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QUÍMICA CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS Antonio César Baroni Santoro Neste caderno estudaremos as relações entre trocas de calor e fenômenos físico-químicos, em um ramo da Química denominado Termoquímica. Também serão avaliados como e quais são os fatores que interferem na rapidez dos processos químicos. TERMOQUÍMICA E CINÉTICA QUÍMICA Capítulo 1 Introdução à Termoquímica 2 Capítulo 2 Lei de Hess / Energia de ligação 24 Capítulo 3 Cinética química I 40 Capítulo 4 Cinética química II 59 D a v id T a d e v o s ia n /S h u tt e rs to ck Et_EM_2_Cad6_QUI_c01_01a23.indd 1 5/17/18 4:13 PM ► Avaliar aspectos qualitativos e quantitativos que envolvem os processos termoquímicos. Principais conceitos que você vai aprender: ► Processos endotérmicos e exotérmicos ► Entalpia ► Variação de entalpia ► Calor de formação (ou entalpia de formação) ► Calor de combustão 2 OBJETIVOS DO CAPÍTULO O livier Le Q u e in e c/S h u tte rsto ck 1 INTRODUÇÃO À TERMOQUÍMICA Dessalinizador que usa energia solar torna 16 litros de água salobra em potável e ganha prêmio nacional Um dessalinizador de baixo custo, desenvolvido a partir da captação de energia solar, foi premiado nacionalmente no Prêmio Fundação Banco do Brasil de Tecnologia Social 2017. [...] Custando até R$ 1 mil para produzir o dessalinizador, a fase de experiência implemen- tou 28 unidades em três assentamentos em Pedra Lavrada, Cubati e São Vicente do Seridó. O professor da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) Francisco Loureiro, que capitea- neou o projeto, recebeu o prêmio em 23 de novembro. [...] Segundo Francisco, o dessalinizador foi projetado a partir de um trabalho de construção participativa, envolvendo alunos e agricultores da região. A ideia surgiu diante da necessi- dade de facilitar o acesso à água potável para as famílias que vivem em regiões com escassez de água. [...] Dessalinizador O modelo do dessalinizador foi projetado em uma caixa construída com placas pré-molda- das de concreto, com uma cobertura de vidro, que possibilita a passagem da radiação solar. Os processos de dessalinização e desinfecção da água, segundo o professor, ocorrem quando a alta temperatura no interior do dessalinizador provoca a evaporação da água, que entra em contato com a superfície resfriada e faz o condensamento, retirando os sais antes existentes. O método também elimina bactérias que podem causar doenças. Cada unidade do dessali- nizador produz um volume de água potável de 16 litros por dia. [...] Disponível em: <https://g1.globo.com/pb/paraiba/noticia/dessalinizador-de-agua-da-uepb-que-usa- energia-solar-ganha-premio-nacional.ghtml>. Acesso em: 9 maio 2018. • O equipamento desenvolvido para purifi car água do Sertão usa energia solar. Você se lembra de outras fontes de energia limpa e renovável? Dessalinizador de água da UEPB ganha prêmio nacional. F u n d a ç ã o B a n c o d o B ra s il/ C o o p e ra ti v a d e T ra b a lh o M ú lt ip lo d e A p o io à s O rg a n iz a ç õ e s d e A u to p ro m o ç ã o /N ú c le o d e E x te n s ã o R u ra l A g ro e c o ló g ic a - N E R A , d a U E P B Et_EM_2_Cad6_QUI_c01_01a23.indd 2 5/17/18 4:13 PM 3 Q U ÍM IC A Esses são exemplos da relação existente entre o calor e os diversos tipos de trans- formações físicas e químicas; o estudo dessa relação é chamado Termoquímica. Vamos entender o que acontece em cada exemplo, começando pelo “esquenta-ração”. Como visto, a reação entre magnésio e água libera calor. Podemos representar essa reação com a seguinte equação: Mg (s) + 2H 2 O (,) w Mg(OH) 2(s) + H 2(g) + calor Transformações que ocorrem com liberação de calor são chamadas exotérmicas. Outro exemplo de transformações exotérmicas são as reações de combustão, como a do metano (componente do gás natural). Observe a equação da combustão completa: CH 4(g) + 2O 2(g) w CO 2(g) + 2H 2 O (g) + calor Já as transformações que ocorrem com absorção de calor são chamadas endotérmi- cas. É uma transformação desse tipo que ocorre na bolsa de gelo instantâneo. Ao se dis- solver na água, o nitrato de amônio absorve calor da vizinhança, ou seja, da própria água, causando a diminuição da temperatura do sistema. NH 4 NO 3(s) + calor H O2 → NH 4(aq.) + + NO 3(aq.) Ð A fusão do gelo é outro exemplo de transformação endotérmica, porque é um proces- so que ocorre com absorção de calor: H 2 O (s) + calor w H 2 O (,) No dia a dia, a palavra calor está relacionada a temperaturas elevadas, como quando dizemos num dia quente: “Nossa, que calor!” Na química e na física, porém, calor signifi ca energia térmica transferida de um corpo para outro, acompanhada de variação de tem- peratura. 1 Defi nição Exo : do grego éxo, “para fora, fora de”. Endo : do grego éndon, “para dentro, dentro de”. Atenção 1 As unidades mais usadas para quantidade de calor são: Caloria (cal): 1 caloria é a quantidade de calor necessária para elevar a temperatura de 1 g de água em 1 °C (de 14,5 °C para 15,5 °C). Também se utiliza a quilocaloria (kcal), que corresponde a 1 000 cal (ou 1 Cal, com letra maiúscula); Joule (J): seu uso é recomendado pelo Sistema Internacional de Unidades (SI), assim como o uso do quilojoule (kJ), que corresponde a 1 000 J. A relação entre essas unidades é: 1 cal = 4,18 J ou 1 kcal = 4,18 kJ Termoqu’mica Você já ouviu falar em “bolsa de gelo” sem gelo? E em esquentar comida sem fogo e sem colocá-la no forno de micro-ondas? Pois saiba que isso é possível. Quando um atleta sofre contusão, costuma-se colocar gelo no local. Atualmente, existe um produto chamado “bolsa de gelo instantâneo” que, na verdade, consiste em nitrato de amônio (NH 4 NO 3 ) e água dentro de um invólucro plástico dividido em duas partes, separadas por uma película. Para usar essa bolsa, deve-se romper a película de separação, fazendo com que as duas substâncias entrem em contato. Rapidamente, a bolsa fi ca gelada. Depois, é só colocá-la no local da contusão. Quando um atleta sofre contusão, costuma-se colocar gelo no local. Atualmente, existe um produto chamado “bolsa de gelo instantâneo” que, na verdade, romper a película de separação, fazendo com que as duas substâncias entrem em contato. Rapidamente, a bolsa fi ca gelada. Depois, é só colocá-la no local da contusão. Quanto a aquecer as refeições sem fogo, soldados em campanha, por exemplo, utilizam um dispositivo chamado “esquenta-ração sem chama”. Esse dispositivo também é uma bolsa plástica dividida em duas partes, separadas por uma película. Uma das partes contém magnésio sólido, e a outra, água. Ao se romper a película, o magnésio entra em contato com a água. Ocorre, então, uma reação que libera calor, deixando a bolsa quente, o que permite aquecer a comida. Além das bolsas de gelo instantâneo, existem bolsas para compressas quentes. Basicamente, a diferença entre elas é a substância empregada: nitrato de amônio no primeiro tipo e cloreto de cálcio no segundo. Bolsa de gelo instantâneo Et_EM_2_Cad6_QUI_c01_01a23.indd 3 5/17/18 4:13 PM 4 CAPÍTULO 1 Entalpia (H) Durante uma transformação exotérmica, parte da energia que estava armazenada no sistema é liberada para o meio ambiente. Ao falarmos do conteúdo de energia de um sistema – medido a pressão constante –, estamos falando da sua entalpia, a qual repre- sentaremos pela letra H. A defi nição completa de entalpia vai além dos objetivos deste curso; assim, por simplifi cação, vamos considerar a entalpia como uma forma de medir a energia armazenada em um sistema. Como um sistema armazena energia? A entalpia está relacionada a diversos fatores, como o movimento das partículas – átomos e moléculas – que formam as substâncias, o movimento dos elétrons ao redor do núcleo de cadaátomo, as ligações químicas, as atrações intermoleculares, entre outros. Por causa dessa variedade de fatores, não é pos- sível medir a entalpia de um sistema; entretanto, podemos medir quanto ela varia numa transformação que ocorre à pressão constante (num recipiente aberto, por exemplo): seu valor é igual ao calor – liberado ou absorvido – durante a transformação. Geralmente, con- sidera-se a pressão igual a 1 atm. Para as transformações que não ocorrem à pressão constante, o cálculo da variação de entalpia é mais complicado; assim, não se costumam estudar essas transformações no Ensino Médio. 1 Determinação do calor envolvido numa transformação Para determinar o calor envolvido numa transformação, utiliza-se um equipamento chamado calorímetro. Para entender como o calorímetro funciona, veja como é feita a determinação do calor envolvido na dissolução de uma substância. 1. Primeiramente, coloca-se uma quantidade conhecida de água no calorímetro e anota- -se a temperatura indicada no termômetro. 2. Adiciona-se, então, certa massa da substância e fecha-se o calorímetro. 3. Agita-se a mistura cuidadosamente até a completa dissolução da substância. 4. Anota-se a temperatura fi nal indicada no termômetro. Numa transformação exotér- mica, o calor liberado aquece a água, e a temperatura fi nal será maior que a inicial. Já numa transformação endotérmica, a temperatura diminuirá. 