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CLÍNICA-MÉDICA-CIRÚRGICA-E-TERAPÊUTICA-EM-ANIMAIS-SILVESTRES

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CLÍNICA MÉDICA, CIRÚRGICA E 
TERAPÊUTICA EM ANIMAIS SILVESTRES 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1. ÉTICA VETERINÁRIA .......................................................................................... 3 
1.1 Princípios da Ética Médica Veterinária ........................................................... 4 
2. BIOÉTICA E MEDICINA VETERINÁRIA .............................................................. 6 
3. CIRÚRGIA E TERAPÊUTICA EM ANIMAIS SILVESTRES ................................ 10 
4. ANIMAIS SILVESTRES ...................................................................................... 12 
5. O MÉDICO VETERINÁRIO DE ANIMAIS SELVAGENS .................................... 16 
 
 
 
 
 
 
 
 
1. ÉTICA VETERINÁRIA 
 
Ética médica veterinária é um sistema de princípios morais que se aplicam 
valores e julgamentos para a prática da medicina veterinária. Como uma disciplina 
acadêmica, a ética médica veterinária engloba sua aplicação prática na clínica, bem 
como o trabalho em sua história, filosofia, teologia e sociologia. 
A ética médica veterinária combina medicina veterinária profissional ética e o 
tema da ética animal. Isto pode ser interpretado como uma reflexão crítica sobre a 
prestação de serviços veterinários em apoio das responsabilidades da profissão para 
a espécie animal e para a humanidade 
O Bem-estar Animal tem sido um assunto estudado em profundidade; ele 
examina as maneiras que um animal pode sofrer em circunstâncias especiais ou como 
sua vida pode ser enriquecida. Ética Animal é outro assunto bem documentado em 
que os filósofos, desde Aristóteles, têm ressaltado sua importância. 
Muitas vezes, referido como "o problema animal", as questões que parecem ser 
feitas neste campo são, em sua fundação, para tentar determinar qual a diferença 
relevante moral entre animais e seres humanos: se não há nenhuma diferença, como 
podemos justificar o tratamento de animais de uma determinada maneira e, por outro 
lado, se há uma diferença, qual é essa diferença que nos permite tratar os animais em 
uma determinada maneira. 
Ética médica veterinária é um assunto moderno e que não tem definido seu 
ponto de início. Ela combina o estudo do bem-estar animal e da ética animal, bem 
como sua raiz e usa informações como dados para suas deliberações. Poderia ser 
dito que possui uma longa história, no entanto, como uma disciplina acadêmica, só 
recentemente os trabalhos sobre o tema têm sido publicados. 
Os dois maiores acadêmicos que escrevem sobre ética médica veterinária são 
Bernard Rollin (Colorado State University) e Jerrold Tannenbaum (Universidade da 
Califórnia, em Davis), podendo ser vistos como os fundadores do assunto em ética 
médica veterinária. Atualmente, a maioria dos cursos de medicina veterinária possuem 
a disciplina de ética médica veterinária e, muitas vezes, combinam também o ensino 
sobre bem-estar animal e sobre as leis. 
os últimos anos, o Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV), após um 
trabalho de construção conjunta com os Conselhos Regionais de Medicina Veterinária 
(CRMVs) aprovou, no final de 2016, uma nova versão do código de ética médica 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Medicina_veterin%C3%A1ria
https://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria
https://pt.wikipedia.org/wiki/Filosofia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Teologia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Sociologia
https://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%89tica_animal
https://pt.wikipedia.org/wiki/Bem-estar_animal
https://pt.wikipedia.org/wiki/Aristotle
https://pt.wikipedia.org/wiki/Animais
https://pt.wikipedia.org/wiki/Homo_sapiens
https://pt.wikipedia.org/wiki/Colorado_State_University
 
 
 
veterinária. A Resolução CFMV nº 1138 de dezembro de 2016, que aprova o Código 
de Ética do Médico Veterinário, foi publicada no Diário Oficial da União em 25/01. O 
novo Código de Ética entrou em vigor no dia 09 de setembro de 2017, Dia do Médico 
Veterinário 
 
