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ESTUDO DE CASO - Módulo B – Fase II – Ano 2022 1 – Análise das Campanhas de Vacinação pelo Mundo. A vacinação pelo mundo tem se ampliado cada vez mais. Países com grande população e extensão de terra têm se aplicado em completar os ciclos de imunização. Citamos a China e os EUA, com 89,8% e 68,1% da população totalmente imunizada contra a Covid 19. Mesmo considerando os desalinhamentos científicos do que seria realmente a dose de total imunização esses países cumprem com muita imponência essa necessidade de saúde. Na China a população recebeu doses da vacina CoronaVac, que é produzida quase em sua totalidade no próprio país, por empresas de lá, o que facilita em muito a logística de fabricação e aplicação, o que justifica o rápido avanço das estatísticas de imunização. De forma positiva identificamos a amplitude do processo vacinador, a maneira rápida que a população foi atendida, já sob olhos céticos vemos a descaracterização técnica da vacina usada, a CoronaVac, já que esta tem sofrido com descrédito na comunidade científica, diz o Instituto Butantan em contra ponto os pesquisadores da Universidades de Xangai, Jian e Hong Kong. Nos EUA a população recebeu doses das vacinas: Janssen, Pfizer e Moderna, com diferentes sequencias de aplicação, as chamadas doses de reforço. Nesse país o grau de rejeição ao método de imunização retardou e mascara os dados. Sabemos, de acordo com a OMS e o World in Data, que há quase 611 milhões de doses aplicadas. Esse avança se dá em função da robustez econômica do país, refletida na administração da aquisição das doses, e no alto impacto que sua economia representa no mundo. De forma positiva percebemos o impacto imunizante das vacinas utilizadas no país, o equilíbrio entre a ciência e a administração pública levou grande vantagem sobre a maioria dos países que iniciaram imunizações em massa, como Inglaterra, Irlanda e outros países da Europa. De forma negativa notamos que os desalinhamentos mundiais nos aspectos técnicos-científicos, o apelo do conhecimento, ou desconhecimento, popular, reduziu a importância de vacinar e aumentou a crítica e repulsa ao imunizante. No Brasil o sistema de vacinação sofreu com o tamanho da população e do país. Como em todos os países a vacinação teve início com a população em comorbidade, aqueles que necessitavam de atenção mais efetiva. Em nosso país as vacinas autorizadas são: CoronaVac, Astrazeneca, Pfizer, Jassen, Sputinik V e CovacXin, sendo as duas últimas em critério de urgência, ou seja, só serão utilizadas em caso de necessidade. Nesse contexto notamos que a população foi atendida, pelo SUS, com a vacinas mais aplicadas pelo mundo e que sua disseminação foi aceitável e relativamente rápida. De acordo com o Our World in Data, o Brasil tem 87% da população totalmente imunizada, estatística surpreendente quando pensamos o início da vacinação. Já no aspecto negativo destacamos o impacto político nas questões de saúde, descrédito à ciência e à comunidade científica, nos fizeram rumar para discussões desnecessárias e contraproducentes no quesito saúde coletiva rápida e eficiente. O sistema de saúde brasileiro é considerado referência no cenário internacional, pois possui umalegislação específica que torna acessível a saúde para todos, sendo ela pública e universal. Em uma comparação ao tão almejado estilo de vida americano, é válido ressaltar que a saúde nos Estados Unidos da América é privada. Entretanto, a saúde é uma competência legislativa estadual. Nesse caso o Estado Americano que abordaremos será Nova York como referência do Sistema de Saúde Privado Americano. Um sistema de saúde privado significa que para o acesso à saúde é necessário o acesso a um plano de saúde. Ao contrário do Brasil, os Estados Unidos da América não possuem um sistema público de saúde sendo, na verdade, um sistema de saúde privado no qual cada Estado Federativo possui autonomia para legislar sobre a saúde. Um sistema privado de saúde significa que para o acesso à saúde o cidadão necessita de um plano de saúde, mas isso não implica dizer que o cidadão pobre ou de classe média, que não possui condições para um plano de saúde, está desamparado pelo Estado pois o governo de seu respectivo estado pode financiar suas custashospitalares. Existem também programas governamentaiscomo Medicare e Medicaid. O Medicare, trata de um seguro para pessoas com 65 anos ou mais, como também para os que cumprirem alguns critérios de rendimento ou possuam alguma deficiência ou doença renal grave. Para ser beneficiado com o referido programa é necessário