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2 - Confecção e liberação de laudos

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Confecção e liberação de laudos
Apresentação
As análises laboratoriais são extremamente úteis no acompanhamento de indivíduos e populações, 
auxiliando no diagnóstico diferencial e confirmatório de doenças. Além disso, ajudam no 
estadiamento da gravidade e do prognóstico de condições clínicas e na escolha de qual tratamento 
será executado, bem como na avaliação da resposta a ele. 
Para que tudo isso ocorra, é necessário que seja feita a interpretação dos resultados dos exames 
laboratoriais na forma de laudos diagnósticos. Dessa forma, um laudo sem qualidade tem impacto 
direto na segurança do paciente.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai aprender um pouco mais sobre como devem ser feitos 
os laudos laboratoriais, incluindo as informações mínimas requeridas e as especificidades para os 
diferentes setores de um laboratório de análises. Conhecerá também os parâmetros de qualidade 
com vistas à emissão desses documentos.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Descrever as informações necessárias em um laudo de exame laboratorial.•
Listar os parâmetros presentes nos laudos dos diferentes setores de análises clínicas.•
Identificar os padrões de qualidade na liberação de um laudo.•
Infográfico
As análises clínicas laboratoriais são importantes aliadas nos serviços de saúde. Trata-se 
de procedimentos minimamente invasivos com uma boa relação custo-efetividade e que permitem 
obter informações relevantes sobre a condição clínica do paciente, auxiliando no diagnóstico, no 
prognóstico, na prevenção e até na estratificação de risco para diferentes doenças. Além disso, elas 
também contribuem para a personalização do tratamento correto a ser oferecido ao indivíduo 
atendido. Se utilizados da forma correta, exames laboratoriais podem até mesmo diminuir a 
necessidade de realização de outros mais complexos.
Quando corretamente interpretados, esses exames são fundamentais para a atenção em saúde. 
Para que isso aconteça, a elaboração de um laudo laboratorial correto e claro é condição 
obrigatória.
Neste Infográfico, você vai conhecer um pouco mais a respeito dos requisitos de cada fase da 
análise laboratorial, bem como da atenção especial que precisa ser prestada para a liberação de 
laudos diagnósticos.
Aponte a câmera para o 
código e acesse o link do 
conteúdo ou clique no 
código para acessar.
https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/9eb5db85-a6d9-4bed-a619-cbb9b1d54916/da3cf01a-f5ee-4a40-8aec-70f2d1c0091d.jpg
Conteúdo do livro
As análises clínicas são complexas e ocorrem em várias etapas, realizadas por diversos profissionais. 
Ao final, são produzidos e liberados os laudos diagnósticos. Há alguns requisitos mínimos comuns 
aos laudos de diferentes setores, no entanto existem especificidades que precisam ser reiteradas 
de acordo com as análises feitas; por exemplo, um laudo de hematologia é distinto de outro, de 
bioquímica.
No capítulo Confecção e liberação de laudos, base teórica desta Unidade de Aprendizagem, você 
vai aprender um pouco mais sobre os requisitos gerais de confecção de resultados de exames, além 
das exigências individuais de cada setor. Também conhecerá os parâmetros de qualidade 
requeridos para a produção de um bom laudo.
Boa leitura.
CONTROLE DE 
QUALIDADE E 
GERENCIAMENTO 
LABORATORIAL
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
 > Descrever as informações necessárias em um laudo de exame laboratorial.
 > Listar os parâmetros presentes nos laudos dos diferentes setores de análises 
clínicas.
 > Identificar os padrões de qualidade na liberação de um laudo.
Introdução
Os métodos diagnósticos são distintos, mas se complementam. O diagnóstico 
clínico é feito pela análise dos sinais e sintomas apresentados por um paciente, 
e o diagnóstico epidemiológico avalia a ocorrência de determinadas doenças 
em uma população ou em um determinado período. Tangenciando essas duas 
formas de diagnóstico, encontramos o diagnóstico laboratorial, no qual exames 
complementares de análises clínicas fornecem informações sobre um indivíduo 
ou uma população.
A análise laboratorial é parte fundamental do atendimento de saúde, e os 
dados fornecidos pelos exames executados são cruciais para a avaliação do estado 
geral de saúde de um indivíduo, bem como para afastar ou confirmar suspeitas 
diagnósticas baseadas na investigação clínica apresentada por um paciente. 
Um exame bem solicitado e bem orientado é um diferencial importante para um 
bom atendimento em saúde.
Para que a análise correta de um exame laboratorial possa ser realizada por um 
profissional de saúde, é fundamental que a forma pela qual os resultados serão 
apresentados sejam claras e contenham informações suficientes para a tomada de 
Confecção e 
liberação de laudos
Helem Ferreira Ribeiro
decisões. Neste capítulo, serão apresentadas informações necessárias nos laudos 
laboratoriais, os requerimentos para laudos de diferentes setores do laboratório, 
bem como os padrões de qualidade envolvidos na liberação de um laudo.
Importância da análise laboratorial
O laboratório de análises clínicas é um serviço de saúde que pode ser tanto 
independente quanto vinculado a um hospital ou consultório médico que 
realiza exames auxiliares para a detecção de patologias e condições fisioló-
gicas por meio de exames em materiais biológicos, como sangue, urina, fezes, 
amostras de tecido e diferentes líquidos corporais (ESTRIDGE; REYNOLDS, 
2011). Nesse local, diferentes profissionais atuam em conjunto para garantir 
a confiabilidade do resultado e a segurança do paciente, executando diversas 
técnicas laboratoriais, e os resultados dessas análises interferem diretamente 
no atendimento recebido por um paciente. 
