Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Organizadores: Elisangela Azevedo | Lília Sabrina da Cunha ADMINISTRAÇÃO DE PESSOAL Processos de UNIDADE 2 A Remuneração do Empregado Prezado estudante, Estamos começando uma unidade desta disciplina. Os textos que a compõem foram organizados com cuidado e atenção, para que você tenha contato com um conteúdo completo e atualizado tanto quanto possível. Leia com dedicação, realize as atividades e tire suas dúvidas com os tutores. Dessa forma, você, com certeza, alcançará os objetivos propostos para essa disciplina. Objetivo Geral Entender os tipos de lançamentos na folha de pagamento. Objetivos Específicos • Identificar os diferentes lançamentos realizados em um contracheque; • Entender o impacto de cada provento no recibo do empregado; • Conhecer as diferenças entre provento, desconto e encargos; • Compreender o pagamento de décimo terceiro e férias. Questões Contextuais • Você conhece a composição de sua remuneração? • Qual a diferença entre o contracheque mensal e o recibo de férias? • Quando deve ser pago o décimo terceiro salário? unidade 2 V.1 | 2021 PROCESSOS DE ADMINISTRAÇÃO DE PESSOAL | Lília Sabrina da Cunha 32 2.1 Introdução Iniciamos agora a compreensão de quais lançamentos compõem a remuneração do empregado, bem como os descontos e encargos cabíveis no cálculo da folha de pagamento. Para aprofundar o entendimento, você deverá acompanhar atentamente cada um dos conteúdos, pois esta Unidade, em especial, se torna imprescindível para a compreensão das Unidades 3 e 4. Além disso, você também terá acesso a exercícios sobre férias e décimo terceiro salário, os quais também terão incidência na Unidade 4, quando serão calculadas as verbas rescisórias oriundas do processo demissional. 2.2 Conhecendo as Verbas Trabalhistas O uso da folha de pagamento é obrigatório para o empregador, conforme preceitua a Lei n.° 8.212/91, art. 32, inciso I, da Consolidação da Legislação previdenciária, e pode ser feita de maneira manuscrita ou por meio de processos mecânicos ou eletrônicos. É nela que são registrados mensalmente todos os proventos e descontos dos empregados. A folha de pagamento deve ficar a disposição da fiscalização, da auditoria interna e externa e estar sempre pronta para fornecer informações necessárias à continuidade da empresa (OLIVEIRA, 2014). A remuneração do trabalhador é composta primeiramente por proventos, entre eles o salário-base, acrescido de adicionais, horas extras e deduzidos os descontos e encargos sociais previstos pela legislação. A parte de proventos engloba: salário, horas extras, adicional de insalubridade, adicional de periculosidade, adicional noturno, salário-família, diárias para viagem, ajuda de custo, entre outros proventos previstos em lei. A parte de descontos compreende: percentual de previdência social, imposto de renda, seguros, adiantamentos, faltas e atrasos, vale-transporte, entre outros previstos em lei. Algumas empresas realizam o pagamento de seus trabalhadores no último dia do mês, neste caso é necessário “fechar” (como se chama o ato de calcular as incidências) a folha de pagamento alguns dias antes. Outras empresas optam por realizar o pagamento no prazo máximo previsto por lei, ou seja, no quinto dia útil do mês subsequente ao vencido, em caso de pagamento mensal. Caso seja um trabalhador que recebe por semana ou quinzena, o prazo máximo é sempre no quinto dia subsequente. 33 A Remuneração do Empregado | UNIDADE 2 2.2.1 Proventos A partir daqui, você terá acesso aos principais conteúdos de um contracheque do trabalhador. Atente-se bastante às explicações, pois será você o profissional responsável por analisar criticamente esses cálculos. Importante ressaltar que, para essas informações serem calculadas corretamente, você precisará trabalhar em conjunto com empresa fornecedora de sistema do software. Essa equipe precisará dar suporte a suas necessidades, mas é você quem precisa definir as demandas e as formas de execução. Então, não adianta simplesmente ligar para o administrador de seu sistema de folha, por exemplo, e reclamar que tal verba não está calculando corretamente, se você não souber dizer a forma correta. Também não adianta exigir que esses profissionais tenham os conhecimentos específicos, pois esta é a sua área. Então, nada melhor que trabalhar em conjunto, construindo conhecimentos em parceria, solicitando o que você precisa de forma bastante clara e compartilhando este conhecimento. Ao final desta Unidade, abordaremos um pouco sobre os diferentes Sistemas de Informação e suas contribuições para o RH, principalmente nos processos de Administração de Pessoal. Vejamos, então, cada um dos proventos. 2.2.1.1 Salário-Base/Horas Normais É a contraprestação devida e paga diretamente pelo empregador a todo empregado e pode ser mensal, quinzenal, semanal ou diário, também podendo ser pago por produção ou tarefa. O salário nunca poderá ser inferior ao salário mínimo, e mesmo nos casos de contratação de aprendizes, que recebem por hora e possuem carga horária menor conforme legislação específica, o salário a ser considerado será o mínimo, salvo em situações em que houver salário regional mais benéfico (BRASIL, 2017). Alguns profissionais, como médicos, dentistas e engenheiros, por exemplo, possuem salários chamados de profissionais, e devem ser respeitados em seu valor mínimo. Por exemplo, a legislação prevê que o salário de um engenheiro seja multiplicado seis vezes pelo valor do salário mínimo vigente (OLIVEIRA, 2014). O pagamento do salário, em qualquer modalidade de trabalho, não deverá ser realizado em período superior a um mês, exceto em casos de fechamento de gorjetas ou comissões, as quais podem ter um período específico para cálculo (OLIVEIRA, 2014). PROCESSOS DE ADMINISTRAÇÃO DE PESSOAL | Lília Sabrina da Cunha 34 O salário hora de um trabalhador contratado em regime mensalista será obtido dividindo-se o valor de seu salário pela carga horária - normalmente - de 220 horas, sendo este o limite máximo de horas legais a serem consideradas em um mês de trabalho, podendo apenas reduzir, dependendo da carga horária determinada no contrato. Exemplo: um trabalhador que faz 220 horas por mês, trabalha 44 horas semanais. Sua jornada de trabalho distribui-se através de 7 horas e 20 minutos por dia, de segunda a sábado. Vejamos melhor estes números, considerando a remuneração deste trabalhador no valor de R$ 1.320,00: 7h20 min por dia = 440 minutos (sendo que 7 horas x 60 minutos, são 420 minutos + 20 min = 440 min) 440 min x 30 dias = 13.200 minutos por mês 13.200 min / 60 min = 220h R$ 1.320,00 / 220h = R$ 6,00 Salário-hora normal deste mensalista: R$ 6,00 Mas você pode estar se perguntando: “quantas semanas são consideradas para fechar a carga horária mensal de um trabalhador”? São sempre 5 semanas. Então, para empregados que trabalham 44 horas semanais, multiplicamos por 5 semanas, obtendo as 220 horas mensais. O mesmo vai ocorrer para quem trabalha menos durante a semana, como é o caso a seguir. 