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1 CRIMES TRIBUTÁRIOS, CONTRA A ORDEM ECONÔMICA E RELAÇÕES DE CONSUMO - LEI 8.137/90 Crimes materiais contra a ordem tributária: Súmula Vinculante 24 do STF, não se tipifica crime material contra a ordem tributária antes do lançamento definitivo do tributo Art. 1° Constitui crime contra a ordem tributária suprimir ou reduzir tributo, ou contribuição social e qualquer acessório, mediante as seguintes condutas I - omitir informação, ou prestar declaração falsa às autoridades fazendárias; II - fraudar a fiscalização tributária, inserindo elementos inexatos, ou omitindo operação de qualquer natureza, em documento ou livro exigido pela lei fiscal; III - falsificar ou alterar nota fiscal, fatura, duplicata, nota de venda, ou qualquer outro documento relativo à operação tributável; IV - elaborar, distribuir, fornecer, emitir ou utilizar documento que saiba ou deva saber falso ou inexato; O inc. V do art. 1 é crime FORMAL, portanto, não depende do lançamento definitivo do tributo: V - negar ou deixar de fornecer, quando obrigatório, nota fiscal ou documento equivalente, relativa a venda de mercadoria ou prestação de serviço, efetivamente realizada, ou fornecê-la em desacordo com a legislação. Pena - reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. Parágrafo único. A falta de atendimento da exigência da autoridade, no prazo de 10 (dez) dias, que poderá ser convertido em horas em razão da maior ou menor complexidade da matéria ou da dificuldade quanto ao atendimento da exigência, caracteriza a infração prevista no inciso V. Art. 2° Constitui crime da mesma natureza: ATENÇÃO: os crimes do art. 2 são formais. Não dependem da constituição definitiva do credito tributário I - fazer declaração falsa ou omitir declaração sobre rendas, bens ou fatos, ou empregar outra fraude, para eximir-se, total ou parcialmente, de pagamento de tributo; ffpan Destacar ffpan Destacar 2 II - deixar de recolher, no prazo legal, valor de tributo ou de contribuição social, descontado ou cobrado, na qualidade de sujeito passivo de obrigação e que deveria recolher aos cofres públicos; III - exigir, pagar ou receber, para si ou para o contribuinte beneficiário, qualquer percentagem sobre a parcela dedutível ou deduzida de imposto ou de contribuição como incentivo fiscal; IV - deixar de aplicar, ou aplicar em desacordo com o estatuído, incentivo fiscal ou parcelas de imposto liberadas por órgão ou entidade de desenvolvimento; V - utilizar ou divulgar programa de processamento de dados que permita ao sujeito passivo da obrigação tributária possuir informação contábil diversa daquela que é, por lei, fornecida à Fazenda Pública. Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. Aumento de 1/3 até a metade nos crimes tributários praticados por particulares, crimes contra a ordem econômica e crimes contra as relações de consumo, se I - ocasionar grave dano à coletividade; II - ser o crime cometido por servidor público no exercício de suas funções; III - ser o crime praticado em relação à prestação de serviços ou ao comércio de bens essenciais à vida ou à saúde. Colaboração premiada: redução de 1 a 2/3 a) crimes deste lei cometidos em “quadrilha” ou coautoria b) coautor ou participe que revelar à autoridade policial ou judicial toda a trama delituosa terá a sua pena reduzida de um a dois terços. Jurisprudência: - Incide o princípio da insignificância aos crimes tributários federais e de descaminho quando o débito tributário verificado não ultrapassar o limite de R$ 20.000,00 (vinte mil reais). Não se estende aos demais entes federados (Estados, Municípios e Distrito Federal) o princípio da insignificância no patamar estabelecido pela União na Lei n. 10.522/2002 previsto para crimes tributários federais, o que somente ocorreria na existência de legislação local específica sobre o tema. - Para a configuração do delito previsto no art. 2º, II, da Lei nº 8.137/90, deve ser comprovado o dolo específico. Entendimento que segue a posição do STF que exige dolo de apropriação: O contribuinte que deixa de recolher, de forma contumaz e com dolo de apropriação, o ICMS cobrado do adquirente da mercadoria ou serviço incide no tipo penal do art. 2º, II, da Lei nº 8.137/90 (STF. Plenário. RHC 163334, Rel. Roberto Barroso, julgado em 18/12/2019). STJ. 6ª Turma. HC 675289-SC, Rel. Min. Olindo Menezes (Desembargador Convocado do TRF 1ª Região), julgado em 16/11/2021 (Info 718). Fonte: dizer o direito -Hipóteses de mitigação da SV 24: embaraço a fiscalização tributária ou indícios da prática de outros delitos, de natureza não fiscal. ffpan Destacar ffpan Destacar ffpan Destacar ffpan Destacar ffpan Destacar ffpan Destacar ffpan Destacar ffpan Destacar ffpan Destacar ffpan Destacar 3 NOVA LEI DE ABUSO DE AUTORIDADE Os crimes devem ser praticados com elemento subjetivo especial além do dolo: a) Mero capricho ou satisfação pessoal; b) Prejudicar outrem; c) Beneficiar a si mesmo. Todos os crimes são de ação penal pública incondicionada Todos os crimes são apenados com DETENÇÃO e multa Efeitos da condenação: a) Tornar certa a obrigação de indenizar o dano. Fixada o valor mínimo pelo juiz por requerimento do ofendido; b) Inabilitação para exercício do cargo, emprego ou função por 1 a 5 anos (CONDICIONADO À REINCIDÊNCIA. NÃO É AUTOMÁTICO) c) Perda do cargo, do mandato ou da função pública. (CONDICIONADO À REINCIDÊNCIA. NÃO É AUTOMÁTICO) Penas restritivas de direitos: a) Prestação de serviço à comunidade ou a entidades públicas. b) Suspensão do exercício do cargo, da função ou do mandato pelo prazo de 1 a 6 meses, COM perda dos vencimentos e das vantagens. LEI DE LAVAGEM DE DINHEIRO A aptidão da denúncia relativa ao crime de lavagem de dinheiro não exige uma descrição exaustiva e pormenorizada do suposto crime prévio (infração penal antecedente), bastando a presença de de que o objeto material indícios suficientes da lavagem (bens, direitos ou valores) seja proveniente, direta ou indiretamente, desta infração penal antecedente. (STJ - Info 658 – 2019) a) Justa causa duplicada: justa causa não apenas em relação à lavagem, mas indícios suficientes do crime antecedente b) Lavagem estará configurada ainda que desconhecido ou isento de pena (culpabilidade) o autor, ou extinta a punibilidade da infração penal antecedente. c) O Brasil adota a teoria da acessoriedade limitada: a infração anterior deve ser típica e ilícita d) O delito anterior pode ter sido cometido no exterior, desde que respeitado o principio da dupla tipicidade Aumento de 1 a 2/3: Lavagem cometida de forma reiterada ou por intermédio de organização criminosa. 4 Efeitos da condenação - perda, de todos os bens relacionados, direta ou indiretamente, à prática dos crimes de lavagem, inclusive aqueles utilizados para prestar a fiança, ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de boa-fé; - a interdição do exercício de cargo ou função pública de qualquer natureza e de diretor, de membro de conselho de administração ou de gerência das pessoas jurídicas referidas no art. 9º, pelo dobro do tempo da pena privativa de liberdade aplicada. CRIMES CONTRA O SISTEMA FINANCEIRO Todos os crimes cometidos contra o sistema financeiro nacional que estiverem previstos na Lei n.º 7.492/1986 são de competência da justiça federal. Único crime punido com detenção: Art. 21. Atribuir-se, ou atribuir a terceiro, falsa identidade, para realização de operação de câmbio: Pena - Detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, para o mesmo fim, sonega informação que devia prestar ou presta informação falsa. Gestão fraudulenta Gestão temerária -Administração com fraude, ardil, manobras desleais.