E[r )2-( ]E[r)(]E[r ]E[rW F F R R )2-( ]E[r)(]E[r ]E[r ]E[r ]E[r- ]E[r W 1,2 2 2 2 12 2 21,221 2 221 2 21,22 1 F F R R )(]E[r ]E[r-)2-( ]E[r - ]E[r ]E[r ]E[r W 2 21,2211,2 2 2 2 12 2 21,22 2 221 1 F F R R 118 Como chegar na carteira de mercado? Rearmando, chega-se a fórmula final: 2,1f1f2 2 2f1 2 1f2 2,1f2 2 2f1 1 r-]E[rr-]E[rr-]E[rr-]E[r r-]E[rr-]E[r W 119 Como chegar na carteira ótima? Com os pesos W1 e W2 (que é igual a 1-W1) pode-se achar o E(Rm) e m. O retorno da carteira ótima será uma combinação entre o ativo livre de risco e o ativo de mercado: A volatilidade da carteira: c = y m Já vimos que a proporção ótima na carteira arriscada (que no caso é a carteira de mercado) é, para o caso em que U = E[rc] – 0.5A c 2:, )()1()( MFc ryEryrE 2 fm r-]E[ry* mA 120 121 122 Resumo do problema do investidor 1 - Especificar as características dos ativos arriscados disponíveis no mercado: retorno esperado, desvio-padrão, covariância, além do retorno do ativo livre de risco. 2 – Construir a carteira de mercado (Maximiza IS): - calcular a proporção de cada ativo no portfolio - calcular o retorno esperado e o desvio-padrão do portfolio 3 – Construir a carteira ótima (combinação da carteira de mercado com o ativo livre de risco): - Calcular os pesos do ativo livre de risco e da carteira de mercado - Calcular o peso de cada ativo arriscado na carteira 123 • O Modelo de Seleção de Carteira de Markowitz : Em acordo com a modelagem desenvolvida por Markowitz, podemos enunciar a famosa Propriedade da Separação, segundo a qual, a escolha da carteira ótima pode ser dividida em duas tarefas: a primeira, a escolha da carteira arriscada ótima, é apenas técnica; a segunda, a escolha entre o ativo sem risco e a carteira arriscada, depende da preferência do investidor. Baseado nessa propriedade, temos que: 124 1. Uma carteira arriscada ótima pode ser oferecida para todos os investidores independentemente do seu nível de aversão ao risco. Isso faz com que fundos de investimento sejam menos custosos, por servirem muitos clientes com pequeno custo de administração. 2. A diferença entre as carteiras ótimas de cada fundo no mercado deve-se, então, às distintas análises dos ativos disponíveis, e às distintas restrições de cada fundo. 3. Essa propriedade, portanto, permitiu o desenvolvimento da indústria dos fundos mútuos. 125 Exercício Existem apenas 2 ações no mercado, com os seguintes dados: E[Retorno ] DP ação 1 10% 18% ação 2 5% 8% Correlação entre as ações: 0,5 Utilidade do investidor: U = E[rc] – 0.5Asc 2, onde A = 5 a) Há ativo livre de risco que rende 1%. Qual carteira com risco será escolhida? Qual o retorno esperado e a volatilidade desta carteira? Calcule o índice de Sharpe da carteira e construa a CML (capital market line). b) Agora o ativo livre de risco rende 3%. Qual portfólio com risco será escolhido? Qual o retorno esperado e a volatilidade deste portfólio? Qual o índice de Sharpe deste portfólio? Qual a CML (capital market line) ? 126 Modelo de Fator Único e Modelos Multifatores Profº Ricardo Razuk 127 Dificuldades do Modelo de Seleção de Carteiras de Markowitz • Grande quantidade de estimativas para a elaboração da carteira arriscada ótima: Para uma carteira com n ativos: • n retornos esperados • n variâncias • (n2 – n)/2 covariâncias Por exemplo, se há 50 ativos, temos que realizar 1325 estimativas! • Não oferece orientação quanto à previsão do prêmio de risco para a construção da carteira ótima. TOTAL: (n2+3n)/2 128 Dificuldades do Modelo de Seleção de Carteiras de Markowitz • Erros no cálculo dessas estimativas podem levar a resultados inconsistentes: • qual a “janela” para estimativa? • para a variância futura, um dado recente deve ter o mesmo peso de um dado longínquo? • Além disso, calcule a variância de uma carteira com -100% de A, 100% de B e 100% de C: 129 Dificuldades do Modelo de Seleção de Carteiras de Markowitz • No exemplo do slide passado a variância é negativa, o que não é possível: os inputs da matriz de correlação não são consistentes. • Se colocarmos os verdadeiros valores das correlações, a variância nunca será negativa. Mas quais os verdadeiros valores das correlações? 130 Fatores Econômicos Comuns • Mudanças inesperadas nos fatores econômicos comuns (ciclos de negócios, taxas de juros, mudanças tecnológicas, custos do trabalho) causam choques nas taxas de retorno de todo o mercado. • É nisso que se baseia o Modelo de Fator Único !!! 131 Hipóteses do Modelo de Fator Único 1. Todos os fatores econômicos relevantes podem ser resumidos em um único indicador macroeconômico; 2. Movimentos nesse indicador causam mudanças no mercado de ativos inteiro; 3. Não há outra fonte de correlação entre os ativos: qualquer incerteza restante deve-se a fatores específicos da firma. 132 Modelo de Fator Único Podemos resumir a distinção entre fatores específicos da firma e fatores macroeconômicos na seguinte equação: E(ri) = retorno esperado do ativo no início do período; m = choques (surpresas) nos fatores macroeconômicos durante o período; ei = choques nos eventos específicos da firma. Além disso, E(ei) = 0; E(m) = 0; e E (eim) = 0: iii emrEr )( 133 Modelo de Fator Único Melhorando o modelo: diferentes firmas têm diferentes sensibilidades a eventos macroeconômicos. Modelo de Fator Único: m = iF; F = choque no fator macroeconômico; e i = sensibilidade da firma i ao fator F iiii eFrEr )( 134 Modelo de Fator Único • A variância de Ri surge de duas causas não correlacionadas, a sistemática e a específica à empresa: • A covariância entre qualquer par de títulos também é determinada por beta: imii e 2222 2,, mjijjiiji ememCovrrCov 135 Modelo de Fator Único Um fator que sirva como uma aproximação para o fator macroeconômico comum. Qual fator usar? 136 Modelo de Índice ÚnicoModelo de Índice Único (single-index model): o modelo de fator único é denominado Modelo de Índice Único quando a proxy para o fator macroeconômico do modelo é a taxa de retorno de um índice de mercado. De acordo com esse modelo, nós podemos separar a taxa de retorno realizada em um componente macro (sistemático) e um micro (específico da empresa) através de uma maneira similar àquela da equação do modelo de fator único. 