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Resumos - Direito nas organizações

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Direito nas organizações
Unidade I
O que é direito? 
Direito é o conjunto de leis e costumes que organizam a vida de um determinado grupo social e que modifica essas regras à medida que adota novas formas de organização.
Pode ser classificado em público e privado: 
• Direito público: tem por objetivo regular os interesses gerais da sociedade. 
-- Os principais ramos do direito público são:
 O direito constitucional, direito administrativo, direito penal, direito processual (civil ou penal), direito ambiental e direito internacional. 
• Direito privado: tem por objetivo regular os interesses dos particulares nas relações que estabelecem entre si, por exemplo, contratar. 
-- Nesse campo do direito estão: 
O direito civil e o direito empresarial. 
Sistema jurídico brasileiro
Sistema jurídico de civil brasileiro: law.
 Significa que o sistema é regido prioritariamente por leis e que nelas se encontram os fundamentos para que os magistrados decidam os casos concretos que forem levados ao Poder Judiciário. 
-- Jurisprudência: as decisões anteriormente adotadas por um tribunal são levadas em conta.
Outros países: common law.
 Significa que as decisões de processos judiciais anteriores têm mais relevância que o texto da lei. -- O magistrado, ao julgar um caso, estuda que decisões foram adotadas no passado em casos parecidos e julga com base nessas decisões.
Dada a importância da lei no Brasil, o artigo 5º da Constituição Federal determina que: “Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei” (BRASIL, 1988).
-- A Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (LINDB), que é o Decreto-lei n. 4.657, de 1942, alterado pela Lei n. 12.376, de 2010, determina em seu artigo 3º que: “ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece” (BRASIL, 1942). 
A Constituição Federal brasileira: a lei mais importante do país
A organização política mais conhecida é a estrutura do Estado em Três Poderes: Legislativo, Executivo e Judiciário.
-- A Constituição Federal pode ser denominada Carta Magna ou Lei Maior, que simbolizam sua condição de lei no topo do ordenamento jurídico e que não pode ser descumprida por ninguém.
-- No Brasil, a Constituição Federal é a lei mais importante, e nenhuma outra lei pode colidir com o que está disposto na Constituição. 
Poder Legislativo federal: representado pela Câmara dos Deputados e do Senado federal.
Poder Legislativo estadual e municipal: representados pelas assembleias legislativas e pelas câmaras municipais. 
-- Todos esses órgãos podem emitir leis, mas nenhuma delas poderá se confrontar com a Constituição Federal, sob pena de ser classificada como inconstitucional e prontamente afastada do ordenamento jurídico
Temas exclusivos do legislativo federal, como: 
As leis trabalhistas e as leis penais.
Temas exclusivos do legislativo municipal, como: Organização do trânsito nas cidades.
Temas exclusivos de competência concorrente: Fixação de tributos que poderão ser criados no âmbito federal, estadual e municipal.
Conflito de leis no tempo 
Os principais critérios são a irretroatividade da lei e o respeito ao ato jurídico perfeito, à coisa julgada e ao direito adquirido. 
-- Irretroatividade da lei: nenhuma lei produzirá efeito para situações anteriores a ela, somente será aplicada a situações que ocorram depois de sua entrada em vigor, que, aliás, nem sempre coincide com a data da publicação oficial.
-- Período vacatio legis (vacância de lei ou vazio da lei): período no qual a lei está aprovada, mas ainda não pode ser aplicada. 
A Constituição Federal, em seu artigo 5º, determina: 
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no país a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: 
 [...] XXXVI – a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada (BRASIL, 1988). 
No mesmo sentido dispõe a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro em seu artigo 6º: Art. 6º A Lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada. 
§ 1º Reputa-se ato jurídico perfeito o já consumado segundo a lei vigente ao tempo em que se efetuou. 
§ 2º Consideram-se adquiridos assim os direitos que o seu titular, ou alguém por ele, possa exercer, como aqueles cujo começo do exercício tenha termo pré-fixo, ou condição preestabelecida inalterável, a arbítrio de outrem. 
§ 3º Chama-se coisa julgada ou caso julgado a decisão judicial de que já não caiba recurso 
Os três aspectos a seguir precisam ser bem compreendidos porque são muito importantes: 
• Ato jurídico perfeito: atende a todas as formalidades legais da época em que foi firmado por livre vontade das partes.
-- Nenhuma outra lei poderá anular!
• Direito adquirido: é aquele que já pertence a uma pessoa, seja ele um direito da personalidade ou um direito patrimonial.
• Coisa julgada: é a decisão judicial para a qual não cabe mais nenhum recurso processual e, por isso, não pode mais ser modificada, nem mesmo por uma nova lei que regule a matéria. 
Territorialidade da lei
Cada país adota e cumpre suas próprias leis. 
-- Território: porção de terra contínua ou não em que uma nação vive, se organiza e determina as regras de cumprimento obrigatório para todos. 
Organização Judiciária Brasileira 
O sistema do Poder Judiciário no Brasil: está regulado pelo artigo 92 e seguintes da Constituição Federal.
-- Estabelece que o mais importante tribunal é o Supremo Tribunal Federal (STF), sediado em Brasília, e que conta com 11 juízes que são denominados como ministros. 
-- O STF tem por força de lei a obrigação de decidir os conflitos que envolvem a aplicação da Constituição Federal e, por isso, é chamado de “guardião da Constituição Federal”.
O portal do STF na internet informa que o órgão: É composto por onze Ministros, todos brasileiros natos (art. 12, § 3º, inc. IV, da CF/1988), escolhidos dentre cidadãos com mais de 35 e menos de 65 anos de idade, de notável saber jurídico e reputação ilibada (art. 101 da CF/1988), e nomeados pelo Presidente da República, após aprovação da escolha pela maioria absoluta do Senado Federal (art. 101, parág. único, da CF/1988).
-- Atribuições: julgar a ação direta de inconstituci-onalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual, a ação declaratória de constitucio-nalidade de lei ou ato normativo federal, a arguição de descumprimento de preceito fundamental decorrente da própria Constituição e a extradição solicitada por Estado estrangeiro.
-- Na área penal: destaca-se a competência para julgar, nas infrações penais comuns, o Presidente da República, o Vice-Presidente, os membros do Congresso Nacional, seus próprios Ministros e o Procurador-Geral da República, entre outros (art. 102, inc. I, a e b, da CF/1988). 
Grau de recurso: atribuições de julgar, em recurso ordinário, o habeas corpus, o mandado de segurança, o habeas data e o mandado de injunção decididos em única instância pelos Tribunais Superiores, se denegatória a decisão, e, em recurso extraordinário, as causas decididas em única ou última instância, quando a decisão recorrida contrariar dispositivo da Constituição. 
Superior Tribunal de Justiça (STJ) - “tribunal da cidadania”: É o tribunal que os cidadãos comuns se dirigem em último grau para solução de conflitos das áreas de direito de família, contratos, , propriedade, direito penal entre outros temas. 
-- O STJ é composto por 33 ministros. Eles são escolhidos e nomeados pelo Presidente da República, a partir de lista tríplice formulada pelo próprio tribunal. 
A Constituição prevê que os ministros tenham origem diversificada: 
-- um terço de desembargadores federais;
-- um terço de desembargadores de justiça;
-- um terço de advogados e membros do Ministério Público (BRASIL, [s.d.]b). 
Tribunal Superior do Trabalho (TST). 
-- Composto por 27 ministros, aos quais incumbe a decisão final sobre a aplicaçãodo direito do trabalho no plano coletivo e individual. 
-- Os ministros são escolhidos os brasileiros com mais de 35 e menos 75 anos, nomeados pelo Presidente da República após aprovação pela maioria absoluta do Senado Federal, sendo: 
I – um quinto dentre advogados e membros do Ministério Público do Trabalho com mais de 10 de efetivo exercício, observado o disposto no art. 94; 
II – os demais entre juízes dos Tribunais Regionais do Trabalho, oriundos da magistratura da carreira, indicados pelo próprio Tribunal Superior (BRASIL, [s.d.]c). 
-- A capital federal brasileira sedia, ainda, o (TSE), que tem a incumbência de julgar todos os conflitos que envolvem eleições no país, em qualquer nível: federal, estadual e municipal. 
No sentido de que sempre estejam garantidas a regularidade dos partidos, dos candidatos e das próprias eleições.
O site do TSE informa: o TSE exerce papel fundamental na construção e no exercício da democracia. 
-- Suas principais competências estão fixadas pela Constituição Federal e pelo Código Eleitoral (Lei n. 4.737, de 15-7-1965). 
A Corte é composta por sete ministros: 
-- três são originários do Supremo Tribunal Federal.
-- dois do Superior Tribunal de Justiça.
-- dois representantes da classe dos juristas, advogados com notável saber jurídico e idoneidade. 
Cada ministro é eleito para um biênio, sendo proibida a recondução após dois biênios consecutivos. 
Supremo Tribunal Militar (STM)
-- Composto por 15 ministros e que tem como principal competência o julgamento de conflitos no âmbito das forças armadas.
-- Em cada unidade da federação brasileira temos juízes civis e criminais, e tribunais de justiça para causas civis, empresariais e de consumo. 