O objetivo final das análises laboratoriais é a obtenção de informações 
clínicas úteis para o diagnóstico, para a prevenção e para o tratamento de 
diferentes doenças (MCPHERSON; PINCUS, 2012). Essas informações incluem 
a detecção e a quantificação de risco futuro do desenvolvimento de uma do-
ença ou a detecção de uma doença subclínica, a definição de um diagnóstico, 
a avaliação de gravidade e o prognóstico de uma doença, além de auxílio na 
seleção da terapia adequada e do monitoramento da evolução da doença e 
da resposta ao tratamento (XAVIER; DORA; BARROS, 2016) (Figura 1). 
O início da análise laboratorial ocorre no momento da solicitação do exame, 
quase sempre feita por um médico, dando início à fase pré-analítica, que 
engloba tudo o que ocorre — desde a solicitação dos exames laboratoriais, 
a preparação do paciente e a coleta da amostra até a aliquotagem, a separação 
e o armazenamento das amostras —, e é nessa fase que ocorre a maior parte 
dos erros (SOCIEDADE BRASILEIRA DE PATOLOGIA CLÍNICA/MEDICINA LABORA-
TORIAL, 2018). A fase analítica se refere à análise laboratorial propriamente 
dita, às técnicas e aos equipamentos utilizados nessa fase, enquanto a fase 
pós-analítica lida com os resultados dos exames, incluindo a preparação dos 
laudos diagnósticos, a entrega do resultado ao médico ou ao paciente e a 
interpretação desses resultados (MCPHERSON; PINCUS, 2012).
Confecção e liberação de laudos2
Figura 1. Relação entre o diagnóstico clínico e as análises laboratoriais. Os sinais e sintomas, 
junto à história clínica do paciente, devem guiar a solicitação dos exames laboratoriais 
que são executados, e os resultados, enviados ao médico solicitante, orientando, assim, a 
tomada de decisão clínica. 
Fonte: Xavier, Dora e Barros (2016, p. 5).
A elaboração, a liberação, a emissão, a entrega e a interpretação de um 
laudo laboratorial constituem a fase final da atuação de um laboratório de 
análises clínicas, congregando as informações necessárias para informar os 
achados laboratoriais de forma clara e precisa para o médico, de forma a 
subsidiar a tomada de decisão, caso seja necessário. Assim, é preciso ter em 
mente que laudos errôneos ou incompletos podem gerar problemas diretos 
ao paciente.
Confecção eliberação de laudos 3
Fase pós-analítica e componentes de 
um laudo laboratorial
A ocorrência de erros na fase pós-analítica é significantemente menor do 
que na fase pré-analítica, variando entre 25 a 33% do total. A fonte mais 
comum de erros pós-analíticos é a transcrição dos resultados, especialmente 
a digitação dos laudos diagnósticos, momento no qual podem ocorrer falhas 
na digitação. Esses erros tendem a diminuir em laboratórios que utilizam 
métodos automatizados que transferem diretamente os resultados dos exa-
mes para o sistema de informática do laboratório (XAVIER; DORA; BARROS, 
2016). A automação laboratorial diminui a ocorrência de erros por fadiga em 
exames manuais repetitivos, além de aumentar a eficiência, a acurácia e a 
reprodutibilidade de resultados, mas requer maior atenção às calibrações e 
a quaisquer desvios excessivos nos resultados esperados (HOLLAND; DAVIES, 
2020). Um estudo realizado em 2007, na Itália, mostrou que a automação 
laboratorial diminui em 35% a ocorrência de erros laboratoriais, e esses erros 
não foram diminuídos apenas em etapas que não dependem da automação, 
como a comunicação de resultados alterados (CARRARO; PLEBANI, 2007).
É importante que os laudos produzidos sejam claros, diretos e que conte-
nham as informações necessárias para a identificação do paciente, da amostra 
e do teste realizado, bem como uma série de parâmetros necessários para 
a análise laboratorial, como possíveis interferentes presentes na amostra, 
os valores de referência do teste e quaisquer outros parâmetros que possam 
interferir na análise do resultado. Atenção especial deve ser dada aos laudos 
produzidos em formato de gráfico para evitar problemas de interpretação de 
resultado (ESTRIDGE; REYNOLDS, 2011; XAVIER; DORA; BARROS, 2016).
A utilização de códigos de barra e números de identificação das amostras, 
bem como a automação laboratorial, diminui consideravelmente a ocorrência 
de erros na liberação dos laudos. No entanto, setores laboratoriais nos quais 
a maior parte das análises é realizada de forma manual, como parasitolo-
gia e microbiologia, são mais sensíveis a esses erros, e atenção especial 
deve ser direcionada à liberação desses laudos (MCPHERSON; PINCUS, 2012). 
Em análises automatizadas, os aparelhos sinalizam as amostras que apresen-
tam resultado fora dos valores de referência (chamados flags), que precisam 
ser avaliados individualmente e, por vezes, a análise laboratorial pode até ser 
repetida, para só então liberar um resultado com alterações (LARSON, 2016). 
Por muitas vezes, os sistemas automatizados sinalizam, ainda, problemas nas 
amostras, como lipemia, hemólise ou quantidade insuficiente de amostra. 
Confecção e liberação de laudos4
Laudos manuscritos e relatados por telefone devem ser desencorajados 
porque estão sujeitos a erros de transcrição (WILLIAMSON; SNYDER, 2016). 
Os valores de referência são cruciais para a liberação de um laudo de qua-
lidade, haja vista que será o parâmetro utilizado para identificar o paciente 
como saudável ou não — esses valores refletem a variação encontrada em 
95% de indivíduos sadios em uma população que foram avaliados para esse 
determinado parâmetro (MCPHERSON; PINCUS, 2012), servindo, portanto, 
como parâmetro principal de análise. 