-Com o objetivo de obter indevida vantagem para o próprio agente ou para outrem -Em prejuízo de terceiro de boa-fé (acionistas, sócios, credores, etc.). Reclusão: 3 a 12 anos, e multa -O agente excede, voluntariamente, os limites legais da sua condição de administrador da instituição financeira. -Atua com excesso e, por conta e risco pessoal, assume a responsabilidade pelo ato unilateral de oportunidade e de conveniência pessoal. Reclusão: 2 a 8 anos, e multa Art. 25. São penalmente responsáveis, nos termos desta lei, o controlador e os administradores de instituição financeira, assim considerados os diretores, gerentes (Vetado). § 1º Equiparam-se aos administradores de instituição financeira (Vetado) o interventor, o liqüidante ou o síndico. - O delito do art.19 da lei 7.492/86, "obter mediante fraude financiamento em instituição financeira não exige, para a sua configuração, efetivo ou potencial abalo ao Sistema Financeiro Nacional. STJ. 5ª Turma. gRg no AgRg no AREsp 1642491/SP, Rel Min. Joel Ilan, julgado em ffpan Destacar ffpan Destacar 5 19/05/2020. - A simulação de consórcio por meio de venda premiada, operada sem autorização do Banco Central do Brasil, configura crime contra o sistema financeiro, tipificado pelo art. 16 da Lei nº 7.492/86, o que atrai a competência da Justiça Federal. STJ. 3ª Seção. CC 160077-PA, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, julgado em 10/10/2018 (Info 637). - A utilização de terceiros (“laranjas”) para aquisição de moeda estrangeira para outrem, ainda que tenham anuído com as operações, se subsome à conduta tipificada no art. 21 da Lei nº 7.492/86. O bem jurídico resta violado com a dissimulação de esconder a real identidade do adquirente da moeda estrangeira valendo-se da identidade, ainda que verdadeira, de terceiros. STJ. 6ª Turma. REsp 1595546-PR, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 2/5/2017 (Info 604). - O agente pratica o crime de gestão temerária quando viola deveres impostos por normas jurídicas voltadas aos administradores de instituições financeiras e que prevêem limites de risco aceitáveis. STJ. 6ª Turma. REsp 1613260-SP, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 9/8/2016 (Info 588). LEI DE INTERCEPTAÇÃO Interceptação telefônica: a) Requisitos -indícios razoáveis da autoria ou participação em infração penal; -prova não pode ser feita por outros meios -infração punida com reclusão b) Prazo para o juiz decidir: 24 horas c) Prazo de duração: 15 dias, renováveis, caso comprovada a indispensabilidade Captação ambiental a)Requisitos: -Prova não pode ser feita por outros meios disponíveis e igualmente eficazes - Elementos probatórios razoáveis de autoria e participação -Infrações com pena máxima SUPERIOR a 4 anos ou em infrações conexas - O requerimento deverá descrever circunstanciadamente o local e a forma de instalação do dispositivo de captação ambiental. b) Prazo de duração: 5 (quinze) dias, renovável por decisão judicial por iguais períodos, se comprovada a indispensabilidade do meio de prova e quando presente atividade criminal permanente, habitual ou continuada. § 2º A instalação do dispositivo de captação ambiental poderá ser realizada, quando necessária, por meio de operação policial disfarçada ou no período noturno, exceto 6 na casa, nos termos do inciso XI do caput do art. 5º da Constituição Federal. 4º A captação ambiental feita por um dos interlocutores sem o prévio conhecimento da autoridade policial ou do Ministério Público poderá ser utilizada, em matéria de defesa, quando demonstrada a integridade da gravação. - A conversão do conteúdo das interceptações telefônicas em formato escolhido pela defesa não é ônus atribuído ao Estado (STJ INFO 731) - Admite-se o uso da motivação per relationem para justificar a quebra do sigilo das comunicações telefônicas. No entanto, as decisões que deferem a interceptação telefônica e respectiva prorrogação devem prever, expressamente, os fundamentos da representação que deram suporte à decisão - o que constituiria meio apto a promover a formal incorporação, ao ato decisório, da motivação reportada como razão de decidir - sob pena de ausência de fundamento idôneo para deferir a medida cautelar. STJ. 6ª Turma. HC 654131-RS, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 16/11/2021 (Info 723). - O artigo 2º da Lei 9.296/1996 não se aplica à obtenção de dados armazenados no celular. Não cabe transportar a regra do artigo 2º da Lei nº 9.296/1996 – no que inadmitida a interceptação de comunicações telefônicas quando a prova puder ser feita por outros meios disponíveis – à obtenção dos dados armazenados em dispositivo de telefonia. STF. 1ª Turma. HC 173.989 /SP, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 13.10.2020. - A existência de captação de áudio fora do período autorizado pelo juiz resulta na nulidade apenas da gravação realizada no dia excedente. STJ. 5ª Turma. AgRg no REsp 1.861.383/SC, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, julgado em 15.09.2020. - É ilegal a quebra do sigilo telefônico mediante a habilitação de chip da autoridade policial em substituição ao do investigado titular da linha. A Lei nº 9.296/96 não autoriza a suspensão do serviço telefônico ou do fluxo da comunicação telemática mantida pelo usuário, tampouco a substituição do investigado e titular da linha por agente indicado pela autoridade policial. STJ. 6ª Turma. REsp 1806792-SP, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 11/05/2021 (Info 696). - O prazo de 15 dias das interceptações telefônicas deve ser contado a partir da efetiva implementação da medida, e não da respectiva decisão. STJ. 5ª Turma. AgRg no RHC 114.973/SC, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 19/05/2020. - É dever do Estado a disponibilização da integralidade das conversas advindas nos autos de forma emprestada, sendo inadmissível a seleção pelas autoridades de persecução de partes dos áudios interceptados (info 648 STJ) ffpan Destacar ffpan Destacar ffpan Destacar 7 ESTATUTO DESARMAMENTO Pena aumentada da metade Porte ilegal -praticados por integrante dos órgãos e empresas referidas nos arts. 6º, 7º e 8º desta Lei -reincidente específico em crimes dessa natureza. Disparo -praticados por integrante dos órgãos e empresas referidas nos arts. 6º, 7º e 8º desta Lei -reincidente específico em crimes dessa natureza. Posse ou porte de uso restrito -praticados por integrante dos órgãos e empresas referidas nos arts. 6º, 7º e 8º desta Lei -reincidente específico em crimes dessa natureza. Comercio ilegal -praticados por integrante dos órgãos e empresas referidas nos arts. 6º, 7º e 8º desta Lei -reincidente específico em crimes dessa natureza. -arma de fogo, acessório ou munição forem de uso proibido ou restrito. Tráfico -praticados por integrante dos órgãos e empresas referidas nos arts. 6º, 7º e 8º desta Lei -reincidente específico em crimes dessa natureza. -arma de fogo, acessório ou munição forem de uso proibido ou restrito. -O crime de porte de arma de fogo, seja de uso permitido ou restrito, na modalidade transportar, admite participação. - Todos os integrantes das guardas municipais possuem direito a porte de arma de fogo, em serviço ou mesmo fora de serviço, independentemente do número de habitantes do Município -Agente possui arma de fogo de uso permitido mas está com o registro vencido: irregularidade administrativa. ENTRETANTO, essa lógica não se aplica se for uma arma de uso restrito ou então no caso de porte, já que as elementares são diversas e a reprovabilidade mais intensa. 8 LEI DE DROGAS Prazo conclusão IP (podem ser duplicados pelo juiz, ouvido o Ministério Público, mediante pedido justificado da autoridade de polícia judiciária)-Indiciado preso: 30 dias -Indiciado solto: 90 dias Art. 28 – drogas para consumo pessoal Penas: - advertência sobre os efeitos das drogas; - Prestação de serviços à comunidade; - medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo. Prazo: máximo de 5 meses. Em caso de reincidência, o máximo será 10 meses Medidas coercitivas -admoestação verbal - multa. Prescrição 2 anos Crime do art 28: -Não lavra o APF -Autor deve ser imediatamente encaminhado ao juízo competente ou, na falta deste, assumir o compromisso de a ele comparecer, lavrando-se TCO -Agente deve ser levado a presença do JUIZ. Se não houver juiz, será levado a presença da autoridade policial -Para efeito da lavratura do auto de prisão em flagrante e estabelecimento da materialidade do delito, é suficiente o laudo de constatação da natureza e quantidade da droga, firmado por perito oficial ou, na falta deste, por pessoa idônea. ATENÇÃO: o CPP dispõe de forma diversa: Art. 159. O exame de corpo de delito e outras perícias serão realizados por perito oficial, portador de diploma de curso superior § 1o Na falta de perito oficial, o exame será realizado por 2 (duas) pessoas idôneas, portadoras de diploma de curso superior preferencialmente na área específica, dentre as que tiverem habilitação técnica relacionada com a natureza do exame. Destruição de drogas: a) Plantação ilícita: imediatamente destruídas pelo delegado, que recolhera quantidade suficiente para exame pericial b) Drogas apreendidas em situação de flagrante: juiz recebe cópia do APF e, em 10 dias, certifica a regularidade formal do laudo de constatação, determinando a destruição das drogas apreendidas, que deverá ser 9 executada em 15 dias. c) Drogas apreendidas sem flagrante: 30 dias. Lei não menciona necessidade de autorização judicial. Art. 42. O juiz, na fixação das penas, considerará, com preponderância sobre o previsto no art. 59 do Código Penal, a natureza e a quantidade da substância ou do produto, a personalidade e a conduta social do agente. Pena é aumentada de 1/6 a 2/3: - a natureza, a procedência da substância ou do