137 Modelo de Índice Único Ri (= ri - rf ) é a soma de 3 componentes: - O retorno excedente esperado se o excesso de retorno de mercado é zero, i - O componente de retorno devido a todo o mercado: (o excesso de retorno de mercado). i é a resposta do ativo para os movimentos do mercado. - O componente de retorno inesperado devido à eventos inesperados que são específicos para a firma, ei FM rr ifMiifi errrr )( 138 Modelo de Índice Único A variância do retorno de cada ação é A variância pode ser decomposta em dois componentes: a) atribuída ao fator macroeconômico comum b) atribuída a fatores específicos da firma A covariância entre os retornos da ação i e da ação j é: )(2 ie 22 Mi 22 Mi )(2 ie 2),(),( MjMjjiMiji jii eReRCOVRRCOV 139 Modelo de Índice Único A correlação será: A covariância entre os retornos da ação i e o índice de mercado é: 2),(),( MMiMiMi ii ReRCOVRRCOV ),(*),( ),( 222 MjMi MjMi MM ji M ji RRCORRRRCORR RRCORR jiji 140 Modelo de Índice Único Esse modelo reduz consideravelmente o número de estimativas requeridas para o modelo de Markowitz: Para uma carteira com n ativos: • n retornos esperados independentes do mercado, ai • n betas • n variâncias dos fatores específicos da firma, • 1 estimativa de prêmio pelo risco de mercado, E(Rm) • 1 estimativa da variância do fator macroeconômico comum, Por exemplo, se há 50 ativos, temos que realizar 152 estimativas, e não 1.325! )(2 ie 2 M TOTAL: 3n+2 141 Modelo de Índice Único Note que, para o cálculo da variância de uma carteira, a diferença deste modelo para o tradicional é o cálculo da covariância: - A variância de cada ativo permanece a mesma (se considerarmos o risco de mercado e o risco específico) - A covariância no Modelo de Índice Único é calculada sempre em função do mercado ( ), ao invés de se utilizar diretamente os retornos de 2 ativos. 2 Mji 142 Modelo de Índice Único O modelo de índice permite a especialização do esforço de análise de ativos: um grupo de analistas pode se especializar em uma indústria, outro grupo em outra e ninguém precisa ter conhecimento sobre as duas ao mesmo tempo para estimar movimentos simultâneos, pois a covariância entre esses dois grupos é facilmente calculada como uma função do fator macroeconômico comum: 2 Mji 143 Modelo de Índice Único Crítica ao Modelo: simplifica demasiadamente as fontes de risco: ou sistemático (macro) ou idiossincrático (micro). Não considera, por exemplo, o risco da indústria, que afeta muitas firmas sem afetar toda a economia. Exemplo: alguma descoberta que beneficie toda a indústria de computadores (essa descoberta não é contemplada pelo modelo pois o retorno de uma firma de computadores está atrelado apenas ao retorno de mercado) 144 Modelo de Índice e Diversificação Modelo para ação: em que R denota excesso de retorno. O modelo também vale para um portfolio: iMiii eRR pMppp eRR 145 Modelo de Índice e Diversificação pMppp eRER )(Comparando com , temos 146 Modelo de Índice e Diversificação )(2222 PMPP e Quanto mais diversificada a carteira, menor o risco idiossincrático. O termo do risco sistemático persiste mesmo com a diversificação. 147 Modelo Multifatores Deficiência do Modelo Índice: Ao resumir todos os fatores macroeconômicos num único fator representativo, o modelo índice perde significativamente a capacidade de distinguir o real estado da economia (se bom ou se ruim) para firmas distintas. Por exemplo: uma firma exportadora pode reagir diferente de uma firma importadora a um evento macro. Os modelos multifatores vêm tentar solucionar este problemas. 148 Modelos multifatores (Chen, Roll e Ross) onde, IP = Mudança percentual na produção industrial. EI = Mudança percentual na inflação esperada. UI = Mudança percentual na inflação não-esperada. CG = Excesso de retorno de títulos de longo prazo de firmas sobre títulos de longo prazo do governo. GB = Excesso de retorno de títulos de longo prazo do governo sobre títulos de curto prazo do governo. 149 Modelos multifatores Fama e French (1993) onde, MKT: excesso de retorno de mercado SMB (small minus big): retorno de uma carteira com ações de firmas pequenas menos retorno de uma carteira com ações de firmas grandes. HML (high minus low): retorno de uma carteira com ações com alta razão book-to-market menos retorno de uma carteira com ações com baixo book-to-market. ttttft HMLSMBMKTRR 321 150 Modelos multifatores Fama e French (1993) Esses fatores foram escolhidos com base na observação de que o tamanho da firma e a razão book-to-market parecem ter capacidade de prever o retorno das ações. (R2 ajustado mais alto que CAPM e betas significativos) Esses fatores poderiam também representar o estado da economia, já que Fama e French mostram, por exemplo, que firmas pequenas ou firmas com alta razão book-to-market são mais sensíveis às variações macroeconômicas. Os retornos anormais ( ’s) estimados agora não são estatisticamene diferentes de zero. ttttft HMLSMBMKTRR 321 151 Exercício 1) Considere as seguintes estimativas abaixo Ação Retorno esperado Beta DP do Componente específico A 13% 0,8 30% B 18% 1,2 40% O índice de mercado tem um desvio padrão de 22% e a taxa livre de risco é de 8%. a) Qual o desvio padrão das ações A e B? b) Considere uma carteira que seja constituída pelas ações A e B e por um ativo livre de risco de acordo com as seguintes proporções, respectivamente: 0,30; 0,45 e 0,25. Calcule o retorno esperado, o desvio padrão, o beta e o desvio padrão não sistemático da carteira. 