2.2.1.2 Mensalistas com 40 Horas Semanais Conhecida como jornada de trabalho reduzida, a carga horária de 200 horas mensais é adotada em algumas empresas. Isso altera, automaticamente, a jornada de trabalho semanal e também o divisor na hora de saber quanto é o valor da hora trabalhada. Por exemplo: um trabalhador recebe R$ 2.500,00 por mês em regime mensalista de trabalho, com uma jornada de 200 horas trabalhadas por mês. Caso queiramos saber o valor da hora deste trabalhador, fazemos da seguinte forma: R$ 2.500,00 / 200h = R$ 12,50 35 A Remuneração do Empregado | UNIDADE 2 E agora, você saberia dizer quantas horas semanais trabalha esse empregado, mensalista com 200 horas? Assim como aprendemos anteriormente a multiplicar por 5 semanas a carga horária semanal, podemos fazer o inverso. Se o empregado trabalha 200 horas/mês, vamos dividir esse valor por 5. Obtemos 40 horas, que se referem a quantidadede horas que ele faz semanalmente. 2.2.1.3 Hora Extra A Constituição determina que o mínimo a ser pago pela remuneração de horas extras será de 50% (OLIVEIRA, 2014). A duração do trabalho, então, poderá ser acrescida de duas horas, devendo incidir sobre cada uma delas o valor mínimo de 50% a mais, em relação ao valor normal da hora. Exemplo: Empregado recebe trabalho, então, numa carga horária de 220 horas mensais. Realizou, em determinado mês, 3 horas com adicional de 50%. Salário hora normal: R$ 9,00 + 50% = R$ 13,50 R$ 13,50 x 3h = R$ 40,50 Total a ser pago como horas extras = R$ 40,50 Quando ocorrer trabalho em feriados, o adicional será de 100% conforme previsto na Lei n.° 605, de 1949. Usando o mesmo exemplo anterior: Salário hora normal: R$ 9,00 + 100% = R$ 18,00 R$ 18,00 x 3h = R$ 54,00 Total a ser pago como horas extras 100% = R$ 54,00 2.2.1.4 Descanso Semanal Remunerado (DSR) e suas Incidências O Descanso Semanal Remunerado (DSR) se refere ao pagamento de um dia de repouso semanal, ou seja, a jornada de trabalho normal faz juz a seis dias de trabalho, sobrando um, que é o DSR. PROCESSOS DE ADMINISTRAÇÃO DE PESSOAL | Lília Sabrina da Cunha 36 Entende-se como descanso semanal remunerado também os feriados. Isso significa que em algumas semanas poderemos ter além do domingo (ou folga noutro dia da semana), um ou mais feriados, considerados também como DSRs. Por exemplo: um feriado nacional e um feriado local. Só nessa semana teremos 3 DSR ś. Isso vai depender sempre do cadastro adequado de feriados no sistema do ponto dos funcionários. Se isso não for corretamente cadastrado, o ponto não vai considerar essas referências. Mas esta verba só aparece descrita no contracheque desta forma, quando se trata de trabalhador horista e quando a empresa opta por demonstrar o valor referente ao descanso semanal e/ou quando este incide sobre horas extraordinárias. Assim, nos importará saber quantos feriados tivemos no mês, caso contrário, a remuneração será com base nos 30 dias. O DSR também é importante para calcularmos as incidências de hora extra dos trabalhadores, pois a cada minuto ou hora realizada na condição de extra, além do adicional previsto para receber, o trabalhador também é indenizado sobre o DSR. 2.2.1.5 Adicional de Periculosidade São consideradas atividades ou operações perigosas, através da regulamentação aprovada pelo antigo Ministério do Trabalho, aquelas que impliquem no contato permanente com inflamáveis ou explosivos, em risco acentuado e também em alta tensão elétrica (OLIVEIRA, 2014). O trabalhador que está submetido a esta condição, receberá o valor de 30% sobre o salário efetivo, considerando-se como tal o valor do salário-base acrescido apenas em caso de incidência de horas extras trabalhadas, não incidindo sobre gratificações, prêmios ou participação nos lucros da empresa (OLIVEIRA, 2014). Importante frisar que a caracterização da necessidade de pagamento de periculosidade e de insalubridade (que veremos a seguir) dependem de um laudo técnico emitido por um engenheiro responsável por realizar a vistoria e análise do ambiente da empresa, a fim de emitir o Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA). Uma vez detectada a necessidade de pagamento desta verba ou rubrica, o trabalhador terá direito de recebê-la por todo o período em que estiver submetido ao risco. 37 A Remuneração do Empregado | UNIDADE 2 Cabe ainda ressaltar que não é permitido, em hipótese alguma, o trabalho de menores de idade em condições insalubres ou periculosas, conforme previsto pela legislação brasileira vigente. Vamos ver, então, como funciona o cálculo da periculosidade neste exemplo: Salário-base: R$ 1.200,00 + adicional de periculosidade 30% periculosidade = R$ 360,00 Total dos proventos = R$ 1.560,00 Como dito anteriormente, a periculosidade incide apenas sobre as horas efetivamente trabalhadas, sendo elas normais ou extras, mas não incidem sobre o valor do adicional de horas extras. Vejamos: Um empregado que faz 30 horas extras em um determinado mês, recebendo R$ 4,00 por hora de trabalho, sendo que sobre as horas extras está previsto um adicional de 50%, sendo então o valor de uma hora extra trabalhada = 6,00. O adicional de 30% de periculosidade não incidirá sobre estes R$ 6,00 e sim, sobre o valor da hora em si, R$ 4,00. O adicional da hora extra incide apenas em virtude dela mesma, e a periculosidade incide somente sobre o valor normal da hora de trabalho, independente se extra ou não. Dessa maneira, vamos ver como fica a remuneração dessas 30 horas extras, com incidência de periculosidade: 4,00 (valor da hora normal) x 30% (periculosidade) = R$ 1,20 Lembrando que a periculosidade é caracterizada mediante laudo técnico emitido por um engenheiro de segurança do trabalho ou médico do trabalho, Conheça algumas atividades que normalmente contemplam esse adicional: • Abastecedores em postos de combustível; • Abastecedores de gás; • Eletricistas; • Motoristas de caminhão-tanque ou silos; • Operadores de alguns tipos de máquinas ou geradores. Não é possível dizer que todas elas contemplam em todas as situações, pois vai