produto apreendido e as circunstâncias do fato evidenciarem a transnacionalidade do delito; - o agente praticar o crime prevalecendo-se de função pública ou no desempenho de missão de educação, poder familiar, guarda ou vigilância; - a infração tiver sido cometida nas dependências ou imediações de estabelecimentos prisionais, de ensino ou hospitalares, de sedes de entidades estudantis, sociais, culturais, recreativas, esportivas, ou beneficentes, de locais de trabalho coletivo, de recintos onde se realizem espetáculos ou diversões de qualquer natureza, de serviços de tratamento de dependentes de drogas ou de reinserção social, de unidades militares ou policiais ou em transportes públicos; - o crime tiver sido praticado com violência, grave ameaça, emprego de arma de fogo, ou qualquer processo de intimidação difusa ou coletiva; - caracterizado o tráfico entre Estados da Federação ou entre estes e o Distrito Federal; - sua prática envolver ou visar a atingir criança ou adolescente ou a quem tenha, por qualquer motivo, diminuída ou suprimida a capacidade de entendimento e determinação; - o agente financiar ou custear a prática do crime. ATENÇÃO: *O agente que comete o tráfico (art.33) em companhia de menor de idade, pratica o crime de corrupção de menores? NÃO. O agente maior de idade respoderá pelo art. 33 com a causa de aumento de pena de 1/6 a 2/3 *O agente que apenas financia o tráfico, mas não pratica nenhum dos verbos do art. 33, responderá pelo crime de tráfico com a causa de aumento de pena? Não. Responderá apenas pelo art. 36 (crime de punição mais severa da lei) *Todos os crimes tipificados nesta lei, são de perito abstrato? Não. O crime de conduzir embarcação ou aeronave após o consumo de drogas, expondo a dano potencial a incolumidade de outrem é de perigo CONCRETO. *Além do crime de porte de droga para consumo pessoal, algum outro tipo penal se insere na competência do JECRIM? Sim. O crime de oferecer droga sem intuito de lucro para consumirem juntos e o crime de prescrever culposamente drogas 10 Tráfico privilegiado: redução de 1/6 a 2/3 a) agente primário b) bons antecedentes c) não se dedica a atividades criminosas d) não integra organização criminosa -Tráfico privilegiado não é equiparado a hediondo. Essa já era a compreensão da jurisprudência e foi positivada na LEP com o pacote anticrime -O tráfico privilegiado não impede a substituição da PPL por PRD. O O plenário do STF declarou inconstitucional a vedação à substituição da PPL por PRD prevista no art. 33, §4º da Lei 11.343/2006. Posteriormente, o SF suspendeu a eficácia da parte do dispositivo que dizia “vedada a conversão em pena restritiva de direitos”. (HC 97256 - O crime de associação para o tráfico (art. 35 - Lei 11.343/2006), mesmo formal ou de perigo, demanda os elementos "estabilidade" e "permanência" do vínculo associativo, que devem ser demonstrados de forma aceitável (razoável), ainda que não de forma rígida, para que se configure a societas sceleris e não um simples concurso de pessoas, é dizer, uma associação passageira e eventual. STJ. 6ª Turma. REsp 1.978.266/MS - É possível a valoração da quantidade e natureza da droga apreendida, tanto para a fixação da pena-base quanto para a modulação da causa de diminuição prevista no art. 33, § 4º, da Lei n. 11.343/2006, neste último caso ainda que sejam os únicos elementos aferidos, desde que não tenham sidos considerados na primeira fase do cálculo da pena. STJ. 3ª Seção. HC 725.534-SP, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 27/04/2022 (Info 734). - Viola o princípio da proporcionalidade a consideração de condenação anterior pelo delito do art. 28 da Lei nº 11.343/2006, “porte de droga para consumo pessoal”, para fins de reincidência. STF. 2ª Turma. RHC 178512 AgR/SP - Não é possível que o agente responda pela prática do crime do art. 34 da Lei 11.343/2006 quando a posse dos instrumentos configura ato preparatório destinado ao consumo pessoal de entorpecente. Para que se configure a lesão ao bem jurídico tutelado pelo art. 34 da Lei nº 11.343/2006, a ação de possuir maquinário e/ou objetos deve ter o especial fim de fabricar, preparar, produzir ou transformar drogas, visando ao tráfico. (INFO 709 STJ) - A fração de aumento de pena pela transnacionalidade do delito de tráfico de drogas pode levar em consideração a longa distância percorrida (STF. 2ª turma. HC 191.131/MS) - Compete ao Juízo Federal do endereço do destinatário da droga, importada via Correio, processar e julgar o crime de tráfico internacional (INFO 698 STJ) - É incabível salvo-conduto para o cultivo da cannabis visando a extração do óleo medicinal, ainda que na quantidade necessária para o controle da epilepsia, posto 11 que a autorização fica a cargo da análise do caso concreto pela ANVISA. STJ. 5ª Turma. RHC 123402-RS - O crime de associação para o tráfico é plurissubjetivo e pode ser plurilocal (TJ. 6ª Turma. REsp 1845496/SP) CRIMES FALIMENTARES Art. 168. Praticar, antes ou depois da sentença que decretar a falência, conceder a recuperação judicial ou homologar a recuperação extrajudicial, ato fraudulento de que resulte ou possa resultar prejuízo aos credores, com o fim de obter ou assegurar vantagem indevida para si ou para outrem. Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa. Aumento da pena § 1º A pena aumenta-se de 1/6 (um sexto) a 1/3 (um terço), se o agente: I – elabora escrituração contábil ou balanço com dados inexatos; II – omite, na escrituração contábil ou no balanço, lançamento que deles deveria constar, ou altera escrituração ou balanço verdadeiros; III – destrói, apagaou corrompe dados contábeis ou negociais armazenados em computador ou sistema informatizado; IV – simula a composição do capital social; V – destrói, oculta ou inutiliza, total ou parcialmente, os documentos de escrituração contábil obrigatórios. Art. 170. Divulgar ou propalar, por qualquer meio, informação falsa sobre devedor em recuperação judicial, com o fim de levá-lo à falência ou de obter vantagem: Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. Art. 172. Praticar, antes ou depois da sentença que decretar a falência, conceder a recuperação judicial ou homologar plano de recuperação extrajudicial, ato de disposição ou oneração patrimonial ou gerador de obrigação, destinado a favorecer um ou mais credores em prejuízo dos demais: Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre o credor que, em conluio, possa beneficiar-se de ato previsto no caput deste artigo. Art. 180. A sentença que decreta a falência, concede a recuperação judicial ou concede a recuperação extrajudicial de que trata o art. 163 desta Lei é condição objetiva de punibilidade das infrações penais descritas nesta Lei. Art. 181. São efeitos da condenação por crime previsto nesta Lei: I – a inabilitação para o exercício de atividade empresarial; ffpan Destacar ffpan Destacar ffpan Destacar ffpan Destacar ffpan Destacar ffpan Destacar 12 II – o impedimento para o exercício de cargo ou função em conselho de administração, diretoria ou gerência das sociedades sujeitas a esta Lei; III – a impossibilidade de gerir empresa por mandato ou por gestão de negócio. § 1º Os efeitos de que trata este artigo não são automáticos, devendo ser motivadamente declarados na sentença, e perdurarão até 5 (cinco) anos após a extinção da punibilidade, podendo, contudo, cessar antes pela reabilitação penal. ATENÇÃO: Único crime apenado com detenção: omissão de documentos contábeis obrigatórios Art. 178. Deixar de elaborar, escriturar ou autenticar, antes ou depois da sentença que decretar a falência, conceder a recuperação judicial ou homologar o plano de recuperação extrajudicial, os documentos de escrituração contábil obrigatórios: Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa, se o fato não constitui crime mais grave. CRIMES ELEITORAIS Compete à Justiça Eleitoral julgar os crimes eleitorais e os comuns que lhes forem conexos. (ENTENDIMENTO CONSOLIDADO STF) Ressalva-se, o caso de existir conexão entre uma infração penal eleitoral e um crime doloso contra a vida, hipótese em que haverá obrigatoriamente a separação de processos, afinal, a competência do Tribunal do Júri vem estabelecida na Constituição Federal, não podendo ser subtraída por disposições infraconstitucionais. Sempre que este código não indicar o grau mínimo: a) 15 dias quinze dias para a pena de detenção b) 1 ano para a pena de reclusão Quando a lei determina a agravação ou atenuação da pena sem mencionar o quantum: deve o juiz fixá-lo entre um 1/5 e 1/3 , guardados os limites da pena cominada ao crime. A pena de multa consiste no pagamento ao Tesouro Nacional, de uma soma de dinheiro, que é fixada em dias-multa. Seu montante é, no mínimo, 1 (um) dia-multa