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2022 ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS | 1 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................3 2 AMPLITUDE DE ADMINSTRAÇÃO DE MATERIAIS .................................................................3 3 CONCEITOS PRÁTICOS DA ADMINISTRAÇÃO .......................................................................3 4 AS EMPRESAS E A ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS ............................................................3 5 PROCEDIMENTOS FUNDAMENTAIS DE ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS ............................3 5.1 Cadastramento....................................................................................................................................3 5.2 Gestão ..................................................................................................................................................3 5.3 Compras ...............................................................................................................................................4 5.4 Recebimento .......................................................................................................................................4 5.5 Almoxarifado ......................................................................................................................................4 5.6 Inventário Físico .................................................................................................................................4 6 ALMOXARIFADO x ESTOQUE ..............................................................................................4 7 EVOLUÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS ................................................................4 8 CLASSIFICAÇÃO DE MATERIAIS ...........................................................................................5 9 OBJETIVOS DA CLASSIFICAÇÃO ...........................................................................................5 10 CARACTERÍSTICAS DA CLASSIFICAÇÃO ..............................................................................5 10.1 Abrangência ......................................................................................................................................5 10.2 Flexibilidade ......................................................................................................................................5 10.3 Praticidade ........................................................................................................................................5 11 ESCOPO DA CLASSIFICAÇÃO ..............................................................................................5 11.1 Catalogação ......................................................................................................................................5 11.2 Simplificação .....................................................................................................................................5 11.3 Identificação......................................................................................................................................5 11.4 Normalização ....................................................................................................................................5 11.5 Padronização ....................................................................................................................................5 11.6 Codificação ........................................................................................................................................5 12 ESPECIFICAÇÃO .................................................................................................................6 13 CODIFICAÇÃO ...................................................................................................................6 14 TIPOS DE CLASSIFICAÇÃO ..................................................................................................7 15 POR TIPO DE DEMANDA OU CONSUMO ............................................................................7 16 MATERIAIS DE ESTOQUE ...................................................................................................7 16.1 Materiais produtivos ........................................................................................................................7 16.2 Matérias-primas................................................................................................................................7 16.3 Produto em fabricação (intermediário) ........................................................................................7 16.4 Produtos acabados ..........................................................................................................................7 16.5 Materiais de manutenção ...............................................................................................................8 16.6 Materiais improdutivos ou auxiliares ............................................................................................8 16.7 Materiais de consumo geral ...........................................................................................................8 17 CLASSIFICAÇÃO – QUANTO AO VALOR DO CONSUMO ANUAL ...........................................8 18 CLASSIFICAÇÃO DE MATERIAIS NÃO DE ESTOQUE .............................................................8 19 MATERIAIS CRÍTICOS ........................................................................................................8 20 PERECIBILIDADE ................................................................................................................8 21 PERICULOSIDADE ..............................................................................................................9 ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS | 2 22 POSSIBILIDADE DE FAZER OU COMPRAR ...........................................................................9 22.1 Verticalização ....................................................................................................................................9 22.2 Horizontalização ...............................................................................................................................9 23 TIPOS DE ESTOCAGEM ......................................................................................................9 23.1 Permanente .......................................................................................................................................9 23.2 Temporário ........................................................................................................................................9 24 CURVA ABC .......................................................................................................................9 24.1 CLASSE A ..........................................................................................................................................10 24.2 CLASSE B ..........................................................................................................................................10 24.3 CLASSE C ..........................................................................................................................................10 25 APLICAÇÃO DA CURVA ABC ............................................................................................11 26 CURVA XYZ ......................................................................................................................12 27 CARACTERÍSTICA DA CURVA XYZ .....................................................................................12 27.1 Itens classe X ...................................................................................................................................13 27.2 Itens classe Y ...................................................................................................................................1327.3 Itens classe Z ...................................................................................................................................13 28 VANTAGENS DA CLASSIFICAÇÃO XYZ ...............................................................................15 29 ESPECIFICAÇÃO DE MATERIAIS ........................................................................................15 30 CONDIÇÕES BÁSICAS DA ESPECIFICAÇÃO DE MATERIAIS ..................................................15 31 OBJETIVOS DA ESPECIFICAÇÃO DE MATERIAIS .................................................................16 32 CATEGORIAS DAS ESPECIFICAÇÕES ..................................................................................16 32.1 Exigências de quantidade ..............................................................................................................16 32.2 Exigências de preço .........................................................................................................................16 32.3 Exigências funcionais .....................................................................................................................16 33 CRITÉRIOS PARA A DESCRIÇÃO DE MATERIAIS .................................................................16 34 TIPOS PADRONIZADOS DE ESPECIFICAÇÃO ......................................................................18 34.1 Conforme Amostra ........................................................................................................................18 34.2 Por padrão e características físicas .............................................................................................18 34.3 Por composição química ...............................................................................................................18 34.4 Por marca de fábrica .....................................................................................................................18 35 PADRONIZAÇÃO DE MATERIAIS .......................................................................................18 36 OBJETIVOS DA PADRONIZAÇÃO DE MATERIAS .................................................................18 37 VANTAGENS DA PADRONIZAÇÃO DE MATERIAIS .............................................................19 38 NORMALIZAÇÃO .............................................................................................................19 39 ÓRGÃOS REGULADORES (BRASIL) ....................................................................................19 ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS | 3 1. INTRODUÇÃO Administração de Materiais é o segmento da administração voltado para o planejamento, organização, coordenação e controle dos meios necessários, ao suprimento de materiais imprescindíveis ao bom funcionamento da organização, no tempo oportuno, na quantidade necessária, na qualidade requerida e pelo menor custo. 2. AMPLITUDE DE ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS A amplitude de administração de materiais é composta por seis elementos: cadastramento, gestão, compras, recebimento, almoxarifado e inventário físico. 3. CONCEITOS PRÁTICOS DA ADMINISTRAÇÃO A palavra Administração vem do latim Administratione, assim como manejo (que corresponde ao inglês management) e gestão (que corresponde o espanhol gestión). Todos têm o mesmo sentido: um processo dinâmico de tomar decisões sobre a utilização de recursos, para possibilitar a realização de recursos, apara possibilitar a realização de objetivos. O conceito de Administração representa uma governabilidade de uma empresa ou organização de forma que as atividades sejam administradas com planejamento, organização, direção e controle. O ato de administrar é trabalhar com e por intermédio de outras pessoas, na busca de realizar objetivos da organização, bem como de seus membros. 4. AS EMPRESAS E A ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS A administração de materiais atua para garantir que o setor de estocagem seja eficiente, eliminando os excessos sem comprometer a disponibilidade dos produtos necessários. Como resultado dessa ação, os estoques bem organizados possibilitam uma vantagem competitiva em relação aos concorrentes. 5. PROCEDIMENTOS FUNDAMENTAIS DE ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS • Cadastramento – visa cadastrar os materiais necessários à manutenção e ao desenvolvimento da empresa. Implica o reconhecimento perfeito de sua classificação, estabelecimento de codificação e determinação da especificação, objetivando a emissão de catálogo para utilização dos envolvidos nos procedimentos de administração de Materiais. • Gestão – visa ao gerenciamento dos estoques por meio de técnicas que permitam manter o equilíbrio com o consumo, definindo parâmetros e níveis de ressuprimento e acompanhando sua evolução. ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS | 4 • Compras – tem por finalidade suprir as necessidades da empresa mediante a aquisição de materiais e/ou serviços, provenientes das solicitações dos usuários, objetivando identificar no mercado as melhores condições comerciais e técnicas. • Recebimento – visa garantir o rápido desembaraço dos materiais adquiridos pela empresa, zelando para que as entradas reflitam a quantidade estabelecida, na época certa, ao preço contratado e na qualidade especificada nas encomendas. • Almoxarifado – visa garantir a fiel guarda dos materiais confiados pela empresa, objetivando sua preservação e integridade até o consumo final. • Inventário Físico – visa ao estabelecimento a auditoria permanente de estoques em poder do Almoxarifado, objetivando garantir a plena confiabilidade e exatidão de registros contábeis e físicos. 6. ALMOXARIFADO x ESTOQUE Os estoques são todos os materiais ou produtos disponíveis para o uso da empresa no processo de fabricação ou comercialização direta ao consumidor final. O almoxarifado é designado à guarda, localização, segurança e preservação dos materiais em local fechado, adequado à sua natureza, onde cada item permanecerá aguardando a necessidade do seu uso, a fim de suprir as necessidades operacionais dos setores integrantes da estrutura organizacional da instituição. 7. EVOLUÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS Em nosso meio, a administração de materiais vem ganhando espaços cada vez maiores dentro das organizações privadas e públicas. Passada despercebida por longo tempo, por força do estágio de desenvolvimento em que se encontravam as nossas organizações industriais, comerciais e de serviços. A situação atual é bem diferente de verificada até a bem pouco tempo. As prioridades e as exigências dos mercados aumentaram numa velocidade para a qual as nossas organizações não estavam preparadas tecnicamente e nem estruturais para absorverem o crescimento repentino da demanda ou em algumas situações, a se adequarem as suas oscilações existentes. ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS | 5 8. CLASSIFICAÇÃO DE MATERIAIS Cada empresa classifica seus materiais de acordo com sua necessidade e cultura. A classificação de materiais é um subsistema responsável pela identificação (especificação), classificação, codificação, cadastramento e catalogação de materiais. 9. OBJETIVOS DA CLASSIFICAÇÃO • Desenvolvimento de métodos simples, racionais e claros de identificação de materiais; • Definição de uma linguagem para a área de materiais, desenvolvimento interfaces com outras áreas e relacionamento com fornecedores; • Redução da variedade dos itens, facilitando a padronização de materiais; • Possibilidade de informalização do sistema; • Clara avaliação dos materiais, permitindo uma boa gestão dos recursos. 10. CARACTERÍSTICAS DA CLASSIFICAÇÃO Existem diversas formas de classificar os materiais, porém, uma boa classificação deve obedecer aos seguintes atributos: Abrangência: deve tratar de uma gama de características em vez de reunir apenas materiais para serem classificados. Flexibilidade: deve permitir conexão entre osdiversos tipos de classificação. Praticidade: deve ser direta e simples. 11. ESCOPO DA CLASSIFICAÇÃO A classificação de materiais compreende: i. Catalogação – listar todos os itens em um catálogo permitindo consulta e dando uma ideia geral da coleção. ii. Simplificação – redução da grande diversidade de itens empregados a mesma finalidade. iii. Identificação (especificação) – identidade do material, busca torná-lo único. iv. Normalização – criar normas, prescrições de uso, ou seja, a definição da forma como o material deve ser utilizado. Permite maior segurança e menor possibilidade de diferenciação. v. Padronização – estabelecer padrões para análise de materiais, a fim de permitir seu intercâmbio, possibilitando a redução de variedades e consequente economia. ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS | 6 vi. Codificação – conjuntos de números/letras inteligentes pelos quais facilmente identificamos. 12. ESPECIFICAÇÃO É a descrição de um item através de suas características (atributos, propriedades). O termo especificação é, em geral, empregado com o significado de identificar precisamente o material, de modo a torná-lo inconfundível (ou seja, específico), principalmente para fins de aquisição. O conjunto de descrições de materiais forma a nomenclatura de materiais da empresa. É interessante também padronizar a nomenclatura. Uma nomenclatura padronizada (estruturada) é formada por uma estrutura de nomes ou palavras-chave (nome básico e nomes modificadores), dimensões, características físicas em geral, embalagem, aplicação, características químicas, etc. O nome básico é a denominação inicial da descrição (exemplo: arruela, parafuso, etc.), enquanto o nome modificador é um complemento do nome básico (exemplo para arruela: pressão, lisa, cobre, etc.). Um nome básico pode estar associado a vários modificadores: arruela lisa de cobre, espessura 0,5 mm, diâmetro metro interno 6 mm, diâmetro externo 14mm. 13. CODIFICAÇÃO Em função de uma boa classificação do material, pode-se realizar a codificação do mesmo, ou seja, representar todas as informações necessárias, suficientes e desejadas por meio de números e/ou letras com base em toda a classificação obtida do material. Com a codificação, passamos a ter um registro que nos informará todo o seu histórico (data de aquisição, preço inicial, localização, vida útil espada, valor depreciado, valor residual, manutenção realizada e previsão de sua substituição). Os sistemas de codificação mais comumente usadas são: o alfabético, o numérico (também chamado decimal) e o alfanumérico. Podem existir outros, como: sequencial, em grupos, em faixas, mnemônicos1, etc. O que é fundamental é que haja um só código para cada item, e que o código não produza confusões de comunicação, principalmente com o uso de caracteres que podem ser confundidos (zero com a letra O; 5 com a letra S; 2 com a letra Z; 6 com a letra G, etc.) 1 Sistema de codificação mnemônico é uma técnica utilizada para a auxiliar na memorização que consiste na elaboração de suportes como esquemas gráficos, fórmulas, palavras ou frases relacionadas com o assunto que se pretende memorizar! ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS | 7 14. TIPOS DE CLASSIFICAÇÃO Há diferentes maneiras de se classificar os materiais dentro das organizações; logo, dentro das especificações dos negócios, cada organização poderá dotar seu próprio critério. PRINCIPAIS TIPOS DE CLASSIFICAÇÕES: - Por tipo de demanda ou consumo - Materiais críticos - Perecibilidade - Periculosidade - Possibilidade de fazer ou comprar - Tipos de estocagem - Dificuldade de aquisição e Mercado fornecedor 15. POR TIPO DE DEMANDA OU CONSUMO A classificação por tipo de demanda se divide em materiais de estoque e materiais não de estoque. Os materiais de estoques são aqueles materiais que devem sempre existir em estoque e para os quais são determinados critérios e parâmetros de ressuprimento automático (não depende d usuário), com base na demanda prevista e na importância para a organização. 