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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO Universidade Federal de Ouro Preto Escola de Minas – Departamento de Engenharia Civil Programa de Pós-Graduação em Engenharia das Construções Mestrado Profissional em Construção Metálica – MECOM ESTUDO DE VIGA METÁLICA DE ALTO DESEMPENHO COM DESVIOS DE TENSÕES (VADT) Ouro Preto 2019 Bernardo Marteleto Mafra bernardomafra@yahoo.com.br ESTUDO DE VIGA METÁLICA DE ALTO DESEMPENHO COM DESVIOS DE TENSÕES (VADT) Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia das Construções da Escola de Minas da Universidade Federal de Ouro Preto como requisito parcial para a obtenção do título de Mestre em Construção Metálica. Orientador: Prof. Ernani Carlos de Araújo, D.Sc. Coorientadora: Profª. Rovadávia Aline de Jesus Ribas, D.Sc. Ouro Preto 2019 Mafra, Bernardo Marteleto . Estudo de Viga Metálica de Alto Desempenho com desvios de Tensões (VADT). [manuscrito] / Bernardo Marteleto Mafra. - 2019. 103 f.: il.: color., gráf., tab.. Orientador: Prof. Dr. Ernani Araújo. Coorientadora: Profa. Dra. Rovadávia Ribas. Dissertação (Mestrado Profissional). Universidade Federal de Ouro Preto. Departamento de Engenharia Civil. Programa de Construção Metálica. 1. Aço. 2. Vigas - Viga-vagão. 3. Vigas - Viga Vierendeel. 4. Construção metálica. 5. Vigas - Steel Joist. 6. Aço tubular - Estruturas. 7. Lajes - Steel Deck. 8. lajes - Alto desempenho. I. Mafra, Bernardo Marteleto . II. Araújo, Ernani. III. Ribas, Rovadávia. IV. Universidade Federal de Ouro Preto. V. Título. Bibliotecário(a) Responsável: Maristela Sanches Lima Mesquita - CRB: 1716 SISBIN - SISTEMA DE BIBLIOTECAS E INFORMAÇÃO M187e CDU 624 Ao meu pai. AGRADECIMENTOS À Deus e meus pais, pelos conselhos, ensinamentos e apoio. Ao meu orientador Prof. Ernani Carlos de Araújo, pelo apoio, incentivo e direcionamento nas orientações desta dissertação de mestrado. À minha coorientadora Profa. Rovadávia de Jesus Ribas, pela contribuição e pela orientação. A todos os professores do MECON, pela contribuição em suas disciplinas para o aprimoramento da minha formação. Ao meu amigo Geraldo, pelo apoio, convivência e motivação. À Metform, pelo material cedido para a elaboração desse trabalho. Ao engenheiro metalúrgico José Orlando Balderama Coca, pela contribuição nesse trabalho. RESUMO Neste trabalho, propõe-se pesquisar um modelo estrutural inovador para garantir a eficiência estrutural e resistência de uma viga de aço. Essa proposta é uma opção para as vigas de aço de alma cheia que pode absorver as cargas de lajes maciças ou semi-industrializadas mistas como as lajes com formas de aço incorporada, popularmente conhecidas como steel- deck. Eventualmente, é uma alternativa para as diversas possibilidades arquitetônicas com o módulo de comprimento igual a 3,0m e seus múltiplos. Partindo de modelos estruturais conhecidos e consagrados como viga-vagão e viga Vierendeel, evoluiu-se como proposta desse trabalho para o desenvolvimento da “viga de aço com desvios de tensões” (VADT). A solução desta nova proposta é inspirada nos princípios de funcionamento dos arcos milenares, usando barras retas de perfis tubulares de aço de seção quadrada que acompanham tangencialmente um arco de geratriz circunferencial. A geometria de uma telha fôrma é a referência utilizada para definir algumas dimensões da viga VADT, como a flecha e a distância entre os banzos horizontais superiores e inferiores. Por exemplo, a flecha e a altura da viga são iguais à distância entre duas ondas consecutivas da chapa. Aplica-se o software SAP 2000 para as modelagens e análises estruturais comparativas. Conclui-se que o modelo criado proporciona alta rigidez às cargas rotineiras e relativamente altas e apresenta outras vantagens para soluções técnicas na Arquitetura e Engenharia. Além disso, mesmo não sendo uma solução treliçada, a viga proposta possibilita uma economia da ordem de 40% em peso e custo quando comparada com vigas de alma cheia. Essa é uma solução que não explora todas as potencialidades de resistências dos aços estruturais, mas explora principalmente da criatividade do modelo estrutural proposto, e assim, chega-se a um novo tipo de viga de aço com alto desempenho. Validações experimentais no futuro são necessárias para confirmações das hipóteses iniciais e comparações com as análises numéricas. PALAVRAS-CHAVE: Aço, Viga-vagão, Viga Vierendeel, VADT, Steel Joist, Perfil tubular, Steel Deck, Alto desempenho. ABSTRACT This work aims to research an innovative structural model to ensure structural efficiency and resistance of a steel beam. This proposal is an option for solid steel beams that can absorb the loads from solid or composite industrialized slabs such as the slabs with incorporated steel decks, commonly known as steel-deck. Occasionally, it is one alternative for various architectural possibilities with a length module of 3.0 meters and its multiples. Deriving from known structural models such as king and queen post trusses and Vierendeel truss. Because of the lack of stiffness of these models and in order to absorb the required loads, the initial proposal of the work evolved and developed a “steel beam with strain deviations” , high performance steel beam (HPSB). The solution of this new proposal is inspired in the principles of work of millennia-old arcs, using steel straight bars of tubular profiles of square section that follow tangentially a circumference arc. The geometry of a steel plate of steel-deck kind is the reference used to define some dimensions of the HPSB beam, such as the arrow and the distance between the horizontal upper and lower banzos. For instance, the arrow and the height of the beam are the same as the distance between two consecutive waves of the plate. The software SAP2000 is used for modeling and comparative structural analyses. It was concluded that the model developed provides high stiffness to usual and relatively high loads and presents other advantages for technical solutions in Architecture and Engineering. Moreover, it is concluded that, even not being a lattice solution, it enables some 40% of economy in weight and cost when compared to industrialized solid beams. This is a solution that does not explore all potentialities of strengths of structural steels, but explores especially the creativity of the structural model proposed, and then, a new type of high performance steel beam is achieved. Future experimental validations are necessary to confirm the initial hypothesis and comparisons with the numerical analyses. KEYWORDS: Steel, King and Queen Post Trusses, Vierendeel Truss, HPSB, Steel Joist, Tubular Profile, Steel-Deck, High Performance LISTA DE FIGURAS Figura 1- Tipos básicos de viga vagão: com um e dois montantes .......................................... 19 Figura 2- Ponte Royal Albert no Reino Unido, 1859 ............................................................... 19 Figura 3- Ponte Paraíba do Sul, construída em 1857. .............................................................. 20 Figura 4- Tipos de vigas-vagão ................................................................................................ 20 Figura 5- Exemplo de construção usando viga vierendeel ....................................................... 21 Figura 6- Viga do tipo Steel Joist ............................................................................................. 22 Figura 7- Fluxo de tensões da VADT .......................................................................................23 Figura 8 - Viga VADT ............................................................................................................. 24 Figura 9 - Seção transversal do perfil ....................................................................................... 24 Figura 10 - Representação de uma viga biapoiada com carga distribuída q2 .......................... 25 Figura 11 – Numeração das barras da viga VADT .................................................................. 27 Figura 12 - Viga biapoiada com carga concentrada ................................................................. 29 Figura 13- Viga biapoiada com carga distribuída .................................................................... 30 Figura 14 - Rigidez em função do comprimento da VADT ..................................................... 30 Figura 15 - Detalhamento das soldas na VADT ....................................................................... 31 Figura 16 - Dimensões reais de projeto (cm) ........................................................................... 32 Figura 17- Laje com forma de aço incorporada ....................................................................... 33 Figura 18 - Seção transversal da telha-fôrma Polydeck 59S da ArcelorMittal (medidas em mm) ........................................................................................................................................... 34 Figura 19- Conectores stud-bolt fazendo a solidarização da laje com a estrutura metálica ..... 36 Figura 20- Efeitos de 1ª ordem e efeitos de 2ª ordem .............................................................. 40 Figura 21 - Modelo sem escala: viga semi-vagão com tubos apoiando a laje steel-deck ........ 42 Figura 22 - Vista frontal do sistema viga-vagão e laje steel deck ............................................ 43 Figura 23- Carregamento do Modelo 01 (N) – Viga semi-vagão............................................. 43 Figura 24- Carregamento do Modelo 02 (N) – Viga Vierendeel ............................................. 