5. Determina-se a quantidade de calor envolvida na transformação, sabendo-se que ela é proporcional à variação da temperatura da água. A expressão que relaciona quantidade de calor (Q) e variação de temperatura (∆θ) é: Q = m ⋅ c ⋅ ∆θ Nessa expressão, m é a massa da amostra e c é o calor específi co (quantidade de calor que deve ser fornecida a 1 g de material para elevar sua temperatura em 1 °C). O calor específi co é característico de cada substância (o da água, por exemplo, é igual a 1 cal/g ⋅ °C). Um exemplo prático é a determinação do calor envolvido na dissolução do clo- reto de cálcio. Vamos considerar que a dissolução de uma pequena quantidade de cloreto de cálcio em água – inicialmente a 25 °C – fez com que a temperatura final chegasse a 33 °C. A dissolução do cloreto de cálcio é, portanto, exotérmica. Vamos calcular o calor liberado nessa dissolução, considerando que a massa da solução seja 100 g. Dados: m = 100 g; c = 1 cal/g ⋅ °C (O calor específi co de uma solução diluída é pratica- mente igual ao da água.) ∆θ = θ fi nal - θ inicial = 33 - 25 = 8 °C Observação 1 Numa transformação à pressão constante, a variação de entalpia é igual ao calor liberado ou absorvido durante a transformação. Termômetro Água Copo de espuma de poliestireno (interno) A fi gura mostra um calorímetro simples usado para transformações em solução aquosa. A n d re i N e k ra s s o v /S h u tt e rs to c k Et_EM_2_Cad6_QUI_c01_01a23.indd 4 5/17/18 4:13 PM 5 Q U ÍM IC A Assim: Q = m ⋅ c ⋅ ∆θ = 100 ⋅ 1 ⋅ 8 = 800 cal Portanto, o calor liberado nessa dissolução é igual a 800 cal, que correspondem a 3 344 J ou 3,344 kJ. A unidade mais adequada nesse caso, de acordo com o SI, é o J. 1 Vimos que a quantidade de calor (Q) é proporcional à variação da temperatura (∆θ), como nos mostra esta equação: Q = m ⋅ c ⋅ ∆θ. De acordo com ela, percebemos também que o calor é proporcional à quantidade de substância (logo, a entalpia é uma propriedade extensiva); assim, quanto mais cloreto de cálcio for dissolvido, maior será a quantidade de calor liberada. Por isso, nesse caso, referimo-nos aos valores correspondentes à disso- lução de 1 mol de substância. O calor liberado na dissolução de 1 mol de cloreto de cálcio em água a 25 °C é igual a 81,3 kJ. 1 Varia•‹o de entalpia de um sistema A variação de entalpia de um sistema (∆H) é igual à diferença entre as entalpias fi nal (depois da transformação) e inicial (antes da transformação): ∆H = H fi nal - H inicial Transformação endotérmica Ocorre com absorção de calor; a entalpia fi nal é maior que a inicial: ∆H . 0 H Entalpia final Entalpia inicial Absorve calor do meio: Hf > Hi H f H i ∆H > 0 Transformação exotérmica Ocorre com liberação de calor; a entalpia fi nal é menor que a inicial: ∆H , 0 H Entalpia inicial Entalpia final Libera calor para o meio: H i > H f H i H f ∆H < 0 Como visto, numa transformação à pressão constante, a variação de entalpia é igual ao calor liberado ou absorvido durante a transformação. Assim, a variação de entalpia ocorrida na dissolução de cloreto de cálcio em água, por exemplo, é: ∆H = - 81,3 kJ/mol É comum nos referirmos à variação de entalpia como calor ou, simplesmente, ental- pia. Assim, se a variação de entalpia da dissolução de cloreto de cálcio é - 81,3 kJ/mol, dizemos que a entalpia de dissolução do cloreto de cálcio é - 81,3 kJ. Observação 1 Nos cálculos apresentados, consideramos que todo o calor liberado durante a dissolução foi absorvido pela água. Isso foi possível porque a perda de calor para o meio ambiente e o calor absorvido pelo calorímetro são desprezíveis. Atenção 1 Propriedades intensivas: são aquelas que não dependem da quantidade de matéria, como pontos de fusão e ebulição. Propriedades extensivas: são aquelas que dependem da quantidade da matéria, como a massa de uma amostra qualquer. Et_EM_2_Cad6_QUI_c01_01a23.indd 5 5/17/18 4:13 PM 6 CAPÍTULO 1 Equa•‹o termoqu’mica A dissolução do cloreto de cálcio em água pode ser representada pela seguinte equação: CaCl 2(s) H O2 → Ca (aq.) 2+ + l2C (aq.) – + calor Como o calor liberado na dissolução de 1 mol de cloreto de cálcio é igual a 81,3 kJ, temos: CaCl 2(s) H O2 → Ca (aq.) 2+ + l2C (aq.) – + 81,3 kJ Um diagrama de entalpia dessa dissolução seria: H (kJ) CaCl 2(s) Ca2+ + 2Cl – (aq.) H i H f ∆H = – 81,3 kJ/mol (aq.) A forma mais empregada para representar essa equação é: CaCl 2(s) H O2 → Ca(aq.) 2+ + l2C (aq.) – ∆H = - 81,3 kJ/mol O sinal negativo indica que a dissolução é exotérmica. Por causa do calor liberado, esse pode ser um material para ser colocado em uma bol- sa térmica para aquecimento. Essa é a equação termoquímica da dissolução do cloreto de cálcio, ou seja, é a equa- ção da dissolução acompanhada da variação de entalpia correspondente. Outro exemplo de equação termoquímica é a que representa a dissolução do nitrato de amônio (a reação que ocorre nas bolsas de “gelo instantâneo”) e poderia ser representada da seguinte forma: NH 4 NO 3(s) + 25,7 kJ H O2 → NH4(aq.) + + NO 3(aq.) – ou mais usualmente: NH 4 NO 3(s) H O2 → NH4(aq.) + + NO 3(aq.) – ∆H = +25,7 kJ/mol O sinal positivo indica que a dissolução é endotérmica. J a k s u th e p T e e k u l/ S h u tt e rs to ck Et_EM_2_Cad6_QUI_c01_01a23.indd 6 5/17/18 4:13 PM 7 Q U ÍM IC A Veja como fi caria em um diagrama de entalpia: H (kJ) NH+ + NO– NH 4 NO 3(s) H f H i ∆H = +25,7 kJ/mol 4(aq.) 3(aq.) A variação de entalpia indicada está relacionada aos coefi cientes dos participantes na equação termoquímica. Portanto, durante a dissolução de 1 mol de nitrato de amônio, são absorvidos 25,7 kJ. Da mesma maneira, se a quantidade dissolvida for igual a 2 mol, serão absorvidos 51,4 kJ: 2NH 4 NO 3(s) H O2 → 2NH4(aq.) + + 2NO 3(aq.) Ð ∆H = +51,4 kJ Algumas observações importantes sobre a variação de entalpia de um sistema. 1. O calor envolvido na dissolução de uma substância também depende da quantidade de água presente. Em todos os casos que estudarmos, vamos sempre considerar que temos soluções diluídas. 2. A temperatura infl ui no grau de agitação das partículas e, portanto, infl ui na sua ener- gia. Por isso, devemos indicar a temperatura em que ocorre a transformação, pois o ca- lor envolvido depende dela. Neste estudo, todos os processos estarão nas condições ambientais (25 °C e 1 atm). 3. O estado físico também deverá ser fornecidoporque infl ui na entalpia do sistema. Nesse caso, não se esquecer de que: SÓLIDO LÍQUIDO GASOSO Aumenta a energia, logo aumenta a entalpia. 4. A variedade alotrópica das substâncias também infl ui. Sabemos que: Abundância na natureza Estabilidade Energia (ou entalpia) 1 Forma mais estável Forma menos estável Grafi camente C (grafi te) + O 2(g) w CO 2(g) ∆H = -94 kcal (a 25 °C e 1 atm) C (diamante) + O 2(g) w CO 2(g) ∆H = -94,5 kcal (a 25 °C e 1 atm) C (diamante) + O 2(g) C (grafite) + O 2(g) ∆H = –94 kcal ∆H = –94,5 kcal CO 2(g) menos estável mais estável H Como determinar qual é a forma mais estável quando temos duas substâncias dife- rentes formadas pelo mesmo elemento químico, sabendo-se que não é possível medir a entalpia de um sistema (ou de uma substância)? Para algumas substâncias, como grafi te e diamante, é fácil; porém, se considerarmos as formas alotrópicas do enxofre, é mais complicado. É preciso saber se o enxofre mais estável é o rômbico ou o monoclínico. Atenção 1 Analise a combustão (reação exotérmica) do gás hidrogênio em diferentes estados físicos e note que seria liberada maior quantidade de calor se a água formada estivesse no estado sólido. H 2(g) + 1 2 O 2(g) w H 2 O 1 2 H H 2(g) + O 2(g) H i sólido líquido gás A u m en ta a e n ta lp ia H 2 O (g) ∆H (g) ∆H (,) ∆H (g) < ∆H (,) < ∆H (s) Aumenta o calor liberado! Note: ∆H (s) H 2 O (,) H 2 O (s) Et_EM_2_Cad6_QUI_c01_01a23.indd 7 5/17/18 4:13 PM 8 CAPÍTULO 1 Para resolver esse problema, observe a equação a seguir, em que a variação de entalpia (∆H) foi determinada experimen- talmente a 25 °C e 1 atm. S (r) + O 2(g) w SO 2(g) ∆H = -296,8 kJ Nessa reação acima, o dióxido de enxofre foi obtido pela reação entre oxigênio e enxofre rômbico (S (r) ). O enxofre mono- clínico é outra forma alotrópica do enxofre encontrada na natureza. A equação termoquímica da produção de dióxido de enxofre a partir do enxofre monoclínico (S (m) ) é, a 25 °C e 1 atm: S (m) + O 2(g) w SO 2(g) ∆H = -297,1 kJ Representando essas duas equações em um mesmo diagrama, temos: S (m) + O 2(g) S (r) + O 2(g) ∆H 2 = –297,1 kJ ∆H 1 = –296,8 kJ SO 2(g) H (kJ) Progresso da reação A desigualdade entre ∆H 1 e ∆H 2 está na diferença de entalpia entre as formas alotrópicas do enxofre. A partir do gráfi co, concluímos que a forma de enxofre que apresenta menor entalpia, ou seja, que é mais estável, é o enxofre rômbico. Portanto, a entalpia de formação do SO 2 é igual a - 296,8 kJ/mol (entalpia da reação do enxofre rômbico com o oxigênio). Elemento Forma mais estável (mais abundante na natureza) Forma menos estável (menos abundante na natureza) Carbono Grafi te Diamante Oxigênio O 2(g) – gás oxigênio O 3(g) – gás ozônio Enxofre S(α) – enxofre rômbico S(β) – enxofre monoclínico Fósforo P n – fósforo vermelho P 4 – fósforo branco Atividades 1. (Unimontes-MG) A nutrição parenteral é usada em pacien- tes incapazes de ingerir uma nutrição adequada, oralmente. Os lipídios podem ser utilizados para fornecer energia quan- do o corpo não pode obter toda a necessidade energética dos carboidratos. A proporção de calorias providas por lipídios é normalmente 30% das calorias diárias totais. Os lipídios provêm 9 cal de energia por grama, e o limite máximo de gordura para uma dieta saudável deve ser inferior a 65 g. Foi preparada para um paciente uma dieta de 3 000 calo- rias diárias. Considerando os padrões de limites aceitáveis, pode-se afi rmar que a quantidade de lipídios na dieta é: a) aceitável, inferior a 50 g. b) aceitável, igual a 64 g. c) indesejável, superior a 100 g. d) indesejável, igual a 100 g. 2. (Ufes) Uma pessoa com febre de 38,5 °C deve perder cerca de 4,18 ⋅ 105 J de calor para que sua temperatura corporal volte ao normal (36,5 °C). Supondo que a única forma de o corpo perder calor seja através da transpiração, a massa de água, em gramas, a ser perdida para abaixar a febre em 2 °C é: Dados: ∆H = 43,4 kJ ⋅ mol-1 (calor de vaporização da água); MH 2 O = 18 g/mol a) 9,6 b) 43,4 c) 96,0 d) 173,4 e) 1 734,0 Et_EM_2_Cad6_QUI_c01_01a23.indd 8 5/17/18 4:13 PM 9 Q U ÍM IC A 3. (Vunesp) Em uma cozinha, estão ocorrendo os seguintes processos: I. gás queimando em uma das “bocas” do fogão; e II. água fervendo em uma panela que se encontra sobre essa “boca” do fogão. Com relação a esses processos, pode-se afi rmar que: a) I e II são exotérmicos. b) I é exotérmico e II é endotérmico. c) I é endotérmico e II é exotérmico. d) I é isotérmico e II é exotérmico. e) I é endotérmico e II é isotérmico. 