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Aula 15 Direito Tributário p/ Receita Federal (Auditor Fiscal) 2021 - Pré-Edital Autor: Fábio Dutra Aula 15 19 de Abril de 2021 Material adquirido em http://tiny.cc/RTCursos2021 1 54 AULA 15: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS DE COMPETÊNCIA DA UNIÃO Sumário OBSERVAÇÕES SOBRE A AULA .................................................................................................................. 3 1 – CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS DE COMPETÊNCIA DA UNIÃO ........................................................... 4 1.1 – Contribuições para o custeio da seguridade social ..................................................................... 5 1.2 - PIS/PASEP e COFINS ......................................................................................................................... 5 1.2.1 – Contribuição ao PIS/PASEP ...................................................................................................... 6 1.2.2 – Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS) ............................... 7 1.2.3 – Base de Cálculo PIS/COFINS ................................................................................................... 8 1.2.3.1 – Base de Cálculo - Regime Cumulativo ................................................................................ 9 1.2.3.2 – Base de Cálculo - Regime Não Cumulativo ...................................................................... 10 1.2.4 – Contribuintes do PIS/PASEP e COFINS................................................................................ 12 1.2.4.1 – Contribuintes – Regime Cumulativo .................................................................................. 13 1.2.4.2 – Contribuintes – Regime Não Cumulativo ......................................................................... 16 1.2.5 – PIS-Importação e COFINS-Importação ................................................................................. 18 1.2.6 – Suspensão de PIS/PASEP e COFINS ..................................................................................... 19 1.2.6.1 – Industrialização por Encomenda de Veículos ................................................................... 19 1.2.6.2 – Pessoa Jurídica Preponderantemente Exportadora ........................................................ 20 1.2.6.3 – REPORTO ............................................................................................................................... 21 1.2.6.4 – REPES ...................................................................................................................................... 21 1.2.6.5 – RECAP ..................................................................................................................................... 22 1.2.7 – Imunidade de PIS/PASEP e COFINS ..................................................................................... 23 1.2.8 – Isenção de PIS/PASEP e COFINS .......................................................................................... 23 1.2.9 – Regra Específica ........................................................................................................................ 24 1.3 – Contribuição sobre o Lucro Líquido (CSLL) ................................................................................. 26 1.3.1 – Incidência da CSLL ................................................................................................................... 26 1.3.2 – Sujeito Passivo .......................................................................................................................... 28 1.3.3 – Base de Cálculo ........................................................................................................................ 28 1.3.4 - Alíquotas ..................................................................................................................................... 28 1.4 – Contribuições por Lei Devidas a Terceiros .................................................................................. 29 1.5 – Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico (CIDE) ................................................ 30 1.5.1 – CIDE-Combustíveis .................................................................................................................. 31 1.5.1.1 – Fato Gerador .......................................................................................................................... 32 1.5.1.2 – Base de Cálculo ..................................................................................................................... 32 1.5.1.3 – Alíquotas ................................................................................................................................. 32 1.5.1.4 – Contribuintes ......................................................................................................................... 34 1.5.2.2 – CIDE-Royalties ....................................................................................................................... 34 2 – QUESTÕES COMPLEMENTARES COMENTADAS........................................................................... 36 3 - LISTA DAS QUESTÕES COMPLEMENTARES .................................................................................... 47 Fábio Dutra Aula 15 Direito Tributário p/ Receita Federal (Auditor Fiscal) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1658294 Material adquirido em http://tiny.cc/RTCursos2021 2 54 4 - GABARITO DAS QUESTÕES COMPLEMENTARES .......................................................................... 54 Fábio Dutra Aula 15 Direito Tributário p/ Receita Federal (Auditor Fiscal) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1658294 Material adquirido em http://tiny.cc/RTCursos2021 ==194db6== 3 54 OBSERVAÇÕES SOBRE A AULA Olá, pessoal! Sejam muito bem-vindos à nossa aula aqui no Estratégia Concursos! Hoje nós estudaremos especificamente o assunto "contribuições sociais". Aprofundaremos o estudo dentro da legislação tributária! Vamos nessa? "Se você realmente quer algo, não espere. Ensine você mesmo a ser impaciente" – Gurbaksh Chahal, Empreendedor Fábio Dutra Aula 15 Direito Tributário p/ Receita Federal (Auditor Fiscal) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1658294 Material adquirido em http://tiny.cc/RTCursos2021 4 54 1 – CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS DE COMPETÊNCIA DA UNIÃO É muito provável que, ao ler o título acima, você tenha imaginado: “Já estudei esse assunto na Aula 0. Será tudo repetido?” Não. Na verdade, a ESAF cobrou, durante os concursos que realizou para o cargo de Auditor-Fiscal, alguns detalhes específicos sobre o tema, motivo que nos leva a aprofundar mais o estudo, a fim de que você não enfrente qualquer dificuldade na próxima prova, ok? Nos últimos quatro certames realizados para provimento do cargo Auditor-Fiscal (2005, 2009, 2012 e 2014), sob responsabilidade da ESAF, o item 5 do edital de Direito Tributário solicitou o conhecimento dos seguintes tributos: 5. Contribuições Sociais. 5.1. Contribuição para o Pis/Pasep. 5.2. Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social – Cofins. 5.3. Contribuição Social sobre o Lucro Líquido. 5.4. Contribuições sociais previstas nas alíneas "a", "b" e "c" do parágrafo único do art.11 da Lei n. 8.212, de 24 de julho de 1991, e as instituídas a título de substituição. 5.5. Contribuições por lei devidas a terceiros (art.3º, § 1º, da Lei n. 11.457, de 16 de março de 2007). 5.6. Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico. Observação: Até 31 de dezembro de 2007, havia a cobrança da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira). Por isso, o edital de 2005 incluía esta contribuição, que hoje, frise-se, encontra-se extinta. Um detalhe bastante “estranho” foi a ESAF classificar as CIDEs como espécies decontribuições sociais, já que inseriu aquelas como subtópico destas. Isso não é nada comum. Menos comum ainda é a ESAF repetir isso há quase 10 anos. De qualquer modo, lembre-se que o entendimento majoritário da doutrina – e foi como aprendemos na Aula 0 é o de que as CIDEs não se confundem com contribuições sociais. É importante destacar que todos os subtópicos supracitados se referem à contribuições para custeio da seguridade social, com exceção das contribuições de terceiros (5.5), que tem por objetivo o financiamento de ensino profissionalizante e serviços, e as CIDES. Hoje iremos estudar o seguinte de uma forma mais aprofundada esses tópicos do edital, com exceção do tópico 5.4, que se refere às contribuições previdenciárias, matéria que é estudada na disciplina Direito Previdenciário. Fábio Dutra Aula 15 Direito Tributário p/ Receita Federal (Auditor Fiscal) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1658294 Material adquirido em http://tiny.cc/RTCursos2021 5 54 Mesmo não sendo a ESAF a banca que irá realizar o próximo concurso, pelo fato de estarmos nos preparando para um cargo do fisco federal, é imprescindível conhecermos o assunto! Vamos começar! 1.1 – Contribuições para o custeio da seguridade social Antes de estudarmos as contribuições sociais que foram instituídas com a finalidade de custear a seguridade social, vejamos as fontes de custeio estabelecidas pelo legislador constituinte (CF/88, art. 195): 1. Importador de bens e serviços do exterior (art. 195, IV); 2. Receita de concursos prognósticos, ou seja, loterias (art. 195, III); 3. Trabalhador e demais segurados da previdência social (art. 195, II); 4. Empregador e empresa e a estes equiparados pela lei (art. 195, I). Conhecidas as fontes de custeio, passemos ao estudo das principais contribuições para a seguridade social. As fontes de custeio da seguridade social resumem-se nas previstas no caput do art. 195, da CF/88? Não! O art. 195, § 4º, da CF/88, permite a criação de novas fontes de custeio da seguridade social, desde que tal instituição se dê por meio de lei complementar, e que tais contribuições, ditas “residuais”, sejam não cumulativas e que, além disso, não tenha base de cálculo ou fato gerador próprios das demais contribuições já previstas no texto constitucional. 1.2 - PIS/PASEP e COFINS Neste tópico, estudaremos essas duas contribuições destinadas ao custeio da seguridade social. É importante ressaltar que é praticamente impossível memorizar toda a legislação atinente à contribuição ao PIS/PASEP e à COFINS. É muita coisa mesmo! Daria um curso completo apenas sobre tais contribuições. Portanto, vamos focar naquilo que possui maior probabilidade de cair na prova! Combinado? ☺ De antemão, é importante saber que existem dois importantes regimes de incidência tributária do PIS/PASEP e da COFINS, a saber: incidência cumulativa e incidência não cumulativa. A principal distinção entre eles é que no regime de incidência cumulativa não se permite a compensação do montante de tributo pago na etapa anterior da cadeia, ao passo que no regime de incidência não cumulativa tal compensação existe, justamente com o objetivo de conferir não cumulatividade à incidência dessas contribuições. Fábio Dutra Aula 15 Direito Tributário p/ Receita Federal (Auditor Fiscal) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1658294 Material adquirido em http://tiny.cc/RTCursos2021 6 54 Observação: A contribuição ao PIS/PASEP também pode incidir sobre a folha de pagamento, à alíquota de 1%, nos casos de entidades sem fins lucrativos, a exemplo dos templos de qualquer culto, não contribuindo com as contribuições ao PIS/PASEP e COFINS sobre suas receitas. Tal previsão consta no art. 13, da MP 2.158-35/01. Sem o objetivo de esmiuçarmos as diversas exceções legais, a regra é que as pessoas jurídicas que apuram o IRPJ com base no lucro presumido ou arbitrado submetem-se à incidência cumulativa do PIS/PASEP e da COFINS. Por outro lado, as pessoas jurídicas que apuram o IRPJ com base no lucro real submetem-se à incidência dessas contribuições com base no regime não cumulativo. Outro detalhe interessante é que, não obstante tais contribuições tenham sido inicialmente instituídas por lei complementar, atualmente, podem ser alteradas por lei ordinárias, já que a CF/88 elas incidem sobre as fontes de financiamento previstas nos incisos do caput do art. 195, da própria CF. Vamos estudar um pouco mais sobre tais contribuições? ☺ 1.2.1 – Contribuição ao PIS/PASEP A contribuição ao PIS (Programa de Integração Social) foi criada em 1970, pela LC nº 7, com o objetivo de promover a integração do empregado na vida e no desenvolvimento das empresas. A contribuição ao PASEP (Pograma de Formação do Patrimônio do Servidor Público), por sua vez, foi também criada em 1970, pela LC nº 8, tendo objetivos semelhante à contribuição para o PIS, estando, no entanto, direcionada aos servidores públicos. Posteriormente, as duas contribuições foram unificadas, pela LC 26/75, passando a ser denominada contribuição para o PIS/PASEP. Com a promulgação da CF/88, ficou estabelecido, no caput do art. 239, que a referida contribuição terá como objetivo o financiamento do programa do seguro-desemprego e o abono do PIS, que é concedido, como se observa no § 3º, do art. 239, da CF/88, aos empregados que recebem até dois salários mínimos de remuneração mensal, desde que seus empregadores contribuam com o PIS/PASEP: Art. 239. A arrecadação decorrente das contribuições para o Programa de Integração Social, criado pela Lei Complementar nº 7, de 7 de setembro de 1970, e para o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público, criado pela Lei Complementar nº 8, de 3 de dezembro de 1970, passa, a partir da promulgação desta Constituição, a financiar, nos termos que a lei dispuser, o programa do seguro-desemprego, outras ações da previdência social e o abono de que trata o § 3º deste artigo. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) (...) § 3º - Aos empregados que percebam de empregadores que contribuem para o Programa de Integração Social ou para o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público, até dois salários mínimos de remuneração mensal, é assegurado o pagamento de um Fábio Dutra Aula 15 Direito Tributário p/ Receita Federal (Auditor Fiscal) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1658294 Material adquirido em http://tiny.cc/RTCursos2021 7 54 salário mínimo anual, computado neste valor o rendimento das contas individuais, no caso daqueles que já participavam dos referidos programas, até a data da promulgação desta Constituição. De acordo com a Emenda Constitucional 103/2019, dos recursos previstos acima, no mínimo 28% serão destinados para o financiamento de programas de desenvolvimento econômico, por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), com critérios de remuneração que preservem o seu valor. O estudo da base de cálculo da contribuição ao PIS/PASEP será realizado adiante. Quanto às alíquotas da contribuição, precisamos saber que podem variar conforme o regime de tributação (cumulativo ou não cumulativo), sendo 0,65% para o regime cumulativo e 1,65% para o regime não cumulativo. Também explicaremos adiante a distinção entre ambos os regimes. Acrescentamos que a fonte de custeio da contribuição ao PIS/PASEP é a empresa e os que forem a estes equiparados pela lei. Ademais, como se trata de tributo federal, tal contribuição é arrecadada e fiscalizada pela Secretaria da Receita Federal do Brasil – SRFB, devendo ser seguidas, portanto, as normas específicas emitidas pela RFB. 1.2.2 – Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS) A Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS) foi instituída pela LC 70/1991, substituindo o FINSOCIAL. Trata-se de mais uma contribuição devida pelas empresas,sendo esta a fonte de custeio da COFINS. O estudo da base de cálculo da COFINS será realizado adiante. Quanto às alíquotas da contribuição, precisamos saber que podem variar conforme o regime de tributação (cumulativo ou não cumulativo), sendo 3% para o regime cumulativo e 7,6% para o regime não cumulativo. Também explicaremos adiante a distinção entre ambos os regimes. Por incrível que pareça, já caíram em provas detalhes extremamente específicos sobre a COFINS, como o art. 2º do Ato Declaratório Interpretativo SRF nº 25/2003, cuja redação é a seguinte: Art. 2º Não há incidência da Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (Cofins) e da Contribuição para o PIS/Pasep sobre os valores recuperados a título de tributo pago indevidamente. Prezado aluno, é preciso ter consciência de que é impossível estudar todos os detalhes sobre cada tributo, sobretudo no que se refere às contribuições PIS/PASEP e COFINS, com legislação extremamente complexa. Para fins de concursos públicos, devemos aprender o principal, o que é mais relevante, e, como sempre, não deixar de abordar os detalhes que já foram cobrados, pois a banca costuma repetir questões! Fábio Dutra Aula 15 Direito Tributário p/ Receita Federal (Auditor Fiscal) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1658294 Material adquirido em http://tiny.cc/RTCursos2021 8 54 Não custa relembrar que, como se trata de tributo federal, tal contribuição é arrecadada e fiscalizada pela Secretaria da Receita Federal do Brasil – SRFB, devendo ser seguidas, portanto, as normas específicas emitidas pela RFB. 1.2.3 – Base de Cálculo PIS/COFINS Inicialmente, quando se fala em faturamento, devemos nos lembrar que a redação original da CF/88, em seu art. 195, I, era prevista apenas a contribuição sobre o faturamento (e não a receita bruta como um todo). A diferença reside basicamente no fato de que o faturamento englobaria apenas a receita operacional, resultando da venda de mercadorias e prestação de serviços, e a receita bruta englobaria o somatório de todas as receitas auferidas pela pessoa jurídica, alcançando, por exemplo, as receitas financeiras. Ocorre que a EC 20/98 alterou a redação do inciso I, do art. 195, desmembrando-o em várias alíneas, incluindo, a partir de então, a possibilidade de se cobrar contribuições sobre a receita ou o faturamento. Nesse contexto, importa-nos saber uma jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, acerca da inconstitucionalidade da inclusão do ICMS na base de cálculo do PIS/Cofins: EMENTA: RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM REPERCUSSÃO GERAL. EXCLUSÃO DO ICMS NA BASE DE CÁLCULO DO PIS E COFINS. DEFINIÇÃO DE FATURAMENTO. APURAÇÃO ESCRITURAL DO ICMS E REGIME DE NÃO CUMULATIVIDADE. RECURSO PROVIDO. 1. Inviável a apuração do ICMS tomando-se cada mercadoria ou serviço e a correspondente cadeia, adota-se o sistema de apuração contábil. O montante de ICMS a recolher é apurado mês a mês, considerando-se o total de créditos decorrentes de aquisições e o total de débitos gerados nas saídas de mercadorias ou serviços: análise contábil ou escritural do ICMS. 2. A análise jurídica do princípio da não cumulatividade aplicado ao ICMS há de atentar ao disposto no art. 155, § 2º, inc. I, da Constituição da República, cumprindo-se o princípio da não cumulatividade a cada operação. 3. O regime da não cumulatividade impõe concluir, conquanto se tenha a escrituração da parcela ainda a se compensar do ICMS, não se incluir todo ele na definição de faturamento aproveitado por este Supremo Tribunal Federal. O ICMS não compõe a base de cálculo para incidência do PIS e da COFINS. (...) (STF, Plenário, RE 574.706/PR, com repercussão geral reconhecida, Rel. Min. Cármem Lúcia, Julgamento em 15/03/2017) Após fazermos esse breve relato quanto à alteração no texto constitucional, é importante sabermos que as duas contribuições como possuem praticamente a mesma base de cálculo, distinguindo-se basicamente com base no regime de tributação utilizado: cumulativo ou não cumulativo. Veremos apenas que as parcelas excluídas da base de cálculo no regime cumulativo se distinguem das parcelas excluídas da base de cálculo no regime não cumulativo. Você já deve saber que a diferença básica entre os dois regimes é que no regime não cumulativo, a incidência das contribuições ao PIS/PASEP e COFINS obedece ao critério da não cumulatividade, permitindo a Fábio Dutra Aula 15 Direito Tributário p/ Receita Federal (Auditor Fiscal) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1658294 Material adquirido em http://tiny.cc/RTCursos2021 9 54 compensação do que foi pago na operação anterior com o que será devido nas operações seguintes. A operacionalização dessa incidência se dá por meio do mecanismo dos débitos e créditos, semelhante ao que ocorre com o ICMS e IPI. No regime cumulativo, por outro lado, não há essa permissão. Isso justifica o porquê de as alíquotas no regime cumulativo serem inferiores! Vamos relembrar?! Regime Cumulativo: 0,65% (PIS/PASEP) e 3% (COFINS) Regime Não Cumulativo: 1,65% (PIS/PASEP) e 7,6% (COFINS) Em regra, o regime não cumulativo é aplicável às pessoas jurídicas que apurem o IRPJ com base no lucro real. Assim, se uma pessoa jurídica é tributada com base no lucro presumido ou arbitrado, estará sujeita ao regime cumulativo. Não se preocupe, falaremos um pouco mais sobre isso quando o assunto for "contribuinte". 1.2.3.1 – Base de Cálculo - Regime Cumulativo Antes do advento da Lei 12.793/2014, a base de cálculo das contribuições PIS/COFINS no regime cumulativo era o faturamento, sendo este definido como o produto da venda de bens e o preço dos serviços prestados. Ocorre que a Lei 12.793/2014 alterou o conceito de receita bruta, previsto no art. 12, do Decreto-Lei 1.598/77, de modo que este passou a ser compreendido como: I - o produto da venda de bens nas operações de conta própria; II - o preço da prestação de serviços em geral; III - o resultado auferido nas operações de conta alheia; e IV - as receitas da atividade ou objeto principal da pessoa jurídica não compreendidas nos incisos I a III. Dessa forma, a redação atual do art. 3º, da Lei 9.718/98, define que o faturamento utilizado para o cálculo das contribuições para o PIS/PASEP e COFINS compreende a receita bruta definida acima. Isso significa que a Lei 12.793/2014 promoveu um evidente alargamento na base de cálculo dessas contribuições já que agora não se resume no resultado da venda de bens e prestação de serviços, mas alcança todas as outras receitas da atividade ou objeto principal da pessoa jurídica. Precisamos conhecer ainda as parcelas excluídas da base de cálculo das contribuições ao PIS/PASEP e COFINS no regime cumulativo (IN RFB 1911/2019, art. 27): Fábio Dutra Aula 15 Direito Tributário p/ Receita Federal (Auditor Fiscal) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1658294 Material adquirido em http://tiny.cc/RTCursos2021 10 54 I - vendas canceladas; II - devoluções de vendas, na hipótese do regime de apuração cumulativa; III - descontos incondicionais concedidos; IV - reversões de provisões, que não representem ingresso de novas receitas; V - recuperações de créditos baixados como perda, que não representem ingresso de novas receitas; VI - as receitas decorrentes da venda de bens do ativo não circulante, classificado como investimento, imobilizado ou intangível; VII - venda de bens classificados no ativo não circulante que tenha sido computada como receita; VIII - receitas auferidas pela pessoa jurídica revendedora, na revenda de mercadorias em relação às quais a contribuição seja exigida da empresa vendedora, na condição de substituta tributária; IX - receita decorrente da transferência onerosa a outros contribuintes do ICMS de créditos de ICMS originados de operações de exportação, conforme o disposto no inciso II do § 1º do art. 25 da Lei Complementar nº 87, de13 de setembro de 1996 (Lei Kandir); X - receita reconhecida pela construção, recuperação, ampliação ou melhoramento da infraestrutura, cuja contrapartida seja ativo intangível representativo de direito de exploração, no caso de contratos de concessão de serviços públicos; XI - resultado positivo da avaliação de investimentos pelo valor do patrimônio líquido e os lucros e dividendos derivados de participações societárias, que tenham sido computados como receita; e XII - financeiras decorrentes do ajuste a valor presente de que trata o inciso VIII do caput do art. 183 da Lei nº 6.404/1976, referentes a receitas excluídas da base de cálculo da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins. 1.2.3.2 – Base de Cálculo - Regime Não Cumulativo Os regimes não cumulativos das contribuições ao PIS/PASEP e COFINS foram instituídos posteriormente, pela Lei 10.637/2002 e Lei 10.833/2003, respectivamente. Até 2002, o PIS/PASEP e a COFINS só eram apurados na sistemática cumulativa, não havendo aproveitamento de créditos. A redação original dos arts. 1º de ambas as normas definia como base de cálculo o faturamento mensal, assim entendido, neste caso (regime não cumulativo), como o total das receitas auferidas pela pessoa jurídica, independentemente de sua denominação ou classificação contábil. Ou seja, já incidiu sobre a totalidade das receitas, e não apenas sobre o resultado da venda de bens e prestação de serviços. Após a alteração em suas redações, ficou definido como a base de cálculo das referidas contribuições o total das receitas auferidas no mês pela pessoa jurídica, independentemente de sua denominação ou classificação contábil. Fábio Dutra Aula 15 Direito Tributário p/ Receita Federal (Auditor Fiscal) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1658294 Material adquirido em http://tiny.cc/RTCursos2021 11 54 Precisamos conhecer ainda as parcelas excluídas da base de cálculo das contribuições ao PIS/PASEP e COFINS no regime não cumulativo, que incluem aquelas já vistas no regime cumulativo (IN RFB 1911/2019, art. 27), além de outras que veremos no decorrer deste tópico: I - vendas canceladas; II - devoluções de vendas, na hipótese do regime de apuração cumulativa; III - descontos incondicionais concedidos; IV - reversões de provisões, que não representem ingresso de novas receitas; V - recuperações de créditos baixados como perda, que não representem ingresso de novas receitas; VI - as receitas decorrentes da venda de bens do ativo não circulante, classificado como investimento, imobilizado ou intangível; VII - venda de bens classificados no ativo não circulante que tenha sido computada como receita; VIII - receitas auferidas pela pessoa jurídica revendedora, na revenda de mercadorias em relação às quais a contribuição seja exigida da empresa vendedora, na condição de substituta tributária; IX - receita decorrente da transferência onerosa a outros contribuintes do ICMS de créditos de ICMS originados de operações de exportação; X - receita reconhecida pela construção, recuperação, ampliação ou melhoramento da infraestrutura, cuja contrapartida seja ativo intangível representativo de direito de exploração, no caso de contratos de concessão de serviços públicos; XI - resultado positivo da avaliação de investimentos pelo valor do patrimônio líquido e os lucros e dividendos derivados de participações societárias, que tenham sido computados como receita; e XII - financeiras decorrentes do ajuste a valor presente, referentes a receitas excluídas da base de cálculo da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins. Conforme mencionamos, além das exclusões acima, as pessoas jurídicas sujeitas ao regime não cumulativo ainda podem excluir as seguintes parcelas: I - relativas aos ganhos decorrentes de avaliação de ativo e passivo com base no valor justo; II - de subvenções para investimento, inclusive mediante isenção ou redução de impostos, concedidas como estímulo à implantação ou expansão de empreendimentos econômicos e de doações feitas pelo poder público; III - relativas ao valor do IRPJ que deixar de ser pago em virtude das isenções e reduções referentes ao lucro da exploração; e IV - relativas ao prêmio na emissão de debêntures. Fábio Dutra Aula 15 Direito Tributário p/ Receita Federal (Auditor Fiscal) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1658294 Material adquirido em http://tiny.cc/RTCursos2021 12 54 1.2.4 – Contribuintes do PIS/PASEP e COFINS O art. 6º, da IN RFB 1911/2019, estabelece que são contribuintes da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins incidentes sobre a receita ou faturamento as pessoas jurídicas de direito privado e as que lhes são equiparadas pela legislação do Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ). Esta regra é bastante abrangente e alcança as empresas públicas, as sociedades de economia mista e suas subsidiárias, as sociedades civis de profissões legalmente regulamentadas, bem como as sociedades cooperativas. E não para por aí! A IN RFB 1911/19 também esclarece que são considerados contribuintes: I - as empresas comerciais exportadoras; II - as entidades submetidas aos regimes de liquidação extrajudicial e de falência, em relação às operações efetuadas durante o período em que perdurarem os procedimentos para a realização do seu ativo e o pagamento do passivo; e III - as sociedades em conta de participação, devendo o sócio ostensivo efetuar o pagamento das contribuições incidentes sobre a receita bruta do empreendimento, não sendo permitida a exclusão de valores devidos a sócios participantes. Existem entidades que não são contribuintes da contribuição ao PIS/Pasep sobre a receita ou faturamento, mas o são em relação à folha de salários. São elas: I - templos de qualquer culto; II - partidos políticos; III - instituições de educação e de assistência social; IV - instituições de caráter filantrópico, recreativo, cultural, científico e as associações; V - sindicatos, federações e confederações; VI - serviços sociais autônomos, criados ou autorizados por lei; VII - conselhos de fiscalização de profissões regulamentadas; VIII - fundações de direito privado e fundações públicas instituídas ou mantidas pelo Poder Público; Fábio Dutra Aula 15 Direito Tributário p/ Receita Federal (Auditor Fiscal) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1658294 Material adquirido em http://tiny.cc/RTCursos2021 13 54 IX - condomínios de proprietários de imóveis residenciais ou comerciais; e X - a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) e as Organizações Estaduais de Cooperativas previstas no § 1º do art. 105 da Lei nº 5.764, de 16 de dezembro de 1971. Agora, precisamos fazer uma relação entre os contribuintes no regime cumulativo e não cumulativo. Já sabemos que, em regra, o regime não cumulativo é aplicável às pessoas jurídicas que apurem o IRPJ com base no lucro real. Assim, se uma pessoa jurídica é tributada com base no lucro presumido ou arbitrado, estará sujeita ao regime cumulativo. Como toda regra tem exceção e como as contribuições ao PIS/Pasep e a Cofins possuem muitos detalhes, vamos desmembrar nosso estudo de acordo com o regime de tributação. 