16. MATERIAIS DE ESTOQUE Os materiais de estoque podem ser classificados, quarto à aplicação: Materiais produtivos – compreendem todo material ligado direta ou indiretamente ao processo produtivo (matéria-prima, produtos em fabricação, produtos acabados e etc.; Matérias-primas – materiais básicos e insumos que constituem os itens iniciais e fazem parte do processo produtivo, ex.: (pão em uma hamburgueria); Produto em fabricação (intermediário) – também conhecidos como materiais em processamento são os que estão sendo processados ao longo do processo produtivo. Não estão mais no almoxarifado porque já não são mais matérias-primas, nem no estoque final porque ainda não são produtos acabados; Produtos acabados – produtos já prontos (cadeira, computador); ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS | 8 Materiais de manutenção – materiais aplicados em manutenção com utilização repetitiva, ex.: (óleo, ferramentas); Materiais improdutivos ou auxiliares – materiais não incorporados ao produto no processo produtivo da empresa, ex.: (materiais de limpeza) Materiais de consumo geral – materiais de consumo, não aplicados em manutenção, mas em diversos setores da empresa, ex.: (material de escritório); 17. CLASSIFICAÇÃO – QUANTO AO VALOR DO CONSUMO ANUAL: Para que a eficácia na gestão de estoque seja alcançada, é necessário que se separe, de forma clara e em termos de valor de consumo, aquilo que é essencial daquilo que é secundário; 18. CLASSIFICAÇÃO DE MATERIAIS NÃO DE ESTOQUE Os materiais não de estoque são aqueles materiais de demanda imprevisível para os quais não são definidos parâmetros para o ressuprimento automático. Tais itens são, em regra, adquiridos somente quando verificada sua necessidade e são utilizados imediatamente após a compra. 19. MATERIAIS CRÍTICOS Os materiais críticos são materiais de reposição específica de um equipamento ou de um grupo de equipamentos iguais, cuja demanda não é previsível e cuja decisão de estocar é tomada com base na análise de risco que a empresa corre, caso esses materiais não estejam disponíveis quando necessário. 20. PERECIBILIDADE A perecibilidade é uma classificação que leva em conta a probabilidade de perecimento ou não do material. Sabemos que alguns itens se deterioram mais rápido que outros. Além disso, a moto de armazenagem influencia na durabilidade do material. Ainda, muitas vezes, o fator tempo influencia na classificação; assim, quando a organização adquire um material para ser usado em um período, e nesse período, o consumo não ocorre, sua utilização poderá não ser mais necessária, o que inviabiliza a estocagem por longos períodos. A classificação por perecibilidade leva em conta a alteração das propriedades físico-químicas dos materiais. Gêneros alimentícios, vacinas, materiais para testes laboratoriais, entre outros, são considerados perecíveis, já que estão sujeitos à deterioração e à decomposição. ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS | 9 21. PERICULOSIDADE Materiais perigosos são aqueles que oferecem risco, em especial durante as atividades de manuseio e transporte. Nesta categoria estão inseridos os explosivos, líquidos, sólidos inflamáveis, materiais radioativos, corrosivos, oxidantes e etc. 22. POSSIBILIDADE DE FAZER OU COMPRAR A possibilidade de fazer ou comprar é um critério que tem por objetivo prover as informações de quais materiais poderão ser produzidos internamente pela organização e quais deverão ser adquiridos no mercado. A decisão sobre produzir ou adquirir um item de material no mercado é tomada pela cúpula da organização, considerando os custos e a estrutura envolvida. Dentro desse critério, há duas estratégias possíveis: Verticalização – a organização produz (ou tenta produzir) internamente tudo o que puder. No entanto, verificar mostrou-se um negócio arriscado, já que a organização pode ficar“engessada”, ou seja, a imobilização de recursos pode tornar o negócio pouco flexível. Horizontalização – a organização compra de terceiros o máximo de itens que irão compor o produto final. É uma estratégia de grande tendência das empresas modernas. De modo geral, apenas os processos fundamentais (chamados de core processes) não são terceirizados, por razões de segredos tecnológicos. 23. TIPOS DE ESTOCAGEM A classificação por tipo de estocagem considera que os materiais podem ser classificados em materiais de estocagem permanente e temporária. Permanente: materiais para os quais foram aprovados níveis de estoque e que necessitam de ressuprimento constante. Temporário: materiais de utilização imediata e sem ressuprimento, ou seja, é um material não de estoque. 