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CEFALEIAS – MEDICINA UFCSPA •Cefaleia tensional: mais comum no sexo feminino, caráter opressivo e bilateral (pode irradiar para a cervical), de intensidade leve a moderada. Pode durar horas ou dias e geralmente está relacionada a um dia estressante (contratura muscular) ou esforço visual. Deve ser feita profilaxia se for de caráter crônico (mais de 15x ao mês), então usa-se como primeira escolha amitriptilina 10 mg ao deitar-se. Como tratamento abortivo, pode ser usado um analgésico ou relaxante muscular (tizanidina). AINE’s devem ser usados no máximo em 2 a 3 vezes na semana, para não induzir cefaleia medicamentosa. Técnicas de relaxamento e controle de estresse podem amenizar as crises. -Aspirina 300-900mg VO, cada 4-6 horas. Máximo de 4000mg/dia (RENAME 100mg ou 500mg) -Paracetamol 500-1000mg VO, a cada 4-6hrs. Máximo de 4g/dia (RENAME 200mg ou 500mg) -Ibuprofeno 400-800mg VO, a cada 4-6hrs. Máximo de 2,4g/dia (RENAME 200mg, 300mg, ou 600mg) -Naproxeno 250-500mg VO, 2x/dia. Máximo de 1250mg/dia. (RENAME 250mg ou 500mg). -Tizanidina 4mg VO, a cada 6-8hrs. Máximo de 18mg/dia. •Enxaqueca: também é mais comum no sexo feminino, com caráter pulsátil, unilateral, de intensidade de moderada a severa. Tem característica genética (50% de chance se um dos pais tiver). Dura de 4 a 72 horas e está associada a náuseas, vômitos, foto e fonofobia. Pode ser desencadeada por vinho ou período menstrual. É considerada migrânea crônica se ocorrer em mais de 15 dias por mês. Aura: escotomas (sensações dinâmicas na visão), flashes, parestesias periorais, hipoestesias ou paresias dimidiadas, vertigem e diplopia. Acontece de alguns minutos até uma hora antes da enxaqueca. Costuma desaparecer quando a cefaleia se instala. Pródromo: alteração do humor, irritabilidade, anorexia, náusea, bocejos, retenção hídrica, dificuldade de concentração. Acontece até 24 horas antes da enxaqueca. O tratamento abortivo é analgésico (dipirona ou AAS ou paracetamol) e/ou triptano (inibidor de serotonina), apenas se a dor continuar importante após 30 minutos do uso da dipirona. AINE’s também são alternativas de manejo. Um antiemético (metoclopramida) pode ser associado (caso houver náuseas e vômitos). -Ibuprofeno 400-800mg VO, a cada 4-6hrs. Máximo de 2,4g/dia (RENAME 200mg, 300mg, ou 600mg) -Aspirina 300-900mg VO, cada 4-6 horas. Máximo de 4000mg/dia (RENAME 100mg ou 50mg) -Metoclopramida RENAME, 4mg, 5mg e 10mg. Para profilaxia se usa betabloqueadores (propranolol, metoprolol ou timolol), tricíclicos (amitriptilina), fumarizina (antagonista de canais de cálcio), topiramato ou divalproato de sódio (cuidar gestação) – a profilaxia só é feita se o paciente tiver mais de 3 crises por mês. A acupuntura pode ser uma alternativa não medicamentosa na profilaxia. Nem sempre o tratamento profilático é 100% efetivo, embora quase sempre reduza as crises. Outras medidas bastante importantes incluem regularidade de alimentação saudável, atividade física, cessar tabagismo, manter sono regular e reduzir ambientes estressores. Trocar, ainda, ACO por outro método anticonceptivo. -Amitriptilina RENAME 25 ou 75mg -Propranolol RENAME 10 ou 40mg. TTO abortivo: Analgésico → analgésico + isometepteno → analgésico + triptano + antiemético (metoclopramida). *Doralgina = dipirona + isometepteno + cafeína → boa opção! Os triptanos são equivalentes entre si, mas devem ser usados com cuidado em pacientes com cardiopatia, insuficiência renal ou insuficiência hepática – pode levar a descompensações graves ou parada cardíaca! •Cefaleia em salvas: é a dita “cluster headache”, ou cefaleia histamínica. Ocorre mais em homens e acontece diariamente durante semanas. É unilateral, retro-orbital ou temporal, muito severa (paciente chega batendo a cabeça na parede – inquietação motora), lacrimejante e cursa com congestão nasal. Como abortivo, apenas oxigenoterapia, ergotamina ou sumatriptano. Para profilaxia usa-se verapamil (bloq. Canais de cálcio). Não oferecer paracetamol, AINE’s ou opioides. A descompressão cirúrgica do quinto par craniano pode ser uma opção. -Oxigênio a 7L/min durante 15 minutos -Ergotamina 1mg EV, IM ou SC. Máximo de 3mg/dia -Verapamil 360-480mg/dia. RENAME: 80mg ou 120mg. •Enxaqueca basilar: tem relação com os pares cranianos, cursa com amaurose, diplopia, disartria e vertigem. •Hemicrânia paroxística crônica: dura 15 minutos e acontece mais em mulheres (7:1). O número de crises acaba sendo alto e não há tratamento abortivo. A profilaxia se dá com indometacina (AINE). •Cefaleia de HIC: intensa, contínua, matinal, progressiva, com náuseas e vômitos. •Cefaleia de arterite temporal: é uma vasculite (podem ser palpados nódulos nas têmporas). É bilateral e ocorre predominantemente em idosos. Ela pode complicar para amaurose. O diagnóstico se dá por biópsia da artéria temporal. O tratamento é prednisona. •Cefaleia secundária a rinossinusite: rinorreia, tosse, mal-estar e obstrução nasal. •Cefaleia por distúrbio de refração ocular (miopia/hipermetropia): dor de intensidade moderada, frontal e ocular. •Outras secundárias: ACO, tabagismo, ritmos de sono, ruídos, uso de AINE’s. Fundamental, nesses casos, reduzir/abolir as exposições causadoras. Atividades de relaxamento (e.g. yoga) também possuem efeito profilático. **Encaminha-se ao neurologista casos de primária refratária ao tto e secundária sem necessidade de aval da emergência. •Sinais de risco para cefaleia: mnemônico SNOOP4 Se for de início súbito, pode estar relacionada com hemorragia subaracnóidea, TVC ou meningite (fazer neuroimagem). Se houver exame físico alterado + convulsões, pensar em AVC ou infecções. Se houver febre + rigidez nucal sempre cogitar meningite, encefalite, abscessos ou vasculite. Após os 50 anos pensar em neoplasia, vasculite e arterite temporal. Após o exercício cogitar neoplasia. Se for progressiva, tumor, hematoma subdural, abscesso e hidrocefalia. Por fim, se for ortostática pensar em hipotensão liquórica. Na hemorragia aracnoidea o paciente relata a “pior dor de cabeça da vida”. •Principais ERROS no manejo de cefaleias -Desconhecimento do dx dos tipos de cefaleia -Não oferecer profilaxia quando indicado -Excesso de encaminhamentos, assim como manejo não ideal de crise aguda -Associar em excesso cefaleia crônica a HAS, rinossinusites ou distúrbios de refração -Negligenciar excesso de medicamentos em portadores crônicos.
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