1.2.4.1 – Contribuintes – Regime Cumulativo Vejamos o que estabelece o art. 118, da IN RFB 1911/2019: Art. 118. São contribuintes da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins no regime de apuração cumulativa as pessoas jurídicas de que trata o art. 6º tributadas pelo IRPJ com base no lucro presumido ou arbitrado (Lei nº 10.637, de 2002, art. 8º, inciso II; e Lei nº 10.833, de 2003, art. 10, inciso II). Sobre este ponto, é importante saber que as pessoas jurídicas optantes pela tributação do IRPJ com base no lucro presumido podem optar por apurar suas receitas com base no regime de caixa, e essa possibilidade também se estende à apuração das contribuições ao PIS/Pasep e Cofins: Art. 123. As pessoas jurídicasoptantes pelo regime de tributação do IRPJ com base no lucro presumido, e consequentemente submetidas ao regime de apuração cumulativa da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins, poderão adotar o regime de caixa para fins da incidência das referidas contribuições, desde que adotem o mesmo critério em relação ao IRPJ e à CSLL (Medida Provisória nº 2.158-35, de 2001, art. 20). Existem ainda algumas pessoas jurídicas que exercem atividades que as coloca no regime cumulativo de PIS/COFINS (IN RFB 1911/2019, art. 119): I - bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos de desenvolvimento, caixas econômicas e as agências de fomento referidas no art. 1º da Medida Provisória nº 2.192-70, de 24 de agosto de 2001; II - sociedades de crédito, financiamento e investimento, as sociedades de crédito imobiliário e as sociedades corretoras, distribuidoras de títulos e valores mobiliários (não inclui sociedades corretoras de seguros); III - empresas de arrendamento mercantil; IV - cooperativas de crédito; Fábio Dutra Aula 15 Direito Tributário p/ Receita Federal (Auditor Fiscal) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1658294 Material adquirido em http://tiny.cc/RTCursos2021 14 54 V - empresas de seguros privados e de capitalização, agentes autônomos de seguros privados e de crédito; VI - entidades de previdência complementar privada, abertas e fechadas, sendo irrelevante a forma de sua constituição; VII - associações de poupança e empréstimo; VIII - pessoas jurídicas que tenham por objeto a securitização de créditos: a) imobiliários, nos termos da Lei nº 9.514, de 20 de novembro de 1997; b) financeiros, nos termos da regulamentação do Conselho Monetário Nacional; ou c) agrícolas, conforme ato do Conselho Monetário Nacional; IX - operadoras de planos de assistência à saúde; X - empresas particulares que exploram serviços de vigilância e de transporte de valores, referidas na Lei nº 7.102, de 20 de junho de 1983; e XI - sociedades cooperativas, exceto as de produção agropecuária e as de consumo. Existem pessoas jurídicas que, mesmo sendo tributadas pelo lucro real (IRPJ), serão tributadas pelo regime cumulativo de PIS/COFINS (veja relação acima). Agora o art. 120 da IN RFB 1911/2019 estabelece que as pessoas jurídicas que aufiram quaisquer das receitas listadas nos incisos I a XXIII do art. 122 são contribuintes da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins no regime de apuração cumulativa em relação a essas receitas especificamente. Vamos para mais uma lista de atividades que precisamos elencar aqui em nossa aula (não é para ficar tentando decorar tudo isso, ok?): I - referentes ao contribuinte substituto, decorrentes de operações com produtos para os quais se tenha adotado a substituição tributária da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins; II - decorrentes da venda de veículos usados, adquiridos para revenda, quando auferidas por pessoas jurídicas que tenham como objeto social, declarado em seus atos constitutivos, a compra e venda de veículos automotores; III - decorrentes de prestação de serviços de telecomunicações; Fábio Dutra Aula 15 Direito Tributário p/ Receita Federal (Auditor Fiscal) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1658294 Material adquirido em http://tiny.cc/RTCursos2021 15 54 IV - decorrentes de venda de jornais e periódicos e de prestação de serviços das empresas jornalísticas e de radiodifusão sonora e de sons e imagens; V - submetidas ao regime especial de tributação de que trata o art. 658 quando auferidas por pessoas jurídicas integrantes da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica - CCEE, instituída pela Lei nº 10.848, de 2004, sucessora do Mercado Atacadista de Energia Elétrica - MAE; VI - relativas a contratos firmados antes de 31 de outubro de 2003: a) com prazo de duração superior a 1 ano, de administradoras de planos de consórcios de bens móveis e imóveis, regularmente autorizadas a funcionar pelo Banco Central; b) com prazo superior a 1 ano, de construção por empreitada ou de fornecimento, a preço predeterminado, de bens ou serviços; c) de construção por empreitada ou de fornecimento, a preço predeterminado, de bens ou serviços contratados com pessoa jurídica de direito público, empresa pública, sociedade de economia mista ou suas subsidiárias, bem como os contratos posteriormente firmados decorrentes de propostas apresentadas, em processo licitatório, até aquela data; VII - decorrentes de prestação de serviços de transporte coletivo rodoviário, metroviário, ferroviário e aquaviário de passageiros, inclusive as receitas de que trata o art. 54; VIII - decorrentes de prestação de serviço de transporte coletivo de passageiros, efetuado por empresas regulares de linhas aéreas domésticas, e as decorrentes da prestação de serviço de transporte de pessoas por empresas de táxi aéreo; IX - decorrentes de serviços: a) prestados por hospital, pronto-socorro, clínica médica, odontológica, de fisioterapia e de fonoaudiologia, e laboratório de anatomia patológica, citológica ou de análises clínicas; b) de diálise, raios X, radiodiagnóstico e radioterapia, quimioterapia e de banco de sangue; X - decorrentes de prestação de serviços de educação infantil, ensinos fundamental e médio e educação superior; XI - decorrentes de vendas de mercadoria nacional ou estrangeira a passageiros de viagens internacionais, efetuadas por lojas francas instaladas na zona primária de portos ou aeroportos; XII - auferidas por pessoas jurídicas, decorrentes da edição de periódicos e de informações neles contidas, que sejam relativas aos assinantes dos serviços públicos de telefonia; XIII - decorrentes de prestação de serviços com aeronaves de uso agrícola inscritas no Registro Aeronáutico Brasileiro (RAB); XIV - decorrentes de prestação de serviços das empresas de call center, telemarketing, telecobrança e de teleatendimento em geral; Fábio Dutra Aula 15 Direito Tributário p/ Receita Federal (Auditor Fiscal) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1658294 Material adquirido em http://tiny.cc/RTCursos2021 16 54 XV - decorrentes da execução por administração, empreitada ou subempreitada, de obras de construção civil; XVI - relativas às atividades de revenda de imóveis, desmembramento ou loteamento de terrenos, incorporação imobiliária e construção de prédio destinado à venda, quando decorrentes de contratos de longo prazo firmados antes de 31 de outubro de 2003; XVII - auferidas por parques temáticos, e as decorrentes de serviços de hotelaria e de organização de feiras e eventos, conforme Portaria Interministerial nº 33, de 3 de março de 2005, dos Ministérios da Fazenda e do Turismo; XVIII - decorrentes da prestação de serviços postais e telegráficos pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos; XIX - decorrentes de prestação de serviços públicos de concessionárias operadoras de rodovias, incluídas as receitas complementares, alternativas ou acessórias; XX - decorrentes da prestação de serviços das agências de viagem e de viagens e turismo; XXI - auferidas por empresas de serviços de informática, decorrentes das atividades de desenvolvimento de software e o seu licenciamento ou cessão de direito de uso, bem como de análise, programação, instalação, configuração, assessoria, consultoria, suporte técnico e manutenção ou atualização de software, compreendidas ainda como softwares as páginas eletrônicas; XXII - decorrentes de operações de comercialização de pedra britada, de areia para construção civil e de areia de brita; XXIII - decorrentes da alienação de participações societárias; e 1.2.4.2 – Contribuintes – Regime Não Cumulativo O que é um regime não cumulativo? É algo presente em tributos que sejam plurifásicos, isto é, que incidam várias vezes até que o produto chegue ao destino. Vamos pensar, por exemplo, em uma fábrica, que industrializa e vende sua produçãoao atacadista, que por sua vez, vende ao varejista, sendo este o estabelecimento que revende ao consumidor final. Neste caso, considerando que as contribuições PIS/COFINS incidem sobre a receita da empresa sobre vendas, é natural que ocorram múltiplas incidências na cadeia de industrialização, distribuição e venda das mercadorias. Isso é um tributo com caráter plurifásico. É nessa situação que surge a possibilidade de tributação não cumulativa, compensando-se o que for devido em cada operação com o montante cobrado nas anteriores. Então, podemos dizer que no regime não cumulativo de PIS/COFINS, existe a sistemática de crédito dessas contribuições, para que o contribuinte possa compensar com o valor devido em razão da sua receita sobre vendas. A previsão do regime não cumulativo consta no art. 150, da IN RFB 1911/2019: Fábio Dutra Aula 15 Direito Tributário p/ Receita Federal (Auditor Fiscal) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1658294 Material adquirido em http://tiny.cc/RTCursos2021 17 54 Art. 150. São contribuintes da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins no regime de apuração não cumulativa as pessoas jurídicas e equiparadas de que trata o art. 6º quando não enquadradas em nenhuma das hipóteses de que tratam os arts. 118, 119 e 121 (Lei nº 10.637, de 2002, arts. 1º a 6º; e Lei nº 10.833, de 2003, arts. 1º a 8º). Observação: Os arts. 118, 119 e 121 se refere à tributação pelo regime cumulativo. Sabemos que a regra é que as pessoas jurídicas que são tributadas pelo IRPJ com base no lucro real estejam submetidas à apuração de PIS/COFINS pelo regime não cumulativo. Assim sendo, o art. 152 da IN RFB 1911/2019 dispõe o seguinte: Art. 152. Em decorrência da obrigatoriedade de apuração do IRPJ com base no lucro real, as pessoas jurídicas que exploram as atividades de prestação cumulativa e contínua de serviços de assessoria creditícia, mercadológica, gestão de crédito, seleção e riscos, administração de contas a pagar e a receber, compras de direitos creditórios resultantes de vendas mercantis a prazo ou de prestação de serviços (factoring) são contribuintes da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins no regime de apuração não cumulativa (Lei nº 9.718, de 1998, art. 14, inciso VI; Lei nº 10.637, de 2002, art. 1º, caput, e art. 4º; e Lei nº 10.833, de 2003, art. 1º, caput, e art. 5º). Precisamos ressaltar também alguns casos específicos, previstos no art. 151, da IN RFB 1911/2019: Art. 151. São também contribuintes da Cofins incidente sobre as receitas que não sejam decorrentes de atividades próprias, no regime de apuração não cumulativa, sem prejuízo da isenção de Cofins de que trata os arts. 23 (Lei nº 10.833, de 2003, art. 1º, caput, c/c o art. 10, inciso IV; e Medida Provisória nº 2.158-35, de 2001, art. 14, inciso X): I - instituições de caráter filantrópico, recreativo, cultural, científico e as associações, a que se refere o art. 15 da Lei nº 9.532, de 1997; II - sindicatos, federações e confederações, com exceção das entidades sindicais dos trabalhadores; III - serviços sociais autônomos, criados ou autorizados por lei; IV - conselhos de fiscalização de profissões regulamentadas; V - fundações de direito privado; e VI - Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) e as Organizações Estaduais de Cooperativas previstas no § 1º e no caput do art. 105 da Lei nº 5.764, de 1971. Fábio Dutra Aula 15 Direito Tributário p/ Receita Federal (Auditor Fiscal) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1658294 Material adquirido em http://tiny.cc/RTCursos2021 18 54 1.2.5 – PIS-Importação e COFINS-Importação Com base no art. 195, IV, da CF/88, dispositivo incluído no texto constitucional pela EC 42/2003, tornou-se possível a instituição de contribuição social, a ser cobrada do importador de bens ou serviços do exterior, ou quem a ele a lei equiparar. Diante disso, a MP 164/2004 (convertida na Lei 10.865/2004), instituiu as seguintes contribuições: • PIS/PASEP-Importação; • COFINS-Importação. Observação: A MP 164/2004 é um exemplo do que estudamos sobre a possibilidade de uma medida provisória instituir tributos. Sobre tais tributos, resumimos suas principais características no quadro a seguir: FATO GERADOR Entrada de bens estrangeiros no território nacional.* (BENS) O pagamento, o crédito, a entrega, o emprego ou a remessa de valores a residentes ou domiciliados no exterior como contraprestação por serviço prestado.** (SERVIÇOS) CONTRIBUINTES O importador, assim considerada a pessoa física ou jurídica que promova a entrada de bens estrangeiros no território nacional; (BENS) A pessoa física ou jurídica contratante de serviços de residente ou domiciliado no exterior; e (SERVIÇOS) O beneficiário do serviço, na hipótese em que o contratante também seja residente ou domiciliado no exterior. (SERVIÇOS) BASE DE CÁLCULO Valor aduaneiro; (BENS) Valor pago, creditado, entregue, empregado ou remetido para o exterior, antes da retenção do imposto de renda, acrescido do Imposto sobre Serviços de qualquer Natureza - ISS e do valor das próprias contribuições (SERVIÇOS) Observação: * - Para efeito de cálculo das contribuições, considera-se ocorrido o fato gerador na data do registro da declaração de importação de bens submetidos a despacho para consumo (semelhante ao Imposto de Importação); ** - Para efeito de cálculo das contribuições, considera-se ocorrido o fato gerador na data do pagamento, do crédito, da entrega, do emprego ou da remessa de valores; Fábio Dutra Aula 15 Direito Tributário p/ Receita Federal (Auditor Fiscal) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1658294 Material adquirido em http://tiny.cc/RTCursos2021 19 54 A base de cálculo, no caso de importação de bens, sofreu recente alteração. Foram excluídos o valor do ICMS e das próprias contribuições. Portanto, atualmente, a base de cálculo é apenas o valor aduaneiro! Não se esqueça de que tais contribuições são tributos federais, sendo arrecadadas e fiscalizadas pela Secretaria da Receita Federal do Brasil – SRFB, devendo ser seguidas, portanto, as normas específicas emitidas pela RFB. Por fim, é importante frisar que as contribuições PIS e COFINS incidentes na importação possuem alíquotas distintas das alíquotas relativas aos regimes cumulativo e não cumulativos, que estudamos nesta aula. Tais alíquotas encontram-se descritas na Lei 10.865/2004, com as alterações promovidas pela Lei 13.137/2015. Como há uma variação de alíquotas a depender do fato gerador e dos produtos importados, não acreditamos ser importante memorizá-las. 1.2.6 – Suspensão de PIS/PASEP e COFINS Existem algumas situações especiais em que o legislador determinou a suspensão tanto da contribuição ao PIS/PASEP como da COFINS. Vamos estudar os principais dispositivos sobre a suspensão dessas contribuições! 