Algumas análises apresentam um valor de referência único. Valores acima 
ou abaixo da referência serão considerados anormais. Outras análises apre-
sentam um intervalo de referência com valores duplos, superior e inferior, 
separando os pacientes em três categorias: pacientes anormais com valores 
diminuídos, pacientes normais e pacientes anormais com valores elevados. 
Um exemplo de exame com valor de referência único seria a dosagem de 
antígeno prostático específico (PSA), para a qual valores acima da referência 
são sugestivos de doença prostática, enquanto exames bioquímicos são, em 
sua maioria, do tipo que apresentam um intervalo de referência com limites 
superior e inferior (MCPHERSON; PINCUS, 2012).
Atenção especial também deve ser dada aos valores de referência e às 
unidades utilizadas para reportar os laudos, especialmente no que tange 
às dosagens bioquímicas e sorológicas. É recomendado que sejam sempre 
seguidas as unidades do Sistema Internacional de medidas (SI), que dá prefe-
rência às unidades de medida utilizadas no sistema métrico. É absolutamente 
necessário que os valores de referência estejam indicando a unidade de 
medida utilizada, sob risco de causar alarmes desnecessários e graves falhas 
de interpretação dos resultados (ESTRIDGE; REYNOLDS, 2011; LARSON, 2016). 
A parametrização das unidades de medida utilizadas permite uma melhor 
interpretação de resultados obtidos por laboratórios diferentes. 
As informações necessárias para um laudo diagnóstico podem variar 
conforme o exame solicitado, mas um conjunto de informações 
mínimas é comum a todos:
 � nome e endereço do laboratório realizando a análise — caso seja utilizado 
um laboratório de apoio ou de referência, deve estar indicado;
 � nome completo do paciente, data de nascimento, gênero e número de 
identificação;
 � nome do médico ou de outro profissional que solicitou o exame;
Confecção e liberação de laudos 5
 � data e hora da coleta da amostra;
 � data e hora da liberação do resultado;
 � número da página seguido do número total de páginas contidas no exame;
 � tipo de amostra ou espécime;
 � método de análise realizado;
 � resultado dos testes e unidades de medida utilizados, preferencialmente 
utilizando-se as unidades preconizadas pelo SI;
 � valores de referência;
 � comentários relativos a qualquer interferência na amostra ou no paciente 
que possam alterar a interpretação correta.
Laudos laboratoriais para diferentes 
setores
Os laboratórios de análises clínicas são ambientes complexos, com vários 
profissionais atuando com diferentes funções e que manipulam um grande 
número de amostras biológicas distintas. Assim, geralmente, ocorre a sepa-
ração do ambiente laboratorial em alguns setores, como:
 � hematologia;
 � bioquímica;
 � urinálise;
 � parasitologia;
 � imunologia;
 � microbiologia;
 � biologia molecular.
Alguns laboratórios, especialmente em hospitais grandes, apresentam 
um setor específico para a imuno-hematologia ou banco de sangue, onde 
são realizadas tipagens sanguíneas e testes pré-transfusionais. Laboratórios 
maiores também podem apresentar um setor específico para as dosagens 
hormonais que pode estar junto ao setor de imunologia em laboratórios me-
nores (MCPHERSON; PINCUS, 2012). Além disso, em locais onde há um grande 
volume de amostra, é comum que exista um setor de triagem, responsável 
pela separação e pelo encaminhamento das amostras para os setores cor-
retos, bem como pelo armazenamento e pelo acondicionamento correto das 
amostras até que elas possam ser encaminhadas para os setores responsáveis 
(ESTRIDGE; REYNOLDS, 2011).
Confecção e liberação de laudos6
Como os setores do laboratório são diferentes entre si, as amostras recebi-
das por cada um também são distintas, bem como as análises realizadas. Dessa 
maneira, as informações contidas nos laudos expedidos variam conforme o 
tipo de amostra e o setor de análise, e o conhecimento dessas diferenças é 
importante para a garantia da qualidade diagnóstica e para a segurança do 
paciente, objetivo final do atendimento em saúde.
Exames hematológicos
O setor de hematologia de um laboratório é responsável por análises 
quantitativas e qualitativas de células e outros componentes sanguíneos; 
as análises quantitativas incluem a contagem total e diferencial de eritrócitos, 
leucócitos e plaquetas, bem como a avaliação do hematócrito e da dosagem 
de hemoglobina, enquanto as análises qualitativas avaliam parâmetros como 
tamanho e forma das células, além do grau de maturação das células presentes 
(HOFFBRAND; MOSS, 2018). 
As análises de coagulação do sangue também são responsabilidade do 
setor de hematologia. Em laboratórios menores, as provas de tipagem san-
guínea eos testes de Coombs também são realizados por este setor.
A hematologia é uma parte do laboratório em que a automação está muito 
presente e os principais aparelhos utilizam a citometria de fluxo para análise 
do padrão de tamanho e complexidade interna das células, separando as 
populações hematológicas em diferentes subgrupos, incluindo a contagem 
diferencial de populações de leucócitos. Há, ainda, a possibilidade da utiliza-
ção de impedância elétrica, o que permite a medição da concentração total de 
hemoglobina, bem como a concentração de hemoglobina corpuscular média 
(CHCM), e a difração de luz possibilita a análise dos granulócitos (BACALL, 2009).
Caso a análise automatizada sugira alterações, é necessária, ainda, 
a confecção de lâminas hematológicas para análise microscópica pós-co-
loração, sendo útil especialmente na detecção de populações anormais de 
leucócitos ou de alterações no formato das hemácias (HOFFBRAND; MOSS, 
2018). No Quadro 1, confira alguns exames hematológicos acompanhados de 
comentários sobre as informações que devem constar nos laudos.