44 Figura 25 - Carregamento do Modelo 03 (N)– VADT com diagonais .................................... 45 Figura 26 - Medidas do arco que gerou as diagonais do modelo 03 ........................................ 46 Figura 27 - Carregamento do Modelo 04 (N) – VADT ............................................................ 47 Figura 28- Carregamento do Modelo 05 (N) – VADT ............................................................. 47 Figura 29- Carregamento do Modelo 06 (N) – VADT ............................................................. 48 Figura 30- Carregamento do Modelo 07 (N) – VADT ............................................................. 49 Figura 31 - Carregamento do Modelo 08 (N) – VADT ............................................................ 50 Figura 32 - Carregamento do Modelo 09 (N) – VADT ............................................................ 50 Figura 33 - Carregamento do Modelo 10 (N) – VADT ............................................................ 51 Figura 34 - Carregamento do Modelo 11 (N) – VADT ............................................................ 52 Figura 35 - Carregamento do Modelo 12 (N) – VADT ............................................................ 53 Figura 36 - Carregamento do Modelo 13 (N) – VADT ............................................................ 53 Figura 37 - Carregamento do Modelo 14 (N) – VSJ ................................................................ 54 Figura 38 - Deformação do Modelo 01 – Viga semi-vagão ..................................................... 55 Figura 39 - Deformação do Modelo 02 – Viga Vierendeel ...................................................... 56 Figura 40- Deformação do Modelo 03 – VADT com diagonais .............................................. 57 Figura 41 - Deformação do Modelo 04 - VADT ...................................................................... 58 Figura 42 - Deformação do Modelo 05 - VADT ...................................................................... 58 Figura 43 - Deslocamento em função dos lados e espessuras dos tubos do Modelo 05 - VADT .................................................................................................................................................. 59 Figura 44 - Deformação do Modelo 06 - VADT ...................................................................... 60 Figura 45 - Deformação do Modelo 07 - VADT ...................................................................... 61 Figura 46 - Deformação do Modelo 08 - VADT ...................................................................... 62 Figura 47 - Deformação do Modelo 09 - VADT ...................................................................... 63 Figura 48 - Deformação do Modelo 10 - VADT ...................................................................... 64 Figura 49 - Deformação do Modelo 11 - VADT ...................................................................... 65 Figura 50 - Deformação do Modelo 12 - VADT ...................................................................... 66 Figura 51 - Deformação do Modelo 13 - VADT ...................................................................... 68 Figura 52 - Deformação do Modelo 14 - VSJ .......................................................................... 69 Figura 53 - Modelagem 3D da VADT...................................................................................... 71 Figura 54 - Seção transversal telha-fôrma MF-75 da Metform ................................................ 72 Figura 55 - Distância entre duas ondas consecutivas da chapa de aço que compõe a telha fôrma MF-75 da Metform ........................................................................................................ 72 Figura 56 - Montagem do quadro rígido retangular de aço ...................................................... 73 Figura 57 - Montagem dos montantes verticais ....................................................................... 73 Figura 58 – Viga VADT concluída .......................................................................................... 74 Figura 59 - Viga VADT com telha fôrma ................................................................................ 74 Figura 60 - Pesagem da viga VADT ........................................................................................ 75 Figura 61 - Desenho esquemático para passagem de dutos na VADT ..................................... 77 Figura 62- Tubos contornando uma viga laminada no supermercado EPA - Ouro Preto/MG 78 Figura 63 - Vigas laminadas com furos para passagem de dutos ............................................. 78 Figura 64 - Estrutura 01 ............................................................................................................ 79 Figura 65 - Estrutura 02 ............................................................................................................ 80 Figura 66 - Estrutura 03 ............................................................................................................ 80 Figura 67 - Estrutura 04 ............................................................................................................ 81 Figura 68 - Estrutura 05 ............................................................................................................ 81 Figura 69 - Estrutura 05 ............................................................................................................ 82 Figura 70 - Cobertura 01 com uma água .................................................................................. 83 Figura 71- Cobertura 01 com uma água - Vista frontal ............................................................ 83 Figura 72 - Cobertura 02 com duas águas ................................................................................ 84 Figura 73 - Vista frontal do modelo da cobertura02 ............................................................... 84 Figura 74 - Cobertura 03 com quatro águas ............................................................................. 85 Figura 75 - Vista 3D da cobertura 04 ....................................................................................... 86 Figura 76 - Vista lateral da cobertura 04 com sugestão de uma platibanda ............................. 86 Figura 77- Vista frontal da Cobertura 05.................................................................................. 87 Figura 78- Deslocamento em função dos lados e espessuras dos tubos do Modelo 06 - VADT de 3200 mm .............................................................................................................................. 96 Figura 79- Deslocamento em função dos lados e espessuras dos tubos do Modelo 07 - VADT de 3400 mm .............................................................................................................................. 96 Figura 80- Deslocamento em função dos lados e espessuras dos tubos do Modelo 08 - VADT de 3600 mm .............................................................................................................................. 97 Figura 81- Deslocamento em função dos lados e espessuras dos tubos do Modelo 09- VADT de 3800 mm .............................................................................................................................. 97 Figura 82- Deslocamento em função dos lados e espessuras dos tubos do Modelo 10 - VADT de 4000 mm .............................................................................................................................. 98 Figura 83 - Deslocamento em função dos lados e espessuras dos tubos do Modelo 11 - VADT de 6000 mm .............................................................................................................................. 98 Figura 84 - Deslocamento em função dos lados e espessuras dos tubos do Modelo 12 - VADT de 9000 mm .............................................................................................................................. 99 Figura 85 - Deslocamento em função dos lados e espessuras dos tubos do Modelo 13 - VADT de 12000 mm .......................................................................................................................... 100 Figura 86 - Deslocamento em função dos lados e espessuras dos tubos do Modelo 14 - VSJ de 3000 mm ................................................................................................................................. 101 Figura 87 - Máquina de solda utilizada para soldagem dos perfis ......................................... 102 Figura 88 - Transformador usado na fabricação da viga ........................................................ 102 Figura 89- Serra Policorte usada no corte dos perfis .............................................................. 103 Figura 90 - Esmerilhadeira usada para acabamento das soldas .............................................. 103 Figura 91 - Montantes verticais da viga VADT ..................................................................... 104 Figura 92- Solda executada na fabricação da viga VADT ..................................................... 104 Figura 93- Facilidade no processo de transporte da viga ....................................................... 104 LISTA DE TABELAS Tabela 1 - CPU da viga VADT ................................................................................................ 26 Tabela 2 - CPU da viga perfil W200x31,3 ............................................................................... 