1.2.6.1 – Industrialização por Encomenda de Veículos De acordo com o art. 38, da Lei 10.865/04, ocorre suspensão da Contribuição ao PIS/Pasep e da Cofins no caso de venda à pessoa jurídica sediada no exterior, com contrato de entrega no território nacional, de insumos destinados à industrialização, por conta e ordem da encomendante sediada no exterior, de máquinas e veículos classificados nas posições 87.01 a 87.05 da TIPI. Neste caso, consideram-se insumos, para os fins deste artigo, os chassis, as carroçarias, as peças, as partes, os componentes e os acessórios. Acrescentamos, ainda, o seguinte: • Se os produtos resultantes da industrialização por encomenda forem destinados ao exterior → resolve-se a suspensão das referidas contribuições. • Se os produtos forem destinados ao mercado interno → serão remetidos obrigatoriamente à pessoa jurídica a que se refere o § 5 º do art. 17 da Medida Provisória n º 2.189-49, de 23 de agosto de 2001 (empresa comercial atacadista adquirente dos produtos resultantes da industrializaçãopor Fábio Dutra Aula 15 Direito Tributário p/ Receita Federal (Auditor Fiscal) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1658294 Material adquirido em http://tiny.cc/RTCursos2021 20 54 encomenda), por conta e ordem da pessoa jurídica domiciliada no exterior, com suspensão da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins. 1.2.6.2 – Pessoa Jurídica Preponderantemente Exportadora Conforme estabelece o art. 40, da Lei 10.865/04, a incidência da Contribuição ao PIS/Pasep e da Cofins ficará suspensa no caso de venda de matérias-primas, produtos intermediários e materiais de embalagem destinados a pessoa jurídica preponderantemente exportadora. De acordo com o § 1º, do mesmo artigo, considera-se pessoa jurídica preponderantemente exportadora aquela cuja receita bruta decorrente de exportação para o exterior, no ano-calendário imediatamente anterior ao da aquisição, houver sido igual ou superior a 50% de sua receita bruta total de venda de bens ou serviços no mesmo período, após excluídos os impostos e contribuições incidentes sobre a venda. Observação: Muito cuidado! O percentual acima era de 80%. Com a redação da Lei 12.715/2012, foi alterado para 50%. A banca pode explorar isso na sua prova! ☺ De acordo com o art. 40, § 6º, da Lei 10.865/04, esta suspensão também se aplica à Contribuição para o PIS/Pasep-Importação e à Cofins-Importação. Nas notas fiscais relativas às vendas com suspensão, deverá constar a expressão "Saída com suspensão da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins", com a especificação do dispositivo legal correspondente. A suspensão das contribuições não impede a manutenção e a utilização dos créditos pelo respectivo estabelecimento industrial, fabricante das referidas matérias-primas, produtos intermediários e materiais de embalagem. A pessoa jurídica que, após adquirir matérias-primas, produtos intermediários e materiais de embalagem com o benefício da suspensão para a pessoa jurídica preponderantemente exportadora, der-lhes destinação diversa de exportação, fica obrigada a recolher as contribuições não pagas pelo fornecedor, acrescidas de juros e multa de mora, ou de ofício, conforme o caso, contados a partir da data da aquisição. A empresa adquirente deverá: I - atender aos termos e às condições estabelecidos pela Secretaria da Receita Federal; e Fábio Dutra Aula 15 Direito Tributário p/ Receita Federal (Auditor Fiscal) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1658294 Material adquirido em http://tiny.cc/RTCursos2021 21 54 II - declarar ao vendedor, de forma expressa e sob as penas da lei, que atende a todos os requisitos estabelecidos. 1.2.6.3 – REPORTO O que é o REPORTO? É o Regime Tributário para Incentivo à Modernização e à Ampliação da Estrutura Portuária, instituído pela Lei 11.033/04. Ao amparo deste regime, são suspensas da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins as vendas de máquinas, equipamentos e outros bens, no mercado interno, ou a sua importação, quando adquiridos ou importados diretamente pelos beneficiários do REPORTO e destinados ao seu ativo imobilizado para utilização exclusiva na execução de serviços de: I - carga, descarga, armazenagem e movimentação de mercadorias e produtos; II - sistemas suplementares de apoio operacional; III - proteção ambiental; IV - sistemas de segurança e de monitoramento de fluxo de pessoas, mercadorias, produtos, veículos e embarcações; V - dragagens; e VI - treinamento e formação de trabalhadores, inclusive na implantação de Centros de Treinamento Profissional. Destaque-se que a suspensão da contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS converte-se em operação, inclusive de importação, sujeita a alíquota 0 (zero) após o decurso do prazo de 5 anos, contado da data da ocorrência do respectivo fato gerador. Por fim, é importante deixar claro que cabe ao Poder Executivo relacionar as máquinas, equipamentos e bens objetos da referida suspensão. Isso foi estabelecido no Decreto 6.582/2008. Trata-se de uma lista específica que não se recomenda o estudo. 1.2.6.4 – REPES O que é o Repes? É o Regime Especial de Tributação para a Plataforma de Exportação de Serviços de Tecnologia da Informação, instituído pela Lei 11.196/05. É beneficiária do Repes a pessoa jurídica que exerça preponderantemente as atividades de desenvolvimento de software ou de prestação de serviços de tecnologia da informação e que, por ocasião da sua opção pelo Repes, assuma compromisso de exportação igual ou superior a 50% de sua receita bruta anual decorrente da venda dos bens e serviços, beneficiados pelo regime. De acordo com o art. 4º, da Lei 11.196/05, no caso de venda ou de importação de bens novos destinados ao desenvolvimento, no País, de software e de serviços de tecnologia da informação, fica suspensa a exigência: Fábio Dutra Aula 15 Direito Tributário p/ Receita Federal (Auditor Fiscal) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1658294 Material adquirido em http://tiny.cc/RTCursos2021 22 54 I - da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins incidentes sobre a receita bruta da venda no mercado interno, quando os referidos bens forem adquiridos por pessoa jurídica beneficiária do Repes para incorporação ao seu ativo imobilizado; II - da Contribuição para o PIS/Pasep-Importação e da Cofins-Importação, quando os referidos bens forem importados diretamente por pessoa jurídica beneficiária do Repes para incorporação ao seu ativo imobilizado. Observação: Nas notas fiscais relativas à venda no mercado interno, deverá constar a expressão "Venda efetuada com suspensão da exigência da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins", com a especificação do dispositivo legal correspondente. A mesma suspensão também é aplicável no caso dos serviços. Assim, de acordo com o art. 5º, da mesma norma, no caso de venda ou de importação de serviços destinados ao desenvolvimento, no País, de software e de serviços de tecnologia da informação, fica suspensa a exigência: I - da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins incidentes sobre a receita bruta auferida pela prestadora de serviços, quando tomados por pessoa jurídica beneficiária do Repes; II - da Contribuição para o PIS/Pasep-Importação e da Cofins-Importação, para serviços importados diretamente por pessoa jurídica beneficiária do Repes. Observação: Nas notas fiscais relativas aos serviços prestados no mercado interno, deverá constar a expressão "Venda de serviços efetuada com suspensão da exigência da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins", com a especificação do dispositivo legal correspondente. Posteriormente, se atendidas as condições e os prazos legalmente definidos, a suspensão se converte em alíquota zero. Por fim, importa-nos saber que os bens e serviços beneficiados pela suspensão serão relacionados em regulamento, que é o Decreto 5.713/06. 1.2.6.5 – RECAP O que é o Recap? É o Regime Especial de Aquisição de Bens de Capital para Empresas Exportadoras, também instituído pela Lei 11.196/05. De acordo com o art. 13, da Lei 11.196/05, é beneficiária do Recap a pessoa jurídica preponderantemente exportadora, assim considerada aquela cuja receita bruta decorrente de exportação para o exterior, no ano- calendário imediatamente anterior à adesão ao Recap, houver sido igual ou superior a 50% de sua receita Fábio Dutra Aula 15 Direito Tributário p/ Receita Federal (Auditor Fiscal) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1658294 Material adquirido em http://tiny.cc/RTCursos2021 23 54 bruta total de venda de bens e serviços no período e que assuma compromisso de manter esse percentual de exportação durante o período de 2 anos-calendário. Além disso, a pessoa jurídica em início de atividade ou que não tenha atingido no ano anterior o percentual de receita de exportação mencionado acima poderá habilitar-se ao Recap desde que assuma compromissode auferir, no período de 3 anos-calendário, receita bruta decorrente de exportação para o exterior de, no mínimo, 50% de sua receita bruta total de venda de bens e serviços. Assim, no caso de venda ou de importação de máquinas, aparelhos, instrumentos e equipamentos, novos, fica suspensa a exigência: I - da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins incidentes sobre a receita bruta da venda no mercado interno, quando os referidos bens forem adquiridos por pessoa jurídica beneficiária do Recap para incorporação ao seu ativo imobilizado; II - da Contribuição para o PIS/Pasep-Importação e da Cofins-Importação, quando os referidos bens forem importados diretamente por pessoa jurídica beneficiária do Recap para incorporação ao seu ativo imobilizado. Ainda de acordo com o art. 15, da Lei 11.196/05, a adesão ao Recap fica condicionada à regularidade fiscal da pessoa jurídica em relação aos tributos e contribuições administrados pela Receita Federal do Brasil. Além disso, os bens beneficiados pela suspensão das contribuições supracitadas serão relacionados em regulamento. É o Decreto 5.649/05. 1.2.7 – Imunidade de PIS/PASEP e COFINS Existem duas imunidades que afetam as contribuições ao PIS/PASEP e COFINS: • Não incidem sobre as receitas decorrentes de exportação (CF/88, art. 149, § 2º, I). • Não incidem sobre as entidades beneficentes de assistência social que atendam as exigências estabelecidas em lei (CF/88, art. 195, § 7 º). 1.2.8 – Isenção de PIS/PASEP e COFINS No art. 22, da IN RFB 1911/2019, encontramos as isenções relativas às contribuições ao PIS/PASEP e COFINS: I - dos recursos recebidos pelas empresas públicas e sociedades de economia mista, a título de repasse, oriundos do Orçamento Geral da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; II - auferidas pelos estaleiros navais brasileiros nas atividades de construção, conservação, modernização, conversão e reparo de embarcações pré-registradas ou registradas no Registro Especial Brasileiro - REB; III - decorrentes do fornecimento de mercadorias ou serviços para uso ou consumo de bordo em embarcações e aeronaves em tráfego internacional, quando o pagamento representar ingresso de divisas; Fábio Dutra Aula 15 Direito Tributário p/ Receita Federal (Auditor Fiscal) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1658294 Material adquirido em http://tiny.cc/RTCursos2021 24 54 IV - auferidas pelo estabelecimento industrial ou equiparado decorrente da venda de produto nacional à loja franca, com o fim específico de comercialização; V – auferidas pelas pessoas jurídicas permissionárias de Lojas Francas decorrente da venda de mercadoria nacional ou estrangeira a passageiros de viagens internacionais, na saída do país, somente quando o pagamento da mercadoria represente ingresso de divisas; VI - decorrentes do transporte internacional de cargas ou passageiros, quando contratado por pessoa física ou jurídica, residente ou domiciliada no País; VII - decorrentes de frete de mercadorias transportadas entre o País e o exterior pelas embarcações registradas no REB; VIII - decorrente de doações em espécie recebidas por instituições financeiras públicas controladas pela União e destinadas a ações de prevenção, monitoramento e combate ao desmatamento, inclusive programas de remuneração por serviços ambientais, e de promoção da conservação e do uso sustentável dos biomas brasileiros; IX - decorrentes da venda de energia elétrica pela Itaipu Binacional; e X - decorrentes da realização de atividades de ensino superior, proveniente de cursos de graduação ou cursos sequenciais de formação específica, pelas instituições privadas de ensino superior, com fins lucrativos ou sem fins lucrativos, que aderirem ao Programa Universidade para Todos (Prouni), no período de vigência do termo de adesão. 1.2.9 – Regra Específica Chamo a sua atenção, candidato(a), para o caso específico de pessoa jurídica ou equiparada que adquirir imóvel para venda ou promover empreendimento de desmembramento ou loteamento de terrenos, incorporação imobiliária ou construção de prédio destinado a venda, no caso da Cofins apurada no regime não cumulativo. O assunto é tratado na IN RFB 1911/2019. Em tais casos, a empresa pode utilizar o crédito referente aos custos vinculados à unidade construída ou em construção, a ser descontado do valor da Cofins apurada, mas isso somente pode ocorrer a partir da efetivação da venda. Caso a venda ocorra antes da conclusão da unidade imobiliária (e isso não é incomum), a pessoa jurídica pode utilizar crédito presumido, em relação ao custo orçado. Observação: considera-se "custo orçado", aquele baseado nos custos usuais para cada tipo de empreendimento imobiliário, a preços correntes de mercado na data em que a pessoa jurídica optar por ele, e corresponde à diferença entre o custo total previsto e os custos pagos, incorridos ou contratados até a mencionada data Fábio Dutra Aula 15 Direito Tributário p/ Receita Federal (Auditor Fiscal) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1658294 Material adquirido em http://tiny.cc/RTCursos2021 25 54 considera-se "unidade imobiliária": a) o terreno adquirido para venda, com ou sem construção; b) cada lote oriundo de desmembramento de terreno; c) cada terreno decorrente de loteamento; d) cada unidade distinta resultante de incorporação imobiliária; e e) o prédio construído para venda como unidade isolada ou autônoma. Dispõe a referida instrução normativa que o crédito presumido deve ser calculado mediante a aplicação da alíquota de 7,6% sobre o valor do custo orçado para conclusão da obra ou melhoramento, ajustado pela exclusão dos valores a serem pagos a pessoa física, encargos trabalhistas, sociais e previdenciários, e dos bens e serviços, acrescidos dos tributos incidentes na importação, adquiridos de pessoa física ou jurídica residente ou domiciliada no exterior. Ocorrendo modificação do valor do custo orçado, antes do término da obra ou melhoramento, em decorrência de alterações no projeto ou nas especificações do empreendimento, o novo valor orçado deve ser considerado para fins de cálculo do crédito presumido. Em tais casos, a pessoa jurídica que utilizar o crédito presumido deve determinar, na data da conclusão da obra ou melhoramento, a diferença entre o custo orçado e o efetivamente realizado, com os ajustes previstos no parágrafo anterior. Afinal, a regra inicial que estudamos era justamente utilizar o crédito referente aos custos vinculados à unidade construída ou em construção. Por isso há esse ajuste. Por fim, em qualquer caso, seja o desconto do crédito presumido (por conta da venda antes do término da obra) ou o desconto do crédito devidamente apurado, a sua utilização deve ocorrer na proporção da receita relativa à venda da unidade imobiliária, à medida do recebimento. Fábio Dutra Aula 15 Direito Tributário p/ Receita Federal (Auditor Fiscal) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1658294 Material adquirido em http://tiny.cc/RTCursos2021 26 54 1.3 – Contribuição sobre o Lucro Líquido (CSLL) A Contribuição sobre o Lucro Líquido foi instituída pela Lei 7.689/88, tomando como fonte de custeio o lucro das pessoas jurídicas domiciliadas no País e as que lhes são equiparadas pela legislação tributária (CF/88, art. 195, I, c): Art. 1º Fica instituída contribuição social sobre o lucro das pessoas jurídicas, destinada ao financiamento da seguridade social. Observação: Lembre-se de que estudamos que o valor da CSLL deve ser adicionado ao lucro líquido para fins de apuração do lucro real. A respeito da CSLL, cabe ressaltar que, não sendo imposto, seus fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes são definidos em lei ordinária. Ademais, não se aplica à CSLL as imunidades previstas no art. 150, VI (restritas a impostos): a) sobre patrimônio, renda ou serviços, unsdos outros; b) sobre templos de qualquer culto; c) sobre patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei; d) sobre livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão. e) sobre fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil contendo obras musicais ou literomusicais de autores brasileiros e/ou obras em geral interpretadas por artistas brasileiros bem como os suportes materiais ou arquivos digitais que os contenham, salvo na etapa de replicação industrial de mídias ópticas de leitura a laser. 