-- Solução dos conflitos de direito do trabalho: varas trabalhistas e tribunais regionais do trabalho; 
-- Conflitos que envolvem matéria federal: justiça federal e tribunais regionais federais. 
O Brasil possui:
-- 24 Tribunais Regionais do Trabalho (TRTs).
-- 05 Tribunais Regionais Federais.
---E cada estado da federação brasileira possui magistrados em comarcas e também seus Tribunais de Justiça. 
Comarca é uma porção territorial que está sob responsabilidade de um magistrado que será a única autoridade judicial a poder aplicar o direito ali. Por vezes, a comarca possui uma única cidade e, às vezes, engloba várias cidades que responderão para o mesmo magistrado. 
A atividade dos magistrados e sua proteção
Os magistrados brasileiros de qualquer instância, estão garantidos pela Constituição Federal em relação as garantias relevantes, em conformidade com o disposto no artigo 95, e seus incisos: 
Art. 95. Os juízes gozam das seguintes garantias: 
I – Vitaliciedade: o magistrado não perderá seu cargo em razão das decisões que adotar.
II – Inamovibilidade: um magistrado não poderá ser removido do local em que se encontra trabalhando, sem que tenha manifestado sua prévia concordância.
III – irredutibilidade de subsídio: nenhum juiz sofrerá redução de seu salário como forma de inibir sua independência, ou como vingança contra atos praticados.
-- O magistrado pode ser demitido por infração disciplinar, como previsto no artigo 92, inciso VI, da Lei Orgânica da Magistratura Nacional. 
Regras fundamentais dos processos judiciais do Brasil
As mais comuns na vida empresarial são: temas relacionados a contratos, relações trabalhistas, danos ambientais, entre outros semelhantes. 
Elementos fundamentais de um processo judicial: Petição inicial, contestação, provas, decisões judiciais e o trânsito em julgado. 
Miguel Reale: Princípios são verdades ou juízos
fundamentais, que servem de alicerce ou de garantia de certeza a um conjunto de juízos, ordenados em um sistema de conceitos relativos à dada porção da realidade. 
-- Também se denominam princípios certas proposições, que apesar de não serem evidentes, são assumidas como fundantes da validez de um sistema particular de conhecimentos.
Princípios constitucionais, Luis Roberto Barroso: [...] são o conjunto de normas que espelham a ideologia da Constituição, seus postulados básicos e seus fins. Dito de forma sumária, os princípios constitucionais são as normas eleitas pelo constituinte como fundamentos ou qualificações essenciais da ordem jurídica que institui. 
Princípios são: a base que fundamenta uma determinada área do direito e que devem ser obedecidos da mesma forma que a lei, sob pena de sofrer sanção legal aquele que deixe de cumprir o que os princípios determinam.
Princípios processuais constitucionais: Devido processo legal Determinado pelo artigo 5º, inciso LIV, da Constituição Federal.
-- O cumprimento desse princípio é que garante que sejam respeitadas pelos magistrados e pelas partes todas as garantias processuais que tenham por objetivo garantir uma sentença justa e célere. 
Isonomia O artigo 5º, caput e I da Constituição Federal, garante que as partes recebam tratamento igualitário para o exercício de todos os seus direitos processuais.
-- Ninguém será impedido de ingressar em juízo para defender seus direitos por qualquer razão, inclusive de caráter econômico.
-- Quando a parte precisar exercer direitos em juízo e não tiver condições econômicas para custear advogado ou pagar as custas do processo, o Estado terá obrigação de fornecer um advogado e isentar a parte da obrigação de pagar custas processuais
Contraditório Previsto no artigo 5º, inciso LV, da Constituição Federal e significa a exigência de que o juiz dê ciência ao réu da existência do processo e, às partes (autor e réu) de todos os atos praticados no processo.
-- Contraditório significa na prática que a cada manifestação de uma parte processual a outra terá direito de se manifestar, até que se encerre essa fase de coleta de provas e argumentos e o juiz tenha elementos para poder decidir o conflito e apresentar os fundamentos de sua decisão.
O juiz poderá tomar decisões sem ouvir a outra parte- São as chamadas tutelas de emergência reguladas pelo Código de Processo Civil brasileiro, que determina: 
Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo. 
§ 1º Para a concessão da tutela de urgência, o juiz pode, conforme o caso, exigir caução real ou fidejussória idônea para ressarcir os danos que a outra parte possa vir a sofrer, podendo a caução ser dispensada se a parte economicamente hipossuficiente não puder oferecê-la. 
§ 2º A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou após justificação prévia. 
§ 3º A tutela de urgência de natureza antecipada não será concedida quando houver perigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão (BRASIL, 2015a). 
Inafastabilidade do controle jurisdicional Previsto no artigo 5º, inciso XXXV, da Constituição Federal, significa que nenhuma lei no país poderá excluir da apreciação do Poder Judiciário qualquer lesão ou ameaça de direito. 
-- Esse artigo garante a todos os brasileiros e estrangeiros residentes no país que tenham acesso à justiça, que possam ir ao poder judiciário para solucionar seus problemas.
 Imparcialidade do juiz Pelo artigo 5º, incisos LIII e XXXVIII, da Constituição Federal, as partes não poderão escolher o juiz que vai decidir o conflito porque ele deverá pertencer a um tribunal que já existia anteriormente ao caso concreto, organizado em conformidade com a Constituição Federal e com as leis próprias de organização judicial. 
Publicidade dos atos judiciais Está prevista no artigo 5º, inciso LX, da Constituição Federal. 
-- Todos os atos praticados em um processo judicial são publicados no Diário Oficial do Estado ou da União, a depender de se tratar de processo tramitado em esfera estadual ou federal. 
-- Os Diários Oficiais são eletrônicos, acessíveis a todos e a publicidade dos atos é a garantia de que a sociedade possa fiscalizar os atos praticados pelos magistrados no processo judicial para inibir qualquer prática ilegal ou imoral. 
-- “segredo de justiça” se ocultam os nomes das partes no processo judicial embora se publiquemos atos praticados.
 Duplo grau de jurisdição é decorrência da própria organização judicial brasileira prevista na Constituição Federal que viabilizou a existência de vários tribunais, como vimos neste trabalho. 
-- O direito de recorrer a um tribunal superior é muito importante porque dá a garantia de que as decisões dos juízes singulares serão revistas por um colegiado, composto por magistrados mais experientes e que poderão corrigir eventuais equívocos praticados na primeira decisão. 
Princípio da razoável duração do processo Está previsto no artigo 5º, inciso LXXVIII, da Constituição Federal. Esse princípio é uma diretriz para todos os Poderes da República. 
-- Para os legisladores, é um aviso para que editem leis de fácil compreensão. 
-- Para os administradores, um sinal de que devem propiciar aos órgãos do poder judiciário todas as condições necessárias para que o trabalho flua sem problemas. 
E, para o próprio judiciário, o princípio é a exigência de trabalho célere, diligente, cuidadoso, porém ágil, de forma que os jurisdicionados recebam sempre a melhor solução da justiça, no menor tempo entre o início e o final do processo.
Processos judiciais no Brasil
Judicialização das relações sociais: Consiste em dar preferência a soluções judiciais para os conflitos em vez de procurar outras formas de negociação.
Roteiro simples de uma ação judicial de natureza civil – e não penal, porque então o roteiro pode ser outro –, tem as seguintes etapas:
Petição inicial: documento escrito e assinado pelo advogado que narra os fatos e fundamenta os direitos da parte que ingressa com o pedido. 
-- Parte que ingressa com a ação é chamado de autor, demandante ou requerente. 
-- Parte contra quem se propõe a ação judicial é chamado de requerido ou demandado. 
A palavra réu é utilizada usualmente para o direito penal, embora não seja incorreto utilizá-la no âmbito do direito civil, empresarial ou tributário. Na área do direito do trabalho, a parte que propõe a ação judicial é chamada de reclamante, e a parte contra quem se propõe a ação é chamada de reclamado. 
A petição inicial em conformidade com o que determina o artigo 319 do Código de Processo Civil deverá indicar:
Alguns esclarecimentos necessários: 
• Juízo a que é dirigida não significa que a parte possa escolher o juiz porque já vimos anteriormente que isso é vedado pela legislação brasileira. 
-- Dirigir a petição ao juiz significa escolher apenas: 
(i) a área da justiça (civil, penal ou trabalhista); e, (ii) a comarca na qual a ação judicial vai ser distribuída que, quase sempre, é a comarca do domicílio do requerente. 
• Qualificação das partes deve ser o mais completa possível com referência a nome, existência de união estável, a profissão, o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica, o domicílio e a residência do autor e do réu e etc. 
• Fato e os fundamentos jurídicos do pedido devem ser detalhados, completos, minuciosos e, fundamentados na lei, em decisões judiciais anteriores. 
Verba de sucumbência é o valor a ser pago pela parte que perde a ação judicial para o advogado da parte que ganha. 
-- É um percentual arbitrado pelo juiz e é ficado entre 10% e 20% do valor dado à causa que, quase sempre, é o valor do pedido. 
Esse valor remunera o trabalho do advogado e a verba de sucumbência remunera o êxito que ele propiciou à parte, ou seja, remunera a vitória que o advogado teve. 