27 Tabela 3 - Esforços normais e momentos máximos de cada barra ........................................... 28 Tabela 4 - Simulações do Modelo 05 – VADT de 3000 mm ................................................... 59 Tabela 5 - Simulações do Modelo 06 – VADT de 3200,0 mm ................................................ 60 Tabela 6 - Simulações do Modelo 07 – VADT de 3400,0 mm ................................................ 61 Tabela 7 - Simulações do Modelo 08 – VADT de 3600,0 mm ................................................ 62 Tabela 8 - Simulações do Modelo 09 – VADT de 3800,0 mm ................................................ 63 Tabela 9 - Simulações do Modelo 10 – VADT de 4000,0 mm ................................................ 64 Tabela 10 - Simulações do Modelo 11– VADT de 6000,0 mm ............................................... 66 Tabela 11 - Simulações do Modelo 12 – VADT de 9000,0 mm .............................................. 67 Tabela 12 - Simulações do Modelo 14 – VSJ de 3000,0 mm...................................................69 Tabela 13 - Simulações do Modelo 13 – VADT de 12000,0 mm............................................70 Tabela 14 - Dimensões máximas para passagem de dutos na VADT ...................................... 77 LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS υ [L0] Coeficiente de Poisson δ [L] Deslocamento Δ₁[L] Deslocamento de 1ª ordem Δ2[L] Deslocamento de 2ª ordem γ [F.L-3] Peso específico Ʃ Somatório FG[F] Ações permanentes H [L] Altura q [F.L-1] Carga distribuída l [L] Comprimento K[F.L-1] Constante elástica x[L] Deformação sofrida tw [L] Espessura 1 Fator de redução E [F.L-2] Módulo de Elasticidade Ix [L4] Momento de Inércia no Eixo x P [F] Peso FQ2[F] Sobrecarga no piso ASTM American Society for Testing and Materials ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas CPU Composição de Custo Unitária MEF Método dos Elementos Finitos NBR Norma Brasileira NLF Não-linearidade física NLG Não-linearidade geométrica S.I Sistema Internacional de Unidades SINAPI Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil VADT Viga de alto desempenho com desvios de tensões VSJ Viga steel-joist SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 15 1.1. OBJETIVOS .............................................................................................................. 15 1.1.1. OBJETIVOS GERAIS ........................................................................................... 16 1.1.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS ................................................................................. 16 1.2. JUSTIFICATIVA ...................................................................................................... 16 1.3. METODOLOGIA ...................................................................................................... 16 1.4. ESTRUTURA DO TRABALHO .............................................................................. 17 2. REFERENCIAL TEÓRICO .......................................................................................... 18 2.1. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .................................................................................. 18 2.2. VIGA-VAGÃO .......................................................................................................... 18 2.3. VIGA VIERENDEEL ................................................................................................ 21 2.4. VIGA STEEL JOIST ................................................................................................. 22 2.5. VIGA DE AÇO DE ALTO DESEMPENHO (VADT) ............................................. 23 2.5.1 COMPARAÇÃO ENTRE PESOS E EFICIÊNCIAS ESTRUTUTURAIS: VIGA LAMINADA AÇOMINAS VERSUS VADT. ................................................................... 23 2.5.1.1. VIGA VADT ...................................................................................................... 23 2.5.1.2. VIGA LAMINADA ...........................................................................................24 2.5.1.3. CONCLUSÃO .................................................................................................... 26 2.5.2. AVALIAÇÃO E COMPARAÇÃO DE CUSTOS ................................................. 26 2.5.2.1. VADT ................................................................................................................. 26 2.5.2.2. VIGA LAMINADA ........................................................................................... 27 2.5.2.3. CONCLUSÃO .................................................................................................... 27 2.5.3. AVALIAÇÃO DOS ESFORÇOS INTERNOS NAS BARRAS E LIGAÇÕES ... 27 2.5.4. RIGIDEZ DA VIGA VADT .................................................................................. 28 2.5.5. VERIFICAÇÕES DAS LIGAÇÕES E DETALHAMENTOS .............................. 30 2.5.6. DETALHES EXECUTIVOS ................................................................................. 31 2.6. LAJE COM FORMA DE AÇO INCORPORADA ................................................... 32 2.6.1. PROJETO E PLANEJAMENTO ........................................................................... 34 2.6.3. TRANSPORTE, MOVIMENTAÇÃO E MONTAGEM ....................................... 35 2.6.4. LIMPEZA DO LOCAL, COLOCAÇÃO E ALINHAMENTO............................. 35 2.6.5. REALIZAÇÃO DE RECORTES .......................................................................... 36 2.6.6. ARMADURAS E PINOS DE CISALHAMENTO ............................................... 36 2.6.7. CONCRETAGEM ................................................................................................. 37 2.6.8. PATOLOGIA E MANUTENÇÃO ........................................................................ 37 2.7. ANÁLISE ESTRUTURAL ....................................................................................... 37 2.7.1. ARCO ..................................................................................................................... 38 2.7.2. TIRANTE ............................................................................................................... 38 2.7.3. ANÁLISE NÃO-LINEAR ..................................................................................... 38 2.7.4. EFEITOS DE 2ª ORDEM ...................................................................................... 39 3. MODELOS DE REFERÊNCIA ESTRUTURAIS DE VIGAS ................................... 41 3.1. AVALIAÇÃO DAS CARGAS ................................................................................. 41 3.2. MODELO 01 ............................................................................................................. 42 3.3. MODELO 02 ............................................................................................................. 44 3.4. MODELO 03 ............................................................................................................. 45 3.5. MODELO 04 ............................................................................................................. 46 3.6. MODELO 05 ............................................................................................................. 47 3.7. MODELO 06 ............................................................................................................ 48 3.8. MODELO 07 ............................................................................................................ 48 3.9. MODELO 08 ............................................................................................................. 49 3.10. MODELO 09 ............................................................................................................. 50 3.11. MODELO 10 ............................................................................................................. 51 3.12. MODELO 11 ............................................................................................................ 51 3.13. MODELO 12 ............................................................................................................. 52 3.14. MODELO 13 ............................................................................................................. 53 3.15. MODELO 14 ............................................................................................................ 54 4. RESULTADOS ................................................................................................................ 55 4.1. MODELO 01 ............................................................................................................. 55 4.2. MODELO 02 ............................................................................................................. 56 4.3. MODELO 03 ............................................................................................................. 56 4.4. MODELO 04 ............................................................................................................. 57 4.5. MODELO 05 ............................................................................................................. 58 4.6. MODELO 06 ............................................................................................................. 60 4.7. MODELO 07 ............................................................................................................. 60 4.8. MODELO 08 ............................................................................................................. 