depender de uma análise das substâncias às quais estão submetidos, como o caso de agentes inflamáveis ou gasosos, que possuem medidas específicas para determinar o risco. DESTAQUE PROCESSOS DE ADMINISTRAÇÃO DE PESSOAL | Lília Sabrina da Cunha 38 30 horas extras x R$ 1,20 (adicional de periculosidade) = R$ 36,00 Então, o trabalhador em questão, que tem direito a receber periculosidade, e realiza 30 horas extras com adicional de 50% cada, vai obter em seu contracheque a verba de periculosidade sobre estas horas, no valor de R$ 36,00. A única exceção onde a periculosidade incide sobre as horas extras e seu respectivo adicional se refere aos profissionais eletricitários. Neste caso, e apenas neste, é que a periculosidade incide sobre a totalidade das verbas de natureza salarial, sendo calculada sobre a hora normal + o adicional de extra. Caso fosse um eletricitário com valor hora de R$ 4,00, tendo realizado as mesmas 40 horas extras do exemplo anterior, teríamos: 4,00 (hora normal) + 50% (adicional de hora extra) = 6,00 6,00 x 30% periculosidade = 1,80 1,80 (adicional de periculosidade sobre as horas) x 30 horas realizadas = 54,00 No caso de um trabalhador eletricitário que fez 30 horas extras a 50%, o valor a receber a título de periculosidade sobre as horas extras será de R$ 54,00. 2.2.1.6 Adicional de Insalubridade Serão consideradas atividades insalubres aquelas que, por sua natureza, condições ou métodos de trabalho, expuserem os trabalhadores a agentes nocivos à saúde, acima dos limites de tolerância fixados pela legislação. As referências são estipuladas conforme a intensidade destes agentes e também do tempo de exposição a seus efeitos. Diferentemente da periculosidade, na insalubridade existem três graus de aplicação: máximo, médio e mínimo, sendo os percentuais de 40%, 20% e 10%, sendo que os trabalhadores que estiverem enquadrados nas condições de receber tal verba, terão um destes percentuais calculado sobre o valor do salário mínimo nacional (BRASIL, 2017), salvo em casos de exercício de atividades profissionais previstas em lei, as quais garantem o cálculo da insalubridade sobre o salário condicionado a estas profissões. A definição dos percentuais de recebimento de insalubridade também estão condicionadas a uma análise do ambiente, realizada por uma equipe especializada. Em uma mesma empresa podem ser verificados os três casos, onde em áreas diferentes, trabalhadores exercem atividades distintas e podem receber percentuais diferentes também. 39 A Remuneração do Empregado | UNIDADE 2 Existe uma súmula (de número 80) do Tribunal Superior do Trabalho (TST) que regulamenta a exclusão do pagamento de adicional de insalubridade nos casos em que o risco de submissão seja anulado mediante fornecimento de equipamentos ou aparelhosde proteção individual ou coletiva. Isso também é previsto durante as vistorias para regularização do PPRA da empresa. Para o cálculo da insalubridade, a legislação prevê que este adicional integra a remuneração, para todos os efeitos legais. Vejamos, então, como fica o pagamento de insalubridade a 20% para um trabalhador que tem como salário-base o valor de R$ 1.200,00: O salário-base não será referência neste caso, uma vez que a insalubridade incide sobre o salário mínimo do ano vigente, - o que em 2021 é de R$ 1.100,00. Sendo assim: R$ 1.100,00 x 20% = 220,00. O valor dos proventos fica em R$ 1.420,00 (R$ 1.200,00 + 220,00). Vamos imaginar que este trabalhador realizou 4 horas extras no mês a 50% de adicional. Consideramos o salário-base + o valor de insalubridade integral, o que totaliza R$ 1.420,00. Dividimos isso por 220 horas/mês para saber quanto é uma hora trabalhada com incidência de insalubridade. Encontraremos o valor de R$ 6,45. A este valor somamos o adicional de 50% referentes a hora extra. Chegaremos em R$ 9,67, que serão multiplicados pelo número de horas extras realizadas no mês, ou seja, 4. Então, R$ 9,67 x 4 horas = R$ 38,68 (valor total de horas extras com incidência de insalubridade). 2.2.1.7 Adicional Noturno Considera-se hora noturna aquela compreendida entre as 22h de um dia e 5h da manhã do outro, considerando-se um adicional de, no mínimo, 20% sobre a hora diurna. Além disso, a hora noturna é reduzida,ou seja, possui carga horária menor que 60 minutos. Devemos considerar apenas 52 minutos e 30 segundos quando nos referirmos a uma hora noturna integral. Então, a cada hora (do relógio) cumprida por um trabalhador, sobram 7 min e 30 segundos, pois uma hora normal tem 60 minutos e a hora noturna é considerada com apenas 52 min e 30 segundos. PROCESSOS DE ADMINISTRAÇÃO DE PESSOAL | Lília Sabrina da Cunha 40 Vejamos um caso a seguir: Se um empregado realiza uma hora inteira de trabalho entre 22 e 23 horas, por exemplo, isso significa que ele deve receber o equivalente a 1 hora + 7 minutos e meio. Se trabalhar das 22 horas até à meia noite, equivale a duas horas (de 52 minutos e meio cada) + 15 minutos (7,5 minutos de saldo restante de cada hora). Dessa forma, quando um empregado trabalha duas horas após às 22h, isso significa que ele deve receber 2 horas e 15 minutos, conforme a conversão que deve ser realizada. Para entender melhor, veja a tabela a seguir: Tabela 2.1 – Conversão da hora noturna. HORAS NOTURNA NORMAL SALDO 1° 52,5 60 7,5 2° 52,5 60 7,5 3° 52,5 60 7,5 4° 52,5 60 7,5 5° 52,5 60 7,5 6° 52,5 60 7,5 7° 52,5 60 7,5 367,5 min 420 min 52,5 min Fonte: Elaborado pela autora (2021). Se a cada hora inteira de 60 minutos que o trabalhador realiza, ela se converte em 52,5 minutos de hora noturna, restam 7 min e 30 segundos por hora. Entenda que a hora noturna está representada por 52,5 na tabela apenas pela conversão de minutos em fração de hora, uma vez que a hora do relógio é numerada de maneira diferente quando a calculamos no Excel ou calculadora, por exemplo. Para ficar mais claro ainda: meio minuto no relógio equivale a 30 segundos, certo? E meia hora são 30 minutos, correto? Pois bem, se precisarmos calcular meia hora ou meio minuto, por exemplo, teremos que considerar 0,5 e não 30 ou 0,3. Assim como a hora quando calculada é considerada como 1 e não 60 minutos. Da mesma forma em que 15 minutos são ¼ de hora sexagesimal, 0,25 é ¼ de 1 hora centesimal (inteira) na calculadora. Então, se tivermos 15 minutos de hora realizada, quando calcularmos precisamos dividir isso por 60, obtendo 0,25. No contracheque, por exemplo, vamos utilizar a referência 0,25, que é uma fração de hora e não minuto. 