1.1 Princípios da Ética Médica Veterinária 
 
A American Veterinary Medical Association (AVMA), regulariza revisões e 
atualizações de políticas e procedimentos, incluindo um documento considerado o 
princípios da ética. O Conselho Judicial da AVMA atua como o grupo encarregado de 
garantir que os princípios são atuais. Muito parecido com o código médico humano, é 
esperado dos médicos veterinários a adesão a um progressivo código de conduta 
ética, conhecido como os Princípios de Ética Médica Veterinária (PVME)". 
 Em fevereiro de 2015, a AVMA aprovou a versão mais recente dos "Princípios 
da Ética Médica Veterinária", que foi aprovada pela câmara dos representantes do 
AVMA . O conteúdo dos princípios "foi modelado após o Código de Ética da 
Associação Médica Americana. No geral existem oito princípios fundamentais, que 
são: 
Um médico veterinário deve se dedicar a fornecer cuidado médico veterinário 
cuidado competente, com compaixão e respeito para o bem-estar animal e a saúde 
humana 
Um médico veterinário deve fornecer atendimento clínico médico veterinário 
sob os termos de um relacionamento veterinário-cliente-paciente (VCPR). 
Um médico veterinário deve manter os padrões de profissionalismo, ser 
honesto em todas as interações profissionais e reportar os veterinários que são 
deficientes em caráter ou competência para as entidades competentes. 
Um médico veterinário devem respeitar a lei e também reconhecer a 
responsabilidade de buscar mudanças, normas e leis que são contrárias aos melhores 
interesses do paciente e de saúde pública. 
Um médico veterinário deve respeitar os direitos dos clientes, colegas e outros 
profissionais de saúde, e devem salvaguardar a informação médica dentro dos limites 
da lei. 
Um médico veterinário deve continuar a estudar, aplicar e avançar o 
conhecimento científico, manter um compromisso com a educação da medicina 
 
 
 
veterinária, disponibilizar informação relevante para os clientes, colegas, público, e 
obter consulta ou referência, quando indicado. 
Um médico veterinário deve, na provisão de cuidados de saúde, exceto em 
situações de emergência, ser livre para escolher a quem atender, com quem se 
associar e o ambiente no qual fornece atendimento médico veterinário. 
Um médico veterinário deve reconhecer a responsabilidade de participar de 
atividades que contribuam para a melhoria da comunidade e a melhoria da saúde 
pública. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2. BIOÉTICA E MEDICINA VETERINÁRIA 
 
Bioética não é considerado mais um neologismo desconhecido. Após três 
décadas do seu surgimento nos EUA, a bioética vêm destacando-se em influência 
como importante ramo da ética aplicada. Isto tem sido demonstrado através do 
crescimento constante da literatura sobre o tema, debates e congressos, além do 
surgimento da mesma como disciplina em diversos cursos acadêmicos. 
Mas, qual a importância da bioética para a Medicina Veterinária? Para 
discutirmos esta questão é necessário rever a trajetória da ciência, ou ainda da 
biotecnociência nas últimas décadas, que fez surgir novas perspectivas sobre as 
possibilidades biotecnológicas. Além disso, rever conceitos éticos que suscitam 
debates sobre o que devemos fazer, impondo reflexões sobre novas e velhas 
questões no âmbito de atuação do médico veterinário. 
A medicina veterinária encontrou-se então, seriamente envolvida com estas 
questões, uma vez que muitas das novas possibilidades biotecnológicas envolvem o 
poder de intervenção do homem sobre a natureza e dos animais e, em particular sobre 
o começo e o fim da vida. 
 Nos anos 60, com o aparecimento de novos recursos científicos como o 
surgimento de máquinas de diálise, a possibilidade de transplantes, técnicas de 
reprodução assistida, aprimoramento das técnicas cirúrgicas e outras, a sociedade 
civil sofreu mudanças intensas e passou a reivindicar direitos e propor mudanças de 
valores e costumes. 
O movimento feminista, protestoscontra a guerra no Vietnã, movimentos das 
minorias étnicas, dentre outros, começaram a permitir uma maior conscientização da 
sociedade, inclusive sobre as questões científicas e ecológicas. A preocupação da 
relação do homem com os outros seres vivos e suas intervenções no meio ambiente 
tornaram-se uma preocupação cada vez maior na década de 70. 
Com o movimento hippie de filosofia “paz e amor” e a crise ambiental surge o 
terreno onde nasce a bioética. Em 1970, Van Rensselaer Potter utilizou pela primeira 
vez o termo “bioética” em seu artigo “Bioethics, the science of survival” 
(POTTER,1970), sendo ele médico oncologista, pode estudar a relação do câncer e a 
ação do homem sobre o meio ambiente. 
Logo surgiram propostas de que os homens precisavam garantir sua 
sobrevivência, num meio ambiente que cada vez mais vinha se tornando deteriorado 
 