61 4.9. MODELO 09 ............................................................................................................. 62 4.10. MODELO 10 ............................................................................................................. 63 4.11. MODELO 11 ............................................................................................................. 64 4.12. MODELO 12 ............................................................................................................. 66 4.13. MODELO 13 ............................................................................................................. 68 4.14. MODELO 14 ............................................................................................................. 68 5. PROTÓTIPO DA VADT ................................................................................................ 71 5.1. BENEFÍCIOS E VANTAGENS DA VADT ............................................................. 76 5.2. POSSIBILIDADES DE USO ARQUITETÔNICO DAS VIGAS VADT NA ESTRUTURA DE UMA EDIFICAÇÃO ............................................................................. 79 5.2.1. ESTRUTURA 01 ................................................................................................... 79 5.2.2. ESTRUTURA 02 ................................................................................................... 79 5.2.3. ESTRUTURA 03 ................................................................................................... 80 5.2.4. ESTRUTURA 04 ................................................................................................... 81 5.2.5. ESTRUTURA 05 ................................................................................................... 81 5.2.6. ESTRUTURA 06 ................................................................................................... 82 5.3. POSSIBILIDADES DE USO DA VADT COMO ESTRUTURA DE COBERTURA 82 5.3.1. COBERTURA 01 ................................................................................................... 82 5.3.2. COBERTURA 02 ................................................................................................... 84 5.3.3. COBERTURA 03 ................................................................................................... 85 5.3.4. COBERTURA 04 ...................................................................................................85 5.3.5. COBERTURA 05 ................................................................................................... 86 6. CONSIDERAÇÕES E SUGESTÕES ............................................................................ 88 6.1. CONSIDERAÇÕES .................................................................................................. 88 6.2. SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS ..................................................... 89 REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 91 BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR ................................................................................ 94 APÊNDICE A ......................................................................................................................... 96 APÊNDICE B ........................................................................................................................ 102 15 1. INTRODUÇÃO A construção metálica, bastante difundida em países como Estados Unidos, Reino Unido e Alemanha há décadas, vem apresentando um crescimento expressivo no Brasil. A utilização de estrutura metálica está ligada ao setor da construção civil. Entretanto, o principal método construtivo adotado no Brasil para estrutura de edifícios é o concreto armado, seja por uma questão cultural da construção civil local ou pela falta da difusão tecnológica de outros tipos de materiais. Contudo, como se trata de um mercado que está em constante evolução, constata-se nas últimas décadas a maior adoção de utilização de estruturas metálicas para a concepção de edifícios altos. Ao encontrar um ambiente de crescimento econômico no qual esse setor sobressai como um dos mais dinâmicos, explica-se o bom desempenho recente dessa indústria ainda pouco estudada no Brasil, mas consolidada em várias outras partes do mundo. Segundo o Centro Brasileiro da Construção do Aço (CBCA, 2015), nessa disputa com o concreto armado, o aço desponta como primeira opção na construção civil, pelo menos nas grandes obras. A construção em aço representa atualmente cerca de 15% do universo do setor de edificações no Brasil, sendo que estamos muito aquém do mercado norte-americano que representa 50% das construções de edifícios de múltiplos andares. A engenharia e a arquitetura têm como desafio promoverem os sistemas industrializados e tecnologias atuais no Brasil, tendo o arquiteto e o engenheiro os papéis de disseminadores das estruturas metálicas em projetos residenciais, comerciais e industriais. Ao escolher sistemas industrializados, exige-se uma nova forma de pensar o projeto em que o profissional deve ter o conhecimento sobre o material, suas aplicações e seu processo, para conseguir melhores resultados plásticos, técnicos e funcionais. E isso insere o estudo de vigas metálicas e novos conceitos estruturais. Sendo assim, esse estudo propõe um novo modelo de viga de aço que pode ser aplicada em substituição às existentes no mercado. 1.1. OBJETIVOS A seguir são apresentados os objetivos gerais e específicos dessa pesquisa. 16 1.1.1. OBJETIVOS GERAIS O objetivo geral dessa pesquisa é mostrar o desenvolvimento de uma viga de aço alternativa em relação às que são encontradas no mercado, mais leve, mais econômica, de fácil transporte, e de fácil execução, para ser aplicada em projetos de construção civil em geral. 1.1.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS Como objetivos específicos pretende-se analisar o modelo criado, mostrando suas vantagens e desvantagens, limitações, empregabilidade, peculiaridades, dimensionamento, procedimento executivo e etapas construtivas. Após isso, cria-se um protótipo dessa viga em tamanho real. 1.2. JUSTIFICATIVA Ao iniciar um projeto o arquiteto deve ter em mente que a edificação poderá ser em aço para que se possa ganhar tempo, menor desperdício e racionalização de sistemas construtivos. No entanto são necessários, para esse tipo de metodologia construtiva, o uso de mão de obra mais qualificada e processos mais industrializados. A escolha da tipologia do sistema estrutural para edifícios altos deve ser minuciosamente analisada para garantir a eficiência e os demais fatores inerentes que se enquadram ao projeto. Com o crescimento das tecnologias da era dos computadores e disponibilidade cada vez maior de softwares de alto desempenho, rapidez de cálculo e tecnologias aplicando construções industrializadas, tendo em vista que atualmente no Brasil existem todos os insumos necessários às demandas do mercado, este trabalho justifica-se por disponibilizar uma pesquisa que possibilitará o uso de mais um elemento estrutural de aço que poderá dar suporte a outros elementos estruturais de uma construção de forma mais segura, econômica e industrializada. 1.3. METODOLOGIA A metodologia aplicada ao se elaborar esse trabalho consiste em se fazer revisões bibliográficas por meio de literatura física e virtual pesquisando sobre o assunto em livros, 17 artigos e sites específicos da área de estruturas. Após isso, são realizadas simulações computacionais, análises estruturais e verificações de resistências e deslocamentos do modelo proposto por meio do uso do software SAP2000, um programa de elementos finitos com interface gráfica 3D ideal para modelagem, análise e dimensionamento de problemas de engenharia de estruturas. 1.4. ESTRUTURA DO TRABALHO O presente trabalho é constituído por seis capítulos. No capítulo 1 apresenta-se a introdução, a justificativa, o objetivo geral e os objetivos específicos, bem como a metodologia definida para elaboração deste trabalho. No capítulo 2 são abordadas todas as definições pertinentes sobre o que é viga-vagão, viga vierendeel, viga steel joist, do sistema que foi desenvolvido - a viga de aço de alto desempenho (VADT) e sistemas de lajes com forma de aço incorporada (steel deck), bem como seu histórico de estudos, além de vantagens e desvantagens, usos e limitações, características e cuidados especiais. São apresentadas também as normas técnicas vigentes. No capítulo 3 são apresentadas todas as vigas modeladas, bem como dimensões, tipos de materiais, especificações e perfis. No capítulo 4 é feita a apresentação e discussão dos resultados obtidos no dimensionamento desses modelos por meio de figuras, gráficos e tabelas. No capítulo 5 é mostrado um protótipo real da viga proposta e suas vantagens. No capítulo 6 estão as considerações finais, conclusões e as sugestões para estudos futuros. Em seguida mostram-se as referências e apêndices. 18 2. REFERENCIAL TEÓRICO 2.1. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Com o objetivo de realizar uma profunda revisão sobre o tema dessa dissertação, foram pesquisadas as palavras-chave a seguir: “high”, “performance”, “beams”, “eficiente”, “arc”, “bow”, “cold formed”. A busca se deu em diversos periódicos, portais e institutos renomados, tais como Portal Capes, Light Gauge Steel Structure, Jornal of Structural Engineering, British Stainless Steel Association e Wei-Wen Yu Center for Cold-Formed Steel Structures. Utilizando diversas combinações de palavras-chave, em nenhum desses locais foram encontrados assuntos similares à proposta deste trabalho. Além desses, buscou-se pesquisar em conceituados periódicos como “The Design and Fabrication of Ccold Formed Steel Structure”, “Acier Stahl Stell”, “Thin Walled Steel Strucutures”, “Thin Walled Steel for Modern Structures”, “International Journal on Thin-Walled Structures” , mas conclui-se que esses periódicos estão inativos. Os periódicos “Steel Construction Institute” e “Cold Formed Steel Engineers Institute” possuem acesso pago e não foi possível realizar a pesquisa neles. Sendo assim, no referencial teórico constante nesse capítulo apresentam-se alguns modelos estruturais teóricos que podem subsidiar a evoluçãode um modelo estrutural mais eficiente. 