Confecção e liberação de laudos 7
Quadro 1. Exames do setor de hematologia e as informações para os laudos 
emitidos
Exame Comentário 
Hemograma completo Atenção especial deve ser dada aos valores de 
referência, que variam muito em relação à idade do 
paciente, especialmente em crianças. Outro ponto 
importante é a unidade de medida utilizada para a 
dosagem de hemoglobina, que pode ser tanto g/dL 
quanto µmol/L, conforme preconizado pelo SI 
(utilizar fator de conversão g/dL × 1,6). Variações 
na forma, no tamanho e na quantidade das células 
devem ser indicadas no laudo diagnóstico, bem 
como se foi feita análise automatizada apenas ou 
também a visualização de lâmina.
Agregação plaquetária Os resultados desse exame geralmente são 
expressos na forma de gráfico, exigindo uma 
atenção especial na sua confecção para clareza 
dos resultados. Como esse exame geralmente é 
utilizado para a avaliação de terapia anticoagulante, 
é fundamental que seja notado caso o paciente 
esteja fazendo uso de medicação, bem como o tipo 
de agonista utilizado.
Tempo de sangramento 
(TS)
Parte do coagulograma. Deve-se indicar o método 
utilizado, bem como o tempo, em minutos, 
até o resultado.
Tempo de protrombina 
(TP), tempo de 
tromboplastina parcial 
ativado (TTPA) e tempo 
de trombina (TT)
Parte do coagulograma. O resultado deve 
ser expresso em segundos, e a utilização de 
medicamentos anticoagulantes pode interferir no 
resultado, devendo constar no laudo.
Tipagem sanguínea Laudo deve indicar se foi realizada a prova completa 
(tipagem direta + reversa) ou apenas a tipagem 
direta, bem como o método utilizado. A tipagem 
em lâmina não deve ser realizada. Pacientes que 
apresentem tipagem Rh como D fraco devem ter 
laudo liberado como Rh positivo com pesquisa de D 
fraco. Para crianças menores de seis meses, 
é importante que o laudo apresente a informação 
de que os antígenos e anticorpos sanguíneos ainda 
não estão plenamente formados, o que pode alterar 
os resultados.
Fonte: Adaptado de Xavier, Dora e Barros (2016); McPherson e Pincus (2012); Williamson e Snyder 
(2016).
Confecção e liberação de laudos8
Bioquímica e hormônios
O setor de bioquímica de um laboratório geralmente é o maior e com maior 
quantidade de exames, realizando análises no soro, mas também na urina e 
em outros líquidos corporais, conforme necessário. As análises desse setor 
incluem glicose, colesterol, triglicerídeos e outros que avaliam a função 
cardíaca, hepática, renal, pancreática, entre outros, além de eletrólitos 
(WILLIAMSON; SNYDER, 2016).
Os exames realizados nesse setor são extremamente sensíveis a varia-
ções pré-analíticas intrínsecas e extrínsecas ao paciente. Assim, os laudos 
devem contar com campos para designar medicações que o paciente esteja 
ingerindo que possam interferir nos resultados. Como são várias as drogas 
capazes de alterar o resultado de exames, é recomendado que sempre se 
pergunte ao paciente se faz uso de algum medicamento e que, se possível, 
essa informação conste no laudo diagnóstico.
Fatores como hemólise e lipemia interferem diretamente no resultado de 
dosagens bioquímicas e devem ser reportados. A presença de lipemia, além 
de interferir nas análises feitas na amostra, é de importância clínica e deve 
constar obrigatoriamente no laudo diagnóstico, quando presente (SOCIEDADE 
BRASILEIRA DE PATOLOGIA CLÍNICA/MEDICINA LABORATORIAL, 2018).
As dosagens hormonais apresentam intensa variação pré-analítica, 
incluindo ritmo circadiano, fase do ciclo menstrual, idade do paciente, entre 
outras, além do uso de medicamentos. No Quadro 2, você confere exames 
bioquímicos e hormonais e as possíveis variações que podem constar neles de 
acordo com o uso de fármacos ou outros fatores pré-analíticos que precisam 
ser considerados nos laudos diagnósticos.
Quadro 2. Variações em exames bioquímicos e hormonais 
Exame Comentário 
Gama GT Aumento em usuários de fentoína
Ácido úrico Diminui em pacientes com uso de alopurinol
Colinesterase Reduzida em pacientes em uso de ciclofosfamida
Bilirrubina indireta Aumentada no uso de novobiocina
Ceruloplasmina Aumentada em mulheres que usam contraceptivos 
orais
(Continua)
Confecção e liberação de laudos 9
Exame Comentário 
Digoxina Elevada em pacientes que usam espirolactona
Creatinina Elevada em pacientes com uso de cefalotinas. 
Há uma importante variação étnica entre indivíduos 
afrodescendentes e indivíduos de outras origens 
étnicas, sendo importante que o laudo apresente 
os valores de referência para essas populações 
distintas.
Hemoglobina glicada Aumentada em pacientes usuários de salicilatos
Bilirrubina Aumentada em pacientes que utilizam propanolol
Enzimas hepáticas Alguns indivíduos podem apresentar alterações 
mesmo após a ingesta de pequenas quantidades 
de álcool, além de estatinas, analgésicos e alguns 
antidepressivos.
Cortisol Pode ser alterado pelo fumo, além de apresentar 
importante variação na liberação de acordo com 
o ritmo circadiano. A variação circadiana pode não 
ocorrer em indivíduos cegos. 
Aldosterona Pode ser alterado pelo fumo. Há um aumento em até 
100% na concentração deste hormônio em mulheres 
em fase pré-ovulatória.
Renina Há um aumento em até 100% na concentração deste 
hormônio em mulheres em fase pré-ovulatória.