41 A Remuneração do Empregado | UNIDADE 2 A tabela anterior também mostra que a cada 7 horas trabalhadas em caráter noturno, sobram 52 minutos e meio, o que significa que 7 horas noturnas devem ser pagas como 8 na folha de pagamento. Exemplo: Um empregado que trabalha das 22 horas às 05h perfaz um total de 8 horas na jornada, mesmo que pela lógica direta calculemos 7 horas apenas, quer ver? 7 horas x 60 minutos = 420 minutos. Pegamos esses 420 minutos e dividimos pelos minutos equivalentes à hora noturna (420 minutos / 52,5 = 8 horas). Viu? Então, no caso deste trabalhador, ele cumpre uma jornada de 8 horas diárias, unicamente por trabalhar em horário noturno. Podemos dizer que ele trabalha menos que os outros? Pela lógica, em horas, talvez sim, mas se considerarmos que o trabalho noturno gera desgastes físicos na pessoa, essa equivalência é apenas uma forma de reduzir o dano ao trabalhador que, de qualquer forma, possui uma perda maior que alguém que trabalha durante o dia, por exemplo. Bem, mas isso nós veremos mais adiante, nas próximas Unidades, quando efetivamente calcularemos a folha de pagamento dos trabalhadores. Aí, então, exercitaremos muito mais essas questões. Folha de pagamento exige alguns entendimentos lógicos e, também, um tanto subjetivos, pois não basta apenas interpretar o que diz a lei, precisamos entender a intenção das leis, que sempre vêm para beneficiar o trabalhador ou reduzir algum dano. 2.2.2 Descontos Vejamos agora os descontos mais comuns de serem identificados nos recibos de pagamento. 2.2.2.1 INSS É um desconto efetuado da remuneração do trabalhador, que serve para cobrir custos da Contribuição Social. A partir de 2020, a contribuição cabível aos empregados sofreu significativa alteração, tanto nos percentuais, quando na forma de calcular. O que antes variava entre 8%, 9% ou 11%, atualmente percorre quatro diferentes alíquotas de 7,5%, 9%, 12% e 14%. Essas faixas respeitam uma tabela que se atualiza a cada ano, e é calculada de maneira progressiva. PROCESSOS DE ADMINISTRAÇÃO DE PESSOAL | Lília Sabrina da Cunha 42 A base para desconto do INSS incide sobre salário mais horas extras, adicionais de insalubridade e periculosidade, adicional noturno, 13º salário e outros valores. Vejamos a seguir a tabela de valores aplicáveis no ano de 2021: Tabela 2.2 – Contribuição do empregado. BASE DE CÁLCULO (R$) ALÍQUOTA (%) DEDUÇÃO Até R$ 1.100,00 7,5% De R$ 1.100,01 até R$ 2.203,48 9% R$ 16,50 De R$ 2.203,49 até R$ 3.305,22 12% R$ 82,60 De R$ 3.305,23 até R$ 6.433,57 (teto) 14% R$ 148,71 Fonte: INSS (2021). Conforme tabela anterior, então, fica estipulado que o valor máximo a ser descontado em folha de pagamento para cada trabalhador, com base no teto (R$ 6.433,57), será de R$ 751,98. 2.2.2.2 Imposto de Renda O Imposto de Renda Retido na Fonte, conhecido como IRRF, é um desconto efetuado sobre os rendimentos do empregado repassado ao Governo Federal. É calculado considerando uma tabela com alíquotas que variam conforme a renda, de forma que estão isentos de cobrança os trabalhadores que recebem abaixo do limite estabelecido pela Receita Federal. A tributação do imposto de renda incide sobre os rendimentos resultantes do trabalho assalariado, considerando: salários, adicionais, vantagens, abonos, bonificações, gorjetas, gratificações, 13º salário, participações em lucros, comissões e demais verbas consideradas pela Receita Federal (OLIVEIRA, 2014). Alíquota: percentual com que um tributo incide sobre o valor de algo tributado. GLOSSÁRIO 43 A Remuneração do Empregado | UNIDADE 2 Vejamos a tabela vigente para 2021: Tabela 2.3 – Imposto de renda. BASE DE CÁLCULO (R$) ALÍQUOTA (%) DEDUÇÃO Até R$ 1.903,98 Isento De R$ 1.903,99 até R$ 2.826,65 7,5 142,80 De R$ 2.826,66 até R$ 3.751,05 15 354,80 De 3.751,06 até R$ 4.664,68 22,5 636,13 Acima de R$ 4.664,68 27,5 869,36 Fonte: INSS (2021). A tabela do IRRF prevê o abatimento do valor de R$ 189,59 referente a cada um dos dependentes cadastrados no sistema da empresa. Vamos ver um caso como exemplo: Um trabalhador que possui renda de R$ 3.100,00 em determinado mês do ano 2021 e possui dois dependentes devidamente registrados, deve ter quanto de retenção para o imposto derenda? Primeiramente, vamos considerar o valor de R$ 3.100,00, porém precisamos abater o valor referente ao desconto de INSS. O percentual de IRRF só pode ser aplicado sobre o que sobrar dessa subtração. Então, R$ 3.100,00 enquadra-se nos 12% de desconto referente ao INSS. Ficando: R$ 3.100,00 x 12% = R$ 372,00 (abate-se a dedução de R$ 82,60) e chega-se ao desconto efetivo do INSS, de R$ 289,40. Como queremos calcular a base para aplicação da alíquota do IRRF, precisamos diminuir o INSS, lembra? Então, temos: R$ 3.100,00 – 289,40 = R$ 2.810,60 O valor de R$ 2.810,60 passa a ser a base para aplicação do IRRF. Mas ainda temos os dois dependentes que devem ser abatidos também. Logo, fazemos R$ 2.810,60 - (189,59 x 2) = R$ 2.431,42 Agora, sim, poderemos recorrer à tabela da Receita Federal e aplicar o percentual. No caso do valor R$ 2.431,42, aplicaremos 7,5%, obtendo o valor de R$ 182,36. Devemos lembrar que a tabela também mostra um valor a ser deduzido, que neste caso será de R$ 142,80, assim: R$ 182,36 - R$ 142,80 = R$ 39,56 PROCESSOS DE ADMINISTRAÇÃO DE PESSOAL | Lília Sabrina da Cunha 44 Mostrando especificamente como é este cálculo de forma direta: Base para IRRF: R$ 3.100,00 - INSS (R$ 289,40) - dependentes (R$ 189,59 x 2 = R$ 379,18) x 7,5% = 182,36 (-) parcela a deduzir = R$ 142,80 Imposto de renda a ser efetivamente descontado: R$ 39,56 Vale informar que a legislação prevê que não sejam descontados valores inferiores a R$ 10,00. Portanto, se em algum mês o desconto se enquadrar neste valor, será desconsiderado. 2.2.3 FGTS A Lei n.° 8.036, de 11 de maio de 1990, diz que o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) é um direito dos trabalhadores e foi instituído pela Lei n.° 5.107, de 13 de setembro de 1966 (OLIVEIRA, 2014). Desde então, podemos considerá-lo como um benefício depositado em uma conta especial junto à Caixa Econômica Federal, vinculada ao trabalhador. Seu cálculo é baseado na remuneração integral do trabalhador, aplicando-se o percentual de 8%. Contudo, o custo é somente da empresa, apenas sendo demonstrado no contracheque o valor recolhido mensalmente. Apenas na contratação de aprendizes é que este percentual se altera, considerando-se apenas 2%. O prazo para este depósito por parte da empresa é até o dia sete de cada mês. O artigo 20 da lei responsável pelo FGTS orienta que a conta vinculada do trabalhador neste fundo só poderá ser movimentada em situações específicas, entre elas: aposentadoria concedida pela Previdência Social, em casos de demissão sem justa causa por iniciativa do empregador, términos de contrato de experiência, entre outras tantas situações, que ficam como sugestão para que você pesquise sobre a lei. Leia a Lei n.