152 CAPM (Capital Asset Pricing Model) Profº Ricardo Razuk 153 CAPM - Definição É um modelo de precificação que determina um conjunto de previsões sobre o retorno esperado de equilíbrio de ativos arriscados. 154 CAPM - Objetivos Fornece um retorno esperado que servirá como marco para avaliar possíveis investimentos. Fornece o retorno esperado de ativos que ainda não estão no mercado. 155 CAPM - Hipóteses 1. Há competição perfeita entre os investidores: existem muitos investidores com dotação (riqueza) pequena se comparada à dotação total da economia. Preços são dados. 2. Os investimentos são de curto prazo: todos os investidores planejam por apenas um período, ignorando o que possa acontecer no longo prazo. 3. Há investimento apenas em ativos financeiros publicamente negociados no mercado: ações, títulos e ativo sem risco. 156 CAPM - Hipóteses 4. Não há impostos ou custos de transação. 5. Todos os investidores usam o modelo de seleção de carteira de Markowitz. 6. As expectativas são homogêneas. 157 CAPM - Carteira de Mercado Resultados do Modelo de Markowitz: A carteira arriscada de todos os investidores replicará a carteira de mercado. Carteira de Mercado: é a carteira formada por todos os ativos arriscados do mercado (já que todos os investidores aplicam na mesma carteira arriscada). 158 CAPM - Carteira de Mercado Dadas as hipóteses, todos os investidores terão a mesma carteira arriscada pois: todos usam a análise de Markowitz (5) aplicada ao mesmo universo de ativos (3) pelo mesmo horizonte de tempo (2) e usando o mesmo conjunto de estimativas (6). Assim, todos os indivíduos irão replicar a carteira de mercado. 159 CAPM - Resultado Como 1) o peso de cada ativo em todas as carteiras individuais será igual e 2) a carteira de mercado é definida como a carteira resultante da agregação de todas as carteiras, Temos que o peso do ativo na carteirade mercado será o mesmo que o peso do ativo nas carteiras individuais. 160 CAPM - LMC LMC (linha de mercado de Capitais): melhor linha de alocação de capital atingível. todos os investidores deterão a carteira de mercado como ativo arriscado e suas carteiras diferirão apenas no peso do ativo sem risco. 161 CAPM - Teorema dos fundos mútuos Teorema dos fundos mútuos: assumindo que todos os investidores escolhem aplicar num fundo mútuo do índice de mercado, podemos separar a seleção da carteira em dois componentes: a) um problema técnico: a montagem do fundo mútuo, feita por um analista de investimentos; e b) um problema pessoal: a escolha da carteira completa com o ativo sem risco, que depende da aversão ao risco do investidor. 162 CAPM - Teorema dos fundos mútuos Assim, um investidor investiria um percentual de sua riqueza no fundo e outro percentual no ativo livre de risco. Esses percentuais dependem do grau de aversão ao risco do investidor 163 CAPM - Teorema dos fundos mútuos Na realidade, analistas diferentes criam carteiras ótimas diferentes da carteira de mercado. Isso ocorre porque as expectativas não são homogêneas (além de as outras hipóteses não serem atendidas). Na prática, então, trabalha-se com uma lista de estimativas distintas. 164 CAPM O prêmio de risco dos ativos individuais é proporcional ao prêmio de risco da carteira de mercado e ao beta do ativo: onde o beta é uma medida de quanto o excesso de retorno de uma ação i se move junto com o excesso de retorno de mercado. FMiFi rrErrE )()( )( , FM FiFM i rrVar rrrrCov 165 CAPM Para um investidor (que investe no ativo M), importa menos o risco individual do ativo que o risco que ele traz para a carteira (já que a carteira dele é extremamente diversificada pois contém todos os ativos arriscados). O prêmio de risco que ele exige do ativo, portanto, deve ser função apenas do risco de carteira de mercado. 166 CAPM Portanto, neste modelo, o E(ri) não é função do risco diversificável (a carteira arriscada do investidor é extremamente diversificada), apenas do risco de mercado. Assim, o betai é uma medida de risco de mercado do ativo i. É o parâmetro apropriado do seu risco por ser proporcional à contribuição do risco do título para a carteira ótima de títulos de risco. 167 CAPM - Demonstração • Considere um investidor que aloca toda a sua riqueza na carteira de mercado M. • Neste caso, teremos que o retorno esperado e a variância da carteira deste investidor serão dados por E(Rm) e , respectivamente. • Suponha que este investidor resolva rebalancear sua carteira, adquirindo uma fração minimamente pequena desta mesma carteira M, a qual será financiada por um empréstimo corrigido pela taxa livre de risco, Rf. • Observe que o retorno esperado e a variância desta carteira rebalanceada serão dados, respectivamente, por: e Como a fração é pequena, então o último termo da variância é desprezível. 