Fonte: Adaptado de Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial (2018, 2020); 
Williamson e Snyder (2016).
Urinálise
O setor de urinálise realiza avaliações físicas, bioquímicas e microscópicas em 
amostras de urina e outros líquidos corporais, quando necessário, incluindo 
amostras de urinas rotineiras ou coletadas ao longo de 24 horas. Essas análises 
podem ser manuais ou automatizadas, e o laudo analítico precisa ser claro 
quanto ao tipo de método utilizado (ESTRIDGE; REYNOLDS, 2011).
O exame rotineiro de urina é chamado de urina EAS (elementos anormais 
e sedimentos) e geralmente utiliza uma combinação de tiras reagentes para 
(Continuação)
Confecção e liberação de laudos10
a análise bioquímica e microscópica ou para a análise automatizada dos 
sedimentos (NICOLL; MARK LU; MCPHEE, 2019). Para a confecção do laudo 
diagnóstico, aspectos físicos da urina, como cor, turbidez e densidade, pre-
cisam ser apresentados. Caso sejam utilizadas tiras reagentes para análise 
bioquímica ao invés de dosagens, é importante que o laudo apresente os 
resultados como uma estimativa dentro de um intervalo esperado, e não 
como valores exatos (WILLIAMSON; SNYDER, 2016).
Os elementos anormais que podem ser encontrados na urina incluem 
proteínas, glicose, cetonas, nitritos, bilirrubina, urobilinogênio, leucócitos, 
hemácias, cilindros e cristais, e o valor de referência para eles é a sua ausência. 
Há diferentes tipos de cristais que podem ser encontrados na urina e, mesmo 
que alguns não sejam indicativos de alterações patológicas, é obrigatório que 
a sua presença seja reportada no laudo diagnóstico(MCPHERSON; PINCUS, 
2012). Não é recomendado que os laudos de exames de urina apresentem 
resultados para os elementos anormais na forma de cruzes, preferindo-se 
a utilização de intervalos estimados (SOCIEDADE BRASILEIRA DE PATOLOGIA 
CLÍNICA/MEDICINA LABORATORIAL, 2020).
Imunologia
O setor de imunologia é responsável pelo diagnóstico de doenças infecciosas 
a partir da detecção de antígenos e anticorpos específicos, além de testes 
de gravidez e outras doenças autoimunes. Preconiza-se a utilização dos ter-
mos reagente/não reagente ou presente/ausente ao reportar os resultados 
dos exames produzidos por esse departamento (SOCIEDADE BRASILEIRA DE 
PATOLOGIA CLÍNICA/MEDICINA LABORATORIAL, 2018). 
No setor de imunologia, ao se utilizar exames quantitativos, como dosa-
gens de anticorpos contra doenças infecciosas, que apresentem resultado 
indeterminado, é imprescindível que as análises sejam repetidas. Resultados 
indeterminados podem ocorrer, pois algumas amostras apresentam resul-
tado alterado, mas não o suficiente para ultrapassar o limiar de reatividade 
definido para o teste e, nessas condições, é recomendado que o laudo seja 
liberado como indeterminado e que uma nova amostra seja colhida para 
repetição do exame ou para realização de método mais específico, como os 
testes de biologia molecular (SOCIEDADE BRASILEIRA DE PATOLOGIA CLÍNICA/
MEDICINA LABORATORIAL, 2020).
Confecção e liberação de laudos 11
Parasitologia
Este setor geralmente lida com a detecção de parasitas a partir de amostras 
de fezes, que são investigadas para a presença de ovos, cistos e larvas de 
organismos como amebas, tênias, giárdias, entre outros — a pesquisa de para-
sitas sanguíneos normalmente é realizada no setor de hematologia (ESTRIDGE; 
REYNOLDS, 2011). Nos laudos desse setor, devem constar informações como o 
método utilizado e a intensidade da parasitose encontrada, preferencialmente 
na forma de quantidade de material encontrado por cada campo (SOCIEDADE 
BRASILEIRA DE PATOLOGIA CLÍNICA/MEDICINA LABORATORIAL, 2020).
Microbiologia
É o setor responsável pelo cultivo e pela identificação de microrganismos 
patogênicos, incluindo vírus, fungos e bactérias, a partir de amostras como 
escarro, pontas de cateter, fezes, urina, sangue, raspados de feridas e di-
ferentes fluidos corporais, que são expostos a diferentes métodos de en-
riquecimento e meios de cultura específicos para o isolamento e para a 
identificação desses microrganismos (ESTRIDGE; REYNOLDS, 2011). Por lidar 
com organismos patogênicos vivos, é importante que os funcionários desse 
setor tomem medidas rígidas de biossegurança para evitar a contaminação 
ambiental e dos funcionários deste setor.
Além da identificação de microrganismos patogênicos, uma das principais 
funções desse setor é a determinação do perfil de sensibilidade desses 
patógenos a drogas antimicrobianas, um exame conhecido como antibio-
grama (Figura 2). Em muitas situações, o resultado desse exame é ainda mais 
importante que a identificação do organismo causador da doença, pois é 
essa análise que definirá o curso de tratamento possível para o paciente 
(SOCIEDADE BRASILEIRA DE PATOLOGIA CLÍNICA/MEDICINA LABORATORIAL, 
2015). Dessa forma, os laudos produzidos por esse setor precisam ser precisos 
e facilmente interpretáveis. O antibiograma auxilia a definir não só a droga 
a ser utilizada para tratamento, mas também a dose recomendada. O teste 
de sensibilidade a antibióticos (TSA) não deve ser utilizado para organismos 
integrantes da microbiota normal humana.