4. (Fuvest-SP) Considere os seguintes dados: Reagente Produto ∆H condições padrão 1) C (gr) w C (diam) + 0,5 kcal/mol de C 2) I (g) w 1 2 I 2(g) - 25 kcal/mol de I 3) 1 2 Cl 2(g) w Cl (g) + 30 kcal/mol de Cl Pode-se afi rmar que o reagente tem maior energia do que o produto somente em: a) 1 b) 2 c) 3 d) 1 e 2 e) 1 e 3 5. (UPM-SP) Observe a reação a seguir. Fe 2 O 3(s) + 3C (s) + 491,5 kJ w 2Fe (s) + 3CO (g) Da transformação do óxido de ferro III em ferro metálico, segundo a equação dada, pode-se afi rmar que: a) é uma reação endotérmica. b) é uma reação exotérmica. c) é necessário 1 mol de carbono para cada mol de Fe 2 O 3(s) transformado. d) o número de mols de carbono consumido é diferente do número de mols de monóxido de carbono produzi- do. e) a energia absorvida na transformação de 2 mol de Fe 2 O 3(s) é igual a 491,5 kJ. 6. (UFMG) O gás natural (metano) é um combustível utiliza- do, em usinas termelétricas, na geração de eletricidade, a partir da energia liberada na combustão. CH 4(g) + 2O 2(g) w CO 2(g) + 2H 2 O (g) ∆H = - 800 kJ/mol Em Ibirité, região metropolitana de Belo Horizonte, está em fase de instalação uma termelétrica que deveria ter, aproximadamente, uma produção de 2,4 ⋅ 109 kJ/hora de energia elétrica. Considere que a energia térmica liberada na combustão do metano é completamente convertida em energia elétrica. Nesse caso, a massa de CO 2 lançada na atmosfera será, aproximadamente, igual a: Dado: Massa molar do CO 2 = 44 g/mol. a) 3 toneladas/hora. b) 18 toneladas/hora. c) 48 toneladas/hora. d) 132 toneladas/hora. 7. (FMU-SP) Em um texto encontramos a seguinte frase: “Quando a água funde, ocorre uma reação exotérmica”. Na frase há: a) apenas um erro, porque a água não funde. b) apenas um erro, porque a reação química é endotérmica. c) apenas um erro, porque não se trata de reação quími- ca, mas de processo físico. d) dois erros, porque não se trata de reação química nem o processo físico é exotérmico. e) três erros, porque a água não sofre fusão, não ocorre reação química e o processo físico é endotérmico. 8. +Enem [H17] No estudo da Termoquímica, a variação de entalpia de uma reação é um importante dado a respeito do caráter energético das reações. O próprio conceito de entalpia é fundamental para o entendimento das relações energéticas existentes na natureza. A reação: 2CO 2 w 2CO + O 2 apresenta ∆H positivo. Essa informação revela que a reação: a) ocorre com contração de volume, evidenciada pela di- ferença energética entre reagentes e produtos. b) libera energia térmica sem que ocorra de fato uma reação química. c) é catalisada, ou seja, ocorre com velocidade maior que uma reação de ∆H negativo. d) é endotérmica, ou seja, apresenta produtos com ental- pia maior que a entalpia dos reagentes. e) é espontânea, não necessitando de energia para iniciar-se. Et_EM_2_Cad6_QUI_c01_01a23.indd 9 5/17/18 4:13 PM 10 CAPÍTULO 1 Complementares Tarefa proposta 1 a 12 9. (Uninove-SP) A reação de queima do etanol, um combus- tível de uso amplo, pode ser representada pela equação termoquímica: C 2 H 6 O (,) + 3O 2(g) w 2CO 2(g) + 3H 2 O (g) ∆H = - 1 366 kJ Considerando-se essas informações,pode-se afi rmar que na queima de 138,0 g desse combustível ocorre a: (Dado: massas molares (g ⋅ mol-1): H = 1; C = 12 e O = 16) a) liberação de 455,6 kJ, pois a reação é exotérmica. b) liberação de 1 366,9 kJ, pois a reação é endotérmica. c) liberação de 1 136,1 kJ, pois a reação é endotérmica. d) liberação de 3 044,7 kJ, pois a reação é exotérmica. e) liberação de 4 098,0 kJ, pois a reação é exotérmica. 10. (UPM-SP) Observando-se os dados a seguir, pode-se dizer que o reagente apresenta menor energia que o produto somente em: I. 1 2 Cl 2(g) w Cl (g) ∆H = + 30 kcal/mol de Cl II. C (diamante) w C (grafi te) ∆H = - 0,5 kcal/mol de C III. H 2 O (g) w H 2 O (,) ∆H = - 9,5 kcal/mol de H 2 O a) II b) III c) III e II d) III e I e) I 11. (UFVJM-MG) A energia que os animais necessitam para sua sobrevivência vem de reações de oxidação que ocor- rem no interior de suas células. Uma dessas reações é a da oxidação da molécula de glicose, descrita pela reação C 6 H 12 O 6 + 6O 2 w 6CO 2 + 6H 2 O, que libera 686 kcal por mol de glicose. Com base nessas informações e em seus conhecimentos, avalie estas afi rmações. I. 1 mol de glicose sofre combustão, produzindo 108 g de água. II. 686 kcal correspondem à energia cinética das molécu- las de CO 2 e de H 2 O. III. Cal é unidade física de potência. IV. A energia liberada nas reações da glicose é usada para manter os órgãos funcionando. Na forma de energia térmica, para manter o animal aquecido e na forma de energia mecânica, para locomoção do animal. Assinale a alternativa que contém apenas as afi rmações corretas. (Dado: MA(u): C = 12; H = 1; O = 16) a) I e III b) II e IV c) I e IV d) II e III 12. (UFSM-RS) Considere o seguinte gr áfi co: De acordo com o gráfi co, indique a opção que comple- ta, respectivamente, as lacunas da frase: “A variação da entalpia, ∆H, é ....; a reação é .... porque se processa .... calor.” a) positiva, exotérmica, liberando. b) positiva, endotérmica, absorvendo. c) negativa, endotérmica, absorvendo. d) negativa, exotérmica, liberando. e) negativa, exotérmica, absorvendo. R e p ro d u ç ã o /U F S M -R S . Atenção 1 Uma mesma substância apresenta entalpias diferentes em estados físicos diferentes, a uma mesma temperatura. Por isso, sempre devemos indicar o estado físico de cada substância numa equação termoquímica. Variação de entalpia nas mudanças de estado f’sico Vimos que a fusão do gelo é uma transformação endotérmica, pois é um processo que ocorre com absorção de calor. A variação de entalpia relacionada à fusão de 1 mol de água no estado sólido a 0 °C ou, simplesmente, a entalpia de fusão da água no estado sólido a 0 °C, determinada experimentalmente, é igual a 6,0 kJ/mol. Isso signifi ca que, para fundir 1 mol de água no estado sólido a 0 °C, devemos fornecer 6,0 kJ de energia na forma de calor. 1 A equação termoquímica para a fusão do gelo é: H 2 O (s) w H 2 O (,) ∆H = + 6,0 kJ No entanto, como visto antes: ∆H = H fi nal - H inicial Assim, como ∆H . 0, a entalpia da água no estado líquido é maior que a entalpia da água no estado sólido. Et_EM_2_Cad6_QUI_c01_01a23.indd 10 5/17/18 4:13 PM 11 Q U ÍM IC A Podemos representar essa transformação em um diagrama de entalpia: H 2 O (,) H 2 O (s) ∆H = + 6,0 kJ H (kJ) Progresso da transformação O processo inverso à fusão é a solidifi cação. O diagrama de entalpia para a solidifi ca- ção da água é: H 2 O (,) H 2 O (s) ∆H = – 6,0 kJ H (kJ) Progresso da transformação A entalpia de solidifi cação da água a 0 °C é igual a - 6,0 kJ/mol, ou seja, durante a soli- difi cação de 1 mol de água a 0 °C, são liberados 6,0 kJ de energia. A vaporização, assim como a fusão, é um processo endotérmico. A entalpia de vapori- zação da água a 100 °C é igual a + 40,7 kJ/mol. Observe a equação termoquímica e o diagra- ma de entalpia para a vaporização da água: H 2 O (,) w H 2 O (v) ∆H = + 40,7 kJ H 2 O (v) H 2 O (,) ∆H = +40,7 kJ H (kJ) Progresso da transforma•‹o O processo inverso à vaporização é a liquefação (ou condensação). Observe a equa- ção termoquímica e o diagrama de entalpia que indicam a entalpia de liquefação da água: H 2 O (v) w H 2 O (,) ∆H = - 40,7 kJ H 2 O (v) H 2 O (,) ∆H = – 40,7 kJ H (kJ) Progresso da transformação A vaporização, assim como a fusão, é um processo endotérmico. A entalpia de vapori- zação da água a 100 °C é igual a +40,7 kJ/mol. Observe a equação termoquímica e o diagra- ma de entalpia para a vaporização da água. 2 1 A fusão é um processo endotérmico. A 0 °C, a água no estado líquido apresenta entalpia 6,0 kJ maior que a da mesma quantidade de água no estado sólido, à mesma temperatura. A solidifi cação é um processo exotérmico. Observe que a quantidade de calor liberada na solidifi cação é a mesma que a absorvida na fusão. Para vaporizar 1 mol de água a 100 °C, devemos fornecer 40,7 kJ de energia. Durante a liquefação de 1 mol de água, a 100 °C, são liberados 40,7 kJ de energia. 1 Atenção 1 Note que a quantidade de calor necessária para a fusão da água (6 kJ/mol) é bem menor que a quantidade de calor necessário para a ebulição da água (40,7 kJ/mol). Isso acontece porque, na fusão, são rompidas algumas ligações de hidrogênio (lembre-se: ligações de hidrogênio são as forças intermoleculares mais intensas); e, na ebulição, são rompidas todas as ligações de hidrogênio. 