24. CURVA ABC As origens da Classificação ABC estão relacionadas ao Principio de Pareto, que recebe esse nome em referência ao economista italiano Vilfredo Pareto. No Século XIX, Pareto descobriu que 80% da terra na Itália estavam nas mãos de 20% da população. Proporções parecidas passaram a ser observado em outros fenômenos, o que passou a ser chamado de Regra 80-20. ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS | 10 Posteriormente, Joseph Juran popularizou o conceito associando-o à gestão da qualidade. Uma pequena quantidade de problemas da qualidade é responsável por uma grande quantidade de ocorrências de problemas. O Diagrama de Pareto, que é uma das Sete Ferramentas da Qualidade, utiliza o mesmo princípio da Classificação ABC, porém com uma ênfase um pouco diferente. Na administração o Princípio de Pareto passou a ser utilizado como uma ferramenta de classificação e priorização em diversas áreas, tais como economia, gestão da qualidade, gestão de carteiras de clientes, gestão de projetos, administração de materiais e etc. Os estoques estão classificados segundo os volumes de suas quantidades ou dos seus valores monetários. Para a classificação ABC do estoque, os itens são agrupados conforme os valores de aquisição e são divididos em três classes. I. CLASSE A Correspondem aproximadamente a 80% do valor monetário dos estoques e de 20% do total de itens. São os itens mais importantes e devem ser bem controlados, merecendo uma atenção individualizada da administração. Representam um pequeno percentual dos itens dos estoques, mas correspondem a um elevado percentual do valor monetário total. II. CLASSE B São itens que necessitam de cuidados intermediários, mas ainda assim são valorosos. A estimativa é de que representam 15% do valor distribuído em 30% dos itens em estoques. Em termos de importância, são materiais intermediários. Merecem atenção em seu controle de estoque, pela sua relativa importância de investimento. III. CLASSE C Itens considerados de baixa prioridade, pois causam menores impactos econômicos nas empresas. Os itens dessa classificação condizem, em média, a 5% do valor distribuído em 50% da mercadoria. São itens mais numerosos e menos importantes, pois correspondem a uma pequena porcentagem do valor monetário total dos estoques. Merecem razoável atenção individualizada. ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS | 11 25. APLICAÇÃO DA CURVA ABC Para aplicarmos a Classificação ABC, precisamos consultar o histórico de consumo dos itens ao longo de um período, que geralmente é de um ano. Em empresas que utilizam sistemas de gestão de estoques, tais informações podem ser obtidas por meio da geração de relatórios. Passo 01: Ordenar os itens de maneira decrescente em relação ao valor usado. Passo 02: Calcular o valor total de todos os itens. Passo 03: Calcular as porcentagens que cada item representa individualmente. Passo 04: Calcular as porcentagens acumuladas. Passo 05: Definir os critérios de corte e fazer a classificação. (Ex 1 - Tabela) (Ex 2 - 1) Imagine que há: • 10 itens X com valor unitário de R$ 150,00 • 20 itens Y com valor de R$ 100,00 • 70 itens Z com valor de R$ 20,00 • 30 itens W com valor de R$ 40,00 • 05 itens V com valor R$ 200,00 (Ex 2 - 2) • A organização vai ficar: Y: R$ 2000,00 X: R$ 1500,00 Z: R$ 1400,00 W: R$ 1200,00 V: R$ 1000,00 ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS | 12 (Ex 2 - 3) • Calculando o valor acumulado • O valor acumulado corresponde ao valor de um produto somado aos anteriores. Nesse exemplo, fica assim: Y: R$ 2000,00 X: R$ 3500,00 Z: R$ 4900,00 W: R$ 6100,00 V: R$ 7100,00 (Ex 2 - 4) • Calculando as porcentagens • Em seguida, transforme em porcentagem em relação ao valor total. Nesse caso, as porcentagens serão: Y: 28,15% X: 49,2% Z: 69,0% W: 85,9% V: 100% • De acordo com as proporções indicadas pelo método, você deve classificá-los entre A, B e C. Arredondamentos são permitidos e nesse exemplo, a classificação ficaria assim: A: produtos Y, X e Z; B: produto W; C: produto V. 26. CURVA XYZ Através de um plano logístico, é possível, através de ferramentas, a organização e caracterização dos produtos de um estoque. Uma delas é a classificação XYZ. 27. CARACTERÍSTICA DA CURVA XYZ A Classificação XYZ avalia a criticidade do item, ou seja, quão imprescindível ele é para as operações da empresa. Por exemplo, em uma fábrica alimentícia, a falta de alguns itens pode paralisar o funcionamento de toda a fábrica. Por outro lado, a falta de alguns insumos pode prejudicar as operações, mas elas não precisarão ser paralisadas. Além disso, é possível que esse item possa ser substituído por outros itens já em estoque, reduzindo sua criticidade. A curva XYZ define os produtos por uma ótica qualitativa, observando a importância e criticidade que aquele item tem no desenvolvimento das atividades e funcionamento de uma rotina, ou seja, qual seria as consequências e impactos resultantes da falta dos produtos analisados. ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS | 13 Itens classe X: Materiais que não provocam parada de produção, nem riscos (pessoal, ambiental e patrimonial) as organizações. São também facilmente substituídos por similares, sendo então classificados como itens de baixa criticidade. Itens classe Y: Materiais que são vitais para que não ocorra paradas na produção, mas caso haja necessidades, podem ser substituídos, sendo então classificados como itens de média criticidade. Itens classe Z: Materiais que são imprescindíveis para a produção e realização de processos nas empresas e caso fiquem indisponíveis, irão causar paradas de produção caso ocorra rupturas e não podem ser substituídos por materiais semelhantes em tempo hábil, sendo desta forma classificados como itens de alta criticidade. Exemplo: Restaurante Fast-Food Para um melhor entendimento de como aplicar a classificação XYZ, considere o caso de uma lanchonete fast-food, que serve produtos como sanduíches, sorvetes e sucos. A lanchonete do nosso exemplo pertence a uma grande franquia que atua a nível nacional. Alguns exemplos de itens Classe X, seriam os produtos de limpeza usados na manutenção do restaurante. A falta desses itens pode prejudicar a experiência do cliente, mas não paralisa as operações. Além disso, produtos de limpeza podem ser facilmente substituídos. O mesmo raciocínio pode ser aplicado aos guardanapos. Em redes de fast-food, os guardanapos costumam ser específicos, com logotipo da rede e fornecidos pela matriz, o que aumentaria a complexidade do suprimento. No entanto, se ocorrer a falta desse item, o gerente pode utilizar, em caráter de urgência, guardanapos adquiridos localmente sem logomarca. Na Classe Y poderiam ser incluídos itens como os pães fornecidos localmente para preparação dos lanches. A matriz pode estabelecer critérios de qualidade específicos para esses produtos, como tamanho, teor de sal, peso, etc. A falta desse item pode paralisar as operações da ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS | 14 lanchonete, mas a criticidade pode serreduzida desenvolvendo mais de um fornecedor local para esse produto. O mesmo raciocínio pode ser aplicado a outros insumos como o alface, tomate, cebola e queijo usados nos lanches. Um exemplo de item de alta criticidade que poderia ser incluído na Classe Z são os hambúrgueres. Em redes de fast-food, esses itens são fornecidos pela matriz ou por um conjunto reduzido de fornecedores pré-selecionados para manter o padrão de qualidade e sabor. A falta desse item paralisaria as operações do restaurante. Além disso, seu suprimento é complexo, não podendo ser feito no mesmo dia. Se esse item estiver em falta, será preciso esperar pela próxima entrega a partir dos fornecedores. As curvas ABC e XYZ se complementarem. É possível que alguns materiais em estoque sejam consumidos em baixos valores, porém apresentem alta criticidade. Há também itens com altos valores consumidos que possuem vários fornecedores ou substitutos, simplificando a gestão de estoques. A figura a seguir mostra como podemos combinar as classificações ABC e XYZ. Quando combinamos as duas classificações, temos 9 maneiras de classificar os itens. As classes em laranja são aquelas são aquelas em que temos altos valores consumidos ou altos graus de criticidade. Tais itens devem ter um acompanhamento mais cuidadoso dos níveis de estoque, possivelmente usando o sistema contínuo de revisão de estoques com maiores níveis de estoque de segurança para garantir maiores níveis de disponibilidade. ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS | 15 As classes em verde não precisam de controles tão rigorosos e a ruptura de estoque nesses casos, apesar de indesejável, é menos crítica. Sistemas de revisão periódica podem ser suficientes para tais itens. A classe em azul engloba os itens de baixa criticidade e com baixos valores de consumidos. Tais itens possuem vários substitutos, são de fácil reposição e aquisição, não causam a parada das operações. Logo, não é necessário manter níveis altos de estoque de segurança. O ideal é identificar potenciais substitutos ou fornecedores próximos para o atendimento em caso de faltas. 28. VANTAGENS DA CLASSIFICAÇÃO XYZ Auxilia no processo de tomada de decisão; Determina o grau de imprescindível dos itens; Gera informações sobre quais itens não podem faltar; Sofre influência de quem irá realiza-la; Necessita de avaliação criteriosa; Método qualitativo, sujeito a arbitrariedade e subjetividade; Dependendo do segmento da empresa é necessário a participação de uma comissão para sua realização. O gestor de estoques pode trabalhar para reduzir a criticidade dos itens. Isso pode ser feito buscando fontes de suprimentos alternativas para itens críticos ou então itens que possam substituí-los em caso de ruptura de estoque. Além disso, na fase de projeto de novos produtos, os desenvolvedores podem optar por componentes padronizados ou que já sejam usados em outros produtos, com o intuito de reduzir e quantidade de itens cujo suprimento é complexo. 