° 8.036, especialmente em seu artigo 20, que traz todas as situações em que o trabalhador terá direito de movimentar a conta vinculada ao FGTS. Muitas dessas situações independem da empresa, pois estão diretamente relacionadas à vida pessoal do trabalhador. O link está aqui: http://gg.gg/de36z. SAIBA MAIS 45 A Remuneração do Empregado | UNIDADE 2 2.2.4 Férias Primeiramente, para que possamos falar em férias, é preciso que você conheça dois conceitos que estão diretamente relacionados ao cálculo. São eles: período aquisitivo e período concessivo. Vejamos cada um deles: I. Período aquisitivo: são os 12 meses que o trabalhador precisa trabalhar para que então tenha direito a fazer jus às férias. Este período tem início no dia da admissão do funcionário. II. Período concessivo: são os 12 meses subsequentes (após) o período aquisitivo. É durante este período que o empregador deve conceder as férias ao trabalhador, conforme os dias que ele tiver direito. Importante ressaltar que o período normal ao qual o trabalhador faz jus é de 30 dias, sendo estes gozados no período a ser definido pela empresa. Sim, as férias são definidas pelo empregador, respeitando sempre o período concessivo, naturalmente. O artigo 136 da CLT (BRASIL, 2017) prevê que a época da concessão será a que melhor consulte os interesses do empregador. Então, se à empresa cabe a obrigação de respeitar um limite de 12 meses subsequentes à aquisição do direito pelo empregado para agendar e gozar as férias, em caso de ultrapassagem deste período, o empregador deverá pagá-las em dobro. Esse é o ônus da empresa, conhecido como multa. É automático. Avançando um pouco: se a programação das férias cair fora do prazo previsto, quando forem calculadas, o sistema deverá automaticamente acusar essa informação. Caso não o faça, é imprescindível que você insira a multa do pagamento em dobro, já que, agora, tem esse conhecimento. O artigo 137 da CLT (BRASIL, 2017) define que, em casos da não concessão de férias dentro deste prazo, cabe ao trabalhador o direito de ajuizar reclamação pedindo a determinação da data de gozo, através de sentença, sendo que a mesma acarretará ao empregador pena diária de 5% do salário mínimo, devida ao empregado até que seja cumprida. PROCESSOS DE ADMINISTRAÇÃO DE PESSOAL | Lília Sabrina da Cunha 46 Vejamos a seguir um modelo de aviso de férias: Quadro 2.1 – Aviso de férias. AVISO DE FÉRIAS Cidade, 03 de setembro de 2018 Sra. Carla Menezes Krift CTPS: 02190 Série: 0010-SP Nos termos das disposições legais, suas férias serão concedidas conforme o demonstrativo abaixo: Periodo aquisitivo Período de gozo 13/08/2017 à 12/08/2018 08/10/2018 à 06/11/2018 Retorno ao trabalho: 07/11/2018 Solicita-se que você entregue sua carteira de trabalho após o retorno das férias, para atualização. Empregador Empregado Fonte: Adaptado de Oliveira (2018). Este documento deverá ser entregue ao trabalhador em duas vias, que devem ser assinadas, sendo que uma fica com ele, e a outra, retida pela empresa, no mínimo 30 dias antes do gozo das respectivas férias, conforme o artigo 135 da CLT (BRASIL, 2017). Além disso, este documento deve ficar guardado pela empresa junto ao restante da documentação do empregado por, no mínimo, cinco anos. Antes do gozo das férias, o empregado deverá ter suas férias anotadas na CTPS, conforme o artigo 135 da CLT, que diz: § 1º - O empregado não poderá entrar no gozo das férias sem que apresente ao empregador sua Carteira de Trabalho e Previdência Social, para que nela seja anotada a respectiva concessão (BRASIL, 2017). DESTAQUE 47 A Remuneração do Empregado | UNIDADE 2 O período de férias deverá ser anotado na CTPS, conforme demonstrado na página 35 do documento de exemplo a seguir: Figura 2.1 – Anotações de férias na CTPS. Fonte: Adaptado de Oliveira (2018). PROCESSOS DE ADMINISTRAÇÃO DE PESSOAL | Lília Sabrina da Cunha 48 Ainda sobre o período de férias, ressalta-se que nem sempre o trabalhador terá direito a férias integrais. Isso porque a lei prevê um número máximo de faltas possíveis, calculadas dentro do período aquisitivo, as quais não prejudicam as férias. Até cinco faltas injustificadas durante o período, garante férias integrais. Superior a isso, o trabalhador vai perdendo os dias proporcionalmente, conforme você pode ver a seguir: Tabela 2.4 – Férias proporcionais. FÉRIAS PROPORCIONAIS 30 DIAS (ATÉ 5 FALTAS) 24 DIAS (DE 6 A 14 FALTAS) 18 DIAS (DE 15 A 23 FALTAS) 12 DIAS (DE 24 A 32 FALTAS) 1/12 2,5 dias ou 18h20 2 dias ou 14h40 1,5 dia ou 11h 1 dia ou 7h20 2/12 5 dias ou 36h40 4 dias ou 29h20 3 dias ou 22h 2 dias ou 14h40 3/12 7,5 dias ou 55h 6 dias ou 44h 4,5 dias ou 33h 3 dias ou 22h 4/12 10 dias ou 73h20 8 dias ou 58h40 6 dias ou 44h 4 dias ou 29h20 5/12 12,5 dias ou 91h40 10 dias ou 73h20 7,5 dias ou 55h 5 dias ou 36h40 6/12 15 dias ou 110h 12 dias ou 88h 9 dias ou 66h 6 dias ou 440h 7/12 17,5 dias ou 128h20 14 dias ou 102h40 10,5 dias ou 77h 7 dias ou 51h20 8/12 20 dias ou 146h40 16 dias ou 146h40 12 diasou 88h 8 dias ou 58h40 9/12 22,5 dias ou 165h 18 dias ou 117h20 13,5 dias ou 99h 9 dias ou 66h 10/12 25 dias ou 183h20 20 dias ou 132h 15 dias ou 110h 10 dias ou 73h20 11/12 27,5 dias ou 201h40 22 dias ou 1 61h20 16,5 dias ou 121h 11 dias ou 80h40 12/12 30 dias ou 220h 24 dias ou 176h 18 dias ou 132h 12 dias ou 88h Fonte: Gonçalves (2018). Observa-se, conforme tabela anterior, que o trabalhador que possuir número superior a 32 faltas, perderá o direito a férias. Por isso se torna tão importante que um sistema de informação realize o controle de toda a jornada de trabalho efetivamente realizada durante o período aquisitivo. 