2.2. VIGA-VAGÃO Estruturas vagonadas ou viga-vagão são sistemas estruturais leves constituídos por barras e tirantes dispostos de maneira a reduzir esforços e deformações associados à flexão em elementos principais. O termo “vagonada” deriva diretamente de sua grande aplicação como apoio de vagões de trem (REBELLO, 2007). Nos exemplos de viga-vagão a seguir, triangular e trapezoidal, faz-se a ligação de uma extremidade da viga com a outra por meio de tirantes de aço que passam pelos montantes. O aço é empregado como um reforço à tração para o sistema (Figura 1). 19 Fonte: O autor (2019) O uso desse sistema, que não é muito usual, teve seu início no final do século XVIII na Europa com a construção de pontes e viadutos de ferro fundido. Atualmente usa-se em terças de coberturas e como suporte e neutralizações da pressão do vento em painéis de fechamento em vidros em aeroportos. As primeiras pontes a utilizarem estes princípios são as lenticulares, formadas por grandes treliças em formato próximo ao elipsoidal, com barras suportadas por tirantes através de diagonais e montantes. A ponte Royal Albert no Reino Unido, projetada por Isambard Kingdom Brunel (Figura 2), a seguir, é um exemplo de ponte lenticular do século XIX onde a viga principal tubular é suportada por cabos catenários por meio de montantes e diagonais. Fonte: Yoshito Isono (1999) Figura 1- Tipos básicos de viga vagão: com um e dois montantes Figura 2- Ponte Royal Albert no Reino Unido, 1859 20 No Brasil, a ponte Paraíba do Sul em São Paulo, foi uma das primeiras pontes em ferro construída e é uma estrutura vagonada com elementos principais treliçados (Figura 3). Fonte: Portal Vale do Café (2019) As estruturas vagonadas são bastante utilizadas na arquitetura contemporânea devido ao seu potencial de leveza visual e viabilidade econômica. As aplicações são numerosas e diversificadas, podendo ser utilizadas em pontes, fachadas, cobertas, pisos e até em pilares (CHARLESON, 2005). A função exercida pelo cabo de aço é reforçar a viga, diminuindo-lhe o vão. Assim, vigas de menor dimensão podem vencer maiores vãos. O sistema resultante da associação de vigas com montantes e tirantes resulta no comportamento de uma viga contínua. Tem-se a seguir alguns tipos de viga-vagão (Figura 4). Fonte: CUNHA (2013) Figura 3- Ponte Paraíba do Sul, construída em 1857. Figura 4- Tipos de vigas-vagão 21 De imediato é possível notar que o sistema é leve e estável. Observa-se que não existem contenções laterais nas extremidades inferiores dos montantes. A própria viga é responsável por absorver todo o empuxo horizontal que o cabo aplica nos apoios, resultando em apenas forças verticais (REBELO; BOGÉA, 2004) 2.3. VIGA VIERENDEEL A viga Vierendeel foi proposta pela primeira vez em 1896 pelo engenheiro belga Arthur Vierendeel. Sua principal idéia foi a retirada das diagonais e o reforço dos montantes verticais e, como a treliça, é um sistema formado por barras que se encontram em pontos denominados nós. Ele avaliou que estas medidas acarretavam em uma economia de 15 % a 25 % em aço, economia de mão-de-obra, diminuição das superfícies expostas à corrosão, e, ligações em menor número, porém mais robustas (RESENDE, 2008; REBELLO, 2010). Mas diferentemente das treliças, a viga Vierendeel funciona como se fosse um quadro rígido com uma barra influenciando a outra, provocando assim diminuição nas suas deformações e consequentemente nos esforços atuantes, permitindo que o conjunto possa receber um carregamento maior ou vencer um vão maior. Pela necessidade de nós rígidos, o aço é ideal para o dimensionamento de uma viga Vierendeel, devido à facilidade de execução desses vínculos. Na Figura 5, tem-se um exemplo de uma pequena construção utilizando o sistema Vierendeel, situada na Argentina. Fonte: HASSEGAWA (2014) Figura 5- Exemplo de construção usando viga vierendeel 22 2.4. VIGA STEEL JOIST As vigas Steel Joist (VSJ) são caracterizadas por serem compostas por treliças metálicas de baixo peso, de banzos paralelos, superior e inferior, ligadas entre si por montantes verticais e diagonais. O primeiro emprego das treliças do tipo steel-joist foi em 1855, em um banco na cidade de Nova York. Porém, foi normalizada sob forma de código técnico somente em 1928, quando foi constituído o Steel Joist Institute (SJI) (D’ALAMBERT; PINHEIRO, 2007; STEEL JOIST INSTITUTE, 2019). Composta por fabricantes de aços, essa organização tem como foco padronizar produtos e qualificar fabricantes de joists por meio do desenvolvimento de tecnologia de cálculo, projeto, fabricação e montagem. As principais vantagens do uso da VSJ são baixo peso da estrutura, velocidade e facilidade de montagem, aumento da flexibilidade de layout da edificação e otimização do pé- direito da edificação, conseguida pela passagem de dutos através do sistema treliçado da VSJ. Na Figura 6, tem-se um exemplo de modelo de Viga Steel Joist. Fonte: BDC University (2019) Figura 6- Viga do tipo Steel Joist 23 2.5. VIGA DE AÇO DE ALTO DESEMPENHO (VADT) A Figura 7 ilustra geometricamente a viga VADT, com seus elementos estruturais constituintes e respectivos fluxos de tensões com os caminhos dos esforços de tração (+) e de compressão (-). Fonte: O autor (2019) 2.5.1 COMPARAÇÃO ENTRE PESOS E EFICIÊNCIAS ESTRUTUTURAIS: VIGA LAMINADA AÇOMINAS VERSUS VADT. Neste item, são comparados os pesos totais das vigas VADT e da viga laminada da Gerdau perfil W200 x 31,3, ambas com comprimento sendo igual a 3000,0 mm e a mesma altura (d), de 210 mm. 2.5.1.1. VIGA VADT Segue na Figura 8 o desenho esquemático da VADT, na Figura 9 sua seção transversal e em seguida o cálculo do seu peso total: 𝛾 𝑎ç𝑜 = 7850 𝑘𝑔𝑓 𝑚 = 78.500 𝑁/𝑚³ Figura 7 - Fluxo de tensões da VADT 24 Fonte: O autor (2019) Fonte: O autor (2019) Seção transversal: Á𝑟𝑒𝑎 = 5 𝑥 10 𝑥 4 𝑥 0,003 (𝑡𝑤) = 6 𝑥 10´ 𝑚 𝑃𝑒𝑠𝑜 𝑝𝑜𝑟 𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜 = 78500 𝑥 6 𝑥 10 = 47,1 𝑁/𝑚 Ʃ 𝑏𝑎𝑟𝑟𝑎𝑠 𝑉𝐴𝐷𝑇 = 12,19 𝑚 𝑃𝑒𝑠𝑜 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 47,1 𝑥 12,19 = 574,15 𝑁 2.5.1.2. VIGA LAMINADA Na Figura 10 a seguir, tem-se a representação gráfica de uma viga biapoiada com carregamento distribuído e o cálculo do peso total de uma viga laminada perfil Gerdau. Figura 8 - Viga VADT Figura 9 - Seção transversal do perfil 25 Fonte: O autor (2019) 𝐴𝑛á𝑙𝑖𝑠𝑒 𝑑𝑜 𝑑𝑒𝑠𝑙𝑜𝑐𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜: 𝑉𝑖𝑔𝑎 𝑑𝑒 𝑎ç𝑜 𝑑𝑒 3𝑚 𝑑𝑒 𝑣ã𝑜 𝐿𝑎𝑟𝑔𝑢𝑟𝑎 𝑑𝑒 𝑖𝑛𝑓𝑙𝑢ê𝑛𝑐𝑖𝑎 = 3𝑚 𝐶𝑎𝑟𝑔𝑎 𝑝𝑜𝑟 𝑚 = 5317,5 𝑁 𝑚 = 𝑞1 𝑞2 = 𝑞 𝑥 𝑙𝑖 = 5317,5 𝑥 3 = 15952,5 𝑁 𝑚 De acordo com a resistência dos materiais, o deslocamento de uma viga biapoiada com vínculos de apoio articulado fixo e articulado móvel, com carga uniformemente distribuída, é calculado por (BEER e JOHNSTON, 1995): 𝛿 = 5𝑞𝑙 384𝐸𝐼 Adotando-se um perfil laminado de aço com altura aproximada de 21 cm: 𝑊200𝑥31,3 𝐼𝑥 = 3168𝑐𝑚 𝐸 = 205000 𝑀𝑃𝑎 = 205000𝑥10 𝑚 = 205𝑥10 𝑁 10 𝑐𝑚 = 205000𝑥10 𝑁/𝑐𝑚² 𝛿 = 79762,5 𝑥 10 𝑥(300) 384𝑥205000𝑥10 𝑥 3168 = 0,36 𝑐𝑚 Peso total dessa viga: 313 𝑥 3 = 939 𝑁 Figura 10 - Representação de uma viga biapoiada com carga distribuída q2 26 2.5.1.3. CONCLUSÃO A viga VADT possui peso de 574,15 N enquanto a viga laminada possui 939 N, ou seja, uma diferença de 364,85 N. Conclui-se que a viga VADT vence o mesmo vão com economia em peso de material de aproximadamente de 40%. Comparando o peso linear, a VADT possui 191,4 N/m enquanto a viga laminada perfil W200x31,3 possui 313,0 N/m. 2.5.2. AVALIAÇÃO E COMPARAÇÃO DE CUSTOS Foi realizada a Composição de CustoUnitária (CPU) tendo como referência o Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil (SINAPI, 2019) - principal ferramenta usada pelas universidades federais para contratação de obras e serviços de engenharia - com o objetivo de analisar o custo envolvido na fabricação e montagem da viga VADT, desenvolvida neste trabalho, e compará-la com a viga laminada da Gerdau perfil W200 x 31,3, ambas com a mesma altura (d), de 210 mm. Para se obter um valor mais preciso, realizaram-se cotações no mercado nacional, duas do perfil tubular galvanizado de seção quadrada e quatro da viga laminada, e feita uma média dos orçamentos de cada material, respectivamente. 