 
 
em conseqüência destes mesmos. Assim para este pesquisador, a bioética seria esta 
nova ciência da sobrevivência, ou seja, uma ponte entre ciências biológicas e valores 
morais com a finalidade de garantir a sobrevivência humana em um ambiente 
saudável (POTTER,1971). 
Outros estudiosos começaram a utilizar o neologismo meses após Potter, 
porém com um sentido diferente. A bioética seria então um novo campo interdisciplinar 
da própria filosofia moral, voltado mais especificamente para os dilemas biomédicos, 
envolvendo os direitos e deveres dos pacientes e dos profissionais de saúde e 
pesquisa de modo geral. Hoje a bioética é sobretudo uma disciplina voltada para 
dilemas concretos que demandam análise e propostas de solução. 
Vários são os temas da bioética, tais como : aborto, eutanásia, experimentação 
em humanos, manipulação genética, transplantes, distribuição de recursos em saúde, 
e mais atualmente, depois da “Dolly” (WILMUT et al.,1997), a clonagem dos animais 
e a clonagem humana. BERLINGUER (1993) distingue uma bioética cotidiana 
(relacionada às questões de saúde pública) e uma bioética de fronteira (relacionada 
às questões surgidas com as novas propostas da biotecnociência). 
A bioética também mantém o desafio de buscar uma resposta sobre quais são 
as nossas obrigações para com os animais, já que a partir de uma definição mais 
abrangente entende-se que a mesma se ocupa dos atos humanos que alteram 
irreversivelmente os processos da vida (KOTTOW, 1995). 
Desde a década de 70, as questões envolvendo animais mostraram-se 
crescentes. Surgem movimentos em prol dos “direitos dos animais” (REGAN,1983) e 
cresce a preocupação com o que se denominou “bem-estar animal” (PAIXÃO & 
SCHRAMM,1999). Daí surge a importância do médico veterinário como peça chave 
na promoção do bem-estar animal, reconhecido em estatuto da Associação Mundial 
de Veterinária na década de 90 (WVA,1993). 
Com o avanço da biotecnociência, a partir do advento da engenharia genética 
estas questões tomaram maior importância. Destacam-se a produção de animais 
transgênicos que teve início em 1980, e mais recentemente, na década de 90, a 
técnica de clonagem. 
O processo de produção de um animal transgênico pode ser definido como a 
introdução de DNA exógeno no genoma de um animal, de tal forma que suas células 
tornam-se geneticamente alteradas (DZIADEK,1996). Isto faz com que a engenharia 
genética apresente aspectos diferentes da biotecnologia tradicional : a possibilidade 
 
 
 
de atravessar a barreira das espécies, a modificação do espaço temporal em que 
ocorrem as alterações e a possibilidade de utilização de um número cada vez maior 
de espécies de seres vivos para múltiplas finalidades. 
A utilização destes animais geneticamente modificados varia desde a 
possibilidade de se obter conhecimentos sobre os processos genéticos e fisiológicos 
a possíveis aplicações na área biotecnológica em medicina e agropecuária. 
Os animais obtidos a partir da engenharia genética podem se destinar à 
pesquisa básica, a modificações destinadas ao emprego na atividade agropecuária, à 
produção de modelos de doenças, a doadores de órgãos, a biorreatores, isto é, 
animais modificados geneticamente para produzirem proteínas com emprego 
farmacêutico. 
Essas novas tecnologias expõem os animais a fatores de risco adicionais que 
terão implicações em seu bem-estar, tal como tem sido apontado por vários autores 
(MORTON et al.,1993; MOORE & MEPHAN,1995; BALLS,1998; ECVAM,1998). 
Tais riscos adicionais podem ser categorizados em : 
a) efeitos de mutações, 
b) efeitos de expressão, 
c) efeitos metodológicos, 
d) efeitos sistemáticos (MOORE & MEPHAN,1995). 
Os efeitos de mutação não só podem gerar conseqüências imprevisíveis, como 
os problemas podem se tornar aparentes somente algumas gerações depois. 
Os efeitos de expressão podem ser considerados potencialmente variáveis, 
resultando em modificações fisiológicas que afetem o bem-estar animal e também 
ocasionar grandes desperdícios de animais, uma vez que estes podem se tornar 
inadequados aos propósitos para os quais foram desenvolvidos até que se chegue a 
uma modificação desejada, resultante de várias testagens de combinações. Os efeitos 
metodológicos resultam daqueles gerados durante o processo tecnológico, que muitas 
vezes produzem animais com graves anormalidades e sofrimento antes de sua morte. 
Quando se fala de efeitos sistemáticos, questiona-se como estes animais em 
pesquisa serão mantidos e tratados, já que dependendo do propósito para o qual 
foram criados, eles podem ser submetidos a situações ambientais e de manejo que 
comprometem o seu bem-estar. 
É preciso considerar que a prioridade dada a produtividade animal sobre o bem-
estar animal é um problema ético da produção animal como um todo, mesmo antes 
 
