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Povos da MESOPOTÂMIA 1

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Povos da Mesopotâmia 
A região que contemplava a Mesopotâmia era regada por dois grandes rios: 
Tigres e Eufrates. Tal circunstância propiciou que essa parte do mapa ficasse famosa e 
conhecida como “crescente fértil”. Essa característica, em uma época tão remota, era 
almejada por diversos povos, afinal água é sinônimo de vida, pelo menos na Terra. Isso 
significa que para crescer, esses povos necessitavam de água. Consequentemente, a 
Mesopotâmia acabou sendo habitada por diversos povos. 
 
1 Sumérios 
Por volta de 5000 a.C., os sumérios se fixaram no sul da Mesopotâmia, região 
que fica, atualmente, entre Iraque, Irã e Síria. Tornaram-se os grandes responsáveis pelos 
avanços na Era do Bronze. Dentre eles: a drenagem de pântanos e sistema de irrigação; 
possuíam linguagem bem desenvolvida, a qual facilitou as relações comerciais e permitiu 
a ocorrência do contato com diversos povos; destacaram-se nas áreas artísticas, como na 
música e na escultura de bronze; aperfeiçoaram ferramentas (martelos, por exemplo) e 
armas; são considerados os pioneiros nos estudos da Astronomia, o que fomentou a ideia 
de que suas divindades eram extraterrestres. 
Contudo, o grande legado, de destaque, dessa civilização foi a criação da 
escrita cuneiforme, em 4000 a.C., a qual relevou a necessidade que os sumérios tinham 
em deixar registros das colheitas, do comércio e dos seus costumes. Tal necessidade 
viabilizou que outros povos também fizessem uso desse sistema de escrita, como os 
babilônios, etitas e assírios. Então, por meio da escrita, todos esses povos se tornaram 
conhecidos no mundo atual, cada qual com suas contribuições. 
Vale ainda destacar, que eram politeístas. Sua crença era sustentada pelo mito 
de que suas divindades, conhecidas como anunnaki, haviam criado os humanos para 
serem servos no trabalho de busca por ouro. Em contrapartida, fundaram as cidades-
estados: Quixe; Nipur; Uruque; Eridu; Lagaxe e Ur. Todas se estabeleceram como centros 
econômicos, com comércios bem desenvolvidos. É imprescindível frisar, que suas 
cidades-estados eram completamente autônomas, tendo, inclusive, reis próprios. Além 
disso, dar-se-á evidência a cidade de Ur por ter grandes centros religiosos, chamados de 
zigurates, onde principal ficou famoso como grande zigurate de Ur. 
O fim dessa civilização ocorreu aos poucos, tendo registrado seus conflitos; 
o primeiro aconteceu entre sumérios e elamitas, em 2700 a.C. (ficou conhecido como a 
primeira guerra escrita na História). Apesar do final dos sumérios, boa parte do seu legado 
foi absorvidos por outros povos e perpassado até o presente. 
 