e, no máximo, 300 (trezentos) dias-multa. A multa pode ser aumentada até o triplo, embora não possa exceder o máximo genérico (caput), se o juiz considerar que, em virtude da situação econômica do condenado, é ineficaz a cominada, ainda que no máximo, ao crime de que se trate. Art. 323. Divulgar, na propaganda eleitoral ou durante período de campanha eleitoral, fatos que sabe inverídicos em relação a partidos ou a candidatos e capazes ffpan Destacar ffpan Destacar ffpan Destacar ffpan Destacar ffpan Destacar ffpan Destacar ffpan Destacar ffpan Destacar ffpan Destacar ffpan Destacar ffpan Destacar ffpan Destacar ffpan Destacar ffpan Destacar ffpan Destacar 13 de exercer influência perante o eleitorado: (novidade legislativa de 2021) Pena – detenção de dois meses a um ano ou pagamento de 120 a 150 dias-multa. § 1º Nas mesmas penas incorre quem produz, oferece ou vende vídeo com conteúdo inverídico acerca de partidos ou candidatos. § 2º Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) até metade se o crime: I – é cometido por meio da imprensa, rádio ou televisão, ou por meio da internet ou de rede social, ou é transmitido em tempo real; II – envolve menosprezo ou discriminação à condição de mulher ou à sua cor, raça ou etnia. Art. 326-B. Assediar, constranger, humilhar, perseguir ou ameaçar, por qualquer meio, candidata a cargo eletivo ou detentora de mandato eletivo, utilizando-se de menosprezo ou discriminação à condição de mulher ou à sua cor, raça ou etnia, com a finalidade de impedir ou de dificultar a sua campanha eleitoral ou o desempenho de seu mandato eletivo. Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. Parágrafo único. Aumenta-se a pena em 1/3 (um terço), se o crime é cometido contra mulher: I – gestante; II – maior de 60 (sessenta) anos; III – com deficiência. Art. 327. As penas cominadas nos arts. 324, 325 e 326 aumentam-se de 1/3 (um terço) até metade, se qualquer dos crimes é cometido: I – contra o presidente da República ou chefe de governo estrangeiro; II – contra funcionário público, em razão de suas funções; III – na presença de várias pessoas, ou por meio que facilite a divulgação da ofensa; IV – com menosprezo ou discriminação à condição de mulher ou à sua cor, raça ou etnia; V – por meio da Internet ou de rede social ou com transmissão em tempo real. Art. 309. Votar ou tentar votar mais de uma vez, ou em lugar de outrem: Pena – reclusão até três anos. Obs: crime de atentado ou de empreendimento Jurisprudência: -Para configurar o delito de calúnia eleitoral,é necessária a comprovação da lesividade da conduta e, se o suposto atingido afirma não ter se ofendido, não há prova da materialidade (INFO 920 STF) ffpan Destacar ffpan Destacar ffpan Destacar ffpan Destacar ffpan Destacar ffpan Destacar ffpan Destacar ffpan Destacar ffpan Destacar ffpan Destacar ffpan Destacar ffpan Destacar ffpan Destacar ffpan Destacar ffpan Destacar 14 LEI DE EXECUÇÃO PENAL Identificação perfil genético: art. 9º-A. O condenado por crime doloso praticado com violência grave contra a pessoa, bem como por crime contra a vida, contra a liberdade sexual ou por crime sexual contra vulnerável, será submetido, obrigatoriamente, à identificação do perfil genético, mediante extração de DNA (ácido desoxirribonucleico), por técnica adequada e indolor, por ocasião do ingresso no estabelecimento prisional. § 2o A autoridade policial, federal ou estadual, poderá requerer ao juiz competente, no caso de inquérito instaurado, o acesso ao banco de dados de identificação de perfil genético (NÃO PODE TER ACESSO DE OFÍCIO) § 5º A amostra biológica coletada só poderá ser utilizada para o único e exclusivo fim de permitir a identificação pelo perfil genético, não estando autorizadas as práticas de fenotipagem genética ou de busca familiar. § 8º Constitui falta grave a recusa do condenado em submeter-se ao procedimento de identificação do perfil genético Faltas disciplinares: a) graves (legislação federal), médias e leves (legislação local define) b) tentativa = mesma pena da falta consumada Regime Disciplinar Diferenciado (RDD) Art. 52. A prática de fato previsto como crime doloso constitui falta grave e, quando ocasionar subversão da ordem ou disciplina internas, sujeitará o preso provisório, ou condenado, nacional ou estrangeiro, sem prejuízo da sanção penal, ao regime disciplinar diferenciado, com as seguintes características: I - duração máxima de até 2 (dois) anos, sem prejuízo de repetição da sanção por nova falta grave demesma espécie; II - recolhimento em cela individual; III - visitas quinzenais, de 2 (duas) pessoas por vez, a serem realizadas em instalações equipadas para impedir o contato físico e a passagem de objetos, por pessoa da família ou, no caso de terceiro, autorizado judicialmente, com duração de 2 (duas) horas; IV - direito do preso à saída da cela por 2 (duas) horas diárias para banho de sol, em grupos de até 4 (quatro) presos, desde que não haja contato com presos do mesmo grupo criminoso; V - entrevistas sempre monitoradas, exceto aquelas com seu defensor, em ffpan Destacar ffpan Destacar ffpan Destacar ffpan Destacar ffpan Destacar ffpan Destacar ffpan Destacar ffpan Destacar ffpan Destacar ffpan Destacar ffpan Destacar ffpan Destacar ffpan Destacar ffpan Destacar ffpan Destacar ffpan Destacar ffpan Destacar ffpan Destacar ffpan Destacar ffpan Destacar 15 instalações equipadas para impedir o contato físico e a passagem de objetos, salvo expressa autorização judicial em contrário; VI - fiscalização do conteúdo da correspondência; VII - participação em audiências judiciais preferencialmente por videoconferência, garantindo-se a participação do defensor no mesmo ambiente do preso. § 1o O regime disciplinar diferenciado também poderá abrigar presos provisórios ou condenados, nacionais ou estrangeiros, que apresentem alto risco para a ordem e a segurança do estabelecimento penal ou da sociedade. § 1º O regime disciplinar diferenciado também será aplicado aos presos provisórios ou condenados, nacionais ou estrangeiros I - que apresentem alto risco para a ordem e a segurança do estabelecimento penal ou da sociedade; II - sob os quais recaiam fundadas suspeitas de envolvimento ou participação, a qualquer título, em organização criminosa, associação criminosa ou milícia privada, independentemente da prática de falta grave. § 2o Estará igualmente sujeito ao regime disciplinar diferenciado o preso provisório ou o condenado sob o qual recaiam fundadas suspeitas de envolvimento ou participação, a qualquer título, em organizações criminosas, quadrilha ou bando. § 3º Existindo indícios de que o preso exerce liderança em organização criminosa, associação criminosa ou milícia privada, ou que tenha atuação criminosa em 2 (dois) ou mais Estados da Federação, o regime disciplinar diferenciado será obrigatoriamente cumprido em estabelecimento prisional federal. § 4º Na hipótese dos parágrafos anteriores, o regime disciplinar diferenciado poderá ser prorrogado sucessivamente, por períodos de 1 (um) ano, existindo indícios de que o preso: I - continua apresentando alto risco para a ordem e a segurança do estabelecimento penal de origem ou da sociedade; II - mantém os vínculos com organização criminosa, associação criminosa ou milícia privada, considerados também o perfil criminal e a função desempenhada por ele no grupo criminoso, a operação duradoura do grupo, a superveniência de novos processos criminais e os resultados do tratamento penitenciário. § 5º Na hipótese prevista no § 3º deste artigo, o regime disciplinar diferenciado ffpan Destacar ffpan Destacar ffpan Destacar ffpan Destacar ffpan Destacar ffpan Destacar ffpan Destacar ffpan Destacar ffpan Destacar ffpan Destacar ffpan Destacar ffpan Destacar ffpan Destacar ffpan Destacar ffpan Sublinhar ffpan Sublinhar ffpan Destacar ffpan Destacar ffpan Destacar ffpan Destacar 16 deverá contar com alta segurança interna e externa, principalmente no que diz respeito à necessidade de se evitar contato do preso com membros de sua organização criminosa, associação criminosa ou milícia privada, ou de grupos rivais. § 6º A visita de que trata o inciso III do caput deste artigo será gravada em sistema de áudio ou de áudio e vídeo e, com autorização judicial, fiscalizada por agente penitenciário. § 7º Após os primeiros 6 (seis) meses de regime disciplinar diferenciado, o preso que não receber a visita de que trata o inciso III do caput deste artigo poderá, após prévio agendamento, ter contato telefônico, que será gravado, com uma pessoa da família, 2 (duas) vezes por mês e por 10 (dez) minutos. *Quais sanções podem ser aplicadas pelo diretor do presidio? Advertência verbal, repreensão, suspensão ou restrição de direitos, isolamento