 
 
da engenharia genética. Um outro aspecto relevante da biotecnociência é 
representado pela possibilidade de xenotransplantes, isto é, a utilização de animais 
como fonte de órgãos para transplantes em humanos. 
Atualmente, com a de utilização de drogas imunossupressoras mais eficientes, 
para diminuir a rejeição, assim como a possibilidade de serem realizadas alterações 
genéticas em animais “doadores” , aumentaram as chances de compatibilidade dos 
transplantes. 
Além de certas considerações éticas que podem ser colocadas em relação à 
qualidade de vida dos seres humanos envolvidos em xenotransplantes, os principais 
aspectos que se destacam no debate ético é o risco da transmissão de doenças 
infecciosas para a população e a questão dos danos impostos aos animais “doadores” 
em prol dos benefícios humanos. 
Como exemplo disto poderíamos considerar a necessidade de se manter estes 
animais livres de agentes patogênicos, o que pode requerer um isolamento e uma 
alteração genética que venham a comprometer o bem estar destes animais 
(HUGHES,1998). Apesar de todos os avanços na biotecnologia, as questões éticas 
advindas deste avanço ainda são pouco discutidas, e pouca atenção tem sido dada 
ao aspecto do sofrimento animal. 
Para a abordagem destas questões tem se observado uma tendência mundial 
de atuação : a formação de comissões de ética e de bem-estar no uso de animais, 
uma política de classificação da dor animal e o ensino da bioética e bem-estar animal. 
Entende-se sobre política de classificação da dor, uma estratégia para se 
reconhecer, estabelecer e reduzir a dor a que são submetidos aos animais. No Brasil, 
ainda são raras as manifestações de ensino do bem-estar animal durante a graduação 
no curso de Medicina Veterinária. 
Na última década surgiram algumas manifestações de preocupação com este 
paradigma ético e científico. Assim, esperamos que estas novas posturas que levaram 
a uma maior consciência científica, ao estudo da ética da vida, não resultem em 
maiores impedimentos burocráticos ou um patrulhamento fanático à liberdade de 
condução de pesquisas médicas, mas sim, um avanço no processo de evolução do 
ser humano com relação ao respeito queas outras espécies que compartilham 
conosco a vida neste planeta merecem. 
 
 
 
 
 
3. CIRÚRGIA E TERAPÊUTICA EM ANIMAIS SILVESTRES 
 
Difere em aspectos essenciais da clínica de animais domésticos. Aspectos 
como biologia (particularidades de cada espécie), local onde são mantidos, 
comportamento, doses de medicamentos, são cruciais para o sucesso e a pronta 
recuperação do animal atendido. 
A globalização tem promovido o incremento significativo dos animais silvestres 
como pets, levando assim a necessidade do atendimento clínico e cirúrgico a esses 
pacientes aumentar. Algo importante a se salientar é que para o manejo, cuidado, 
diagnóstico e tratamento desses pets, é necessário se especializar profundamente, 
pois cada espécie é provida de variáveis anatômicas e fisiológicas importantes. 
De tal forma fazendo com que esse profissional seja amplamente conhecedor 
dessas variáveis, promovendo a melhor e exata abordagem de cada indivíduo, 
minimizando o estresse e mortalidade dessas espécies. O veterinário especialista em 
animais silvestres tem capacidade de abordar classes como mamíferos, répteis, aves, 
anfíbios e peixes. 
Além de orientar os tutores desses pets quanto a manejo alimentar, 
especificidades comportamentais e cuidados necessários para viverem com qualidade 
em residências e com convívio com humanos. 
De maneira geral, a fauna é considerada uma verdadeira riqueza para a 
humanidade por seu notável valor ecológico, científico, econômico e cultural. 
Lamentavelmente, uma parcela considerável da sociedade não reconhece, de forma 
condigna, a magnitude desses valores. 
O Brasil é responsável pela gestão do maior patrimônio de biodiversidade do 
mundo: são mais de 100 mil espécies de invertebrados e aproximadamente 8.200 
espécies de vertebrados (713 mamíferos, 1826 aves, 721 répteis, 875 anfíbios, 2.800 
peixes continentais e 1.300 marinhos), das quais 627 estão listadas como ameaçadas 
de extinção, sendo, uma obrigação do poder público e da sociedade não permitir que, 
de fato, essas espécies sejam extintas (ICMBIO, 2012). 
Ao longo do tempo, os animais selvagens, estão se tornando mais populares 
como animais de companhia, o que coloca o Médico Veterinário em uma posição 
importante enquanto da orientação e esclarecimento ao proprietário sobre o correto 
manejo e cuidados sanitários da espécie em questão. 
A clínica médica e cirúrgica de animais selvagens vem adquirindo crescente 
 