1.3.1 – Incidência da CSLL A CSLL basicamente acompanha a forma de incidência do IRPJ. Assim sendo, se a pessoa jurídica apura o IRPJ com base no lucro real trimestral, a CSLL também será apurada trimestralmente. Se a apuração do IRPJ for anual, a CSLL também será apurada anualmente, com as estimativas mensais. De outra banda, se o IRPJ for apurado segundo a sistemática do lucro presumido ou arbitrado, levando em consideração a receita bruta auferida pela pessoa jurídica, a CSLL será calculada também sobre a receita bruta trimestral. Fábio Dutra Aula 15 Direito Tributário p/ Receita Federal (Auditor Fiscal) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1658294 Material adquirido em http://tiny.cc/RTCursos2021 27 54 Assim, de acordo com a Lei 7.689/88 e o art. 57, da Lei 8.981/95, aplicam-se à CSLL as mesmas normas de apuração e de pagamento estabelecidas para o IRPJ, mantidas a base de cálculo e as alíquotas previstas na legislação em vigor. É importante saber também as seguintes informações acerca da CSLL: • As associações de poupança e empréstimo estão isentas do imposto sobre a renda, mas são contribuintes da contribuição social sobre o lucro líquido. • São isentas da CSLL as entidades fechadas de previdência complementar, relativamente aos fatos geradores ocorridos a partir de 1º de janeiro de 2002. • As entidades sujeitas à CSLL deverão ajustar o resultado do período com as adições determinadas e exclusões admitidas, conforme legislação vigente, para fins de determinação da base de cálculo da contribuição. Vejamos um importante julgado do STF sobre a CSLL: EMENTA: CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. IMPOSTO SOBRE A RENDA E PROVENTOS DE QUALQUER NATUREZA DEVIDO PELA PESSOA JURÍDICA (IRPJ). APURAÇÃO PELO REGIME DE LUCRO REAL. DEDUÇÃO DO VALOR PAGO A TÍTULO DE CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO. PROIBIÇÃO. ALEGADAS VIOLAÇÕES DO CONCEITO CONSTITUCIONAL DE RENDA (ART. 153, III), DA RESERVA DE LEI COMPLEMENTAR DE NORMAS GERAIS (ART. 146, III, A), DO PRINCÍPIO DA CAPACIDADE CONTRIBUTIVA (ART. 145, § 1º) E DA ANTERIORIDADE (ARTS. 150, III, A E 195, § 7º). 1. O valor pago a título de contribuição social sobre o lucro líquido – CSLL não perde a característica de corresponder a parte dos lucros ou da renda do contribuinte pela circunstância de ser utilizado para solver obrigação tributária. 2. É constitucional o art. 1º e par. ún. da Lei 9.316/1996, que proíbe a dedução do valor da CSLL para fins de apuração do lucro real, base de cálculo do Imposto sobre a Renda das Pessoas Jurídicas – IRPJ. (STF, Plenário, RE 582.525/SP, Rel. Min. Joaquim Barbosa, Julgamento em 09/05/2013, noticiado no Informativo 705) Para que a decisão acima fique clara para você, é importante que você entenda que, no regime de apuração do IRPJ pelo lucro real, o valor pago a título de CSLL também deve sofrer tributação pelo IRPJ. Dessa forma, embora a CSLL seja uma despesa para a empresa, o STF entende que é considerada como parte dos lucros do contribuinte, devendo ser tributada. Fábio Dutra Aula 15 Direito Tributário p/ Receita Federal (Auditor Fiscal) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1658294 Material adquirido em http://tiny.cc/RTCursos2021 28 54 Destaque-se que, como a União é o sujeito ativo dessa contribuição, o tributo é arrecadado e fiscalizado pela Secretaria da Receita Federal do Brasil – SRFB, devendo ser seguidas, portanto, as normas específicas emitidas pela RFB. 1.3.2 – Sujeito Passivo De acordo com o art. 4º, da Lei 7.689/88, são contribuintes as pessoas jurídicas domiciliadas no País e as que lhes são equiparadas pela legislação tributária. 1.3.3 – Base de Cálculo No caso de pessoas jurídicas sujeitas ao IRPJ de acordo com o lucro real, a base de cálculo da CSLL é a seguinte: lucro líquido do período de apuração antes da provisão do imposto de renda ajustado pelas adições, exclusões e, se for o caso, pelas compensações relativas a bases de cálculo negativas de CSLL correspondente a períodos de apuração anteriores. Observação: A pessoa jurídica pode compensar a base de cálculo negativa, desde que mantenha os livros e documentos, exigidos pela legislação fiscal, comprobatórios do montante dessa base utilizado para a compensação. As bases de cálculo negativas podem ser compensadas com os resultados dos períodos de apuração subsequentes, ajustados pelas adições e exclusões previstas na legislação da CSLL, observado o limite máximo de redução de 30% do resultado ajustado. A apuração da base de cálculo da CSLL, nos casos de pessoa jurídica sujeita ao lucro presumido ou arbitrado, compreende um percentual (12%) da receita bruta auferida no trimestre, excluídas as vendas canceladas, as devoluções de vendas, os descontos incondicionais concedidos e os impostos não cumulativos cobrados destacadamente do comprador dos quais o vendedor dos bens ou prestador de serviços seja mero depositário. A esse montante, somam-se outros acréscimos, tais como ganhos de capital, nas alienações de bens e direitos, juros sobre o capital próprio auferidos etc. É muita coisa, e consideramos que não seja tão relevante ficar aqui tentando memorizar tudo isso! Vamos nos ater ao que é mais importante para a prova! Devemos saber também o que consta no art. 1º, da Lei 9.316/96: Art. 1º O valor da contribuição social sobre o lucro líquido não poderá ser deduzido para efeito de determinação do lucro real, nem de sua própria base de cálculo. 1.3.4 - Alíquotas As alíquotas da CSLLL, com base no art. 3º, da Lei 7.689/88, com redação dada pela Lei 13.169/2015, são as seguintes: Fábio Dutra Aula 15 Direito Tributário p/ Receita Federal (Auditor Fiscal) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1658294 Material adquirido em http://tiny.cc/RTCursos2021 29 54 I - 20%, no período compreendido entre 1º de setembro de 2015 e 31 de dezembro de 2018, e 15% a partir de 1º de janeiro de 2019, no caso das pessoas jurídicas de seguros privados, das de capitalização e das referidas nos incisos I a VII e X do § 1º do art. 1º da LC nº 105/2001 (bancos de qualquer espécie, distribuidoras de valores mobiliários, corretoras de câmbio e de valores mobiliários, sociedades de crédito, financiamento e investimentos, sociedades de crédito imobiliário, administradoras de cartões de crédito, sociedades de arrendamento mercantil e associações de poupança e empréstimo); II - 17%, no período compreendido entre 1º de outubro de 2015 e 31 de dezembro de 2018, e 15% (quinze por cento) a partir de 1o de janeiro de 2019, no caso das pessoas jurídicas referidas no inciso IX do § 1º do art. 1º da LC nº 105/2001 (cooperativas de crédito); III - 9%, no caso das demais pessoas jurídicas.” 1.4 – Contribuições por Lei Devidas a Terceiros As contribuições por lei devidas a terceiros encontram amparo no art. 240, da CF/88, que permite instituir contribuições compulsórias dos empregadores sobre a folha de salários, destinadas às entidades privadas de serviço social e de formação profissional vinculada ao sistema sindical, que são os denominados “terceiros”. São entidades não integrantes da administração pública, mas que realizam atividades de interesse público. Sãoexemplos dessas entidades: • SENAC – Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial; • SESC – Serviço Social do Comércio; • SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas; • FNDE – Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação. Ademais, com base no art. 212, § 5º, da CF/88, foi permitida a instituição de fonte de financiamento adicional para o ensino fundamental público, que é a contribuição social do salário-educação. De acordo com o art. 3º, da Lei 11.457/07, compete à Secretaria da Receita Federal do Brasil arrecadar, fiscalizar e cobrar tais contribuições, repassando-as, em momento posterior, a cada uma das entidades destinatárias. Deve-se destacar que, não obstante tais contribuições não sejam classificadas como receitas da seguridade social, parte dos recursos arrecadados são destinados à seguridade social: 3,5% sobre o montante arrecadado, exceto sobre o salário-educação (FNDE), cujo percentual é 1%. Fábio Dutra Aula 15 Direito Tributário p/ Receita Federal (Auditor Fiscal) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1658294 Material adquirido em http://tiny.cc/RTCursos2021 30 54 1.5 – Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico (CIDE) Vejamos alguns aspectos importantes sobre a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico, amplamente conhecida por CIDE. Tal contribuição é de competência apenas da União. Pela própria nomenclatura que lhe foi dada pelo constituinte, percebemos que a CIDE não se trata de um imposto, cuja finalidade principal é arrecadar recursos para os cofres públicos. A sua denominação nos remete a uma intervenção estatal na economia, no mercado. Portanto, é um tributo extrafiscal, pois a finalidade é intervir no funcionamento da economia do país. Note ainda que, diferentemente dos impostos – cuja arrecadação, via de regra, não pode ser vinculada –, as CIDEs são tributos de arrecadação vinculada, e é o próprio destino da arrecadação que faz com que ela intervenha na economia, direcionando recursos para setores específicos. Com efeito, se o Governo quiser estimular um setor da economia, ele pode instituir uma CIDE, e utilizar os recursos arrecadados para fomentar tal setor. A competência para instituir CIDEs é exclusiva da União, estando prevista no art. 149, da CF/88. Acerca dessas contribuições, o legislador constituinte estabeleceu o seguinte: • Não incidirão sobre as receitas decorrentes de exportação; • Incidirão também sobre a importação de produtos estrangeiros ou serviços; • Poderão ter alíquotas ad valorem ou específica. Observação: A distinção entre alíquotas ad valorem e específica será feita nesta aula! ☺ Vale ressaltar que esta competência sempre deve ser exercida mediante edição de lei ordinária, em razão do princípio da legalidade tributária, previsto no art. 150, I, da CF/88, assim como ocorreu nas CIDEs que serão estudadas nesta aula. Além disso, estabelece o § 3º, do art. 149, que a pessoa natural destinatária das operações de importação poderá ser equiparada a pessoa jurídica, na forma da lei. Já o § 4º, do mesmo artigo, dispõe que a lei definirá as hipóteses em que as contribuições incidirão uma única vez. Esta regra certamente foi inserida em função do caráter plurifásico das CIDEs, conforme será explicado adiante. Um aspecto importante a ser comentado sobre as CIDEs é que, com exceção da CIDE-Combustíveis, a CF não delineou os fatos geradores sobre os quais o tributo deveria incidir. Por conta disso, podemos dizer que a União possui certa autonomia para criar novas Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico. Até aqui, comentamos os aspectos gerais das CIDEs. Agora, citaremos as principais CIDEs que já foram instituídas, bem como os entendimentos do STF acerca do tema: • Adicional ao Frete para Renovação da Marinha (AFRRM) - Lei 10.893/2004 Fábio Dutra Aula 15 Direito Tributário p/ Receita Federal (Auditor Fiscal) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1658294 Material adquirido em http://tiny.cc/RTCursos2021 31 54 • Contribuições para o SEBRAE (Lei 8.029/90) – Considerada CIDE pelo STF • Adicional de Tarifa Portuária (Lei 7.700/88) – Considerada CIDE pelo STF • Contribuição de intervenção de domínio econômico destinada a financiar o Programa de Estímulo à Interação Universidade-Empresa para o Apoio à Inovação (Lei 10.168/2000) – Denominada CIDE-Royalties A partir de agora, estudaremos as duas CIDEs mais relevantes: CIDE-Combustíveis e CIDE-Royalties! Vamos lá! 1.5.1 – CIDE-Combustíveis Você provavelmente já ouviu falar da CIDE-Combustíveis, certo? Pois bem, ela foi instituída pela Lei 10.336/2001 e sobre ela podemos dizer que é a única CIDE cujo fato gerador e o destino da arrecadação foram expressamente previstos no corpo da própria CF/88. Senão, vejamos (art. 177, § 4º): “§ 4º A lei que instituir contribuição de intervenção no domínio econômico relativa às atividades de importação ou comercialização de petróleo e seus derivados, gás natural e seus derivados e álcool combustível deverá atender aos seguintes requisitos: I - a alíquota da contribuição poderá ser: a) diferenciada por produto ou uso; b)reduzida e restabelecida por ato do Poder Executivo, não se lhe aplicando o disposto no art. 150,III, b; II - os recursos arrecadados serão destinados: a) ao pagamento de subsídios a preços ou transporte de álcool combustível, gás natural e seus derivados e derivados de petróleo; b) ao financiamento de projetos ambientais relacionados com a indústria do petróleo e do gás; c) ao financiamento de programas de infra-estrutura de transportes.” É importante que o candidato tenha em mente que a CIDE-Combustíveis obedecerá aos requisitos dos art. 149, § 2º e também ao art. 177, § 4º. Veja que sua alíquota poderá ser diferenciada por produto ou por uso, e que também terá regras especiais para ser reduzida e restabelecida (esse detalhe será visto no estudo dos princípios constitucionais tributários). Grave também a destinação que pode ser dada aos recursos arrecadados com essa modalidade de CIDE. Estudaremos, nos próximos tópicos, as definições legais sobre a CIDE-Combustíveis, e você poderá constatar que a referida norma não contraria as disposições constitucionais previstas no art. 177, § 4º. Fique de olho! ☺ Fábio Dutra Aula 15 Direito Tributário p/ Receita Federal (Auditor Fiscal) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1658294 Material adquirido em http://tiny.cc/RTCursos2021 32 54 1.5.1.1 – Fato Gerador Da redação do art. 177, § 4º, já é possível perceber os fatos geradores da CIDE-Combustíveis: importação e comercialização de petróleo e seus derivados, gás natural e seus derivados e álcool combustível. Vejamos, então, o que dispôs o art. 3º, da lei instituidora sobre os fatos geradores dessa contribuição: Fato Geradores → Importação e Comercialização no mercado interno de: I – gasolinas e suas correntes; II - diesel e suas correntes; III – querosene de aviação e outros querosenes; IV - óleos combustíveis (fuel-oil); V - gás liquefeito de petróleo, inclusive o derivado de gás natural e de nafta; e VI - álcool etílico combustível. Observação: Consideram-se correntes os hidrocarbonetos líquidos derivados de petróleo e os hidrocarbonetos líquidos derivados de gás natural utilizados em mistura mecânica para a produção de gasolinas ou de diesel, de conformidade com as normas estabelecidas pela ANP. 1.5.1.2 – Base de Cálculo A base de cálculo da CIDE-Combustíveis encontra-se prevista no art. 4º, da Lei 10.336/01, sendo considerada como a unidade de medida adotada na própria Lei 10.336/01, na importação e comercialização no mercado interno dos produtos citados no tópico anterior. Quando a base de cálculo do tributo consiste na unidade de medida adotada na lei (Kg, m³, m², etc.), as alíquotas são específicas, ou seja, representam um valor em reais, para cada unidadede medida prevista na lei. Desse modo, não se trata de um percentual incidente sobre um valor monetário. Para entender melhor tal definição, vamos estudar as alíquotas da CIDE-Combustíveis. 