na própria cela, ou em local adequado Obs: O isolamento, a suspensão e a restrição de direitos não poderão exceder a 30 dias, ressalvada a hipótese do regime disciplinar diferenciado. Inclusão no RDD: -despacho fundamentado do juiz competente -A autorização para a inclusão do preso em regime disciplinar dependerá de requerimento circunstanciado elaborado pelo diretor do estabelecimento ou outra autoridade administrativa. -A decisão judicial sobre inclusão de preso em regime disciplinar será precedida de manifestação do Ministério Público e da defesa e prolatada no prazo máximo de quinze dias. - A autoridade administrativa poderá decretar o isolamento preventivo do faltoso pelo prazo de até dez dias. A inclusão do preso no regime disciplinar diferenciado, no interesse da disciplina e da averiguação do fato, dependerá de despacho do juiz competente. Novas frações para progressão de regime: 16% primário + crime cometido sem violência à pessoa ou grave ameaça; 20% Reincidente em crime cometido sem violência à pessoa ou grave ameaça; 25% Primário + crime cometido com violência à pessoa ou grave ameaça; 30% Reincidente em crime cometido com violência à pessoa ou grave ameaça 40% Primário + crime hediondo ou equiparado 50% a) primário + hediondo ou equiparado com resultado morte (caso em que também será vedado o livramento condicional) ffpan Destacar ffpan Destacar ffpan Destacar ffpan Destacar ffpan Destacar ffpan Destacar ffpan Destacar ffpan Destacar ffpan Destacar ffpan Destacar ffpan Destacar ffpan Destacar ffpan Destacar ffpan Destacar 17 b) condenado por exercer o comando, individual ou coletivo, de organização criminosa estruturada para a prática de crime hediondo ou equiparado c) condenado pela prática do crime de constituição de milícia privada; 60% Reincidente + hediondo ou equiparado Tendo em vista a legalidade e a taxatividade da norma penal (art. 5º, XXXIX, CF), a alteração promovida pela Lei 13.964/2019 no art. 112 da LEP não autoriza a incidência do percentual de 60% (inc. VII) aos condenados reincidentes não específicos para o fim de progressão de regime. Diante da omissão legislativa, impõe-se a analogia in bonam partem, para aplicação, inclusive retroativa, do inciso V do artigo 112 da LEP (lapso temporal de 40%) ao condenado por crime hediondo ou equiparado sem resultado morte reincidente não específico. (STF INFO 1032) 70% Reincidente + hediondo ou equiparado com resultado morte (caso em que também será vedado o livramento condicional) 1/8 Progressão especial das mulheres gestantes ou mãe ou responsável por crianças (adolescente não!) ou pessoas com deficiência. Os requisitos são cumulativos: -Não ter cometido crime com violência ou grave ameaça a pessoa; -Não ter cometido o crime contra seu filho ou dependente; -Ter cumprido ao menos 1/8 (um oitavo) da pena no regime anterior; -Ser primária e ter bom comportamento carcerário, comprovado pelo diretor do estabelecimento; -Não ter integrado organização criminosa. OBS: organização criminosa somente a hipótese de condenação nos termos da Lei 12.850/2013, não abrangendo apenada que tenha participado de associação criminosa (art. 288 do CP) ou associação para o tráfico (art. 35 da Lei 11.343/2006). (STJ) O cometimento denovo crime doloso ou falta grave implicará a revogação do benefício previsto no § 3º deste artigo - O cometimento de falta grave durante a execução da pena privativa de liberdade interrompe o prazo para a obtenção da progressão no regime de cumprimento da pena, caso em que o reinício da contagem do requisito objetivo terá como base a pena remanescente. - O bom comportamento é readquirido após 1 (um) ano da ocorrência do fato, ou antes, após o cumprimento do requisito temporal exigível para a obtenção do direito. ffpan Destacar ffpan Destacar ffpan Destacar ffpan Destacar ffpan Sublinhar ffpan Destacar ffpan Destacar ffpan Destacar ffpan Destacar ffpan Destacar ffpan Destacar 18 Jurisprudência: -A manutenção do monitoramento eletrônico ao apenado agraciado com a progressão ao regime aberto não implica constrangimento ilegal, pois atende aos parâmetros referenciados na SV 56. Súmula vinculante 56: A falta de estabelecimento penal adequado não autoriza a manutenção do condenado em regime prisional mais gravoso, devendo-se observar, nessa hipótese, os parâmetros fixados no RE 641.320/RS. (...) c) Havendo déficit de vagas, deverá determinar-se: (iii) o cumprimento de penas restritivas de direito e/ou estudo ao sentenciado que progride ao regime aberto; (RE 641320/RS, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 11/5/2016). STJ. 6ª Turma. HC 691963-RS, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 19/10/2021 (Info 715). - O período em que o réu permanece em livramento condicional deve ser considerado para o cálculo do tempo máximo de cumprimento de pena previsto no art. 75 do CP. Exemplo: Pedro foi condenado a 45 anos de reclusão. Após 15 anos no cárcere, ele recebeu o livramento condicional. Isso significa que ele ficará solto (em período de prova) até o fim da pena imposta. Logo, o período de prova seria, em tese, de 30 anos (45 é o total da pena; como já cumpriu 15, teria ainda 30 anos restantes).Depois de 25 anos no período de prova, Pedro poderá pedir a extinção da pena já que cumpriu o máximo de pena previsto pela legislação brasileira, ou seja, 40 anos, nos termos do art. 75 do CP. STJ. 5ª Turma.REsp 1922012-RS, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, julgado em 05/10/2021 (Info 712). Fonte: Dizer o Direito - Não há suspensão dos prazos prescricionais em execução penal no tocante a infrações disciplinares, sob pena de analogia in malam partem (STJ. 6ª Turma. HC 682.633-MG) - A independência das instâncias deve ser mitigada quando, nos casos de inexistência material ou de negativa de autoria, o mesmo fato for provado na esfera administrativa, mas não o for no processo criminal (STJ INFO 712) - Não havendo na sentença condenatória transitada em julgado determinação expressa de reparação do dano ou de devolução do produto do ilícito, não pode o juízo das execuções inserir referida condição para fins de progressão de regime (INFO 709 STJ) - Não é possível a concessão do indulto ao crime de associação para o tráfico de drogas, ainda que não haja proibição no Decreto Presidencial. (STJ. 5ª Turma. AgRg- HC 670.378) – A proibição está expressamente delineada no art. 44, caput, da Lei n. 11.343/2006. ffpan Destacar ffpan Destacar ffpan Destacar ffpan Destacar 19 - Recusar-se em a adentrar à cela consiste em falta grave, pois é ato lesivo e grave em descumprimento de ordem legítima e com base no art. 50, inciso VI, c/c art. 39, incisos II e V, ambos da Lei de Execuções Penais – LEP, observando-se, inclusive, o pleno exercício do contraditório e da ampla defesa no processo administrativo disciplinar. STJ. 6ª Turma, AgRg no HC 618.666, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 02/03/2021 - Súmula 643-STJ: A execução da pena restritiva de direitos depende do trânsito em julgado da condenação. - O reconhecimento de falta grave consistente na prática de fato definido como crime doloso no curso da execução penal dispensa o trânsito em julgado da condenação criminal, desde que ocorra a apuração do ilícito com as garantias constitucionais (STF INFO 1001) - A oitiva do condenado pelo Juízo da Execução Penal, em audiência de justificação realizada na presença do defensor e do Ministério Público, afasta a necessidade de prévio Procedimento Administrativo Disciplinar (PAD), assim como supre eventual ausência ou insuficiência de defesa técnica no PAD instaurado para apurar a prática de falta grave durante o cumprimento da pena. STF. Plenário. RE 972598, Rel. Roberto Barroso, julgado em 04/05/2020 (Repercussão Geral – Tema 941) (Info 985 – clipping). - O descumprimento das condições impostas para o livramento condicional não pode ser invocado para impedir a concessão do indulto, a título de não preenchimento do requisito subjetivo (STJ INFO 670) LEI MARIA DA PENHA A Lei Maria da Penha não se aplica a lei do JECRIM. Sendo assim, os institutos despenalizadores não são possíveis e a lesão corporal leve não é condicionada à representação. Isso significa que TODOS os crimes da Lei Maria da Penha são processados por ação penal pública incondicionada? Não. Ameaça, por exemplo, é condicionada à representação. É possível a retratação? SIM, entretanto, existem 2 peculiaridades: 1. até o RECEBIMENTO da denúncia (e não até o oferecimento como ocorre nos demais crimes) 2. Em audiência especialmente designada com tal finalidade, antes do recebimento da denúncia, na presença do juiz e ouvido o Ministério Público. Art. 9 §2º O juiz assegurará à mulher em situação de violência doméstica e