 
 
importância na prática veterinária moderna devido à preocupação com a saúde desses 
animais. 
A necessidade dos profissionais da área de veterinária em instruírem-se a 
respeito de tais animais se torna, deste modo, crucial (SCHULTE e RUPLEY 2004). 
O objetivo do atual trabalho foi realizar um estudo retrospectivo das 
intervenções cirúrgicas dos animais atendidos no Ambulatório de Animais Silvestres 
(AAS) do Hospital Veterinário Mário Dias Teixeira (HOVET) da Universidade Federal 
Rural da Amazônia, identificando os atendimentos com intervenção cirúrgica, referindo 
as ocorrências e distribuição de frequência segundo a classe, ordem e espécies 
acometidas e comparar os resultados obtidos com os descritos na literatura. 
Justifica-se a realização do estudo retrospectivo de atendimento cirúrgico dos 
animais atendidos no ambulatório de animais silvestres devido ao aumento da 
ocorrência dessas espécies como animais de companhia, bem como a sua 
importância para a manutenção da saúde de animais silvestres cativos ou de vida livre, 
de maneira que possa ser exposto a necessidade do aprimoramento profissional do 
Médico Veterinário para que este esteja apto para realizar tais procedimentos, bem 
como, salientar a importância da aquisição de materiais e na implementação de 
equipamentos adequados para o atendimento nas mais diferentes espécies de 
animais silvestres e exóticos atendidos pelo Ambulatório de Animais Silvestres com o 
apoio das demais áreas e especialidades que existem no Hospital Veterinário Mário 
Dias Teixeira da Universidade Federal Rural da Amazônia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4. ANIMAIS SILVESTRES 
 
Os animais silvestres são aqueles animais que não estão acostumados com a 
presença dos seres humanos. Eles se diferem de animais como o cachorro, o gato e 
cavalo, pois não passaram pelo processo de domesticação. Assim, podem reagir de 
diferentes maneiras quando retirados da natureza, inclusive de maneira agressiva, 
uma vez que não estão acostumados com a presença humana. 
Os animais silvestres apresentam dificuldade em viver com os seres humanos, 
como cachorros e gatos convivem. São comuns casos em que animais silvestres não 
sejam capazes, por exemplo, de se reproduzir e de se alimentar em cativeiro. 
 
Figura 1 
 
 
Fonte: escolakids.uol 
 
As araras são exemplos de animais silvestres. 
Exemplos de animais silvestres 
Como sabemos, os animais silvestres não são domesticados, portanto, a lista 
desses animais é longa. Como exemplos, podemos citar o lobo-guará, cobras, 
https://escolakids.uol.com.br/ciencias/os-animais.htm
https://escolakids.uol.com.br/ciencias/reproducao-dos-animais.htm
https://escolakids.uol.com.br/ciencias/alimentacao-dos-animais.htm
 
 
 
macacos, ursos, onças, tucano e a jaguatirica. Além dos exemplos citados, devemos 
destacar que animais como papagaios, jabutis e araras, apesar de serem criados por 
algumas pessoas, são também de animais silvestres. 
Leia também: Diferenças entre animais silvestres e domésticos 
→ Tráfico de animais silvestres 
Quando falamos de tráfico de animais silvestres, falamos do comércio ilegal 
desses animais, os quais são retirados da natureza e vendidos para diversas 
finalidades, como para coleção e vendas em pet shops. Essa atitude ilegal envolve 
uma grande quantidade de dinheiro, sendo estimado que cerca de 10 a 20 bilhões de 
dólares sejam movimentados por traficantes anualmente. 
O Brasil ocupa uma posição de destaque quando o assunto é tráfico de animais. 
Isso se deve ao fato de que os traficantes veem no nosso país uma fonte promissora 
de recursos, uma vez que apresentamos uma grande biodiversidade, sendo muitas 
espécies exclusivas do nosso país. 
 
Figura 2 
 
 
Fonte: escolakids.uol 
 
 
https://escolakids.uol.com.br/ciencias/animais-domesticos-e-silvestres.htm
https://escolakids.uol.com.br/ciencias/o-que-e-biodiversidade.htm
 
 
 
O tráfico de animais causa desequilíbrio no meio ambiente. 
Como a retirada da natureza e a comercialização desses animais são crimes no 
Brasil, os traficantes fazem uso de várias técnicas para garantir o transporte desses 
animais. Muitos são dopados e colocados escondidos em malas e caixas, por 
exemplo, o que comumente leva esses animais à morte. 
De acordo com a Renctas, uma organização não governamental que luta pela 
conservação da biodiversidade em nosso país, de cada 10 animais traficados, 9 
morrem antes mesmo de chegar ao seu destino final. 
A Lei N° 5.197, de 3 de janeiro de 1967, dispõe sobre a proteção à fauna. De 
acordo com o artigo 1º: 
“Os animais de quaisquer espécies, em qualquer fase do seu desenvolvimento 
e que vivem naturalmente fora do cativeiro, constituindo a fauna silvestre, bem como 
seus ninhos, abrigos e criadouros naturais são propriedades do Estado, sendo 
proibida a sua utilização, perseguição, destruição, caça ou apanha.” 
Esses animais sofrem ainda com os maus-tratos que são necessários para sua 
venda. Algumas aves, por exemplo, têm suas asas cortadas impedir o voo, outros 
animais podem ter suas garras aparadas para evitar danos aos donos, entre várias 
outras mutilações. 
Percebemos, portanto, que se trata de um mercado cruel e que visa 
exclusivamente ao lucro. Os traficantes não se preocupam com o bem-estar desses 
animais e nem com o destino que eles receberão. 
Assim sendo, mesmo que uma pessoa pretenda cuidar e amar o animal 
traficado, eles não devem ser comprados. Ao fazera compra de um animal de forma 
ilegal, você contribui para que esse triste comércio continue ocorrendo. 
O tráfico de animais silvestres também é responsável por afetar negativamente 
o ecossistema de onde esse animal foi retirado. Muitas vezes a exploração de 
determinada espécie é tão grande que acaba por dizimar a população do local, 
afetando o equilíbrio do ecossistema. 
→ É possível comprar animais silvestres de maneira legal? 
Sabemos que a comercialização de animais silvestres é considerada crime 
caso esses animais sejam retirados da natureza. Entretanto, se o animal silvestre é 
proveniente de um criadouro legalizado, a compra pode ser realizada. 
 