2 A variação de entalpia para um processo inverso é igual à variação de entalpia para o processo direto à mesma temperatura, mas com o sinal trocado. Observação 1 Como visto, a entalpia de vaporização da água a 100 °C é igual a 40,7 kJ/mol. Se a temperatura for menor que 100 °C, a energia necessária à vaporização será maior. Se a água estiver a 25 °C, por exemplo, a entalpia de vaporização será igual a 44 kJ/mol. Et_EM_2_Cad6_QUI_c01_01a23.indd 11 5/17/18 4:13 PM 12 CAPÍTULO 1 Desenvolva H14 Identifi car padrões em fenômenos e processos vitais dos organismos, como manutenção do equilíbrio interno, defesa, relações com o ambiente, sexualidade, entre outros. Leia o texto. A água é a substância mais abundante dos tecidos vegetais e torna-se de grande importância o conhecimento de algumas de suas propriedades, bem como as diversas funções fi siológicas relacionadas com a água nas plantas. Sabemos que a água, apesar da abundância, torna-se um recurso bastante escasso quando se trata de sua disponibilidade para as plantas, pois, além de sua má distribuição em algumas regiões (áridas e semiáridas), as plantas são pouco ou nada efi cientes no seu uso, uma vez que a retém muito pouco para as suas necessidades (água de constituição, de transporte, reagente e de turgescência). Ao longo do seu ciclo, desde a germinação da semente até a reprodução dela, as plantas aéreas absorvem grandes quantidades de água do solo, que é transportada através de suas partes e que passam à atmosfera, sem que intervenha em alguma função aparente. Esta perda de água ocorre, sobretudo, em forma de vapor, através de um processo chamado transpiração. Disponível em: <www2.ufrb.edu.br/mapeneo/downloads/category/10-relacoes-hidricas?download>. Acesso em: 9 maio 2018. Após a leitura do texto, responda às questões. a) Qual é a função do processo descrito no texto? b) Cite pelo menos três fatores externos que infl uem no processo descrito no item a. c) Se um vegetal, em um ambiente natural a 20 °C, apresentando 105 folhas com área média de 0,5 dm2/ folha, está perdendo água para a atmosfera através dos estômatos, em uma média de 5 g/dm2/h, qual será o calor absorvido entre 10 horas e 14 horas? Apresente o resultado em kcal. (Dado: calor latente de vaporização da água = 600 cal/g) Et_EM_2_Cad6_QUI_c01_01a23.indd 12 5/17/18 4:13 PM 13 QU ÍM IC A Entalpia de reação Entalpia de reação (∆H) é o nome dado à variaçãode entalpia observada em uma rea- ção química. A entalpia de uma reação é igual à diferença entre as entalpias fi nal (produ- tos) e inicial (reagentes): ∆H = H produtos - H reagentes De acordo com o tipo de reação envolvida, a entalpia de reação recebe denominação específi ca para cada caso analisado. 1 Entalpia de combust‹o Como visto no começo deste capítulo, toda reação de combustão é exotérmica. Expe- rimentalmente, determinou-se que a combustão de 1 mol de metano, por exemplo, libera 890 kJ a 25 °C e 1 atm. Assim, a equação termoquímica da combustão do metano pode ser representada por: CH 4(g) + 2O 2(g) w CO 2(g) + 2H 2 O (,) ∆H = - 890 kJ O valor de ∆H que aparece em uma equação termoquímica está relacionado aos coefi cien- tes estequiométricos de cada substância participante. Assim, ocorre liberação de 890 kJ por mol de metano consumido, ou seja, a entalpia de combustão do metano é igual a 890 kJ/mol. 1 Observe as equações termoquímicas a seguir, referentes à combustão completa de al- guns combustíveis a 25 °C e 1 atm (as entalpias foram determinadas experimentalmente): • Octano (presente na gasolina) C 8 H 18(,) + 25 2 O 2(g) w 8CO 2(g) + 9H 2 O (,) ∆H = -5 471 kJ/mol • Etanol C 2 H 6 O (,) + 3O 2(g) w 2CO 2(g) + 3H 2 O (,) ∆H = -1 368 kJ/mol • Hidrogênio H 2(g) + 1 2 O 2(g) w H 2 O (,) ∆H = -286 kJ/mol Interação A energia não é criada nem destruída. Em Física, os processos de propagação de calor entre dois corpos são tratados no caderno 5, capítulo 3. A energia liberada nas reações de combustão será usada na obtenção de trabalho, como será visto nos capítulos 3 e 4 do caderno 6. E se fosse possível? Tema integrador Educação alimentar e nutricional Especialistas falam sobre os riscos do açúcar para obesidade e diabetes O açúcar não está presente apenas em doces, frutas e refrigerantes, mas também em alimentos salgados como pães e massas, que se transformam em glicose dentro do organismo. A diferença entre eles está na velocidade com que caem na corrente sanguí- nea: o doce leva poucos segundos, enquanto as moléculas dos demais podem demorar até uma hora para serem quebradas. Em excesso, o açúcar pode provocar obesidade e diabetes tipo 2, doenças que são facilmente evitadas, com atividade física e reeducação alimentar. [...] Tomar uma bola de sorvete é o mesmo que comer uma colher e meia de sopa de açúcar. [...] Apesar dos riscos, o açúcar não é apenas um vilão: a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que ele responda por 10% do consumo total de calorias diárias. Em colheres de sopa, a quantidade não deve passar de quatro, o equivalente a 50 gramas. [...] Disponível em: <g1.globo.com/bemestar/noticia/2011/05/especialistas-falam-sobre-os-riscos-do-acucar-para-obesidade-e-diabetes.html>. Acesso em: 9 maio 2018. A glicose é uma das principais fontes de energia do organismo, liberando, aproximadamente, 2 800 kJ a cada 180 g. Essa quantidade é liberada aos poucos conforme a necessidade fi siológica. O que aconteceria com o corpo humano se toda a energia contida na forma de glicose fosse liberada rapidamente? Observação 1 A quantidade de calor liberado ou absorvido em um processo químico pode depender de diversos fatores, tais como estado físico e alotrópico das substâncias, condições de temperatura e pressão na qual o sistema está submetido e, por fi m, a quantidade de substância envolvida. Atenção 1 A entalpia de combustão é o calor liberado por um mol de combustível nas condições padrão (25 oC e 1 atm). Et_EM_2_Cad6_QUI_c01_01a23.indd 13 5/17/18 4:13 PM 14 CAPÍTULO 1 Qual é o melhor combustível? Na escolha de um combustível, podemos usar diferentes critérios de comparação, como seu preço, sua disponibilidade ou a poluição gerada por ele. Outra maneira, ainda, é analisarmos a quantidade de calor liberada na sua combustão. Uma das formas mais usuais para avaliarmos esses combustíveis é comparando o calor liberado na combustão de massas iguais entre eles. Assim, considerando 1 g de cada combustível, temos: • Metano Massa ——— Calor liberado 16 g ——— 890 kJ 1 g ——— x x = 55,63 kJ/g • Octano Massa ——— Calor liberado 114 g ——— 5 471 kJ 1 g ——— y y = 47,99 kJ/g • Etanol Massa ——— Calor liberado 46 g ——— 1 368 kJ 1 g ——— z z = 29,74 kJ/g • Hidrogênio Massa ——— Calor liberado 2 g ——— 286 kJ 1 g ——— w w = 143 kJ/g Concluímos que o melhor combustível é o hidrogênio, pois é o que libera maior quan- tidade de calor pa ra a mesma massa. Podemos, então, generalizar que, em uma reação de combustão, temos a presença de uma substância química (combustível) que reage com o oxigênio (O 2 ), chamado de combu- rente, formando os produtos da combustão e liberando calor (reação exotérmica). Acom- panhe o esquema a seguir. Combustível Hidrocarboneto ou composto orgânico oxigenado O 2(g) CO 2 + H 2 O s Completa (chama azul) CO + H 2 O s Incompleta (chama amarela) C (s) + H 2 O s Incompleta (chama amarela) Comburente Produtos da combustão ∆H < O Nesse sentido aumenta a quantidade de calor liberado. Fuligem, carvão ou negro de fumo Interação Reações de combustão relacionam-se intimamente com fontes de energia. Carvão e petróleo são dois materiais usados, principalmente, como combustíveis. Esses são assuntos que ocupam toda o caderno 4 de Geografi a. As espaçonaves do tipo shuttle, como a Challenger – que explodiu em pleno voo em 1986 –, utilizam a mistura hidrogênio oxigênio para a obtenção de energia de seus propulsores. 1 Observações 1 O hidrogênio também é o combustível menos poluente (tanto que muitas vezes ele é chamado de combustível limpo), pois o único produto formado na sua combustão é a água. 2 Quando há formação de CO 2 , a combustão é dita completa porque essa substância não é combustível; muito pelo contrário, ela extingue a chama. Formando CO ou C (s) , a combustão é dita incompleta porque ambas as substâncias são combustíveis, ou seja, reagem com oxigênio, liberando calor. 2 E v e re tt H is to ri c a l/ S h u tt e rs to c k Et_EM_2_Cad6_QUI_c01_01a23.indd 14 5/17/18 4:13 PM 15 Q U ÍM IC A Decifrando o enunciado Lendo o enunciado Qual é a relação estabelecida pelo exercício: Este item envolve relação entre quantidade de energia liberada e quantidade de CO 2 produzido. De que depende a quantidade de CO 2 ? A quantidade de CO 2 produzido depende da quantidade de átomos de carbono presentes no combustível. Assim, deve-se compor a equação da reação de combustão. Como resolver na prática: O processo terá de ser repetido nas cinco alternativas. (Enem) Um dos problemas dos combustíveis que contêm carbono é que sua queima produz dióxido de carbono. Portanto, uma característica importante, ao se escolher um combustível, é analisar seu calor de combustão ( )∆HC 0 , defi nido como a energia liberada na queima completa de um mol de combustível no estado padrão. O quadro seguinte relaciona algumas substâncias que contêm carbono e seu ( )∆HC 0 . Substância Fórmula ( )∆HC0 (kJ/mol) benzeno C 6 H 6(,) -3 268 etanol C 2 H 5 OH (,) -1 368 glicose C 6 H 12 O 6(s) -2 808 metano CH 4(g) -890 octano C 8 H 18(,) -5 471 Neste contexto, qual dos combustíveis, quando queimado completamente, libera mais dióxido de carbono no ambiente pela mesma quantidade de energia produzida? a) Benzeno b) Metano c) Glicose d) Octano e) Etanol Resolução Resposta: C As reações de combustão são: C 6 H 6(,) + 15 2 O 2(g) w 6CO 2(g) + 3H 2 O (,) ∆HC 0 = -3 268 kJ C 2 H 5 OH (,) + 3O 2(g) w 2CO 2(g) + 3H 2 O (,) ∆HC 0 = -1 368 kJ C 6 H 12 O 6(s) + 6O 2(g) w 6CO 