2.5.2.1. VADT Tabela 1 - CPU da viga VADT CLASSE REFERÊNCIA DESCRIÇÃO UNIDADE COEFICIENTE PREÇO UNITÁRIO PREÇO TOTAL SINAPI 73970/2 Estrutura metálica em aço estrutural perfil tubular 50 mm x 50 mm espessura 3mm COMPOSIÇÃO SINAPI 98746 Solda de topo descendente chanfrada espessura=6,35 mm, chapa/perfil/tubo aço, com conversor diesel. m 0,006 42,85R$ 0,26R$ INSUMO COTAÇÃO Perfil quadrado galvanizado 50 mm de lado e espessura 3 mm kg 1,05 8,33R$ 8,75R$ INSUMO SINAPI 88278 Serralheiro H 0,04 18,19R$ 0,73R$ INSUMO SINAPI 88316 Servente H 0,04 13,27R$ 0,53R$ 10,26R$ kg 27 2.5.2.2. VIGA LAMINADA 2.5.2.3. CONCLUSÃO O preço do serviço para fabricação e montagem das duas vigas analisadas possui praticamente o mesmo valor por quilograma de aço, de acordo com a composição base do SINAPI. Porém, pelo fato da VADT ser 40% mais leve, como analisado no item 2.5.1, conclui- se que ao se aplicar essa viga em substituição à viga laminada perfil W200x31,3 em parte do projeto, tem-se um ganho financeiro de 40% do valor de cada peça de 3 m. 2.5.3. AVALIAÇÃO DOS ESFORÇOS INTERNOS NAS BARRAS E LIGAÇÕES Após a verificação dos deslocamentos das vigas pelo programa SAP2000, faz-se a análise dos esforços internos das barras da viga VADT de 3000,0 mm de comprimento. Segue a Figura 11 da viga VADT com as barras numeradas e a Tabela 3 com os momentos máximos e esforços normais resistentes de cada barra: Fonte: O autor (2019) Figura 11 – Numeração das barras da viga VADT Tabela 2 - CPU da viga perfil W200x31,3 CLASSE REFERÊNCIA DESCRIÇÃO UNIDADE COEFICIENTE PREÇO UNITÁRIO PREÇO TOTAL SINAPI 73970/1 Estrutura metálica em aço estrutural perfil laminado W 200 x 31,3 COMPOSIÇÃO SINAPI 98746 Solda de topo descendente chanfrada espessura=6,35 mm, chapa/perfil/tubo aço, com conversor diesel. m 0,006 42,85R$ 0,26R$ INSUMO COTAÇÃO Perfil quadrado galvanizado 50 mm de lado e espessura 3 mm kg 1,05 6,02R$ 6,32R$ INSUMO SINAPI 88278 Serralheiro H 0,12 18,19R$ 2,18R$ INSUMO SINAPI 88316 Servente H 0,12 13,27R$ 1,59R$ 10,35R$ kg 28 As análises desses esforços para verificação da resistência das ligações estão dentro dos limites aceitáveis de resistência das soldas ou parafusos, mas, não se descarta um estudo mais detalhado por meio do Método dos Elementos Finitos (MEF) para uma análise criteriosa e adequada discretização dos elementos finitos para verificação das concentrações de tensões. 2.5.4. RIGIDEZ DA VIGA VADT Pela “Lei de Hooke” aplicada à física, sabe-se que: 𝐹 = 𝐾. 𝑥 (𝐸𝑞. 1), onde K é a rigidez de uma mola e x o seu deslocamento. Barra Normais (N) Momentos (N.m) 847 880 Barra Normais (N) Momentos (N.m) -288 1168 652 -872 -118 770 490 -825 33 457 414 -764 142,15 271 404 -639 225,8 179 387 -436 316,3 70,8 370,6 -197 686 0 -515 0 636 -560 -185 869 622 -458 -188 933 602 -325 -141 684 555 -150 -36 556 435 30 120 474 305 189 237 394 847 253 -1075 292 9-10 10-11 1-2 -9157 2-3 3-4 1-9 4-5 5-6 6-7 7-8 11-12 12-13 13-14 14-15 15-16 2-10 3-11 4-12 5-13 6-14 +88989 -7197 22 23 -23948 -36489 -45089 -48740,6 -48316 -50484,6 +31712 +50760 8-16 17 18 19 -3171 +64445 +74787 +82315 +87046 20 21 7-15 -1087 -2095 -2601 -3116 -3198 -38854 -38525 -647 -24756 -28688 -29246 -30454 -33899 Tabela 3 - Esforços normais e momentos máximos de cada barra 29 Pela resistência dos materiais, calcula-se o deslocamento de uma viga a partir do vão, das cargas, pela propriedade mecânica como o módulo de elasticidade longitudinal e a propriedade geométrica como o momento de inércia da seção. Assim, é calculado a rigidez da estrutura pela lei de Hooke da física e não da resistência dos materiais. Esses exemplos podem ser usados para quaisquer vigas, seja VADT ou laminadas. Para uma viga biapoiada (Figura 12) de apoio fixo e apoio móvel, com uma carga (P) aplicada no meio do vão, temos: Fonte: O autor (2019) (𝑎) 𝛿 = 𝑃. 𝐿 ³ 48 𝐸𝐼 = 𝑦 De (1), tem-se: 𝐾 = = Substituindo (1) em (a), tem-se: 𝐾 = ³ = ³ . = ³ Para uma viga biapoiada (Figura 13) de apoio fixo e apoio móvel, com carregamento uniformemente distribuído (q), temos: Figura 12 - Viga biapoiada com carga concentrada 30 Fonte: O autor (2019) (𝑏) 𝛿 = 5𝑞𝐿 384 𝐸𝐼 = 𝑦 De (1), tem-se: 𝐾 = = Substituindo (1) em (b), tem-se: 𝐾 = = . = ³ Conclui-se que a rigidez da viga é inversamente proporcional ao cubo do seu comprimento. Pode-se observar também que a rigidez da viga é diretamente proporcional ao seu momento de inércia. Figura 14 - Rigidez em função do comprimento da VADT Fonte: O autor (2019) 2.5.5. VERIFICAÇÕES DAS LIGAÇÕES E DETALHAMENTOS Para as ligações das barras, são escolhidas as soldas de filete e de aresta. As soldas de aresta são designadas para as faces externas da viga, nas ligações dos banzos superiores e Figura 13- Viga biapoiada com carga distribuída 31 inferiores com seus montantes. As soldas de filete são para a parte interna da viga. Na Figura 15 tem-se o desenho esquemático da viga, em que é mostrada uma visão geral da mesma com os dois tipos de solda e uma perspectiva isométrica. Fonte: Programa autoCAD (2016) 2.5.6. DETALHES EXECUTIVOS Para a fabricação da VADT e sua utilização como elemento estrutural, temos a seguir na Figura 16 as medidas e dimensões executivas de projeto: Figura 15 - Detalhamento das soldas na VADT 32 Fonte: O autor 2019 2.6. LAJE COM FORMA DE AÇO INCORPORADA O conceito de estrutura mista foi desenvolvido nos anos 1950 nos Estados Unidos e começou a ser usada no Brasil nos anos 1970 pela empresa Robtek (associação entre a americana Robertson e a brasileira Tekno). Uma década depois, tanto a Robtek quanto o produto passaram às mãos da Haironville do Brasil. A empresa Tekno apresentou seu próprio sistema de laje de concreto com forma de aço incorporada (steel-deck) por meio da sua divisão Perkrom, na mesma época em que a Metform também lançava sua laje colaborante (CICHINELLI, 2014). Atualmente a Metform é controlada pela empresa Codeme Engenharia. Denomina-se sistema misto de aço e concreto àquele no qual um perfil de aço (laminado, soldado ou formado a frio) trabalha em conjunto com o concreto (geralmente armado), formando um pilar misto, uma viga mista ou uma ligação mista (QUEIROZ; PIMENTA; MARTINS, 2010). O sistema de laje com forma de aço incorporada, mais conhecida e chamada de “laje steel-deck” (Figura 17) são lajes formadas basicamente por fôrmas de aço galvanizadas preenchidas com uma camada de concreto, compostas também por tela nervurada, armadura Figura 16 - Dimensões reais de projeto (cm) 33 adicional e conectores de cisalhamento. O aço, excelente material para resistir à tração, é utilizado no formato de uma telha trapezoidal que serve como fôrma para o concreto (dispensando escoramento) e comoarmação de flexão positiva para todo o conjunto. Ao se eliminar parcialmente ou totalmente o uso do escoramento para a execução de lajes, há a diminuição dos custos, seja por uso de escoramento de madeira ou aluguel de escoramentos metálicos. Com isso, dispensa-se a montagem dos mesmos e diminui-se gastos com mão de obra e ainda reflete no cronograma da obra, pois é permitido o trabalho em vários pavimentos simultaneamente e a execução das lajes deixa de estar condicionada ao tempo de endurecimento do piso de concreto. Essa telha de aço galvanizado é formada à frio, possui mossas nas faces da chapa para colaborar com a aderência ao concreto. O sistema é constituído ainda por telas eletrossoldadas, que atuam como armadura negativa e ajudam a prevenir trincas superficiais na laje. Fonte: ArcelorMittal (2018) As chapas metálicas para o steel-deck podem ser encontradas no mercado brasileiro com espessura de 0,80 mm, 0,95 mm e 1,25 mm, e comprimentos que variam de acordo com o projeto, chegando até a 12 metros. Na Figura 18, mostra-se o desenho esquemático da seção transversal de uma fôrma da laje steel-deck. Figura 17- Laje com forma de aço incorporada 34 Fonte: ArcelorMittal (2018) 2.6.1. PROJETO E PLANEJAMENTO O projeto inicial de uma obra que contemple o uso do sistema steel-deck pode assim garantir o máximo de aproveitamento das vantagens do sistema. O projeto estrutural pode tirar proveito da geometria das lajes para facilitar a passagem de dutos das instalações, bem como a fixação de forros. Deve indicar claramente o posicionamento das chapas, eventual necessidade de armaduras complementares, reforços, cimbramento ou outras condições especiais a serem observadas durante a execução da laje. Também cabe ao calculista verificar as condições básicas conforme a norma NBR 14323 (ABNT, 2013) - Projeto de Estruturas de Aço e de Estruturas Mistas de Aço e Concreto de Edifícios em Situação de Incêndio. Em muitas situações, esse sistema é utilizado em substituição a outros durante a execução da obra. Isso é possível, mas não garante o melhor aproveitamento do sistema no quesito redução de custos e passagem de tubulações. O prazo de execução, inferior aos demais sistemas por eliminar as etapas de execução de fôrmas e escoramentos, além do rápido processo de montagem, pode tornar essa alternativa bastante atraente. 2.6.2. NORMAS TÉCNICAS Em 27 de outubro de 2015 foi publicada a primeira norma para telha fôrma no Brasil, a norma NBR 16421 (ABNT, 2015) – Telha-fôrma de aço colaborante para laje mista de aço e concreto – Requisitos e ensaios. Essa norma é inédita no Brasil e tem como objetivo estabelecer Figura 18 - Seção transversal da telha-fôrma Polydeck 59S da ArcelorMittal (medidas em mm) 35 os requisitos e os ensaios aos quais devem atender a telha-fôrma de aço colaborante para laje mista de aço e concreto. Entretanto, o sistema steel-deck ainda não conta com normas técnicas nacionais. Os textos normativos que servem de referência aos projetistas são as normas NBR 6118 (ABNT, 2014) - Projeto de Estrutura de Concreto - Procedimento, NBR 8800 (ABNT, 2008) - Projeto de Estruturas de Aço e de Estruturas Mistas de Aço e Concreto de Edifícios e NBR 14323 (ABNT, 2013) - Projeto de Estruturas de Aço e de Estruturas Mistas de Aço e Concreto de Edifícios em Situação de Incêndio. A norma NBR 14323 (ABNT, 2013) trata do uso do steel-deck em temperatura ambiente e em situação de incêndio. Outras normas internacionais como a Européia, Eurocode 4 – Part 1-1(2004) e a Americana, ANSI/ASCE 3- 91 (1992), também podem ser aplicadas (CICHINELLI, 2014). 