 
 
 
 
Figura 3 
 
 
Fonte: escolakids.uol 
 
Para comprar um animal silvestre, é essencial garantir que o animal seja 
proveniente de um criadouro legalizado. 
Entretanto, antes de adquirir um animal silvestre, é fundamental que se tenha 
em mente que esse animal não é domesticado, portanto, sua interação com os seres 
humanos é diferente do que se espera de animais domésticos. Não é incomum que 
as pessoas se arrependam da compra e abandonem esses animais, que muitas vezes 
morrem por não conseguirem sobreviver no novo ambiente. 
Assim sendo, lembre-se: animal não é brinquedo! Isso vale tanto para animais 
domésticos quanto para os silvestres. Só adquira animais se você tiver a intenção de 
amar e cuidar deles bem. Além disso, não se esqueça de que os animais domésticos 
já estão acostumados com a interação com seres humanos, sendo a opção mais 
sensata quando o assunto é animal de estimação. 
 
 
 
 
 
 
 
5. O MÉDICO VETERINÁRIO DE ANIMAIS SELVAGENS 
 
 A medicina veterinária é a ciência biológica aplicada à saúde animal, com 
desdobramentos na saúde humana. Com efeito, dividimo-la em duas grandes áreas, 
a clínica animal em todas as suas modalidades e a produção animal, e sua 
interferência na saúde e na economia humana. 
Incidindo sobre as duas áreas, numa importantíssima intersecção, está o meio 
ambiente. Neste ínterim, o médico veterinário de animais selvagens executa seu 
mister de forma preponderante. 
Seu rol de atuação dentro da conservação da fauna ocorre ex-situ, nos 
zoológicos, aquários, criadouros, centros de reabilitação, como in situ, desenvolvendo 
e participando de projetos na natureza onde o fator doença ou a contenção 
farmacológica se fazem necessários, como nos processos de translocação de fauna. 
Sua ação vida impedir que enfermidades de natureza infecciosa ou infecto-
contagiosa possam veicular entre os animais, protegendo a vida individual e coletiva, 
impedindo a propagação de agentes patogênicos no meio ambiente, zelando pelo 
bem-estar e pela ética na manutenção de fauna; impedindo que enfermidades de 
caráter zoonótico possam ser transmitidas às pessoas nos empreendimentos de fauna 
(técnicos, tratadores e ao público visitante) e por fim, salvaguardar a perenidade dos 
serviços públicos, impedindo ações judiciais trabalhistas devido manipulações 
insalubres de funcionários que ficam adequadamente protegidas por um sistema de 
medidas sanitárias protegendo o administrador e o erário público. 
 Para a avaliação de ações e tomada de medidas mitigatórias é fundamental a 
identificação dos riscos biológicos mais prováveis, em função do possível táxon 
envolvido, considerando: fontes de exposição e reservatórios; vias de transmissão e 
de entrada; transmissibilidade, patogenicidade e virulência do agente; persistência do 
agente biológico no ambiente e estudos epidemiológicos ou dados estatísticos. 
 Médicos veterinários de selvagens podem ainda participar de comitês e planos 
de manejo (ex-situ e in-situ) de espécies potencialmente ameaçadas, atuando não 
somente mitigando os riscos de enfermidades por propagação de agentes biológicos, 
mas também exercendo seu mister na proliferação dos animais, utilizando biotécnicas 
de reprodução, como inseminação artificial, fecundação in vitro, etc. 
Ao expor sua área de atuação, desejamos, desta forma, não somente enaltecer 
suas responsabilidades inerentes à fauna, mas com a própria saúde dos ecossistemas 
 