2 Acádios 
Os acádios, descendentes dos semitas, surgiram no antigo território 
mesopotâmico em aproximadamente 2.500 a.C., na região que atualmente corresponde 
ao norte da Síria. Sua mudança para a área do crescente fértil, segundo os estudiosos, 
muito provavelmente ocorreu devido a busca por terras onde o solo fosse mais rico e 
houvesse maiores disponibilidades de recursos. 
Inicialmente, as relações estabelecidas entre os sumérios e acádios não foi tão 
amistosa, resultando em alguns conflitos. Todavia, houve uma trégua vivenciada, que 
possibilitou trocas culturais, comerciais e linguísticas, ou seja, os acádios adotaram o 
estilo de escrita cuneiforme. Além das contribuições mútuas, é importante abordar sobre 
as divergências existentes entre esses dois povos: sumérios incentivavam mais o 
desenvolvimento das artes e das ciências, enquanto os acádios possuíam apreço pela 
guerra. 
No aspecto religioso, é observado também a presença do politeísmo, 
ocorrendo, com o passar do tempo, uma fusão entre os deuses sumérios e acádios. Esse 
cenário influenciou de forma direta a visão do representante do Estado como uma figura 
divina, um enviado dos deuses, e, portanto, o povo estava sob o seu poder, devendo ser 
tratado como súdito. Por causa disso, os chefes do Estado passaram a ter o título de 
sacerdotes supremos. 
No decorrer da convivência entre acadianos e sumérios, aparentemente, foi 
vista uma harmonia, afinal esses dois povos passaram a dividir, inclusive, membros da 
nobreza de ambos os lados, principalmente durante o governo do rei sumério Lugalzagesi, 
que durou por volta de 30 anos. 
Entretanto, essa paz fictícia teve seu fim com Sargão, o Grande, o qual com 
sua origem misteriosa, torou-se rei de Acádia e declarou guerra contra o rei sumério 
Lugalzagesi, após tomar a cidade de Quixe, dominando posteriormente a cidade de 
Uruque. Dessa forma, Sargão, depois de vencer o rei sumério, acabou conquistando 
outros territórios. Formando, então, o primeiro império da História: Primeiro Império 
Mesopotâmico. Assim, Sargão ampliou seus territórios, sendo considerado tão poderoso 
e influente, que há relatos sobre ele nos textos babilônicos. 
Sua morte está datada em 2.215 a.C., com cerca de 85 anos de idade. Logo 
após seu falecimento, o império foi sendo conquistado por outros povos (um deles foram 
os gútios) e teve seu fim. 
Representação, em estátua, de Sargão. 
3 Amoritas 
Oriundos do povo semita, fixaram-se na Mesopotâmia, após a queda suméria-
acadiana, em 2000 a.C., nas proximidades do rio Eufrates, região do atual Iraque. No 
decorrer do tempo, seu território acabou sendo alvo das trocas culturais entre vários 
povos, fomentando o crescimento e poder dos amoritas. Dessa forma, tornou-se, em seu 
auge, possivelmente a maior Estado do mundo antigo. 
Outrossim, com o desenvolvimento econômico, os amoritas passaram a 
construir estátuas, templos e monumentos ricamente detalhados. Analisando o aspecto 
arquitetônico, possuíam vários canais de água pelo território, suprindo diversas 
necessidades da população. 
Compreendendo a estrutura de governo, é observado que era comandado por 
nobres de diferentes famílias e por seus líderes religiosos. Posteriormente, com ascensão 
do rei Hamurábi ao trono, a cidade da Babilônia alcançou uma importância ainda maior. 
Sendo o 6º rei da dinastia amorita, ele conseguiu dominar terras antes pertencidas aos 
sumérios e acádios, incluindo a cidade de Assur e Nínive. Criando, então, o primeiro 
império da babilônico, chamado de Império Paleobabilônico. 
Um dos grandes legados dos babilônicos foi a criação do primeiro código de 
leis: Código de Hamurábi. Ele era um apanhado de leis tradicionais estabelecidas sob o 
lema da Lei do Talião, “olho por olho, dente por dente”. Nele estava contido não somente 
o que não era “aprovado”, mas também as punições cabíveis. 
Porém, em 1750 a.C., Hamurábi faleceu, e com isso ocorreu também, 
posteriormente, a queda do império babilônico, principalmente devido aos ataques de 
outros povos, como os cassitas e hititas. 
 Código de Hamurábi. 
4 Assírios 
Por volta de 1900 a.C., os assírios se fixaram na região norte da Mesopotâmia, 
em Assur. Essa cidade se tornou a mais importante do território dominado pelos assírios, 
virando a capital. Ela se encontrava ao longo do rio Tigres, em proximidades de 
montanhas. 
Outrossim, por ficarem em uma região vulnerável a ataques, somado ao fator 
de possuírem, fartamente, matérias primas como madeira, cobre e ferro; possibilitou a 
esse povo o estímulo propulsor adequado para se transformarem em uma civilização 
altamente militarizada. Constituindo um estado militarista e expansionista, sendo o 
primeiro, entre os povos da época em questão, a deter um exército poderoso com: 
formações fixas de carros de combate; cavalaria; infantaria; sapadores; armas de 
arremesso. 
Dessa forma, essa sofisticação bélica viabilizou a conquista de muitos 
territórios, a qual era feita através de grande terror e violência. Logo, com o reinado de 
Senaqueribe (740-681 a.C.), os assírios vivenciaram o apogeu juntamente com 
Assurbanipal (687-627 a.C.), este foi responsável pela transferência da capital de Assur 
para Nínive, e esse realizou a invasão do Egito e construção da famosa biblioteca de 
Nínive. 
Assim,quando Assurbanipal, tido como um grande estudioso e considerado 
o último grande rei dos assírios, morreu, houve, com ao longo do tempo, o desfalecimento 
do seu império com diversas invasões e guerra; até que em 612 a.C., Naboplasar, rei dos 
caldeus, deu final aos assírios. 
 
5 Caldeus 
Os caldeus eram um povo semita, de origem árabe, que, inicialmente, 
organizavam-se em tribos e ocupavam o sul da Mesopotâmia, região conhecida com 
Caldeia, situada atualmente nas localidades da Síria, do Iraque e da Turquia. 
O povo caldeu e os medos formaram uma aliança militar, que concretizou o 
fim definitivo do Império Assírio, em 612 a.C. Isso ocorreu devido ao uso de inovações 
bélicas e estratégias diferentes. Desse modo, contrariando os assírios, os caldeus 
transferiram a capital da Mesopotâmia novamente para a Babilônia, destruindo todas as 
grandes construções de Nínive (para justamente representar essa mudança), incluindo até 
mesmo a biblioteca de Nínive. É por conta da forma como existiu essa expansão cultural 
e valorização babilônica, que os caldeus também são chamados como neobabilônicos. 
No estudo desse povo, é observado que eles são politeístas assim como outros 
povos que habitavam a mesma região, sendo que seus deuses estavam relacionados à 
natureza e aos animais. Essa característica os influenciou em diversos aspectos, inclusive 
a arquitetura, onde na porta da cidade da Babilônia (capital) foi feito um mosaico em 
homenagem a deusa considerada protetora da cidade. Além disso, foram estudiosos em 
astrologia, astronomia e matemática avançada. 
Após a morte de Naboplasar, em 605 a.C., Nabucodonosor, seu filho, assumiu 
o Império, passando a direcionar as expansões para outras terras na Mesopotâmia, 
estabelecendo um rígido controle. Um dos povos conquistados foram os judeus, pois o 
rei de Judá, em 598 a.C., negou-se a pagar tributos ao Império Caldeu. 
Com Nabucodonosor (605 – 563 a.C.), o Império Caldeu vivenciou se auge, 
dando gênese ao Segundo Império Babilônico. Tratou-se de um momento de muita 
ampliação cultural e desenvolvimento, como a criação dos jardins suspensos da 
Babilônia, uma das 7 maravilhas do mundo antigo. Contudo, com seu falecimento, o 
Império teve seu declínio e fim com a invasão dos persas, sobre a liderança de Ciro I. 
Assim, a derrota do Império Caldeu marcou o fim da civilização mesopotâmica, deixando 
como legado histórico um domínio breve, que não durou um século.

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