Confecção e liberação de laudos12
Figura 2. Antibiograma, ou teste de sensibilidade a antibióticos (TSA): (a) discos 
com concentrações conhecidas de diferentes antibióticos são depositados sobre 
o meio, após a inoculação da cultura bacteriana; (b) após a incubação, as zonas de 
inibição são observadas e medidas; a sensibilidade do organismo é determinada 
a partir da comparação com um quadro interpretativo de tamanho de zonas.
Fonte: Madigan (2016, p. 803).
A realização de antibiogramas pode ser feita de modo manual ou auto-
matizado, e essa informação deve constar no laudo, assim como a espécie 
identificada e a quantidade de unidades formadoras de colônia (UFCs) encon-
tradas no isolamento bacteriano. Os laudos devem conter o princípio ativo 
do antibiótico utilizado e a concentração inibitória mínima (MIC) — parâmetro 
que auxilia na determinação da dose a ser utilizada no tratamento. Caso mais 
de um organismo seja identificado, essas informações devem estar dispostas 
de forma clara para os diferentes patógenos. É necessário, ainda, indicar caso 
uma droga não tenha sido testada contra o patógeno identificado (SOCIEDADE 
BRASILEIRA DE PATOLOGIA CLÍNICA/MEDICINA LABORATORIAL, 2015). 
A identificação da sensibilidade do patógeno deve ser expressa em laudos 
de acordo com o Comitê Brasileiro de Testagem da Sensibilidade a Antimicro-
bianos (BrCAST), que segue as normas do European Committee on Antimicrobial 
Susceptibility Testing (EUCAST), conforme preconizado pela Anvisa (BRASIL, 
2018). De acordo com a versão mais atual, a sensibilidade microbiana deve 
ser expressa da seguinte maneira (KAHLMETER; EUROPEAN COMMITTEE ON 
ANTIMICROBIAL SUSCEPTIBILITY TESTING, 2019):
 � sensível (S) — o organismo é inibido em dose padrão, alta probabilidade 
de sucesso terapêutico;
 � intermediário (I) — há uma alta probabilidade de sucesso terapêutico 
quando a dose de exposição for aumentada, ajustando-se o regime 
de dosagem ou sua concentração;
Confecção e liberação de laudos 13
 � resistente (R) — falha terapêutica, não há inibição do crescimento.
A determinação das drogas a serem testadas são de responsabilidade 
do laboratório e devem basear-se, também, nas drogas utilizadas para o 
patógeno em questão. Laboratórios que atendem pacientes hospitalizados 
e/ou imunodeprimidos precisam testar rotineiramente antimicrobianos de 
maior espectro quando comparados com aqueles que só atendem pacien-
tes ambulatoriais (SOCIEDADE BRASILEIRA DE PATOLOGIA CLÍNICA/MEDICINA 
LABORATORIAL, 2015).
Atenção especial deve ser dada aos laudos que utilizam metodologias 
manuais para realização do antibiograma, especialmente no momento da 
digitação dos resultados, para diminuir a ocorrência de erros de digitação 
e troca de resultados; uma possibilidade é a revisão e a conferência dos 
laudos liberados por um profissional qualificado antes da liberação final do 
resultado (SOCIEDADE BRASILEIRA DE PATOLOGIA CLÍNICA/MEDICINA LABORA-
TORIAL, 2015). Em situações de plantões e urgências, o antibiograma pode 
e deve ser liberado para o médico assim que possível, podendo mesmo se 
tratar de comunicação verbal ou laudos provisórios, desde que sejam regis-
tradas a data, a hora da comunicação, o responsável pela comunicação e a 
pessoa notificada (SOCIEDADE BRASILEIRA DE PATOLOGIA CLÍNICA/MEDICINA 
LABORATORIAL, 2015).
Observe no exemplo simplificado a seguir como deve ser emitido um laudo 
hipotético de TSA realizado pelo setor de microbiologia.
Laboratório de ensino Sagah — setor de microbiologia
 � Nome do paciente: Maria Silva.
 � Número de identificação: 123456789.
 � Tipo de amostra: urina.
 � Data de coleta da amostra: 01/12/2020, 13h35 (coleta realizada pelo próprio 
paciente).
 � Método: automatizado (BD Phoenix UNMIC-407).
 � Microrganismos isolados: 1.
 � Identificação: Escherichia coli > 100.000 UFC/mL.
Teste de sensibilidade a antimicrobianos
Confecção e liberação de laudos14
Fármaco CIM* Perfil de sensibilidade
Amicacina < = 8 S
Amoxililina-clavucanato < = 4/2 S
Ampicilina < = 4 S
Cefazolina < = 2 S
Cefepima < = 1 S
Cefoxitina < = 4 S
Ceftazidina < = 1 S
Ciprofloxacina 0,25 S
Ertapenem < 0,25 S
Gentamicina < 2 S
Levofloxacina < 1 S
Meropenem < 0,5 S
Nitrofurantoína < 16 S
Norfloxacina < 2 S
Piperaciclina-tazobactam < 4/4 S
Trimetoprim-sulfametoxazol < 0,5/9,5 S
*A concentração inibitória mínima (CIM) indica a menor concentração do fármaco necessária 
para inibir o crescimento bacteriano. Adecisão de qual droga deverá ser utilizada deve levar 
em consideração tanto a CIM quanto a clínica do paciente e deve ser definida pelo médico.
Biologia molecular
Este é um setor cada vez mais comum em laboratórios e que requer alta 
tecnologia em equipamentos e profissionais extremamente bem treinados. 
O setor de biologia molecular é responsável pela manipulação de material 
genético para fins diagnósticos, realizando análises como testes de paterni-
dade, determinação de carga viral, detecção de patógenos, identificação de 
mutações associadas a doenças, entre outros (MCPHERSON PINCUS, 2012).