 
 
e dos biomas, aonde a saúde humana está também inserida. 
Lembremo-nos do comportamento ético que deve permear toda a nossa 
atuação, nossas relações com os colegas e da necessidade de criarmos mecanismos 
salutares de comunicação, de edificação da nobre profissão, com vistas à educação 
continuada, para a própria evolução e perenidade da medicina de animais selvagens 
no nosso país. 
A Associação Brasileira de Médicos Veterinários de Animais Selvagens se 
engalana e congratula os colegas médicos veterinários pelo dia 09 de setembro. 
Desejamos que nossas relações com os colegas sejam as mais respeitosas e 
profícuas possíveis. 
A importância da preservação dos animais tem sido cada vez mais discutida na 
atualidade. Com o aumento da preocupação com o meio ambiente e com os impactos 
da ação do homem na natureza, os estudos têm apontado que as consequências das 
extinções prematuras de espécies incidem diretamente sobre seus habitats e sobre a 
qualidade de vida das populações. 
A ação do homem, por meio da poluição, do desmatamento de habitats nativos, 
da introdução de espécies exóticas e até mesmo pela caça e comércio de animais 
silvestres, tem causado desequilíbrios nos biomas. 
De acordo com a Lei 9.605/98 (Lei de Crimes Ambientais) Artigo 29, Parágrafo 
3º, a definição de animais silvestres é: “são espécimes da fauna silvestre todos 
aqueles pertencentes às espécies nativas, migratórias e quaisquer outras, aquáticas 
ou terrestres, que tenham todo ou parte de seu ciclo de vida ocorrendo dentro dos 
limites do território brasileiro, ou águas jurisdicionais brasileiras”. 
Segundo o Ministério do Meio Ambiente, o Brasil abriga a maior biodiversidade 
do planeta. O país contabiliza cerca de 20% do número total de espécies da Terra. 
Mas um grande problema avança no mundo inteiro: essa biodiversidade do 
planeta vem diminuindo num ritmo alarmante. 
De acordo com um relatório do The Living Planet Report 2016 (Planeta Vivo, 
em tradução livre), divulgado a cada dois anos pela Zoological Society of London (ZSL) 
e da organização ambiental WWF, a população de animais silvestres caiu 58% desde 
1970. 
Pensando na linha da medicina veterinária que trata da conservação de animais 
silvestres, a professora da Faculdade Murialdo (FAMUR) Miuriel Goulart participou em 
Curitiba (PR), no mês de outubro, do XXVI Encontro da ABRAVAS. O congresso tratou 
 
 
 
da temática: “A medicina veterinária na conservação da biodiversidade”. Durante o 
evento, ela envolveu-se em diversas palestras e workshops sobre o manejo, o cuidado 
e a preservação dos animais silvestres. 
Miuriel destacou que o congresso é uma ferramenta enriquecedora de 
conhecimentos. “O encontro nos ajuda a ampliar a visão, é uma boa troca de 
experiências. Temos a vivência de todos os colegas médicos veterinários que 
trabalham nas mais diferentes áreas, pois o Brasil conta com mais de 20 mil espécies 
de animais silvestres”, contou. 
Mas como entender a diferença entre animais silvestres e animais domésticos? 
A professora explica que silvestres são animais que vivem em vida livre. Já os 
domésticos são os que vivem junto aos seres humanos. 
Assim, os animais silvestres não são animais para se ter em casa, eles são 
protegidos por lei como explica Miuriel. A única exceção a isso, é quando esse animal 
é criado em um cativeiro comercial autorizado pelo Instituto Brasileiro do Meio 
Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA). Dessa forma, quando as 
pessoas compram esse animal autorizado, com ele vem uma autorização e nota fiscal. 
Por ser rico em biodiversidade, o Brasil enfrenta diversos problemas com o 
tráfico ilegal de animais silvestres. De acordo com a professora Miuriel, o tráfico de 
animais é o terceiro maior do mundo, só perde para o de pessoase armas. Ela ainda 
destaca que o Brasil também esbarra em problemas com a fiscalização, pela vastidão 
do país e falta de investimento. “Isso facilita o processo para o tráfico dos animais e 
torna o nosso país um alvo fácil”. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 4 
 
 
 