2.2.4.1 Da Remuneração das Férias Iniciaremos aqui adotando uma nomenclatura típica da CLT, que se refere ao ato de receber valores monetários. No caso das férias, o artigo 32 da CLT aponta que o empregado perceberá a remuneração que lhe for devida na data de sua concessão (BRASIL, 2017). Então, toda a vez que você ler algo que diz: o trabalhador percebe a remuneração/salário tal, significa que ele recebe e é remunerado conforme este valor. Então, em relação ao teor do artigo citado anteriormente, caso o trabalhador tenha recebido um ajuste salarial e a partir do mês anterior ao de suas férias, passe a receber adicional de periculosidade, por exemplo, significa que o valor das férias 49 A Remuneração do Empregado | UNIDADE 2 será calculado com base no salário atual, independente do período aquisitivo ao qual se refere. Em resumo: a referência salarial para o cálculo das férias será sempre a remuneração percebida no mês de início da concessão. Exemplo: o funcionário recebeu reajuste salarial no mês de janeiro de 2019 e suas férias iniciam em 25 de março de 2019. Mesmo que durante o seu período aquisitivo seu salário fosse menor, as férias serão calculadas com o último salário percebido por ele. Entende-se como remuneração do trabalhador, além do salário, todos os adicionais que forem pagos a ele, enquadrando-se aqui também as comissões, horas extras, adicional noturno, entre outros. Para estes casos, a CLT faz menções específicas, sinalizando que será preciso calcular através de média estes valores, da seguinte forma: a. Horas extras, adicional noturno e outros adicionais relacionados a produtividade do empregado: devem considerar o período aquisitivo; b. Comissões: deve-se considerar os últimos 12 meses que antecedem o período de gozo das férias. 2.2.4.2 Férias: um Terço a Mais De acordo com o artigo 7º da Constituição Federal (BRASIL, 1988), ficou instituído o pagamento de um terço a mais do que o salário normal, em virtude do pagamento e gozo das férias. O mesmo adicional deverá ser pago quando houver situação de férias em dobro ou proporcionais (em casos de rescisão, por exemplo). Para evidenciar como funciona o cálculo das férias, precisamos entender que elas são pagas conforme os dias de gozo. Para isso, temos de saber qual é a remuneração diária do funcionário. Acompanhe os exemplos a seguir, que vão considerar inicialmente apenas as verbas de proventos das férias, sem considerar qualquer desconto, os quais serão vistos mais adiante: Mês de 30 dias Um empregado que gozará de férias no período de 1º a 30 de determinado mês e que receba/perceba R$ 5.000,00 por mês, terá: (R$ 5.000,00 /30 * 30 = R$ 5.000,00) R$ 5.000,00 * ⅓ constitucional = R$ 1.666,67 Remuneração férias + ⅓ constitucional = R$ 6.666,67 PROCESSOS DE ADMINISTRAÇÃO DE PESSOAL | Lília Sabrina da Cunha 50 O caso anterior se refere aos mensalistas. A partir de agora, veremos situações de férias para empregados horistas. Você lembra que na Unidade 1 desta disciplina, vimos a diferença entre horistas e mensalistas? Os horistas recebem conforme as horas realizadas no mês, sendo que a remuneração varia conforme a quantidade de dias no mês. Já os mensalistas, não. Se o mês tiver 28 ou 31 dias, tanto faz. A remuneração será a mesma. Mês de 28 dias Um empregado que gozará de 30 dias de férias de 1º de fevereiro a 2 de março e que recebe R$ 5.000,00 por mês, terá: Com relação ao mês de fevereiro (R$ 5.000,00/30*28 = R$ 4.666,67) R$ 4.666,67 * ⅓ constitucional = R$ 1.555,55 Remuneração férias + ⅓ constitucional = R$ 6.222,22 Com relação ao mês de março (R$ 5.000,00 /30 * 2 = R$ 333,33) R$ 333,33 * ⅓ constitucional = R$ 111,11 Remuneração férias + ⅓ constitucional = R$ 444,44 No recibo de férias, constará R$ 6.666,67 (R$ 6.222,22 ref. fevereiro + R$ 444,44 ref. março) e, na folha de pagamento de março, contará a remuneração de 28 dias, ou seja, R$ 4.666,67. 2.2.4.3 Abono Pecuniário de Férias Abono pecuniário significa a conversão de 1/3 (um terço) do período de férias a que o trabalhador tiver direito, em remuneração. O empregado que desejar tirar férias nessa condição deverá requerer tal abono até 15 dias antes do término do período aquisitivo. Ou seja, é preciso que o empregador tenha ciência deste desejo, caso contrário poderá simplesmente programar férias de 30 dias direto para o empregado, e surpreendê- lo com um aviso de férias integrais. Lembrando que o período de férias será definido pelo empregador. Mas se o trabalhador desejar receber em dinheiro parte desse período, ao qual teria direito de descansar, deverá manifestar isso antecipadamente. 51 A Remuneração do Empregado | UNIDADE 2 Isso é previsto pelo artigo 143 da CLT (BRASIL, 2017), que afirma ser facultado ao trabalhador converter 1/3 dos dias de férias a que tem direito em abono pecuniário. Na prática, isso é conhecido como o ato de “vender” alguns dias das férias. Normalmente, isso favorece o trabalhador que necessita de maior remuneração neste período, pois emprega este valor em algo que seja relevante para ele, embora também beneficie a empresa, já que o empregado retorna antes ao trabalho. No caso de deferimento neste pedido, além daquele 1/3 constitucional, o qual todo empregado em férias tem o direito de receber, este trabalhador em questão receberá mais 1/3 de abono pecuniário. Exemplo: ao invés de descansar 30 dias, o trabalhador goza de 20 dias apenas, e recebe como abono 1/3 disso, sendo, então, 10 dias. Então, não se esqueça: uma coisa é o adicional de 1/3 previsto em Constituição. Isso todo o empregado tem direito. Porém, a conversão do outro 1/3 a título de abono pecuniário, apenas receberá aquele que opta por trabalhar uma parte de suas férias. O abono pecuniário deverá ser pago antes do início do período de gozo, assim como o valor das férias propriamente dito, ou seja, até dois dias antes de iniciar o período de férias. Assim, quando acontecer a concessão do abono pecuniário, faremos da seguinte forma: • Salário: R$ 5.000,00 • Dias de férias que o empregado tem direito: 30 dias • Dias que podem ser convertidos em abono pecuniário: 10 dias (1/3 de 30) • Mês de 30 dias Cálculo de férias: R$ 5.000,00 / 30 = R$ 166,67 x 20 dias = R$ 3.333,40 R$ 3.333,40 * ⅓ = R$ 1.111,13 R$ 4.444,53 Cálculo do abono: R$ 5.000,00 / 30 = R$ 166,67 x 10 dias = R$ 1.666,67 R$ 1.666,67 * ⅓ = R$ 555,56 R$ 2.222,23 PROCESSOS DE ADMINISTRAÇÃO DE PESSOAL | Lília Sabrina da Cunha 52 Neste exemplo, o mês tem 30 dias e o empregado vai gozar apenas de 20 dias de férias, significa que o mesmo trabalhará os 10 dias restantes. A remuneração correspondente a estes 10 dias, será paga na folha de pagamento. Caso o mês tivesse 31 dias, as divisões seriam feitas por 31, e a remuneração a ser paga na folha de pagamento corresponderia a 11 dias. a. Um empregado com direito a 30 dias corridos de férias requereu o abono pecuniário. Por ocasião do gozo de férias, o empregado está com um salário de R$ 1.176,00 e recebe adicional de periculosidade. Salário de R$ 1.176,00 + R$ 352,80 (periculosidade, 30% da remuneração) = R$ 1.528,80 Remuneração de férias: R$ 1.528,80 1/3 Constitucional: R$ 509,60 R$ 2.038,40 Abono pecuniário: 1/3 de R$ 2.038,40 R$ 2.038,40 * ⅓ sobre abono = R$ 679,47 b. Um empregado com direitoa 24 dias corridos de férias (teve oito faltas não justificadas) requereu o abono pecuniário. Por ocasião do gozo de férias, o empregado percebe R$ 2.160,00 por mês. Neste caso, lembre de primeiramente descobrir o valor do dia (R$ 2.160,00/30) para obter R$ 72,00. Com isso, chegamos ao valor de 24 dias referente as férias (72,00 x 24 = R$ 1.728,00) Remuneração de férias = 24 dias: R$ 1.728,00 1/3 Constitucional: R$ 576,00 R$ 2.304,00 Abono pecuniário: 1/3 de R$ 2.304,00 R$ 2.304,00 * ⅓ sobre abono = R$ 768,00 2.2.4.4 Recolhimento da Contribuição Previdenciária (INSS) sobre as Férias O recolhimento da contribuição previdenciária incide sobre o valor das férias acrescido do terço constitucional. Por ocasião do pagamento das férias, o empregador deve observar a remuneração relativa a cada mês ou período de competência, para efeitos de aplicação da alíquota correspondente. 