2 M fMM RRERE 2221 M • Desta forma, os diferenciais de retorno esperado e variância entre a carteira rebalanceada e a carteira original (somente composto pela carteira de mercado) serão dados por e . • A razão entre esses diferencias reflete claramente o trade-off entre o prêmio de risco incremental e o risco incremental, de forma que comumente a chamamos de preço marginal do risco. • Se fizesse o rebalanceamento adquirindo uma fração de um ativo i qualquer, os novos retorno esperado e variância seriam dados respectivamente por: e . • Desta forma, os diferenciais de retorno esperado e variância entre a nova carteira rebalanceada e a carteira original (somente composto pela carteira de mercado) seriam dados por e . fm RRE 22 m fim RRERE 22 , 2 2 iMim fi RRE Mi,2 CAPM - Demonstração CAPM - Demonstração • Compare agora os preços marginais do risco incorridos por ambos os rebalanceamentos acima propostos: e • No equilíbrio, o preço marginal do risco de um ativo i disponível para o investidor e o do mercado deverão ser iguais. Assim sendo, deveremos ter a seguinte relação: • Finalmente, temos a expressão mais familiar do CAPM, conhecida como a relação retorno esperado-beta: 22 M fm RRE Mi fi RRE ,2 fM M Mi fi RRERRE 2 , fMifi RRERRE LMA LMA – Linha de Mercado de Ativos A LMA é a representação gráfica da relação retorno esperado com o beta no plano E(r) × CAPM: iFMFi rrErrE )()( Aqui, diferentemente da CML, [E(rM)-rf] é o coeficiente angular da LMA. O que importa não é o desvio-padrão do ativo individual mas a contribuição do ativo para a variância da carteira (mensurada pelo beta do ativo) 171 172 Novo Ativo no Mercado Qual o retorno esperado? Pode-se considerar para o beta desta empresa, o beta de uma empresa similar. Então, com o beta e a LMA, acha-se o retorno esperado do ativo. 173 O CAPM e o Modelo Índice O CAPM usa retornos esperados. O modelo índice usa retornos realizados. Podemos relacionar esses dois modelos. )( , M iM i RVar RRCov que é o mesmo beta do CAPM, exceto que ao invés do (teórico) portfolio de mercado do CAPM temos o índice de mercado. 174 O Modelo Índice e a Relação Retorno Esperado-Beta CAPM: Modelo Índice: FMiFi rrErrE )()( ifMiifi errrr )( 175 O Modelo Índice e a Relação Retorno Esperado-Beta Passando o operador esperança no Modelo Índice: Então, o CAPM prevê que i = 0 para todos os ativos. O alfa de uma ação é seu retorno esperado superior (ou abaixo) do retorno esperado justo previsto pelo CAPM. Pelo CAPM, se a ação está com seu preço justo, seu alfa deve ser zero. FMiiFi rrErrE )()( 176 Alfa Positivo Uma possível estratégia ativa seria identificar os ativos com > 0 e aumentar o peso desses ativos na carteira. carteira. 177 178 O CAPM e o Modelo Índice O CAPM é um modelo robusto: mesmo variando algumas de suas hipóteses, mantemos seus principais resultados. A questão é: o CAPM é testável? Seus resultados são refutáveis? A carteira de mercado é a carteira eficiente em termos de média-variância. Porém, a construção e o teste de eficiência de uma carteira do tamanho da carteira de mercado ainda não é possível (pelo menos, até o momento). 179 O CAPM e o Modelo Índice Mas, mesmo que conseguíssemos construir uma carteira do tamanho da carteira de mercado, como mostrar que o IS dessa carteira é maior que o de todas as outras carteiras? O IS é definido em termos de expectativas e não temos como observar as expectativas diretamente, apenas o retorno realizado. Da mesma forma, a relação retorno esperado-beta não pode ser testada por estar sob a forma de expectativas. 180 O CAPM e o Modelo Índice Temos, então, duas críticas sobre o CAPM: - Crítica de Roll: o CAPM não é testável porque a carteira de mercado não é observável. - Crítica de Hansen e Richard: mesmo que a carteira de mercado fosse observável, não poderíamos testar o CAPM, pois os conjuntos de informações dos agentes não são observáveis. Logo, não teríamos as expectativas necessárias para o modelo. 181 Exercícios 1) Se o CAPM for válido, quais das seguintes situações são possíveis? Considere cada situação de forma independente. Carteira E(R) Beta E(R) = Rf +B * (Rm – Rf) A 20 1,4 B 25 1,2 Carteira E(R) DP A 30 35 B 40 25 Carteira E(R) Beta 16% = 10% +1,5 * (15% – 10%) Livre de Risco 10 0 17,5% = 10% + 7,5% Mercado 15 1,0 A 16 1,5 182 )( , FM FiFM i rrVar rrrrCov Exercícios • 2) Se o CAPM é válido, qual o de uma carteira com retorno esperado de 18%, se o retorno livre de risco for de 6% e o retorno esperado da carteira de mercado for igual a 14%? • E(R) = Rf +B * (Rm – Rf) • 18% = 6% + B*(14% - 6%) • 18% = 6% + B*8% • 12% = B*8% • B = 12% / 8% = 1,5 183 Exercícios Seja Rf = 6% e E(Rm)=16%. 3) Uma ação hoje é vendida a $50. Ela paga dividendos de $6 ao fim do ano. Seu betaé de 1,2. Por quanto o investidor espera vender a ação ao fim do ano? Po = 50 D1= 6 P1 ? = E(R) = Rf +B * (Rm – Rf) E(R) = 6% + 1,2 * (16%-6%) = 18% = [(P1 – P0) + D1] / P0 18% = [(P1 – 50) + 6] / 50 18% * 50 = P1 – 50 + 6 18% * 50 +50 – 6 = P1 P1 = 9 + 50 – 6 = 53 184 Exercícios Seja Rf = 6% e E(Rm)=16%. 4) Uma ação apresenta taxa de retorno esperada de 4%. Qual é o seu beta? E(R) = Rf +B * (Rm – Rf) 4% = 6% + B * (16% - 6%) 4% = 6% + B * 10% 4% - 6% = B * 10% -2% = B * 10% B = -2% / 10% = -0,2 185 Exercícios 5) Dois consultores de investimento estão comparando desempenhos. Um obteve, na média, retorno de 19% e o outro, retorno de 16%. Contudo, o beta do primeiro investidor foi de 1,5, enquanto o do segundo foi de 1. a) É possível dizer qual investidor é o que escolhe melhor as ações individuais (independente do movimento geral do mercado)? b) Se Rf fosse de 6% e o retorno de mercado durante o período fosse de 14%, qual investidor seria o que melhor escolhe as ações? c) e se Rf fosse 6% e o retorno do mercado fosse 8%? 