familiar, para preservar sua integridade física e psicológica: (...) ffpan Destacar ffpan Destacar ffpan Destacar ffpan Destacar 20 II - manutenção do vínculo trabalhista, quando necessário o afastamento do local de trabalho, por até 6 meses. Dever de ressarcimento pelo agressor: -Ressarcir todos os danos causados, inclusive ressarcir ao Sistema Único de Saúde (SUS), de acordo com a tabela SUS -dispositivos de segurança destinados ao uso em caso de perigo iminente e disponibilizados para o monitoramento das vítimas de violência doméstica ou familiar amparadas por medidas protetivas. ATENÇÃO: o ressarcimento não poderá importar ônus de qualquer natureza ao patrimônio da mulher e dos seus dependentes, nem configurar atenuante ou ensejar possibilidade de substituição da pena aplicada. § 7º A mulher em situação de violência doméstica e familiar tem prioridade para matricular seus dependentes em instituição de educação básica mais próxima de seu domicílio, ou transferi-los para essa instituição, mediante a apresentação dos documentos comprobatórios do registro da ocorrência policial ou do processo de violência doméstica e familiar em curso. Providencias a serem tomadas pela autoridade policial: (...) -garantir proteção policial, quando necessário, comunicando de imediato ao Ministério Público e ao Poder Judiciário; -encaminhar a ofendida ao hospital ou posto de saúde e ao Instituto Médico Legal; - fornecer transporte para a ofendida e seus dependentes para abrigo ou local seguro, quando houver risco de vida; - se necessário, acompanhar a ofendida para assegurar a retirada de seus pertences do local da ocorrência ou do domicílio familiar; - informar à ofendida os direitos a ela conferidos nesta Lei e os serviços disponíveis, inclusive os de assistência judiciária para o eventual ajuizamento perante o juízo competente da ação de separação judicial, de divórcio, de anulação de casamento ou de dissolução de união estável. - remeter, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, expediente apartado ao juiz com o pedido da ofendida, para a concessão de medidas protetivas de urgência; - verificar se o agressor possui registro de porte ou posse de arma de fogo e, na hipótese de existência, juntar aos autos essa informação, bem comonotificar a ocorrência à instituição responsável pela concessão do registro ou da emissão do porte Art. 12-C. Verificada a existência de risco atual ou iminente à vida ou à integridade física ou psicológica da mulher em situação de violência doméstica e familiar, ou de seus dependentes, o agressor será imediatamente afastado do lar, domicílio ou local de convivência com a ofendida: I - pela autoridade judicial; ffpan Destacar ffpan Destacar ffpan Destacar ffpan Destacar ffpan Destacar ffpan Destacar ffpan Destacar ffpan Destacar ffpan Destacar 21 II - pelo delegado de polícia, quando o Município não for sede de comarca; ou III - pelo policial, quando o Município não for sede de comarca e não houver delegado disponível no momento da denúncia. § 1º Nas hipóteses dos incisos II e III do caput deste artigo, o juiz será comunicado no prazo máximo de 24 (vinte e quatro) horas e decidirá, em igual prazo, sobre a manutenção ou a revogação da medida aplicada, devendo dar ciência ao Ministério Público concomitantemente. § 2º Nos casos de risco à integridade física da ofendida ou à efetividade da medida protetiva de urgência, não será concedida liberdade provisória ao preso. Art. 14-A. A ofendida tem a opção de propor ação de divórcio ou de dissolução de união estável no Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher. § 1º Exclui-se da competência dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher a pretensão relacionada à partilha de bens. Art. 18. Recebido o expediente com o pedido da ofendida, caberá ao juiz, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas: II - determinar o encaminhamento da ofendida ao órgão de assistência judiciária, quando for o caso, inclusive para o ajuizamento da ação de separação judicial, de divórcio, de anulação de casamento ou de dissolução de união estável perante o juízo competente IV - determinar a apreensão imediata de arma de fogo sob a posse do agressor. 1º As medidas protetivas de urgência poderão ser concedidas de imediato, independentemente de audiência das partes e de manifestação do Ministério Público, devendo este ser prontamente comunicado. Art. 24-A. Descumprir decisão judicial que defere medidas protetivas de urgência previstas nesta Lei: Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos. § 1º A configuração do crime independe da competência civil ou criminal do juiz que deferiu as medidas. § 2º Na hipótese de prisão em flagrante, apenas a autoridade judicial poderá conceder fiança. § 3º O disposto neste artigo não exclui a aplicação de outras sanções cabíveis. ATENÇÃO: o delegado pode arbitrar fiança em infrações penais com pena não superior a 4 anos, SALVO neste caso de descumprimento de medida protetiva de urgência, em que apenas o juiz poderá conceder fiança. ffpan Destacar ffpan Destacar ffpan Destacar ffpan Destacar ffpan Destacar ffpan Destacar 22 ARMA DE FOGO DELEGADO - verifica se o agressor possui registro de porte ou posse de arma de fogo -na hipótese de existência, junta aos autos essa informação, bem como notifica a ocorrência à instituição responsável pela concessão do registro ou da emissão do porte JUIZ Após receber o pedido da ofendida, em 48 horas: - determina a apreensão imediata de arma de fogo sob a posse do agressor Obs: caso o agressor seja integrante dos órgãos de segurança pública ou se enquadre em alguma das situações dos incisos do art. 6 do estatuto do desarmamento, o juiz comunicará ao respectivo órgão, corporação ou instituição as medidas protetivas de urgência concedidas e determinará a restrição do porte de armas, ficando o superior imediato do agressor responsável pelo cumprimento da determinação judicial, sob pena de incorrer nos crimes de prevaricação ou de desobediência, conforme o caso. Jurisprudência: -Não cabe o arbitramento de aluguel em desfavor da coproprietária vítima de violência doméstica, que, em razão de medida protetiva de urgência decretada judicialmente, detém o uso e gozo exclusivo do imóvel de cotitularidade do agressor (STJ INFO 724) - Se foram imputados vários crimes ao acusado e dentre eles está o de lesão corporal contra a mulher no contexto da violência doméstica, é possível que o juiz indefira a designação da audiência prevista no artigo 16 da Lei 11.340/2006 (audiência na qual é possível a retratação da ofendida) (STJ. 5ª Turma. AgRg no HC 707.726/PA - O crime de descumprimento de medidas protetivas de urgência não é meio necessário ou usual para a realização do delito de ameaça - que, com frequência, é praticado em contextos distintos da situação de violência doméstica e familiar. Ainda que, quando do cometimento do crime de ameaça, exista medida protetiva de urgência em vigor, é plenamente possível que a ameaça de causar mal injusto e grave chegue ao conhecimento da ofendida sem que nenhuma das medidas impostas venha a ser descumprida, notadamente à vista da possibilidade de consumação do delito por "escrito ou gesto, ou qualquer outro meio simbólico" ou até por meio de interposta pessoa. (STJ. 6ª Turma. HC 616.070/MG) - Lei que impede nomeação de condenados pela Lei Maria da Penha é ffpan Destacar 23 constitucional. É cabível lei de iniciativa parlamentar que veda a nomeação, pela Administração Pública direta e indireta do Município, de pessoas condenadas pela Lei Federal nº 11.340 de 07 de agosto de 2006 (Lei Maria da Penha). Descabe falar em iniciativa privativa do Chefe do Poder executivo. Na verdade, ao vedar a nomeação de agentes públicos, no âmbito da Administração Direta e Indireta do município, condenados nos termos da Lei federal nº 11.340/2006, a norma impugnada impôs regra geral de moralidade administrativa, visando dar concretude aos princípios elencados no caput do art. 37 da Constituição Federal, cuja aplicação independem de lei em sentido estrito e não se submetem a uma interpretação restritiva. STF. RE 1.308.883/DF, Rel. Min. Edson Fachin, decisão monocrática, julgado em 7/04/2021. - É cabível lei de iniciativa parlamentar que veda a nomeação, pela Administração Pública direta e indireta do Município, de pessoas condenadas pela Lei Federal nº 11.340 de 07 de agosto de 2006 (Lei Maria da Penha). Descabe falar em iniciativa privativa do Chefe do Poder executivo. Na verdade, ao vedar a nomeação de agentes públicos, no âmbito da Administração Direta e Indireta do município, condenados nos termos da Lei federal nº 11.340/2006, a norma impugnada impôs regra geral de moralidade administrativa, visando dar concretude aos