• Valor da causa quase sempre é o valor atribuído ao direito pleiteado na ação judicial. 
-- Para ações judiciais em que o pedido seja de prestação continuada como no caso de dever de alimentos dos pais para os filhos, será calculado como o valor equivalente a doze prestações mensais. 
• As provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados deverão ser especificadas. 
 • A opção do autor pela realização ou não de audiência de conciliação ou de mediação.
 
 Um dos objetivos do chamado novo Código de Processo Civil é tornar as oportunidades de conciliação mais simples.
-- Para se cumprir, a parte deverá indicar logo no 1° ato processual que pratica, a apresentação da petição inicial, se concorda que seja agendada uma audiência de tentativa de conciliação.
-- Recebida a petição inicial, o Poder Judiciário determinará que a parte contrária seja citada para apresentar sua defesa.
Integrar a relação processual tem um objetivo: apresentar os fatos e as provas necessárias para comprová-los no sentido de demonstrar que o pedido formulado na inicial não está correto ou, pelo menos, não está inteiramente correto.
Citação: recebe-la significa que começa a correr um prazo processual para que medidas sejam adotadas. 
-- Para identificar uma citação judicial, observe primeiro os símbolos visuais do documento. 
Se for o brasão da República, é possível que seja citação judicial de um processo que está tramitando na Justiça Federal ou do Trabalho.
Se tiver o brasão de um Tribunal de Justiça de Estado da federação brasileira, é porque está em tramitação numa vara cível ou criminal do estado em que as partes têm domicílio.
-- Se o juiz determinou a sua citação ou a da empresa para a qual você trabalha, aja imediatamente! 
-- Ao receber a citação procure um advogado no mesmo dia, se for para você como pessoa natural; ou contate seus superiores ou o departamento jurídico da empresa, caso você receba a citação na condição de representante legal da empresa. 
-- Outro documento importante que pode ser enviado pela justiça durante um processo judicial é a intimação. 
 Quem recebe uma intimação é obrigado a comparecer na data e horário estipulados no documento. 
-- O não comparecimento pode acarretar em uma condução coercitiva (ser levado a força).
-- A pessoa que não cumprir uma intimação pode, responder por crime de desobediência. As consequências estarão descritas na intimação.
Aliás, existem alguns tipos de intimação: 
• Intimação por correspondência: carta registrada com obrigatoriedade de assinatura do Aviso de Recebimento. 
• Intimação eletrônica.
• Intimação judicial: a ordem parte de um juiz. 
• Intimação por carta precatória: comunicação de um juiz para outro juiz, solicitando que ele intime e ouça uma pessoa que mora em outra jurisdição. 
• Intimação de despacho: aviso de um juiz para que as partes de um processo tomem ciência de uma decisão tomada por ele. 
• Intimação por publicação: os advogados têm obrigação de acompanhar todas as publicações em seu nome. Sendo assim, os juízes determinam a publicação de suas decisões em Diário Oficial. 
Contestação
Em que consiste esse documento? 
-- O requerido, reclamante ou réu deverá apresentar suas razões de fato e de direito para o conflito apresentado na petição inicial. 
-- Na defesa, a parte deverá manifestar-se precisamente sobre as alegações de fato constantes na petição inicial e serão presumidas como verdadeiras aquelas que não forem impugnadas, salvo algumas poucas exceções. 
-- É preciso priorizar as provas que serão apresentadas porque nas ações judiciais, só se deve alegar aquilo que pode ser provado. Produção de provas - as mais comuns são: 
• Prova documental: todos os documentos válidos para comprovação dos fatos. 
• Prova testemunhal: pessoas que podem narrar como os fatos aconteceram. 
• Prova pericial: prova produzida por peritos ou técnicos que elaboram laudos. Formada por:
Um perito indicado pelo requerente da ação; 
Um perito indicado pelo requerido;
E um perito indicado pelo juiz. 
Quando a decisão recebe recurso de ambas as partes, autor e réu, porque contrariou interesses de ambas: o processo seguirá para o tribunal no qual a causa será analisada por um colegiado. 
Nos tribunais de justiça estaduais os juízes recebem o nome de desembargadores e sua decisão recebe o nome de acórdão.
-- Quando a última decisão for tomada e não houver mais nenhum recurso legal para ser interposto, ocorrerá o trânsito em julgado e terá início a execução da decisão. 
Mediação, conciliação e arbitragem
 A existência de um conflito pode ser altamente positivase as partes souberem como agir e, principalmente, como retirar as melhores informações e experiências na solução do conflito. 
Quem participa de práticas de mediação e conciliação precisa adotar postura que inclui:
Mediação é um processo dinâmico de negociação assistida, no qual o mediador, terceiro imparcial e sem poder decisório, auxilia as partes a refletirem sobre os seus reais interesses, a resgatarem o diálogo e a criarem, em coautoria, alternativas de benefício mútuo. 
-- O marco regulatório da mediação, no Brasil, é a Lei n. 13.140, de 26 de junho de 2015, cujo artigo 2º determina: Art. 2º A mediação será orientada pelos seguintes princípios: 
I – imparcialidade do mediador; 
II – isonomia entre as partes; 
III – oralidade; 
IV – informalidade; 
V – autonomia da vontade das partes; 
VI – busca do consenso; 
VII – confidencialidade; 
VIII – boa-fé (BRASIL, 2015b). 
-- É o chamado ganha-ganha porque as partes se sentem satisfeitas por terem contribuído para construir a solução consensual. 
-- O mediador deve respeitar a confidencialidade das informações e fatos sobre os quais teve conhecimento no exercício da atividade de mediador e deve agir de boa-fé, ou seja, com honestidade e transparência de propósitos. 
Conciliação: Iniciativa a partir da qual os agentes envolvidos se esforçam para sanar litígios, se valendo da ajuda de um terceiro que atua como conciliador, agindo de maneira imparcial e gerenciando as partes para uma melhor. 
A conciliação é regulada pela mesma legislação que trata da mediação e que no artigo 24 determina: Art. 24. Os tribunais criarão centros judiciários de solução consensual de conflitos, responsáveis pela realização de sessões e audiências de conciliação e mediação, pré-processuais e processuais, e pelo desenvolvimento de programas destinados a auxiliar, orientar e estimular a autocomposição. Parágrafo único. 
A composição e a organização do centro serão definidas pelo respectivo tribunal, observadas as normas do Conselho Nacional de Justiça (BRASIL, 2015a).
Arbitragem: é uma solução que virá de um árbitro escolhido pelas partes por seu notório saber sobre o assunto específico que está sendo tratado.
Os meios de em que as partes são estimuladas a buscarem soluções por elas próprias sem decisão de outra pessoa, magistrado ou árbitro, são a mediação e a conciliação. Sobre elas é importante recordar sempre:
Direito tributário: conceitos e princípios
Direito tributário ou fiscal é a área do direito que trata das relações jurídicas estabelecidas entre o Estado e os contribuintes, que podem ser pessoas naturais ou pessoas jurídicas. 
-- Pela arrecadação de tributos, o Estado garante que o cidadão tenha segurança, educação, saúde, lazer, equipamentos de uso público adequados, como estradas, viadutos, sistema de controle de tráfico aéreo. 
O que são tributos?
Tributo está definido no artigo 3º do Código Tributário Nacional como “toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada” (BRASIL, 1966). 
-- É uma obrigação compulsória para aquele que deve pagar, já que não é possível se recusar a fazê-lo, sob pena de ser aplicada sanção. 
Competência tributária
Poderá ser exclusiva, quando só um ente político como o município, por exemplo, pode cobrar um determinado tributo; poderá ser comum quando os entes políticos decidem que quem poderá cobrar é aquele que vai prestar o serviço.
Tratamento legal diferenciado para a tributação de empresas de pequeno porte, microempresas e microempreendedor individual. 
A Constituição Federal determina que sempre que a lei criar um imposto é preciso que fique claro:
• Hipótese de incidência tributária: é a situação abstrata definida na lei para gerar a cobrança do tributo quando essa situação se tornar um fato real. Fato gerador que faz nascer essa obrigação. 
• Sujeito ativo da obrigação: é a pessoa jurídica de direito público, titular da competência autorizado a cobrar o tributo do sujeito passivo. 
• Sujeito passivo da obrigação principal: é a pessoa obrigada ao pagamento de tributo ou penalidade pecuniária. Pode ser denominado de:
• Base de cálculo: é a grandeza ou o valor econômico sobre o qual o imposto será aplicado. -- O Código Tributário Nacional define a base de cálculo para os tributos como acontece, por exemplo, no imposto sobre importação – artigo 20 –, imposto sobre exportação – artigo 24 –, imposto sobre transmissão de bens móveis – artigo 38 –, entre outros. 
• Alíquota: é um percentual ou valor fixo que será aplicado sobre uma base de cálculo para determinar o valor exato do tributo a ser pago pelo contribuinte ou responsável.
Espécies de tributos
No Brasil, a Constituição Federal e o Código Tributário Nacional especificam três espécies do gênero tributo que são: os impostos, as taxas e as contribuições de melhoria. 
Imposto: não tem vinculação direta com nenhuma contraprestação estatal para o contribuinte. 