2(g) + 6H 2 O (ℓ) ∆HC 0 = -2 808 kJ CH 4(g) + 2O 2(g) w CO 2(g) + 2H 2 O (ℓ) H∆ C 0 = -890 kJ C 8 H 18(,) + 25 2 O 2(g) w 8CO 2(g) + 9H 2 O (,) H∆C 0 = -5 471 kJ Para uma mesma quantidade de energia liberada (Q), teremos; • Para o benzeno: 1 mol de benzeno forma 6 mol de CO 2 ——— 3 268 kJ a mol de CO 2 ——— Q a = 0,0018Q mol de CO 2 • Para o etanol: 1 mol de etanol forma 2 mol de CO 2 ——— 1 368 kJ b mol de CO 2 ——— Q b = 0,0014Q mol de CO 2 • Para a glicose: 1 mol de glicose forma 6 mol de CO 2 ——— 2 808 kJ c mol de CO 2 ——— Q c = 0,0021Q mol de CO 2 • Para o metano: 1 mol de metano forma 1 mol de CO 2 ——— 890 kJ d mol de CO 2 ——— Q d = 0,0011Q mol de CO 2 • Para o octano: 1 mol de octano forma 8 mol de CO 2 ——— 5 471 kJ e mol de CO 2 ——— Q e = 0,0014Q mol de CO 2 Analisando-se os valores, nota-se que, para uma mesma quantidade de energia liberada, a glicose libera maior quantidade de CO 2 . Et_EM_2_Cad6_QUI_c01_01a23.indd 15 5/17/18 4:13 PM 16 CAPÍTULO 1 Contextualize Movido a urina e fezes: o potencial dos dejetos humanos como combustíveis do futuro O nosso planeta tem um problema. Os humanos, como todas as outras criaturas vivas, produzem mui- to... bem, muitos restos desagradáveis. [...] Mas talvez estejamos olhando para nosso esgoto pelo lado errado – ele pode ser uma commodity pre- ciosa, em vez de um subproduto malcheiroso das nos- sas vidas diárias. Vários engenheiros criativos estão encontrando maneiras de aproveitar o potencial dos nossos dejetos corporais, transformando-os em energia para ilumi- nar nossas casas e dar combustível aos nossos carros. [...] O poder do xixi [...] Pesquisadores da Universidade do Oeste da In- glaterra criaram estações compactas de eletricidade conhecidas como pilhas de combustível microbiótico capazes de transformar xixi em energia elétrica que pode ser usada para iluminar salas pequenas ou ligar pequenos aparelhos eletrônicos. As pilhas de combustíveis são únicas por conter bactéria que geralmente é encontrada na parte de baixo de navios ou plata- formas de petróleo no oceano. Elas crescem em eletrodos e se alimentam do material orgânico presente na urina conforme ele passa por elas, produzindo uma pequena corrente de energia. [...] Os pesquisadores já usaram as pilhas movidas a xixi para recarregar um smartphone, apesar de ter demorado cerca de 64 horas para encher a bateria totalmente. [...] O potencial do cocô [...] “Sedimentos fecais” pode parecer uma frase estranha no contexto de energia limpa, mas esse não é o único projeto da área envolvendo o chamado número dois. [...] Segundo um relatório feito pela Universidade das Nações Unidas no Japão, se todas as fezes humanas forem transformadas em biogás, isso poderia gerar eletricidade para 138 milhões de lares. [...] Combustível de gordura Em quase toda cidade do mundo, há bolhas coaguladas de gordura, óleo e sebo que formam “fatbergs” (“icebergs de gordura”, em português) que entopem canos. Entre os maiores descobertos publicamente está um encontrado neste ano nos túneis vitorianos embaixo do bairro de Whitechapel, em Londres. O fatberg de 250 metros – o dobro do comprimento de um campo de futebol do Estádio de Wembley – pesava 130 toneladas e levou quase três semanas para ser limpo. Mas, em vez de ser despejado em um aterro, o bloco de gordura foi enviado a uma planta de processamento inovador e transformado em 10 mil litros de biodiesel que pode ser usado em ônibus e caminhões. [...] O combustível resultante pode ser misturado com diesel normal para ser usado em motores. [...] Disponível em: <www.bbc.com/portuguese/vert-fut-41743336>. Acesso em: 9 maio 2018. 1. Cite um problema ambiental gerado pela falta de tratamento de esgoto das cidades. 2. Avalie qual é o impacto social e econômico da produção de energia elétrica pelo processo descrito na reportagem. 3. A respeito da produção de energia a partir dos dejetos sólidos: a) Escreva a equação da reação de combustão do principal combustível produzido no tratamento do cocô. b) Qual é o problema ambiental associado ao uso do combustível produzido a partir do fatberg? Um técnico de esgoto segura um "fatberg" em um túnel de Londres. A d ri a n D e n n is /A g ê n c ia F ra n c e -P re s s e Et_EM_2_Cad6_QUI_c01_01a23.indd 16 5/17/18 4:13 PM 17 Q U ÍM IC A Entalpia de neutralização É o calor liberado na reação entre 1 mol de H+ proveniente de um ácido de Arrhenius e 1 mol de OH- proveniente de uma base de Arrhenius. A quantidade de calor liberada na reação entre um mol de ácido forte e um mol de base forte, a 25 °C e 1 atm, é constante e igual a 13,6 kJ/mol, pois se encontram totalmente ionizados (no caso dos ácidos) ou dissociados (no caso das bases). Assim: +1H (aq.) + 1OH (aq.) – w H 2 O (,) ∆H = - 13,6 kJ Entalpia de formação Entalpia de formação é a quantidade de calor liberada ou absorvida na formação de 1 mol de substância composta a partir de substâncias simples no estado-padrão. Segue uma lista de entalpia-padrão de algumas substâncias inorgânicas e orgânicas. Substância Fórmula ∆H f 0 (kJ ⋅ mol21) Amônia NH 3(g) - 46,11 Dióxido de carbono CO 2(g) - 393,5 Monóxido de carbono CO (g) - 110,53 Tetróxido de dinitrogênio N 2 O 4(g) + 9,16 Cloreto de hidrogênio HCl (g) - 92,31 Fluoreto de hidrogênio HF (g) - 271,1 Dióxido de nitrogênio NO 2(g) + 33,18 Óxido nítrico NO (g) + 90,25 Cloreto de sódio NaCl - 411,15 Água (líquida) H 2 O (,) - 285,83 Água (gás) H 2 O (g) - 241,82 Benzeno C 6 H 6 + 49,0 Etanol C 2 H 5 OH (,) - 277,69 Etino (acetileno) C 2 H 2(g) + 226,73 Glicose C 6 H 12 O 6(g) - 1 268 Metano CH 4(g) - 74,81 Fonte: P. Atkins. Princ’pios de Qu’mica. Estado-padr‹o Como visto, não é possível determinar a entalpia de uma substância, mas é possí- vel determinar experimentalmente a variação de entalpia de uma transformação. Assim, somente podemos conhecer a entalpia de uma reação química fazendo a reação. Como existem muitas reações possíveis, para facilitarem a determinação da entalpia, os quími- cos passaram a defi nir valores arbitrários para a entalpia de algumas substâncias. Assim, defi niu-se que todas as substâncias simples apresentam entalpia igual a zero, em determi- nadas condições, conhecidas como estado-padrão. 1 Portanto, substâncias simples, como H 2(g) , O 2(g) , C (gr.) , S (r) , Br 2(,) e Fe (s) , por convenção, apre- sentam entalpia igual a zero no estado-padrão. Determinamos agora as entalpias para outras substâncias, usando os valores de ental- pia escolhidos como referência. Veja o exemplo. Considere a equação a seguir, a 25 °C e 1 atm. C (gr.) + O 2(g) w CO 2(g) H f 0∆ = - 393,5 kJ/mol Na equação, H f 0∆ é chamado entalpia-padrão de formação. Como ∆H = H produtos - H reagentes , temos: H f 0∆ = H CO 0 2(g) - ( )+H HC(gr.)0 O02(g) = - 393,5 kJ/mol Como H C 0 (gr .) = H O 0 2(g) = 0, temos: H CO 0 2(g) = - 393,5 kJ Defi nição Estado-padr‹o : estado físico e alotrópico mais estáveis de uma substância sob pressão de 1 atm e temperatura de 25 °C. Observação 1 Usamos entalpia-padrão somente se estamos nas condições padrão. É comum, porém, encontrarmos, em algumas questões e livros, o símbolo ∆H (e não ∆H0), mesmo para a entalpia-padrão. Et_EM_2_Cad6_QUI_c01_01a23.indd 17 5/17/18 4:14 PM 18 CAPÍTULO 1 A entalpia do gás carbônico é numericamente igual à sua entalpia-padrão de formação. As entalpias-padrão de forma- ção das outras substâncias são determinadas da mesma forma que a do gás carbônico. Veja os exemplos. H 2(g) + O 2(g) w H 2 O (,) H f 0∆ = H H O 0 2 = - 285,8 kJ/mol S (r) + O 2(g) w SO 2(g) H f 0∆ = H SO 0 2 = - 296,8 kJ/mol Cálculo da entalpia-padrão de uma reação Podemos calcular a entalpia-padrão de uma reação a partir dos valores de entalpias-padrão de formação. Para isso, bas- ta revermos alguns conceitos, tais como: 1. ∆H = H fi nal - H inicial 2. A entalpia-padrão de uma substância simples, nas condições padrão, porconvenção é zero. 3. A entalpia-padrão de uma substância composta é numericamente igual ao seu calor (entalpia) de formação. Em uma reação química, podemos pensar da seguinte forma: Reagente(s) w Produto(s) ∆H = ? ΣH reagentes H inicial ΣH produtos H final Então, o ∆H de uma reação poderá ser dado por: ∆H = ΣH produtos - ΣH reagentes Atividades 13. (UFMG) Um tubo de ensaio aberto, contendo acetona, é mergulhado em um béquer maior, isolado termicamente, o qual contém água, conforme mostrado na fi gura. Acetona Água Termômetro A temperatura da água é monitorada durante o processo de evaporação da acetona, até que o volume desta se reduz à metade do valor inicial. Assinale a alternativa cujo gráfi co descreve qualitativamente a variação da tempe- ratura registrada pelo termômetro mergulhado na água, durante esse experimento. a) 0 Tempo Te m p e ra tu ra b) 0 Tempo Te m p e ra tu ra c) 0 Tempo Te m p e ra tu ra d) 0 Tempo Te m p e ra tu ra 14. (UFRGS-RS) Considere as transformações a que é subme- tida uma amostra de água, sem que ocorra variação da pressão externa: Vapor de água Água líquida Gelo 1 2 3 4 Pode-se afi rmar que: a) as transformações 3 e 4 são exotérmicas. b) as transformações 1 e 3 são endotérmicas. c) a quantidade de energia absorvida em 3 é igual à quantidade liberada em 4. d) a quantidade de energia liberada em 1 é igual à quan- tidade liberada em 3. e) a quantidade de energia liberada em 1 é igual à quan- tidade absorvida em 2. Et_EM_2_Cad6_QUI_c01_01a23.indd 18 5/17/18 4:14 PM 19 Q U ÍM IC A 15. (UFMG) Ao se sair molhado em local aberto, mesmo em dias quentes, sente-se uma sensação de frio. Esse fenô- meno está relacionado com a evaporação da água que, no caso, está em contato com o corpo humano. Essa sensação de frio explica-se corretamente pelo fato de que a evapo- ração da água: a) é um processo endotérmico e cede calor ao corpo. b) é um processo endotérmico e retira calor do corpo. c) é um processo exotérmico e cede calor ao corpo. d) é um processo exotérmico e retira calor do corpo. 