53 A Remuneração do Empregado | UNIDADE 2 Ao final do mês, por ocasião do pagamento do saldo de salários, o empregador deverá observar se a remuneração total daquele mês (férias mais saldo de salários) se enquadra em alíquota previdenciária maior do que a que foi aplicada, quando do pagamento da remuneração das férias. Se for o caso positivo, a contribuição do INSS deverá ser calculada sobre o total da remuneração do mês e, do resultado encontrado, o empregador reduzirá o INSS já descontado sobre a remuneração das férias. A diferença do INSS encontrada, será descontada em contracheque, quando o empregador efetuar o pagamento do saldo de salários ao empregado. Em caso de férias com abono pecuniário, o valor do abono e seu respectivo 1/3 Constitucional não estão submetidos ao desconto de INSS. 2.2.4.5 Recolhimento do FGTS sobre as Férias Sobre a remuneração das férias há incidência do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço, de 8% sobre a remuneração do empregado, ou 2% se aprendiz, cujo depósito deve ser efetuado até o dia 7 do mês subsequente ao de sua competência. 2.2.4.6 Imposto de Renda sobre o Valor das Férias As férias são tributadas por ocasião do efetivo pagamento, independentemente do período em que serão gozadas. Dessa forma, no cálculo do imposto, deve ser considerada a tabela progressiva vigente no mês em que as remunerações de férias forem pagas. O imposto de renda também não incidirá nas verbas de abono de férias, tampouco sobre o 1/3 Constitucional que incide sobre este abono. As férias devem ser tributadas em separado dos salários, isso significa que o cálculo do imposto sobre as férias, pagas num determinado mês, não deve ser somado aos salários pagos naquele mês. O abono pecuniário, ou seja, quando o empregado “vende” um período de suas férias, também não tem incidência de FGTS. DESTAQUE PROCESSOS DE ADMINISTRAÇÃO DE PESSOAL | Lília Sabrina da Cunha 54 a. Um empregado mensalista com direito a 30 dias de férias recebe salário: R$ 3.800,00 Período: 01/04 a 30/04/2018 Dias de férias: 30 dias = 3.800,00 1/3 Constitucional = R$ 1.266,67 Total de remuneração das férias = R$ 5.066,67 INSS sobre férias (R$ 5.066,67 * 14%) = R$ 709,33 - R$ 148,71 = R$ 560,62 IRRF sobre férias (R$ 5.066,67 – R$ 560,62: abate-se o INSS) = R$ 4.506,05 (passa a ser a base para cálculo do IRRF). Sobre este valor, será aplicada a alíquota de 22,5% = R$ 1.013,86 – R$ 636,13 (parcela a deduzir conforme tabela) = R$ 377,73. 377,73: este será o valor a ser descontado a título de IRRF. O líquido de férias será calculado assim, então: Total de remuneração: R$ 5.066,67 – INSS: R$ 560,62 – IRRF: R$ 377,73 = R$ 4.128,32 2.2.4.7 Gratificação Natalina – 13º Salário Conhecido como 13º salário, a gratificação natalina está prevista na atual Constituição Federal (BRASIL, 1988) e foi instituída pela Lei n.° 4.090, de 1962. O 13º atribui ao trabalhador o direito de receber este salário com base na remuneração integral. O cálculo é feito de forma integral, com base no ano inteiro de trabalho ou apurado através de fracionamento, o que chamamos de avos. Exemplo 5/12 avos, 7/12 avos, isso vai depender de quantos meses o trabalhador tiver direito no ano de trabalho. O direito ao 13º salário vai sendo adquirido a cada mês de trabalho concluído, ou seja, equivale a 1/12 avos. Então, um trabalhador que recebe R$ 5.000,00 no mês de dezembro e trabalhou o ano inteiro, receberá os mesmos R$ 5.000,00 a título de 13º. Cálculo: (R$ 5.000,00/12) x 12 = R$ 5.000,00 Caso outro empregado tenha trabalhado somente 5 meses, o cálculo seria assim: (R$ 5.000,00/12) x 5 = R$ 2.083,33 55 A Remuneração do Empregado | UNIDADE 2 Importante ressaltar que, dentro do mês, é preciso ter trabalhado período igual ou superior a 15 dias. Então, quando formos calcular, será necessário entender o motivo de, muitas vezes, o sistema calcular automaticamente uma fração menor que a quantidade de avos a que se imagina ter direito. Isso pode acontecer em casos de admissão, onde os dias trabalhados não são iguais ou superiores a 15 dias, e também em casos de faltas não justificadas, as quais caracterizam um dia não trabalhado. As faltas legais e justificadas não são deduzidas para fins de cálculo do 13º. Vejamos alguns exemplos: a. Um empregado foi admitido em 22/04/2019 e permaneceu na empresa até o final do ano. Ele, por direito, deverá receber 8/12 avos a título de 13º. Visualizando: Tabela 2.5 – Recebimento 13º. MÊS DIAS TRABALHADOS AVOS Abr/19 9 dias 0 Mai/19 31 avos 01/12 Jun/19 30 avos 01/12 Jul/19 31 avos 01/12 Ago/19 31 avos 01/12 Set/19 30 avos 01/12 Out/19 31 avos 01/12 Nov/19 30 avos 01/12 Dez/19 31 avos 01/12 Fonte: Elaborado pela autora (2021). Vale ressaltar que o período aquisitivo de 13º se difere do aquisitivo de férias. O décimo terceiro é calculado de janeiro a dezembro de cada ano. O período de férias tem como referência inicial a admissão do trabalhador. O que ambos possuem de idêntico é que para adquirir cada “avo” será necessário ter quantidade igual ou superior a 15 dias trabalhados. DESTAQUE PROCESSOS DE ADMINISTRAÇÃO DE PESSOAL | Lília Sabrina da Cunha 56 Vejamos agora um caso um pouco mais detalhado, onde faremos uma análise mês a mês, para verificar a aquisição dos “avos” conforme os dias trabalhados em cada um deles: a. Um empregado foi admitido em 2016 e permaneceu na empresa até o final de 2019. Quantos avos recebeu no final de 2019, analisando a tabela a seguir? Tabela 2.6 – Recebimento 13º. MÊS DIAS TRABALHADOS AVOS Jan/19 31 Dias 01/12 Fev/19 28 dias 01/12 Mar/19 31 dias 01/12 