-- O valor arrecadado não é destinado a um fundo ou função específica, mas custeia as atividades próprias do Estado como serviços de saúde. 
-- Os impostos podem ser cobrados pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal e pelos Municípios. São impostos federais:
São impostos estaduais:
São impostos municipais:
Taxa: estão previstas no artigo 145, II, da Constituição Federal e artigo 77 do Código Tributário Nacional. 
Para Chimenti taxas “têm como fato gerador o exercício regular do Poder de Polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível prestado ao contribuinte ou colocado à sua disposição”. 
-- O Poder de Polícia está previsto no art. 78 do Código Tributário Nacional. É o poder de limitar e disciplinar direitos e deveres com base no interesse público, regulando questões pertinentes à segurança, higiene, à ordem (taxa de publicidade, taxa de fiscalização de elevadores etc.) e preservando a primazia do interesse público sobre o particular. 
-- Para cobrança com base no exercício do Poder de Polícia impõe-se que haja órgão administrativo que exercite o Poder de Polícia do ente tributante (Recurso Especial 261.571). 
Poder público tem direito de cobrar taxas na mesma medida que tem o dever de realizar os serviços decorrentes da cobrança delas. Se cobra taxa de lixo, tem o dever de recolher o lixo e não permitir que se acumule em detrimento da saúde e do bem-estar da população. 
São várias as taxas cobradas no Brasil. Entre as principais temos: 
• Taxa de Autorização do Trabalho Estrangeiro. 
• Taxa de Coleta de Lixo. 
• Taxa de Combate a Incêndios. 
• Taxa de Conservação e Limpeza Pública. 
• Taxa de Controle e Fiscalização Ambiental (TCFA) – Lei 10.165/2000. 
• Taxa de Emissão de Documentos (níveis municipais, estaduais e federais). 
• Taxa de Fiscalização da Aviação Civil (TFAC) – Lei 11.292/2006. 
• Taxa de Fiscalização da Agência Nacional de Águas (ANA) – art. 13 e 14 da MP 437/2008. 
• Taxa de Fiscalização de Comissão de Valores Mobiliários (CVM) – Lei 7.940/1989. 
• Taxa de Fiscalização de Vigilância Sanitária – Lei 9.782/1999, art. 23. 
• Taxa de Fiscalização dos Produtos Controlados pelo Exército Brasileiro (TFPC) – Lei 10.834/2003. 
• Taxas ao Conselho Nacional de Petróleo (CNP). 
• Taxas de Saúde Suplementar (ANS) – Lei 9.961/2000, art. 18. .
• Taxas Judiciárias. 
•Entre outras.
-- Todas essas taxas de fiscalização revertem-se em benefício da população porque é, ou deveria ser, a certeza de que o cidadão está seguro com a atuação preventiva do Estado. 
Contribuição de melhoria: é um tributo que tem como fato gerador a valorização do imóvel do contribuinte decorrente da realização de uma obra pública. Deve ser calculada de modo que não supere o montante de valorização individual. 
-- Os beneficiários diretos da obra arcam com seu custo, total ou parcialmente. 
-- O artigo 2º do Decreto-Lei n. 195/67 só prevê a contribuição de melhoria em relação ao imóvel privado. Cada contribuinte não pode serobrigado a pagar quantia superior à valorização de seu imóvel. O total arrecadado, por sua vez, não pode ser superior ao custo da obra (art. 81 do CTN) [...]. 
-- O professor e magistrado Ricardo Chimenti ensina, ainda, que a contribuição de melhoria só pode ser cobrada do contribuinte depois que a obra estiver pronta, porque ela é decorrente da obra e não um fundo destinado à sua realização.
Empréstimo compulsório é um tributo instituído por lei complementar federal e tem por hipótese de incidência aquela que a lei determinar, porém o pressuposto constitucional é que seja aplicado apenas em casos de calamidade pública, guerra ou investimento público relevante. 
-- Essa é a determinação do artigo 148 da Constituição Federal brasileira: Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios: 
I – para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência;
 II – no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, observado o disposto no art. 150, III, “b”. Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo compulsório será vinculada à despesa que fundamentou sua instituição (BRASIL, 1988). 
O professor Paulo Caliendo esclarece sobre o conceito de calamidade pública que: Trata-se de uma permissão constitucional para situações absolutamente extraordinárias, sob pena em se converter em uma autorização para os contínuos desastres e fenômenos naturais que se sucedem naturalmente ano após ano. 
-- A ausência de previsibilidade nacional deve ser comprovada perante um fenômeno inesperado tal como uma seca, maremoto, terremoto, furacões e outros fenômenos naturais.
-- É necessário que se diga que a devolução deverá ser integral e idêntica, ou seja, a devolução ao contribuinte deve ocorrer na mesma quantidade que foi tomada emprestada porque se assim não for, será um confisco e não um empréstimo.
O Brasil já utilizou a figura do empréstimo compulsório pela União Federal em pelo menos três ocasiões: 
-- para estimular o setor elétrico nacional em 1962; 
-- para dinamizar o desenvolvimento nacional em 1986, quando foi aplicado aos combustíveis e aquisição de veículos automotores;
-- em 1990 com o Plano Collor I, também chamado de Plano Brasil Novo, que bloqueou todos os saldos de depósitos à vista superiores à quantia de NCz 50 mil (cruzados novos) transferindo os valores para a custódia do Banco Central e convertendo em nova moeda, o cruzeiro. 
Contribuições especiais: são instituídas pela União Federal e têm por base o disposto nos artigos 149 e 195 da Constituição Federal combinados com o artigo 217 do Código Tributário Nacional. 
-- O artigo 149 da Constituição Federal estabelece que compete à União, com exclusividade, instituir as contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas. 
-- O artigo 195 trata da seguridade social e determina que ela será financiada por toda a sociedade, de forma direta ou indireta, nos termos determinados pela lei e com recursos provenientes do orçamento da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. 
-- E, o artigo 271 do Código Tributário Nacional trata de contribuições sindicais, cotas de previdência, fundo de garantia por tempo de serviço e fundo de assistência e previdência do trabalhador rural. 
-- São cobradas dos trabalhadores, das empresas e das entidades a elas equiparadas, dos prestadores de serviços sem vínculo empregatício, sobre a receita e faturamento das empresas e sobre o lucro.
 -- Já as contribuições de intervenção no domínio econômico, conhecidas pela sigla Cide, possuem função regulatória da economia ou do mercado de consumo, que são chamadas de funções extrafiscais. A contribuição de intervenção no domínio econômico denominada Cide-combustíveis é o principal exemplo neste momento da vida nacional. 
Princípios da tributação
No sistema tributário, os princípios são a base de toda a estrutura. São eles: 
• Princípio da legalidade tributária: está no artigo 150, inciso I, da Constituição Federal e determina que os tributos só podem ser criados por lei, assim como o aumento da base de cálculo e das alíquotas aplicáveis. 
A regra comporta algumas exceções, quando então as alíquotas serão aumentadas por meio de ato do chefe do executivo, porém apenas nas seguintes situações: 
— Imposto de Importação (II).
— Imposto de Exportação (IE). 
— Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
— Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (CIDE) – para combustíveis. 
— Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) – sobre combustíveis e lubrificantes por meio de convênio com o Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz). • Princípio da isonomia tributária: está previsto no artigo 150, inciso II, da Constituição Federal e determina que é vedado instituir tratamento desigual entre contribuintes de situação equivalente.
-- Trata-se, aqui, da chamada igualdade formal que tem por objetivo garantir que todos se submetam às mesmas normas. 
• Princípio da capacidade contributiva: atende à determinação do parágrafo primeiro do artigo 145 da Constituição Federal que determina: “§ 1º Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte”. 
As alíquotas diferenciadas do imposto de renda representam uma das formas de efetivar os princípios da igualdade e da capacidade contributiva, pois distribuem de forma proporcional os ônus de prover as necessidades da coletividade.
• Princípio da irretroatividade da lei tributária: está previsto no inciso III do artigo 150 da Constituição Federal e determina que a lei nova não se aplica a fatos geradores passados.
-- Assim, os fatos ocorridos antes do início de vigência da lei que tiver criado ou aumentado um tributo não implicam obrigação tributária para os fatos anteriores a ela, somente para aqueles que ocorrerem posteriormente. 
• Princípio da anterioridade: está previsto no artigo 150, inciso III, letra b da Constituição Federal. A lei que cria ou aumenta tributos só pode incidir sobre fatos que venham a ocorrer no exercício subsequente ao de sua entrada em vigor. 
-- A Emenda Constitucional n. 42, de 2003, instituiu a chamada anterioridade nonagesimal que significa que os tributos só podem ser exigidos após o prazo de 90 (noventa) dias da publicação da lei que os criou. Essa nova determinação legal deve ser aplicada em conjunto com a anterior.
-- A anterioridade genérica ou nonagesimal comporta exceções que também são previstas em lei e aplicadas, principalmente, ao Imposto de Importação (II) Imposto de Exportação (IE); Imposto sobre Operações Financeiras (IOF); Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS); ou, ainda, à Cide, IPVA e empréstimo compulsório. 