2.6.3. TRANSPORTE, MOVIMENTAÇÃO E MONTAGEM A montagem do steel-deck pode ser realizada pela mesma equipe que realiza a montagem da estrutura metálica. É comum que as empresas fornecedoras da solução indiquem uma equipe específica para aplicação dos conectores stud-bolts, pois essa operação exige equipamento específico de eletrofusão e pessoal treinado. São usados equipamentos como guinchos e gruas, geralmente disponíveis nas obras, para movimentação das telhas galvanizadas, que chegam ao local da obra com transporte simples, de qualquer veículo com caçamba possua comprimento suficiente das placas de aço que compõe a telha fôrma. Isso deve-se ao fato dessas placas serem leves (CICHINELLI, 2014). 2.6.4. LIMPEZA DO LOCAL, COLOCAÇÃO E ALINHAMENTO Previamente à colocação das telhas, as vigas e o local onde serão instaladas devem ser limpas. Ferrugens, rebarbas, respingos de solda, de óleos em geral e de pintura, além da umidade nas proximidades da região de soldagem, devem ser completamente removidos. Durante a instalação das telhas é importante garantir que toda a estrutura de apoio esteja perfeitamente nivelada. Os painéis devem ser posicionados sobre as vigas e bem alinhados, garantindo que sejam instalados com a largura útil correta. 36 Os cuidados na execução devem abranger a conferência do material na chegada (estado e quantidade), estocagem do material em local seco (atendendo às instruções do fabricante) e o seu manuseio correto (para não danificar as peças, principalmente as pré-pintadas). 2.6.5. REALIZAÇÃO DE RECORTES Durante a montagem da estrutura devem ser realizados todos os recortes necessários, inclusive recortes próximos aos pilares e recortes de aberturas. Caso seja necessária, a utilização de reforço nas aberturas, ele deve ser instalado nessa etapa. 2.6.6. ARMADURAS E PINOS DE CISALHAMENTO Após a colocação das telhas, é feita a instalação dos pinos de cisalhamento (Figura 19) assim como a colocação de uma malha metálica, similar a uma tela, para distribuição de esforços e antifissuração, 20 mm abaixo da superfície do concreto da laje. Armaduras convencionais adicionais podem ser necessárias quando a armadura total positiva for aumentada (CICHINELLI, 2014). Os pinos de cisalhamento ou stud-bolts, fazem a ligação entre as vigas metálicas e a laje de concreto, absorvendo os esforços de cisalhamento longitudinais, além de impedir o afastamento vertical entre a laje e a viga. Devem ser fixados após o término da montagem da fôrma de aço e antes da concretagem. Fonte: Site Téchne (2018) Figura 19- Conectores stud-bolt fazendo a solidarização da laje com a estrutura metálica 37 2.6.7. CONCRETAGEM Normalmente usa-se e é recomendável o uso do concreto usinado bombeado, devido à sua confiabilidade de seu traço e rapidez de execução. É importante que seja feito o controle do concreto utilizado, a fim de se verificar se as características e resistência estão de acordo com as estabelecidas em projeto. Não é recomendável o uso de aditivos à base de cloretos, que podem agredir a galvanização da chapa. Necessita-se atenção especial durante a concretagem para evitar que o concreto se acumule no meio do vão. 2.6.8. PATOLOGIA E MANUTENÇÃO A patologia mais comum nesse tipo de estrutura é o aparecimento de oxidação, principalmente se posicionada na face inferior da laje. O problema poderá ocorrer se o ambiente contiver agentes agressivos ou em casos de penetração de água na laje, seja por fissuras em lajes de cobertura, por vazamentos em tubulações sobre ou dentro da própria laje. No primeiro caso, a manutenção deve ser feita regularmente, logo no surgimento das primeiras manchas de oxidação branca, evitando que elas atinjam o estágio de corrosão vermelha. A recuperação é normalmente simples e envolve a remoção da oxidação por meios mecânicos ou químicos e a posterior zincagem a frio da chapa com tinta apropriada, rica em zinco. A laje steel-deck deve passar por observações periódicas em ambientes agressivos, pois em ambientes convencionais dificilmente apresentam problemas (CICHINELLI., 2014). 2.7. ANÁLISE ESTRUTURAL A análise estrutural deve ser a verificação inicial para subsidiar informaçõesque garantem à estrutura resistência, estabilidade, economia, trabalhabilidade, durabilidade e segurança de uso do objeto em análise, submetido a carregamentos, esforços e combinações das ações de carga de cálculo mais desfavoráveis. Com o avanço da ciência dos materiais, demanda por menor espaço físico e economia de materiais, tem-se a capacidade e necessidade de projetar e construir estruturas cada vez mais esbeltas e leves e, portanto, há a crescente necessidade de análise estrutural desses efeitos na estrutura na condição de maior esbeltez e refinar os cálculos considerando-se os efeitos de 2ª ordem, se necessário. Torna-se indispensável uma modelagem 38 mais realista pelo uso e aplicação de softwares mais sofisticados para a análise estrutural e cálculo. O arco e o tirante, dois elementos estruturais básicos, são do ponto de vista da resistência dos materiais, os elementos primitivos mais eficientes por possibilitarem a absorção integral de esforços de tração e compressão. 2.7.1. ARCO O arco é um elemento estrutural em curva onde predomina esforço de compressão simples. O aço, a madeira e o concreto armado são materiais que apresentam resistência adequada a esse esforço. O aço, por possuir maior resistência do que esses outros materiais, proporciona estruturas mais leves, sendo indicado para grandes vãos (REBELLO, 2000). 2.7.2. TIRANTE Tirantes são elementos estruturais capazes de resistir a esforços de tração entre suas extremidades, capazes de vencer grandes vãos com pequeno consumo de material. O aço é o material mais usado como tirante por ser um material estrutural que apresenta considerável resistência à tração quando comparado à madeira e ao concreto armado (REBELLO, 2000). 2.7.3. ANÁLISE NÃO-LINEAR A maioria das estruturas são analisadas linearmente pelo fato de que os deslocamentos causados pelos carregamentos externos são muito pequenos, se comparados às dimensões dos elementos de barras (ZERMIANI, 1998). Entretanto, o comportamento não linear está sempre presente, e até nas estruturas mais simples os projetistas deparam-se com ela. Os efeitos não lineares associados a uma estrutura podem ser causados pela mudança da geometria da estrutura, efeitos devido ao tipo de comportamento do material quando submetido a esforços e efeitos devido a natureza e tipo do carregamento. Uma estrutura carregada apresenta um comportamento distinto da estrutura não carregada. Se ela for duplamente carregada, seu comportamento não é dobrado. Essa não-linearidade pode ser explicada como a solução não proporcional a aplicação de carregamentos, ou seja, a estrutura não responderá linearmente às 39 solicitações. Essencialmente, a causa desse comportamento se resume à não-linearidade física (NLF) e à não-linearidade geométrica (NLG). Na análise linear de estruturas de aço, considera-se o comportamento do material somente até a parte linear do gráfico tensão x deformação, restringindo o domínio de sua utilização até o limite de proporcionalidade. A análise é dita não linear física quando se considera a parte não linear (ZERMIANI, 1998). A NLF é a representação ocorrida da alteração das propriedades dos materiais conforme o aumento do carregamento aplicado à estrutura, enquanto a NLG ocorre quando há uma alteração significativa do ponto de aplicação de carga em um elemento estrutural. Tal alteração é um efeito direto dos carregamentos aplicados em uma estrutura que a deformam, tornando a sua resposta diferente daquela no estado indeformado. 2.7.4. EFEITOS DE 2ª ORDEM A análise de 1ª ordem é a chamada “análise clássica” e seu estudo é realizado considerando a estrutura na sua configuração inicial, não deformada, gerando assim os efeitos de primeira ordem. Seus efeitos geram uma resposta linear aos esforços, ou seja, considera-se que os deslocamentos proporcionais às cargas aplicadas. A análise de 2ª ordem é gerada a partir da deformação da estrutura. São momentos adicionais à estrutura gerados pela aplicação da carga na mesma e um deslocamento dos pontos de aplicação das forças originado pela deformação da estrutura ou de determinados elementos estruturais gerando-se assim os efeitos de segunda ordem. A Figura 20 ilustra a configuração inicial e deformada da estrutura que geram os efeitos de primeira e segunda ordem. 40 Fonte: Kimura (2007) Os esforços de primeira e segunda ordem podem ser obtidos por meio do processo P- Delta, que é um processo de análise não-linear geométrica. Entretanto, como este não é um parâmetro de estabilidade, a estabilidade global do elemento estrutural deve ser analisada após este processo. O efeito P-Delta em geral ocorre em elementos que estão submetidos a forças axiais. Após uma análise de primeira ordem, valores de deslocamentos são obtidos e desta maneira iniciam-se novas análises e novos valores de deslocamentos são obtidos. São feitas inúmeras iterações até que se chegue em uma posição de equilíbrio. Figura 20- Efeitos de 1ª ordem e efeitos de 2ª ordem 41 3. MODELOS DE REFERÊNCIA ESTRUTURAIS DE VIGAS Todos os modelos desenvolvidos são modelados utilizando o software SAP2000. Considera-se uso do Aço A-36 para as vigas, limite de escoamento (fyk) de 250 Mpa, coeficiente de Poisson (υ) igual a 0,3 e módulo de elasticidade E = 205.000 𝑀𝑃𝑎 (NBR 8800 ABNT, 1986) para todos os modelos. 