princípios elencados no caput do art. 37 da Constituição Federal, cuja aplicação independem de lei em sentido estrito e não se submetem a uma interpretação restritiva. STF. RE 1.308.883/DF, Rel. Min. Edson Fachin, decisão monocrática, julgado em 7/04/2021. - A posterior reconciliação entre a vítima e o agressor não é fundamento suficiente para afastar a necessidade de fixação do valor mínimo previsto no art. 387, inciso IV, do CPP, seja porque não há previsão legal nesse sentido, seja porque compete à própria vítima decidir se irá promover a execução ou não do título executivo, sendo vedado ao Poder Judiciário omitir-se na aplicação da legislação processual penal que determina a fixação do valor mínimo em favor da ofendida. CPP/Art. 387. O juiz, ao proferir sentença condenatória:(...) IV - fixará valor mínimo para reparação dos danos causados pela infração, considerando os prejuízos sofridos pelo ofendido; STJ. 6ª Turma. REsp 1819504-MS, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 10/09/2019 (Info 657). - É irrelevante o lapso temporal da dissolução do vínculo conjugal para se firmar a competência do Juizados Especiais de ViolênciaDoméstica e Familiar contra a Mulher nos casos em que a conduta imputada como criminosa está vinculada à relação íntima de afeto que tiveram as partes. Assim, é necessário apenas que a conduta delitiva imputada esteja vinculada à relação íntima de afeto mantida entre as partes. ffpan Destacar ffpan Destacar ffpan Destacar 24 STJ. 5ª Turma. HC 542.828/AP, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 18/02/2020. - A medida de afastamento do local de trabalho, prevista no art. 9º, § 2º, da Lei é de competência do Juiz da Vara de Violência Doméstica, sendo caso de interrupção do contrato de trabalho, devendo a empresa arcar com os 15 primeiros dias e o INSS com o restante. STJ. 6ª Turma. REsp 1757775-SP, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 20/08/2019 (Info 655). - Não se pode decretar a preventiva do autor de contravenção penal, mesmo que ele tenha praticado o fato no âmbito de violência doméstica e mesmo que tenha descumprido medida protetiva a ele imposta (STJ. 6ª Turma. HC 437535-SP, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, Rel. Acd. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 26/06/2018 (Info 632). - Em caso de ameaça por redes sociais ou pelo Whatsapp, o juízo competente para deferir as medidas protetivas é aquele no qual a mulher tomou conhecimento das intimidações. STJ. 3ª Seção. CC 156.284/PR, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 28/02/2018. - Nos casos de violência contra a mulher praticados no âmbito doméstico e familiar, é possível a fixação de valor mínimo indenizatório a título de dano moral, desde que haja pedido expresso da acusação ou da parte ofendida, ainda que não especificada a quantia, e independentemente de instrução probatória. CPP/Art. 387. O juiz, ao proferir sentença condenatória: IV - fixará valor mínimo para reparação dos danos causados pela infração, considerando os prejuízos sofridos pelo ofendido. STJ. 3ª Seção. REsp 1643051-MS, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 28/02/2018 (recurso repetitivo) (Info 621). LEI DE ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA Definição de ORCRIM: -4 ou + pessoas -estruturalmente ordenadas e com divisão de tarefas, ainda que informalmente -objetivo de obter, direta ou indiretamente, vantagem de qualquer natureza -mediante a prática de infrações penas com pena superior a 4 anos ou de caráter transnacional Obs: a lei se aplica também: - às infrações penais previstas em tratado ou convenção internacional quando, iniciada a execução no País, o resultado tenha ou devesse ter ocorrido no estrangeiro, ou reciprocamente; - às organizações terroristas, entendidas como aquelas voltadas para a prática dos atos de terrorismo legalmente definidos. ffpan Destacar ffpan Destacar ffpan Destacar 25 Forma equiparada: Nas mesmas penas incorre quem impede ou, de qualquer forma, embaraça a investigação de infração penal que envolva organização criminosa. Pena aumenta até a 1/2 -emprego de arma de fogo Pena agravada - exerce o comando, individual ou coletivo, da organização criminosa, ainda que não pratique pessoalmente atos de execução. Pena aumenta de 1/6 a 2/3 - criança ou adolescente; - se há concurso de funcionário público, valendo- se a organização criminosa dessa condição para a prática de infração penal; - se o produto ou proveito da infração penal destinar-se, no todo ou em parte, ao exterior; - se a organização criminosa mantém conexão com outras organizações criminosas independentes; - transnacionalidade da organização. A condenação com trânsito em julgado acarretará ao funcionário público a perda do cargo, função, emprego ou mandato eletivo e e a interdição para o exercício de função ou cargo público pelo prazo de 8 (oito) anos subsequentes ao cumprimento da pena. § 8º As lideranças de organizações criminosas armadas ou que tenham armas à disposição deverão iniciar o cumprimento da pena em estabelecimentos penais de segurança máxima. Acordo de colaboração premiada: -O recebimento da proposta para formalização de acordo de colaboração demarca o início das negociações e constitui também marco de confidencialidade -Caso não haja indeferimento sumário, as partes deverão firmar Termo de Confidencialidade para prosseguimento das tratativas, o que vinculará os órgãos envolvidos na negociação e impedirá o indeferimento posterior sem justa causa -Possíveis sanções premiais: a) perdão judicial b) reduzir em até 2/3 (dois terços) a pena privativa de liberdade c) substituir a PPL por PRD d) se posterior à sentença: reduzir até metade da pena ou progessao de regime mesmo que ausentes os requisitos objetivos -Considerando a relevância da colaboração prestada, o Ministério Público, a qualquer tempo, e o delegado de polícia, nos autos do inquérito policial, com a 26 manifestação do Ministério Público, poderão requerer ou representar ao juiz pela concessão de perdão judicial ao colaborador, ainda que esse benefício não tenha sido previsto na proposta inicial -O prazo para oferecimento de denúncia ou o processo, relativos ao colaborador, poderá ser suspenso por até 6 (seis) meses, prorrogáveis por igual período, até que sejam cumpridas as medidas de colaboração, suspendendo-se o respectivo prazo prescricional. - Ministério Público poderá deixar de oferecer denúncia se a proposta de acordo de colaboração referir-se a infração de cuja existência não tenha prévio conhecimento e o colaborador: não for o líder da organização criminosa ou for o primeiro a prestar efetiva colaboração nos termos deste artigo. -juiz NÃO participa das negociações Ação controlada: -previamente COMUNICADA ao juiz. Não depende de prévia autorização Infiltração de agentes: -indícios de infração + prova não pode ser obtida por outro meio -6 meses (prazo prorrogável, se comprovada necessidade) Infiltração virtual de agentes: -demonstração da sua necessidade e indicados o alcance das tarefas dos policiais, os nomes ou apelidos das pessoas investigadas e, quando possível, os dados de conexão ou cadastrais que permitam a identificação dessas pessoas. -6 meses, prorrogáveis, desde que não ultrapasse 720 dias 48 horas O pedido de homologação do acordo será sigilosamente distribuído, contendo apenas informações que não possam identificar o colaborador e o seu objeto 24 horas As informações quanto à necessidade da operação de infiltração serão dirigidas diretamente ao juiz competente, que decidirá no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, após manifestação do Ministério Público na hipótese de representação do delegado de polícia, devendo-se adotar as medidas necessárias para o êxito das investigações e a segurança do agente infiltrado 120 dias A instrução criminal deverá ser encerrada em prazo razoável, o qual não poderá exceder a 120 (cento e vinte) dias quando o réu estiver preso, prorrogáveis em até igual período, por decisão fundamentada, devidamente motivada pela complexidade da causa ou por fato procrastinatório atribuível ao réu. 27 Jurisprudência: - A homologação de acordo de colaboração, em regra, terá que se dar perante o juízo competente para autorizar as medidas de produção de prova e para processar e julgar os fatos delituosos cometidos pelo colaborador. Caso a proposta de acordo aconteça entre a sentença e o julgamento pelo órgão recursal, a homologação ocorrerá no julgamento pelo Tribunal e constará do acórdão. STF. 2ª Turma. HC 192063/RJ, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 2/2/2021 (Info 1004). - Cabe habeas corpus contra a decisão que não homologa ou que homologa apenas parcialmente o acordo de colaboração