• Princípio do não confisco: nenhum tributo no Brasil pode ser cobrado em valor que impeça o exercício do direito de propriedade ou que seja uma forma de desestimular a livre-iniciativa que é um fundamento da república. 
• Princípio da não discriminação: os Estados federativos e os municípios não poderão praticar discriminação tributária entre bens e serviços em razão de sua procedência ou destino. 
• Princípio da uniformidade geográfica: os tributos federais devem ser igualmente exigíveis em todo o território nacional, exceção a incentivos fiscais. 
• Princípio da liberdade de tráfego: não pode haver limitação da liberdade de ir e vir do cidadão brasileiro ou do estrangeiro residente no país, em razão de aplicação de tributos. A regra comporta exceção no caso da circulação de mercadorias.
• Princípio da exigência de lei específica para a concessão de benefícios fiscais: a concessão de benefícios fiscais poderá ser feita apenas porlei específica. 
• Princípio da transparência dos tributos: o contribuinte deverá ter ciência dos impostos que incidem sobre mercadorias e serviços. 
• Princípio da proibição de sanções políticas: Não será permitida a apreensão de mercadorias para coagir o contribuinte a pagar tributos em atraso.
• Princípio da seletividade em razão da essencialidade dos produtos: determina que os produtos da cesta básica tenham alíquotas tributária menores e os produtos supérfluos ou prejudiciais à saúde tenham alíquotas maiores. 
Imunidades tributárias
É uma hipótese de não incidência do tributo. 
Está prevista no inciso VI do artigo 150 da Constituição Federal: 
VI – Instituir impostos sobre: 
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros; (União, Estados, Distrito Federal e Municípios) 
b) templos de qualquer culto; 
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei; 
d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão. 
e) fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil contendo obras musicais ou literomusicais de autores brasileiros e/ou obras em geral interpretadas por artistas brasileiros bem como os suportes materiais ou arquivos digitais que os contenham, salvo na etapa de replicação industrial de mídias ópticas de leitura a laser.
Crédito tributário: criação e extinção
É o direito da Fazenda Pública em razão da comprovada existência de uma obrigação tributária. O crédito tributário é aquilo que garante ao poder público a obtenção de receitas para dar cumprimento às suas obrigações legais.
-- O crédito tributário se constitui com o ato denominado lançamento, regulado pelo artigo 142 do Código Tributário Nacional e que se constitui em ato privativo de autoridade administrativa para proceder a verificação da ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente; determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível. 
-- Caso a autoridade não faça o lançamento tributário poderá ser punida em razão dessa falta. O crédito tributário pode ser extinto por: 
• Pagamento: consiste em o contribuinte efetuar o pagamento em moeda corrente nacional no prazo determinado pela lei. 
• Compensação: quando acontece um encontro de contas entre crédito e débito do contribuinte e do poder público. 
• Transações: acordo de vontade das partes que implica em concessões mútuas. 
• Remissão: perdão da dívida por razões de justiça fiscal ou de inadequação da cobrança. 
• Decadência: quando a Fazenda Pública deixa transcorrer o prazo de 5 anos sem efetivar o lançamento que dá ensejo ao crédito tributário. 
• Prescrição: quando decorre o prazo que a Fazenda Pública tem para ingressar com ação judicial para cobrança e ela não o faz.
• Dação em pagamento: ocorre quando o contribuinte dá em pagamento de crédito tributário bens imóveis e, assim, quita sua dívida. • Consignação em pagamento: ocorre quando na dúvida para qual ente político deve pagar, o contribuinte deposita em juízo para que o magistrado decida qual o verdadeiro credor. 
Quando o contribuinte não paga o crédito tributário em favor do ente político legitimado para receber, poderá ser inscrito na dívida ativa. Ele não poderá mais receber a certidão de regularidade fiscal, também denominada de Certidão Negativa de Débito (CND). 
Essa certidão é essencial em pelo menos três situações definidas pelo Código Tributário Nacional: 
(i) para as ações de recuperação judicial da empresa; 
(ii) para formalização de contratos com o poder público; e,
(iii) para promulgação da sentença de partilha em inventários. 
Principais tributos praticados no Brasil
Imposto de Renda (IR) A hipótese de incidência tributária é a aquisição de renda, seja pelo trabalho; por ganho de capital (aplicações financeiras); ou pela ocorrência de ambas as hipóteses (trabalho + aplicações financeiras). 
-- As empresas também devem declarar imposto de renda e recolher o crédito tributário quando este for devido. 
Podem declarar com base no lucro real – quando faturam mais de 78 milhões de reais por ano; instituições financeiras ou que tenham obtido lucro no exterior;
E lucro líquido do período ajustado pelas adições, deduções e compensações -Podem declarar com base no lucro presumido as pessoas jurídicas que têm faturamento de menor porte, quando então a base de cálculo será um percentual variável conforme a atividade desenvolvida, sendo de 32% para a prestação de serviços e 8% para o comércio e indústria. 
Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) 
Imposto sobre Propriedade Territorial Urbana (IPTU) é a propriedade ou a posse com ânimo definitivo – usucapião –, ou, ainda, o domínio útil, aquele adquirido pelo enfiteuta por aforamento mediante o pagamento de valor em dinheiro, que também é hipótese para pagamento de IPTU. 
É considerado imóvel urbano aquele localizado na zona urbana do município que, nos termos do parágrafo 1º do artigo 32 do Código Tributário Nacional, deve ter pelo menos dois dos seguintes melhoramentos: 
I – meio-fio ou calçamento, com canalização de águas pluviais; 
II – abastecimento de água; 
III – sistema de esgotos sanitários; 
IV – rede de iluminação pública, com ou sem posteamento para distribuição domiciliar; 
V – escola primária ou posto de saúde a uma distância máxima de 3 (três) quilômetros do imóvel considerado (BRASIL, 1966). 
Imposto sobre a Transmissão de Bens Inter-Vivos (ITBI) Transmissão onerosa da propriedade ou do domínio útil ou também dos direitos reais de bens imóveis. 
Imposto sobre a Transmissão de Bens Causa Mortis ou Doação (ITCMD) Incide nos casos de transmissão de quaisquer bens ou direitos por sucessão legítima ou testamentária; ou, ainda, nos casos de efetivação de doação de bens. 
Imposto Territorial Rural (ITR) É aplicado nos casos em que haja propriedade, domínio útil ou posse de imóvel definido como rural. 
Imposto sobre Grandes Fortunas (IGF) esse imposto nunca foi regulamentado e continua dependendo de lei complementar que o torne efetivo.
Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) É aplicável em todas as operações que envolvem empréstimos, câmbio de moedas; contratação de seguros ou aquisição de títulos mobiliários. Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) a circulação de mercadorias de forma habitual, ou seja, em caráter empresarial. 
--Não se aplica a mercadorias adquiridas por pessoas naturais para seu uso próprio. 
-- Também se aplica a transporte de pessoas ou cargas interestaduais ou intermunicipais; prestação onerosa de serviços de comunicação; e importação de mercadorias e serviços por pessoas físicas ou jurídicas ainda que sem habitualidade. Algumas regras que são aplicadas à cobrança desse imposto: não cumulatividade, alíquotas interestaduais serão definidas pelo Senado Federal e alíquotas internas não poderão ser inferiores às interestaduais. 
Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) É aquele aplicável aos produtos que passaram por operação de modificação de sua natureza, por exemplo, o aço que se transforma em peça automotiva. Incide sobre produtos nacionais e importados.
-- Está previsto na Constituição Federal no artigo 153, inciso IV. 
-- Em conformidade com o Código Tributário Nacional, devem recolher esse tributo: 
I – O importador ou, quem a lei a ele equiparar; 
II – O industrial ou, quem a lei a ele equiparar; 
III – O arrematador de produtos abandonados ou apreendidos, que foram levados a leilão; 
IV – O comerciante de produtos sujeitos ao imposto [...] (BRASIL, 1966). 
-- O IPI será cobrado no desembaraço aduaneiro quando a mercadoria for de procedência estrangeira; na saída do produto industrializado do estabelecimento industrial ou a este equiparado; e na arrematação do produto apreendido ou abandonado em caso de aquisição por leilão.
Imposto de Importação (II) O portal da ReceitaFederal define: incide sobre a importação de mercadorias estrangeiras e sobre a bagagem de viajante procedente do exterior. A base de cálculo é o valor aduaneiro e a alíquota está indicada na Tarifa Externa Comum (TEC). 
Imposto de exportação (IE) Incide na exportação de produtos nacionais que se destinam a outro país e são cobrados na data do registro de exportação no Sistema Integrado de Comércio Exterior (Siscomex), que é o sistema informatizado responsável por integrar as atividades de registro, acompanhamento e controle das operações de comércio exterior, através de um fluxo único e automatizado de informações (SECEX, [s.d.]). 
-- A Receita Federal informa em seu portal na internet que o IE é calculado tendo como base o preço normal que a mercadoria alcançaria em uma venda em condições de livre concorrência no mercado internacional. 
-- A alíquota se encontra em 30% na atualidade e pode ser reduzida ou aumentada pela Câmara de Comércio Exterior, limitada a 150%. 
Unidade II
Direito do trabalho: conceitos e princípios
No Brasil, a proteção ao trabalhador emana da Constituição Federal, ela determina que o trabalho tem valor social e é um dos fundamentos da República Federativa do Brasil, conforme consta do artigo 1º, inciso IV. 