ter contribuído pelo menos 10 anos para o sistema. Já o Medicaid é um programa federal e estatal que ajuda com as custas hospitalares, diga-se cuidados médicos, para algumas pessoas que possuem uma situação financeira limitada. Tal programa oferece benefícios cobertos pelo Medicare, o Medicaid é o maior fundo para serviços médicos e de saúde nos EUA. É importante ressaltar que o encarecimento dos procedimentos médicos e custas hospitalares não decorrem apenas desse sistema de saúde, mas também de que praticamente quase não existe concorrência entre os médicos, pois precisam ser aceitos pelo conselho profissional, o qual tem interesse em manter baixo o número de médicos. O mesmo acontece com os hospitais, o que acaba por dificultar a criação de hospitais mais baratos para concorrer com os já existentes. Diante do exposto no presente trabalho, é nítido a discrepância entre os dois sistemas de saúde, o público e o privado, onde podemos observer uma semelhança em que o governo procura formas de tornar os serviços de saúde acessíveis a todos. Entretanto, é muito maior o número de divergências e isso se deve não apenas por serem sistemas distintos, mas também por se tratar de culturas diferentes, desenvolvimento social e econômico dos países. Fatores como esses explicam porquea política de saúde de um determinado país não funcionaria em outro que possui tradições diferentes, bem como uma estruturajuridical distinta, pois as leis de cada país são baseadas em seu respectivo povo. É relevante destacar a importância do Sistema Único de Saúde no Brasil, pois mesmo com suas falhas o SUS se torna a garantia que o povo brasileiro tem seu direito à saúde resguardado, independentemente de sua condição de renda. 2 – Revolta da Vacina. A Revolta da Vacina foi um movimento, no Rio de Janeiro, no final do século XIX e início do XX, no período da República recém proclamada, caracterizado pela insatisfação do povo com a vacinação obrigatória da Varíola. Isso decorreu do crescimento desordenado da população, onde os centros da cidade, sem planejamento urbano e sanitário adequado entraram em colapso ambiental (doenças). Em 1902, Rodrigues Alves assume a presidência do Brasil, apresenta reformas urbanas e sanitárias no Rio de Janeiro. Com a política da ‘bota-abaixo’ e ‘expulsão’ da população pobre dos centros urbanos antigos as regiões periféricas começam a aparecer, as favelas. O médico Oswaldo Cruz conduziu as reformas sanitárias que priorizavam o controle e fim da Febre Amarela e Peste Bulbônica, doenças egressas de ratos e mosquitos. Mesmo assim o principal motivo da insatisfação foi a obrigatoriedade da vacinação contra a varíola, suscitada pela propagação de falsas informações sobre a vacina por opositores do governo. A vacinação era feita pela brigada sanitária, quando os profissionais entravam na casa das pessoas e vacinavam à força todos que lá estivessem. A população reagiu: 30 pessoas morreram, 110 ficaram feridas e quase mil foram presos, em meio a casas apedrejadas, bondes tombados, fios de iluminação pública cortados, barricadas. À época, a população acreditava que a vacina era uma forma de controle do governo e matava as camadas mais pobres da sociedade. Naquela época, a vacina era uma coisa extremamente nova. Mesmo a descoberta dos microrganismos [como causadores de doenças] por [Louis] Pasteur era muito recente. Não distante disso, vemos com bastante semelhança, as reações sociais mundiais relacionadas ao processode fabricação, logística e imunização da Covid-19. Alguns menos avisados e desinformados tomados por clamores falsos, ideologias retrogradas e falácias mentirosas a respeito da ciência perpassada na vacina, tomam a decisão de não se vacinar. Hoje, as redes sociais recebem todos os tipos de falsas alegações sobre as vacinas contra a Covid-19. Há mentiras de todos os tipos: de fórmula na vacina que contém microchips para serem inseridos nas pessoas, ou que o imunizante poderá alterar o código genético nas células, ou até que a vacina contra a Covid-19 poderá fazer a população adoecer ou desenvolver outras doenças. A apropriação da insatisfação popular com as medidas sanitárias para fins políticos é um dos aspectos em que há correlação entre a Revolta da Vacina e a atual pandemia, Covid-19. Em 1904, setores políticos de oposição, especialmente monarquistas depostos pelo novo regime e militares positivistas, viram uma oportunidade de articular um golpe de Estado – que fracassou. A pandemia de covid-19 também está sendo usada politicamente. Uns contra, uns a favor de certas medidas sanitárias, mas cada um puxando para o seu