1.5.1.3 – Alíquotas Não é relevante memorizar as alíquotas da CIDE-Combustíveis. Contudo, para compreendermos como funciona a tributação na forma de alíquotas específicas, vejamos alguns exemplos: Fábio Dutra Aula 15 Direito Tributário p/ Receita Federal (Auditor Fiscal) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1658294 Material adquirido em http://tiny.cc/RTCursos2021 33 54 Art. 5º A Cide terá, na importação e na comercialização no mercado interno, as seguintes alíquotas específicas: (Redação dada pela Lei nº 10.636, de 2002) I – gasolina, R$ 860,00 por m³; (Redação dada pela Lei nº 10.636, de 2002) II – diesel, R$ 390,00 por m³; (Redação dada pela Lei nº 10.636, de 2002) III – querosene de aviação, R$ 92,10 por m³; (Redação dada pela Lei nº 10.636, de 2002) IV – outros querosenes, R$ 92,10 por m³; (Redação dada pela Lei nº 10.636, de 2002) Assim, a título de exemplo, na importação de 100 m³ de gasolina, nós teríamos o seguinte: Base de Cálculo: 100 m³ Alíquota: R$ 860,00 por m³ Valor devido da CIDE-Combustíveis: 100 x 860 = R$ 86.000,00 Note também que, como a CIDE-Combustíveis incide tanto na importação como na comercialização no mercado interno, fica evidente o seu caráter plurifásico. O que isso significa? A mesma gasolina importada pode sofrer tributação durante a sua distribuição no mercado interno, gerando várias tributações subsequentes. Dessa forma, o legislador (Lei 10.336/01, art. 7º) conferiu o caráter não cumulativo a essa contribuição, com o objetivo de evitar a incidência cumulativa (ou em cascata), permitindo a compensação do valor de contribuição pago na importação ou comercialização no mercado interno, com o valor já pago na importação ou na aquisição dos produtos tributados pela referida contribuição de outro contribuinte. Ressaltamos que o legislador admitiu no art. 8º, da Lei 10.336/01, a dedução do valor da Cide, pago na importação ou na comercialização, no mercado interno, dos valores da contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins devidos na comercialização, no mercado interno, de alguns produtos, até o limite fixado na norma. Porém, com a edição do Decreto 5.060/04, tal dedução foi reduzida a zero, isto é, não é mais possível. Qual eram esses limites (apenas para que você possa enxergar o que não é mais possível)? I – R$ 49,90 e R$ 230,10 por m³, no caso de gasolinas; II – R$ 30,30 e R$ 139,70 por m³, no caso de diesel; III – R$ 16,30 e R$ 75,80 por m³, no caso de querosene de aviação; IV – R$ 16,30 e R$ 75,80 por m³, no caso dos demais querosenes; V – R$ 14,50 e R$ 26,40 por t, no caso de óleos combustíveis com alto teor de enxofre; VI – R$ 14,50 e R$ 26,40 por t, no caso de óleos combustíveis com baixo teor de enxofre; Fábio Dutra Aula 15 Direito Tributário p/ Receita Federal (Auditor Fiscal) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1658294 Material adquirido em http://tiny.cc/RTCursos2021 34 54 VII – R$ 44,40 e R$ 205,60 por t, no caso de gás liquefeito de petróleo, inclusive derivado de gás natural e de nafta; VIII – R$ 13,20 e R$ 24,00 por m³, no caso de álcool etílico combustível. Observação: Cuidado! Não cabe mais essa dedução! ☺ 1.5.1.4 – Contribuintes Os contribuintes da CIDE-Combustíveis foram estabelecidos no art. 2º, da Lei 10.336/01, sendo os seguintes: o produtor, o formulador e o importador, pessoa física ou jurídica, dos combustíveis líquidos sujeitos a essa contribuição. Observação: Considera-se formulador de combustível líquido, derivados de petróleo e derivados de gás natural, a pessoa jurídica, conforme definido pela Agência Nacional do Petróleo (ANP) autorizada a exercer, em Plantas de Formulação de Combustíveis, as seguintes atividades: I - aquisição de correntes de hidrocarbonetos líquidos; II - mistura mecânica de correntes de hidrocarbonetos líquidos, com o objetivo de obter gasolinas e diesel; III - armazenamento de matérias-primas, de correntes intermediárias e de combustíveis formulados; IV - comercialização de gasolinas e de diesel; e V - comercialização de sobras de correntes. 1.5.2.2 – CIDE-Royalties A CIDE-Royalties foi instituída com base no art. 149, da CF/88, que confere, como vimos, competência tributária exclusiva à União para instituir contribuições de intervenção no domínio econômico. Sua instituição ocorreu por intermédio da Lei 10.168/00. Vejamos o que dispõe seus arts. 1º e 2º: Art. 1o Fica instituído o Programa de Estímulo à Interação Universidade-Empresa para o Apoio à Inovação, cujo objetivo principal é estimular o desenvolvimento tecnológico brasileiro, mediante programas de pesquisa científica e tecnológica cooperativa entre universidades, centros de pesquisa e o setor produtivo. Art. 2o Para fins de atendimento ao Programa de que trata o artigo anterior, fica instituída contribuição de intervenção no domínio econômico, devida pela pessoa jurídica detentora de licença Fábio Dutra Aula 15 Direito Tributário p/ Receita Federal (Auditor Fiscal) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1658294 Material adquirido em http://tiny.cc/RTCursos2021 35 54 de uso ou adquirente de conhecimentos tecnológicos, bem como aquela signatária de contratos que impliquem transferência de tecnologia, firmados com residentes ou domiciliados no exterior. Como se observa, o objetivo da CIDE-Royalties é financiar o Programa de Estímulo à Interação Universidade- Empresa para Apoio à Inovação, o qual tem por objetivo estimular o desenvolvimento tecnológico brasileiro, mediante programas de pesquisa científica e tecnológica cooperativa entre universidades, centros de pesquisa e o setor produtivo. Observação: Royalties refere-se ao valor pago pelo uso ou exploração de direitos de propriedade industrial de terceiros. Assim, os valores pagos pelo uso de uma patente, por exemplo, são considerados royalties. Tal contribuição é devida pela pessoa jurídica detentora de licença de uso ou adquirente de conhecimentos tecnológicos, bem como aquela signatária de contratos que impliquem transferência de tecnologia, firmados com residentes ou domiciliados no exterior. Além disso, a partir de 1º de janeiro de 2002, a CIDE-Royalties passa a ser devida também pelas pessoas jurídicas signatárias de contratos que tenham por objeto serviços técnicos e de assistência administrativa e semelhantes a serem prestados por residentes ou domiciliados no exterior, bem assim pelas pessoas jurídicas que pagarem, creditarem, entregarem, empregarem ou remeterem royalties, a qualquer título, a beneficiários residentes ou domiciliados no exterior. Portanto, a CIDE-Royalties incidirá sobre os valores pagos, creditados, entregues, empregados ou remetidos, a cada mês, a residentes ou domiciliados no exterior, a título de remuneração decorrente das obrigações citadas acima. A alíquota da CIDE-Royalties será de 10%. Como consequência dessa incidência, o legislador reduziu (de 25% para 15%) a alíquota do Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) incidente sobre as importâncias pagas, creditadas, entregues, empregadas ou remetidas ao exterior a título de remuneração de serviços de assistência administrativa e semelhantes. Assim, atualmente incide 10% de CIDE-Royalties e 15% de IRRF. De acordo com o art. 2º, § 1º-A, da Lei 10.168/01, a CIDE-Royalties não incide sobre a remuneração pela licença de uso ou de direitos de comercialização ou distribuição de programa de computador, salvo quando envolverem a transferência da correspondente tecnologia. Fábio Dutra Aula 15 Direito Tributário p/ Receita Federal (Auditor Fiscal) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1658294 Material adquirido em http://tiny.cc/RTCursos202136 54 2 – QUESTÕES COMPLEMENTARES COMENTADAS 1.CESGRANRIO/Petrobras-Auditor Júnior/2018 Após muito debate, o Supremo Tribunal Federal decidiu que não deve ser incluída na base de cálculo do PIS e da Cofins o Imposto a) de renda b) de importação c) sobre circulação de mercadoria e serviços d) sobre a propriedade intelectual e) sobre a energia elétrica Comentário: Vimos que o STF já decidiu que não deve ser incluída na base de cálculo do PIS e da Cofins o ICMS. Gabarito: Letra C 2.CESPE/TRE-PE-Analista Judiciário-Contabilidade/2017 A contribuição para o PIS incidente sobre a importação de bens ou serviços terá como contribuinte na qualidade de sujeito passivo da obrigação principal a) o transportador, quando este transportar bens procedentes do exterior ou sob controle aduaneiro. b) o representante, no país, do transportador estrangeiro. c) a pessoa incumbida da custódia de bem sob controle aduaneiro. d) o subcontratado para a realização do transporte multimodal. e) o beneficiário do serviço, caso o contratante seja residente ou domiciliado no exterior. Comentário: De acordo com o art. 5º, da Lei 10.865/04, são contribuintes da contribuição PIS-Importação os seguintes: Fábio Dutra Aula 15 Direito Tributário p/ Receita Federal (Auditor Fiscal) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1658294 Material adquirido em http://tiny.cc/RTCursos2021 37 54 I - o importador, assim considerada a pessoa física ou jurídica que promova a entrada de bens estrangeiros no território nacional; II - a pessoa física ou jurídica contratante de serviços de residente ou domiciliado no exterior; e III - o beneficiário do serviço, na hipótese em que o contratante também seja residente ou domiciliado no exterior. Observamos, assim, que a única alternativa que aponta um contribuinte da referida contribuição é a Letra E. Gabarito: Letra E 3.CESPE/TRE-PE-Analista Judiciário-Contabilidade/2017 Com relação à incidência da COFINS sobre operações, realizadas por pessoa jurídica, de aquisição de imóveis para venda, para a promoção de empreendimento de desmembramento e para loteamento de terrenos, assinale a opção correta. a) A receita da venda deve ser descontada dos custos vinculados à unidade vendida e incorridos após a venda. b) Ocorrendo modificação do valor do custo orçado antes do término do melhoramento do imóvel, a compensação incidirá sobre a média aritmética entre o valor orçado original e o valor efetivo final. c) A pessoa jurídica que utilizar o crédito presumido da COFINS deve determinar a diferença entre o custo orçado e o efetivamente realizado. d) Na hipótese de venda de unidade imobiliária não concluída, é vedada a utilização de crédito de qualquer espécie relativo à COFINS. e) O crédito presumido deve ser calculado mediante a aplicação da alíquota sobre o valor do custo do imóvel, permitida tão somente a exclusão de encargos trabalhistas pagos. Comentário: Trata-se de disposições específicas contidas na IN RFB 1911/2019: Alternativa A: A base de cálculo da referida contribuição é o faturamento mensal, tornando-se inaplicável a situação descrita na assertiva. Alternativa errada. Alternativa B: Na realidade, nessa hipótese, o novo valor orçado deve ser considerado, admitindo-se apenas as alterações que se relacionem com a quantidade ou a qualidade dos materiais, bens, obras ou serviços, ou com a natureza dos encargos ou despesas estipulados no orçamento. Alternativa errada. Alternativa C: De acordo com a IN RFB 1911/19, art. 732, § 4º, a pessoa jurídica que utilizar o crédito presumido da COFINS deve determinar a diferença entre o custo orçado e o efetivamente realizado, com os devidos ajustes previstos na legislação tributária. Alternativa correta. Alternativa D: Contrariamente ao que foi afirmado, o art. 731, da IN RFB 1911/19, prevê que, na hipótese de venda de unidade imobiliária não concluída, a pessoa jurídica pode utilizar crédito presumido, em relação Fábio Dutra Aula 15 Direito Tributário p/ Receita Federal (Auditor Fiscal) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1658294 Material adquirido em http://tiny.cc/RTCursos2021 38 54 ao custo orçado, de que trata a legislação do imposto de renda, observado, no que couber, o disposto na Instrução Normativa SRF nº 84/79, de 20 de dezembro de 1979, e alterações posteriores. Alternativa errada. Alternativa E: Dispõe a referida instrução normativa que o crédito presumido deve ser calculado mediante a aplicação da alíquota de 7,6% sobre o valor do custo orçado para conclusão da obra ou melhoramento, ajustado pela exclusão dos valores a serem pagos a pessoa física, encargos trabalhistas, sociais e previdenciários, e dos bens e serviços, acrescidos dos tributos incidentes na importação, adquiridos de pessoa física ou jurídica residente ou domiciliada no exterior. Alternativa errada. Gabarito: Letra C 4.CESPE/SERPRO-Analista/2013 A regra geral de apuração do PIS/PASEP diferencia as pessoas jurídicas tributadas com base no lucro presumido e no lucro real: no primeiro caso, a incidência é não cumulativa, ou seja, se beneficia de alíquotas menores, e, no segundo, cumulativa. Comentário: Como vimos, as pessoas jurídicas tributadas com base no lucro presumido ou arbitrado estão sujeitas ao regime de incidência cumulativa da contribuição ao PIS/PASEP, e as pessoas jurídicas tributadas com base no lucro real estão sujeitas ao regime de incidência não cumulativa da contribuição. Gabarito: Errada 5.CESPE/TJ-RO-Analista Judiciário-Contabilidade/2012 Com relação às contribuições para o PIS/PASEP e à COFINS, assinale a opção correta. a) Excluem-se da base de cálculo as receitas tributadas pelo ISS. b) O objetivo da Lei n.