-- No mesmo inciso IV, a livre-iniciativa também é considerada um valor social e um fundamento republicano o que nos permite concluir que, no Brasil, o objetivo é que o trabalhador e o empregador atuem em conjunto na busca dos melhores resultados salário justo e lucro , de forma que o país alcance seus objetivos determinados no artigo 3º da mesma constituição e que são: 
Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: 
I – construir uma sociedade livre, justa e solidária; II – garantir o desenvolvimento nacional; 
III – erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais.
Trajetória histórica do direito do trabalho
O trabalho, sempre teve foco de tensão entre duas forças que não são opostas, mas que nem sempre atuam com os mesmos objetivos: 
-- O capital representado pelo empregador proprietário dos meios de produção.
-- E o trabalhador que coloca seu trabalho físico ou intelectual em troca de remuneração. 
O mundo da época viveu sob o impacto e a influência das ideias advindas:
-- da Revolução Francesa de 1789; 
-- da publicação do primeiro volume da obra O Capital, de Karl Marx, de 1867; 
-- da Revolução Russa de 1917;
E isso colocou as relações de trabalho sempre em primeiro plano porque uma nova forma de produção estava definitivamente implantada: a produção industrial capaz de fabricar milhares de artefatos em pouco tempo, de forma a estimular o consumo e, a necessidade de trabalhadores aptos a operar máquinas poderosas e perigosas. 
A criação da Organização Internacional do Trabalho (OIT), em 1919, com objetivo de promover justiça social contribuiu decisivamente para que o debate sobre direitos humanos e sua aplicabilidade em todas as áreas da vida humana fosse ampliado e efetivado.
-- A OIT foi criada pela Conferência de Paz, realizada após a Primeira Guerra Mundial, e se encontra mencionada na parte XIII do Tratado de Versalhes. 
-- O Tratado de Versalhes foi o acordo internacional firmado entre várias nações e que colocou fim aos conflitos da Primeira Guerra Mundial – 1914 a 1918 –, fixando responsabilidades para a Alemanha, em especial, suportar todos os prejuízos causados pela guerra. 
Evidentemente, isso fragilizou a economia alemã que já havia sofrido muito com a Primeira Guerra Mundial e criou as condições sociais, políticas e econômicas necessárias para a ascensão de Adolf Hitler ao poder. 
A trilha que levaria o mundo à Segunda Guerra Mundial estava aberta. 
Direito individual do trabalho
O direito individual regula as relações entre o empregador individualmente considerado e seu empregador; 
O direito coletivo trata das formas de organização sindical, das negociações coletivas, das situações que autorizam a prática de greve e da representação das diferentes categorias de trabalhadores. 
O artigo 3º da Consolidação das Leis do Trabalho define empregado como toda “pessoa física que prestar serviços de natureza não eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante salário” (BRASIL, 1943). 
Os elementos que devem estar presentes para caracterizar uma relação de trabalho são: 
• Pessoalidade: o contrato de trabalho exige uma relação entre empregador e empregado que deve ser pessoa física, como define a CLT. E deve ser desempenhado pela própria pessoa contratada.
• Não eventualidade ou habitualidade: esse elemento se refere à continuidade da prestação de trabalho pela pessoa física a seu empregador. • Subordinação: significa que o empregado recebe ordens do empregador e deve cumpri-las.
• Onerosidade: o empregado deve receber salário pelos serviços prestados ao empregador.
• Alteridade: quem assume os riscos da atividade econômica é o empregador.
 O empregador tem a responsabilidade de dirigir as atividades exercidas pelo empregado e esse poder é habitualmente dividido em três modalidades complementares:
Para todas essas práticas, os limites são a legislação trabalhista e a Constituição Federal, que protegem a dignidade da pessoa humana em todos os momentos da vida, inclusive nas relações de trabalho. 
É permitido chegarem de e-mail conferência de material 
 Também é permitido que, no exercício do poder de fiscalização, o empregador adote a colocação de câmeras em áreas comuns da empresa, vedado que isso seja feito de forma a ofender a privacidade do empregado. Inúmeras situações são registradas na Justiça do Trabalho que caracterizam o abuso das práticas de fiscalização do empregador. Elas devem ser punidas pelo Estado porque não são toleráveis. 
Diferentes formas de contratação de empregados
A lei permite a contratação de empregados de formas diferentes, por exemplo:
• Aprendiz: é aquele definido pelo artigo 428 da CLT. É o contrato de trabalho especial, ajustado por escrito e por prazo determinado, em que o empregador se compromete a assegurar ao maior de 14 anos e menor de 24 anos inscrito em programa de aprendizagem formação técnico-profissional metódica, compatível com o seu desenvolvimento físico, moral e psicológico. 
-- São assegurados todos os direitos trabalhistas e previdenciários, e o artigo 429 da CLT estabeleceu que os empregadores poderão ter um número de aprendizes equivalente a no mínimo 5% e no máximo 15% em relação ao número de trabalhadores.
• Empregado em regime de teletrabalho: é uma novidade implementada pela Lei n. 13.467, de 2017, que é chamada de Reforma Trabalhista. 
-- Trabalho realizado pelo empregado em seu domicílio e também os prestado em outros lugares como, por exemplo, em coworking ou cotrabalho.
 Estabelece a CLT, ainda, sobre o teletrabalho que: • “A prestação de serviços na modalidade de teletrabalho deverá constar expressamente do contrato individual de trabalho, que especificará as atividades que serão realizadas pelo empregado” (BRASIL, 2017). 
• Quando empregado e empregador desejarem poderá ser realizada a alteração entre regime presencial e de teletrabalho. 
• Também poderá ser realizada a alteração do regime de teletrabalho para o presencial por determinação do empregador: garantido prazo de transição mínimo de 15 dias, com correspondente registro em aditivo contratual. 
• O comparecimento às dependências do empregador para a realização de atividades específicas: que exijam a presença do empregado no estabelecimento não descaracterizam o teletrabalho. Por exemplo, reuniões ou atividade.
• O empregado em regime de teletrabalho assinará termo de responsabilidade comprometendo-se a seguir as instruções fornecidas pelo empregador. 
-- Seu período de trabalho poderá ser monitorado pela entrada e saída no sistema operacional da empresa (logon e logoff), o que permitirá que empregado e empregador tenham ciência não apenas da quantidade de horas mas também do período em que elas ocorrem. 
• Trabalhador temporário: É regulada pela Lein. 6.019, de 1974, que determina que a relação entre a pessoa física e a empresa intermediadora de mão de obra não caracteriza vínculo empregatício.
-- O contrato de trabalho temporário não poderá ser superior a 180 (cento e oitenta dias), podendo ser prorrogado por até 90 (noventa) dias, consecutivos ou não.
 -- O contrato celebrado pela empresa de trabalho temporário e a tomadora de serviços será por escrito, ficará à disposição da autoridade fiscalizadora no estabelecimento da tomadora de serviços e conterá, entre outros elementos, o motivo justificador da demanda de trabalho temporário.
 • Trabalhador por tempo parcial: Art. 58-A Considera-se trabalho em regime de tempo parcial aquele cuja duração não exceda a trinta horas semanais, sem horas suplementares semanais, ou, ainda, aquele cuja duração não exceda a vinte e seis horas semanais, com a possibilidade de acréscimo de até seis horas suplementares . 
A jornada em tempo parcial terá as seguintes opções: 
• se a jornada for de até 30 horas por semanais, a jornada mensal será de 150 horas; 
• se a jornada for de até 26 horas semanais, a jornada mensal será de 130 horas.
-- Os empregados contratados em tempo parcial também poderão converter 1/3 do período de férias em abono pecuniário. 
• Trabalhador intermitente: contrato de trabalho no qual a prestação de serviços, com subordinação, ocorre com alternância de períodos de prestação de serviços e de inatividade, determinados em horas, dias ou meses, independentemente do tipo de atividade do empregado e do empregador, exceto para os aeronautas, regidos por legislação própria (BRASIL, 2017).
-- E as obrigações trabalhistas – férias, descanso semanal remunerado, 13º salário – deverão ser calculadas proporcionalmente aos dias trabalhados. 
• Empregado doméstico: é a pessoa física que presta serviços de forma contínua, subordinada, onerosa e pessoal para pessoa ou família, no âmbito residencial, por mais de 2 dias da semana, nos termos da Lei Complementar n. 150, de 2015. -- A finalidade do trabalho prestado pela pessoa física não pode ser com fins lucrativos. 
-- É vedada a contratação de menor de 18 anos para o trabalho doméstico sendo determinado emanada da Convenção n. 182, de 1999, da Organização Internacional do Trabalho (OIT), adotada no Brasil pelo Decreto n. 6.481, de 2008. 
-- A duração normal do trabalho doméstico não poderá exceder 8 horas diárias e 44 horas semanais. 
-- As horas excedentes serão consideradas horas-extras e remuneradas, no mínimo, 50% superior ao valor da hora normal. 
• Empregado rural: é a pessoa física que presta serviços em caráter contínuo a empregador rural mediante dependência e salário. 