lado, aproveitando certa insatisfação social para seus interesses. Uma maneira de diminuição desse erro social generalizado é a informação precisa, ou ao mesmos, mais simples. Ou seja, informações de acesso fácil e claro, sem prolixidades acadêmicas e técnicas. A informação mais rápida diminuiria o tempo de criação de falsas ideias. Outra maneira de ajustar a hipocrisia das falsidades seria reduzir o peso político e aumentar o científico nas tomadas de decisão relacionadas a tais assuntos de segurança sanitária e saúde. A vacina é, certamente, o melhor instrumento de saúde pública já inventado. Na ausência dos imunizantes, teríamos tido muito mais mortes por um grande número de doenças e teríamos vivido muito mais pandemias. Infelizmente, a vacina voltou a ser questionada recentemente e precisamos defendê-la. A vacina é segura e funciona. A revolta deixa como importante ensinamento que a vacinação não é só uma questão médica, como também sociológica, cultural, antropológica e histórica. Para uma campanha de imunização ser bem-sucedida, é necessário o envolvimento de profissionais de diferentes áreas. 3 – Práticas para a escola No Brasil o SUS tenta de suas formas conduzir a população ao um conhecimento mínimo e suficiente, sobre as doenças e seus tratamentos, no entanto muitas pessoas, por conta de alguns fatores sociais como escolarização, credos e outros, acabam ignorando tais informações. O SUS é um dos mais complexos e maiores sistemas de saúde de todo o mundo. Cobrindo de atendimentos simples até os mais complexos procedimentos cirúrgicos, de forma disponível e gratuita para toda a população do nosso Pais. Nesse contexto sua função e princípios não está sediada num único aspecto, ele se porta dentro de alguns princípios como: regionalidade, hierarquização, participação social, integralidade e universalidade. Ou seja, muitas partes de um único Sistema que cadastra, monitora, realiza, informa, justifica e cuida dos problemas relacionados com a saúde do nosso país. Esses princípios são motivos de orgulho para o Brasil, uma vez que nos EUA o sistema de saúde gratuito só está disponível para pessoas abaixo da linha pobreza e idosos, salvando algumas situações que nem lá esses estariam segurados. O nosso sistema de saúde é universal. O SUS oferece diversos tipos de atendimentos e especialidades de forma gratuita para toda população, independentemente da classe social, o que não ocorre em países como os EUA, Inglaterra e outros da Europa. Assim, o governo é o provedor da saúde pública no país, que financia e regula os recursos para o setor. Os cuidados à saúde na China são muito antigos, sendo que seus registros são datados de cerca de 5.000 anos atrás. E em sua trajetória histórica houve mudanças em sua concepção e natureza decorrentes das transformações do rumo da vida econômica, política e cultural da sociedade chinesa. O sistema de saúde da China gera extenso debate sobre sua eficiência e capacidade de atender à população chinesa. Desde a proclamação da República Popular da China, a expectativa de vida teve significativo aumento, saindo de 35 anos em 1949 para 77 anos em 2019. Anos depois da reforma do serviço público de saúde que havia o colocado sob responsabilidade do setor privado, ao final da década de 1990, os chineses adotam o Sistema de Medicina Cooperativo, mantido pelo Estado, empregado e empregador, o que significou uma importante mudança na disponibilidade e acessibilidade dos serviços de saúde no país. Tais correlações nos apontam a intimidade de cada país com sua cultura e necessidade de assistência à saúde da população, cuidando cada um deles, com suas devidas ponderações, das necessidades políticas e econômicas antes da saúde por si. A ideia fundamental da escola está baseada no conhecimento e aprimoramento das informações que temos naturalmente, socialmente e formalmente. Nessa perspectiva a escola tem um papel de honra na disseminação das informações de forma clara, fiel e rápida em questões da sobrevivência humana. Nessa via ideológica, nós, os professores, coordenadores e diretores, podemos lançar mão de meios que ajudem no processo informador e assim difundam com clareza os pontos, sentidos e detalhes para as tomadas de decisão. Dentro dessa demanda podemos usar os TICs. É é uma abreviação que traz como significado “Tecnologias da Informação e Comunicação”. Trata-se de um grupo de tecnologias que auxiliam na comunicação, incluindo hardwares, como smartphones e microcomputadores, softwares, com aplicativos de troca de mensagens ou teleconferência e tudo mais que pode ser acessado por meio de redes de acesso