Abr/19 30 dias 01/12 Mai/19 31 dias 01/12 Jun/19 30 dias 01/12 Jul/19 31 dias 01/12 Ago/19 31 dias 01/12 Set/19 30 dias 01/12 Out/19 31 dias 01/12 Nov/19 30 dias 01/12 Dez/19 31 dias 01/12 Total XXX 12/12 Fonte: Elaborado pela autora (2021). Lembrando que, para o cálculo das referências do 13º salário, considera-se o ano, de janeiro a dezembro. Não confunda com as férias, que possuem período aquisitivo com base na admissão. Aqui, esta data será considerada apenas no ano da admissão, onde as pessoas vão sendo admitidas no decorrer do ano. Importante: o avo correspondente ao mês de abril não foi pago em virtude de não ter obtido 15 dias ou mais de trabalho. DESTAQUE 57 A Remuneração do Empregado | UNIDADE 2 2.2.4.7.1 Prazos para Pagamento a. A 1ª parcela deverá ser paga entre os meses de fevereiro a 30 de novembro de cada ano. O trabalhador poderá solicitar antecipação (desde que esta seja realizada no mês de janeiro), o que não garante que a empresa vá conceder. Além disso, em algumas situações, a própria convenção coletiva prevê datas específicas para este pagamento, podendo ser requerida para ser paga juntamente com as férias. b. A 2ª parcela deverá ser paga até o dia 20 de dezembro. Exemplos: Salário de R$ 1.600,00: 1ª parcela = R$ 800,00 Salário de R$ 5.200,00: 1ª parcela = R$ 2.600,00 Na primeira parcela, vale lembrar, não há incidência de qualquer desconto (INSS e IRRF), apenas ocorreráo depósito do FGTS. 2.2.4.7.2 Segunda Parcela É na segunda parcela (que deve ser paga até 20 de dezembro) que se desconta o INSS e IRRF. E, para o cálculo da segunda parcela, usa-se os mesmos critérios utilizados na primeira. Porém, considera-se o salário de dezembro, ou seja, embora não seja comum as empresas reajustarem salário de seus funcionários nestes períodos de final de ano, caso aconteça, será necessário considerar este salário. 2.2.4.7.3 Desconto de INSS do 13º Salário O desconto de INSS incidente sobre o 13º salário deverá ser realizado apenas quando a segunda parcela for paga. Porém, não deve ser deixado para descontar juntamente na folha, pois o 13º salário é uma folha de pagamento própria e a legislação explicita que as incidências sobre ele são separadas dos demais rendimentos. PROCESSOS DE ADMINISTRAÇÃO DE PESSOAL | Lília Sabrina da Cunha 58 Então, quando a segunda parcela for descontada, deverá ser realizada a soma da primeira e segunda parcela. Exemplo: um trabalhador com salário de R$ 4.000,00. Tabela 2.7 – Desconto de INSS do 13º. 13° SALÁRIO 1ª parcela paga em novembro 2ª parcela paga em dezembro R$ 2.000,00 R$ 2.000,00 R$ 4.000,00 INSS de 14% sobre R$ 4.000,00 R$ 411,29 Então, temos 2ª parcela de: (-) INSS R$ 2.000,00 R$ 411,29 Fonte: Elaborado pela autora (2021). Então, embora o 13º seja pago em duas vezes, o desconto de INSS ocorre apenas uma vez, na segunda parcela. Assim, a folha de dezembro terá seu desconto isolado, contando com duas retenções, cada uma referente a um assunto. 2.2.4.7.4 Desconto de Imposto de Renda sobre 13º O desconto de IRRF também ocorrerá apenas quando acontecer a segunda parcela. Vamos diretamente ao mesmo exemplo do tópico anterior, desta vez considerando que o empregado possui um dependente: Tabela 2.8 – Desconto de Imposto de Renda sobre 13º. DESCONTO DE IMPOSTO DE RENDA SOBRE 13° SALÁRIO 1ª parcela paga em novembro (+) 2ª parcela paga em dezembro Total do rendimento R$ 2.000,00 R$ 2.000,00 R$ 4.000,00 Deduções: (-) 1 dependente (-) INSS (14% sobre R$ 4.000,00) Total a deduzir R$ 189,59 R$ 411,29 R$ 600,88 Base de cálculo para IRRF R$ 3.399,12 Fonte: Elaborado pela autora (2021). 59 A Remuneração do Empregado | UNIDADE 2 A base de cálculo foi obtida assim: R$ 4.000,00 (total do rendimento) – R$ 600,88 (total das deduções). Com isso, temos o valor de R$ 3.399,12 que, indo para a tabela de imposto de renda, enquadra-se nos 15%. Então: R$ 3.399,12 x 15% = R$ 509,87 Para esta alíquota, temos a parcela de R$ 354,80 para deduzir: R$ 509,87 – R$ 354,80 = R$ 155,07 O imposto de renda sobre o 13º salário deste trabalhador será de R$ 155,07. Com estes cálculos, chegamos ao final de nossa Unidade, com o entendimento sobre várias situações de férias e décimo terceiro. É importante que você exercite cada vez mais novos exemplos, dando continuidade aos nossos estudos. PROCESSOS DE ADMINISTRAÇÃO DE PESSOAL | Lília Sabrina da Cunha 60 Síntese da Unidade Nesta Unidade, a segunda de nossa jornada, vimos a apresentação inicial dos lançamentos pertinentes à folha de pagamento de maneira geral, explorando particularidades que possibilitam o entendimento mais aprofundado dos lançamentos que serão necessários para a Unidade 3. Embora tenhamos visto vários exemplos, é preciso saber que nenhum profissional dessa área poderá dizer que está totalmente preparado para tudo, visto que, a cada dia, surgem novos entendimentos, uma nova interpretação acerca de algum artigo previsto em determinada lei pode vir de um juiz, e isso poderá nortear novas ações sobre o assunto, fazendo com que você esteja conectado com essas novidades. Além disso, cada realidade encontrada nas diferentes empresas será única e determinará lançamentos distintos, conforme a legislação específica para aquele contexto. O convite que fica nesta Unidade é para que você se dedique ao máximo, exercite, crie novas situações para buscar aplicar os conhecimentos adquiridos até aqui e prepare-se para os novos desafios que surgirão na próxima Unidade. 61 A Remuneração do Empregado | UNIDADE 2 Bibliografia BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Diário Oficial da União, Brasília, 1988. BRASIL. Lei n.° 13.467, de 13 de julho de 2017. Reforma Trabalhista. Diário Oficial da União, Brasília, 2017. Disponível em: http://gg.gg/v4jwn. Acesso em: 13 jun. 2021. CASSAR, V. B. CLT Organizada: Consolidação das Leis do Trabalho. São Paulo: Grupo GEN, 2020. GONÇALVES, G. Resumo prático de cálculos trabalhistas: exemplos e fórmulas. Curitiba: Juruá, 2018. MARRAS, J. P. Administração de recursos humanos. 15. ed. São Paulo: Saraiva, 2016. OLIVEIRA, A. de. Cálculos trabalhistas. 49ª ed. São Paulo: Atlas, 2014. OLIVEIRA, A. de. Manual de Prática Trabalhista. São Paulo: Grupo GEN, 2018. Se você encontrar algum problema neste material, entre em contato pelo email eadproducao@unilasalle.edu.br. Descreva o que você encontrou e indique a página. Lembre-se: a boa educação se faz com a contribuição de todos! CONTRIBUA COM A QUALIDADE DO SEU CURSO Av. Victor Barreto, 2288 I Canoas - RS CEP: 92010-000 | 0800 541 8500 eadproducao@unilasalle.edu.br
Compartilhar