-- É regulado pela Lei n. 5.889, de 1973 e pelo Decreto n. 73.626, de 1974. 
• Estagiário Lei 11.788, de 2008, determina que: Estágio é ato educativo escolar supervisionado, desenvolvido no ambiente de trabalho, que visa à preparação para o trabalho produtivo de educandos que estejam frequentando o ensino regular em instituições de educação superior, de educação profissional, de ensino médio, da educação especial e dos anos finais do ensino fundamental, na modalidade profissional da educação de jovens e adultos.
 § 1o O estágio faz parte do projeto pedagógico do curso, além de integrar o itinerário formativo do educando. 
§ 2o O estágio visa ao aprendizado de competências próprias da atividade profissional e à contextualização curricular, objetivando o desenvolvimento do educando para a vida cidadã e para o trabalho. 
Art. 2o O estágio poderá ser obrigatório ou não obrigatório, conforme determinação das diretrizes curriculares da etapa, modalidade e área de ensino e do projeto pedagógico do curso. 
-- O estagiário que trabalhar durante um ano terá direito a 30 dias de recesso, com remuneração; tem hora de trabalho limitada a 6 horas por dia e 30 horas semanais; e direito a receber bolsa de estudos ou outra forma de contraprestação pelo trabalho. Além disso, é obrigatória a contratação de seguro de acidentes pessoais para o estagiário. • Trabalhador autônomo: não se caracteriza como empregado nos termos do artigo 3º da CLT, porque não estão presentes os elementos caracterizadores do vínculo empregatício. 
-- O artigo 442-B da CLT, modificado pela Reforma Trabalhista de 2017, estabeleceu que a contratação do autônomo, cumpridas por este todas as formalidades legais, com ou sem exclusividade, de forma contínua ou não, afasta a qualidade de empregado prevista no art. 3º desta Consolidação. 
 
 No caso de empregados sem registro, o artigo 47 da (CLT) estabelece multa de R$ 3.000,00 por empregado não registrado, acrescido de igual valor em cada reincidência.
-- Quando se tratar de microempresa ou empresa de pequeno porte esse valor será de R$ 800,00 (oitocentos reais) por empregado não registrado. 
Contrato de trabalho 
O artigo 442-A da Consolidação das Leis do Trabalho determina que contrato individual de trabalho é o acordo tácito ou expresso correspondente à relação de emprego.
 Só podem formalizar contratos de trabalho: 
-- Pessoas maiores de 18 anos, que tenham um objetivo lícito, formalizem o contrato de forma escrita ou verbal, tácita ou expressa, por prazo determinado ou indeterminado e, atualmente, também para serviço intermitente.
Nos contratos verbais e tácitos prevalecem os mesmos direitos e deveres para empregados e empregadores, não podendo as partes alegarem que não é preciso cumprir porque não estão escritos e expressos.
 Nos contratos por prazo determinado, o prazo máximo previsto é de dois anos com possibilidade de prorrogação apenas por uma vez, dentro do prazo determinado. 
Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS)
A Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS) é um documento que deve ser apresentado ao empregador, mediante contra recibo de entrega, para que sejam realizadas as anotações exigidas por lei tais como: data da admissão, remuneração e condições especiais de trabalho. 
-- Também deverão ser anotados na carteira de trabalho as férias, acidentes de trabalho, aumento de salário, promoções e demissão do empregado. 
Alterações dos contratos de trabalho
A CLT estabelece as circunstâncias em que isso poderá ocorrer. 
A primeira regra é que elas só poderão ocorrer por consentimento mútuo das partes e em nenhuma hipótese poderão representar prejuízo direto ou indireto ao empregado, sob pena de serem nulas. 
-- Não será considerada alteração unilateral a determinação do empregador para que o empregado volte ao cargo anteriormente ocupado e deixe a função de confiança que exercia. O retorno à tarefa anteriormente ocupada pelo empregado não dá a este o direito de manutenção da gratificação que recebia por ocupar cargo de confiança.
Em duas situações determinadas pela CLT o empregador poderá transferir os empregados sem prévia e expressa anuência destes:
 “(i) quando o empregado exercer cargo de confiança; ou, (ii) quando o contrato de trabalho tiver como condição, implícita ou explícita, a transferência em decorrência de real necessidade de serviço” (BRASIL, 2017). 
-- Nos casos em que a transferência seja decorrente de necessidade de serviço do empregador, por tempo determinado, a CLT obriga um pagamento suplementar não inferior a 25% do salário que o empregado recebia e enquanto durar a transferência, para auxiliar o empregado com as despesas decorrentes da mudança e adaptação ao novo domicílio.
Encerramento do contrato de trabalho 
Pode decorrer de vontade do empregador ou do empregado, porém, em ambas as hipóteses deverá ser aplicado o disposto no artigo 477 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).
--- No sentido de que o empregador deverá: proceder à anotação na Carteira de Trabalho e Previdência Social, comunicar a dispensa aos órgãos competentes e realizar o pagamento das verbas rescisórias no prazo de 10 dias contados do término do contrato. 
-- Tendo ocorrido o período de aviso prévio, contados da data final deste, as verbas rescisórias deverão ser pagas em dinheiro, depósito bancário ou cheque visado.
-- Sendo o empregado analfabeto,o pagamento somente poderá ser feito em dinheiro ou depósito bancário. 
 Nos casos em que a empresa tenha criado Plano de Demissão Voluntária (PDV) ou Plano de Demissão Incentivada (PDI), o pagamento dos valores pactuados pelas partes ensejará o valor jurídico de quitação plena e irrevogável de direitos decorrentes da relação de trabalho.
-- Habitualmente, a rescisão do contrato de trabalho por decisão do empregador ocorre por justa causa ou sem justa causa. 
Justa causa é a dispensa que decorre de ato incorreto do empregador, tipificado pela lei e que gera a possibilidade de imediata ruptura do contrato de trabalho. 
São hipóteses de aplicação de justa causa para rompimento do contrato de trabalho nos termos do artigo 482 da CLT: 
Ato de improbidade 
Pratica improbidade quem pratica ato ou omissão com intuito de causar prejuízo ao empregador, seja por mentira, adulteração de documentos, desvio de bens, entre outras semelhantes. 
• Incontinência de conduta ou mau procedimento: é o comportamento com conotação sexual do empregado, relacionado com o emprego.
• Negociação habitual por conta própria e quando constituir ato de concorrência à empresa para a qual trabalha o empregado ou for prejudicial ao serviço: caracteriza-se, principalmente, por ato de atividade concorrente, praticado dentro da empresa em benefício de outra que explora o mesmo ramo ou atividade.
• Condenação criminal do empregado, passada em julgado, caso não tenha havido suspensão da execução da pena: nesse caso, o empregado terá que cumprir a pena determinada pela justiça e não será possível manter o vínculo empregatício.
• Desídia no desempenho das respectivas funções: se caracteriza pela prática sucessiva e habitual de faltas leves, sem maior intencionalidade de prejuízo ao empregador, mas que, no entanto, caracterizam conduta inadequada para o desempenho de tarefas profissionais.
• Embriaguez habitual ou em serviço.
• Violação de segredo da empresa: feita de forma proposital e sabendo que tipo de consequência danosa poderá ocorrer para seu empregador, o empregado repassa informações sigilosas da empresa, cabe a aplicação da justa causa. 
• Ato de indisciplina ou de insubordinação: Se o empregado de forma clara, expressa, e intencional pratica a indisciplina ou insubordinação, dá ensejo a aplicação da justa causa. 
• Abandono de emprego: a jurisprudência brasileira tem entendido que o não comparecer por prazo igual ou superior a 30 dias é suficiente para caracterizar que o empregado não tem intenção de retornar.
• Ato lesivo da honra ou da boa fama praticado no serviço contra qualquer pessoa, ou ofensas físicas, salvo em caso de legítima defesa: são atos de agressão física ou verbal que devem estar devidamente comprovados, que não sejam ocasionados por legítima defesa.
 • Prática constante de jogos de azar: é essencial que a prática ocorra dentro da empresa, com intenção de lucro. 
• Perda da habilitação ou dos requisitos estabelecidos em lei para o exercício da profissão, em decorrência de conduta dolosa do empregado: 
Exemplo: como prosseguir com o vínculo empregatício de motorista que não pode mais guiar por ter perdido a habilitação em razão de excesso de multas por infração de trânsito? 
• Prática de atos atentatórios à segurança nacional: caberá a aplicação de justa causa para empregado que atenta contra a segurança nacional praticando, por exemplo, atos terroristas devidamente comprovados em inquérito. 
Demissão sem justa causa: o empregado tem direito ao saldo de salário, férias vencidas e/ou proporcionais, 13º salário, aviso prévio, depósitos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço mais a multa de 40%, juros e correção monetária. 
-- Rescisão do contrato de trabalho por acordo entre empregado e empregador, conforme prevê o artigo 484-A, da CLT: 
O empregado pode pedir demissão: 
-Terá direito a verba rescisória com férias vencidas e proporcionais e ao 13º salário proporcional. 
-Não terá direito à indenização; aos 40% de multa sobre os depósitos fundiários, ao levantamento do FGTS e às guias do seguro desemprego.