a dados, como a internet. Foi somente nos anos 90 que as TICs conquistaram um espaço maior que o esperado dentro dos processos de aprendizado em instituições de ensino. Os TICs podem ser: celulares, tablets, computadores, televisão, impressora, YouTube, e-mails, streamg, sites, redes sociais etc. Fazendo o uso de qualquer um desses recursos para apresentar um conteúdo, além de aumentar o interesse da turma, pode ser extremamente benéfico para os alunos com necessidades especiais. Afinal, muitos dos TICs tem recursos adaptados para portadores de deficiência. Para os alunos o ganho é abrangente: compartilhamento, envio e discussão das informações após sua apropriação. Além da aproximação dos professores e alunos em torno de um bem tão valioso quanto é a informação real e fiel. Não podemos nos afastar da realidade que as informações falsas nos trasem, as fake News. Antes de tudo, sabemos que as escolas são fundamentais na formação intelectual e social de seus alunos. Esses dois papéis abarcam a formação de pessoas conscientes, críticas, engajadas e com potencial transformador. Então, se as escolas são grandes capacitadoras para a reflexão crítica, é aí que encontramos seu papel no combate às fake news e deepfakes. Não basta ensinar os alunos a usar a tecnologia, é preciso ensinar o aluno a perceber quando está sendo manipulado, e mais que isso, ensinar este aluno a pensar no porquê querem manipulá-lo. A competência fundamental da escola ensinar o aluno a identificar o falso do verdadeiro neste momento em que a sociedade vive. “Ensinar ao aluno a ter senso crítico, aprender a lidar com as mídias e a administrar seus conteúdos, é o que chamamos de alfabetização midiática. É fundamental orientá-los a como proceder antes de compartilhar uma informação, a refletir em como se relacionam, como informam e como se expressam nas mídias”, a diretora pedagógica orienta que este exercício deve ser contínuo e que os jovens devem ser ensinados a criticar tudo o que leem. Trazidas estas considerações podemos registrar algumas ações laterais para identificação de falsas notícias e ajustes das já comprovadas: i. Verifique a origem do conteúdo: quem postou? Quais as características do perfil, site, ou pessoa que compartilhou a notícia? ii. Observe o conteúdo: avaliea estrutura do texto; leia mais que só o título e subtítulo; o texto apresenta erros de português, formatação, há uso exagerado de pontuação? Confira a data da publicação; pode ser algo antigo? O veículo que publicou tem credibilidade reconhecida? Há fontes confiáveis no material? Você pode encontrar a informação em outras fontes confiáveis? iii. Procurando em buscadores, como o Google, se agências de checagem já verificaram o conteúdo, se a notícia repercutiu em outros meios, ou se foi desmentida por pessoa ou entidade de reputação confiável. iv. Verifique a origem da imagem: é possível fazer, pelo Google, busca reversa que indica a origem da foto. No caso de vídeos, há ferramentas que fazem a pesquisa no YouTube. v. Só compartilhe após checar se as informações são verdadeiras. A ideia de preservação não pode ser deixada de lado ou enfraquecida nas rotinas da escola já que a velocidade de transmissão e espalhamento é cada vez maior. De acordo com uma análise de conteúdo do Laboratório de Mídia do Massachusetts Institute of Technology (MIT), as fake news se espalham seis vezes mais rápido do que notícias verdadeiras no Twitter – uma das redes sociais mais utilizadas no Brasil e no mundo, por ser um meio pelo qual governantes, artistas e celebridades se pronunciam. O estudo analisou 126 mil histórias compartilhadas no Twitter entre 2006 e 2017. Os dados foram compartilhados por cerca de 3 milhões de pessoas mais de 4,5 milhões de vezes. Seis organizações independentes verificaram as alegações feitas pelos próprios internautas na rede social, incluindo instituições respeitadas de checagem de fatos, como Snopes, Politifact e Factcheck. As instituições chegaram à conclusão de que as notícias falsas são difundidas significativamente mais rápido e mais amplamente do que as verdadeiras. Outra conclusão foi que as mentiras mais compartilhadas estão relacionadas a política, mas temas como terrorismo, desastres naturais, ciência, lendas urbanas ou informações financeiras também se destacam. A pesquisa, ainda, identificou que as fake news são 70% mais propensas a serem compartilhadas do que fatos verdadeiros. Considerando que, as notícias falsas mais populares analisadas na pesquisa atingiram até 100 mil pessoas, enquanto as verdadeiras mais compartilhadas não chegaram a mais de mil indivíduos.