186 APT (Teoria de Precificação por Arbitragem) Profº Ricardo Razuk 187 Arbitragem Exploração de erros de precificação dos ativos de forma a se obter lucros sem risco. Envolve a compra e venda simultânea de ativos equivalentes de forma a obter ganhos sobre discrepâncias em suas relações de preços. 188 Princípio básico da teoria do mercado de capitais Preços de equilíbrio são racionais por eliminarem a oportunidade de arbitragem. 189 Lei do Preço Único Se 2 ativos são iguais em todos os aspectos, eles devem ter o “mesmo preço”. O custo de comprar um ativo em um mercado deve ser o mesmo de se comprar o ativo no outro mercado. 190 Lei do Preço Único A lei de preço único é violada quando um ativo é negociado a preços diferentes em mercados distintos e o diferencial de preços excede o custo de transação. Nesse caso, basta vender a descoberto o ativo no mercado de maior preço e comprar o ativo no mercado de menor preço. Depois, basta usar o ativo comprado no mercado barato para cobrir a venda no mercado caro. A diferença paga os custos de transação e ainda resta um ganho positivo. 191 Arbitragem Obs.: Atualmente, os avanços tecnológicos permitem que os investidores adquiram informação muito rapidamente e a usem na exploração de oportunidades de arbitragem. Por isso, elas ficaram mais raras embora não estejam extintas. 192 Arbitragem Propriedade das carteiras com arbitragem: Qualquer investidor, não importando o nível de aversão ao risco ou riqueza, desejará uma posição infinita nessas carteiras. Hipótese de não arbitragem: preços na economia são tais que não há oportunidade de arbitragem na economia. 193 APT de 1 Fator APT: desenvolvido por Ross em 1976 Modelo de mercado: iMMiii erErrEr )()( O retorno dos ativos tem duas fontes de incerteza: um fator macroeconômico comum e um fator específico da firma. 194 APT de 1 Fator Se fizermos [rM rM)] = F, então temos: iiii eFrEr )( onde E (F) = 0; E(ei) = 0; E(F x ei) = 0; E(eiej) = 0. Agora, basta observar F como um choque num fator macroeconômico qualquer, não necessariamente choque no índice de mercado e temos o APT para um fator. 195 APT e carteiras bem diversificadas Para uma carteira, o APT de 1 fator é: cccc eFrEr )( A variância é: 222 Fc c )(2 ce n i iic ewe 1 196 APT e carteiras bem diversificadas Então, como no modelo índice, quando n cresce, o risco não sistemático (diversificável, idiossincrático) tende a zero. Esse último resultado pode ser demonstrado para qualquer carteira na qual wi diminui quando n aumenta Carteira bem diversificada: carteira composta por um número de ativos grande o suficiente para que wi seja pequeno de forma a tornar negligível o risco não sistemático. 197 APT e carteiras bem diversificadas Desta forma, em uma carteira bem diversificada, como Assim, podemos concluir que o valor realizado de ec é igual a zero. temos que 0)(2 ce0)( ceE FrEr ccc )( 222 Fc c 198 APT e carteiras bem diversificadas Como grandes investidores, como bancos de investimento, aplicam em carteiras com um grande número de ativos, podemos dizer que o conceito de carteira bem diversificada é operacional e que as equações acima podem fazer sentido. 199 Ar 200 Betas e Retornos Esperados Para não haver arbitragem o prêmio de risco deve ser proporcional ao beta: Vamos mostrar o porquê desta relação através de argumentos de não arbitragem: a) Para 2 Portfolios com mesmo Beta b) Para Portfólios com Betas diferentes b fb a fa r-)(rEr-)(rE 201 Arbitragem: 2 Carteiras com mesmo Beta Ar FrB 0.1%8 202 Arbitragem: 2 Carteiras com mesmo Beta Arbitragem: venda a descoberto de $1MM de B compra de $1MM de A Qualquer que seja o F há um ganho sem risco de 2% ($20.000) +A –B: 10% + 1xF – (8% + 1xF) = 2% (qualquer que seja F) Ou seja, para não haver arbitragem, carteiras com o mesmo beta devem ter o mesmo retorno esperado. 203 Arbitragem: Carteiras com Diferentes Betas Eles devem ter prêmio de risco proporcional ao beta, senão há arbitragem. Seja a figura: 204 Arbitragem: Carteiras com Diferentes Betas Dados: rf = 4% C = 0.5, E(Retc) = 6%. A =1 e E(RetA) = 10%. C fica abaixo da linha entre rf e o portfolio A, ou seja, Considere um portfolio D composto de 50% do Portfolio A e 50% de rf. D tem beta = 0.5 e E(RetD) = 7%. D tem mesmo beta que C e maior retorno esperado. De nossa análise anterior, sabemos que isso se constitui em uma oportunidade de arbitragem c fc a fa r-)(rEr-)(rE 205 Arbitragem: Carteiras com Diferentes Betas Então, para quaisquer 2 portfolios bem diversificados i e j, temos que j fj i fi r-)(rEr-)(rE 206 Arbitragem: Carteiras com Diferentes Betas Note que comprando A e vendendo C (+A –C), a operação não teria arbitragem: +A –C: 10% + 1xF – (6% + 0.5xF) = 4% + 0.5F Então não há lucro garantido (depende de F, se F menor que -8% há prejuízo) 207 APT e CAPM Seja a carteira “c” a carteira de mercado “m” (pode-se usar a carteira “m” aqui pois sabemos que ela é bem diversificada). Então, c fc a fa r-)(rEr-)(rE m fm a fa r-)(rEr-)(rE 208 APT e CAPM Como m = 1, temos de que: Que nada mais é que a SML derivada do CAPM afmfa r - )(r Er )(r E m fm a fa r - )(r Er - )(r E 209 APT e CAPM Desta forma, chega-se ao CAPM sem as hipóteses restritivas do modelo (CAPM), mostrando que o CAPM é um modelo robusto. Como o APT vale para qualquer portfolio diversificado, o APT fornece outra justificativa teórica para o uso do modelo índice. Mesmo que o índice de mercado não seja uma boa aproximação para a carteira de mercado, ele é diversificado o suficiente para servir como referência. 