16. (UFV-MG) Considere as equações das reações de combus- tão do metano e do propano: CH 4(g) + 2O 2(g) w CO 2(g) + 2H 2 O (,) ∆H0 = -890 kJ ⋅ mol-1 C 3 H 8(g) + 5O 2(g) w 3CO 2(g) + 4H 2 O (,) ∆H0 = -2 220 kJ ⋅ mol-1 A combustão completa de 44 g de metano libera: (Dado: massa molar do CH 4 = 16 g/mol) a) a mesma quantidade de gás carbônico que a combus- tão completa de 1,0 mol de propano. b) mais gás carbônico que a combustão completa de 44 g de propano. c) a mesma quantidade de energia que a combustão completa de 44 g de propano. d) mais energia que a combustão de 1,0 mol de propano. e) menos energia que a combustão de 44 g de propano. 17. (PUC-MG) Sejam dados os processos abaixo: I. Fe (s) w Fe (,) II. H 2 O (,) w H 2(g) + 1 2 O 2(g) III. C (s) + O 2(g) wCO 2(g) IV. H 2 O (v) w H 2 O (s) A opção que representa somente fenômenos químicos endotérmicos é: a) I e II apenas. b) II e IV apenas. c) III e IV apenas. d) II, III e IV apenas. 18. (Uece) O sulfeto de zinco, usado por Ernest Rutherford no seu famoso experimento, emite luz por excitação causada por raios X ou feixe de elétrons e reage com o oxigênio, produzindo um óxido de zinco e dióxido de enxofre. Os calores de formação das diferentes substâncias estão na tabela a seguir. Substância Calor de formação (kcal/mol) ZnS (s) - 43,90 SO 2(g) - 69,20 ZnO (s) - 83,50 Utilizando-se os valores da tabela, o calor de combustão do sulfeto de zinco será: a) - 217,6 kcal/mol b) + 163,2 kcal/mol c) - 108,8 kcal/mol d) + 54,4 kcal/mol Et_EM_2_Cad6_QUI_c01_01a23.indd 19 5/17/18 4:14 PM 20 CAPÍTULO 1 19. (PUC-MG) Sejam dadas as seguintes equações termoquí- micas (25 °C, 1 atm): I. C (grafi te) + O 2(g) w CO 2(g) ∆H 1 = -393,5 kJ/mol II. C (diamante) + O 2(g) w CO 2(g) ∆H 2 = -395,4 kJ/mol Com base nessas equações, todas as afi rmativas estão corretas, exceto: a) a formação de CO 2 é um processo exotérmico. b) a equação II libera maior quantidade de energia, pois o carbono diamante é mais estável que o carbono grafi te. c) a combustão do carbono é um processo exotérmico. d) a variação de entalpia necessária para converter 1,0 mol de grafi te em diamante é igual a + 1,9 kJ. e) a reação de transformação de grafi te em diamante é endotérmica. Nesse processo, certa quantidade de energia é fornecida ao organismo, cujo valor pode ser estimado a partir dos dados da tabela a seguir. Substância ∆H reação 0 (a 298 K, em kJ/mol) C 6 H 12 O 6(s) - 1 277 CO 2(g) - 394 H 2 O (,) - 286 Considerando essas informações, o valor da variação de entalpia-padrão da reação para a oxidação de 1 mol de glicose é: a) - 1 957 kJ/mol b) + 597 kJ/mol c) + 2 803 kJ/mol d) - 597 kJ/mol e) - 2 803 kJ/mol 24. Conhecem-se as equações termoquímicas: S (r) + O 2(g) w SO 2(g) ∆H 2 = -71,0 kcal/mol S (m) + O 2(g) w SO 2(g) ∆H 1 = -71,1 kcal/mol Sobre elas, julgue (V ou F) as afi rmações a seguir. I. A formação de SO 2 é sempre endotérmica. II. A conversão da forma rômbica na forma monoclínica é endotérmica. III. A forma alotrópica estável do enxofre na temperatura da experiência é monoclínica. 21. (Ufl a-MG) Considere a seguinte reação ocorrendo à pres- são constante: H 2 O (s) w H 2 O (,) ∆H = 7,3 kJ Sobre essa reação, é correto afi rmar: a) A entalpia da água líquida é menor que a da água no estado sólido (gelo). b) A solidifi cação da água é um processo que libera calor. c) A variação entre a entalpia dos produtos e dos reagen- tes é menor que zero. d) A reação é exotérmica. 22. (FCC-BA) Qual das reações a seguir exemplifi ca uma mu- dança de estado que ocorre com liberação de energia térmica? a) H 2(,) w H 2(g) b) H 2 O (s) w H 2 O (,) c) O 2(g) w O 2(,) d) CO 2(s) w CO 2(,) e) Pb (s) w Pb (,) 23. (UFPB) A glicose, C 6 H 12 O 6 , é encontrada em vários frutos e pode ser obtida industrialmente pela hidrólise do ami- do. No organismo, a glicose é oxidada em um processo metabólico que ocorre nas células, por meio de uma série de reações, cuja reação global pode ser representada pela equação a seguir. C 6 H 12 O 6(s) + 6O 2(g) w 6CO 2(g) + 6H 2 O (,) 20. +Enem [H17] O fenômeno da combustão é comum a diversos tipos de substância e representa uma forma de o ser humano angariar energia de processos químicos para alimentar máquinas térmicas. Nos últimos anos, a busca por combustíveis capazes de gerar menos gases poluentes passou a ser encarada com prioridade pelas nações que se comprometeram a lutar pela defesa do meio ambiente. O gás hidrogênio está entre os combustíveis que cumprem essa missão, cuja combustão é evidenciada pela seguinte reação: a) 2H 2(g) + C (s) + 2O 2(g) w H 2 O (g) + CO 2(g) ∆H = + 286 kJ/mol b) 2H 2(g) + C (s) + 2O 2(g) w H 2 O (g) + CO 2(g) ∆H = - 286 kJ/mol c) 2H (g) + O (g) w H 2 O (g) ∆H = + 286 kJ/mol d) 2H 2(g) + O 2(g) w 2H 2 O (,) ∆H = - 286 kJ/mol e) 2H 2(g) + O 2(g) w 2H 2 O (,) ∆H = + 286 kJ/mol Complementares Tarefa proposta 13 a 24 Et_EM_2_Cad6_QUI_c01_01a23.indd 20 5/17/18 4:14 PM 21 QU ÍM IC A Tarefa proposta 5. (Fuvest-SP) Experimentalmente observa-se que, quando se dissolve etanol na água, há aumento na temperatura da mistura. Com base nesse fato, demonstre ou refute a seguinte afi rmação: “A dissolução do etanol em água é um processo endotérmico”. 6. (Unicamp-SP) Um botijão de gás de cozinha, contendo butano, foi utilizado em um fogão durante um certo tem- po, apresentando uma diminuição de massa de 1,0 kg. Sabendo-se que: C 4 H 10(g) + 6,5O 2(g) w 4CO 2(g) + 5H 2 O (g) ∆H = -2 900 kJ/mol a) Qual a quantidade de calor que foi produzida no fogão devido à combustão do butano? b) Qualo volume, a 25 °C e 1,0 atm, de butano consu- mido? (Dados: o volume molar de um gás ideal a 25 °C e 1,0 atm é igual a 24,51 litros. Massas atômicas relativas: C = 12; H = 1) 7. (UFMG) As dissoluções de NaCl (s) e de NaOH (s) em água provocam diferentes efeitos térmicos. O quadro mostra as etapas hipotéticas do processo de dissolução desses dois sólidos. Etapa Dissolução do NaCl Dissolução do NaOH Dissociação do sólido NaCl (s) w +Na(g) + lC (g) – NaOH (s) w +Na(g) + OH(g) – Solvatação do cátion +Na(g) w +Na(aq.) +Na(g) w +Na(aq.) Solvatação do ânion lC (g) – w lC (aq.) – OH(g) – w OH(aq.) – Processo global NaCl (s) w +Na(aq.) + lC (aq.) – ∆H = 5 kJ/mol NaOH (s) w +Na(aq.) + OH(aq.) – ∆H = -44 kJ/mol Considerando-se, em cada etapa, a formação e o rompi- mento de ligações químicas, ou interações intermolecu- lares, e as variações de entalpia, é incorreto afi rmar que: a) a dissolução do sólido, em ambos os casos, consome energia. b) a solução de NaCl (aq.) tem mais energia que o sistema formado por NaCl (s) e água. c) a temperatura aumenta na dissolução de NaOH (s) . d) o ânion OH- forma ligações de hidrogênio com a água. 8. (Fuvest-SP) Quando 0,500 mol de etanol (C 2 H 6 O) líquido sofre combustão total sob pressão constante, produzindo CO 2 e H 2 O, gasosos, a energia liberada é 148 kcal. Na combustão de 3,00 mol de etanol, nas mesmas condições, a entalpia dos produtos, em relação à dos reagentes, é: a) 74 kcal menor. b) 444 kcal menor. c) 888 kcal menor. d) 444 kcal maior. e) 888 kcal maior. 9. (UFRS) A dissolução de NaCl em água envolve basicamente a quebra da ligação iônica e a formação da interação íon- -dipolo (solvatação). Como essa dissolução é endotérmica, é correto afi rmar que: 1. (Unitau-SP) Observe as seguintes equações termoquímicas: I. C (s) + H 2 O (g) w CO (g) + H 2(g) ∆H = 31,4 kcal II. CO (g) + 1 2 O 2(g) w CO 2(g) ∆H = - 67,6 kcal III. H 2(g) + 1 2 O 2(g) w H 2 O (g) ∆H = - 57,8 kcal De acordo com a variação de entalpia, podemos afi rmar: a) I é endotérmica, II e III exotérmicas. b) I e III são endotérmicas, II exotérmica. c) II e III são endotérmicas, I exotérmica. d) I e II são endotérmicas, III exotérmica. e) II é endotérmica, I e III exotérmicas. 2. (Univaço-MG) Ao sair de uma piscina, em local aberto e ventilado, mesmo em dias quentes, sente-se uma sensação de frio. Esse fenômeno está relacionado com a evaporação da água que, no caso, está em contato com o corpo hu- mano. Essa sensação de frio explica-se corretamente pelo fato de a evaporação da água ser: a) um processo endotérmico e cede calor ao corpo. b) um processo endotérmico e retira calor do corpo. c) um processo exotérmico e cede calor ao corpo. d) um processo exotérmico e retira calor do corpo. 3. A “cal extinta” [Ca(OH) 2 ] pode ser obtida pela reação entre óxido de cálcio (CaO) e água (H 2 O), com conse- quente liberação de energia. O óxido de cálcio, ou “cal viva”, por sua vez, é obtido por forte aquecimento de carbonato de cálcio (CaCO 3 ). As equações referentes às reações são: I. CaO + H 2 O w Ca(OH) 2 + calor II. CaCO 3 + calor w CaO + CO 2 Identifi que a afi rmativa correta: a) A reação II é exotérmica. b) Ambas as reações são endotérmicas. c) A reação I é uma reação endotérmica. d) Ambas as reações são exotérmicas. e) A reação II é endotérmica. 