º 10.833/2003 foi efetuar a elevação cumulativa das alíquotas do PIS/PASEP e da COFINS. c) As entidades sem fins lucrativos e com até dez funcionários, mesmo quando não classificadas como entidades filantrópicas, são isentas. d) As receitas financeiras auferidas integram a base de cálculo. e) O ganho na alienação de ativo imobilizado integra a base de cálculo. Comentário: Alternativa A: A incidência do ISS não exclui a incidência das contribuições para o PIS/PASEP e à COFINS. Alternativa errada. Alternativa B: O objetivo da Lei 10833/03 foi prever o regime não cumulativo das contribuições para o PIS/PASEP e à COFINS. Alternativa errada. Alternativa C: Não há que se falar na referida isenção. Alternativa errada. Fábio Dutra Aula 15 Direito Tributário p/ Receita Federal (Auditor Fiscal) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1658294 Material adquirido em http://tiny.cc/RTCursos2021 39 54 Alternativa D: Realmente, no conceito da base de cálculo das contribuições para o PIS/PASEP e à COFINS se incluem as receitas financeiras também. Alternativa correta. Alternativa E: O ganho na alienação de ativo imobilizado não integra a base de cálculo das referidas contribuições. Alternativa errada. Gabarito: Letra D 6.CESPE/TJ-RR-Contador/2012 São isentas de COFINS as receitas do transporte internacional de cargas ou passageiros. Comentário: De acordo com o art. 22, VI, da IN RFB 1911/19, são isentas de COFINS as receitas do transporte internacional de cargas ou passageiros. Gabarito: Correta 7.CESPE/TRF 1ª Região – Juiz Federal/2011 É possível, desde que por meio de lei, estabelecer a substituição tributária da CSLL. Comentário: Com base no que estabelece o art. 150, § 7º, da CF/88, A lei poderá atribuir a sujeito passivo de obrigação tributária a condição de responsável pelo pagamento de imposto ou contribuição, cujo fato gerador deva ocorrer posteriormente, assegurada a imediata e preferencial restituição da quantia paga, caso não se realize o fato gerador presumido. Logo, é possível que a lei estabeleça regime de substituição tributária para a CSLL. Gabarito: Correta 8.CESPE/TRF 1ª Região – Juiz Federal/2011O contribuinte da CSLL deve ser definido por meio de lei complementar. Comentário: Não há qualquer disposição constitucional no sentido de que a contribuição para seguridade social com base no lucro tenha seus contribuintes definidos em lei complementar. Gabarito: Errada 9.CESPE/TRF 1ª Região – Juiz Federal/2011 O fato gerador da obrigação tributária da CSLL deve ser definido por meio de lei complementar. Comentário: Da mesma forma como foi comentado na questão anterior, não há qualquer disposição constitucional no sentido de que a contribuição para seguridade social com base no lucro tenha seu fato gerador definido em lei complementar. Gabarito: Errada Fábio Dutra Aula 15 Direito Tributário p/ Receita Federal (Auditor Fiscal) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1658294 Material adquirido em http://tiny.cc/RTCursos2021 40 54 10.CESPE/TRF 1ª Região – Juiz Federal/2011 Não incide CSLL sobre a produção de papel destinado à impressão de jornais. Comentário: A imunidade dos papéis destinados à impressão de livros, jornais e periódicos diz respeitos apenas sobre os impostos, não alcançando as contribuições especiais, sendo estas espécie tributária distinta. Gabarito: Errada 11.CESPE/FHS-SE-Analista Administrativo/2009 A contribuição para o PIS e a COFINS na modalidade não cumulativa passaram a coexistir com as contribuições cumulativas. Pelo conceito de não-cumulatividade já anteriormente adotado para o ICMS e o IPI, abate-se em cada operação o valor incidente na operação imediatamente anterior. Essa sistemática não é compatível com a tributação monofásica. Comentário: Realmente, existe o regime cumulativo e não cumulativo das referidas contribuições. No regime não cumulativo, abate-se em cada operação o valor incidente na operação imediatamente anterior. Trata-se da incidência plurifásica, e não monofásica. Gabarito: Correta 12.ESAF/PGFN-Procurador da Fazenda Nacional/2015 Relativamente aos tributos federais incidentes sobre pessoa jurídica que exerça preponderantemente as atividades de desenvolvimento de software ou de prestação de serviços de tecnologia da informação e que, por ocasião da sua opção pelo Regime Especial de Tributação aplicável, assuma compromisso de exportação igual ou superior a 50% (cinquenta por cento) de sua receita bruta anual decorrente da venda dos bens e serviços de que trata esta situação, assinale a opção correta. a) Há isenção da Contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS sobre a receita bruta decorrente da venda de bens novos, quando adquiridos por pessoa jurídica beneficiária do regime para incorporação ao seu ativo imobilizado. b) Há isenção da Contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS sobre a receita bruta auferida pela prestadora de serviços, quando tomados por pessoa jurídica beneficiária do regime. c) Há isenção da Contribuição para o PIS/PASEP-Importação e da COFINS-Importação incidentes sobre bens novos, quando importados diretamente por pessoa jurídica beneficiária do regime para incorporação ao seu ativo imobilizado. d) Há suspensão da exigência da Contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS e do PIS/ PASEP-Importação e da COFINS-Importação, quando for o caso, nas hipóteses de venda de bens novos adquiridos por pessoa Fábio Dutra Aula 15 Direito Tributário p/ Receita Federal (Auditor Fiscal) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1658294 Material adquirido em http://tiny.cc/RTCursos2021 41 54 jurídica beneficiária do regime para incorporação ao seu ativo imobilizado, de prestadora de serviços quando tomados por pessoa jurídica beneficiária do regime e bens novos importados diretamente por pessoa jurídica beneficiária do regime para incorporação ao seu ativo imobilizado, convertendo-se em alíquota zero atendidas as condições legais. e) Há suspensão da exigência da Contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS nas hipóteses de venda de bens novos adquiridos por pessoa jurídica beneficiária do regime para incorporação ao seu ativo imobilizado, de prestadora de serviços quando tomados por pessoa jurídica beneficiária do regime e bens novos importados diretamente por pessoa jurídica beneficiária do regime para incorporação ao seu ativo imobilizado, convertendo-se em isenção atendidas as condições legais. Comentário: A questão cobra o conhecimento da suspensão da Contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS e do PIS/ PASEP-Importação e da COFINS-Importação, no âmbito do REPES. Trata-se de hipóteses de venda de bens novos adquiridos por pessoa jurídica beneficiária desse regime para incorporação ao seu ativo imobilizado, de prestadora de serviços quando tomados por pessoa jurídica beneficiária do regime e bens novos importados diretamente por pessoa jurídica beneficiária do regime para incorporação ao seu ativo imobilizado. Posteriormente, se atendidas as condições e os prazos legalmente definidos, a suspensão se converte em alíquota zero. Gabarito: Letra D 13.ESAF/AFRFB/2014 Sobre a CSLL – Contribuição Social sobre o Lucro Líquido, é incorreto afirmar que: a) o valor pago a título de CSLL não perde a característica de corresponder a parte dos lucros ou da renda do contribuinte pela circunstância de ser utilizado para solver obrigação tributária. b) é constitucional dispositivo de lei que proíbe a dedução do valor da CSLL para fins de apuração do lucro real, base de cálculo do Imposto sobre a Renda das Pessoas Jurídicas. c) as associações de poupança e empréstimo estão isentas do imposto sobre a renda, mas são contribuintes da contribuição social sobre o lucro líquido. d) as entidades sujeitas à CSLL poderão ajustar o resultado do período com as adições determinadas e exclusões admitidas, conforme legislação vigente, para fins de determinação da base de cálculo da contribuição. e) estão sujeitas ao pagamento da CSLL as pessoas jurídicas e as pessoas físicas a elas equiparadas, domiciliadas no País. A apuração da CSLL deve acompanhar a forma de tributação do lucro adotada para o IRPJ. Comentário: Fábio Dutra Aula 15 Direito Tributário p/ Receita Federal (Auditor Fiscal) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1658294 Material adquirido em http://tiny.cc/RTCursos2021 42 54 Alternativa A: De acordo com o STF, o valor pago a título de CSLL não perde a característica de corresponder a parte dos lucros ou da renda do contribuinte pela circunstância de ser utilizado para solver obrigação tributária. Item correto. Alternativa B: Trata-se, mais uma vez, de cópia literal de ementas de julgamentos do STF. De acordo com a Suprema Corte, é constitucional dispositivo de lei que proíbe a dedução do valor da CSLL para fins de apuração do lucro real, base de cálculo do Imposto sobre a Renda. Item correto. das Pessoas Jurídicas Alternativa C: Embora as associações de poupança e empréstimo estejam isentas do imposto sobre a renda, são contribuintes da contribuição social sobre o lucro líquido. Item correto. Alternativa D: As entidades sujeitas à CSLL deverão - e não poderão, como foi dito - ajustar o resultado do período com as adições determinadas e exclusões admitidas, conforme legislação vigente, para fins de determinação da base de cálculo da contribuição. Item errado. Alternativa E: Realmente, estão sujeitas ao pagamento da CSLL as pessoas jurídicas e as pessoas físicas a elas equiparadas, lembrando que, conforme estudamos, a apuração da CSLL deve acompanha a forma de tributação do lucro adotada para o IRPJ. Item correto. Gabarito: Letra D 14.ESAF/ACE-MDIC/2012 A COFINS – Contribuição para Financiamento da Seguridade Social – constitui espécie tributária prevista no art. 195, alínea b, da Constituição Federal, e tem como base de cálculo a totalidade das receitas auferidas pela pessoa jurídica. Sobre ela, podemos afirmar que a) não incide sobre a receita oriunda da locação de bens móveis, se esta não for à atividade econômica preponderante dapessoa jurídica. b) são contribuintes da COFINS as pessoas jurídicas de direito privado em geral, inclusive as pessoas a elas equiparadas pela legislação do Imposto de Renda, exceto as microempresas e as empresas de pequeno porte optantes pelo Simples Nacional. c) para a determinação da base de cálculo da COFINS, é relevante o exame da classificação contábil adotada para as receitas. d) há incidência da COFINS sobre os valores recuperados a título de tributo pago indevidamente pelo contribuinte. e) receitas de terceiros integram a base de cálculo da Cofins, quando sua atividade for à de prestação de serviços de gerenciamento daquelas. Comentário: Fábio Dutra Aula 15 Direito Tributário p/ Receita Federal (Auditor Fiscal) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1658294 Material adquirido em http://tiny.cc/RTCursos2021 43 54 Alternativa A: A incidência da COFINS se estende ao total das receitas auferidas no mês pela pessoa jurídica. Item errado. Alternativa B: A assertiva aponta corretamente os contribuintes da COFINS. O erro foi afirmar que as as MEs e EPPs optantes pelo Simples Nacional não estão sujeitas ao pagamento dessa contribuição, por meio de recolhimento mensal unificado. A título de curiosidade, leia o art. 13, IV, da LC 123/2006. Infelizmente, a ESAF considerou a alternativa como correta, na contramão do raciocínio aqui exposto. A questão deveria ter sido anulada, mas não o foi. Item considerado correto. Alternativa C: Vimos que a COFINS incide sobre o total das receitas auferidas no mês pela pessoa jurídica, independentemente de sua denominação ou classificação contábil. Item errado. Alternativa D: Conforme Ato Declaratório Interpretativo da SRF, nº 25/2003, em seu art. 2º, não há incidência da COFINS sobre os valores recuperados a título de tributo pago indevidamente. Item errado. Alternativa E: A base de cálculo da COFINS é o total das receitas auferidas no mês pela pessoa jurídica. Não há que se falar, portanto, nas receitas de terceiros. Item errado. Gabarito: Letra B 15.ESAF/AFRFB/2009 Sobre a Contribuição Social para o Lucro Líquido (CSLL), instituída pela Lei n. 7.689/88, julgue os itens abaixo, classificando-os como verdadeiros (V) ou falsos (F). Em seguida, escolha a opção adequada às suas respostas: I. a sua base de cálculo é a mesma do imposto de renda das pessoas físicas, sendo que as deduções e compensações admissíveis para a apuração de um correspondem àquelas admitidas para fins de apuração da base de cálculo do outro; II. a sua base de cálculo é o valor do resultado do exercício antes da provisão para o imposto de renda; III. a CSLL poderá incidir sobre o resultado presumido ou arbitrado, quando tal seja o regime de apuração a que a pessoa jurídica se submete relativamente ao imposto de renda. a) Estão corretos os itens I e II. b) Estão corretos os itens I e III. c) Estão corretos os itens II e III. d) Todos os itens estão corretos. e) Todos os itens estão errados. Comentário: Fábio Dutra Aula 15 Direito Tributário p/ Receita Federal (Auditor Fiscal) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1658294 Material adquirido em http://tiny.cc/RTCursos2021 44 54 Item I: O erro da assertiva está em afirmar que a base de cálculo da CSLL é a mesma do imposto de renda das pessoas físicas. Item errado. Item II: Como vimos, a base de cálculo da CSLL é o valor do resultado do exercício antes da provisão para o imposto de renda. Item correto. Item III: A apuração da CSLL deve acompanhar a forma de tributação do lucro adotada para o IRPJ. Sendo assim, a CSLL pode incidir sobre o resultado presumido ou arbitrado, pois são regimes de apuração do IRPJ. Item correto. Gabarito: Letra C 16.ESAF/AFRF/2005 Relativamente aos fatos geradores ocorridos a partir de 1º de janeiro de 2002, foram isentas da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) a) as pessoas físicas que perceberam apenas rendimentos do trabalho. b) as pessoas jurídicas que participarem do programa do primeiro emprego. c) as pessoas jurídicas que aplicarem em títulos e valores mobiliários a favor de seus empregados. d) as entidades fechadas de previdência complementar. e) as organizações não governamentais dedicadas à proteção do meio ambiente. Comentário: São isentas da CSLL as entidades fechadas de previdência complementar, relativamente aos fatos geradores ocorridos a partir de 1º de janeiro de 2002. Portanto, a alternativa correta é a Letra D. Gabarito: Letra D 17.ESAF/AFRF/2005 É legítima a cobrança da COFINS e do PIS sobre as operações relativas à energia elétrica, serviços de telecomunicações, derivados de petróleo, combustíveis e minerais do País. Comentário: Não há qualquer vedação constitucional (imunidade) impedindo a incidência de contribuições sociais (como PIS e COFINS) sobre as operações relativas à energia elétrica, serviços de telecomunicações, derivados de petróleo, combustíveis e minerais do País. Gabarito: Correta 18.ESAF/AFRF/2005 Foram instituídas a Contribuição para o PIS/PASEP-Importação e a Contribuição para a COFINS, devida pelo importador de bens estrangeiros ou serviços do exterior. Fábio Dutra Aula 15 Direito Tributário p/ Receita Federal (Auditor Fiscal) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1658294 Material adquirido em http://tiny.cc/RTCursos2021 45 54 Comentário: Com base no art. 195, IV, da CF/88, dispositivo incluído no texto constitucional pela EC 42/2003, tornou-se possível a instituição de contribuição social, a ser cobrada do importador de bens ou serviços do exterior, ou quem a ele a lei equiparar. Diante disso, a MP 164/2004 (convertida na Lei 10.865/2004), instituiu as contribuições PIS/PASEP-Importação e COFINS-Importação. Gabarito: Correta 19.CESGRANRIO/LIQUIGÁS-Prof. Júnior-Ciências Contábeis/2015 Nos termos da Lei própria, a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins), não cumulativa, incide sobre o total das receitas auferidas no mês pela pessoa jurídica, independentemente de sua denominação ou classificação contábil. E, como regra geral, será aplicada sobre a base de cálculo do Cofins a alíquota de a) 2,5% b) 3,2% c) 4,10% d) 5,0% e) 7,6% Comentário: A alíquota de 3% aplica-se ao regime cumulativo de incidência da contribuição COFINS, e a alíquota de 7,6% aplica-se ao regime não cumulativo desta contribuição. Gabarito: Letra E 20.QUESTÃO INÉDITA De acordo com determinação constitucional, as alíquotas da CIDE-Combustíveis devem necessariamente ser diferenciadas por produto ou uso. Comentário: Conforme preceitua o art. 177, § 4º, I, “a”, da CF/88, as alíquotas da CIDE-Combustíveis podem (e não devem) ser diferenciadas por produto ou uso. Gabarito: Errada 21.QUESTÃO INÉDITA Os recursos arrecadados com a CIDE-Combustíveis devem ser vinculados apenas ao financiamento de projetos ambientais relacionados com a indústria do petróleo e do gás. Comentário: Vimos que, no art. 177, § 4º, II, os recursos arrecadados com a CIDE-Combustíveis têm três destinos: ao pagamento de subsídios a preços ou transporte de álcool combustível, gás natural e seus derivados e derivados de petróleo; ao financiamento de projetos ambientais relacionados com a indústria do petróleo e do gás; e ao financiamento de programas de infraestrutura de transportes. Fábio Dutra Aula 15 Direito Tributário p/ Receita Federal (Auditor Fiscal) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1658294 Material adquirido em http://tiny.cc/RTCursos2021 46 54 Gabarito: Errada 22.QUESTÃO INÉDITA A legislação tributária prevê a suspensão da Contribuição ao PIS/Pasep e da Cofins no caso de venda de matérias-primas, produtos intermediários