29. ESPECIFICAÇÃO DE MATERIAIS É a descrição das características de um material, com a finalidade de identificá-lo e distingui-lo de seus similares. Segundo a resolução do CONMETRO (Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial) “é o tipo de norma que se destina a fixar condições exigíveis para aceitação e/ou recebimento de matérias-primas, produtos semi-acabados e produtos acabados”. ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS | 16 30. CONDIÇÕES BÁSICAS DA ESPECIFICAÇÃO DE MATERIAIS - Existência de catalogação de nomes, padronizada; - Estabelecimento de padrões de descrição; - Existência de programa de normalização de materiais. 31. OBJETIVOS DA ESPECIFICAÇÃO DE MATERIAIS - Facilitar às tarefas de coleta de preços; - Facilitar a negociação entre comprador e fornecedor; - Cuidado no transporte; - Identificação, inspeção, armazenagem e preservação dos materiais; - Fixação dos requisitos e características exigíveis na fabricação e no fornecimento de materiais. 32. CATEGORIAS DAS ESPECIFICAÇÕES Exigências de quantidade: necessárias para a formação de um preço melhor. Exigências de preço: o valor econômico é fruto do resultado da utilização do produto pelo preço de vendas. Exigências funcionais: é fruto da utilização final do item pelo desempenho esperado. São os mais difíceis de se definir, devem satisfazer a necessidade ou propósito real do item, tanto os aspectos práticos quanto os estéticos. 33. CRITÉRIOS PARA A DESCRIÇÃO DE MATERIAIS - A denominação deveria ser sempre no singular, concisa, completa que permita a individualização; - Devem ser abolidos vocábulos referentes a marcas comerciais, gírias e regionalismos; - A denominação deverá prender-se ao material e não a sua forma ou embalagem, apresentação de uso: ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS | 17 - Utilizar denominações únicas para materiais da mesma natureza; - Utilizar abreviaturas devidamente padronizadas (ABNT e CONMETRO). Exemplo (1) Certo Errado Ebulidor 220V ou 120V Mergulhão 220V ou 120V Aço palha Bom-Bril Aço em barra Barra de aço Sabão em pó Omo Exemplo (2) - Produto: Papel Toalha. - Nome básico: Papel. - Nome complementar: Toalha. - Grupo: Consumo. - Classe: Material de limpeza. - Forma de armazenamento: Pallet. - Unidade metrológica: Pacote 1.000 folhas. - Apresentação: Fardo. Cuidados para manuseio: Poucos (ambientes molhados). Embalagem: Saco plástico. Características físicas: Cor branca, Interfolhada. ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS | 18 34. TIPOS PADRONIZADOS DE ESPECIFICAÇÃO Conforme Amostra: utilizada quando há dificuldade em detalhar. Ex: nota fiscal, faturas, duplicatas. Por padrões e características físicas: utilizada quando se trata de materiais que possuem normas técnicas ou quando a condições de fornecer todos os dados conhecidos do material. Por composição química: quando há exigências de teor predeterminado para os componentes químicos do material. Ex: sulfato, amônia. Por marca de fábrica: utilizando quando se deseja garantir a qualidade do material, acelerando- se a marca de cansaço. 35. PADRONIZAÇÃO DE MATERIAIS Esse processo consiste na organização na organização do cadastro a fim de auxiliar a identificação e o registro de elementos por meio de uma forma estruturada. Sua finalidade é fazer uma descrição correta dos elementos, excluindo aqueles que estão duplicados, mas que possuem códigos diferentes. 36. OBJETIVOS DA PADRONIZAÇÃO DE MATERIAS - Permitir a consulta rápida aos itens cadastrados, facilitando o acesso dos usuários. - Reduzir os custos e o tempo destinado ao processo de compras. - Diminuir a quantidade de compras erradas, bem como a de devoluções de mercadorias. - Facilitar o entendimento do fornecedor a respeito do produto ou serviço. - Reduzir os elementos que contenham descrições genéticas. - Unir as listas de materiais que possuem várias unidades. - Manter e gerir o cadastro de materiais de forma centralizada. - Uniformizar o controle de materiais. - Simplificar o procedimento de compras eletrônicas. ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS | 19 37. VANTAGENS DA PADRONIZAÇÃO DE MATERIAIS - Redução do risco de ficar sem determinado produto em estoque. - Permissão de compras em grandes lotes. - Diminuição dos itens armazenados em estoque. - Qualificação da análise das necessidades de materiais. - Geração de informações eficazes, que auxiliam a tomada de decisão. - Utilização dos conceitos de identificação e racionalização do estoque, o que ocasiona sua redução. 38. NORMALIZAÇÃO É o processo de formulação e aplicação de regras/normas para as solução ou prevenção de problemas, com a cooperação de todos os interessados em particular para a promoção da economia global. 39. ÓRGÃOS REGULADORES (BRASIL) ABNT– Associação Brasileira de Normas Internas SINMETRO – Sistema Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial CONMETRO – Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial INMETRO – Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial