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Estatuto do Desarmamento

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LEGISLAÇÃO ESPECIAL
Profª. Priscila Silveira 
Luiz Geyzon - 00498412385
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ESTATUTO DO DESARMAMENTO
Profª. Priscila Silveira 
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Posse Irregular de Arma de Fogo de Uso Permitido
Art. 12. Possuir ou manter sob sua guarda arma de fogo, acessório ou munição, de uso 
permitido, em desacordo com determinação legal ou regulamentar, no interior de sua 
residência ou dependência desta, ou, ainda no seu local de trabalho, desde que seja o 
titular ou o responsável legal do estabelecimento ou empresa:
 Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.
Simulacro de arma de fogo NÃO é considerada arma de fogo, logo, o sua posse ou 
porte é fato ATÍPICO.
A importação irregular de simulacro de arma de fogo é considerado crime de 
CONTRABANDO, portanto, não se aplica o princípio da insignificância, consoante art. 
26 da Lei 10.826/03, pois trata-se de produto de importação proibida (REsp 
1.727.222/PR, 2018). 
Táxi e Caminhão NÃO são considerados residência, nem local de trabalho.
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Posse Irregular de Arma de Fogo de Uso Permitido
Em se tratando de titular ou responsável legal do estabelecimento comercial, será 
CRIME PRÓPRIO.
Quando a posse de arma de fogo ocorre na casa de terceira pessoa configura o crime 
de porte ilegal de arma de fogo.
 ATENÇÃO! De acordo o disposto no art. 5º, §5º: “Aos residentes em área rural, para 
os fins do disposto no caput deste artigo, considera-se residência ou domicílio toda a 
extensão do respectivo imóvel rural.” (Incluído pela Lei nº 13.870, de 2019)
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Omissão de Cautela 
Art. 13. Deixar de observar as cautelas necessárias para impedir que menor de 18 
(dezoito) anos ou pessoa portadora de deficiência mental se apodere de arma de fogo 
que esteja sob sua posse ou que seja de sua propriedade:
 Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa.
Único crime culposo do Estatuto do Desarmamento, caso a entrega de forma 
DOLOSA de arma de fogo, munição ou explosivo à criança, configurará o crime do art. 
16, §1º, inc. V, do Estatuto do Desarmamento.
O objeto material será apenas a arma de fogo. Se ocorrer omissão de cautela em 
relação a arma branca, de arremesso ou munição, caracteriza a contravenção penal 
prevista no art. 19, §2º, alínea “c”, do Decreto-Lei nº 3.688/41. De acordo com 
Renato Brasileiro de Lima, o mesmo ocorre se trata de pessoa inexperiente para o 
manejo da arma de fogo.
Em caso de venda ou fornecimento de arma branca para menor de 18 anos, 
configura o crime do art. 242 do ECA.
Trata-se de CRIME MATERIAL.
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Omissão de Cautela 
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorrem o proprietário ou diretor responsável de 
empresa de segurança e transporte de valores que deixarem de registrar ocorrência 
policial e de comunicar à Polícia Federal perda, furto, roubo ou outras formas de 
extravio de arma de fogo, acessório ou munição que estejam sob sua guarda, nas 
primeiras 24 (vinte quatro) horas depois de ocorrido o fato.
Trata-se de crime PRÓPRIO (proprietário ou diretor de empresa) e OMISSIVO 
PRÓPRIO.
Admite-se apenas a forma DOLOSA.
Em que pese a lei falar em comunicação sobre furto, roubo, extravio de armas, 
acessórios e munições poderá ser feita também às autoridades policiais estaduais 
que tomarão as providências cabíveis enviando a ocorrência à Polícia Federal, nos 
termos do parágrafo em comento. É verdade que não são todos os municípios que 
têm sede da Polícia Federal para receber a comunicação sobre os fatos aqui tratados.
O crime é afiançável, podendo a fiança ser concedida pela autoridade policial.
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Porte Ilegal de Arma de Fogo de Uso Permitido 
 Art. 14. Portar, deter, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, transportar, ceder, 
ainda que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob guarda ou ocultar 
arma de fogo, acessório ou munição, de uso permitido, sem autorização e em 
desacordo com determinação legal ou regulamentar:
 Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
O parágrafo único dispõe que o referido crime é inafiançável, entretanto, este 
dispositivo foi declarado INCONSTITUCIONAL pelo STF, através do julgamento da 
ADIn 3.112-1, em 02.05.2007. 
Trata-se de um crime de tipo misto alternativo.
As modalidades portar, deter e ter em depósito constituem o crime permanente 
que é aquela cuja consumação se perde no tempo dependente da atividade, ação ou 
omissão, de quem o pratica, como sucede no cárcere privado. Para isso basta haver 
denúncia à polícia; ser procedida diligência no local onde está sendo cometida a 
infração e o agente ser encontrado em poder do objeto que apreendido caracterizará 
a prova material do crime.
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Porte Ilegal de Arma de Fogo de Uso Permitido 
As modalidades adquirir, fornecer e receber são crimes instantâneos que se 
consumam no ato em que o agente está se apossando da arma, comprando-a ou 
trocando-a com outro objeto, quando ele está fornecendo a arma a alguém para ser 
transacionada ou quando ele a recebe de mãos de qualquer pessoa, para qualquer 
finalidade.
A lei fala em porte ilegal de arma de fogo, não se referindo a arma branca.
O porte de arma é um ato discricionário da autoridade policial federal e relaciona-se 
às armas de fogo.
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Disparo de Arma de Fogo 
 Art. 15. Disparar arma de fogo ou acionar munição em lugar habitado ou em suas 
adjacências, em via pública ou em direção a ela, desde que essa conduta não tenha 
como finalidade a prática de outro crime:
 Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
O parágrafo único dispõe que o referido crime é inafiançável, entretanto, este 
dispositivo foi declarado INCONSTITUCIONAL pelo STF, através do julgamento da 
ADIn 3.112-1, em 02.05.2007. 
Trata-se de crime DOLOSO.
Trata-se de um crime expressamente SUBSIDIÁRIO.
Se o ocorrer diversos disparos, em um mesmo contexto fático, será CRIME ÚNICO. 
Assim, se praticado em contexto fáticos DISTINTOS, terá CONCURSO DE CRIMES 
entre disparo de arma de fogo e porte ilegal de arma de fogo.
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Disparo de Arma de Fogo 
O delito de disparo de arma de fogo absorve o crime de porte ou posse de arma de 
fogo de uso permitido. Contudo, o crime de disparo de arma de fogo NÃO absorve o 
delito de porte ilegal de arma de fogo de uso restrito ou proibido, por se tratarem de 
crimes mais graves. 
O disparo de arma de fogo em local ermo/desabitado, será FATO ATÍPICO.
O disparo de arma de fogo acidental (culposo) também será FATO ATÍPICO, pois 
admite-se apenas a modalidade dolosa.
Se do disparo de arma resultar lesão corporal a outrem o infrator responderá pelo 
crime de lesão corporal culposa na modalidade de imprudência, art. 129, § 6º do CP.
Se o disparo resultar na morte da vítima, o infrator responderá por infração ao art. 
121, § 3º do CP (Homicídio culposo), na modalidade de imprudência.
Se o agente disparar arma em local de grande afluência de pessoas e matar alguém, 
sem a intenção de praticar aquela ação, responderá por infração do art. 121, “caput” 
do CP (Homicídio doloso) na modalidade do dolo eventual porque neste caso 
assumiu o risco de produzir o resultado.
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Posse ou Porte Ilegal de Arma de Fogo de Uso 
Restrito 
 Art. 16. Possuir, deter, portar, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, transportar, 
ceder, ainda que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob sua guarda 
ou ocultar arma de fogo, acessório ou munição de uso restrito, sem autorização e em 
desacordo com determinação legal ou regulamentar: (Redação dada pela Lei nº 
13.964, de 2019)
 Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.
§ 1º Nas mesmas penas incorrequem: (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
 I – suprimir ou alterar marca, numeração ou qualquer sinal de identificação de 
arma de fogo ou artefato;
 II – modificar as características de arma de fogo, de forma a torná-la equivalente a 
arma de fogo de uso proibido ou restrito ou para fins de dificultar ou de qualquer modo 
induzir a erro autoridade policial, perito ou juiz;
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Posse ou Porte Ilegal de Arma de Fogo de Uso 
Restrito 
 III – possuir, detiver, fabricar ou empregar artefato explosivo ou incendiário, sem 
autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar;
 IV – portar, possuir, adquirir, transportar ou fornecer arma de fogo com numeração, 
marca ou qualquer outro sinal de identificação raspado, suprimido ou adulterado;
❖ Se aplica às arma de uso PERMITIDO e RETRITO (STF, RHC 99.582/RS).
❖ De acordo com o STJ, a posterior recuperação da numeração NÃO descaracteriza o 
referido crime (HC 45.115/SC).
 V – vender, entregar ou fornecer, ainda que gratuitamente, arma de fogo, 
acessório, munição ou explosivo a criança ou adolescente; e
❖ Configura apenas se agente pratica o crime de forma DOLOSA, caso ocorra de forma 
CULPOSA caracteriza o crime de OMISSÃO DE CAUTELA (art. 13 desta Lei).
 VI – produzir, recarregar ou reciclar, sem autorização legal, ou adulterar, de 
qualquer forma, munição ou explosivo.
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Posse ou Porte Ilegal de Arma de Fogo de Uso 
Restrito 
§ 2º Se as condutas descritas no caput e no § 1º deste artigo envolverem arma de fogo 
de uso proibido, a pena é de reclusão, de 4 (quatro) a 12 (doze) anos. 
O conceito de armas de fogo de uso proibido está disposto no art. 3º, parágrafo 
único, inc. III, do Decreto 10.030/19:
“Art. 3º, parágrafo único. Para fins do disposto neste Regulamento, considera-se: (...)
III - arma de fogo de uso proibido:
a) as armas de fogo classificadas como de uso proibido em acordos ou tratados 
internacionais dos quais a República Federativa do Brasil seja signatária; e 
b) as armas de fogo dissimuladas, com aparência de objetos inofensivos;” 
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Comércio Ilegal de Arma de Fogo 
Art. 17. Adquirir, alugar, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depósito, 
desmontar, montar, remontar, adulterar, vender, expor à venda, ou de qualquer forma 
utilizar, em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, 
arma de fogo, acessório ou munição, sem autorização ou em desacordo com 
determinação legal ou regulamentar:
 Pena - reclusão, de 6 (seis) a 12 (doze) anos, e multa. 
§ 1º Equipara-se à atividade comercial ou industrial, para efeito deste artigo, qualquer 
forma de prestação de serviços, fabricação ou comércio irregular ou clandestino, 
inclusive o exercido em residência.
§ 2º Incorre na mesma pena quem vende ou entrega arma de fogo, acessório ou 
munição, sem autorização ou em desacordo com a determinação legal ou 
regulamentar, a agente policial disfarçado, quando presentes elementos probatórios 
razoáveis de conduta criminal preexistente.
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Comércio Ilegal de Arma de Fogo 
Trata-se de um tipo misto alternativo.
Para Gabriel Habib, trata-se de CRIME HABITUAL, podendo a venda isolada da arma 
de fogo caracterizar os crimes do art. 14 ou 16. Entretanto, de acordo com Fernando 
Capez, Guilherme de Souza Nucci e Francisco Sannini, é um CRIME INSTANTÂNEO, 
bastando demonstrar a intenção de habitualidade no comércio.
Segundo Francisco Saninni, é possível concurso de crimes entre o art. 17 desta lei e 
receptação qualificada (art. 180, §1º, CP). Contudo, para Fernando Capez, o delito do 
art. 17 absorve o crime do art. 180, §1º, CP.
O §2º, do art. 17, trata o agente policial disfarçado. Não confundir com flagrante 
preparado (crime impossível – Súmula 145, STF).
Segundo Renato Brasileiro de Lima, o policial militar pode atual como agente policial 
disfarçado parar realizar um prisão em flagrante.
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Tráfico de Arma de Fogo 
 Art. 18. Importar, exportar, favorecer a entrada ou saída do território nacional, a 
qualquer título, de arma de fogo, acessório ou munição, sem autorização da autoridade 
competente:
 Pena - reclusão, de 8 (oito) a 16 (dezesseis) anos, e multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem vende ou entrega arma de fogo, 
acessório ou munição, em operação de importação, sem autorização da autoridade 
competente, a agente policial disfarçado, quando presentes elementos probatórios 
razoáveis de conduta criminal preexistente. 
Crime de PERIGO ABSTRATO ou DE MERA CONDUTA.
Visa proteger a segurança pública e a paz social. Logo, NÃO se aplica o princípio da 
insignificância.
A conduta de importar ilegalmente explosivos caracteriza o crime de 
CONTRABANDO (art. 334-A, CP).
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Tráfico de Arma de Fogo 
A conduta praticada por funcionário público de facilitar a importação de explosivos 
caracteriza o crime de FACILITAÇÃO DE CONTRABANDO OU DESCAMINHO (art. 318, 
CP).
A importação ilegal de simulacro ou réplica de arma de fogo caracteriza o delito de 
CONTRABANDO (art. 334-A, CP).
Para Francisco Saninni é possível concurso de crime com o art. 16, §1º, III, desta lei.
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Causas de Aumento de Pena
 Art. 19. Nos crimes previstos nos arts. 17 e 18, a pena é aumentada da metade se a 
arma de fogo, acessório ou munição forem de uso proibido ou restrito.
Art. 20. Nos crimes previstos nos arts. 14, 15, 16, 17 e 18, a pena é aumentada da 
metade se: 
I - forem praticados por integrante dos órgãos e empresas referidas nos arts. 6º, 7º e 8º 
desta Lei; ou 
II - o agente for reincidente específico em crimes dessa natureza.
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Obrigada!!
@profpriscilasilveira
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