premiada (STF INFO 1004) - A colaboração premiada, como meio de obtenção de prova, não constitui critério de determinação, de modificação ou de concentração da competência (STF INFO 1004) - Crime de embaraçar investigação previstona Lei do Crime Organizado não é restrito à fase do inquérito ECA Medidas em caso de prática de ato infracional: - advertência; - obrigação de reparar o dano; - prestação de serviços à comunidade: período não superior a 6 meses - liberdade assistida: prazo mínimo de 6 meses, podendo a qualquer tempo ser prorrogada, revogada ou substituída por outra medida, ouvido o orientador, o Ministério Público e o defensor. - inserção em regime de semi-liberdade; - internação em estabelecimento educacional: *Não prazo determinado. A manutenção deve ser reavaliada no máximo a cada seis meses. * Em nenhuma hipótese o período máximo de internação excederá a três anos. *A liberação será compulsória aos vinte e um anos de idade *Só poderá ser aplicada quando o ato infracional for cometido mediante grave ameaça ou violência a pessoa, reiteração no cometimento de outras infrações graves ou então descumprimento reiterado e injustificável de medida anteriormente ffpan Destacar ffpan Destacar ffpan Destacar ffpan Destacar 28 imposta (nesse caso, não poderá ultrapassar 3 meses) - Qualquer uma das previstas no art. 101, I a VI. (acolhimento institucional, encaminhamento aos pais mediante termo de responsabilidade, etc) Remissão: -Antes de iniciado o procedimento judicial para apuração de ato infracional, o representante do Ministério Público poderá conceder a remissão, como forma de exclusão do processo -A remissão não implica necessariamente o reconhecimento ou comprovação da responsabilidade, nem prevalece para efeito de antecedentes, podendo incluir eventualmente a aplicação de qualquer das medidas previstas em lei, exceto a colocação em regime de semi-liberdade e a internação. Apuração ato infracional: -flagrante de ato infracional cometido com violência ou grave ameaça. O Delegado deverá: a) lavrar auto de apreensão, ouvidos as testemunhas e o adolescente; b) apreender o produto e os instrumentos da infração; c) requisitar os exames ou perícias necessários à comprovação da materialidade e autoria da infração. -flagrante de ato infracional cometido sem violência ou grave ameaça: a lavratura do auto poderá ser substituída por boletim de ocorrência circunstanciada. -Se, afastada a hipótese de flagrante, houver indícios de participação de adolescente na prática de ato infracional, a autoridade policial encaminhará ao representante do Ministério Público relatório das investigações e demais documentos. Infiltração de agentes: –autorização judicial, ouvido o Ministério Público; –requerimento do Ministério Público ou representação de delegado de polícia e conterá a demonstração de sua necessidade, o alcance das tarefas dos policiais, os nomes ou apelidos das pessoas investigadas e, quando possível, os dados de conexão ou cadastrais que permitam a identificação dessas pessoas; – não poderá exceder o prazo de 90 (noventa) dias, sem prejuízo de eventuais renovações, desde que o total não exceda a 720 (setecentos e vinte) dias e seja ffpan Destacar ffpan Destacar ffpan Destacar ffpan Destacar ffpan Destacar ffpan Destacar 29 demonstrada sua efetiva necessidade, a critério da autoridade judicial -As informações da operação de infiltração serão encaminhadas diretamente ao juiz responsável pela autorização da medida, que zelará por seu sigilo. Jurisprudência: -O interrogatório, na apuração de ato infracional, é o último ato da instrução. O direito de falar por último, de ser interrogado após as testemunhas, deve ser observado no procedimento para apuração de ato infracional. (STF. HC 212.693) -Súmula 605-STJ: A superveniência da maioridade penal não interfere na apuração de ato infracional nem na aplicabilidade de medida socioeducativa em curso, inclusive na liberdade assistida, enquanto não atingida a idade de 21 anos. -Mesmo que a genitália da criança ou adolescente não esteja desnuda, é possível enquadrar a imagem como ‘cena de sexo explícito ou pornográfica’ para os fins do art. 241-E do ECA (STJ Info 729) -Em regra, não há automática consunção quando ocorrem armazenamento e compartilhamento de material pornográfico infanto-juvenil (INFO 666 STJ) -Juiz não pode aumentar a pena-base do crime do art. 241-A do ECA alegando que a conduta social ou a personalidade são desfavoráveis, sob o argumento de que o réu manifestou grande interesse por material pornográfico (INFO 666 STJ) -Se a infração penal envolveu dois adolescentes, o réu deverá ser condenado por dois crimes de corrupção de menores (art. 244-B do ECA) (INFO 613 STJ) LEI DE CRIMES AMBIENTAIS Penas restritivas de direito: a) Cabimento: -crime culposo -PPL INFERIOR a 4 anos (no CP é não superior a 4 anos) b) Quais são? - prestação de serviços à comunidade; - interdição temporária de direitos; *proibição de o condenado contratar com o Poder Público, de receber incentivos fiscais ou quaisquer outros benefícios bem como de participar de licitações, pelo prazo de cinco anos, no caso de crimes dolosos, e de três anos, no de crimes culposos. 5 anos = crimes dolosos 3 anos = crimes culposos - suspensão parcial ou total de atividades; ffpan Destacar 30 - prestação pecuniária; - recolhimento domiciliar. Suspensao condicional da pena: pode ser aplicada nos casos de condenação a pena privativa de liberdade não superior a três anos. (No CP é não superior a 2 anos) Penas aplicáveis à PJ a)multa; b)restritivas de direitos; - suspensão parcial ou total de atividades; - interdição temporária de estabelecimento, obra ou atividade; - proibição de contratar com o Poder Público, bem como dele obter subsídios, subvenções ou doações. (não pode exceder a 10 anos) c)prestação de serviços à comunidade. Art. 24. A pessoa jurídica constituída ou utilizada, preponderantemente, com o fim de permitir, facilitar ou ocultar a prática de crime definido nesta Lei terá decretada sua liquidação forçada, seu patrimônio será considerado instrumento do crime e como tal perdido em favor do Fundo Penitenciário Nacional. Crime de maus tratos: quando se tratar de cao ou gato, a pena é de 2 a 5 anos, ou seja, não é possível que o delegado arbitre fianca! -Se a ré pratica o crime de poluição qualificada e não toma providências para reparar o dano, entende-se que continua praticando ato ilícito em virtude da sua omissão, devendo, portanto, ser considerado que se trata de crime permanente -O delito previsto na primeira parte do art. 54 da Lei nº 9.605/98 possui natureza formal, sendo suficiente a potencialidade de dano à saúde humana para configuração da conduta delitiva, não se exigindo, portanto, a realização de perícia. Art. 54. Causar poluição de qualquer natureza em níveis tais que resultem ou possam resultar em danos à saúde humana, ou que provoquem a mortandade de animais ou a destruição significativa da flora. Pena — reclusão, de um a quatro anos, e multa. STJ. 3ª Seção. EREsp 1417279-SC, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, julgado em 11/04/2018 (Info 624). -O crime de edificação proibida (art. 64 da Lei 9.605/98) absorve o crime de destruição de vegetação (art. 48 da mesma lei) quando a conduta do agente se realiza com o único intento de construir em local não edificável. STJ. 6ª Turma. REsp 1639723-PR, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 7/2/2017 (Info 597). -Quando praticados no mesmo contexto fático, o delito de impedir a regeneração ffpan Destacar ffpan Destacar ffpan Destacar ffpan Destacar ffpan Destacar ffpan Destacar ffpan Destacar ffpan Destacar 31 natural da flora (art. 48 da Lei 9.605/98) configura pós-fato impunível do delito de construção em área não edificável sem a respectiva licença ambiental (art. 64 da Lei 9.605/98). STJ. 6ª Turma. RHC 130.332/DF, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 15/09/2020. -O crime previsto no art. 56, caput, da Lei nº 9.605/98é de perigo abstrato, sendo dispensável a produção de prova pericial para atestar a nocividade ou a periculosidade dos produtos transportados, bastando que estes estejam elencados na Resolução nº 420/2004 da ANTT. Art. 56.Produzir, processar, embalar, importar, exportar, comercializar, fornecer, transportar, armazenar, guardar, ter em depósito ou usar produto ou substância tóxica, perigosa ou nociva à saúde humana ou ao meio ambiente, em desacordo com as exigências estabelecidas em leis ou nos seus regulamentos: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. STJ. 6ª Turma.REsp 1439150-RS, Rel. Min. Rogério Schietti Cruz, julgado em 05/10/2017 (Info 613). ffpan Destacar ffpan Destacar
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