210 APT • Derivado de uma hipótese razoável: não arbitragem no equilíbrio; • Gera relação retorno esperado - beta com uma carteira bem diversificada observável qualquer no lugar da carteira de mercado; • O APT distingue risco sistemático (que afeta o prêmio de risco) de risco não sistemático; • Serve para as mesmas funções que o CAPM: nos dá taxas de retorno referenciais que podem ser usadas para montagem de carteiras e avaliação de ativos. 211 APT Multifator O APT de um fator admite que apenas um fator sistemático afeta o retorno de uma carteira/ativo. Porém, esta hipótese é muito simplificadora. Outros fatores como: -Supresas na inflação -Supresas na taxa de juros -Surpresas na produção industrial -Supresas no PIB , etc podem ajudar a explicar este retorno Note que todos estes fatores tem valor esperado zero. 212 APT Multifator APT com 2 fatores: E(F1)=0, E(F2)=0, E(F1ei)=0, E(F2ei)=0 iiiii eFFrEr 2211)( 213 APT Multifator Hipótese: Existe uma Carteira Fator: Carteira bem diversificada construída para ter beta igual a 1 em algum fator e beta igual a 0 nos outros (ou seja, pode-se comprar só o fator). 214 APT Multifator Podemos usar a seguinte equação para o retorno esperado: Ex:E(r1)= 10% , E(r2)=12%, rf = 4%, 1=0.5, 2=0.75 O prêmio de risco do fator 1 é 6%. O prêmio de risco do portfolio atribuído ao fator 1 é 3%. O prêmio de risco do portfolio então é 9%. O retorno esperado do portfolio é 13% Vamos ver o porquê de podermos usar a fórmula acima. f22f11f r-)(rEr-)(rEr)(rE 215 APT Multifator Para vermos que realmente o portfolio tem ret esperado = 13%: Suponha que o portfolio tem retorno esperado de 12% ao invés de 13%. Então, há oportunidade de arbitragem: a) Posição vendida na carteira ra=12% + 0,5F1+0,75F2 b) Posição comprada em 1 do fator 1, 2 do fator 2 e (1- 1- 2) de rf. O ret esperado em b) é E(rb) = (.5x10) + (.75x12) - (.25x4) =13% rb=13% + 0,5F1+0,75F2 (Lembre-se que aqui F é a surpresa) 216 APT Multifator Desta forma, temos 2 portfolios e estamos hedgeados nos fatores de risco: o resultado independe de F1 e F2. Não haverá arbitragem se o valor esperado do portfolio for que no caso é 13% f22f11f r-)(rEr-)(rEr)(rE 217 APT Multifator Generalização do argumento: Como existem carteiras fatores, pode-se comprar P1 do fator 1 e P2 do fator 2 e (1- P1- P2) de rf. Então, O APT multifator estabelece que o prêmio de risco total deste portfolio deve ser igual a soma dos prêmios de risco requeridos como uma compensação aos investidores por cada fonte de risco sistemático. 218 Exercícios 2) (questão 5, cap. 10) Considere os seguintes dados de uma economia unifatorial. Todas as carteiras são bem diversificadas. Carteira E(r) Beta A 12% 1,2 F 6% 0,0 Suponha outra carteira, E, bem diversificada com beta de 0,6 e retorno esperado de 8%. Existe oportunidade de arbitragem? Se existir, qual seria a estratégia de arbitragem? 219 Exercícios 3) (questão 11, cap. 10) Suponha que o mercado possa ser descrito por 3 fontes de risco sistemático, cujos prêmios de risco são: Fator Prêmio de risco Taxa de juros (R) 6% Produção industrial (I) 2% Confiança do consumidor (C) 4% O retorno de uma ação em particular é gerado a partir da seguinte equação: r = 15% + 1,0.I + 0,5.R + 0,75.C + e Obtenha o retorno de equilíbrio desta ação usando o APT. O retorno do ativo livre de risco é de 6%. Essa ação está cara ou barata? 220 Eficiência de Mercado e Finanças Comportamentais Profº Ricardo Razuk 221 Passeio Aleatório Kendall (1953): preço dos ativos financeiros segue um passeio aleatório (random walk - RW) se a probabilidade de que o preço suba é a mesma de que o preço desça, não importando a performance passada. Economistas chegaram à conclusão de que movimentos aleatórios de preços indicavam a existência de um mercado eficiente e racional. 222 Passeios Aleatórios e a Hipótese de Eficiência do Mercado Se os preços forem determinados racionalmente, então, apenas informações novas podem mudá-los. O preço dos ativos financeiros segue um passeio aleatório (RW): qualquer mudança no preço deve ser aleatória e imprevisível. Desta forma, o movimento nos preços não segue nenhum padrão ou tendência e os movimentos dos preços no passado não podem ser usados para prever os movimentos dos preços no futuro. 223 Passeios Aleatórios e a Hipótese de Eficiência do Mercado Passeio Aleatório: Exemplo em que A melhor previsão, em t, do preço em t+1 é o preço em t. 11 ttt PP 0)( 1tE 224 Passeios Aleatórios e a Hipótese de Eficiência do Mercado Qualquer desvio de Pt é dado por choques aleatórios de valor esperado zero: Analogamente, tt PPE )( 1 .....3,2,1,)( sPPE tst 225 Passeios Aleatórios e a Hipótese de Eficiência do Mercado Hipótese do Mercado Eficiente (HME): Um mercado eficiente é aquele no qual toda informação disponível é rapidamente disseminada e refletida nos preços Mas o que é toda informação disponível? 226 Passeios Aleatórios e a Hipótese de Eficiência do Mercado Alguns economistas sustentam que o preço pode não refletir informação da mesma forma em todos os mercados. Assim, existiriam mercados com vários graus de eficiência. Por exemplo, o mercado acionário americano, amplamente analisado e competitivo, seria mais eficiente que o mercado de ações brasileiro. Assim, no mercado brasileiro, haveria mais possibilidade de os analistas encontrarem informações sobre os ativos que lhes garantissem maior retorno. 227 Passeios Aleatórios e a Hipótese de Eficiência do Mercado Os fundos teriam incentivo a investir grandes quantias na pesquisa de informações relevantes, mesmo para obter pequenos acréscimos no retorno de suas carteiras. A competição entre os analistas desses fundos leva à descoberta de quase todas as informações relevantes e ao seu reflexo nos preços, tornando o mercado mais eficiente. 