Exames de determinação de paternidade apresentam resultados que po-
dem mudar a vida dos envolvidos, com consequências inclusive jurídicas. Por 
Confecção e liberação de laudos 15
conta disso, o cuidado com essas análises começa ainda na fase pré-analítica, 
inclusive recomendando-se que as amostras sejam colhidas somente se todas 
as partes comparecerem no mesmo horário — alguns laboratórios requerem 
a assinatura das partes interessadas confirmando a presença uma da outra 
e autorizando a coleta de material e o registro em fotografia. O material 
utilizado pode ser o sangue, mas também é possível usar um suabe oral para 
a retirada das células da mucosa. 
O laudo desse exame requer as seguintes informações (SANTA RITA, 2013): 
 � tabela do sistema genético, em que são mostrados os lócus analisados 
e as repetições encontradas para todos os investigados; 
 � índice de paternidade combinado (IPC), que demonstra a razão entre a 
probabilidade do suposto pai ter transmitido o alelo e a possibilidade 
de outro homem ter transmitido o alelo para todos os alelos analisados; 
 � probabilidade de paternidade, que é a divisão da probabilidade cal-
culada pelo IPC por si mesma mais um (IPC/IPC+1); 
 � conclusões do teste, nas quais serão expressos se há vínculo genético 
entre os indivíduos testados ou não.
A identificação de mutações associadas a doenças genéticas é importante 
para o diagnóstico de doenças monogênicas e para a identificação de mu-
tações associadas ao metabolismo de drogas ou que podem alterar o curso 
de um tratamento oncológico (RODRIGUES, 2017). 
De acordo com a Sociedade Brasileira de Genética Médica e Genômica, 
devem ser reportadas nos laudos as variantes encontradas, seguindo-se as 
seguintes normas (SOCIEDADE BRASILEIRA DE GENÉTICA MÉDICA E GENÔMICA, 
2020):
 � posição genômica e respectiva referência; 
 � posição no DNA codificante e proteína, considerando um transcrito de 
referência, usando preferencialmente a nomenclatura HGVS; 
 � zigosidade; 
 � nome oficial do gene conforme HGNC, doenças associadas (de acordo 
com o OMIM) e padrão de herança; 
 � classificação de patogenicidade de acordo com referência do ACMG 2015;
 � no campo de interpretação, explicitar os critérios apresentados pela 
variante que sugerem a classificação atribuída a mesma; 
 � abordar sucintamente a questão do fenótipo associado à variante 
encontrada no paciente;
Confecção e liberação de laudos16
 � sugerir avaliação de segregação quando essa for importante para 
mudar a classificação de patogenicidade da variante; 
 � nos casos de variantes modificadoras de risco, deixar claro na inter-
pretação que essa variante não estabelece o diagnóstico de doença 
monogênica;
 � a figura do eletroferograma mostrando a presença ou ausência da 
variante em ambas as fitas deve estar disponível para o médico soli-
citante, seja no próprio laudo ou sob demanda;
 � as limitações da técnica devem estar presentes.
Qualidade na liberação de laudos 
diagnósticos
A fase pós-analítica representa o final das análises laboratoriais e engloba 
desde a confecção do laudo diagnóstico até a entrega do resultado ao pa-
ciente e a interpretação do resultado dos exames pelo profissional de saúde 
responsável (ESTRIDGE; REYNOLDS, 2011). Embora a maior parte dos erros 
laboratoriais ocorram na fase pré-analítica, até 33% de todas as falhas ocorrem 
na fase pós-analítica, com o diferencial de que os erros que surgem nessa 
fase podem ser minimizados quase que à totalidade (MCPHERSON; PINCUS, 
2012; WILLIAMSON; SNYDER, 2016). A automação laboratorial e a utilização de 
sistemas de informação que preenchem automaticamente as informações 
dos laudos são cruciais para a diminuição de erros pós-analíticos.
Segundo estudo realizado em 2017 em um laboratório hospitalar de refe-
rência no Quênia, 23,4% do total de erros do laboratório ocorreram na fase 
pós-analítica, sendo a maior parte deles causada por resultados não recebidos 
pelo médico ou pelo paciente, o que prejudica o atendimento, seguidos de 
falta na comunicação de valores críticos (exames que apresentam grandes 
alterações e que requerem atenção médica imediata), o que pode levar a 
atrasos no tratamento e morte. A terceira fonte de erros pós-analíticos se 
refere a resultados perdidos, juntamente a resultados alterados liberados sem 
a revisão dos técnicos responsáveis. Foram verificadas, ainda, ocorrências 
como exames sendo realizados em amostras inadequadas ou incorretas, 
falha na realização de todos os exames solicitados, resultados trocados, 
entre outros (KIMENGECH et al., 2017). 
Para diminuir a ocorrência dessas falhas, há diversas recomendações 
feitas por diferentes sociedades científicas e entidades de classe ao redor 
do mundo, incluindo o Clinical Laboratory Standards Institute (CLSI), nos 
Estados Unidos, e a Sociedade Brasileira de Patologia Clínica e Medicina 
Confecção e liberação de laudos 17
Laboratorial (SBPC/ML), no Brasil. Os procedimentos da fase pós-analítica 
incluem (KRLEZA et al., 2019):
 � avaliação dos resultados dos testes;
 � decisão de liberação dos resultados;
 � preparação do laudo;
 � liberação do laudo;
 � comunicação do laudo;
 � armazenamento ou descarte das amostras;
 � arquivamento dos dados laboratoriais;
 � análise dos indicadores de qualidade pós-analítica.
Em relação à avaliação dos resultados dos testes, a principal recomen-
dação é que todos os resultados sejam analisados duas vezes de forma 
mutuamente independente: comparando os resultados com os intervalos 
de referência ou os valores críticos, bem como o diagnóstico do paciente 
e resultados prévios, caso disponíveis, e a confirmação desses resultados. 
A recomendação é que essas confirmações sejam feitas por dois profissionais 
independentes e é possível, ainda, automatizar a primeira confirmação dos 
resultados (KRLEZA et al., 2019; SOCIEDADE BRASILEIRA DE PATOLOGIA CLÍNICA/
MEDICINA LABORATORIAL, 2020).
Os intervalos de referência ou os valores críticos para a análise devem 
estar presentes junto ao resultado do teste e exibidos de acordo com a idade 
e o sexo do paciente. Caso não haja intervalo de referência, é necessário que 
isso conste na forma de comentário do resultado (SOCIEDADE BRASILEIRA DE 
PATOLOGIA CLÍNICA/MEDICINA LABORATORIAL, 2020).
Em sistemas automatizados que fazem delta checks automaticamente 
(diferença significante entre o resultado atual e resultados anteriores de 
um mesmo paciente) e enviam alertas aos profissionais de análise, as ações 
recomendadas incluem: revisão dos dados clínicos do paciente, reteste na 
amostra atual e nas anteriores, caso possível, verificar se a amostra apresenta 
hemólise, lipemia, se está ictérica ou se apresenta coágulos (WILLIAMSON; 
SNYDER, 2016; KRLEZA et al., 2019, SOCIEDADE BRASILEIRA DE PATOLOGIA 
CLÍNICA/MEDICINA LABORATORIAL, 2020).
Caso uma amostra apresente uma dosagem que exceda o limite analítico 
superior do método, uma diluição deve ser feita e os resultados obtidos 
multiplicados pelo fator de diluição. Dados referentes à diluição devem ser 
reportados no laudo diagnóstico (SOCIEDADE BRASILEIRA DE PATOLOGIA 
CLÍNICA/MEDICINA LABORATORIAL, 2020).
Confecção e liberação de laudos18
A utilização de comentários referentes à fase pré-analítica adicionais aos 
laudos vem tornando-se cada vez mais recomendada, incluindo inconformi-
dades na amostra, falhas no armazenamento ou quaisquercondições que 
possam interferir na análise. Caso o profissional responsável pelas análises 
considere que outros exames adicionais são necessários, é recomendada a 
comunicação com o profissional médico para informar a situação e acelerar 
a análise solicitada (SOCIEDADE BRASILEIRA DE PATOLOGIA CLÍNICA/MEDICINA 
LABORATORIAL, 2020).
Referências
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equipamentos em laboratórios clínicos. Revista Brasileira de Hematologia e Hemote-
rapia, v. 31, n. 4, p. 218–220, 2009.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Portaria nº 64, de 
11 de dezembro de 2018. Determina aos laboratórios da rede pública e rede privada, 
de todas as Unidades Federadas, a utilização das normas de interpretação para os 
testes de sensibilidade aos antimicrobianos (TSA), tendo como base os documentos 
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XAVIER, R. M.; DORA, J. M.; BARROS, E. (org.). Laboratório na prática clínica. 3. ed. Porto 
Alegre: Artmed, 2016.
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testados, e seu funcionamento foi comprovado no momento da 
publicação do material. No entanto, a rede é extremamente dinâmica; suas 
páginas estão constantemente mudando de local e conteúdo. Assim, os editores 
declaram não ter qualquer responsabilidade sobre qualidade, precisão ou 
integralidade das informações referidas em tais links.
Confecção e liberação de laudos20
Dica do professor
As doenças infecciosas constituem uma causa considerável de morbidade e mortalidade no mundo 
inteiro e são provocadas por fungos, vírus, bactérias e parasitas. Assim, é fundamental identificar o 
tipo de patógeno causador e qual a espécie responsável pelo quadro clínico.
Quando se trata de infecções bacteriantes, isso não é diferente. Entretanto, muitas vezes, 
mais importante do que descobrir a espécie que provoca a doença é determinar a sensibilidade aos 
antibióticos, o que é feito por um teste conhecido como antibiograma. Ele pode salvar vidas, 
pois identifica qual droga é mais eficiente para tratar determinada infecção.
Nesta Dica do Professor, você vai conhecer um pouco mais sobre esse teste e o motivo de ele ser 
tão importante no contexto em que a resistência a antibióticos aumenta em todo o mundo.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/741a10e04c3d59adaf06d423933401bc
Na prática
Os laudos de exames laboratoriais são primordiais para a tomada de decisão médica. Quando 
confusos ou incompletos, podem provocar erros de diagnóstico e atrasos no tratamento, 
prejudicando a saúde do paciente.
Neste Na Prática, você vai conhecer a história de Ana, uma mulher que precisou passar por dois 
exames para, finalmente, receber o tratamento correto.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja a seguir as sugestões do professor:
Comitê Brasileiro de Teste de Sensibilidade a Antibióticos 
(BrCAST)
Para conhecer um pouco mais sobre o Comitê Brasileiro de Teste de Sensibilidade a Antibióticos 
(BrCAST) e as ações desenvolvidas por essa instituição, acesse o site oficial.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
Não conformidades em laboratórios clínicos de Macapá, 
Amapá, Brasil, com base na RDC no 302/2005/Anvisa
Neste artigo, você vai conhecer um pouco mais sobre o controle de qualidade em laboratórios 
clínicos e como isso se dá na prática.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
Laudo laboratorial: o que é obrigatório conter?
Assista a este vídeo e entenda o que dispõe a norma RDC no 302/2005 da Anvisa sobre as 
informações que devem estar presentes nos laudos laboratoriais.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no códigopara acessar.
http://brcast.org.br/
https://www.scielo.br/pdf/jbpml/v56/pt_1676-2444-jbpml-56-e1802020.pdf
https://www.youtube.com/embed/EW0dFRfI0xA

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