Como é de se esperar, uma faculdade de veterinária não ensina seus 
estudantes a tratarem apenas de cães e gatos. Na verdade, a Medicina Veterinária 
abrange uma série de conhecimentos que vão desde a anatomia de diferentes 
espécies até a relação dos animais com a sociedade. 
No entanto, assim como os médicos para humanos se especializam em 
determinada área, um veterinário também pode optar por aprofundar seus estudos em 
um segmento específico ou em diferentes espécies de animais, como é o caso do 
veterinário de animais silvestres. 
Por exemplo, muitas pessoas ainda têm dúvidas sobre o corte de asas em 
pássaros, com relação a criação e o clima ideal para alguns répteis ou até mesmo a 
respeito das melhores formas de se cuidar de pequenos roedores. Nesses e em mais 
diversos casos, um especialista na área, é mais do que essencial! 
Além de possuírem um conhecimento maior e mais aprofundado sobre esses 
pets, a atuação do médico veterinário em animais selvagens e silvestres, é focada 
nas necessidades e no bem-estar de aves, répteis, coelhos e roedores e alguns outros 
animais. 
Nesse sentido, a Dra. Mariana Pestelli, médica-veterinária da Petz, cita como 
exemplo a presença de sistemas antifuga para as aves nos consultórios, o uso de 
balanças de precisão e até salas de espera em que esses pets, que são presas na 
https://www.petz.com.br/blog/especies/aves/asas-de-passaros-cortar-ou-nao-cortar-as-penas-descubra/
https://www.petz.com.br/blog/especies/aves/asas-de-passaros-cortar-ou-nao-cortar-as-penas-descubra/
 
 
 
natureza, não ficam no mesmo ambiente que predadores, como cachorros e bichanos. 
 
Figura 5 
 
 
 
Quando levar o pet para uma consulta? 
Uma das vantagens de ter um animal silvestre é que, em geral, eles dispensam 
cuidados como vacinação e vermifugação. No entanto, assim como ocorre com cães 
e gatos, a Dra. Mariana alerta que o ideal é levá-los para uma consulta no veterinário 
de animais silvestres ao menos uma vez por ano, e não somente quando eles 
estiverem doentes. 
Aliás, quando o assunto é a identificação de sintomas, a Dra. Mariana alerta 
que nem sempre é fácil reconhecer quando um desses bichinhos está doente. Isso 
porque, por serem presas, eles instintivamente tendem a esconder ao máximo quando 
não estão bem, para não chamar a atenção de predadores. 
No entanto, fique atento a sinais e a mudanças de comportamento, como falta 
de apetite, pet mais quietinho que o normal, prostração, entre outros. Ao notar 
qualquer um desses sintomas, agende o quanto antes uma consulta com um 
veterinário especializado! 
 
https://www.petz.com.br/blog/wp-content/uploads/2019/01/veterinario-de-animais-silvestres-iguana.jpg
 
 
 
Figura 6 
 
 
 
A quem recorrer em caso de emergência 
Caso o objetivo seja levar o pet somente para uma consulta de rotina, buscar 
um veterinário de animais silvestres. 
Já em caso de emergência, dependendo da cidade onde você mora, pode ser 
difícil encontrar uma clínica de pronto atendimento 24 horas especializada. 
Nessas situações, a Dra. Mariana orienta o tutor a levar o pet na clínica de 
confiança mais próxima. “Todo veterinário, independentemente de ser especialista ou 
não, pode fazer um atendimento emergencial”, diz. 
O Brasil é o país de maior biodiversidade do Planeta sendo o primeiro signatário 
da Convenção sobre a Diversidade Biológica (CDB) no mundo. Os biomas e 
ecossistemas brasileiros estão sofrendo com os impactos ambientais provocados 
principalmente pelas ações antrópicas (CERQUEIRA et al., 2005). 
Eles são representados por Amazônia, Mata Atlântica, Cerrado, Caatinga, 
Pantanal, Campos Sulinos e Costeiros (mares, estuários, ilhas, manguezais, 
restingas, dunas, praias, falésias, costões rochosos e recifes de corais) (IBAMA, 
2008). Neste resumo sugere-se a classificação das ações antrópicas em indiretas e 
https://www.petz.com.br/blog/wp-content/uploads/2019/01/veterinario-de-animais-silvestres-passaros.jpg
 
 
 
diretas. As indiretas referem-se às ações gerais tais como desmatamento, poluição, 
queimadas e comércio extrativista. Já a ação direta pode ser representada pela ação 
nos indivíduos tais como caça, tráfico e captura para criação em cativeiro. Neste 
contexto, pretende-se incitar uma discussão sobre a promoção do bem-estar dos 
animais silvestres na conservação “in situ” e “ex situ”. 
O processo de fragmentação do ambiente existe naturalmente, mas tem sido 
intensificado pela ação humana. 
E considerando a fragmentação como a alteração de habitats, o resultado deste 
processo é a criação, em grande escala, de habitats ruins, ou negativos, para um 
grande número de espécies (CERQUEIRA et al., 2005). As florestas e oceanos 
também sofrem conseqüências danosas da ação humana. Segundo Harrison et al. 
(1988) existem três principais categorias de mudanças que têm se tornado freqüentes 
nas florestas do mundo: 
1. A redução na área total da floresta; 
2. A conversão de florestas, naturalmente estruturadas, em plantações e 
monoculturas e; 
3. A fragmentação progressiva de remanescentes de florestas naturais em 
pequenas manchas, isoladas por plantações ou pelo desenvolvimento agrícola, 
industrial ou urbano. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 7 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
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