228 Versões da Hipótese de Eficiência de Mercado Existem três formas de eficiência de mercado: - eficiência fraca, - eficiência semi-forte - eficiência forte. A diferença entre essas formas de eficiência está na definição de “toda informação disponível”. Lembre que: Definição de HME - Um mercado eficiente é aquele no qual toda informação disponível é rapidamente disseminada e refletida nos preços. 229 Versões da Hipótese de Eficiência de Mercado Conjunto de informação: -Forma fraca: séries históricas dos preços e volumes; - Forma semi-forte: séries históricas dos preços e volumes e todas as informações públicas sobre a firma/ativo; - Forma forte: séries históricas dos preços e volumes, todas as informações públicas sobre a firma/ativo e todas as “inside information” sobre a firma/ativo. 230 Implicações da HME para a Política de Investimentos Análise Técnica: é a busca por padrões recorrentes e previsíveis no preço das ações (os analistas que usam a análise técnica são chamados de grafistas). Hipótese Fundamental para a Análise Técnica: preços se ajustam lentamente às mudanças nos fundamentos da firma e do mercado. Essa hipótese é contrária à HME, que defende o reflexo imediato das mudanças nos preços. Níveis de Resistência ou níveis de suporte: níveis de preço a partir dos quais dificilmente o preço de uma ação vai subir ou abaixo dos quais dificilmente o preço de uma ação vai cair. 231 Implicações da HME para a Política de Investimentos Análise Técnica e HME: Conseguir ganhos extraordinários com análise técnica é improvável pois ela viola a forma mais fraca e razoável de eficiência de mercado. A única maneira de a análise técnica render algo a mais seria a partir de contínuas descobertas de novas técnicas ainda não utilizadas pelo restante do mercado, algo dificultado pelo ambiente de grande competição. 232 Implicações da HME para a Política de Investimentos Análise Fundamentalista: A análise fundamentalista usa previsões de ganhos, dividendos, taxas de juros e risco da firma/ativo para determinar o preço correto dos ativos. Assim, além de utilizar o preço, utiliza dados dos balanços das firmas (informações públicas). 233 Implicações da HME para a Política de Investimentos Análise Fundamentalista: De acordo com a forma semi-forte da HME, a análise fundamentalista está condenada ao fracasso: há muita competição entre analistas, o que gera uma grande busca por informações públicas sobre a firma. Todas as informações que poderiam afetar os preços, portanto, já teriam sido descobertas e já estariam refletidas nesses mesmos preços. 234 Implicações da HME para a Política de Investimentos Para que a análise fundamentalista dê certo, seria preciso não apenas descobrir firmas boas, mas descobrir firmas que são melhores do que os demais analistas avaliaram (tem que haver diferença no preço) Do mesmo modo, pode-se conseguir boas estratégias não apenas descobrindo firmas ruins, mas descobrindo firmas não tão ruins quanto os demais analistas avaliaram. Então, compra-se as ações dessas firmas (tem que haver diferença no preço) 235 Implicações da HME para a Política de Investimentos Gerência de Carteiras Ativa versus Passiva: - Se a forma fraca da HME for válida, não vale a pena realizar análise técnica e, sea forma semi-forte da HME for válida, não vale a pena realizar análise fundamentalista. - Como a estratégia ativa de investimento compreende a escolha de ativos mal precificadas usando a análise técnica e a análise fundamentalista, ela não valeria a pena. 236 Implicações da HME para a Política de Investimentos Gerência de Carteiras Ativa versus Passiva: A saída seria adotar uma estratégia passiva de investimentos: comprar uma carteira bem diversificada e retê-la, sem tentar encontrar ações que estariam mal precificadas. De acordo com a HME, não faria sentido ficar rebalanceando a carteira, já que todos os preços estariam no nível justo, refletindo toda a informação disponível. 237 Estudo de Eventos Pesquisa empírica em finanças que permite ao observador avaliar o impacto de um evento particular no preço das ações de uma firma. Num mercado eficiente, todas as informações disponíveis já estão refletidas nos preços. Então, mudanças nos preços só ocorrem quando ocorrem novos eventos. Se o investidor consegue prever esses eventos de forma satisfatória, este pode obter retornos elevados. 238 Estudo de Eventos Retorno anormal: retorno além daquele que é previsto apenas pelos movimentos do mercado. Então, a estratégia do estudo de eventos é estimar e analisar o retorno anormal na data em que novas informações sobre a ação são divulgadas. 239 Argumentos para Eficiência de Mercado • Condições suficientes para a eficiência do mercado: 1) Todos investidores são racionais, ou seja, têm expectativas não viesadas e não cometem erros sistemáticos. • Há evidência de psicologia experimental contrária a isso. • Há também evidência nos mercados de que os investidores: a) transacionam com base em ruído b) seguem conselhos de gurus financeiros c) não diversificam d) transacionam de forma muito ativa e) seguem modelos de padrão de preços, etc.. 240 Argumentos para Eficiência de Mercado 2) Há agentes irracionais, mas os erros deles se cancelam. • Indivíduos não tendem a se desviar aleatoriamente da racionalidade uns comprando e outros vendendo, mas tendem a querer comprar ou vender o mesmo ativo ao mesmo tempo (efeito manada). • Os gestores profissionais de carteira estão sujeitos a distorções adicionais: – Estão sujeitos a avaliação de acordo com um benchmark, e tendem a escolher carteiras excessivamente próximas a este benchmark; – Tendem a escolher ações que outros administradores escolhem para evitar um desempenho ruim isoladamente. 