4. (PUC-MG) Sejam dadas as seguintes equações termoquí- micas (∆H em kcal/mol (25 °C e 1 atm) I. Cu (s) + 1 2 O 2(g) w CuO (s) ∆H = - 37,6 II. C (s) + 1 2 O 2(g) w CO (g) ∆H = - 26,0 III. 2 Al (s) + 3 2 O 2(g) w Al 2 O 3(s) ∆H = - 400,0 IV. 2Au (s) + 3 2 O 2(g) w Au 2 O 3(s) ∆H = + 20,0 V. F 2(g) + 1 2 O 2(g) w F 2 O (g) ∆H = + 5,0 Nas condições citadas, a equação que representa a reação mais exotérmica é: a) I b) II c) III d) IV e) V Et_EM_2_Cad6_QUI_c01_01a23.indd 21 5/17/18 4:14 PM 22 CAPÍTULO 1 a) a energia da ligação iônica é, em módulo, maior que a energia de interação íon-dipolo. b) a energia da ligação iônica é, em módulo, menor que a energia da interação íon-dipolo. c) a energia da ligação iônica é, em módulo, igual à ener- gia da interação íon-dipolo. d) a ligação iônica é mais fraca que a interação íon-dipolo. e) o meio externo absorve energia durante a dissolução. 10. (IFPI) As gorduras apresentam, em geral, um valor energético de 9 000 cal/g. A manteiga comum con- tém 85% de gordura (em massa) e as manteigas light têm uma redução de 30% na quantidade de gorduras em relação às manteigas comuns. Teoricamente, para que uma pessoa aumente seu peso em 1 kg, ela deve acumular 7 700 cal além do mínimo necessário para o bom funcionamento do organismo. Considere uma pessoa que tenha uma dieta na qual não há excesso nem carência de calorias e que consuma semanalmente 2 g de manteiga light. Se essa pessoa decidir trocar a manteiga light por comum, mantendo o consumo de 2 g por se- mana, quantos dias, aproximadamente, levaria para que ela engordasse 2 kg? a) 4 b) 8 c) 24 d) 16 e) 20 11. (Unicamp-SP) Uma vela é feita de um material ao qual se pode atribuir a fórmula C 20 H 42 . Qual o calor liberado na combustão de 10,0 g desta vela à pressão constante? (Massas molares: C = 12 g/mol; H = 1 g/mol) C 20 H 42(s) + 61 2 O 2(g) w 20CO 2(g) + 21H 2 O (g) ∆H = - 13 300 kJ 12. +Enem [H17] Ao abrirmos a válvula de um botijão de gás de cozinha, percebemos que o sistema sofre resfriamento intenso. Isso porque a expansão é um processo endotérmico, que resulta em retirada de calor das vizinhanças do processo. Quando se comprime o mesmo gás, em um botijão de menor volume que o inicial, pode-se observar: a) absorção de luz na compressão do gás. b) manutenção da temperatura do sistema. c) aquecimento do sistema. d) a ocorrência de reação química entre as moléculas do gás e o ferro do botijão. e) a queda de pressão no interior do botijão por causa da repentina variação da quantidade de gás. 13. (UFU-MG) São processos endotérmicos e exotérmicos, respectivamente, as mudanças de estado: a) fusão e ebulição. b) solidificação e liquefação. c) condensação e sublimação. d) sublimação e fusão. e) sublimação e solidificação. 14. (Acafe-SC) Sessenta e quatro gramas de gás metano fo- ram submetidos a combustão completa. A energia liberada nessa reação nas condições padrão (em módulo) é de: (Dados: entalpias de formação nas condições padrão: CH 4(g) = - 75 kJ/mol; CO 2(g) = - 394 kJ/mol; H 2 O (,) = - 286 kJ/mol; massas molares: C: 12 g/mol, H: 1 g/mol; equação de combustão completa do gás metano (não balanceada): CH 4(g) + O 2(g) w CO 2(g) + H 2 O (,) ) a) 605 kJ b) 891 kJ c) 3 564 kJ d) 755 kJ 15. (UFJF-MG) Considere os processos a seguir. I. queima do carvão; II. fusão do gelo à temperatura de 25 ºC; III. combustão da madeira. a) Apenas o primeiro é exotérmico. b) Apenas o segundo é exotérmico. c) Apenas o terceiro é exotérmico. d) Apenas o primeiro é endotérmico. e) Apenas o segundo é endotérmico. 16. (UFRGS-RS) A reação de formação da água é exotérmica. Qual das reações a seguir desprende a maior quantidade de calor? a) H 2(g) + 1 2 O 2(g) w H 2 O (g) b) H 2(g) + 1 2 O 2(g) w H 2 O (,) c) H 2(g) + 1 2 O 2(g) w H 2 O (s) d) H 2(g) + 1 2 O 2(,) w H 2 O (,) e) H 2(,) + 1 2 O 2(,) w H 2 O (,) 17. (Fuvest-SP) Com relação aos combustíveis metanol (H 3 COH) e etanol (C 2 H 5 OH): (Dados: massas atômicas (H = 1,0; C = 12; O = 16); calor de combustão do metanol = 640 kJ/mol; do etanol = = 1 240 kJ/mol) a) calcule a massa de CO 2 formada na queima completa de 1 mol de cada um dos álcoois; b) para massas iguais dos combustíveis, em qual caso haverá liberação de maior quantidade de calor? Justi- fique. 18. (UEL-PR) Considere asseguintes entalpias de formação em kJ/mol: Al 2 O 3(s) = -1 670 e MgO (s) = -604 Com essas informações, pode-se calcular a variação da entalpia da reação representada por: 3MgO (s) + 2Al (s) w 3Mg (s) + Al 2 O 3(s) Seu valor é igual a: a) -1 066 kJ b) -142 kJ c) +142 kJ d) +1 066 kJ e) +2 274 kJ Et_EM_2_Cad6_QUI_c01_01a23.indd 22 5/17/18 4:14 PM 23 Q U ÍM IC A 19. (Vunesp) Na fabricação de chapas para circuitos eletrôni- cos, uma superfície foi recoberta por uma camada de ouro, por meio de deposição a vácuo. (Dados: n = 6 ⋅ 1023; massa molar do ouro = 197 g/mol; 1 g de ouro = R$ 17,00 (Folha de S.Paulo, 20 ago. 2000) a) Sabendo que para recobrir essa chapa foram neces- sários 2 ⋅ 1020 átomos de ouro, determine o custo do ouro usado nessa etapa do processo de fabricação. b) No processo de deposição, o ouro passa diretamente do estado sólido para o estado gasoso. Sabendo que a entalpia de sublimação do ouro é 370 kJ/mol, a 298 K, calcule a energia mínima necessária para vaporizar essa quantidade de ouro depositada na chapa. 20. (UFPR) Fulerenos são compostos de carbono que podem possuir forma esférica, elipsoide ou cilíndrica. Fulerenos esféricos são também chamados buckyballs, pois lembram a bola de futebol. A síntese de fulerenos pode ser realizada a partir da combustão incompleta de hidrocarboneto sem condições controladas. a) Escreva a equação química balanceada da reação de combustão de benzeno (C 6 H 6 ) a C 60 . b) Fornecidos os valores de entalpia de formação na tabela a seguir, calcule a entalpia da reação padrão do item a. Espécie ∆H f 0 (kJ ⋅ mol21) H 2 O (,) - 286 C 6 H 6(,) 49 C 60(s) 2 327 21. (UFRS-RS) A reação cujo efeito térmico representa o calor de formação do ácido sulfúrico é: a) H 2 O (,) + SO 3(g) w H 2 SO 4(,) b) H 2(g) + S (m) + 2O 2(g) w H 2 SO 4(,) c) H 2 O (g) + S (r) + O 2(g) w H 2 SO 4(,) d) H 2 S (g) + 2O 2(g) w H 2 SO 4(,) e) H 2(g) + S (r) + 2O 2(g) w H 2 SO 4(,) 22. (Fuvest-SP) Tanto gás natural como óleo diesel são utilizados como combustível em transportes urbanos. A combustão completa do gás natural e do óleo libera, respectivamente, 9 ⋅ 102 kJ e 9 ⋅ 103 kJ por mol de hi- drocarboneto. A queima desses combustíveis contribui para o efeito estufa. Para igual energia liberada, quantas vezes a contribuição do óleo diesel é maior que a do gás natural? Considere: gás natural = CH 4 ; óleo diesel = C 14 H 30 a) 1,1 b) 1,2 c) 1,4 d) 1,6 e) 1,8 23. (Fuvest-SP) Considere a reação de fotossíntese e a reação de combustão da glicose representadas a seguir. 6CO 2(g) + 6H 2 O (,) w C 6 H 12 O 6(s) + 6O 2(g) (fotossíntese) C 6 H 12 O 6(s) + 6O 2(g) w 6CO 2(g) + 6H 2 O (,) (combustão da glicose) Sabendo que a energia envolvida na combustão de um mol de glicose é 2,8 ⋅ 106 J, ao sintetizar meio mol de gli- cose, a planta irá liberar ou absorver energia? Determine o calor envolvido nessa reação. 24. +Enem [H17] A nitroglicerina é um poderoso explosivo e produz quatro diferentes tipos de gás quando detonada. 2C 3 H 5 (NO 3 ) 3(,) w 3N 2(g) + 6CO 2(g) + 5H 2 O (g) + 1 2 O 2(g) Dadas as entalpias-padrão das substâncias: CO 2(g) = - 393,5 kJ/mol H 2 O (g) = - 241,8 kJ/mol C 3 H 5 (NO 3 ) 3 = - 364 kJ/mol tem-se que a energia liberada ao se fazer reagir 1 mol de nitroglicerina apresenta sinal: a) positivo e é igual a 1 421 kJ. b) negativo e é igual a 364 kJ. c) negativo e é igual a 182 kJ. d) negativo e é igual a 1 421 kJ. e) positivo e é igual a 2 842 kJ. Vá em frente Acesse <https://phet.colorado.edu/pt_BR/simulation/legacy/energy-forms-and-changes>. Acesso em: 23 dez. 2017. Neste site é possível fazer simulações de como acontecem as trocas de energia em diferentes sistemas químicos. Autoavaliação: V‡ atŽ a p‡gina 87 e avalie seu desempenho neste cap’tulo. Et_EM_2_Cad6_QUI_c01_01a23.indd 23 5/17/18 4:14 PM ► Aplicar o conhecimento químico para a determinação da variação de energia em diferentes situações-problema. Principais conceitos que você vai aprender: ► Calor de neutralização ► Lei de Hess ► Energia de ligação OBJETIVOS DO CAPÍTULO PrasongTakh am /S h u tte rsto ck 24 2 LEI DE HESS / ENERGIA DE LIGAÇÃO UDMH. Essa é a sigla do nome do combustível usado no controverso acionamento dos mísseis nucleares da Coreia do Norte. A dimetil-hidrazina assimétrica é um compos- to de estrutura muito simples, um derivado mais estável da hidrazina. Sua chama é tão característica que, pelos vídeos de lançamento do primeiro míssil intercontinental norte- -coreano, fi cou claro à comunidade científi ca internacional o combustível escolhido por Kim Jong-un. O UDMH consegue grande propulsão em relação ao peso de combustível que os mísseis precisam levar, funcionando muito bem ao papel de propulsor de mísseis de longo alcance. N — N CH 3 CH 3 H H Estrutura da dimetil-hidrazina Afora seu papel em reações de combustão, a simples inalação dessa substância pode causar irritação na garganta, no nariz e nos olhos, além de náusea e vômito. O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (EUA) alerta que o UDMH afeta os sistemas nervoso cen- tral e respiratório, além de prejudicar o funcionamento do fígado, trato gastrointestinal, sangue, olhos e pele. • Como é calculada a quantidade de calor liberado pelo combustível desses foguetes? C h in a O u t/ S T R /A g ê n c ia F ra n c e P re s s e Et_EM_2_Cad6_QUI_c02_24a39.indd 24 5/17/18 4:15 PM 25 Q U ÍM IC A Lei de Hess Podemos determinar experimentalmente a variação de entalpia de uma transforma- ção, à pressão constante, usando um aparelho chamado calorímetro. Essa determina- ção, porém, nem sempre é precisa e, em certos casos, não é possível. Veja por que isso acontece. 