O contrato de trabalho pode ser rompido por rescisão indireta: nos casos em que o empregado comprova a falta grave do empregador em relação aos deveres que havia assumido.
-- A rescisão indireta enseja o pagamento de aviso prévio, férias proporcionais, 13º salário proporcional, levantamento do FGTS acrescido de multa de 40% e seguro desemprego. 
Duração da jornada de trabalho 
A duração da jornada de trabalho é regulada pelo artigo 57 da Consolidação das Leis do Trabalho.
-- Tempo máximo legalmente permitido: 8 horas, sendo possível, porém, que sejam fixados no contrato de trabalho outros limites. 
-- Poderá ser excedida pelo trabalhador: até 2 horas diárias.
O pagamento das chamadas horas extras: Será, no mínimo, 50% maior que o valor pago pela hora normal, mas é importante ressaltar que são vedadas por lei, artigo 59 da CLT, mais que 2 horas extras por dia, limite de 10 horas extras semanais. 
SENDO COMPESADO EM ATÉ 01 ANO.
Banco de horas: representa as horas extras que não serão pagas em dinheiro, mas permitirão ao trabalhador compensá-las em datas previamente acordadas com seu empregador. 
-- Segundo previsto no parágrafo 5º, do artigo 59 da CLT, pode ser estabelecido por acordo escrito entre o empregado e o empregador e, nesse caso, a compensação das horas trabalhadas a mais deverá ser ocorrer em no máximo 6 (seis) meses. 
Caso ocorra a rescisão do contrato de trabalho antes que o empregado tenha compensado as horas extras trabalhadas: ele terá direito ao pagamento dessas horas, calculadas sobre o valor da remuneração na data da rescisão.
Para os empregados urbanos: poderá ser adotado regime de trabalho noturno, compreendido como aquele praticado das 22 (vinte e duas) horas de um dia até as 5 (cinco) horas do dia seguinte. 
-- A remuneração nesse caso será superior à do trabalho diurno, acrescida em 20% a hora trabalhada. A hora noturna tem 52 minutos e 30 segundos. 
Para os trabalhadores rurais: o horário noturno é aquele que acontece entre as 21 (vinte e uma) horas de um dia às 05 (cinco) horas do dia seguinte. 
-- O acréscimo ao valor da hora trabalhada é de 25%, mas não há redução de minutos na hora noturna do trabalho rural. 
O artigo 58, parágrafo 2º da CLT, com redação modificada pela Reforma Trabalhista de 2017, determina que: 
§ 2º O tempo despendido pelo empregado desde a sua residência até a efetiva ocupação do posto de trabalho e para o seu retorno, caminhando ou por qualquer meio de transporte, inclusive o fornecido pelo empregador, não será computado na jornada de trabalho, por não ser tempo à disposição do empregador.
Intervalos para descanso
O artigo 71 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) determina que em qualquer trabalho contínuo, cuja duração exceda 6 (seis) horas, é obrigatória a concessão de um intervalo para repouso ou alimentação, que será no mínimo de 1 (uma) hora. 
-- O texto da lei determina a obrigatoriedade de pagamento de natureza indenizatória, no valor de 50% sobre o valor da remuneração da hora normal aplicada apenas ao período suprimido, para os casos em que não for respeitado o horário mínimo de 1 (uma) e máximo de 2 (duas) horas de repouso ou alimentação na jornada de trabalho. 
Descanso semanal remunerado
É o período de tempo em que o empregado não precisa prestar serviços, deve ocorrer uma vez por semana e, preferencialmente, coincidir com domingos e feriados. 
Férias
Determina o artigo 130 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) que após cada período de 12 meses de vigência do contrato de trabalho, o empregado terá direito a férias, na proporção dos dias que tiver faltado ao trabalho, de 30 dias no máximo ao mínimo de 12 dias corridos. 
-- A lei proíbe que seja descontado do período de férias as faltas que o empregado tiver praticado durante o ano e, determina que o período de férias seja computado como tempo de serviço. 
-- A empresa também poderá oferecer período de férias coletivas não inferior a 10 (dez) dias consecutivos. As férias coletivaspoderão ser para toda a empresa ou apenas para determinados setores.
Direito coletivo do trabalho
É o nome que se dá à área do Direito do Trabalho que regula as atividades coletivas, como acordos ou convenções coletivas de uma determinada categoria de trabalhadores, negociação coletiva de salários, entre outras possibilidades. 
 -- A Constituição Federal brasileira determina em seu artigo 8º que é livre a associação profissional ou sindical, mas ninguém será obrigado a se filiar ou a se manter filiado. 
A atuação dos sindicatos é decisiva na elaboração de convenções ou acordos coletivos de trabalho, porque estes, em conformidade com o artigo 611 da CLT, podem prevalecer sobre a lei quando dispuserem sobre os seguintes assuntos, entre outros relacionados no artigo de lei: 
-- pacto quanto à jornada de trabalho; 
-- banco de horas anual; 
-- plano de cargos, salários e funções compatíveis com a condição pessoal do empregado, bem como identificação dos cargos que se enquadram como funções de confiança; 
-- teletrabalho, regime de sobreaviso e trabalho intermitente;
-- remuneração por produtividade, incluídas as gorjetas percebidas pelo empregado e remuneração por desempenho individual; 
 -- entre outras estabelecidas na lei. 
 Quando não há acordo ou convenção coletiva negociada entre empregadores e empregados, o assunto é levado para a justiça do trabalho que decidirá por meio de dissídio coletivo. 
-- Dissídio é uma forma de solução de conflito, porém, adotada pelo poder judiciário trabalhista e não decorrente da vontade das partes. 
 A Constituição Federal assegura o direito de greve competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam defender por meio da greve.
-- Essa determinação do artigo 9º da Lei Maior do país é um convite a responsabilidade e o uso comedido da greve. 
-- Determina a Constituição Federal, ainda, que a lei definirá os serviços ou atividades essenciais e disporá sobre o atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade, durante o período de greve da categoria profissional e que os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às penas previstas na lei.
 Assédio moral e assédio sexual nas relações de trabalho
-- Ser o empregado mais agressivo nas práticas de liderança e motivação empresarial não pode representar nenhuma forma de agressão ou desrespeito aos subordinados ou membros da mesma equipe. 
Assédio moral é o comportamento abusivo e humilhante praticados de forma reiterada, seja por palavras e atitudes seja por gestos ou expressão corporal. 
Algumas práticas de assédio moral mais conhecidas são: 
• Cobrança por metas abusivas estabelecidas pelos superiores. 
• Apelidos ou referências pejorativas. 
• Críticas públicas ou ridicularização do empregado. 
• Brincadeiras agressivas, piadas que colocam o assediado em situação de ridículo, de inferioridade ou humilhação. 
Devem ser totalmente coibidas práticas como: 
-- ligar para o empregado ausente por doença para convencê-lo a voltar ao trabalho; 
-- humilhar o empregado na frente de clientes ou colegas; 
-- insinuar que o empregado pratica atos ilícitos na empresa; 
-- entre tantas outras que poderão ser facilmente encontradas nos portais dos tribunais do trabalho.
O assédio sexual é tipificado como crime no Código Penal, artigo 216-A: 
Art. 216-A. Constranger alguém com o intuito de obter vantagem ou favorecimento sexual, prevalecendo-se o agente da sua condição de superior hierárquico ou ascendência inerentes ao exercício de emprego, cargo ou função. 
Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos.
-- A pena será aumentada em um terço se a vítima do assédio sexual for menor de 18 (dezoito) anos. O uso de violências nessas circunstâncias, caracteriza o crime de estupro previsto no artigo 213 do Código Penal. 
Dano extrapatrimonial nas relações de trabalho
A Lei n. 13.467, de 2017, a chamada Reforma Trabalhista, criou um Título na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), para tratar exclusivamente do dano extrapatrimonial. 
-- Os danos extrapatrimoniais tratados nesse item da CLT serão aqueles decorrentes da relação de trabalho. 
A norma define que os empregados que causarem danos extrapatrimoniais a seus empregadores e vice-versa, serão obrigados a indenizar os danos causados. A lei se aplica aos casos de ação ou omissão. 
Bens juridicamente tutelados para a pessoa física
 -- são a honra, a imagem, a intimidade, a liberdade de ação, a autoestima, a sexualidade, a saúde, o lazer e a integridade física.
E para as pessoas jurídicas são:
a imagem, a marca, o nome, o segredo empresarial e o sigilo da correspondência.
Para decidir o pedido de indenização por danos extrapatrimoniais, o juiz deverá avaliar: 
-- a natureza do bem jurídico tutelado; 
-- a intensidade do sofrimento ou da humilhação; 
-- os reflexos pessoais e sociais da ação; 
-- a extensão e duração dos efeitos da ofensa; 
-- o perdão, tácito ou expresso; 
-- a situação econômica das partes envolvidas; 
-- e o grau de publicidade da ofensa.
 A lei fixa, ainda, graus de indenização em conformidade com a gravidade da ofensa, podendo variar de 3 (três) a 50 (cinquenta) vezes o último salário contratual do ofendido.
 Para as pessoas jurídicas, a indenização será fixada com observância do grau de gravidade da ofensa. Havendo reincidência, haverá aumento do valor da indenização.

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