e materiais de embalagem destinados a pessoa jurídica preponderantemente exportadora, assim considerada aquela cuja receita bruta decorrente de exportação para o exterior, no ano-calendárioimediatamente anterior ao da aquisição, houver sido igual ou superior a 80% de sua receita bruta total de venda de bens ou serviços no mesmo período, após excluídos os impostos e contribuições incidentes sobre a venda. Comentário: Muito cuidado! Considera-se pessoa jurídica preponderantemente exportadora aquela cuja receita bruta decorrente de exportação para o exterior, no ano-calendário imediatamente anterior ao da aquisição, houver sido igual ou superior a 50% (e não 80%, como informado na questão) de sua receita bruta total de venda de bens ou serviços no mesmo período, após excluídos os impostos e contribuições incidentes sobre a venda. Gabarito: Errada 23.QUESTÃO INÉDITA A CIDE-Royalties, instituída pela Lei 10.168/2000, não incide sobre a remuneração pela licença de uso ou de direitos de comercialização ou distribuição de programa de computador, salvo quando envolverem a transferência da correspondente tecnologia. Comentário: Realmente, de acordo com o art. 2º, § 1º-A, da Lei 10.168/01, a CIDE-Royalties não incide sobre a remuneração pela licença de uso ou de direitos de comercialização ou distribuição de programa de computador, salvo quando envolverem a transferência da correspondente tecnologia. Gabarito: Correta 24.QUESTÃO INÉDITA O fato gerador das contribuições PIS/PASEP-Importação e COFINS-Importação resta configurado apenas com a entrada de bens estrangeiros no território nacional. Comentário: De acordo com o art. 3º, da Lei 10.865/2004, o fato gerador das contribuições PIS/PASEP- Importação e COFINS-Importação pode ser a entrada de bens estrangeiros no território nacional ou o pagamento, o crédito, a entrega, o emprego ou a remessa de valores a residentes ou domiciliados no exterior como contraprestação por serviço prestado. Gabarito: Errada Fábio Dutra Aula 15 Direito Tributário p/ Receita Federal (Auditor Fiscal) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1658294 Material adquirido em http://tiny.cc/RTCursos2021 47 54 3 - LISTA DAS QUESTÕES COMPLEMENTARES 1. CESGRANRIO/Petrobras-Auditor Júnior/2018 Após muito debate, o Supremo Tribunal Federal decidiu que não deve ser incluída na base de cálculo do PIS e da Cofins o Imposto a) de renda b) de importação c) sobre circulação de mercadoria e serviços d) sobre a propriedade intelectual e) sobre a energia elétrica 2.CESPE/TRE-PE-Analista Judiciário-Contabilidade/2017 A contribuição para o PIS incidente sobre a importação de bens ou serviços terá como contribuinte na qualidade de sujeito passivo da obrigação principal a) o transportador, quando este transportar bens procedentes do exterior ou sob controle aduaneiro. b) o representante, no país, do transportador estrangeiro. c) a pessoa incumbida da custódia de bem sob controle aduaneiro. d) o subcontratado para a realização do transporte multimodal. e) o beneficiário do serviço, caso o contratante seja residente ou domiciliado no exterior. 3.CESPE/TRE-PE-Analista Judiciário-Contabilidade/2017 Com relação à incidência da COFINS sobre operações, realizadas por pessoa jurídica, de aquisição de imóveis para venda, para a promoção de empreendimento de desmembramento e para loteamento de terrenos, assinale a opção correta. a) A receita da venda deve ser descontada dos custos vinculados à unidade vendida e incorridos após a venda. Fábio Dutra Aula 15 Direito Tributário p/ Receita Federal (Auditor Fiscal) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1658294 Material adquirido em http://tiny.cc/RTCursos2021 48 54 b) Ocorrendo modificação do valor do custo orçado antes do término do melhoramento do imóvel, a compensação incidirá sobre a média aritmética entre o valor orçado original e o valor efetivo final. c) A pessoa jurídica que utilizar o crédito presumido da COFINS deve determinar a diferença entre o custo orçado e o efetivamente realizado. d) Na hipótese de venda de unidade imobiliária não concluída, é vedada a utilização de crédito de qualquer espécie relativo à COFINS. e) O crédito presumido deve ser calculado mediante a aplicação da alíquota sobre o valor do custo do imóvel, permitida tão somente a exclusão de encargos trabalhistas pagos. 4.CESPE/SERPRO-Analista/2013 A regra geral de apuração do PIS/PASEP diferencia as pessoas jurídicas tributadas com base no lucro presumido e no lucro real: no primeiro caso, a incidência é não cumulativa, ou seja, se beneficia de alíquotas menores, e, no segundo, cumulativa. 5.CESPE/TJ-RO-Analista Judiciário-Contabilidade/2012 Com relação às contribuições para o PIS/PASEP e à COFINS, assinale a opção correta. a) Excluem-se da base de cálculo as receitas tributadas pelo ISS. b) O objetivo da Lei n.º 10.833/2003 foi efetuar a elevação cumulativa das alíquotas do PIS/PASEP e da COFINS. c) As entidades sem fins lucrativos e com até dez funcionários, mesmo quando não classificadas como entidades filantrópicas, são isentas. d) As receitas financeiras auferidas integram a base de cálculo. e) O ganho na alienação de ativo imobilizado integra a base de cálculo. 6.CESPE/TJ-RR-Contador/2012 São isentas de COFINS as receitas do transporte internacional de cargas ou passageiros. Fábio Dutra Aula 15 Direito Tributário p/ Receita Federal (Auditor Fiscal) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1658294 Material adquirido em http://tiny.cc/RTCursos2021 49 54 7.CESPE/TRF 1ª Região – Juiz Federal/2011 É possível, desde que por meio de lei, estabelecer a substituição tributária da CSLL. 8.CESPE/TRF 1ª Região – Juiz Federal/2011 O contribuinte da CSLL deve ser definido por meio de lei complementar. 9.CESPE/TRF 1ª Região – Juiz Federal/2011 O fato gerador da obrigação tributária da CSLL deve ser definido por meio de lei complementar. 10.CESPE/TRF 1ª Região – Juiz Federal/2011 Não incide CSLL sobre a produção de papel destinado à impressão de jornais. 11.CESPE/FHS-SE-Analista Administrativo/2009 A contribuição para o PIS e a COFINS na modalidade não cumulativa passaram a coexistir com as contribuições cumulativas. Pelo conceito de não-cumulatividade já anteriormente adotado para o ICMS e o IPI, abate-se em cada operação o valor incidente na operação imediatamente anterior. Essa sistemática não é compatível com a tributação monofásica. 12.ESAF/PGFN-Procurador da Fazenda Nacional/2015 Relativamente aos tributos federais incidentes sobre pessoa jurídica que exerça preponderantemente as atividades de desenvolvimento de software ou de prestação de serviços de tecnologia da informação e que, por ocasião da sua opção pelo Regime Especial de Tributação aplicável, assuma compromisso de exportação igual ou superior a 50% (cinquenta por cento) de sua receita bruta anual decorrente da venda dos bens e serviços de que trata esta situação, assinale a opção correta. a) Há isenção da Contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS sobre a receita bruta decorrente da venda de bens novos, quando adquiridos por pessoa jurídica beneficiária do regime para incorporação ao seu ativo imobilizado. b) Há isenção da Contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS sobre a receita bruta auferida pela prestadora de serviços, quando tomados por pessoa jurídica beneficiária do regime. Fábio Dutra Aula 15 Direito Tributário p/ Receita Federal (Auditor Fiscal) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1658294 Material adquirido em http://tiny.cc/RTCursos2021 50 54 c) Há isenção da Contribuição para o PIS/PASEP-Importação e da COFINS-Importação incidentes sobre bens novos, quando importados diretamente por pessoa jurídica beneficiária do regime para incorporação ao seu ativo imobilizado. d) Há suspensão da exigência da Contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS e do PIS/ PASEP-Importação e da COFINS-Importação, quando for o caso, nas hipóteses de venda de bens novos adquiridos por pessoa jurídicabeneficiária do regime para incorporação ao seu ativo imobilizado, de prestadora de serviços quando tomados por pessoa jurídica beneficiária do regime e bens novos importados diretamente por pessoa jurídica beneficiária do regime para incorporação ao seu ativo imobilizado, convertendo-se em alíquota zero atendidas as condições legais. e) Há suspensão da exigência da Contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS nas hipóteses de venda de bens novos adquiridos por pessoa jurídica beneficiária do regime para incorporação ao seu ativo imobilizado, de prestadora de serviços quando tomados por pessoa jurídica beneficiária do regime e bens novos importados diretamente por pessoa jurídica beneficiária do regime para incorporação ao seu ativo imobilizado, convertendo-se em isenção atendidas as condições legais. 13.ESAF/AFRFB/2014 Sobre a CSLL – Contribuição Social sobre o Lucro Líquido, é incorreto afirmar que: a) o valor pago a título de CSLL não perde a característica de corresponder a parte dos lucros ou da renda do contribuinte pela circunstância de ser utilizado para solver obrigação tributária. b) é constitucional dispositivo de lei que proíbe a dedução do valor da CSLL para fins de apuração do lucro real, base de cálculo do Imposto sobre a Renda das Pessoas Jurídicas. c) as associações de poupança e empréstimo estão isentas do imposto sobre a renda, mas são contribuintes da contribuição social sobre o lucro líquido. d) as entidades sujeitas à CSLL poderão ajustar o resultado do período com as adições determinadas e exclusões admitidas, conforme legislação vigente, para fins de determinação da base de cálculo da contribuição. e) estão sujeitas ao pagamento da CSLL as pessoas jurídicas e as pessoas físicas a elas equiparadas, domiciliadas no País. A apuração da CSLL deve acompanhar a forma de tributação do lucro adotada para o IRPJ. 14.ESAF/ACE-MDIC/2012 A COFINS – Contribuição para Financiamento da Seguridade Social – constitui espécie tributária prevista no art. 195, alínea b, da Constituição Federal, e tem como base de cálculo a totalidade das receitas auferidas pela pessoa jurídica. Sobre ela, podemos afirmar que Fábio Dutra Aula 15 Direito Tributário p/ Receita Federal (Auditor Fiscal) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1658294 Material adquirido em http://tiny.cc/RTCursos2021 51 54 a) não incide sobre a receita oriunda da locação de bens móveis, se esta não for à atividade econômica preponderante da pessoa jurídica. b) são contribuintes da COFINS as pessoas jurídicas de direito privado em geral, inclusive as pessoas a elas equiparadas pela legislação do Imposto de Renda, exceto as microempresas e as empresas de pequeno porte optantes pelo Simples Nacional. c) para a determinação da base de cálculo da COFINS, é relevante o exame da classificação contábil adotada para as receitas. d) há incidência da COFINS sobre os valores recuperados a título de tributo pago indevidamente pelo contribuinte. e) receitas de terceiros integram a base de cálculo da Cofins, quando sua atividade for à de prestação de serviços de gerenciamento daquelas. 15.ESAF/AFRFB/2009 Sobre a Contribuição Social para o Lucro Líquido (CSLL), instituída pela Lei n. 7.689/88, julgue os itens abaixo, classificando-os como verdadeiros (V) ou falsos (F). Em seguida, escolha a opção adequada às suas respostas: I. a sua base de cálculo é a mesma do imposto de renda das pessoas físicas, sendo que as deduções e compensações admissíveis para a apuração de um correspondem àquelas admitidas para fins de apuração da base de cálculo do outro; II. a sua base de cálculo é o valor do resultado do exercício antes da provisão para o imposto de renda; III. a CSLL poderá incidir sobre o resultado presumido ou arbitrado, quando tal seja o regime de apuração a que a pessoa jurídica se submete relativamente ao imposto de renda. a) Estão corretos os itens I e II. b) Estão corretos os itens I e III. c) Estão corretos os itens II e III. d) Todos os itens estão corretos. e) Todos os itens estão errados. Fábio Dutra Aula 15 Direito Tributário p/ Receita Federal (Auditor Fiscal) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1658294 Material adquirido em http://tiny.cc/RTCursos2021 52 54 16.ESAF/AFRF/2005 Relativamente aos fatos geradores ocorridos a partir de 1º de janeiro de 2002, foram isentas da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) a) as pessoas físicas que perceberam apenas rendimentos do trabalho. b) as pessoas jurídicas que participarem do programa do primeiro emprego. c) as pessoas jurídicas que aplicarem em títulos e valores mobiliários a favor de seus empregados. d) as entidades fechadas de previdência complementar. e) as organizações não governamentais dedicadas à proteção do meio ambiente. 17.ESAF/AFRF/2005 É legítima a cobrança da COFINS e do PIS sobre as operações relativas à energia elétrica, serviços de telecomunicações, derivados de petróleo, combustíveis e minerais do País. 18.ESAF/AFRF/2005 Foram instituídas a Contribuição para o PIS/PASEP-Importação e a Contribuição para a COFINS, devida pelo importador de bens estrangeiros ou serviços do exterior. 19.CESGRANRIO/LIQUIGÁS-Prof. Júnior-Ciências Contábeis/2015 Nos termos da Lei própria, a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins), não cumulativa, incide sobre o total das receitas auferidas no mês pela pessoa jurídica, independentemente de sua denominação ou classificação contábil. E, como regra geral, será aplicada sobre a base de cálculo do Cofins a alíquota de a) 2,5% b) 3,2% c) 4,10% d) 5,0% e) 7,6% Fábio Dutra Aula 15 Direito Tributário p/ Receita Federal (Auditor Fiscal) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1658294 Material adquirido em http://tiny.cc/RTCursos2021 53 54 20.QUESTÃO INÉDITA De acordo com determinação constitucional, as alíquotas da CIDE-Combustíveis devem necessariamente ser diferenciadas por produto ou uso. 21.QUESTÃO INÉDITA Os recursos arrecadados com a CIDE-Combustíveis devem ser vinculados apenas ao financiamento de projetos ambientais relacionados com a indústria do petróleo e do gás. 22.QUESTÃO INÉDITA A legislação tributária prevê a suspensão da Contribuição ao PIS/Pasep e da Cofins no caso de venda de matérias-primas, produtos intermediários e materiais de embalagem destinados a pessoa jurídica preponderantemente exportadora, assim considerada aquela cuja receita bruta decorrente de exportação para o exterior, no ano-calendário imediatamente anterior ao da aquisição, houver sido igual ou superior a 80% de sua receita bruta total de venda de bens ou serviços no mesmo período, após excluídos os impostos e contribuições incidentes sobre a venda. 23.QUESTÃO INÉDITA A CIDE-Royalties, instituída pela Lei 10.168/2000, não incide sobre a remuneração pela licença de uso ou de direitos de comercialização ou distribuição de programa de computador, salvo quando envolverem a transferência da correspondente tecnologia. 24.QUESTÃO INÉDITA O fato gerador das contribuições PIS/PASEP-Importação e COFINS-Importação resta configurado apenas com a entrada de bens estrangeiros no território nacional. Fábio Dutra Aula 15 Direito Tributário p/ Receita Federal (Auditor Fiscal) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1658294 Material adquirido em http://tiny.cc/RTCursos2021 54 54 4 - GABARITO DAS QUESTÕES COMPLEMENTARES 1. C 2. E 3. C 4. E 5. D 6. C 7. C 8. E 9. E 10. E 11. C 12. D 13. D 14. B 15. C 16. D 17. C 18. C 19. E 20. E 21. E 22. E 23. C 24. E Fábio Dutra Aula 15 Direito Tributário p/ Receita Federal (Auditor Fiscal) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1658294 Material adquirido em http://tiny.cc/RTCursos2021