1. Numa reação muito lenta, o tempo necessário para que ocorra a transformação com- pleta dos reagentes em produtos é muito grande; assim, as possibilidades de perda de calor para o meio ambiente são maiores, o que prejudica o resultado obtido. 2. Numa reação que não acontece de forma completa, devemos considerar a quantidade de reagente que não foi transformado em produto e corrigir o resultado obtido, o que será menos preciso. 3. Numa reação que apresente um valor de ∆H muito pequeno, mínimos detalhes na exe- cução das medidas, ou até mesmo imprecisões características dos equipamentos uti- lizados, podem determinar uma variação muito grande no resultado. Dizemos, nesse caso, que o erro experimental é grande. 4. Se ocorrerem reações secundárias, ou seja, reações diferentes que acontecem simul- taneamente entre as substâncias presentes, a determinação experimental de ∆H de apenas uma delas se torna impossível. A quantidade de calor envolvida, nesse caso, estará relacionada a todas as reações que acontecerem no sistema. Considere, por exemplo, a reação de formação do monóxido de carbono, cuja equação é: C (grafi te) + 1 2 O 2(g) w CO (g) Experimentalmente, não conseguimos determinar com precisão a entalpia dessa rea- ção, pois, ao misturarmos grafi te e oxigênio, também ocorre a formação de gás carbônico: C (grafi te) + O 2(g) w CO 2(g) Além disso, parte do monóxido de carbono formado também reage com oxigênio, pro- duzindo mais gás carbônico: CO (g) + 1 2 O 2(g) w CO 2(g) Em outra análise, a entalpia de combustão de 1 mol de hidrogênio no estado-padrão, determinada experimentalmente, é igual a -241,8 kJ/mol. A equação termoquímica dessa reação é: H 2(g) + 1 2 O 2(g) w H 2 O (g) ∆H0 = -241,8 kJ Na prática, essa reação pode ocorrer em duas etapas: H 2(g) + 1 2 O 2(g) w H 2 O (,) ∆H0 = -285,8 kJ H 2 O (,) w H 2 O (g) ∆H0 = +44 kJ Nessas situações pode-se usar a lei de Hess: A variação da entalpia em processos físicos e químicos é constante, independentemente da quantidade de etapas no qual o processoé realizado, pois a variação de energia depende somente das etapas inicial e final. Observe que a adição dessas duas equações corresponde à equação de combustão do hidrogênio, produzindo H 2 O (g). Observe, ainda, que a soma das entalpias de cada uma das etapas também é igual a -241,8 kJ, conforme estabelece a lei de Hess: H 2(g) + –– O 2(g) w H2O(,) H 2 O (,) w H 2 O (g) H 2(g) + –– O 2(g) w H 2 O (g) ∆H0 = –285,8 kJ ∆H0 = +44 kJ ∆H0 = –241,8 kJ 1 2 1 2 Et_EM_2_Cad6_QUI_c02_24a39.indd 25 5/17/18 4:15 PM 26 CAPÍTULO 2 Graficamente obtemos: H 2(g) + O 2(g) H 2 O (g) H 2 O (,) ∆H = – 241,8 ∆H = 44 ∆H = – 285,4 H (kJ) 1 2 –– Logo, podemos escrever que o ∆H de uma reação é a soma algébrica das equações químicas que representam o processo envolvido. Devemos lembrar que, para se obter o resultado, o que for feito com a equação química também deverá ser feito com seu res- pectivo ∆H. A lei de Hess é extremamente importante, pois possibilita a determinação de um valor desconhecido de entalpia para uma reação a partir de outras reações com ∆H conhecidos. E a entalpia de formação do CO? Considere novamente a reação de formação do monóxido de carbono (CO (g) ), apresen- tada no início deste capítulo: C (grafite) + 1 2 O 2(g) w CO (g) ∆H0 = ? Como visto, não conseguimos conhecer, experimentalmente, o ∆H0 dessa reação. En- tretanto, como as duas reações a seguir têm entalpias-padrão conhecidas: C (grafite) + O 2(g) w CO 2(g) ∆H0 = -393,5 kJ CO (g) + 1 2 O 2(g) w CO 2(g) ∆H0 = -283 kJ podemos, aplicando a lei de Hess, determinar ∆H0 para a reação de formação do CO (g) : w w w C 1 2 O CO x CO 1 2 O CO –283 kJ C O CO –393,5 kJ (grafite) 2(g) (g) 0 (g) 2(g) 2(g) 0 (grafite) 2(g) 2(g) u xuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu + ∆ = + ∆ = + ∆ = H H H Da sequência apresentada, temos: -393,5 = x + (-283) s s x = -393,5 + 283 s s x = -110,5 kJ Portanto: C (grafite) + 1 2 O 2(g) w CO (g) ∆H0 = -110,5 kJ A reação de formação do monóxido de carbono (CO (g) ) libera 110,5 kJ/mol. Dissolução em água: exotérmica ou endotérmica? A dissolução de alguns sólidos, como o CaCl 2 , é exotérmica, enquanto a dissolução de outros, como o NH 4 NO 3 , é endotérmica. Por que isso acontece? Et_EM_2_Cad6_QUI_c02_24a39.indd 26 5/17/18 4:15 PM 27 Q U ÍM IC A A dissolução de uma substância consiste basicamente em duas etapas: Primeira etapa: Ocorre a separação das partículas que formam o sólido. Para que isso ocorra, deve haver absorção de energia; trata-se, portanto, de uma transformação endo- térmica. A energia absorvida nessa etapa é chamada energia reticular. Segunda etapa: Ocorre a interação entre as partículas do soluto e da água. Quando isso ocorre, há liberação de energia, chamada energia de hidratação; trata-se, portanto, de uma transformação exotérmica. É o balanço dessas duas etapas que defi ne se a dissolução é exotérmica ou endotérmica: ∆H dissolução = energia reticular - energia de hidratação Assim, se: energia reticular . energia de hidratação ∆H dissolução . 0 (endotérmica) energia reticular , energia de hidratação ∆H dissolução , 0 (exotérmica) Decifrando o enunciado Lendo o enunciado Atenção para que quantidade e substância o valor do ∆H deve ser calculado. Nesse caso, é por mol de FeO. Para aplicarmos a lei de Hess, além das substâncias presentes na reação, que estão na mesma quantidade e estado físico, deve-se cancelar qualquer substância que não apareça na reação, que é o caso do Fe 3 O 4 . Cuidado com os sinais dos valores do ∆H ao efetuar a adição. Faça uma expressão usando símbolos matemáticos, como parênteses e colchetes. Isso ajuda a minimizar os erros. (Enem) O ferro é encontrado na natureza na forma de seus minérios, tais como a hematita (α–Fe 2 O 3 ), a magnetita (Fe 3 O 4 ) e a wustita (FeO). Na siderurgia, o ferro-gusa é obtido pela fusão de minérios de ferro em altos fornos em condições adequadas. Uma das etapas nes- se processo é a formação de monóxido de carbono. O CO (gasoso) é utilizado para reduzir o FeO (sólido), conforme a equação química: FeO (s) + CO (g) w Fe (s) + CO 2(g) Considere as seguintes equações termoquímicas: Fe 2 O 3(s) + 3CO (g) w 2Fe (s) + 3CO 2(g) ∆ r Hθ = -25 kJ/mol de Fe 2 O 3 3FeO (s) + CO 2(g) w Fe 3 O 4(s) + CO (g) ∆ r Hθ = -36 kJ/mol de CO 2 2Fe 3 O 4(s) + CO 2(g) w 3Fe 2 O 3(s) + CO (g) ∆ r Hθ = +47 kJ/mol de CO 2 O valor mais próximo de ∆ r Hθ em kJ/mol de FeO, para a reação indicada de FeO (sólido) com o CO (gasoso), é: a) -14 b) -17 c) -50 d) -64 e) -100 Resolu•‹o Resposta: B Algumas alterações devem ser feitas nas equações fornecidas. Dividir a 1a equação por 2: 1 2 Fe 2 O 3(s) + 3 2 CO (g) w 2 2 Fe (s) + 3 2 CO 2(g) ∆ r Hθ = – 25 2 kJ Dividir a 2a equação por 3: FeO (s) + 1 3 CO 2(g) w 1 3 Fe 3 O 4(s) + 1 3 CO (g) ∆ θHr 1 = – 36 3 kJ Dividir a 3a equação por 6: 2 6 Fe 3 O 4(s) + 1 6 CO 2(g) w 3 6 Fe 2 O 3(s) + 1 6 CO (g) ∆ r Hθ = 47 6 + kJ Adicionando as três equações e os respectivos ∆ r Hθ, teremos: + + ∆ = + + ∆ = + + ∆ = + + + ∆ = θ θ θ θ w w w w H H H H 1 2 Fe O 3 2 CO 1Fe 3 2 CO –12,5 kJ FeO 1 3 CO 1 3 Fe O 1 3 CO –12 kJ 1 3 Fe O 1 6 CO 1 2 Fe O 1 6 CO 7, 8 kJ FeO CO Fe CO –16,7kJ 2 3(s) (g) (s) 2(g) r (s) 2(g) 3 4(s) (g) r 1 3 4(s) 2(g) 2 3(s) (g) r (s) (g) (s) 2(g) r Et_EM_2_Cad6_QUI_c02_24a39.indd 27 5/17/18 4:15 PM 28 CAPÍTULO 2 Conexões Aluminotermia É um processo de soldagem, baseado na liberação de calor, que acontece na reação química entre alumínio metálico pulverizado e um óxido metálico em uma reação de deslocamento, produzindo, além do óxido de alumínio, o metal que estava associado ao oxigênio no óxido. Esse método surgiu no fi m do século XIX, com o químico Hans Goldschmidt ob- servando a alta quantidade de calor liberada na reação citada, que, após se iniciar com o fornecimento de calor, se torna autossustentada. A patente foi feita em nome da empresa Goldschmidt AG com o nome de “Thermit®” ou “Thermite®”. Assim, na soldagem de uma peça, basta que o óxido metálico seja do mesmo metal que será obtido, fundido na sua forma metálica. Após o resfriamento do sistema soldado, o metal da peça se solidifi ca, unindo as partes desejadas. Uma das reações utilizadas para a soldagem pode ser representada pela equação: 8Al + 3Fe 3 O 4 w 4Al 2 O 3 + 9Fe ∆H = -3 350 kcal A liberação de calor dessa reação atinge a temperatura de 3 100 °C, que é muito superior à temperatura de fusão do ferro, que é de 1 535 °C. É lógico que parte do calor é perdida para o meio e para partes do sistema no qual ocorrem as reações químicas. A reação é iniciada adicionando-se à mistura um “pavio” de magnésio metálico, que fornece energia sufi ciente para o início da reação entre o alumínio e o óxido metálico. Esse processo é usado para solda de trilhos em ferrovias, de cabos elétricos, artefatos bélicos, como bombas incen- diárias e foguetes de longo alcance, e reciclagem de latas de alumínio. Construção de trilho de trem com soldagem de Thermite®. ¥ A respeito desse processo, qual seria a quantidade de calor liberada por 540 g de alumínio metálico (massa molar = = 27 g/mol)? s e ra to /S h u tt e rs to c k Et_EM_2_Cad6_QUI_c02_24a39.indd 28 5/17/18 4:15 PM 29 Q U ÍM IC A Atividades 1. (Unimontes-MG) O esquema a seguir ilustra a formação do gás metano (CH 4 ) através da combinação direta dos elementos, nos seus estados normais, e a combinação dos gases monoatômicos dos elementos. Assinale a alternativa correta. a) 4 0∆H = 1 0∆H + 2 0∆H b) 3 0∆H = 1 0∆H + 2 0∆H c) 4 0∆H = 1 0∆H + 2 0∆H + 3 0∆H d) 3 0∆H = 4 0∆H 2. (Univaço-MG) Observe as equações a seguir e responda ao que se pede. C + O 2
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