3.1. AVALIAÇÃO DAS CARGAS Para a análise dos modelos estruturais, é calculada o carregamento atuante conforme mostrado a seguir: Ações gravitacionais atuantes na viga: Peso próprio da laje: Steel-deck e concreto Espessura média da laje = 10cm = 0,1m Peso específico do concreto = 2500 kgf/m³ = 25000 N/m³ Carga por metro quadrado = 25000 N/m³ x 0,1 = 2500 N/m² Argamassa de regularização do piso da laje – espessura 3cm = 0,03m Peso específico da argamassa = 2100 kgf/m³ = 21000 N/m³ Carga por metro quadrado = 21000 x 0,03 = 630 N/m² Forro falso de gesso – espessura das placas = 1,5cm = 0,015m Peso específico do gesso = 1250 kgf/m³ = 12500N/m³ Carga por metro quadrado = 12500 x 0,015 = 187,5 N/m² Sobrecarga conforme norma NBR 6120 (ABNT, 1980)1: Escritórios ou apartamentos = 200 kgf/m² = 2000N/m² 1 Essa norma está desatualizada desde 1980, mas em processo de atualização desde 2017. 42 A carga total é calculada considerando-se a carga permanente e a sobrecarga para as seguintes combinações de ações (ABNT, 2008) Carga total para a combinação FG + FQ2 = 2500 + 630 +187,5 + 2000 = 5317,5 N/m² Carga total para a combinação FG + 1FQ2 = (2500 + 630 +187,5) + 0,7(2000) = 5017,5 N/m² Para a análise dos modelos a seguir, usa-se a carga total mais crítica, ou seja, de 5317,5 N/m². 3.2. MODELO 01 Buscando-se mostrar a evolução dessa pesquisa, parte-se dos modelos estruturais de viga semi-vagão e viga Vierendeel. O estudo do sistema viga vagão se justifica pela necessidade de uma organização estrutural leve, resistente e rígida para aplicação na construção civil. Nas Figuras 21 e 22, tem-se a prévia do modelo em 3D da viga semi-vagão com tubos de seção circular de 25,4 mm de diâmetro e espessura de 2,0 mm, modelado no software Sketchup. Fonte: O autor (2019) Figura 21 - Modelo sem escala: viga semi-vagão com tubos apoiando a laje steel-deck 43 Fonte: O autor (2019) Na Figura 23, representa-se o modelo 01 de uma viga semi-vagão, cujo vão foi definido como sendo igual a 3000,0 mm e altura de 300,0 mm. Essa viga está biapoiada com vínculos de apoio articulado fixo e articulado móvel. A estrutura possui perfis tubulares metálicos galvanizados de seção circular com diâmetro de 25,4 mm e espessura de 2,0 mm para o banzo superior e os montantes verticais. Para o tirante, é analisadocomo sendo de 12,7 mm de diâmetro. A largura de influência considerada é de 3000,0 mm e a carga total atuante na viga é de 5317,5 N/m², conforme calculado no item 3.1. A carga concentrada aplicada em cada um dos dois nós superiores da viga é de: 𝑃 = (𝑞1 𝑥 𝐶𝑜𝑚𝑝𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑑𝑎 𝑣𝑖𝑔𝑎 𝑥 𝐿𝑎𝑟𝑔𝑢𝑟𝑎 𝑑𝑒 𝑖𝑛𝑓𝑙𝑢ê𝑛𝑐𝑖𝑎) 2 𝐶𝑎𝑟𝑔𝑎 𝑝𝑜𝑟 𝑚 = 5317,5 = 𝑞1 𝑃 = , = , = 23928,75 𝑁 Fonte: O autor (2019) Figura 23 - Carregamento do Modelo 01 (N) – Viga semi-vagão Figura 22 - Vista frontal do sistema viga-vagão e laje steel deck 44 3.3. MODELO 02 O estudo do sistema viga Vierendeel faz-se pela justificativa de uma estrutura simples, utilizada em diversos tipos de construção, onde a iluminação, a ventilação, a necessidade de passagem de dutos, ou questões arquitetônicas, impedem o uso de barras com diagonais, como nas treliças convencionais. Por essa estrutura não possuir diagonais, ela apresenta menos superfícies expostas à corrosão e números menores de ligações. Na Figura 24, representa-se o modelo 02 de uma viga Vierendeel, cujo comprimento foi definido como sendo igual a 3000,0 mm e altura de 300,0 mm. Essa viga está biapoiada com vínculos de apoio articulado fixo e articulado móvel. A estrutura possui perfis tubulares metálicos galvanizados de seção circular com diâmetro de 25,4 mm e espessura de 2,0 mm para os banzos superiores, inferiores e os montantes verticais. Apresenta quadro interno de 300,0 mm de largura. A largura de influência considerada é de 3000,0 mm e em cada nó da estrutura aplica-se uma carga de 5317,5 N. A carga concentrada aplicada em cada um dos 9 nós superiores da viga é de: 𝑃 = 𝑞1 𝑥 𝐶𝑜𝑚𝑝𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑑𝑎 𝑣𝑖𝑔𝑎 𝑥 𝐿𝑎𝑟𝑔𝑢𝑟𝑎 𝑑𝑒 𝑖𝑛𝑓𝑙𝑢ê𝑛𝑐𝑖𝑎 9 𝐶𝑎𝑟𝑔𝑎 𝑝𝑜𝑟 𝑚 = 5317,5 = 𝑞1 𝑃 = 5317,5 𝑥 3 𝑥 3 9 = 47857,5 9 = 5317,5 𝑁 Fonte: O autor (2019) Figura 24 - Carregamento do Modelo 02 (N) – Viga Vierendeel 45 3.4. MODELO 03 Como a viga Vierendeel não apresentou boa rigidez às cargas solicitadas, como será demonstrado no capítulo 4, é proposto um novo modelo estrutural. Na Figura 25, representa-se o terceiro modelo analisado, que é a nova modelagem proposta que idealiza uma viga simulando um arco confinado a um pórtico retangular rígido de aço, cujos os montantes do mesmo são ligados diretamente aos banzos superiores e inferiores da estrutura, com o objetivo de aplicar as cargas concentradas provenientes da laje steel-deck e aplicá-las ao arco e também ao banzo tracionado. Para tentar melhorar a rigidez do sistema da viga formada, opta-se por usar barras diagonais formando um sistema triangular. A esse sistema é dado o nome de “viga de alto desempenho com desvios de tensões” de tração e compressão (VADT). A flecha (f) do arco é definida a partir da geometria da fôrma steel-deck, cuja medida é definida pela distância entre duas ondas consecutivas da mesma (210,0 mm). A estrutura está biapoiada com vínculos de apoio articulado fixo e articulado móvel e possui 3000,0 mm de comprimento. A altura e distância entre montantes verticais são de 210,0 mm, exceto no primeiro e no último montante vertical, que possui largura interna de 240,0 mm. Utilizam-se perfis tubulares metálicos galvanizados de seção circular com diâmetro de 25,4 mm e espessura de 2,0 mm. Para esse modelo, divide-se a mesma carga dos modelos anteriores (P=47857,5 N) pelo número de nós superiores do sistema (13) e cada nó apresenta uma carga sendo igual a 3681 N, a fim de demonstrar onde as cargas atuam sobre os montantes, local do carregamento mais crítico do sistema steel-deck. 𝑃 = 47857,5 13 = 3681 𝑁 Fonte: O autor (2019) Figura 25 - Carregamento do Modelo 03 (N)– VADT com diagonais 46 Os perfis inclinados que compõem a estrutura da VADT são elementos retos e não curvos, e eles se alinham seguindo tangencialmente a geratriz original do arco. O arco que dá origem a esses elementos retos inclinados tem comprimento parcial de 3039,0 mm, raio de 5462,0 mm, ângulo de 32° e está representado na Figura 26, sem escala: Fonte: Programa AutoCAD (2016) 3.5. MODELO 04 No quarto modelo (Figura 27), opta-se por retirar as diagonais existentes do modelo anterior, pois o aumento da rigidez considerando as diagonais não foi significativo, como será demonstrado no capítulo 4. Ao se retirar diagonais da viga, alivia-se o peso da estrutura, refletindo em diminuição de custos, criando-se mais espaços para a passagem de dutos. O tipo estrutural definido é o da VADT. O restante da estrutura permanece com comprimento de 3000,0 mm, altura e distância dos montantes iguais a 210,0 mm, exceto o primeiro e o último que possuem 240,0 mm de largura. Mantiveram-se os 13 nós definidos anteriormente e em cada nó superior aplica-se a mesma carga igual a P=3681 N. Essa viga está biapoiada com vínculos de apoio articulado fixo e articulado móvel. Utilizam-se perfis tubulares metálicos galvanizados de seção circular com diâmetro 254,0 mm e espessura de 2,0 mm. 𝑃 = 47857,5 13 = 3681 𝑁 Figura 26 - Medidas do arco que gerou as diagonais do modelo 03 47 Fonte: O autor (2019) 3.6. MODELO 05 Na Figura 28, representa-se o modelo de viga do tipo VADT cujo vão foi definido como sendo igual a 3000,0 m, e altura e distância dos montantes iguais a 210,0 mm, exceto o primeiro e o último que possuem largura de 240,0 mm. Para esse modelo manteve-se os 13 nós superiores definidos anteriormente e em cada nó aplica-se a mesma carga igual a P=3681 N. Essa viga está biapoiada com vínculos de apoio articulado fixo e articulado móvel. Diferentemente do modelo anterior, as propriedades geométricas de cada barra são definidas após a estrutura ser aprovada através de simulações computacionais pelo software SAP2000. Decide-se pela troca de perfis de seções circulares para seções quadradas devido à melhor trabalhabilidade, facilidade e rapidez da execução da união das barras retas do arco e montantes com os banzos, desde o processo de corte ao processo de soldagem. 𝑃 = , = 3681 𝑁 Fonte: O autor (2019) Figura 28 - Carregamento do Modelo 05 (N) – VADT Figura 27 - Carregamento do Modelo 04 (N) – VADT 48 3.7. MODELO 06 Na Figura 29, representa-se o modelo estrutural do tipo VADT cujo vão é definido como sendo igual a 3200,0 mm com o objetivo de analisar seu comportamento em dimensões maiores. A altura e a distância entre montantes verticais continuam os mesmos, de 210,0 mm, exceto o primeiro e o último que possui largura de 235,0 mm. Para esse modelo, aumenta-se o número de nós superiores de 13 para 14 e em cada nó aplica-se a uma carga igual a 3646 N. Essa viga está biapoiada com vínculos de apoio articulado fixo e articulado móvel. 𝑃 = 𝑞1 𝑥 𝐶𝑜𝑚𝑝𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑑𝑎 𝑣𝑖𝑔𝑎 𝑥 𝐿𝑎𝑟𝑔𝑢𝑟𝑎 𝑑𝑒 𝑖𝑛𝑓𝑙𝑢ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝐶𝑎𝑟𝑔𝑎 𝑝𝑜𝑟 𝑚 = 5317,5 𝑁 𝑚 = 𝑞1 𝑃 = 5317,5 𝑥 3,2 𝑥 3 = 51048 𝑁 𝑃 = 51048 14 = 3646 𝑁 Fonte: O autor (2019) 3.8. MODELO 07 Mostra-se na Figura 30 o modelo estrutural do tipo VADT cujo vão é aumentado e definido como sendo igual a 3400,0 mm. A altura e a distância entre montantes verticais continuam os mesmos, de 210,0 mm, exceto o primeiro e o último que possuem 230,0 mm de largura. Para esse modelo, aumenta-se o número de nós superiores de 14 para 15 e em cada nó Figura 29 - Carregamento do Modelo 06 (N) – VADT 49 superior aplica-se uma carga igual a 3616 N. Essa viga está biapoiada com vínculos de apoio articulado fixo e articulado móvel. 𝑃 = 𝑞1 𝑥 𝐶𝑜𝑚𝑝𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑑𝑎 𝑣𝑖𝑔𝑎 𝑥 𝐿𝑎𝑟𝑔𝑢𝑟𝑎 𝑑𝑒 𝑖𝑛𝑓𝑙𝑢ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝐶𝑎𝑟𝑔𝑎 𝑝𝑜𝑟 𝑚 = 5317,5 𝑁 𝑚 = 𝑞1 𝑃 = 5317,5 𝑥 3,4 𝑥 3 = 54238,5𝑁 𝑃 = 54238,5 15 = 3616 𝑁 Fonte: O autor (2019) 3.9. MODELO 08 Para o modelo 08 da Figura 31, representa-se a viga
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