241 Argumentos para Eficiência de Mercado 3) Se os preços diferissem do valor fundamental, arbitradores teriam retornos (ajustados pelo risco) excessivos, e sua ação faria com que o desvio fosse corrigido. Principal argumento (desenvolvido por Milton Friedman). • Limitações à arbitragem fazem com que o argumento não valha: a) Arbitragem é arriscada; b) Restrições institucionais; c) Restrições a venda à descoberto. 242 Algumas Evidências de Ineficiência • Lentidão na incorporação da informação 243 Lentidão na incorporação da informação • Em 8 de setembro de 2008, um artigo de 2002 sobre a concordata da United Airlines reapareceu na internet. • Foi interpretado como novo pedido de concordata. • A notícia foi identificada como falsa no mesmo dia, mas ainda assim fechou 11.2% abaio do dia anterior. 244 245 Violação da Lei de Um Preço • Ações da Royal Dutch são transacionadas em Amsterdam e nos EUA; ações da Shell são transacionadas em Londres. Pode-se obter ADRs das duas nos EUA. • Em 1907 houve uma fusão com o seguinte acordo: os fluxos de caixa são divididos, 60% Royal e 40% Shell • Se vale a lei de um preço, os preços da Royal deveria ser 1.5 o da Shell. 246 247 Violação da Aritmética • Em 2/3/2000 a 3Com vendeu uma parte da sua participação na Palm através de um IPO da Palm, retendo 95% das ações (equity carve-out). Anunciou também a intenção de spin off as ações restantes da Palm aos seus acionistas antes do fim do ano, que receberiam 1.5 ações da Palm para cada ação. • Pela lei de um preço, o preço de uma ação da 3Com deveria ser pelo menos 1,5 ações da Palm (3Com tinha também outros negócios lucrativos). • No dia anterior ao IPO da Palm a ação da 3Com fechou a $104.13. Depois do primeiro dia de transação, Palm fechou a $95.06. 3Com caiu no mesmo dia a $81.81 (3Com deveria ter pulado no mínimo para $142.59) • O “stub value” da 3Com era -$60.78 (valor de mercado para os demais negócios de menos 23 bilhões). • O erro de precificação permaneceu por meses e logo no primeiro dia foi objeto de dois artigos no WSJ e no NYT. 248 249 250 251 Testes da Forma Fraca: Padrões nos Retornos das Ações Retornos sobre Horizontes Curtos: Os primeiros testes da HME eram testes da eficiência da análise técnica, ou seja, verificavam a existência de tendência nos preços das ações. Uma forma de testar a existência de uma tendência numa série de preços seria verificar o sinal da correlação serial dos retornos. 252 Retornos sobre Horizontes Curtos (cont.): Resultado Empírico: Ações tendem a exibir correlação serial positiva, embora pequena, no curto prazo. Obs.: Esse resultado vem do estudo de retornos semanais de ações da bolsa de NY. O fato de a correlação ser pequena impede a conclusão de que há oportunidade de ganhos com essa tendência. Testes da Forma Fraca: Padrões nos Retornos das Ações 253 Regra de Filtro: Técnicas de comprar e vender uma ação baseando-se nos preços passados. Resultado Empírico: As regras de filtro geralmente não geram retornos anormais. Testes da Forma Fraca: Padrões nos Retornos das Ações 254 Efeito Reversão De acordo com DeBondt & Thaler, em horizontes longos, as ações tendem a reverter suas performances: Ações que estiveram acima do mercado no passado tendem a estar abaixo nos períodos seguintes e vice-versa: uma carteira com um grupo de ações “perdedoras” teria um retorno 25% maior que o retorno de uma carteira com um grupo de ações “ganhadoras” no período seguinte. Testes da Forma Fraca: Padrões nos Retornos das Ações 255 Retornos sobre Horizontes Longos: Resultado Empírico: Retornos de longo prazo têm alta correlação serial negativa, i.e., apresentam reversão à média. Uma possível explicação para esse resultado é que os investidores reagem de forma excessiva às novas notícias relevantes e essa reação é corrigida com o tempo. A aparência da série, então, é de “overshootings” seguidos de correções nos preços. Testes da Forma Fraca: Padrões nos Retornos das Ações 256 Previsores dos Retornos: Muitos estudos sugerem que certas variáveis facilmente observadas podem ser usadas para prever o retorno das ações. Exemplos: - Fama & French: razão preço / dividendo; - Campbell & Shiller: ganhos / dividendos; - Keim & Stambaugh: diferença entre títulos de firmas grandes e títulos de firmas pequenas. Testes da Forma Fraca: Padrões nos Retornos das Ações 257 “Inside Information” Resultado Empírico: Alguns economistas como Jaffe, Seyhun, Givoly e Palmon mostraram que, de fato, “insider trading” pode gerar retornos anormais. Isso violaria a HME forte. Testes da Forma Forte: Informação Privilegiada 258 Finanças Comportamentais Uma possível explicação para essas anomalias de mercado é de que estas seriam causadas por “irracionalidade” dos investidores. O estudo dessas atitudes começou com os trabalhos dos psicólogos Kahneman e Tversky. Ajuda a entender um mundo onde mercados não são eficientes. Ou seja, os preços não refletem fidedignamente os fundamentos. 259 • A abordagem de finanças comportamentais tem caráter positivo, mas não normativo: – Ajuda a entender os mercados... – mas não se recomenda que os agentes se comportem de acordo com ela. • A teoria de finanças tradicionais retém seu caráter normativo. 260 Finanças Comportamentais Finanças Comportamentais • Finanças comportamentais se baseia em dois pilares: 1. Parte dos agentes
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